Empresa Brasil edição 108

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Empresa

Brasil

Ano 11 l Número 108 l Julho de 2014

Baixo crescimento da economia resgata agenda de reformas Seja quem for o eleito, o presidente da República terá de fazer, a partir de 2015, um novo pacto para empurrar o país para a frente

SUPER SIMPLES: CACB MOBILIZA FEDERAÇÕES PARA APOIAR TEXTO APROVADO NA CÂMARA


Federações CACB DIRETORIA DA CACB TRIÊNIO 2013/2015 PRESIDENTE INTERINO Rogério Pinto Coelho Amato (SP) VICE-PRESIDENTES Antônio Freire (MS) Djalma Farias Cintra Junior (PE) Jésus Mendes Costa (RJ) Jonas Alves de Souza (MT) José Sobrinho Barros (DF) Rainer Zielasko (PR) Reginaldo Ferreira (PA) Sérgio Roberto de Medeiros Freire (RN) Wander Luis Silva (MG) VICE-PRESIDENTE DE ASSUNTOS INTERNACIONAIS Sérgio Papini de Mendonça Uchoa (AL) VICE-PRESIDENTE DE COMUNICAÇÃO Alexandre Santana Porto (SE) VICE-PRESIDENTE DA MICRO E PEQUENA EMPRESA Luiz Carlos Furtado Neves (SC) VICE-PRESIDENTE DE SERVIÇOS Pedro José Ferreira (TO) DIRETOR–SECRETÁRIO Jarbas Luis Meurer (TO) DIRETOR–FINANCEIRO George Teixeira Pinheiro (AC)

Acre – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Acre – FEDERACRE Presidente: George Teixeira Pinheiro Avenida Ceará, 2351 Bairro: Centro Cidade: Rio Branco CEP: 69909-460

Paraná – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná – FACIAP Presidente: Rainer Zielasko Rua: Heitor Stockler de Franca, 356 Bairro: Centro Cidade: Curitiba CEP: 80.030-030

Alagoas – Federação das Associações Comerciais do Estado de Alagoas – FEDERALAGOAS Presidente: Kennedy Davidson Pinaud Calheiros Rua Sá e Albuquerque, 302 Bairro: Jaraguá Cidade: Maceió CEP: 57.020-050

Pernambuco – Federação das Associações Comerciais e Empresariais de Pernambuco – FACEP Presidente: Jussara Pereira Barbosa Rua do Bom Jesus, 215 – 1º andar Bairro: Recife Cidade: Recife CEP: 50.030-170

Amapá – Associação Comercial e Industrial do Amapá – ACIA Presidente: Nonato Altair Marques Pereira Rua General Rondon, 1385 Bairro: Centro Cidade: Macapá CEP: 68.900-182

Piauí – Associação Comercial Piauiense - ACP Presidente: José Elias Tajra Rua Senador Teodoro Pacheco, 988, sala 207. Ed. Palácio do Comércio 2º andar - Bairro: Centro Cidade: Teresina CEP: 64.001-060

Amazonas – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Amazonas – FACEA Presidente: Valdemar Pinheiro Rua Guilherme Moreira, 281 Bairro: Centro Cidade: Manaus CEP: 69.005-300 Bahia – Federação das Associações Comerciais do Estado da Bahia – FACEB Presidente: Clóves Lopes Cedraz Rua Conselheiro Dantas, 5. Edifício Pernambuco, 9° andar Bairro: Comércio Cidade: Salvador CEP: 40.015-070 Ceará – Federação das Associações Comerciais do Ceará – FACC Presidente: João Porto Guimarães Rua Doutor João Moreira, 207 Bairro: Centro Cidade: Fortaleza CEP: 60.030-000 Distrito Federal – Federação das Associações Comerciais e Industriais do Distrito Federal e Entorno – FACIDF Presidente: Francisco de Assis Silva SAI Quadra 5C, Lote 32, sala 101 Cidade: Brasília CEP: 71200-055

CONSELHO FISCAL TITULARES Jadir Correa da Costa (RR) Ubiratan da Silva Lopes (GO) Valdemar Pinheiro (AM)

Espírito Santo – Federação das Associações Comerciais, Industriais e Agropastoris do Espírito Santo – FACIAPES Presidente: Amarildo Selva Lovato Rua Henrique Rosetti, 140 - Bairro Bento Ferreira Vitória ES - CEP 29.050-700

CONSELHO FISCAL SUPLENTE Alaor Francisco Tissot (SC) Itamar Manso Maciel (RN) Kennedy Davison Pinaud Calheiros (AL)

Goiás – Federação das Associações Comerciais, Industriais e Agropecuárias do Estado de Goiás – FACIEG Presidente: Ubiratan da Silva Lopes Rua 143 - A - Esquina com rua 148, Quadra 66 Lote 01 Bairro: Setor Marista Cidade: Goiânia CEP: 74.170-110

CONSELHO NACIONAL DA MULHER EMPRESÁRIA Avani Slomp Rodrigues (PR) CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO JOVEM EMPRESÁRIO Rodrigo Paolilo GERENTE ADMINSTRATIVO/FINANCEIRO César Augusto Silva COORDENADOR DO EMPREENDER Carlos Alberto Rezende COORDENADOR CBMAE/INTEGRA Valério Souza de Figueiredo COORDENADOR DO PROGERECS Luiz Antônio Bortolin COORDENADORA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL Neusa Galli Fróes EQUIPE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL Neusa Galli Fróes Cyntia Menezes Marcelo Melo SCS Quadra 3 Bloco A Lote 126 Edifício CACB 61 3321-1311 61 3224-0034 70.313-916 Brasília - DF Site: www.cacb.org.br

Maranhão – Federação das Associações Empresariais do Maranhão – FAEM Presidente: Domingos Sousa Silva Júnior Rua Inácio Xavier de Carvalho, 161, sala 05, Edifício Sant Louis. Bairro: São Francisco- São Luís- Maranhão CEP: 65.076-360 Mato Grosso – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Mato Grosso – FACMAT Presidente: Jonas Alves de Souza Rua Galdino Pimentel, 14 - Edifício Palácio do Comércio 2º Sobreloja – Bairro: Centro Norte Cidade: Cuiabá CEP: 78.005-020 Mato Grosso do Sul – Federação das Associações Empresariais do Mato Grosso do Sul – FAEMS Presidente: Antônio Freire Rua Quinze de Novembro, 390 Bairro: Centro Cidade: Campo Grande CEP: 79.002-917 Minas Gerais – Federação das Associações Comerciais e Empresariais de Minas Gerais – FEDERAMINAS Presidente: Emílio César Ribeiro Parolini Avenida Afonso Pena, 726, 15º andar Bairro: Centro Cidade: Belo Horizonte CEP: 30.130-002 Pará – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Pará – FACIAPA Presidente: Olavo Rogério Bastos das Neves Avenida Presidente Vargas, 158 - 5º andar Bairro: Campina Cidade: Belém CEP: 66.010-000 Paraíba – Federação das Associações Comerciais e Empresariais da Paraíba – FACEPB Presidente: Alexandre José Beltrão Moura Avenida Marechal Floriano Peixoto, 715, 3º andar Bairro: Bodocongo Cidade: Campina Grande CEP: 58.100-001

Rio de Janeiro – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Rio de Janeiro – FACERJ Presidente: Jésus Mendes Costa Rua do Ouvidor, 63, 6º andar - Bairro: Centro Cidade: Rio de Janeiro CEP: 20.040-030 Rio Grande do Norte – Federação das Associações Comerciais do Rio Grande do Norte – FACERN Presidente: Itamar Manso Maciel Júnior Avenida Duque de Caxias, 191 Bairro: Ribeira Cidade: Natal CEP: 59.012-200 Rio Grande do Sul – Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul - FEDERASUL Presidente: Ricardo Russowsky Rua Largo Visconde do Cairu, 17, 6º andar Palácio do Comércio - Bairro: Centro Cidade: Porto Alegre CEP: 90.030-110 Rondônia – Federação das Associações Comerciais e Industriais do Estado de Rondônia – FACER Presidente: Gerçon Szezerbatz Zanatto Rua Dom Pedro II, 637 – Bairro: Caiari Cidade: Porto Velho CEP: 76.801-151 Roraima – Federação das Associações Comerciais e Industriais de Roraima – FACIR Presidente: Jadir Correa da Costa Avenida Jaime Brasil, 223, 1º andar Bairro: Centro Cidade: Boa Vista CEP: 69.301-350 Santa Catarina – Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina – FACISC Presidente: Ernesto João Reck Rua Crispim Mira, 319 - Bairro: Centro Cidade: Florianópolis - CEP: 88.020-540 São Paulo – Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo – FACESP Presidente: Rogério Pinto Coelho Amato Rua Boa Vista, 63, 3º andar Bairro: Centro Cidade: São Paulo CEP: 01.014-001 Sergipe – Federação das Associações Comerciais, Industriais e Agropastoris do Estado de Sergipe – FACIASE Presidente: Alexandre Santana Porto Rua Jose do Prado Franco, 557 Bairro: Centro Cidade: Aracaju CEP: 49.010-110 Tocantins – Federação das Associações Comerciais e Industriais do Estado de Tocantins – FACIET Presidente: Pedro José Ferreira 103 Norte Av. LO 2 - 01 - Conj. Lote 22 Prédio da ACIPA Bairro: Centro Cidade: Palmas CEP: 77.001-022

• O conteúdo desta publicação representa o melhor esforço da CACB no sentido de informar aos seus associados sobre suas atividades, bem como fornecer informações relativas a assuntos de interesse do empresariado brasileiro em geral. Contudo, em decorrência da grande dinâmica das informações, bem como sua origem diversificada, a CACB não assume qualquer tipo de responsabilidade relativa às informações aqui divulgadas. Os textos assinados publicados são de inteira responsabilidade de seus respectivos autores.


PALAVRA DO PRESIDENTE Rogério Amato (interino)

A responsabilidade do governo

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m entrevista de quase três horas a um grupo de jornalistas estrangeiros, na primeira semana de junho, a presidente Dilma Rousseff disse que não sabe por que o Brasil não está crescendo mais rápido. E atribuiu em parte os problemas ao “mau humor” dos mercados em lugar de qualquer necessidade de reformas. Ocorre que a economia brasileira teve um crescimento médio de apenas 2% desde que Dilma assumiu o governo em 2011, cerca de metade do ritmo da última década. E o que tem o “mau humor” dos mercados com o PIB? Ora, todos sabem que o mercado não tem esse poder. O mercado simplesmente reflete a realidade da economia de um país. Entende-se por mercado um local ou contexto em que compradores (que compõem o lado da procura) e vendedores (que compõem o lado da oferta) de bens, serviços ou recursos estabelecem contatos e realizam transações. Não cabe a ele oferecer sugestões ou caminhos para tirar o país da lerdeza em que se encontra. No caso de estradas, portos, usinas hidrelétricas, hospitais, escolas, a responsabilidade do governo é clara. E o que vemos? A política baseada na expansão do consumo continua em operação, ainda que com menos força. Aí a responsabilidade do governo é inequívoca, pois na parte que lhe toca ele arrecada muito e investe pouquíssimo. Medido como proporção do PIB, o investimento vem caindo de forma consistente. Atingiu o pico de 19,5%

do PIB ao final de 2010 e 18,1% do PIB nos últimos quatro trimestres. Em contrapartida, os gastos do governo não param de crescer. Segundo estudo do economista Fábio Giambiagi, em 1991 – primeiro ano de estatísticas fiscais – o governo federal gastava 13,7% do PIB com as chamadas “despesas primárias”, ou seja, o gasto público exceto os juros da dívida. Em 2013, isso chegou a 22,8% do PIB. Em 22 anos, tivemos uma expansão da despesa, como proporção do PIB, de nada menos que 9,1 % do PIB – ou 0,41 % do PIB a mais a cada ano. Para completar, a carga tributária é cada vez maior. O Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) registrou R$ 700 bilhões no dia 9 de junho, por volta das 10h30. Esse é o valor total desembolsado por todos os brasileiros para pagar impostos, taxas e contribuições para a União, os estados e os municípios. De 2013 para 2014, o aumento da carga tributária é considerável: no ano passado, essa mesma marca de R$ 700 bilhões foi alcançada somente no dia 12 de junho. Mesmo com a desaceleração da economia, a arrecadação do governo federal vem crescendo acima da inflação – e apesar das desonerações ainda existentes. O fato é que cada vez mais transparece a necessidade de promover reformas estruturais, como mostra a matéria de capa desta edição de Empresa Brasil. Somente assim poderemos modernizar a economia e retomar o crescimento acelerado.

Rogério Amato, Presidente interino da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil

Julho de 2014

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ÍNDICE Foto: Kzenon/fotolia.com

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Luis Macedo/Câmara dos Deputados

18 DESTAQUE CACB

EXPEDIENTE

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Coordenação Editorial: Neusa Galli Fróes fróes, berlato associadas escritório de comunicação Edição: Milton Wells - mwells@terra.com.br Projeto gráfico: Vinícius Kraskin Diagramação: Kraskin Comunicação Foto da capa: torsakarin/fotolia.com Revisão: Flávio Dotti Cesa Colaboradores: Cyntia Menezes e Marcelo Melo Execução: Editora Matita Perê Ltda. Comercialização: Fone: (61) 3321.1311 - comercial@cacb.org.br Impressão: Arte Impressa Editora Gráfica Ltda. EPP

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Empresa Brasil

3 PALAVRA DO PRESIDENTE

18 DESTAQUE CACB

Não cabe ao mercado oferecer sugestões ou caminhos para tirar o país da lerdeza em que se encontra. No caso de estradas, portos, usinas hidrelétricas, hospitais, escolas, a responsabilidade do governo é clara.

Entidade mobiliza federações para apoiar texto do novo Super Simples aprovado na Câmara.

5 PELO BRASIL

22 PROGERECS

Programa Bom Negócio é lançado na Acit.

CACB e Certisign criam Portal de Assinaturas.

8 CAPA

24 CBMAE

A reforma da economia entrou em contagem regressiva no Brasil. Seja qual for o novo presidente da República, o certo é que o crescimento terá de encontrar novos motores que dependam menos do consumo.

Rede da Câmara opera em mais de cem unidades.

12 CASE DE SUCESSO

20 PROGRAMA Confederação realiza II Seminário Internacional de Consultoria Grupal.

26 ADMINISTRAÇÃO Por que o Plano de Negócios está em xeque.

28 FINANÇAS

Núcleo de Franca mostra a eficiência da tecnologia.

Santa Catarina ganha a primeira Sociedade de Garantia de Crédito.

14 FEDERAÇÕES

3O LIVROS

Entrevista com o presidente reeleito da Federalagoas, Kennedy Calheiros: “Precisamos de um governo com coragem para implantar as reformas”.

Complacência, de Fábio Giambiagi e Alexandre Schwartsman, explica por que o país não cresce.

17 CONJUNTURA Inflação alivia, mas ainda preocupa.

31 ARTIGO Christian Barbosa escreve: “Existe um momento certo para arriscar uma mudança na vida”.

SUPLEMENTO ESPECIAL

Prêmio reconhece o crescente empreendedorismo feminino no Brasil


PELO BRASIL

Programa Bom Negócio é lançado na Acit Oferecer capacitação e qualificação técnica ao micro e pequeno empresário, facilitar o acesso ao crédito e possibilitar a expansão e melhoria nos negócios. Esta é a proposta do Programa Bom Negócio Paraná, lançado em Toledo, no último dia 29 de maio, na Associação Comercial e Empresarial de Toledo (Acit). Desenvolvido em parceria com a Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná (Faciap), as Secretarias de Estado da Indústria, Comércio e

Assuntos do Mercosul, e da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e a Fomento Paraná, o programa visa capacitar 12 mil empresários paranaenses. Em Toledo, com a parceria da Acit, o programa beneficiará 500 empresários. Os interessados poderão fazer cursos na modalidade de educação a distância nas áreas de gestão, finanças empresariais, técnicas de negociações, entre outros. As capacitações, com média de 60 a 80 horas, serão gratuitas e voltadas aos pequenos empreendedores.

Facep realiza XV Congresso No último dia 17 de maio foi realizado o XV Congresso da Federação das Associações Comerciais e Empresariais de Pernambuco (Facep). O evento, programado para o Hotel Canariu’s, em Gravatá, discutiu o tema “Gestão Profissional + Parcerias = Resultados”. Além de representantes de associações comerciais do estado, também estiveram presentes autoridades como o secretário de Governo da Micro Empresa, Osíris Lins Caldas, o representante da Prefeitura do município de Gravatá, Arnaldo Lucena, e o presidente da Aciag (Associação Comercial e Empresarial de Gravatá), José Joaquim de Lemos.

Em Toledo, programa beneficiará 500 empresários

CACB acompanha projetos do Empreender Competitivo Representantes da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) visitaram a cidade de Uberlândia (MG), com o objetivo de acompanhar os projetos beneficiados pelo Empreender Competitivo. Com valor total de

R$ 297.272,00, o Núcleo Setorial de Logística, da Associação Comercial e Industrial de Uberlândia, implantou o programa “Consolidando Uberlândia como Capital Nacional da Logística”. Atualmente, existem mais de 1.200 empresas ativas do setor de logística

em Uberlândia. Entre os objetivos principais do programa fazem parte a capacitação de 40% de colaboradores das empresas do núcleo até 2014, e 60% até 2015. Pretende-se, ainda, gerar negócios de R$ 2 milhões em 2014 e R$ 4 milhões em 2015.

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PELO BRASIL

Federasul debate Marco Civil da Internet Desde 23 de junho, o ambiente virtual no Brasil não é mais “uma terra sem lei”. O marco civil da internet, aprovado pelo Congresso Nacional e sancionado pela presidente Dilma Rousseff em abril, entrou em vigor estabelecendo regras de privacidade, segurança e controle das informações. O texto prevê penalidades a quem desrespeitar as regras, inclui advertências e multa de 10% sobre o faturamento bruto da empresa no exercício anterior, além de suspensão de acesso. O tema foi pauta, no último dia 27 de maio, do Meeting Jurídico e Tecnológico, realizado pela Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul (Federasul), com a finalidade de esclarecer a implantação da nova legislação.

O diretor-presidente do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.BR), Demi Getschko, relatou que para estabelecer as novas regras foram criados princípios básicos, norteados pela segurança, privacidade, diversidade, inovação, neutralidade e impunidade. “Temos que ter claro que na internet somos mais controlados e vigiados do que na vida real”, afirmou. As regras estabelecem direitos, deveres e preveem penalidades como multas e suspensão de acesso à rede. Entre os direitos estabelecidos estão a proteção à privacidade, ao sigilo das comunicações e ao arrependimento, seguido de uma solicitação de retirada das informações do ambiente virtual. A fiscalização do cumprimento das regras vai ficar sob a responsabilidade dos órgãos públicos de controle.

Papini representa CACB em evento da Procomex A Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), representada pelo vice-presidente de assuntos internacionais, Sérgio Papini, participou do evento “10 Anos de Parceria com o Poder Público” realizado pela Procomex, numa aliança pró-modernização logística do comércio exterior. O evento foi realizado em 26 de maio, no auditório do WTC, em São Paulo, e contou com as presenças de representantes da Receita Federal do Brasil, do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e de outras 53 entidades empresariais.

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Empresa Brasil

O propósito da aliança é tornar o Brasil mais competitivo a partir da modernização dos processos aduaneiros, tornando os serviços mais rápidos e mais confiáveis. Para isso, a CACB apoia a Procomex no desenvolvimento de um trabalho em parceria, entre profissionais e especialistas do setor privado e dos órgãos governamentais que atuam nas Aduanas. De acordo com Papini, a celebração dos dez anos da parceria foi uma oportunidade para avaliar e refletir sobre os resultados, métodos e processos, além do debate sobre desafios futuros.

O tema foi pauta do Meeting Jurídico e Tecnológico da Federasul

Federaminas tem nova filiada A Associação Comercial e Empresarial de Morro do Pilar é a mais nova integrante do Sistema Federaminas. A entidade, presidida por Whitney Catizani Quintão, faz parte da Regional Alto Jequitinhonha da Federaminas, com sede no município de Conceição do Mato Dentro, em Minas Gerais. A entidade sempre lançou e apoiou movimentos que se mostraram fundamentais para o desenvolvimento socioeconômico de Minas Gerais, como a implantação da Refinaria Gabriel Passos, da Usiminas, da Acesita, da Açominas, da Fiat Automóveis e de outros empreendimentos industriais.


Portal CACB torna disponível texto em libras Preocupada com a acessibilidade para pessoas com deficiência auditiva, a Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) implantou em seu portal o Hand Talk, uma ferramenta que traduz textos em português para a linguagem de libras. Segundo dados do IBGE, o Brasil tem quase 10 milhões de deficientes auditivos, e uma grande parcela dessas pessoas tem dificuldade em compreender o português, dependendo exclusivamente da interpretação em língua de sinais para entender o conteúdo escrito. O Hand Talk permite que, com apenas um clique, o usuário tenha o texto traduzido automaticamente. Basta clicar no ícone à direita no Portal CACB e instalar a ferramenta. Siga o passo a passo: 1- Tendo permissões de administrador, clique no ícone Acessível em Libras à direita no Portal CACB. 2- Instale o plugin (UnityWebPlayer). 3Reinicie o navegador. 4- Ao abrir o Portal CACB, você será perguntado, em uma guia abaixo da barra de endereços, como deseja executar o plugin instalado. Clique em “sempre executar neste site” ou “permitir neste site”.

Representantes da Facesp visitam Facisc para conhecer modelo de resultados catarinense Um grupo de representantes da Federação das Associações Comerciais (Facesp) e do Sebrae do estado de São Paulo esteve, nos últimos dias 28 e 29, em Santa Catarina, para conhecer a parceria entre as entidades catarinenses e o modelo que vem proporcionando resultados efetivos para as micro e pequenas empresas do estado. O grupo também se reuniu com empresários participantes do Programa Empreender, Empreender Competitivo e o ganhador do prêmio MPE Brasil. Durante a visita foram apresentados, ainda, o modelo de atuação da Federação, números, programas e projetos para o fortalecimento do Sistema, os benefícios e o associativismo da parceria com as entidades da Alemanha.

Missão paulista em reunião com representantes da Facisc A missão técnica paulista foi composta pelo coordenador de desenvolvimento de afiliadas da Facesp, Nelson Andujar de Oliveira, pelo coordenador administrativo, Marcelo Nunes da Silva, pela coordenadora do Projeto Empreender, Marina Silveira Máximo, e pelo gerente do Sebrae-SP, Elinton Silvério.

FACMAT apoia Movimento Mato Grosso Competitivo A Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado de Mato Grosso (Facmat), representada pelo presidente em exercício, Jonas Alves de Souza, participou, dia 23, de reunião no Sebrae-MT para discutir a participação da entidade no Movimento Mato Grosso Competitivo (MMTC). Com o objetivo de estimular e fomentar o desenvolvimento empresarial no Estado de Mato Grosso, o MMTC envolve um con-

junto de ações planejadas e desenvolvidas em parceria com diversos setores da sociedade, tanto pública quanto privada, alinhadas ao Movimento Brasil Competitivo (MBC) e à Fundação Nacional da Qualidade (FNQ). “Para elevar a nossa produtividade, precisamos melhorar a nossa competitividade, e com o MMTC esperamos otimizar os processos e elevar a capacidade de competição das empresas matogrossenses”, afirmou Souza.

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CAPA Foto: Kzenon/fotolia.com

Em maio, segundo o IBGE, setor industrial registrou terceiro mês seguido de contração, o que fortalece possibilidade de PIB negativo em 2014

Reforma da economia entrou em

contagem regressiva no Brasil Especialistas convergem a favor da tese de que somente com a promoção de reformas estruturais o país poderá voltar ao caminho de um novo ciclo de crescimento

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reforma da economia entrou em contagem regressiva no Brasil. Seja qual for o novo presidente da República, o certo é que o crescimento terá de encontrar novos motores que dependam menos do consumo. O foco, mais do que nunca, deve ser na promoção de reformas estruturais que promovam um maior crescimento da produtividade. Estas incluem o fortalecimento da infraestrutura interna, a melhora dos sistemas de ensino, do clima empresarial e, sobretudo, da concorrência, segundo estudo do

Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgado em junho, “Mercados Emergentes em Transição: perspectivas de crescimento e desafios”. O estudo lança luz sobre os fatores que impulsionaram o forte desempenho das economias emergentes na última década e como as transições globais atuais afetarão as perspectivas para o futuro. O documento baseia-se na edição de 2014 do World Economic Outlook de abril, em que foi examinado o papel dos fatores externos e internos de crescimento nas economias emergentes.


Transição implica desafio O estudo observa que, apesar do ambiente externo em mudança, esses países ainda podem alcançar um crescimento sustentado. Mas os mercados emergentes têm de manter políticas internas sólidas, dando novo impulso às reformas estruturais e aos esforços para aumentar a produtividade. Administrar essa transição é um desafio considerável, observam os autores. As reformas estruturais nem sempre são as mais populares e muitas vezes se chocam com fortes interesses escusos. No entanto, o estudo explica que são necessárias essas medidas de políticas reparadoras. A agitação civil e as tensões políticas em vários mercados emergentes importantes nos últimos anos são um sintoma da crescente frustração dos cidadãos, o que deve se agravar diante da perspectiva de crescimento da economia cada vez mais fraca, uma situação que adiciona uma elevada desigualdade de renda, diz o documento. E conclui: “As autoridades têm de traçar suas estratégias de longo prazo e comunicar claramente ao público, a fim de gerar o apoio necessário para alcançar mudanças fundamentais e, ao mesmo tempo, garantir que os benefícios do crescimento sejam distribuídos de forma mais equitativa”. Contabilidade criativa Uma clara sinalização sobre a necessidade de reformas no Brasil foi referendada pelas agências de classificação de risco. No ano passado, a agência Moody’s rebaixou a perspectiva do rating soberano do Brasil de positiva para estável. Isso se deveu fundamentalmente, entre outros fatores, à elevada e crescente dívida bruta do setor público;

ao crescimento baixo e prolongado, incluindo-se as projeções; queda da taxa de investimento e à piora na qualidade dos relatórios das contas públicas.

Estudo do FMI diz que agitação civil e as tensões políticas em vários mercados emergentes importantes nos últimos anos são um sintoma da crescente frustração dos cidadãos, o que deve se agravar diante da perspectiva de crescimento da economia cada vez mais fraco Em abril deste ano, a agência S&P rebaixou o rating da dívida de longo prazo em moeda estrangeira de BBB para BBB – último nível para ser considerado investment grade. Esse corte, segundo o economista Marcel Grillo Balassiano, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV, deve-se à deterioração das contas fiscais e às dificuldades que o governo terá para melhorar os números em 2014 – por ser ano eleitoral –, além do baixo crescimento da economia. “Isso mostra que, independentemente de quem for eleito, o presidente da República terá de fazer, a partir de 2015, um forte ajuste”, acrescenta Balassiano. “Somente dessa forma o país poderá aumentar as taxas de investimentos e, consequentemente, melhorar o crescimento, retornar a inflação para a meta e melhorar a política fiscal.”

Custo Brasil ainda dificulta investimentos Uma forma eficaz de aumentar os investimentos no Brasil, segundo o economista Marcel Balassiano, é não impor dificuldades a essas iniciativas. Hoje, muitas vezes os empresários são tolhidos em suas intenções de investimentos devido ao chamado “custo Brasil”. Melhorias na infraestrutura também ajudariam a aumentar os investimentos. Proteger certos setores, criando “campeões nacionais”, com recursos públicos, não gerar efeitos positivos para a economia. Essas políticas geram efeitos negativos, já que essas empresas “escolhidas” se tornam menos competitivas e eficientes, além de provocarem distorções na economia e gastos de recursos públicos desnecessários, acrescenta Balassiano. Para o economista, 2014 será um ano de transição, em que os agentes econômicos estarão atentos às alterações que esperam ocorrer a partir de 2015. “Isso já é visível, mas ainda vai aumentar muito até o final do ano”, afirma. “Há muita expectativa de mudanças em 2015, como aperto fiscal e monetário. Entretanto, pouca coisa acontecerá, especialmente em caso de reeleição, caso em que as reformas serão marginais e a deterioração continuará.”

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CAPA

Executivos brasileiros são os mais pessimistas Os executivos brasileiros são os mais pessimistas do mundo com relação ao desempenho da economia. Numa escala de 0 a 100, a pesquisa Panorama Global de Negócios apurou que o índice de otimismo dos diretores financeiros do Brasil (CFOs, na sigla em inglês) está em 49,5 pontos, o menor da série histórica e o mais baixo entre as economias. O levantamento – conduzido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), Duke University e CFO Magazine – mostra que a Ásia é a região mais otimista do mundo (65,2 pontos), seguido pelos Estados Unidos (61,1), Europa (60) e América Latina (52). Os números da pesquisa refletem a apatia dos empresários com o desempenho da economia brasileira. “No governo Lula (entre 2003 e 2010), o Brasil teve um crescimento com base na política de aumento de consumo e redistribuição de renda. Essa política gerou um avanço por um determinado período, mas não se pode crescer eternamente dessa forma. Estamos numa situação em que avançamos pouco e, quando tentamos acelerar, aparece a inflação”, afirma Antonio Gledson de Carvalho, professor de finanças da FGV e codiretor da pesquisa. O estudo também teve a participação do professor de economia da FGV Klenio Barbosa. O mau humor dos empresários também ficou evidente em outro indicador calculado

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“Estamos numa situação em que avançamos pouco e, quando tentamos acelerar, aparece a inflação”, afirma Antonio Gledson de Carvalho, da FGV

pela pesquisa: 62,5% dos CFOs do país se tornaram mais pessimistas e apenas 4,2% mais otimistas. A pesquisa entrevistou 694 diretores financeiros que atuam nas principais economias, sendo 106 da América Latina – desses, 48 brasileiros. O levantamento foi concluído em 5 de junho. Economia não cresce Na economia real, o pessimismo dos executivos deverá se refletir principalmente nos investimentos. Pela primeira vez, o levantamento apontou que os CFOs estão projetando uma queda nessa área. Para os próximos 12 meses, as empresas devem reduzir os gastos de capital em 1,6%. “O único ponto que ajudaria a estimular o crescimento é o investimento privado. Isso depende da estabilidade das instituições e da capacidade de previsibilidade, mas esses

pontos foram destruídos nos últimos anos”, afirma Carvalho. “O setor privado não investe, a economia não cresce, o pessimismo aumenta e, consequentemente, os investimentos são cortados”, diz o professor. O emprego temporário também deverá ser afetado. A pesquisa estima uma redução de 1,6%, ante uma queda de 0,4% no levantamento anterior. “Num primeiro momento de dificuldade, as empresas começam demitindo os funcionários temporários. A redução desse grupo mostra que há um reajuste no número de empregados das empresas. Se essa tendência continuar, deve haver uma queda do emprego permanente no futuro”, afirma Carvalho. Na pesquisa atual, o emprego permanente permaneceu estável. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


Privatizações são prioridade Entre as principais reformas a serem conduzidas pelo governo que toma posse em 1º de janeiro, o ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco coloca entre as prioridades as privatizações em todos os setores em que o serviço público é precário, como energia, telecomunicações, mobilidade urbana, saneamento. “Reabrir as privatizações para, sem timidez, elevar o investimento e a formação de capital nas áreas de infraestrutura é uma pauta mundial”, disse Franco. Para o economista, uma das ações importantes do próximo governo seria impor como pauta a lista de itens que compõem o ambiente de negócios, feita pelo Banco Mundial, o Going Business. Como exemplo, citou ações que possam melhorar a vida das empresas, assim como questões

ligadas a obrigações acessórias junto à Receieta Federal, complexidade do sistema tributário e legislação trabalhista. Já o economista Edmar Bacha, um dos pais do Plano Real, coloca a reforma tributária como prioridade, em que a simplificação seria o primeiro ponto a ser considerado. O segundo seria trocar todo o aparato protecionista – tarifas, preferência por compras governamentais, política de conteúdo nacional – por câmbio. “Ao substituir a proteção tarifária pela proteção cambial, já se faz uma seleção natural. Quem se beneficia da proteção cambial são as empresas e setores mais eficientes, com maior capacidade exportadora. Não será necessário manter um aparato de microgerenciamento como há hoje”, afirma.

PIB cresce apenas 0,2% no primeiro trimestre Segundo o IBGE, o Produto Interno Bruto (PIB) atingiu R$ 1,018 trilhão no primeiro trimestre de 2014, com um crescimento de 0,2% frente ao último trimestre de 2013 na análise com ajuste sazonal. No crescimento acumulado em quatro trimestres, houve alta de 2,5% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Em comparação com o mesmo trimestre do ano passado, o crescimento foi de 1,9%, o que manteve o ritmo de crescimento do último trimestre de 2013. Para este ano, o Banco Central reduziu a projeção de crescimento da economia. De acordo com o Relatório Trimestral de Inflação, divulgado em 26 de junho, o PIB deve apresentar expansão de 1,6%, ante a previsão anterior de 2%.

“Reabrir as privatizações para, sem timidez, elevar o investimento e a formação de capital nas áreas de infraestrutura é uma pauta mundial”, diz Franco

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CASE DE SUCESSO

Núcleo existe desde 2009 e já participou do Empreender Competitivo de São Paulo, programa da CACB

Núcleo de Franca mostra a eficiência da tecnologia Grupo mostra que o associativismo pode funcionar como uma boa ferramenta estratégica para o crescimento empresarial

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uscar melhorias nos processos de gestão de empresas nas áreas de administração geral, finanças, marketing e recursos humanos. Este é o objetivo do Núcleo Setorial de Tecnologia da Informação de Franca, em São Paulo, que mostra que o associativismo pode funcionar como uma boa ferramenta estratégica para o crescimento empresarial. O grupo é composto por 20 empresas, e já conta com 3.257 clientes atendidos, além de somar um faturamento de R$ 20 milhões ao ano.

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Empresa Brasil

Atualmente, 250 empregos diretos são mantidos pelo núcleo setorial, que busca promover uma verdadeira intervenção nas empresas, fornecendo modernas ferramentas de gestão. O Núcleo existe desde 2009, e já participou anteriormente do Empreender Competitivo de São Paulo, programa da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB). Na época, o escopo principal foi a abordagem do tema qualidade, em que os empresários puderam melhorar a organização de documentos e

processos, assim como a qualidade dos serviços e atendimento a clientes. Entre as atividades que realizam estão apoio a estudantes, como ajuda em trabalhos finais de curso, como TCCs e monografias; a promoção de debates sobre novas tecnologias que facilitem o processo de gestão empresarial, cafés empresariais, workshops, entre outras. Além disso, o núcleo setorial almeja a sustentabilidade dos negócios, buscando maior participação dessas empresas no mercado em que atuam e o fomento a novos mercados.


Para o empresário Fernando Martins, da sysForMs - Sistemas de Informática, “é importantíssimo estar entre outros empresários, pois a troca de experiências sobre nossos problemas e soluções é muito válida, e contribui para o crescimento pessoal e da empresa. Desde a criação do grupo tenho um lugar onde posso falar do meu dia a dia, com empresários que vivem os mesmos problemas e que buscam soluções em conjunto, desde treinamentos ou mesmo acesso a autoridades. Atualmente, junto com o grupo estamos finalizando uma consultoria em RH e passando para a próxima etapa focada mais na gestão de projetos”, explica. Já o coordenador do núcleo setorial, Renato Alves de Castro, da empresa Printmac, explica que a maior dificuldade do grupo era a capacitação em gestão, uma vez que a maior parte das empresas é composta por técnicos da área de tecnologia e não tem formação gerencial. Ricardo David, da empresa Davitec Automação, explica que “o relacionamento contínuo com as empresas do núcleo nos dá acesso a informações importantes, e praticamente em tempo real, que nos permitem uma melhor visão macroscópica da realidade mercadológica e tecnológica do mercado em que estamos situados, seja em caráter regional ou mesmo alcançando o âmbito nacional”. O grupo teve a iniciativa de realização do 1º Prêmio de Tecnologia, o que diferencia o núcleo quanto à visão de sua atuação e ao poder de articulação do Núcleo Setrorial. A ideia foi a integração entre empresas e instituições de ensino, a demonstração de habili-

dades pessoais e de trabalho em equipe, além da possibilidade de divulgar o potencial curricular, profissional e empreendedor. O público foram alunos de penúltimo e último ano, e recémformados dos cursos de fundo tecnológico em mecatrônica. O principal objetivo foi o de aproximar as empresas dos alunos, no sentido de as empresas apresentarem problemas e de os alunos entrarem com ideias e soluções. Ricardo David explica que o saldo sempre é positivo, uma vez que “o núcleo setorial nos permite estender o trabalho das empresas no meio social, indo além das paredes das nossas empresas, e criando atitudes que reverberam de forma enfática na sociedade. A criação do prêmio de tecnologia é um bom exemplo. Por meio dele conseguimos aliar as escolas técnicas e universidades às empresas do núcleo, em uma empreitada que aproxima os alunos formandos e recém-formados do mercado de trabalho. É por meio desse prêmio que estamos viabilizando a seleção e criação de oportunidades de emprego para alunos que se destacam em suas habilidades”, destaca.

Núcleo setorial almeja a sustentabilidade dos negócios, com maior participação nos mercados das empresas em que atuam seus integrantes

“É importantíssimo estar entre outros empresários, pois a troca de experiências sobre nossos problemas e soluções é muito válida, e contribui para o crescimento pessoal e da empresa” Fernando Martins, da sysForMs - Sistemas de Informática Julho de 2014

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FEDERAÇÕES

“Precisamos de um governo com coragem para implantar as reformas” Kennedy Calheiros, presidente da Federação das Associações Comerciais do Estado de Alagoas (Federalagoas), lista como imprescindíveis as reformas política, fiscal, tributária e trabalhista

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nvestimentos em educação de qualidade no ensino básico e profissionalizante e em infraestrutura fazem parte da receita para o Brasil crescer, segundo Kennedy Calheiros, presidente da Federação das Associações Comerciais do Estado de Alagoas (Federalagoas). “Sem esses investimentos não teremos uma nação capaz de retomar o crescimento sustentável da economia”, afirmou em entrevista a Empresa Brasil. A seguir, os principais trechos: Empresa Brasil: Quais são as principais demandas da Federalagoas junto ao governo estadual? Kennedy Calheiros: Cobrar diuturnamente os investimentos necessários no nosso estado, que é um dos mais atrasados no país, conforme levantamento do IDH. Este investimento tem que ser feito fortemente em infraestrutura, educação, saúde e segurança pública, requalificando e treinando todo setor público, que tem a obrigação de cumprir com a lei. A principal parceria é com a secretaria de planejamento? Como funciona esta parceria?

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Empresa Brasil

Fundada em 1972, Federalagoas conta com mais de 2 mil empresas associadas É uma parceria muito satisfatória. Ocupamos uma cadeira com direito a revisão no conselho de desenvolvimento do Estado junto com as federações da indústria, do comércio e da agricultura, e também em outros assentos em que somos ouvidos e temos direito a voto na administração pública estadual e municipal.

as vitórias? Assumimos a federação com a receita mensal de R$ 100, e hoje já estamos com a receita em torno de R$ 18 mil por mês. Ativamos a câmara de mediação e arbitragem e o certificado digital, já disponível em oito municípios, e continuamos em busca de aumentar o número de serviços.

O que foi realizado em seu mandato anterior? Quais foram

E para este mandato? Quais são as prioridades?


A prioridade é trabalhar arduamente para implantar uma associação comercial em cada município de Alagoas, num total de 102 associações, além de continuar a implantação da certificação digital em 28 municípios que têm demanda para este serviço. A Associação Comercial de Maceió já tem a expertise no SCPC, por isso queremos dinamizar este serviço para que possamos ter outra renda nas entidades. Como está a implantação da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa em Alagoas? Todos os 102 municípios estão atendidos. Creio que Alagoas seja o único estado do Brasil que conseguiu chegar a este número. Fazemos um trabalho constante junto aos municípios para que a sala dos empreendedores venha a ser instalada dentro das associações comerciais de cada município. O grande forte da economia em Alagoas é o setor de serviços e turismo. Como a federação apoia o crescimento das empresas no setor? A Federalagoas busca sempre uma participação constante junto a suas associações e os associados, buscando realizar convênios com as prefeituras municipais, o Sebrae, os bancos de desenvolvimento e o estado de Alagoas, como nosso projeto Empreender, por meio do qual fizemos a qualificação de vendedores ambulantes que ficam na praia. Nossa preocupação é voltada ao microempreendedor individual e pequeno empresário, para tratar bem o turista, oferecer um

serviço de qualidade, com higiene, mantendo a praia limpa. Mesmo com grande potencial turístico, o estado desenvolveu também a agropecuária e indústrias mistas. Quais as perspectivas para esses outros setores? O setor turístico é o mais novo. Nós temos uma indústria de química fina e um polo cloroquímico de alta qualidade e produtividade instalados em Alagoas, como a Braskem. No setor de agronegócios somos o segundo produtor de açúcar e álcool. No setor agropecuário, temos um setor de genética de ponta no Brasil, com investimento em reflorestamento em grande escala. Nos últimos cinco anos, foram instaladas diversas empresas de transformações que gerarão mais empregos renda e riqueza para o nosso estado. Como exportador de cana e álcool, Alagoas está bem servido de infraestrutura? Quais são os gargalos? Estamos com problemas no setor elétrico e subestações. Faltam investimentos na BR-101, cuja duplicação se arrasta há mais de 10 anos e não fica pronta. O nosso porto, que, obrigatoriamente, teria que ter um calado de 12 a 12,5 m, hoje tem pontos abaixo de 9,5 m. Toda a nossa ferrovia está desativada e não temos sequer um estudo do ramal do sul de Alagoas ao encontro intermodal no porto do Suape, juntamente com a Transnordestina. É de se arrepiar a falta de investimentos, principalmente por parte do governo federal, em infraestrutura, que é onde se geram emprego, renda e desenvolvi-

Kennedy Calheiros, presidente da Federalagoas

Perfil da Federalagoas: • Data de fundação: 28 de julho 1972 • Associações filiadas: 35 • Empresas associadas: mais de 2 mil • Capital social: mais de 128 mil trabalhadores • Setor associado em maior peso: Indústria e comércio • Lema: gestão administrativa e excelência em competitividade

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mento. Também é lamentável que nossa balança comercial, a qual tem seu grande motor de produção em moeda forte estrangeira por meio do agronegócio, seja levada com total descaso em obras de infraestrutura. Como a Federalagoas se posiciona em relação à transposição do Rio São Francisco? A grande preocupação com a transposição do Rio São Francisco é ter um estudo que garanta a obtenção de água suficiente para o abastecimento da transposição, sem prejudicar o nosso estado, pois temos um Delta muito utilizado na plantação de arroz no baixo São Francisco. Caso a vazão venha a baixar, aumentará a salinidade e destruirá toda plantação de arroz, que terá uma devastação em várias cidades ribeirinhas. Vale salientar que o estado de Alagoas tem uma fantástica obra, que é o canal do sertão, com mais de 200 quilômetros de extensão, e que tem como finalidade abastecer de água o sertão alagoano, bem como irrigar a cultura de subsistência de 57 municípios muito castigados pela seca nordestina. Qual bandeira nacional o senhor julga prioritária para o Brasil? Sem elencar qual seria a primeira ou a última, precisamos de um governo com coragem e não tolerante com desmando, que venha a implantar as reformas de que o povo brasileiro precisa: reforma política, fiscal, tributária e trabalhista. Os investimentos necessários estão sendo levados em segundo plano por negociatas. Precisamos de infraestrutura em todas as áreas, como rodoviárias, transporte ferroviá-

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Empresa Brasil

rio, aquaviário, modernização de portos e aeroportos, além de energia elétrica, que é a matriz da produção do país. A educação não pode continuar sendo tratada com desleixo. País que não investe neste segmento não vai a lugar nenhum. Lembramos que a Coreia, no início da década de 1950, tinha uma renda per capita igual ao sertão do nosso país, e mudou com a educação. Também precisamos de investimento máximo em saúde, unidades de pronto atendimento à família, fora todos os investimentos em medicina de alto padrão e alta complexidade. Não podemos nos iludir por declaração de quem não poderia ter falado que o nosso SUS é padrão americano. A segurança pública também necessita de investimento em policiais qualificados, criminalistas e perícia técnica, em presídios e, sobretudo, nas novas legislações penais, para que tenhamos uma justiça rápida e justa. Esta é uma obrigação do governo federal, um pacto contra a violência, pois nós temos índices de violência de uma guerra civil não declarada.

Calheiros: “Alagoas tem problemas no setor elétrico. Faltam investimentos na BR-101, cuja duplicação se arrasta há mais de 10 anos. O porto tem um calado abaixo de 9,5 m. E toda a nossa ferrovia está desativada. É de se arrepiar a falta de investimentos, principalmente por parte do governo federal, em infraestrutura, setor em que se geram emprego, renda e desenvolvimento”


Foto: Fred Veras

JULHO/2014 O 20 – SEBRAE.COM.BR S A CO – 0800 570 0 0800

MULHERES DE NEGÓCIOS Prêmio reconhece o crescente empreendedorismo feminino no Brasil


D ESENV OLV I M E N T O

TERRITÓRIOS DA CIDADANIA ESTIMULAM EMPREENDEDORISMO Criado em 2008 pelo Governo Federal, programa já alcança mais de 1.625 municípios brasileiros, onde estão inseridos 866 mil pequenos negócios. Terceiro ciclo começa em 2015

KASSANDRA LOPES SEBRAE NO RIO GRANDE DO NORTE

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m seis anos de atuação, o programa Territórios da Cidadania tem contribuído para levar desenvolvimento a cidades do interior do Brasil. Durante esse período, já são mais de 866 mil pequenos negócios formalizados, 165 mil microempreendedores individuais e a abrangência de 1.625 municípios por todo o Brasil. O balanço foi divulgado durante o “Encontro Nacional de Gestores dos Territórios da Cidadania”, realizado em Natal (RN). Em 2015, com o início de outro ciclo, a perspectiva é de que, até 2018, os números cresçam ainda mais. O programa foi criado em 2008 pelo governo federal e tem o Sebrae como principal parceiro. “O desenvolvimento local é uma parte importante do desenvolvimento do Brasil. 38% do consumo do país está no interior, por isso o programa Territórios da Cidadania é uma agenda importante do Sebrae”, afirma o presidente do Sebrae, Luiz Barretto. Dos

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EMPREENDER / SEBRAE

120 territórios lançados pelo governo, o Sebrae atua em 105. O programa surgiu para estimular o empreendedorismo em territórios e contribuir com a inclusão produtiva, na área urbana e rural. Nessas regiões, existe grande concentração de agricultores familiares e empresas optantes pelo Simples Nacional, além de muitos negócios informais. A estratégia é levar produtos e serviços para municípios ainda não atendidos pela instituição e reforçar o atendimento nas localidades onde o Sebrae já atua. De acordo com o gerente de Desenvolvimento Territorial do Sebrae, André Spinola, durante os dois anos e meio do segundo ciclo do programa foram realizados mais de 600 mil atendimentos por todo o país. “O Territórios da Cidadania levou o Sebrae aonde ele não chegava ou aonde a sua atuação era muito tímida. Esse programa é um divisor de águas que uniu muitas regionais com o objetivo de aumentar a força do pequeno negócio por todo o país”, destacou o gerente. E

“O DESENVOLVIMENTO LOCAL É UMA PARTE IMPORTANTE DO DESENVOLVIMENTO DO BRASIL. 38% DO CONSUMO DO PAÍS ESTÁ NO INTERIOR, POR ISSO O PROGRAMA TERRITÓRIOS DA CIDADANIA É UMA AGENDA IMPORTANTE DO SEBRAE”, AFIRMA O PRESIDENTE DO SEBRAE, LUIZ BARRETTO


C ONHEC IM E N T O

SEBRAE VIRTUAL LEVA PALESTRAS A EMPRESÁRIOS PELA INTERNET As palestras podem ser acompanhadas gratuitamente ao vivo ou por meio de uma videoteca

SEBRAE NO PARANÁ

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Sebrae está oferecendo capacitações pela internet e de graça. É o Sebrae Virtual, uma nova forma de levar conhecimento aos microempreendedores individuais e às micro e pequenas empresas, via web. Basta o empresário acessar o www. sebraepr.com.br/virtual para acompanhar em tempo real, em horários divulgados antecipadamente, palestras com especialistas. O Sebrae Virtual também dispõe de uma videoteca com as palestras gravadas. Até o momento, quatro capacitações já foram realizadas, com temas de interesse dos empresários de pequenos negócios, como um passo a passo para a legalização de empresas, orientações sobre como vender mais e melhor, dicas de como obter crédito e a estruturação de ideias de negócios pelo Modelo Business Canvas. “A grande vantagem do Sebrae Virtual é a sua comodidade, na transmissão do conhecimento. O empresário pode acompanhar as palestras de casa

Foto: Bruno Rebello

ou do seu local de trabalho, sem precisar se deslocar ou nos horários que forem mais convenientes a sua rotina. Além de acompanhar as palestras online, tem acesso a uma videoteca com conteúdos diversos”, assinala Silvana Kusman, consultora do Sebrae. Os participantes do Sebrae Virtual podem interagir com perguntas e esclarecimentos de dúvidas durante a transmissão dos eventos ao vivo. Os especialistas, na maioria consultores credenciados do Sebrae, ficam disponíveis para dar as respostas online. As perguntas mais frequentes, com suas respectivas respostas, são incorporadas à respectiva palestra gravada e podem ser consultadas na videoteca do Sebrae Virtual. Quando o esclarecimento requer consultoria mais aprofundada, o usuário do Sebrae Virtual é remetido para outros serviços do Sebrae, como o Sebrae Responde, próprio para essas situações. “As dúvidas podem ser comuns, por isso a importância de registrar os seus esclarecimentos no Sebrae Virtual”, reforça a consultora. E

Inscrições pelo site www.sebraepr.com.br/virtual

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Q U AL ID ADE

INSCRIÇÕES AO PRÊMIO MPE BRASIL SE ENCERRAM EM AGOSTO Direcionada a micro e pequenas empresas, iniciativa reconhece boas práticas de gestão

AGÊNCIA SEBRAE DE NOTÍCIAS

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Prêmio de Competitividade às Micro e Pequenas Empresas – MPE Brasil começou, em abril, a rodada de inscrições para a edição 2014. Promovida pelo Sebrae, Movimento Brasil Competitivo (MBC) e Gerdau, com apoio técnico da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ), a iniciativa reconhece conceitos inovadores e boas práticas de gestão em diversos setores da economia. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas até 1º de agosto pela internet ou nos pontos de atendimento do Sebrae espalhados pelo país. As empresas concorrentes são avaliadas pela qualidade da administração e capacidade inovadora, por meio da utilização do questionário de autoavaliação, tendo como base o Modelo de Excelência da Gestão (MEG), da FNQ. Mais do que ter o amadurecimento do seu negócio quantificado, a participação no prêmio incentiva a adesão a análises mercadológicas e a visualização de oportunidades em diferentes nichos. Além de receber um relatório personalizado com pontos fortes e a indicação de oportunidades de melhoria na

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EMPREENDER / SEBRAE

gestão, os empreendimentos inscritos participam de seminários de excelência realizados em seu estado e têm a oportunidade de aumentar a competitividade e melhorar seus produtos e serviços, contribuindo para o desenvolvimento econômico da sua comunidade. O volume de empresas interessadas em melhorar sua gestão em 2013 foi 10% superior ao registrado no ano anterior, reforçando a continuidade na busca pela excelência da gestão por parte dos gestores de pequenos negócios. Ao todo, mais de 560 mil empresas já foram impactadas diretamente pelo prêmio. Conheça e se inspire com

a história das vencedoras nacionais em www.premiompe.sebrae.com.br. Estão aptos a concorrer empreendimentos com receita bruta anual de até R$ 3,6 milhões. Composto por oito categorias (Indústria, Comércio, Agronegócio, Turismo, Tecnologia da Informação, Saúde, Educação e Serviços, além dos destaques em Responsabilidade Social e Inovação), o MPE Brasil funciona, ano após ano, como incentivo às micro e pequenas empresas brasileiras, reconhecendo a importância e os resultados alcançados com a utilização dos conceitos de gestão, excelência e qualidade. Para participar, é preciso preencher o questionário de autoavaliação, uma metodologia padronizada nacionalmente. Após concluir o processo, as organizações com melhor desempenho recebem a visita de avaliadores capacitados e são submetidas a uma banca técnica. Se premiadas em seu estado, passam a disputar com organizações de todo o Brasil em cada categoria. As ganhadoras obtêm o direito de utilizar a marca MPE Brasil e são reconhecidas como exemplo de sistema de gestão alinhado aos princípios de excelência mundiais. E


R EC ONHEC I M E N T O

ABERTAS AS INSCRIÇÕES DO PRÊMIO MULHER DE NEGÓCIOS Prêmio é um reconhecimento estadual e nacional às mulheres que transformaram seus sonhos em realidade

AGÊNCIA SEBRAE DE NOTÍCIAS

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stão abertas, até 31 de julho, as inscrições para o Prêmio Mulher de Negócio 2014, que desde sua criação, em 2004, busca reconhecer os relatos de mulheres que transformaram seu sonho de empreender em realidade. As inscrições podem ser feitas pelo site www.mulherdenegocios.sebrae.com.br ou em uma unidade regional do Sebrae. Para participar da seleção, a empreendedora deve ter mais de 18 anos e escrever um relato detalhado de sua história de vida. Cada relato passa por uma avaliação feita por voluntários, como funcionários do Sebrae e instituições parceiras, além de uma verificação in loco das informações fornecidas. Dessa forma, a candidata será habilitada a participar da banca avaliadora. Além do relato e da avaliação, as interessadas devem se encaixar em uma das três categorias de negócio: Pequenos Negócios, Produtora Rural e Microempreendedora Individual. Para ser reconhecida na categoria de Pequenos Negócios, a candidata deve ser proprietária de uma micro ou pequena empresa que esteja estabeleci-

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da formalmente há pelo menos um ano, constando no CNPJ a data de abertura anterior a 01/03/2013. Já na categoria de Produtora Rural, pode participar a empreendedora que explora atividades agrícolas, pecuárias e/ou pesqueiras. Para se encaixar na terceira categoria, a de Microempreendedora Individual, a candidata deve trabalhar por conta própria, em um empreendimento legalizado e com faturamento anual de, no máximo, R$ 60.000,00 por ano. A premiação busca, além de reconhecer a história de luta das candidatas, incentivar o empreendedorismo feminino. Pela primeira vez, em 2013, uma pesquisa foi feita com as 4.489 candidatas ao Prêmio. Mais de 60% das entrevistadas afirmaram já adotar ideias inovadoras em seus negócios e investir em planejamento empresarial, deixando evidente que as mulheres estão cada vez mais preocupadas em empreender e inovar. O Prêmio Mulher de Negócio é uma parceria do Sebrae com a Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), a Federação das Associações de Mulheres de Negócios e Profissionais do Brasil (BPW) e a Fundação Nacional de Qualidade (FNQ). E

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Foto: Bernardo Rebello

Vencedoras do Prêmio Mulher de Negócios 2013

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EC ON OMIA

SEBRAE E SEFAZ ASSINAM CONVÊNIO EM PROL DAS MPES Parceria irá apoiar micro e pequenas empresas a implantarem a Nota Fiscal de Consumidor Eletrônica - NFCe

BRUNO LEONEL SEBRAE EM SERGIPE

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Secretaria de Estado da Fazenda deu um passo importante em prol da classe empresarial, ao disponibilizar e lançar a Nota Fiscal de Consumidor Eletrônica. E para facilitar a vida das micro e pequenas empresas a implantarem esse novo sistema, foi assinado um Protocolo de Intenções entre a Instituição e o Sebrae com foco para atuar principalmente em duas frentes. A primeira é junto às empresas de Tecnologia da Informação, provedoras de soluções para os empreendimentos que irão implantar a Nota Fiscal de Consumidor Eletrônica. Serão promovidas capacitações e consultorias, dando condições para que essas empresas de TI se preparem e desenvolvam sistemas que atendam às necessidades do mercado. A segunda frente de atuação tem como público micro e pequenas empresas, além dos empreendedores individuais. Por meio do SebraeTec, a instituição poderá apoiar em até 80% do custo total da consultoria pa-

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EMPREENDER

ra implantação dos padrões da NFCe. Para Lauro Vasconcelos, superintendente do Sebrae, é uma iniciativa louvável. “Estamos apoiando a Sefaz, pois trata de uma ação que irá beneficiar o contribuinte. A NFCe trará grandes ganhos para o empresário, como economia de papel, diminuição da burocracia, facilidade para o aumento de número de caixas. Vamos criar condições para que os pequenos negócios tenham acesso a essa importante ferramenta e para que as empresas do APL de TI possam suprir essa necessidade do mercado ”, destaca. O empresário Alexandre Porto, presidente da Associação Comercial, também aprovou a iniciativa da Sefaz. “É uma ação importante que vem sendo desenvolvida por Secretarias da Fazenda de diversos estados. Sergipe participou de forma pioneira, construindo em parceria com o setor empresarial, com empresas do setor de Tecnologia da Informação. É um momento de bastante significado para a classe empresarial, uma ferramenta que irá facilitar a vida do empreendedor”, destaca. E

“A NFCE TRARÁ GRANDES GANHOS PARA O EMPRESÁRIO, COMO ECONOMIA DE PAPEL, DIMINUIÇÃO DA BUROCRACIA, FACILIDADE PARA O AUMENTO DE NÚMERO DE CAIXAS.” LAURO VASCONCELOS, SUPERINTENDENTE DO SEBRAE

INFORME SEBRAE. Presidente do Conselho Deliberativo Nacional: Roberto Simões. Diretor-Presidente: Luiz Barretto. Diretor-Técnico: Carlos Alberto dos Santos. Diretor de Administração e Finanças: José Claudio dos Santos. Gerente de Marketing e Comunicação: Cândida Bittencourt. Edição: Ana Canêdo, Antônio Viegas. Fone: (61) 3348- 7494


CONJUNTURA

Inflação alivia, mas ainda preocupa Para a maioria dos analistas, o crescimento baixo da economia pode ajudar a segurar os preços, mas apenas parcialmente

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as estimativas do grupo dos analistas que mais acertam as projeções, o chamado Top 5 da pesquisa Focus, do Banco Central, a previsão para o IPCA em 2014 no cenário de médio prazo recuou para um valor abaixo da meta de 6,50% ao cair de 6,60% para 6,30%. Para julho, a projeção recuou de 0,29% para 0,28%. Para 2015, a previsão dos cinco analistas, porém, passou de 6,90% para 7,03%. A projeção para a Selic, a taxa básica de juros, foi mantida em 11,25%; a perspectiva para a cotação do dólar também ficou inalterada, em R$ 2,45. Para a maioria dos analistas, o crescimento baixo da economia pode ajudar a segurar os preços, mas apenas parcialmente. De acordo com o economista Alexandre Schwartsman, é equivocado atribuir a inflação aos preços dos alimentos. Apesar de eles terem subido fortemente no ano passado, quase 8,5%, é preciso considerar que a inflação de serviços tem sido particularmente intensa. Os alimentos colocados à disposição dos consumidores num supermercado, por exemplo, carregam consigo uma variedade de serviços, como aluguéis, transportes, pessoal e outros. O conteúdo de serviços explica,

Economista Alexandre Schwartsman: “É equivocado atribuir a inflação aos preços dos alimentos.”

pois, por que o feijão do supermercado é mais caro que o do atacado e, da mesma forma, por que o prato de feijão do restaurante é ainda mais caro, mas não esclarece o motivo de o ritmo do aumento de preços ser distinto. Nota o economista que apenas no ano passado a inflação de serviços atingiu pouco menos de 9%, bastante acima do IPCA. Para entender essa dinâmica é preciso considerar dois aspectos. Por um lado, premidos por um mercado de trabalho bastante apertado, os salários têm aumentado a uma velocidade bem maior que a da produtividade do trabalho. Assim, nos 12 meses terminados em novembro de 2013, o salário médio nominal aumentou 8%, enquanto o crescimento da produtividade deve

ter ficado na casa de 1%, implicando aumento do custo unitário do trabalho. Por outro lado, considera Schwartsman que, ao contrário dos bens em geral, serviços não estão sujeitos à concorrência internacional. Enquanto no caso dos primeiros o repasse dos custos é limitado pelo preço do concorrente externo, quando se trata de serviços, o limite é a demanda, isto é, quanto o consumidor está disposto a pagar. Em particular, a demanda tem sido forte o suficiente para acomodar aumentos da ordem de 9% nos últimos três anos. Ele conclui: “É este o fenômeno que elucida o aparente paradoxo de preços de alimentos em queda no atacado e em alta no varejo: trata-se da ‘face oculta’ da inflação de serviços”. Julho de 2014

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DESTAQUE CACB Luis Macedo/Câmara dos Deputados

Aprovação da PLP 221/12 na Câmara dos Deputados

Entidade mobiliza federações para apoiar texto do novo Super Simples aprovado na Câmara Entre outros avanços, o PLC nº 60/14 promove a universalização do Simples Nacional e também fixa o limite quanto à incidência da Substituição Tributária do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS)

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Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) convoca todas as Federações para comparecerem à votação do PLC nº 60/14, que altera a Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas. O projeto, anteriormente numerado PLP 221/12, teve aprovação unânime na Câmara dos Deputados e foi encaminhado ao Senado, renumerado e pronto para ser incluído na Ordem do Dia. A expectativa é de que isso ocorra na sessão de votação do dia 16 de julho.

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Empresa Brasil

“Agora, mais do que nunca, é importante que os presidentes das Federações compareçam à votação no Senado, pois o desdobramento disso afetará a vida de milhões de empresários. Precisamos nos empenhar no convencimento dos senadores de cada Estado, para alcançarmos a aprovação do projeto”, defende o presidente interino da CACB, Rogério Amato. Amato explica que, se aprovadas, as alterações na Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas promoverão o estímulo à formalização,

competitividade, emprego e renda. Entre outros avanços, o PLC nº 60/14 promove a universalização do Simples Nacional, ampliando a possibilidade de ingresso de novas categorias no programa. A medida pode beneficiar inicialmente cerca de 500 mil empresas, envolvendo 140 atividades produtivas. O texto também fixa o limite quanto à incidência da Substituição Tributária do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS), o que reduziria o número de empresas impactadas de


2 milhões para cerca de 400 mil, com base na Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE). Planalto deve vetar novos benefícios Apesar do aval do ministro Guilherme Afif Domingos, da Secretaria da Micro e Pequena Empresa da Presidência da República, à proposta aprovada pela Câmara dos Deputados, líderes governistas, no final de junho, previam o veto da presidente Dilma Rousseff às emendas que incluíram novos benefícios na votação do novo Super Simples. Pelo texto chancelado pelos deputados federais, serão beneficiados advogados, fisioterapeutas e corretores de seguros e de imóveis em faixa de alíquotas menores. O governo foi contra a emenda que diminui as alíquotas para advogados, fisioterapeutas e corretores, mas perdeu feio. Por 349 votos a 9 e 2 abstenções, o plenário aprovou a emenda do deputado Guilherme Campos (PSD-SP), apoiada por outros partidos, que muda o enquadramento desses serviços, que passam da tabela de maior valor (tabela seis) para a tabela três, de menor valor dentre as do setor de serviço. E também atividade intelectual, de natureza técnica, científica, desportiva, artística ou cultural. Já os serviços advocatícios são incluídos na tabela quatro. O texto traz avanços para as pequenas e microempresas (MPEs) e para os microempreendedores individuais (MEIs) no que se refere ao ingresso do setor de Serviços no Super Simples, a cobrança de alíquotas menores do ICMS para o segmento, desburocratização e vantagens em compras governamentais. O texto aprovado é do relator, deputado Cláudio Puty (PT-PA), que prevê a criação de uma nova tabela para serviços, com alíquotas que variam de 16,93% a 22,45%.

Projeto prevê o fim da substituição tributária Com o fim da substituição tributária para alguns setores, aprovada na alteração da Lei Geral, as secretarias de Fazenda estaduais não poderão mais aplicar o mecanismo de recolhimento antecipado da alíquota cheia do ICMS pelas empresas, cujo repasse ocorre para os compradores do produto. A substituição tributária dificulta a competição das micro e pequenas empresas porque elas, muitas vezes, compram produtos que vêm com o ICMS embutido no preço, pagando pelo imposto antes mesmo de vender ou usar o produto, diminuindo sua competitividade em relação a outras empresas não optantes pelo Simples Nacional. O projeto segue para análise do Senado. Outros pontos do texto aprovado que altera regras do Supersimples (PLP 221/12): ■

proíbe abertura de microempresa de pessoa que tenha relação de subordinação ou pessoalidade com o contratante do serviço; isenta o agricultor familiar, o microempreendedor individual (MEI) e o empreendedor de economia solidária de taxas relacionadas à fiscalização da vigilância sanitária; permite a emissão de nota fiscal diretamente pela internet por meio de sistema nacional

informatizado sem custos para as micro e pequenas empresas; ■

para fins de enquadramento nas faixas de alíquotas, não serão consideradas as receitas com exportação;

empresas que tenham comprado produtos das micro e pequenas empresas para exportar e não o façam dentro de 180 dias deverão pagar todos os tributos que deixaram de ser pagos;

permite a empresas prestadoras de serviços de logística internacional realizarem atividades de licenciamento administrativo, despacho aduaneiro, contratação de seguro e outros serviços para MEI exportador;

proíbe o caráter orientador de fiscalização da ocupação do solo quando isso ocorrer em áreas de preservação permanente, faixas de domínio público nas rodovias e ferrovias ou áreas destinadas a equipamentos urbanos;

proíbe cláusulas contratuais que limitem a emissão de títulos de direitos creditórios vinculados a operações de compra e venda de produtos e serviços por micro e pequenas empresas;

prevê regime simplificado de exportação para os beneficiários do Simples Nacional quanto aos procedimentos de licenciamento, despacho aduaneiro e câmbio.

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PROGRAMA

II Seminário Internacional de Consultoria promove intercâmbio de experiências Evento contará com palestras, painéis e atividades diversas; representantes de núcleos setoriais de São Paulo, Santa Catarina e Paraná apresentarão cases de sucesso

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Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil realiza de 23 a 25 de julho o II Seminário Internacional de Consultoria Grupal, na Praia do Rosa, em Santa Catarina. O evento tem parceria do Sebrae, Federação das Associações Comerciais e Industriais de Santa Catarina (Facisc) e do BFZ (Centros de Treinamento e Desenvolvimento Profissional das Associações da Baviera). O evento será celebrado junto ao 4º Seminário de Consultores da Facisc e tem como finalidade melhorar as competências dos consultores, promover o intercâmbio de experiências e debater sobre a metodologia do Empreender. Além disso, os participantes terão a oportunidade de acompanhar os resultados do projeto Redes Empresariais de Negócios que está sendo desenvolvido na Bolívia e na Colômbia. Para a Analista Internacional da CACB, Gabriele Oliveira, que faz parte da organização do seminário, esta é uma oportunidade para trocar experiências de maneira única. “É uma oportunidade para ficar por dentro de como Colômbia, Bolívia, Honduras, Guatemala e outros paí-

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ses vêm trabalhando a metodologia de núcleos setoriais.” A oportunidade de reunir consultores internacionais e brasileiros para troca de experiências surgiu da junção de necessidades, uma vez que a Facisc, que pretendia realizar seu 4º seminário de consultores, pôde ampliar o evento e torná-lo internacional, acoplando-se aos interesses da CACB, que prestaria contas no projeto Redes Empresariais de Negócios com a realização do Encontro de Integração e Avaliação.

Jean Sandro Pedroso, (D), vencedor do Prêmio MPE Brasil, na categoria Comércio, será um dos palestrantes do evento


Com programação extensa, o evento contará com palestras, painéis e atividades diversas. Representantes de núcleos setoriais de São Paulo, Santa Catarina e Paraná apresentarão cases de sucesso, evidenciando os métodos e processos que alavancaram as empresas participantes. Cases de sucesso de Honduras, Peru, Moçambique, Colômbia e Bolívia também serão apresentados. Além disso, o italiano Achile Bianchi, da Agência de Desenvolvimento Local e Transferência de Tecnologia de Salerno, irá ministrar palestra sobre a criação de marcas coletivas, muitas vezes uma das opções dos núcleos setoriais para aumento de competitividade e profissionalização de serviços. Serão apresentados, ainda, os projetos apoiados pela Comissão Europeia, palestra sobre a atuação internacional do Sebrae, e um debate sobre as metodologias utilizadas pelos diversos núcleos setoriais ao redor do mundo. Outra novidade é a apresentação dos vencedores do Prêmio MPE Brasil, Jean Pedroso – da empresa Efetiva Informática, e Francis Post – da empresa Vision System, que visa mostrar o impacto dos núcleos setoriais na gestão das empresas brasileiras. Para o campeão na categoria comércio, Jean Pedroso, “participar do núcleo é de extrema importância. Nos ajudou a melhorar nosso caminho enquanto empresa, através de parcerias, mais tarde gerando negócios, e também ampliando nossos contatos e rede de relacionamento. Com o tempo vimos que nosso concorrente é na verdade um

parceiro e que podemos juntos estimular nossa área”, explica. Facisc A Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado de Santa Catarina (Facisc) é uma das principais federações do sistema CACB. Santa Catarina foi o estado com a maior participação nos cursos de formação de consultores internacionais promovido pela CACB e o BFZ. A CACB mantém um contrato de longo prazo com uma consultora vinculada à Facisc para implantação do projeto na Colômbia. Outros consultores já desenvolveram ações internacionais pela CACB em países da África e da América Latina. Por último, a CACB está investindo cerca de US$ 6,5 milhões em 96 projetos de núcleos setoriais em oito estados brasileiros. Destes, cerca de 50% são do estado de Santa Catarina. Há três anos a Facisc realiza o encontro de consultores do estado. Recentemente, a Facisc foi incorporada formalmente ao convênio de cooperação com o BFZ, pela expressiva atuação nos projetos da CACB. O Presidente da Federação, Ernesto Reck, pretende ampliar a visibilidade da entidade tanto nacional quanto internacionalmente com o fim de desenvolver, de forma cada vez mais proativa, atividades como missões empresariais e institucionais a outros países, contatos e assinaturas de acordos de intenções com instituições internacionais, participação em eventos internacionais.

Projetos apoiados pela Comissão Europeia, palestra sobre a atuação internacional do Sebrae e um debate sobre as metodologias utilizadas pelos diversos núcleos setoriais ao redor do mundo fazem parte do programa

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PROGERECS

Julio Consentino (E) e Antônio Bortolin celebram parceria

CACB e Certisign criam Portal de Assinaturas A nova parceria facilitará a vida dos associados permitindo assinatura de documentos a distância

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Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) e a Certisign anunciam a disponibilização de um novo produto às pessoas físicas e jurídicas através das Associações Comerciais: o Portal de Assinaturas CACB. Parceiras na venda e validação de Certificados Digitais desde 2006, as entidades se uniram para facilitar o uso de um dos benefícios do Certificado Digital, que é a possibilidade de usá-lo como assinatura com valor jurídico. Para utilizar o

serviço, basta acessar o portal: http:// cacb.portaldeassinaturas.com.br. Por meio do Certificado Digital ICPBrasil, o Portal permitirá que, com apenas alguns cliques, a assinatura seja gerada com validade jurídica. No próprio console, o signatário transmite a documentação à outra parte interessada e ainda pode armazenar o documento. Luiz Antônio Bortolin, Executivo Nacional da CACB, explica que a tecnologia permitirá ao empresário fechar negócios de qualquer lugar do mundo, sem a necessidade de a outra


parte estar presente no mesmo local. “Neste cenário estamos falando de redução de custos e preservação do meio ambiente. Isso porque não há a necessidade de autenticações adicionais, impressão, manuseio e armazenamento de documentos e deslocamentos para a tramitação”, comenta. Julio Cosentino, vice-presidente da Certisign, completa a afirmação de Bortolin acrescentando a agilidade que a assinatura digital adiciona aos processos. “Estamos facilitando a assinatura de documentos dos sócios de mais de 2.300 associações comerciais e empresariais de todo o Brasil. Como toda a tramitação é feita no meio eletrônico, o fluxo segue o ritmo que os signatários desejarem. Todo o processo de assinatura pode ser programado no Portal.” De acordo com Renato Martini, presidente do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação, o Portal servirá para o uso mais efetivo de um certificado digital. “Um certificado digital é uma ferramenta fundamental para dar segurança jurídica à manifestação das vontades. O portal será uma plataforma mais prática para os agentes econômicos assinarem seus documentos digitais”, explica. Segundo Bortolin, este é mais um diferencial dos associados da CACB. “Esta é uma oportunidade de negócio para todos que integram a nossa rede. O Portal de Assinaturas CACB é bom para o usuário final, que terá inúmeros benefícios, e bom para as Associações Comerciais que oferecem a solução, uma vez que gera receita financeira para a sustentabilidade das entidades a fim de que elas possam prestar mais e melhores serviços aos seus associados”, finaliza.

Como funciona: Assinatura Digital A assinatura digital é gerada a cada utilização do Certificado Digital ICP-Brasil, que atribui autenticidade e garante a integridade dos documentos eletrônicos assinados. Por ser realizada via Certificado Digital ICP-Brasil, a validade jurídica dos documentos eletrônicos assinados de forma digital está garantida pela Legislação Brasileira, que concede à assinatura digital o mesmo valor legal que a assinatura manuscrita.

Fluxo automatizado O Portal de Assinaturas CACB automaticamente realiza todo o fluxo de assinatura. O administrador da plataforma cria as regras, e o sistema se encarrega de notificar as pessoas envolvidas no processo a cada novidade nas etapas do fluxo. Assim, o usuário recebe uma notificação quando há a entrada de um novo arquivo, assinatura concluída ou documento finalizado, por exemplo. Desta forma, o tempo e os recursos dispensados para assinaturas presenciais, envio, impressão de documentos – tais como pré-contratos, contratos, aditivos, relatórios de auditoria, etc. – são eliminados, concedendo à empresa velocidade para compor, assinar, verificar conteúdos e compartilhar documentos com substancial redução de custos.

Quem pode utilizar: Empresários, executivos, profissionais liberais e instituições de ensino, por exemplo, podem utilizar o Portal para assinar virtualmente contratos com clientes e fornecedores, atas de reunião, atestados, prontuários, diplomas e outros documentos.

Sobre a Certisign A Certisign é precursora da certificação digital na América Latina e já emitiu ao longo dos seus 17 anos de atividade mais de 5 milhões de certificados digitais. Líder do segmento, está presente em todos os estados do país e conta com mais de 1.000 pontos de atendimento no Brasil. A empresa possui uma unidade de negócios especializada no desenvolvimento de produtos e soluções para pequenas, médias e grandes empresas, que busca integrar a certificação digital no dia a dia, para assim permitir que sejam desfrutados os benefícios da tecnologia com a confiança necessária para se atuar no mundo digital.

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CBMAE

I Encontro Brasileiro pela Solução Pacífica de Conflitos Empresariais mostrou os caminhos para poupar tempo e dinheiro

Rede da Câmara opera em mais de 100 unidades Nos últimos 18 meses, foram incorporados 30 novos pontos e realizados cursos de Negociação, Mediação e Arbitragem para mais de 3 mil pessoas

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Câmara Brasileira de Mediação e Arbitragem Empresarial (CBMAE/CACB) mais uma vez superou as metas. Por meio do uso e da divulgação dos métodos adequados de solução de conflitos, a Câmara reforçou os laços com as entidades que promovem o acesso à Justiça. De acordo com George Teixeira, diretor financeiro da CACB, os resultados foram bastante positivos. “O programa previa o fortalecimento da relação da CACB com o Poder Judiciário e o Executivo

no fomento de uma política pública de acesso à Justiça. Esta era a meta mais importante, e podemos dizer que esse objetivo foi alcançado com sucesso”, garante. Nos últimos 18 meses, a Rede CBMAE criou 30 novos pontos de atendimento, que se encontram em fase de estruturação. Com a inauguração destes, a Rede somará mais de cem unidades, entre Postos Avançados de Conciliação Extraprocessual (PACEs) e câmaras de conciliação, mediação e arbitragem. Além disso, no mesmo


período, a Rede ofereceu cursos de Negociação, Mediação e Arbitragem para mais de 3 mil pessoas. Participaram dos treinamentos empresários, profissionais liberais e estudantes. Com isso, George acredita que a difusão dos métodos extrajudiciais de solução de conflitos (MESCs) seja mais facilmente alcançada. Pacto Nacional da Advocacia Junto a entidades especializadas e ao Colégio de Presidentes das Comissões de Mediação e Arbitragem da OAB (Coprema), a Câmara também vem atuando na formulação de uma política que incentive profissionais do direito a utilizar os MESCs. Com o intuito de disseminar os institutos de forma coloquial e técnica, foi idealizado o Pacto Nacional da Advocacia, que propõe que os advogados utilizem os MESCs como forma de solucionar os conflitos empresariais, a inclusão de disciplinas de mediação e arbitragem nos cursos de direito e a produção de um Manual do Advogado em Soluções Extrajudiciais, entre outras medidas. Eventos realizados A CACB/CBMAE também promoveu eventos com o objetivo de disseminar a cultura da pacificação e conscientizar empresas sobre os MESCs. Promovido pela CACB, Sebrae, Ministério da Justiça e Conselho Nacional de Justiça, o III Workshop Política Pública Nacional de Promoção e Acesso à Justiça debateu temas como a Lei de Mediação, casos de sucesso, o pacto de resolução apropriada de disputas e a Resolução 125/10, que trata da Política Judiciária Nacional de

tratamento adequado dos conflitos no âmbito do Poder Judiciário. No I Encontro Brasileiro pela Solução Pacífica de Conflitos Empresariais, cerca de 50 empresas se reuniram para debater sobre a cultura da pacificação no meio empresarial. Idealizado com o fim de conscientizar o setor privado sobre os métodos adequados de solução de conflitos, o evento mostrou às empresas que os caminhos não judiciais podem poupar muito tempo, dinheiro e colaborar para manter uma boa imagem corporativa. Outras ações A CACB, por meio da CBMAE, participa ativamente da Semana Nacional de Conciliação promovida pelo CNJ. “Com isso, oportunizamos principalmente para pequenos negócios um atendimento ágil e econômico na solução de conflitos”, explica George. O evento é uma campanha de mobilização que envolve todos os tribunais brasileiros, os quais selecionam os processos que tenham possibilidade de acordo e intimam as partes envolvidas para solucionarem o conflito. A medida faz parte da meta de reduzir o grande estoque de processos na justiça brasileira, que, no último Relatório Justiça em Números, contava com mais de 92 milhões de processos em trâmite. A CBMAE vem acompanhando de perto a Câmara dos Deputados e o Senado Federal para observar os projetos de lei que interessam à classe empresarial no que diz respeito aos MESCs, tais como o projeto que institui o marco legal da mediação no Brasil e as alterações na Lei de Arbitragem.

A CACB/CBMAE promove eventos para disseminar a cultura da pacificação e conscientizar empresas sobre os métodos extrajudiciais de solução de conflitos

Próximos passos da CBMAE A CBMAE já negocia nova parceria com o Sebrae para continuar fomentando o acesso à Justiça e atingir outros resultados, tais como: • Promover o pacto entre empresas pela não judicialização • Apoiar a promoção do pacto pela advocacia colaborativa • Colaborar com o desenvolvimento de uma certificação de mediadores • Participar da Semana Nacional de Conciliação realizada pelo CNJ • Realizar mutirão de Conciliação Empresarial • Disponibilizar 2 mil vagas em cursos de Negociação, Mediação e Arbitragem e treinamento de representantes de empresas • Apoiar a certificação de câmaras de mediação e arbitragem

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ADMINISTRAÇÃO

Por que o Plano de Negócios

está em xeque Estrategistas sustentam que o velho plano de negócios já morreu; outros defendem a ferramenta como fundamental para o aprendizado da atividade escolhida

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oi com a nova onda de startups que o assunto voltou à tona. Afinal, o antigo Plano de Negócios (PN), uma espécie de check-list do empreendedor, é mesmo imprescindível? Para um número cada vez maior de especialistas que escrevem sobre o empreendedorismo, o documento está morto e enterrado. Um recente estudo feito pela Universidade de Babson (EUA), considerada um dos maiores centros de pesquisa de empreende-

dorismo do mundo, indicou que não existe relação direta entre a existência de um PN e o sucesso de uma empresa. Outra referência mostra que vários empreendedores de sucesso não escreveram um plano empresarial antes de fundar suas respectivas empresas, como Steve Jobs e Bill Gates, por exemplo. Mesmo assim, isso não significa que não planejaram alguma coisa, assinala Daniel Pereira, autor do livro O Analista de Modelos de Negócios.


“O que realmente importa é a capacidade dos empreendedores de mudar o rumo e fazer ajustes para trilhar um caminho de sucesso’’ “Com o crescimento de uma nova ciência de empreendedorismo, baseada em interações reais com o mercado (lean-startup) e pensamento visual (business model), o achismo e as hipóteses deixaram de ser postos em longos planos textuais”, diz Pereira. “A grande ideia agora é pensar em como validar suposições rapidamente e com o mínimo de gasto e esforço.” De acordo com o especialista, não é de hoje que a maior parte dos investidores de risco praticamente ignoram o plano. Geralmente eles apostam muito mais nas pessoas por trás da ideia do que no que elas de fato pensaram para ganhar dinheiro. Afinal de contas, o mundo muda e as hipóteses podem estar erradas. “Por isso, o que realmente importa é a capacidade dos empreendedores de mudar o rumo e fazer ajustes para trilhar um caminho de sucesso”, diz. E completa: “Chega de texto e páginas de documentos formais. A era agora é do pensamento visual, dos cartazes com post-its, dos pitches e das estratégias para validar ideias de criativos empreendedores”. Ferramenta de aprendizado “O empreendedor não deve escrever um plano de negócio com-

pleto para começar a empreender. E também não pode deixar de organizar as ideias de como seu negócio vai funcionar antes de tomar decisões importantes durante sua implantação”, contrapõe Marcos Hashimoto, coordenador do Centro de Empreendedorismo e professor da FAAP (Fundação Armando Alvares Penteado), de São Paulo. Para Hashimoto, que reviu sua posição contrária à necessidade de um Plano de Negócios, como tudo na vida, nenhum dos dois extremos representa o melhor caminho para quem vai empreender. Antes de tudo, segundo ele, é preciso definir o objetivo de um plano. Se for a busca por uma resposta sobre a viabilidade de uma ideia de negócio, então você está errado. Como o plano de negócio é escrito sob condições de alta incerteza e muitas suposições, nenhuma conclusão sobre a viabilidade do negócio a partir deste documento pode ser tomada como definitiva, explica. “Sua principal finalidade é propiciar ao empreendedor um roteiro estruturado para que ele colha informações e dados a fim de aumentar sua familiarização e domínio dos fundamentos da área em que vai atuar como uma ferramenta de aprendizado sobre o negócio”, resume.

O Plano de Marcos de Michael Hanley Michael Hanley, sócio do escritório de contabilidade CPA (EUA), defende que os emprendedores, em vez de um plano de negócios, criem um Plano de Marcos, que ditarão a linha do tempo do empreendedor ao longo dos próximos anos. Hanley recomenda esses parâmetros: ■ Defina um shut down

marco. Isso pode ser um marco financeiro ou de tempo em que você perceba nenhuma possibilidade de rentabilidade. ■ Defina um marco part-

time. Determine em que ponto você irá converter o seu trabalho atual em um trabalho em tempo parcial para que seu negócio lateral possa crescer, o que pode ser establecido por um marco financeiro ou um marco orientado para a conquista de clientes. ■ Defina um marco em tem-

po integral. Determine em que ponto você vai parar o seu trabalho a tempo parcial e começar a gerir o seu próprio negócio em tempo integral.

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FINANÇAS

Sérgio Perondi: “SGC pretende atender os empreendedores dos 92 municípios da região, na tentativa de fomentar a diversificação da economia local”

Santa Catarina ganha a primeira Sociedade de Garantia de Crédito O objetivo é a promoção do desenvolvimento empresarial, por meio do acesso ao crédito e assessoria financeira para as empresas associadas

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falta de crédito, um dos limitadores do crescimento dos pequenos negócios, a partir de agora não será mais empecilho para os empreendedores do oeste, extremo-oeste e noroeste catarinense. Formada por um grupo de empresários e entidades comerciais, foi criada em 27 de maio a primeira Sociedade de Garantia de Crédito de Santa Catarina, a SGC Garanteoeste-SC. De caráter privado, além de complementar as garantias exigidas aos

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seus associados nas operações de crédito junto do sistema financeiro, a SGC também fornecerá aval técnico, comercial e assessoria financeira. A ideia principal é a promoção da competitividade e desenvolvimento empresarial, por meio do acesso ao crédito e assessoria financeira para as empresas associadas. O Sebrae Nacional dará o suporte técnico e financeiro durante o processo de implantação da Garanteoeste e também prestará serviços de assessoria aos empreendedores que bus-

carem aval junto à SGC. De acordo com o diretor técnico do Sebrae-SC, Anacleto Angelo Ortigara, o oeste catarinense recebeu o apoio do Sebrae Nacional pelo comprometimento das associações comerciais e pela capacidade de produção da região. O diretor técnico do Sebrae Nacional, Carlos Alberto dos Santos, afirmou que a negociação que envolve uma SGC transfere o compromisso financeiro do pequeno empresário de maneira associativa e comparou a avalização a um crédito consignado


pelos juros baixos e garantia de pagamento do empréstimo. Luiz Carlos Furtado Neves, vice-presidente da Micro e Pequena Empresa da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), considerou o oeste o melhor lugar para receber a primeira SGC de Santa Catarina pela característica da classe empresarial. “Os empresários que iniciam a operação da Garanteoeste-SC têm a responsabilidade de alavancar as pequenas e microempresas e, consequentemente, a economia da região”, avaliou. Presidente administrativo da Garanteoeste, Sergio Perondi afirmou que a SGC pretende atender os empreendedores dos 92 municípios da região, na tentativa de fomentar a diversificação da economia local. Tradicionalmente, o oeste catarinen-

se é uma região em que predomina a agroindústria, com destaque para tradicionais empresas do ramo avícola. Com o incentivo da SGC, Perondi acredita que poderá surgir um novo polo a ser formado por empresas de alta tecnologia. “Esse é o nosso principal objetivo”, destacou. “Estamos confiantes pelos apoiadores que temos e, principalmente, pelo interesse demonstrado pelas associações comerciais.” Perondi, que atua como diretor financeiro da Associação Comercial e Industrial de Chapecó (Acic), estimou que até setembro próximo o Banco Central deverá autorizar o início de operações da SGC. A primeira instituição de crédito a aderir ao projeto foi o Grupo de Cooperativas do Sistema Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil (Sicoob).

O que são Sociedades de Garantia de Crédito São formadas essencialmente por empresas, mas podem também ter a participação de entidades públicas e outros apoiadores. Seu objetivo principal é a promoção da competitividade e desenvolvimento empresarial, por meio do acesso ao crédito e assessoria financeira para as empresas associadas. As SGCs não realizam empréstimo ou financiamentos, mas prestam garantias de aval ou fiança nas operações de crédito de suas associadas com as instituições financeiras. As garantias podem também ser dadas aos fornecedores das associadas (aval comercial) ou em processos de licitações (aval técnico). A Sociedade Garantia de Crédito analisa os projetos e pedidos de financiamento pleiteados por seus associados e assume o risco de inadimplência e eventuais falências. Nestes casos, a SGC honra a garantia ante o credor e passa a conduzir o processo de recuperação das perdas com a associada inadimplente ou falida.

Histórico A primeira sociedade de garantia solidária do Brasil foi criada em 2003, a Garantiserra, na região da Serra gaúcha (RS). Essa iniciativa contou com o apoio técnico e financeiro da Região do Vêneto, na Itália, do governo estadual e das prefeituras municipais gaúchas, do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), do Sebrae-RS e do Sebrae Nacional. Em junho de 2008, foi criada a Noroeste Garantias, em Maringá; em agosto de 2009, foi constituída a Sociedade Garantidora de Crédito do Sudoeste (Garantisudoeste), com sede em Francisco Beltrão; e em novembro do mesmo ano, foi formada a Garantioeste, na região de Cascavel, Toledo e Foz do Iguaçu. Essas novas SGC começaram a operar efetivamente em 2011. Nesse mesmo ano foi lançada, em novembro, a Garantinorte, em Campos dos Goytacazes, no norte fluminense. Em 2012, surgiram outras iniciativas no país. A primeira foi a GarantiParaíba, na cidade de Campina Grande, inaugurada em abril. Na sequência, veio a Garantia dos Vales, no norte mineiro, em julho. No segundo semestre o protagonismo paranaense foi reforçado com o surgimento da Garantinorte, em Londrina, e da Centro-Sul, na região de Guarapuava. Ainda nesse ano, despontou, em outubro, outra iniciativa de SGC na região do Alto Paranaíba, em Minas Gerais.

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LIVROS

Por que o Brasil cresce menos do que poderia

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omplacência” é o título do livro recentemente lançado pelos economistas Fabio Giambiagi e Alexandre Schwartsman (Editora Campus). A obra se propõe a refletir sobre os motivos pelos quais o Brasil cresce menos do que poderia. Nessa linha, argumenta que com a eventual manutenção do status quo dificilmente haveria transformações no desempenho macroeconômico do Brasil. Para os autores, crescer em torno de 2% ao ano não corresponde ao projeto de quem quer que seja para o país. Ainda que predomine uma sensação de conforto, em particular proporcionada pela manutenção do emprego e da renda que costuma advir de taxas de crescimento mais elevadas do PIB. Uma situação considerada anômala que leva os economistas a caracterizar o Brasil “como um país feliz que cresce pouco”. A chave desse aparente paradoxo, como definem os economistas, de um país que exibe taxas de desemprego baixas e renda em expansão, a despeito do crescimento lento da economia, está na estagnação da produtividade. A notícia supostamente boa é que mesmo um crescimento letárgico da produção basta para gerar empregos que possam dar conta de manter a mão de obra disponível. A má notícia é que o crescimento lento da oferta de trabalho é um implacável limitador do crescimento da renda nacional. Dividido em 15 capítulos, o livro é recheado de citações de obras literárias de escritores, historiadores, de econo-

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mistas e estadistas, por meio das quais Giambiagi e Schwartsman tentam fugir do economês, com a construção de um texto mais acessível ao leitor comum. A criatividade dos autores leva a títulos e subtítulos de capítulos, incomuns em livros de economistas. Por exemplo: “O elefante na sala”; “O guizo no gato”; “Pimba”; “A tia doida” e muitos outros. É certo que a tentativa de levar ao maior público possível a informação sobre os motivos pelos quais o Brasil cresce abaixo de seu potencial é válida. Ainda mais se for considerado que Giambiagi e Schwartsman conseguiram, numa rara síntese, reunir um flashback completo que explica os motivos da estagnação da economia nacional. Entre estes, citam o aumento dos gastos públicos, o baixo avanço da produtividade e a falta de reformas – um estado de coisas que pode condenar o Brasil a uma fase de mediocridade. Para os economistas, era inevitável que acontecesse o que está acontecendo com a economia brasileira, se for considerado o programa do Partido dos Trabalhadores (PT). Um partido cuja visão do mundo está associada ao que entende por lucros “ordinários” e “extraordinários” – e a noção de que o capitalismo e, em particular, certas empresas e setores devem ser estritamente controlados. Os autores encerram o livro com uma espécie de sentença: “O país tem a palavra.” Frase esta que remete ao título da obra que tem como sinônimos: tolerância, disposição favorável a alguém, aquiescência (Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa).

A chave desse aparente paradoxo, de um país que exibe taxas de desemprego baixas e renda em expansão, a despeito do crescimento lento da economia, está na estagnação da produtividade

COMPLACÊNCIA Entenda por que o Brasil Cresce Menos do que Pode Autores: Alexandre Schwartsman e Fabio Giambiagi Gênero: Economia Páginas: 272 Formato: 16 x 23 cm Editora: Campus Elsevier Preço: R$ 69,90


ARTIGO

Existe um momento certo para arriscar uma mudança na vida? Christian Barbosa*

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erá que existe um momento ideal para largar o certo pelo incerto? De arriscar algo diferente? Sem dúvida você passou por isso ou conhece alguém que tenha dúvidas similares. Certamente, em algum momento da vida passaremos por questionamentos como: estou em um bom emprego, seguro, mas não estou feliz ou ganho mal, porém faço aquilo de que gosto. Ou seja, você sente um incômodo, mas não sabe o que fazer com ele. O problema é que essas dúvidas consomem muito tempo de nossas vidas, e, muitas vezes, um tempo completamente inútil. E a verdade é que ninguém pode ter uma resposta para isso a não ser você mesmo. Diante disso, sempre que tenho um impasse ou algo que está emperrado eu paro para me perguntar e não para pensar! Perguntas são as respostas! Se a sugestão valer para você, seguem algumas perguntas que podem ser feitas: 1- E se eu mudar e optar por esse novo rumo? O que pode acontecer de bom? O que pode acontecer de ruim? Tem mais vantagens ou desvantagens? 2- Alguém será prejudicado com essa minha decisão? É possível evitar ou minimizar o impacto?

3- O que me impede de tomar essa decisão? O que preciso fazer para vencer essas barreiras? 4- É ético? Honesto? Vou conseguir dormir de noite? 5- Minha família vai junto comigo? 6- Vai ajudar a realizar meus sonhos e objetivos? Faça uma ponderação sobre as respostas, você vai reparar que o problema não é tão grande quanto parece. Geralmente, a dúvida é mais simples do que se achava e o que impede você é o medo do desconhecido. Quando não arriscamos, eliminamos as chances de progredir. Porém, não faça nada apressado, planeje, planeje e, quando estiver cansado, planeje novamente. Não existe planejamento que seja executado 100% do jeito que foi criado, mas sem ele tudo fica mais difícil e só aumenta o medo do desconhecido. Planejar torna o desconhecido conhecido. Melhor ter a certeza do erro por ter feito aquilo que acreditava ser certo do que ficar estagnado. Pergunte sempre e, quando achar que deve, arrisque. Tenha cuidado apenas para não ficar parado e conformado com tudo. *É fundador da Triad Consulting, empresa multinacional especializada em programas e consultoria na área de produtividade, colaboração e administração do tempo

Do leitor: Prezados Agradeço penhoradamente à Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil, à sua assessoria de imprensa e à coordenação editorial pela matéria veiculada (págs. 22 e 23) da revista da CACB, nº 11, de abril de 2014, onde faço uma apresentação sobre a nova Lei Anticorrupção (12.846/13). Achei muito bem redigida e oportuna a matéria, pois vejo problemas pela proa decorrentes dos efeitos desta nova lei. Murilo Gouvêa dos Reis

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INCENTIVADOR OFICIAL DO EMPREENDEDOR R BRASILEIRO O

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