É, infelizmente, bastante pobre, ou mesmo exígua, a tradição colecionista em Portugal, tal como pobre é, e tem sido, a criação sustentada de um mercado de arte. A situação do País, ao longo de quase todo o século XX, cerca de 50 anos debaixo de uma ditadura, não propiciou, como em outros países europeus, ou nos EUA, um desenvolvimento liberal dos costumes, que pudesse fazer da arte objecto de curiosidade, de distinção ou de prestígio e, longamente, a sua sustentação partiu sobretudo do Estado, o que propiciou durante décadas, entre outras coisas, a arregimentação da arte pelo poder.