NOVO CONGRESSO NACIONAL
Sinal verde para as reformas Abril de 2010 1 MICHELE BACHELET ร CONVIDADA PARA O 21ยบ CONGRESSO DA CACB
Federações CACB
DIRETORIA DA CACB BIÊNIO 2009/2011 PRESIDENTE José Paulo Dornelles Cairoli - RS 1º VICE-PRESIDENTE Sérgio Papini de Mendonça Uchoa - AL VICE-PRESIDENTES Ardisson Naim Akel - PR Arthur Avellar - ES Fernando Pedro de Brites - DF José Geminiano Acioli Jurema - AL José Sobrinho Barros - DF Leocir Paulo Montagna - MS Luiz Carlos Furtado Neves - SC Sadi Paulo Castiel Gitz - SE Wander Luis Silva - MG VICE-PRESIDENTE DE ASSUNTOS INTERNACIONAIS João José de Carvalho Sá - BA VICE-PRESIDENTE DE ASSUNTOS ESTRATÉGICOS Deocleciano Moreira Alves - GO DIRETOR-SECRETÁRIO Jarbas Luis Meurer - TO DIRETOR-FINANCEIRO George Teixeira Pinheiro - AC CONSELHO FISCAL TITULARES Jadir Correa da Costa - RR Paulo Sérgio Ribeiro - MT Sergio Roberto de Medeiros Freire - RN CONSELHO FISCAL SUPLENTES Altair Correia Vieira - PA Gilberto Laurindo - AP Ronaldo Silva Resende - RN COORDENADOR DO PROJETO DE COOPERAÇÃO INTERNACIONAL Ardisson Naim Akel - PR CONSELHO NACIONAL DA MULHER EMPRESÁRIA Maria Salette Rodrigues de Melo - PR CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO JOVEM EMPRESÁRIO Eduardo Machado COORDENADORA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL Neusa Galli Fróes fróes, berlato associadas EQUIPE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL Olívia Bertolini Thais Margalho COORDENADOR DO EMPREENDER Carlos Alberto Rezende COORDENADOR NACIONAL DA CBMAE Valério Figueiredo COORDENADOR DO PROGERECS Luiz Antonio Bortolin SCS Quadra 3 Bloco A Lote 126 Edifício CACB 61 3321-1311 61 3224-0034 70.313-916 Brasília - DF Site: www.cacb.org.br
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Empresa BRASIL
Acre – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Acre – FEDERACRE Presidente: George Teixeira Pinheiro Avenida Ceará, 2351 Bairro: Centro Cidade: Rio Branco CEP: 69909-460
Paraná – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná – FACIAP Presidente: Rainer Zielasko Rua: Heitor Stockler de Franca, 356 Bairro: Centro Cidade: Curitiba CEP: 80.030-030
Alagoas – Federação das Associações Comerciais do Estado de Alagoas – FEDERALAGOAS Presidente: José Geminiano Acioli Jurema Rua Sá e Albuquerque, 302 Bairro: Jaraguá Cidade: Maceió CEP: 57.020-050
Pernambuco – Federação das Associações Comerciais e Empresariais de Pernambuco – FACEP Presidente: Djalma Farias Cintra Junior Rua do Bom Jesus, 215 – 1º andar Bairro: Recife Cidade: Recife CEP: 50.030-170
Amapá – Associação Comercial e Industrial do Amapá – ACIA Presidente: José Arimáteia Araújo Silva Rua General Rondon, 1385 Bairro: Centro Cidade: Macapá CEP: 68.900-182
Piauí – Associação Comercial Piauiense - ACP Presidente: José Elias Tajra Rua Senador Teodoro Pacheco, 988, sala 207. Ed. Palácio do Comércio 2º andar - Bairro: Centro Cidade: Teresina CEP: 64.001-060
Amazonas – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Amazonas – FACEA Presidente: Valdemar Pinheiro Rua Guilherme Moreira, 281 Bairro: Centro Cidade: Manaus CEP: 69.005-300 Bahia – Federação das Associações Comerciais do Estado da Bahia – FACEB Presidente: Clóves Lopes Cedraz Rua Conselheiro Dantas, 5. Edifício Pernambuco, 9° andar Bairro: Comércio Cidade: Salvador CEP: 40.015-070 Ceará – Federação das Associações Comerciais do Ceará – FACC Presidente: João Porto Guimarães Rua Doutor João Moreira, 207 Bairro: Centro Cidade: Fortaleza CEP: 60.030-000 Distrito Federal – Federação das Associações Comerciais e Industriais do Distrito Federal e Entorno – FACIDF Presidente: José Sobrinho Barros SCS Quadra 02 - Edifício Palácio do Comércio - 1º andar Bairro: Setor Comercial Sul Cidade: Brasília CEP: 70.318-900 Espírito Santo – Federação das Associações Comerciais, Industriais e Agropastoris do Espírito Santo – FACIAPES Presidente: Arthur Avellar Rua Henrique Rosetti, 140 - Bairro Bento Ferreira Vitória ES - CEP 29.050-700 Goiás – Federação das Associações Comerciais, Industriais e Agropecuárias do Estado de Goiás – FACIEG Presidente: Deocleciano Moreira Alves Rua 143 - A - Esquina com rua 148,Quadra 66 Lote 01 Bairro: Setor Marista Cidade: Goiânia CEP: 74.170-110 Maranhão – Federação das Associações Empresariais do Maranhão – FAEM Presidente: Júlio César Teixeira Noronha Av. Ana Jansen, 2 - QD 19 - SL 801 Ed. Mendes Frota - Bairro: São Francisco Cidade: São Luis CEP: 65.076-730 Mato Grosso – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Mato Grosso – FACMAT Presidente: Pedro Nadaf Rua Galdino Pimentel, 14 - Edifício Palácio do Comércio 2º Sobreloja – Bairro: Centro Norte Cidade: Cuiabá CEP: 78.005-020 Mato Grosso do Sul – Federação das Associações Empresariais do Mato Grosso do Sul – FAEMS Presidente: Leocir Paulo Montagna Rua Quinze de Novembro, 390 Bairro: Centro Cidade: Campo Grande CEP: 79.002-917 Minas Gerais – Federação das Associações Comerciais e Empresariais de Minas Gerais – FEDERAMINAS Presidente: Wander Luís Silva Avenida Afonso Pena, 726, 15º andar Bairro: Centro Cidade: Belo Horizonte CEP: 30.130-002 Pará – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Pará – FACIAPA Presidente: Reginaldo Ferreira Avenida Presidente Vargas, 158 - 5º andar Bairro: Campina Cidade: Belém CEP: 66.010-000 Paraíba – Federação das Associações Comerciais e Empresariais da Paraíba – FACEPB Presidente: Alexandre José Beltrão Moura Avenida Marechal Floriano Peixoto, 715, 3º andar Bairro: Bodocongo Cidade: Campina Grande CEP: 58.100-001
Rio de Janeiro – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Rio de Janeiro – FACERJ Presidente: Jésus Mendes Costa Rua do Ouvidor, 63, 6º andar - Bairro: Centro Cidade: Rio de Janeiro CEP: 20.040-030 Rio Grande do Norte – Federação das Associações Comerciais do Rio Grande do Norte – FACERN Presidente: Sérgio Roberto de Medeiros Freire Avenida Duque de Caxias, 191 Bairro: Ribeira Cidade: Natal CEP: 59.012-200 Rio Grande do Sul – Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul - FEDERASUL Presidente: José Paulo Dornelles Cairoli Rua Largo Visconde do Cairu, 17, 6º andar Palácio do Comércio - Bairro: Centro Cidade: Porto Alegre CEP: 90.030-110 Rondônia – Federação das Associações Comerciais e Industriais do Estado de Rondônia – FACER Presidente: Ednei Pereira dos Santos Rua Dom Pedro II, 637 – Bairro: Caiari Cidade: Porto Velho CEP: 76.801-151 Roraima – Federação das Associações Comerciais e Industriais de Roraima – FACIR Presidente: Jadir Correa da Costa Avenida Jaime Brasil, 223, 1º andar Bairro: Centro Cidade: Boa Vista CEP: 69.301-350 Santa Catarina – Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina – FACISC Presidente: Alaor Francisco Tissot Rua Crispim Mira, 319 - Bairro: Centro Cidade: Florianópolis - CEP: 88.020-540 São Paulo – Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo – FACESP Presidente: Alencar Burti Rua Boa Vista, 63, 3º andar Bairro: Centro Cidade: São Paulo CEP: 01.014-001 Sergipe – Federação das Associações Comerciais, Industriais e Agropastoris do Estado de Sergipe – FACIASE Presidente: Sadi Paulo Castiel Gitz Rua Jose do Prado Franco, 557 Bairro: Centro Cidade: Aracaju CEP: 49.010-110 Tocantins – Federação das Associações Comerciais e Industriais do Estado de Tocantins – FACIET Presidente: Jarbas Luís Meurer 103 Norte Av. LO 2 - 01 - Conj. Lote 22 Prédio da ACIPA Bairro: Centro Cidade: Palmas CEP: 77.001-022
• O conteúdo desta publicação representa o melhor esforço da CACB no sentido de informar aos seus associados sobre suas atividades, bem como fornecer informações relativas a assuntos de interesse do empresariado brasileiro em geral. Contudo, em decorrência da grande dinâmica das informações, bem como sua origem diversificada, a CACB não assume qualquer tipo de responsabilidade relativa às informações aqui divulgadas. Os textos assinados publicados são de inteira responsabilidade de seus respectivos autores.
PALAVRA DO PRESIDENTE José Paulo Dornelles Cairoli
Clima propício para as reformas
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e depender do Congresso Nacional, as reformas política e tributária vão ser prioridade no ano legislativo que começa agora. Pelo menos foi o que mostrou um levantamento realizado pelo Instituto FSB Pesquisa com 340 deputados e senadores. Os parlamentares citaram de forma espontânea duas pautas legislativas que consideram importantes para votar no primeiro semestre deste ano. O levantamento mostra que 65% apontaram a reforma política como prioridade. Seguida pela reforma tributária, citada por 50% dos parlamentares. O cenário do Congresso Nacional para a presidente Dilma Rousseff é mais que favorável para que se avance nas propostas das reformas necessárias para modernização da democracia do país. Sabemos que o governo tem maioria absoluta no Congresso, além de ter no início do ano legislativo mais oportunidades para avançar em temas tão importantes. Foi assim com os presidentes Fernando Henrique Cardoso, em 1995, e com Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003. Neste ano, portanto, as agendas da presidente Dilma e do Congresso são convergentes e apontam para as reformas política e tributária. Aliás, as duas reformas foram compromissos de campanha. Mas nem tudo são boas notícias para nós. Comenta-se que também poderá entrar na pauta do Congresso a proposta de redução da jornada de trabalho de 44 horas para 40 horas semanais – uma luta cujo posicionamento contrário já é conhecido há mais tempo. Embora a CACB tenha se mobilizado e se mostrado contrária à redução, o levantamento feito com os parlamentares mostra que 49% se dizem favoráveis à medida. Os que são contra representam 31% e 20% se disseram indecisos. Se por um lado as boas novas apontam para os avanços das reformas pelas quais há muito lutamos, por outro é preciso lembrar que vamos manter a mobilização para estarmos prontos para defender a manutenção da jornada de trabalho em 44 horas, uma medida que, ao contrário do que dizem os que são a favor da redução para 40 horas, vai proteger os empregos e, portanto, é a favor dos trabalhadores. A CACB está em alerta máximo.
José Paulo Dornelles Cairoli, presidente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil e da Federasul
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ÍNDICE
8 CAPA
3 PALAVRA DO PRESIDENTE O cenário do Congresso Nacional para a presidente Dilma Rousseff é mais que favorável. Chance para as reformas política e tributária, que foram promessas de campanha.
5 PELO BRASIL Santa Catarina planeja ampliar incentivos para atrair novos investimentos.
8 CAPA Com maioria governista no Congresso Nacional, as reformas estruturais necessárias para o país avançar dependem apenas de um ato de vontade da presidente Dilma Rousseff.
14 CASE DE SUCESSO União das artesãs de Alagoas garante mais renda e novos negócios a uma das mais tradicionais atividades da região Nordeste.
14 CASE DE SUCESSO
16 GESTÃO O uso adequado do tempo é uma das habilidades que podem conferir uma boa vantagem nos dias de hoje. Não é por acaso que cada vez mais empresas investem na administração do tempo.
17 NEGÓCIOS O Brasil é a bola da vez na rota dos turistas internacionais. Dados divulgados pelo Banco Central, em janeiro, apontam que, em 2010, foi registrada a entrada recorde de US$ 5,9 bilhões por meio de gastos de turistas estrangeiros.
20 CONJUNTURA Pesquisa do Ipea mostra que 55,5% das mulheres do país não têm conta bancária. Esses dados fazem parte de um estudo sobre bancarização do país divulgado em janeiro.
22 DESTAQUE FEDERAÇÕES 28 TENDÊNCIAS
Com o objetivo de melhorar a estrutura de competitividade das empresas e da população em geral, a CACB, em parceria com o Iesde, criou o projeto Escola Empresarial.
24 DESTAQUE CACB A convidada internacional do 21º Congresso da CACB, em Salvador (BA), será Michele Bachelet, ex-presidente do Chile.
26 DESTAQUE CBMAE A reforma do Código de Processo Civil é um dos temas que deverão mobilizar a Câmara dos Deputados no reinício do ano legislativo.
28 TENDÊNCIAS
EXPEDIENTE
Muitas vezes citadas, mas pouco acreditadas, as campanhas de conscientização sobre o consumo de sacolas plásticas começam a apresentar resultados animadores no Brasil.
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Coordenação Editorial: Neusa Galli Fróes fróes, berlato associadas escritório de comunicação Edição: Milton Wells - mwells@terra.com.br Projeto gráfico: Vinícius Kraskin Diagramação: Kraskin Comunicação Foto da capa: Saulo Cruz / Agência Câmara Revisão: Flávio Dotti Cesa Colaboradores: Angela Caporal, Karen Horn, Luana Feldens, Neusa Galli Froes, Olivia Bertolini, Thais Margalho Execução: Editora Matita Perê Ltda. Comercialização: Fone: 51.3392.7932 Avenida Chicago, 92. CEP: 90240-010 - Porto Alegre-RS
Empresa BRASIL
30 BIBLIOCANTO Biografia de Obama mostra a verdadeira dimensão da eleição de um negro num país declaradamente racista.
31 ARTIGO O empresário Claiton Galdino analisa o atendimento no comércio brasileiro.
SUPLEMENTO ESPECIAL
Grandes eventos e inovação pautam agenda do Sebrae
PELO BRASIL
Santa Catarina planeja ampliar incentivos
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secretário da Fazenda, Ubiratan Rezende, participou, no início de fevereiro, de reunião da diretoria da Federação das Associações Comerciais e Empresariais de Santa Catarina (Facisc). Recebido pelo presidente da entidade, Alaor Tissot, ele anunciou o reexame da política de benefícios fiscais do estado. “Extinguimos um benefício que valia apenas para 11 empresas exportadoras e estamos estudando novas medidas”, explicou. O secretário analisou a economia mundial e fez um paralelo com a economia catarinense. Lembrou que o crescimento chinês e a migração das produções industriais para aquele país prejudicam a geração de empregos em todo mundo e deu a receita. “Santa Catarina tem que investir em nichos
O secretário da Fazenda (SC), Ubiratan Rezende (E), em apresentação na Facisc
de mercado em que a China não está atuando, onde a sua mão de obra não está capacitada” , receitou. O secretário destacou a importância dos portos catarinenses e reforçou: “Não podemos retroceder na questão portuária”.
Entidades do sul e norte promovem intercâmbio Foto: Divulgação
Sul e norte do Brasil estiveram juntos para trocar experiências no final do mês de janeiro. A Federação das Associações Comerciais e Empresariais de Rondônia (Facer) recebeu Clovis Consoli e Gilson Zimmermam, da Federação da Associação Comercial de Santa Catarina (Facisc). O encontro teve como objetivo orientar a capacitação das empresas de dois núcleos setoriais do Empreender: automecânica de Vilhena; e da indústria e confecções de Pimenta Bueno. A iniciativa faz parte do programa do Sebrae nacional e tem como foco estabelecer alianças estratégicas na mobilização de recursos, competências
e conhecimentos. Além da promoção do acesso a mercados, o que gera um aumento da lucratividade. O programa também promove a adequação, modernização e a ampliação do acesso a mercados locais, além de regionais e geração de novos postos de trabalho.
Associação de Vitória define agenda de 2011 Dedicar atenção especial ao planejamento e aos canais de comunicação não é uma preocupação apenas das grandes associações ou federações. A Associação Comercial de Vitória (Aciv) é um exemplo. Além de definir uma agenda repleta de palestras e seminários, a entidade começa o ano do seu 85º aniversário com o lançamento de um blog. O objetivo é divulgar as ações da entidade, abrir espaço para troca de ideias, além de promover a integração dos associados e membros da diretoria. A entidade também se destaca por reconhecer o trabalho do empresário local em prol do desenvolvimento regional. O prêmio “Construtores do Progresso Vitorense”, promovido pela Aciv, é um evento tradicional na cidade.
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PELO BRASIL
Gastronomia, mercado e oportunidades marcaram o ciclo de atividades que reuniu mais de 60 colaboradores das empresas integrantes do núcleo setorial de gastronomia em Toledo. A ação, promovida pela Associação Comercial e Empresarial (Acit), faz parte do projeto Empreender Competitivo. Durante as atividades, os consultores Nelson de Castro Neto e Thiago Henrique Lopes palestraram sobre gastronomia, organização e a cozinha; oportunidades da gastronomia regional para o desenvolvimento do setor; e circuito gastronômico do Brasil. Para Lopes, o mercado da gastronomia está em expansão no Brasil, o que estimula iniciativas como a da Acit. “Quem trabalha no setor são pessoas apaixonadas
Foto: Imprensa Acit
Gastronomia é tema de atividades no oeste do Paraná
Núcleo de gastronomia: setor é indutor de crescimento no Paraná realizados cursos sobre manipulação de alimentos, além de consultorias e oficinas de base de cozinha para empresários.
que precisam de estímulo para se colocar de forma mais adequada no mercado.” Durante o ciclo de atividades, foram
Foto: FAEMS
Ponta Porã será sede de Congresso da Faems
A diretoria da Faems (Federação das Associações Empresariais do Mato Grosso do Sul), na primeira reunião do ano, no final de janeiro, discutiu as eleições da nova diretoria (2011/2014) e o 2º Congresso da entidade que será realizado em maio em Ponta Porã. Durante a reunião, o presidente da entidade, Leocir Montagna, explicou as diretrizes do evento que começou a ser estruturado em dezembro do ano passado, em parceria com a prefeitura de Ponta Porã, governo do estado e outras entidades.
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Nova diretoria será eleita em abril A eleição da nova diretoria da Faems para o triênio 2011/2014 será realizada dia 16 de abril na sede da Associação Comercial e Industrial de Campo Grande. Para acompanhar o andamento dos trabalhos foi criada uma comissão prévia formada por Leocir Montagna (Faems), Romualdo Diniz Salgado (Aced ,de Dourados) e Roberto Oshiro (Acicg, de Campo Grande).
Foto: Divulgação
Zielasko defende regulamentação da Lei Geral no Paraná O Paraná é um dos estados brasileiros que ainda não regulamentaram em âmbito estadual a Lei Complementar 123/2006, a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa que, além de outros benefícios, facilita o acesso das micro e pequenas empresas às compras públicas. No final de janeiro, o presidente da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná (Faciap), Rainer Zielasko, entregou ao secretário da Fazenda do Paraná, Luiz Carlos Hauly, um pedido oficial para a regulamentação e implantação da Lei Geral no estado. “Hauly, como líder do Paraná na Câmara dos Deputados, foi um grande
defensor da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa. Agora, com ele no Executivo estadual, temos a certeza de que o Paraná será o próximo estado do Brasil a implantar efetivamente a legislação”, disse Zielasko. Além de solicitar a implantação da lei na esfera estadual, a Faciap também vai usar a capilaridade do seu sistema para implantar e regulamentar a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa nos municípios paranaenses que ainda não o fizeram. Hoje, cerca de 320 dos 399 municípios do Paraná já possuem Leis Gerais Municipais. Desses, 114 participam de um programa do Sebrae/ PR que tem como objetivo promover o desenvolvimento, a partir da legislação.
Faciap incentiva Lei Geral em todo o Estado
Um compromisso da CACB A implementação da Lei Geral é também um compromisso da CACB. Desde agosto do ano passado, quando firmou um acordo com o Sebrae nacional, a entidade tem intensificado o trabalho de informação nos estados. A ideia é despertar nos empresários e no meio político a consciência sobre a importância da legislação. Tanto na esfera estadual como municipal, a adoção da Lei viabiliza o acesso a novos mercados, fomenta a inovação, gera desburocratização, incentiva a educação empreendedora, estimula o associativismo, abre acesso ao crédito e acelera a formalização dos empreendedores individuais.
Conaje planeja 8ª edição nacional do Feirão do Imposto A Confederação Nacional dos Jovens Empresários (Conaje) – entidade parceira da CACB – divulgou, no fim de janeiro, a sua agenda anual. O destaque é a 8ª edição nacional do Feirão do Imposto, que promove a conscientização da população sobre a alta carga tributária aplicada no país. Em 2010, mais de 80 cidades participaram simultaneamente do evento. A Conaje e seus movimentos coligados congregam mais de 33 mil jovens empreendedores com o objetivo de articular e divulgar práticas que fortaleçam e disseminem novos e sólidos negócios no país. A entidade, constituída em 2000, tem origem nos grupos de jovens empresários que, a partir de 1992, passaram a se reunir como Fórum Nacional de Jovens Lideranças Empresariais.
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Relegadas ao esquecimento nos últimos oito anos, as reformas estruturais estão novamente na agenda do Congresso Nacional. Com maioria nas duas Casas, a presidente Dilma Rousseff manifestou a intenção de dar início a um novo processo. “São necessárias mudanças que fortaleçam o sentido programático dos partidos brasileiros e simplifiquem o sistema tributário”, destacou em discurso no dia 2 de fevereiro.
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Foto iStockphoto.com/ khyim
Composição do novo Congresso Nacional facilita as reformas
Agenda legislativa A nova legislatura começa com uma prática antiga: o trancamento das votações por causa de MPs. Entre elas, a que fixa em R$ 540 o salário mínimo a partir de 1º de janeiro. O resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) levou o governo federal a rever o aumento do salário mínimo e estabe-
Foto: Waldemir Barreto / Agência Senado
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m Congresso amplamente favorável ao governo vai balizar a nova legislatura que se iniciou no dia 1º deste mês. Essa nova correlação de forças, segundo o sociólogo e cientista político Fernando Lattman-Weltman, especialista em mídia e política do CPDOC da Fundação Getulio Vargas, poderá favorecer a discussão sobre a série de reformas que estão sendo exigidas pela sociedade. “Dada a ampla maioria governista no Congresso, as reformas dependem apenas de um ato de vontade da presidente Dilma Rousseff. Somente se a presidente não quiser não teremos reformas”, afirma Weltman. No novo Congresso Nacional, os dez partidos que fizeram parte da coligação petista (PT, PMDB, PDT, PRB, PTN, PSC, PR, PTC, PSB, PC do B) somam 311 deputados e 50 senadores, número suficiente para aprovar mudanças na Constituição que exigem três quintos da composição de cada Casa – 308 deputados e 49 senadores. O PT, com 88 parlamentares, terá a maior bancada da Câmara dos Deputados, superando o PMDB. Este partido, que vinha se mantendo com o maior número de representantes nas últimas legislaturas, aparece em segundo, com 79. Os partidos de oposição PSDB e DEM somam 53 e 43 cadeiras, respectivamente. O PR e o PP também conseguiram eleger mais de 40 deputados cada um. No Senado, o PT conseguiu ampliar sua bancada. Foram eleitos 11 senadores em 11 estados. O partido terá 14 representantes – seis a mais que na legislatura anterior. O PMDB ampliou de 17 para 20. Os dois partidos de oposição – DEM e PSDB – perderam espaço. Serão 12 senadores a menos. O DEM elegeu dois senadores, mas perdeu sete. O PSDB perdeu cinco. Além dos novos candidatos eleitos, suplentes também assumiram no lugar de senadores que ainda tinham quatro anos de mandato, mas foram eleitos governadores nestas eleições – caso de Santa Catarina, Espírito Santo, Acre e Rio Grande do Norte.
lecer um novo aumento. Com isso, o teto passaria de R$ 540,00 para R$ 545,00. Em 2011, o Congresso Nacional terá uma pauta variada e recheada de projetos do Executivo para apreciar nos primeiros seis meses do governo Dilma Rousseff. Deverão ser debatidos nesse período desde o salário mínimo até a prometida reforma política. Um deles é o projeto de lei que estabelece novas regras para o pagamento de royalties decorrente da exploração de petróleo na camada pré-sal a estados e municípios. No ano passado, o tema gerou uma enorme disputa federativa. A proposta enviada ao Congresso em dezembro pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda não foi negociada com a base aliada nem com os maiores interessados: os prefeitos e governadores. O governo tem pressa em aprovar esse projeto, porque enquanto não houver uma regra clara sobre a distribuição de royalties não será possível realizar os primeiros leilões das áreas do pré-sal sob o modelo de partilha. Na Câmara, pelo menos uma matéria já tem data para ser votada: o novo Código Florestal. O tema será colocado em votação na primeira quinzena de março. Durante a campanha eleitoral, a presidente Dilma afirmou que, do jeito como o projeto havia sido aprovado, inspirava preocupações e que, se eleita, pediria que houvesse uma revisão das regras. Promessa de vários ex-presidentes, mas que nunca saiu do papel, a reforma política volta a ser discutida. Apesar da pouca ênfase reservada ao tema em seu discurso no Congresso Nacional, a presidente Dilma Rousseff a incluiu entre as prioridades. “São necessárias mudanças que fortaleçam o sentido programático dos partidos brasileiros e aperfeiçoem as instituições, permitindo mais transparência ao conjunto de atividades públicas”, destacou. Sobre a reforma tributária, resumiu: “A reforma tributária é também tema es-
Em seu discurso no Congresso Nacional, a presidente Dilma Rousseff incluiu as reformas política e tributária entre as prioridades
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CAPA Foto Rodolfo Stuckert/Agência Câmara
No novo Congresso Nacional, base governista pode aprovar mudanças na Constituição
sencial, a fim de que sistema tributário seja simplificado, racionalizado e modernizado”. Dilma também deve enviar logo propostas legislativas para impulsionar o combate à pobreza extrema e cumprir sua promessa de erradicar a miséria. Nos primeiros meses do ano, Executivo e Legislativo também têm interesse que sejam aprovadas medidas que reestruturem o sistema de prevenção de catástrofes naturais para evitar tragédias como a que devastou a região serrana do Rio de Janeiro. Uma herança de 24 MPs O novo Congresso herdou 24 Medidas Provisórias recebidas do Executivo. A maioria é resquício da gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010). Como as MPs têm poder de segurar outras votações após 45 dias de sua edição, o Planalto acaba ditando o ritmo no Congresso.
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“O Executivo tem poder quase imperial sobre o Congresso”, disse o cientista político Leonardo Barreto, pesquisador da UnB. “Hoje é a MP, antes eram os decretos-lei. O Executivo estabelece o que vai ser pauta no Congresso. Não significa Congresso subalterno, mas a agenda é determinada pelo Executivo”, diz Barreto. No ano passado, das 114 propostas aprovadas pela Câmara dos Deputados, 22 foram MPs. Pode parecer pouco, mas vários projetos de lei também tiveram origem no Executivo. Trataram da regulamentação da produção e exploração do petróleo da camada pré-sal, que tramitou em 2010. No total, 13 PLs foram aprovados. Os “decretos legislativos” aparecem em grande número, num total de 67, mas são restritos a acordos internacionais. De acordo com o levantamento realizado pela Câmara dos Deputados, que corresponde a apenas os últimos quatro anos, 2007 bateu o recorde de MPs aprovadas, com 61, seguido de 2008 (51) e 2009 (26). (Agência Reuters)
Foto José Cruz/Agência Senado
Foto Brizza Cavalcante/Agência Câmara
Quem comandará a Câmara e o Senado
Marco Maia (PT-RS)
José Sarney (PMDB-AP)
No Senado, o peemedebista José Sarney (AP) foi reeleito para o seu quarto mandato, enquanto na Câmara o deputado Marco Maia (PT-RS) obteve a maioria dos votos e vai comandar a Casa nos próximos dois anos. Com as maiores bancadas no Senado, PT e PMDB mantiveram sob controle dos aliados os principais cargos. As conversas também envolvem as presidências de comissões temáticas na Casa. PSDB e DEM, sem assentos na Mesa, deverão ficar com as comissões de Infraestrutura e Agricultura.
A nova Câmara dos Deputados ■ Fragmentação recorde - A Câmara terá 22 partidos representados. É o número mais elevado desde a volta
do pluripartidarismo, no início da década de 80. Na Colômbia, há 12 partidos com deputados eleitos. No Chile, 8. No México, só 7. Já a exótica e em crise eterna Argentina tem 35 blocos políticos no Congresso. ■ Concentração - 8 dos 22 partidos com deputados eleitos receberam 75,4% dos votos. ■ Nanicos - O Brasil tem hoje 27 partidos. Os cinco que não elegeram deputados tiveram, juntos, 0,6% do total de votos para a Câmara. ■ PMDB grande - Desde 1986, nunca um partido havia eleito deputados em todas as 27 unidades da Federação. No ano passado, o PMDB foi o único a repetir a façanha. O PT terá representantes de 23 Estados e do Distrito Federal. (Fonte: Fernando Rodrigues, Folha de S.Paulo)
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Bancadas
Líderes dos partidos
Câmara dos Deputados
No Senado:
Base governista: 388 cadeiras
Renan Calheiros (PMDB) Humberto Costa (PT) Gim Argello (PTB) Francisco Dornelles (PP) Magno Malta (PR) Acir Gurgacz (PDT) Antonio Carlos Valadares (PSB) Inácio Arruda (PCdoB) Álvaro Dias (PSDB) Demóstenes Torres (DEM)
PT (88), PMDB (78), PP (44), PR (40), PSB (34), PDT (26), PTB (22), PSC (17), PCdoB (15), PRB (8), PMN (4), PTdoB (4) PHS (2), PRP (2), PRTB (2), PSL (1) e PTC (1) Oposição: 108 cadeiras PSDB (53), DEM (43), PPS (12) Partidos neutros: 17 cadeiras PV (14) e PSOL (3)
Senado Base governista: 63 cadeiras PMDB (20), PT (15), PTB (6) PP (5), PR (5), PDT (4), PSB (3), PCdoB (2), PRB/PMN/PSC (1) Oposição: 16 cadeiras PSDB (10), DEM (5) Neutros: 2 cadeiras PPS (1) e PSOL (1)
Na Câmara: Paulo Teixeira (PT) Henrique Eduardo Alves (PMDB) Lincoln Portela (PR) Ana Arraes (PSB) Giovanni Queiroz (PDT) Jovair Arantes (PTB) Ratinho Junior (PSC) Osmar Junior (PCdoB) Duarte Nogueira (PSDB) ACM Neto (DEM) Rubens Bueno (PPS) Sarney Filho (PV)
Maioria é favorável às reformas As reformas política e tributária deixarão de ser meras promessas de campanha para se tornar uma prioridade em 2011. Foi o que revelou o levantamento efetuado pelo Instituto FSB Pesquisa, de Brasília, com 340 deputados e senadores do novo Congresso Nacional. Segundo o estudo, 65% apontaram a reforma política como prioridade. Citada por 50% dos parlamentares consultados, a reforma tributária vem em segundo lugar. Em seguida, aparecem o projeto do novo Código Florestal (11%), a reforma trabalhista (7%) e a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 300, que estabelece um piso nacional de R$ 3,2 mil a policiais e bombeiros do país.
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Dos parlamentares entrevistados, 71% declararam que a carga tributária deveria ser reduzida urgentemente. Apenas 1% defenderam o aumento dos impostos para financiar políticas públicas. Apesar disso, 29% se mostraram a favor da criação da Contribuição Social para a Saúde (CSS). A ideia porém foi rejeitada por 56% dos senadores e deputados, enquanto 15% se declararam indecisos sobre a criação do novo tributo. A proposta de redução da jornada de trabalho de 44 horas para 40 horas semanais também dividiu o novo Congresso. Quase metade dos parlamentares (49%) é favorável à medida. Os contrários ao projeto representam 31%, 20% se disseram indecisos.
Foto Waldemir Rodrigues/Agência Senado
Congresso herdou 24 Medidas Provisórias, a maioria da gestão do expresidente Luiz Inácio Lula da Silva
O que o Congresso vai votar ■ Apoio a empresas localizadas no Rio de Janeiro
■ Franquia Postal
■ Crédito para os municípios atingidos pelas chuvas
■ Crédito extraordinário para o Ministério da
■ Data das atividades do médico-residente e paga-
Educação
mento de gratificação para servidores da Advocacia-Geral da União.
■ Estabelece sanção disciplinar para a violação de
■
Cria a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares S/A
■ Sanção para violação de sigilo fiscal
■ Doação de estoques públicos de alimentos para
■ Alterações na Embrapa
assistência humanitária internacional ■ Cria cadastro de adimplentes ■ Institui
regime especial de incentivos para o desenvolvimento de usinas nucleares
sigilo fiscal ■ Recurso adicional para o BNDES
■ Consórcio Autoridade Pública Olímpica ■ Altera o Programa Bolsa Atleta e cria os progra-
mas Atleta Pódio e Cidade Esportiva ■ Subvenção econômica ao BNDES
■
Estabelece o salário mínimo a partir de 1º de janeiro de 2011
Principais pontos da Reforma Política
■
■ Financiamento público de campanha
Abre crédito extraordinário em favor da Justiça do Trabalho e de outros órgãos do Poder Executivo ■ Alterações no programa Minha Casa, Minha Vida ■ Investimentos
em estradas federais, portos e alterações no Seguro Habitacional do Sistema Financeiro de Habitação ■ Incentivos
fiscais para o desenvolvimento regional e da indústria automotiva
■ Garantia
de financiamento do Trem de Alta Ve-
locidade ■ Desoneração tributária para fomento das ativida-
des de pesquisa tecnológica e incentivo para construção, ampliação, reforma ou modernização de estádios de futebol
■ Voto distrital ou lista fechada ■ Contribuição nas campanhas ■ Limitação de valores gastos nas campanhas ■
Fim dos senadores suplentes e da convocação de suplentes em período de recesso Principais pontos da Reforma Tributária ■ Alteração dos critérios de divisão dos tributos en-
tre União, estados e municípios ■ Substituição da Cofins ■ Redução do ICMS interestadual ■ Fim da guerra tributária entre os estados ■ Redução da contribuição patronal ao INSS
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CASE DE SUCESSO
O sucesso: a formação de um grupo disposto a aprender e lutar foi fundamental
Mãos ágeis e visão empreendedora Grupo de artesãs de Marechal Deodoro, a 36km de Maceió, é exemplo de que com planejamento, capacitação e motivação é possível alcançar o êxito
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uando a união faz a força e transforma negócios frágeis em consistentes, as expectativas de crescimento ganham novo ritmo, transformando o cenário e trazendo novas perspectivas. Foi o que aconteceu com as mulheres artesãs de Alagoas. Trabalhos produzidos a partir da palha, cerâmica, madeira, couro, casca de coco, fibra da bananeira e bordados em geral fazem do artesanato de Alagoas um dos mais ricos e variados do Nordeste. Em sua maioria, é confeccionado por pessoas simples e serve como fonte de renda para diversas comunidades do estado. Um grupo de artesãs de Marechal Deodoro, distante 36km de Maceió, é exemplo de como mãos ágeis e visão empreendedora. junto com força de vontade, podem contribuir de forma significativa para o desenvolvimento do município. Com a ajuda da Associação Comercial de Maceió, através do programa Empreender, as artesãs se organizaram e criaram até uma associação própria com o objetivo de disseminar
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Empresa BRASIL
a tradição e a beleza do artesanato nordestino. Com o apoio de uma consultoria empresarial da AcMaceió, participaram de capacitações nas áreas de vendas, atendimento e gestão empresarial. Há três meses, criaram uma feira no principal ponto turístico da cidade – a praia do Francês. A iniciativa, que beneficia mais de 30 artesãs integrantes do núcleo, proporciona aos outros empreendedores locais um meio para comercializar seus produtos. Para a coordenadora do programa Empreender no estado, Cléa Carvalho, a participação do poder público é vital para o sucesso de iniciativas como esta. “Mais Prefeituras deveriam seguir o exemplo de Marechal Deodoro, que nos recebeu de braços abertos, facilitando muito nosso trabalho”, sugere. A feira “Arte Nossa” é uma ferramenta muito importante para o desenvolvimento socioeconômico da região, visto que possibilita a abertura de novos mercados, movimentando a economia, melhorando a vida de milhares de pessoas, diz Cléa.
Artesãs criaram associação para disseminar a tradição e a beleza do artesanato nordestino
Um sonho planejado O processo de venda antes da união das artesãs era improdutivo e incerto, conta Ana Lúcia da Silva. “Antes negociávamos nossos produtos com feiras de artesanato da capital, e hoje dispomos de um espaço com estrutura adequada para atender os nossos clientes, proporcionando um retorno bem maior, tanto em termos financeiros como de divulgação de nosso trabalho, algo impensável antes da feira”, informa. As artesãs investiram no novo projeto, que levou um ano para ser implantado. Hoje o empreendimento possui 21 tendas, banheiro químico e amplo espaço para circulação onde as peças produzidas são expostas, fazendo uma decoração natural do local. São beneficiadas diretamente mais de 61 artesãs do município, que tem como destaque a produção do Filé. Para a consultora Conceição Peixoto, o sucesso das artesãs de Marechal é uma consequência de planejamento, capacitação e motivação, e qualquer segmento pode ter o mesmo êxito seguindo essas diretrizes. “Quando começamos os trabalhos de planejamento e qualificação já existia um grupo em busca de um propósito e disposto a aprender e lutar por ele, isso foi surpreendente e fundamental para o sucesso do trabalho”, diz.
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Quando começamos os trabalhos de planejamento e qualificação já existia um grupo em busca de um propósito e disposto a aprender e lutar por ele, isso foi surpreendente e fundamental para o sucesso do trabalho
Conceição Peixoto
Segundo as artesãs, a próxima meta é articular reunião com as operadoras de turismo do estado para incluir a feira como parada obrigatória no roteiro de guias e programadores de eventos. “Este é nosso próximo sonho e temos a certeza de que juntas vamos conseguir”, definiu a artesã Loredana Iulli.
” Fevereiro de 2011
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GESTÃO
Empresas investem na administração do tempo
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Muitos têm medo de perder tempo e executam suas atividades com ansiedade, o que reduz a qualidade do trabalho
Wagner: “É preciso disciplina para agir de forma diferente”
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Empresa BRASIL
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uso adequado do tempo é uma das habilidades que podem conferir uma boa vantagem nos dias de hoje. Não é por acaso que uma das profissões mais prósperas é justamente a de especialistas em gestão do tempo. Livros, palestras, sites e até mesmo softwares mostram como organizá-lo e ser mais produtivo tanto nas atividades profissionais como na vida familiar. Pioneira no Brasil na área de administração do tempo, a PowerSelf, de Porto Alegre, criada em 1996 pelo engenheiro eletrônico Jaime Wagner, já treinou mais de 13 mil profissionais de empresas como Gerdau, General Motors e Refinaria Alberto Pasqualini (Refap). Autor de livros como “A Arte de Planejar o Tempo” (2003) e “O Entregador de Sonhos – Reflexões de um Empreendedor” (2005), Wagner relaciona a arte de viver bem à organização do tempo. “Tudo o que você prioriza é o que mais vai ter para si”, diz o especialista. “Quem não se planeja e reclama da falta de tempo nunca vai tê-lo”, ensina. Para que se tenha sucesso profissional, segundo Wagner, é preciso fazer um planejamento diário e organizar o tempo de acordo com suas prioridades. “Muitos têm medo de perder tempo e executam suas atividades com ansiedade, o que reduz a qualidade do trabalho”, ensina. Mas como mudar a mente de uma pessoa condi-
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cionada aos padrões de velhos hábitos? Para Wagner, é preciso disciplina para agir de forma diferente. Com base no psicólogo William James (1842–1910), ele diz que depois de agir durante 21 dias de forma diferente é possível introduzir um novo hábito. Para melhor monitorar as atividades, os compromissos devem ser anotados com horário no calendário, enquanto as tarefas e demais ações na agenda, sem ultrapassar entre 5 a 10 itens por dia. Outra lição é saber agendar. Ou seja, não fazer tudo imediatamente, pois nem sempre o que é simples é rápido. Wagner, que também coordena a divisão de tecnologia da Federasul, avalia que para um planejador do tempo convém organizar suas atividades sempre no final da tarde de sexta-feira ou na manhã de segundafeira. Nesses horários é possível fazer uma avaliação mais precisa da semana que passou e planejar a próxima, com foco no longo prazo e no equilíbrio pessoal. Para melhor ajustar-se ao tempo dos interessados, a Powerself oferece cursos com durações diferenciadas, de 32, 16 e 8 horas, que incluem um sistema de planejamento pessoal e diário, com ferramentas como listas de tarefas e agendas. Com dez funcionários, a empresa, em 2010, teve um crescimento de 40% em seu faturamento em comparação ao ano anterior – o mesmo índice previsto para 2011. Atualmente, a PowerSelf atende cerca de 200 empresas.
FEVEREIRO/2011 – WWW.SEBRAE.COM.BR – 0800 570 0800
INFORME DO SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS
Grandes eventos e inovação pautam agenda do Sebrae
Lei Geral é adotada em mais de 50% dos municípios brasileiros
Copa e Olimpíadas vão exigir dos empresários maior investimento em inovação e qualificação para aproveitar a oportunidade de novos negócios
Sebrae incentiva a regulamentação e a prática da Lei da Micro e Pequena Empresa em todo o País. A instituição definiu a municipalização da lei entre as suas prioridades
Foto: Paulo Lacerda
/ / D es a fio s/ /
GRANDES EVENTOS E INOVAÇÃO PAUTAM AGENDA DO SEBRAE Para Luiz Barretto, novo presidente do instituição, os desafios avançam na mesma proporção em que cresce o número de empreendedores
A “PRECISAMOS MELHORAR AINDA MAIS A QUALIDADE DO ATENDIMENTO PRESTADO, INTEGRANDO DIFERENTES PRODUTOS E AÇÕES, PARA FIDELIZAR OS NOSSOS CLIENTES”, ASSINALA LUIZ BARRETTO, NOVO PRESIDENTE DA INSTITUIÇÃO
2 EMPREENDER // SEBRAE
s micro e pequenas empresas (MPE) estão diante de um enorme desafio. A realização de grandes eventos nos próximos anos, como a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016, vai exigir dos empresários investimentos cada vez maiores em inovação e qualificação para aproveitar as novas oportunidades de negócios. Essa é a avaliação do novo presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Luiz Barretto. “Nossa intenção é dar continuidade ao que foi feito nos últimos anos, prosseguir nos avanços e preparar a instituição e as micro e pequenas empresas para o futuro, que já bate à nossa porta”, afirma. As MPE somam 5,9 milhões de empreendimentos e, de janeiro a novembro do ano passado, foram responsáveis por 72% dos 2,5 milhões de empregos formais criados, segundo dados do Ministério do Trabalho. De acordo com o presidente do Sebrae, o número de empreendedores ten-
de a aumentar com o Empreendedor Individual. Desde que entrou em vigor, em julho de 2009, a lei que criou a nova figura jurídica permitiu a regularização de quase 910 mil trabalhadores por conta própria. Só em janeiro deste ano foram quase 90 mil formalizações, e a meta nacional do programa é formalizar 500 mil profissionais até o fim de 2011. Para Luiz Barretto, os desafios avançam na mesma proporção em que cresce o número de empreendedores. Em 2011, mais de 1,1 milhão de empresários devem ser atendidos pela instituição. “Precisamos melhorar ainda mais a qualidade do atendimento prestado, integrando diferentes produtos e ações, para fidelizar os nossos clientes. Vamos também continuar buscando soluções de vanguarda com foco na competitividade”, assinala. Apesar de representarem 99,1% do número de empresas, os micro e pequenos negócios contribuem com cerca de 20% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. A saída para elevar essa participa-
//Políticas públicas A disseminação da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa também está entre as prioridades da instituição para 2011. “Nas políticas públicas, continuaremos a defender a bandeira da Lei Geral e vamos lutar por ações efetivas. Trabalharemos para tirála definitivamente do papel. Além de apoiar a sua regulamentação, cobraremos das prefeituras políticas de desburocratização, de incentivo às compras governamentais aos negócios de pequeno porte, de acesso às novas tecnologias e aos tantos benefícios proporcionados por uma legislação moderna e abrangente”, afirma Barretto. A instituição também vai atuar para aprovar no Congresso Nacional o projeto que altera a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa (PLP 591/10), desarquivado no início de fevereiro. O texto prevê o aumento do teto da receita bruta anual das empresas para inclusão no Simples Nacional, de R$ 2,4 milhões anuais para R$ 3,6 milhões, e o limite de faturamento do Empreendedor Individual, de R$ 36 mil para R$ 48 mil ao ano. O projeto também permite a inclusão de novas categorias econômicas no Simples Nacional e o parcelamento de débitos tributários de empresas no sistema. //Pontos de atendimento São várias as formas de acesso às informações e serviços do Sebrae. Em 2010, mais de 17 milhões de brasileiros acessaram o
Foto: Bernardo Rebello
ção é investir em inovação para elevar a produtividade. Esse será o principal foco da instituição nos próximos três anos, quando serão investidos R$ 787 milhões no Sebraetec, principal programa para levar inovação e tecnologia para empresas de pequeno porte.
portal da instituição (www.sebrae.com.br), quase o dobro do volume registrado em 2009. A Central de Relacionamentos Sebrae (0800 570 0800) realizou no ano passado 2,3 milhões de atendimentos telefônicos. Os empreendedores podem ainda procurar os mais de 750 mil pontos presenciais espalhados por todo o País. “Temos muito a contribuir diante da enorme capilaridade e capacidade técnica do Sebrae. Para isso, iremos fortalecer e aperfeiçoar as nossas ações e projetos. Uma das formas de incentivar a competitividade e o empreendedorismo neste país é apoiar os arranjos produtivos locais, de todos os setores econômicos. O Sebrae age capacitando, modernizando e tornando competitivas as MPE, pois são elas que ajudam a transformar econômica e socialmente o Brasil”, afirma o presidente do Conselho Deliberativo Nacional do Sebrae, Roberto Simões. E
Presidente do Conselho Deliberativo Nacional, Roberto Simões(E); Diretor-Presidente, Luiz Barretto; Diretor-Técnico, Carlos Alberto dos Santos, e Diretor de Administração e Finanças, José Claudio dos Santos
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/ / A g en da Seb ra e/ /
BARRETTO DESTACA PAPEL DAS MPE NO DESENVOLVIMENTO DO PAÍS Foto: Bernardo Rebello
A importância dos pequenos negócios também foi destacada pelo ex-presidente Paulo Okamotto
De acordo com Barretto, a meta é dar continuidade ao que foi feito nos últimos anos, prosseguir nos avanços e preparar a instituição e as micro e pequenas empresas para o futuro
PARA BARRETTO, AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS SÃO GRANDES GERADORAS DE OPORTUNIDADE E RENDA
4 EMPREENDER // SEBRAE
A
importância das micro e pequenas empresas para a economia brasileira foi destacada durante a posse da nova diretoria do Sebrae e da presidência do Conselho Deliberativo Nacional. Em cerimônia realizada em fevereiro, em Brasília, o novo presidente da instituição, Luiz Barretto, afirmou que os negócios de micro e pequeno porte somam quase 6 milhões de empresas no país e empregam 53% da força de trabalho formal. “As micro e pequenas empresas são as grandes geradoras de oportunidades de emprego e renda e também o motor do nosso mercado interno. E esse papel se torna ainda mais importante em momentos especiais, como o que estamos vivendo no Brasil”, disse, em seu discurso. A presidência do Sebrae foi transmitida a Barretto pelo ex-presidente da instituição, Paulo Okamotto. A cerimônia também marcou a transmissão do cargo de presidente do Conselho Deliberativo Nacional, que passou de Adelmir Santana para Roberto Simões. Os diretores Carlos Alberto dos Santos (diretoriatécnica) e José Claudio dos Santos (diretoria de administração e finanças) foram reconduzidos aos cargos ocupados na gestão anterior. O evento contou com a participação de governadores, ministros, parlamentares, embaixadores, representantes do Executivo e de dirigentes e colaboradores do Sistema Sebrae.
Além dos diretores e ex-diretores da instituição, compuseram a mesa de apresentação os governadores Agnelo Queiroz (Distrito Federal) e Antônio Anastasia (Minas Gerais), o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, e o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT/RS). A importância das micro e pequenas empresas também foi destacada pelo ex-presidente do Sebrae, Paulo Okamotto. “Acredito que é preciso distribuir conhecimento, oportunidade e poder. E as micro e pequenas empresas são uma forma muito importante de fazer isso, de criar oportunidades para todos.” Empossado na presidência do Conselho Deliberativo Nacional do Sebrae, Roberto Simões lembrou que ainda há um longo caminho a percorrer. “Enquanto os pequenos respondem por 20% do Produto Interno Bruto (PIB) no Brasil, na Argentina chega a 60%. Já se fez muito, mas ainda há muito a fazer para tornar o ambiente ainda mais favorável. Isso depende do nosso esforço”, afirmou. Já o ministro Fernando Pimentel destacou que a instituição terá o apoio do ministério para desenvolver seus projetos. “Precisamos reconhecer o papel da MPE no desenvolvimento da economia. A força e a pujança das micro e pequenas empresas mostraram que o Brasil não só precisa como quer e requer o apoio delas”, disse Pimentel. E
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Foto: Arquivo Sebrae
LEI GERAL CHEGA A 50% DOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS Legislação da micro e pequena empresa já está regulamentada em 2.783 cidades, que concentram maioria da população do país
A
Lei Geral da Micro e Pequena Empresa (Lei Complementar 123/06) está regulamentada em 50,01% dos municípios. Das 5.565 cidades brasileiras, 2.783 já contam com o dispositivo. Elas concentram 68,75% da população do país e 68,98% das empresas do Simples Nacional. Das 5,9 milhões de micro e pequenas empresas existentes no Brasil, mais de 4,6 milhões recolhem tributos pelo Simples Nacional, sistema criado pela Lei Geral. Mato Grosso e o Espírito Santo estão com 100% dos seus municípios com a lei regulamentada. Santa Catarina e Rio de Janeiro têm, respectivamente, 97,95% e 94,57% das suas cidades com a legislação. Em outros nove estados o cenário também é otimista. São eles: Paraná (79,70%), Tocantins (74,82%), Rio Grande do Norte (70,66%), Alagoas (68,63%), Rio Grande do Sul (66,53%), Ceará (61,96%), Rondônia (59,62%), Mato Grosso do Sul (55,13%) e Bahia (52,76%).
// Prioridade O Sebrae incentiva a regulamentação e a pratica da Lei Geral. A instituição definiu a municipalização da lei entre suas prioridades e, para atingir esse objetivo, estabeleceu parcerias com entidades municipalistas e tribunais de contas. Para o gerente de Políticas Públicas do Sebrae, Bruno Quick, a marca de 50,01% dos municípios com a lei regulamentada comprova a ação acertada do Sebrae e demais atores envolvidos no processo e a própria importância do tema. “O índice é de grande simbolismo, especialmente levando-se em conta que num país democrático como o Brasil as decisões são tomadas pela maioria. A lei foi acolhida e já é bandeira da maioria dos municípios”, assinala. E
A Lei Geral já está implementada em 100% dos municípios capixabas
A MUNICIPALIZAÇÃO DA LEI GERAL É UMA DAS PRIORIDADES DO SEBRAE
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PREJUÍZO DE ESCOLAS CARIOCAS PODE CHEGAR A R$ 20 MILHÕES Perdas são irreparáveis e atingem micro e pequenas empresas envolvidas na cadeia produtiva dos desfiles de Carnaval
A
s escolas de samba cariocas afetadas pelo incêndio no início de fevereiro, que consumiu os barracões da União da Ilha e da Grande Rio. Também foram atingidas partes dos barracões da Portela e da sede da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa). A cadeia produtiva dos desfiles reúne mais de 500 empresas fluminenses (a maioria de micro e pequeno porte), que empregam 1,2 mil pessoas. Na Cidade do Samba, são gerados 6 mil postos de trabalho diretos. O dono da ‘Vilmar do Espelho’, de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, já fez suas contas. A pequena vidraçaria, que emprega quatro pessoas, vai perder R$ 150 mil por conta do incêndio. Fornecedor do Carnaval há 20 anos, ele diz que de outubro a fevereiro o faturamento aumenta dez vezes. “Nem sei direito como vou fazer, mas acredito que tudo se resolva. A gente tem que esperar e ver”, afirma. Só a Grande Rio calcula um prejuízo de R$ 9 milhões na preparação do desfile, que
Os prejuízos causados pelo incêndio na Cidade do Samba podem chegar a R$ 20 milhões. A cadeia produtiva dos desfiles, composta principalmente por micro e pequenas empresas, gera mais de 6 mil empregos diretos
seria o mais caro da sua história. O fogo consumiu 3,3 mil fantasias e oito carros alegóricos. Apesar dos danos, Helinho de Oliveira, presidente da Grande Rio, disse que ninguém será prejudicado. Cada uma das agremiações atingidas emprega cerca de 300 pessoas. O desfile da União da Ilha estava avaliado em R$ 5,5 milhões. O fogo consumiu 2,3 mil fantasias. Um carro alegórico e duas outras alegorias foram danificadas. Já a Portela não perdeu nenhum carro, mas ficou sem 2,8 mil fantasias. A estimativa do desfile da Portela era de R$ 4,5 milhões. //Superação Todo um esforço está sendo feito para salvar o carnaval carioca. Nenhuma escola do grupo especial será rebaixada e o prefeito do Rio, Eduardo Paes, garantiu aporte
financeiro para ajudar as que foram prejudicadas. Segundo os dirigentes, não há tempo hábil para refazer todo o trabalho. A menos de um mês do carnaval, muitas encomendas estavam sendo negociadas. Cada uma das agremiações ainda contava com cerca de R$ 1,4 milhão do governo federal e do Estado do Rio. “O carnaval não é só pano e lantejoula. A gente precisa de toneladas de ferro, madeira, geradores, cola, gás, e os gastos incluem até oficina mecânica para revisão dos carros alegóricos. Para as micro e pequenas empresas será uma queda drástica. Agora é difícil até imaginar o valor do prejuízo”, resume em tom solidário o presidente da Porto da Pedra, Francisco José Marins. “Este vai ser um carnaval mais de emoção e superação do que de brilho”, afirma Marins. E
Empreender Informe do Sebrae. Presidente do Conselho Deliberativo Nacional: Roberto Simões. Diretor-Presidente: 6 EMPREENDER // SEBRAE
Luiz Barretto. Diretor-Técnico: Carlos Alberto dos Santos. Diretor de Administração e Finanças: José Claudio dos Santos. Gerente de Marketing e Comunicação: Cândida Bittencourt. Edição: Ana Canêdo, Antônio Viegas. Endereço: SGAS 604/605, módulos 30 e 31, Asa Sul, Brasília/DF, CEP: 70.200-645 - Fone: (61) 3348-7100 - Para falar com o Sebrae: 0800 570 0800 Na internet: sebrae.com.br // twitter.com/sebrae // facebook.com/sebrae // youtube.com/tvsebrae
NEGÓCIOS
Rio de Janeiro continua sendo a primeira cidade turística do Brasil
Brasil avança como opção de turismo e de novas rotas Embratur comemora volume recorde de divisas resultante do turismo internacional em 2010
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Brasil é a bola da vez na rota dos turistas internacionais. Dados divulgados pelo Banco Central, em janeiro, apontam que, em 2010, foi registrada a entrada recorde de US$ 5,9 bilhões por meio de gastos de turistas estrangeiros. No mesmo período, a Lonely Planet, uma das principais publicações de turismo do mundo, elegeu o Brasil como o 2º melhor destino para viajar em 2011. O aumento das divisas internacionais mostra que o Brasil tem se qualificado cada vez mais no competitivo cenário internacional, diz o presidente da Embratur (Instituto Nacional de Turismo), Mário Moysés. O aumento da promoção no país no exterior, além da conquista para sediar a Copa 2014 e Olimpíadas do Rio, em 2016, reforça a perspectiva de que a tendência deverá acentuar-se, acredita Moysés. “Até 2020, as
receitas com o turismo internacional no Brasil deverão crescer 300% com o dobro de turistas”, prevê. O momento do setor incrementou também a movimentação das companhias de aviação. De acordo com o SNAE (Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias), em 2010 a demanda pelo Brasil, nas rotas internacionais, aumentou 20,4%, em comparação ao ano anterior, enquanto que a taxa de ocupação cresceu 76% nos últimos quatro anos, o que deve chegar a 80% em 2011. De olho nesta tendência, as empresas aéreas de todos os continentes elegeram o Brasil como ponto estratégico em suas rotas. A Qatar Airlines, por exemplo, inaugurou, ano passado, um voo direto para Doha. Já a panamenha Copa abriu o terceiro voo diário para a Cidade do Panamá (Panamá) e a LAN dobrou a oferta diária de partidas para Buenos Aires. A portuguesa TAP Fevereiro de 2011
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NEGÓCIOS passou a operar em Viracopos (Campinas-Lisboa), três vezes por semana (todos os voos são de ida e volta). Já a pequena Avianca (antiga OceanAir) lançou, em outubro, um novo voo internacional São Paulo-Bogotá. O aumento da demanda fez com que as empresas aéreas ampliassem também a oferta de voos em rotas já estabelecidas. A Lufthansa é um exemplo. A partir de maio deste ano, o Grupo Lufthansa, incluindo a Swiss, passa a voar todos os dias de São Paulo para Munique, Alemanha. Atualmente, a companhia oferece cinco voos por semana. A Turkish Airlines, considerada a 4ª maior empresa do segmento na Europa, investiu não só no aumento de linhas, mas na renovação dos aviões.
Depois de lançar em maio a rota São Paulo-Istambul, a empresa renovou também as aeronaves. Além de aumentar a frequência semanal, a Air France/KLM ampliou a oferta de destinos no Brasil aos passageiros que partem da Europa, Oriente Médio e Ásia. A Emirates Airlines também vê o Brasil como um mercado potencial. A ideia é continuar na rota crescente adotada em 2010, quando houve o aumento no número de assentos em voo e o recrutamento de brasileiros para as equipes de bordo. “O ano de 2011 será o de preparação para as atividades globais que acontecerão no Brasil nos próximos anos”, anunciou Ralf Aasmann, diretor-geral da empresa no país.
Companhias aéreas recuperam receitas com primeira classe O número de passageiros que viajou na primeira classe em viagens internacionais aumentou 10,9% em outubro de 2010, em comparação a igual mês do ano anterior. Esses dados são da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata). No total, viajaram 3,5 milhões de passageiros, o que representa 7% menos que no mesmo mês de 2007.Isso significa que o segmento de primeira classe está em franca recuperação, mas ainda distante do período anterior à crise mundial. As receitas que as companhias obtêm dessas atividades são significativas para a sua saúde financeira. Por exemplo, 23% das receitas da Iberia procedem desses serviços. A Lufthansa indicou que somente no terceiro trimestre de 2010, a primeira classe e a classe business representaram 18% de seu tráfico intercontinental. O destaque maior é da British Airways que depois de sofrer perdas no exercício que terminou em março de 2010 voltou ao azul graças em parte ao desempenho de suas classes mais exclusivas. Para conseguir esse incremento nos negócios, muitas companhias decidiram perguntar diretamente aos clientes sobre o que gostariam de ver agregado à primeira classe. Para alguns passageiros o fundamental é a privacidade, outros preferem a gastronomia. Mas um aspecto vital para desfrutar um voo agradável, segundo a maioria, ainda é o espaço.
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Quem voa pela Turkish se aproxima da cultura turca As mordomias da Turkish Quem voa pela Turkish tem a possibilidade de se aproximar um pouco da cultura turca. Na entrada do avião, recebe toalhas quentes e um drinque de boas vindas servidos com nozes aquecidas.O cardápio, da entrada e da sobremesa, traz opções de pratos típicos daquele país. Ao final é servido o tradicional chá turco com fatias de limão. O café turco também é oferecido, acompanhado de lokumiguaria típica. Na hora de dormir, o assento pode ser colocado na posição de cama, que pode ser envolvida em uma cobertura de pele de ganso, e um pijama e chinelos também são oferecidos. Os homens contam ainda com aparelhos para barbear e espuma, nos toaletes. O sistema de entretenimento de bordo tem tela plana e monitores de 23 polegadas e consiste em uma seleção de filmes que, somados, oferecem mais de 200 horas de tempo de exibição.
Conforto, luxo e diferenciação Um número cada vez maior de companhias opta pela gastronomia como item essencial da Primeira Classe na diferenciação com a concorrência; das massas folheadas a sucos frescos, no café da manhã, a vinhos finos, no jantar, quem ganha é o freguês Um dos públicos-alvo das empresas aéreas é o chamado cliente Vip, formado pelos executivos que movimentam o chamado turismo de negócios – segmento em franca evolução no país. Para atrair esse nicho de mercado, as companhias apostam em conforto, luxo e diferenciação com poltronas mais confortáveis, serviços a bordo e menus “estrelados”. Tradicionalmente, segundo Karen Weiner Escalera, especialista em turismo de luxo e presidente da KWE Partners, empresa de marketing e relações públicas, as companhias aéreas têm focado em serviços que incluem até mesmo chefs renomados que oferecem cardápios diferenciados. A união de um novo cardápio com “mimos” foi uma das estratégias da TAM Linhas Aéreas, que, desde janeiro deste ano, oferece um cardápio nos voos internacionais elaborado com a consultoria dos renomados chefs espanhóis Javier e Sergio Torres. Os pratos “Sabores do Mediterrâneo”, por exemplo, são concebidos com base na culinária da região europeia, reconhecida por seu equilíbrio. Os irmãos Torres já trabalharam em restaurantes “estrelados’ no conceituado Guia Michelin, que aponta os melhores estabelecimentos do mundo. O novo serviço da TAM oferece mais de 500 opções durante todo o ano – entradas, pratos principais e sobremesas – para atender todas as classes de serviço. A TAM também renovou os utensílios de bordo assinados pela holandesa de Ster. Os clientes da primeira classe podem escolher os cosméticos que queiram utilizar depois da confortável viagem em poltronas que reclinam até 180º. “A Primeira Classe da TAM foi pensada para proporcionar uma experiência de viagem prazerosa e inesquecível”, comenta Manoela Amaro, diretora de Marketing da companhia. Premiada e reconhecida pelo luxo, a Emirates Airlines acredita que a qualidade dos serviços é o seu principal diferencial. “O cliente Emirates é um consumidor que sabe o que quer encontrar em cada produto e
serviço que contrata. Ele é exigente, gosta do conforto que nossos voos oferecem e entende a ótima relação custo/benefício que proporcionamos”, diz o diretor da empresa no Brasil, Ralf Aasmann, A empresa oferece, por exemplo, traslado do aeroporto até da casa do cliente. Em muitas cidades, disponibiliza gratuitamente carros com motorista para os passageiros da Primeira Classe e da Classe Executiva. Já a British Airways deve lançar, em abril, cabines superluxuosas, com áreas maiores, televisores em tela grande e até um guarda-roupa pessoal. Os bancos são de couro e a iluminação projetada semelhante à luz natural. Além disso, o passageiro pode, claro, solicitar bebidas e comidas a qualquer hora do voo. A Air France/ KLM oferece um mordomo que leva os passageiros da sala VIP para o avião em um carro privado. O cardápio é assinado, entre outros, pelo chef Joël Robuchon (reconhecido pelo guia Michelin). Para Karen Weiner Escalera, outra tendência é o uso de poltronas mais confortáveis e facilidades que podem ser usados no pós-voo. “Há muitas oportunidades para que as empresas ampliem o seu portfólio de clientes. Um exemplo são os serviços como concierge ainda no momento da reserva, com orientações sobre o visto, organizando agenda de lazer dos executivos.”
Empresas esmeram-se até mesmo na qualidade da louça dos pratos
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CONJUNTURA
Levantamento mostrou que 39,5% dos brasileiros não têm acesso a banco
Pesquisa mostra que 55,5% das mulheres no país não têm conta bancária O acesso dos brasileiros aos bancos teve uma forte aceleração nos últimos cinco anos, passando de apenas 16,1% em 2005 para 60,5% no ano passado
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om uma participação de 55,5%, as mulheres constituem a maior parte da população fora da rede bancária, ante 66% dos homens. Já a população jovem está tendo acesso mais cedo aos serviços bancários, enquanto os maiores de 45 anos tiveram avanço menor. No segmento entre 18 e 24 anos, 51,9% possuem conta, mas apenas 11,8% há mais de cinco anos. Esses dados fazem parte de um estudo sobre bancarização do país divulgado em janeiro pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). De acordo com o levantamento, 39,5% não têm acesso a banco. A porcentagem é ainda maior na região Nordeste: 52,6%. A região Sul detém a menor porcentagem, com 30% da população. Dos brasileiros excluídos do sistema bancário, 40,6% desejam ter uma conta corrente e 26,6% acreditam ter condições financeiras necessárias e atrativas para as instituições. O porcentual daqueles que almejam uma conta é maior nas seguintes faixas da população: mulheres jovens (com menos de 24 anos), pessoas com ensino fundamental completo, pessoas com renda de até dois salários mínimos mensais e residentes nas regiões Norte e Nordeste.
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Segundo o Ipea, uma das principais constatações do estudo é a quantidade expressiva de excluídos do sistema que, em grande parte, se manifestaram interessados na inclusão. Trata-se de um estrato da população, segundo o Instituto, de baixa renda e de pouca escolaridade, mas que representa uma importante parcela e que vem sendo absorvida pelo mercado de trabalho, estimulada pelo crescimento econômico. Há, todavia – registra o Ipea –, a necessidade de se criarem produtos e serviços específicos para essa população de modo a incorporá-la ao sistema bancário e socializar o acesso a esse serviço público operado por concessão. Para 52,1% dos brasileiros, a principal função dos bancos é movimentar ou guardar dinheiro. A segunda atividade mais reconhecida foi a oferta de produtos e serviços e pagamentos de contas, opção escolhida por 29,5% dos entrevistados. Nas regiões mais desenvolvidas (Sul e Sudeste), o percentual de pessoas que consideram os empréstimos a atividade mais representativa dos bancos foi ainda menor, de 3,4%. Enquanto isso, nas regiões Nordeste e Norte pouco mais de 6% dos entrevistados destacaram o empréstimo de dinheiro como atividade principal das instituições. A pesquisa entrevistou 2.770 pessoas nas cinco regiões do país.
Consumidor de baixa renda é penalizado Para a coordenadora executiva do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Lisa Gunn, o baixo índice de bancarização é responsável por um fenômeno tipicamente nacional: o consumidor de baixa renda, por não ter conta corrente, acaba tendo acesso ao crédito somente por intermédio de cartões de grandes lojas varejistas. “Por trás desses cartões estão as instituições bancárias, cobrando juros mais altos do que os cobrados nos empréstimos para correntistas”, lembra a executiva. “Por não ter conta corrente, esse segmento não tem acesso a empréstimos com taxas mais baixas como o CDC (Crédito Direto ao Consumidor). Dessa forma, penaliza-se a faixa mais pobre da população, que paga juros mais altos nos crediários de lojas”, diz a coordena-
Lisa Gunn: “A oferta de crédito responsável deveria ser uma das principais funções sociais dos bancos”
dora executiva do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Lisa Gunn. “A oferta de crédito de forma responsável deveria ser uma das principais funções sociais dos bancos para promover o desenvolvimento social e econômico do país”, acrescenta.
Bancos têm presença em todo o território nacional Puxado pela estabilidade e pelo crescimento econômico do país, o total de contas correntes movimentadas aumentou de 63,7 milhões, em 2000, para 133,1 milhões em 2009, de acordo com a pesquisa “O Setor Bancário em Números”, da Federação dos Bancos do Brasil (Febraban), divulgada no ano passado. O quadro está se modificando, segundo o diretor de relações institucionais da entidade, Mário Sérgio Vasconcelos, dado o crescimento da economia que proporciona o aumento dos níveis de emprego e renda. Um fator importante também é a adoção de novas alternativas para a inclusão, como as contas simplificadas e a utilização do celular. “Além disso, finalmente, existem fóruns de discussão no país para avançar na regulação bancária”, destaca. Segundo a Febraban, de 2000 a 2010, o número de agências saltou de 16,4 mil para 20 mil; o total de caixas eletrônicos
aumentou de 108 mil para 170 mil e os correspondentes registraram um avanço de 13,7 mil para 149,5 mil unidades. “Graças a esses avanços, todos os municípios brasileiros contam, hoje em dia, com oferta de serviços bancários”, diz Vasconcelos. Contas correntes - Brasil (em milhões de unidades)
2000
63,7
2001
71,5
2002
77,3
2003
87,0
2004
90,2
2005
95,1
2006
102,6
2007
112,1
2008
125,7
2009
133,1
2000/09 (%)
108,9%
Fonte: Pesquisa O Setor Bancário em Números (FEBRABAN)
Vasconcelos: “O quadro está em ascensão graças ao aumento dos níveis de emprego e renda”
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DESTAQUE FEDERAÇÕES
Educação profissional abre portas para emprego Falta de trabalhadores com qualificações exigidas pelo mercado de trabalho deve acentuar demanda por cursos de nível médio O Censo indica ainda que a procura por ensino profissionalizante cresceu 46% desde 2007, o que significa cerca de 1,1 milhão de pessoas matriculadas. Deste total, 62% dos estudantes vêm da educação profissional subsequente – oferecida aos alunos que já concluíram o ensino médio – e 56,5% estão matriculadas em instituições privadas de ensino.
Procura por ensino técnico cresceu 46% desde 2007; país tem cerca de 1,1 milhão de matrículas
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educação profissional, que engloba cursos de nível médio, técnicos e tecnológicos, é cada vez mais uma opção promissora para jovens e adultos que estão buscando vaga no mercado de trabalho. Embora o mercado brasileiro esteja numa fase próspera de empregabilidade – o que fez muitas empresas baixarem o nível de exigência nas contratações por falta de mão de obra qualificada –, o ensino profissionalizante é uma alternativa para obter crescimento e estabilidade profissional. De acordo com o “Relatório anual 2009” da Confederação Nacional da Indústria (CNI), projeções demográficas indicam que, entre 2015 e 2045, a escassez de trabalhadores com qualificações necessárias exigidas pelo mercado de trabalho vai se agravar. Prevendo esta situação, a oferta de cursos profissionalizantes aumentou em todo o país, abrangendo ainda novas áreas de atuação. Dados do Censo de Escolar de 2010 apontam que a Rede Federal de Ensino mais que dobrou a disponibilidade de matrículas na educação profissional nos últimos oito anos, um crescimento de 114% no período.
A qualificação profissional pelas Federações Além dos cursos técnicos e tecnológicos, uma opção para a qualificação profissional são os workshops e cursos de extensão, que propõem uma alternativa rápida de se especializar em uma determinada área de conhecimento. A Federasul (Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Rio Grande do Sul), por exemplo, oferece cursos, de curta duração, voltados para a gestão de negócios. Segundo a coordenadora da área de cursos da Federasul, Christine Gehring, a entidade dispõe de uma média de dois cursos por mês, que abrangem desde setores como Recursos Humanos, Marketing, Cerimonial e Protocolo até Finanças e Fluxo de Caixa. “Nosso objetivo é proporcionar aos associados conhecimento e educação continuada para que consigam acompanhar as mudanças e desafios do mercado”, explica. Já a Faciap (Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná), através do seu Instituto de Planejamento e Promoção do Comércio Exterior (Ippex), tem investido em módulos diferentes de qualificação, além dos cursos de extensão básicos. A escola empresarial da CACB Com o objetivo de melhorar a estrutura de competitividade das empresas e da população em geral, a Confederação das Associações Comerciais e Empresa-
riais do Brasil (CACB), em parceria com o IESDE, criou o projeto Escola Empresarial. A ideia é oferecer aos associados e demais pessoas soluções educacionais sob a forma de cursos de ensino a distância, com baixo preço, a alta qualidade e adequados às necessidades regionais. A Escola Empresarial foi concebida através do princípio de sustentabilidade do Sistema CACB, agregando produtos e serviços que gerem resultados à Confedera-
ção, Federações e Associações Comerciais. Serão oferecidos mais de 180 cursos para formação e atualização nas áreas jurídica, de negócios, de educação e idiomas. O projeto-piloto poderá ser iniciado pela Federasul, em Porto Alegre, através da criação da Escola Empresarial Federasul, pois o entendimento da CACB é de que a chancela local é de vital importância para o sucesso do projeto. Mais informações pelo sites das entidades.
Entrevista com o coordenador de regulação da educação profissional do MEC, Marcelo Machado Feres:
Quais são as principais vantagens para quem faz curso técnico ou tecnólogo atualmente no Brasil? Os cursos técnicos de nível médio e os cursos superiores de tecnologia são cursos relacionados à educação profissional e como tal estimulam o desenvolvimento de competências profissionais dos estudantes, preparando-os para o mundo do trabalho. A realidade atual do país requer uma formação cada vez maior de profissionais de áreas tecnológicas para contribuírem com o próprio processo de desenvolvimento.
senvolvimento do país têm encontrado dificuldades para contratar profissionais com as competências adequadas, refletindo a carência na formação de profissionais em nível técnico e tecnológico. A tendência é por cursos de graduação? O processo de escolha de um curso, seja ele de graduação ou técnico de nível médio, depende de diversos fatores, dentre eles, o perfil pessoal, profissional ou mesmo questões regionais. Como ocorre em países desenvolvidos, devemos ampliar a oferta e as oportunidades para que pessoas com perfis distintos possam optar pela carreira profissional que desejam escolher. Em muitos casos, a graduação pode ser uma opção para um segundo momento, para alguém que a partir de um curso técnico venha a adquirir experiência profissional.
Foto: Fabiana Carvalho
Como o MEC está estimulando a criação de cursos técnicos profissionalizantes? Diversas políticas de ofertas destes cursos vêm sendo desenvolvidas nos últimos anos pela Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica. Dentre elas cabe destacar a expansão da rede federal, que ao longo dos último oito anos passou de 140 unidades para 354 unidades em todo o país; e o acordo do “sistema S” o qual prevê o crescimento da oferta gratuita de matrículas em cursos profissionalizantes por parte do “sistema S”, notadamente Senai e Senac, até atingir 66,67% da verba indenizatória.
Há carência de profissionais com cursos técnicos no mercado de trabalho? Certamente. Embora não seja uniforme, sabemos que diversos projetos estruturantes e necessários para a sustentação do processo de de-
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DESTAQUE CACB
Michele Bachelet ficou na presidência do Chile de 2006 a 2010
Michele Bachelet, a estrela do 21º Congresso da CACB Primeira mulher a ocupar a presidência de um país na América Latina, antes de chegar ao poder Bachelet foi ministra da Saúde no governo de Ricardo Lagos, entre 2000 e 2002, e posteriormente ministra da Defesa
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convidada internacional do 21º Congresso da CACB, em Salvador, será Michele Bachelet, ex-presidente do Chile e responsável pela virada na economia chilena. A ex-presidente do Chile está sendo convidada para falar sobre suas propostas que transformaram e fortaleceram a economia chilena. Michele Bachelet lidera uma lista de outras autoridades que se destacaram em suas áreas de atuação para mostrarem, durante o Congresso, que acontece dias 10 e 11 de agosto, no Centro de Convenções do Hotel Pestana, em Salvador (BA), a importância do empreendedorismo. Autoridades brasileiras também estão sendo convidadas para debaterem o “Salto para o Futuro - Facilitando Caminhos” – o tema do encontro que pretende reunir mais de 1.500 empresários brasileiros. Enquanto a organização do evento produz o programa de dois dias do 21º Congresso da CACB, a parte operacional do encontro já está consolidada e começa a valer. Organizado pela Capacitá Even-
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tos, o 21º Congresso da CACB definiu a TAM Viagens como operadora e a TAM Linhas Aéreas como transportadora oficial. Os pacotes para os deslocamentos, que incluem hospedagem e viagens, estão sendo conhecidos nesta edição. A TAM Viagens preparou um roteiro especial para o 21º Congresso da CACB que inclui: passagem aérea, três noites de hospedagem no Hotel Pestana com café da manhã, transfer aeroporto/hotel/aeroporto, city tour histórico em Salvador, inscrição para o evento, bolsa de viagens e 1000 pontos Multiplus. Valores com parcelamento em cinco vezes. A partir de R$ 1.168,00 com saída de São Paulo. Trecho de Brasília a Salvador por R$ 1.338,00, de Fortaleza a Salvador por R$ 1.299,99 e de Porto Alegre a Salvador por R$ 1.688,00. Acertado também que na compra de somente passagem aérea a TAM vai dar até 25% de desconto para embarques de 6 a 15 de agosto. Para obter o desconto, é preciso informar o código 239747. Saídas de outras cidades também estão no pacote.
Site do Congresso no ar No site da CACB – www.cacb.org.br – é possível acessar as informações sobre o 21º Congresso da CACB. Na página de abertura basta clicar no banner do Congresso para saber as novidades e as informações necessárias. As informações também poderão ser acessadas através do site da TAM – www.tamviagens.com.br Informações sobre os pacotes preparados especialmente para o Congresso também podem ser obtidas no 08007720340. Mais hotéis como opção de hospedagem Além do Hotel Pestana, outros hotéis estão no pacote de viagens para o 21º Congresso da CACB. Basta consultar a TAM.
Local do evento: Hotel Pestana, de Salvador
Bahia de todos os Deuses Por suas características singulares, Salvador, a capital da Bahia, tornou-se um dos principais destinos turísticos internacionais. As ruas do Centro Histórico de Salvador transportam para os primórdios da história do Brasil. Até 1763, Salvador foi a capital da Coroa Portuguesa nas Américas, destacando-se, também, como o principal porto do Hemisfério Sul até o século XVIII. Cidade ensolarada, de clima quente e úmido, tipicamente tropical, com temperatura média de 25 ºC. Atrativos Centro Histórico: tombado pela Unesco Unesco como Patrimônio da Humanidade, o Centro Histórico de Salvador possui milhares de casarões dos séculos XVI, XVII, e XVIII. Dividese em três áreas principais: a Praça Municipal ao Largo de São Francisco, o Pelourinho e o Largo do Carmo, finalizando com o Largo de Santo Antônio Além do Carmo. São igrejas e casarões seculares, circundados por uma farta atividade cultural desenvolvida no local. Além disso, em suas ladeiras e ruas pavimentadas com pedras cabeça de negro estão registrados importantes trechos da história brasileira.
Entre os seus atrativos, merecem destaque as praças Municipal e da Sé, o Elevador Lacerda, a Câmara Municipal, o Paço Municipal, o Palácio Rio Branco, a Santa Casa e Igreja da Misericórdia, o Palácio Arquiepiscopado, a Catedral Basílica, o Terreiro de Jesus, o Largo do Cruzeiro de São Francisco, o Pelourinho com suas igrejas, lojas e praças, e, por fim, o Largo do Carmo, onde estão o Forte de Santo Antônio e o grande conjunto religioso formado pela Igreja e Convento de Nossa Senhora do Carmo e pela Igreja da Ordem Terceira do Carmo. Praias A orla marítima de Salvador é uma das maiores do Brasil. São 50 km de praias distribuídas entre a Cidade Alta e a Cidade Baixa, desde Inema, no subúrbio ferroviário, até a Praia do Flamengo, no extremo oposto da cidade. Enquanto as praias da Cidade Baixa são banhadas pelas águas da Baía de Todos-os-Santos, a mais extensa do país, com 1.052 km de espelho d’água, as praias da Cidade Alta, do Farol da Barra até Flamengo, são banhadas pelo Oceano Atlântico. A exceção é o Porto da Barra, única praia da Cidade Alta que fica na Baía de Todos-os-Santos.
Salvador é quarta cidade do Brasil no ranking das cidades turísticas
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DESTAQUE CBMAE
Tramitam nos tribunais do país mais de 70 milhões de processos, dos quais 40 milhões se encontram em fase de execução
Reforma do novo Código de Processo Civil entra na reta final Aguardado há mais de 20 anos, o novo Código, segundo o STJ, deverá limitar o número de recursos e reduzir o tempo médio do julgamento dos processos para até dois anos
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reforma do Código de Processo Civil é um dos temas que deverão mobilizar a Câmara dos Deputados no reinício dos trabalhos legislativos. O novo código (PL 8046/2010) – aprovado pelo Senado em dezembro de 2010 – foi elaborado a partir de sugestões de uma comissão de juristas e de opiniões colhidas em audiências públicas realizadas nas principais capitais do país. O objetivo é simplificar os procedimentos judiciais, de maneira a conferir mais agilidade à Justiça. Pelos cálculos do STJ (Superior Tribunal de Justiça), o novo código permitirá a redução de até 70% no tempo de duração dos processos em contenciosos de massa. Em processos tradicionais, pela eliminação
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de formalidades, a diminuição pode chegar a 50%. Hoje há quase 100 mil processos em andamento no Supremo Tribunal Federal (STF) e mais de 50 mil no STJ, além dos inúmeros processos parados nas instâncias inferiores. O desafio é criar instrumentos capazes de eliminar o excesso de processos encaminhados ao judiciário, dando ao cidadão uma resposta razoável àquele direito que ele entende violado. O objetivo é a desburocratização do sistema, seguridade jurídica, além de simplificação, celeridade e economia no trâmite processual. Outro ponto de destaque na atual reforma do CPC é o conceito de recurso final. Segundo o código atual, cada fase do processo pode gerar vários recursos, de
forma que em um processo de cinco decisões é possível anexar até 30 recursos. Um processo de 30 recursos abre espaço para protelações e acaba empilhando mais documentos nas prateleiras já lotadas da Justiça. Na nova proposta, durante todo o processo, a parte não deve fica inibida de recorrer, mas este espaço só será aberto no final do processo. No recurso final, as partes poderão recorrer de tudo quanto foi insatisfatório diante do que elas esperavam do julgamento. Além do número excessivo de decisões em um caso, o recurso final também acaba evitando recursos iniciados pela parte vencedora, pois mesmo dando decisões insatisfatórias no decorrer do processo, pode dar ganho de causa no final. Outro instrumento importante é a proposta de Justiça Eletrônica. Foi uma sinalização sutil devido à situação socioeconômica do Brasil, que não permite uma inclusão digital plena. Segundo estatística da OAB, muitos advogados não tem nem computador. Entretanto a proposta de justiça eletrônica já desponta como uma vontade do Judiciário. Apesar de inegáveis avanços, a leitura do novo Código de Processo Civil desaponta aqueles que espera-
vam uma nova legislação marcada pela simplicidade. De início, segundo o juiz do Paraná, Marcelo Bertasso, porque “um novo diploma que traz mais de cem novidades relevantes certamente não pode ser classificado como simples ou mesmo enxuto. O mais grave, porém, é que o novo diploma retrocede em muitos pontos que atualmente já estão bem resolvidos pelo atual CPC”. Para Bertasso, mesmo com inúmeras novidades positivas, na comparação do que muda para melhor e para pior e do que fica como está, conclui-se que o projeto final destoa do que legitimamente se esperava: um código que mantivesse os avanços e méritos do atual CPC, eliminasse institutos ultrapassados e fosse simples, claro e enxuto. “Pelo que se percebe, o que virá é um código complexo, que retrocede em muitos pontos, que pouco simplifica e não traz novidades que contribuam para a efetiva celeridade. Nesse cenário, é crucial que haja reflexão acerca de um questionamento fundamental: para que precisamos de um novo CPC nesses moldes? Não seria melhor manter o que já temos? Particularmente, estou fortemente inclinado a afirmar que o atual CPC deixará saudades.”
Hoje há quase 100 mil processos em andamento no Supremo Tribunal Federal (STF)
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TENDÊNCIAS
Brasil avança na redução do consumo de sacolas plásticas Pacto firmado entre o setor de supermercados e o Ministério do Meio Ambiente (MMA), no final do ano passado, estabeleceu uma redução de 40% do uso de sacolas plásticas até 2015
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uitas vezes citadas, mas pouco acreditadas, as campanhas de conscientização sobre o consumo de sacolas plásticas começam a apresentar resultados animadores no Brasil. Uma das iniciativas mais bem-sucedidas é a do Ministério do Meio Ambiente. Lançada em junho de 2009, a mobilização denominada “Saco é um Saco” chegou ao final de 2010 com 5 bilhões de sacolas plásticas evitadas. Esse índice representou 33% de redução – a meta fixada era de 10% – em relação ao número de sacolas produzidas em 2009, de 15 bilhões. Segundo Fernanda Daltro, coordenadora do projeto “Saco é um Saco”, a campanha foi acolhida em todo o Brasil, o que incluiu as grandes redes de supermercados e a própria indústria do plástico. “Os maiores supermercadistas e as associações de supermercados desenvolveram diversas iniciativas para ajudar o consumidor a reduzir seu consumo de sacolas plásticas, e se comprometeram a reduzir a distribuição delas, oferecendo alternativas acessíveis”, destaca. Além das grandes redes de supermercados Walmart, Pão de Açúcar e Carrefour, o projeto contou com adesão voluntária, entre outros, de municípios como Xanxerê (SC) e Jundiaí (SP), e pelo Programa de Qualidade e Consumo Responsável de Sacolas Plásticas, do INP (Instituto Nacional do Plástico), o qual distribuiu exclusivamente sacolas dentro de especificações técnicas. Apenas com esta ação deixaram de ser consumidas 3,9 bilhões de sacolas em 2010. Nos próximos anos, de acordo com Fernanda, a tendência é reduzir gradativamente o consumo de sacolas plásticas no Brasil. As metas são ambiciosas: o Walmart pretende reduzir em 50% até 2013, o Carrefour quer banir até 2014.
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Walmart iniciou processo de substituição de sacolas plásticas em 2008
Supermercadistas estabelecem metas até 2015 A Abras (Associação Brasileira de Supermercados) assinou em dezembro de 2010 um pacto setorial com o Ministério do Meio Ambiente (MMA) assumindo o compromisso de reduzir o uso de sacolas plásticas em 30% até 2013 e 40% até 2015, com base no consumo de 2010. Esse pacto faz parte das ações de Varejo Sustentável do Plano de Ação para Produção e Consumo Sustentáveis (PPCS), sob a coordenação do MMA. Para alcançar esse objetivo, a entidade traçou um plano com várias ações, que incluem desde a elaboração de um manual de ações de boas práticas nos pontos de venda para conscientizar funcionários e consumidores dos benefícios da redução das sacolas plásticas até a premiação dos casos de sucesso.
O exemplo de Xanxerê Em setembro de 2008, em Xanxerê (SC), dois ou três dias antes de uma reunião em que o assunto era a definição dos horários para o final de ano dos supermercados, os sete presentes comunicaram uma inusitada coincidência. Haviam recebido um e-mail sobre o impacto ambiental gerado pelas sacolas plásticas. O efeito foi inevitável. O tema passou a fazer parte da discussão e logo surgiu a ideia de copiar o exemplo de outros países que, por meio de campanhas, acabaram banindo o uso de sacolas plásticas. Assim nasceu um dos mais emblemáticos projetos de conscientização para o descarte de sacolas plásticas do país. Antecedida por uma campanha em rádios, jornais, TV, e panfleto informativo sobre data e procedimentos, em fevereiro de 2009, com a adesão da municipalidade, foi deflagrado o projeto com a coordenação da Secretaria de Educação do município. Uma reunião no Procon definiu que o custo das sacolas retornáveis seria repassado ao consumidor, da mesma forma que o das sacolas plásticas, que são embutidas nos preços das mercadorias. Outra medida estabeleceu um preço único para as sacolas retornáveis, não importando o volume de compra. Dessa forma, se viabilizaria a adesão ao projeto das pequenas empresas. Levantamento feito entre os principais supermer-
cados do município quanto ao uso de sacolas plásticas antes do projeto indicou que eram usadas mais de um milhão de sacolas por mês; e hoje, aproximadamente umas 60 mil sacolas por mês. “Posso garantir que se tiver um bom trabalho de conscientização fica mais difícil para as empresas que não acompanharam essas mudanças, pois estas estão indo contra a vontade da grande maioria de seus clientes. Nas empresas que fazem parte do projeto em nosso município houve uma redução acima dos 93% no uso das sacolas plásticas. Sem qualquer lei, apenas conscientização, mudamos em curto tempo um costume de mais de 30 anos”. diz Edson Marció, representante dos supermercados do município. Graças ao exemplo de Xanxerê, a troca de sacolas plásticas por retornáveis já virou hábito em Santa Catarina. Hoje, 18 municípios catarinenses estão entre os que implantarão ou estão com data marcada para a implantação. No Rio Grande do Sul, a primeira é Getúlio Vargas, e no Paraná, Dois Vizinhos.
Iniciativa de Xanxerê (SC) virou case nacional
Panvel economiza 2 milhões de sacolas plásticas em 2010 O projeto “Menos Sacolas, Mais Pontos”, do cartão Fidelidade da rede de farmácias Panvel, de Porto Alegre, evitou o uso de cerca de 2 milhões de sacolas plásticas desde maio de 2010. Com essa iniciativa, os clientes Panvel acumularam em seus cartões fidelidade o equivalente a R$ 50 mil, que podem ser usados como desconto e produtos de perfumaria em qualquer uma das 280 filiais da rede. Para participar, o cliente deve concordar em deixar de usar a sacola plástica no momento da com-
pra, e assim acumular quatro pontos no cartão fidelidade. No Programa Fidelidade da Panvel, cada real em compras equivale a três pontos no cartão que podem ser trocados por produtos de perfumaria de qualquer marca na rede de lojas Panvel nos três estados do Sul do país. Segundo o diretor de varejo da Panvel, Luiz Antônio D’Amado dos Santos, o que motivou o projeto foi a preocupação da empresa com a preservação do meio ambiente. Fevereiro de 2011
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BIBLIOCANTO
O significado da eleição de Obama
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David Remnick contextualiza a importância da eleição de um presidente negro em um país declaradamente racista
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m dos mais importantes lançamentos editoriais do final de 2010 no Brasil, “A Ponte - Vida e Ascensão de Barack Obama” (ed. Companhia das Letras, 752 páginas), do jornalista David Remnick, editor da revista “The New Yorker”, mostra como um meticuloso afro-americano tornou-se o primeiro presidente negro dos EUA. Ganhador de um prêmio Pulitzer em 1994 pelo seu livro “A Tumba de Lenin”, Remnick é um dos mais conceituados jornalistas norte-americanos. Conhecido como um repórter voraz, de alta sagacidade, que sempre demonstrou sensibilidade incomum para os grandes acontecimentos históricos, ele acompanhou a campanha de Obama desde o período anterior a sua indicação pelo Partido Democrata até os seus primeiros meses, como o quarto presidente mais jovem dos EUA. Sua narrativa se inicia com o dramático “Domingo Sangrento”, em que afroamericanos foram brutalmente agredidos em uma marcha na cidade de Selma, em 1965. No mesmo ano, outra marcha é interrompida perto de uma ponte. O título da biografia vem desse acontecimento, como se a posse de Obama simbolizasse o sucesso da marcha, ao atravessar a ponte. Na obra, conhecemos o contexto histórico do Quênia quando o pai de Obama nasceu e cresceu. Paralelamente, Remnick conta a busca espiritual, política e racial de Obama. Como não teve contato com a família negra, o presidente teve de procurar suas referências e influências, “aprender” a ser negro, como diz o autor. Ninguém pode determinar exatamente quando Obama pensou seriamente em concorrer à Presidência dos EUA. Remnick mostra que a “ambição serena” de Obama provavelmente havia se alojado em sua mente antes mesmo de disputar uma cadei-
ra como deputado estadual de Illinois, em setembro de 1995. A questão tornou-se insistente quase tão logo ele entrou para o Senado dos EUA em 2005, embora ele fosse então pouco conhecido por seus pares. “Obama tinha muitas qualidades, ele teria que trabalhar na modéstia”, escreve o autor de “A Ponte”. O retrato de Remnick sobre a evolução política de Obama deixa claro que sua pretensão foi mais do que uma escolha deliberada. Foi intrínseca a sua natureza e reconhecida como tal no início. Já em Harvard Law School, ele destacou-se pela “sua maneira de absorver e sintetizar os argumentos dos outros”, por sua “seriedade, busca de consenso e estilo”, por uma “mentalidade aberta que parecia estranha até mesmo para seus amigos”. Muito mais do que um histórico da campanha eleitoral que levou Obama à Casa Branca, Remnick contextualiza a importância da eleição de um presidente negro em um país declaradamente racista. Mesmo com a eleição de Obama, segundo o autor, o dia pós-racial dos EUA ainda não chegou. As questões de raça – cultural, jurídico, penal, educacional, social – permanecem, apesar de todas as promessas. Por si só, a menção dessa realidade serve para demonstrar a real dimensão da conquista de Barack Hussein Obama, que durante a campanha foi obrigado a enfrentar boatos e desconfianças por sua origem muçulmana e por falta de experiência. Mesmo assim, ele soube ganhar popularidade suficiente para derrotar, num primeiro momento, um ícone dos democratas, Hillary Clinton, e, no final, o candidato republicano John McCain. Em suas pesquisas, além de rápidas conversas com o próprio Obama, em meio a pequenos intervalos no Salão Oval da Casa Branca, Remnick contabilizou uma lista de entrevistas com 233 pessoas, muitas delas do tempo de juventude de Obama, rastreadas por seus assistentes. Milton Wells
ARTIGO
Qualidade do atendimento no comércio brasileiro e um comparativo com outros países ■ Claiton Glaldino*
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rasileiro tem por característica um complexo de vira-lata e acha em muitos casos que qualquer coisa fora do país seja sempre melhor que aqui. Este pensamento em muitas ocasiões tem se mostrado equivocado. Quando pensamos em termos de atendimento, sempre reclamamos que o atendimento em nossa cidade é o pior da região ou do estado ou mesmo do país. Não há diferenças expressivas entre os atendimentos prestados nas diversas regiões do Brasil. Há mais diferenças entre os atendimentos de cidades pequenas e grandes do que entre regiões do país. Os atendimentos de grandes cidades são muito variados e dentro da mesma cidade teremos atendimentos impecáveis e outros terríveis, mas na média deficientes. Os atendimentos de cidades turísticas e de pontos de grande fluxo normalmente sofrem da síndrome do próximo cliente ou do cliente de passagem. Exemplificando, o atendimento de algumas livrarias em aeroportos. O atendimento é sofrível, mas como tem muitos potenciais clientes passando na frente todos os dias, não dão muita bola para o atendimento, porque sempre tem um próximo cliente que irá comprar. Os shoppings são muito parecidos, geram expectativas semelhantes e, portanto independentemente da cidade ou região tem atendimentos parecidos. A presença de grandes marcas ou franquias nos shoppings facilita que eles tenham atendimentos muito próximos em termos de qualidade. Já cidades pequenas têm um atendimento muito
melhor graças ao tipo de cliente que exige ser reconhecido pelo nome, gosto, etc. Quando comparamos nosso atendimento com o de outras cidades no mundo, percebemos que as características dos mercados são parecidas e que temos no Brasil grandes experiências de atendimento. Um estudo feito pela Market Analysis em 17 países mostrou que em termos de atendimento o Brasil está na média, mas em uma curva de ascensão. Em aspectos de recepção ao cliente (simpatia, educação e apresentação), o Brasil está entre os três primeiros colocados. Marc Gobé deu um recado aos brasileiros na NRF-National Retail Fair, em janeiro: “Vocês não precisam copiar os Estados Unidos, porque temos um modelo esgotado”. As empresas brasileiras deveriam se preocupar em proporcionar experiências únicas aos seus clientes. O atendimento deve deixar de ser funcional para ser sentimental. O mais importante é fazer o atendimento gerar marketing boca a boca positivo. Nossa preocupação deveria ser com o cliente de cada dia que entra em nossa empresa e em como fazer com que ele, ao pensar no que vendemos, sempre pense em nossa empresa em primeiríssimo lugar. Resumindo, a comparação com outras empresas, regiões ou países deve existir, mas temos que nos preocupar mesmo é em fazer em cada empresa melhor que ontem. Melhorar dia a dia, isso sim vai fazer uma grande diferença.
“ ” “Quando pensamos em atendimento, sempre achamos que em nossa cidade é o pior da região ou do estado ou mesmo do país.”
*Empresário e idealizador da Cliente Amigo. Empresa voltada para a gestão de atendimento, relacionamento com clientes, pesquisas de marketing e marketing promocional. Fevereiro de 2011
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QUER ABRIR UMA EMPRESA E NÃO SABE ONDE? A BÚSSOLA SEBRAE INDICA O LUGAR CERTO.
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Empresa BRASIL
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