10º Congresso Família e Comunidade

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COORDENAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA

ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA Coletânea de Trabalhos Apresentados no 10º Congresso Brasileiro de Medicina de Família e Comunidade Florianópolis - 2009


Gilberto Kassab Prefeito de São Paulo Secretaria Municipal da Saúde Januario Montone Secretário Municipal José Maria da Costa Orlando Secretário Adjunto Odeni de Almeida Chefe de Gabinete Edjane Maria Torreão Brito Coordenação da Atenção Básica Vera Lúcia Nogueira Coordenação Financeira Orçamentária – CFO Margarida Maria Tenório de Azevedo Lira Coordenação de Epidemiologia e Informação – CEInfo Jane Abrahão Marinho Coordenação de Recursos Humanos – CRH Paulo Kron Psanquevich Coordenação de Apoio ao Desenvolvimento da Gerência Hospitalar – COGERH Flávia Maria Porto Terzian Coordenação da Autarquia Hospitalar Municipal Isabel Cristina Nomiyama Coordenação do Sistema Municipal de Regulação, Controle, Avaliação e Auditoria

Heloisa Helena Andreetta Corral Assessoria Técnica de Tecnologia da Informação – ATTI Henriqueta Aparecida Amoratti Norcia Núcleo Técnico de Contratação de Serviços Inês Suarez Romano Coordenação de Vigilância em Saúde – COVISA Maria Cristina Abbate Programa Municipal de DST/Aids Maria Aparecida Orsini Programa Rede de Proteção à Mãe Paulistana Coordenadoras Regionais de Saúde – CRS Ivanilda Argenau Marques CRS Sul Vânia Soares de Azevedo Tardelli CRS Norte Helena Zaio CRS Sudeste Márcia Aparecida Gadargi CRS Centro-Oeste Sonia Antonini Barbosa CRS Leste


O sonho domado Sei que é preciso sonhar. Campo sem orvalho, seca a fronte de quem não sonha. Quem não sonha o azul do vôo perde o seu poder de pássaro. A realidade da relva cresce em sonho no sereno para ser não relva apenas, mas a relva que se sonha. Não vinga o sonho da folha se não crescer incrustado no sonho que se fez árvore. Sonhar, mas sem deixar nunca que o sol do sonho te arraste pelas campinas do vento. É sonhar, mas cavalgando o sonho e inventando o chão para o sonho florescer. Thiago de Mello





ÍNDICE GERAL A CONTRIBUIÇÃO DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE NO CONTROLE DA DENGUE.............................. 11 A ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA ASSISTINDO O PORTADOR DE ÚLCERA VENOSA............................ 13 A ÉTICA E O TRABALHADOR EM SAÚDE: REFLEXÕES PARA MUDANÇAS DE PRÁTICAS............................. 14 A GESTÃO DA QUALIDADE MOTIVANDO PESSOAS NA APS.............................................................................. 15 A SALA DE ESPERA COMO ESPAÇO DE EDUÇÃO EM SAÚDE........................................................................... 16 A UTILIZAÇÃO DE FLUXOGRAMAS NA ANÁLISE DOS PROCESSOS ADMINISTRATIVOS DA COORDENAÇÃO............................................................................................................... 17 AÇÕES DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA H1N1PANDEMIA........................................................................... 18 ACREDITAÇÃO DE UNIDADES COM ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMILIA: POR QUE NÃO ACREDITAR?........... 19 ALTERNATIVAS PARA ADESÃO DOS MÉDICOS NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA, SÃO PAULO............... 20 ARBORIZAÇÃO URBANA EM GUAIANASES: UM NOVO OLHAR PARA A SAÚDE............................................... 21 ASSESSORIA TÉCNICA NO PROCESSO DE ACREDITAÇÃO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE..................... 22 ATENDIMENTO MULTIPROFISSIONAL AOS RESPIRADORES BUCAIS NA APS SANTA MARCELINA EM CIDADE TIRADENTES, ONA LESTE DE SÃO PAULO............................................................................................ 23 ATUAÇÃO DA PARTIPAÇÃO SOCIAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE........................................................... 24 AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO COMO FERRAMENTA DE GESTÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA.......................... 25 AVALIAÇÃO DE RISCO CLÍNICO REALIZADA POR ENFERMEIROS NA AMA JARDIM PIRAJUSSARA............. 26 AVALIAÇÃO DO PEDAGOGO PÚBLICO NA PROMOÇÃO DE SAÚDE BUCAL REALIZADA POR EQUIPE DE SAÚDE BUCAL NA ESTRATÉGIA PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA DA REGIÃO DO M'BOI MIRIM................... 28 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE PRÉ-ESCOLARES E SEUS DESDOBRAMENTOS NA ATENÇÃO BÁSICA....... 29 CAPACITAÇÃO DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA ILE D'FRANCE................................................................. 30 CAPACITAÇÃO ELABORADA POR ENFERMEIRAS ESPECIALISTAS NA SAÚDE DA MULHER, AOLICADA A ENFERMEIROS QUE ATUAM DA ESF..................................................................................................................... 32 CONSELHO DE ACOMPANHAMENTO DOS CONVÊNIOS DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA, SÃO PAULO........................................................................................................................... 33 CONSELHO DE ACOMPANHAMENTO DOS CONVÊNIOS TRANSFORMANDO A GESTÃO DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMILIA..................................................................................................................... 34 CORRELAÇÃO ENTRE REGISTRO DE ENFERMAGEM E QUALIDADE ASSISTENCIAL POR AUDITORIA DE PRONTUÁRIO.............................................................................................. 35 CUIDANDO DOS ANIMAIS E DA SAÚDE DA FAMÍLIA............................................................................................ 36 DA TEORIA PARA A PRÁTICA: CONSTRUÇÃO DE UM TRABALHO MULTIDISCIPLINAR EM SAÚDE............... 37 DIAGNÓSTICO DE SAÚDE A PARTIR DO SIAB: SUFICIENTE? REFLETE O TERRITÓRIO............................... 38 EDUCAÇÃO EM SAÚDE COMO MÉTODO PARA CAPACITAÇÃO DE ADOLESCENTES..................................... 39 EDUCAÇÃO PARA REDUÇÃO DE OBESIDADE EM UM GRUPO DE USUÁRIOS DE UBS.................................. 40 EFETIVAÇÃO DAS DIRETRIZES DO SUS NO EXTREMO SUL DA COORDENADORIA REGIONAL DE SAÚDE SUL DO MUNICIPIO DE SÃO PAULO............................................... 41 ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO DA GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA NA REGIÃO SUL DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO.............................................................................................................................. 42 ESTUDO DA DEMANDA ESPONTÂNEA EM UMA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA......................................... 43 FARMÁCIA VERDE: UMA NOVA OPÇÃO TERAPÊUTICA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE............................ 44 FORTALECENDO A EQUIPE MULTIPROFISSIONAL: A INSERÇÃO DO FARMACÊUTICO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE................................................................................................................................................. 45 GARANTINDO A INTEGRALIDADE DA ASSISTÊNCIA, PREVENÇÃO DA MULHER QUE TRABALHA................ 46

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GERENCIAMENTO DE CRÔNICOS ATRAVÉS DO GRUPO EDUCATIVO PARA HIPERTENSOS E DIABÉTICOS..................................................................................................................... 47 GRUPO DE REEDUCAÇÃO ALIMENTAR: ATENÇÃO INTERDISCIPLINAR AO USUÁRIO COM SÍNDROME METABÓLICA............................................................................................................. 48 HUMANIZAÇÃO DA SAÚDE A PARTIR DO VINCULO E DA DIVERSIDADE DE GESTOS.................................... 49 IMPLANTAÇÃO DA ATENÇÃO FARMACÊUTICA DOMICILIAR NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE.................... 50 IMPLANTAÇÃO DE EQUIPES DE SAÚDE BUCAL NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA EM UNIDADES DA SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE SÃO PAULO DA REGIÃO DE CAMPO LIMPO.................................... 51 IMPLANTAÇÃO DO CONSELHO DE ACOMPANHAMENTO DE INDICADORES DA ESF NAS UBS - PARCERIA SOCIEDADE BENEFICENTE ISRAELITA BRASILEIRA ALBERT EINSTEIN.......................................................... 52 IMPLANTAÇÃO DO NÚCLEO DE APOIO A SAÚDE DA FAMILIA NASF.................................................................. 53 IMPLANTAR A ESF NO CENTRO DA CIDADE DE SP: DESAFIO E CONSTRUÇÃO............................................. 55 INCENTIVO AO ALEITAMENTO MATERNO: GRUPO “MAMA NENÉM” - PSF JD. MITSUTANI............................. 56 INDICADORES E METAS DE PRODUÇÃO PARA EQUIPES DE SAÚDE BUCAL NO PSF.................................... 57 INSERÇÃO DO AUXILIAR DE ENFERMAGEM BUSCANDO QUALIDADE DAS AÇÕES DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA.................................................................................................................................................... 58 INTEGRAÇÃO DAS EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA E NASF............................................................................ 59 LAÇOS DE PARCERIAS E CONSTRUÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE..... 60 MÉDICOS DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA (ESF) EM SÃO PAULO_ QUEM SÃO?.................................... 61 MODELO PROPOSTO DE IMPLANTAÇÃO DE FERRAMENTAS PARA AUDITORIAS 5S NA APS....................... 62 MONITORAMENTO DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE ESPECIAL ESF RUA............................................................... 63 MONITORAMENTO DE GESTANTES RESIDENTES NA REGIÃO SUL DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO NA DETECÇÃO PRECOCE DE SINTOMAS DA GRIPE A (H1N1)................................................................................. 64 NASF – NÚCLEO DE APOIO A SAÚDE DA FAMILIA - CONSTRUINDO UMA LINGUAGEM COMUM NA CIDADE DE SÃO PAULO..................................................................................................................... 65 O ENFERMEIRO GERENTE - UMA EXPERIÊNCIA EM UNIDADE DE SAÚDE COM O PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA..................................................................................................................................................................... 67 O PAPEL CHAVE DO GRUPO EDUCATIVO NO CONTROLE DA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICO......... 68 O TRABALHO EM EQUIPE NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA................................................................. 69 O USO DAS FERRAMENTAS DA QUALIDADE NA ORGANIZAÇÃO DA SERVIÇOS DE FARMÁCIA NAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE............................................................................................................................ 70 PANORAMA DO RASTREAMENTO DO CÂNCER CERVICAL NA UBS DOM JOÃO NERY................................... 71 PAVS – PROGRAMA AMBIENTES VERDES E SAUDÁVEIS................................................................................... 72 PLANILHAS DE ACOMPANHAMENTO DE SAÚDE BUCAL DAS ESB-PSF SPDM-PABSF MUNICÍPIO DE SÃO PAULO..................................................................................................................................... 74 PORTADOR DE HIPERTENSÃO ARTERIAL E DIABETES: ATITUDES, CRENÇAS, PERCEPÇÕES E PRÁTICAS.................................................................................................................................... 75 PRECEPTORIA DE ENFERMAGEM EM SERVIÇO COMO FERRAMENTA DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE....................................................................................................................................... 76 PRECEPTORIA MÉDICA NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA NA ORGANIZAÇÃO SOCIAL SANTA MARCELINA......................................................................................................... 77 PREVALÊNCIA DE SOBREPESO E OBESIDADE DOS FUNCIONÁRIOS DE UMA UBS COM ESF...................... 78 PRIMEIRAS AÇÕES DE UMA EQUIPE NASF NA ZONA LESTE DE SÃO PAULO................................................. 79 PROJETO ACREDITAR: A CONTRIBUIÇÃO DA PRECEPTORIA DE ENFERMAGEM........................................... 80 PROJETO AMBIENTES VERDES E SAUDÁVEIS COMO INSTRUMENTO PARA A PROMOÇÃO DA SAÚDE..... 81

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PROJETO ARTE E COMPANHIA.............................................................................................................................. 82 PROJETO SORRINDO PARA CRESCER ................................................................................................................ 83 PROTOCOLO DE ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO NA USF JARDIM SOUZA (SÃO PAULO-SP) PARA GESTANTES E RECÉM-NASCIDO........................................................................................................................... 84 RECONSTRUÇÃO DA FICHA E: ADEQUAÇÃO PARA O ACOMPANHAMENTO DO MORADOR DE RUA............ 85 RELATO DE EXPERIÊNCIA DO INTERCÂMBIO SÃO PAULO / BARCELONA........................................................ 86 REVENDO PRÁTICAS EM SAÚDE BUCAL: UMA EXPERIÊNCIA PARA ORGANIZAÇÃO DO ACESSO............... 87 ROMPENDO MITOS: O TRABALHO COM A ESPIRITUALIDADE NOS SERVIÇOS DE SAÚDE............................ 88 SENSIBILIZAÇÃO E MONITORAMENTO DO PROGRAMA DE CONTROLE DE TUBERCULOSE........................ 89 SISTEMA DE MONITORAMENTO DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA: O DESENVOLVIMENTO DO APLICATIVO................................................................................................................ 90 SISTEMATIZAÇÃO DO CONSELHO DE ACOMPANHAMENTO CONAC_SUL....................................................... 92 SOU CUIDADOR, E AGORA? - RELATO DE EXPERIÊNCIA................................................................................... 93 TEATRO DE FANTOCHES: UMA ESTRATÉGIA DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE....................................................... 94 TUBERCULOSE GANGLIONAR:UM DIFÍCIL DIAGNÓSTICO................................................................................. 95 UNIDADE RECANTO VERDE SOL E A PROMOÇÃO DA SAÚDE PELA CANTATA................................................ 96 UTILIZAÇÃO DO DOCUMENTO NORTEADOR PELOS ENFERMEIROS NAS AÇÕES DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE...................................................................................................................................... 97 GRUPO EDUCATIVO: ESTRATÉGIA DE AÇÃO NA PROMOÇÃO À SAÚDE DAS IDOSAS................................... 98 INTERNALIZAÇÃO: ESTRATÉGIA DE SOCIALIZAÇÃO ORGANIZACIONAL DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE SANTA MARCELINA............................................................................................. 99 MENTORIA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: REVISÃO DE LITERATURA..................................................... 100 PRECEPTORIA DE ENFERMAGEM NA ASSISTENCIA MÉDICA AMBULATORIAL NA REGIÃO LESTE - SP.......................................................................................................................................... 101 GERENCIAMENTO POR ORGANIZAÇÃO SOCIAL NA ATENÇÃO PRIMARIA A SAÚDE SANTA MARCELINA NAS MICRORREGIÕES CIDADE TIRADENTES, GUAIANASES E ITAIM PAULISTA........................................................................................................................... 102 SEXUALIDADE NA ADOLESCÊNCIA: UM TABU QUE AINDA RESISTE............................................................... 103

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Anotações:

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A CONTRIBUIÇÃO DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE NO CONTROLE DA DENGUE Introdução: A situação da dengue nas Américas tem piorado desde 1989 com tendência crescente. Até o ano de 2001, o Município de São Paulo manteve seu coeficiente de incidência menor do que 5 casos por 100.000 habitantes. No entanto, em 2002, com a disseminação da doença por todo o território nacional, a transmissão se propagou no município e tivemos 429 casos importados. Em 2004 surgiram os primeiros casos autóctones na cidade de São Paulo num total de 10 casos no ano. No ano de 2007, havia um cenário desfavorável de casos de dengue, inclusive em áreas cobertas pela Estratégia Saúde da Família (ESF), com um aumento significativo no número de casos alcançando um total de 2.608 casos autóctones. A Atenção Básica deste Município, ciente que os criadouros do mosquito Aedes aegypti nas residências é o fator mais importante na manutenção e progressão da epidemia, resolve com a Coordenadoria de Vigilância em Saúde (COVISA), implementar ações de combate à dengue utilizando os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) das ESF numa ação intersetorial, sensibilizando esses profissionais na detecção e controle da doença nas suas visitas domiciliares. Objetivo: Relatar a experiência da contribuição do Agente Comunitário de Saúde (ACS) no controle da DENGUE, no Município de São Paulo. Metodologia: Em novembro de 2007, a Coordenação da Atenção Básica realizou um grande encontro com a participação de 5.700 ACS sensibilizando os agentes para identificar e eliminar prováveis fontes de criadouros do mosquito, orientando as famílias quanto aos riscos da doença e as formas de prevenção. Para monitoramento desta ação foi inserido na ficha do ACS um espaço para anotação da realização da visita domiciliar de pesquisa e orientação de eliminação dos criadouros, que semanalmente deve ser consolidado na ficha “D” do enfermeiro da equipe. Em casos de suspeita da presença de larvas, o ACS foi orientado a comunicar a equipe, que por sua vez deve acionar o Serviço de Vigilância a Saúde da região, para coleta de amostras e confirmação. Não podemos deixar de associar a esta ação a grande queda no número de casos do Município observado no ano seguinte e que se mantém até hoje como demonstrado no gráfico a seguir:

CAPACITAÇÃO DOS ACS EM NOV / 2007

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Fonte: Banco SINAN/ COVISA

Considerações finais: O ACS por suas características inerentes como morador do território e conhecedor de sua micro-região tem fácil acesso às residências e credibilidade dos seus moradores facilitando sua entrada no domicílio. No período de janeiro a julho de 2009, a proporção de visitas domiciliares do ACS com ações educativas de dengue foi de 89%. Das 5.328.758 visitas domiciliares de acompanhamento às famílias, 4.745.210 foram realizadas com orientações e vistoria para controle da dengue. Suas visitas constantes monitoraram a manutenção do ambiente livre de criadouros favoráveis a proliferação do mosquito vetor, Aedes aegypti. Com esta sensibilização conseguimos potencializar as ações dos Agentes de Zoonoses nas regiões, integrando serviços e aumentando em grande número os atores no combate a doença. Por fim, é preciso considerar que Municípios com a dimensão de São Paulo, com elevada densidade demográfica, heterogeneidade populacional e barreiras geográficas necessitam de ações descentralizadas e muita ousadia dos gestores para responder com efetividade ao controle de doenças epidêmicas.

Autores: Edjane Maria Torreão Brito, Vicente José Salles de Abreu, Silvia Aparecida Cisi Tannus, Maria Cristina Honório dos Santos Instituição: Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo – Coordenação da Atenção Básica

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A ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA ASSISTINDO O PORTADOR DE ÚLCERA VENOSA Introdução: Hoje o portador de ferida constitui um problema epidemiológico de impacto social. A úlcera venosa é uma doença de extrema relevância e alta prevalência, acomete cerca de 4% da população idosa brasileira, assim como também caracteriza 90% dos portadores de úlcera de perna. Uma de suas complicações é o elevado número de recidivas, chegando a 66%. A ferida ultrapassa a lesão física, ela fragiliza o ser humano sob vários aspectos. A dor, a inabilidade para o trabalho, perda da auto-estima, hospitalizações e visitas freqüentes a unidade básica de saúde causam grande impacto na qualidade de vida do portador de úlcera venosa. Também temos o conhecimento de como a qualidade de vida e o controle de doenças associadas, nutrição, obesidade, tabagismo, assim como outros fatores, influenciam na cicatrização da lesão. Os profissionais devem programar uma assistência individualizada e integral, não se limitando a realizar o curativo, de modo a garantir ao paciente permanência no meio em que vivem, exercendo de forma independente suas funções na sociedade. Uma equipe qualificada, com visão holística é a ferramenta para construção de um serviço humanizado, sendo fundamental para a reorientação do modelo assistencial vigente. Também temos como um dos objetivos da Estratégia de Saúde da Família humanizar as práticas de saúde através do estabelecimento de vínculos entre profissionais e população. Objetivos: Caracterizar o perfil dos portadores de úlcera venosa da UBS Dom João Nery, otimizando a qualidade da assistência. Metodologia: A pesquisa é do tipo exploratória, descritiva, com abordagem quantitativa. A população de estudo foi composta pela totalidade de pacientes em tratamento de feridas crônicas na UBS Dom João Nery no período de janeiro de 2007 a agosto de 2009, foi utilizado um instrumento contendo dados clínicos da clientela. Resultados: A realização deste trabalho permitiu que fosse traçado o perfil da população estudada. Os resultados mostraram que entre os 81 pacientes portadores de feridas acompanhados na UBS 74% são portadores de úlcera venosa, 63% apresentavam idade superior a 60 anos. Foi verificado o predomínio do sexo feminino com 61% dos pacientes. Com relação à doença associada houve predomínio de HAS 62% seguida de DM 18%. O tempo de existência da úlcera mostrou um predomínio superior a 2 anos em 80% dos pacientes. O número de abandonos foi de 13% e obtivemos 22% de alta.

Autores: Adriana Regina Zechi, Carolina Reis Sgarbi, Glaucia Ribeiro Rossi, Deise Mascarenhas de Queiros, Leonardo Messa Unidade: Dom João Nery Instituição Parceira: Atenção Primária à Saúde Santa Marcelina

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A ÉTICA E O TRABALHADOR EM SAÚDE: REFLEXÕES PARA MUDANÇAS DE PRÁTICAS A sociedade no século XXI enfrenta uma grave crise ética no que se refere aos valores humanitários e interpessoais. Cada vez mais nota-se o individualismo e o desenvolvimento de uma cultura hedonista, em que os interesses pessoais estão acima dos coletivos. Por outro lado, o trabalho em saúde demanda dos profissionais envolvidos nesta atividade uma postura diferenciada, norteada em valores como: respeito, humildade, dedicação e empatia. Nesta perspectiva, o objetivo do presente trabalho é relatar a vivência de momentos de reflexão com trabalhadores da saúde, tendo em vista o resgate de princípios éticos fundamentais para o desenvolvimento de suas atribuições. Este estudo observacional descritivo do tipo relato de experiência desenvolveu-se com os colaboradores da Atenção Primária à Saúde Santa Marcelina no município de São Paulo-SP. O primeiro contato com estes trabalhadores é feito no momento admissional, no qual é apresentada a importância da aplicação de valores humanitários como norteadores das práticas profissionais. O desenvolvimento dessas práticas no cotidiano dos colaboradores é visto como fundamental pela Instituição. A seqüência da abordagem é dada por encontros mensais com os funcionários, nesses momentos ocorrem a troca de experiências sobre aplicação de conceitos éticos nas Unidades Básicas de Saúde e é propiciado o desenvolvimento da dimensão espiritual, através de oração e reflexão. Além disso, ocorrem visitas periódicas às Unidades de Saúde para o desenvolvimento em conjunto com a equipe de estratégias para o fortalecimento dos princípios discutidos nos encontros anteriores. Observa-se, assim, que esta iniciativa foi exitosa no sentido de propiciar melhoria nas relações interpessoais do trabalho e na qualificação da assistência aos usuários do serviço de saúde. Entretanto, existem muitos desafios a serem superados, uma vez que nem todos os colaboradores compartilham dessa vivência ou dão abertura para que as atividades sejam realizadas.

Autores: Eduardo Evangelista dos Santos Instituição Parceira: Atenção Primária à Saúde Santa Marcelina

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A GESTÃO DA QUALIDADE MOTIVANDO PESSOAS NA APS Introdução: A Casa de Saúde Santa Marcelina caracteriza-se como instituição filantrópica na região da zona leste e possui parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo através de contratos de gerenciamento, iniciados com a Organização Social da microrregião de Cidade Tiradentes e Guaianases em 2007. A decisão de implantar a Gestão da Qualidade como componente estratégico para a melhoria e excelência na prestação de serviços de saúde na Atenção Primária em Saúde (APS), acontece em fevereiro de 2008 através do Projeto Acreditar, que visa Acreditação de um sistema de treze unidades de Microrregião Tiradentes e Coordenação APS, e em 2009 mais dezesseis Unidades da Microrregião de Guaianases e dezesseis da Microrregião de Itaim Paulista. Destacamos neste processo da Qualidade a estratégia motivacional dos Colaboradores com a nova perspectiva de melhoria da qualidade de vida profissional e o entusiasmo de fazer parte desta construção coletiva Institucional. Objetivos: Valorização do Colaborador na Implantação da Qualidade. Métodos: Sensibilização da qualidade, capacitações, implantação das ferramentas da qualidade (POP, Manual de Procedimentos, 5S, 5W2H, Cadeia de Processos, Cronogramas, Planilhas de monitora) e valorização profissional de todos os colaboradores, inserindo no Processo e interagindo Institucionalmente. Resultados Esperados: Visão Institucional “Alcançar o mais alto nível de excelência na Atenção Primária à Saúde, garantindo bem estar, equidade e solidariedade em suas ações. Conclusão: Com a organização dos serviços, gerenciamento e clarificação das rotinas a serem executadas, as unidades se tornaram mais empoderadas pelo processo de implantação da Qualidade e responsabilizadas pela ambiência institucional, utilização racional de recursos e diminuição de conflitos internos no trabalho e conseqüentemente “COLABORADORES MOTIVADOS” profissionais felizes.

Autores: Celia Maria Pinheiro dos Santos, Eliana de Sousa Alvim Santos, Diene Keli Assunção dos Santos, Nathalia Traglia, Emilia Anastácio. Instituição Parceira: Atenção Primária à Saúde Santa Marcelina

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A SALA DE ESPERA COMO ESPAÇO DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE Introdução: A prevenção de agravos e a promoção a saúde são princípios da atenção básica. Uma das estratégias utilizadas para efetivar esses princípios é a educação em saúde, definida por Alves (2005) como “um recurso por meio do qual o conhecimento cientificamente produzido no campo da saúde, intermediado pelos profissionais de saúde, atinge a vida cotidiana das pessoas, uma vez que a compreensão dos condicionantes do processo saúde-doença oferece subsídios para a adoção de novos hábitos e condutas de saúde”. Diante da baixa adesão da comunidade frente às ações educativas propostas pela Unidade de Saúde da Família (USF), foi repensado um espaço que atingisse maior número de pessoas da comunidade. Sendo a sala de espera um ambiente onde há uma grande concentração de usuários, percebemos as ações educativas teriam maior abrangência e repercussão, pois neste espaço “ a educação em saúde deixa de ser um processo estático, baseado na transmissão de forma vertical do conhecimento dos profissionais de saúde para a população, para ser um processo dinâmico de construção, troca e interação.” (GONÇALVES; PASKULIN, 2007). Objetivos: Realizar ações educativas com usuários presentes na sala de espera de uma Unidade de Saúde da Família (USF) abordando temas na área da saúde baseados no cotidiano dos usuários. Metodologia: Os temas a serem apresentados foram discutidos entre os membros USF, e elaborada sua apresentação na sala de espera através de peças teatrais, com o uso de materiais didáticos, além de figurinos customizados e recicláveis. As apresentações realizadas sobre tuberculose, papanicolaou – saúde da mulher, saúde da criança, entre outras, abordaram todos os ciclos de vida e contaram com a participação dos profissionais da USF. Resultados: As ações educativas motivaram a participação dos usuários presentes na sala de espera e auxiliou o redirecionamento do modelo assistencial, promovendo a prevenção dos agravos e promoção da saúde da comunidade. Considerações finais: Com a experiência realizada percebemos que a sala de espera é um espaço privilegiado para a promoção da saúde e prevenção de agravos, devendo ser estimulado dentro das USF.

Autores: Scheila Viana Barros, Eliana Aparecida Paes Carvalho, Fabiana Neves, Flávia Beatriz da Silva; Luana Paula Tommasini, Paula Roberta Volponi. Instituição Parceira: Atenção Primária à Saúde Santa Marcelina

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A UTILIZAÇÃO DE FLUXOGRAMAS NA ANÁLISE DOS PROCESSOS ADMINISTRATIVOS DA COORDENAÇÃO Introdução: Com a iniciativa de implantação da gestão pela qualidade na Coordenação APS Santa Marcelina, surgiu a necessidade de analisar os processos de trabalho dos setores envolvidos, algumas vezes com a necessidade de reestruturálos. O estudo dos processos administrativos da Coordenação da APS Santa Marcelina foi realizado por meio da elaboração de fluxogramas. Objetivo: Analisar os processos administrativos dos setores da Coordenação APS para organizá-los de acordo com a padronização de acordo com os critérios da Gestão pela Qualidade. Trajetória Metodológica: Foram realizadas visitas em todos os setores da Coordenação APS com o intuito de descrever e desenhar os fluxogramas das atividades realizadas por este setor. A descrição e o desenho foram realizados com a participação efetiva dos atores do processo juntamente com a Diretoria da APS Santa Marcelina. A técnica utilizada para estudo dos processos Administrativos da Coordenação APS Santa Marcelina foi a elaboração de fluxogramas. Os fluxogramas procuram apresentar o processo passo a passo, ação por ação. Existem vários tipos de fluxograma, com maior ou menor nível de detalhamento, dependendo do tipo de atividade descrita, de sua destinação específica ou ainda do critério adotado pelo gestor responsável. O fluxograma facilita a identificação de falhas em um dado processo e permite que qualquer pessoa realize a atividade descrita sem maiores dificuldades. Resultados: As visitas nos setores proporcionaram uma visão mais clara sobre as atividades realizadas por cada um deles. Foi importante a participação dos atores do processo na descrição das atividades e no desenho dos fluxogramas por causar um maior comprometimento dos colaboradores com as atividades realizadas pelos seus respectivos setores. Devido a identificação de re-trabalho em alguns setores houve a necessidade de se reestruturar alguns deles centralizando atividades que vinham sendo realizadas em duplicidade. Os setores descreveram suas atividades, desenharam seus fluxogramas e encaminharam à Diretoria da APS Santa Marcelina para validação aguardando assim os passos seguintes para a implantação da Gestão pela Qualidade.

Autores: Moraes, Valquiria Maria Claro Moreira, Vilma Rodrigues Venâncio Instituição Parceira: Atenção Primária à Saúde Santa Marcelina

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AÇÕES DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA FRENTE À PANDEMIA INFLUENZA A H1N1 Introdução: O Município de São Paulo (MSP), embasado na portaria do Ministério da Saúde nº 648/GM de 2006, reconhece na Atenção Básica o modelo da Estratégia de Saúde da Família como prioritária e norteadora em sua organização. O MSP, com 10.998.813 habitantes e 1.224 Equipes de Saúde da Família (ESF), distribuídas em 245 Unidades Básicas de Saúde, com 45% de cobertura populacional, encontra-se dividido em cinco Coordenadorias Regionais de Saúde (CRS), vinte e quatro Supervisões Técnicas de Saúde (STS) e doze Instituições Parceiras. Na evolução da Pandemia Influenza A H1N1, com um novo subtipo deste vírus, de comportamento diferente nas habituais epidemias de Influenza sazonal, verificouse maior vulnerabilidade das gestantes atribuída às alterações imunitárias características deste período, bem como, a expansibilidade torácica diminuída. Mesmo sem estudos comparativos, detectou-se casos de gestantes que evoluíram até o óbito. Objetivo: O presente trabalho relata a resolubilidade das ações das ESF frente à vulnerabilidade das gestantes na pandemia Influenza A H1N1. Metodologia: O contato DESCRIÇÃO DO AGOSTO SETEMBRO Outubro TOTAL direto dos Agentes MONITORAMENTO DE 11 A 31 DE 01 A 30 DE 01 A 30 GERAL Comunitários de Saúde (ACS) 140.906 80.294 50.482 271.682 com a população, através das 42.817 23.371 83.759 17.571 visitas domiciliares e inserção 59.598 29.428 105.409 16.383 na comunidade, conferiu 29.490 17.990 60.144 12.664 agilidade e capilaridade das 51.818 32.876 106.129 21.435 orientações. Estas premissas foram determinantes para o planejamento de ações educativas e assistenciais, possibilitando alcançar com a rapidez necessária as gestantes cadastradas pelas equipes. TOTAL GESTANTES MONITORADAS

Nº GESTANTES NO ÚLTIMO TRIMESTRE

VISITA DOMICILIAR

ABORDAGEM

CONTATO TELEFONICO NA UBS

A Rede Municipal conta com 420 Unidades Básicas de Saúde (UBS) sendo, 175 UBS ainda com o “modelo tradicional”. Para atingirmos estas UBS nosso aliado para localização das gestantes foi a Rede de Proteção à Mãe Paulistana. Na ausência das ESF, as enfermeiras e auxiliares de enfermagem das 175 UBS realizaram controle das respectivas gestantes, via contato telefônico, na própria UBS ou em visitas ao território, com objetivo de monitorá-las. As Supervisões de Vigilância a Saúde (SUVIS), tem estado presente ao longo de todas as ações desenvolvidas e no acompanhamento de casos da gripe “H1N1” e seus contactantes. A rede de televisão corporativa de SMS tem realizado programas educativos, transmitidos simultaneamente para todas os usuários e funcionários das UBS, com esclarecimentos e divulgação das medidas necessárias no combate a “H1N1”. Autoras: Tannus, Silvia Aparecida Cisi; Edjane Maria Torreão Brito; Silvana Kamehama; Cecília Seiko Takano Kunitake; Lucia Helena da Silva. Instituição: Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo – Coordenação da Atenção Básica

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ACREDITAÇÃO DE UNIDADES COM ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMILIA: POR QUE NÃO ACREDITAR ? O Projeto Acreditar é pioneiro, iniciou em 2008 e prevê a Acreditação Nivel 1 da Organização Nacional de Acreditação (ONA), que reconhece níveis de estrutura correspondentes às características relativamente estáveis e necessárias ao processo assistencial, abrangendo a área física, recursos humanos (número, tipo, distribuição e qualificação), recursos materiais e financeiros, sistemas de informação e instrumentos normativos técnico-administrativos, apoio político e condições organizacionais (D'Innocenzo,2006). São treze serviços de Saúde com modalidades de Estratégia de Saúde da Família(ESF), modelo sem Estratégia de Saúde da Família , pronto atendimento Assistência Médica Ambulatorial (AMA), Centro de Especialidades Odontológicas (CEO) e Núcleo Integrado de Reabilitação (NIR )e Nível Estratégico da Atenção Primária Santa Marcelina . As premissas são responsabilidade civil, segurança do paciente e saúde ocupacional, meio ambiente e biossegurança. Este conjunto de serviços foi avaliado a partir de padrões pré-definidos em sessões da ONA através de diagnóstico inicial realizado pelo Instituto Qualisa de Gestão, instituição parceira no projeto. Foram realizadas ações de sensibilização para implantação da cultura da Qualidade assim como auditorias que apontam correção das não conformidades. Objetivos: Concretizar a Acreditação Nível 1em 2009 e Consolidar a cultura de segurança e Qualidade nos serviços de Atenção Primária em Saúde. Metodologia: Os Diagnósticos foram entregues para gestores e equipes, o Escritório da Qualidade estratificou as responsabilidades para a correção dos itens apontados, gestores formaram equipes de multiplicadores interdisciplinares e áreas técnicas do Nível estratégico interagiram com equipes das unidades para correão e definição de estratégias de prevenção. Resultados: Das 2133 não conformidades apontadas no diagnóstico foram corrigidas 1573, elevando a interação entre gestores e protagonistas do nível operacional, descentralizando decisões. Conclusões: Diretrizes definidas contribuíram para que gestores e equipes estejam mais envolvidos e com autonomia.Estrutura física e fluxos seguros para usuários ,conduzem a equipe à resultados com foco na necessidade da clientela e garantem o sucesso do Sistema. A meta para Acreditação deste nível está prevista para novembro de 2009.

Autora: Diene Keli Assunção dos Santos Instituição Parceira: Atenção Primária à Saúde Santa Marcelina

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ALTERNATIVAS PARA ADESÃO DOS MÉDICOS NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA, SÃO PAULO. Introdução: A implantação da Estratégia Saúde da Família (ESF), no Município de São Paulo (MSP) se deu por meio de Termo de Convênio com Instituições da sociedade civil, para compartilhar a gerência dos serviços e desenvolver uma gestão com maior qualidade e efetividade. O Município de São Paulo, com 10.998.813 habitantes, uma extensão territorial de 1.706 km², tem hoje, 1.224 Equipes de Saúde da Família, distribuídas em 245 Unidades Básicas de Saúde, com 45 % de cobertura populacional e 12 Instituições Parceiras. Frente às diversidades e complexidades da Cidade de São Paulo existe uma dificuldade concreta de contratação e fixação dos médicos nas equipes da extrema periferia e da zona rural do Município. Objetivo: Relatar as medidas alternativas para a lotação e fixação dos médicos em Unidades de Saúde da Família, que apresentam características consideradas de Difícil Provimento. Metodologia: Após estudo de déficit de médicos realizado pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS), constatou-se que a extensão territorial da Cidade e as barreiras geográficas, entre outros, são fatores negativos para adesão destes profissionais às equipes. Em locais com piores índices de condições vida/saúde e maior exposição à violência, este déficit mostrou-se mais acentuado. Diante deste cenário tornou-se premente planejar medidas inovadoras para adesão do médico às equipes de Saúde da Família. Desta forma, a SMS instituiu a “gratificação de Difícil Provimento I, II e III”, correlacionando cada uma destas categorias a gratificação salarial diferenciada, levando em conta a distância e a vulnerabilidade social. Conclusão: Em uma Metrópole como São Paulo é necessário estudar mudanças e investimentos para que os serviços de saúde respondam às demandas da população em condições sociais desiguais. A criação da gratificação de Difícil Provimento I, II e III incrementou a contratação dos médicos nas equipes, favorecendo a manutenção da Estratégia Saúde da Família, nesses locais e contribuindo para uma maior equidade social, universalidade do acesso e potencialidade dentro do Sistema Público de Saúde.

Autoras: Duarte, Maria Lúcia do Amaral; Silvia Aparecida Cisi Tannus; Lúcia Helena da Silva; Edjane Maria Torreão Brito; Maria Cristina Honório dos Santos. Instituição: Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo – Coordenação da Atenção Básica

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ARBORIZAÇÃO URBANA EM GUAIANASES: UM NOVO OLHAR PARA A SAÚDE Introdução: A experiência da Arborização Urbana ocorre nas áreas de abrangência das Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSF) com Estratégia Saúde da Família (ESF) na região de Guaianases, zona leste da cidade de São Paulo. Trata-se de uma região com baixo índice de arborização, resultando num ambiente desequilibrado, com baixa qualidade de vida e agravos aos problemas de saúde respiratória. Neste sentido, por iniciativa da Atenção Primária à Saúde (APS) Santa Marcelina através do Setor Saúde e Meio Ambiente e da Subprefeitura de Guaianases, a proposta visa o aumento da cobertura vegetal na região. Objetivo: Aumentar a cobertura vegetal da região de Guaianases com base em um processo técnico, planejado e participativo. Minimizar os problemas de saúde e melhorar a qualidade de vida dos moradores da região e da cidade. Metodologia: O desenvolvimento segue as seguintes fases, em cada UBSF: 1ª Fase: Planejamento; 2ª Fase: Apresentação e discussão da proposta; 3ª Fase: Capacitação das Equipes de Saúde e Sensibilização para adesão; 4ª Fase: Eventos e reuniões na comunidade para divulgação do Projeto e Adesão dos moradores; 5ª Fase: Devolutiva do Termo de Adesão; 6ª Fase: Análise Técnica das áreas potenciais para o plantio; 7ª Fase: Aquisição de mudas; 8ª Fase: Plantio; 9ª Fase: Monitoramento. Resultados: Houve o envolvimento das Equipes de Profissionais de Saúde das UBSF no planejamento e na realização de ações para a promoção da arborização no território. Outro ponto bastante positivo foi a participação dos Agentes Comunitários de Saúde, junto a comunidade na adoção e manutenção das mudas de árvores plantadas. Até o presente momento participam da fase de plantio duas UBSF contabilizando 100 árvores e 200 árvores em processo de analise técnica para plantio. Soma-se a isso, a revitalização de quatro praças da região, envolvendo o plantio de árvores, estimando-se beneficiar uma população direta de aproximadamente 120.000 pessoas. Essas ações incentivaram e fomentaram a participação da comunidade nas questões ambientais do bairro. Conclusão: Com o sucesso do processo descrito pretende-se replicar a experiência às outras UBSF da região leste da cidade de São Paulo, atendendo assim ao objetivo de contribuir com o aumento da cobertura vegetal da cidade de São Paulo, reduzindo os problemas de saúde e proporcionando uma melhor qualidade de vida aos moradores.

Autora: Verônica de Sá Rolim; Andreia Perez; Aurora da Silva Oliveira; Michele Araújo; Rachel Eny Bonomo Instituição Parceira: Atenção Primária à Saúde Santa Marcelina

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ASSESSORIA TÉCNICA DE ENFERMAGEM NO PROCESSO DE ACREDITAÇÃO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE A enfermagem desempenha um papel fundamental para a efetivação do processo de qualidade no serviço de saúde, uma vez que é inerente a sua prática assistencial a produção de serviços relativos ao cuidado, que envolvem os aspectos tecnológicos, gerenciais, científicos, éticos e educativos configurando uma estrutura dinâmica e complexa. As atribuições do Enfermeiro Responsável Técnico (RT) reafirmam o papel deste profissional de motivar e manter a integração da equipe e planejar as atividades de modo a atingir os objetivos propostos e a melhoria organizacional. Objetivo: O objetivo deste trabalho é relatar a experiência da equipe de Assessoria Técnica da APS Santa Marcelina com os Enfermeiros Responsáveis Técnicos na OS Santa Marcelina. Metodologia: Com a gestão da qualidade implantada na APS Santa Marcelina, o Enfermeiro RT teve seu papel efetivado e assumiu, então, de forma compartilhada, com os demais Responsáveis Técnicos da Equipe Multiprofissional e gerente, a liderança dos processos técnicos da unidade de saúde. Além disso, também acompanhou a implementação de protocolos e rotinas assistenciais de enfermagem normatizados e validados pela instituição. O acompanhamento das suas ações ocorre por meio de reuniões técnicas mensais com a Assessoria Técnica de Enfermagem da APS Santa Marcelina para alinhamento conceitual e padronização da assistência de enfermagem nas unidades de saúde da região, e também por meio de visitas deste setor aos responsáveis técnicos a fim de acompanhar sua ação localmente. Resultados: Evidenciamos a efetivação do acompanhamento sistematizado pelos Enfermeiros com a equipe de enfermagem, com o propósito de identificar as necessidades de orientação e treinamento, com o intuito de prevenir situações problemáticas. Dessa forma, a ação do Enfermeiro RT pode ser considerada uma estratégia para a democratização e uniformização do padrão de assistência de enfermagem, pois visa à transformação do modelo assistencial hegemônico através de uma assistência resolutiva aos usuários do sistema de saúde e focada na gestão da qualidade. Recomendação: Esta vivência mostrou que a aproximação da Assessoria Técnica ao grupo de Enfermeiros Responsáveis Técnicos da região foi relevante, pois se configurou na proposta de resgatar o seu papel de facilitador do processo de implantação e acompanhamento das diretrizes assistenciais adotadas pela instituição, liderando as questões técnicas de sua especificidade que envolvem as atividades desenvolvidas nas unidades de saúde da APS Santa Marcelina.

Autoras: Ieda Carla A. S. S. Pestana; Diana Verona Rua Instituição Parceira: Atenção Primária à Saúde Santa Marcelina

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ATENDIMENTO MULTIPROFISSIONAL AOS RESPIRADORES BUCAIS NA APS SANTA MARCELINA EM CIDADE TIRADENTES Introdução: A maioria dos respiradores bucais é portador de maloclusão, sendo a mordida aberta anterior, associada a algum tipo de hábito deletério, a mais frequente (ALVES PINTO, 2004). Entende-se por maloclusão uma relação anormal dos dentes que assumem um contato indesejável com os do arco antagonista. O tema proposto envolve várias especialidades na presença e tratamento das causas e consequências da respiração bucal ou mista. Os estudos epidemiológicos apontaram que cerca de 45% das crianças de 5 anos encontravam-se acometidas por algum tipo de maloclusão no Estado de São Paulo em 2002. No Brasil, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as maloclusões dentárias são o terceiro problema odontológico de saúde pública. Em Cidade Tiradentes estima-se que cerca de 33.000 crianças até os 10 anos de idade estejam acometidas pela maloclusão. Sob o aspecto social e cultural das doenças, as maloclusões podem ser incluídas entre as alterações bucais que mais interferem na qualidade de vida da população, pois afetam a estética facial, causam prejuízos à mastigação, à fala, à interação social e diminuem o sentido de bem-estar (MACIEL et al, 2006). Objetivos: Diminuir o índice de maloclusão na primeira dentição; recuperar a forma e função do sistema estomatognático; prevenir a maloclusão na dentição permanente; contribuir para a saúde geral das crianças; contribuir para qualidade de vida dos usuários do serviço; favorecer ações transdisciplinares no planejamento e execução de ações de saúde. Metodologia: Sensibilização, capacitação e calibração de todas as categorias profissionais envolvidas (saúde bucal, fonoaudiologia e fisioterapia); inserção do rastreamento de risco às maloclusões nas triagens de saúde bucal já existentes das famílias; discussão dos casos nas equipes multiprofissionais para encaminhamento ao Centro de Especialidades Odontológicas (CEO) / Núcleo Integrado de Reabilitação (NIR) Tiradentes; acompanhamento da contra-referência na Unidade de Saúde de origem. Resultados: Cerca de 90% dos usuários classificados como respiradores bucais possuíam algum tipo de alteração fonoaudiológica e postural, sugerindo maior aproximação dos fonoaudiólogos e fisioterapeutas com a equipe de saúde bucal das unidades de saúde para qualificar os encaminhamentos dos casos. Esse fato demandou a necessidade de construção de um instrumento comum de escore de cada caso para estabelecer as prioridades para cada especialidade, o que auxiliou na avaliação da eficácia da intervenção; também demandou a aplicação de um questionário de qualidade de vida validado (PedsQL) para avaliar qualidade do sono, dificuldades de atenção etc. Conclusão: Embora ainda em fase inicial, a estratégia de trabalho tem funcionado como facilitadora da comunicação multiprofissional, além de minimizar as recidivas. Consequentemente contribuirá para melhorar a qualidade de vida das crianças portadoras da síndrome de respiração bucal e de seus familiares favorecendo, também, na sedimentação da prática transdisciplinar no serviço público. Autores: Fernanda Lucia de Campos, Marcus Vinicius Diniz Grigoletto, Silvio Carlos Coelho de Abreu, Julie Silvia Martins Instituição Parceira: Atenção Primária à Saúde Santa Marcelina

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ATUAÇÃO DA PARTICIPAÇÃO SOCIAL JUNTO À COMUNIDADE ATENDIDA PELA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE Introdução: A Casa de Saúde Santa Marcelina através da atuação das Organizações Sociais (OS) nas Microrregiões de Itaim Paulista e Tiradentes/Guaianases resolve inovar no que tange ao controle social. Por intermédio do setor de Participação Social e do entendimento de que a participação cidadã é pilar das políticas públicas de saúde, e é fator preponderante para o desenvolvimento local e para a garantia dos processos de trabalho; Iniciou um trabalho de acompanhamento sistêmico, fomentando o estreitar de laços entre comunidade e Unidade Básica de Saúde (UBS) efetivando o Controle Social preconizado pela lei federal 8.142/90. Objetivo: Acompanhar sistematicamente as reuniões dos conselhos gestores, identificando as necessidades da população, para dar resolutividade nas respostas através de prestação de contas periódicas, ou conforme, solicitação dos conselheiros, sobre os recursos ou serviços repassados para a Instituição. Metodologia: Foram realizadas oficinas com os gerentes, através de dinâmicas participativas e problematizadora, com o objetivo de estreitar laços e parcerias, além de, resgatar a importância da participação cidadã, e com isso promover a co-responsabilidade nas dificuldades encontradas e nas ações a serem desenvolvidas nas reuniões dos conselhos, dando resolutividade nas respostas à comunidade; No decorrer das visitas, foram identificados dificuldades e questionamentos que precisavam ser esclarecidos, portanto, fez-se necessário organizar um cronograma para a prestação de contas dos serviços e dos recursos solicitados pela comunidade. Isto acontecia na medida em que os conselheiros apontavam necessidades nos mais variados âmbitos de discussão. Resultados: Foram realizadas visitas para acompanhamento em reuniões dos conselhos gestores; Oficinas para fomentar aos gerentes à importância da participação cidadã; Reuniões para prestação de contas, dos recursos humanos e financeiros, das reformas e manutenções; Assiduidade nos conselhos; Parceria entre UBS e população em eventos e campanhas de saúde, e co-responsabilidade em resolver dificuldades ou problemas sociais, como a violência. Aprendizado Institucional: Com a aproximação dos trabalhadores junto à comunidade efetivando a lei de Controle Social, conseguimos avançar muito. Entretanto, ainda há muitos passos a serem dados, há barreiras que devem ser quebradas; É preciso deixar para trás os preconceitos e o tecnicismo que impossibilita a construção coletiva das ações de saúde. A comunidade por sua vez vem demonstrando o interesse em discutir políticas públicas, participando das discussões com os Gerentes sobre os repasses, sobre o planejamento da UBS e de como contribuir para a execução dos serviços, por exemplo: nos grupos temáticos, ou nas dificuldades encontradas no decorrer do processo de trabalho.

Autores: Renato Nogueira dos Santos; Estefânia Rodrigues Veiga; Rute Pereira Mendonça Coutinho; Maria Sebastiana Felix Bizzeto Instituição Parceira: Atenção Primária à Saúde Santa Marcelina

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AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO COMO FERRAMENTA DE GESTÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA Introdução: A Estratégia de Saúde da Família (ESF), ao longo da última década têm proporcionado algumas mudanças no contexto da saúde oferecida à comunidade e famílias assistidas. Para a efetivação, acompanhamento e monitoramento das ações da ESF, a Atenção Primária a Saúde Santa Marcelina firmou convênio com a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo para gerenciar 32 unidades com 114 equipes de saúde da família. Este gerenciamento ocorre através da composição do Conselho de Acompanhamento (CONACO), composto por profissionais representantes dos dois segmentos, Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e Santa Marcelina. Em 2009 a Casa de Saúde Santa Marcelina iniciou a reestruturação da área de RH, implantando a Diretoria de Gestão Estratégica de Pessoas, que entre outras ações elaborou e implantou a Avaliação de Desempenho dos colaboradores da Instituição, focada no processo educativo e pedagógico (Feedback positivo), como responsabilidade do setor de Desenvolvimento de pessoas. Objetivos: Dentre os objetivos do CONACO esta o fortalecimento das lideranças/gerentes locais, instrumentalizando-os com técnicas de monitoramento dos indicadores da ESF, medidas disciplinares, organização do processo de trabalho das equipes, avaliação de desempenho e ferramentas de qualidade. O principal enfoque é despertar à necessidade e importância de ampliar o olhar para a excelência da assistência prestada aos usuários. Metodologia: Realizamos reuniões regionais por Supervisão de Saúde, com as Gerências locais, quando apresentamos e discutimos o instrumento de avaliação, os perfis de competência e atribuições dos cargos, e ao mesmo tempo promovemos uma reflexão sobre a atitude de feedback positivo que deveria nortear o processo de avaliação. Conclusão: Promover reflexões e discussões técnicas com os gerentes foi de fundamental importância para a efetivação e absorção do tema. Desta forma, a proposta de gestão de pessoas por competências, foi mais bem entendida na abordagem o que qualificou o processo que aconteceu nas Unidades de saúde. A avaliação por parte dos colaboradores tem demonstrado sinais de que estamos no caminho certo.

Autores: Virgilio Hege de Oliveira; Lúcia Helena Ferreira Viana; Otília Dora Simões dos Santos; Irmã Monique Marie Matre Bourget Instituição parceira: Atenção Primária à Saúde Santa Marcelina

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AVALIAÇÃO DE RISCO CLÍNICO REALIZADA POR ENFERMEIROS NA AMA JARDIM PIRAJUSSARA Introdução: A avaliação com classificação de risco clínico realizada pelo enfermeiro tem por finalidade estratificar o risco dos usuários em relação às queixas, formando um instrumento que pretende hierarquizar o atendimento conforme a gravidade, identificando urgências e emergências, direcionando os casos mais graves para atendimento imediato pela equipe medica, constituindo ainda, uma forma de organizar o processo de trabalho informando aos pacientes e familiares sobre a expectativa de atendimento e tempo de espera. Objetivo: Analisar a prevalência de risco clínico em pacientes atendidos na AMA Jardim Pirajussara, em pediatria e clínica médica. Metodologia: Trata-se de um estudo quantitativo-descritivo, realizado no período de maio a dezembro de 2008, e serviram como forma de demonstrar a realidade diária da unidade. A coleta , interpretação e análise dos dados foi realizada por meio do levantamento das fichas de atendimento do dia anterior, onde na análise, há a verificação da queixa principal, a história pregressa, o relato do enfermeiro que realizou a avaliação, bem como, os sinais vitais do paciente/usuário. Foram analisadas 44.217 fichas de atendimento da clínica médica e da pediatria. Resultados: Foram atendidos 44.217 pacientes, sendo, 28.297 da clínica médica, representando 64% dos atendimentos, 15.920 pacientes da pediatria, representando 36% do total de atendimentos. Dos 28.297 pacientes atendidos na clínica médica, 93,93% (26.580 pacientes) foram qualificados como verdes, ou seja, atendimentos de baixa complexidade e 5,94% (1.682 pacientes) qualificados como amarelos considerados casos urgentes, e apenas 0,12% (35 pacientes) dos casos foram considerados como emergência. No atendimento a pediatria, do total de 15.920 pacientes 93,98% (14.983 pacientes) foram qualificados com verdes, atendimentos de baixa complexidade e 5,98% (953 pacientes) foram qualificados como amarelos considerados casos urgentes, e apenas 0,04% (6) dos casos foram considerados como emergência. As queixas de maior prevalência foram classificadas como amarelos ou vermelhos (urgências e/ou emergências) da Clínica Médica e da Pediatria. A análise confirma a característica da AMA, ser voltada ao atendimento de baixa complexidade (87,92% do total de atendimentos). Confirmando a importância da Avaliação com Classificação de Risco realizada pelo Enfermeiro, verificamos que no período analisado a demanda dos casos de urgência/emergência, correspondeu a 12,08% dos atendimentos, no entanto, tal avaliação garante a priorização destes atendimentos com base em critérios técnicos utilizados por profissional habilitado.

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Conclusão: O papel dos enfermeiros é imprescindível, pois no momento da realização da Avaliação com Classificação de Risco, o enfermeiro utilizará suas ferramentas obtidas através do conhecimento, para buscar evidências que fundamentem sua decisão naquela qualificação, porque é com esta avaliação que será determinado quem será primeiramente atendido, e quem poderá aguardar com segurança o atendimento médico. Sendo assim, a importância de tal avaliação, é que a não realização do procedimento aludido na pesquisa consubstancia-se em um retrocesso na política assistencial e definitivamente fere princípios constitucionais, tanto nos aspectos profissionais, quanto nos direitos individuais prescritos em nossa Carta Magna e nos Princípios e Diretrizes do SUS, esculpidos na Lei 8080/90(14).

Autores: Cristiane Oliveira Lima, Tereza Bezerril, Juliana Vasconcelos, Maria do Carmo Instituição parceira: Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein - Instituto Israelita de Responsabilidade Social Albert Einstein / Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo

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AVALIAÇÃO DO PEDAGOGO PÚBLICO NA PROMOÇÃO DE SAÚDE BUCAL REALIZADA POR EQUIPE DE SAÚDE BUCAL NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA DA REGIÃO DO M'BOI MIRIM Introdução: A equipe de saúde bucal na Estratégia Saúde da Família tem um importante papel na educação em saúde bucal da população. Com o intuito de diminuir a filosofia de odontologia restauradora e promover plena saúde bucal, verificamos a necessidade de englobar o núcleo familiar e os cuidadores infantis. Atualmente, as crianças passam grande parte do dia em creches e escolas, logo o interesse de avaliar o conhecimento sobre saúde bucal dos educadores, permitindo avaliar as maiores dúvidas quanto à saúde bucal e promovendo palestras educativas para tornar os educadores agentes promotores de saúde bucal. Metodologia: Um questionário foi elaborado com 33 perguntas de múltipla escolha para avaliar o conhecimento sobre saúde bucal de 32 educadores de escolas públicas de São Paulo na região sul da cidade, Parque Figueira Grande. Os questionários foram entregues aos educadores de escolas públicas que lecionam para crianças de 1 a 6 anos de idade, dentro de envelopes fechados. Esses educadores não receberam informação sobre saúde bucal prévia a pesquisa e responderam ao questionário individualmente. Após 07 dias da entrega, os envelopes foram recolhidos. Todos os questionários foram acompanhados de um termo de consentimento livre e esclarecido. As respostas de cada pergunta do questionário foram categorizadas e submetidas análise descritiva, sendo considerados para uma futura orientação, as que obtiverem maior índice de importância ou dúvida. Conclusão: Os educadores são agentes de transformação e formadores de opinião, logo é de extrema importância motivá-los e educá-los quanto à saúde bucal. Assim, podem ser tornar agentes multiplicadores de saúde colaborando com a equipe Estratégia de Saúde da Família, agindo como agente promotor de prevenção de saúde bucal na sua área de abrangência e proporcionando saúde bucal aos seus alunos.

Autor: Andrade ARV Unidade: UBS Parque Figueira Grande – Região de M'Boi / CRS – Sul Instituição: Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo – em parceria com Associação Comunitária Monte Azul

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AVALIAÇÂO NUTRICIONAL DE PRÉ-ESCOLARES E SEUS DESDOBRAMENTOS NA ATENÇÃO BÁSICA Introdução: A avaliação nutricional, realizada por meio de técnicas apropriadas, detecta a deficiência e excesso nutricional nos diferentes estágios do desenvolvimento, podendo-se a partir daí tomar decisões para o seu tratamento ou prevenção. O Ministério da Saúde (2002) define estado nutricional como “um excelente indicador de saúde e qualidade de vida, espelhando o modelo de desenvolvimento de uma determinada sociedade”. Os fatores que determinam o crescimento e desenvolvimento são complexos e correlacionados, envolvendo fatores socioeconômicos, de alimentação e doenças, além da qualidade do cuidado e desenvolvimento psicológico e social da criança, sendo, portanto a família e a comunidade fundamentais para esses processos. Objetivo: promover ações intersetoriais na atenção básica de saúde visando à promoção da saúde e prevenção de doenças por meio da avaliação do estado nutricional de crianças em idade pré-escolar freqüentadoras de um Centro de Educação Infantil e propor medidas de intervenção. Método: Realização de parceria entre NASF/ESF/CEI e agendamento de avaliação antropométrica das crianças do CEI. Uma população de 121 crianças entre 15 e 41 meses de idade foi pesada e medida e teve seus dados avaliados através do escore Z segundo os índices estatura para idade E/I, peso para idade P/I e peso para estatura P/E com auxílio do programa ANTHRO da WHO 2007. Resultados: Prevalência de 25,6% de déficit de E/I, 0,8% com desnutrição leve, 0,8% com desnutrição moderada, 19% com sobrepeso e 12,4% com excesso de peso de acordo com o índice P/E e 1,6% com desnutrição leve para P/I. Os pais das crianças com estado nutricional inadequado serão convidados a participar de uma ação com a nutricionista do NASF da área de abrangência e deverão agendar consulta com a ESF na UBS de referência, as educadoras do CEI participarão de uma parada pedagógica cujo tema principal será sobre educação nutricional. Conclusão: Os dados demonstram a necessidade e a importância de se acompanhar o crescimento e desenvolvimento das crianças em idade pré-escolar e de se estabelecer parcerias a fim de se criar ações que integrem a saúde a outras políticas sociais como a educação.

Autora: Lucila Pereira Unidade: Supervisão Técnica de Saúde do Campo Limpo Coordenadoria Regional de Saúde Sul - SMS de São Paulo Instituição Parceira: Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein - Instituto de Responsabilidade Social – IIRS

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CAPACITAÇÃO DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA (ESF) - PROJETO ÎLE DE FRANCE Introdução: O acordo celebrado entre a Prefeitura do Município de São Paulo e a Região Île de France, sediada em Paris, implementou o PROJETO ÎLE DE FRANCE. Mediante este acordo firmou-se convênio com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), para a realização de capacitação de profissionais. A SMS, em parceria com a Casa de Saúde Santa Marcelina, desenvolveu a capacitação de Agentes Comunitários de Saúde (ACS), Auxiliares de Enfermagem (AE) e Assistentes Sociais (AS) de unidades na região de Cidade Tiradentes, com foco no desenvolvimento de ações de promoção à saúde e prevenção da violência. Objetivo: Relatar a experiência do projeto de capacitação para profissionais da ESF, na perspectiva de contribuir com a melhoria da qualidade da assistência prestada pelos profissionais envolvidos. Metodologia: O Projeto Île de France capacitou 156 ACS, 38 AE e 3 AS de 32 equipes de Saúde da Família de Cidade Tiradentes. Os temas basearam-se em indicadores epidemiológicos e de necessidades de saúde da região. Utilizou-se a metodologia problematizadora, abordando os conteúdos a partir da realidade dos participantes, propiciando a construção coletiva de conhecimentos e práticas. O projeto ocorreu num trabalho interinstitucional e integrado entre equipes técnicas da SMS, CRS Leste, Supervisão Técnica de Saúde Cidade Tiradentes, Centro de Formação do Trabalhador de Saúde, Casa de Saúde Santa Marcelina e professores convidados. Os participantes dividiramse em 6 turmas e 8 encontros, totalizando 64 horas aulas/turma, onde foi abordada a violência enquanto questão de saúde pública, promoção da cultura de paz, educação e prevenção em Saúde Bucal. Resultados: O tema Prevenção da Violência e Cultura da Paz despertou interesse entre os participantes, pois retratou a realidade local e incentivou a busca de solução dos problemas em conjunto com a comunidade. Foram elaborados 32 projetos e material de apoio pedagógico: “Guia de Apoio às pessoas em Situação de Violência de Cidade Tiradentes”. Desenvolveram-se iniciativas de prevenção e promoção em saúde bucal integradas às atividades cotidianas e o material de apoio pedagógico “Manual de saúde bucal para uso diário do agente comunitário de saúde”.

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Conclusão: O trabalho coletivo de atores de instituições diversas agiliza a execução, fortalece as relações institucionais ao possibilitar a troca de saberes e práticas. A construção de projetos pelos alunos possibilita articular a intervenção a partir da escuta e do olhar daquele que atende a família e que está inserido na comunidade.

Autoras: Manchini, Vera Lucia Martinez, Edjane Maria Torreão Brito, Maria Cristina Honório dos Santos, Cássia Liberato Muniz Ribeiro, Maria de Fátima da Silva Lopes. Instituição: Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo – Coordenação da Atenção Básica

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CAPACITAÇÃO ELABORADA POR ENFERMEIRAS ESPECIALISTAS NA SAÚDE DA MULHER, APLICADO A ENFERMEIROS QUE ATUAM NA ESF Introdução: Após estudo e análise de informações, constataram-se as necessidades de instrumentar melhor o enfermeiro quanto ao atendimento da consulta de Pré-Natal e puerpério. Ocorreu a necessidade imperiosa de uma reflexão crítica sobre antigas práticas e a busca de alternativas de capacitação e atuação do enfermeiro nesse cenário de trabalho. Focou-se na atenção à saúde materna e infantil, uma das prioridades do programa saúde da família, implicando na necessidade de atendimento à demanda e deixando de centrar só na figura do médico as ações de cuidados à saúde da mulher. Foi fundamentada na vivência das autoras na trajetória da construção e caracterização do curso. Objetivo: Capacitar enfermeiros das unidades de saúde da família para o atendimento do Pré-Natal, visando melhorar a qualidade assistencial, diminuindo a mobi-mortalidade materno fetal; resgatar a atuação do enfermeiro na atenção a saúde da mulher. Metodologia: A metodologia em si participativa e problematizadora por meio de aula teórica expositiva e posteriormente atendimento prático nas UBS. Resultados: Com essa capacitação observou-se nos profissionais avaliados: maior segurança na atuação; incremento na motivação para enfrentar o desafio; aumento da competência para superar novas situações de trabalho; e encorajamento necessário para usar, mudar e qualificar uma prática. Conclusão: A capacitação proposta não foi pensada apenas como aquisição de acontecimentos, mas também como transformação da consciência e da prática dos sujeitos do processo, resultando em um compromisso dos participantes com as diretrizes, objetivos tanto do programa saúde da família como da população com a qual trabalham. Os encontros foram além da capacitação técnica, envolvendo aspectos de comprometimento com a proposta, encorajamento no assumir novas práticas e posturas, crescimento pessoal e profissional com a troca de experiências, angústias, incertezas e muita vontade de realizar algo novo.

Autores: Elizabete Conceição de Lima Santos dos Reis, Lucia Helena Ferreira Viana, Denise Benedita Gomes Instituição Parceira: Atenção Primária à Saúde Santa Marcelina

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CONSELHO DE ACOMPANHAMENTO DOS CONVÊNIOS DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA, SÃO PAULO Introdução: A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de São Paulo realiza a gestão da Estratégia de Saúde da Família (ESF) por meio de Termo de Convênio com Instituições Parceiras, sendo a responsável pelo processo de acompanhamento e aprimoramento desta Estratégia. Em outubro de 2007, a Coordenação da Atenção Básica (CAB) pactuou novo Termo de Convênio investindo na qualidade e efetividade da assistência, e implementando medidas para fortalecer a gestão com um sistema de monitoramento/avaliação e a criação De Conselhos De Acompanhamento. O Município de São Paulo, conta com 10.998.813 habitantes e 1.224 Equipes de Saúde da Família, distribuídas em 245 Unidades Básicas de Saúde, com 45 % de cobertura populacional. Objetivo: Apresentação da experiência de implantação do Conselho de Acompanhamento e Avaliação dos Convênios (CONAC) da ESF, do Município de São Paulo. Metodologia: O novo Termo de Convênio instituiu os Conselhos de Acompanhamento na SMS, nas Coordenadorias Regionais de Saúde (CRS) e Supervisões Técnicas de Saúde (STS), possibilitando um diagnóstico e tomada de decisões de forma descentralizada, conferindo agilidade para re-direcionamentos das ações. O foco prioritário de discussão do CONAC é o Sistema de Monitoramento e Acompanhamento dos Convênios da ESF. Este sistema foi construído pelas Coordenações: da Atenção Básica, de Epidemiologia e Informação e de Vigilância à Saúde, sendo composto por 17 indicadores, organizados em seis eixos: Geral; Doenças de Notificação Compulsória; Saúde da Criança; Saúde da Mulher; Saúde do Adulto/Idoso e Acompanhamento do Plano de Trabalho dos Convênios. Para tornar esta ferramenta ágil e parte do cotidiano dos gestores foi desenvolvido um aplicativo de informática que calcula automaticamente os indicadores selecionados. O CONAC reúne-se nas CRS e STS bimestralmente e na SMS trimestralmente, com as Instituições Parceiras. Compete a este grupo avaliar a “Performance” mensal das ESF com relação às metas pactuadas, elaborando relatórios técnicos com recomendações e encaminhamentos. Resultado: A metodologia desenvolvida pela Coordenação da Atenção Básica com a criação dos Conselhos de Acompanhamento de forma descentralizada contribui para o fortalecimento da Gestão Municipal e traz o monitoramento e avaliação, para o cotidiano das Coordenadorias, Supervisões Técnicas de Saúde e Instituições Parceiras, sendo fundamental para que o planejamento das ações seja condizente com a realidade de cada território. Autoras: Figueiredo, Maria Teresa Carmélia Preto Lemos; Silvia Aparecida Cisi Tannus; Maria Lucia Do Amaral Duarte; Terezinha de Jesus Valente Duarte Gomes; Edjane Maria Torreão Brito. Instituição: Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo – Coordenação da Atenção Básica

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CONSELHO DE ACOMPANHAMENTO DOS CONVÊNIOS TRANSFORMANDO A GESTÃO DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMILIA Introdução: A estratégia do programa de Saúde da Família surgiu com o propósito de alterar o modelo assistencial de saúde, centrado na doença, no médico e no hospital que privilegiava a parte curativa em detrimento da preventiva. Logo, essa estratégia veio como resposta às necessidades de uma atenção integral desenvolvida por uma equipe multiprofissional, ao indivíduo e à comunidade. Este elo faz com que seja necessária uma visão mais crítica e holística da qualidade do serviço prestado, requerendo assim uma supervisão sistematizada. Com a evolução do processo de qualidade em saúde, observa-se que as supervisões nas Unidades de ESF eram realizadas em conseqüência de problemas identificados e da avaliação resultante do mesmo, onde eram priorizadas as unidades que apresentavam dificuldades. Com a promulgação da Portaria 1061/2008, implantou-se um cronograma de encontros entre as interlocuções da ESF da Supervisão e Coordenação junto aos gestores das Unidades de Estratégia de Saúde da Família e parceiros, com o intuito de iniciar um processo avaliativo continuo, almejando o desenvolvimento e o aprimoramento da assistência na ESF. Objetivo: Este estudo tem como objetivo relatar a evolução da análise de indicadores, sendo a fonte, o Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB) e demonstrar através de relatórios de avaliação as metas alcançadas, bem como, a mudança no perfil gerencial das USF. Método: Respeitando a Política Nacional da Atenção Básica, o monitoramento foi sistematizado através de 17 indicadores simples, ágeis e de fácil monitoramento organizados em 06 eixos: Geral, Doenças de Notificação Compulsória, Saúde da Criança, Saúde da Mulher, Saúde do Adulto e Acompanhamento do Plano de Trabalho das Instituições Parceiras. Com estes indicadores, construiu-se um instrumento facilitador, tendo como fonte o SIAB. Durante os encontros, este instrumento está norteando a discussão, onde são feitos relatos de ocorrências que limita o alcance das metas, que são monitorados mensalmente tendo como foco, o desafio de modificar o panorama atual. Com este modelo de monitoramento, observou-se uma alteração no comportamento gerencial das USF, como uma melhora dos indicadores refletindo assim na qualidade da assistência prestada. Conclusão: o Conselho de Acompanhamento dos Convênios fez com que os gerentes se apoderassem dos dados de sua Unidade, reconhecendo os obstáculos de não alcançar as metas e traçar estratégias modificadoras, garantindo a qualidade na assistência seguindo os princípios do SUS.

Autoras: Vânia Cardoso Santos e Helena Zaio Instituição: Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo – Coordenadoria Regional de Saúde – CRS Sudeste

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CORRELAÇÃO ENTRE REGISTRO DE ENFERMAGEM E QUALIDADE ASSISTENCIAL POR AUDITORIA DE PRONTUÁRIO A proposta de assistência deve estar baseada em princípios científicos com ações planejadas a partir de um levantamento e análise de dados que nos conduza a uma posterior avaliação de seus resultados. Isto significa que a utilização do Processo de Enfermagem (PE) se faz essencial para a profissão, permitindo que a verdadeira postura profissional do enfermeiro seja assumida e refletida em suas ações. Neste contexto, destaca-se a necessidade de documentar o PE no prontuário por meio do registro de suas fases, as quais são interdependentes umas das outras. A documentação da assistência ao paciente permite a avaliação dos cuidados prestados e expressa a natureza das ações dos profissionais em suas respectivas áreas de conhecimento. Portanto, deve ser realizada de forma clara, objetiva de acordo com os princípios éticos e morais da profissão. Com base nesses registros, pode-se permanentemente construir melhores práticas assistenciais, além de implementar ações que visem melhorias nos resultados operacionais. A auditoria é um instrumento de controle da qualidade, existindo uma correlação positiva entre os registros e a qualidade do cuidado. Desse modo o objetivo deste estudo foi avaliar por meio de auditoria, o cumprimento das etapas do PE nos prontuários de pacientes atendidos em Unidades Básicas do Programa Saúde da Família, da Região Sul, do município de São Paulo. Esta avaliação foi realizada através da Comissão para Avaliação de Prontuários constituída por 1 médico e 1 enfermeiro da Assessoria Técnica da Administração do PSF e o gerente da Unidade a ser avaliada. Os prontuários foram avaliados bimestralmente, cumprindo o padrão instituído pela Secretaria Municipal de Saúde, identificando os itens de obrigatoriedade na anotação de enfermagem que são a identificação do paciente, anamnese, exame físico, exames complementares e seus respectivos resultados, diagnóstico de enfermagem, prescrição de enfermagem, letra legível, carimbo e assinatura do profissional que atendeu o paciente. No período de março a agosto de 2009, foram avaliados 197 prontuários, dos quais 73,10% estavam em conformidade e 26,90% foram considerados em não conformidade para o processo de auditoria. Sendo observado déficit nos itens com relação ao diagnostico e prescrição de enfermagem, o que torna frágil o registro, tanto para a avaliação da qualidade do processo assistencial, como nos aspectos ético e jurídico. Este levantamento permitiu apontar os desvios que podem ser trabalhados com o grupo de profissionais da enfermagem para adequações no registro, propiciando propostas de alcance de metas estabelecidas e estratégias para melhoria da qualidade da assistência.

Autora: Caroline Carapiá Ribas Lisboa Instituição: UNASP

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CUIDANDO DOS ANIMAIS E DA SAÚDE DA FAMÍLIA Introdução: O “Projeto Cuidando dos Animais” está sendo implantado como piloto em três Unidades Básicas de Saúde da Família - UBSF: Jardim Bandeirantes (Supervisão Técnica de Saúde - STS de Guaianases), Rio Claro (STS de São Mateus) e Costa Melo (STS de Ermelino Matarazzo), na região leste da cidade de São Paulo. Nessas áreas há um grande número de animais abandonados nas ruas, principalmente da espécie canina. Além dos problemas ambientais gerados por esses animais como grande quantidade de fezes nas ruas, sacos de lixo rasgados, constatase também o agravamento de problemas de saúde na população humana advinda de vetores atraídos pelos lixos, mordeduras, verminoses, entre outros. Neste sentido, por iniciativa da Atenção Primária à Saúde (APS) Santa Marcelina através do Setor Saúde e Meio Ambiente, Coordenadoria Regional de Saúde Leste e das respectivas STS, pretendeu-se identificar a população animal trabalhando geograficamente as microáreas incluindo os profissionais de saúde das UBSF para o norteamento das ações prioritárias. Objetivo: Realizar o levantamento da população animal das áreas de abrangência da UBSF, para posterior estudo epidemiológico e planejamento de campanhas sobre posse responsável, relação saudável entre famílias e animais, castração e vacinação de cães e gatos. Metodologia: O desenvolvimento do projeto segue as seguintes fases: 1ª Fase: Apresentação e discussão da proposta nas UBSF; 2ª Fase: Capacitação das Equipes de Saúde nas UBSF; 3ª Fase: Preenchimento da Ficha de Cadastro do Animal; 4ª Fase: Análise Técnica dos dados; 5ª Fase: Planejamento das Ações: campanhas educativas, castração e vacinação; 6ª Fase: Monitoramento e inserção dos animais nas discussões das UBSF. Resultados: Percebeu-se um grande interesse das Equipes de Profissionais de Saúde das UBSF em trabalhar com essa abordagem dentro da promoção de saúde. Outro ganho importante é a participação dos Agentes Comunitários de Saúde na sensibilização e mobilização para garantir a divulgação, a identificação de parceiros no território (escolas, associações de bairro e organizações não-governamentais) e a adesão dos comunitários ao projeto. Conclusão: Nota-se uma preocupação não só dos profissionais de Saúde das USBF, mas também da comunidade em cuidar dos animais domiciliados e de rua, propondo-se estabelecer uma relação saudável entre família e animal, bem como a responsabilização com a posse, a fim de diminuir o número de animais abandonados, conseqüentemente os agravos à saúde.

Autora: Verônica de Sá Rolim; Andreia Perez; Aurora da Silva Oliveira; Michele Araújo; Rachel Eny Bonomo Instituição Parceira: Atenção Primária à Saúde Santa Marcelina

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DA TEORIA PARA A PRÁTICA: CONSTRUÇÃO DE UM TRABALHO MULTIDISCIPLINAR EM SAÚDE Introdução: Agir na integralidade do cuidado em saúde é um grande desafio. O Ministério da Saúde propôs os NASF para atuarem conjuntamente com as ESF e complementarmente construírem o cuidado integral em saúde no território. Somos parceira do município de SP na implantação de 156 ESF e desde novembro de 2008 na implantação de 13 NASF. O desafio foi /tem sido o de efetivar o trabalho destes vários profissionais junto às ESF. Objetivo: Relatar as principais reflexões/ ações na implantação dos 13 NASF nos 6 primeiros meses de atividade. Descrição da experiência: Revisão pela equipe técnica de coordenação do PSF e dos 4 coordenadores de NASF, cada um responsável por 3-4 NASF, das principais ações desenvolvidas na implantação destes NASF. Resultados: Nestes 6 meses realizou-se: 1. Oficina inicial de 24h com participação dos gerentes das UBS para elaboração do cronograma inicial de ação respeitando o trabalho e o conhecimento das ESF no território pactuando com eles a forma do trabalho a ser realizado (discussão de casos, interconsultas, grupos, atividades na comunidade) 2. Estabelecimento de reuniões semanais entre coordenação do PSF e dos NASF; reuniões semanais entre os profissionais de cada NASF; reuniões entre coordenação de PSF e NASF em algumas UBS para entender e ajudar a diminuir tensões, como as relacionadas à existência ou não atendimento individual dos profissionais dos NASF além de expectativas das equipes nas respostas esperadas com o trabalho dos NASF e dos NASF no trabalho realizado pelas equipes. 3. Definição da participação dos profissionais do NASF quinzenalmente nas reuniões de equipe e que sempre que possível deveriam participar um profissional da linha de saúde mental e da de reabilitação. 4. Construção de fichas de acompanhamento do trabalho dos NASF onde se pode verificar a proporção da participação dos profissionais em reuniões/ grupos; atendimento casos novos e/ou seguimento; atendimento compartilhado e não compartilhado. 5. Análise dos dados e avaliação do trabalho realizado. Conclusões: O diálogo entre os vários profissionais e a forma de trabalho proposta vem possibilitando reflexão e revisão das estratégias adotadas na realização deste trabalho e fortalecido na equipe algumas reflexões que tem norteado nosso trabalho como o entendimento que a especificidade de cada profissional (ESF/ NASF) devem se constituir na possibilidade de ampliação da integralidade do cuidado na APS e, portanto devem ser preservadas e que os profissionais dos NASF devem ser parte das equipes e assim se co-responsabilizarem com elas neste cuidado.

Autores: Rosicler Di Lorenzo, Leon Garcia, Luiz Antonio D'Angelo, Roseli Zambelli, Paulo Celso Fontão Instituição Parceira: Associação Saúde da Família

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DIAGNÓSTICO DE SAÚDE A PARTIR DO SIAB: SUFICIENTE ? REFLETE O TERRITÓRIO ? Introdução: O autor é médico sanitarista e especialista em Medicina de Família e Comunidade, na Estratégia Saúde da Família (ESF) no município de São Paulo desde sua implantação, em maio de 1996. Em 2003, passa a compor uma equipe de PSF na Zona Norte de São Paulo, implantada há 5 anos, bem organizada e com bom processo de trabalho. Analisando o relatório do SIAB: “Consolidado de Famílias” observou números de hipertensos e diabéticos abaixo do esperado para a população em questão; levantou a hipótese de que dados haviam se perdido nestes 5 anos e que o SIAB não permitia um real diagnóstico do território. Objetivo: fazer uma gestão de saúde mais integral da população confiada à equipe, a partir de um diagnóstico de saúde mais completo e mais fidedigno, que permitisse um planejamento de ações mais efetivas e mais adequadas. Metodologia: levantamento de todos os prontuários familiares, anotando diagnósticos de todos os usuários do serviço e anotação de novos diagnósticos significativos, criando um banco de informações para a equipe. Resultados: no “Consolidado de famílias” (SIAB) de maio de 2003 o número de hipertensos era de 509 (11,03% da população), diabéticos 152 (3,29%), 16 alcoolistas, 3 com algum grau de deficiência, um único caso de tuberculose. Após 6 meses, o tempo para este levantamento e consolidação dos dados das 1254 famílias cadastradas (4616 pessoas) chegou-se a números impressionantes: 890 hipertensos (19,76% da população), 287 diabéticos (6,21%), 143 pacientes de saúde mental (5 PMD, 8 com Síndrome do Pânico, 12 com Drogadição, 4 Alzheimer, 40 depressivos, 44 alcoolistas, 10 Esquizofrênicos, etc..), além de outros 583 diagnósticos vários de dezenas de especialidades médicas. Conclusões: A pouca apropriação do SIAB nos processos de trabalho da equipe não permitiu um diagnostico mais preciso da prevalência de Hipertensos e Diabéticos como de outras situações passíveis de acompanhamento por este sistema. Além disto mostrou-se insuficiente em vários aspectos, como por exemplo o conhecimento de outras morbidades na população, informações colhidas pelos médicos e enfermeiros nos atendimentos diários não são valorizadas pelo SIAB, além deste não conversar com outros sistemas (SISVAN;SIS-PRÉ-NATAL;SINAM, HIPERDIA). Este contexto de dificuldades faz com que haja perdas de informações relevantes, não permitindo um diagnóstico mais preciso da situação de saúde da comunidade. Um fato importante a ser ainda ressaltado é que um olhar mais detalhado sobre os vários diagnósticos levantados permitiu um planejamento e “busca ativa” para situações em que se esperava uma maior prevalência nesta população.

Autor: Paulo Celso Nogueira Fontão Instituição Parceira: Associação Saúde da Família

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EDUCAÇÃO EM SAÚDE COMO MÉTODO PARA CAPACITAÇÃO DE ADOLESCENTES A organização dos serviços de saúde e adequação desses à necessidade especifica da população adolescente são fundamentais para o alcance de melhores condições de vida e saúde. Para a organização dos serviços, torna-se necessário incluir, no planejamento e programação das equipes de saúde da família, ações e atividades a serem desenvolvidas com essa faixa etária. Essas ações devem ser desenvolvidas com base no levantamento de necessidades e demandas, garantindo o acesso às ações de promoção, prevenção e atenção a agravos e respeitando os princípios organizativos e operacionais do sistema de saúde. Este trabalho tem como objetivo propor um novo modelo de atenção para a saúde do adolescente, diminuir o número de gestantes adolescentes e planejar atividades educativas na Unidade Básica Jardim Comercial, Região Sul de São Paulo. O presente estudo foi elaborado a partir de reuniões com grupo de 15 adolescentes, no mês de junho de 2008 até junho 2009, propondo redução nos indicadores de gestação em adolescentes, com discussões sobre sexualidade e gestação precoce, mantendo reuniões quinzenais. Foram realizadas atividades festivas para promoção das atividades educativas com média de 80 a 100 participantes com a finalidade de divulgar material de promoção a saúde do adolescente com instruções sobre DST/AIDS, uso de preservativo, realizando entrega de 300 preservativos nos dias de festividades. Nas rodas de discussões foram abordados temas como: drogas, alcoolismo, tabagismo, sexualidade, doenças sexualmente transmissíveis, gravidez na adolescência, violência, paz, alimentação, cidadania e inclusão social. O número de pacientes adolescentes que positivaram para o teste imunológico de gravidez do mês de junho a dezembro de 2008, foram 41 pacientes. Após seguimento de tais atividades detectamos que de janeiro a junho de 2009 encontramos 31 pacientes adolescentes com resultado positivo. Com redução significativa de 25% de adolescentes grávidas. Considera-se que uma atividade planejada e sistematizada conseqüentemente nos leva a uma redução nos indicadores a médio e longo prazo. Neste contexto, destaca-se a necessidade de organizar os serviços de saúde e adequar às necessidades especificas da população adolescente, fundamentais para o alcance de melhores condições de vida e saúde. Devem-se buscar propostas diferenciadas para atrair e conscientizar os jovens para a necessidade do cuidado, valorizando e fortalecendo o vínculo entre equipe de saúde que trará apoio para o desenvolvimento dos adolescentes.

Autor: Dalton Duarte de Lima Junior Unidade: Unidade Básica Jardim Comercial – CRS - Sul Instituição Parceira: UNASP

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EDUCAÇÃO PARA REDUÇÃO DE OBESIDADE EM UM GRUPO DE USUÁRIOS DE UBS Introdução: A obesidade e o sobrepeso são considerados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), como uma crescente ameaça à saúde da população de muitos países, em razão das doenças que podem ser relacionadas a eles. As consequências da obesidade para a saúde são muitas e variam do risco aumentado de morte prematura, às graves doenças não-letais, mas debilitantes e que afetam diretamente a qualidade de vida da população. Objetivo: Avaliar o efeito das ações para promover o autocuidado, a redução de peso, o controle das co-morbidades e o resgate da auto-estima pelo usuário considerado obeso. Metodologia: Grupo constituído por 22 pacientes (de ambos os sexos) obesos ou com sobrepeso, moradores da área de abrangência da Unidade Básica de Saúde Jardim São Bento, São Paulo-SP, sob orientação da equipe multidisciplinar (Médico, Enfermeiro, Nutricionista, Fisioterapeuta, Educador Físico, Auxiliar de Enfermagem e Agentes Comunitários de Saúde), com monitoramento quinzenal, em encontros de duas horas por reunião, durante três meses. As ações foram propostas visando à interação social, cuidado nutricional e à realização de atividades físicas pelo grupo (hidroginástica, caminhada e exercícios em academia). Foram realizados exames físicos, para verificação da medida de Circunferência Abdominal e o cálculo do IMC, propondo uma mudança nos hábitos alimentares e no estilo de vida. Foram realizadas comparações entre a assiduidade às reuniões e o resultado do IMC, bem como da medida de Circunferência Abdominal. Resultados: Do grupo de pacientes que frequentaram até três reuniões, 45% apresentaram redução do IMC e 56% obtiveram redução da Circunferência Abdominal. Do grupo de pacientes que frequentaram de quatro a sete reuniões, 62% apresentaram redução do IMC e 84% obtiveram redução da Circunferência Abdominal. Dos pacientes que obtiveram redução do IMC e da Circunferência Abdominal, 70% referiram a participação em pelo menos uma das atividades físicas propostas. Conclusão: A assiduidade dos pacientes às reuniões orientadas pela equipe multidisciplinar, foi o fator determinante para significativa redução do IMC e da Circunferência Abdominal.

Autora: Gisele Cristina de Abreu Oliveira Unidade: Unidade Básica de Saúde Jardim São Bento Instituição: UNASP

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EFETIVAÇÃO DAS DIRETRIZES DO SUS NO EXTREMO SUL DA COORDENADORIA REGIONAL DE SAÚDE SUL DO MUNICIPIO DE SÃO PAULO Introdução: No extremo Sul da Coordenadoria Regional de Saúde SUL do município de São Paulo, em Parelheiros e Marsilac, são 153.038 habitantes e 70% de território rural. São 10 UBS-Unidades Básicas de Saúde, 8 Unidades Avançadas e 1 para saúde indígena. O Coeficiente de Mortalidade Infantil = 16,3% (2007) e a porcentagem de gestantes adolescentes = 19,3 % (2007) apontam a necessidade de fortalecer a Atenção Básica e alcançar as metas das prioridades do Pacto pela Vida. Objetivos: Ampliar a oferta e garantir o acesso da população aos serviços de saúde com infraestrutura adequada para propiciar assistência integral e humanizada. Metodologia: Expansão de equipes de ESF-Estratégia Saúde da Família e implantação do NASF-Núcleo de Apoio à Saúde da Família. Reestruturação física de espaços físicos, aquisição de equipamentos para ações de saúde. Resultado: As oito Unidades Avançadas foram transformadas em UBS com CNES sob monitoramento e avaliação contínua dos Programas de Saúde, em parceria com Associação Saúde da Família sob gestão da Secretaria Municipal de Saúde. Houve expansão de 20 para 30 equipes ESF. Considerações finais: Adotar estratégias para melhoria dos indicadores de saúde e estratégias de fixação dos profissionais são compromissos da Coordenadoria Regional, Supervisão local e Parceiros.

Antes

Depois

Autores: Ivanilda Argenau Marques; Chizuru Minami Yokaichiya; Leodete de Oliveira Guerhardt; Susy Marie K. Osanai; Vera Maria da Silva Ribeiro; Verônica Júlio José; Edjane Torreão Brito Instituição: Secretaria Municipal da Saúde São Paulo/ Coordenadoria Regional de Saúde – Sul

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ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO DA GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA NA REGIÃO SUL DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO Introdução: O alto índice de necessidade de saúde é um dos fatores que resultam no aumento da incidência da gravidez na adolescência. Na região Sul do Município de São Paulo são 15,2% de mães adolescentes ( < de 20 anos) e 19,5% no Distrito Administrativo de Parelheiros e Marsilac 1. A redução deste importante indicador é prioridade na gestão de saúde da Coordenadoria Regional de Saúde Sul. Objetivo: Reduzir a taxa de mães adolescentes. Capacitar equipes das UBS, Estratégia Saúde da Família e NASF no cuidado de adolescentes em saúde sexual e reprodutiva. Metodologia: Estruturar um conjunto de ações na região de Parelheiros envolvendo profissionais de: equipes da Estratégia Saúde da Família, NASF, gerentes de UBS, das Secretarias de Educação e de Esportes, da Secretaria de Coordenação das Subprefeituras, representantes dos Conselhos Gestores, visando um projeto com ações a curto, médio e longo prazo. Ações a curto prazo: capacitação dos profissionais no acolhimento e atendimento do adolescente em sua integralidade; integração da SMS com as outras Secretarias e com os representantes da Sociedade Civil na viabilização do projeto; captação do adolescente por meio de atividades esportivas e culturais facilitando seu acesso aos serviços de saúde. As ações a médio prazo incluem o aprimoramento técnico de todos os profissionais envolvidos e a longo prazo as atividades educativas contínuas para o adolescente nas escolas e nas unidades de saúde. (Parceiro nas UBS: Associação Saúde da Família). Resultados Parciais de Novembro 2009: Foram capacitados 122 profissionais de nível superior de dezoito Unidades Básicas de Saúde e inscritos 200 adolescentes e em competições esportivas e culturais tendo como tema a prevenção da gravidez e DST. Considerações finais: As ações intersetoriais de cultura, esporte e saúde são fundamentais para ações de educação em saúde.

Encontro intersetorial realizado em Novembro/09 com a participação de profissionais do Núcleo de Apoio à Saúde da Família

Autores: Leal SRWC; Azevedo,LH; Marques, I A; Yokaichiya, CM; José V ; Brito, T E Instituição: Secretaria Municipal da Saúde São Paulo/ Coordenadoria Regional de Saúde – Sul

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ESTUDO DA DEMANDA ESPONTÂNEA EM UMA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA No processo de construção do Sistema Único de Saúde, o atendimento à população da área de abrangência ou influência, seja de forma programática ou não, é essencial para a qualificação da atenção primária. O objetivo deste trabalho foi estudar as características da demanda espontânea de uma unidade de saúde da família, de uma região periférica do município de São Paulo. Para o desenvolvimento deste estudo transversal exploratório analítico, aplicou-se um questionário estruturado, com a intenção de caracterizar os usuários que procuraram a unidade de saúde de forma espontânea. A análise das informações, realizada através do programa EPI INFO 2000, apontou que a maioria do público que utiliza o serviço de forma não programada é do sexo feminino, sendo mais freqüente a procura pelos extremos de idade, menores de 7 anos e maiores de 59 anos. Os dados mostram também que piores condições socioeconômicas foram fatores que influenciaram a busca pela unidade, uma vez que analfabetos, moradores de casas construídas de madeira e/ou material reciclável, bem como aqueles que não possuíam sistema público canalizado para destino de dejetos, procuram mais o serviço sem agendamento prévio. Conclui-se assim, que o usuário que procura de forma espontânea esta unidade de saúde é, sobretudo, do sexo feminino, nos extremos de idades, com baixas condições socioeconômicas e escolaridade. Evidencia-se, portanto, a necessidade de intervenções nos determinantes sociais do processo de saúde e doença para reverter este quadro, bem como a importância do cuidado longitudinal e sistemático deste público, evitando que estes procurem a unidade só em caso de adoecimento e de forma não programada.

Autores: Vinício Felipe Brasil Rocha; Fabiane da Rocha; Julie Silvia Martins Instituição Parceira: Atenção Primária à Saúde Santa Marcelina

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FARMÁCIA VERDE: UMA NOVA OPÇÃO TERAPÊUTICA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE Introdução: O “Projeto Farmácia Verde” foi construído a partir de uma discussão conjunta do Setor Saúde e Meio Ambiente da Atenção Primária à Saúde Santa Marcelina e dos colaboradores das Unidades Básicas de Saúde da Estratégia Saúde da Família (UBSF): Atualpa Girão Rabelo, Cidade Kemel e Vila Curuçá, visando à promoção do uso racional das plantas medicinais na atenção primária à saúde, embasado no resgate e na valorização da cultura popular já existente na região do Itaim Paulista, parte Leste da Cidade de São Paulo, numa participação direta e indireta de, aproximadamente, 400 mil habitantes. Segundo a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, aprovada pelo decreto nº. 5.813 de 22/2006 devemos garantir à população brasileira o acesso seguro e racional de plantas medicinais e fitoterápicos, promovendo o uso sustentável da biodiversidade, o desenvolvimento da cadeia produtiva e da indústria nacional. Objetivo: Estabelecer o uso das plantas medicinais e fitoterapia como uma opção terapêutica complementar na região Itaim Paulista. Metodologia: O desenvolvimento do projeto ocorre em duas fases, sendo que, a primeira já foi iniciada e é composta da percepção feita pelos profissionais, do uso das plantas medicinais e fitoterapia; catalogação das espécies existentes nas UBSF; levantamento de dados junto à comunidade por meio da aplicação do questionário etnobotânico. A partir daí, seguem: tabulação dos resultados; validação científica; sensibilização da comunidade; capacitação dos profissionais de saúde das UBSF; orientação da comunidade s obre o uso correto das plantas medicinais e aromáticas; implantação das hortas e canteiros; manipulação das plantas e o fornecimento de plantas medicinais in natura às Farmácias das UBSF. A segunda fase compreende: Criação de aba no site da APS Santa Marcelina e Construção de laboratório de fitoterapia. Conclusão: O projeto faz uma aproximação com a sustentabilidade na promoção da saúde local, valorizando a experiência social e estabelecendo parcerias entre o conhecimento científico e popular. Dessa forma é uma proposta de saúde que amplia os espaços de cidadania e participação popular, numa perspectiva saudável do ponto de vista ambiental. O seu eixo diretor é, portanto, a interação entre a biodiversidade e a cultura local, favorecendo a redução dos custos dos medicamentos e a construção de práticas sustentáveis.

Autores: Rachel Eny Arruda Bonomo Costa; Luciana Naomi Oda Almeida; Maria Auxiliadora F. Ono; Renato Gomes de Azevedo Peçanha; Samuel Máximo. Instituição Parceira: Atenção Primária à Saúde Santa Marcelina

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FORTALECENDO A EQUIPE MULTIPROFISSIONAL: A INSERÇÃO DO FARMACÊUTICO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE Nos últimos anos, a profissão farmacêutica tem sofrido transformações na sua forma de atuação e contribuição dentro do contexto de saúde. Assim, ocorre uma expansão das atribuições desta área e o profissional passa a prover a garantia dos cuidados relacionados aos medicamentos, com o propósito de atingir resultados definitivos que melhorem a qualidade de vida dos pacientes. Diante disso, destaca-se um conceito que demonstra a importância das ciências farmacêuticas no cuidado com a saúde e não somente na produção de medicamentos. Tal prática tem se concretizado com a regulamentação da implantação do farmacêutico na atenção primária à saúde, sendo este inserido dentro de uma equipe multiprofissional que visa a promoção da saúde do usuário. Dessa forma, o presente trabalho tem por objetivo relatar a importância da inserção do profissional farmacêutico em Unidades Básicas de Saúde (UBS) e sua atuação junto às equipes e a comunidade. Este estudo observacional descritivo do tipo relato de experiência desenvolveu-se em UBS da periferia da zona leste do município de São Paulo. As atividades desenvolvidas demandam o envolvimento com os usuários, a comunidade e demais membros da equipe de saúde. Dentre as atividades, inclui-se a realização de grupos socioeducativos, visitas domiciliares de acompanhamento farmacoterapêutico, capacitação dos colaboradores responsáveis pelo armazenamento e dispensação dos medicamentos, bem como a integração com os demais profissionais envolvidos no processo de responsabilização do tratamento dos usuários, no sentido de promover uma farmacoterapia racional, segura e efetiva. Percebe-se assim, o impacto positivo da presença do profissional farmacêutico no nível primário de atenção à saúde, de forma a favorecer a composição de uma assistência integral ao paciente e a contribuir com a estruturação de um modelo de atuação não somente voltada ao medicamento, mas principalmente à promoção e consolidação da saúde do ser humano.

Autores: Santos, Felipe Tadeu Carvalho; Alvim, Eliana Sousa; Mansour, Samir Nicolas Instituição Parceira: Atenção Primária à Saúde Santa Marcelina

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GARANTINDO A INTEGRALIDADE DA ASSISTÊNCIA, PREVENÇÃO DA MULHER QUE TRABALHA Atualmente muitas mulheres são responsáveis por garantir o sustento familiar e o cuidado dos filhos. Tal situação dificulta o auto-cuidado e a garantia do seguimento em prevenir agravos conhecidamente prevalentes no gênero feminino. O objetivo deste projeto é justamente oferecer uma opção para esta mulher que não tem condições de cuidar-se pois ocupa-se de cuidar de toda sua família. Solicitamos a abertura da Unidade no último dia 08 de março, conhecido como dia internacional da mulher, oferecendo um circuito preventivo, onde os profissionais se disponibilizavam para consulta, exame físico, coleta de colpocitologia oncótica, palestras e ainda uma brinquedoteca para as mães que trazem os filhos. Compareceram neste dia cerca de 250 mulheres e foram colhidos mais de 60 exames preventivos. Além de palestras com médicos especialistas, advogado e membros do NASF, como nutricionista e psicólogo. A resposta da comunidade e da equipe foi tão positiva que recebemos manifestações escritas e verbais de apreço.

Autora: Jaqueline Hein Albuquerque Instituição: UNASP

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GERENCIAMENTO DE CRÔNICOS ATRAVÉS DO GRUPO EDUCATIVO PARA HIPERTENSOS E DIABÉTICOS Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a principal causa de mortalidade no mundo são as doenças crônicas não transmissíveis, estas são responsáveis por cerca de 35 milhões de mortes por ano em todo o mundo. Dentre as doenças crônicas, a Hipertensão e o Diabetes são as de maior incidência, elas possuem etiologia multifatorial, e podem vir a comprometer a qualidade de vida, a produtividade e a sobrevida dos indivíduos. Desse modo o objetivo deste estudo foi avaliar a eficácia do grupo educativo para Hipertensos e Diabéticos no controle dos níveis pressóricos, glicêmicos e na prevenção dos agravos da hipertensão e diabetes na Unidade Básica de Saúde Jd. Magdalena, na região do Capão Redondo no município de São Paulo. Trata-se de um estudo exploratório descritivo desenvolvido numa abordagem quantitativa. O estudo será realizado na Unidade Básica de Saúde Jd. Magdalena, do município de São Paulo – SP. Os dados foram coletados através do cartão de controle e formulário individual dos pacientes freqüentadores do grupo HIPERDIA. E teve como critério de exclusão: Ter frequentado menos que 80% das reuniões do grupo educativo Hiperdia durante o período de março a agosto de 2009; Ter a fixa de dados preenchida de forma incompleta. As variáveis estudadas serão avaliadas através da análise estatística e análise crítica. No período de março a agosto de 2009, foram avaliados um total de 261 usuários com Hipertensão, destes 127 possuem “prontuário” com duas ou mais consultas, 97 possuem apenas uma consulta registrada e 37 possuem apenas a folha de evolução em branco. Sendo observado um total de 21,83% de pacientes que tiveram níveis pressóricos diminuídos, e 18,39 que tiveram os níveis pressóricos aumentados e somente 8,42 com níveis pressóricos controlados. Já os usuários com Diabetes Mellitus, foi 57 usuários destes, 45 possuem prontuário completo e 12 possuem apenas folha de evolução. Resultando 8,77% com diminuição da glicemia, 17,54% com aumento da glicemia e 1,75% com controle da glicemia. Os resultados mostraram que com relação aos dados obtidos, a utilidade dos grupos educativos não está atendendo de forma satisfatória na estabilização do monitoramento dos hipertensos e diabéticos. Devido a este fato observa-se a promoção da melhoria na qualidade, metodologia e no planejamento das ações com os grupos educativos, já que é um meio importante para o monitoramento dos pacientes com este diagnóstico.

Autora: Caroline Carapiá Ribas Lisboa Unidade: Unidade Básica de Saúde Jd. Magdalena, na região do Capão Redondo – CRS Sul Instituição: UNASP

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GRUPO DE REEDUCAÇÃO ALIMENTAR: ATENÇÃO INTERDISCIPLINAR AO USUÁRIO COM SÍNDROME METABÓLICA A síndrome metabólica (SM) é considerada um fator de risco cardiovascular, sendo caracterizada pela associação de hipertensão arterial sistêmica, obesidade abdominal, tolerância à glicose prejudicada, hipertrigliceridemia e baixas concentrações sangüíneas de HDL-colesterol. Na maioria dos países desenvolvidos ou em desenvolvimento a prevalência de SM varia entre 20 e 30% da população adulta. A mudança dos hábitos alimentares inadequados e a perda de peso, associadas à prática de atividade física regular, são a primeira escolha para o tratamento da SM, por favorecer a redução da circunferência abdominal e da gordura visceral, melhorar a sensibilidade à insulina e diminuir as concentrações plasmáticas de glicose e triglicérides, aumentar os valores de HDL colesterol e, conseqüentemente, reduzir os fatores de risco para o desenvolvimento de Diabetes Mellitus do Tipo 2 e doenças cardiovasculares. O presente relato descreve a experiência da intervenção de um Grupo de Reeducação Alimentar envolvendo profissionais do PSF e NASF, na melhora da qualidade de vida de um usuário de uma Unidade Básica de Saúde com diagnóstico de SM. O usuário PAS de 39 anos, do sexo masculino foi encaminhado para o Grupo de Reeducação Alimentar após ter seu caso discutido em reunião de equipe. O mesmo apresentava em 07/04/09 PA 160x100 mmHg, glicemia de 170 mg/dL, triglicérides 635 mg/dL, colesterol total de 239 mg/dL e HDL de 32 mg/dL, peso 127,4 kg, altura de 1,69 m, IMC de 43,6 kg/m2. Após 3 meses com participação semanal no grupo (terapia comportamental, discussão de temas sobre alimentação e nutrição e a realização de atividade física leve), adequação da dieta e utilização de hipoglicemiante oral 1 vez ao dia verificou-se melhora dos parâmetros avaliados anteriormente PA 140x80mmHg, glicemia 128 mg/dL, triglicérides 147 mg/dL, colesterol total 219 mg/dL e HDL de 38 mg/dL, peso 119,1 kg IMC 41,7 kg/m2. As mudanças no estilo de vida do usuário estimuladas por meio da intervenção educacional e terapêutica em grupo com equipe multiprofissional (nutricionista, fisioterapeuta, psicóloga, enfermeiro, educadora em saúde) possibilitou a melhora do quadro e conseqüente redução dos fatores de risco relacionados à SM, fato que reforça a importância de ações coletivas e que envolvam a atuação em conjunto de profissionais de diferentes áreas do saber.

Autores: Lucila Pereira, Evandro Luis Oliveira, Maria Cristina Menon, Carolina Pacheco Brandão Santos, Débora Rúbio Unidade: Supervisão Técnica de Saúde do Campo Limpo Coordenadoria Regional de Saúde Sul - SMS de SÃO PAULO Instituição Parceira: Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein Instituto de Responsabilidade Social – IIRS

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HUMANIZAÇÃO DA SAÚDE A PARTIR DO VÍNCULO E DA DIVERSIDADE DE GESTOS Introdução: A saúde coletiva, ao se encaminhar como uma proposta centrada na vida dos homens, pode encontrar nas práticas interdisciplinares um espaço privilegiado para repensar teorias, inovar formas de pensar saúde, doença e prestação de serviços, concretizando-se num movimento de aglutinação do saber e dos seus sujeitos. Para tanto, faz-se necessário também o abandono de posturas meramente normativas, que acabam permeando a rotina dos profissionais de saúde, abrindo espaço para a diversidade de gestos, a ludicidade, o divertimento e a criatividade. Com esse enfoque, a UBS Inácio Monteiro procura desenvolver um trabalho diferenciado nas Campanhas de Vacinação contra a Poliomielite, que vai além das gotinhas que imunizam. Busca-se, através de ações lúdicas e recreativas, proporcionadas pela a interação de diversos profissionais, a humanização da atenção e a valorização do vínculo com a comunidade, adequando o cuidado às crianças que comparecem à UBS e suas unidades satélites. Objetivo: Promover a imunização infantil associada a práticas interdisciplinares e lúdicas, proporcionando a melhoria não só da cobertura vacinal contra o poliovírus, mas também da qualidade da atenção prestada e o fortalecimento do vínculo com a comunidade. Método: Relato de Experiência. Descrição: Desde a primeira Campanha de Imunização contra a Poliomielite, em 2007, observa-se um aumento significativo da cobertura vacinal das crianças na UBS Inácio Monteiro, indo ao encontro dos princípios do SUS, sendo a imunização uma estratégia de prevenção significativa. Apesar de ser uma ação que envolve aspectos científicos e técnico-operacionais, vinculada quase que exclusivamente à enfermagem, propor-se a valorização do indivíduo a ser imunizado, através do desenvolvimento de ações lúdicas e educativas que, cada vez mais, conta com a participação e envolvimento de colaboradores de outras categorias profissionais, superando-se visões fragmentadas através do favorecimento do diálogo entre os sujeitos. São planejadas e desenvolvidas atividades como teatro de fantoches, jogos, contação de estórias, pintura e beleza das crianças. Tais atividades permitem, através do lazer, que estas crianças, vítimas de uma caótica situação sócio-econômica, viajem pela imaginação e despertem novos sentidos, com divertimento e alegria, tão essenciais para a saúde. Resultado: Como resultado dessas ações, observou-se que o aumento da cobertura vacinal durante as campanhas é reflexo do fortalecimento do grupo e envolvimento dos colaboradores, que vêem nessa ação uma possibilidade de compartilhar experiências e estabelecer diferentes relações com a comunidade, criando vinculo afetivo entre usuário e trabalhador que gera assistência mais humanizada com enfoque na prevenção, promoção e proteção à saúde da criança.

Autora: Monica Fernandes Bento Unidade: UBS Inácio Monteiro – CRS Leste Instituição Parceira: Atenção Primária à Saúde Santa Marcelina

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IMPLANTAÇÃO DA ATENÇÃO FARMACÊUTICA DOMICILIAR NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE Introdução: A Atenção Farmacêutica é a participação ativa do farmacêutico para a assistência ao paciente na dispensação e acompanhamento de um tratamento terapêutico, cooperando, assim, com o médico e outros profissionais de saúde a fim de se conseguir resultados que melhorem a qualidade de vida do paciente. Também engloba o envolvimento do farmacêutico em atividades que proporcionem melhora da saúde e prevenção das doenças. Objetivos: Identificar Problemas Relacionados a Medicamentos (PRM); Identificar Reações Negativas a Medicamentos (RNM); Promover o uso racional de medicamentos; Trabalhar a educação sanitária; Melhorar a adesão à terapia; Trabalhar a inserção do profissional farmacêutico na equipe multiprofissional; Solidificar a atuação do farmacêutico como profissional de saúde na comunidade atendida pela unidade; Realizar o Acompanhamento Farmacoterapêutico direcionado às seguintes morbidades: Hipertensão Arterial Sistêmica; Diabetes Mellitus; Tuberculose; Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS); Hanseníase; Metodologia: Utilizaremos a Metodologia Dáder de Acompanhamento Farmacoterapêutico, adaptada a realidade da região que estamos inseridos. Busca, encontrar e resolver de maneira sistematizada e documentada todos os problemas relacionados com os medicamentos. Além disso, compreende a realização do acompanhamento farmacológico do paciente, com dois objetivos principais: 1 Responsabilizar-se com o paciente para que o medicamento prescrito pelo médico tenha o efeito desejado; 2 - Estar atento para que ao longo do tratamento as reações adversas aos medicamentos sejam as mínimas possíveis, e no caso de surgirem, que se possa resolvê-las imediatamente. Resultados esperados: Detectar reações negativas a medicamentos e resolvê-las em parceria com a equipe mutiprofissional; Inserção do farmacêutico na comunidade e equipe multiprofissional; Promoção do uso racional dos medicamentos; Educação sanitária. Conclusão: O que se deve ter em mente quanto a este modo de exercício profissional, é que a qualidade dos resultados se mede diretamente pela melhora da qualidade de vida oferecida ao paciente. E essa melhora deve ser obtida pela otimização da terapia medicamentosa e resolução dos problemas relacionados aos medicamentos. O que se propõe não é o exercício do diagnóstico ou da prescrição de medicamentos considerados de responsabilidade médica, mas a garantia de que esses medicamentos venham a ser úteis na solução ou alívio dos problemas do paciente.

Autores: Samir Nicola Mansour; Eliana Souza Alvim; Felipe Carvalho Instituição Parceira: Atenção Primária à Saúde Santa Marcelina

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IMPLANTAÇÃO DE EQUIPES DE SAÚDE BUCAL NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA EM UNIDADES DA SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE SÃO PAULO DA REGIÃO DE CAMPO LIMPO, EM PARCERIA COM A SOCIEDADE BENEFICENTE ISRAELITA BRASILEIRA ALBERT EINSTEIN Objetivo: Relatar os 8 primeiros meses da implantação de Equipes de Saúde Bucal (ESB) na Estratégia de Saúde da Família, na região da Supervisão Técnica de Saúde (STS) de Campo Limpo, Coordenadoria Regional de Saúde Sul (CRSS) da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo (SMS SP). Método: A Cidade de São Paulo inclui em seu modelo de gestão parcerias com instituições privadas sem fins lucrativos, nas modalidades convênios e contratos de gestão. A Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein firmou convênio com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), para a implantação da Estratégia de Saúde da Família, na Região do Campo Limpo, localizada na zona sul de SP, passando a atender uma população de cerca de 300 mil pessoas em 12 Unidades Básicas de Saúde (UBS) com 75 Equipes de Saúde da Família (ESF). A inserção das ESB ocorreu em 2007, quando uma ESB modalidade I (composta de cirurgiãodentista, aux. consultório dentário) foi contratada. Em 2008, foram implantadas outras 12 ESB modalidade I, além de uma cirurgiã-dentista para fazer a Interlocução entre as ESF, ESB, parceiro Einstein e SMS. A implantação das ESB resultou da discussão entre a STS, CRS e o parceiro. A estratégia segue as Diretrizes para a Atenção em Saúde Bucal “Crescendo e Vivendo com Saúde Bucal”, da SMS, que tem como ferramenta de planejamento e organização do acesso, as triagens de risco familiar e biológico. Desenvolve ações baseadas na prevenção, promoção e recuperação da saúde, com enfoque integral do indivíduo em seu contexto social. Dados coletados dos mapas de produção diária de cada profissional, dados do Sistema de Informação Ambulatorial (SIA) e de indicadores de saúde, demonstram o impacto desse modelo de atenção nessa região de SP. Resultados: Nos 8 primeiros meses após a implantação foram realizados: 11.313 atendimentos de pacientes; 42.255 procedimentos clínicos; 1.410 visitas domiciliares; 1.752 grupos educativos; 18.519 vagas oferecidas em triagens de risco. Conclusão: Com a implantação da saúde bucal atuando em conjunto com as ESF nessa região, observou-se um significativo avanço nas ações de saúde oral tanto na parte preventiva quanto na curativa, além de ganhos na relação entre a odontologia e demais áreas de saúde. A Estratégia de Saúde da Família como eixo estruturante do SUS no contexto da saúde bucal cumpre um papel relevante, oferecendo um serviço essencial com potencial de melhora nos indicadores de saúde.

Autoras: Danielle Palacio, Elaine Lenuzza, Gabriela Togashi, Luciana Borges, Marta Cipriano. Instituição Parceira: Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein - Instituto de Responsabilidade Social – IIRS

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IMPLANTAÇÃO DO CONSELHO DE ACOMPANHAMENTO DE INDICADORES DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA NAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE DA PARCERIA SOCIEDADE BENEFICENTE ISRAELITA BRASILEIRA ALBERT EINSTEIN Introdução: O Conselho de Acompanhamento de Indicadores da Estratégia Saúde da Família, nas Unidades Básicas (CONAC), foi criado em 2008 pela coordenação da atenção básica da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo SMS-SP. O objetivo deste conselho é de acompanhar a gestão das unidades de saúde, por meio de indicadores e, assim controlar os marcadores de saúde da população. A SMS tem parceria com a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein (SBIBAE) na gestão de 13 unidades básicas de saúde na região do Campo Limpo. Desse modo, percebemos a necessidade de responsabilizar, não somente os gestores das unidades, como também os profissionais das equipes da estratégia saúde da família (ESF) para o alcance das metas. Portanto, este conselho promove, por meio de análise e discussão, o envolvimento dos profissionais nos resultados do seu trabalho, fortalecendo uma cultura profissional responsável para o planejamento das ações na ESF. Objetivo: Implantar o CONAC nas 13 unidades básicas de saúde da parceria entre a SMS-SP e SBIBAE e acompanhar mensalmente seus resultados. Método: Análise descritiva das informações gerenciais de 13 UBS's, por meio de dados extraídos do sistema de informação da atenção básica, SIAB, mensalmente, em reunião, com dois representantes de cada equipe. Os dados são registrados em planilha de excel, ocorre o registro das informações para análise, cálculos, justificativas e encaminhamentos das metas propostas. Resultados: Implantado o CONAC em 13 UBS's em março de 2009, compondo os 17 indicadores da atenção básica. Constatado melhora nos indicadores propostos, como por exemplo, proporção de visitas para o controle da dengue, em fevereiro, 71,5%, em maio, 84,9%, proporção de famílias visitadas pelo agente comunitário de saúde, em fevereiro, 79,6%, em maio, 91,1%. Conclusão: Estes acompanhamentos proporcionam estratégias de melhoria, uma vez que promovem o comprometimento profissional para o alcance das metas propostas, organizando a equipe da estratégia saúde da família para o planejamento das ações de promoção a saúde com foco em resultados comuns.

Autoras: Alessandra Cristina Ferreira Martins, Elaine Pereira da Silva, Luciana Borges, Sylvia C. Andrade Grinn Instituição Parceira: Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein - Instituto de Responsabilidade Social – IIRS

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IMPLANTAÇÃO DO NÚCLEO DE APOIO A SAÚDE DA FAMILIA – NASF, SÃO PAULO Introdução: O Município de São Paulo (MSP), com 10.998.813 habitantes e 1.224 Equipes de Saúde da Família (ESF), distribuídas em 245 Unidades Básicas de Saúde, com 45% de cobertura populacional, encontra-se dividido em cinco Coordenadorias Regionais de Saúde (CRS) e vinte e quatro Supervisões Técnicas de Saúde (STS). Atendendo aos índices de necessidade de saúde, o MSP com base na Portaria nº 154_ 24/01/2008, implantou 86 equipes NASF, para fortalecer e apoiar estas ESF. A Estratégia Saúde da Família, na Cidade de São Paulo, é viabilizada por meio de Termo de Convênio com 12 Instituições Parceiras (IP). Objetivo: Relatar a implantação do NASF, no MSP. Metodologia: Considerando a complexidade da rede de serviços do Município, a implantação dos NASF ocorreu de forma gradual, com a participação da Atenção Básica -SMS, STS, CRS e IP. Abril 2008 - SMS reuniu-se com as CRS, STS e IP para planejamento da implantação, decisão da composição das equipes para o NASF e escolha das unidades base. Por iniciativa da SMS/SP, foram incluídos vinte e dois Coordenadores de NASF, para organizar as ações das equipes e realizar a interlocução com ESF. Neste período, foram elaborados os Planos de Trabalho das IP.

Equipes NASF

Coordenadoria Regional de Saúde

13

NORTE

20

LESTE

15

SUDESTE

08

CENTRO OESTE

30

SUL

86

EQUIPES NO MUNICÍPIO

Maio/Dezembro 2008 - As áreas Técnicas da SMS e IP realizaram um alinhamento técnico sobre: perfil dos profissionais a serem contratados e etapas do processo seletivo, iniciando-se a contratação a partir de outubro de 2008. Janeiro/junho 2009 – Realização de capacitações Regionais para equipes NASF contratadas. Encaminhamento de projeto para habilitação das equipes junto ao Ministério da Saúde em maio/09. 53


Capacitação - Abril/2009

DIRETRIZES DIRETRIZESE EPARÂMETROS PARÂMETROS NORTEADORES NORTEADORESDAS DASAÇÕES AÇÕESDOS DOS ÚCLEOS POIO NN ÚCLEOSDE DEAA POIO AASS AÚDE AMÍLIA AÚDEDA DAFF AMÍLIA

--NASF NASF–– S ÃO P A U LO , 2 .0 09 S ÃO P A U LO , 2 .0 09

Formação de grupo de trabalho na SMS para redação do Documento de Diretrizes e Parâmetros do NASF.

Conclusão: A inclusão da função do Coordenador NASF foi uma conquista da SMS/SP, seu papel é fundamental para nucleação das equipes e como facilitador da integração entre as ESF/NASF, com foco na transdisciplinariedade e ordenação do processo de trabalho. O MSP tem, hoje, 86 equipes NASF distribuídas de acordo com as prioridades do território. Sua implantação, desde a seleção até a capacitação dos profissionais, possibilitou ações intersetoriais, fortalecendo e envolvendo várias áreas da Atenção Básica. Nessa perspectiva, as diretrizes da SMS para os NASF e ESF têm apontado para efetiva construção de diálogos e troca de saberes dos profissionais e para a transformação das relações e atitudes cotidianas, incrementando a resolubilidade e promovendo a melhoria da qualidade de vida da população assistida.

Autores: Edjane Maria Torreão Brito; Terezinha de Jesus Valente Duarte Gomes; Silvia Aparecida Cisi Tannus; Cecília Seiko Takano Kunitake; Maria Lucia do Amaral Duarte. Instituição: Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo Coordenação da Atenção Básica

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IMPLANTAR A ESF NO CENTRO DA CIDADE DE SP: DESAFIO E CONSTRUÇÃO Introdução: O centro da cidade de SP apresenta problemas como pessoas em situação de rua, uso de álcool e crack, vários tipos de comércio, prestação de serviço e prédios abandonados. Estas pessoas por não terem documentos ou pela condição precária de higiene, muitas vezes são discriminadas nos serviços de saúde. Mudar este quadro é preocupação dos gestores e diversas organizações. Para atender as necessidades de saúde e garantir acesso desta população a SMS implanta com uma instituição parceira a ESF em 3 UBS. Objetivo: Relatar a implantação de 7 ESF em uma destas UBS, seus desafios e as estratégias das equipes para realizarem seu trabalho. Descrição da experiência: discussão e problematização com os atores envolvidos por meio de reuniões, reconhecimento do território, cadastramento das famílias/ pessoas e organização do trabalho. Resultados: 1. Com a territorialização verificou-se que o nº de moradores em situação de rua era cerca de 50% do estimado; 1/3 são crianças e adolescentes entre 7 e 18 anos, que “cheiram cola”; a maior parte são homens jovens, dependentes de álcool e crack e portadores TB, hepatite, DST/ AIDS. Outra situação observada são os conflitos com a polícia. Apesar deste quadro, as equipes estabelecem vínculo e conseguem realizar “VD” nos locais onde eles vivem. As primeiras vindas a UBS ocorrem mediante a companhia do ACS e percebendo o envolvimento da equipe começam a procurar a UBS espontaneamente. Algumas das estratégias utilizadas para vinculá-los a UBS foram a oferta de “banho”, troca de roupa e oficina de desenho. 2. Também se verificou que a região é composta por grande nº de prédios invadidos, “cortiços verticais”, com pessoas em situação precária, grande nº de imigrantes ilegais e prédios de classes diferenciadas, onde as equipes encontram maior dificuldade no cadastramento. Para superar esta dificuldade realizam-se reuniões com síndicos e lideranças das ocupações, distribuição de folhetos, mutirão de aferição de PA, glicemia capilar e grupos educativos. A maior dificuldade no atendimento aos imigrantes é o idioma, estes procuram a UBS para pré-natal e dificilmente se consegue realizar VD. Muitos trabalhadores da região também procuram a UBS para atendimento. Conclusões: A pluralidade e a complexidade da vida das pessoas nesta região fazem com que as ESF tenham que ser criativas e adequar suas ações para as situações encontradas revendo processo de trabalho, conceitos e atitudes, sendo desafio para os profissionais e uma proposta a ser entendida e apreendida pela população.

Autores: Tatiana Ferraz de Araújo Alecrim, Ariete Ramirez, Rosicler Di Lorenzo, Roberta Melão, Maria Eugênia Fernandes Instituição Parceira: Associação Saúde da Família

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INCENTIVO AO ALEITAMENTO MATERNO: GRUPO “MAMA NENÉM” PSF JD. MITSUTANI Introdução: Os serviços e profissionais de saúde têm sido alvo de discussões sobre atitudes e práticas diante da promoção da amamentação. Ambos são responsabilizados pelo sucesso dessa prática cuja atuação estende-se desde atenção ao pré-natal, parto, puerpério e puericultura. Após avaliarmos as principais dificuldades no aleitamento materno, identificadas nos grupos de gestantes, visitas domiciliares, consultas puerperais e de puericultura realizadas pelo enfermeiro aliado ao baixo índice de amamentação, fez-se necessário intervir com a criação do Grupo “Mama Neném”, que acontece quinzenalmente, com duas horas de duração. Desenvolvimento: Segundo a Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano o índice de aleitamento materno foi de 342 dias em 2008. Realizamos o levantamento de 86 prontuários de gestantes em nossa Unidade, e constatamos que o índice de aleitamento materno foi de 242,07 dias em suas gestações anteriores. A equipe multidisciplinar que contempla o grupo criado é formada por enfermeiro, agentes comunitários de saúde, assistente social, profissionais do núcleo de apoio à saúde da família (NASF) e voluntários da comunidade. Como parceria, contamos com a Pastoral da Criança que tem papel importante na elaboração dos encontros e seleção das voluntárias que realizam visitas domiciliares com as ACS quinzenalmente, às puérperas, auxiliando-as e encaminhando-as, se necessário, a um aconselhamento individual realizado pelo enfermeiro. Todos os profissionais e voluntários recebem capacitação. Abordamos no grupo a importância do aleitamento materno no crescimento e desenvolvimento crânio facial, vínculo mãe-filho, planejamento familiar, cuidados com a mama, shantala. Durante os encontros as gestantes recebem orientações sobre o Banco de Leite, podendo assim utilizar o leite do banco, além de realizar doações. Ao final do grupo, entregamos um certificado como forma de parabenizá-las, acreditamos que este é um estímulo potencial à prática do aleitamento e participação no grupo. Depoimentos das mães que participaram do grupo de aleitamento materno e hoje vivenciam os benefícios advindos da amamentação são de suma importância e estímulo para o grupo de gestantes do 3° trimestre que acontece na Unidade, onde as traremos para um depoimento. Conclusão: Nossos profissionais estão empenhados a incentivar o Aleitamento Materno, com dedicação e intuito de aumentar estes índices, visando fortalecer a autoconfiança das gestantes e através da captação e estímulo manter estas futuras mães e puérperas amamentando. Garantindo o aleitamento materno exclusivo até o sexto mês de vida e a manutenção do mesmo até os dois anos de idade conforme recomendação oficial.

Autoras: Costa, M.D.C.; Hochheim, R.M.; Gabriely, F.H.; Pereira, P.L.; Santos, E.C. Instituição Parceira: Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein - Instituto de Responsabilidade Social – IIRS

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INDICADORES E METAS DE PRODUÇÃO PARA EQUIPES DE SAÚDE BUCAL NO PSF A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de São Paulo realiza a gestão da Estratégia Saúde da Família (ESF) por meio de convênios de parceria, firmados junto a 13 instituições de reconhecida excelência em serviços prestados a comunidade. A Universidade Adventista de São Paulo (UNASP) é uma destas instituições, destacando-se na qualidade dos serviços prestados na zona sul de São Paulo, principalmente na região do Capão Redondo e cujo convênio foi firmado em 2001. Atualmente 12 Unidades Básicas de Saúde (UBS) e 75 Equipes Saúde da Família, são contempladas nesta parceria. A primeira Equipe de Saúde Bucal (ESB) foi implantada em novembro de 2005, hoje conta-se com 23 ESB. Com a implantação das ESB, observou-se a necessidade de acompanhá-las sistematicamente, foram então selecionados indicadores, estabelecidas metas de produção e criado um instrumento de avaliação, valendo-se do sistema de informação adotado pela SMS. O presente trabalho tem como objetivo apresentar a experiência do acompanhamento mensal de indicadores e metas de produção das ESB, realizado e idealizado pela Administração PSF UNASP, baseado nas Diretrizes Municipais para atenção em Saúde Bucal. Uma vez constatada a necessidade de monitoramento e acompanhamento sistemático das ações das ESB na ESF, foi sugerido junto a Área Técnica de Saúde Bucal da Coordenação da Atenção Básica, o acompanhamento de 09 indicadores e metas. Foram selecionados os seguintes indicadores de produtividade: Primeira Consulta Odontológica do Ano, Tratamentos concluídos, Visitas Domiciliares, Grupos, Total de Consultas Agendadas, Escovação Supervisionada em Ação Coletiva e Total de Procedimentos/mês. Acompanha-se ainda mais 02 indicadores: Absenteísmo as consultas agendadas e a proporção de atendimentos de urgência no total de atendimento/mês. Mensalmente reúne o CONAC (Conselho de Acompanhamento dos Convênios da ESF): Supervisão Técnica de Saúde, Administração PSF UNASP e os Gerentes das UBS, onde é realizada a análise das metas pactuadas para as UBS e ESB, permitindo monitoramento e aprimoramento das ações em SB. Após o acompanhamento dos indicadores e metas de SB, observamos um crescimento expressivo das ações em SB, garantindo assim, a ampliação do acesso a assistência odontológica na região do Capão Redondo. Percebemos também que apropriação e necessidade de acompanhar as ações das ESB, por parte dos Gerentes das UBS favorecem a compreensão da ESB como parte da ESF. O método de acompanhamento e supervisão desenvolvidos pela Administração PSF UNASP promove melhora na qualidade e no planejamento das ações em SB, sendo uma importante ferramenta de avaliação e gestão.

Autor: Ely José Hollen Dias Instituição: UNASP

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INSERÇÃO DO AUXILIAR DE ENFERMAGEM BUSCANDO QUALIDADE DAS AÇÕES DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA Introdução: para que as atividades em vigilância epidemiológica sejam bem sucedidas é necessário que o sistema esteja organizado e seja capaz de detectar e intervir precocemente sobre os agravos, aumentando sua eficácia. Objetivos: Verificar a melhoria do sistema de vigilância epidemiológica, por meio do aumento das notificações de doenças de notificação compulsória, bem como melhorar a qualidade das investigações desencadeadas em prazos considerados adequados, com a inserção/capacitação do auxiliar de enfermagem. Metodologia: Relato de experiência das Equipes de Saúde da Família da UBS Vila Praia, Supervisão Técnica de Saúde do Campo Limpo. O processo de inserção do auxiliar de enfermagem foi realizado sob supervisão do enfermeiro responsável nas atividades pertinentes à vigilância epidemiológica, como a notificação, investigação, acompanhamento e interlocução com as equipes. Foram estabelecidas escalas para distribuição de tarefas e fluxo de informação às equipes e realizado uma capacitação em serviço, para os auxiliares de enfermagem, englobando todas as etapas da investigação epidemiológica. Foi realizada atualização dos informes técnicos da unidade. Foi elaborado um livro de notificação e a organização de impressos e relatórios em pastas, que auxiliassem na construção de uma série histórica e facilitassem a comunicação entre os membros da equipe. Os auxiliares de enfermagem foram capacitados a realizar ações, que integravam informações dos resultados dos exames laboratoriais colhidos na unidade, como sorologias e pesquisa de BK no escarro, identificando novos casos ou suspeitas, desencadeando oportunamente a investigação, com repasse às equipes, dos dados para a continuidade do processo. Resultados: Ao longo do processo, identificamos que o total de notificações se elevou no período em relação aos anos anteriores. Em 2006 foram notificados 23 agravos, aumentando para 59 em 2007, e 126 em 2008, com a inclusão de notificações de DST, que não era realizada, anteriormente. Houve melhora na qualidade das informações das fichas epidemiológicas, pois todos os campos passaram a ser preenchidos. Houve melhora do acompanhamento dos usuários sob tratamento supervisionados de TB, e aumento significativo na busca de sintomáticos respiratórios, tendo à unidade, em 2008, atingido a meta proposta, com 102% de sintomáticos pesquisados, contra 29% investigados em 2006. Conclusão: Após a reorganização, com a inserção do auxiliar de enfermagem, trouxe avanços significativos nas ações de vigilância epidemiológica, contribuindo sobremaneira para a qualidade e eficácia das mesmas.

Autoras: Cristiane Oliveira Lima, Tereza Bezerril, Juliana Vasconcelos, Maria do Carmo Instituição Parceira: Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein - Instituto de Responsabilidade Social – IIRS

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INTEGRAÇÃO DAS EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA E NASF Introdução: O Ministério da Saúde assume o compromisso de reestruturar o modelo de atenção à Saúde no Brasil, propondo que os serviços sejam organizados de forma a garantir integralidade, equidade e universalidade com melhor qualidade de atendimento e humanização. Na Atenção Primária à Saúde (APS) contamos com a Estratégia de Saúde da Família (ESF). Em 24 de janeiro de 2008, a portaria nº 154 cria os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF). Desde então a APS pode contar com um quadro técnico assistencial ampliado com a metodologia de trabalho do Apoio Matricial. A comunidade é considerada como um espaço de intervenção do ponto de vista assistencial e epidemiológico, levantando dados sobre o perfil e o diagnóstico situacional e traçando planos de cuidado à população. As equipes discutem e elaboram estratégias à partir dos dados coletados e da observação das situações de risco e de vulnerabilidade social. Dessa forma, uma experiência de implantação do Núcleo de Apoio à Saúde da Família - NASF numa região do município de São Paulo suscita a reflexão sobre a necessidade de sistematizar a integração das equipes de SF e NASF. Objetivo: Relatar uma experiência de integração das equipes na implantação do NASF numa região do Município de São Paulo. Metodologia: Relato de experiência. Resultados: Com a metodologia de trabalho desenhada em três eixos: Apoio Matricial, Clínica Ampliada e Projeto Terapêutico Singular, foi desenhado o processo de trabalho do NASFA proposta de integração das equipes foi realizada no território que conta com 12 Unidades Básicas de Saúde contempladas com 75 equipes de SF e 5 equipes NASF (nutricionista, psicóloga, fonoaudióloga, fisioterapeuta e psiquiatra).Como resultado do Planejamento Estratégico Situacional, ciclos de encontros locais do NASF com as equipes SF foram sistematizados.Até o final de 2009 serão 100% das equipes de SF participantes dos encontros de educação permanente realizado pelo NASF voltado à temas e discussões sobre cuidado e saúde integral. Conclusões: A proposta do NASF é transdisciplinar e daí a importância dos espaços coletivos das reuniões de equipe, técnicas e gerais da UBS, de comunidade e intersetoriais, onde a discussão dos casos pode ser efetivada de maneira sistematizada, contando com o olhar e a especificidade de cada técnico.Potencializar esses espaços coletivos da ESF com discussões norteadas pela proposta de educação permanente tem sido a principal ferramenta de integração das equipes de SF e NASF.

Autora: Cintia Cristina Castellani Instituição Parceira: Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein - Instituto de Responsabilidade Social – IIRS

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LAÇOS DE PARCERIAS E CONSTRUÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE Introdução: A Casa de Saúde Santa Marcelina foi à pioneira na implantação do Projeto QUALIS (Qualidade Integral à Saúde), através do convênio firmado com a Secretaria de Estado da Saúde do Governo do Estado de São Paulo no ano de 1996; Passando em 2002 para PSF (Programa Saúde da Família). E no primeiro semestre de 2007, através do contrato de gestão (Lei Municipal n 14.132 de janeiro de 2006), foi sancionada a parceria entre Prefeitura e a Instituição que assumiu a administração da Organização Social (OS) Santa Marcelina, em 32 serviços de Saúde dos quais 15 são UBS (Unidade Básica de Saúde) com ESF (Estratégia Saúde da Família). Dentro disso, a Instituição visando o seu longínquo e permanente trabalho e imbuída dos valores de participação e de construção coletiva, criou o setor de participação social que tem por objetivo principal acompanhar e interagir com os conselhos gestores, fortalecendo a importância da comunidade no aprimoramento dos processos de trabalho em consonância com o desenvolvimento local conforme rege as Leis Federais 8.080 e 8.142/90. Objetivo: Intensificar o acompanhamento nas reuniões dos conselhos gestores; Empoderar os conselheiros para o exercício de suas atribuições, preparando-os para atuação e estreitando laços de parcerias e de construção de políticas públicas. Instrumentalizar e incentivar os Gerentes das UBS para valorizar e qualificar a comunidade para o controle social. Metodologia: Participação nas reuniões dos conselhos gestores das UBS's; Realização de oficinas para qualificação de lideranças comunitárias e conselheiros gestores dos três segmentos, através de dinâmicas participativas e problematizadora, proporcionando o empoderamento e a autonomia dos diferentes atores sociais no exercício da cidadania. Resultados: 39 visitas para acompanhamento em reuniões de conselhos gestores; 102 reuniões com 1.503 participantes para fomentar e empoderar os lideres comunitários, os conselheiros e os Gerentes das Unidades quanto à importância da participação cidadã; Realização de 10 oficinas, sendo 279 participantes, entre conselheiros e lideranças comunitárias; 1.782 participantes sensibilizados e instrumentalizados quanto às atribuições do conselho gestor e os preceitos do controle social. Aprendizado Institucional: Ressaltamos que este trabalho está em permanente construção a fim de garantir aos conselhos de saúde autonomia e qualidade nas discussões; incentivando e sensibilizando o estreitamento de laços de interação e de cooperação, dirimindo assim, situações que possam prejudicar a qualidade da assistência.

Autores: Estefânia Rodrigues Veiga; Rute Pereira Mendonça Coutinho; Maria Sebastiana Felix Bizzeto; Renato Nogueira dos Santos. Instituição Parceira: Atenção Primária à Saúde Santa Marcelina

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MÉDICOS DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA (ESF) EM SÃO PAULO: QUEM SÃO? Introdução: A ESF, implantada em São Paulo em 1996, tem grande expansão a partir de 2001, quando da adesão do município ao SUS, com a característica de se dar através de parcerias com instituições filantrópicas. Nossa instituição é parceira, com 156 equipes em vários distritos da cidade, cobrindo aproximadamente 415.943 pessoas.Grandes desafios tem sido a atração, fixação e qualificação dos médicos para o programa. Objetivo: conhecer perfil dos médicos que atuam nas equipes, e com gestor público atuar no enfrentamento desta questão. Metodologia: questionário individual para os médicos destas equipes, neste momento com 132 médicos, enviado a 109 médicos, em UBS's com Comissões de Prontuários implantadas, que permitiu diálogo mais direto com os médicos, através de seus Presidentes.O questionário procurou identificar: idade, sexo, anos de graduação, tempo de experiência na ESF, formação, necessidades de capacitação, perspectivas profissionais, fatores de fixação, salário ideal, carga horária ideal. Resultados: obtivemos 94 respostas, dos 109 médicos contratados (86,24%).Encontramos 54,25% do sexo feminino, 45,75% do sexo masculino (inverso da pesquisa nacional anterior); em média há 2 anos e 9 meses na ESF, mostrando maior estabilidade do que o pensado; média de idade de 38 anos;12 anos em média de graduação, revelando que o perfil não é de médicos jovens e recém-formados, embora tenhamos boa contingência destes.Futuro profissional: 75,53% pretendem permanecer na ESF, com vínculo único ou associado, 32,97% fazer Residência Médica e 18,08% fazer Mestrado e Doutorado, característica de São Paulo, que oferece muitas oportunidades de desenvolvimento profissional. Formação: 30,85% com título de especialista em várias áreas (G.O. e Pediatria, com 10 ocorrências cada se sobressaem); 41,48% com Residência Médica e 39,36% com alguma pós-graduação (8 em Medicina de Família); encontramos 1 titulado pela SBMFC. Encontramos 5 profissionais com mestrado, 2 com Doutorado. Carga horária adequada para a ESF: 70,21% indicam 40hs, 27% 30hs.Motivos de fixação: 29% indicam afinidade com o trabalho, possibilidade de aprendizagem constante; 22% indicam o salário; 20% indicam valorização profissional, plano de carreira; 19% condições de trabalho. Salário Ideal: 10-15mil reais (83%). Necessidades de capacitação: em 1º lugar Saúde Mental, depois Saúde da Mulher e Saúde da Criança, além de outros 25 temas. Partindo destes dados, estamos junto com o gestor público, construindo um documento norteador de RH, contemplando questões apontadas e iniciamos processo de capacitação a partir dos temas apontados. Conclusões: focando nossos profissionais quebramos mitos, podendo agir mais objetivamente, com mais qualidade na fixação e na qualificação dos médicos da ESF.

Autores: Paulo Celso Nogueira Fontão, Rosicler Di Lorenzo, Luis Antonio V.D'Angelo, Ariete Ramirez, João Gustavo Negrão Instituição Parceira: Associação Saúde da Família

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MODELO PROPOSTO DE IMPLANTAÇÃO DE FERRAMENTAS PARA AUDITORIAS 5S NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE Introdução: A Casa de Saúde Santa Marcelina caracteriza-se como instituição filantrópica na região da zona leste e possui parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo através de contratos de gerenciamento, iniciados com a Organização Social da microrregião de Cidade Tiradentes e Guaianases em 2007. A decisão de implantar a Gestão da Qualidade como componente estratégico para a melhoria e excelência na prestação de serviços de saúde na Atenção Primária em Saúde (APS), acontece em fevereiro de 2008 através do Projeto Acreditar, que visa Acreditação de um sistema de treze unidades de Microrregião Tiradentes e Coordenação APS, e em 2009 mais dezesseis Unidades da Microrregião de Guaianases e dezesseis da Microrregião de Itaim Paulista. Destacamos neste processo da Qualidade a ferramenta 5S (1.Seiri - Senso de Utilização, 2. Seiton Senso de Ordenação ou Organização, 3.Seiso- Senso de Limpeza, 4.Seiketsu - Senso de Saúde e Higiene e 5. Shitsuke - Senso de Autodisciplina), Utilizada como base principal na organização e uso racional de recursos, o qual estaremos implantando auditorias. Objetivos: Implantação de ferramentas na realização de auditorias internas 5S. Métodos: Ferramenta chek list com critérios de avaliação e acompanhamento das auditorias e de consolidação de dados estatísticos – no Monitoramento 5S, que serão realizadas por colaboradores da equipe de Qualidade, treinados nas etapas necessárias para a auditoria e implantação desta ferramenta, estas auditorias inicialmente serão realizadas mensalmente no período de três meses, depois semestralmente conforme Manual da Qualidade Institucional, serão consolidado os dados, elaborado relatórios para ciência e divulgação dos envolvidos e elaborado plano de ação para as correção das não conformidades, prevenção e melhorias contínuas nos Setores/Unidades APS. Resultados Esperados: Gerenciamento e monitoramento da implantação do 5 S, organização na liberação de espaços, no aumento da produtividade, na diminuição dos riscos de acidentes e desperdícios. Conclusão: Resultados de auditorias com base em critérios institucionais e registros de implantação e monitoramento do 5S, nas Unidades e Coordenação APS (Atenção Primária à Saúde).

Autores: Célia Maria Pinheiro dos Santos; Eliana de Souza Alvim Santos; Diene Keli Assunção dos Santos; Emília Anastácio; Nathalia Treglia Instituição Parceira: Atenção Primária à Saúde Santa Marcelina

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MONITORAMENTO DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE ESPECIAL PARA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA Introdução: Estima-se, hoje, que existam cerca de 14.000 pessoas vivendo em situação de alta vulnerabilidade social – moradores de rua, no Município de São Paulo, esta população está concentrada nas regiões Sudeste e Centro-oeste da Cidade. Em resposta a esta realidade, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) com objetivo de dar uma assistência diferenciada a esta população implantou 27 equipes ESPECIAIS, configuradas na Estratégia Saúde da Família e acrescidas de profissionais como psicólogo, assistente social e terapeuta ocupacional, através de parceria com a Secretaria Municipal de Assistência Social (SMADS) e convênio firmado com duas Instituições Parceiras. Objetivo: O presente trabalho tem como objetivo relatar a experiência de criação dos indicadores para monitoramento da rede de cuidado voltada para esta população em situação de vulnerabilidade social. Metodologia: A partir do estudo das patologias com maior incidência nesta população específica, através de levantamentos de prontuários e SIAB (especifico), foram realizadas reuniões com a participação da Atenção Básica, Coordenadorias Regionais de Saúde Centro Oeste e Sudeste, Instituições Parceiras Associação Saúde da Família e Nossa Senhora do Bom Parto para definição dos indicadores mais relevantes no acompanhamento destas equipes. Os indicadores eleitos incluem os quatro eixos: saúde do adulto/idoso, saúde da mulher; saúde da criança / adolescente e plano de trabalho da Instituição Parceira. O monitoramento destes indicadores tem como proposta avaliar desde o número de cadastro de pessoas por Agentes Comunitários da Saúde (ACS) até o acompanhamento de pessoas com sífilis, AIDS, tuberculose e gestantes que realizaram o VDRL (2 vezes). Alguns indicadores específicos são: proporção de adolescentes com uso nocivo de álcool, proporção de adolescentes que fazem uso de drogas, proporção de caso de tuberculose em acompanhamento, proporção de pessoas com HIV acompanhados, proporção de pessoas com hepatite B/C acompanhados, proporção de pessoas com diagnóstico de sífilis tratada. Conclusão: Construir Políticas Públicas capaz de responder a inclusão social e a melhoria das condições de saúde da população que convive com os mais perversos indicadores sociais e de saúde é um imenso desafio para os Gestores Públicos. Os indicadores foram implantados e serão avaliados em Conselho Técnico de Acompanhamento (CONAC), trimestralmente. O acompanhamento destes indicadores nos permitirá corrigir e propor novas ações que propiciem maior resolubilidade na assistência a estas pessoas em situação de vulnerabilidade social. Autoras: Manchini, Vera Lucia Martinez; Edjane Maria Torreão Brito; Silvia Aparecida Cisi Tannus; Maria Cristina Honório dos Santos. Instituição: Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo – Coordenação da Atenção Básica

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MONITORAMENTO DE GESTANTES RESIDENTES NA REGIÃO SUL DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO NA DETECÇÃO PRECOCE DE SINTOMAS DA GRIPE A ( H1N1) Introdução: A pandemia de influenza A(H1N1) e a condição de grande vulnerabilidade das gestantes para o agravamento da doença e morte determinaram a necessidade de se criar mecanismos de maior conhecimento e acompanhamento desta população. Na Coordenadoria Regional de Saúde Sul (CRSSUL) do Município de São Paulo estima-se 30.000 gestantes usuárias do SUS1, com taxa de mortalidade materna referente ao biênio 2007/2009 estimada em 46,5/100.000 nascidos vivos 1 que destacam a região quanto à necessidade de acompanhamento desta população em relação ao enfretamento deste agravo à saúde. A CRSSUL e a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de São Paulo estão mantendo vigilância contínua no controle da gripe A (H1N1). Dentre as estratégias desenvolvidas, foi realizado o monitoramento diário e contínuo das gestantes pelos ACS- Agentes Comunitários de Saúde e demais integrantes das equipes de atendimento da Saúde da Mulher das Unidades Básicas de Saúde e esta estratégia foi desenvolvida como prioridade pela CRSSUL. Objetivo: Monitorar as gestantes sobre os sintomas e cuidados a serem desenvolvidos na prevenção da influenza AH1N1 e detecção precoce das gestantes sintomáticas. Metodologia: Os 2.429 Agentes Comunitários de Saúde (ACS) de 470 equipes de Estratégia Saúde da Família atuaram no monitoramento das gestantes. Três estratégias foram utilizadas: priorização da visita domiciliar nas residências com gestantes; contato telefônico com gestantes cadastradas nas UBS e orientação das gestantes durante as consultas do pré-natal. Os parâmetros monitorados foram: número diário de gestantes abordadas; gestantes no terceiro trimestre nas visitas domiciliares, pelos contatos telefônicos e durante as consultas. Resultados: Durante os meses de agosto, setembro e outubro de 2009, foram abordadas 48.111 gestantes; 15.164 destas mulheres encontravam-se no 3º trimestre de gravidez, sendo realizadas 25.905 visitas domiciliares e 15.953 intervenções durante a presença das mesmas nas UBS´s. Considerações finais: Esta intervenção demonstra a importante capacidade de veiculação de informações que a Estratégia de Saúde da Família e seus ACS podem contribuir de maneira a modificar o curso de situações de emergência de forma ágil, a curto prazo, com recursos existentes sem investimentos extras. Estudos complementares devem ser desenvolvidos sobre casos que foram detectados precocemente a partir desta intervenção.

Autores: Azevedo, LH; Leal SRWC; Marques, I A; Yokaichiya, CM; Salgueiro, CV; Torreão, EB. Instituição: Secretaria Municipal da Saúde São Paulo/ Coordenadoria Regional de Saúde – Sul

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NASF – NÚCLEO DE APOIO A SAÚDE DA FAMÍLIA - CONSTRUINDO UMA LINGUAGEM COMUM NA CIDADE DE SÃO PAULO Introdução: O Município de São Paulo possui 10.998.831 hab. (IBGE), encontra-se subdividido em cinco Coordenadorias Regionais de Saúde (CRS) e conta com 1224 ESF (Equipes de Saúde da família) e 86 NASF (Núcleos de Apoio a Saúde da Família) viabilizado por meio de contrato de gestão ou termo de convênio com 12 Instituições Parceiras. Considerando a responsabilidade da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) em nortear diretrizes e facilitar a inserção desses novos profissionais na rede municipal de saúde, a Coordenação da Atenção Básica implementa o acolhimento e capacitação desses técnicos, concomitante à sua inserção no campo de trabalho. Objetivo: Compartilhar o planejamento e a vivência da 1º capacitação NASF da SMS-SP. Metodologia: Problematizadora com a participação da Coordenação da Atenção Básica, das 18 Áreas Técnicas de Saúde e 12 instituições Parceiras. No primeiro encontro, ocorreu apresentação da portaria nº154 de 24/01/09 MS e o quantitativo de profissionais por região. Foram definidas comissões das áreas Técnicas de Saúde e discutidos exaustivamente o conteúdo mínimo da capacitação, a carga horária e a forma de apresentação; em seguida, cada área elaborou sua aula e foi apresentada para as comissões de trabalho. Esse processo deu-se de forma compartilhada com a participação de todos os envolvidos, realizando vários ajustes até a formatação a seguir: DATA

ÁREA TÉCNICA DE SAÚDE

TEMA PROPOSTO

14/04/09

Coord. Atenção Básica NASF/ESF Vigilância Ambiental COVISA

Atenção Básica no Município Construindo Linguagem Comum Estrutura do Centro de Vigilância (Dengue / Leptospirose / TBC

4/5/2009

SAÚDE MENTAL

MATRICIAMENTO

5/5/2009

SAÚDE DA MULHER CULTURA DA PAZ

13/04/09

6/5/2009

7/5/2009

8/5/2009

SAÚDE DA CRIANÇA SAÚDE DO ADOLESCENTE SAÚDE BUCAL ASSISTENCIA SOCIAL SAÚDE DO IDOSO S. DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA SAÚDE OCULAR SAÚDE DO ADULTO PROGRAMA ALIMENT/ NUTRIÇÃO

11/5/2009

SAÚDE INDIGENA ASSISTÊNCIA FARMACIA ASSISTÊNCIA LABORATORIAL PROGRAMA REMÉDIO em CASA COMISSÃO DE FERIDAS

13/5/2009

SAÚDE DA POPULAÇÃO NEGRA MTPIS e EDUCAÇÃO FISICA

DIRETRIZES DAS ÁREAS TÉCNICAS PROTOCOLOS, MANUAIS E SUAS APLICABILIDADES

COORD. ESF

AVALIAÇÃO

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A capacitação ocorreu simultaneamente nas cinco CRS atingindo cerca de 800 pessoas incluindo profissionais NASF e Gerentes de UBS. O conteúdo abordado incluiu: SUS, ESF, NASF, Atenção Básica no Município, Geografia do Município de São Paulo, Vigilância Epidemiológica, diretrizes das Áreas Técnicas, Protocolos e manuais SMS e sua aplicabilidade. Resultados e Conclusão: O cumprimento do planejamento das atividades facilitou à operacionalidade com fluidez desse processo de trabalho. Capacitar os participantes numa perspectiva de aprender enquanto reflete o aprendizado, construir processos de trabalho a partir da realidade enfrentada de forma a produzir melhor assistência à população, traduz uma capacitação de relevância, pois estes profissionais que atuarão junto a ESF poderão utilizar as ferramentas propostas neste curso tendo em vista que a interlocução sempre deve se fazer presente.

Autoras: Terezinha de Jesus Valente Duarte Gomes, Lucia Helena da Silva, Silvia Aparecida Cisi Tanus, Eunice Emiko Kishinami , Maria Cristina Honório dos Santos, Edjane Maria Torreão Brito. Instituição: Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo – Coordenação da Atenção Básica

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O ENFERMEIRO GERENTE - UMA EXPERIÊNCIA EM UNIDADE DE SAÚDE COM O PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA Introdução: Gerenciar envolve estratégias diferenciadas para captação e atração de pessoas de acordo com o conjunto de competências, e discute, dentro de um conceito próximo à filosofia da QUALIDADE TOTAL, a noção de agregação de valores para a organização. O enfermeiro deve pautar sua meta de trabalho sobre qualidade dos resultados. Há que exercer com eficiência e criatividade, o papel de motivador das qualidades pessoais e profissionais dos integrantes de um grupo de trabalho, além de preocupar-se com o constante desenvolvimento técnico-científico dos mesmos. Objetivo: Mostrar que o enfermeiro no PSF atua como um líder/supervisor das ações de sua equipe de trabalho e que esta preparado/capacitado para desenvolver uma gerência a partir de sua formação holística e técnica. Metodologia: Relato de experiência onde são abordados o ser Enfermeiro e o ser Gerente em uma unidade com estratégia saúde da família composta por seis equipes na região do Itaim Paulista – extremo leste de são Paulo. Resultados: O gerente enfrenta desafios diários como articulador de ações, gerenciador de conflitos, apoio para seus colaboradores e participante de diversas atividades extra-muro a fim de ampliar seus contatos e conhecer seu território, desenvolvendo a intersetorialidade. A experiência obtida como enfermeiro anterior à gerência ampliou a visão de como conduzir situações relacionadas ao processo de trabalho de uma unidade vinculada ao programa saúde da família. Conclusões: Gerenciar é um processo dinâmico constante, o gerente deve ter o controle e monitoramento das atividades realizadas bem como o alcance das metas de produtividade de seus profissionais. Por fim desafios e dificuldades existem e estes motivam para que a experiência se torne gratificante e de grande contribuição.

Autora: Elizabete Conceição de Lima Santos dos Reis Instituição Parceira: Atenção Primária à Saúde Santa Marcelina

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O PAPEL CHAVE DO GRUPO EDUCATIVO NO CONTROLE DA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICO Introdução: O profissional de saúde tem um papel chave no controle da Hipertensão arterial sistêmica (HAS) quer na relação direta com o paciente que define o diagnóstico e a terapêutica, quer no seguimento e educação continuada. Isto é importante, sobretudo, na rede pública de saúde de atenção básica. Objetivo: Mostrar a importância de um grupo de Hipertensão para a manutenção de níveis pressóricos adequados na população atendida. Metodologia: O Grupo era estruturado da seguinte forma: momento educativo com abordagem de temas de saúde diversos, inclusive com participação de convidados; momento de avaliação no qual eram realizadas medidas de Pressão Arterial; momento de acolhimento de queixas pontuais e intercorrências. Resultados: Levantamento dos resultados do Grupo foi realizado no período de dezembro de 2008 a julho de 2009. Foram realizadas médias semanais da Pressão Arterial de todos os hipertensos e o resultado mostrou uma manutenção da Pressão Arterial Sistólica e Diastólica em níveis adequados em todo o período. Conclusões: Este formato de Grupo mostrou ser uma boa estratégia para o acompanhamento de hipertensos a longo prazo, evidenciado pela manutenção de níveis pressóricos adequados.

Autora: Maria Jacqueline Amaral de Oliveira Reis Instituição Parceira: Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein - Instituto de Responsabilidade Social – IIRS

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O TRABALHO EM EQUIPE NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA Introdução: O trabalho em equipe constitui importante ferramenta para a estratégia de Saúde da Família. A maneira como acontece as relações entre os seus membros pode potencializar ou, contrariamente, criar obstáculos para a boa assistência e o trabalho de promoção à saúde. Objetivos: Verificar a melhoria da qualidade do trabalho de uma Equipe de Saúde da Família por meio da construção de um relacionamento saudável e amadurecido entre os membros da equipe. Metodologia: relato de experiência da Equipe de Saúde da Família da UBS Vila Praia, da Supervisão Técnica de Saúde do Campo Limpo. Foi realizado um processo de entrosamento entre os membros da equipe, com a criação de um código de combinados, baseado na cooperação e no respeito mútuos, responsabilizando o sucesso das ações a todos os membros da equipe e, se necessário, intermediando conflitos. Identificamos valores e potencialidades individuais importantes na dinâmica da equipe, como liderança, capacidade de trabalho, iniciativa, organização e criatividade. Criamos espaços para momentos de descontração, que possibilitassem a convivência para gerar maior afinidade entre os membros e equilibrar as relações. Concomitantemente, foi realizada, pelo enfermeiro da equipe, supervisão e correção do preenchimento das fichas A e B. Foram elaborados, pela equipe, registros de informações sobre usuários, rotinas e fluxo de informação internos, que garantissem a melhoria da assistência e promoção à saúde. Resultados: Atualmente no SIAB, há o preenchimento mais adequado das fichas “A” e “B”, maior organização fluxos internos e rotinas, além de entregar relatórios nos prazos estabelecidos. Retomada das reuniões diárias e dos grupos de orientação. Melhoria na inserção dos auxiliares de enfermagem na equipe e estabelecimento de prioridades para as visitas de médicos e enfermeiros, considerando o potencial de risco de cada usuário. Elaboração e atualização do Painel de Situação e o Mapa Vivo, além de melhorar o vínculo com os usuários. Conclusão: A construção saudável das relações interpessoais em um grupo é fundamental para obtenção de resultados do trabalho na Estratégia de Saúde da Família. Cada membro da equipe deve saber perceber diferenças e dificuldades, mas compreendê-las e respeitá-las. É imprescindível identificar e valorizar as potencialidades de cada membro e destacá-las no processo de construção da equipe para obter um resultado cuja autoria passa a ser coletiva.

Autoras: Maria Jacqueline Amaral de Oliveira Reis Instituição Parceira: Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein - Instituto de Responsabilidade Social – IIRS

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O USO DAS FERRAMENTAS DA QUALIDADE NA ORGANIZAÇÃO DA SERVIÇOS DE FARMÁCIA NAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE Introdução: A Casa de Saúde Santa Marcelina caracteriza-se como instituição filantrópica na região da zona leste e que possui parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo através de contratos de gerenciamento, que se iniciou com a Organização Social da microrregião de Cidade Tiradentes e Guaianases em 2007. A decisão de implantar a Gestão da Qualidade como componente estratégico para a melhoria e excelência na prestação de serviços de saúde na Atenção Primária em Saúde (APS), inicia-se em fevereiro de 2008 através do Projeto Acreditar, que visa Acreditação de um sistema de 44 unidades de Microrregião Tiradentes e da Microrregião de Itaim Paulista. Desta proposta de gerenciamento, houve inserção da Assistência Farmacêutica como proposta de qualificação dos serviços de farmácia. Destacamos neste processo que a organização dos serviços da farmácia deve assegurar que o medicamento de boa qualidade seja entregue ao paciente certo, na dose prescrita, na quantidade adequada; que sejam fornecidas as informações suficientes para o uso correto e que seja armazenado de forma a preservar a qualidade do produto com rastreabilidade. Objetivo: Implementar um sistema de qualidade nas farmácias das UBS, através de organização dos serviços, gerenciamento da logística e clarificação das rotinas a serem executadas,promovendo a humanização no atendimento com maior comodidade e segurança ao paciente. Material e Métodos: Sensibilização da qualidade, Utilização de ferramentas de gestão para qualidade no desenvolvimento do projeto (Brainstorming, Ciclo PDCA, 5 S , 5 W 2 H, POP, Manual de Procedimento, Cronogramas, Planilha de Monitoramento); Racionalização dos processos de trabalho; e valorização profissional de todos os colaboradores, inserindo no processo e interagindo institucionalmente. Resultados: Organização e alinhamento das atividades do serviço de farmácia baseados nas diretrizes institucionais, garantindo a entrega de medicamento com qualidade e segurança e atendimento humanizado. Conclusão: A identificação dos diferentes graus de dificuldades de cada uma das unidades de saúde auxilia no tipo de intervenção necessária a ser realizada pelo farmacêutico para resolução do problema, com otimização de tempo e recursos. A análise critica dos dados serve como parâmetro para aplicação de planos de ação que possam atender melhor a necessidade das unidades de saúde, obtendo ganho no desenvolvimento de uma Assistência Farmacêutica diferenciada, com qualidade, eficiência e redução de custos.

Autora: Eliana de Sousa Alvim Santos Instituição Parceira: Atenção Primária à Saúde Santa Marcelina

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PANORAMA DO RASTREAMENTO DO CÂNCER CERVICAL NA UBS DOM JOÃO NERY Introdução: Hoje é fato que o câncer de colo de útero é um problema de saúde pública, ocupando um lugar de destaque nas taxas de morbi-mortalidade, principalmente entre a população feminina de nível social e econômico baixo. No Brasil o câncer de colo uterino representa a segunda causa de mortalidade bruta entre as neoplasias malignas para a população feminina, em 2005 morreram 4506 mulheres de câncer de colo de útero no Brasil, mortes evitáveis se o diagnóstico fosse feito mais precocemente. O exame de Papanicolaou é utilizado para o rastreamento populacional, na detecção precoce do câncer de colo útero, quando o tratamento é de baixo custo e tem elevado percentual de cura. Estudos demonstram que há barreiras na realização do exame de Papanicolaou como longo período de espera para ser atendida, disponibilidade de recursos materiais e humanos, falta de vagas em consultas, falta de tempo devido à carga horária de trabalho da usuária. É necessária uma mudança de atitude frente a este paradigma, é preciso que o sistema de saúde, por meio das instituições e dos profissionais, assuma uma atitude ativa. Objetivos: Realizar o diagnóstico do rastreamento do câncer de colo de útero através do teste de Papanicolaou na UBS Dom João Nery. Metodologia: O presente estudo trata-se de pesquisa de abordagem descritiva e exploratória, desenvolvida com mulheres cadastradas na UBS Dom João Nery. A população de estudo foi composta pela totalidade das mulheres cadastradas na UBS em comparação a totalidade de mulheres que realizaram o teste de Papanicolaou, no período de 03 de junho de 2008 a 03 de maio de 2009. Resultados: A realização deste trabalho permitiu que fosse traçado o perfil da população estudada. A UBS Dom João Nery possui 8691 mulheres cadastradas com idade acima de 15 anos, onde realizaram o teste Papanicolaou: 17,5% das mulheres com idade entre 15 a 19 anos, 25,33% entre 20 a 39 anos, 25,6% entre 40 a 49 anos, 25,82% entre 50 a 59 anos e 14,57% das mulheres acima de 60 anos. Diagnosticamos que há necessidade de planejar e implantar medidas para modificarmos este panorama, que esta longe de alcançar os indicadores do pacto pela vida referente à saúde da mulher.

Autores: Adriana Regina Zechi, Leonardo Messa Unidade: Dom João Nery Instituição Parceira: Atenção Primária à Saúde Santa Marcelina

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PAVS PROGRAMA AMBIENTES VERDES E SAUDÁVEIS Introdução: Uma iniciativa inédita da Prefeitura de São Paulo, por meio da parceria entre as Secretarias Municipais da Saúde (SMS), do Verde e Meio Ambiente (SMVMA) e da Assistência e Desenvolvimento Social, proporcionou, em 2005, a implantação do Projeto Ambientes Verdes e Saudáveis – Construindo Políticas Públicas Integradas - PAVS, objetivando incluir as questões ambientais nas ações de Promoção à Saúde na Estratégia Saúde da Família (ESF). O Município de São Paulo, com 10.998.813 habitantes e 1.224 Equipes de Saúde da Família, distribuídas em 245 Unidades Básicas de Saúde, com 45 % de cobertura populacional, incorporou o PAVS como Programa dentro da Estratégia Saúde da Família, tendo como eixo o fortalecimento da intersetorialidade e do desenvolvimento sustentável. Objetivo: Relatar uma experiência, junto a ESF, na construção de uma concepção de espaços locais saudáveis e sustentáveis. Metodologia: Com SMVMA, a SMS e a participação de 20 Instituições Parceiras, historicamente envolvidas nas questões ambientais e de Saúde Pública, em 2005, foi elaborada e submetida a órgãos financiadores uma proposta do Projeto. Em 2006, foi organizada uma formação/capacitação de 80 educadores ambientais, para atuar nas diversas regiões da cidade e, em 2007, a capacitação dos 5.400 Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e Agentes de Proteção Social, em seis eixos temáticos: lixo; água e energia, biodiversidade; convivência saudável e zoonoses; consumo responsável e cultura de paz. Utilizou-se a metodologia reflexiva e problematizadora, propiciando construção coletiva de conhecimentos e práticas a partir da realidade dos participantes. O projeto de intervenção junto a ESF levou em conta as necessidades de cada território, buscando parcerias locais e fortalecendo as ações intersetoriais. Para viabilizar a continuidade do Programa e realizar a gestão dos projetos, a Atenção Básica (SMS) conta com a atuação de técnicos coordenadores, gestores ambientais (cinco regionais e vinte e cinco locais) e onze Instituições Parceiras, integrados às ESF e Coordenadorias Regionais de Saúde. Resultados: 705 Projetos socioambientais monitorados; Produção de material de apoio pedagógico / relato de experiências e depoimentos dos ACS; Produção de material de divulgação para profissionais das unidades e usuários. 72


Confecção de “puffs” a partir de garrafa pet

Projetos de Hortas Comunitárias nas UBS e Escolas

Conclusão: A proposição da abordagem das questões socioambientais no âmbito das ações de Promoção da Saúde realizadas pela ESF contribui para uma concepção de saúde e meio ambiente abrangente, evidenciando as multideterminações do processo saúde-doença, tendo como pressupostos a intersetorialidade, a participação dos atores e a co-gestão, buscando alcançar o desenvolvimento sustentável e a melhoria da qualidade de vida da população.

Autores: Eunice E Kishinami de Oliveira Pedro, Yamma Mayura Duarte Alves, Silvia Aparecida Cisi Tannus, Edjane Maria Torreão Brito e Maria Cristina Honório dos Santos Instituição: Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo – Coordenação da Atenção Básica

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PLANILHAS DE ACOMPANHAMENTO DE SAÚDE BUCAL DAS ESB-PSF SPDM-PABSF MUNICÍPIO DE SÃO PAULO A Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM) realiza o monitoramento da produção das Equipes de Saúde Bucal (ESB) na Estratégia Saúde da Família (PSF) através de planilhas que detectam e avaliam os indicadores (visita domiciliar, primeira consulta, retorno, tratamento completado, pacientes agendados, grupos específicos, grupos de escovação supervisionada das triagens familiares e procedimentos coletivos em escolares) seguindo as metas do Protocolo de Saúde Bucal do Município de São Paulo de 2009. Monitoramos assim as 24 Unidades Saúde da Família (USF) com total de 51 ESB sendo 24 equipes Tipo I e 27 equipes Tipo II. A Coordenação Técnica da SPDM/PABSF é composta por um coordenador técnico médico que conta com uma equipe multidisciplinar de supervisores composta por dentistas, enfermeiros, um médico e uma administradora de empresas e hospitalar e um assessor técnico também administrador hospitalar, que avaliam a produção das ESB, traçam estratégias através deste instrumento para atingir as metas, e operacionalizam este trabalho em loco com as ESB nas USF.

Autores: Braga L., Neto J. e Monteiro M. Instituição Parceira: Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina – SPDM

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PORTADOR DE HIPERTENSÃO ARTERIAL E DIABETES: ATITUDES, CRENÇAS, PERCEPÇÕES E PRÁTICAS Introdução: As doenças crônicas degenerativas, dentre elas a hipertensão arterial e diabetes, apresentaram um aumento significativo nas últimas décadas, sendo responsáveis por um grande número de óbitos no país. Quando não tratadas adequadamente podem acarretar graves conseqüências a órgãos alvos, e como entidades isoladas estão entre as mais freqüentes morbidades do adulto. Desse modo, constituem-se num dos mais graves problemas de saúde pública. Uma das dificuldades encontradas no atendimento a esses pacientes é a falta de aderência ao tratamento, que inclui, além da utilização de medicamentos, a modificação de hábitos de vida, que envolve mudanças na forma de viver e na própria idéia de saúde que o indivíduo possui. A concepção de saúde é formada por meio da vivência e experiência pessoal de cada indivíduo, tendo estreita relação com suas crenças, idéias, valores, pensamentos e sentimentos. Acredita-se que as crenças de acordo com as quais as pessoas tendem a viver afetam diretamente esses indivíduos na forma como enfrentam a doença e o tratamento dessa enfermidade. Objetivo: Conhecer o portador de hipertensão arterial e diabetes, por meio da análise de suas atitudes, percepções, crenças, pensamentos e práticas, com o propósito de aperfeiçoar o atendimento prestado. Métodos: Foi realizada uma pré-avaliação de 50 pacientes hipertensos e/ou diabéticos atendidos na UBS Campo Limpo. Os sujeitos foram entrevistados em um único momento e os dados foram analisados pelo método "análise comportamental", por meio de categorias não definidas a priori. Em seguida foi montado um grupo comunitário para um acompanhamento e seguimento desses pacientes. Resultados: Quase a metade dos pacientes estudados (48%) não soube definir o que é hipertensão arterial ou diabetes. Mencionaram como principal sintoma dor de cabeça, na nuca e boca seca (23%), sendo as possíveis conseqüências o derrame, infarto e amputação de membros (42%). Os fatores emocionais foram os mais referidos como os que dificultam o controle da pressão alta e do diabetes. Para este controle, 45% indicaram mudanças de hábitos alimentares e de vida. Dentro deste total, a caminhada e a ginástica foram os mais referidos. Quanto ao comportamento adotado pelos pacientes, o mais mencionado foi o uso de medicamentos. Conclusões: Os aspectos psicossociais e as crenças de saúde parecem interferir diretamente no conhecimento que o paciente tem sobre a doença hipertensiva e o diabetes e nas práticas de saúde adotadas. Considera-se importante propor novas formas de orientação a esses pacientes.

Autores: Evandro Luis Oliveira, Maria Jacqueline Reis, Carolina Santos, Fabiana kurbhi Instituição Parceira: Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein - Instituto de Responsabilidade Social – IIRS

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PRECEPTORIA DE ENFERMAGEM EM SERVIÇO COMO FERRAMENTA DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE Introdução: As Instituições de saúde buscam cada vez mais profissionais em constante desenvolvimento intelectual e perfil pró-ativo, ou seja, disposto a acompanhar inovações tecnológicas, com potencial para resolução de problemas, trabalho em equipe e que gerencie valores e competências essências para organização do processo de trabalho. Na gestão da Coordenação da Atenção Primaria a Saúde que aqui se dá, pelo contrato de convenio da Casa de Saúde Santa Marcelina com a Prefeitura de São Paulo, a preceptoria em serviço se torna ferramenta essencial para garantir o desenvolvimento de pessoas com este perfil. Este modo de trabalhar a educação permanente em serviço já é próprio da “Casa” nas categorias medica e de enfermagem nos diversos modelos de atenção a saúde, portanto, esta proposta agora encabeça o desafio de efetivar-se nas Unidades onde ocorrem os convênios de cogestão com a prefeitura na região leste de São Paulo. Há de se considerar que para o momento atual, trabalhar a preceptoria com a fusão de conceitos de “tenda invertida” e aprendizado por significado, é a melhor estratégia. A “tenda” é o território do Saúde da Família (ESF), onde ocorrem as representações sociais e o desenvolvimento do processo saúde e doença. O enfermeiro nele inserido, receberá o preceptor que estará com ele e para ele, o acompanhando na promoção da amplitude de suas ações, dando ao tom do momento um caráter humanista que orienta/contribui e aprimora à utilização dos conhecimentos, habilidades e atitudes, direcionando-o a vivencia de um conhecimento coorporativo, de valores institucionais apoiados em diretrizes municipais, utilizados para formar, conhecer melhor e assistir com qualidade o seu principal objeto de trabalho: o ser humano. Objetivos: Incentivar o profissional enfermeiro a se auto-desenvolver e oportunizar estratégias de aprimoramento da pratica em saúde, garantindo melhoria da qualidade na estratégia saúde da família. Metodologia: O processo é desenvolvido por meio de um cronograma de visitas previamente agendadas com as Unidades de Saúde, uma vez na semana com duração de duas horas cada encontro. Considerações: A preceptoria tem permitido o desenvolvimento das competências do enfermeiro em serviço, aumentando sua capacidade de enfrentamento das diversidades das situações nas praticas de seu trabalho, oportunizando – lhe a agregação de novos conhecimentos, habilidades e atitudes, permitindo ainda a efetivação da amplitude da fusão de conceitos, por considerar e respeitar as construções e saberes anteriores a ela, promovendo espaços e fortalecendo a busca efetiva pela qualidade na APS.

Autora: Lucia Helena Ferreira Viana; Virgílio Hege de Oliveira; Adriana Germano M. Machado; Irmã Monique Marie Matre Bourget; Elsa Aparecida Pereira da Silva de Souza Instituição Parceira: Atenção Primária à Saúde Santa Marcelina

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PRECEPTORIA MÉDICA NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA NA ORGANIZAÇÃO SOCIAL SANTA MARCELINA Introdução: Em Março de 2007, a Secretaria da Saúde do Município de São Paulo assumiu com a Casa de Saúde Santa Marcelina, um contrato de Gestão que confere à esta a Gerência local da Micro região Cidade Tiradentes/Guaianases, localizada na região leste de São Paulo. A Organização Social Santa Marcelina, entende que a educação permanente em saúde favorece a construção de uma prática integrada, que promove a mudança paradigmática necessária à transformação do trabalho em saúde. Para plena efetivação deste caminho optou-se pela Preceptoria Médica que iniciou na OSSM (Organização Social Santa Marcelina) em novembro de 2007 com a contratação de três médicos especialistas nas áreas de clínicas básicas – clínica médica, ginecologia e pediatria. A preceptoria médica é realizada para todos os médicos da ESF . Objetivo: Aprimorar, qualificar e potencializar as ações médicas no atendimento às famílias, nas áreas clínicas, por meio do matriciamento respeitando os princípios e diretrizes da ESF. Metodologia: A preceptoria é realizada através de um cronograma de visitas previamente agendadas nas USF, para discussão de casos clínicos que são priorizados a partir da necessidade de cada equipe. A discussão se dá através da aprendizagem significativa, contextualizada, que busca refletir e compreender a atuação dos médicos objetivando a transformação e fortalecimento de suas práticas. Resultados: A preceptoria tem propiciado momentos de reflexão e troca de aprendizagem, entrosamento, circulação de informações e tomada de decisões compartilhadas. Revela-se como uma potente estratégia para o desenvolvimento das equipes e também como ferramenta de gestão dos serviços, na medida em que este processo melhora tanto a resolução no acompanhamento e diagnóstico dos usuários como uma gradativa melhora das metas a serem atingidas pelas unidades, e assim, fortalecendo o SUS.

Autores: Lídia Colombani, Cristina Akime, Antonio Humberto Alonso Junior e Fernanda de Araujo Cardoso Instituição Parceira: Atenção Primária à Saúde Santa Marcelina

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PREVALÊNCIA DE SOBREPESO E OBESIDADE DOS FUNCIONÁRIOS DE UMA UBS COM ESF Introdução: A Obesidade é considerada um importante problema de saúde pública e uma epidemia global pela OMS. Está associada com algumas doenças como: hipertensão arterial, doença cardíaca, osteoartrite, diabetes tipo 2, alguns tipos de câncer e baixa auto-estima. Uma pesquisa do Ministério da Saúde (dados relativos a 2008) mostra que, no Brasil, 43,3% da população encontra-se com excesso de peso e 13% do total estão obesos. O índice mais utilizado para identificar pessoas com sobrepeso e obesidade é o índice de massa corporal (IMC). Objetivo: O presente estudo pretende avaliar a prevalência de sobrepeso e obesidade dos funcionários da UBSF Dr. Pedro de Souza Campos e propor um plano de tratamento nos funcionários com IMC maior que 30. Metodologia: Os funcionários foram submetidos à avaliação antropométrica, com medida do peso corporal, altura para cálculo do índice de massa corporal (IMC) e medida da circunferência abdominal. Foram classificados em eutróficos, sobrepeso e obesidade através do IMC (fonte:OMS). Proposto acompanhamento e plano de tratamento nos funcionários com IMC maior que 30. Resultados: Verificou-se uma alta prevalência de funcionários da UBSF Dr. Pedro de Souza Campos com excesso de peso(61,40%) e obesidade(28%), com predomínio nas Agentes Comunitárias de Saúde (70,3%). Conclusão: Os funcionários da UBSF Dr. Pedro de Souza Campos encontram-se com uma porcentagem de excesso de peso (61,40%) e obesidade (28%) bem acima dos índices nacionais. Sendo a obesidade um problema de saúde pública, tornase, então, imprescindível que medidas de prevenção e reeducação alimentar sejam propostas.

Autores: Marcelo Prado Melo; Alyne Maria Marques Escher; Regina Aparecida de Oliveira Unidade: UBSF Dr. Pedro de Souza Campos – CRS Leste Instituição Parceira: Atenção Primária à Saúde Santa Marcelina

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PRIMEIRAS AÇÕES DE UMA EQUIPE NASF NA ZONA LESTE DE SÃO PAULO O Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), instituído pelo Ministério da Saúde - Portaria 154 de 24 de Janeiro de 2008 - visa ampliar a abrangência e resolubilidade das ações da atenção básica, atuando em parceria com os profissionais das Equipes de Saúde da Família (ESF), buscando compartilhar as práticas em saúde nos territórios sob responsabilidade das ESF. A atuação do NASF se norteia pelos princípios da Estratégia Saúde da Família, a qual prioriza as ações de proteção e promoção à saúde dos indivíduos e das famílias, sadios ou doentes, de forma integral e contínua. No município de São Paulo a inserção do NASF ocorreu no final de 2008, dando início a um novo processo de trabalho junto à Estratégia Saúde da Família, modificando e problematizando a dinâmica do mesmo. A partir disso, uma série de contribuições tem sido realizada para se aprofundar a compreensão e o melhor funcionamento das ações de saúde na atenção primária. Nesse sentido este trabalho objetiva apresentar o processo de atuação da equipe NASF inserida em duas Unidades Básicas de Saúde (UBS). Será realizado um relato que descreve as práticas e o contexto no qual esta equipe está inserida. Este NASF é composto por um psicólogo, uma nutricionista, uma fonoaudióloga e uma fisioterapeuta; as ações de saúde são realizadas no bairro do Itaim Paulista, situado na zona leste de São Paulo. A realidade socioeconômica e de saúde deste território não é diferente de outros bairros da periferia: problemas de desemprego, violência, saneamento básico, doenças crônicas não transmissíveis, saúde mental, drogas, etc. Para dar conta da demanda local, as seguintes estratégias têm sido adotadas: apoio matricial, atendimento em grupo, atendimento individual, visita domiciliar e contato com os outros setores presentes na rede do território. As ações adotadas cumprem com uma dupla função: oferecer atendimento à população acometida por algum agravo à saúde e promover ações que resultem em prevenção a doenças e promoção à saúde. Considerando que tais ações constituem uma mudança de paradigma na atenção básica, é necessário haver um esforço conjunto e constante de todos os profissionais para o alcance de tal objetivo, sendo este um dos grandes desafios das equipes NASF.

Autores: Bruno Benndorf Mangolini, Alexandra Correa de Freitas, Maíra Caricari Saavedra, Sandra Maria Sávio Instituição Parceira: Atenção Primária à Saúde Santa Marcelina

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PROJETO ACREDITAR: A CONTRIBUIÇÃO DA PRECEPTORIA DE ENFERMAGEM A organização social Santa Marcelina iniciou, em 2008, a implantação do Projeto Acreditar que visa a qualificação das unidades básicas de saúde sob sua gestão nas microrregiões Cidade Tiradentes -Guaianases e Itaim Paulista para que estas obtenham o certificado de Acreditação. Tendo em vista o caráter educativo dos processos de acreditação, a preceptoria de enfermagem uniu-se ao Escritório de Qualidade e Assessoria Técnica de Enfermagem no desafio de auxiliar na organização dos processos de trabalho. Esse trabalho tem como objetivo básico, acompanhar enfermeiros “in loco”, discutindo casos e atendendo suas dúvidas teórico-práticas, no coletivo ou no individual. Tem sido desenvolvida em três microrregiões da Zona Leste da cidade de São Paulo, abordando 113 equipes da Estratégia Saúde da Família e 12 Unidades Básicas Tradicionais, 8 AMAs (Assistência Médica Ambulatorial). Visa proporcionar aos enfermeiros introdução de novas práticas bem como trabalhar na valorização de experiências profissionais anteriormente vivenciadas pelos mesmos, num processo democrático, oferecendo um olhar complementar à sua realidade e apoiando-o no processo do cuidar, com caráter holístico e humanizador. Objetivo: Relatar a experiência de preceptoria nas regiões que aguardam certificação de qualidade bem como os avanços alcançados na organização da unidade, após sua atuação. Descrição da Experiência: Após leitura dos relatórios de não conformidades apontados nas unidades de saúde, evidenciou-se a necessidade de abordar, inicialmente, com os enfermeiros os seguintes temas: Gestão de Risco, Biossegurança e Esterilização. A estratégia utilizada pela preceptoria permitiu que os temas fossem discutidos de modo dialógico e problematizador, considerando a singularidade de cada unidade de saúde, em 80% das unidades no prazo de 30 dias. A experiência de preceptoria na estratégia de Gestão da Qualidade visou interferir no modo de organização in loco, por meio de discussões e trocas. Resultados: Após atividade educativa, os enfermeiros puderam aprimorar seus conhecimentos propondo inúmeras mudanças para o processo de trabalho local, eliminando assim as não conformidades e ofertando serviços de qualidade à população. Os assuntos “encomendados” vieram ao encontro de necessidades suprimidas pelo cotidiano dinâmico das unidades. A interação realizada com a Assessoria Técnica de Enfermagem, possibilitou também a estruturação e implementação de um Manual de Normas e Rotinas que regulamentava tais aspectos. Considerações: Acredita-se que este modo de fazer educação em serviço tem influência não só na atuação técnica, mas possibilita discussões sobre o modo de organizar os serviços e melhorar o atendimento local nas diversas unidades.

Autora: Elizabete Conceição de Lima Santos dos Reis Instituição Parceira: Atenção Primária à Saúde Santa Marcelina

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PROJETO AMBIENTES VERDES E SAUDÁVEIS COMO INSTRUMENTO PARA A PROMOÇÃO DA SAÚDE O Projeto Ambientes Verdes e Saudáveis (PAVS) é uma iniciativa da cidade de São Paulo com ações integradas das três secretarias do município: Saúde, Verde e Meio Ambiente, Assistência e Desenvolvimento Social, além de contar com parcerias de instituições internacionais, organizações governamentais, não-governamentais e universidades. A proposta do PAVS visa implementar políticas públicas voltadas para a inclusão das questões ambientais no conjunto das ações de promoção da saúde e melhoria da qualidade de vida da população. Mais de 5 mil agentes comunitários de saúde e de proteção social participaram da capacitação em 2007 por educadores selecionados e formados para este fim por instituições parceiras, com eixos temáticos pertinentes à saúde e ambiente . Este trabalho tem como objetivo verificar quantos projetos foram elaborados pelas equipes das Unidades do Programa de Saúde da Família na região do Capão Redondo do município de São Paulo e identificar os projetos que estão paralisados ou em andamento nessas equipes. O presente estudo foi realizado a partir do levantamento das fases desse projeto, onde no primeiro semestre de 2007 foram capacitados educadores e agentes comunitários de saúde e agentes de proteção social. A segunda fase ocorreu em 2008 onde houve a criação de várias ações e projetos, como também a aprovação e o início da implementação dos mesmos. Nesse momento o contexto de trabalho está situado na terceira fase, onde no início de 2009 foram retomados os projetos e ações iniciados em 2008 e a inclusão de novas ações intersetoriais . Como resultado deste trabalho foram constatados 41 projetos escritos, sendo que somente 22 destes estão em funcionamento, 13 projetos estão paralisados e 6 em processo na Prefeitura de São Paulo. Intervir deve ser um processo contínuo, portanto há necessidade dos agentes e atores do PAVS estarem bem motivados, sensibilizados e acompanhados pelos demais profissionais das equipes de PSF como também gestores locais e regionais, para desenvolver um trabalho em conjunto em defesa da preservação do ambiente onde vivem. Neste contexto destaca-se a necessidade de apoiar e incentivar os projetos em andamento bem como retomar os demais que estão paralisados através da sensibilização desses autores antes da elaboração de novos projetos para a região.

Autora: Aline Marion Moreira Kolle Miranda Instituição Parceira: UNASP

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PROJETO ARTE E COMPANHIA Introdução: A falta de espaços públicos de convivência e lazer pode afetar o capital social e de saúde nas comunidades de baixa renda, na periferia de São Paulo. Neste sentido, as unidades básicas de saúde podem minimizar este efeito com a criação de grupos que permitam a socialização, aliando um componente de aprendizagem, que pode interferir positivamente na saúde das pessoas. Objetivo: Promover espaço para a convivência e interação social. Um local para que o indivíduo possa fazer amigos, conversar, trocar experiências, confidenciar, criar e se divertir. Metodologia: Organização de um grupo de artesanato, cuja finalidade é a convivência aliada ao ensino de técnicas artesanais, já que, obrigatoriamente nestas atividades, há trocas de experiências, receitas e materiais. As reuniões eram semanais e as atividades propostas: tricô, crochê, tear, confecção de bijuterias e arte em sucata. Resultados e Conclusões: O grupo teve um número variável de freqüentadores com cerca de 15 pessoas, desde alguns adolescentes, até senhoras da terceira idade.Observamos pelos relatos dos usuários que este espaço oferecido é um momento de paz que tem feito diferença importante em suas vidas. Houve maior envolvimento entre os participantes e o estabelecimento de relações sociais e integração. As mulheres trocaram receitas de confecção de várias peças e estão comercializando seus trabalhos, conseguindo também, gerar renda. A Equipe de Saúde da Família da UBS Vila Praia considerou este trabalho, um dos grandes desafios e conquistas, por diversos motivos. As maiores limitações foram a dificuldade de envolver a participação de profissionais que têm sua formação pautada no conhecimento técnico-científico e, consequentemente, menor vocação aos trabalhos de arte, e o espaço físico exíguo na unidade. No entanto, o grupo se desenvolveu e cresceu e passou a ser parte importante do cronograma de atividades, com repercussão relevante para usuários e profissionais. Após alguns meses, a participação de usuários foi se renovando, pois vários participantes se engajaram em novas atividades, como recolocações profissionais e novos desafios pessoais, como voltar aos estudos e praticar esportes. Encaramos este processo positivamente, pois aquelas pessoas que chegaram fragilizadas ao grupo, se encorajaram, e buscaram seus espaços e saíram fortalecidas destes encontros e, principalmente, mais felizes.

Autoras: Cristiane Oliveira Lima, Tereza Bezerril Instituição Parceira: Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein - Instituto de Responsabilidade Social – IIRS

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PROJETO SORRINDO PARA CRESCER Introdução: Prevenção. É esta a palavra que impulsiona as iniciativas em saúde no Brasil atualmente, e a Estratégia Saúde da Família (ESF) é uma das principais ferramentas deste processo. Está cada vez mais evidente a necessidade de oferecer a população uma odontologia preventiva e educativa, substituindo gradativamente o modelo curativo e mutilador. Objetivos: Este projeto está baseado em ações intersetoriais, e na busca de uma integração maior da Equipe de Saúde Bucal (ESB) e ESF com a comunidade, utilizando os equipamentos sociais disponíveis, onde se buscou uma sedimentação de conceitos de prevenção e ações clínicas para resolução de doenças bucais préexistentes. Metodologia: Firmamos uma parceria com a associação de moradores do bairro Jd. Comercial, localizado na região do Capão Redondo em São Paulo - SP e o Centro de Crianças e Adolescentes (CCA), instituição conveniada a Prefeitura Municipal de São Paulo (PMSP), que desenvolve atividades educativas e pedagógicas com as famílias de maior risco social. Foram alcançadas 220 crianças com idade entre 06 e 14 anos, através de ações educativas, preventivas e curativas quando necessário. Distribuímos kits de higiene oral, fornecidos pelo programa Brasil Sorridente do Ministério da Saúde (MS), para todas as crianças. Pais e professores foram sensibilizados, criamos assim parceiros e multiplicadores. Após estas iniciativas foi realizado rastreamento de risco para cárie dentária, sendo assim estabelecidas prioridades no tratamento curativo e um diagnóstico situacional. Resultados: O projeto culminou com a “I Gincana de Saúde Bucal” - CCA/UBS Jd. Comercial, coincidindo com a semana da Saúde Bucal. Pudemos observar grande motivação e fixação dos conceitos transmitidos as crianças, através de atividades teatrais, apresentações orais e trabalhos manuais. A premiação aos vencedores foi uma visita ao zoológico de São Paulo, e uma grande parte destas crianças não o conhecia. Conclusão: Este projeto possui metas mais ousadas em médio prazo: acompanhamento sistemático destas crianças, através de escovação supervisionada e fluorterapia no grupo de alto risco, com periodicidade semestral. Zerar as necessidades de tratamento curativo, acompanhar e rastrear novas crianças ingressas no programa e monitorar os dados epidemiológicos desta população.

Autor: Francismar de C. Albuquerque Unidade: UBS Jd. Comercial Instituição: UNASP

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PROTOCOLO DE ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO NA USBF JARDIM SOUZA (SÃO PAULO-SP) PARA GESTANTE E RECÉM-NASCIDO A prevenção das doenças é um dos principais pilares da Estratégia de Saúde da Família. Dentro deste modelo de assistência à saúde, as Equipes de Saúde Bucal da UBS Jardim Souza, do Município de São Paulo, vem desde o momento de sua implantação, em janeiro de 2009, desenvolvendo ações educativas e preventivas voltadas às gestantes, puérperas e recém-nascidos. Entendemos que a aquisição de hábitos saudáveis durante a gestação e primeiros anos de vida é primordial para a prevenção de doenças bucais. Neste sentido, propomo-nos a priorizar o atendimento à mulher desde a confirmação de sua gestação, momento em que médico(a) ou enfermeiro(a) encaminha a gestante ao serviço odontológico. Durante os atendimentos, a futura mãe é estimulada a se tornar um vetor insubstituível da promoção de saúde bucal em seu núcleo familiar. A identificação de hábitos nocivos à saúde, o diagnóstico e tratamento de doenças bucais, muitas vezes assintomáticas, porém graves, promovem condições de saúde geral e bucal que evitam situações graves, tais como parto prematuro. A boa freqüência das famílias aos grupos de puericultura constitui um ótimo momento para palestras educativas, orientações de saúde bucal e exame clínico do recém-nascido. O protocolo de atendimento em puericultura constitui-se de: 1) palestra de saúde bucal às famílias adequada à faixa etária da criança; 2) exame clínico; 3) orientação de higiene oral; 4) esclarecimentos. Ao diagnosticar uma doença bucal ou condição com potencial de morbidade ou agravo, a criança é agendada para atendimento em consultório. Casos dignosticados mais comuns são: inadequada inserção de freio lingual, nódulos de Bohn, Pérolas de Epstein, pigmentação dentária por sulfato ferroso, candidose, hematoma de erupção. Desta forma, a introdução de hábitos saudáveis, bem como a detecção precoce de doenças e riscos à saúde bucal, é altamente benéfica para a comunidade à qual este trabalho se destina, contribuindo para que as novas gerações tenham boas condições de saúde bucal.

Autoras: Thiago Medina Brazoloto, Thêmis Simões Arnoni, Marcos Ferreira, Sérgio Zaher Unidade: UBSF Jardim Souza Instituição Parceira: Associação Comunitária Monte Azul

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RECONSTRUÇÃO DA FICHA E: ADEQUAÇÃO PARA O ACOMPANHAMENTO DO MORADOR DE RUA Em 1991, o PACS (Programa de Agentes Comunitários de Saúde) e 1994 o PSF (Programa Saúde da Família) surgiram como proposta de reorientação dos serviços de saúde da atenção básica no Brasil.Observou-se a partir deste momento, um programa completo de vigilância à saúde, contemplando os princípios básicos do SUS: universalidade, equidade e integralidade. Inserido nas mais diferentescomunidades: urbanas, rurais, quilombolas, indígenas e em outubro/ 2004 no acompanhamento à saúde das pessoas em situação de rua. Realidade das grandes metrópoles do Brasil e outros países do mundo, a pessoa em situação de rua pode ser definida como residente de casas alugadas, cortiços, favelas, casas de terceiros, ocupações, pessoas que vivem nas calçadas, praças, ruas e em qualquer local que se adapte o ser humano, que não seja dentro de um espaço físico estruturado com documentação comprobatória definida como moradia própria. Nesta especificidade, o trabalho realizado é voltado para a pessoa que vive na rua, sem um espaço físico e fixo de referência para suas necessidades básicas humanas e fisiológicas. Apesar de toda a estrutura construída pela ESF, foi necessária a modificação, aperfeiçoamento e complementação de um instrumento específico elaborado para o cadastro e acompanhamento do morador em situação de rua. O processo de reconstrução da nova ficha E foi idealizada por 08 equipes da ESF da Associação Saúde da Família e 03 equipes do Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto atuantes na região central, Supervisão Técnica de Saúde Sé, Coordenadoria Regional de Saúde Centro-Oeste e Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, através de inúmeras reuniões, prétestes, validações com os ACSR (Agente Comunitário de Saúde de Rua) de todas as equipes concentradas na região central do município e avaliações de resultados, tornaram realidade a nova ficha E, com periodicidade mensal e adaptada à realidade do trabalho com o morador em situação de rua proporcionará a análise dos indicadores e descrição do perfil epidemiológico que não faz parte do SIAB, acompanhar efetivamente o indivíduo durante a migração de cadastros de uma equipe a outra, mesmo em diferentes regiões do município através de sistema informatizado, diminuição de instrumentos utilizados pelo ACSR, o aumento de busca ativa de sintomáticos respiratórios. As fichas estão em fase de implantação nas equipes ESF e em breve será possível realizar um levantamento das especificidades desta população, objetivando ações de intervenção de maior impacto e melhor vigilância à saúde destes moradores.

Autores: Tatiana Ferraz de Araújo Alecrim, Gisella Moreira Machado e Livia Nader Costa Instituição Parceira: Associação Saúde da Família

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RELATO DE EXPERIÊNCIA DO INTERCÂMBIO SÃO PAULO / BARCELONA A Organização Social de Saúde(OSS) Santa Marcelina Microrregião Tiradentes e Guaianases foi contratada pela Secretaria de Saúde de São Paulo para Gerenciamento de equipamentos de Saúde e em parceria com a Consultoria multinacional Gesaworld,estruturaram um modelo de gestão baseado no modelo espanhol reconhecido mundialmente. Em 2008/2009 a Secretaria Municipal de São Paulo, OSS Santa Marcelina e o Instituto Municipal de Prestação de Assistência Médica(PAMEM) de Barcelona, desenvolvem o projeto de integração regional entre uma unidade com Estratégia de Saúde da Família, uma unidade sem Estratégia de Saúde da Família, um Pronto Atendimento, dois Centros de Especialidades, um Núcleo Integrado de Reabilitação e um Hospital Municipal. Como parte do projeto surgiu a necessidade de intercambiar profissionais da gestão catalã e local, pois na gestão de redes o foco está voltado para processos de interação dos atores e para meios pelos quais esses processos podem ser estimulados,mantidos ou alterados se necessário (FLEURY,2007). Objetivos: Conhecer pontos fortes e fracos do Sistema de Gestão Catalão, Aprimorar conhecimentos em Gestão de Rede de Serviços e Contribuir na estruturação do Projeto. Metodologia: Foram selecionados dez técnicos do nível Estratégico, que foram conduzidos por gestores dos CAP Barceloneta, Vila Olímpica e Larrard e PAMEM, na participação de atividades práticas e sessões teóricas para conhecimento das características operacionais e de gerenciamento da PAMEM em Barcelona. A carga horária de 40horas de estágio, contribuiu no desenvolvimento dos técnicos, que alinharam conceitos sobre formulação de Contrato de Gestão, Sistema de Benchmarking entre os CAP, Sistema de Informação, Serviço de Atendimento ao Usuário, Qualidade e Indicadores de Avaliação, Sistema de Prescrição Farmacêutica, Integração de rede entre Hospital, Especialistas e CAP. Conclusões: Os pontos facilitadores são embasados na autonomia da gestão e sistema de Informação integrado e eficaz e os pontos de melhoria são identificados no déficit de profissionais, remuneração, assim como no reducionismo de atribuições de enfermagem. A equipe estabeleceu como meta que o plano de integração seja efetivado até dezembro de 2009.

Autora: Diene Keli Assunção dos Santos Instituição Parceira: Atenção Primária à Saúde Santa Marcelina

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REVENDO PRÁTICAS EM SAÚDE BUCAL: UMA EXPERIÊNCIA PARA ORGANIZAÇÃO DO ACESSO As equipes de saúde bucal foram instituídas no ano 2000, com o objetivo de realizar um cuidado efetivo das famílias e favorecer a consolidação das diretrizes do Sistema Único de Saúde, sobretudo no que diz respeito à integralidade do cuidado. A inserção destas equipes trouxe desafios enormes, como por exemplo, organizar o cuidado em uma população com necessidades historicamente acumuladas. Assim, o serviço necessita elaborar, cotidianamente, estratégias para responder as demandas das famílias, sendo resolutivo e garantindo acesso de maneira equânime. O objetivo do presente trabalho é relatar a experiência da criação e emprego de um instrumento para favorecer a organização do atendimento odontológico, dentro do processo de trabalho da Residência Multiprofissional em Saúde da Família (RMSF). Esta pesquisa descritiva, do tipo relato de experiência, desenvolveu-se tendo como cenário a RMSF e seu processo pedagógico, sendo estabelecido, que para efetivo aprimoramento tecnicocientífico, cada equipe de residentes elegeria famílias do território para serem alvo de sua atuação. O público amostral do trabalho foram 100 famílias pertencentes a uma Unidade Básica de Saúde, localiza no município de São Paulo e pertence à subprefeitura de Cidade Tiradentes. Para organização da assistência foi elaborado um questionário que avalia o risco socioeconômico, a percepção das famílias a respeito da necessidade de atendimento clínico, a presença de patologias odontológicas agudas e o acesso anterior a algum tipo de tratamento. Após a aplicação do inquérito pelos agentes comunitários de saúde, os dados foram computados através do programa EPI-Info e as famílias classificadas para atendimento, priorizando as que possuíam maior risco socioeconômico, autopercepção negativa das condições de saúde bucal e falta de acesso a atendimento odontológico. Considera-se assim, que a aplicação desse instrumento foi interessante, permitindo uma organização do acesso das famílias cadastradas a assistência em saúde bucal. Entretanto, a reprodução deste instrumento em outros espaços requer estudos mais detalhados das variáveis que condicionam e determinam o adoecer, para efetiva validação de uma ferramenta que organize o acesso em saúde bucal com equidade.

Autores: Vinício Felipe Brasil Rocha; Marcus Vinícius Diniz Grigoletto; Julie Silvia Martins Instituição Parceira: Atenção Primária à Saúde Santa Marcelina

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ROMPENDO MITOS: O TRABALHO COM A ESPIRITUALIDADE NOS SERVIÇOS DE SAÚDE O estudo da espiritualidade e suas implicações na saúde vêm ganhando destaque no meio científico nas últimas duas décadas, sobretudo pela grande correlação que se vem demonstrando entre o cultivo de uma vida espiritual e altos níveis de qualidade de vida e saúde. A espiritualidade entendida como experiência de contato com dimensões que transcendem as realidades ordinárias da vida, ajuda na estruturação de sentido e significado para o viver. A experiência de momentos de oração, partilha e meditação torna as pessoas mais preparados para lidar com questões complexas presentes no cotidiano e mais aptas para o enfrentamento de impasses na relação interpessoal. O objetivo deste trabalho é relatar a experiência de momentos de espiritualidade vivenciados em unidades básicas de saúde. Este estudo observacional descritivo, do tipo relato de experiência, desenvolveu-se em duas unidades de saúde pertencentes a subprefeituras de Itaim Paulista e Cidade Tiradentes, no Município de São Paulo. Nestas unidades, foram realizados momentos de desenvolvimento da dimensão espiritual de forma coletiva, propiciando espaço para contato com o outro e busca da transcendência, sem, contudo, abordar uma prática religiosa específica, respeitando a diversidade presente e procurando focar nos pontos de convergência. Esses momentos mostraram-se bastante interessantes, segundo relatos dos participantes, as vivências propiciaram novo ânimo para execução das atividades diárias e enfrentamentos dos problemas do cotidiano, o que tem sido também, amplamente apontado por estudos sobre a potência capilarizadora da espiritualidade na vida do ser humano. Percebe-se assim, pelos aspectos positivos para saúde, a importância de favorecer espaços que possibilitem o contato com a interioridade e vivência da espiritualidade, com o intuito de favorecer o acesso a realidades subjetivas importantes para qualidade de vida e bem estar.

Autores: Marcus Vinícius Diniz Gricoletto; Felipe Tadeu Carvalho Santos; Julie Silvia Martins; Ed Mara Maiolini Instituição Parceira: Atenção Primária à Saúde Santa Marcelina

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SENSIBILIZAÇÃO E MONITORAMENTO DO PROGRAMA DE CONTROLE DE TUBERCULOSE Introdução: A Estratégia de Saúde da Família (ESF), ao longo da ultima década têm proporcionado algumas mudanças no contexto de saúde para a comunidade e as famílias assistidas. Para a efetivação, acompanhamento e monitoramento das ações da ESF, a Atenção Primaria á Saúde Santa Marcelina em parceria com Prefeitura Municipal de São Paulo de acordo com o termo de convenio 2008-105.233-1, gerencia 32 unidades com 114 equipes de saúde da família. Este gerenciamento ocorre através da composição do Conselho de Acompanhamento (CONACO), sendo composto por representante dos dois segmentos Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e Santa Marcelina. Objetivos: Dentre os objetivos do CONACO esta o fortalecimento das lideranças/gerentes locais, instrumentalizando-os com técnicas de monitoramento dos indicadores da ESF, medidas disciplinares, organização do processo de trabalho das equipes, avaliação de desempenho e ferramentas de qualidade. Tudo a fim de despertar à necessidade e importância de ampliar o olhar para a melhoria da assistência prestada aos usuários. Dentro deste processo participativo, podemos destacar que um dos indicadores estabelecidos pela SMS, Proporção de Busca Ativa de Sintomáticos Respiratórios, após o inicio desta nova proposta de acompanhamento alcançou novos índices de cobertura. Metodologia: Após capacitação sobre Tratamento Supervisionado para Tuberculose (DOTs), oferecido pela Coordenação de Vigilância à Saúde (COVISA), com apoio do Fundo Global, o CONACO em parceria com setor de Desenvolvimento de Pessoas da APS Santa Marcelina, promoveu visitas às unidades para sensibilizar os profissionais para a busca ativa dos sintomáticos respiratórios e elaboração de um instrumento de monitoramento. Resultados: Após a sensibilização, houve a melhora nos registros e apontamento das informações, sendo que em janeiro de 2009 tínhamos uma cobertura de 34,53% e junho do mesmo ano alcançamos 74,92%, um acréscimo de 40,39% de cobertura. Conclusão: Promover reflexões e discussões técnicas com os gerentes e equipe de saúde foi de suma importância para a efetivação e absorção do assunto. Desta forma, a proposta de busca ativa e, conseqüentemente, ao tratamento dos casos confirmados obtiveram melhor entendimento na abordagem e nos registros de informação. Com este novo olhar e a preocupação para a efetividade do programa, podemos crer que com a continuidade no acompanhamento e a sensibilização dos profissionais, teremos uma cobertura ainda maior para a identificação, tratamento e a cura dos sintomáticos respiratórios, estreitando ainda mais a relação de dialogo e confiança entre os profissionais da instituição, usuários e comunidade.

Autores: Lucia Helena Ferreira Viana; Otília Dora Simões dos Santos; Virgílio Hege de Oliveira; Irmã Monique Marie Matre Bourget; Elsa Aparecida Pereira da Silva de Sousa Instituição Parceira: Atenção Primária à Saúde Santa Marcelina

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SISTEMA DE MONITORAMENTO DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA: O DESENVOLVIMENTO DO APLICATIVO Introdução: O Município de São Paulo (MSP) conta atualmente com 1052 equipes de Estratégia de Saúde da Família (ESF), implantadas e mantidas em conjunto com 13 Instituições Parceiras (IP), visando prover assistência básica de qualidade à saúde dos cidadãos paulistanos. A necessidade de acompanhar e avaliar a qualidade da assistência prestada pelas IP, com foco no aprimoramento da ESF, levou as Coordenações da Atenção Básica (CAB), Epidemiologia e Informação (CEInfo) e de Vigilância em Saúde (COVISA) da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo (SMS/SP) a implantarem, em janeiro de 2008, o Sistema de Monitoramento e Avaliação da ES (SMAESF) . Para este Sistema foi elaborado um aplicativo, cujo desenvolvimento é o foco deste trabalho. Objetivos: 1. Criar relatórios mensais dos indicadores calculados para cada Estabelecimento, nas agregações: Supervisões Técnicas e Coordenadorias Regionais de Saúde da SMS-SP e Instituições Parceiras; 2. Disponibilizar acesso ao aplicativo para gerentes locais, supervisores técnicos, coordenadores regionais e IP. Metodologia: Para automatizar o SMAESF (QUADRO I) foi desenvolvido, pela equipe técnica da Gerência de Informação Assistencial / CEInfo, um aplicativo utilizando-se o software Microsoft Access. A fase inicial do projeto consistiu no levantamento das necessidades da equipe técnica da CAB e da definição do escopo do projeto. Quadro I: Indicadores do Sistema de Monitoramento e Avaliação da ESF - MSP Eixo

Indicadores

Saúde da Mulher

% de gestantes acompanhadas

Saúde da Criança e do Adolescente Saúde do Adulto / Idoso

% de crianças menores de um ano com calendário vacinal atualizado % de gestantes menores de 20 anos cadastradas % de hipertensos acompanhados % de diabéticos acompanhados

Doenças de notificação compulsória Acompanhamento dos Planos de Trabalho das Instituições Parceiras

% de sintomáticos respiratórios examinados em relação ao esperado. % de visitas para controle do Aedes aegypti nas famílias acompanhadas % de equipes da saúde da família completas % de pessoas cadastradas em relação ao previsto % de consultas médicas realizadas em relação ao previsto. % de atendimentos do enfermeiro realizados em relação ao previsto % de visitas domiciliares do médico em relação ao previsto % de visitas domiciliares do enfermeiro em relação ao previsto % de visitas domiciliares do auxiliar de enfermagem em relação ao previsto % de famílias visitadas pelo ACS em relação às famílias acompanhadas

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Na modelagem dos dados optamos por criar tabelas a serem alimentadas via importação de dados dos Sistemas de Informações da Atenção Básica (SIAB), de Sintomáticos Respiratórios (SINRESP) e dos Planos de Trabalhos das Instituições Parceiras, de modo a valorizar estes sistemas e evitar o re-trabalho de digitação. Utilizando-se linhas de programação SQL (Linguagem Estruturada de Pesquisa) são extraídos os dados necessários e calculados os indicadores. Para a geração, visualização e impressão de relatórios o usuário do sistema deverá selecionar: o eixo de monitoramento, o indicador, o mês de competência e a agregação do estabelecimento. É possível armazenar uma cópia do relatório em arquivo .PDF utilizando-se o aplicativo freeware PRIMO PDF, previamente instalado na máquina cliente. Para possibilitar a imediata visualização do alcance da meta estabelecida foi associada uma sinalização cromática aos indicadores calculados:

Resultados alcançados: O aplicativo está implantado desde agosto de 2008, disponibilizado na INTRANET da SMS-SP com acesso para gerentes locais, Supervisões Técnicas de Saúde, Coordenadorias Regionais de Saúde e Instituições Parceiras. Os relatórios impressos facilitaram a atividade de monitoramento e sua incorporação no cotidiano, constituindo-se no recurso rotineiramente utilizado pelos Conselhos de Acompanhamento da Estratégia de Saúde da Família (CONAC), formados por entre técnicos da CAB, das Coordenadorias Regionais de Saúde, das Supervisões Técnicas e Instituições Parceiras e responsáveis pelo acompanhamento do cumprimento dos convênios com as Instituições Parceiras. Aprendizado com a vivência: facilidades e dificuldades: A parceria entre as Coordenadorias envolvidas no desenvolvimento deste aplicativo gerou uma ferramenta que potencializa e amplia o uso da informação em prol da busca pela melhoria da qualidade da assistência. Considerações finais: O aplicativo vem sendo ajustado para incorporar as alterações ocorridas na rede assistencial e seu uso tem propiciado a revisão dos indicadores inicialmente propostos, com vistas ao refinamento do processo de monitoramento.

Autores: Patrícia A.L.Rossini Costa Longa, Clarissa Nazário de Lacerda, Luis Roberto de Souza, Marcos Velozo Braga, Eufrosina Teresa de Oliveira, Juliana Correa Pinto, Maria Teresa Carmélia P.L.Figueiredo, Vera Lúcia Martinez Manchini, José Olímpio M. de Albuquerque, Edjane M.Torreão Brito, Margarida M.T. Lira Instituição: Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo – Coordenação de Epidemiologia e Informação e Coordenação da Atenção Básica

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SISTEMATIZAÇÃO DO CONSELHO DE ACOMPANHAMENTO DA REGIÃO SUL, MUNÍCIPIO DE SÃO PAULO. Introdução: A Estratégia Saúde da Família, no Município de São Paulo (MSP) é viabilizada por meio de Termo de Convênio com Instituições da Sociedade Civil, para compartilhar a gerência dos serviços e desenvolver uma gestão com maior qualidade e efetividade. A Coordenação da Atenção Básica/Secretaria Municipal da Saúde (SMS) implementou normas de monitoramento técnico destes convênios com a sistematização de indicadores e a criação dos Conselhos de acompanhamento regionais, conforme a Portaria Municipal 1061 de 30 de maio de 2008. O MSP, com 10.998.813 habitantes e 1.224 Equipes de Saúde da Família (ESF), distribuídas em 245 Unidades Básicas de Saúde, com 45% de cobertura populacional, encontra-se dividido em cinco Coordenadorias Regionais de Saúde (CRS) e vinte e quatro Supervisões Técnicas de Saúde (STS) e conta com 12 Instituições Parceiras na ESF. Destas 1224 ESF, 427 estão na Região Sul, com 2.587.520 habitantes, cobertura de 58.42% e seis Instituições Parceiras (Associação Comunitária Monte Azul; Associação Congregação Santa Catarina; Associação Saúde da Família; CEJAM; Instituto Adventista de Ensino; SBIB Hospital Albert Einstein). Objetivos: Apresentar a sistematização do Conselho de Acompanhamento (CONAC) realizado pela SMS com as seis Instituições Parceiras da Coordenadoria Regional de Saúde (CRS) Sul. Metodologia: O CONAC avalia as metas pactuadas para 17 indicadores, organizadas em 06 eixos: Geral; Doenças de Notificação Compulsória; Saúde da Criança; Saúde da Mulher; Saúde do Adulto/Idoso e Acompanhamento do Plano de Trabalho dos Convênios. Como objetivos específicos do CONAC destacamos o acompanhamento do desempenho das equipes com as recomendações, adequações e encaminhamentos necessários. Após publicação do novo termo de convênio foram realizados cinco CONAC, na SMS, com as Instituições Parceiras e CRS da Região Sul. Nestes CONAC constatamos: Progressiva redução de déficit dos médicos; Incremento das consultas e visitas domiciliares dos médicos e enfermeiros; Corresponsabilidade nos encaminhamentos e gestão participativa centrada no trabalho em equipe; Empoderamento dos profissionais do cenário epidemiológico e social do território. Conclusão: A sistematização do CONAC possibilitou acompanhar, unificar e redirecionar as ações da ESF, na Região Sul do Município, bem como o fortalecimento da assistência, uma vez que o processo de trabalho das equipes e a oferta de serviços implementaram ações voltadas ao contexto epidemiológico e sócio demográfico do território. Esta iniciativa confere agilidade na tomada de decisões para atender as necessidades de saúde e demonstra ainda que é possível gerar melhor qualidade de serviço com menor recurso financeiro. Autoras: Duarte, Maria Lúcia do Amaral, Lucia Helena da Silva;Silvia Aparecida Cisi Tannus; Terezinha de Jesus Valente Duarte Gomes; Edjane Maria Torreão Brito. Instituição: Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo – Coordenação da Atenção Básica

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SOU CUIDADOR, E AGORA ? - RELATO DE EXPERIÊNCIA Introdução: A população mundial está envelhecendo em ritmo acelerado, apresentando demandas e necessidades no campo da saúde. A velhice não é sinônimo de doença e dependência, porém o crescimento dessa população leva ao aumento do número de idosos com debilidades físicas e emocionais e, em muitos casos, podem depender de um cuidador. Com essa mudança demográfica, devemos nos atentar ainda mais para a dinâmica familiar de nossos cadastrados idosos, visto que, a família é a unidade social básica, e fornece o sistema de apoio primário para muitas pessoas idosas. Objetivo: Apresentar um grupo realizado com cuidadores de idosos também idosos, realizado em janeiro de 2008 com o intuito de remeter aos profissionais de saúde reflexões ou seu início, quanto a inserirmos em nossos cuidados esses cuidadores idosos que necessitam de maior atenção da saúde pública. Metodologia: Após percepção da equipe pertencente a Estratégia Saúde da família sobre o aumento de casos de cadastrados idosos cuidando de algum familiar idoso, decidimos elaborar um grupo chamado: Sou cuidador, e agora?. A enfermeira em visita domiciliar entregou o convite para participação no grupo para idosos com perfil de cuidadores de idosos. Dos 12 idosos cuidadores de idosos, tivemos a adesão de 8 idosos todos dos sexo feminino. Foram 4 encontros onde abordamos a importância do cuidar de si, revezamento entre os cuidadores quando possível e a importância da atividade de lazer. Considerações: O conhecimento do perfil dos cuidadores e de suas dificuldades no processo de cuidar permite, aos profissionais da saúde, planejar e implantar ações de suporte à família, voltados à realidade do cuidador. Espera-se que os profissionais de saúde da Estratégia Saúde da Família, sintam-se instigados a voltar sua atenção à realidade enfrentada pelos cuidadores informais. Assim, ao começarmos analisar os desafios vividos pelo cuidador, os profissionais da saúde poderão participar ativamente da assistência ao cuidador de idosos, valorizando-o e dando-lhe suporte nos cuidados, oferecendo capacitação a ele e a sua família sobre como lidar com situações potencialmente geradoras de conflitos e tensões a fim de contribuir para a qualidade de vida do ser cuidado e a família no domicílio.

Autora: Marta Lúcia Souto da Silva Instituição Parceira: Atenção Primária à Saúde Santa Marcelina

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TEATRO DE FANTOCHES: UMA ESTRATÉGIA DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE Introdução: Na consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS) ressalta-se que a Atenção Primária deverá ser organizada pela Estratégia Saúde da Família tendo como algumas das diretrizes a regionalização e adscrição da clientela, permitindo a equipe de saúde da família uma maior aproximação da realidade, sendo o Agente Comunitário de Saúde (ACS) o personagem principal desta aproximação. No atendimento a Saúde da Criança está preconizado o atendimento de forma integral e organizado dentro dos parâmetros pactuados pelas três esferas do governo. Objetivo: Em uma Unidade Básica de Saúde na zona leste de São Paulo utiliza-se como estratégia para atendimento desta demanda a realização de grupos educativos, para crianças na faixa etária de 02 a 05 anos. Porém durante a realização destes grupos foi observado um desinteresse por parte das mães e das crianças em receber as orientações previstas para estes momentos. Metodologia: Com a proposta de aproximar e diversificar os grupos os ACS sugerem a realização de teatro de fantoches. Esta metodologia lúdica é uma das tradições mais antigas e populares das artes cênicas, e dá a possibilidade de utilização de uma linguagem simples e de fácil compreensão para esta faixa etária o que facilita a interação e participação das crianças. O projeto iniciou-se através da realização de grupos na Igreja dentro da própria comunidade por um período inicial de um ano e seis meses, sempre trabalhando por micro-áreas, possibilitando a participação de todas as crianças entre 2 e 5 anos nestes grupos. Foram trabalhados diversos temas relacionados à prevenção e a promoção a saúde como meio ambiente, higiene, saúde bucal, entre outros. Resultados: Observou-se que após a utilização desta metodologia houve uma maior adesão por parte das mães e crianças, aumentando o número de participantes nos grupos, troca de experiências entre os pais, participação espontânea e sem obrigação, descoberta de novos saberes, aproximação entre pais e filhos. Conclusão: Podemos concluir que as crianças apresentaram uma melhora na interação com os profissionais de saúde, aumento de vínculo com equipe de saúde e familiares, confiança e responsabilidade por parte dos pais. Ganho de conhecimento sobre prevenção, agravos de saúde e satisfação por parte de toda equipe..

Autores: Ana Paula dos Santos Brito, Maria Bernadete Anastácio, Maria Pedrina Romão Araújo, Mychele Bonifácio Araújo , Andrea Alves Garanito Unidade: Unidade Básica de Saúde – CRS Leste – SMS São Paulo Instituição Parceira: APS Santa Marcelina

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TUBERCULOSE GANGLIONAR:UM DIFÍCIL DIAGNÓSTICO Introdução: No Brasil, existem políticas nacionais de controle da Tuberculose, doença tida como prioridade na estratégia de saúde da família devido ao elevado nível de incidência no país. A Tuberculose Ganglionar (Escrófulo), estudada neste caso clínico, é a segunda forma mais comum de tuberculose extrapulmonar em pacientes HIV-negativos e a mais freqüente em soropositivos. Relato do Caso: Homem, 52 anos, com febre, tosse e poliartralgia há 5 meses. Apresentava astenia e emagrecimento de cerca de 8 kg em 4 meses. Ao exame clínico: regular estado geral, descorado 3+ em 4+, ausculta cardíaca e pulmonar sem alterações, abdome com esplenomegalia discreta e edema de MMII 1-4+, sem sinais inflamatórios. Os exames solicitados mostraram anemia microcítica importante, sorologias de hetatites e anti-HIV não reagentes, duas baciloscopias de escarro negativas, raio-x de tórax não compatível com padrão radiológico típico para tuberculose. Paciente foi internado devido a piora do quadro consumptivo prosseguindo investigação sob internação. Após um período de cerca de um ano de repetidas internações e contínuas investigações clínicas com inúmeros exames solicitados (TC de crânio, cervical, tórax, abdome, pelve, endoscopia digestiva alta, colonoscopia, biópsia de medula óssea e exames laboratoriais) foi aventada a hipótese de Doença de Still adulto e iniciado tratamento com prednisona com melhora da poliartralgia e febre. Evoluiu com linfonodomegalia cervical sendo realizada biópsia que revelou tuberculose ganglionar. Iniciado tratamento com esquema RIP, evoluindo com melhora clínica. Discussão: Como toda tuberculose extrapulmonar, o diagnóstico apresenta dificuldades, devido a grande variedade do padrão radiológico e as poucas chances de identificar a presença do bacilo. Este caso ilustra bem estas características: diagnóstico demorado realizado em nível de atenção terciária. Apesar dos sintomas iniciais do paciente serem típicos de tuberculose pulmonar, como não foi confirmada pelos exames complementares e o quadro se agravava a cada dia, durante as internações pensou-se desde neoplasia até Doença de Still Adulto, antes da confirmação de Tuberculose ganglionar. E importante lembrar do diagnóstico de Tuberculose extrapulmonar para detecção precoce, evitando complicações e diminuindo a morbimortalidade da doença.

Autora: Karina da Silva Lima Unidade: UBS Conquista III Instituição Parceira: Atenção Primária à Saúde Santa Marcelina

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UNIDADE RECANTO VERDE SOL E A PROMOÇÃO DA SAÚDE PELA CANTATA Introdução: Os agentes comunitários de saúde compartilham com as equipes de saúde da família a responsabilidade de serem “co-agentes de transformação”, contribuindo com o processo de trabalho da equipe por agregar a ela, diversas representatividades do modo de andar a vida e de produzir saúde da comunidade da qual fazem parte. Nesta trajetória e entendendo saúde para além de conceitos e definições, um grupo de agentes comunitários de saúde da Unidade de Saúde da Família Recanto Verde Sol, localizada na periferia de São Mateus , zona leste de São Paulo, fomentou por iniciativa, um movimento que teve inicio em 2006, fruto de uma necessidade percebida que envolve outras dimensões do cuidar. Preocupados com a solidão das pessoas devido a diversos graus de restrição, resolveram fazer a diferença por meio da estratégia da “CANTATA” que consiste em cantar músicas variadas com objetivo de promover a saúde da comunidade por meio do estímulo e cultivo da alegria. Tendo em vista que o ministério da saúde preconiza a valorização do ser humano e a mudança de atitudes no cuidado em saúde, proporcionar felicidade e alegria então, seria um modo de efetivar esta diretriz e desenvolver a revitalização das relações interpessoais. Outro ganho é a promoção de canais de comunicação, fortalecendo o lar, a família / cuidadores / colaboradores da Unidade de Saúde deste feito, ainda criar espaços o exercício da solidariedade comunitária. Objetivo: Humanizar o atendimento aos usuários da unidade, valorizar o trabalho da equipe e promover o fortalecimento de laços de respeito e solidariedade com a comunidade do nosso território de ação. Metodologia: A apresentação do Grupo de Cantata ocorre por meio de visitas nos lares de famílias eleitas, normalmente em datas comemorativas, ou frente a ocasiões especiais. Para cada família são apresentadas 4 canções e, após a apresentação, entregue um pequeno presente. Resultados: Como resultado deste processo a Unidade adotou esta estratégia como uma das ferramentas de promoção a saúde; dela também resultaram a valorização do trabalho dos profissionais junto a comunidade como atores coadjuvantes no fazer saúde. Cada ano aumenta o número de trabalhadores da unidade que vão abraçando o projeto, por vezes se agregam ao grupo de voluntários que dominam determinado instrumento, somando energia e otimismo a esta rede/equipe, há colaboração do comércio local para a aquisição dos presentes. Os resultados também podem ser sentidos nos depoimentos que durante todos os anos emocionam, neles há repercussão deste pequeno gesto.

Autores: Regina Lúcia de Oliveira Andrade, Marli Magalhães, Dulcinéia Rodrigues da Mata, Cleisiane Silva dos Santos, Sheila Ismael dos Santos Moura, Rosilene Souza Coelho, Cintia Rebecca Chaves Rodrigues Unidade: Unidade de Saúde da Família Recanto Verde Sol – São Mateus Instituição Parceira: Atenção Primária à Saúde Santa Marcelina

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UTILIZAÇÃO DO DOCUMENTO NORTEADOR PELOS ENFERMEIROS NAS AÇÕES DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE O estudo teve como objetivo principal verificar o acompanhamento das ações desenvolvidas pelo Agente Comunitário de Saúde (ACS), descritas no Documento Norteador “Compromisso das Unidades Básicas de Saúde com a População/2005”, pelos enfermeiros que atuam em Programa Saúde da Família (PSF) no Município de São Paulo. Realizou-se o estudo quantitativo, descritivo, de corte transversal, realizado nas Unidades Básicas de Saúde com o Programa Saúde da Família (PSF), da Coordenadoria Técnica de Saúde/Sudeste. Para coleta dos dados, utilizou-se questionário com 11 questões fechadas e 2 abertas, além de questões específicas sobre a frequência do acompanhamento das ações desenvolvidas pelo Agente Comunitário de Saúde, fudamentadas no Documento Norteador. Os dados foram coletados no período de maio a dezembro de 2008. A amostra foi constituída de 88 enfermeiros, distribuídos por número de enfermeiros locados nas Unidades Básicas de Saúde, da Coordenadoria Regional de Saúde/Sudeste onde desempenham suas atividades. As variáveis pesquisadas foram: Variáveis Sociodemográficas (idade e sexo); Categóricas Nominais (pós-graduação lato sensu e/ou stricto sensu, modelo de unidade básica e utilização do Documento Norteador); Variáveis Categóricas Ordinais (área de pós-graduação lato sensu e/ou stricto sensu, formação e atuação no PSF) e as Variáveis das Frequências acompanhamento das atividades desenvolvidas pelo ACS. Os dados foram analisados, utilizando o programa de software SPSS (Statistical Package for Social Sciences), versão 12.0. Para a comparação das frequências entre as variáveis categóricas nominais e ordinais foi utilizado o teste Qui-Quadrado, considerando nível de significância de 5%. A utilização do Documento Norteador “Compromisso das Unidades Básicas de Saúde com a população/2005” faz parte do cotidiano de 82 (93,2%) enfermeiros e apenas 10 (12,2%) o utilizam para supervisionar as atividades desenvolvidas pelo ACS. Os resultados do estudo elucidam que, apesar do documento fazer parte do cotidiano dos enfermeiros, ele é pouco utilizado para supervisionar as atividades desenvolvidas pelo ACS e que existem diferenças estatisticamente significantes entre as atividades dos ACS e as variáveis do estudo.

Autores: Souza AL, Ramos LH, Figueiredo EM Unidade: UBS da Coordenadoria Regional Saúde Sudeste Instituição Parceira: SPDM – Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina

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GRUPO EDUCATIVO: ESTRATÉGIA DE AÇÃO NA PROMOÇÃO À SAÚDE DAS IDOSAS Introdução: O envelhecimento populacional é um fenômeno mundial devido à transição demográfica. Projeções da OMS estimam que o Brasil estará entre os dez países com maior população idosa em 2025. Promover saúde com qualidade de vida é um grande desafio para a equipe de saúde da família.Devemos considerar variáveis distintas e complexas na avaliação e promoção à saúde das idosas. Objetivo: Descrever uma estratégia de promoção à saúde das idosas cadastradas nas equipes 1 e 4 da UBS Jd Jaraguá. Metodologia: estudo transversal de abordagem exploratório descritiva do grupo de saúde das idosas da UBS Jd. Jaraguá. Resultados: O grupo ocorreu no período de 06/00/07 a 08/10/08, totalizando 9 reuniões. AS reuniões constituíam de uma parte informativa, de diálogo entre o grupo sobre diversos temas e outra parte de consulta médica, com atendimento individual sendo preenchido questionário sobre história clínica e avaliação antropométrica. Participaram do grupo 90 idosas, cerca de 24,5% das idosas cadastradas na área de abrangência dessas duas equipes, com idade mediana de 67 anos (range 60-88), sendo que 71 idosas (78,9%) estavam com a vacinação em dia. A prevalência de idosas eutróficas foi de apenas 27,8%, sendo que 13,3% estavam abaixo do peso e 58,9% sobrepeso. Dentre as participantes, havia 50 hipertensas (55,6%) e 16 diabéticas (17,8%), sendo que dessas 11 eram hipertensas e diabéticas (12,2%). A cobertura do exame de papanicolaou no último ano nesse grupo foi de 33,3% e de mamografia foi de 38,9%. A realização do grupo possibilitou o diagnóstico de hipertensão em 5 idosas (12,5% das participantes não-hipertensas) e o aumento da cobertura de papanicolaou para 68,9% e de mamografia para 73,3%. Considerações Finais: Os grupos educativos podem ser utilizados na busca ativa de situações de risco à saúde e como estratégia para aumentar a aderência das idosas às ações preventivas, interferir positivamente nos comportamentos saudáveis, além de possibilitar a interação entre as idosas, valorizando sua integração na comunidade e na família. É necessário, no entanto, criar instrumentos para prover dados longitudinais para avaliação dessas mudanças.

Autores: Leila Yuki Taquecita Unidade: UBS/PSF Jaraguá Parceiro: APS Santa Marcelina

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INTERNALIZAÇÃO: ESTRATÉGIA DE SOCIALIZAÇÃO ORGANIZACIONAL DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE SANTA MARCELINA Introdução: A Atenção Primária à Saúde (APS) Santa Marcelina já alcançou o número de 4.400 colaboradores, esse dado cresce a cada mês. A Área de Desenvolvimento das Pessoas da instituição tem como objetivo estimular o talento do colaborador alinhando o perfil de competência aos requisitos dos cargos e funções em consonância com os princípios e diretrizes do SUS oportunizando seu crescimento técnico e humano, melhorando a assistência, a empregabilidade e auto-realização, aprimorando as práticas organizacionais e aumentando a efetividade da Atenção Primária à Saúde. Para o alcance desse objetivo a área de Gestão de Pessoas precisa construir uma relação entre a pessoa e a organização. Uma das ferramentas para a construção dessa relação é a Internalização. Esse termo pode ser definido como um processo pelo qual um padrão comportamental externo se torna interno e posteriormente guia os comportamentos da pessoa (SHINYASHIKI, 2002). Objetivo: Relatar a experiência do momento de Internalização dos colaboradores recém admitidos pela APS Santa Marcelina. Metodologia: A partir de janeiro de 2009 a área de Desenvolvimento de Pessoas realiza um encontro a fim de promover a Internalização aos novos colaboradores. Esse encontro tem duração de oito horas e ocorre no primeiro dia de trabalho do funcionário. É um processo de recepção, onde o colaborador recebe informações sobre a organização e entra em contato com a cultura, valores e política organizacional. Resultados: Atualmente o momento de Internalização é institucionalizado e 100% dos colaboradores recém admitidos passam por esse encontro, pois propicia o primeiro contato do funcionário com os valores, história e cultura da instituição. Segundo Dutra (2008), a Internalização da pessoa na organização pode ser compreendida como todas as atividades que visam à construção de uma relação entre a pessoa e instituição. Foram levantados relatos de satisfação e valorização desse momento pelo colaborador, principalmente por promover a socialização. Conclusão: A questão da Internalização das pessoas foi apresentada por Maanem (1989) como um processo de socialização das pessoas na empresa, no qual ela entra em contato com os padrões culturais e políticos da organização. Essa estratégia tem se mostrado um espaço de acolhimento, circulação de informações, oportunidade de criar canais de comunicação entre os colaboradores e a organização, e é um processo onde atitudes desejadas pela instituição podem ser adquiridas pelo novo colaborador. Atualmente, a área de Desenvolvimento de Pessoas desenvolve estratégias para o processo de acompanhamento da pessoa e manutenção dos canais de comunicação entre colaborador e instituição.

Autores: Lídia Colombani, Patrícia Tavares Unidade: Coordenação APS Parceiro: APS Santa Marcelina

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MENTORIA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: REVISÃO DE LITERATURA Introdução: Atualmente as organizações passam por transformações em conseqüência da era da complexidade e da informação, onde a busca pela atualização de conhecimentos e desenvolvimento de habilidades e atitudes requer grande comprometimento da organização e das pessoas. Na Atenção Primária à Saúde (APS) médicos, enfermeiros e outros profissionais, necessitam desenvolver competências, como habilidades técnicas nos diferentes ciclos de vida, ética, visão sistêmica, ser educador, entre outros. Tais fatores exigem das instituições de saúde a busca por estratégias que garantam o desenvolvimento dos profissionais. A mentoria é uma estratégia que pode ser definida como uma relação de apoio e suporte, na qual uma pessoa mais experiente procura ajudar um novato em seu desenvolvimento. Esse processo proporciona modificações na prática profissional e reflexos significativos na vida do mentorado. Objetivos: Realizar uma revisão de literatura, caracterizar os artigos encontrados por país de publicação e analisar a compatibilidade das atividades de mentoria com a APS. Metodologia: Foi realizado um levantamento de artigos científicos nas bases eletrônicas Lilacs, Scielo e Medline utlizando as palavras mentoria ou mentoring. Foram considerados artigos em português e inglês do período de 1999 a 2009 e analisados de forma qualitativa e quantitativa. Resultados: Foram encontrados 623 artigos científicos sobre mentoria nos serviços de saúde, sendo que 78,5% (489) são artigos publicados nos Estados Unidos, 14,8% (92) são artigos da Inglaterra, apenas 0,6% (4) são artigos nacionais, e 6,1% (38) são artigos publicados em diferentes países da Europa. A revisão de literatura mostrou que a mentoria na área da saúde é largamente discutida nos Estados Unidos, porém com foco em organizações hospitalares e principalmente relacionados com a área médica.Taherian e Shekarchian (2008) realizaram um estudo sobre mentoria para médicos, onde afirmam que essa estratégia traz benefícios para o mentor e para a organização. Conclusão: A experiência prática de autores internacionais nos mostra que a mentoria é fundamental para gerar pessoas capazes de refletir criticamente sobre a realidade da organização, construí-la e modificá-la continuamente em nome da qualidade dos serviços de saúde. Além disso, o mentor realiza atividades importantes e compatíveis com o desenvolvimento dos profissionais da APS, como o aconselhamento, ajuda a aspectos psicossociais e suporte técnico, sendo um importante agente facilitador. No Brasil a mentoria em serviços de saúde ainda é pouco explorada, isso nos leva a concluir que há necessidade de mais pesquisas e práticas sobre o tema, principalmente na Atenção Primária Saúde.

Autores: Patrícia Cruz Rodrigues, Otília Dora Simões dos Santos, Joel Levi Ferreira Franco, Lidia Batista Colombani, Adriana Marega Unidade: Coordenação APS Parceiro: APS Santa Marcelina

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PRECEPTORIA DE ENFERMAGEM NA ASSISTENCIA MÉDICA AMBULATORIAL NA REGIÃO LESTE - SP Introdução: A Organização Social de Saúde Santa Marcelina gerencia oito unidades AMA (Assistência Médica Ambulatorial) na microrregião de Cidade Tiradentes, Guaianases e Itaim Paulista na região leste do município de São Paulo. As AMAS oferecem serviços sem agendamento prévio aos usuários que demandam de assistência imediata. Otimizar o atendimento nos prontoatendimentos, promover humanização por meio do acolhimento resolutivo, qualificar a captação do portador de doenças crônicas e viabilizar a contrareferência para as UBS e/ou Estratégia Saúde da Família fazem parte dos objetivos das AMAS em prol da excelência assistencial. A partir da experiência acumulada e positiva da preceptoria aos enfermeiros das Unidades Básicas com ou sem Estratégia Saúde da Família nas microrregiões de Cidade Tiradentes, Guaianases e Itaim Paulista a Instituição optou por estender aos enfermeiros das AMAS esta estratégia. Objetivo: Incentivar o profissional enfermeiro a se auto desenvolver e oportunizar estratégias de aprimoramento da prática profissional garantindo melhoria da qualidade na assistência prestada pela Assistência Médica Ambulatorial (AMA). Metodologia: A preceptoria é realizada através de um cronograma de visitas previamente agendada com vinte e quatro enfermeiros em oito unidades AMAS por duas horas para discussão do cotidiano do trabalho onde são priorizados temas a partir das necessidades identificadas em cada equipe. A preceptoria se dá através da aprendizagem significativa, contextualizada, que busca refletir e compreender a atuação dos enfermeiros objetivando o aprimoramento de suas práticas e o processo de trabalho nas AMAS. Conclusão: A preceptoria tem proporcionado momentos de troca de aprendizagem, reflexão sobre a prática, entrosamento, circulação de informações e elaboração de tomada de decisão compartilhada, possibilitando assim o aprendizado e reorganização do processo de trabalho mais cuidadoso e humanizado.

Autores: Elizabete Conceição de Lima Santos dos Reis, Lídia Batista Colombani, Patrícia Cruz Rodrigues, Unidade: Coordenação APS Parceiro: APS Santa Marcelina

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GERENCIAMENTO POR ORGANIZAÇÃO SOCIAL NA ATENÇÃO PRIMARIA A SAÚDE SANTA MARCELINA NAS MICRORREGIÕES CIDADE TIRADENTES, GUAIANASES E ITAIM PAULISTA Introdução: Organização Social (OS) é uma qualificação que pode ser concedida pelo Poder Executivo às entidades privadas – pessoas jurídicas de direito privado – sem fins lucrativos, destinadas ao exercício de atividades dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, a proteção e preservação do meio ambiente, à cultura ou a saúde, conforme estabelecido na Lei n.o 9.637 de 1998. A lei estabelece que, obrigatoriamente, uma O.S. deva possuir determinadas porcentagens de representantes tanto do Poder Público como também da Sociedade Civil na composição do seu Conselho de Administração. Para o estabelecimento de parcerias, entre o Poder Público e a Organização Social, a Lei nº. (9.637 criou um instrumento específico denominado Contrato de Gestão. A Casa de Saúde Santa Marcelina celebrou o contrato de gestão em março de 2007 da microrregião Cidade Tiradentes, Guaianases e em Agosto de 2008 foi celebrado a OS do Itaim Paulista. Este contrato refere-se ao gerenciamento e execução das atividades e serviços de saúde a serem desenvolvidos nas Microrregiões citadas acima. E para viabilizar a organização e a qualidade do serviço e da assistência a Atenção Primaria a Saúde Santa Marcelina identificou a necessidade de uma gerencia de contrato nas microrregiões. Objetivo: O principal objetivo das Microrregiões Cidade Tiradentes, Guaianases e Itaim Paulista é a operacionalização do gerenciamento, apoio a Gestão e execução das atividades e serviços de saúde. Metodologia: a gerencia de contrato baseia-se nas políticas institucionais da APS e contrato de gestão para acompanhar o gerenciamento das unidades, por meio de planejamento, execução, avaliação e monitoramento dos resultados. Conclusão: As atividades desenvolvidas são: Apoio a Integração Territorial, Acompanhamento, Avaliação, Novas Ações. Elaboração de plano de trabalho, Termo Aditivo por meio das necessidades identificadas pelo líder local e comunidade. Juntamente com Gestão de OS e os setores da Administração, Gestão de Pessoas, Assessoria Técnica, Saúde Bucal Meio Ambiente, Saúde Mental, Reabilitação, Coordenadoria Regional de Saúde Leste e Alta Administração. No que se refere aos indicadores do contrato de Gestão e os 17 indicadores da Atenção Básica. Desenvolve ações previstas no Contrato de Gestão trimestralmente junto ao Núcleo Técnico da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), bem como os relatórios mensais das ações desenvolvidas. Analisa os contratos terceirizados a fim de verificar o comprimento do contrato e acompanhar o monitoramento do líder local, no intuito de garantir a qualidade do serviço. Aprova o descritivo de reforma e adequação e da planta física de acordo com a autorização da SMS, para assegurar uma estrutura física adequada e funcional. Realiza o diagnostico do perfil dos líderes locais e desenvolve as habilidades necessárias.A gerencia tem como fator determinante atingir os objetivos organizacionais, mediante planejamento, monitoramento e avaliação das ações. Autores: Lúcia Cristina da Silva Pedroso, Karen Pissinatti, Naira Regina dos Reis Fazenda, Luciana da Silva Lopes Unidade: Coordenação APS Parceiro: APS Santa Marcelina

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SEXUALIDADE NA ADOLESCÊNCIA: UM TABU QUE AINDA RESISTE Introdução: A Sexualidade do adolescente ainda é um tabu, escola, pais e os próprios adolescentes ainda preferem delegar a discussão do mesmo a profissionais da área da saúde dito especialistas no assunto e cada dia o adolescente perde-se em caminhos errôneos por conta da falta de informação e tabu gerado pelo tema. Objetivos: Diminuir a incidência de gravidez e doenças sexualmente transmissíveis (DST's) na adolescência e evitar o consumo exagerado de pílulas do dia seguinte. Formar grupos de adolescentes dentro das escolas da rede municipal e estadual da área de abrangência da UBS de referência para funcionar como um expoente no esclarecimento das inúmeras dúvidas do adolescente no que diz respeito a sexualidade. Metodologia: Através da criação de grupos de adolescentes em três escolas da rede municipal e estadual de SP que eram da área de abrangência da UBS Campo Limpo, foi desencadeada uma metodologia de inclusão do adolescente dentro do programa saúde da família de uma maneira mais próxima aos anseios dessa faixa etária. Foram formados 12 grupos de alunos das sétimas e oitavas séries e o trabalho foi constituído da seguinte forma: Primeira meia hora: Explanação dialogada de temas como definição de adolescência, sexualidade, gravidez, doenças sexualmente transmissíveis e métodos anticoncepcionais para adolescentes. Segunda meia hora: Espaço para perguntas e colocações que os adolescentes julgassem serem pertinentes ao tema explanado. No dia seguinte retorno para os diretores, professores e orientadores pedagógicos sobre as frustrações, anseios e dúvidas apresentadas pelos adolescentes. Um mês depois encontro com todos os adolescentes que através de atividades lúdicas expressaram o que aprenderam e o que gostariam que a Escola pudesse inserir na sua grade curricular algo que eles achavam fundamental para a continuidade do tema proposto. Resultados: O total de adolescentes da faixa etária de 13 a 19 anos que participaram dos grupos formados foram 520. Sendo 280 mulheres e 240 homens, 95% dos homens referiam já ter tido relação sexual e 40% das mulheres disseram serem virgens. No pré-questionário a incidência de consumo de pílulas do dia seguinte por mais de uma vez pelas adolescentes surpreendeu com 49% e 14% dos adolescentes já haviam sido contaminados por alguma DST. Após o término do grupo e monitoramento dos adolescentes a incidência de consumo de pílula do dia seguinte de forma exagerada caiu 45% e o total de DST's nesse período teve uma queda acentuada de 60%. Autor: Evandro Luis Oliveira Instituição Parceira: Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein Instituto de Responsabilidade Social – IIRS

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Comissão Organizadora Edjane M. Torreão Brito, Maria Cristina Honório dos Santos, Sílvia Ap. Cisi Tannus, Kátia Maria de Almeida Correia, Cássia Liberato Muniz Ribeiro, Leny Kimie Yamashiro Oshiro, Luiz César Correa Gomes dos Reis, Luzia Coelho e Silva Machado, Dener da Silva Domingues, Sandra Lucélia Pereira, Edilaine Cardoso Rozendo de Souza, Shiroe Uematu, Ricardo Antonio Liberato, Simone Sayuri K. Hanada, Cecília S. Takano Kunitake, Eunice E. Kishinami de Oliveira Pedro , Lúcia Helena da Silva, Maria Lúcia do Amaral Duarte, Maria Teresa C.P.L. Figueiredo, Maria Teresa Souza, Poliana M. Almeida Gomes da Silva, Silvana Kamehama, Terezinha de Jesus Duarte Gomes, Vera Lúcia Martinez Manchini



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