Cisterna Calçadão de 52 m³_Projeto Padrão ProRural

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Memorial Descritivo da Construção de Cisterna de Placas (pré-moldadas) tipo Calçadão de 52 m³ de capacidade de armazenamento Burguivol Alves

Programa Estadual de Apoio ao Pequeno Produtor Rural - ProRural Av. Gervásio Píres, 399 ∙ Boa Vista ∙ Recife/PE ∙ CEP: 50.050-070 Fone: (81) 3181.3100 ∙ E-mail: prorural@prorural ∙ Site: prorural.pe.gov.br


Governo do Estado de Pernambuco Governador Paulo Câmara

Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária Secretário Dilson Peixoto

Programa de Apoio ao Pequeno Produtor Rural – ProRural Diretor Geral Márcio Stefanni Monteiro

Gerência de Projetos Produtivos e Inclusão Social Gerente Karina Falcão

Elaboração do Memorial Descritivo Burguivol Alves de Souza – Engenheiro Agrônomo - ProRural Raimundo Robério – Engenheiro Agrônomo - ProRural

Elaboração do Memorial Descritivo

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Sumário I.

Apresentação..................................................................................................................................3 O ProRural..........................................................................................................................................3 O Programa Rural Sustentável............................................................................................................3 O Componente 2................................................................................................................................3

II. O Memorial descritivo da construção de Cisternas de Placas, tipo Calçadão, com capacidade de 52 m³......................................................................................................................................................4 1.

Introdução..................................................................................................................................4

2.

Planejamento.............................................................................................................................5

III.

Serviços Preliminares..................................................................................................................5

3.

Placas da obra.............................................................................................................................6

4.

Acesso e limpeza do terreno (canteiro de obra).........................................................................6

5.

Deslocamento.............................................................................................................................6

IV.

A Construção..............................................................................................................................7 6.

V.

Construção da Cisterna...............................................................................................................7 6.1.

Acompanhamento e registro do trabalho...........................................................................7

6.2.

Escavação do buraco...........................................................................................................7

6.3.

Confecção dos gabaritos (formas ou moldes).....................................................................7

6.4.

Confecção das placas e vigas..............................................................................................8

6.5.

Construção da laje do fundo...............................................................................................9

6.6.

Construção da parede.......................................................................................................10

6.7.

Amarração das placas.......................................................................................................10

6.8.

Construção do pilar central...............................................................................................11

6.9.

Reboco externo e interno da parede e do piso.................................................................11

6.10.

Impermeabilização parede interna e do piso................................................................11

6.11.

Construção da cobertura..............................................................................................11

6.12.

Colocação da tampa......................................................................................................12

6.13.

Pintura..........................................................................................................................12

O sistema de captação de água – o calçadão................................................................................12 7.

O terreno do calçadão..............................................................................................................12

8.

Parede do calçadão (meio fio)..................................................................................................13

9.

O decantador............................................................................................................................13

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10.

O piso do calçadão................................................................................................................13

VI.

Bomba manual.........................................................................................................................13

VII.

Abastecimento inicial da cisterna.............................................................................................14

VIII.

Bibliografia, Normas e Legislações Consultadas.......................................................................14

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I.

Apresentação

O ProRural O Programa Estadual de Apoio ao Pequeno Produtor Rural – ProRural é um programa de fomento, vinculado à Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária de Pernambuco (SARA), que tem como objetivo maior estimular o desenvolvimento sustentável no meio rural pernambucano. Para isso, e através de pactuação entre o Banco Mundial e o Governo Estado, o ProRural executa o Projeto Pernambuco Rural Sustentável (PRS), que garante investimentos destinados à infraestrutura rural e aos projetos produtivos.

O Programa Rural Sustentável Apoiar o desenvolvimento de Empreendimentos Associativos e ampliação do acesso à água e a outras infraestruturas rurais complementares, apoiando o Marco de Gestão de Resultados do Governo do Estado.

O Componente 2 O Componente 2 é constituído por ações na área de: saneamento rural – sistema de abastecimento de água e esgotamento sanitário; logística de apoio – trafegabilidade (passagem molhada, pequenas pontes); e, gestão – gestão dos sistemas de saneamento rural.

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II.

O Memorial descritivo da construção de Cisternas de Placas, tipo Calçadão, com capacidade de 52 m³

1. Introdução Este Memorial Descritivo, visa descrever as atividades a serem realizadas, a metodologia, as etapas empregadas e o cronograma detalhado para construção de cisternas de placas de cimento (pré-moldadas), tipo calçadão com capacidade de armazenamento de 52 m³ de água, captadas da chuva através do telhado da residência e/ou outro imóvel. Complementa esse documento, a Planilha Orçamentária e as Plantas, que fornecerão informações necessárias para a realização da obra/serviço, seja por uma empresa contrata ou numa autoconstrução, com qualidade e segurança técnica necessária. Obedecendo as normas técnicas descritas no Memorial Descritivo, assegura-se o melhor padrão de qualidade executiva necessário à boa execução da referida obra/serviço, possibilitando também o seu controle. Essas Especificações Técnicas devem ser, obrigatoriamente, de conhecimento dos responsáveis técnicos da empresa encarregada da obra. Todas as etapas necessárias à realização da obra/serviço deverão ser executadas segundo as especificações contidas neste documento. No caso de divergência entre o projeto e o Memorial Descritivo e as Especificações Técnicas, será adotado o entendimento que a empresa executora detém o conhecimento técnico necessário para que a obra/serviço seja funcional tecnicamente, e que realizará a adequação necessária com a devida aquiescência da contratante. Em casos excepcionais, os critérios estabelecidos poderão ser alterados durante a execução da obra, mediante prévio entendimento entre a Contratada e a Contratante, entendimento este cujas conclusões deverão ser expressas por escrito. As especificações técnicas só poderão ser modificadas, com autorização por escrito, emitida pela fiscalização (ProRural) e concordância dos autores dos projetos, mediante ofício.

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A inobservância da presente especificação técnica e dos projetos implica na não aceitação parcial ou total dos serviços, devendo a contratada refazer as partes recusadas sem direito a indenização. Nenhum trabalho poderá ser iniciado sem que exista na obra um livro de ocorrência (livro de obra) com um mínimo de 50 (cinquenta) folhas fixas numeradas, intercaladas de pelo menos uma folha serrilhada que se destina a relatórios de fiscalização, anotações, modificações e qualquer tipo de solicitação tanto da fiscalização como da contratada. O uso de material similar, somente será permitido, quando inexistir comprovadamente o material ou marca previstos nas especificações. Neste caso os materiais devem ser apresentados com antecedência à fiscalização para a competente autorização, a qual será dada por escrito em ofício ou no livro de ocorrência. Todos os materiais a serem empregados na obra serão novos, de qualidade comprovada e terão que satisfazer a estas especificações. Na execução dos trabalhos, a associação comunitária observará rigorosamente todos os detalhes da construção, ficando a fiscalização da obra, de única responsabilidade da associação ou outra entidade por ela escolhida. A supervisão e o parecer técnico final da construção da obra, ficará a cargo do ProRural.

2. Planejamento Selecionadas as famílias agricultoras beneficiárias, com informações sobre: localidade (que deverá ser georreferenciado); número de pessoas que irão utilizar a água da cisterna; finalidade do uso da água (beber, higiene pessoal, cozinhar ou lavar louça); e conhecimento da área e altura do telhado disponível para captar a água. Verificada a real necessidade da família agricultora beneficiária, bem como as dimensões do telhado, é hora de planejar a obra! A associação, juntamente com as famílias beneficiárias, deve se organizar para realizar de maneira eficiente e em tempo hábil os itens que estão como CONTRAPARTIDA no projeto, que são:  Limpeza e capinação do terreno.  Escavação do buraco da cisterna.  Auxiliar (ajudante) do pedreiro. Depois, é preciso definir se a Associação vai optar por contratar uma empresa para executar a obra/serviço ou se se ela mesmo vai construir (autoconstrução). Nesse caso, adquirindo apenas os materiais necessários.

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Lembrando que, tanto a contratação de uma empresa como a aquisição dos materiais deverão ocorrer através de licitação. Caso opte por autoconstrução, é preciso observar que os serviços que seriam executados pela empresa, passarão a ser contratados diretamente pela Associação, a exemplo de: mão de obra dos pedreiros, do fornecimento de água para construção e da primeira água para o consumo.

Observação: Os recursos para esses serviços (pedreiros, água para construção e a primeira água para produção) serão pagos pelo ProRural (Governo do Estado e Banco Mundial). Não se trata de contrapartida.

É imprescindível que a Associação crie uma comissão para acompanhar as obras nas diversas etapas. Essa comissão deverá fazer o relato dos fatos ocorridos a Diretoria e a plenária da Associação, na periocidade definida previamente ou sempre que se fizer necessário. Cientes das questões acima, é preciso agora definir as etapas seguintes, como: local da cisterna, local do armazenamento dos materiais, local da confecção das placas, acesso dos veículos com materiais e/ou equipamentos e descarte do material (terra) escavado do buraco.

III.

Serviços Preliminares

3. Placas da obra A empresa contratada para executar a obra/serviço obriga-se a mandar confeccionar e conservar na obra, placas exigidas pela legislação em vigor, bem como as placas indicativas de obra, cujo modelo será fornecido pela Contratante. Será uma “placa da obra”, instalada em local visível na comunidade, com dimensões de 2,00 metros de altura por 3,00 metros de largura, no modelo fornecido pelo ProRural.

Observação: Quando se tratar de autoconstrução todas as placas de identificação e de advertência da obra deverão ser instaladas pela OPF, como contrapartida. E as Placas da Obra (modelo Governo do Estado de Pernambuco) deverão constar como itens da licitação dos materiais de construção das cisternas.

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4. Acesso e limpeza do terreno (canteiro de obra) É contrapartida da Organização Produtiva Familiar – OPF (associação ou cooperativa) a limpeza superficial do terreno, que inclui a remoção de vegetações que impeçam o acesso dos veículos com os materiais e/ou equipamentos. Também é de responsabilidade da OPF a remoção das cercas (arame e estacas) e sua posterior reconstrução. O local deverá ser escolhido observando-se alguns critérios: 

No quintal, ou próximo a ele, quando puder;

Terreno plano ou muito pouco inclinado;

Evitar terrenos pedregosos;

Evitar a proximidade de árvores e arbustos;

Retirar raízes e tocos;

Preferencialmente, construir a uma distância de 10 a 15 metros de fossas, currais, depósitos de lixo etc.

A empresa deverá isolar o canteiro de obras com fitas de advertência para não permitir o acesso de pessoas desautorizadas e por medida de segurança. Caso seja autoconstrução, o isolamento do canteiro de obras, deverá ser realizado pela Associação/família beneficiária.

5. Deslocamento Compreende-se por deslocamento, todo o percurso dos veículos para entrega dos materiais e instalação de máquinas e equipamentos, necessários a execução de toda a obra como especificado, até o local indicado da obra. Os custos com alimentação e estadia da equipe da entrega dos materiais e instalações das máquinas, ocorrerá por conta da empresa, assim como quaisquer despesas com manutenção e conserto de máquinas e equipamentos.

IV.

A Construção

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6. Construção da Cisterna A cisterna de placas, tipo calçadão, Projeto Padrão ProRural, possui uma capacidade de armazenamento de 52 m³ (52.000 litros), com uma altura de 1,80 metro e um diâmetro de 6,50 metros. A calçada tem 200 m², o que garante que atinja sua capacidade de armazenamento com uma chuva de 350 mm. Deverá ser locada de modo a permitir um escoamento satisfatório das águas pluviais para seu interior, isto é, deverá obedecer a declividade mínima de 5% (a cada 1m a altura baixa 5 cm) da calha até a entrada de água da cisterna.

6.1.

Acompanhamento e registro do trabalho

A contratada deverá manter na obra um registro diário dos trabalhos realizados (livro de obra).

6.2.

Escavação do buraco

No terreno limpo, deve-se fazer uma escavação de forma circular, com 8,00 m de diâmetro e 1,80 m de profundidade a partir do nível do terreno. Para marcação do buraco a ser escavado poderá ser feito utilizando-se uma corda ou barbante com 4,00 metros de comprimento com dois piquetes amarrados nas extremidades (pontas). Um dos piquetes, redondo, deve ser fixado no centro, e o outro utilizado para fazer um círculo com diâmetro de 8,0 metros (ou 4,0 metros de raio), de acordo com o croqui.

6.3.

Confecção dos gabaritos (formas ou moldes)

Caso a empresa ou os pedreiros contratados não possuam as formas para fazer as placas da tampa e da parede e dos trilhos da tampa, é necessária sua confecção.

a) Gabaritos das placas da parede Os gabaritos (formas ou moldes) das placas das paredes da cisterna serão feitos de madeira lisa, em formato retangular, com as seguintes dimensões: largura de 0,50 m, comprimento de 0,60 cm e espessura de 0,02 metros. O molde (madeira) deverá ter uma altura de 5 cm. A madeira da largura da placa (0,50 m) deverá ter uma leve curvatura, que vai ficar na vertical, o que dar forma arredondada à cisterna. Com essas dimensões acima, serão necessárias 114 placas, distribuídas em 3 fileiras sobrepostas. É aconselhável confeccionar duas ou três peças a mais, por quebras ou defeitos.

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b) Gabaritos das placas da tampa Para confecção das placas da cobertura são necessários quatro diferentes moldes na forma de trapézio, cada um com medidas específicas. Faz-se dois gabaritos, com dois moldes cada, com as seguintes medidas: 

Gabarito 1 o

Os dois lados maiores: 142 cm

o

As bases: maior: 49 cm; do meio: 40/39 cm; menor: 29 cm.

Gabarito 2 o

Os dois lados maiores: 142 cm

o

As bases: maior: 28 cm; do meio: 18/16 cm; menor: 4,5 cm.

O molde (madeira) deverá ter uma altura de 3 cm. Com essas dimensões são necessárias 38 conjuntos de 4 peças, totalizando 152 peças. É aconselhável confeccionar um conjunto a mais, por quebras ou defeitos.

c) Gabaritos dos trilhos (vigas) da cobertura Os gabaritos (formas ou moldes) dos trilhos (vigas) que compõem a tampa terão as seguintes medidas: 3,17 m de comprimento, 6 cm de espessura e 8 cm de altura. Serão feitos com madeira lisa.

6.4.

Confecção das placas e vigas

O terreno para a confecção das placas da parede e da cobertura deve estar bastante limpo e plano, e deverá ser feito um colchão de areia, que deverá estar bem nivelado, sobre o qual será colocada as formas (gabaritos ou moldes). Utilizar cimento tipo Portland CP II e areia grossa limpa e de boa qualidade (lavada). Todas placas devem ser feitas no mesmo dia, curar por 2 a 3 dias, sendo molhadas diariamente, 2 a 3 vezes, para fazer a cura (não rachar).

a) Placas da parede Para fabricação das placas deve-se usar uma argamassa com um traço de 1:4, isto é, uma mistura de 1 (uma) medida de cimento para 4 (quatro) medidas

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de areia, o que representa, na prática, uma lata de cimento e quatro latas de areia. Essa argamassa deve ser bem compactada na forma (gabarito). Na construção serão necessárias 114 placas, dispostas em 3 fileiras com 38 placas cada. Deverá ser construídas 3 placas a mais, como reserva, para substituir eventuais quebras ou defeitos. Em 38 placas, que serão colocadas na última fileira, será deixada uma fenda no canto superior esquerdo, medindo 10 x 10 cm, onde serão apoiadas as vigas (trilhos) da cobertura. Em uma das placas, da 3ª fileira, deverá ser feito um orifício de 1 polegada, que servirá como sangria (cano ladrão). Essa placa deverá ser assentada na posição contrária a da tampa da cisterna.

b) Placas da tampa (cobertura) Para fabricação das placas deve-se usar uma argamassa com um traço de 1:4,5, isto é, uma mistura de 1 (uma) medida de cimento para 4 (quatro e meia) medidas de areia, o que representa, na prática, uma lata de cimento e quatro latas e meia de areia. Na construção serão necessárias 152 placas. Uma das placas da cobertura deverá ter um orifício (buraco) de 32 mm (para o cano da bomba). Deverão ser construídas 1 ou 2 conjuntos de placas a mais, como reserva, para substituir eventuais quebras ou defeitos.

c) Vigas da tampa (trilhos da cobertura) Na construção das vigas (trilho) deverá ser usado duas varas de ferro (CA 50) 1/4’ e 3,17 m de comprimento em cada. O traço da argamassa deve ser 1:2:2, isto é, uma lata de cimento, duas latas de areia e duas latas de brita nº 1. São necessários 38 trilhos para a tampa (cobertura) da cisterna. Para a confecção dos trilhos, cortam-se 76 pedaços de ferro ¼’, com comprimento de 3,17 m, dobrando-se cada ferro em uma das extremidades, com 5 cm para formar o pescador (gancho), ficando com 3,12 m. Preencher a metade da forma com a argamassa e colocar os dois vergalhões (varas ou barras de ferro), deixando o gancho de fora. Em seguida completar o enchimento da forma. Deve-se deixar curar por 8 dias.

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6.5.

Construção da laje do fundo

Feita a escavação, inicia-se a confecção do piso. É preciso umedecer e pilar o solo com um soquete, para que fique bem compactado, lançando uma camada de 3 cm de concreto em seguida. É importante também que deixar nivelado. Esse concreto é feito no traço 1:3:4, isto é, 1 (uma) medida de cimento, 3 (três) medidas de areia e 4 (quatro) de brita nº 1. Sobre esse concreto é colocado uma malha formada com 5 círculos, amarradas a 16 varas (vergalhões) medindo 3,45 m, dispostos da seguinte maneira: 

1º círculo: diâmetro de 2,45 m – 7,8 m de vergalhão

2º círculo: diâmetro de 2,6 m – 8,6 m de vergalhão

3º círculo: diâmetro de 3,95 m – 12,50 m de vergalhão

4º círculo: diâmetro de 5,2 m – 16,45 m de vergalhão

5º círculo: diâmetro de 6,55 m – 22,62 m de vergalhão

No centro dessa malha é colocada e amarrada com arame uma treliça (3 ferros 5/16”), com 2,70 metros de altura. Essa treliça irá compor a coluna central que sustentará a cobertura. Deve ficar escorada para evitar danos na base que podem provocar vazamentos. E sobre essa malha será colocada uma nova camada de concreto numa espessura de 4 cm. Sobre esta laje de fundo será erguida a parede da cisterna.

6.6.

Construção da parede

As placas pré-moldadas que formarão parede da cisterna, serão assentadas, com ajuda de um prumo, sobre uma camada de 1 cm de argamassa de cimento e areia, no traço de 1:2, sobre a laje de fundo. Deverão ficar afastadas uma da outra em 1,5 cm e rejuntadas com argamassa de cimento e areia, no traço de 1:2. Para que a distância entre todas as placas seja a mais idêntica possível, na montagem da primeira fileira, são assentadas e rejuntadas 14 placas iniciais; depois, assenta-se mais 14 placas e rejuntam-se, fazendo uma nova medição, ajustando nas 10 últimas, caso necessário. No assentamento das placas, utilizam-se escoras de madeira (varas), com aproximadamente 40 cm cada, na parte interna e externa de cada placa.

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As placas da segunda fileira devem ser assentadas sobre a primeira fileira de forma desencontrada, isto é, o canto da placa da segunda fileira deverá ficar no centro (meio) da placa da primeira fila. O mesmo procedimento deverá ser feito no assentamento das placas da terceira fila, ficando no meio da placa da segunda fila. Isto fará com que a cisterna fique mais segura. As placas da 2ª e 3ª fileira, também deverão ser escoradas, com varas ou barrotes, interna e externamente, de 1,10 e 1,70 m respectivamente. Após oito horas, tempo necessário para a secagem dos rejuntes e estabilização das placas, as escoras podem ser retiradas.

6.7.

Amarração das placas

Após a argamassa do rejunte, das placas, secar, faz-se a amarração da parede, pelo lado de fora (externo) com arame galvanizado nº 12. Serão colocados, maneira equidistante, 18 fios de arame na 1ª fileira, na 2º e 3ª fileiras 15 fios cada, amarrados de forma desencontrada. Deve-se iniciar a amarração pela base. O restante do arame será utilizado para dar 4 voltas amarrando os caibros (vigas) na borda da cisterna. Observação: Deve-se evitar fazer a amarração com a massa (argamassa) fresca para não provocar o deslocamento das placas e/ou apertar demais o arame o que pode comprometer a estrutura da cisterna.

6.8.

Construção do pilar central

Na construção do piso foi colada uma treliça feita com três ferros 5/16” e com 2,7 metros de altura. Envolvendo essa treliça deverá ser colocado um cano (tubo) de PVC de 150 mm e 2,50 metros de altura. Esse cano deverá ser enchido com concreto feito no traço 1:3:4, isto é, 1 (uma) medida de cimento, 3 (três) medidas de areia e 4 (quatro) de brita nº 1. Os 20 centímetros a mais de ferro, que ficam do lado de fora do cano, são para encaixar a bandeja (base circular de concreto medindo 80 cm de diâmetro e 8 cm de espessura.), onde serão apoiadas as vigas da cobertura. Para a construção da bandeja de concreto armado é necessária uma fôrma circular com 80 cm de diâmetro e 8 cm de altura, com um furo no centro, que poderá ser feito com um pedaço de cano de 75 mm de diâmetro.

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Primeiramente faz-se o lançamento de concreto até a altura de 4 cm. Em seguida, coloca-se a armadura de aço, e sobre ela, lançar mais 4 cm de concreto. A armadura deve ser de aço CA 50 1/4 com dois círculos, um a 38 cm do centro e o outro a 20 cm do primeiro, presos a uma malha formada por: dois vergalhões dispostos em cruz, com 79 cm, quatro de 74 cm e quatro de 69 cm, colocados de maneira equidistante.

6.9.

Reboco externo e interno da parede e do piso

Após a amarração da cisterna pode-se iniciar o reboco externo, cobrindo bem o arame. Será utilizada uma argamassa de cimento e areia, traço 1:5. No reboco interno – parede e piso, que deverá ser feito no mesmo dia, o traço da argamassa de cimento e areia será 1:3. O reboco dos cantos do encontro da parede com piso deve ser reforçado.

6.10.

Impermeabilização parede interna e do piso

Após 1 ou 2 dias da conclusão do reboco interno e do piso, faz-se uma mistura de cimento, água e 2 litros de impermeabilizante, pincelando todo o interior da cisterna (até três demãos), garantindo, assim, a ausência de vazamentos.

6.11.

Construção da cobertura

Sob o pilar central é colocado a bandeja de concreto. Os 20 cm de vergalhões que ultrapassam do cano (tubo) de PVC do pilar central devem passar pelo orifício central da bandeja e e dobrados por cima dessa. As vigas devem ser colocadas duas a duas, sempre em posições opostas, para manter o equilíbrio. Uma das extremidades da viga deve ser apoiada sobre as paredes da cisterna, encaixadas nas aberturas da 10 x 10cm, deixadas na última fiada de placas, e a outra, com as pontas de ferro (gancho “pescador) apoiados sobre a bandeia. As pontas de ferro usadas nas vigas serão amarradas com arame galvanizado nº 12. Sobre as pontas das vigas que estão sobre a roda de madeira e devidamente amarradas com arame, deverá ser despejado concreto no traço 1:1:2 (cimento, areia e brita nº 1). O rejunte das vigas com a parede da cisterna deve ser feita com argamassa de cimento e areia no traço 1:5. Deve-se colocar vinte fios de arame nº 12, circundando todos os trilhos na parte exterior da cisterna, para evitar que venham a se desprender quando da operação do rejunte das placas da cobertura.

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Após a secagem, faz-se o assentamento das placas da tampa sobre as vigas, de baixo para cima. O rejunte das placas de cobertura com as paredes da cisterna é feito com argamassa de cimento e areia no traço 1:5. Deve-se deixar solta uma das placas maiores, mais próximas das bordas, para o acesso à limpeza, manutenção e retirada da água. A coberta deve ser revestida com reboco, somente por cima, com argamassa de cimento e areia no traço 1:4.

6.12.

Colocação da tampa

Substituindo uma das placas maiores, é colocada uma tampa em aço galvanizado, quando estará sendo feito o reboco da cobertura da cisterna. O Assentamento da tampa será com a mesma argamassa do reboco. A tampa deverá ter um dispositivo que permita ser fechada por um cadeado nº 25.

6.13.

Pintura

A parte externa da cisterna deverá ser pintada com cal, em três demãos.

V.

O sistema de captação de água – o calçadão

O sistema de captação de água da chuva é feito por meio de um calçadão de 200 m² ( 10 x 20 m) e um decantador.

7. O terreno do calçadão O terreno do calçadão deve ser limpo, retirando raízes, pedras e outros elementos que podem danificar o piso. Deverá ser feito um desnível de 20 cm na direção do decantador e 10 cm das laterais em direção ao centro da calçada.

8. Parede do calçadão (meio fio) Ao redor do calçadão (perímetro) é construído uma parede (meio fio) de aproximadamente 20 cm (um tijolo de 8 furos), sobre um alicerce de 25 cm (dois tijolos de oito furos deitados). Essa parede (meio fio) deverá ser rebocada por dentro e por fora. Programa Estadual de Apoio ao Pequeno Produtor Rural - ProRural Av. Gervásio Píres, 399 ∙ Boa Vista ∙ Recife/PE ∙ CEP: 50.050-070 Fone: (81) 3181.3100 ∙ E-mail: prorural@prorural ∙ Site: prorural.pe.gov.br


9. O decantador O decantador é um elemento na obra que diminuir a entrada de sedimentos, a exemplo de areia, e outros materiais estranhos na cisterna. É um buraco escavado na área do calçadão, com 40 cm de largura e comprimento e 30 cm de profundidade (40 x 40 x 30 cm). Deve ser feito a 30 ou 40 cm da parede (meio fio) próxima a cisterna e 4,80 m das laterais (que fique centralizado). As paredes e o fundo deverão ser em alvenaria de tijolo e rebocados. O decantador deverá ter duas saídas: uma rente ao fundo, com um cano de 32 mm, que terá a função de esgotar a água remanescente, para evitar a proliferação de mosquitos, sapos e também os resíduos por ocasião da limpeza do decantador; a outra saída, situada a 0,20 m do fundo leva a água coletada à cisterna através de um cano (tubo) e joelho de PVC de 100 mm. Na parte debaixo do joelho, deve ser posta uma tela para vedação de caixa d´água, a fim de evitar a entrada de sujeiras. O cano (tubo) de PVC de 100 mm deverá ter um leve declive para que a água vinda do calçadão possa escoar para a cisterna com facilidade

10.

O piso do calçadão

Com terreno limpo e nivelado, dar-se início a construção do calçadão. Utiliza-se formas para confecção das placas do piso de 1 m² (1 X 1 m), com espessura de 3 a 5 centímetros. O traço para a massa deve ser de 3 x 1 (areia e cimento). Ao todo serão 200 placas. As placas devem ser assentadas a uma distância de 1 cm uma da outra. Esse espaço é preenchido por um rejunte de argamassa. Após a conclusão do piso, passar uma calda de cimento com impermeabilizante. No final, as paredes (meio fio) do calçadão devem ser pintar com cal branca.

VI.

Bomba manual

No Projeto Padrão de Cisterna do ProRural, utiliza-se uma bomba manual, com a finalidade de facilitar a retirada da água, e ainda impedir a contaminação da através de utensílios como baldes e/ou cordas. A relação de materiais e o esquema de construção da bomba manual encontra-se anexo a esse Memorial Descritivo.

Programa Estadual de Apoio ao Pequeno Produtor Rural - ProRural Av. Gervásio Píres, 399 ∙ Boa Vista ∙ Recife/PE ∙ CEP: 50.050-070 Fone: (81) 3181.3100 ∙ E-mail: prorural@prorural ∙ Site: prorural.pe.gov.br


VII. Abastecimento inicial da cisterna Após a finalização da cisterna, logo após a construção, a mesma deverá ser abastecida com oito mil litros de água potável para garantir a cura do cimento, para evitar rachaduras.

VIII. Bibliografia, Normas e Legislações Consultadas 1. Articulação no Semiárido Brasileiro. Cisterna calçadão: tecnologias sociais para convivência com o semiárido. (Série Estocagem de água para a produção de alimentos). 2. Associação Brasileira de Normas Técnicas – NBR 5688/2008: Tubos e conexões de PVC. 3. Associação Brasileira de Normas Técnicas – NBR 5648/1999: Sistemas prediais de água fria. 4. Associação Brasileira de Normas Técnicas – NBR 8800/2008: Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de edifícios. 5. Associação Brasileira de Normas Técnicas – NBR 15270/2008: Componentes cerâmicos (Parte 1, 2 e 3). 6. BRASIL (2011). MINISTÉRIO DA SAÚDE - Portaria Nº 2914, de 12 de dezembro de 2011. Dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. 32p, 2011. 7. CEBALLOS, B. S. O., SOUZA, A. A. P., KONIG, A. Avaliação de três métodos simples de eliminação de bactérias fecais p. In: Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental, 17, Natal - RN. Anais... Natal. ABES, 1993, v. 2, p. 395 – 411, 1993. 8. DIACONIA. Convivendo com o semiárido: construção da cisterna calçadão. Recife, 2003. (Série Compartilhando experiências, nº 3). 9. GNADLINGER, J. Tecnologias apropriadas para Terras Secas: Manejo sustentável de recursos naturais regiões semiáridas no Nordeste do Brasil. Organizadores: Angela Küster, Jaime Ferré Martí, Ingo Melchers - Fortaleza: Fundação Konrad Adenauer. 2006. 10. GUSMÃO, P. T. D. Filtros domésticos: avaliação de eficácia e eficiência na redução de agentes patogênicos. 3º Caderno de pesquisa em engenharia de saúde pública / Fundação Nacional de Saúde. Brasília: FUNASA, 2013. 11. MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL. Programa Cisternas: cisterna calçadão de 52 mil litros. Programa Nacional de Apoio à Captação de Água de Chuva e Outras Tecnologias Sociais de Acesso à Água. Modelo da Tecnologia Social de Acesso à Água Nº 21. Brasília. 2017.

Programa Estadual de Apoio ao Pequeno Produtor Rural - ProRural Av. Gervásio Píres, 399 ∙ Boa Vista ∙ Recife/PE ∙ CEP: 50.050-070 Fone: (81) 3181.3100 ∙ E-mail: prorural@prorural ∙ Site: prorural.pe.gov.br


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