Etnoveterinária no Alentejo

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ETNOVETERINÁRIA NO ALENTEJO

RECOLHA DE CONHECIMENTOS TRADICIONAIS SOBRE UTILIZAÇÃO DE PLANTAS NO TRATAMENTO DE ANIMAIS


Este livro tem por base a recolha de conhecimentos sobre a utilização de plantas no tratamento de animais entre 2011 e 2012 no âmbito do tópico “plantas medicinales” da tarefa “Recursos genéticos. Caracterización, evaluación y selección de ecotipos de especies pratenses anuales, plantas medicinales y leguminosas grano recolectados en Extremadura y Alentejo.” do projeto “RITECA II - Red de Investigación Transfronteriza de Extremadura, Centro y Alentejo II” do programa POCTEP - Eixo 1 – Cooperação e gestão conjunta para o fomento da competitividade e promoção do emprego (01/01/2011 a 3/06/2014).

ETNOVETERINÁRIA NO ALENTEJO

RECOLHA DE CONHECIMENTOS TRADICIONAIS SOBRE UTILIZAÇÃO DE PLANTAS NO TRATAMENTO DE ANIMAIS


FICHA TÉCNICA

AGRADECIMENTOS

Autores: Noémia Farinha, Orlanda Póvoa, Rute Santos

Muitos foram os que de forma desinteressada contribuíram para esta compilação. Tanto o

Fotografias: Orlanda Póvoa, Noémia Farinha, Rute Santos

pastor que casualmente apascentava as suas ovelhas na berma da estrada, como o infor-

Design e Edição: 77’83 Atelier de Design (www.7783design.com)

mante cuidadosamente escolhido pelos colegas que conheciam o “terreno”, todos estive-

Impressão: ColorShow (www.colorshow.pt)

ram disponíveis para nos transmitir os seus conhecimentos, adquiridos sobretudo na grande

Depósito legal: 388836/15

“escola da vida”. Porque são fonte de conhecimento, estão referidos no final do livro, como é

ISBN: 978-989-8806-02-4

clássico fazer-se com a bibliografia de suporte de um trabalho.

DATA DE EDIÇÃO: 2014 Sem os seus conhecimentos este livro não existia. A todos o nosso sincero agradecimento. Projeto “RITECA II: Atividade 3- Ação 3- Tarefa 3-Recursos genéticos. Caracterização, avaliação e seleção de ecótipos de espécies pratenses anuais, plantas medicinais e leguminosas grão colhidos na Extremadura e Alentejo”, sub-tarefa “plantas medicinais”. “O Projeto RITECA, Rede de Investigação Transfronteiriça de Extremadura, Centro e Alentejo, é cofinanciado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), através do Programa Operacional de Cooperação Transfronteiriça Espanha-Portugal (POCTEP) 20072013”. Promotores

Financiamento


ÍNDICE 1 – Enquadramento............................................................................................................... 8

Malva spp................................................................................................................................... 42

2 – Metodologia das entrevistas.................................................................................. 10

Mentha cervina........................................................................................................................ 43

3 – Resultados das entrevistas.................................................................................... 14

Mentha pulegium.................................................................................................................... 44

3.1 – CARACTERIZAÇÃO DOS INFORMANTES.....................................................................................14

Mentha spicata........................................................................................................................ 45

3.2 – ANIMAIS TRATADOS COM PLANTAS..........................................................................................16

Olea europaea.......................................................................................................................... 46

3.4 – PLANTAS MAIS REFERIDAS E SUAS UTILIZAÇÕES...................................................................16

Parietaria judaica.................................................................................................................. 47

3.5 – MISTURAS DE PLANTAS..............................................................................................................20

Plantago lanceolata............................................................................................................ 48

3.6 – PRINCIPAIS UTILIZAÇÕES E SUA COMPARAÇÃO COM A BIBLIOGRAFIA................................23

Plantago major....................................................................................................................... 49

4 – Fichas de caracterização das espécies medicinais mais referidas......... 26

Quercus suber......................................................................................................................... 50

Achillea millefolium............................................................................................................. 28

Rosmarinus officinalis......................................................................................................... 51

Agave americana...................................................................................................................... 30

Sanguisorba verrucosa........................................................................................................ 52

Allium sativum........................................................................................................................ 31

Senecio sp.................................................................................................................................. 53

Aloe vera.................................................................................................................................... 32

Trifolium angustifolium...................................................................................................... 54

Chamaemelum nobile............................................................................................................. 33

Triticum aestivum.................................................................................................................. 55

Cichorium intybus.................................................................................................................. 34

Urginea maritima.................................................................................................................... 56

Cistus ladanifer...................................................................................................................... 35

Vitis vinifera............................................................................................................................. 57

Cucurbita sp............................................................................................................................. 36

Xolantha tuberaria............................................................................................................... 58

Daphne gnidium........................................................................................................................ 37

5 – Perspectivas futuras................................................................................................. 59

Eucaliptus globulus............................................................................................................. 38

6 – Bibliografia...................................................................................................................... 61

Foeniculum vulgare............................................................................................................... 39

7 – Informantes..................................................................................................................... 66

Hypericum tomentosum....................................................................................................... 40

8 – Memórias de campo....................................................................................................... 67

Juglans regia........................................................................................................................... 41


1. ENQUADRAMENTO O reconhecimento da região mediterrânica como um dos 25 hotspots da biodiversidade

Os trabalhos de etnoveterinária e etnobotânica podem contribuir para um desenvolvimento

mundial (Myers et al., 2000) inspirou-nos a aprofundar conhecimentos e a valorizar esta

rural mais sustentável que integre sistemas de produção animal com menores custos, em

biodiversidade pelo seu valor intrínseco, mas também o fizemos em proveito das populações

maior equilíbrio com o meio ambiente, vantajosa, não só para a saúde e bem-estar animal,

que a conhecem, conservam e permitiram que chegasse até aos nossos dias (figura 1).

como também para a saúde humana, por consumo de alimentos com menos resíduos de produtos químicos, podendo ainda traduzir-se na valorização económica de recursos gené-

As plantas da região mediterrânica têm sido utilizadas no desenvolvimento de modernos

ticos regionais.

produtos farmacêuticos e na obtenção e registo de novas variedades de plantas. A utilização de plantas medicinais em sanidade animal é referida em países com recursos escassos

Tendo a região mediterrânica uma elevada diversidade de plantas, importa recolher os co-

como a Etiópia (Yigezu et al., 2014), onde estão a ser efetuados muitos estudos de etnove-

nhecimentos tradicionais associados à utilização dessas plantas. Neste trabalho pretende-

terinária e etnobotânica, mas também em países técnica e economicamente desenvolvidos,

mos apresentar, por um lado, a recolha de conhecimentos tradicionais sobre a utilização de

como os Estados Unidos (Schillhorn Van Veen, 1997).

plantas no tratamento ou prevenção de doenças dos animais na região Alentejo, e por outro, os resultados de pesquisa bibliográfica sobre a utilização das plantas mais referidas naquela

A etnoveterinária pode ser definida como a aplicação de conhecimentos veterinários popula-

recolha de conhecimentos.

res, teóricos e práticos, no tratamento de doenças que afetam os animais (McCorkle, 1986). Um dos ramos desta prática milenar é a fitoterapia, que é uma modalidade terapêutica que emprega as plantas medicinais na prevenção ou no tratamento das doenças (Proença da Cunha, 2005). A etnobotânica estuda e analisa as interações entre o homem e as plantas, promovendo tanto o registo do património biológico, como do património cultural (Carvalho e Ramos, 2012; Lopes, 2005).

Figura 1 - Cabras em pastagem natural

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2. METODOLOGIA DAS ENTREVISTAS Foram efetuadas 55 entrevistas semi-estruturadas durante 2011 e no início de 2012. Os

Foram recolhidos dados para a caracterização do informante, a identificação das plantas, a

informantes, distribuídos por todo o Alentejo (figura 2), eram preferencialmente pessoas

utilização medicinal e o método de preparação, bem como os grupos ou tipologia de animais

ligadas à atividade agrícola, como os pastores ou os tratadores de animais em geral. Estas

domésticos a que se destinavam: Bovinae (bovinos), Caprinae-Capra (caprinos); Caprinae-

pessoas provinham de contactos previamente estabelecidos no âmbito de outros projetos

-Ovis (ovinos), Equidae (cavalos, burros e machos/mulas), Suidae (porcos), Galliformes (ga-

da equipa de trabalho, ou foram indicados por contactos nas zonas a amostrar, ou simples-

linhas, patos, perús, etc.), Canidae (cães) e Felidae (gatos).

mente encontrados junto à via pública ou a um café ou largo de aldeia. Os entrevistados foram informados no início da conversa sobre o âmbito e objetivo deste inquérito (utilização em animais); no entanto, muitas vezes a mesma planta era referida como sendo utilizada também em problemas de saúde humana. Deste modo, foi adicionalmente registada a utilização humana de plantas medicinais. A maioria das entrevistas ocorreu em locais públicos (cafés, praças, etc), usando uma linguagem simples e direcionada para o assunto em questão. Algumas entrevistas foram realizadas com um grupo de pessoas. Nestes casos, considerou-se apenas uma entrevista e os resultados obtidos foram adstritos a apenas um informante. Regra geral, pedia-se aos informantes que nos mostrassem a planta a que se referiam. Em casos de impossibilidade física dos informantes, foram levados exemplares anteriormente colhidos, fotografias, etc., para permitir a identificação. Este esforço de identificação e melhoria da quantidade e qualidade de informações significava muitas vezes a realização de várias visitas físicas aos informantes e contactos posteriores para confirmação de plantas e de informação. Figura 2 – Área em estudo em Portugal continental. Os locais das entrevistas estão assinalados com triângulos.

Em alguns casos, foram referidos diferentes taxa com o mesmo nome comum (ex.: malva referindo-se a várias espécies de Lavatera sp. e Malva sp.); nestes casos, considerámos o género botânico. A validação é uma questão importante na recolha de informação. A maioria dos autores considera apenas as informações recolhidas através de, pelo menos, três informantes, e todas

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as informações recolhidas a partir de informantes especializados considerados de confiança (Carvalho, 2005). No entanto, outros autores, como Pardo de Santayana (2003), consideram a importância de todas as informações, porque podem ser uma relíquia do passado. Este

Quadro 1 – Categorias dos problemas de saúde animal ou afeções, em função da descrição dos sintomas efetuada pelos informantes

Categoria

Sintomas

Traumatismos

Feridas, entorses (quando o animal “dá um jeito” ou anda coxo), inchaços, hematomas; afeções cutâneas sem ferida aberta; queimaduras; feridas na boca; pós-aborto das fêmeas (lavagem); prolapso do útero (lavagem); dores musculares; cortes resultantes da capadura dos porcos; feridas da tosquia

Infeções

Infeção; forjão do boi (urina com sangue); má da vaca (bolhas de sangue na boca, intestino grosso ou rins); ampolas debaixo da língua dos porcos; gânglios inchados; abcessos

Ectoparasitoses

Carraças, pulgas, moscas, sanguessugas; queda de pelo em consequência de ataque de parasitas, piolhos; bicheira (externo)

Endoparasitoses

Lombrigas, vermes

Afeções do trato gastrointestinal

Diarreia, prisão de ventre, obstipação; cólicas e dores; indigestão; enfartamento; boca inflamada, aftas; flatulência; falta de apetite

trabalho considerou todas as informações coletadas, na perspectiva de validação futura em outras entrevistas etnoveterinárias. No tratamento de resultados considerámos cada citação como a referência à informação fornecida por um informante sobre uma planta, o modo de preparação, utilização e tipologia de animal alvo. O total do número de citações recolhidas para tratamentos de animais com plantas foi de 702. Recolhemos adicionalmente 231 citações de utilização nos seres humanos. Os problemas de saúde animal referidos pelos informantes foram agrupados em categorias de acordo com o quadro 1, sendo que muitas vezes foi difícil relacionar a sintomatologia descrita com o problema de saúde.

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Distócia

Dificuldades no parto

Anemia

Fraqueza

Afeções do olho

Olhos inflamados

Afeções da pele

Picadas de insetos; furúnculos; peladas; unheira ou calos

Afeções do sistema respiratório

Constipação; gosma ou gogo das aves; tosse; alergias, asma

Laminite

Animal aguado ou aguamento

Febre

Febre

Debilidade

Falta de produção de leite, animais débeis ou muito sensíveis

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3. RESULTADOS DAS ENTREVISTAS 3.1 CARACTERIZAÇÃO DOS INFORMANTES

O perfil do informante é, resumidamente, o seguinte (figuras 3, 4 e 5): • Homem (67,9%) • Tem mais de 70 anos (62,5%) • Frequentou o ensino básico (51,8%) ou é analfabeto (33,9%) • Ocupação ligada à agricultura (67,9%) • Já não usa os tratamentos referidos (77,8%), em média, há cerca de 30 anos

Figura 5 – Aplicação atual dos conhecimentos de utilização de plantas no tratamento de animais

Resumindo, o conhecimento é fundamentalmente de origem tradicional, está maioritariamente na posse de pessoas idosas, com elevado grau de iliteracia e, no geral, já deixou de ser aplicado. Daqui resulta um elevado risco de perda permanente destes conhecimentos, o que justifica a pertinência do seu registo. Este “perfil do informante” está de acordo com o referido por outros autores em estudos similares em Portugal (Camejo et al., 2003; Carvalho, 2005; Póvoa e Farinha, 2009). Também Pieroni et al. (2006), para a região mediFigura 3 – Idade dos informantes

terrânica, concluiram que o conhecimento sobre as práticas tradicionais de tratamento de animais está a desaparecer rapidamente, em virtude destas terem vindo a ser substituídas pela utilização dos modernos produtos farmacêuticos. Isto reforça a importância de continuar a realizar este tipo de estudos, antes que o desaparecimento dos detentores destes conhecimentos conduza à perda irreparável da informação que detêm. Por outro lado, apesar dos dados globais referidos, destaca-se que estes tratamentos são ainda usados por 22% dos informantes, que existem informantes mais jovens (com 40 a 60 anos), alguns dos quais ainda utilizam estes tratamentos, e que uma faixa, ainda que reduzida, de informantes (9%) é licenciada, sendo que encontrámos mesmo um informante com pós doutoramento que utiliza os tratamentos que referiu. Estes dados, apesar de quantitativamente poderem ser considerados marginais, indicam a existência de potencial que

Figura 4 – Grau de escolaridade dos informantes

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pode vir a ser explorado. VOLTAR ÍNDICE

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Os conhecimentos recolhidos resultam de uma combinação complexa entre o ambiente so-

foram referidas em segundo lugar, em 25% das citações (figura 7). O predomínio destas

cial dos informantes, a transmissão tradicional oral e a experiência pessoal. Em alguns casos

utilizações medicinais está de acordo com as referidas por Pieroni et al. (2006), num es-

(poucos), também os livros foram referenciados como fonte de informação, maioritariamen-

tudo semelhante mas realizado ao nível da região mediterrânica. Os tratamentos contra a

te pelas pessoas com maior nível de escolaridade.

febre, afeções das vias respiratórias superiores, ectoparasitoses, endoparasitoses, anemia, afeções oculares e afeções da pele foram referidos entre 1% a 10% dos casos. As restantes

3.2 ANIMAIS TRATADOS COM PLANTAS Os bovinos foram os animais com maior número de citações (32%) seguidos dos equídeos

utilizações (distócia, debilidade, infeções e laminite) foram referidas em menos de 1% das situações.

e dos ovinos (figura 6). Este predomínio na referência aos tratamentos a bovinos e aos equídeos está relacionado com a utilização destes animais nos trabalhos agrícolas e com o seu valor patrimonial.

Figura 7 – Citações (%) por tipo de utilização em animais. Figura 6 – Citações (%) para cada tipologia de animais

Para cada uma das categorias dos problemas de saúde anteriormente referidos, tratados

3.3 PROBLEMAS DE SAÚDE

com plantas, podemos ver no quadro 2 a diversidade de plantas citadas. Por exemplo, para

Os traumatismos, onde se incluem as feridas, as tumefações (os “inchaços”, muito refe-

tratar traumatismos, foram referidas 46 espécies/taxa distintas.

ridos), as lesões traumáticas ou abrasões da mucosa oral (geralmente como resultado de um agente externo como as aristas das gramíneas), as claudicações ou entorses (quando o

Nesta categoria de tratamento destaca-se a utilização de 3 plantas/taxa: as malvas (Malva

animal “dá um jeito” ou anda coxo), etc., dominam claramente os problemas tratados com

sp/ Lavatera sp.), o calafito (Hypericum tomentosum, utilizada mais no Baixo Alentejo) e a

plantas, tendo sido referidos em quase 50% dos casos. As perturbações gastrointestinais

erva alcária ou sargacinha (Xolantha tuberaria, utilizada mais no Alto Alentejo).

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Quadro 2 – Categorias de utilização e respetivas plantas citadas. Para consulta dos nomes comuns ver o capítulo 4.

Categoria

Planta utilizada (número de citações)

Traumatismos

Malva sp. Lavatera sp. (59); Hypericum tomentosum (54); Xolantha tuberaria (37); Olea europaea (23); Cistus ladanifer (12); Senecio sp. (12); Quercus suber (8); Vitis vinifera (8); Apium nodiflorum (6); Pulicaria odora (6); Sanguisorba sp. (6); Geranium purpureum (5); Rosmarinus officinalis (5); Centaurea ornata (4); Centaurium erythraea (4); Chamaemelum nobile (4); Juglans regia (4); Myrtus communis (4); Ruta graveolens (4); Tamarix africana (4); Aloe vera (3); Eriobotrya japonica (3); Hypericum perforatum (3); Paronychia argentea (3); Urginea maritima (3); Arundo donax (2); Conyza canadensis (2); Cydonia oblonga (2); Foeniculum vulgare (2); Hyoscyamus niger (2); Marrubium vulgar (2); Quercus ilex (2); Retama sphaerocarpa (2); Rubus sampaioanus (2); Triticum aestivum (2); Vinca major (2); Allium sativum (1); Cinnamomum zeylanicum (1); Cistus populifolius (1); Daphne gnidium (1); Elaeoselinum foetidum (1); Fraxinus angustifolia (1); Laurus nobilis (1); Melissa officinalis (1); Origanum vulgare (1); Plantago major (1)

Afeções do trato gastrointestinal

Febre

Categoria

Olea europaea (25); Malva sp. Lavatera sp. (17); Daphne gnidium (14); Hypericum tomentosum (12);Trifolium angustifolium (12); Chamaemelum nobile (9);Vitis vinifera (7); Zea mays (6); Foeniculum vulgare (5); Pyrus bourgaena (5); Achilea ageratum (4); Scolimus hispanicus (4); Allium cepa (3); Allium sativum (3); Amaranthus sp.(3); Centaurium erythraea (3); Eriobotrya japonica (3); Laurus nobilis (3); Linum usitatissimum (3); Xolantha tuberaria (3); Citrus limon (2); Citrus x sinensis (2); Cynodon dactylon (2); Mentha pulegium (2); Origanum vulgare (2); Rumex bucephalophorus (2); Rumex pulcher (2); Silibum marianum (2); Triticum aestivum (2); Asplenium trichomones (1); Brassica nigra (1); Ceratonia siliqua (1); Cichorium intybus (1); Ficus carica (1); Hordeum vulgare (1); Juglans regia (1); Juniperus phoenicea (1); Lilium candidum (1); Lythrum salicaria (1); Melissa offcinalis (1); Mentha suaveolens (1); Opuntia ficus-indica (1); Parietaria judaica (1); Paronychia argentea (1); Pulicaria odora (1); Quercus pyrenaica (1); Rubia tintoria (1); Salvia officinalis (1); Sambucus nigra (1); Vinca major (1) Smilax aspera (7); Eryngium campestre (6); Helianthus tuberosus (6); Sanguisorba sp. (6); Laurus nobilis (3); Olea europaea (3); Origanum vulgare (3); Asparagus aphyllus (2); Bryonia dioica (2); Achillea ageratum (1); Agrimonia eupatoria (1); Anchusa italica (1); Hypericum tomentosum (1); Ononis spinosa (1); Paspalum paspaloides (1)

Planta utilizada (número de citações)

Afeções do sistema respiratório

Allium sativum (5); Mentha pulegium (5); Ficus carica (4); Olea europaea (4); Eucalyptus globulus (3); Achillea ageratum (2); Chamaemelum nobile (2); Foeniculum vulgare (2); Malva sp. Lavatera sp. (2); Sambucus nigra (2); Glycyrrhiza glabra (1); Mentha spicata (1); Plantago lanceolata (1)

Ectoparasitoses

Juglans regia (6); Mentha pulegium (3); Olea europaea (3); Cistus ladanifer (2), Daphne gnidium (2); Nicotiana tabacum (2); Eucalyptus globulus (1); Ficus carica (1); Malva sp. Lavatera sp. (1); Plantago lanceolata (1); Ruta graveolens (1); Urginea maritima (1); Vigna unguiculata (1)

Endoparasitoses

Mentha spicata (14); Allium sativum (4); Mentha pulegium (3); Ruta graveolens (2); Olea europaea (1); Urtica sp. (1)

Anemia

Vitis vinifera (6); Triticum aestivum (4); Avena sativa (2); Cinnamomum zeylanicum (2); Prunus domestica (2); Rosa gallica (2); Zea mays (2); Ficus carica (1); Glycyrrhiza glabra (1); Rosmarinus officinalis (1)

Afeções da pele

Urginea maritima (5); Quercus suber (3); Pulicaria odora (1)

Afeções do olho

Hypericum tomentosum (4); Rosmarinus officinalis (4); Chamaemelum nobile (3); Rosa sp. (3); Solanum nigrum (3); Xolantha tuberaria (3); Malva sp. Lavatera sp. (1); Allium sativum (1)

Distócia

Cinnamomum zeylanicum (3); Foeniculum vulgare (1)

Debilidade

Triticum aestivum (2); Urtica sp.(2)

Infeções

Allium sativum (1); Origanum vulgare (1); Eryngium campestre (1)

Laminite

Hypericum tomentosum (1); Malva sp. Lavatera sp. (1)

Continuação >>

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3.4 PLANTAS MAIS REFERIDAS E SUAS UTILIZAÇÕES

que, para este tratamento, enquanto no Baixo Alentejo era frequentemente referido o uso do

As famílias de plantas mais referidas foram Malvaceae (12% das citações), Hypericaceae

calafito, no Norte Alentejano era referida a erva alcária (Xolantha tuberaria).

(11% das citações) e Asteraceae (10% das citações). Por outro lado, temos 14% de referências a famílias em que cada uma delas representa menos de 2% de citações, pelo que as

O azeite era usado diretamente sobre as feridas para ajudar a cicatrizar e evitar a invasão

englobámos na designação de “Outras famílias” (Figura 8).

por parasitas, ou dado a ingerir para combater a obstipação. A “calda de azeitonas” foi muito referida para combater lesões traumáticas da boca. A folha da oliveira foi menos referida. Entre muitos outros, um caso interessante de utilização muito direcionada foi o do rabo-de-raposa, rabo-de-gato ou trevo-de-folha-estreita (Trifolium angustifolium) no tratamento de diarreias, administrado por via oral, através de infusão, tendo sido referido por um informante, que o usava para si próprio quando tinha esta sintomatologia. Quadro 3 – Plantas mais utilizadas (com mais de 9 citações) e tipologia de tratamento em animais

Planta

Figura 8 – Famílias botânicas mais referidas pelos informantes

No total referenciámos 96 taxa de plantas, alguns dos quais (plantas pouco referidas) estão

Malva sp. Lavatera sp.

Traumatismos (59); Afeções do trato gastrointestinal (19); Afeções do trato respiratório (2); Ectoparasitoses (1); Laminite (1)

Hypericum tomentosum

Traumatismos (54); Afeções do trato gastrointestinal (12); Afeções do olho (4); Febre (1); Laminite (1)

Olea europaea

Afeções do trato gastrointestinal (25); Traumatismos (23); Febre (3); Ectoparasitoses (3); Endoparasitoses (1); Afeções do sistema respiratório (4)

Xolantha tuberaria Vitis vinifera

ainda por identificar. As plantas mais utilizadas foram as malvas (Malva sp., Lavatera sp.), o calafito (Hypericum tomentosum) e a oliveira (Olea europaea), esta sob forma de azeite,

Chamaemelum nobile

folhas ou “calda” de azeitonas (Quadro 3). Estas plantas foram referidas sobretudo para tratar traumatismos e afeções do trato gastrointestinal, ainda que com formas de aplicação

Daphne gnidium

distintas. Allium sativum As malvas e o calafito foram muito referidos para a lavagem de feridas, ou tratamento de traumatismos em geral, sob forma de tisana (as partes da planta utilizadas são colocadas em água a ferver, durante alguns minutos, normalmente mais de 5 minutos). De salientar 20

Tipo de tratamento em animais (nº de citações)

Mentha spicata

Traumatismos (38); Afeções do trato gastrointestinal (3); Afeções do olho (3) Traumatismos (8); Afeções do trato gastrointestinal (7); Anemia (6) Afeções do trato gastrointestinal (9); Traumatismos (4); Afeções do olho (3); Afeções do sistema respiratório (2) Afeções do trato gastrointestinal (14); Ectoparasitoses (2); Traumatismos (1) Afeções do sistema respiratório (5); Endoparasitoses (4); Afeções do trato gastrointestinal (3); Afeções do olho (1); Traumatismos (1); Antibiótico (1) Endoparasitoses (14); Afeções do sistema respiratório (1) Continuação >> VOLTAR ÍNDICE

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Planta Cistus ladanifer Mentha pulegium Sanguisorba sp. Senecio sp. Trifolium angustifolium Juglans regia Quercus suber Rosmarinus officinalis

Tipo de tratamento em animais (nº de citações) Traumatismos (12); Ectoparasitoses (1)

Quadro 4 – Misturas referidas por mais do que 1 informante e tipologia de tratamento para a qual foram referidas

Espécies componentes

Nome comum

Tipologia de tratamento

Hypericum tomentosum + Malva sp./ Lavatera sp. + Centaurium erythraea

Calafito + Malva + Fel da terra

Traumatismos; Afeções do trato gastrointestinal

Olea europaea + Origanum vulgare + Laurus nobile

Calda de azeitona (oregãos e louro) + sal

Traumatismos (12)

Allium sativum + Vitis vinifera

Alho + vinagre

Traumatismos; Afeções do trato gastrointestinal

Afeções do trato gastrointestinal (12)

Olea europaea + Allium cepa

Azeite + cebola

Afeções do trato gastrointestinal

Ectoparasitoses (6); Traumatismos (4); Afeções do trato gastrointestinal (1)

Hypericum tomentosum + Malva sp./Lavatera sp.

Calafito + malvas

Afeções do trato gastrointestinal; Afeções do olho

Afeções do sistema respiratório (5); Ectoparasitoses (3); Endoparasitoses (3); Afeções do trato gastrointestinal (2) Traumatismos (6); Febre (6)

Traumatismos; Febre

Traumatismos (8); Afeções da pele (3) Traumatismos (5); Afeções do olho (4); Ectoparasitoses (1); Anemia (1)

Foeniculum vulgare

Afeções do trato gastrointestinal (5); Afeções do sistema respiratório (2); Traumatismos (2); Distócia (1)

3.6 PRINCIPAIS UTILIZAÇÕES E SUA COMPARAÇÃO COM A BIBLIOGRAFIA

Triticum aestivum

Traumatismos (2); Afeções do trato gastrointestinal (2); Debilidade (2); Anemia (4)

sp.), mencionadas sobretudo para tratar traumatismos (feridas, tumefações e inflamações)

Traumatismos (2); Afeções do trato gastrointestinal (4); Afeções do sistema respiratório (2); Febre (1)

também a diarreia). Com menor frequência, foram referidas para tratar problemas respirató-

Achilea ageratum

Ectoparasitoses (1); Traumatismos (3); Afeções da pele (5)

alecrim. Consultando a bibliografia, verifica-se que as malvas contêm mucilagens com pro-

Urginea marítima

As plantas mais utilizadas no tratamento de animais foram as malvas (Malva sp./Lavatera e afeções gastrointestinais (principalmente obstipação, apesar de um informante referir rios, laminite e, num caso, para o tratamento de piolhos numa mistura com cebola albarrã e priedades emolientes (5 a 10% de mucilagens), propriedades mucolíticas e laxativas. A sua atividade anti-inflamatória é devida à presença de flavonoides e antocianosidos (Proença da

3.5 MISTURAS DE PLANTAS

Cunha et al., 2010). Bown (1995) refere as suas propriedades expectorantes, adstringentes

Do total de 702 citações, 103 foram referidas em misturas. O número total de misturas foi

ligeiras e anti-inflamatórias, sendo usadas em bronquites, tosse, inflamação da garganta,

de 45, sendo que 40 são diferentes. Os tratamentos a que se destinam, tal como no caso

gastrites, e externamente para abcessos e picadas de insectos.

das plantas individualizadas, são principalmente os traumatismos, seguidos das afeções gastrointestinais. As 5 misturas referidas em duplicado (por 2 informantes) encontram-se no

A segunda espécie mais referida foi o calafito (Hypericum tomentosum), no tratamento

quadro 4 e destinam-se sobretudo a tratar afeções do trato gastrointestinal e traumatismos.

de feridas (predominantemente), tumefações, obstipação, afeção ocular, laminite e febre.

22

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23


O calafito pertence à família Hypericaceae, contendo flavonoides e proantocianidinas que

crobianas destes compostos sobre diversas estirpes bacterianas envolvidas em infeções in-

lhe conferem propriedades anti-inflamatórias, vasoprotetoras e espasmolíticas (Proença

testinais e respiratórias são também referidas na literatura (Waterman e Lockwood, 2007).

da Cunha et al., 2009). O género Hypericum contém também a hipericina, com atividade

As propriedades farmacológicas da oleuropeína foram amplamente descritas por Omar

antissética, anti-inflamatória e antitumoral (Toffoli et al., 2006; Proença da Cunha et al.,

(2010), e incluem a ação antioxidante, anti-inflamatória, antiviral e antimicrobiana, anti-

2010) e a hiperforina, com atividade antimicrobiana em bacterias Gram positivas (Schempp

tumoral, anti-aterogénica, protetora da pele e neuroprotetora. Adicionalmente foi atribuída

et al., 1999). Estas propriedades são consistentes com as aplicações medicinais referidas

ao composto fenólico oleocantal, que se encontra nas folhas e frutos da oliveira, uma ação

pelos informantes, nomeadamente nos traumatismos, afeções gastrointestinais e laminite.

anti-inflamatória semelhante à da molécula ibuprofeno (Beauchamp et al., 2005). N El e

Contudo deve-se alertar que a ingestão de grandes quantidades destas plantas, devido à

Karakaya (2009) referem também que muitos dos polifenóis que se encontram no azeite

quantidade de hipericinas ingeridas, pode provocar fotossensibilidade com aparecimento de

se encontram em concentrações superiores nas folhas e nos subprodutos da extração do

dermatites por ação da luz (Knight e Walter, 2003; Proença da Cunha et al., 2010).

azeite (pelo que deduzimos que na “calda” da azeitona descrita pelos informantes poderão, porventura, encontrar-se também estas substâncias).

A terceira planta mais referida foi a oliveira (Olea europaea), sobretudo pela utilização do azeite para tratar a indigestão ou a obstipação, utilizado diretamente, em diversas mistu-

A erva alcária (Xolantha tuberaria) é citada para tratar feridas e tumefações (aplicações

ras com cebola, alho e/ou calda de azeitonas, com água ou ainda com aguardente (referido

largamente predominantes sobre as restantes), mas também para tratamento de diarreia

por três informantes de locais distintos). A utilização de azeite foi ainda muito referida para

e afeções oculares. Outros dados etnobotânicos referem que em Espanha é usada a parte

tratar feridas e prevenir ou tratar míiases, que ocorrem em consequência da deposição de

aérea para tratamento de feridas em cavalos, ruminantes e cães (Pieroni et al., 2006). Em

ovos de insetos em feridas e consequente desenvolvimento das larvas. A calda de azeitonas,

Portugal, ainda com base em informação etnobotânica, é usada na prevenção de infeções,

embora sendo uma mistura com outras plantas medicinais, nomeadamente oregão e louro, e

feridas, problemas nos olhos e mordeduras de insectos (Carvalho, 2005) e no tratamento

ainda sal, foi muitas vezes referida para tratar lesões traumáticas da boca, aplicada com uma

de feridas e tumefações (Camejo-Rodrigues, 2006). A bibliografia refere a sua atividade

zaragatoa, além da já referida utilização no tratamento da obstipação. A folha da oliveira,

antiviral (Abad et al., 1997, Bedoya et al., 2001 e Bedoya et al., 2010), designadamente

menos citada, mas utilizada sob forma de piso com alho, foi referida para tratar afeções das

contra o vírus da imunodeficiência humana (HIV), que se deve, em tese, ao seu teor em ela-

vias respiratórias superiores (constipações) de várias espécies animais, ou ainda em tisana

gitaninos (compostos fenólicos encontrados em maior quantidade nesta planta), para além

para combater a diarreia.

da presença de outros derivados do ácido elágico, flavonas e flavonoides, com ação antioxidante (Pinela et al., 2012). As ações anti-inflamatória e anti-ulcerogénica (citoprotetora) de

A utilização do azeite no tratamento da obstipação pela sua ação lubrificante foi compro-

infusões desta planta foram também verificadas em animais de laboratório (Martín-Aragón

vada por Ramos et al. (2014) em seres humanos (pacientes hemodialisados), verificando-

et al., 1994).

-se efeitos similares aos de óleos minerais não edíveis. N El e Karakaya (2009) referem as propriedades antivirais das folhas da oliveira, consubstanciadas na presença de polifenóis, designadamente a oleuropeína e o seu precursor, o hidroxitirosol. As propriedades antimi-

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4.

FICHAS DE CARACTERIZAÇÃO DAS ESPÉCIES MEDICINAIS MAIS REFERIDAS

Em cada ficha de caracterização, a identificação da planta refere (por esta sequência) o nome científico da espécie, o(s) nome(s) vulgar(es) e a família botânica a que pertence. A referência às partes utilizadas, utilizações e riscos de toxicidade é feita com recurso à bibliografia. Na falta de informação sobre a utilização em animais, e para que este livro tenha maior utilidade para o leitor, apresenta-se a informação sobre a utilização em seres humanos, além de outras utilizações (por exemplo, como ornamental). Os resultados de etnoveterinária no Alentejo foram obtidos no âmbito do trabalho financiado pelo projeto RITECA II.

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Achillea millefolium Mil-folhas, milefolio, mil-em-rama, macelão, Erva-das-cortadelas, Erva-carpinteira, Eupatório-demésue, Macela, Macela-de-São-João, Macela-Francesa, Milfolhada (Bown, 1995; Tavares, Zuzarte e Salgueiro, 2010; Jardim Botânico UTAD, 2014).

vómitos, reações a alergenos (aquilina, betocinina, camazuleno), fotossensibilidade da pele (uso prolongado), estimulante uterino, irritação renal (terpineno-4-ol) (Bown, 1995; Jardim Botânico UTAD, 2014). Efeitos idênticos ocorrem em animais; o sabor do leite (vacas leiteiras) é desagradavelmente afetado.

Família: Asteraceae Partes utilizadas: partes aéreas floridas, planta inteira (Bown, 1995; Tavares, Zuzarte e Salgueiro, 2010) Principais utilizações medicinais: Uso interno: perda de apetite, dispepsia; tradicionalmente utilizada nas doenças inflamatórias do trato digestivo (Tavares, Zuzarte e Salgueiro, 2010); constipações, diarreia, dispepsia, reumatismo, artrite, problemas menstruais, hipertensão (Bown, 1995); antidiarreico, antiespasmódico, antissético, carminativo, colagogo, diaforético, digestivo, emenagogo e vasodilatador (Jardim Botânico UTAD, 2014). Uso externo: banhos ginecológicos (Tavares, Zuzarte e Salgueiro, 2010 cit. Blumenthal et al., 1998); hemorróidas e queimaduras (Tavares, Zuzarte e Salgueiro, 2010); feridas, úlceras, olhos inflamados, hemorróidas (Bown, 1995). Outras utilizações: alimentar (flores e inflorescências em saladas); o Conselho Europeu reconhece-a como aromatizante natural de alimentos (Tavares, Zuzarte e Salgueiro, 2010); planta ornamental (Bown, 1995); alimentação animal (por exemplo, em galinhas) (Marcinčáková et al., 2011).

Resultados de etnoveterinária no Alentejo Nota: Não foi citada a Achillea millefolium, e sim a Achillea ageratum, Marcela Real, Agerato, Aquileia, Mil-em-rama, Milfolhada (Jardim Botânico UTAD, 2014). Principais propriedades medicinais: antibacteriano (Gram +) e antifúngico (Candida sp.) (OE das flores e folhas -dimetiltimo-hidroquinona); anti-inflamatório tópico (fase aguda) e citostático (inibidor do crescimento celular) (extrato clorofórmico: estigmasterol e beta-sitosterol) (Jardim Botânico UTAD, 2014). Aplicações referidas (nº de citações): Traumatismos (2); Afeções do trato gastrointestinal (cólicas, indigestão) (4); Afeções do sistema respiratório (2); Febre (1). Espécies alvo: bovinos e equídeos.

Achillea millefolium

Toxicidade: folhas e flores contraindicadas em dispepsias com hipersecreções gástricas; podem provocar dermatites em pessoas sensíveis a Asteraceae (Tavares, Zuzarte e Salgueiro, 2010); Achillea ageratum 28

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Agave americana Piteira, Agave, Aloé-dos-cem-anos, Cacto-dos-cem-anos, Piteira-brava, Piteira-de-boi (Jardim Botânico UTAD, 2014)

Allium sativum Alho

Família: Agavaceae

Família: Liliaceae

Partes utilizadas: planta inteira, especialmente o suco das folhas.

Partes utilizadas: o bolbo (dentes de alho).

Principais utilizações medicinais: indigestão, flatulência, obstipação e diarreia (Bown, 1995). Antisséptico, diaforético, diurético e laxante (Jardim Botânico UTAD, 2014). Outras utilizações: raiz para a indústria do sabão; fibras para cordas, etc. As folhas produzem precursores de esteroides (Bown, 1995).

Principais utilizações medicinais: Uso interno: gripe, bronquite, tosse, gastroenterite, disenteria; dor de estômago, arteriosclerose, neuralgias, dor de dentes, catarro, diarreia, como antidiabético, hipolipidémico; ação calmante, antirreumática, hipotensora e antihelmíntica. Uso externo: verrugas, frieiras, mordeduras de insetos e problemas de pele, acne, infeções fúngicas (Bown, 1995; Vasquez Pardo et al., 2008).

Toxicidade: a polpa fresca pode causar irritações cutâneas e dermatites (Bown, 1995). Diminui a absorção de medicamentos orais e exacerba a ação de medicamentos com propriedades diuréticas e laxantes (Jardim Botânico UTAD, 2014).

Outras utilizações: alimentação (condimento).

Resultados de etnoveterinária no Alentejo

Resultados de etnoveterinária no Alentejo

Aplicações referidas (nº de citações): afeções do trato gastrointestinal (diarreia) (1); traumatismos (inchaços e feridas) (1).

Aplicações referidas (nº de citações): afeções do sistema respiratório (constipação) (5); endoparasitoses (lombrigas) (4); afeções do trato gastrointestinal (empanturramento) (3); afeções do olho (1); traumatismos (feridas) (1); antibiótico (1).

Nota: citada num estudo etnoveterinário posterior. Espécie alvo: equídeos.

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Toxicidade: em excesso, em equídeos (e noutros animais) pode provocar anemia - fatal quando não tratada (Pearson, 2004).

Espécies alvo: bovinos, caprinos, ovinos, canídeos, equídeos, galiformes.

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Aloe vera Aloe, Aloés dos barbados, Aloés de Curaçau, Erva babosa, Aloé do mediterrâneo, Cacto Aloé, Babosa, Sábila (Tavares, Zuzarte e Salgueiro, 2010; Vasquez Pardo et al., 2008; Jardim Botânico UTAD, 2014).

Chamaemelum nobile do causar cólicas, diarreia, hemorragias internas, erupções na pele, arritmia cardíaca, danos a nível renal e hepático, edema, perda de eletrólitos e desidratação, perda de potássio.

Camomila, Camomila-de-Paris, Camomila-romana, Macela Macela-dourada Macela-flor, Macelão (Jardim Botânico UTAD, 2014).

Resultados de etnoveterinária no Alentejo Família: Asphodelaceae

Aplicações referidas (nº de citações): traumatismos (inchaços e feridas) (3).

Família: Asteraceae Partes utilizadas: inflorescências

Partes utilizadas: folhas (gel). Espécies alvo: equídeos, caprinos, ovinos. Principais utilizações medicinais: Uso interno: em baixa dosagem tem ação tónica, digestiva e colagoga. Uso externo: (gel) para feridas, queimaduras solares, eczemas, acne (Bown, 1995; Vasquez Pardo et al., 2008; Tavares, Zuzarte e Salgueiro, 2010). O suco, concentrado e seco, está, segundo a Comissão Europeia, aprovado para a obstipação. Outras utilizações: cosmética, planta ornamental, etc. (Bown, 1995; Vasquez Pardo et al., 2008, 2008; Tavares, Zuzarte e Salgueiro, 2010). Toxicidade: não deve ser administrada a mulheres grávidas ou a amamentar (pode ser tóxica para o feto ou lactente), pacientes com hemorróidas, síndrome de intestino irritável, com problemas cardíacos ou com dificuldades renais. As folhas são um purgativo forte (Bown, 1995; Vasquez Pardo et al., 2008). O gel por vezes provoca dermatites de contacto (Tavares, Zuzarte e Salgueiro, 2010) ou urticária devido ao uso continuado (Vasquez Pardo et al., 2008). Pode interferir com os medicamentos que atuam a nível cardíaco (ex.: digoxina), diuréticos e laxantes, glibenclamida, antiretrovirais e sevoflurano (Jardim Botânico UTAD, 2014), sendo o seu uso desaconselhado sob medicação (Vasquez Pardo et al., 2008). Muito tóxico por via oral, poden-

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Principais utilizações medicinais: Uso interno: digestivo, relaxante, analgésico, anti-inflamatório, antiespasmódico, estomáquico, tónico e vasodilatador (infusão das flores: óleo essencial) (Jardim Botânico UTAD, 2014); problemas digestivos (cólicas, enjoos matinais, dispepsia), problemas menstruais, insónia, hiperatividade. Uso externo: afeções da pele (irritações) (Bown, 1995). Outras utilizações: ornamental; em preparações para tratamento do cabelo (Bown, 1995). Toxicidade: reações alérgicas em pessoas sensíveis (Jardim Botânico UTAD, 2014). O óleo essencial é um estimulante uterino, não adequado a grávidas (Bown, 1995). Resultados de etnoveterinária no Alentejo: Aplicações referidas (nº de citações): afeções do trato gastrointestinal (9); traumatismos (4); afeções do olho (3); afeções do sistema respiratório (2). Espécies alvo: bovinos, equídeos, suinos.

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Cichorium intybus Chicória, Almeirão, Chicória-amarga, Chicória-do-café (Jardim Botânico UTAD, 2014).

Cistus ladanifer Esteva, Estêva, Ládano, Lábdano, Roselha, Xara (Jardim Botânico UTAD, 2014).

Família: Asteraceae

Família: Cistaceae

Partes utilizadas: folhas, raízes

Partes utilizadas: folhas, labdanum (óleo-resina).

Principais utilizações medicinais: Uso interno: problemas hepáticos, reumatismo, hemorróidas. Ação digestiva, depurativa, diurética (Bown, 1995), colagoga, hipertensora, refrescante, tónica, eupéptica (Vasquez Pardo et al., 2008). Também descrita ação estimulante do apetite, hipoglicémica, laxante e tónica (raíz). Usado no tratamento da icterícia, gota e reumatismo (decocção da raíz). Diminui a pulsação (extrato da raíz) (Jardim Botânico UTAD, 2014). Em veterinária: ação antihelmíntica (nemátodos/ vermes redondos em ovinos e veados (Deane et al., 2002; Kidane et al., 2009, Mwendwa, 2007; Miller et al., 2011).

Principais utilizações medicinais: Uso interno: aromático, expetorante, estimulante, coagulante e antibacteriano; tratamento da diarreia e catarro; emenagogo (Jardim Botânico UTAD, 2014, Bown, 1995).

Outras utilizações: alimentação (a raiz é um sucedâneo do café; as folhas são comestíveis após fervidas para remover o amargor); planta ornamental e cosmética (Vasquez Pardo et al., 2008).

Resultados de etnoveterinária no Alentejo:

Toxicidade: a sobredosagem pode afetar a retina (Jardim Botânico UTAD, 2014).

Outras utilizações: ornamental; labdanum utilizado na indústria de perfumes (Bown, 1995). Toxicidade: quando usado como coagulante pode interferir com os medicamentos coagulantes convencionais, podendo resultar em eventos patológicos cardíacos e respiratórios (Jardim Botânico UTAD, 2014).

Aplicações referidas (nº de citações): traumatismos (12); ectoparasitoses (1) Espécies alvo: bovinos, equídeos, canídeos, caprinos, ovinos, suínos.

Resultados de etnoveterinária no Alentejo: Aplicações referidas (nº de citações): afeções do trato gastrointestinal (1). Espécie alvo: bovinos.

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Cucurbita sp. Abóbora

Daphne gnidium Trovisco, Erva-de-João-Pires, Gorreiro, Lauréola-macha, Mezereão-menor, Trovisco-fêmea, Trovisqueira (Jardim Botânico UTAD, 2014).

Família: Cucurbitaceae

Família: Thymelaeaceae

Partes utilizadas: sementes

Partes utilizadas: caule (casca), folhas, sumidades floridas.

Principais utilizações medicinais: C. máxima: uso interno como vermífugo (vermes redondos intestinais), na prostatite e enjoos. O seu uso é seguro em grávidas, crianças e doentes debilitados (Bown, 1995). Outras utilizações: alimentar. O fruto é ornamental. Toxicidade: sem referências Resultados de etnoveterinária no Alentejo: não referida.

Principais utilizações medicinais: Uso interno: purgante drástico, cicatrizante. Uso externo: a casca é vesicante e rubefaciente (Raimundo, 2010). Outras utilizações: a água de trovisco tem utilização para matar piolhos, formigas, etc. Uso cosmético: unguento (a partir das folhas) para pintar o cabelo de preto e eliminar a caspa (Raimundo, 2010). Toxicidade: dermatite (contacto da seiva com a pele) (Jardim Botânico UTAD, 2014). Todas as partes da planta são muito venenosas. Ingerido produz náuseas, hemorragia urinária e vómitos. A sua resina é um purgante potente. Aplicado de forma externa irrita a pele e as mucosas (efeito similar ao de uma queimadura) (Raimundo, 2010). Resultados de etnoveterinária no Alentejo: Aplicações referidas (nº de citações): afeções do trato gastrointestinal (14); ectoparasitoses (2); traumatismos (1) Espécies alvo: ovinos, suínos, caprinos, bovinos, equídeos.

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Eucaliptus globulus Eucalipto, Eucalipto-comum, Gomeiro-azul (Jardim Botânico UTAD, 2014).

Foeniculum vulgare Funcho, Erva-doce, Fiôlho, Fionho, Funcho-amargo, Funcho-bravo, Funcho-de-Florença, Funcho-doce, Funcho-hortense (Jardim Botânico UTAD, 2014)

Família: Myrtaceae

Família: Apiaceae

Partes utilizadas: folhas, óleo essencial.

Partes utilizadas: planta inteira, óleo essencial (Bown, 1995).

Principais utilizações medicinais: Uso interno: inalação para problemas respiratórios (catarros, bronquites, constipações, etc.). Uso externo: linimentos e unguentos em feridas, entorses e dores musculares (Bown, 1995). Outras utilizações: pasta de papel, árvore ornamental. Toxicidade: em excesso pode provocar dor de cabeça, convulsões, delírio, raramente a morte (Bown, 1995).

Principais utilizações medicinais: Uso interno: indigestão, cólicas, lactação insuficiente (sementes), problemas urinários, garganta inflamada, lavagens bucais, problemas digestivos (flatulência) (Bown, 1995); expetorante na tosse (EMEA, 2007). Outras utilizações: alimentação, condimento. As folhas são usadas na culinária, as sementes no fabrico de licores (Tavares, Zuzarte e Salgueiro, 2010). Óleo essencial usado em sabões, pastas de dentes, etc. (Bown, 1995).

Resultados de etnoveterinária no Alentejo: Aplicações referidas (nº de citações): afeções do sistema respiratório (constipação, tosse) (3); ectoparasitoses (1)

Toxicidade: Contraindicado em doses elevadas devido à neurotoxicidade do anetol (Tavares, Zuzarte e Salgueiro, 2010). Resultados de etnoveterinária no Alentejo:

Espécies alvo: equídeos, canídeos, galiformes. Aplicações referidas (nº de citações): afeções do trato gastrointestinal (cólicas, empanturramento, diarreia) (5); traumatismos (feridas) (2); afeções do sistema respiratório (constipações) (2); traumatismos (2); distócia (1) Espécies alvo: bovinos, equídeos, ovinos.

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Hypericum tomentosum Calafito. Hipericão-peludo, Milfurada-peluda (Jardim Botânico UTAD, 2014).

Juglans regia Nogueira

Família: Hypericaceae

Família: Juglandaceae

Partes utilizadas: planta inteira (parte aérea).

Partes utilizadas: folhas, caule (casca), frutos (Bown, 1995).

Principais utilizações medicinais: devido à escassez de bibliografia para H. tomentosum, referem-se as espécies: H. perforatum: ansiedade, distúrbios nervosos, problemas menstruais; feridas, queimaduras, entorses (Bown, 1995; Proença da Cunha et al., 2009; Vasquez Pardo et al., 2008). A EMEA (2009) reconhece o seu uso para o tratamento de episódios depressivos. H. androsaemum: ação hepatoprotectora, diurética, cicatrizante (compostos fenólicos) (Tavares, Zuzarte e Salgueiro, 2010). Toxicidade (H. perforatum): prejudicial se ingerido; fotossensibilidade cutânea (Bown, 1995). Não deve ser dado a grávidas e lactantes. Têm sido encontrados problemas de toxicidade por provocar alergias gástricas que favorecem o aparecimento de náuseas e/ou vómitos e cefaleias (Vasquez Pardo et al., 2008).

Principais utilizações medicinais: Uso interno: obstipação, tosse crónica, asma, pedra renal, diarreia e anemia, problemas menstruais. Uso externo: herpes, problemas de pele, inflamações de olho, queda de cabelo (Bown, 1995). Outras utilizações: madeira, alimentação (fruto). Tintureira (folhas e casca de fruto), usada em tintas de cabelo (Bown, 1995). Resultados de etnoveterinária no Alentejo: Aplicações referidas (nº de citações): ectoparasitoses (carraças) (6); traumatismos (feridas) (4); afeções do trato gastrointestinal (1) Espécies alvo: equídeos, bovinos, ovinos, suínos, canídeos.

Resultados de etnoveterinária no Alentejo: Aplicações referidas (nº de citações): traumatismos (inchaços, feridas, inflamações da boca) (54); afeções do trato gastrointestinal (obstipação, cólica, indigestão) (12); afeções do olho (4); febre (1); laminite (1) Espécies alvo: equídeos, bovinos, caprinos, ovinos.

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Malva spp. Malva

Mentha cervina Hortelã da ribeira, Poejo fino, Alecrim-do-rio, Erva-peixeira, Hortelã-crespa, Hortelã-dos-campos, Hortelã-dos-pântanos, Menta-peixeira (Jardim Botânico UTAD, 2014).

Família: Malvaceae

Família: Lamiaceae

Partes utilizadas: folhas, planta florida.

Partes utilizadas: planta inteira (parte aérea).

Principais utilizações medicinais (M. sylvestris): Uso interno: obstipação, diarreia, gastrites, úlcera péptica, inflamações orofaríngeas, asma, bronquite, gripe e resfriados. (Bown, 1995). A Comissão Europeia aprovou o seu uso para inflamações da mucosa bucofaríngea e tosse seca. Indicada para inflamações das mucosas gastrointestinais e como laxante suave. Uso externo: infeções cutâneas, da cavidade bucal e outras mucosas, picadas de insetos (Bown, 1995). Popularmente é usada como anti-inflamatório local (feridas, abcessos, picadas de insetos) (Tavares, Zuzarte e Salgueiro, 2010).

Principais utilizações medicinais: Uso interno: problemas respiratórios (constipações, gripes, garganta inflamada); problemas digestivos (indigestão); vermífugo (Póvoa e Farinha, 2009; Monteiro et. al., 2007).

Toxicidade: Doses muito elevadas são laxativas (Bown, 1995).

Resultados de etnoveterinária no Alentejo: não referida.

Outras utilizações: alimentação (condimento, licores) (Póvoa e Farinha, 2009; Monteiro et. al., 2007). Toxicidade: não aconselhável a grávidas em doses elevadas (Bown, 1995).

Resultados de etnoveterinária no Alentejo: (Malva spp.; Lavatera spp.) Aplicações referidas (nº de citações): traumatismos (59); afeções do trato gastrointestinal (19); afeções do trato respiratório (2); ectoparasitoses (1); laminite (1). Espécies alvo: bovinos, canídeos, caprinos, ovinos, equídeos, suínos.

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Mentha pulegium Poejo, Hortelã-dos-Açores, Hortelã-pimenta-mansa, Poejo, Poêjos (Jardim Botânico UTAD, 2014).

Mentha spicata Hortelã, Hortelã das cozinhas, Hortelã de leite (Tavares, Zuzarte e Salgueiro, 2010).

Família: Lamiaceae

Família: Lamiaceae

Partes utilizadas: planta inteira (parte aérea).

Partes utilizadas: folhas, óleo essencial.

Principais utilizações medicinais: Uso interno: problemas respiratórios (constipações, gripes, garganta inflamada); problemas digestivos (indigestão, cólicas), febres, problemas menstruais; vermífugo (Póvoa e Farinha, 2009; Monteiro et. al., 2007). Indigestão, cólicas, problemas menstruais (Bown, 1995).

Principais utilizações medicinais: Problemas digestivos, o óleo por inalações e fricções em bronquites (Tavares, Zuzarte e Salgueiro, 2010). Usada para tratar a indigestão, cólicas, inflamação do trato respiratório superior (Bown, 1995).

Outras utilizações: alimentação (condimento, licores) (Póvoa e Farinha, 2009; Monteiro et. al., 2007). Toxicidade: não aconselhável a grávidas em doses elevadas (Bown, 1995).

Outras utilizações: alimentação (condimento); utilizada em pastas de dentes, cremes de barbear, gomas e bombons (Bown, 1995; Tavares, Zuzarte e Salgueiro, 2010). Toxicidade: não aconselhável a grávidas em doses elevadas. Resultados de etnoveterinária no Alentejo:

Resultados de etnoveterinária no Alentejo: Aplicações referidas (nº de citações): afeções do sistema respiratório (constipação) (5); ectoparasitoses (3); endoparasitoses (3); afeções do trato gastrointestinal (indigestão) (2)

Aplicações referidas (nº de citações): endoparasitoses (lombrigas) (14); afeções do sistema respiratório (constipação) (1). Espécies alvo: bovinos, canídeos, caprinos, ovinos, equídeos, suínos.

Espécies alvo: galiformes, bovinos, caprinos, ovinos, suínos.

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Olea europaea Oliveira

Família: Oleaceae Partes utilizadas: folhas, frutos (azeite).

Parietaria judaica Alfavaca de cobra, Alfavaca, Alfavaca-da-cobra, Alfavaca-de-cova, Amarras, Cobrinha, Columbrina, Erva-das-muralhas, Erva-das-paredes, Erva-de-Nossa-Senhora, Erva-de-Santa-Ana, Erva-de-Santana, Erva-do-amorra, Erva-dos-muros, Erva-fura-paredes, Fava-da-cova, Helxina, Parietária, Pulitaina, Pulitária, Urtiga-mansa (Jardim Botânico UTAD, 2014). Família: Urticaceae

Principais utilizações medicinais: Uso interno: hipertensão (folhas); tensão nervosa, obstipação e úlceras pépticas (azeite) (Bown, 1995). Diurético (EMEA, 2011). O azeite é usado como laxativo, colagogo, em cólicas gastrointestinais (Costa, 1994), hipotensor, hipocolesteremiante, antiespasmódico e antiarrítmico; antioxidante e diurético. Uso externo: o azeite tem efeito emoliente em aplicação tópica, na caspa e pele seca (Tavares, Zuzarte e Salgueiro, 2010). Para queimaduras de pele (Costa, 1994).

Partes utilizadas: planta inteira (parte aérea). Principais utilizações medicinais: cálculos renais, cistite, problemas renais crónicos (Bown, 1995). Toxicidade: alergénica (Bown, 1995). Resultados de etnoveterinária no Alentejo:

Outras utilizações: alimentação (fruto, azeite); indústria de sabão; planta ornamental.

Aplicações referidas (nº de citações): afeções do trato gastrointestinal (indigestão) (1)

Toxicidade: sem referências.

Espécie alvo: bovinos.

Resultados de etnoveterinária no Alentejo: Aplicações referidas (nº de citações): afeções do trato gastrointestinal (25); traumatismos (feridas e inchaços) (23); febre (3); ectoparasitoses (3); endoparasitoses (1); afeções do sistema respiratório (4). Espécies alvo: bovinos, canídeos, caprinos, ovinos, equídeos, suínos.

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Plantago lanceolata Tanchagem, Acatá, Calracho, Carrajó, Carrijó, Corrijó, Corrió, Erva-de-ovelha, Língua-de-ovelha, Língua-de-vaca, Orelha-de-cabra, Ovelha, Tanchagem, Tanchagem-das-boticas, Tanchagem-menor, Tanchagem-ordinária, Tanchagem-terrestre, Tantage (Jardim Botânico UTAD, 2014).

Plantago major Erva das sete linhas, Chantag, Chentage, Chinchage, Chinchagem, Chinchais, Engorda-porcos, Erva-das-sete-linhas, Erva-dos-sete-castelos, Sinchais, Tanchage, Tanchagem, Tanchagem-folha-larga, Tanchagem-maior, Tantage (Jardim Botânico UTAD, 2014).

Família: Plantaginaceae

Família: Plantaginaceae

Partes utilizadas: folhas.

Partes utilizadas: folhas.

Principais utilizações medicinais: Uso interno: diarreia, hemorróidas, bronquite, catarro, sinusite, asma, tosse seca, gastrites. Uso externo: feridas, úlceras, inflamações oculares, picadas de insetos. Humanos: (EMEA, 2014) - emoliente para o tratamento sintomático de irritações cavidade oral ou faringe e tosse seca associada. Veterinária: nos ovinos, anti-helmíntico (nemátodos) (Fraser et al., 1997), diurético, antibiótico (rúmen) (Rumball et al., 2010); nos bovinos, anti-helmíntico (nemátodos intestinais (Sievers & Nannig, 2006).

Principais utilizações medicinais: Uso interno: obstipação, diarreia, hemorróidas, bronquite, catarro, sinusite, asma, tosse seca, gastrites; Uso externo: feridas, úlceras, inflamações oculares, picadas de insetos (Bown, 1995).

Outras utilizações: pastagens.

Aplicações referidas (nº de citações): traumatismo (feridas) (1).

Outras utilizações: pastagens. Toxicidade: sem referências. Resultados de etnoveterinária no Alentejo:

Resultados de etnoveterinária no Alentejo: Espécies alvo: equídeos, canídeos. Aplicações referidas (nº de citações): afeções respiratórias (alergias, asma, rinites) (1); ectoparasitoses (picadas de insetos) (1). Espécie alvo: canídeos.

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Quercus suber Sobreiro, Chaparreiro, Chaparro, Sobro, Sovereiro, Sôbro (Jardim Botânico UTAD, 2014).

Rosmarinus officinalis Alecrim, Alecrim-da-terra, Alecrinzeiro, Alicrizeiro, Rosmaninho (Jardim Botânico UTAD, 2014).

Família: Lamiaceae Família: Fagaceae

Partes utilizadas: folhas, ramos floridos.

Partes utilizadas: caule (madeira, cortiça).

Principais utilizações medicinais: Uso interno: anorexia (Tavares, Zuzarte e Salgueiro, 2010); depressão, apatia, dor de cabeça, ansiedade, problemas de circulação sanguínea; reumatismo, artrite (Bown, 1995). Aprovado pela Comissão Europeia para tratamento de doenças dispépticas. Uso externo: lesões musculares, feridas, caspa (Bown, 1995). Tratamento do couro cabeludo em dermatites e outras afeções de pele (Tavares, Zuzarte e Salgueiro, 2010). Aprovado pela Comissão Europeia para uso externo no reumatismo e problemas circulatórios.

Principais utilizações medicinais (Q. róbur): Uso interno: diarreias, desinterias, hemorragias. Uso externo: hemorróidas, dor de garganta, afeções de pele (dermatites, eczemas, úlceras, etc.) (Bown, 1995). Outras utilizações: madeira e cortiça; coberto de pastagens; ornamental. Toxicidade: a ingestão pelos ruminantes de bolotas jovens, ricas em taninos hidrolisáveis, leva a intoxicação pelos metabolitos dos taninos, resultando em estase ruminal, anorexia, debilidade, diarreia hemorrágica e morte súbita (Smith, 2008). Resultados de etnoveterinária no Alentejo: Aplicações referidas (nº de citações): traumatismos (8); afeções da pele (3). Espécies alvo: bovinos, ovinos, canídeos, felinos.

Outras utilizações: alimentar (condimento) e ornamental. Toxicidade: não aconselhável por via interna em grávidas, lactantes e crianças com menos de 6 anos, nem em doentes com gastrite, doenças neurológicas, doenças inflamatórias intestinais. Evitar aplicação sobre mucosas e zonas cutâneas desprotegidas (Tavares, Zuzarte e Salgueiro, 2010). O excesso provoca convulsões e aborto (Bown, 1995). Resultados de etnoveterinária no Alentejo: Aplicações referidas (nº de citações): traumatismos (feridas, inchaços, inflamações ) (5); afeções do olho (4); ectoparasitoses (piolho) (1); anemia (1). Espécies alvo: bovinos, caprinos, canídeos, equídeos, suínos.

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Sanguisorba verrucosa Pimpinela, Pimpinela-pequena (Jardim Botânico UTAD, 2014).

Senecio sp. Tasneirinha, Erva-de-São-Tiago, Tasna

Família: Rosaceae

Família: Asteraceae

Partes utilizadas: planta inteira (parte aérea).

Partes utilizadas: folhas; sumidades floridas.

Principais utilizações medicinais: S. officinalis: diarreia, disenteria, hemorróidas, queimaduras e outras afecções de pele (Bown, 1995). Sanguisorba minor: protetor digestivo, diurético (Gürbüz et al., 2005); antioxidante (Alzheimer) diarreia, problemas abdominais (Ferreira et al., 2006); conjuntivite, febre (Camejo-Rodrigues, 2003). ação inibidora do HIV (Bedoya et al., 2001). Veterinária: promoção da produção leiteira (bovinos) (Viegi et al., 2003).

Principais utilizações medicinais: S. aureus: Uso interno em problemas menstruais e hemorragia pulmonar. Uso externo em hemorragias vaginais (Bown, 1995). Outras utilizações: ornamental.

Outras utilizações: pastagens; fixação de taludes (requalificação ambiental).

Toxicidade: S. aureus: o seu uso deve ser restrito a profissionais. Não administrar a grávidas (Bown, 1995). S. jacobaea: espécie tóxica devido à presença de alcaloides que atacam o fígado (Vasquez Pardo et al., 2008).

Resultados de etnoveterinária no Alentejo:

Resultados de etnoveterinária no Alentejo:

Aplicações referidas (nº de citações): traumatismos (feridas) (6); febre (6).

Aplicações referidas (nº de citações): Traumatismos (12).

Espécies alvo: bovinos, canídeos, caprinos, ovinos, equídeos, suínos.

Espécies alvo: equídeos, bovinos, ovinos, suínos, caprinos.

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Trifolium angustifolium Rabo- de-raposa, Rabo-de-gato Trevo-de-folhas-estreitas, Trevo-massaroco (Jardim Botânico UTAD, 2014).

Triticum aestivum Trigo

Família: Fabaceae

Família: Poaceae

Partes utilizadas: inflorescência (seca).

Partes utilizadas: semente (farinha).

Principais utilizações medicinais: T. pratense: Uso interno em cancro de mama, ovários e sistema linfático; doenças degenerativas crónicas, gota, tosse. Uso externo em afeções de pele (eczema, psoriase) (Bown, 1995).

Principais utilizações medicinais: na Estremadura espanhola existem registos da utilização como laxante, analgésico e para o combate a problemas dérmicos (Vasquez Pardo et al., 2008). Outras utilizações: alimentação humana e animal.

Outras utilizações: pastagens. Toxicidade: Sem referências. Toxicidade: sem referências. Resultados de etnoveterinária no Alentejo: Resultados de etnoveterinária no Alentejo: Aplicações referidas (nº de citações): afeções do trato gastrointestinal (12) Espécies alvo: bovinos, equídeos, canídeos, caprinos, ovinos, suínos.

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Aplicações referidas (nº de citações): traumatismos (2); afeções do trato gastrointestinal (2); debilidade (2); anemia (4). Espécies alvo: bovinos, ovinos, suínos, equídeos.

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Urginea maritima Cebola albarrã, Cebola-do-mar, Cila (Jardim Botânico UTAD, 2014).

Vitis vinifera Videira, Parreira, Videira-europeia, Vinha, Vinha-brava (Jardim Botânico UTAD, 2014).

Família: Asparagaceae

Família: Vitaceae

Partes utilizadas: bolbo.

Partes utilizadas: folhas, frutos (frescos, vinho, vinagre) (Bown, 1995).

Principais utilizações medicinais: Uso interno: bronquite, asma. Uso externo: caspa (Bown, 1995). Preparações homeopáticas (EMEA, 1999). Outras utilizações: indústria farmacêutica e cosmética (Bown, 1995). Toxicidade: o seu uso deve ser restrito a profissionais. Extremamente tóxico. Usado como veneno para os ratos (Bown, 1995).

Principais utilizações medicinais: Uso interno: problemas menstruais, problemas urinários, hipertensão, colesterol. Uso externo: varizes, erupções de pele, inflamações da boca, garganta e olhos (Bown, 1995). Outras utilizações: alimentação (uva de mesa, vinho, vinagre, sumos, etc.). Toxicidade: em excesso - alcoolismo.

Resultados de etnoveterinária no Alentejo: Resultados de etnoveterinária no Alentejo: Aplicações referidas (nº de citações): ectoparasitoses (1); traumatismos (3); afeções da pele (5). Espécies alvo: equídeos, bovinos, suínos, caprinos, ovinos.

Aplicações referidas (nº de citações): traumatismos (feridas) (8); afeções do trato gastrointestinal (indigestão, cólicas, diarreia) (7); anemia (6). Espécies alvo: bovinos, equídeos, ovinos, caprinos.

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Xolantha tuberaria Erva alcária, Alcar, Alcária, Erva-das-túberas, Sargacinha (Jardim Botânico UTAD, 2014).

5. PERSPECTIVAS FUTURAS O conhecimento tradicional sobre a utilização de plantas no tratamento de animais está sobretudo na posse de pessoas idosas e é atualmente pouco aplicado, o que justifica a recolha da informação ainda existente. A utilização do conhecimento tradicional pelas pessoas mais novas, muitas vezes com recurso também a informação literária, apesar de pouco frequente, é um indicador de que estes conhecimentos são valorizados na atualidade.

Família: Cistaceae Partes utilizadas: planta inteira

Os problemas de saúde mais referidos no estudo etnoveterinário no Alentejo foram os traumatismos e as afeções do trato gastrointestinal (respetivamente em 47% e 25% das cita-

Principais utilizações medicinais: inibidor do HIV (Bedoya et al., 2010).

ções). Os restantes (febre, afeções do sistema respiratório, ectoparasitas, endoparasitas,

Toxicidade: sem referência.

menos referidos (cada um com menos de 10% das citações). Os tratamentos eram, ou ainda

Resultados de etnoveterinária no Alentejo:

são, aplicados maioritariamente em bovinos, equídeos e ovinos, recorrendo sobretudo ao uso

anemia, afeções do olho, afeções da pele, distócia, debilidade, infeções e laminite) foram

de Malvas, Calafito e Oliveira. Aplicações referidas (nº de citações): traumatismos (38); afeções do trato gastrointestinal (3); afeções do olho (3). Espécies alvo: bovinos, caprinos, ovinos, equídeos, suínos, galiformes.

Destaca-se que foram referidas 96 plantas distintas, utilizadas para tratar animais, sendo que só para tratar traumatismos foram referidas 46 plantas. Estes valores são indicativos do elevado potencial a explorar em fitoterapia. As principais utilizações tradicionais referidas encontram fundamento na bibliografia. Desta forma, a fitoterapia em medicina veterinária pode contribuir para sistemas de produção animal mais sustentáveis, visando não só o modo de produção biológico, mas também os pequenos produtores, independentemente do modo de produção. Para algumas espécies de plantas, avaliar a sua inclusão na forragem (onde se podem controlar as doses), ou até na pastagem, poderá contribuir para reduzir o número de tratamentos sanitários e para combater efeitos colaterais indesejáveis da aplicação de tratamentos químicos aos animais, nomeadamente o aparecimento de resistências, com as vantagens associadas à fácil aplicabilidade e aos baixos custos inerentes.

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6. BIBLIOGRAFIA Os estudos de etnobiologia podem constituir a base para trabalhos futuros na área da fitoquímica e da farmacologia, os quais podem conduzir a novos produtos terapêuticos. Estes estudos podem contribuir para a valorização da biodiversidade de espécies vegetais e dos ecossistemas, por permitir novas vertentes para a utilização destas espécies. A aplicação dos conhecimentos tradicionais em fitoterapia veterinária deve, contudo, ser prévia e cientificamente comprovada.

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7. INFORMANTES

8. MEMÓRIAS DE CAMPO

Código Entrevista

Localidade

Código Entrevista

Localidade

VET 1

Monte do Pardo, Nisa

VET 29

A-do-Pinto, Serpa

VET 2

S. Julião, Portalegre

VET 30

Elvas

VET 3

Amareleja

VET 31

Escusa, Ponte de Sor

VET 4

Foros de Mora; Mora

VET 32

Elvas

VET 5

Farinha Branca, Ponte de Sor

VET 33

Elvas

VET 6

Figueira e Barros, Avis

VET 34

Terrugem, Elvas

VET 7

Montargil, Ponte de Sor

VET 35

Elvas

VET 8

Safira, Montemor

VET 36

Rosmaninhal; Ponte de Sor

VET 9

Amareleja

VET 37

Estremoz

VET 10

Degolados, Arronches

VET 38

Elvas

VET 11

Vale de Vargo, Serpa

VET 39

Nave Redonda, Odemira

VET 12

Sta. Catarina, Alcácer do Sal

VET 40

Vale de Vargo, Serpa

VET 13

Sta. Catarina, Alcácer do Sal

VET 41

Alqueva, Portel

VET 14

Mte. C. Margarida, Aljustrel

VET 42

Abela, Santiago do Cacém

VET 15

Nave Redonda, Odemira

VET 43

S. Bartolomeu da Serra, Santiago do Cacém

VET 16

Sabóia, Odemira

VET 44

Malhão, Santiago do Cacém

VET 17

Sabóia, Odemira

VET 45

S. Salvador da Aramenha, Marvão

VET 18

Vale de Vargo, Serpa

VET 46

S. Pedro do Corval, Reguengos de Monsaraz

VET 19

Vale de Vargo, Serpa

VET 47

Malhada Alta, Alandroal

VET 20

Amareleja

VET 48

Valverde, Évora

VET 21

Barrancos

VET 49

Estação das Alcáçovas, Évora

VET 22

Vale de Vargo, Serpa

VET 50

Vera Cruz, Portel

VET 23

Vidigueira

VET 51

Portel

VET 24

Castro Verde

VET 52

Portel

VET 25

Mina de S. Domingos, Mértola

VET 53

Santana, Portel

VET 26

Vale de Vargo, Serpa

VET 54

Amareleja

VET 27

Vale de Vargo, Serpa

VET 55

Amareleja

VET 28

Vale de Vargo, Serpa

VET 56

Arronches

66

MUITO OBRIGADO A TODOS VOLTAR ÍNDICE

67


PRESSUPOSTOS DE BASE PARA ESTE TRABALHO > Nas pastagens naturais encontram-se

> Existe conhecimento tradicional sobre

muitas espécies de plantas que contém

a utilização de plantas no tratamento

princípios ativos que ajudam a prevenir

de animais. Este conhecimento está na

o aparecimento de doenças dos animais

posse essencialmente de pessoas idosas,

e a reduzir a quantidade de tratamentos

razão pela qual deve ser registado porque

aplicados. Estas espécies, com potencial

corre o risco de desaparecer.

medicinal, necessitam ser valorizadas para corresponder às exigências do consumidor para que os produtos animais contenham menos resíduos de produtos químicos.


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