LUCIANO PEREIRA DA SILVA
SANTOS
PARA PISARDES
SERPENTES & , ESCORPIÕES Autoridade e proteção na batalha espiritual
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SANTOS
PARA PISARDES
SERPENTES & .
ESCORPIÕES Autoridade e proteção na batalha espiritual
Capa: ígor Braga
Copyright©2010por: Luciano Pereira da Silva.
Foto da capa e contracapa:
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A. D. Santos Editora Al. Júlia da Costa, 215 80410-070 - Curitiba - Paraná - Brasil +55(41)3207-8585 www.adsantos.com.br editora@adsantos.com.br
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Projeto gráfico e editoração: Manoel Menezes Impressão e acabamento: Reproset
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Silva, Luciano Pereira da Para Pisardes Serpentes e Escorpiões - Luciano Pereira da Silva / Curitiba: A.D. Santos Editora, 2010, 80 p. ISBN - 978.85.7459-225-1 1. Vida Cristã
' 2. Experiência Religiosa CDD 248
1a Edição: do autor. 3a Edição: Marco / 2011 - 2.000 exemplares. Proibida a reprodução total ou parcial, por quaisquer meios a não ser em citações breves, com indicação da fonte.
Edição e Distribuição:
SANTOS
EDITORA
PREFÁCIO
"Todas as coisas contribuem, juntamente, para aqueles que amam a Deus. Os que são chamados segundo o seu propósito". Romanos 8:28 Essa verdade se confirma na vida e testemunho do Pr. Luciano Pereira. Suas experiências difíceis na infância e na juventude contribuíram de maneira significativa para forjar sua visão e sua prática ministerial. Além do chamado para o pastoreio do rebanho de Cristo, o pastor Luciano obviamente foi chamado também para o ministério da libertação. Ele reconhece o seu chamado e procura exercê-lo com obediência. Assim, o milagre da libertação acontece para a glória de Deus e o crescimento da Igreja. Gosto de ver uma igreja que crê e prega sobre a realidade dos milagres, da libertação e das curas. Mas, mais que isso, gosto de ver uma igreja que experimenta, no seu dia a dia os milagres, a libertação e as curas. Assim, é para mim um prazer apresentar o livro "Para Pisardes Serpentes e Escorpiões" do pastor Luciano. A ênfase não é numa abordagem teológica do assunto. O que
o pastor Luciano faz é compartilhar seu testemunho e sugerir orientações práticas. E consegue fazer isso com clareza teológica e doutrinária. Essas orientações servem, em especial, para pessoas envolvidas diretamente no ministério de libertação, mas serve também para todo cristão, já que todos nós, discípulos de Jesus somos desafiados a "pisar serpentes e escorpiões". Tenha uma boa leitura. Bispo João Carlos Lopes Igreja Metodista Presidente do Colégio Episcopal Brasileiro
DEDICATÓRIA
Primeiramente a Jesus - o Mestre Libertador. Que me reconciliou com Deus e me deu o ministério da reconciliação. À minha amada e querida esposa Shirley que tem sido uma companheira em tudo, inclusive no ministério de libertação. À minha filhinha querida Maria Fernanda, missionária, cheia do Espírito Santo, adoradora, criança verdadeiramente especial que tem nos ensinado muito. À minha querida e amada mãe que tem sido um exemplo de superação! Ao Reverendíssimo Bispo João Carlos e todos os colegas pastores que me incentivaram na publicação, em especial o colega missionário Wilmar, que sugeriu o título. Ao amado casal Pastor Eduardo Vila Nova e sua querida Esposa Shirley, que têm sido uma bênção em minha vida como mentores, conselheiros e discipuladores ao longo destes anos.
ÍNDICE
Capítulo l O Cristo que me libertou, me chamou para declarar libertação Capítulo 2 Os demónios conhecem quem é a autoridade
11
Capítulo 3 Jesus venceu, por isso, Nele somos vencedores
17
Capítulo 4 O Senhor nos dá autoridade e proteção na batalha contra o inimigo
21
Capítulo 5 Vencendo o medo
25
Capítulo 6 A importância do discipulado na libertação
31
Capítulo 7 O ministério de libertação não é uma opção
35
Capítulo 8 A missão de Deus no mundo é libertar
41
Capítulo 9 A falta de perdão
47
Capítulo 10 O fogo de Deus
52
Capítulo 11 A visão missionária
61
Conclusão .
.67
INTRODUÇÃO
/\ libertação das pessoas que estão atormentadas por demónios tem sido um dos ministérios mais evidentes em minha caminhada. Por isso, fui impulsionado pelo Espírito Santo a compartilhar o que Deus colocou em meu coração e realizou em minha vida. É obvio que não pretendo esgotar o assunto, que, com certeza, é vasto, mas tentarei, através da experiência e do conhecimento da Palavra, trazer luz sobre o assunto. Na verdade, nunca imaginei que, um dia, pudesse trabalhar especificamente com este ministério. Lembro até hoje quando vi pela primeira vez uma manifestação demoníaca. Foi logo no início da minha vida com Deus , quando fui a uma vigília, em Jacarezinho, foi em uma mulher. A manifestação foi muito forte. A mulher foi lançada no chão e rodava para todos os lados. Na verdade, não lembro qual o desfecho daquela possessão. Enfim, realmente, não imaginava que um dia poderia ser usado por Deus para atuar na área de libertação. Quero testemunhar casos reais, que pude presenciar, e também dar algumas orientações práticas e simples para o exercício do ministério de libertação. Entendendo que a libertação consiste em muito mais do que a oração e a manifestação dos demónios. Talvez este seja o primeiro passo, quando eles se manifestam. O Espírito de Deus os revela, para
que possamos expulsá-los em nome de Jesus, e, a partir daí, proporcionar à pessoa uma libertação completa. Procuro de uma maneira simples e prática dar esclarecimentos. E o mais importante é que na maioria das vezes, sabemos muita teoria, temos bastante conhecimento, mas não aplicável. O que aqui descrevo, pude verificar na prática, no dia a dia ministerial, atendendo muitas pessoas e orando com elas nos mais diversos lugares. Espero que você cresça na fé e na vida cristã, no desenvolvimento do seu ministério e seja livre!
"Eis aí vos dei autoridade para pisardes serpentes e escorpiões e sobre todo o poder do inimigo, e nada, absolutamente, vos causará dano." Lucas 10.19
CapĂtulo
l
O Cristo que me libertou, me chamou para declarar libertação
r orque recebi do Senhor o que também vos entreguei... (l Coríntios 11.23). O apóstolo Paulo, ao explicar à Igreja sobre a ceia, faz essa declaração, que, na verdade, estava transmitindo algo que tinha recebido do Senhor. É assim que me sinto em relação ao ministério de libertação, pois, o Senhor faz primeiro a obra em nossa vida. Ele nos toca, para que possamos levar essa experiência para outras pessoas. O ministério de libertação passou pela minha própria experiência de conversão, pois tive que ser liberto da presença dos espíritos malignos em mim. Na minha casa éramos três irmãos. O mais velho Wellington, o do meio Marcelo, e eu o caçula. O Marcelo nasceu com problemas mentais e pela falta de informação da época, nunca ficamos sabendo de verdade o que tinha, pois faleceu quando tinha sete anos, depois de minha mãe correr com ele para diversos médicos. De fato convivi com muitos problemas em minha família. O meu pai, quando vivia em casa, era realmente difícil.
L u c i a n o P e r e i r a da S i l v a
Muitas vezes chegava em casa espancava minha mãe, e quebrava tudo. Realmente, foram situações fortes, marcantes. Quando criança, eu tinha uma cornetinha marrom de plástico, provavelmente um presente dado pela minha mãe. Não lembro. Esta corneta de brinquedo estava em cima de uma penteadeira com um espelho grande dentro do quarto. Era um quarto bem amplo, onde eu dormia na parte de baixo de um beliche e o meu irmão mais velho dormia em cima. Meu pai chegou bêbado, quebrou tudo e esmagou a minha cornetinha com as mãos. Foi realmente triste para mim, uma criança que não tinha muitos brinquedos... Aquilo ficou marcado, pois havia dentro de minha casa um espírito de violência. Um dia, meu pai deu um chute nas costas de minha mãe, o que a jogou pela escada a baixo. Eu estava lá, no pé da escada, presenciando tudo. Todas aquelas atitudes eram, na verdade, manifestações de demónios dentro da minha casa, na vida da minha família, e, através dos meus pais, foram abertas legalidades para que aqueles demónios passassem a me perturbar e amarrar. Assim, foi durante muito tempo depois. Certa vez, uma das mulheres com as quais o meu pai tinha relacionamento de adultério foi à nossa casa, durante a madrugada, e fez um escândalo. Vi a humilhação de minha mãe, e eu também me senti envergonhado. Há pouco tempo, descobri outro fato, que, com certeza, teve muito efeito em minha vida, e, por isso, também me senti rejeitado, não amado e excluído. Minha mãe ficou seis dias em um hospital, pensando em me abortar, pois foi dito a ela que havia a possibilidade de ter outro filho com problemas semelhantes aos do Marcelo. Com certeza, isso foi uma porta aberta para que o espírito de morte se apoderasse de minha
Para Pisardes Serpentes
e
Escorpiões
vida. E claro que minha mãe não tinha ideia do que estava fazendo. Quando estava com seis para sete anos, o meu pai resolveu ir embora de casa. De certa forma, para a minha mãe, aquela atitude foi uma libertação, pois, até então, não vivia. Acredito que tenha sentido, sofrido, mas a partida dele, naquela ocasião, foi algo que, para ela, trouxe alívio. Assim, ela pode correr atrás dos próprios sonhos, que já estavam mortos. Para mim, foi realmente muito triste, pois com tudo aquilo, era o meu pai que estava nos abandonado. Eu o tinha como herói, amava quando me levava aos churrascos, às festas e aos bares, onde me pagava um refrigerante e um salgadinho. Aquilo era tudo para mim... Realmente, como as crianças são inocentes! Ficava todo orgulhoso, quando, por exemplo, os amigos de meu pai diziam: "Filho de peixe, peixinho é". E que, às vezes, tomava um pouquinho de cerveja. Mas, enfim, foram aberturas em minha alma para a entrada de demónios. A partir disso, comecei a ter manifestações terríveis durante a noite, e, às vezes, acordava desesperado, tremendo e fugindo de uma perseguição. Lembro das imagens que via. Isto é, imagens de caretas que vinham à minha mente, para me assustar, e havia sempre alguém correndo atrás de mim. Eu tentava fugir. Mas, acordava e continuava, pois não era simplesmente um sonho... Saía correndo pela casa, gritando e tremendo, subia nos móveis, suando e gritando. Acho que a minha mãe — desesperada e sem saber o que fazer - orava. Logo que o meu pai nos abandonou, fomos morar numa casa pequena, que o meu tio nos arrumou. No quintal, morava um primo, que, por vezes, me abusou sexualmente. Tudo aquilo provocou muita confusão em minha mente. Por algum tempo, o espírito maligno dizia que eu tinha que
Luciano Pereira da Silva
ser uma mulher. Mas, lutava contra aquilo. Realmente, os espíritos estavam me aprisionando. Durante parte da infância, fui criado com a minha avó paterna, pois a minha mãe tinha que levar o meu irmão, que tinha problemas mentais, a muitos lugares. Ele dava muito trabalho. Vivia dentro de um lugar específico - um quartinho - e tinha que ficar praticamente preso. Minha avó nos ensinou, a mim e ao meu irmão mais velho, os costumes e doutrinas católicas. Por isso, frequentei a Igreja Católica e assistia à missa pelo menos uma vez por mês. Havia dentro de mim uma necessidade de buscar a Deus. Isso eu lembro bem! Fui crescendo e a minha vida se tornou o resultado de tudo aquilo que havia experimentado. Comecei a beber na adolescência, vivi muitos conflitos interiores, me sentia inferior, não acreditava que poderia ser alguém, e sempre me sentia pequeno. Pensava que a minha sina era não dar certo e que não precisava me importar com nada. Então, achava que poderia beber e me afundar na vida errada. Daí, comecei a buscar realmente o mundo e tentei aprender a fumar. Não consegui. O meu negócio mesmo era a bebida e me sentia orgulhoso de beber, às vezes, mais que os meus primos maiores. Não sabia, mas, na verdade, estava querendo ser igual ao meu Converti-me a Cristo. pai. Era o mesmo espírito que estava Os demónios saíram. me dominando. Hoje, perdoei o meu As cadeias foram pai de coração e oro para que ele se quebradas. converta a Jesus. Um dia, fui convidado para participar de uma reunião de jovens da Igreja Metodista, e, a partir dali, comecei a frequentá-la, foi onde tive minha experiência com Cristo e fui liberto dos espíritos malignos. Eles saíram e as cadeias foram quebradas. Mas antes disso fiquei um ano na igreja apenas frequentado. Um dia depois de um culto, era época de carnaval,
Para Pisardes Serpentes e Escorpiões
fui embora com um irmão da igreja, caminhei com ele até uma certa altura, quando vi que estava bem longe, fiquei esperando e voltei para o centro da cidade para ir a um baile. Neste baile foi um dos que eu mais bebi, e fui tirado dele duas vezes pelos seguranças por causa de confusões em que eu havia me envolvido. Mas em um momento, dentro daquele clube, o Senhor falou comigo dizendo: "Filho, este verdadeiramente não é o seu lugar. Vá embora". Ouvi a voz de Deus e saí dali. Então, fui buscando conhecer a Deus e as coisas começaram a acontecer. Lia a Bíblia, enquanto o pastor me ajudava, até que recebi o batismo com Espírito Santo. Percebi que recebi dons, embora não soubesse como seria aquilo, mas tudo estava mudando em minha vida. A minha experiência com o Espírito Santo foi realmente tremenda. Estava num encontro - chamado Encontrão - onde havia pessoas de todas as idades e de diversas igrejas. Quem estava ministrando no encontro eram missionários americanos. Na ocasião, tive a oportunidade de ficar hospedado numa faculdade. Fiquei feliz, porque ficaria com os adultos e estava disposto realmente a buscar a Deus. Estávamos orando de mãos dadas, em uma vigília debaixo de algumas árvores, num lugar bonito e gramado, quando um homem - não lembro quem — me abraçou e começou a orar comigo. Naquele momento, não senti minhas pernas e caí no chão. Fui arrebatado em espírito e pude ver a glória de Deus. Foi absolutamente maravilhoso! Quando abri os olhos, tive a nítida sensação de que os céus estavam abertos perante os meus olhos. Esta experiência realmente mudou a minha história. A partir daquela reunião, eu e um irmão, começamos a orar pelos demais e eles começaram a receber também a mesma unção. Hoje, entendo que, naquele dia, o Senhor estava me
Luciano Pereira da Silva
batizando, dando-me os dons do Espírito e me chamando para o ministério. Saímos daquela vigília, onde havia outros grupos. Fomos passando de um grupo a outro, e oramos pelas pessoas e elas foram recebendo a presença poderosa do Espírito Santo. Daí por diante, confirmou-se o chamado para o ministério. Um dia, uma mulher me viu tocando bateria na igreja e disse-me que seria pastor. Nunca imaginara aquilo! Mas, aconteceu. Algum tempo depois, estava em frente à Igreja Metodista, em Cambará, e senti o desejo de ser pastor. Depois de alguns anos, fui para a faculdade, e, por incrível que pareça, fui pastor da minha igreja natal. Para todos, no concílio, em Santo António da Platina, foi uma surpresa! Minha primeira experiência em expulsar um demónio aconteceu no 1Q ano de Teologia, em Londrina, quando fui cuidar do ponto missionário no bairro Cafezal. Um homem, que foi buscar a sobrinha na igreja, manifestou um espírito maligno muito violento. Nesse momento, tive que orar e expulsá-lo. Apesar de estar no meu l9 ano de seminário, já era chamado de pastor e, para todos os efeitos, sentia-me "na obrigação" de expulsar o demónio. Não me lembro exatamente como aconteceu, mas o fato é que percebi que a oração, em nome de Jesus, tinha poder para vencer as potestades. Um fato muito interessante aconteceu naquele dia. Meu irmão mais velho tinha ido nos visitar e, ainda não era convertido a Jesus. Ele tinha uma vida totalmente dominada pelo vício e teve a oportunidade de ver aquela manifestação. Lembro que ele ficou realmente impressionado e aparentemente com muito medo. E normal! Sei que, a partir dali, o
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Espírito Santo fez uma obra na vida dele e ele converteu-se a Cristo. Hoje é um líder na igreja. Para mim, a partir daquela experiência, começou uma caminhada em direção ao ministério de libertação. Durante três anos, na Faculdade de Teologia, em São Bernardo, não me lembro de ter atendido algum caso específico. Parecia que Deus estava me preparando. Sentia o desejo de ser um instrumento nas mãos do Senhor, fazer a obra e pregar o evangelho. Enquanto estudava não deixei de trabalhar nas igrejas e sempre estive envolvido, pregando e auxiliando pastores. Às sextas-feiras, durante a madrugada, íamos para um monte orar, onde buscávamos a chama do Espírito e a visão de Deus, para que a chama não se apagasse nunca, e que Deus pudesse nos conduzir. Tinha um amigo na faculdade que exercia este ministério com muita eficiência, e Deus o usava tremendamente. Eu ficava admirado por Deus usá-lo daquela forma e perguntava: Por que comigo ainda não acontece? Tinha realmente o desejo muito forte no coração de ser usado daquela maneira, podendo declarar libertação sobre os cativos. Quando mudei-me para a VI região (Paraná e Santa Catarina) para pastorear, Deus começou a usar-me. Isto tem crescido a cada dia, à medida que caminho o Senhor tem me dado experiências tremendas com vidas que precisam de libertação espiritual. Nesta caminhada, tenho aprendido, através da Bíblia e de vivência espiritual, algumas coisas simples e práticas. É o que desejo compartilhar.
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Capítulo
2 Jí
Os demónios conhecem quem é a autoridade
Os demónios, nos gadarenos, gritaram: "que temos nós contigo, o Filho de Deus"? Mateus 8.29 Oes sabiam com quem estavam lidando e sabiam que estavam diante do Filho de Deus. O interessante é que os próprios religiosos judeus não reconheciam Jesus como tal. Pelo contrário! Quando Jesus libertou um homem cego e mudo dos demónios que o prendiam, ele foi acusado pelos fariseus de expulsar os demónios pelo maioral dos demónios (Mateus 12.22-24). Em Tiago 2.19 diz que até os "demónios crêem e tremem". De fato, eles conhecem a realidade espiritual da autoridade mais do que muitos cristãos. E, infelizmente, neste ponto, está a explicação para a derrota de muitos cristãos e ministérios, pois não conhecem quem é autoridade e, por isso, não obedecem. Os demónios sabem quem é autoridade. Mas, não obedecem, porque, na essência, está a rebelião. Lembramos também do caso dos filhos de Ceva, que eram exorcistas ambulantes, que tentaram expulsar os demónios e foram subjugados, e os demónios disseram que conheciam a Jesus e a Paulo, mas eles não eram 12
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conhecidos como autoridades (Atos 19.13-15). Muitas pessoas têm se auto-nomeado para ministérios: "Sou o libertador, apóstolo, missionário, pastor ou sou o tal". Na verdade, os demónios sabem quem realmente tem autoridade delegada. Perceba que eles conheciam Jesus, a autoridade direta, e a autoridade delegada também ao apóstolo Paulo. O apóstolo tinha sido separado pelo próprio Jesus. Em Atos 9 é possível conferirmos este Algo muito chamado. Deus deu-lhe o ministério, e importante na realmente foi levado àquela posição. libertação: que Em nenhum momento o apóstolo pensejamos humildes e sou em se auto-nomear. Pelo contrário! não nos coloquemos Ele fora um perseguidor e consentira na em determinadas morte dos cristãos. situações. Algo muito importante na libertação é que sejamos humildes e que nunca nos coloquemos em determinadas posições. Na verdade, a autoridade precisa ser delegada por Deus e isso certamente terá a confirmação da igreja e das autoridades que Deus constituiu sobre nossas vidas. Tenho visto muitos que entram para este ministério, porque, muitas vezes, gostam do espetáculo, e, que, por vezes, têm se achado melhor que o pastor, melhor que o líder. Por isso, acontece a divisão de muitas igrejas, porque a pessoa começa ser usada e cai na tentação da vanglória e da rebeldia. Os demónios que estava expulsando o pegam na brecha da vaidade, e o ministério fica manchado pela rebeldia e divisão. Se Deus o chamou e capacitou para um ministério específico, com certeza, Ele mesmo confirmará. Não é preciso forçar nada. As coisas acontecerão na medida em que se colocar nas mãos do Senhor. É claro que entendo que este seja um sinal que acompanhará a todos os que crêem, assim como a cura dos enfermos, l Co 12.9 fala sobre os dons da cura, no 13
Para P i s a r d e s S e r p e n t e s e E s c o r p i õ e s
plural, isto por que existem muitas doenças e moléstias, desta forma alguns serão usados para cura de doenças específicas e outros de outros tipos de doenças. No caso da libertação, creio que seja uma cura espiritual, deste modo para mim, a libertação de vidas atormentadas por espíritos se dará com mais evidência em quem tem a manifestação dos dons da cura. Enfim, alguns serão chamados para exercer este ministério com mais especificidade, mas isso não quer dizer que ele seja melhor ou maior que o outro que tem outro dom. Aqueles que oram para que haja libertação precisam estar debaixo de autoridade. Aliás, ninguém que não esteja debaixo de autoridade pode ser uma. Qualquer um pode ver manifestações de demónios. Mas, a libertação só pode ser efetuada por quem realmente é autoridade. Perceba, que, no caso do gadareno, as manifestações dos demónios eram vistas por todos (Lucas 8.29). Noutro caso, também são notórias manifestações (em Mateus 17.15). "Muitas vezes cai no fogo e outras muitas na água". Não podemos orar para ver as manifestações e, sim orar para que haja a libertação. Muitas pessoas rebeldes oram em nome de Jesus e os demónios se manifestam por causa do poder do nome de Jesus. Mas, as pessoas não são verdadeiramente libertas. A pessoa que está trabalhando no ministério de libertação precisa ser submissa às autoridades e delegada para este ministério, pois Deus não quer apenas que as manifestações aconteçam, mas sim que as pessoas sejam libertas. Muitos vibram quando vêem uma manifestação e, isso acontece em diversos lugares. Mas, o que Deus quer é realmente a libertação completa de quem se encontra escravizado pelo inimigo. No caso dos filhos de Ceva, os demónios se manifestaram, mas as pessoas não foram libertas. Eles foram atingidos 14
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pelos demónios. Quem está debaixo de rebeldia e procura realizar este ministério, com certeza, será atingido pelas setas dos demónios. Lembro-me de um caso, que aconteceu em um encontro, onde orientei uma pessoa a não impor mais as mãos sobre outras, pois estava numa situação de pecado. Ela ainda não havia resolvido o problema da rebeldia. Mas, no momento da oração para libertação, ela não obedeceu e veio atrás de outra pessoa para quem eu estava orando. Quando o vi, realmente fiquei indignado. Como podia ser tão rebelde? Enfim, o jovem estava amarrado pelo poder das trevas e quando orei, o espírito maligno saiu dele e entrou no intercessor que estava atrás, em rebeldia. Aquele fato foi algo marcante no meu ministério. Outra experiência interessante que vivi, foi quando fui convidado para orar por uma pessoa que estava presa por espíritos malignos, numa cidade vizinha de onde morávamos. Fui até lá a convite de uma missionária, mas a pessoa estava na casa do pastor. O pastor era solteiro e estava passando por uma enfermidade. Quando cheguei, percebi que eles não confiavam naquele pastor e que as mulheres estavam tomando a posição de autoridade. Notei também, que o pastor estava sendo humilhado. Eles não puderam expulsar aquele demónio e, naquele momento, ministrei a todos que deveriam honrar a autoridade do pastor, e pedi que me autorizassem a orar com aquela mulher. Ele orou comigo e expulsei o demónio em nome de Jesus, porque os demónios respeitam as posições de autoridades mais do que muitos cristãos que estão nas igrejas. Veja que eles se submetem por força. Os cristãos precisam se submeter por amor e, isto está claro em Tiago 4.7. "Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós". É algo automático. À medida que me submeto 15
Para Pisardes Serpentes e Escorpiões
a Deus, e às autoridades delegadas, posso resistir ao diabo. No reino das trevas, a questão da autoridade é levada a sério e os espíritos obedecem apenas a quem realmente manda. Eles são organizados. Jesus disse, quando foi acusado de expulsar demónios pelo espírito de Belzebu (senhor das moscas e maioral dos demónios), que "se também Satanás estiver dividido contra si mesmo como subsistirá o seu reino? Isto, porque dizeis que eu expulso os demónios por Belzebu" (Lucas 11.18). Veja que Jesus deixa entender que o reino das trevas é organizado - e realmente o é. Eles têm limites das funções e não podem sair daquilo para o qual foram designados. Por isso, eles respeitam e são impedidos de agir, quando uma autoridade delegada dá uma palavra de ordem contra eles. Lembro-me de outra experiência que foi realmente marcante em minha vida. Fui convidado para orar por uma menina que estava atormentada por espíritos malignos. Quando cheguei a casa, havia três pessoas em cima dela, na cozinha, tentando segurá-la. Quando coloquei os meus pés na cozinha, ela se livrou daqueles que estavam tentando segurá-la, me olhou e saiu correndo para a rua. E eu? Fui atrás dela. Corri atrás, até determinada altura, e dei uma palavra de ordem de longe. Ela foi jogada no chão, lançada no meio do mato de um terreno baldio. Ficou no chão, retorcendo-se como uma cobra, e com as mãos arrancava os matos. Os familiares logo chegaram para ver o que estava acontecendo. Expulsei os demónios e todos puderam presenciar, na rua, a glória de Deus. Fomos caminhando para casa. Havia muitas pessoas naquela casa, onde fiz um apelo para quem queria aceitar Jesus. Todos levantaram as mãos rapidamente. Realmente, os demónios têm que obedecer às autoridades que o Senhor delegou, pois elas representam tudo que Jesus fez na Cruz. Elas representam e trazem as marcas de Jesus, e é impossível não reconhecerem estas marcas. 16
CapĂtulo
3 J
Jesus venceu, por isso, Nele somos vencedores!
'uando comecei a trabalhar com o ministério de libertação, muitos vieram me dizer que teria que me preocupar com as retaliações do diabo e com o contra ataque. Aquelas palavras colocaram muito medo em meu coração e fiquei realmente preocupado. Será que deveria continuar trabalhando com este ministério e colocando em risco a minha família? Alguém chegou a dizer que outro líder tinha dito que, quando começou a trabalhar com este ministério, muitos na igreja ficaram doentes. Então, comecei a buscar na Palavra de Deus, orientação sobre essas coisas, pois não entendia como Jesus nos mandou orar e expulsar os demónios e, agora, não podia fazê-lo. Na leitura da Palavra e em constante oração, percebi que aquilo era também uma estratégia de Satanás para querer me prender ao medo, pois, na verdade, como cristãos, enfrentamos as investidas de Satanás - mesmo quando não trabalhamos especificamente nesta área. A Palavra diz em l Pé 5.8: "o diabo vosso adversário anda em derredor como um leão procurando alguém para tragar". Enfim, ele vai lutar contra os que crêem em Jesus. •
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L u c i a n o P e r e i r a da S i l v a
Na verdade, entendi que podemos estar apenas em dois lados nesta batalha. Ou estamos dominados por ele, ou seja, no império das trevas, cegos pelo deus deste século, sem Deus no mundo, mortos em nossos pecados e delitos, portanto, debaixo dos pés do diabo, sendo pisoteados por ele, ou estamos no Reino do Filho do Seu amor, redimidos de todo pecado, lavados com o Sangue do Cordeiro, portanto, pisando na cabeça do diabo. Assim como no primeiro texto que citamos que também dá nome a esta obra, Jesus está dando aos seus discípulos toda autoridade para pisar as serpentes e escorpiões e todo poder do mal, precisamos crer nesta autoridade que o Senhor nos dá (Lucas 10.19). Desta forma, quando exercemos este ministério, não precisamos ficar com medo, pois o mesmo Deus que chamou é o que capacita e que nos dá à vitória. A vitória contra o inimigo não depende nem mesmo do que estou sentindo na hora da libertação, pois o que sinto não muda a realidade de que, em Cristo, sou mais que vencedor. O texto de Colossences 2.14-15 trouxe para minha vida a revelação de que realmente escondidos em Cristo, reprimimos o poder de Satanás, pois Cristo despojou os principados e potestades na cruz. Cristo os expôs ao desprezo e triunfou sobre eles na cruz do Calvário. Ou seja, Cristo, como um general romano, celebrou a vitória sobre o inimigo, amarrando-o e tirando-lhe as armas. Deste modo, se estamos em Cristo, o inimigo não tem armas contra nós, ele tem que cair e bater em retirada, pois a arma mais forte do inimigo se chama acusação. Mas, através do sangue derramado na cruz, somos redimidos. O escrito de dívida, que era contra nós, foi removido e cancelado. Quando Satanás nos olha, vê o sangue de Jesus e não pode nos tocar nem destruir, isto é, não pode contra aqueles que estão debaixo do sangue. 19
Para Pisardes Serpentes e Escorpiões
Em Apocalipse 12.10-11, diz que o acusador de nossos irmãos, que os acusa de dia e de noite, foi vencido por causa do sangue do Cordeiro. Desta forma, a vitória de Cristo se torna a nossa vitória e precisamos crer neste poder da morte do Senhor Jesus. Aprendi que o cristão precisa estar todos os dias debaixo deste sangue, obedecendo ao que a Palavra diz em l João 1.9: "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar de todos os pecados e nos purificar de toda injustiça". Pois se confessamos à Deus todos os dias, nos humilhamos, e reconhecemos nossos erros, tomamos posse da vitória da cruz, e quando Satanás tentar nos acusar não terá por onde. Mas, o grande problema é que muitos não conseguem confessar, pois realmente não estão arrependidos e, sim convictos de que estão certos. Estão com o coração duro, não conseguem ser sinceros com o Senhor, e não conseguem reconhecer os próprios erros. Não há nos corações a convicção de pecado. Estão, por vezes, justificando os pecados. Dizem: "Errei por causa do meu marido; errei por causa da minha esposa; não sou tão ruim assim". Querem maquiar seus pecados". Isaías 64-6 diz: "As nossas justiças são como trapo da imundícia, todos nós murchamos corno folha, e as nossas iniquidades como um vento, nos arrebatam". Realmente, muitos têm sido como Adão e Eva, que tentaram se esconder de Deus e colocaram a culpa um no outro (Gn3. 12-13). Este é o grande laço na vida de muitos. Não são claros com Deus, se escondem, não reconhecem os erros, não têm um coração quebrantado. Perceba que o apóstolo Paulo, em Romanos 7.24, reconhece: "Miserável homem que sou quem me livrará do corpo desta morte.7". E logo após, no capítulo 8.1, ele diz: "Nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus". Este é o segredo da vitória: estar escondido em Cristo e sensível ao Espírito Santo, sempre com um coração arrependido e aberto as correções do Senhor. 20
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O Senhor nos dá autoridade e proteção na batalha contra o inimigo
t,m Marcos 16.17-18, o Senhor diz: "Estes sinais hão de acompanhar aqueles que crêem; em meu nome, expelirão demónios, falarão novas línguas; pegarão em serpentes, e se alguma coisa mortífera beberem, não lhes fará mal; se impuserem as mãos sobre os enfermos, eles ficarão curados". Se o Senhor nos enviou para fazer o trabalho, Ele nos protegerá, pois é fiel e, com certeza, não permitirá que o inimigo nos toque e nos destrua, porque estamos trabalhando na libertação. Aconteceram fatos interessantes comigo neste sentido. Tive o privilégio de ter uma filha com necessidades especiais - digo privilégio, porque, através dela, temos visto todos os dias a grandeza e a soberania de Deus. Quando estava trabalhando em muitas libertações na igreja, a minha filha, naquele tempo, estava passando por uma enfermidade terrível e sofrendo até três ataques epiléticos fortíssimos por dia. Aconteceu de estar ministrando no •
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altar e minha filha ter crise convulsiva, lá fora, no quintal da igreja. Um dia, um ^ . . . . . , , 1 j. C> inimigo sempre vai menminho chegou correndo e disse: , \t . n 1 » querer colocar em uri Pastor, a Mana rernanda morreu... . „. . . . , , xeque a nossa je na riquei realmente impactado, mas ele , ^ n , ,. r, , ralavra de Deus, não entendia, bla estava tendo um ata, , . i , , querendo nos que, pois, quando tinha, caia onde /- j. contundir. A, estava. Alguns insinuaram que aquela doença era por causa do ministério e que eu estava incomodando o diabo. Na época, fiquei realmente com medo, mas tomei posse da palavra e venci aqueles medos. Na verdade, o inimigo sempre vai querer colocar em xeque a nossa fé na Palavra de Deus, querendo nos confundir e nos fazer principalmente cair da convicção correta nos ensinamentos divinos. Ora, fez isso com o próprio Jesus, no deserto, usou a Palavra para tentar Jesus, mas o Senhor com o entendimento correto venceu aquela estratégia do inimigo. Entendi que o inimigo ataca nossa mente para que possamos dar mais crédito a ele do que à Palavra. Quando assim o fazemos, abrimos brecha para a entrada da incredulidade. Deste modo, logo tomei posse da vitória da Palavra naquele assunto e continuei fazendo a obra, mesmo com minha filha tendo as convulsões. Enfim, segundo o médico, ela nunca iria deixar de tomar os remédios, pois as convulsões não iriam passar, mas amenizar. Ficamos dando o remédio, por dois anos, e tomando posse da cura, ela nunca mais teve ataques e foi curada. Ela chegou a tomar 13 remédios por dia. Hoje, ela não toma nenhuma medicação e nunca mais teve crises. Glórias ao Senhor Jesus! O inimigo sempre vai querer nos intimidar e nos impedir de tomarmos posse do que já nos foi outorgado pela morte de Cristo na Cruz.
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Para Pisardes Serpentes e Escorpiões
Em um determinado caso na Bíblia, os discípulos não puderam expulsar um demónio. Isto está em Mateus 17.1421. Jesus, ao ser notificado do caso pelo pai do menino endemoniado, diz: "Ó geração incrédula e perversa! Até quando estarei convosco? Até quando sofrerei?". Jesus expulsou o demónio e deu uma lição aos discípulos, que não estavam sabendo desfrutar da presença gloriosa e poderosa do Mestre. Isto, justamente por causa da incredulidade. Jesus, no final, vai dizer que aquele tipo de demónio era expulso com jejum e oração. Mas, entendo que Jesus estava dizendo que os discípulos precisavam jejuar e orar, não porque seria como um papel de compra, ou por obras conseguir a autoridade; mas porque com mais jejum e oração automaticamente nos é proporcionada mais intimidade com Deus, o que, por conseguinte, gera mais fé e tira do nosso caminho a incredulidade, que pode ser a grande barreira diante de casos complicados.
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Vencendo o medo
l alvez uma das mais poderosas armas do inimigo seja o medo. Muitos têm medo do diabo, não querem nem que falem neste assunto. Muitos estão aprisionados neste ponto do medo. Lembro-me de um caso, no qual o inimigo me colocou numa situação em que fiquei com muito medo. Uma pessoa que estava passando por um processo de libertação, chegou para mim, pela manhã, na Escola Dominical, dizendo que o espírito maligno tinha dito a ela que eu estava com medo e, por isso, ele não iria sair. Na hora que ela me falou aquilo, fiquei inquieto, pois realmente estava com medo. Ela vinha de uma história de muitas feitiçarias feitas pela mãe. Durante todo o dia, fiquei pensando naquilo. O Espírito Santo me levou às escrituras me fazendo lembrar que o único que é onisciente, onipresente e onipotente é o Senhor Deus, e ninguém mais (Salmo 91, Salmo 139). Comecei a tomar posse da palavra do Senhor, onde diz: "No amor não existe medo, antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora o medo produz tormento, logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor" (l João 4-18). Realmente, acreditei naquilo que o Espírito Santo estava ministrando. Naquela mesma noite de 26
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domingo, aquela mulher foi ao culto e, na hora do apelo, havia muitas pessoas. Ela veio e se colocou de frente para mim, e pude orar com ela. Na hora que comecei a orar, ela estava com uma jaqueta. Em seguida, ela tirou a jaqueta e caiu no chão, quando foi liberta daquele espírito maligno que a dominava. Depois, alguns me disseram que, noutra igreja, na hora da oração, ela tinha tirado quase toda a roupa no altar - a maior vergonha! Mas, graças a Deus, ali ela pode ser liberta daqueles poderes malignos e a glória do Senhor, naquele dia, se manifestou. Realmente, não precisamos ter medo. Precisamos vigiar, temer a Deus, obedecer ao Senhor, confiar na Palavra, buscar a santificação, louvar e adorar ao Senhor. E não precisamos ter medo de falar sobre o assunto dos demónios, nem de dar ordens para que eles saiam do nosso caminho; para que soltem aquilo que é nosso; que desamarrem aquilo que está tentando nos roubar, pois ele veio para isto: "matar, roubar e destruir" G°ão 10.10). Mas, Jesus veio para nos dar vida e vida em abundância. Precisamos tomar posse desta vida, crer nela e buscá-la de todo o coração. Com certeza, o apóstolo Paulo tinha clareza da batalha espiritual que estamos envolvidos, e ele disse que temos que tomar posse de toda armadura de Deus (Efésios 6.10-17). Nesta armadura, está o escudo da fé, a espada do Espírito, o capacete da salvação, a couraça da justiça, o cinturão da verdade e os sapatos do evangelho. São fundamentais para vencermos o inimigo e o medo que ele nos impõe. O capacete protege nossa mente; a espada da Palavra nos faz atacar; o escudo da fé nos protege; a couraça da justiça guarda nosso coração; o cinturão da verdade nos livra dos embaraços da mentira; e o sapato do evangelho nos faz andar sem tropeçar. Sim, quando aprendemos a tomar posse desta armadura, realmente não mais somos dominados pelo medo, pois não somos 27
Para Pisardes Serpentes e Escorpiões
guiados mais pela nossa alma ou por nossos sentimentos, mas pelo Espírito de Deus. Ele que nos conduz, e mesmo que sintamos medo, em algum momento, devemos colocar no altar de Deus, que certamente, nos livrará de todo o pavor. Não podemos viver apenas pelos sentimentos da alma! Percebemos que muitos cristãos estão vivendo dominados pela alma, ou poderíamos dizer pela carne. Eles são dominados por sentimentos e se a alma está triste, desconfiam da presença de Jesus. Quando estão alegres, acreditam que Cristo está com eles. Mas, na verdade, Cristo está conosco em todos os momentos e isso quer sintamos ou não. Em Mateus 28.20 lemos: "Eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos". De fato, a convicção da presença de Cristo é essencial para vencermos as tentações do inimigo, pois, se assim estamos confiantes, podemos realmente exercer a autoridade. Não permitimos os ataques do inimigo em nossa mente, tentando nos dizer que não somos importantes, que ^^^^^^^^^^^^ não somos especiais, que somos derro, j tados. A convicção da Na presença de Cristo é verdade, se estamos dominados e a amia ' somos vencidos, mas, essencial para P^ e vencermos as P ^° Espírito de Deus nada pode nos tentações do inimigo, destruir. Jesus era dominado pelo Espír ^° de Deus. Quando começou o seu fooJs se assim estamos confiantes, ministério, Ele disse: "O Espírito do podemos realmente Senhor está sobre mim" (Lucas 4.18). exercer a autoridade. J esus foí levado Para ° deserto Pel° Espírito e, graças à condução do Espírito, ele pode vencer o inimigo. O inimigo o atacou, querendo mexer com os sentimentos de Jesus. "Se és filho de Deus" ou seja, se realmente é amado do Pai? Satanás quer colocar a dúvida da aceitação. Será que você é 28
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tão importante assim? Se Jesus fosse dominado pela alma, poderia ter ficado em dúvida, ter se ressentido e se deixado abater. Mas, não! Ele tinha convicção no espírito que Deus o amava como Filho, pois o próprio Espírito havia testificado, quando Jesus foi batizado nas águas, em Lucas 3.21-22: "Tu és o meu filho amado e em ti me comprazo". Precisamos ser guiados pelo Espírito de Deus, para podermos vencer o inimigo. Acho que os cristãos de hoje estão muito sentimentais. Se gostam de uma igreja, permanecem; se não gostam, não permanecem. Eles não perguntam: Qual é a vontade do Espírito? Estão procurando lugares e pessoas que lhes massageiem o ego ou que levantem a auto-estima. Mas, na verdade, o Senhor não quer levantar nossa auto-estima, quer, na verdade, que venhamos a negar a nós mesmos. Em outro momento, Jesus terá mais uma batalha. Nesta batalha Ele nos ajudará a dominar os sentimentos. Isso aconteceu no Getsêmani, quando Ele pede para o Pai, se possível, afastar aquele cálice que representava a crucificação. Na verdade, a alma de Jesus estava angustiada até a morte. Jesus sofreu para obedecer e subjugar sua carne (Lucas 22.39-46). Certamente, nenhum ser humano aceitaria ir para a cruz sorrindo de alegria, porque seria crucificado. As mãos seriam pregadas e colocada uma coroa de espinhos na cabeça. Além disso, seria humilhado, pisado e moído pelas nossas transgressões, por isso, o suor foi de sangue, pela dificuldade que estava à frente. De fato, a alma de Jesus estava sofrendo e ele tinha uma batalha contra a alma e a carne, e precisava vencer para poder derrotar o inimigo. Satanás gosta dos cristãos "almáticos". São presas fáceis e facilmente seduzidas, iludidas, enganadas, e, consequentemente, pisadas. Com isso, chego a uma conclusão muito simples: O inimigo não tem armas. Ele fica instigando-nos a darmos armas para ele, através da nossa vida na carne. Se crucificarmos • 29
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Para P i s a r d e s S e r p e n t e s e E s c o r p i õ e s
nossa carne com Cristo, podemos andar no Espírito e jamais satisfazer os prazeres da carne (Gaiatas 5.24-25). A vitória vem a partir da Cruz e da morte do nosso eu. Muitas pessoas estão querendo dispor-se para o ministério de libertação, mas, ainda são carnais. Acham que a libertação é um meio de promover o próprio eu. Já tive a oportunidade de encontrar pessoas que queriam muito ter este ministério e me questionavam como o poderiam fazê-lo? Disse que não poderíamos querer apenas ver as manifestações, o que, de certa forma, nos dá uma sensação de poder. Precisamos amar as pessoas e querer a libertação delas, e não pensar no ministério da libertação, mas nas pessoas carentes da graça de Deus. Além disso, temos que verdadeiramente pensar em ajudar essas pessoas a sair das trevas. Realmente, a grande tragédia é quando pessoas que receberam o dom de Deus, para realizar, por exemplo, curas, não permitem o tratamento de Deus na carne. Quando isso acontece, há divisão, disputa de poder e confusão, e a glória de Deus não se manifesta. De fato, não acontecem verdadeiras libertações, pois as pessoas para quem oramos e nas quais manifestam os demónios, não apenas precisam da oração libertadora, necessitam olhar para o ministro da libertação como um referencial, exemplo ou como um discipulador que não apenas ora para libertar, mas vive uma vida libertadora.
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A importância do discipulado na libertação.
"Para que segundo a riqueza da sua glória, vos conceda que sejais fortalecidos com poder, mediante o seu Espírito no homem interior, e assim habite Cristo no vosso coração, pela fé estando vós arraigados e alicerçados em amor". Efésios 3.16-17. l enho feito o trabalho de libertação da seguinte maneira: desafio as pessoas, que estão realmente amarradas, a buscar a libertação. Temos orado e buscado o Senhor para que as manifestações aconteçam e que essas pessoas sejam livres de cadeias das trevas. Mas, após esse trabalho de oração de libertação, temos também feito um trabalho de acompanhamento das pessoas, que estão dominadas pelos demónios. Possivelmente, têm muitas coisas para renunciar, confessar e consertar. Com certeza, existem as legalidades que foram dadas pela pessoa, ou por seus pais, que precisam ser identificadas e colocadas diante do altar do Senhor, porque, se isso não for feito, os demónios se manifestam na hora do culto, e 32
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até saem, mas depois voltam, porque ainda existem portas abertas. Numa ocasião, fui à casa de uma mulher orar por ela, que manifestou um demónio no corpo. Daí, perguntei por onde ele estava entrando? Ele respondeu: Pela porta. Certamente, os demónios entram por portas que são abertas. Deste modo, precisamos ajudar a pessoa a identificar os lugares onde os demónios estão entrando e, a partir da confissão da renúncia, a pessoa toma posse do sangue de Jesus, que foi derramado e então será purificada de todo o pecado, assim, a maldição é quebrada. A partir deste ponto, entramos no Precisamos ajudar a ensinamento da Palavra, no discipupessoa a identificar lado, ou seja, destruímos para construir, os lugares onde os limpamos para poder ocupar com a demónios estão palavra de conhecimento. Entendendo entrando e, a partir que é o conhecimento da verdade que da confissão da traz a libertação completa, vamos dizer, renúncia, a pessoa então, que a oração, o expulsar o demótoma posse do sangue nio, a renúncia e confissão dos pecados de Jesus. fazem parte da libertação. O segundo passo importantíssimo é a abertura para que a Palavra de Deus habite no coração, produzindo um cristão genuinamente sadio e frutífero. Temos aqui o ensinamento de Jesus sobre a casa vazia, que, se o espírito que saiu voltar e ver que aquela casa está vazia, ele volta e traz sete espíritos piores (Mateus 12.43-45). De fato, a casa precisa ser cheia com a Palavra de Deus e com a presença do Espírito Santo, e isso se dará com o discipulado. Por isso, todo trabalho que é feito durante a libertação precisa ter continuidade na caminhada do discipulado. As pessoas precisam estar em uma classe de discipulado ou de Escola 33
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Bíblica, serem discipuladas em casa, em um grupo pequeno ou sendo acompanhadas diretamente por um pastor, líder, enfim, essa pessoa não pode ficar sozinha para ver o que vai dar. Não pode achar que somente naquele momento do culto onde oramos, o demónio se manifestou e saiu é o suficiente. De fato, é extremamente necessário que essa pessoa tenha um acompanhamento sério para que possa realmente ser completamente liberta, ao ponto de chegar a um estado onde possa trabalhar para o Senhor e dar frutos.
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O ministério de libertação não é uma opção
"O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração, dar vista aos cegos e para pôr em liberdade os oprimidos." Lucas 4-18 IN ao posso me dar ao luxo de dizer que esse ministério não é para mim. Já ouvi cristãos dizerem que esse negócio de expulsar demónios não é a "praia deles". Concordo que há pessoas que receberam o dom da cura e que exercem esse ministério com mais eficiência e com mais frequência. Como disse anteriormente, o dom da cura, atua especialmente no espiritual, mas acredito que todo cristão verdadeiro deve estar preparado para realizar o ministério da libertação, pois Jesus, quando começou seu ministério, declarou que veio para libertar os cativos (Lucas 4-18). E, em Marcos 16.17, Jesus diz: "Estes sinais hão de acompanhar os que crêem, em meu nome, expelirão demô36
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nios...". De fato, Jesus passa este ministério para os discípulos e, desta^forma, para a igreja. Não dá para rejeitarmos esse trabalho. Às vezes, o líder não trabalhará especificamente com libertação. Deste modo, ele precisará orar para que o Senhor levante em sua igreja alguém com o dom, para que o trabalho seja feito, pois inúmeras pessoas que estão dominadas pelos demónios vão à igreja e, muitas vezes, saem como entraram, porque não há um trabalho específico de libertação. Da mesma forma que afirmei no capítulo anterior, que não dá para apenas expulsar o demónio e deixar a pessoa sem acompanhamento, não dá para E acompanhar a pessoa sem expulsar o preciso atacar, m tir na sso e ^ demónio que a está prendendo. Muitos f f estão cansados e sobrecarregados no . declarar sobre ela. ministério, porque estão tentando convencer demónios a sair e curar interiormente quem está cheio de demónios. discernimento e mtual da ueks ^ 4 Realmente, não dá! É preciso expulsar, limpar com a oração, renúncia e confissão de pecados, após, então, fazer o trabalho de discipulado de cura interior. intercessão e no ^ ministério de O demónio não permite que a pésUbertação. soa preste atenção na Palavra, cie rica amarrando a pessoa no banco da igreja. É daí que surgem muitos religiosos, pois não foram libertos. Estão na igreja, até sendo usados pelas trevas para travar a missão, pois não foram libertos completamente das cadeias que os prendiam quando chegaram, pois se acreditava que apenas frequentando a igreja tudo iria acontecer. De fato, não é bem assim. É preciso atacar, investir na pessoa e declarar sobre ela. Para isso, é necessário discernimento espiritual daqueles que estão no ministério de intercessão e no ministé-
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rio de libertação, dos que estão liderando, pois o demónio fica lá escondido, sai com a pessoa e continua prendendo-a. O pior mesmo acontece quando pessoas não libertas passam pelo batismo e assumem posições de liderança na igreja. Lembro do caso de uma mulher que era líder da intercessão. Ela manifestou um demónio numa reunião e todos ficaram admirados. Mas, depois, em conversa com o pastor daquela igreja, ele disse que ela era uma das maiores fofoqueiras da igreja. Pelo tipo da manifestação, percebi que eram cadeias do passado de quando não frequentava a igreja, era envolvida com feitiçarias. Estava na liderança por quê? Não foi feito com ela um trabalho específico de libertação. Daí, muitos problemas na missão da igreja. Na verdade, minha tese é que um cristão liberto é aquele que gera frutos, que está envolvido na obra e produzindo para Deus. Existem muitas igrejas que estão amarradas no avanço missionário, porque há cadeias de Satanás que as estão prendendo. E, especialmente, prendendo pessoas da liderança. Isso é muito possível. A Bíblia mostra o caso do próprio Judas, que Jesus chamou de diabo Goão6.70). Judas estava na liderança e influenciando negativamente o ministério. Isso fica claro quando, Maria, ungiu os pés de Jesus com o nardo puro. Judas criticou aquela atitude de amor, de abnegação. Ele mostrou uma falsa preocupação com os pobres. Na verdade, ele tinha a ação do pai da mentira em sua vida. De fato, Judas estava dominado pelas trevas. E possível que pessoas que estão na liderança das igrejas e, em muitos casos, pessoas que estão como Judas, em posições de destaque, cuidando da parte financeira. E, deste modo, travam a missão. Não há investimento nem desafio missionário, 38
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pois Satanás está prendendo o desenvolvimento. Deste modo, há uma necessidade muito grande de trabalhar com essas pessoas proporcionando-lhes libertação das cadeias das trevas. A igreja precisa pensar na libertação e trabalhar com as pessoas nesta área. Há muita psicologia dentro das igrejas, teorias, conversas e pouco poder de Deus para libertar. É essencial o poder de Deus e a sua manifestação para que o Reino de Deus se manifeste. Quando Jesus é questionado sobre o seu caráter libertador, Ele diz que se estava expulsando demónios, porque o Reino de Deus estava se manifestando. "Se, porém, expulso demónios pelo Espírito de Deus, certamente é chegado o Reino de Deus sobre vós" (Mateus 12. 28). De fato, as pessoas não precisam de teorias e, sim do poder de Deus, que se manifesta no evangelho (Romanos 1.16). Quando elas têm um encontro com Deus, manifesto no poder do evangelho, realmente encontram tudo que necessitam. Ouvimos pessoas dizer também que a salvação para as pessoas que estão se sentindo derrotadas é apenas se amar. Na verdade, nós precisamos amar a Deus e ter encontro com Ele. Nada pode substituir a presença poderosa do Espírito Santo. A evangelização é suficiente para curar, libertar e restaurar o ser humano de uma forma completa. Vemos especialmente em se tratando de batalha espiritual, muitas pessoas com visões fantasmagóricas, que transformam a libertação num item, que parece estranho ao evangelho, e acrescentam um monte de teorias de conspiração. De fato, a libertação é muito simples! É o Senhor nos arrancando do império das trevas e transportando para o Reino do filho do Seu amor. E o ser humano reconhecendo a natureza caída, e aceitando Jesus Cristo como único e suficiente salvador. A quebra de maldições nada mais é que a confissão e o arrependimento de obras mortas. Quando realmente decidimos abandonar a velha vida, os velhos conceitos, as velhas 39
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manias, que eram dominadas pela natureza adâmica. Essa natureza adâmica atrai naturalmente a presença dos demónios. Vejo isso usando um exemplo muito simples. Quando encontramos no caminho um animal morto, há alguns dias, percebemos a carniça, e rodeando aquela carcaça em estado de decomposição, vários urubus são atraídos pelo mau cheiro, que, na verdade, para ele não é ruim. O que, para nós, é mau, para eles é a melhor refeição. Deste modo, os demónios são atraídos da mesma forma pela carniça do pecado do homem. Eles gostam de ir onde há rebelião, mentira e prostituição. Na verdade, eles são os que tentam fazer o ser humano cair, para poder, depois da queda, ter sua refeição predileta. Pensando assim, percebemos que a maneira pela qual vencemos o inimigo é quando decidimos pela limpeza proporcionada pelo sangue de Jesus (l Jo 1.9). Na verdade, um cristão verdadeiramente arrependido é de fato um vencedor, pois o pecado já não o domina mais. Deste modo, o inimigo não pode mais contra ele. Enfim, a libertação das pessoas dominadas pelos espíritos é parte integrante da missão da igreja de salvar o mundo.
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A missão de Deus no mundo é libertar
"Para isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo", l João 3.8b /\ cada dia, tenho sentido um fogo queimando no meu coração com relação à plantação de igrejas, e tenho visto a importância deste ministério para o sucesso do projeto. Já tive a oportunidade de pregar em vários lugares e percebo que as pessoas estão exatamente como estavam no tempo de Jesus: ovelhas sem pastor, carentes de cura, de libertação e de amor. Este ministério é realmente a maneira que Deus usa para que as pessoas sejam atraídas, e que, a partir do convite de libertação, sejam, então, implantadas igrejas. Jesus, ao iniciar o ministério, declarou as palavras do profeta Isaías: "O Espírito do Senhor está sobre mim pelo que me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração, dar vista aos cegos, para por em liberdade os oprimidos..." (Lucas 4.18). De fato, precisamos apenas continuar a proclamação deste ministério como corpo de Cristo, embaixadores de Deus e como boca de Deus no mundo. Na Igreja Metodista em Laranjeiras, quando começamos o projeto de um novo templo, mudamos para um lugar 42
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bem mais amplo e o Senhor me falava, sempre no coração, que estávamos plantando uma nova igreja. E claro, a partir do excelente trabalho que já havia sido feito anteriormente através dos pastores e irmãos que ali se empenharam. De fato, começamos a trabalhar nessa área, nos cultos, reuniões e também em encontros. Assim, Deus começou a agir e o trabalho foi prosperando. Depois, foram abertos dois novos pontos na cidade de Dois Vizinhos e Rio Bonito do Iguaçu - ambas no Paraná. Enfim, tenho percebido que igrejas que valorizam este ministério crescem e alcançam as pessoas perdidas. Algumas vezes, o erro de muitos é querer dar doutrina e alimento sólido para pessoas que estão dominadas por espíritos malignos. Não há como. Primeiro, é preciso libertá-las. Muitos não permanecem na igreja, porque não foi realizado com eles um trabalho sério de libertação dos espíritos. Deste modo, o inimigo não permite que permaneçam os retira do caminho. Precisamos atacar o inimigo com a Palavra e com a oração. "Nos quais o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus" (2Coríntios4.4). E assim que estão as pessoas: cega no entendimento e impedidas de ver a luz do evangelho. Precisamos realizar um tratamento de choque. É preciso invadir as portas do inferno e tomar posse da vitória em favor daquela vida. Isso é o ministério de libertação: a tropa de choque, que usa as armas que não são carnais, mas poderosas em Deus. Podemos plantar uma igreja em qualquer lugar, através deste ministério, desafiar as pessoas a vir, serem curadas e libertas. Depois que isso acontece, elas, então, podem ser trabalhadas no crescimento, na alimentação espiritual e no doutrinamento da Palavra de Deus. Não podemos oferecer às s
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pessoas a igreja, normas e doutrinas. Precisamos lhes oferecer pão e água. Não era assim que Jesus fazia? Na multiplicação dos pães e dos peixes, Jesus se compadeceu deles e pediu para os discípulos darem a eles o que comer (Mateus 14.13-21). O que me impulsiona a realizar este ministério é perceber o quanto podemos ajudar as pessoas, e quantas almas podemos de fato ganhar através dele, porque, se paramos para pensar biblicamente, todas as pessoas que estão no mundo estão mortas nos seus pecados e delitos. Assim, todos estão de alguma forma sob o domínio das trevas (Efésios 2.1-2). Deste modo, todos precisam de libertação de um modo ou de outro. Falo isso porque percebo dentro da igreja que, pensa-se que apenas as pessoas envolvidas com magia negra e feitiçaria precisam de libertação. Na verdade, não é bem assim. Todos que estão no mundo precisam de libertação, pois estão presos por cadeias. Os que tiveram envolvimento com as coisas profundas de Satanás, é óbvio, que o trabalho é um pouco diferente, pois as manifestações serão diferentes. Mas, há muitos casos de libertação, de pessoas cativas por demónios e que, no entanto não tiveram manifestações evidentes. Quando pessoas vêm de feitiçarias, as manifestações são mais evidentes, por causa do tipo de demónio que as está aprisionando. Vemos na Bíblia, que há tipos de demónios que agem de diferentes maneiras. Por exemplo, Jesus expulsa demónio de uma mulher encurvada, há muitos anos. Era um espírito de enfermidade, ou seja, era um demónio que estava prendendo-a numa enfermidade. Nem toda enfermidade é causada por um demónio. Há enfermidades que são puramente físicas e que podem ser tratadas com remédios. Deus pode usar o remédio para curar. Agora, existem enfermidades que o remédio não resolve e não aparecem em nenhum exame. Muitas vezes é um espírito de doença específico. A enfermidade é tratada apenas com oração e mais especifi44
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camente com oração de libertação, ou seja, a pessoa precisa ser liberta para ser curada (Lucas É imprescindível 13.10-17). Jesus dá uma palavra de ibertação, impõe as mãos e declara sabermos destes libertação sobre aquela mulher que j i *, , ,0 r. , antecedentes quando estava ha Io anos, presa por oatanas . . , ., , _ ministramos r naquela enfermidade, bste, então, e um ,.L i , \j libertação, pois os tipo de demónio que age. Vemos tam• *_ -j j rT .r - j pais tem autoridade bem um caso em que a manifestação do ,,„ i , . ., j j sobre os fzlnos, e isso XT demónio era violenta. No caso do ende. i i j ^ r i e mwíto claro na momnhado de Cararnaum, que brai T i i — de j Diblia. dava. Jesus expulsou uma legião demónios do gadareno. Esta legião o levava a se ferir e a andar entre os sepulcros, ou seja, há demónios que levam a pessoa a se auto-punir ou a auto-destruição. Estes são os que agem nos vícios, na prostituição e em tudo que leva a pessoa a não valorizar a vida ao ponto de querer suicidar-se (Marcos 1.21-28; 5.1-14). Em outro caso, havia um demónio que estava colocando mudez (Marcos 9.14-23; Lucas 11.14). Enfim, eles são muitos e agem de diversas maneiras, colocando cadeias de sofrimento nas pessoas, pois este é o projeto deles: matar, roubar e destruir (João 10.10). Já tive a oportunidade de atender casos em que os espíritos atingiram o físico das pessoas com gagueira, doenças no sangue, diabetes, triglicérides e colesterol alto. Muitos destes casos por uma palavra de maldição que foi lançada por um pai insensato. E imprescindível sabermos destes antecedentes quando ministramos libertação, pois os pais têm autoridade sobre os filhos, e isso é muito claro na Bíblia. Os pais podem abençoar ou amaldiçoar seus filhos. Deste modo, quando o pai amaldiçoa, abre legalidade para os espíritos agirem na vida dos filhos, permitindo que sejam amarrados por cadeias. Quando essas crianças crescem, precisam ser tratadas e libertas, e, quando se encontram com Jesus, essas legalidades pre•
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Serpentes e Escorpiões
cisam ser quebradas e renunciadas. Hoje, muitos adultos estão atormentados por espíritos que entraram a partir de mágoas do pai, da mãe ou de coisas ruins que aconteceram e que deixaram marcas, permitindo o livre acesso dos espíritos malignos. A manifestação que mais me impressionou, e me impressiona todas as vezes que lembro, foi num encontro de jovens em Siqueira Campos, onde realmente acredito que, no mínimo, 50 pessoas tiveram manifestações demoníacas na hora da oração. Foi algo muito triste! Ver tantos jovens que estavam dando legalidades aos espíritos e ao mesmo tempo foi algo maravilhoso ver o poder de Deus, não permitindo que aqueles demónios continuassem escondidos lá. Todos os intercessores estavam orando, cada um ao seu modo, até que os orientei a dar uma palavra de ordem única para que os demónios saíssem. Todos juntos, ao mesmo tempo, oramos e realmente o Senhor foi glorificado. Como falei anteriormente, todos aqueles jovens certamente tinham aberto as brechas para o inimigo, através do pecado, ou através de mágoas do passado, enfim, eles não entram sem permissão. Lembro que, em uma reunião de pastores, um deles questionou se aqueles jovens eram da igreja. Disse que eram, mas o que acontece, na verdade, é que eles estavam vivenciando apenas uma religião. Isto é, não estavam convertidos realmente ao Senhor, na verdade estavam vivendo na igreja e dominados pelo pecado. Agora, vamos ver sobre a falta de perdão, que é também uma das brechas mais comuns em pessoas que se dizem de Deus. Muitos afirmam: "Nasci de novo. Sou de Deus. As coisas velhas já passaram". Mas, na realidade, elas têm muitas coisas que não passaram, atormentam e dominam. Temos que realmente buscar nos livrar de toda legalidade e dizer como Jesus: "Aí vem o príncipe deste mundo e ele nada tem emmim..." Q°ão 14:30). • 46
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A falta de perdão
"Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus em Cristo vos perdoou".
Efésios 4.32 ^uero apontar a falta de perdão como uma das portas mais comuns abertas a espíritos malignos. Tenho visto pessoas que têm raízes de amargura que as acompanham por muitos anos. Segundo a Bíblia, em Hebreus 12.15, a raiz de amargura traz perturbação, tanto para a pessoa como para as que estão ao redor. Deste modo, muitos estão dentro das igrejas em cadeias, porque ainda não conseguiram liberar o perdão, ou seja, situações que aconteceram no passado geraram mágoa que criou raízes no coração. Estas raízes vão criando uma barreira na mente e no coração das pessoas e elas não conseguem viver felizes, não conseguem desfrutar da vida abundante que o Senhor Jesus tem para elas. E, ao mesmo tempo em que se separam da comunhão com o Senhor, abrem-se automaticamente para os espíritos malignos. Há pouco tempo, atendi uma senhora que havia sido abandonada pelo marido. Ela dizia que não tinha 48
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mágoa, mas era visível que ela estava cheia de mágoas e rancor. Em momento de oração, percebi os espíritos agindo na vida dela de forma que, na hora da oração, ficou encurvada. O senhor mostrou fisicamente como ela estava espiritualmente. Isto é, estava dominada por um espírito que pesava; que acrescentava um pesado jugo sobre as costas. Enquanto orávamos, ela começou expelir saliva, que indicava realmente o domínio dos espíritos sobre a vida. É muito difícil as pessoas reconhecerem que estão com ódio, desejo de vingança e amarguradas. Geralmente, elas negam na primeira reunião. Mas, quando reconhecem e colocam para fora, conseguem liberar perdão e se abrir para o processo de libertação. Fui visitar um senhor certa vez, era um homem dono de terra, um agricultor, que estava com câncer. Ele não era cristão evangélico. Fui convidado para lhe fazer uma visita e orar para que fosse curado. Quando estava em sua casa, conversando com ele, Deus me mostrou que ele tinha uma mágoa muito grande. Quando o questionei sobre o assunto, o rosto dele mudou, os olhos pareciam que tinham sido incendiados pelo ódio. Na verdade, creio que ele me mostrou o motivo do câncer. Ele tinha ódio de um empregado que abusara da neta e o roubara. Mas, enfim, ministramos à vida dele, mas ele não quis perdoar. Deste modo, impediu o processo de cura e libertação. É muito difícil as Outro engano que precisamos compessoas bater dentro deste assunto é o tempo. reconhecerem que Muitos têm estado convictos que o estão com ódio, tempo pode ajudar no processo de per- desejo de vingança e dão, mas, na verdade, só adia a cura e a amarguradas. libertação, pois o apóstolo Paulo nos Geralmente, elas ensina que não devemos deixar o sol se negam na primeira por sobre a ira, ou seja, temos que libereunião.
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rar rapidamente o perdão com relação a situações que geram a ira (Efésios 4-26). De fato, a falta de perdão dá oportunidade para Satanás agir. Perceba que em 2 Coríntios 2.10-11, o apóstolo Paulo recomenda que a igreja perdoe um irmão que tinha pecado contra o corpo, para que Satanás não alcançasse vantagem sobre a igreja. De que forma seria esta vantagem para Satanás? Através da brecha da mágoa, que, se continuasse sendo cultivada, certamente dividiria a igreja através da discórdia. Destaco uma história na Bíblia que me chamou a atenção com relação ao ódio cultivado no coração. É o caso da família de Jacó, que teve a filha Diná estuprada por um homem chamado Siquém. Diná teve curiosidade em conhecer as filhas da terra e, nessa visita, foi abordada por Siquém, que a possuiu e a humilhou. Deste modo, quando seus irmãos ficaram sabendo, indignaram-se muito. Mas, logo em seguida, quando Siquém e o pai, Hamor, propuseram que os povos se unissem, os irmãos de Diná aparentemente aceitaram o acordo, mas com más intenções nos corações. Propuseram que só fariam um acordo se todos os homens da terra de Siquém se circuncidassem, e eles toparam. Mas, três dias depois, quando a dor pela circuncisão era pior, os irmãos de Diná se aproveitaram e mataram todos. Fizeram uma chacina. Realmente, uma destruição. Tudo por causa do ódio e da mágoa. A história está relatada em Génesis 34- Realmente, o ódio e a mágoa geram desejos de vingança, destruição, morte e atrai a maldição para a casa, família e para a igreja. Outra porta de entrada para os demónios é a culpa. Quantas pessoas não conseguiram ainda sentir-se perdoadas por Deus? Elas carregam o peso do pecado e são aprisionadas pelo acusador, que as acusa de dia e de noite. Não conseguiso
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ram ainda se apropriar do sangue derramado por Cristo e do perdão concedido por Ele. Vivem aprisionadas ao passado, por coisas que fizeram. Lembro-me de uma mulher que fez muito mal a um casal, quando eram mais jovens, ao ponto de fazer uma feitiçaria para que aquele casal pudesse se dar mal. Quando ela se confessou para mim, disse que aquele casal foi atormentado por uma enfermidade, que os corpos secaram e vieram a falecer. Quando ela me contou, havia 30 anos que tinha acontecido e estava na igreja, há pelo menos 20 anos, mas ainda ouvia uma voz, à noite, dizendo que era uma assassina. Quando orei com ela, não lhe tinha nem imposto as mãos, ela foi lançada há mais ou menos um metro, em cima de um sofá, no meu escritório, e caiu no chão com as mãos para trás, olhos virados e manifestando um espírito maligno. O pior é que ela era da intercessão da igreja e impunha as mãos sobre muitas pessoas, mas sempre estava com enfermidades. E, naquele dia, ela disse que nunca tinha contado esta história para ninguém, e que sentia muita culpa pelo que tinha acontecido. Pude ministrar o perdão de Deus na vida dela e a levei a tomar posse do perdão que há em Jesus, cujo sangue foi derramado por nós na cruz. Quero enfatizar a importância do Sangue de Jesus. Ele nos purifica de todo o pecado e isso só pode acontecer através da confissão e do arrependimento (l João 1.9). De fato, se escondemos no coração as coisas erradas que fizemos, acabamos por ficar com aquilo registrado, sentimos culpa dor, peso e estamos abertos aos ataques do inimigo. Precisamos tomar posse do Sangue para nossa libertação e é através^do Sangue de Jesus que temos a vitória contra o acusador. É isto que está relatado no Apocalipse 12.11. O sangue si
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de Jesus nos justifica diante de Deus. O sangue nos purifica, ou seja, a mancha do pecado é apagada e Deus se alegra. O Sangue de Jesus nos protege dos ataques do inimigo, pois, quando o destruidor vê o sangue, ele não pode nos destruir, assim como aconteceu na 10§ praga, quando somente nas casas onde havia sangue aspergido nos umbrais das portas o destruidor não pode entrar para matar os primogénitos (Êxodo 11.1-10). Temos que tomar posse do Sangue de Jesus, através da confissão, isso nos livrará de toda culpa e seremos livres de todo o peso imposto pelo inimigo. "Nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus" (Romanos 8.1). Esta é a nossa fé. Precisamos cultivar esta confiança.
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O fogo de Deus!
Cm toda a Bíblia percebemos que uma das maneiras de Deus se manifestar é através do fogo. Em Génesis, quando o Senhor faz aliança com Abrão Ele se manifesta em um "fogareiro fumegante e uma tocha de fogo". De fato o nosso Deus é um Deus de fogo. Na destruição de Sodoma e Gomorra Deus se manifestou com fogo de juízo por causa da maldade das cidades (Génesis 15.17; 19.24). Vemos também em Êxodo quando Deus chama Moisés para libertar o povo da escravidão do Egito, Ele se manifesta como fogo que queimava uma sarça e ela não se consumia (Êxodo 3.2). Quando Salomão edifica e consagra o templo "desceu fogo do céu e consumiu o holocausto e os sacrifícios, e a glória do Senhor encheu a casa" (2Crônicas 7.1). Quando Elias confronta os profetas de Baal no monte Carmelo, Deus se manifesta com fogo honrando a palavra do profeta (lReis 18.38). E tantas outras manifestações do fogo de Deus no Antigo Testamento. O fogo que consome o sacrifício no altar, o qual os sacerdotes não deveriam deixar apagar (Levítico 6.8-13), é o fogo da glória do Senhor que faz notório o poder de um Deus que não mente. Em Deuteronômio 4.24 diz: "Porque o Senhor, teu Deus, é fogo que consome, é Deus
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zeloso". De fato percebemos que as manifestações do fogo de Deus no Antigo Testamento, em alguns momentos traziam bênção e em outros juízo. Na verdade o fogo de Deus não muda, o que muda é onde ele se manifesta e sobre quem se manifesta. Por exemplo, para Elias o fogo foi manifestação de bênção e de vitória, para os profetas de Baal foi destruição e juízo. Da mesma forma em Sodoma e Gomorra, para a família de Ló foi livramento; para as cidades pecaminosas e seus habitantes foi destruição total. Desta forma o fogo de Deus para quem está na bênção da obediência é vida e paz, mas para os rebeldes é juízo. Em o Novo testamento vemos Deus se manifestando como fogo também, no dia de Pentecostes. O Espírito Santo desceu sobre a igreja e todos foram cheios do Espírito e receberam línguas de fogo (Atos 2.1-3). João Batista já havia anunciado que ele batizava com água, mas viria alguém mais poderoso do que O fogo de Deus para ele que batizaria com o Espírito Santo e quem está na bênção com fogo (Lucas 3.16). da obediência é vida e a O fogo para mim é uma das maneP %> mas Para os iras mais maravilhosas de Deus se manirebeldes é juízo. festar, pois o fogo: a) Ilumina, dirige pelo caminho correto, não permite tropeçarmos. b) Aquece, não permite a frieza e indiferença. c) Queima, consome, purifica e destrói. d) O fogo se alastra, se espalha. São características do fogo que de fato são maneiras de Deus se manifestar. O Pai Celestial ilumina nosso caminho, aquece nosso coração, queima toda impureza e Sua presença se alastra de pessoa para pessoa, é o que chamamos de discipulado. •
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Em minha caminhada no ministério de libertação tenho entendido e aprendido a usar o poder do fogo de Deus. De fato o fogo de Deus para nós que somos seus filhos traz bênçãos, mas para os demónios traz juízo de Deus. Aprendi que quando clamo pelo fogo de Deus nos momentos de libertação, se dá naquele momento uma antecipação profética do que será o destino de Satanás e seus demónios. O que está descrito em Apocalipse 20.10: "O diabo, o sedutor deles, foi lançado para dentro do lago de fogo e enxofre, onde já se encontram não só a besta como também o falso profeta, e serão atormentados de dia e de noite, pelos séculos dos séculos". Ou seja, sua destruição total. Os demónios não podem resistir ao poder do fogo de Deus, que nada mais é, do que a presença de Deus manifesta. Eles são imundos, não suportam a presença da glória do Senhor, pois são o extremo da impureza, e é impossível terem um relacionamento com Deus. Por isso quando clamamos pelo fogo eles são queimados, são tostados pelo poder de Deus e têm que sair das vidas. Algumas vezes quando estava orando para que houvesse a libertação, quando comecei a clamar pelo fogo os demónios se manifestaram e tiveram que sair. Isto é muito interessante, porque às vezes começamos a orar por libertação e nada acontece, precisamos perseverar em oração e clamarmos pelo fogo de Deus. Lembro de uma vez quando estava orando por uma mulher que manifestou muitos demónios, e ela veio para cima de mim conduzida por eles e encostou em meu braço, foi realmente muito interessante, logo que encostou saiu gritando, pulando e dizendo: "Tá queimando, tá queimando"! De fato eles não podem nos tocar, porque se assim o fizerem serão queimados, pois estamos revestidos com o fogo do Espírito Santo. Com isso aprendemos uma lição muito importante. Para expulsar os demónios não precisamos tocar, não precisa• 56 •
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mós colocar a força humana, pois se formos na força humana vamos realmente perder, mas se formos no poder do fogo de Deus os demónios serão derrotados. Se houver um demónio se manifestando de forma agressiva, você precisa dar uma ordem no poder do nome de Jesus e ele terá quer se render. Quantas vezes nas manifestações que presenciei, eles quiseram falar, quiseram brigar, mas quando dou a ordem eles são amarrados, travados pelo poder do fogo de Deus. Lembro-me de um caso em particular, onde uma moça tinha sido levada para que eu orasse em favor de sua libertação na hora do culto. Ela foi para o apelo. Havia muitas pessoas no altar, e comecei a orar e demónios se manifestaram na vida dela. Pensei: "Todas essas pessoas estão aqui para receberem oração, e se eu for até ela agora vou perder todo meu tempo e os outros vão ficar esperando". O Espírito Santo me orientou: "Ore e dê uma ordem no poder do Espírito Santo para que ele fique amarrado". Então, dei a ordem e aquela moça ficou paralisada em pé, em uma posição única, durante 15 a 20 minutos até que oramos por todos e despedimos os demais. Depois pude ir até ela e declarar libertação dedicando-lhe mais tempo. O inimigo queria atrapalhar o culto e a oração em favor dos enfermos, novos convertidos e outros. É preciso que tenhamos sabedoria para que possamos agir de maneira correta. Acredito piamente que isso também é a manifestação do fogo de Deus, pois o mesmo nos ilumina, nos dirige a fazer a coisa certa na hora certa. Estava pregando e ministrando em uma igreja, e uma moça, em determinado momento da ministração começou a orar em língua "estranha". No mesmo instante, o Espírito Santo me iluminou e disse: "Vá até ela e repreende". Eu desci do altar e fui até lá e impus as mãos na cabeça dela e na hora manifestou um espírito maligno. Era um demónio que estava 57
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se manifestando na hora do culto para atrapalhar, e o Espírito Santo me deu o discernimento para orar e repreender. Podemos identificar essa manifestação do fogo de Deus iluminando, dando clareza como o próprio dom de discernimento de espíritos, apesar que acredito que o poder do fogo de Deus nos dá não apenas discernimento de espíritos, dá discernimento em todas as áreas da vida (ICoríntios 12.10). Mas com certeza é extremamente necessário este dom, porque muitas vezes atendemos pessoas que estão simulando manifestações de demónios. Atendi há algum tempo atrás uma mulher que gritava muito, e dizia: "Não vou sair, não vou sair". Alguns irmãos estavam orando há um bom tempo e estavam já cansados. Quando cheguei e vi aquela situação, o Espírito Santo me iluminou e me mostrou que não era um demónio. Cheguei até aquela mulher e falei no ouvido dela: "Você vai parar de gritar agora e voltar para ouvir a Palavra de Deus, e você vai parar de dar espetáculo aqui". Ela parou na hora de gritar e voltou para ouvir a Palavra de Deus. Era apenas uma simulação na carne de uma manifestação de demónios. Na verdade os demónios têm que obedecer quando oramos em o nome de Jesus e no poder do fogo do Espírito Santo, então esse negócio de x'não vou sair", não é possível, assim como não é possível luz misturar-se com as trevas. Os espíritos travam as pessoas em áreas específicas. Há pessoas que estão presas na área sexual. Às vezes são pessoas que têm levado uma vida de prostituição, adultério, homossexualismo. Um caso recente de um jovem que na hora da libertação o Espírito Santo me mostrou que ele estava amarrado na área sexual, levando uma vida promíscua. Na hora da oração comecei a clamar pelo fogo de Deus e foi realmente algo terrível. O demónio se manifestou de tal forma por causa do poder do fogo de Deus que o rapaz urinou caído no chão. E o espírito o estava prendendo nos órgãos 58
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sexuais, certamente por relacionamentos iníquos que o mesmo estava tendo na sua vida. Satanás o prendia com cadeias, mas na hora que clamei, o fogo de Deus veio com poder e glória de tal forma que ele caiu no chão e seu corpo foi tão impactado que não conseguiu segurar, urinou no meio de todo mundo. Após, pedi para todo mundo sair da sala, e ficamos ali com ele e os pastores que estavam presentes para abraçá-lo e não permitir que ficasse com muita vergonha do ocorrido. Mas de fato os demónios por mais escondidos que estejam não podem resistir ao poder do fogo do Espírito Santo. Por isso precisamos realmente clamar pelo fogo. Muitas vezes percebi que fui até motivo de piadas, porque quando vou orar por libertação eu começo a clamar: "Fogo, fogo, fogo, fogo!" Eu não ligo por causa das brincadeiras. Mas quero esclarecer que esse tipo de oração que faço não é um jargão, não é um método novo, não é uma formula mágica, mas uma revelação de Deus na Palavra sobre o poder do fogo do Espírito Santo que está sobre nós. Não adianta alguém que não foi cheio do Espírito Santo e do fogo orar pedindo o fogo, é preciso ser incendiado pelo fogo. Nós não podemos na verdade ter o fogo. É o fogo que tem que nos ter. Outro ponto importante no ministério de libertação é com relação ao serviço dos anjos. "Aquele que aos seus anjos faz ventos, e a seus ministros, labareda de fogo" (Hebreus 1.7). O texto está se referindo aos anjos como servos de Deus subordinados assim como o vento e o fogo. Existem anjos que são de fogo, se manifestam como fogo purificador de Deus, estou me referindo aos Serafins, que aparecem na visão do trono de Isaías 6. De acordo com o comentário da Bíblia de Estudo Plenitude, Serafins no plural são aqueles que queimam, ou queimar apenas, pode-se chamar também de agentes que Deus usa para a purificação. Quando clamamos pela presença do fogo Deus, ele se manifesta purificando, limpando toda imundícia que a presença do mal traz sobre as pes59
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Clamar pelo fogo do - , c ., . ksbmto não e um . „ _ , jargão, não e um método novo, mas , , uma revelação de Ueus ei
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soas. Não dá para separar a manifesta^° de Deus e/ manifestação dos anjos, ou seja, quando eles estão presentes cer, j £ tamente e a presença de JJeus que esta ,. j ' i r i ah, rfazendo a obra. b claro que existe . .. \, j muita superstição também quando o tema são Qs anjos
Nunca poderemos
conversar direto com os anjos pedindo para que eles venham, pois a Bíblia ensina que eles são ministros de Deus a serviço dos que hão de herdar a vida eterna (Hebreus 1.14). Na verdade é Deus que tem o poder sobre eles; é Deus quem determina onde eles irão atuar. No Salmo 91.11 diz: "Aos seus anjos dará ordens a seu respeito para que te guardem em todos os seus caminhos". Não podemos pedir a anjos. Não podemos dar-lhes ordens. Precisamos pedir a Deus em nome de Jesus que ordene aos seus anjos. Em um caso onde a libertação estava difícil clamei a Deus para que enviasse anjos específicos. Na hora que pedida Deus, o Senhor enviou o anjo e o demónio se submeteu. É Deus quem decidirá se ordenará aos anjos. Nós não podemos decidir isto, podemos apenas tomar posse do que a Bíblia diz que ele ordenará aos seus anjos para nosso serviço. Em Daniel 10 é revelada uma batalha espiritual. Fica claro que desde o dia que Daniel começou a buscar a Deus o anjo foi ordenado a levar a resposta, mas uma batalha é travada para que a resposta não chegue a Daniel. Mas diz o texto que Miguel foi destacado para auxiliar e vencer a guerra para que a resposta chegasse. É realmente uma imagem impressionante de batalha no mundo espiritual! O que precisamos aprender é confiar que Deus dará ordens aos seus anjos, e que nós precisamos tomar posse desta promessa e usufruir desta bênção. vra-
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A visão missionária
Pede-me e te darei as nações por herança e as extremidades da terra por tua possessão. Salmo 2.8 /\té aqui, tenho visto a glória do Senhor se manifestar e aprendido, através da obediência, a provar os milagres do Senhor. Quando vim pastorear, na Igreja Metodista de Laranjeiras do Sul, estava muito triste e num projeto de crescimento noutra igreja. Isto é, tinha acabado de construir um novo templo e muitos sonhos para aquele local. Mas, infelizmente, não pude ficar por diversas circunstâncias contrárias que aconteceram. Passei por momentos onde cheguei a acreditar que não tinha sido chamado para o ministério. Então, pensei em desistir do chamado, pois, na mesma ocasião da mudança daquela igreja, a Shirley - minha esposa amada - tinha dado a luz ao nosso filho o Israel Rafa. Mas, ele não pôde ir para casa... Ficou internado na UTI Neonatal do Hospital Evangélico de Londrina, onde o visitávamos, semanalmente, porque tínhamos esperanças de vê-lo curado, para poder levá-lo para o quarto todo preparado. 62
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Morávamos a 160 km de Londrina. Podíamos estar lá sempre. Quando fomos nomeados para Laranjeiras do Sul, ficaríamos a mais ou menos 400 km de distância. Não daria para visitá-lo semanalmente... Quando estávamos indo embora de Londrina, o Senhor colocou uma mensagem no meu coração e no da Shirley. Estamos entregando o Israel, assim como Abraão entregara Isaque. Só voltamos a Londrina, para fazert» velório do Israel. Com esta situação, aprendi que o Senhor é soberano e que o curou, levando-o para si. Muitas vezes, preguei, em Laranjeiras, com o pensamento no Israel, lá em Londrina. Creio que o Senhor tem para nós sempre o melhor e toda aquela tristeza foi transformada em bênção, pois a Igreja de Laranjeiras me acolheu com muito amor e ajudou a confirmar o meu ministério. Logo que cheguei à Laranjeiras, recebemos irmãos vindos do Canadá para fazer um trabalho missionário na igreja e na cidade. i' • J e L . - gloria ao senhor Eles vieram através do irmão manifesta por se Charles - um canadense nativo da —-^ de nossa Costa do Marfim, que viera jogar futeobediência a Ele. boi no Brasil, especificamente em Cambará. Ele começou a frequentar nossa igreja. Fizemos amizade e, assim, nasceu o sonho de conhecer o Canadá e de pregar lá. Em 2006, tive a oportunidade de visitar o Canadá e conhecer um pouco da realidade e pregar em algumas igrejas. Lembro-me da igreja pastor Israel, situada em Montreal, onde houve muitas manifestações de pessoas que estavam atormentadas por espíritos. No fim da reunião, um jovem veio ao meu encontro e disse-me que eles estavam precisando daquele ministério. 63
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Vi pessoas que estavam pensando em suicidar-se, gritos, choro, angústia e muita opressão demoníaca nas vidas. No poder do Espírito, pudemos ministrar libertação. O Senhor fez realmente grandes coisas naquele lugar! Dois anos depois, tive a oportunidade de retornar ao Canadá, para estudar Francês, por um mês, e pregar. Lá, comecei os meus estudos e um pastor me convidou para ministrar. Mas eu não dominava a língua e coloquei nas mãos do Senhor. Conheci um irmão do Rio de Janeiro, que estava morando com a família, em Montreal, há três meses. Ele frequentava aquela igreja. O pastor o desafiou a interpretar para o francês. Ele aceitou, pude então pregar em duas igrejas com o intérprete. Mais uma vez, o Senhor abriu portas para que eu pudesse ser usado naquele lugar. O que aprendi com isso é que quando o Senhor quer nos usar, não existem barreiras para tal. Fizemos um propósito de orar e esperar que o Senhor abrisse portas para a missão no Canadá. Mas de qualquer forma creio que aquelas visitas e ministrações foram planejadas e direcionadas por Deus. E, enquanto escrevo, estou em uma busca para descobrir o propósito de Deus para meu ministério. O que tenho por certo é que a partir de tudo isso o Senhor despertou em meu coração um desejo intenso de fazer missões transculturais. De poder conhecer e pregar em muitos lugares no Brasil e também em outras nações levando a mensagem de libertação. Você também faz parte deste projeto de Deus. Seja um intercessor e cooperador da missão de Deus de salvar o mundo. Estamos realmente vivendo os últimos dias, por isso, precisamos nos levantar "como obreiros que não têm do que 64
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se envergonhar", que pregam a palavra a tempo ou a fora de tempo. O Brasil é um celeiro de missionários para o mundo. E tempo de irmos para os países que o Senhor tem aberto as portas para missões. Deus, certamente, nos dará a vitória nesse projeto, pois prometeu que as portas do inferno não prevalecerão contra a igreja.
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CONCLUSÃO
/\ missão precisa acontecer através da nossa vida. Não podemos ter medo da batalha. Devemos nos alistar para este grande ministério. Se você tem sido chamado a exercer o ministério específico da libertação não tenha medo. Busque a Deus em oração, se disponha, busque ajuda de pessoas que têm mais experiência nesta área, ou seja, pessoas que já estão trabalhando há mais tempo. Comece a ler a Palavra de Deus buscando orientação, e entendimento sobre libertação. Você descobrirá revelações incríveis do Senhor sobre o assunto. Não pense que você por estar trabalhando neste ministério é melhor que seu pastor, ou seu líder. Submeta-se humildemente. Não queira que as coisas aconteçam ao seu modo, deixe o Espírito Santo guiar seus passos. Muitos já me perguntaram: "Você pediu para ter os 7 dons. " Na verdade eu nunca pedi, apesar de sentir o desejo de tê-los por muito tempo. Nunca pedi a Deus, na verdade me submeti ao senhorio de Cristo e à sua vontade soberana e ele agiu em mim e através de mim. Se o Senhor quiser, Ele mesmo o guiará para o ministério de libertação. Lembro-me de uma vez, fui fazer um trabalho de libertação em uma igreja por quatro dias e nada aconteceu: nenhuma manifestação, nenhuma oração específica por 67
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libertação. Tudo tranquilo. Até que no último dia, estava indo embora, peguei minha Bíblia estava saindo para a porta da igreja, e veio uma mulher e me disse: "Pastor o senhor pode orar comigo? Fiquei com vergonha de ir ao altar na hora do culto". "Tudo bem, posso sim!" Comecei a orar com ela e sete demónios se manifestaram. Já estava indo embora, estava tranquilo, não estava frustrado, pensei! Deus está no controle! Ele sabe o que faz! Mas quando Deus quer usar a sua vida, não precisa forçar nada, as coisas acontecem de forma espontânea. Certa vez fui a um encontro para pregar. Eu não estava liderando, apenas tinha sido convidado para pregar. Em um determinado momento do encontro, quando outro colega estava ministrando, na hora da oração manifestou um demónio em uma pessoa, mas não fui lá de oferecido expulsar o demónio. Eu estava sentindo muita vontade de ir, pois percebi que as pessoas estavam com dificuldade para trabalhar com aquele caso. Mas segurei minha ansiedade e meu desejo, e comecei a orar para que Deus usasse aqueles que estavam orando, e que, se Deus quisesse que eu fosse ajudar, que os líderes me chamassem. Passaram-se alguns minutos e alguém foi me chamar. Fui até lá e expulsamos aquele demónio. Era uma mulher que havia sido estuprada pelo pai quando criança. Ela realmente estava dominada pelos demónios por muitos anos e naquele momento o Senhor a livrou daqueles espíritos. Glória a Deus por isso! Na verdade Deus é quem nos respalda com sinais e prodígios. Os sinais serão tão evidentes que você não precisa se convidar. Fui até uma casa para orar por um homem dominado por espíritos malignos, sua mulher dizia que quando o demónio se manifestava ela colocava água em uma lata grande des• 68
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tas de óleo. E ele bebia igual a um animal, como um cachorro. Um caso inusitado. Realmente era uma manifestação assusta' dora. Quando cheguei até a casa, coloquei os pés no portão da casa escutei um barulho como se fosse de urn animal feroz, até o corpo dele ficava parecido com o de um animal. Era terrível! Senti muito medo. Era uma das primeiras experiências que estava vivendo nesta área. Fizemos um trabalho com ele, orei expulsei os demónios, ele foi discipulado e se tornou um cristão. Depois de alguns anos ele tinha ido embora para São Paulo, e eu o encontrei na cidade, em um posto de gasolina. Estava com uma Bíblia no carro e me disse que estava firme com o Senhor. Depois de sua libertação sua mulher me contou que um líder fora em sua casa, porque tinha ouvido que ele estava passando por problemas espirituais, se ofereceu para ir, e na hora que este líder começou a orar com ele o demónio se manifestou e expôs o intercessor, dizendo abertamente todos os pecados que ele estava cometendo. Não demorou muito tempo, aquele líder de uma determinada igreja, teve que sair da cidade de madrugada, pois tinha engravidado uma jovem de sua igreja e foi o maior escândalo. Temos que ir onde o Senhor nos levar. Não temos que ficar procurando para provarmos que temos o dom. Se o Senhor quiser nos usar, Ele mesmo nos conduzirá a fazer sua obra. Não precisamos provar nada para ninguém, temos que ter segurança. E Deus quem está à nossa frente. E não podemos ligar para o que as pessoas dizem; temos que agradar a Deus, somente a Ele. Um caso onde fui a uma casa orar por uma mulher que manifestava demónios. Quando cheguei em sua casa ela resolveu se livrar de todos os objetos de idolatria que tinha. Eu mesmo nunca jogo nada fora da casa das pessoas, não 69
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coloco as mãos sobre o que não é meu, eu as oriento e as deixo livres. Aquela mulher quis se desfazer de um quadro de uma imagem de idolatria. Ela jogou fora no lixo, mas um homem que estava trabalhando de pedreiro em sua casa pediu o quadro para levar para si, e disse em tom de brincadeira que sempre os pastores pedem para jogar objetos fora. Ele levou para casa e colocou na parede da sala. A mulher me contou depois de alguns dias, que ele teve que sair naquela noite, de madrugada para jogar o quadro fora e bem longe, pois sua mulher começou a convulsionar a noite, e enquanto ele não jogou o quadro fora ela não parou. De fato havia entidades por trás daquele quadro, havia pactos, havia alianças com demónios, mas como eu disse, não jogo as coisas das pessoas fora, eu prego e ensino o evangelho de Jesus e oro, e elas mesmas decidem o que fazer. E óbvio que quando elas perguntam sobre o assunto eu as ministro na verdade. Enfim, quero concluir incentivando a todos que se sentem chamados para o ministério de libertação a realmente se dedicarem e confiarem que o próprio Deus proporcionará as oportunidades para que sejam usados. O nosso papel é apenas nos consagrarmos ao Senhor da obra. Espero de todo coração que estas reflexões e experiências o ajudem a desenvolver seu ministério de uma maneira cada vez mais eficaz. Comecei este livreto falando sobre meu testemunho pessoal de libertação e tenho a honra de terminá-lo, tendo a certeza que poderia falar de muitas outras experiências que o Senhor tem me dado. Muitos têm se identificado com minha história e também tenho atendido outros casos bem piores. A minha maior alegria é saber que através da minha vida, posso demonstrar de forma prática o amor de Deus pelas pessoas. 70
Luciano Pereira da S i l v a
Que Deus os abenรงoe e os use para o louvor da sua glรณ-
ria!
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PARA PISARDES
SERPENTES
& ESCORPIÕES Autoridade e proteção na batalha espiritual
través de experiências de fé e vivência pessoal, o autor compartilha seu testemunho sugere orientações práticas que servem para todos os envolvidos no ministério de libertação e também para todos nós, pois fomos chamados para pisar serpentes e escorpiões. O3 Os demónios conhecem quem é autoridade O3 Vencendo o medo C3 A missão de Deus no mundo é libertar O3 A falta de perdão O3 O fogo de Deus O3 A libertação
Linguagem com clareza doutrinária e teológica. Simples e direto. Profundamente esclarecedor! Sobre o autor
Luciano Pereira da Silva Casado com Shirley há 14 anos. Pai de Maria Fernanda. Bacharel em Teologia. Pastor. Preletor nacional e internacional. Contatos: E-mail: mariaferl710@hotmail.com Telefones: (43) 9925-1537 / (43) 3354-8777
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