Empresa Brasil - Edição 133

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Empresa

Brasil

Ano 13 l Número 133 l Agosto de 2016

Documento da CACB e da ACRJ estimula protagonismo das ACEs Objetivo é colaborar com os novos prefeitos a serem eleitos em outubro para a construção de um novo país

SERVIÇOS OFERECIDOS PELAS ENTIDADES DO PARANÁ REPRESENTAM 80% DO SEU FATURAMENTO


Federações CACB

DIRETORIA DA CACB TRIÊNIO 2016/2018 PRESIDENTE George Teixeira Pinheiro (AC) 1º VICE-PRESIDENTE Jésus Mendes Costa (RJ) VICE-PRESIDENTES Alencar Burti (SP) Emílio César Ribeiro Parolini (MG) Ernesto João Reck (SC) Francisco de Assis Silva (DF) Guido Bresolin (PR) Itamar Manso Maciel Júnior (RN) Jussara Pereira Barbosa (PE) Kennedy Davidson Pinaud Calheiros (AL) Olavo Rogério Bastos das Neves (PA) VICE-PRESIDENTE DE ASSUNTOS INTERNACIONAIS Sérgio Papini de Mendonça Uchoa (AL) VICE-PRESIDENTE DA MICRO E PEQUENA EMPRESA Luiz Carlos Furtado Neves (SC) VICE-PRESIDENTE DE SERVIÇOS Rainer Zielasko (PR) DIRETOR–SECRETÁRIO Jarbas Luis Meurer (TO) DIRETOR FINANCEIRO Jonas Alves de Souza (MT) CONSELHO FISCAL TITULAR Amarildo Selva Lovato (ES) Valdemar Pinheiro (AM) Wladimir Alves Torres (SE)

Acre – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Acre – FEDERACRE Presidente: Adem Araújo da Silva Avenida Ceará, 2351 Bairro: Centro Cidade: Rio Branco CEP: 69909-460

Paraná – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná – FACIAP Presidente: Guido Bresolin Rua: Heitor Stockler de Franca, 356 Bairro: Centro Cidade: Curitiba CEP: 80.030-030

Alagoas – Federação das Associações Comerciais do Estado de Alagoas – FEDERALAGOAS Presidente: Kennedy Davidson Pinaud Calheiros Rua Sá e Albuquerque, 302 Bairro: Jaraguá Cidade: Maceió CEP: 57.020-050

Pernambuco – Federação das Associações Comerciais e Empresariais de Pernambuco – FACEP Presidente: Jussara Pereira Barbosa Rua do Bom Jesus, 215 – 1º andar Bairro: Recife Cidade: Recife CEP: 50.030-170

Amapá – Associação Comercial e Industrial do Amapá – ACIA Presidente: Nonato Altair Marques Pereira Rua Eliéser Levy, 1122 Bairro Centro Cidade: Macapá CEP: 68.900-083

Piauí – Associação Comercial Piauiense - ACP Presidente: José Elias Tajra Rua Senador Teodoro Pacheco, 988, sala 207. Ed. Palácio do Comércio 2º andar - Bairro: Centro Cidade: Teresina CEP: 64.001-060

Amazonas – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Amazonas – FACEA Presidente: Valdemar Pinheiro Av. Senador Álvaro Maia, 2166 Sala 01 – Praça 14 de Janeiro Bairro: Centro Cidade: Manaus CEP: 69.020-210 Bahia – Federação das Associações Comerciais do Estado da Bahia – FACEB Presidente: Clóves Lopes Cedraz Rua Conselheiro Dantas, 5. Edifício Pernambuco, 9° andar Bairro: Comércio Cidade: Salvador CEP: 40.015-070 Ceará – Federação das Associações Comerciais do Ceará – FACC Presidente: João Porto Guimarães Rua Doutor João Moreira, 207 Bairro: Centro Cidade: Fortaleza CEP: 60.030-000 Distrito Federal – Federação das Associações Comerciais e Industriais do Distrito Federal e Entorno – FACIDF Presidente: Francisco de Assis Silva Quadra 01, Área Especial 03, Lote 01, Núcleo Bandeirante, Setor de Indústria Bernardo Sayão Cidade: Núcleo Bandeirante/DF CEP: 71735-167 Espírito Santo – Federação das Associações Comerciais, Industriais e Agropastoris do Espírito Santo – FACIAPES Presidente: Amarildo Selva Lovato Av. Nossa Senhora dos Navegantes, 955. Ed. Global Tower, sala 713, 7° andar - Bairro: Enseada do Suá - Cidade: Vitória - CEP: 29.050-335

CONSELHO FISCAL SUPLENTE Domingos Sousa Silva Júnior (MA) Ubiratan Silva Lopes (GO) Pedro José (TO)

Goiás – Federação das Associações Comerciais, Industriais e Agropecuárias do Estado de Goiás – FACIEG Presidente: Ubiratan da Silva Lopes Rua 143 - A - Esquina com rua 148, Quadra 66 Lote 01 Bairro: Setor Marista Cidade: Goiânia CEP: 74.170-110

CONSELHO NACIONAL DA MULHER EMPRESÁRIA Neiva Suzete Dreger Kieling (SC)

Maranhão – Federação das Associações Empresariais do Maranhão – FAEM Presidente: Domingos Sousa Silva Júnior Rua Inácio Xavier de Carvalho, 161, sala 05, Edifício Sant Louis. Bairro: São Francisco - São Luís CEP: 65.076-360

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO JOVEM EMPRESÁRIO Fernando Fagundes Milagre SUPERINTENDENTE DA CACB Juliana Kämpf GERENTE ADMINISTRATIVO-FINANCEIRO César Augusto Silva COORDENADOR DO EMPREENDER Carlos Alberto Rezende COORDENADOR DA CBMAE Eduardo Vieira COORDENADOR DO PROGERECS Luiz Antônio Bortolin COORDENAÇÃO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL fróes, berlato associadas EQUIPE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL Neusa Galli Fróes Cyntia Menezes SCS Quadra 3 Bloco A Lote 126 Edifício CACB 61 3321-1311 70.313-916 Brasília - DF Site: www.cacb.org.br

Mato Grosso – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Mato Grosso – FACMAT Presidente: Jonas Alves de Souza Rua Galdino Pimentel, 14 - Edifício Palácio do Comércio 2º Sobreloja – Bairro: Centro Norte Cidade: Cuiabá CEP: 78.005-020 Mato Grosso do Sul – Federação das Associações Empresariais do Mato Grosso do Sul – FAEMS Presidente: Alfredo Zamlutti Júnior Rua Piratininga, 399 – Jardim dos Estados Cidade: Campo Grande CEP: 79021-210 Minas Gerais – Federação das Associações Comerciais e Empresariais de Minas Gerais – FEDERAMINAS Presidente: Emílio César Ribeiro Parolini Av. Afonso Pena, 726, 15º andar Bairro: Centro Cidade: Belo Horizonte CEP: 30.130-003 Pará – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Pará – FACIAPA Presidente: Fábio Lúcio de Souza Costa Avenida Presidente Vargas, 158 - 2º andar, bloco 203 Bairro: Campina Cidade: Belém CEP: 66.010-000 Paraíba – Federação das Associações Comerciais e Empresariais da Paraíba – FACEPB Presidente: Alexandre José Beltrão Moura Avenida Marechal Floriano Peixoto, 715, 3º andar Bairro: Bodocongo Cidade: Campina Grande CEP: 58.100-001

Rio de Janeiro – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Rio de Janeiro – FACERJ Presidente: Jésus Mendes Costa Rua Visconde de Inhaúma, 134 - Grupo 505 - Bairro: Centro Cidade: Rio de Janeiro CEP: 20.091-007 Rio Grande do Norte – Federação das Associações Comerciais do Rio Grande do Norte – FACERN Presidente: Itamar Manso Maciel Júnior Avenida Duque de Caxias, 191 Bairro: Ribeira Cidade: Natal CEP: 59.012-200 Rio Grande do Sul – Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul - FEDERASUL Presidente: Simone Leite Rua Largo Visconde do Cairu, 17, 6º andar Palácio do Comércio - Bairro: Centro Cidade: Porto Alegre CEP: 90.030-110 Rondônia – Federação das Associações Comerciais e Industriais do Estado de Rondônia – FACER Presidente: Cícero Alves de Noronha Filho Rua Senador Álvaro Maia, nº 2697, Bairro: Liberdade Cidade: Porto Velho CEP: 76.803-892 Roraima – Federação das Associações Comerciais e Industriais de Roraima – FACIR Presidente: Joaquim Gonçalves Santiago Filho Avenida Jaime Brasil, 223, 1º andar Bairro: Centro Cidade: Boa Vista CEP: 69.301-350 Santa Catarina – Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina – FACISC Presidente: Ernesto João Reck Rua Crispim Mira, 319 - Bairro: Centro Cidade: Florianópolis - CEP: 88.020-540 São Paulo – Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo – FACESP Presidente: Alencar Burti Rua Boa Vista, 63, 3º andar Bairro: Centro Cidade: São Paulo CEP: 01.014-001 Sergipe – Federação das Associações Comerciais, Industriais e Agropastoris do Estado de Sergipe – FACIASE Presidente: Wladimir Alves Torres Rua José do Prado Franco, 557 - Bairro: Centro Cidade: Aracaju CEP: 49.010-110 Tocantins – Federação das Associações Comerciais e Industriais do Estado de Tocantins – FACIET Presidente: Pedro José Ferreira 103 Norte Av. LO 2 - 01 - Conj. Lote 22 Prédio da ACIPA Bairro: Centro Cidade: Palmas CEP: 77.001-022

• O conteúdo desta publicação representa o melhor esforço da CACB no sentido de informar aos seus associados sobre suas atividades, bem como fornecer informações relativas a assuntos de interesse do empresariado brasileiro em geral. Contudo, em decorrência da grande dinâmica das informações, bem como sua origem diversificada, a CACB não assume qualquer tipo de responsabilidade relativa às informações aqui divulgadas. Os textos assinados publicados são de inteira responsabilidade de seus respectivos autores.


PALAVRA DO PRESIDENTE George Teixeira Pinheiro

Uma nova configuração associativa

N

a segunda Reunião do Conselho Deliberativo da CACB, em 30 de junho, discutimos um tema de grande relevância, ou seja, a importância das eleições municipais deste ano e a valorização dos dirigentes das cidades, matéria de capa desta edição de Empresa Brasil. Assinado pela entidade e pela Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), o documento “As Associações Comerciais e o Brasil do Governo Temer” traça um cenário para o novo Brasil, com destaque para o protagonismo das Associações Comerciais localizadas nos municípios. O texto, de 15 páginas, destaca que as Associações livres e independentes representam grande vetor de capacidade para influir no ambiente. Diz o documento que, ante um país em reconstrução, os empresários não podem se comportar como meros espectadores. Como se não fossem as nossas empresas que irão

investir, incorporar tecnologia e valores ambientais, modernizar-se, gerar renda, proporcionar empregos, pagar impostos, proporcionando aos governos receitas para que cumpram o papel de amenizar a nossa dívida social e prestem os serviços de que são encarregados prioritariamente. O fato é que, três décadas após a redemocratização, ainda falta ao Brasil uma estabilidade política para mudar o cenário e um novo Pacto Federativo para acabar com a guerra fiscal e garantir melhor divisão no bolo dos tributos a estados e municípios. Continuamos sem uma política para o futuro e sem projetos nacionais. Exatamente por isso o atual momento tem tudo para permitir o reconhecimento da necessidade de uma nova configuração associativa representar os interesses da sociedade, para conseguir participar ativa e eficazmente da institucionalização do país e abertura de sua economia.

George Teixeira Pinheiro, presidente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil

Agosto de 2016

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ÍNDICE

12 ECONOMIA

14 PAÍS

3 PALAVRA DO PRESIDENTE

20 INOVAÇÃO

O documento “As Associações Comerciais e o Brasil do Governo Temer” traça um cenário para o novo Brasil, com destaque para o protagonismo das Associações Comerciais.

Software brasileiro auxilia no gerenciamento de empresas.

5 PELO BRASIL Encontro mundial reúne jovens empresários de 17 países em Florianópolis/SC.

8 MATÉRIA DE CAPA Eleições municipais fortalecem o papel das ACEs junto à sociedade civil.

26 NEGÓCIOS

Empresa Brasil

EXPEDIENTE

24 COMUNIDADE Empresários voluntários disseminam cultura empreendedora em escolas de Santa Catarina.

26 NEGÓCIOS

12 ECONOMIA FMI diz que o Brasil pode voltar a crescer em 2017.

28 MERCADO

Crise econômica afasta risco de desabastecimento de energia até 2020.

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Frente Parlamentar defende a modernização das leis trabalhistas.

Em meio à crise, a opção de negócios conhecida por Food Trucks ganha força.

14 PAÍS

Coordenação Editorial: Neusa Galli Fróes fróes, berlato associadas escritório de comunicação Edição: Milton Wells - mwells@terra.com.br Projeto gráfico: Vinícius Kraskin Diagramação: Kraskin Comunicação Foto da capa: Divulgação Revisão: Press Revisão Colaboradores: Cyntia Menezes, Rosângela Garcia, e Tagli Padilha. Execução: Editora Matita Perê Ltda. Comercialização: Fone: (61) 3321.1311 - comercial@cacb.org.br

22 TRABALHO

16 FEDERAÇÕES Advocacia-Geral da União quer justiça fora dos tribunais.

18 ENTIDADES SPC e certificação digital garantem receitas das ACEs.

Construtora comemora conquistas em período de recessão econômica.

29 LIVROS Sérgio Moro: o homem, o juiz e o Brasil.

30 ARTIGO Ana Flávia Corujo, gerente de Alianças Estratégicas da Certisign, escreve sobre alianças ou parcerias.


PELO BRASIL

CACB passa a integrar a Confederação Empresarial da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa O presidente da CACB, George Pinheiro, assinou, em 9 de julho, o documento que torna a entidade integrante da Confederação Empresarial da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP). O feito ocorreu durante o III Fórum da União de Exportadores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (UE-CPLP). Em discurso realizado no evento, o presidente declarou que a aproximação permitirá uma simbiose

O Fórum, onde foi assinado o documento, ocorreu em Portugal

bastante produtiva para todos os lados. “Queremos dividir nossas experiências, mas também estamos abertos a aprender com outros países.”

Pinheiro também convidou os participantes a comparecerem no 3º Fórum CACB Mil, que irá ocorrer no Rio de Janeiro, nos dias 17 e 18 de outubro.

Encontro mundial reúne jovens empresários de 17 países em Florianópolis Milhares de jovens empresários de 17 países se concentraram na Conferência Mundial de Empresas Juniores (JEWC, na sigla em inglês), que aconteceu em Florianópolis (SC), de 20 a 23 de julho. Entre eles, Fernando Milagre, presidente da Confederação Nacional dos Jovens Empresários (Conaje),

um dos conselhos da CACB. “Lead the co-era” ou “lidere a coera”, em tradução livre, foi o tema escolhido para orientar o JEWC. A temática faz referência a uma tendência que acompanha a humanidade desde o seu surgimento e que se manifesta em diferentes formas com o passar das eras: a colaboração.

Evento reuniu mais de 3.200 jovens de 17 países Agosto de 2016

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PELO BRASIL

UE destina 10 milhões de euros para fomentar 25 mil empresas na AL Em edital lançado em março deste ano, o programa AL-Invest 5.0 selecionou 27 projetos que serão executados por 70 organizações empresariais em 16 países da América Latina. Os projetos foram selecionados entre 124 propostas recebidas na primeira convocatória de Fundos Concursáveis do ALInvest 5.0, um programa de cooperação internacional da União Europeia que oferece 10 milhões de euros para impulsionar a produtividade das micro, pequenas e médias empresas (MPEs) em toda a região. Os projetos escolhidos receberão até 400 mil euros cada, para desenvolver

atividades que promovam a produtividade empresarial em 25 mil MPMEs de 16 países latino-americanos. As propostas deverão iniciar suas atividades em setembro e terão entre 12 meses e dois anos de duração. A Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) é a entidade representante do Brasil no consórcio do AL-Invest 5.0. Dentro do programa, a CACB investirá cerca de € 1,9 milhão – o equivalente a R$ 3,6 milhões – em apoio a mais de 1.300 MPMEs brasileiras, por meio de fundos de execução direta. Para mais informações e novidades: www.alinvest5.org.

Lançamento do Al Invest 5.0 ocorreu em março em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia

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Empresa Brasil

Entidade apoia proposta de reforma trabalhista A CACB aprovou a iniciativa do governo de encaminhar ao Congresso, até o final do ano, proposta de reforma trabalhista. Um dos grandes entraves para o aumento do emprego e da renda no Brasil e maior atratividade para investimentos internacionais é o alto custo trabalhista. O projeto enfatiza três pontos: privilegiar a negociação entre as partes, regulamentar a terceirização e incrementar o Programa de Proteção ao Emprego (PPE). Para o presidente George Pinheiro, tratase de medidas que, se aprovadas, certamente contribuirão para acelerar o ajuste do país e a saída da crise. Ele lembrou que a regulamentação da terceirização e do trabalho intermitente é reivindicação histórica da CACB.


Associação Comercial da Bahia comemora 205 anos Em sua celebração aos 205 anos de sua fundação, a Associação Comercial da Bahia (ACB) recebeu, em 15 de julho, empresários, políticos, intelectuais, autoridades civis e militares. George Pinheiro, presidente da CACB, ressaltou, em discurso, a liderança e o protagonismo da ACB. “Herdamos os pontos fortes defendidos pelos nobres que viam na província, aqui de Salvador, sede do maior porto do hemisfério sul na época, a palavra chamada progresso. De lá para cá, muita coisa mudou. Mas a essência de

Cerimônia reuniu empresariado, associados e autoridades

nossa representatividade não. Ela continua genuína no significado de dar voz a muitos para garantir, com isso, a força da união”, declarou. Pinheiro lembrou, em seguida, da união dos empresários quando centenas

de representantes do Sistema CACB compareceram no Palácio do Planalto, em 30 de junho, para encontro com o presidente interino Michel Temer. “Mobilizamos mais de 500 empreendedores de todos os recantos do país para mostrar o quanto de esperança de melhoras depositamos no novo governo.” Ao parabenizar a ACB, o presidente da CACB a definiu como “o primeiro símbolo de organização dos negócios deste país e um exemplo dado pelos baianos para todos nós”.

Federaminas propõe criação da Subsecretaria Estadual da MPE A criação de uma subsecretaria estadual para as micro e pequenas empresas é uma meta do presidente da Federaminas, Emílio Parolini, que, com essa finalidade, esteve em reunião com o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Luiz Fábio Cherem. Além desse assunto, foi

discutida uma parceria da Federaminas com o governo de Minas para a implementação de um projeto de desenvolvimento econômico sustentável, com o objetivo de aumentar a competitividade e capacidade de transformação dos municípios mineiros de pequeno e médio porte.

Reunião também abordou uma parceria para a implementação de um projeto de desenvolvimento econômico sustentável

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CAPA Foto: Divulgação

Eleições municipais fortalecem o papel das ACEs junto à sociedade civil No documento “As Associações Comerciais e o Brasil do Governo Temer”, assinado pela CACB e Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), é traçado um cenário para o novo Brasil, dando protagonismo às ACEs 8

Empresa Brasil

A

s próximas eleições municipais, em outubro, irão colocar em prática um novo conceito de ser prefeito, de ser vereador e de como as cidades precisarão de boa gestão, de indicadores de aferição e respeito aos cidadãos. Serão eles que devem inaugurar o novo Brasil sob o ponto de vista da gestão pública e modificarão também o con-

ceito de gestor público. No documento “As Associações Comerciais e o Brasil do Governo Temer”, assinado pela CACB e Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), é traçado um cenário para o novo Brasil, dando protagonismo às Associações Comerciais, localizadas nos municípios. “Todas as Associações Comerciais têm agora a tarefa de modelar a metrópole atra-


vés de um Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano Integrado ”, diz o texto. “Para se integrar de forma competitiva no cenário internacional, as principais cidades do Brasil precisam aumentar o grau de coesão do desenvolvimento entre as regiões, de modo a potencializar a diversidade das forças produtivas, incorporando novos agentes econômicos com a formação de um mercado de massa dinamizador do mercado interno. As Associações Comerciais têm tudo para aproximar suas cidades para essas soluções”, diz, nesta entrevista à Empresa Brasil, o presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), Paulo Manoel Lenz Cesar Protásio. Acompanhe: Como as entidades empresariais devem se portar diante desse conceito de ação dos municípios na vida do país? Para se integrar de forma competitiva no cenário internacional, as principais cidades do Brasil precisam aumentar o grau de coesão do desenvolvimento entre as regiões, de forma a potencializar a diversidade das forças produtivas, incorporando novos

agentes econômicos com a formação de um mercado de massa dinamizador do mercado interno. As Associações Comerciais têm tudo para aproximar suas cidades para essas soluções. É o que estamos fazendo no Rio de Janeiro e sua área metropolitana. O Estado brasileiro precisa de políticas públicas capazes de garantir igualdade de oportunidades, direitos básicos de

onde as Associações Comerciais propõem uma mudança de cultura e paradigma e se apresentam ao governo do presidente Michel Temer com o propósito de ajudar na solução imediata para o país; e “A ausência de lideranças nacionais vinculadas à transformação do país”, que traz sugestões de um Plano de Ação para o setor empresarial e a sociedade brasileira.

“Esse é o momento em que as Associações Comerciais, nas suas cidades, mostram que a vontade de mudança só pode existir na medida em que ela é evocada” cidadania e desenvolvimento sustentado, organizadas em planos de médio e longo prazo com estabilidade de fluxo orçamentário e financeiro, a fim de garantir a conclusão do que foi iniciado. Essa combinação pode ser uma solução de curto e médio prazo. Em quais documentos essa proposta ficou mais clara? A proposta mais clara ficou plasmada em dois documentos distribuídos e que serviram para a revisão dos parceiros. “As Associações Comerciais e o Brasil do Governo Temer”,

Qual foi o marco zero desse novo momento econômico, político e social do país? O marco zero foi a visita ao presidente Michel Temer que empresários do país inteiro fizeram no dia 30 de junho. Aquela mobilização surpreendeu até o próprio presidente. Ele esperava que no máximo fossem lá as 27 federações. Mas foram 529 empresários. Isso porque a mobilização atingiu a base. No momento em que invertemos o processo, ao invés de fazer a operação de cima para baixo, e começamos a fazer a mobilização de Agosto de 2016

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CAPA

Presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), Paulo Protásio

baixo para cima, a nossa rede vai responder. Todos estão hoje interessados que as ações sejam estabelecidas, que as direções sejam tomadas e a condução dessa mobilização está simplesmente no chamamento. As ideias já estão postas para a discussão. Como mobilizar tantas entidades? O que falta é nos reunirmos em torno de uma mesa. Existe o momento de 17 e 18 de outubro em que deverá transcorrer a 3ª CACB Mil, uma grande conferência que vai haver no Rio de Janeiro. Mas ela é suficiente? Não. As pessoas, antes de chegarem à reunião de 17 e 18, têm uma etapa que é eleição municipal. Esse é o momento em que as

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Associações Comerciais, nas suas cidades, mostram que a vontade de mudança só pode existir na medida em que ela é evocada, anunciada, pactuada. Temos que fazer com que os representantes políticos se comprometam com os objetivos nossos. Essa sintonia pode existir, sim. A principal novidade é a mobilização. O Brasil nunca foi tão mobilizado, desde 2013, com os movimentos de rua. É suficiente? Não. Se não procurarmos e encontrarmos uma forma de definir essas conquistas e saber persegui-las e monitorálas para que elas existam, elas não saem do papel.

Muito poucas. Porque nem todo mundo vai acordar para o processo da escolha. Nem todo mundo vai perceber que esse momento é essencial. A começar pelo próprio Rio de Janeiro, em que 73% da população, hoje, não dá valor, importância, à eleição municipal. Na declaração deles, basta pensar na eleição de 18. Não. 18 não vai resolver. 18 deveria ser o ponto de chegada da mudança que vai ser proposta e iniciada a partir da eleição de 16. Quanto mais percepção do valor desse momento, maior será a mudança.

Como o empresário e as entidades devem atuar neste novo cenário? Existem já estudos, projetos, pesquisas, documentação, principalmente nas áreas acadêmicas que foram feitas nos últimos anos, onde você tem exatamente proposições de novos cenários para cada uma dessas áreas. Tanto a academia pode contribuir ou tem contribuído para isso, como os centros de pesquisas e as próprias instituições. Quais são as mudan- O que está faltando para meças que devem vir com as lhorar esse processo é identificar e fortalecer as lideranças. eleições municipais?


A concepção de cidade se transforma Serão muitas as demandas nos mais diversos setores. As cidades, diz o estudo da PwC, precisarão ser mais inteligentes e mais bem administradas. Os investimentos necessários em obras públicas podem alcançar U$ 35 trilhões nas próximas duas décadas, calcula o Conselho Nacional de Inteligência dos Estados Unidos. Os prefeitos precisarão priorizar a sustentabilidade, a qualidade de vida e a competitividade econômica. Questões como segurança, geração de energia, distribuição de recursos, gestão de resíduos e o transporte demandarão abordagens inovadoras, continua o estudo

da PwC. “O desafio brasileiro será buscar novas fontes de financiamento, diante das limitações orçamentárias atuais do governo.”

Os prefeitos precisarão priorizar a sustentabilidade, a qualidade de vida e a competitividade econômica A mobilidade, neste contexto, terá de ser tratada com mais atenção. Os sistemas de transporte nos países mais desenvolvidos já estão sendo aprimorados, e se restringe, cada vez mais, o uso do automóvel particular em

algumas regiões das metrópoles, por meio de cobrança de pedágio e da política de rodízio de veículos. Tudo para reduzir os congestionamentos e a poluição. Porém, o que mais chama a atenção é a mudança de comportamento que tudo isso implicará. O compartilhamento de carros, por exemplo, é uma tendência que ganha cada vez mais adeptos nas grandes metrópoles. Diz o estudo “Megatendências” da PwC que as cidades foram desenhadas para os carros, não para as pessoas. O conceito do que é meu e do que é seu mudará. Exemplos de consumo colaborativo serão mais vistos. Agosto de 2016

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ECONOMIA Confiança do empresário na economia cresceu pelo terceiro mês consecutivo

FMI diz que o país pode voltar a crescer em 2017 É a primeira vez que o Fundo melhora as previsões para o PIB do Brasil desde julho de 2012

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m 79 dias de governo interino de Michel Temer, completados em 30 de julho, o Brasil já começa a perceber mudanças substanciais na economia. “Há entusiasmo, mas ainda não temos euforia”, reconhece o ex-presidente do Banco

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Central Affonso Pastore. De fato, ainda resta uma longa caminhada até o país inverter aquela que é reconhecida como a pior crise econômica da história do Brasil. Entretanto, graças à melhora das expectativas, aumenta a disposição de

fundos e grupos estrangeiros de investir no país em energia e infraestrutura. Levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostrou que o Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) cresceu pelo terceiro mês consecutivo e


atingiu 47,3 pontos em julho. Ainda está abaixo do termo médio de 50 pontos que separa os campos negativo e positivo, mas avançou 10,5 pontos desde abril, com alta de 28%. Sinais fortes de confiança do investidor estão no aumento das cotações em bolsa. O Índice Bovespa subiu 47% de 26 de janeiro a 15 de julho, e empresas já analisam o lançamento de ações. Mais importante, o risco de calote do Brasil avaliado pelo Credit Default Swaps (CDS) baixou mais de 500 pontos em dezembro para 292 pontos no dia 15/7. A pesquisa Focus reduziu de 5,83%, em 8 de julho, para 5,7%, em 15 de julho, a expectativa de inflação para 2017 e elevou o crescimento do PIB de 1% para 1,1%. Como notou o ex-presidente do BC Affonso Pastore, o clima mudou. O Fundo Monetário Internacional (FMI) melhorou as previsões para a economia brasileira e agora prevê uma recessão menos severa neste ano e a volta do crescimento em 2017. A projeção é que o Produto Interno Bruto (PIB)

do país tenha contração de 3,3% em 2016, menos do que o previsto quando o Fundo fez sua reunião, em abril, em Washington, e esperava queda de 3,8%. Para o ano que vem, a aposta é de expansão de 0,5%, ante o crescimento zero projetado anteriormente. É a primeira vez que o FMI melhora as previsões para o PIB do Brasil desde julho de 2012. Desde aquele ano, a cada novo relatório, os economistas da instituição vinham cortando as estimativas de crescimento do país, que sempre figurava na lista dos piores desempenhos econômicos entre as principais economias do mundo. O FMI ressalta que a incerteza política permanece e coloca ‘nuvens’ no cenário nacional. A avaliação do FMI é que os índices de confiança no país, os quais recuaram para mínimas históricas, parecem ter atingido o fundo do poço. Além disso, a contração do PIB no primeiro trimestre deste ano foi mais suave que o previsto, de acordo com o relatório. “A atividade no Brasil dá alguns sinais preliminares de moderação”, afirma o documento.

A avaliação do FMI é que os índices de confiança no país, que recuaram para mínimas históricas, parecem ter atingido o fundo do poço

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PAÍS

Energias renováveis já respondem por 43,5% da oferta de energia no país

Crise econômica afasta risco de desabastecimento de energia O recuo no consumo de energia elétrica provocado pela recessão é de tal maneira que não há risco de desabastecimento no país pelo menos até 2020

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queda de 2% no consumo total de energia em 12 meses, no período entre maio de 2015 e maio de 2016, aliada à melhora do regime hidrológico do país afastaram eventual risco de falta de energia no Brasil. Considerando o risco de déficit de 5%, conforme critério estabelecido pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), há uma sobra estrutural de cerca de 12.899 MW médios para atender à carga prevista. Em 2016, entraram em ope-

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ração 3.343 MW, o que possibilitou uma sobra estrutural no sistema de 12.899 MW médios, equivalendo a 20% do consumo do atual sistema elétrico brasileiro. O recuo no consumo de energia elétrica provocado pela crise econômica é de tal maneira que, segundo o Instituto Acende Brasil, não há risco de desabastecimento no país pelo menos até 2020. De acordo com o estudo desenvolvido pela entidade, que traçou quatro cenários consi-

derando a demanda e o cronograma dos projetos, o maior risco de déficit nos primeiros quatro anos é de 3,95% em 2017, em um dos cenários estudados, número esse inferior aos 5% considerados toleráveis pelo modelo atual do sistema elétrico nacional. A geração de energia a partir de fontes renováveis continua em expansão no Brasil. A previsão de abril para a oferta de energia elétrica de 2016 é de 82,8% de renováveis, indicador superior ao verificado


em 2015, de 75,5%. Os desempenhos da geração hidráulica, eólica e por biomassa serão determinantes no aumento das renováveis. Já a oferta por combustíveis fósseis terá recuo significativo. Os dados constam no Boletim Mensal de Energia, da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energético. Quando considerada a oferta interna de energia brasileira – toda a energia necessária para movimentar a economia –, a estimativa para este ano é que as renováveis venham a contribuir com 43,5%, indicador superior aos 41,2% verificados em 2015. Nas previsões, a fonte hidráulica é a que mais se destaca, elevando sua participação de 64% (2015) para 69,5% (2016) na matriz de oferta de energia elétrica e de 11,3% para 12,5% na matriz de oferta interna de energia. Até abril de 2016, a oferta hidráulica apresenta crescimento de 7,7%. Ainda no campo das fontes renováveis, a produção de biodiesel teve alta de 7,4% em abril, recuperando parte das perdas verificadas até março. No ano, a produção está negativa em 2,9%, mas até março, estava com recuo de 6,5%.

Estudo mostra que o país precisa contratar 4 GW nos dois leilões de reserva deste ano O Brasil tem uma sobra real de 3,4 GW médios e pode precisar de energia caso a retomada da economia seja expressiva para 2017 ou 2018 e seja mantida a política de segurança e suprimento. Essa é uma das conclusões de um estudo elaborado por três consultorias – PSR, LCA e da Excelência Energética –, a pedido da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica). Por isso, seria imprescindível a contratação de cerca de 2 GW médios nos leilões de reserva deste ano, o que levaria à necessidade de o governo acrescentar 4 GW em potência instalada na matriz ainda em 2016. Segundo a presidente executiva da Abeeólica, Élbia Gannoum, caso não ocorra essa contratação, há o risco de o Brasil precisar dispor novamente das usinas térmicas mais caras, como visto nos últimos dois anos. O estudo foi apresentado pela

Elbia Gannoum, presidente da Abeeólica

entidade ao ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, em 19 de abril, e aponta, entre outros cenários, a perspectiva de que a sobra real fique em 1,4 GW médio com a retomada da economia e, em caso mais extremo, a possibilidade de 15% a 20% de chances de o país registrar um risco de 38,1% da demanda superar a oferta de energia, o que significaria, na prática, falta de energia em 2018.

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FEDERAÇÕES

AGU quer justiça fora dos tribunais Aproximação entre setor público e Câmaras de Conciliação e Arbitragem auxilia na redução de processos em tramitação

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congestionamento de processos no Judiciário brasileiro é um velho e conhecido problema. Para reverter a situação, a aposta deve ser o reconhecimento dos métodos extrajudiciais, sugeriu o Advogado-Geral da União, Fábio Medina Osório, que defendeu a distribuição da justiça para fora dos tribunais, durante o “Tá na Mesa” da Federasul, em Porto Alegre. A receita é norte-americana e quer reduzir os mais de 100 milhões de processos em tramitação. Deste número, 60% envolvem o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e a União. Os entraves jurídicos surgem com a complexidade das normas que sugerem sobreposição de competências e divergências de entendimentos, além das mudanças súbitas nos marcos legais. O ambiente cria barreiras para o empreendedorismo, se-

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Empresa Brasil

Foto: Ivan Andrade

Advogado-Geral da União, Fábio Medina Osório, defende a distribuição da justiça fora dos tribunais Foto: Debora Paz

Flávia Bittar, presidente do Comitê Brasileiro de Arbitragem


gundo Medina, que avalia que as incertezas e os riscos são propícios para a ocorrência de atos de corrupção e a intensa judicialização. “Temos um ambiente altamente burocratizado, que só vai se tornar eficiente com o descongestionamento dos processos”, disse o ministro ao defender a massificação das Câmaras de Conciliação e Arbitragem na prevenção e solução de conflitos. O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Claudio Lamachia, avalia que os métodos extrajudiciais combatem a morosidade processual. Para ele, o mecanismo deve ser incentivado. “O advogado não deve entender como redução do mercado de trabalho. Devese enxergar como mais um nicho que oferece maior agilidade e celeridade”, pontuou. ARBITRAGEM E SETOR PÚBLICO A atualização da lei da Arbitragem está em vigor desde 2015 e resultou no fortalecimento técnico do instrumento. A mudança trouxe também, como vantagem, a aproximação dos métodos extrajudiciais do

poder público. A tese é defendida pela presidente do Comitê Brasileiro de Arbitragem (CBAr), Flávia Bittar. De acordo com ela, a nova lei permite a prática da arbitragem pelo setor público, incluindo órgão da administração direta e indireta. “Muitas vezes, o gestor tinha receios de optar pela cláusula arbitral por não existir autorização legislativa”, explica, ao informar que a autocomposição já está presente nos contratos.

“Temos um ambiente altamente burocratizado, que só vai se tornar eficiente com o descongestionamento dos processos”

AÇÃO ANTICORRUPÇÃO Entre as propostas da Advocacia-Geral da União, está o trabalho preventivo no reconhecimento dos conflitos. Medina aconselha a adoção de uma atuação estreita e cooperativa entre as instâncias de fiscalização. “O certo é o estímulo a ambientes propícios para acordos”, avalia. O Advogado-Geral da União destaca ainda a atuação litigiosa do órgão em licitações e contratos e no monitoramento contínuo dos programas de parcerias, investimentos e concessões. Conforme ele, a medida deve ser considerada como uma proatividade no combate à corrupção. Agosto de 2016

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ENTIDADES

SPC e certificação digital garantem receitas das ACEs Serviços atualmente oferecidos pelas associações comerciais paranaenses às suas filiadas chegam a representar até 80% do faturamento, principalmente daquelas de pequeno porte

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s consultas de proteção ao crédito e a emissão de certificados digitais estão entre as mais importantes do portfólio de serviços atualmente disponibilizados pelas associações comerciais paranaenses às suas filiadas. “Na maioria das Associações Comerciais, esses serviços chegam a representar até 80% do faturamento, principalmente daquelas de pequeno porte”, informa o gestor da Autoridade de Registro da Faciap, Paulo Henrique Batista. Em treinamento realizado em 12 e 13 de julho pela Unifaciap e Coordenadoria das Associações Comerciais e Empresariais do Oeste do Paraná (Caciopar), Paulo Henrique Batista foi um dos palestrantes responsável por capacitar diretores, executivos e colaboradores de Associações Comerciais (ACEs) que trabalham diretamente com

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Encontro realizado na Associação Comercial e Industrial de Cascavel (Acic) repassou informações preciosas para potencializar o resultado positivo proporcionado

Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e certificação digital. O encontro, realizado na Associação Comercial e Industrial de Cascavel (Acic), repassou informações preciosas para potencializar o resultado positivo proporcionado pelas ferramentas de geração de receita. “Quanto mais conhecimentos multiplicarmos dessas áreas em particular, mais segurança e precisão

na prestação desses serviços as entidades oferecerão, ampliando resultados”, afirma o diretor de SPC da Caciopar, Eduardo Berndt. Henrique Batista esclarece que a emissão de certificados digitais começou em 2011, em apenas um município, e hoje são cem os pontos de atendimento no Paraná, dos quais 20 em cidades do Oeste, nas associações


Vantagens Entre as vantagens da certificação digital junto à Faciap, estão: • inadimplência zero; • mídia gratuita (cartão leitor e itoken); • entrega do kit biométrico (smartphone e scanner biométrico) sem custos às entidades;

A Faciap é a segunda maior autoridade de registro da Certisign, com emissão de 65 mil certificados apenas em 2015

comerciais. O gestor ressalta os benefícios da parceria das ACEs com a Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná (Faciap) na prestação do serviço, executado em conjunto com a Certisign, que responde por 43% do mercado brasileiro. A Faciap é a segunda maior autoridade de registro da Certisign, com emissão de 65 mil certificados apenas em 2015. Além disso, a AR Faciap atua em pelo menos cinco outros estados: Santa Catarina, São Paulo, Tocantins, Pará e Roraima. O crescimento médio nos últimos anos foi de 9%. De janeiro a maio de 2016, a AR emitiu cerca de 22.500 certificados digitais.

Paulo Henrique Batista alerta ainda sobre a deslealdade de empresas que fornecem serviços em certificação digital. “Percebemos que [os concorrentes] estão indo às ACEs apresentar serviços que não podem ser conferidos nos contratos que oferecem. Não costumam cumprir com o que prometem, e as vantagens que dispõem nem de longe são tão boas como têm afirmado. Isso pode estar ocorrendo em ACEs de outros estados inclusive”, pondera. SEGURANÇA Por exigência do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI), a biometria será obrigatória em todos os pontos de atendimento

• comissão às ACEs a cada novo certificado e renovação; • fortalecimento dos pilares que sustentam o associativismo empresarial; • não se cobra mensalidade.

a partir de 1º de novembro deste ano. O recurso tem por objetivo a inibição de fraudes. Segundo Batista, a certificação digital é um caminho sem volta e que, em no máximo dois a três anos, todos precisarão ter a sua, tanto empresas quanto pessoas físicas. Esse é um recurso que garante confiabilidade ao sistema eletrônico, o qual assegura ao receptor a certeza de origem da mensagem, já que ela é responsável por identificar quem é quem no mundo virtual. É a certificação digital que torna possíveis, confiáveis e seguros negócios por meio da internet. Agosto de 2016

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INOVAÇÃO Os irmãos Roberta e Daniel Zen conheceram na prática o que as empresas necessitam

Software brasileiro auxilia no gerenciamento de empresas RODA foi criado para solucionar problemas de governança corporativa

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star por dentro de tudo que acontece na empresa é essencial para qualquer gestor. Da mesma forma, usar um aplicativo que facilite a comunicação interna, diminuindo o fluxo de e-mails e agilizando decisões do grupo também são sonhos de quem vive

no mundo corporativo. Mas como manter esse controle onde o fluxo de informação só aumenta? Empresários de Santa Catarina encontraram a solução ao criar um sistema, totalmente brasileiro, para organizar reuniões e toda a governança corporativa de uma empresa


familiar que herdaram. O RODA-Software de Governança Corporativa nasceu da necessidade de simplificar e agilizar o acesso aos dados do empreendimento. Com o objetivo de atender a uma necessidade das empresas brasileiras, as quais até então precisavam importar e reformular sistemas de governança corporativa, o software catarinense chega ao mercado com a proposta de ser o elo entre todos os stakeholders ligados a um negócio. Para isso, os irmãos Roberta e Daniel Zen, que cresceram acompanhando o dia a dia de uma multinacional e conheceram na prática o que as empresas necessitam e no que falham no quesito relacionamento entre proprietários, conselho de administração, diretoria e demais partes relacionadas, consultaram especialistas na área de Tecnologia da Informação e consultorias de governança e perceberam uma grande carência no mercado. “Foi então que notamos que não existia nenhum software para esse fim”, comenta Roberta Zen. Os empresários estudaram, aprimoraram a ideia,

escutaram as necessidades de outros herdeiros e CEOs e, por fim, criaram o RODASoftware de Governança Corporativa. O programa agrupa, em um único espaço, assuntos de interesse de diretores, conselheiros, acionistas e familiares, crian-

de todos os sistemas operacionais (Word, Excel, PowerPoint etc). Além disso, também está disponível em aplicativo para IOS, Android e Windows Phone. Ou seja, é possível acessá-lo de qualquer lugar, a todo momento. “A intenção foi, desde o

“No aplicativo, é possível confirmar reuniões, compartilhar arquivos, trocar informações. Ou seja, reduz até o fluxo de e-mails em caixas que geralmente vivem lotadas” do eficientes mecanismos tanto de incentivo quanto de monitoramento para assegurar o alinhamento do comportamento dos executivos com os interesses dos acionistas. O acesso, totalmente online, facilita o dia a dia dos usuários, que podem acessar os dados em qualquer lugar. SISTEMAS OPERACIONAIS “No RODA, é possível confirmar reuniões, compartilhar arquivos, trocar informações. Ou seja, reduz até o fluxo de e-mails em caixas que geralmente vivem lotadas”, explica Daniel Zen. E acrescenta que o programa sobe e armazena todos os tipos de arquivo

início, focar no formato verde e amarelo de gestão corporativa. Colocamos todo nosso conhecimento e experiência em um sistema de fácil manuseio e que possui a segurança de bancos digitais e a confiabilidade do armazenamento em nuvem”, destaca Roberta. Daniel Zen completa que o RODA também é uma forma de gestão de documentos, uma vez que, ao implantar o sistema, a empresa precisa que todas as informações sejam atualizadas e catalogadas. “Nós orientamos e oferecemos todo suporte. Depois disso, por ser de fácil entendimento, cada player segue a própria navegação.” Agosto de 2016

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TRABALHO

Frente Parlamentar defende a modernização das leis trabalhistas Governo deve enviar ao Congresso Nacional uma proposta de modernização da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e outra que regulamenta a terceirização

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ão três os pleitos fundamentais defendidos pela Frente Parlamentar Mista do Comércio, Serviços e Empreendedorismo – Frente CSE: trabalho intermitente, deságio dos vouchers e encargos sobre folha de pagamento. Junto aos presidentes das entidades integrantes da União Nacional das Entidades de Comércio e Serviços (Unecs), mais de 50 deputados discutiram os temas em almoço realizado em Brasília, em julho. Segundo o ministro do Trabalho e Previdência Social, Ronaldo Nogueira, que também participou do encontro, até o final deste ano, o governo irá encaminhar ao Congresso Nacional uma proposta de modernização da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e outra que regulamenta a terceirização.

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Encontro entre Frente CSE, Unecs e o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira

Os dois projetos devem seguir juntos. Nogueira defende que é preciso atualizar as leis trabalhistas – as quais já têm mais de 70 anos –, de forma a uniformizar interpretações sobre normas de trabalho e, consequentemente, reduzir as ações judiciais. As mudanças buscarão privilegiar as negociações coletivas. Para o ministro, o grande desafio é

oferecer uma legislação fiel, que traga segurança ao contrato de trabalho. “Tanto o trabalhador quanto o empregador querem segurança jurídica. O desafio do Ministério é organizar esse diálogo, tendo a participação de todos os lados, incluindo o trabalhador, na modernização da legislação”, afirma. George Pinheiro, presidente da Confederação das


Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), ressalta a importância de uma reforma nas leis para que o setor produtivo possa recuperar o crescimento econômico. “Não queremos de forma alguma tirar direitos dos trabalhadores. Pelo contrário, nossa intenção é melhorar as condições das relações de trabalho para que todos possam se beneficiar com a formalização e maior empregabilidade.” Conforme o deputado federal Jovair Arantes, a Frente CSE pretende fazer com que os empresários consigam aumentar sua produção e, ao mesmo tempo, beneficiar o trabalhador. Para Rogério Marinho, deputado federal e presidente da Frente CSE, o diálogo é o caminho para superar os obstáculos. “O maior problema é que há posições ideológicas e dogmas que são colocados como se a CLT fosse uma ‘vaca sagrada’. O mundo e as relações de trabalho mudaram.” TRABALHO INTERMITENTE De acordo com o parlamentar, a aprovação do projeto de lei do trabalho intermitente, em tramitação no Congresso Nacional, é importante porque sinaliza a modernização

da legislação trabalhista que existe desde quando o Brasil ainda era um país rural. “Uma série de atividades foi incorporada à rotina do brasileiro nesse período. Há uma necessidade de modernização dessas leis”, declara. Paulo Solmucci, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), destaca que o primeiro direito do trabalhador é a existência do trabalho. “Por isso, o trabalho intermitente é fundamental, principalmente para os jovens, que estão enfrentando mais problemas com desemprego no país. Temos que avançar nessa pauta. Um país que ocupa 2% da população mundial não pode ter 50% de ações trabalhistas”, pondera. Segundo dados da Abrasel, caso o trabalho intermitente venha a ser aprovado, surgirão cerca de 2 milhões de vagas de emprego no país. O presidente da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (ABAD), José do Egito Frota Lopes Filho, também defendeu a flexibilização dos horários de trabalho. Para ele, isso traria bons resultados para a economia, especialmente na geração de emprego.

“Não queremos de forma alguma tirar direitos dos trabalhadores. Pelo contrário, nossa intenção é melhorar as condições das relações de trabalho para que todos possam se beneficiar com a formalização e maior empregabilidade” George Pinheiro, presidente da CACB

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COMUNIDADE

Empresários voluntários disseminam empreendedorismo em escolas de Santa Catarina Facisc lança Programa Geração Empreendedora, voltado para estimular o empreendedorismo em jovens do ensino médio

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eração Empreendedora é o nome do programa que a Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc) escolheu para uma das mais criativas iniciativas voltadas para a divulgação da cultura do empreendedorismo entre os jovens do ensino médio. Lançado no ano passado em parceria com o Sebrae (SC), já capacitou 144 jovens em sete regiões do estado. Neste ano, serão 14 municípios de todas as regiões do estado que contarão com workshops e a experiência de cada aluno ter sido um dia acompanhado de um empreendedor. O objetivo é estimular a criação de uma geração consciente, proativa e capacitada para transformar o cenário socioeconômico. Conforme a vice-presidente de Educação Empre-

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Capacitação do grupo de empreendedores que atuam como multiplicadores nos 14 municípios que estão realizando o projeto em 2016

endedora da Facisc, Neiva Kieling, a expectativa para este ano é atingir um número maior de jovens, disseminando o projeto e a cultura associativista por meio de exemplos transformadores. Em agosto, os 27 empresários voluntários do Sistema Facisc, capacitados no mês de junho, começam a apli-

car nas escolas catarinenses as experiências profissionais e conhecimentos adquiridos com o curso Crescendo e Empreendendo, metodologia que faz parte do Programa Nacional de Educação Empreendedora do Sebrae. Desenvolvido pela Facisc, o programa é realizado por meio das Associações Em-


presariais locais, em parceria com os Núcleos dos Conselhos Estadual do Jovem Empreendedor (Cejesc) e Estadual da Mulher Empresária (Ceme), parceiros estratégicos fundamentais do projeto. Na etapa atual, os empresários ficarão três dias nas escolas aplicando a metodologia e despertando o espírito empreendedor nos adolescentes. “Nosso objetivo é, com o auxílio dos voluntários, incentivar as futuras gerações para que despertem para o empreendedorismo como um caminho de sucesso profissional”, destaca Neiva. A próxima etapa será a seleção virtual dos alunos que irão vivenciar um dia com um empreendedor. O projeto se iniciou em junho, com capacitação dos empresários voluntários, que atuarão como multiplicadores do Programa Geração Empreendedora. De acordo com Pâmela Bressan, diretora do Geração Empreendedora do Cejesc, o projeto será sucesso novamente. “A capacitação foi ótima, mais uma vez, tenho certeza que colheremos grandes frutos

com a aplicação deste maravilhoso projeto.” Para esta segunda edição foram selecionados para realizar o projeto em escolas locais: Correia Pinto, Içara, Iporã do Oeste, Ituporanga, Lages, Maravilha, Pinhalzinho, Salto Veloso, São Bento do Sul, São Lourenço do Oeste, Taió, Tijucas, Timbó e Tubarão. O projeto finaliza em novembro, quando os jovens serão inseridos nos núcleos setoriais do jovem e da mulher e passarão a integrar a rotina associativista empreendedora. “A tecnologia social é reaplicável e poderá, futuramente, ser um modelo adotado em outros estados”, diz Neiva.

Multiplicadores na etapa de visita às escolas

“Nosso objetivo é, com o auxílio dos voluntários, incentivar as futuras gerações para que despertem para o empreendedorismo como um caminho de sucesso profissional” Agosto de 2016

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NEGÓCIOS As cozinhas móveis são totalmente equipadas com os utensílios gastronômicos

Food Truck ganha o mercado gastronômico pelo Brasil Apesar da demora na legislação, os caminhões de comida passaram a circular pelas principais cidades do país há pouco mais de dois anos

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modelo de negócio é norte-americano e se espalhou pelo mundo ao apresentar os hábitos e a cultura nova-iorquinos que aprecia a famosa “comidinha de rua”. A ideia não é ser trailer fast food, e os empresários tampouco podem ser considerados ambulantes por realizarem venda de rua.

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Esta confusão no entendimento do tipo de negócio atrasou a regulamentação do serviço no Brasil. Mas o certo é que, apesar da demora no reconhecimento, os Food Trucks passaram a circular pelas principais cidades do país há pouco mais de dois anos. As cozinhas móveis, totalmente equipa-

das com os utensílios gastronômicos, oferecem mais que uma simples opção de alimentação. Nelas, é possível encontrar uma variedade imensa de sabores e aromas em pratos que facilmente despertam a gula. A primeira cidade a regulamentar o serviço foi o Rio de Janeiro, que promoveu uma


série de encontros com os empresários para entender o novo modelo de negócio e as principais ansiedades. O resultado pode ser visto com a identificação da reserva de espaços no Centro, na Zona Sul, na Barra da Tijuca e em Jacarepaguá. O projeto poderá ser ampliado no futuro, informa a Prefeitura da cidade, que nesta etapa disponibilizou 84 pontos. Foram selecionados chefes especializados em pratos orgânicos, italianos e orientais. Entre eles, está Wagner Barbosa, que produz e cozinha massas e propõe a harmonização com vinhos. “Agora, estamos seguros e não corremos o risco de sermos rebocados ou multados pela guarda municipal”, vibra o empresário que tem dividido os atendimentos entre o Centro e a Zona Sul do Rio de Janeiro. REGRAS Para ocupar o espaço, o dono do negócio precisa pagar uma taxa de R$ 680 e fica submetido a um rodízio pelos demais pontos da cidade, além de cumprir regras de vigilância sanitária, segurança urbana e respeitar

o tempo determinado para a prestação do serviço. O modelo carioca foi adotado em São Paulo, que usou um decreto para regulamentar a lei sobre a comercialização de alimentos em áreas públicas. Na proposta, as subprefeituras são responsáveis por selecionar os empresários, organizar os Food Trucks e cobrar o valor mínimo de R$192 pelo local reservado. FALTA LEGISLAÇÃO Ainda é preciso avançar na regulamentação dos Food Trucks pelo Brasil. As discussões entre empresários e associações que atuam no setor de alimentação continuam em várias cidades, como é o caso de Porto Alegre. Na capital gaúcha, a legislação já está aprovada, mas só será regulamentada por meio de um decreto que está em fase de conclusão. Entendida como gastronomia itinerante, a proposta estabelece limites para a atuação, rodízio, dias e horários de funcionamento. Também determina regras de segurança alimentar e proibições, além de sanções que podem ser aplicadas em caso de infração.

O publicitário Munir Zambrano vestiu a dólmã e investiu R$ 50 mil em um truck. Apesar de ter conseguido reverter o valor, ele pensa em não levar adiante o negócio em função das limitações de localização

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MERCADO

Construtora comemora conquistas em período de recessão econômica Motivada por ações do Programa Agentes Locais de Inovação, do Sebrae-RS, empresa mudou a estratégia e conseguiu conquistar novos clientes

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e a crise econômica do país tem causado transtornos a inúmeras empresas, obrigando muitas a fechar as portas, um empreendimento da Região Metropolitana de Porto Alegre comemora saldos positivos no período. Fundada em São Sebastião do Caí, a construtora Maricler mudou sua sede para Portão e vem apresentando números satisfatórios de crescimento, demonstrando que a crise brasileira não a tem afetado. Pelo contrário, foi motivada por ações decorrentes do Programa Agentes Locais de Inovação (ALI), do Sebrae-RS, a mudar a estratégia de seus processos de gestão e, assim, conseguiu conquistar novos clientes sem sofrer impactos do cenário atual. Até maio de 2015, o faturamento da empresa aumentou em mais de 300% em relação ao que havia registrado antes do Programa. Em unidades de

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Dancler Ely Filho: “Não sabemos o que é crise econômica”

apartamentos vendidos, o crescimento foi de 250%. E o número de imobiliárias parceiras passou de 5 para 15 em quatro cidades próximas de São Sebastião do Caí. Nas redes sociais, como o Facebook, o resultado também foi bastante satisfatório. As curtidas de clientes ou admiradores passaram de 480 para 4.741. O empresário Dancler Ely Filho, sócio-proprietário da construtora, comemora. “Não sabemos o que é crise econômica”, assegura e expli-

ca que a Construtora aderiu ao programa e passou a contar com o acompanhamento especializado de um profissional destacado para isso. O trabalho é sempre focado no desenvolvimento de inovações em produtos e processos. “Nunca vendemos tanto como estamos vendendo, e a cada dia aumenta a procura por nossos imóveis”, afirma, apontando que, desde 2014, foram lançados 186 imóveis em três empreendimentos diferentes, sendo que um deles foi o Residencial Ely.


LIVRO

O verdadeiro herói do Brasil

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enos do que uma biografia e mais como uma reportagem, o livro Sérgio Moro: o homem, o juiz e o Brasil (Grupo Editorial Novo Conceito) é uma espécie de manual de como entender aquela que tem sido proclamada como a maior investigação de corrupção e lavagem de dinheiro que o Brasil já teve. O autor da obra, Luiz Scarpino, advogado e professor, traça um perfil em 208 páginas do magistrado que foi elevado à categoria de “herói nacional por grande parte da população ao comandar a maior operação anticorrupção da história”. No livro, é possível acompanhar a carreira do juiz Sérgio Moro em outros grandes casos de combate à corrupção, como o Escândalo do Banestado, o Farol da Colina e o Mensalão, antes mesmo de comandar a operação Lava Jato, o esquema bilionário de desvio e lavagem de dinheiro que envolveu a Petrobras. O autor se concentra na Lava Jato e reúne informações essenciais para compreensão de como “nossa pátria, tão distraída,

era subtraída em tenebrosas transações”, como diria Chico Buarque de Holanda. A principal inspiração de Moro foi a operação Mãos Limpas (Mani Pulite), inicialmente chamada Caso Tangentopoli (cidade do suborno), referência à cidade de Milão, cujo objetivo era esclarecer casos de corrupção durante a década de 1990 – no período de 1992 a 1996 –, na sequência do escândalo do Banco Ambrosiano em 1982, que implicava a Máfia, o Banco do Vaticano e a loja maçônica P2. A Operação Mãos Limpas, coordenada pelo juiz Giovanni Falcone, morto em atentado pelo crime organizado, em 1992, levou ao fim da chamada Primeira República Italiana (1945-1994) e ao desaparecimento de muitos partidos políticos. A obra se inicia com um relato sobre a vida de Sérgio Moro, desde a infância em Maringá até a trajetória acadêmica, a participação nos programas promovidos pelos Estados Unidos sobre lavagem de dinheiro, as inspirações e de como veio a se tornar juiz federal.

No livro, é possível acompanhar a carreira do juiz Sérgio Moro em outros grandes casos de combate à corrupção, como o Escândalo do Banestado, o Farol da Colina e o Mensalão

SÉRGIO MORO O HOMEM, O JUIZ E O BRASIL Autor: Luiz Scarpino Junior Páginas: 208 Formato: 16cm x 23cm Editora: Novo Conceito Preço: R$ 37,90

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ARTIGO

Alianças e parcerias: tênis ou frescobol? Ana Flávia Corujo*

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enhuma empresa é uma ilha, mas, desde a globalização, o mercado tornou-se uma. Ele está integrado, fazendo com que a frase divertida que diz que “uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa” caia de moda, porque agora só se fala de IoT (Internet of Things – internet das coisas, em tradução livre). Tudo fala com tudo, todos falam com todos e o sigilo ficou exposto. Estamos integrados e conectados. E por mais que as empresas tradicionais quisessem ficar na era neomedieval, o mercado já mudou faz tempo, assim como o consumidor, a comunicação e as necessidades. Dentro deste contexto e um mercado em crise, crescer e diluir riscos podem ser um problema ou uma oportunidade. Um dos caminhos, tanto para as startups como para as empresas que estão há mais tempo no mercado, é estabelecer parcerias ou alianças estratégicas. Por mais que pareça que não existe mercado para todo mundo crescer e se multiplicar, existe, sim! O que não tem mais espaço é

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continuar fazendo o mesmo e esperar um resultado diferente, como dizia Albert Einstein. Uma frase já muito usada, mas ainda muito em prática no mundo corporativo, e até mesmo fora dele. As parcerias e alianças estratégicas têm se tornado o meio mais ágil de crescer e diluir riscos. Quando há uma convergência da competência de ambas as empresas, gera-se algo que só passa a existir devido a esta união. Boas alianças permitem uma nova proposta de valor para o mercado, inovação e ampliação das competências, capilaridade e força comercial. As pessoas não entendem que os meus 50% com os seus 50% não dão 100%, mas 120%, 130%. Esse percentual a mais só exis-

te devido à parceria. Afinal, juntos somos melhores. Falando assim, parece fácil. Mas chegar ao simples nunca é fácil. Para que as boas parcerias e alianças aconteçam, é preciso seguir alguns princípios básicos, como objetivos comuns, transparência, sinergia, um modelo de negócio, papéis bem definidos, relacionamentos de confiança e comunicação clara. Se um desses itens nascer torto, as chances de dar problemas são grandes. Também é preciso reforçar sempre que o combinado nunca sai caro, ou seja, é preciso colocar tudo o que foi combinado em um contrato. Costumo utilizar a analogia do jogo de tênis e frescobol: dois jogadores, duas raquetes e uma bola, porém com propostas e formas de jogar completamente diferentes. Mas como tudo na vida tem início, meio e fim, as parcerias ou alianças estratégicas durarão enquanto gerarem valor e tiverem objetivos comuns. Por isso, faça desse caminho um divertido jogo de frescobol! *Ana Flávia Corujo é gerente de Alianças Estratégicas da Certisign.



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R$ 1.822,19

Porto Alegre - RS

R$ 1.660,12

Porto Velho - RO

R$ 2.060,80

Rio Branco - AC

R$ 2.233,07

Recife - PE

R$ 1.959,86

Salvador - BA

R$ 1.745,86

São Luis - MA

R$ 1.925,48

São Paulo - SP

R$ 1.479,29

Teresina - PI

R$ 2.126,21

Vitória - ES

R$ 1.493,84


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