Revista Empresa Brasil - Edição 147

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Empresa

Brasil

Ano 14 l Número 147 l Outubro de 2017

Governo cria conselho para desburocratizar serviço público Para empresários, eficácia do programa depende da simplificação do sistema tributário

George Pinheiro é o novo presidente de honra da CE-CPLP

Tudo pronto para o 4º Fórum Nacional CACB Mil, em Foz do Iguaçu (PR)

Empreender realiza encontro nacional paralelo ao Fórum


Federações CACB

DIRETORIA DA CACB TRIÊNIO 2016/2018 PRESIDENTE George Teixeira Pinheiro (AC) 1º VICE-PRESIDENTE Jésus Mendes Costa (RJ) VICE-PRESIDENTES Alencar Burti (SP) Emílio César Ribeiro Parolini (MG) Ernesto João Reck (SC) Francisco de Assis Silva (DF) Guido Bresolin (PR) Itamar Manso Maciel Júnior (RN) Jussara Pereira Barbosa (PE) Kennedy Davidson Pinaud Calheiros (AL) Olavo Rogério Bastos das Neves (PA) VICE-PRESIDENTE DE ASSUNTOS INTERNACIONAIS Sérgio Papini de Mendonça Uchoa (AL) VICE-PRESIDENTE DA MICRO E PEQUENA EMPRESA Luiz Carlos Furtado Neves (SC) VICE-PRESIDENTE DE SERVIÇOS Rainer Zielasko (PR) DIRETOR–SECRETÁRIO Jarbas Luis Meurer (TO) DIRETOR FINANCEIRO Jonas Alves de Souza (MT)

Acre – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Acre – FEDERACRE Presidente: Celestino Bentes de Oliveira Avenida Ceará, 2351 - Bairro: Centro Cidade: Rio Branco - CEP: 69909-460

Paraná – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná – FACIAP Presidente: Marco Tadeu Barbosa Rua: Heitor Stockler de Franca, 356 Bairro: Centro - Cidade: Curitiba - CEP: 80.030-030

Alagoas – Federação das Associações Comerciais do Estado de Alagoas – FEDERALAGOAS Presidente: Kennedy Davidson Pinaud Calheiros Rua Sá e Albuquerque, 467 - Bairro: Jaraguá Cidade: Maceió - CEP: 57.020-050

Pernambuco – Federação das Associações Comerciais e Empresariais de Pernambuco – FACEP Presidente: Jaime Espósito de Lima Filho Rua do Bom Jesus, 215 – 1º andar Bairro: Recife - Cidade: Recife - CEP: 50.030-170

Amapá – Associação Comercial e Industrial do Amapá – Acia Presidente: Nonato Altair Marques Pereira Avenida Procópio Rola, nº 28 - Bairro Centro Cidade: Macapá - CEP: 68.900-081

Piauí – Associação Comercial Piauiense - ACP Presidente: José Elias Tajra Rua Senador Teodoro Pacheco, 988, sala 207. Ed. Palácio do Comércio 2º andar - Bairro: Centro Cidade: Teresina - CEP: 64.001-060

Amazonas – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Amazonas – FACEA Presidente: Valdemar Pinheiro Av. Senador Álvaro Maia, 2166 Sala 01 – Praça 14 de Janeiro Bairro: Centro - Cidade: Manaus - CEP: 69.020-210 Bahia – Federação das Associações Comerciais do Estado da Bahia – FACEB Presidente: Clóves Lopes Cedraz Rua Conselheiro Dantas, 5. Edifício Pernambuco, 9° andar Bairro: Comércio - Cidade: Salvador - CEP: 40.015-070 Ceará – Federação das Associações Comerciais do Ceará – FACC Presidente: João Porto Guimarães Rua Doutor João Moreira, 207 - Bairro: Centro Cidade: Fortaleza - CEP: 60.030-000 Distrito Federal – Federação das Associações Comerciais e Industriais do Distrito Federal e Entorno – FACIDF Presidente: Manoel Valdeci Machado Elias Quadra 01, Área Especial 03, Lote 01, Núcleo Bandeirante, Setor de Indústria Bernardo Sayão Cidade: Núcleo Bandeirante/DF - CEP: 71735-167

CONSELHO FISCAL TITULAR Amarildo Selva Lovato (ES) Valdemar Pinheiro (AM) Wladimir Alves Torres (SE)

Espírito Santo – Federação das Associações Comerciais, Industriais e Agropastoris do Espírito Santo – FACIAPES Presidente: Amarildo Selva Lovato Av. Nossa Senhora dos Navegantes, 955. Ed. Global Tower, sala 713, 7° andar - Bairro: Enseada do Suá - Cidade: Vitória - CEP: 29.050-335

CONSELHO FISCAL SUPLENTE Domingos Sousa Silva Júnior (MA) Ubiratan Silva Lopes (GO) Pedro José (TO)

Goiás – Federação das Associações Comerciais, Industriais e Agropecuárias do Estado de Goiás – FACIEG Presidente: Ubiratan da Silva Lopes Rua 143 - A - Esquina com rua 148, Quadra 66 Lote 01 Bairro: Setor Marista - Cidade: Goiânia - CEP: 74.170-110

CONSELHO NACIONAL DA MULHER EMPRESÁRIA Neiva Suzete Dreger Kieling (SC) CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO JOVEM EMPRESÁRIO Fernando Fagundes Milagre SUPERINTENDENTE DA CACB Juliana Kämpf GERENTE ADMINISTRATIVO-FINANCEIRO César Augusto Silva COORDENADOR DO EMPREENDER Carlos Alberto Rezende COORDENADOR DA CBMAE Eduardo Vieira COORDENADOR DO PROGERECS Luiz Antônio Bortolin COORDENAÇÃO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL fróes, berlato associadas COMUNICAÇÃO SOCIAL Neusa Galli Fróes SCS Quadra 3 Bloco A Lote 126 Edifício CACB 61 3321-1311 70.313-916 Brasília - DF Site: www.cacb.org.br

Maranhão – Federação das Associações Empresariais do Maranhão – FAEM Presidente: Domingos Sousa Silva Júnior Rua Inácio Xavier de Carvalho, 161, sala 05, Edifício Sant Louis. Bairro: São Francisco - Cidade: São Luís CEP: 65.076-360 Mato Grosso – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Mato Grosso – FACMAT Presidente: Jonas Alves de Souza Rua Galdino Pimentel, 14 - Edifício Palácio do Comércio 2º Sobreloja – Bairro: Centro Norte - Cidade: Cuiabá - CEP: 78.005-020 Mato Grosso do Sul – Federação das Associações Empresariais do Mato Grosso do Sul – FAEMS Presidente: Alfredo Zamlutti Júnior Rua Piratininga, 399 – Jardim dos Estados Cidade: Campo Grande - CEP: 79021-210 Minas Gerais – Federação das Associações Comerciais e Empresariais de Minas Gerais – FEDERAMINAS Presidente: Emílio César Ribeiro Parolini Av. Afonso Pena, 726, 15º andar Bairro: Centro - Cidade: Belo Horizonte - CEP: 30.130-003 Pará – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Pará – FACIAPA Presidente: Fábio Lúcio de Souza Costa Avenida Presidente Vargas, 158 - 2º andar, bloco 203 Bairro: Campina - Cidade: Belém - CEP: 66.010-000 Paraíba – Federação das Associações Comerciais e Empresariais da Paraíba – FACEPB Presidente: Alexandre José Beltrão Moura Avenida Marechal Floriano Peixoto, 715, 3º andar Bairro: Bodocongo - Cidade: Campina Grande - CEP: 58.100-001

Rio de Janeiro – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Rio de Janeiro – FACERJ Presidente: Jésus Mendes Costa Rua Visconde de Inhaúma, 134 - Grupo 505 - Bairro: Centro Cidade: Rio de Janeiro - CEP: 20.091-007 Rio Grande do Norte – Federação das Associações Comerciais do Rio Grande do Norte – FACERN Presidente: Itamar Manso Maciel Júnior Avenida Duque de Caxias, 191 - Bairro: Ribeira Cidade: Natal - CEP: 59.012-200 Rio Grande do Sul – Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul - FEDERASUL Presidente: Simone Leite Rua Largo Visconde do Cairu, 17, 6º andar Palácio do Comércio - Bairro: Centro Cidade: Porto Alegre - CEP: 90.030-110 Rondônia – Federação das Associações Comerciais e Industriais do Estado de Rondônia – FACER Presidente: Gerçon Szezerbatz Zanato Rua Senador Álvaro Maia, nº 2697, Bairro: Liberdade Cidade: Porto Velho - CEP: 76.803-892 Roraima – Federação das Associações Comerciais e Industriais de Roraima – FACIR Presidente: Jadir Correa da Costa Avenida Jaime Brasil, 223, 1º andar Bairro: Centro - Cidade: Boa Vista CEP: 69.301-350 Santa Catarina – Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina – FACISC Presidente: Jonny Zulauf Rua Crispim Mira, 319 - Bairro: Centro Cidade: Florianópolis - CEP: 88.020-540 São Paulo – Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo – FACESP Presidente: Alencar Burti Rua Boa Vista 51 - 5º andar - Bairro: Centro Cidade: São Paulo CEP: 01.014-911 Sergipe – Federação das Associações Comerciais, Industriais e Agropastoris do Estado de Sergipe – FACIASE Presidente: Marco Aurélio Pinheiro Tarquínio Rua José do Prado Franco, 557 - Bairro: Centro Cidade: Aracaju CEP: 49.010-110 Tocantins – Federação das Associações Comerciais e Industriais do Estado de Tocantins – FACIET Presidente: Fabiano Roberto Matos do Vale Filho 103 Norte Av. LO 2 - 01 - Conj. Lote 22 Prédio da ACIPA Bairro: Centro - Cidade: Palmas CEP: 77.001-022

• O conteúdo desta publicação representa o melhor esforço da CACB no sentido de informar aos seus associados sobre suas atividades, bem como fornecer informações relativas a assuntos de interesse do empresariado brasileiro em geral. Contudo, em decorrência da grande dinâmica das informações, bem como sua origem diversificada, a CACB não assume qualquer tipo de responsabilidade relativa às informações aqui divulgadas. Os textos assinados publicados são de inteira responsabilidade de seus respectivos autores.


PALAVRA DO PRESIDENTE George Teixeira Pinheiro

Vamos ter um dos melhores fóruns dos últimos tempos

A

pesar de todo o pessimismo que tomou conta da Nação devido ao caos econômico gerado pelo governo anterior, assistimos a uma onda de empreendedorismo no país jamais vista. Hoje, são incontáveis os casos de iniciativas de negócios nos mais diversos segmentos. Um fato novo é a característica das empresas de tecnologia denominadas startups, que têm em comum pertencerem a jovens dotados de energia e ambição. Foi exatamente em decorrência desse quadro que a Comissão Organizadora do 4º Fórum Nacional CACB Mil, que será realizado junto com o Congresso Empresarial e a XXVII Convenção Anual Faciap, em Foz do Iguaçu, escolheu como tema o empreendedorismo, além de montar os cenários para o Brasil de amanhã. Sem falsa modéstia, temos de destacar a alta qualificação da programação escolhida que reunirá, durante os dias 18,19 e 20 deste mês, uma série de cases bem-sucedidos de empreendedores, tendo como palestra magna o maestro João Carlos Martins, com o tema “Inovar é a capacidade de se reinventar”.

Trata-se de uma experiência extraordinária de um pianista que ficou impossibilitado de usar os dedos para tocar seu instrumento e se reinventou como maestro, uma verdadeira lição de vida, que serve de exemplo para todos aqueles que enfrentam dificuldades no dia a dia em função das mais variadas contingências. Estamos também muito orgulhosos em proporcionar espaço para o empreendedorismo feminino em nosso evento, justamente no momento em que a CACB é premiada internacionalmente por um case apresentado em Sydney no 10th World Chambers Congress (WCC), o Congresso Mundial das Câmaras de Comércio. Enfim, vamos ter um dos maiores e melhores fóruns dos últimos tempos, o que demonstra a pujança da CACB e de todos os seus colaboradores que, mesmo diante das conhecidas dificuldades da atual conjuntura, não se atemorizaram, mostrando, mais uma vez, que não é porque a economia não anda bem que as oportunidades para montar um negócio somem da noite para o dia. Encerro com um clichê que sempre é bom repetir: os líderes nunca desistem! Bom fórum a todos!

George Teixeira Pinheiro, presidente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil

Outubro de 2017

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ÍNDICE Foto: Divulgação

16 CBMAE

3 PALAVRA DO PRESIDENTE

Apesar de todo o pessimismo que tomou conta da Nação devido ao caos econômico gerado pelo governo anterior, assistimos a uma onda de empreendedorismo no país jamais vista.

5 PELO BRASIL

Presidente da CACB toma posse na CE-CPLP na abertura do 4º Fórum Nacional CACB Mil.

8 MATÉRIA DE CAPA

Combate à burocracia terá efeito limitado se não houver simplificação do sistema tributário. Foto: Arquivo/CACB

18 EMPREENDER

11 RELAÇÕES INTERNACIONAIS

George Pinheiro é o novo presidente de honra da CE-CPLP.

12 CASE DE SUCESSO

O papel da Acits no desenvolvimento de Tangará da Serra.

14 FEDERAÇÕES

Representatividade é a principal meta do novo presidente da Facisc.

16 CBMAE

Relatório Justiça em Números mostra que apenas 27% dos processos foram solucionados pelo Judiciário em 2016. Foto: Divulgação

22 EVENTO

18 EMPREENDER

Cerimônia do Prêmio Empreender ocorre paralelamente à CACB Mil.

22 EVENTO

CACB vence prêmio internacional com projeto de empoderamento feminino.

24 EMPREENDEDORISMO

O mais importante para os especialistas é manter o foco no projeto e ser paciente.

26 TRABALHO

EXPEDIENTE

Agências de emprego apostam em coach e treinamento para reposicionar profissionais. Coordenação Editorial: Neusa Galli Fróes fróes, berlato associadas escritório de comunicação Edição: Milton Wells - mwells@terra.com.br Projeto gráfico: Vinícius Kraskin Diagramação: Kraskin Comunicação Foto da capa: Alphaspirit/fotolia.com Revisão: Press Revisão Colaboradores: Erick Arruda, Felipe Menezes, Fernanda de Lima, Joana de Albuquerque, Katiuscia Sotomayor, Nathalia Pessel Leite e Neusa Galli Fróes. Execução: Editora Matita Perê Ltda. Comercialização: Fone: (61) 3321.1311 - comercial@cacb.org.br

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Empresa Brasil

28 INFORME DA UNECS

União empresarial será parceira do governo no Plano Progredir.

30 LIVRO

Escritor gaúcho Felipe Daiello traz à tona as rivalidades do Oriente Médio.

31 ARTIGO

Myriam Mourão escreve sobre seis dicas essenciais para prospecção de clientes.


PELO BRASIL

Presidente da CACB toma posse na CE-CPLP na abertura do 4º Fórum Nacional CACB Mil Tudo pronto para o 4º Fórum Nacional CACB Mil, que irá acontecer nos dias 18 a 20 de outubro, no Recanto Cataratas Thermas Resort & Convention, em Foz do Iguaçu (PR). O evento será realizado em conjunto com o Congresso Empresarial Paranaense e a XXVII Convenção Anual Faciap. Os encontros receberão mais de 1000 empreendedores de todo país, para discutir uma pauta de assuntos de interesses comuns. Durante dois dias, estão previstas reuniões paralelas,

como do Conselho Nacional da Mulher Empresária, do Conselho Deliberativo da CACB, do Comitê Jurídico da CACB, do Encontro Nacional do Progerecs. A solenidade de abertura está prevista para as 19h30min do, do dia 18, ocasião em que o presidente da CACB, George Pinheiro, toma posse como presidente de honra da CE-CPLP – Confederação Empresarial da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. Logo após a abertura, ocorre o lançamento do

Projeto CACB de Fomento do Cooperativismo de Crédito Empresarial. A assinatura será feita entre a CACB, Sebrae, Cancoob e Sicoob. Na sequência, o presidente da Faciap, Marco Tadeu Barbosa, assina a parceria técnica entre a Unifaciap e o Grupo Positivo. No encerramento do dia, a palestra magna com o maestro João Carlos Martins, “Inovar é a Capacidade de se Reinventar”.O Fórum Nacional CACB Mil é uma realização da CACB, Faciap, Sebrae, Certisign, Banco do Brasil, Correios.

Federaminas capacita 10 mil pessoas via videoconferência Foto: Ricardo Lacerda

O programa de capacitação de empresários e empregados da Federaminas experimentou um significativo salto em seus resultados com a adoção da ferramenta da videoconferência, em substituição ao modelo presencial. Graças a essa alteração, cerca de 10 mil pessoas foram treinadas em pouco mais de um ano sobre diversos temas relacionados com a gestão tanto de associações comerciais quanto de empresas. De acordo com o coordenador da TV Federaminas, Ricardo Lacerda, no período foram realizados mais de 50 videotreinamentos, focalizando questões de importância para o meio empresarial, como, entre outros, reforma trabalhista, formação

Federaminas: um salto em seus resultados de preços, segredo do sucesso, comunicação para vendas, gestão estratégica de negócios, soluções extrajudiciais de conflitos, educação financeira, gestão integrada de documentos, regularização de créditos tributários.

Outubro de 2017

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PELO BRASIL

Hitendra Patel: “As empresas que resistirem à inovação vão morrer” Foto: Divulgação

“A mudança nos traz oportunidades que temos que abraçar. As empresas que resistirem a isso vão morrer.” Essa foi uma das considerações do líder mundial em inovação Hitendra Patel, em palestra no dia 20 de setembro, na sede da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). O tema da exposição foi Inovação no varejo – Internacionalizando sua empresa com foco no mercado norte-americano. Patel descende de indianos, mas nasceu na Zâmbia. É diretor do IXL Center e membro do Programa de Inovação e Crescimento da Hult International Business School.

Hitendra Patel (C) em palestra na sede da ACSP O guru da inovação elencou quatro forças que podem oferecer “surpresas inevitáveis”. São elas: Greennovate, força voltada para inovações que envolvam o meio ambiente e a falta de recursos naturais, como o petróleo; Connectivate, a qual traz a conectividade como potencia-

lizadora de resultados; Healthovate, força que aponta para o questionamento de como será o futuro na saúde, com pessoas vivendo mais por meio da tecnologia; e Robovate, que indica que tudo será feito por robôs, minimizando a presença humana. “A era dos Jetsons, enfim, chegou”, sentenciou.

Unecs lança cartilha para explicar mudanças da reforma trabalhista A União Nacional de Entidades de Comércio e Serviços (Unecs) deverá lançar uma cartilha para explicar as mudanças da reforma trabalhista ao setor de comércio e serviços. A nova lei, que começa a vigorar no dia 11 de novembro de 2017, foi uma das grandes vitórias do

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Empresa Brasil

empresariado neste ano. Uma conquista que teve como grande incentivador e defensor da proposta de mudança o deputado federal Rogério Marinho (PSDB/ RN), presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa do Comércio, Serviço e Empreendedorismo – CSE, e relator da reforma.

“Temos de valorizar essa conquista e, principalmente, conscientizar os associados das nossas entidades sobre a importância dessa modernização nas leis trabalhistas”, afirmou Honório Pinheiro, presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e coordenador da Unecs.


18/10/2017 | QUARTA-FEIRA 14h00

Credenciamento

09h00 às 17h30

Reunião do Conselho Nacional da Mulher Empresária Reunião do Conselho Deliberativo da CACB

14h30 às 17h30

Encontro Nacional do PROGERECS 19h30

PROGRAMAÇÃO

Reunião do Comitê Jurídico CACB 16h00

Solenidade de Abertura

Experiência do Paraná na Inclusão Financeira das MPEs

Lançamento do Projeto CACB de Fomento do Cooperativismo de Crédito Empresarial. 20h10

20h20

20:30

Painelistas:

Assinatura do protocolo de intenção CACB, SEBRAE, BANCOOB e SICOOB – George Teixeira Pinheiro, Guilherme Afif Domingos, Ênio Meinen, Jefferson Nogaroli

s

Representante das Sociedades Garantidoras de Crédito – Augusto José Sperotto

s

Representante da Fomento Paraná – Vilson Ribeiro de Andrade

s

Representante da Central SICOOB UNICOOB Paraná – Jefferson Nogaroli

s

Representante de BRE - Orlando Pessuti

s

Representante do Bancoob - Ênio Meinen

Palestra Magna

s

Representante do Banco do Brasil

INOVAR É A CAPACIDADE

Mediadores: Vitor Roberto Tioqueta - Superintendente do SEBRAE/PR e Carlos Alberto Santos - Cosinergia

Assinatura da parceria técnica entre UNIFACIAP e Grupo Positivo

16h30

Assinatura do documento: Marco Tadeu Barbosa e Reitor da Universidade Positivo, professor José Pio Martins

DE SE REINVENTAR s

Maestro João Carlos Martins

Encerramento das Atividades do dia 18h30

21:30

Coffee de Relacionamento

Coquetel de boas-vindas

JANTAR COM ATRAÇÃO MUSICAL - Projeto Musical Talking Blues

20/10/2017 | SEXTA-FEIRA

19/10/2017 | QUINTA-FEIRA 09h00

Abertura do Encontro Nacional do Empreender Fortalecimento das ACEs por Meio dos Núcleos Setoriais

09h20

10h10

s

Michel Andre Felippe Soares - Presidente do Programa Empreender da ACIM de Maringá

s

Carlos Sánchez - Chefe de Encadeamento Produtivo Cámara de Comercio de Cartagena

s

11h20

CBMAE – A importância da mediação e arbitragem para os empreendedores s

Roberto Portugal Bacellar – Desembargador TJPR

Lançamento do Pacto Nacional pela não judicialização de conflitos empresariais s

12h30

Eduardo Vieira – Coordenador Nacional da CBMAE

ALMOÇO O Empreendedorismo e o papel das mulheres nos negócios

14h30

10h30

s

Lidia Abdalla - Presidente Executiva do Grupo Sabin

s

Noeli Alves Bazanella – Sócia Fundadora da Doce D’ocê

Mediadoras: Neiva Suzete Dreger Kieling - Presidente CNME e Rosangela Sonda - Presidente FACIAP Mulher

HOTEL OFICIAL DO EVENTO Hotel Recanto Cataratas Thermas Resort & Convention Av. Costa e Silva, 3500 - Parque Pres. 1, Foz do Iguaçu – PR

Maurício Louzada - Professional Coach

Coffee de Relacionamento Painel: Coragem para Empreender e Inovar

11h00

s

Felipe Anghinoni – Perestroika

s

Luiz Quinderé – Brownie do Luiz

Mediadores: Guilherme Gonçalves - Presidente da CONAJE e Marcos Rinaldi - Presidente da FACIAP Jovem

Fernando Schüler - Cientista Político

Coffee de Relacionamento

Palestra: Um novo “Mindset” e as Tendências do Varejo s

Brasil - Cenário Político e Econômico

11h00

12h10

09h00

12:30 14h00 15h30 16h00 17h00

ALMOÇO Palestra: Inovação Disruptiva s

Arthur Igreja: Diretor da Disrupt Investimentos

Coffee de Relacionamento Palestra: Felicidade dá Lucro s

Márcio Fernandes – Presidente da Elektro

Palestra: A Arte de Fazer Acontecer s

Allan Costa - Palestrante

20h30

Jantar e entrega do Prêmio Empreender

22h30

Festa de Encerramento

FEIRA DE PRODUTOS E SERVIÇOS 10 às 19h

Ocorrerá de 18 a 20/10, paralela ao evento

INFORMAÇÕES www.faciap.org.br/convencao


CAPA

Combate à burocracia terá efeito limitado se não houver simplificação do sistema tributário A opinião é dos especialistas consultados por Empresa Brasil; número de horas gastas para o cumprimento de obrigações acessórias é muito grande e demanda custos e tempo

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m meio à onda de reformas, o governo federal decidiu dar início a uma série de ações voltadas para tornar a administração pública mais eficiente e com menos custos para o brasileiro e para o Estado. Para o combate à burocracia – uma das pragas nacionais –, foi instituído o Conselho Nacional de Desburocratização (CND), formado por ministros e um comitê executivo com a participação de representantes da sociedade civil. O programa deverá dar prioridade a 23 medidas divididas em oito eixos. Entre as melhorias imediatas, estão previstas as simplificações da emissão de passaporte, de marcação de consultas no Sistema Único de Saúde (SUS) e do pagamento de obrigações trabalhistas e previdenciárias. “É positiva a iniciativa do governo de priorizar essa questão, demonstrando uma

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Empresa Brasil

Foto: Fernando Aguiar

Conselho de Desburocratização é chefiado pelo ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha

correta preocupação com o peso da burocracia na vida das empresas e das famílias. Obviamente, só formar um conselho não basta: é preciso que este tenha uma agenda efetiva de trabalho e que as medidas propostas sejam depois perseguidas”, afirmou à Empresa Brasil o economista Armando Castellar, coordenador de Economia Aplicada do IBRE/FGV. Para Castellar, esta nova tentativa do governo federal de enfrentar a burocracia terá

efeito limitado se não ocorrer de forma simultânea à simplificação do sistema tributário. Honório Pinheiro, coordenador da União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços (Unecs), afirma que a alta carga tributária brasileira representa um grande entrave para o desenvolvimento e crescimento do setor produtivo no país. Além de gerar falta de incentivo à produção, se configura também em um peso para os consumidores, o


Fotos: Divulgação

que provoca um desestímulo ao consumo, acrescenta. “Junto de todas essas consequências, a burocracia do sistema, que traz consigo uma grande quantidade de taxas, leis e normas, faz com que haja necessidade da contratação de especialistas para orientar as empresas.” De fato, o tempo gasto para o cumprimento de obrigações acessórias no Brasil é muito grande, o que demanda custos e tempo. Segundo o Banco Mundial, são gastas, em média, 2038 horas/ano para lidar com a burocracia, ou seja, horas retiradas do contribuinte, que poderia empregá-las no desenvolvimento da sua própria atividade. Isso muito se deve ao excesso de informações redundantes e repetidas das obrigações acessórias, o que poderia ser facilmente solucionado, tendo em vista que o fisco possui tecnologia para resolver a questão. Outro entrave é a velocidade das mudanças legislativas, fiscais e tributárias, causando grande insegurança jurídica em todo o empreendedorismo: de acordo com o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação

(IBPT), são editadas no país 37 normas tributárias por dia, ou 1,57 norma tributária por hora. Acompanhar e aplicar todas essas alterações é praticamente impossível, assinala Márcio Massao Shimomoto, presidente do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis (Sescon-SP). “Os processos de abertura, com as licenças, alvarás e registros necessários, também são grandes entraves, pois muitas vezes o empresário já paga aluguel, tem todas as condições de funcionar, mas fica meses em compasso de espera para iniciar seu negócio em virtude da burocracia. Para encerrar ou alterar uma organização, também não é diferente. São inúmeros os entraves burocráticos que impedem o pleno desenvolvimento das empresas no país”, sustentou Shimomoto. “Vemos com bons olhos todas as ações e esforços que visem à desburocratização do Brasil, pois, realmente, este é um ponto que inibe o crescimento da economia e do próprio país. Esse Conselho será muito bem-vindo, especialmente nesta época de incertezas e turbulências em que estamos vivendo.”

Castelar: “É preciso uma agenda efetiva de trabalho”

Bogéa: “ O papel de entidades como a CACB é fundamental para levar ao Estado suas demandas”

Shimomoto: “O Conselho é bem-vindo, principalmente numa época de incertezas e turbulências em que estamos vivendo” Outubro de 2017

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CAPA

Agendamento online de consultas no SUS é uma das metas Uma das metas de desburocratização do governo é concluir a digitalização de 10 serviços até dezembro de 2018. Entre esses, a emissão de CPF e de passaporte. Na área da saúde, o governo trabalha na adesão de municípios ao prontuário eletrônico, no qual todas as informações do paciente atendido em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) ficarão disponíveis para outros postos de atendimento. Hoje, 6 mil UBS já estão integradas ao sistema. Outra importante iniciativa é a criação do aplicativo eSUS Cidadão, que permitirá o agendamento online de consultas no Sistema Único de Saúde (SUS). Na educação, a estratégia de governança digital do governo federal contempla o propósito de levar banda larga a 22,4 mil escolas até o fim de 2018, o que beneficiará 12,8 milhões de alunos. O objetivo é ampliar esse total para 76,1 mil escolas em 2024. O Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial), já disponível para empregadores domésticos, será estendido para outras empre-

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Empresa Brasil

sas no ano que vem. A meta é abrir o eSocial para empresas com faturamento acima de R$ 78 milhões em janeiro de 2018 e em julho para as demais. O governo federal espera que as empresas reduzam de 400 para 80 horas o tempo gasto por mês para o pagamento de impostos. Daniel Bogéa, diretor-executivo do Instituto Desburocratizar, observa que a intenção do governo de desburocratização “é uma ideia cativante, mas que depende de vontade política e pressão social para ser colocada em prática”. Nesse sentido, de acordo com Bogéa, o papel de entidades como a CACB é fundamental para levar ao Estado suas demandas de simplificação e exigir dele a sua realização, em um movimento constante de controle. “É auspicioso o fato de que o tema está na pauta do setor empresarial, porém registro que é urgente uma atuação mais organizada e sistemática perante a administração para colocar em prática não apenas um sistema tributário, mas um Estado mais simples.”

INTEGRANTES DO CONSELHO O Conselho é presidido pelo ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e tem a participação de Daniel Sigelmann (Casa Civil), Eduardo Guardia (Fazenda), Patrícia Brito de Ávila (Planejamento), Alfonso Orlandi Neto (MCTIC), Wagner Campos Rosário (Transparência) e Ivani dos Santos (Secretaria de Governo). Das duas casas do Congresso Nacional participam o senador Fernando Bezerra e o deputado Júlio Lopes. O setor privado ficou representado por Antonio Marcos Umbelino Lôbo (IHB), Marcelo Lacerda (Google), Jorge Gerdau (Grupo Gerdau e Movimento Brasil Competitivo), Dorothea Werneck (Academia Brasileira de Qualidade), Rafael Lucchesi (CNI), Sérgio Paulo Gallindo (Basscom) e Abdo Antonio Hadade (Fiesp).


RELAÇÕES INTERNACIONAIS

George Pinheiro é o novo presidente de honra da CE-CPLP Anúncio da nomeação foi feito no VI Fórum da UE-CPLP, em setembro. Mandato vai até julho de 2018

O

presidente da CACB, George Pinheiro, é o novo presidente de honra da Confederação Empresarial da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CE-CPLP). O anúncio da escolha foi feito durante a programação do VI Fórum da União de Exportadores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (UECPLP), realizado em setembro, em Vila Real, Portugal. Os mandatos do Brasil na presidência política da CPLP e do presidente George Pinheiro na CE-CPLP encerram-se em julho de 2018, quando Cabo Verde assumirá o posto. Além do Brasil, a CPLP é formada por outros oito países: Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. George Pinheiro, que se encontrava em Sydney, na

Foto: Mariana Costa

George Pinheiro presidirá a CE-CPLP até julho de 2018

Austrália, no 10th World Chambers Congress, foi representado pelo presidente da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná (Faciap), Marco Tadeu Barbosa. Durante apresentação na sala temática sobre o Brasil, Barbosa disse aos participantes do Fórum, empresários de 17 países de quatro continentes, que

o Brasil vive um momento de grandes mudanças e que a economia mostra sinais fortes de recuperação que já são percebidos em indicadores como inflação, crescimento do PIB e perspectivas de investimento. O Fórum foi uma oportunidade para discutir negócios com foco no estímulo às exportações e à internacionalização. O objetivo é mostrar a força da comunidade dos países de língua portuguesa e criar novas oportunidades de negócios no espaço da CPLP e abrangência. Marco Tadeu Barbosa lembrou que os investimentos no Brasil são um bom negócio porque o país está em busca do equilíbrio. “Prevalece o fortalecimento dos pilares da democracia e da economia movida pela iniciativa privada. Decolamos para um tempo exuberante no campo econômico.” Outubro de 2017

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CASE DE SUCESSO

O protagonismo da Acits no desenvolvimento de Tangará da Serra Fotos: Divulgacão/ACITS

Associação é referência central de uma das cidades mais ricas de Mato Grosso, considerada polo regional, dona de diversos atrativos turísticos, como cachoeiras, pousadas e parques

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história da Associação Comercial e Empresarial de Tangará da Serra (Acits) se confunde com a do município onde está instalada. A cidade de quase 100 mil habitantes é a quinta maior concentração urbana do Mato Grosso que, em 2017, completou 41 anos de emancipação, enquanto a Associação chegava aos 36 anos de muita luta e, também, conquistas em prol do fortalecimento socioeconômico do médio norte mato-grossense. Com presença marcante nos principais conselhos municipais e dando voz às

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Empresa Brasil

Primeira sede foi construída há 36 anos

demandas dos associados, a entidade atua em diversas frentes, tais como desenvolvimento rural, segurança pública, emprego e renda, além do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Turismo. Em busca de sua sustentabilidade econômica, começou a idealizar campanhas, feiras e premiações a fim de manter-se atuante e moderna, defendendo e zelando por seus associados. A Feira da Ponta de Estoque, junto do programa de Certificação Digital e do serviço Credicon-

sult incrementam a receita da instituição, que destina parte desses valores para o custeio de despesas operacionais, além de investimentos em infraestrutura e tecnologia aos mais de 824 associados, das mais variadas áreas (Comércio, Instituições Financeiras, Prestadores de Serviços e Agronegócio). De acordo com Jorge Nazzari, administrador executivo da Acits, a entidade realiza mais de 15 mil atendimentos por ano. Um dado importante é que 96% das empresas exis-


Diretoria busca para os próximos anos um maior estreitamento nas relações com atuais e futuros associados

tentes na região são MPEs e, assim como a economia brasileira, a categoria de serviços corresponde a 44% do PIB municipal, seguido de 38% do comércio e 10% das indústrias. Com diversos convênios junto a instituições de ensino superior, a Associação propicia a seus parceiros descontos em mensalidades, os quais podem chegar a 35%, além de vantagens em planos de saúde e na contratação de linhas de crédito junto ao sistema de bancos cooperativados.

“O intuito é fortalecer o núcleo do comércio local”, afirma Nazzari. A diretoria da Associação Comercial de Tangará da Serra busca para os próximos anos um maior estreitamento nas relações com atuais e futuros associados, acompanhando as mudanças e entendendo suas necessidades. “Nós temos um projeto de modernização da Feira da Ponta de Estoque. Nossa ideia é criar uma feira multissetorial, mais abrangente, inclusiva e moderna”, conclui Jorge Nazzari.

Em busca de sua sustentabilidade econômica, a entidade começou a idealizar campanhas, feiras e premiações a fim de manter-se atuante e moderna, defendendo e zelando por seus associados

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FEDERAÇÃO

O maior desafio do novo presidente da Facisc é a representatividade Foto: Facisc

Jonny Zulauf deseja levar a federação a todas as instituições em busca de posicionamentos e resultados econômicos

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epresentatividade é a grande meta do novo presidente da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc), Jonny Zulauf. A nova diretoria da entidade catarinense para a gestão 2017-2019 tomou posse no fim de setembro. Entre as prioridades de Zulauf, estão a manutenção e o aperfeiçoamento de serviços e soluções, abrindo novas vias de apoio ao empresário e às associadas, e a conclusão da obra da sede própria da Facisc. Em entrevista à Empresa Brasil, Jonny Zulauf fala, entre outros assuntos, de relações internacionais; da subutilização de espaços para grandes eventos e conferências em Florianópolis;

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Empresa Brasil

O empresário e advogado de São Bento do Sul Jonny Zulauf, foi o único candidato à presidência da Facisc

e das fontes de receitas das entidades empresariais que atuam hoje no Brasil. Quais são os maiores desafios de uma entidade como a Facisc em momentos como o atual no Brasil? Nossa primeira grande meta é a representatividade, por isso nosso desafio pas-

sará por estar junto a todas as instituições públicas e privadas em busca de posicionamentos e resultados econômicos, representatividade comercial e, principalmente, pedindo mais eficiência e ética junto ao poder público. Quais serão as suas prioridades?


Entre as prioridades, está concluir a obra da sede própria, dotando-a de estrutura física, equipamentos e elementos de apoio adequados, assim como capacitar e treinar colaboradores, visando à qualidade e produtividade aliada ao bem-estar pessoal, com segurança e oportunidade de crescimento profissional. Queremos ser espelho de gestão às associadas, em modelo padronizado de qualidade e integração. Na gestão, queremos consolidar agenda de encontros ordinários mensais de diretoria, e manter os eventos estaduais como ações integradas de congraçamento das empresas e empresários do estado. Além disso, também aprofundar relações institucionais regionais, interestaduais e internacionais em troca recíproca de experiências e ações, envolvendo nossos diretores e associados. Também queremos manter e aperfeiçoar nossos serviços e soluções, abrindo novas vias de apoio ao empresário e às associadas, manter expansão do DEL, com programas de acompanhamento e avaliação comparativa de diferentes sociedades orga-

nizadas, implantar estruturas de organizações com perfis distintos de sociedade civil, alinhando perfis próprios a cada atividade com segurança e regularidade fiscal. Qual seria a principal fonte de receitas em entidades empresariais hoje no país? Temos no país dois tipos de entidades empresariais. As que são subsidiadas com recursos públicos ou entidades de representação estatal, como sindicatos e Federações do Sistema S que tinham a receita assegurada em dispositivos como a contribuição sindical, e temos nós, que nos posicionamos numa classificação diferente: o associativismo voluntário, onde as nossas receitas são de contribuição de sócios, mensalidades, e do resultado da prestação de serviços aos associados. A nossa competência, qualidade de trabalho e bons resultados fazem com que o associado contribua. Isso é o que garante termos receitas para as nossas entidades associativistas e é assim que nos sustentamos e, orgulhosamente, podemos dizer que temos uma grande representação.

“Na gestão, queremos consolidar agenda de encontros ordinários mensais de diretoria, e manter os eventos estaduais como ações integradas de congraçamento das empresas e empresários do estado”

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CBMAE

Apenas 27% dos processos foram solucionados pelo Judiciário em 2016 Despesa média por juiz no Brasil foi de R$ 47.700 por mês, incluindo salário, auxílio-moradia, refeição e outros benefícios

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presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármem Lúcia, divulgou em setembro o raio x anual do custo e da eficiência do Judiciário no Brasil, o relatório “Justiça em Números”, que tem como base o ano de 2016. Os dados impressionam. De cada dez processos, menos de três foram solucionados: apenas 27%. Os dados mostram, ainda, que em 2016 quase 110 milhões de processos estiveram em tramitação. A despesa média por juiz no Brasil foi de R$ 47.700 por mês, incluindo salário, auxílio-moradia, refeição e outros benefícios. “Também nós, juízes, não estamos satisfeitos com o desempenho do Poder Judiciário. A gente queria estar julgando a cada semana os processos que entram naquela semana”, declarou Cármem Lúcia, durante a divulgação do relatório.

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Foto: Divulgação

Quase 110 milhões de processos passaram pelo Judiciário em 2016, segundo CNJ

Cármem defendeu a transparência do Judiciário, para que a população possa cobrar eficiência. “No dia em que se desacreditar da Justiça, se desacredita não apenas no próprio Estado, desacredita muitas vezes da convivência com o outro”, disse. O ministro Luiz Fux ponderou que o congestionamento da Justiça não pode ser usado para enfraquecer o Judiciário. “Muito atentos para movimentos recentes que procu-

ram minimizar, enfraquecer a figura do juiz, a instituição do Poder Judiciário. Há várias estratégias para se chegar a esse ponto. De sorte que a primeira reação é através de atos de grandeza.” Principal fonte de estatísticas do Poder Judiciário, o relatório traz os dados consolidados da estrutura e litigiosidade da Justiça, além dos indicadores e das análises que subsidiam a gestão judiciária.


Foto: Gilmar Ferreira/CNJ

Carmen Lúcia defendeu a transparência do Judiciário, para que a população possa cobrar eficiência

CONFIRA OS DADOS DO RELATÓRIO: Ações em tramitação: 109,1 milhões I Número de novas ações: 29,4 milhões I Taxa de congestionamento: 73% I Despesas do Poder Judiciário em relação ao PIB: 1,4% I Despesas do Poder Judiciário em relação ao orçamento: 2,5% I Custo por habitante: R$ 411,73 I Custo por processo: R$ 777,70 I

A pesquisa anterior, divulgada no ano passado, tendo como base o ano de 2015, revelou o número de 99 milhões de processos em tramitação, dez milhões a menos do que no ano de 2016. “Isso nos mostra que a população tem litigado cada vez mais. Por isso é muito importante que a sociedade seja engajada em programas de desjudicialização, em que seja possí-

“Dados mostram que a população tem litigado cada vez mais. Por isso é muito importante que a sociedade seja engajada em programas de desjudicialização, em que seja possível resolver seus conflitos fora do Judiciário, através da mediação e da arbitragem.” Eduardo Vieira, coordenador nacional da CBMAE

vel resolver seus conflitos fora do Judiciário, através da mediação e da arbitragem”, diz Eduardo Vieira, coordenador nacional da Câmara Brasileira de Mediação e Arbitragem Empresarial (CBMAE). Para se ter uma ideia da eficiência, quando as partes procuram a CBMAE, 80% dos casos são resolvidos na primeira audiência, ou seja, em no máximo 40 dias. Outubro de 2017

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EMPREENDER Foto: Arquivo/CACB

Presidente da CACB, George Pinheiro, entrega o cheque para o núcleo de Vitivinicultores de Quilombo (SC), vencedor do Prêmio Empreender de 2015

Encontro Nacional será realizado em paralelo ao Fórum da CACB Cerimônia do Prêmio Empreender ocorre paralelamente à CACB Mil, assim como o Encuentro Internacional de Consejeros de Núcleos Empresariales - AL-Invest 5.0

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estores e representantes dos empresários participantes de núcleos do Empreender de todos os estados se reúnem no mês de outubro, em Foz do Iguaçu, para mais um Encontro Nacional do programa, que será realizado durante o 4º Fórum Nacional CACB Mil.

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O evento paralelo ao Fórum, nos dias 19 e 20, termina com a entrega do Prêmio Empreender, o qual tem como finalidade dar reconhecimento e visibilidade às melhores implementações do programa no país. Na cerimônia, serão homenageados os três melhores núcleos

setoriais, que serão premiados com recursos para converter em capacitações, consultorias e afins. Além disso, o empresário, o consultor, a coordenação estadual e a Associação Comercial que mais se destacaram receberão prêmios pela atuação no Empreender Convencional, fase do


programa que será encerrada em janeiro de 2018. O coordenador nacional do Empreender e coordenador executivo da CACB, Carlos Rezende, explica que os principais critérios a serem avaliados incluem os resultados dos projetos, o alinhamento das propostas, a atuação do núcleo, as atividades de acompanhamento, a gestão do programa e “as sinergias com outros projetos da CACB, como, por exemplo, o AL-Invest 5.0”, projeto de cooperação internacional com a União Europeia. O diferencial desta edição do Prêmio é que todos os núcleos do Empreender Convencional automaticamente são concorrentes, sendo desnecessária a inscrição. Dessa forma, mais de 200 projetos estão na expectativa para serem prestigiados no evento. A última edição da premiação homenageou destaques do Empreender Competitivo e ocorreu em 2015, em Florianópolis-SC. O vencedor do ano em questão foi o Núcleo de Vitivinicultores do município de Quilombo, em Santa Catarina. O projeto desenvolvido pelo Núcleo teve como ob-

jetivo geral promover a transição da produção artesanal para a produção comercial por meio do desenvolvimento de ações tecnológicas e melhoria de produção no município. Entre as ações realizadas, estavam visitas e consultorias individuais aos produtores de vinho, missões técnicas, cursos de degustação e promoção de eventos, como a Mostra Catarinense de Vinhos e o Concurso do Vinho. Fortalecimento do agronegócio, visibilidade, investimentos e premiações foram alguns dos benefícios trazidos pelo Empreender Competitivo à cidade de Quilombo. O Competitivo é uma versão do Programa Empreender voltada a núcleos maduros. A nova edição já foi lançada e vai até 2019. Já a premiação de 2017 envolve núcleos mais recentes e projetos criados na edição atual do Empreender Convencional. No total, estão sendo analisados 243 projetos, sendo 47 núcleos setoriais da Bahia, 89 de Minas Gerais, 28 de Mato Grosso, 35 de Pernambuco e 44 do Rio Grande do Sul.

Na cerimônia, serão homenageados os três melhores núcleos setoriais, que serão premiados com recursos para converter em capacitações, consultorias e afins

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EMPREENDER Foto: Arquivo/CACB

O coordenador Carlos Rezende (D) em reunião com consultores da CACB para planejar a realização do Encontro do AL-Invest no Brasil

AL-Invest 5.0 reúne países participantes Outra atividade realizada em Foz com o apoio da equipe do Empreender é o Encuentro Internacional de Consejeros de Núcleos Empresariales, reunião de representantes dos países participantes do AL-Invest 5.0 para discutir o andamento e a evolução do programa na região. Entre os dias 17 e 19 estão previstas na programação oficinas de capacitação com os consultores, que serão mi-

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nistradas pelo consultor Jordí Castán, da Sequa, organização alemã que apoia o desenvolvimento de entidades internacionais de negócios e parceira da CACB no desenvolvimento do AL-Invest 5.0. Por meio de atividades baseadas na metodologia do Empreender, os consultores irão conhecer ferramentas de gestão que podem ser implementadas no seu país, através do AL-Invest 5.0. O

propósito é difundir o método – que é referência no Brasil – por toda a América Latina. “Será uma oportunidade de esses consultores interagirem e conhecerem a realidade brasileira. Mas também é uma chance de nós conhecermos o que está sendo feito lá fora, do México até o Chile, as dificuldades, além de muita coisa interessante que pode ser trazida para o Brasil”, explica Rezende.


AL-INVEST 5.0 A quinta etapa do AL-Invest oferece recursos, por meio da União Europeia, a micro e pequenas empresas do Brasil através da CACB, que é a líder do consórcio do programa no país e a responsável pelo monitoramento e pela condução dos projetos desenvolvidos por entidades brasileiras, como a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Federação das Associa-

ções Empresariais de Santa Catarina (Facisc). Para estimular o desenvolvimento das empresas as quais fazem parte dos núcleos setoriais do Empreender, o programa lançou, nas redes sociais, a campanha #AGentePagaMetade. O objetivo da ação foi divulgar e incentivar a participação dos empresários, tornando-se um sucesso. O prazo para envio de propostas terminou no dia 6 de outubro.

Campanha #AGentePagaMetade é destaque na mídia brasileira A campanha #AGentePagaMetade ganhou destaque em veículos de comunicação nacional e regional. Além da forte presença nas redes sociais, a ação foi tema de reporta-

gem na Rede Amazônica, filial da Rede Globo na Região Norte, e em publicações como o Diário do Comércio, de São Paulo, e o site da Fecomércio, do Distrito Federal.

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EVENTO

CACB vence prêmio internacional com projeto de empoderamento feminino Premiação aconteceu durante o 10º Congresso Mundial das Câmaras de Comércio. Com a vitória, a CACB recebeu o prêmio de € 3 mil

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Programa de Empoderamento da Mulher Empresária, da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), desbancou projetos do Reino Unido, do Irã e da Índia e trouxe para o Brasil o título de melhor Projeto Corporativo de Responsabilidade Social (Best CSR Project) do mundo e € 3 mil. O anúncio dos projetos vencedores da World Chambers Competition foi feito durante a Cerimônia de Encerramento do 10th World Chambers Congress (WCC), o Congresso Mundial das Câmaras de Comércio, realizado em setembro, em Sydney, na Austrália. O WCC é organizado pela ICC/WCF. O Conselho Nacional da Mulher Empresária (CNME) da CACB, cabeça do projeto apresentado em Sydney, está há 15 anos promovendo o empoderamento das mulhe-

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Foto: Reprodução

Além do reconhecimento, ao vencer a competição a CACB ganhou € 3 mil Foto: Reprodução

Juliana Kämpf, Gabriele Oliveira, George Pinheiro e Neiva Kieling posam com o troféu da World Chambers Competition


res no Brasil, com o objetivo de reduzir a desigualdade de gênero e suscitar o desenvolvimento sustentável com responsabilidade social. A analista de projetos de cooperação internacional da CACB, Gabriele Oliveira, foi quem apresentou o case durante a programação do WCC. Para a superintendente da CACB, Juliana Kämpf, não restam dúvidas: “A apresentação, muito bem feita pela Gabriele, foi fundamental para que vencêssemos a competição”, declarou. Para Neiva Kieling, presidente do CNME, o mais importante desta conquista é, na verdade, “o reconhecimento de um trabalho desenvolvido através da metodologia do Empreender, com resultados extremamente vantajosos para as empresárias do Sistema CACB. É um método passível de ser replicado no mundo inteiro e que está no caminho certo para isso”. RIO DE JANEIRO SEDIARÁ 11TH WCC Passado o 10th WCC, a expectativa fica por conta dos preparativos para 2019, quando, pela primeira vez, o Brasil irá sediar o Congresso Mundial das Câmaras de Comércio. O 11th WCC irá ocorrer no Rio de Janeiro.

Para o presidente da CACB, George Pinheiro, sediar o 11th WCC significa o reconhecimento de nossa maturidade empreendedora e um desafio para produzirmos um encontro especial e produtivo. Em seu discurso, em Sydney, durante a apresentação do Rio como sede, Pinheiro apresentou a Confederação e destacou sua capilaridade e representatividade em todo o Brasil. “A conquista de mais liberdade e autonomia das instâncias de representação da nossa sociedade é um processo recente, de duas ou três décadas. E a CACB é parte desse processo. Pela sua importância, é, não tenho dúvidas, uma das responsáveis por continuar a escrever essa história”, declarou Pinheiro. O 11th WCC será o primeiro a ser realizado na América Latina e irá mostrar o portão de entrada para o sétimo maior mercado consumidor do mundo. O Rio de Janeiro concorreu com as cidades de Bogotá, na Colômbia, e Orlando, nos Estados Unidos. A escolha da sede foi feita por Conselheiros Mundiais da World Chambers Federation. “Esperamos receber mais de dois mil empresários de todas as partes do mundo. É um evento que vai ficar na história do Brasil”, disse Pinheiro.

“O mais importante desta conquista é o reconhecimento de um trabalho desenvolvido através da metodologia do Empreender, com resultados extremamente vantajosos.” Neiva Kieling, presidente do CNME

A ICC A International Chamber of Commerce (ICC) é a maior representação de Câmaras de Comércio do mundo, contando com centenas de milhares de companhias e membros em mais de 180 países, que abrangem todos os setores das empresas privadas. A cada dois anos, a World Chambers Federation (WCF), braço da ICC que congrega mais de 12.000 Câmaras de Comércio, organiza e promove o World Chambers Congress.

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EMPREENDEDORISMO

O mais importante é manter o foco no projeto e ser paciente É fundamental ter em mente se o potencial empresário tem mesmo características empreendedoras e se está disposto a enfrentar as dificuldades

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ois em cada três jovens brasileiros têm a intenção de empreender nos próximos anos, de acordo com a pesquisa Jovens Empresários Empreendedores, divulgada pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) em 2016. Apesar disso, a estabilidade e a segurança financeira foram apontadas por 73,3% como principais razões para não abrir o negócio. Mais da metade dos não empreendedores (69,3%) citaram também a busca por qualidade de vida como motivo para não dar o primeiro passo. No entanto, a diretora técnica do Sebrae, Heloísa Menezes, explica que há dois perfis de empreendedores: o de sonho e o de necessidade. “Tem aquele que identificou um negócio a ser explorado e é o empreendedor por oportunidade, que, às vezes, deixa um bom emprego para empreender. Por outro lado,

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Foto: Charles Damasceno

Heloísa Menezes: “O mercado não dá espaço para amadores”

há aqueles que empreendem para sobreviver, pois perdem o emprego e buscam ingressar na atividade produtiva, ao abrir um pequeno negócio”, distinguiu. No caso do Brasil, conforme outra pesquisa publicada pelo Global Entrepreneurship Monitor (GEM) em 2016, ainda predominam, com 57%, os empreendedores por oportunidade, contra 42% dos profissionais por necessidade. No

entanto, esses números representam uma grande mudança no perfil dos empresários quando comparados a 2014 (a taxa de oportunidade era 71% e de necessidade, 29%). Para o Sebrae, muito disso se deu pela crise que assola o país nos últimos anos, o que gerou um grande número de novos negócios, resultando em maior concorrência e no desgaste de muitos empreendimentos. “O mercado não dá


Foto: Camila Cunha/PUCRS

espaço para amadores: o consumidor é cada vez mais bem informado e exigente. Quem estiver mais bem estruturado e melhor organizado, tende a sair da crise em uma situação melhor”, observou Heloísa Menezes. Com isso, é fundamental, antes de tudo, ter em mente a intenção desse empreendimento, fazendo uma reflexão pessoal para descobrir se o potencial empresário tem mesmo características empreendedoras e se está disposto a enfrentar as dificuldades. Depois disso, uma avaliação do mercado, com análise de consumidores, concorrentes e fornecedores, é o recomendado. Para finalizar, segundo Heloísa, é preciso fazer as contas, vendo a viabilidade do projeto. Nessa fase de planejamento, são necessárias determinação e disciplina. A coordenadora do Idear (Laboratório Interdisciplinar de Empreendedorismo e Inovação) da PUCRS e professora da escola de negócios da universidade, Naira Libermann, explica que o fracasso nas primeiras tentativas faz parte, mas que é importante que o empreendedor tenha persistência. “O sucesso vem

Naira Libermann: “O fracasso nas primeiras tentativas faz parte; é importante que o empreendedor tenha persistência”

da experiência e a experiência só se adquire tentando e errando. É preciso, às vezes, que não dê certo, para que aconteçam mudanças positivas para impulsionar o novo negócio”, complementou. Entre os erros mais comuns e de maior impacto para o fracasso dos profissionais, está a falta de compreensão sobre as reais necessidades dos clientes. A coordenadora do Idear esclarece que “é preciso ter empatia para perceber os valores dos compradores, observar seu comportamento, achar oportunidades. Hoje, os empresários querem encontrar soluções para tudo, mas não prestam atenção aos verdadeiros problemas que interferem na vida da sociedade”.

“O sucesso vem da experiência e a experiência só se adquire tentando e errando. É preciso, às vezes, que não dê certo, para que aconteçam mudanças positivas para impulsionar o novo negócio”

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TRABALHO

Agências de emprego apostam em coach e treinamento para reposicionar profissionais A exigência do mercado tornou ainda mais complexos a prática de seleção e o recrutamento de empregados

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Fotos: Divulgação

r com o currículo na mão de agência em agência em busca de oportunidades de emprego não é mais uma realidade no século 21. Com a tecnologia, a profissionalização e as novas formas de trabalho, as tradicionais agências de emprego têm atuado de forma online e focado na preparação dos profissionais para o mercado. Essa mudança no perfil das empresas, hoje chamadas de “gestão de recursos humanos”, “assessoria” ou “consultoria”, parte de uma necessidade do cliente, que exige, cada vez mais, contratações certeiras de profissionais capacitados para a função. O intuito, assim, de suprir uma demanda do contratante e aumentar o grau de competitividade entre as empresas fez com que fossem criados serviços de coach e treinamento, para preparar

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Fabiola Lencastre: “Os serviços de agências são minuciosos”

os futuros empregados a conseguirem as vagas desejadas. “Antes, as agências tinham serviços bem definidos somente como elo entre mercado e profissional. Hoje, houve uma sofisticação dessas funções, em que os produtos não são tão práticos. Os serviços das agências são minuciosos”, comparou a es-

pecialista e sócio-diretora da Feeta Recursos Humanos, Fabiola Lencastre. Com tamanho cuidado em personalizar processos seletivos, atender aos profissionais com treinamentos e cursos de capacitação e conhecer as empresas para as quais está designando empregados, Fabiola comenta que não há chance de erro. “Na Feeta, não há reposição de profissionais. Nossas escolhas são certeiras. Customizamos nossos serviços para cada cliente, fazendo, inicialmente, uma grande aproximação para saber do que ele realmente precisa”, revelou. Ao contrário do movimento dessas tradicionais agências, a Action Consultoria e Desenvolvimento atuava desde 1998 com Treinamento e Desenvolvimento in-company e Consultoria, tendo ingressado na área


de Recrutamento & Seleção somente em 2005, a pedido dos seus clientes. “Através de nossas consultorias e treinamentos, percebemos que as empresas queriam realizar um processo diferenciado, que proporcionasse um modelo mais assertivo no processo decisório da contratação de profissionais. Então, desenvolvemos uma metodologia própria com muitas ferramentas de assessment [avaliação], bem como dinâmicas diferenciadas para a análise das competências dos candidatos”, explicou o diretor de Negócios da Action Consultoria e Desenvolvimento, Hérison Ernst. Desde lá, a Action recolocou mais de 4 mil profissionais no mercado e atendeu a mais de 1.500 empresas. Essa assessoria também é feita na área de Gestão para instituições que “necessitam de desenvolvimento de suas equipes”, exemplificou. Só na prática de coach e na busca por treinamento, a Action aumentou em 45% a sua produção. Esse desenvolvimento, seja por necessidade ou por oportunidade, demonstra a adaptação das empresas de

recursos humanos ao mercado, como deverá vir a acontecer com a nova legislação trabalhista, sancionada pelo presidente Michel Temer. Nas regras que deverão entrar em vigor em novembro, o trabalho temporário e a terceirização são dois pontos que começarão a ser ainda mais explorados. “As consultorias terão papel importante no processo de escolha e administração desses profissionais junto à empresa contratante, sendo uma oportunidade para mostrarmos ainda mais o nosso trabalho”, refletiu Fabiola. Assim como ela, o Gi Group, empresa multinacional especialista em recrutamento, seleção e gestão de mão de obra temporária e terceirização de serviços (outsourcing), já tem notado uma mudança no perfil de contratações. “No Brasil, e independentemente do ciclo econômico que estamos passando, a procura das empresas por soluções de trabalho temporário e por soluções de outsourcing tem aumentado muito nos últimos dois anos a ritmo de aproximadamente 40%”, revelou Paulo Canoa, diretorpresidente da Gi Group Brasil.

Hérison Ernst: “Desenvolvemos dinâmicas diferenciadas para a análise das competências dos candidatos”

Paulo Canoa: “Procura das empresas por soluções de trabalho temporário e outsourcing aumentou 40%” Outubro de 2017

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INFORME DA UNECS Foto: CNDL

Honório Pinheiro durante discurso no lançamento do Plano Progredir

União empresarial será parceira do governo no Plano Progredir Responsável pela geração de 21% dos empregos formais do país, o setor de comércio e serviços, por meio da entidade, deverá contribuir com postos de trabalho aos que deixarem benefícios como o do Programa Bolsa Família

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presidente da CNDL e coordenador da União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços (Unecs), Honório Pinheiro, assinou em setembro um protocolo de intenções com o governo federal: o Plano Progredir. As sete entidades que formam a Unecs serão parceiras no projeto que prioriza a geração de empregos para famílias de

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baixa renda que estão inscritas no Cadastro Único dos Programas Sociais do Governo Federal, a exemplo do Programa Bolsa Família. O objetivo do protocolo de intenções é dar prioridade aos beneficiários do Bolsa Família e criar oportunidade para que eles possam empreender e, futuramente, deixar de depender do benefício. A meta é de que,

nos próximos dois anos, um milhão de famílias deixem os programas sociais do governo federal. Serão ofertados até R$ 3 bilhões por ano em microcrédito para que as famílias fortaleçam o próprio negócio. Além disso, 1,7 milhão de trabalhadores autônomos poderão contar com assistência técnica e ações de inclusão financeira.


“O programa tem o mérito de inserir famílias de baixa renda no mercado, mantendo a produtividade do setor de comércio e serviços”, destacou Honório Pinheiro. Ao discursar na cerimônia de lançamento do Progredir, Michel Temer falou que pretende adotar o programa como “lema do governo”. O presidente afirmou que tem o “sonho” de que os brasileiros não dependem mais de benefícios individuais. “Qual é o meu sonho? É que daqui a 10, 15 anos, não vou fixar prazo, mas que em um dado momento, nós venhamos aqui comemorar a desnecessidade de qualquer benefício de natureza individual porque todos estarão empregados no nosso país”, declarou.

AÇÕES DO PROGRAMA O governo espera que 1 milhão de famílias se emancipem com o Plano Progredir. A iniciativa tem três eixos, que são qualificação profissional, intermediação de mão de obra e empreendedorismo. Na qualificação profissional está prevista a criação de vagas em cursos de formação inicial ou continuada. Entre eles, cursos online de inclusão digital com foco nos jovens e oficinas de educação financeira para mais de 100 mil famílias. Serão ofertadas 1 milhão de vagas em cursos do Pronatec Oferta Voluntária. O eixo intermediação de mão de obra prevê o cruzamento de currículos e de vagas de emprego oferecidas por empresas parceiras, de forma regionalizada.

PROGREDIR EM NÚMEROS: • R$ 3 bilhões por ano em incentivos a microcrédito.

COMPÕEM A UNECS AS SEGUINTES ENTIDADES: • Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad) • Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) • Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop) • Associação Brasileira de Supermercados (Abras) • Associação Nacional de Materiais de Construção (Anamaco) • Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) • Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).

• Assistência técnica e inclusão financeira para 1,7 milhão de autônomos. • 1 milhão de vagas em cursos do Pronatec Oferta Voluntária. • Oficinas de preparo profissional para 400 mil pessoas. • Oficinas de educação financeira para 100 mil famílias.

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LIVRO

Escritor gaúcho traz à tona as rivalidades do Oriente Médio Ventos no Deserto, de Felipe Daiello, narra episódios de lutas, disputas entre religiões, entre outros conflitos

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obra retoma o que a mídia internacional mostra: movimentos populares, guerras tribais, extremismos políticos e religiosos, querelas entre sunitas e xiitas, o surgimento dos guerreiros de preto, o Estado Islâmico, a Sharia como constituição, a luta contra os pecados da civilização judaico-cristã, entre outras questões seculares daquela conturbada região do planeta. O romance aborda ainda a luta pela Terra Prometida, assim como a questão do Kurdistão, fatos importantes na geopolítica do Oriente Médio. Juntam-se a isso: a expansão da nova Rússia, a política de Obama, o surgimento de novos califados e o retrocesso da democracia na Turquia. A narrativa registra os noticiários da BBC e da CNN, mostrando a rotina sangrenta e terrorista. O personagem central é Mi-

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Empresa Brasil

guel/Michael Müller, espião e homem de negócios atuante em duas frentes e que enfrenta, como sua mais forte angústia, a necessidade de escolher entre duas mulheres, representantes de culturas completamente opostas, que são detalhadamente expostas nas mais de 400 páginas. As ações se passam em múltiplas viagens pela região, com passagens por Iêmen, Emirados Árabes, Somália, Mar Vermelho, Canal de Suez, Sinai, Omã, Jerusalém, todas alimentando ideias e fantasias, enriquecidas com idas à Jordânia, contatos com refugiados e com minorias cristãs, em que se destacam as proximidades das fronteiras da Síria, do Iraque, da Arábia Saudita e a presença da Unicef, das tropas da ONU, despertando lembranças como a do Lawrence das Arábias e dos Sete Pilares da Sabedoria.

As ações se passam em múltiplas viagens pela região, com passagens por Iêmen, Emirados Árabes, Somália, Mar Vermelho, Canal de Suez, Sinai, Omã e Jerusalém

VENTOS NO DESERTO Autor: Felipe Daiello Assunto: Romance Páginas: 408 Formato: 12,5cm x 18cm Editora: Editora AGE Preço: R$ 59,90


ARTIGO

Seis dicas essenciais para sua prospecção de clientes Foto: Divulgação

Myrian Mourão*

P

rospectar novos clientes não se trata apenas de pegar uma lista de empresas e começar a telefonar ou enviar e-mails. Para o sucesso da prospecção, são necessários planejamento e estratégia. Veja como: Segmentar. A equipe de vendas pode buscar clientes potenciais comprando cadastros segmentados ou buscando na internet, como no Portal Guia Nei (www.nei.com.br), por exemplo. Após encontrar os cadastros, é necessário segmentar ou separar por região, porte, etc. A segmentação é importante porque a equipe de vendas poderá usar estratégias diferentes para cada grupo, como e-mails, redes sociais ou abordagens por telefone. Diagnosticar. A qualificação dos clientes é uma das etapas mais importantes, pois vai evitar que o vendedor entre em contato com clientes que não utilizam o produto. A pré-qualificação é realizada antes da primeira abordagem. É o momento de buscar a maior quantidade de informações sobre os clientes potenciais one-to-one. Essas informações que podem ser adquiridas no site da

empresa, nas redes sociais ou buscando as notícias no Google, é que vão dar uma base para compor a primeira abordagem. Identificar problemas. Quais são as dores do seu cliente potencial? Quais são as dores do mercado? Geralmente, no primeiro contato vendedores querem falar mais da sua empresa e do seu produto/serviço do que ouvir o que esse cliente potencial tem a dizer. Utilize a técnica de perguntas investigativas (Spin Selling) para detectar problemas ou mostrar possíveis problemas para esse cliente. Abordagem. Após ouvir atentamente o cliente, é o momento de falar onde e como você pode ajudar. Vendedores costumam destacar as características e vantagens do seu produto ou serviço, mas esquecem de falar de benefícios.

Folow Up – Seja persistente, não insistente. Você conseguiu agendar a reunião de negócios para apresentar seu produto ou serviço. Fez a apresentação em detalhes, porém, após alguns dias, não recebeu nenhuma resposta, nem positiva e nem negativa. O que fazer? Alguns vendedores começam a ligar insistentemente para esse cliente. Seja persistente, mas evite a insistência. Você quer ser lembrado de uma maneira positiva e não negativa, não é mesmo? Fidelizar – pós-venda. A prospecção de clientes é muito parecida com relacionamentos amorosos. Se não existem o cuidado, a cumplicidade e a comunicação, esse relacionamento se desgasta e acaba. Podemos dizer que o pós-venda no relacionamento de vendas é uma DR. É o momento de discutir o relacionamento, verificar se tudo está bem e se o cliente está satisfeito. Precisamos lembrar que, seja qual for o negócio, o relacionamento vendedor-cliente não se encerra na primeira venda. O importante é a recompra ou fidelizar esse cliente que foi conquistado na prospecção. *Especialista em desenvolvimento profissional Outubro de 2017

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