Homem de Valor

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Homem de

Valor A busca de todo Homem para uma Vida de Honra, Convicção e Caráter

Richard Exley


Todos os direitos em língua portuguesa reservados por: © 2010, BV Films Editora Ltda e-mail: comercial@bvfilms.com.br Rua Visconde de Itaboraí, 311 – Centro – Niterói – RJ CEP: 24.030-090 – Tel.: 21-2127-2600 www.bvfilms.com.br / www.bvmusic.com.br É expressamente proibida a reprodução deste livro, no seu todo ou em parte, por quaisquer meios, sem o devido consentimento por escrito. This book was first published in the United States by Word and Spirit Resources, P.O. Box 701403, Tulsa, OK 74170 whit the title Man of Valor, Copyright © 2005 by Richard Exley Homem de Valor Copyright © 2005 por Richard Exley Translated and used by permission of Word and Spirit Resources. All Rights Reserved As passagens bíblicas utilizadas ao longo deste livro foram majoritariamente retiradas da Nova Versão Internacional. Editor Responsável: Claudio Rodrigues Coeditor: Thiago Rodrigues Diagramação: Chayanne Maiara Tradução: Marco Antonio Coelho Revisão de Texto: Christiano Titoneli Santana Mitsue Siqueira da Silva Stella Rodrigues Rosemberg Ariana Fátima C. Baptista ISBN 978-85-61411-62-6 1ª edição – Fevereiro/2011 Impressão: Imprensa da Fé Classificação: Moral Cristã/Crescimento Espiritual Impresso no Brasil


D e d i c at ó r i a Ao Reverendo S. Worth Willliams, que foi verdadeiramente um pastor para mim. E Ao Reverendo Allen “Tex” Groff, que acreditou em mim quando eu não podia acreditar em mim mesmo, e que ainda continua acreditando. c


Índice Introdução

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Seção Um: Paixão Espiritual Capítulo 1: A Verdade Sobre Deus Capítulo 2: A Verdade Sobre a Salvação Capítulo 3: A Verdade Sobre Nós Mesmos Capítulo 4: Disciplinas Espirituais para o Homem de Valor Capítulo 5: A Disciplina da Oração Devocional Capítulo 6: A Disciplina de Escrever um Diário Capítulo 7: A Disciplina do Estudo das Escrituras Capítulo 8: A Disciplina da Leitura Devocional Capítulo 9: A Disciplina do Jejum Capítulo 10: Quebrando Fortalezas Espirituais

13 17 21 25 29 33 37 41 45 49

Seção Dois: Coragem Capítulo 11: O “carrinho de mão” de Deus Capítulo 12: Descendo um Penhasco na Escuridão Capítulo 13: Uma Questão de Vida ou Morte Capítulo 14: Nada a Temer, a Não Ser o Próprio Temor Capítulo 15: Braçadeiras e outros Atos de Coragem Capítulo 16: O Medo dos Homens Capítulo 17: Seu Braço ou Sua Vida

55 59 63 67 71 75 79

Seção Três: Lealdade Capítulo 18: Colocando Deus em Primeiro Lugar Capítulo 19: Transformando Espinhas em Pães Capítulo 20: Lealdade a Deus, Morte para Si Mesmo Capítulo 21: Dividido entre Duas Lealdades Capítulo 22: Na Saúde e na Doença Capítulo 23: A Lealdade Iguala o Amor e a Disciplina Capítulo 24: Somente Uma Vida Para Dar Capítulo 25: Amigos Leais

85 89 93 97 101 105 109 113

Seção Quatro: Integridade Capítulo 26: A Integridade Pessoal Capítulo 27: A Integridade Pessoal – Parte 2 Capítulo 28: A Integridade Financeira

119 123 127


Capítulo 29: Capítulo 30: Capítulo 31: Capítulo 32: Capítulo 33: Capítulo 34:

A Integridade no Ambiente de Trabalho A Integridade e as Críticas Construtivas A Integridade e os Problemas do Coração A Integridade e os Desafios do Sucesso As Recompensas da Integridade Homens Íntegros

131 135 139 143 147 151

Seção Cinco: Pureza Sexual Capítulo 35: Atração Fatal Capítulo 36: A Queda Mortal Capítulo 37: A Fraternidade Secreta Capítulo 38: Preste Contas Capítulo 39: Viva Com Cuidado Capítulo 40: Calcule os Custos Capítulo 41: Segredos Mortais e a Graça que Cura

157 161 165 169 173 177 181

Seção Seis: Sabedoria Capítulo 42: Uma Oração Por Sabedoria Capítulo 43: Três Formas que Deus Transmite Sabedoria Capítulo 44: Uma Palavra aos Sábios Sobre os Amigos Capítulo 45: Regras Para Contratação Capítulo 46: Sabedoria Para Líderes Capítulo 47: Tenha Cuidado com o Empenho Equivocado Capítulo 48: O Poder da Afirmação Capítulo 49: A Sabedoria da Oração Capítulo 50: A Sabedoria da Palavra Capítulo 51: Conhecer Deus é Confiar Nele

187 191 195 199 203 207 211 215 219 223

Seção Sete: A Compaixão de Deus Capítulo 52: Cristianismo Prático Capítulo 53: Cuidadoso o Suficiente Para Ouvir Capítulo 54: Uma Noite Para Recordar Capítulo 55: A Lama ou as Estrelas Capítulo 56: Abraços Santos

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Epílogo: Um Verdadeiro Homem de Valor

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Sobre o Autor

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Introdução

Em 25 de março de 2003, enquanto avançava pela Highway 1 em direção a

Bagdá como parte da Operação Liberdade do Iraque, o líder do pelotão, Brian Chontosh, e seus homens foram atacados em uma emboscada. Forças inimigas os bombardearam com morteiros, granadas e armas de fogo automáticas. Com tanques de coalizão bloqueando a estrada à frente, os fuzileiros navais ficaram presos em uma zona mortal. Sem uma saída aparente, Chontosh ordenou que o motorista de seu Humvee atacasse contra a plataforma do Iraque que estava atirando contra eles, fazendo com que sua metralhadora calibre 50 abrisse fogo. Em questão de minutos, a arma do inimigo foi silenciada, e os soldados iraquianos estavam mortos ou derrotados. Chontosh então ordenou que seu motorista pegasse a Humvee diretamente em direção à trincheira do Iraque, que abrigava os soldados inimigos que estavam atacando seus fuzileiros. A Humvee entrou no campo de batalha, e Brian Chontosh saiu pela porta carregando um M16, uma Beretta e duzentos e vinte e oito anos do orgulho dos Fuzileiros Navais. Ele lutou com o M16 até ficar sem munição. Em seguida, esvaziou a Beretta. Ao colocar em seu cinto, ele pegou um AK47 de um iraquiano morto e continuou lutando. Quando não tinha mais munição, ele o jogou de lado e pegou outro AK 47, e sem dar importância à sua segurança pessoal, continuou seu ataque violento. Quando um fuzileiro que o seguia encontrou um lançador de granada inimigo, Chontosh usou-o para destruir outro grupo de soldados. Quando seu ataque audacioso chegou ao fim, ele tinha limpado quase duzentos metros da trincheira, matando mais de vinte soldados inimigos e ferindo muitos outros, destruindo completamente a tentativa de emboscada. ¹ Em 6 de maio de 2004, ele recebeu a Cruz da Marinha “pelo heroísmo extraordinário enquanto servia como Comandante de Pelotão, Companhia de Armas, 3º Batalhão, 5º Regimento da Marinha, 1ª Divisão da Marinha, 1ª Força Expedicionária da Marinha, em apoio à Operação Liberdade do Iraque, em 25 de março de 2003”. Agora, isto é o que vem a minha mente quando penso em um homem de valor – coragem em meio ao fogo, ação heroica diante de um grande perigo, e responsabilidade acima de si mesmo. É com isto que a maioria dos homens sonha – uma chance de provar que eles têm o que é necessário. Partindo do fato de que a maioria de nós nunca precisará lutar em um combate, nós teremos que provar nosso valor em situações mais rotineiras. Os inimigos que nos atacarão não serão soldados em um campo de batalha, mas inimigos interiores, que guerreiam contra nossas almas – coisas como medo, vaidade, egoísmo, materialismo, luxúria e abuso de poder. Estes são os inimigos que preparam emboscadas

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diariamente para nós, que ameaçam nos roubar de nosso destino. E estes são os inimigos que devemos derrotar se quisermos ser os homens que Deus nos chamou para ser. Na busca por este objetivo, identifiquei sete características de homens valiosos ao longo da história e nos dias de hoje. Eles têm: 1) Paixão Espiritual; 2) Coragem; 3) Lealdade; 4) Integridade; 5) Pureza Sexual; 6) Sabedoria; e 7) Compaixão. Usando princípios das Escrituras e exemplos da vida real, mostrarei a você como cultivar estes traços em sua vida para se tornar um verdadeiro homem de valor. Você pode achar que já é tarde demais, que você foi roubado de seu destino. Não desista! Deus tem um plano perfeito para sua vida, mesmo que você não possa ver. Como um homem criado em Sua imagem, você está destinado à grandeza. Entendendo ou não isto, você foi criado para ser um homem valioso! Não importa o quão estranho isto possa ser para você, mas é verdade. Você foi criado para conquistar! É isto que a Bíblia diz: “Sejam férteis e multipliquem-se! Encham e subjuguem a terra!”.² Não mensure seu futuro pelo seu passado. Deus está prestes a intervir em sua vida e fazer algo novo. Que Gideão seja o seu exemplo. Ele foi um homem comum, na melhor das hipóteses, ainda que o Senhor o tenha chamado de um “... poderoso homem de valor!”.³ “O Senhor se voltou para ele e disse: ‘Com a força que você tem, vá libertar Israel das mãos de Midiã. Não sou eu quem o está enviando?’”4 “Ah, Senhor”, respondeu Gideão, “como posso libertar Israel? Meu clã é o menos importante de Manassés, e eu sou o menor da minha família”. 5 Este tipo de negação a respeito de si mesmo parece familiar? Todos os seus esforços em provar sua masculinidade, independente da forma que eles possam ter tomado – façanhas atléticas, sucesso financeiro, aventuras sexuais, ou mesmo atos de coragem – provaram-se inúteis? Você está convencido de que, se os outros conhecessem você da forma que você se conhece, eles veriam o impostor que muitas vezes você se sente? Gideão também se sentia desta forma. No entanto, quando o Senhor terminou de trabalhar nele, ele foi transformado em um guerreiro valente, um verdadeiro homem de valor que libertou Israel. Seus inimigos interiores nunca podem ser derrotados com armas carnais, valentia física ou capacidade empresarial. Pois nós não lutamos “... contra seres humanos, mas contra os poderes e autoridades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais”.6

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“Pois, embora vivamos como homens, não lutamos segundo os padrões humanos. As armas com as quais lutamos não são humanas ao contrário, são poderosas em Deus para destruir fortalezas. Destruímos argumentos e toda pretensão que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levamos cativo todo pensamento, para torná-lo obediente a Cristo.”7 A verdade – a verdade de Deus – é a única arma que derrotará estes inimigos e nos libertará para cumprir nosso destino. Organizados em formato devocional, os próximos capítulos são curtos e poderosos – vão direto ao ponto. Utilizando passos práticos, que são projetados para ajudar você a se integrar a estes princípios em sua própria caminhada diária, eles se constroem um em cima do outro, dia após dia, até que as falsas pretensões do inimigo tenham sido substituídas pela verdade de Deus. Mas, chega disto... Vamos começar. Seu destino está chamando.

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Baseado em História do Cabo Jeremy Vought, MCB Camp Pendleton, Identificação de História Nº: 200456162723. Gênesis 1:28. Juízes 6:12. Juízes 6:14. Juízes 6:15. Efésios 6:12. 2 Coríntios 10:3-5.

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Seção Um

A Primeira Característica Um Homem de Valor é a

de

Paixão Espiritual

Nada é mais importante do que aquilo que um homem acredita sobre Deus. Como ele O percebe determinará, em um grau significativo, o que ele acredita sobre si mesmo e como ele se relaciona com os outros. Isto também definirá a interpretação da vida e o significado dos acontecimentos. Nunca a compreensão do homem sobre Deus torna-se mais decisiva do que em momentos de crise pessoal.



Capítulo 1

A Verdade Sobre Deus

Você tem medo de Deus? Provavelmente não, a menos que você tenha crescido em uma igreja legalista como eu cresci. O Deus da minha adolescência era um cruzamento entre um executor medieval e um juiz que dá sentenças de morte. Para mim, Ele era um Deus que distribuía julgamentos com um prazer sádico e perdoava de má vontade, e ainda assim, somente os mais arrependidos. O simples pensar nele fazia com que eu tremesse de medo. Na verdade, eu O temia, mas não O amava. Quando me transformei em um jovem adulto, eu rejeitei o Deus sadista da minha adolescência. Eu simplesmente não podia viver com o tipo de medo e condenação que Ele gerava em mim. No lugar do Deus cruel e frio da minha juventude, eu criei um Deus mais gentil e doce. Aqui estava o Deus que eu podia amar, mas não O reverenciava. Quem é o verdadeiro Deus – a divindade severa e distante dos meus anos de adolescência, ou a figura do pai benevolente e doce pela qual eu tinha substituído? Nenhum deles? Ambos? Para encontrar uma resposta, nós devemos voltar, não para nossas experiências subjetivas, mas para as Escrituras eternas. Deus, como Se revela nas Escrituras, é totalmente santo,¹ absolutamente reto² e inteiramente justo.³ Porque Ele é santo, Ele não pode tolerar o pecado. Por ser reto, Ele não pode permitir que um simples ato pecaminoso permaneça sem punição. E porque Ele é justo, não pode associar-Se com ninguém que não se iguale ao Seu padrão santo. Além disso, as Escrituras revelam que Ele é infinito, eterno e completamente separado. Não é de se estranhar que os antigos hebreus tenham pedido a Moisés: “Fala tu mesmo conosco, e ouviremos. Mas que Deus não fale conosco, para que não morramos”. 4

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UM HOMEM DE VALOR No entanto, as Escrituras também declaram que Ele é um Deus de amor,5 misericórdia6 e graça.7 Sendo um Deus de amor, Ele não pode virar as costas para a humanidade decadente sem negar essa parte de Seu caráter eterno. Sendo Ele um Deus de misericórdia e graça, Ele não pode permitir que a raça humana esteja eternamente perdida sem prover a nossa salvação. Eis o dilema – como Deus pode ser justo e misericordioso ao mesmo tempo? Como Ele pode perdoar nossos pecados sem trair Sua justiça? E ainda, se Ele não perdoar nossos pecados, Ele não trairá Seu amor e misericórdia? Somente a infinita sabedoria de Deus poderia encontrar uma solução, e somente Seu amor incondicional poderia fazer desta solução uma realidade viva. Através da encarnação de Seu Filho Jesus, o amor e a sabedoria de Deus manifestam-se em uma unidade gloriosa. Ao se tornar um de nós e viver uma vida sem pecados, Jesus satisfez totalmente as santas exigências de um Deus justo,8 tornando então possível que Deus nos aceitasse. Através de Sua morte em sacrifício, Jesus sofreu o castigo dos nossos pecados, cumprindo então todas as exigências justas de um Deus santo, e possibilitando a Deus nos perdoar sem violar Seu caráter. Com Suas exigências justas e retas cumpridas, Deus então está livre para manifestar Seu amor e misericórdia para conosco. O amor de Deus é tão grande que há situações em que sou tentado a minimizar o pecado, a pensar estupidamente que não há nada demais nele. Então eu me lembro da Cruz! É isto que Deus pensa sobre o pecado: ele é tão mortal, tão mau, que teve de ser combatido, mesmo que isso significasse punir Seu próprio Filho. O profeta Isaías diz que Jesus foi “... castigado por Deus, por Deus atingido e afligido... Contudo, foi da vontade do Senhor esmagá-lo e fazê-lo sofrer... Pois ele levou o pecado de muitos...”.9 E mesmo quando sou tentado a duvidar do amor absoluto de Deus, a pensar que minhas repetidas falhas me levaram para longe de alcançar o Seu amor, eu me lembro da Cruz! Ela é a declaração de amor de Deus para mim! Com pregos de ferro, carne abatida e sangue derramado, Ele derramou Seu amor por mim – “Mas Deus demonstra seu amor por nós: Cristo morreu em nosso favor quando ainda éramos pecadores”.10 E esta é a verdade sobre Deus!

PASSOS PRÁTICOS: WW Examine a imagem que você tem de Deus, seu entendimento do caráter e da natureza dele. Faça uma lista de Seus atributos.

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PAIXÃO ESPIRITUAL WW Agora examine sua lista. Os atributos que você listou são baseados nas Escrituras ou são um tipo de esboço baseado em suas próprias experiências pessoais? WW Conscientemente, peça para que Deus Se revele a você, para que você possa amá-lo e reverenciá-lo como você deve fazer.

PENSAMENTO DO DIA: “Pai Celestial: deixa-me ver Tua glória, seja do abrigo da fenda da rocha ou debaixo do cuidado de Tua mão protetora, sendo o custo disso a perda de meus amigos, bens ou a duração dos meus dias. Permita-me conhecer-Te como Tu és, para que eu possa adorá-lO como eu devo. Por Jesus Cristo, nosso Senhor. Amém.” 11 A. W. Tozer

PASSAGEM PARA O DIA: “Quem entre os deuses é semelhante a ti, Senhor? Quem é semelhante a ti? Majestoso em santidade, terrível em feitos gloriosos, autor de maravilhas? Com o teu amor conduzes o povo que resgataste; com a tua força tu o levas à tua santa habitação.” Ê xodo 15:11, 13 c

Oração: Senhor, livra-me de todos os meus conceitos errados. Deixa-me conhecer-Te como verdadeiramente Tu és, para que eu possa adorarTe como eu devo. Em nome de Jesus. Amém.

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Êxodo 15:11; Salmos 99:9; Isaías 6:1-3, Apocalipse 4:8. Deuteronômio 32:4. Jeremias 9:23-24; Apocalipse 15:3. Salmos 97:1-2; 119:137; Jeremias 23:6. Êxodo 20:19. Jeremias 31:3; João 3:16, Romanos 5:8. Efésios 2:4; Tiago 5:11; 1 Pedro 1:3. Efésios 2:8; Hebreus 4:16; 1 Pedro 5:10. Hebreus 2:14-18; 4:15-16. Isaías 53:4, 10, 12. Romanos 5:8. A.W. Tozer, The Knowledge of the Holy citado em Disciplines for the Inner Life de Bob Benson e Michael W. Benson (Waco: Word Books Publisher, 1985), p. 3.

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Capítulo 2

A Verdade Sobre a S a l va ç ã o

Uma vez que sabemos da verdade sobre Deus, começamos a entender a verdade

a respeito da nossa salvação e sobre a Fonte de nossa segurança. Ao contrário do entendimento comum e errado, nossa justiça não é baseada em nosso desempenho pessoal, mas na obra consumada de Jesus Cristo. Sua vida sem pecados foi imputada a nós; então, Sua justiça se tornou a nossa justiça; Seu valor, o nosso valor. A Bíblia chama isto de justificação. Romanos 5:18-19: “... assim como uma só transgressão resultou na condenação de todos os homens, assim também um só ato de justiça resultou na justificação que traz vida a todos os homens. Logo, assim como por meio da desobediência de um só homem muitos foram feitos pecadores, assim também, por meio da obediência de um único homem muitos serão feitos justos”. Isto funciona assim: “Deus tornou pecado por nós aquele que não tinha pecado, para que nele nos tornássemos justiça de Deus”.¹ Como Jesus, que era o Deus encarnado, fez para se tornar “pecado por nós”? Cometendo pecado? Claro que não! Ele “como nós, passou por todo tipo de tentação, porém, sem pecado”.² Aquele sem pecados foi feito pecado por nós por um ato de Deus! Deus tirou a iniquidade da humanidade decadente e a colocou em Jesus. Com este ato soberano, nossa iniquidade se tornou a iniquidade dele, nosso “pecado” (ou que nós éramos, nossa natureza caída) se tornou quem Ele era – “Deus tornou pecado por nós aquele que não tinha pecado...”³

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UM HOMEM DE VALOR Então, de que forma tornamo-nos dignos da “justiça de Deus”? Vivendo uma vida sem pecado? Andando em justiça pessoal? Claro que não! Jesus não foi feito pecado pecando, e nós não somos feitos justos por causa de nossas boas obras. Este é um ato de Deus! Quando nós expressamos a fé na obra consumada de Jesus Cristo, Deus coloca em nós a justiça de Cristo. E nós, que não éramos justos, somos feitos justiça de Deus nele. “Tudo isso provém de Deus...”4 Para um entendimento completo daquilo sobre o que estamos falando, deixeme fazer uma distinção entre justificação e santificação. Colocando de forma simples, em uma linguagem simples, justificação refere-se ao nosso direito de permanecer diante de Deus, enquanto santificação refere-se a nossa caminhada diária com Ele. A justificação é o que Cristo fez por nós (na Cruz). Santificação é o que Cristo está fazendo em nós. Nossa justificação é uma obra consumada. Por termos uma postura santificada, nós somos homens de valor.5 Nossa santificação é um trabalho contínuo. Dia após dia, nos tornamos homens de valor. Hebreus 10:14 discursa sobre ambos os assuntos. “Porque, por meio de um único sacrifício, ele [Jesus] aperfeiçoou [justificou] para sempre os que estão sendo santificados [santificou]”. Por termos esta postura santificada, fomos aperfeiçoados para sempre. Na prática, nós temos sido santificados – isto é, estamos no processo de santificação. Nós estamos no processo de viver aquilo que já nos pertence. Com esta postura, nós somos completos em Cristo no momento da conversão.6 Nossa justiça é perfeita, pois é a justiça de Deus.7 Contanto que permaneçamos em um relacionamento com Cristo Jesus através da fé em Sua obra consumada na Cruz, nossa postura não mudará. Não se aperfeiçoará, não importa quão corajosamente vivamos, pois ela já é perfeita. Este posicionamento não é ameaçado quando caímos, o que está propenso a todos nós, pois ele não está baseado em nosso desempenho pessoal. Não depende de nada, mas sim da nossa fé na obra consumada de Cristo – isto é, aquilo que Ele fez por nós! Em nossa rotina, entretanto, nós somos bebês em Cristo, não somente quando O recebemos como nosso Salvador, mas quando não “amadurecemos” em nossa salvação.8 Paulo escreve: “Irmãos, não lhes pude falar como a espirituais, mas como a carnais, como a crianças em Cristo”.9 E como cristãos imaturos, nós continuamos a reagir com atitudes carnais e desejos egoístas. Nós caímos em tentação e ficamos dominados pelas coisas do mundo. No nível prático de vivência, embora sejamos uma “nova criatura” em Cristo,10 não há necessariamente uma semelhança imediata com Cristo em nossa vida diária. Na prática, nós estamos no processo de nos tornar aquilo que fomos posicionados para ser. Esta é a obra contínua de Deus em nós. E como Paulo, nós estamos convencidos “de que aquele que começou boa obra [em nós] vai completá-la...”11

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PAIXÃO ESPIRITUAL Quando um homem vê a Deus como um Pai celestial misericordioso, que deu a perfeita provisão para sua salvação, ele está livre para vir diante de Deus, totalmente transparente e completamente honesto. Por seu direito de permanecer diante de Deus estar baseado na obra consumada de Cristo e não em seu próprio desempenho, ele não precisa temer ser rejeitado. E livre do medo da rejeição, ele pode honestamente reconhecer sua necessidade profunda e receber a graça de Deus que redime e renova.

PASSOS PRÁTICOS: WW A

– sua vida devocional, – ou na obra consumada de

sua segurança está em sua caminhada pessoal

seu comparecimento à igreja e sua obra cristã

Jesus Cristo? WW Se você está confiando em si mesmo mais do que na obra consumada Jesus Cristo, que passos você irá tomar para mudar? Seja específico.

de

PENSAMENTO DO DIA: “Na curva da minha vida comum, onde as vitórias foram pequenas e pessoais, as tentações caminham claramente, e as falhas são grandes demais para ferir a mim e àqueles que eu amo profundamente, eu tenho repetido incessantemente o padrão de cair e levantar, cair e levantar. Cada vez que eu caio, eu estou propenso a renovar meus esforços por uma confiança cega no perdão dos meus pecados pela graça absoluta, na liberação, desagravo e justificação da minha jornada irregular baseada não em boas obras que eu tenho feito (a postura adotada pelo fariseu no templo), mas em uma confiança perseverante no amor de um Deus gracioso e misericordioso.”12 Brennan Manning

PASSAGEM PARA O DIA: “O Senhor é compassivo e misericordioso, mui paciente e cheio de amor. Não acusa sem cessar nem fica ressentido para sempre não nos trata conforme os nossos pecados nem nos retribui conforme as nossas iniquidades. Pois como os céus se elevam acima da terra, assim é grande o seu amor para com os que o temem; e como o Oriente está longe do Ocidente, assim ele afasta para longe de nós as nossas transgressões.” S almos 103:8-12 c

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UM HOMEM DE VALOR Oração: Senhor, liberta-me da minha necessidade exagerada de atender aos padrões. Ensina-me como confiar somente na obra consumada de Jesus Cristo, meu Salvador, mesmo quando eu freie Sua obra contínua em mim. Eu oro em nome de Jesus. Amém.

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2 Coríntios 5:21. Hebreus 4:15. 2 Coríntios 5:21. 2 Coríntios 5:18. Veja Juízes 6:1-12. Colossenses 2:10. 2 Coríntios 5:21. 1 Pedro 2:2. 1 Coríntios 3:1. 2 Coríntios 5:17. Filipenses 1:6. Brennan Manning, Ruthless Trust the Ragamuffin’s Path to God (São Francisco: HaperSanFrancisco, 2000), p.12.

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