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Bancos aumentam crédito para as micro e pequenas empresas

Abril de 2010 1 A IMPORTÂNCIA DAS REDES SOCIAIS NA GERAÇÃO DE NOVOS NEGÓCIOS


Federações CACB

DIRETORIA DA CACB BIÊNIO 2009/2011 PRESIDENTE José Paulo Dornelles Cairoli - RS 1º VICE-PRESIDENTE Sérgio Papini de Mendonça Uchoa - AL VICE-PRESIDENTES Ardisson Naim Akel - PR Arthur Avellar - ES Fernando Pedro de Brites - DF José Geminiano Acioli Jurema - AL José Sobrinho Barros - DF Leocir Paulo Montagna - MS Luiz Carlos Furtado Neves - SC Sadi Paulo Castiel Gitz - SE Wander Luis Silva - MG VICE-PRESIDENTE DE ASSUNTOS INTERNACIONAIS João José de Carvalho Sá - BA DIRETOR-SECRETÁRIO Jarbas Luis Meurer - TO DIRETOR-FINANCEIRO George Teixeira Pinheiro - AC CONSELHO FISCAL TITULARES Jadir Correa da Costa - RR Paulo Sérgio Ribeiro - MT Sergio Roberto de Medeiros Freire - RN CONSELHO FISCAL SUPLENTES Altair Correia Vieira - PA Gilberto Laurindo - AP Ronaldo Silva Resende - RN COORDENADOR DO PROJETO DE COOPERAÇÃO INTERNACIONAL Ardisson Naim Akel - PR CONSELHO NACIONAL DA MULHER EMPRESÁRIA Avani Slomp Rodrigues CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO JOVEM EMPRESÁRIO Marduk Duarte COORDENADORA DE ASSUNTOS INSTITUCIONAIS Luzinete Marques COORDENADORA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL Neusa Galli Fróes fróes, berlato associadas EQUIPE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL Olívia Bertolini COORDENADOR DO EMPREENDER Carlos Alberto Rezende COORDENADOR NACIONAL DA CBMAE Valério Figueiredo COORDENADOR DO PROGERECS Luiz Antonio Bortolin SCS Quadra 3 Bloco A Lote 126 Edifício CACB 61 3321-1311 61 3224-0034 70.313-916 Brasília - DF Site: www.cacb.org.br

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Empresa BRASIL

Acre – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Acre – FEDERACRE Presidente: George Teixeira Pinheiro Avenida Ceará, 2351 Bairro: Centro Cidade: Rio Branco CEP: 69909-460

Paraná – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná – FACIAP Presidente: Rainer Zielasko Rua: Heitor Stockler de Franca, 356 Bairro: Centro Cidade: Curitiba CEP: 80.030-030

Alagoas – Federação das Associações Comerciais do Estado de Alagoas – FEDERALAGOAS Presidente: José Geminiano Acioli Jurema Rua Sá e Albuquerque, 302 Bairro: Jaraguá Cidade: Maceió CEP: 57.020-050

Pernambuco – Federação das Associações Comerciais e Empresariais de Pernambuco – FACEP Presidente: Djalma Farias Cintra Junior Rua do Bom Jesus, 215 – 1º andar Bairro: Recife Cidade: Recife CEP: 50.030-170

Amapá – Associação Comercial e Industrial do Amapá – ACIA Presidente: José Arimáteia Araújo Silva Rua General Rondon, 1385 Bairro: Centro Cidade: Macapá CEP: 68.900-182

Piauí – Associação Comercial Piauiense - ACP Presidente: José Elias Tajra Rua Senador Teodoro Pacheco, 988, sala 207. Ed. Palácio do Comércio 2º andar - Bairro: Centro Cidade: Teresina CEP: 64.001-060

Amazonas – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Amazonas – FACEA Presidente: Valdemar Pinheiro Rua Guilherme Moreira, 281 Bairro: Centro Cidade: Manaus CEP: 69.005-300 Bahia – Federação das Associações Comerciais do Estado da Bahia – FACEB Presidente: Clóves Lopes Cedraz Rua Conselheiro Dantas, 5. Edifício Pernambuco, 9° andar Bairro: Comércio Cidade: Salvador CEP: 40.015-070 Ceará – Federação das Associações Comerciais do Ceará – FACC Presidente: João Porto Guimarães Rua Doutor João Moreira, 207 Bairro: Centro Cidade: Fortaleza CEP: 60.030-000 Distrito Federal – Federação das Associações Comerciais e Industriais do Distrito Federal e Entorno – FACIDF Presidente: José Sobrinho Barros SAI Quadra 5C , Lote 32, sala 101 Cidade: Brasília CEP: 71200-055 Espírito Santo – Federação das Associações Comerciais, Industriais e Agropastoris do Espírito Santo – FACIAPES Presidente: Arthur Avellar Rua Henrique Rosetti, 140 - Bairro Bento Ferreira Vitória ES - CEP 29.050-700 Goiás – Federação das Associações Comerciais, Industriais e Agropecuárias do Estado de Goiás – FACIEG Presidente: Marcos Alberto Luiz de Campos Rua 143 - A - Esquina com rua 148, Quadra 66 Lote 01 Bairro: Setor Marista Cidade: Goiânia CEP: 74.170-110 Maranhão – Federação das Associações Empresariais do Maranhão – FAEM Presidente: Júlio César Teixeira Noronha Av. Ana Jansen, 2 - QD 19 - SL 801 Ed. Mendes Frota - Bairro: São Francisco Cidade: São Luis CEP: 65.076-730 Mato Grosso – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Mato Grosso – FACMAT Presidente: Jonas Alves de Souza Rua Galdino Pimentel, 14 - Edifício Palácio do Comércio 2º Sobreloja – Bairro: Centro Norte Cidade: Cuiabá CEP: 78.005-020 Mato Grosso do Sul – Federação das Associações Empresariais do Mato Grosso do Sul – FAEMS Presidente: Antônio Freire Rua Quinze de Novembro, 390 Bairro: Centro Cidade: Campo Grande CEP: 79.002-917 Minas Gerais – Federação das Associações Comerciais e Empresariais de Minas Gerais – FEDERAMINAS Presidente: Wander Luís Silva Avenida Afonso Pena, 726, 15º andar Bairro: Centro Cidade: Belo Horizonte CEP: 30.130-002 Pará – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Pará – FACIAPA Presidente: Reginaldo Ferreira Avenida Presidente Vargas, 158 - 5º andar Bairro: Campina Cidade: Belém CEP: 66.010-000 Paraíba – Federação das Associações Comerciais e Empresariais da Paraíba – FACEPB Presidente: Alexandre José Beltrão Moura Avenida Marechal Floriano Peixoto, 715, 3º andar Bairro: Bodocongo Cidade: Campina Grande CEP: 58.100-001

Rio de Janeiro – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Rio de Janeiro – FACERJ Presidente: Jésus Mendes Costa Rua do Ouvidor, 63, 6º andar - Bairro: Centro Cidade: Rio de Janeiro CEP: 20.040-030 Rio Grande do Norte – Federação das Associações Comerciais do Rio Grande do Norte – FACERN Presidente: Sérgio Roberto de Medeiros Freire Avenida Duque de Caxias, 191 Bairro: Ribeira Cidade: Natal CEP: 59.012-200 Rio Grande do Sul – Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul - FEDERASUL Presidente: José Paulo Dornelles Cairoli Rua Largo Visconde do Cairu, 17, 6º andar Palácio do Comércio - Bairro: Centro Cidade: Porto Alegre CEP: 90.030-110 Rondônia – Federação das Associações Comerciais e Industriais do Estado de Rondônia – FACER Presidente: Marcito Pinto Rua Dom Pedro II, 637 – Bairro: Caiari Cidade: Porto Velho CEP: 76.801-151 Roraima – Federação das Associações Comerciais e Industriais de Roraima – FACIR Presidente: Jadir Correa da Costa Avenida Jaime Brasil, 223, 1º andar Bairro: Centro Cidade: Boa Vista CEP: 69.301-350 Santa Catarina – Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina – FACISC Presidente: Alaor Francisco Tissot Rua Crispim Mira, 319 - Bairro: Centro Cidade: Florianópolis - CEP: 88.020-540 São Paulo – Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo – FACESP Presidente: Rogério Pinto Coelho Amato Rua Boa Vista, 63, 3º andar Bairro: Centro Cidade: São Paulo CEP: 01.014-001 Sergipe – Federação das Associações Comerciais, Industriais e Agropastoris do Estado de Sergipe – FACIASE Presidente: Alexandre Santana Porto Rua Jose do Prado Franco, 557 Bairro: Centro Cidade: Aracaju CEP: 49.010-110 Tocantins – Federação das Associações Comerciais e Industriais do Estado de Tocantins – FACIET Presidente: Wilson Charles 103 Norte Av. LO 2 - 01 - Conj. Lote 22 Prédio da ACIPA Bairro: Centro Cidade: Palmas CEP: 77.001-022

• O conteúdo desta publicação representa o melhor esforço da CACB no sentido de informar aos seus associados sobre suas atividades, bem como fornecer informações relativas a assuntos de interesse do empresariado brasileiro em geral. Contudo, em decorrência da grande dinâmica das informações, bem como sua origem diversificada, a CACB não assume qualquer tipo de responsabilidade relativa às informações aqui divulgadas. Os textos assinados publicados são de inteira responsabilidade de seus respectivos autores.


PALAVRA DO PRESIDENTE José Paulo Dornelles Cairoli

Muda o status dos brasileiros

É

isso mesmo. A pirâmide social do Brasil está mudando. Das grandes desigualdades que se reproduziram em várias décadas, os brasileiros protagonizam uma reforma em seu estrato e já são claras as evidências estatísticas de que o fosso que separa as classes econômicas está progressivamente diminuindo. Com isso, nossa sociedade se reorganiza ao receber mais gente e ganha novos contornos. A ascensão de milhões de brasileiros à nova elite econômica é sentida nos negócios e redefine o cenário econômico, acentuando, ainda mais, o que ainda não foi feito, pois deixa à mostra as carências, as limitações, especialmente em infraestrutura, o lastro para o desenvolvimento. A contradição da mudança, no entanto, vem de fora, ao despertar, no mundo dos negócios, atrações especiais de investimento nesse novo e amplo mercado de consumo do Brasil. Novos brasileiros engrossaram a classe média, que, pelas projeções, representa mais de 100 milhões de indivíduos. O rearranjo, no entanto, muda também as outras classes. E a informação é de que não há estrato social que cresça numa velocidade tão grande como o que está no topo da pirâmide: as classes A e B. Hoje, são 20 milhões de brasileiros responsáveis por um potencial de consumo equivalente a R$ 930 bilhões, e em 2014, passarão a um número equivalente a 30 milhões de ricos no Brasil. A nova elite brasileira, no entanto, traz suas marcas com novos hábitos, gostos, comportamentos e jeito de pensar. Precisamos decifrar a nova pirâmide e incluir, nos nossos negócios, as respostas de que precisamos para atender os novos consumidores, fazer prosperar nossos negócios e garantir sustentabilidade aos investimentos. Preocupada com a questão, a CACB traz para seu 21º Congresso o enigma da compreensão que precisará ser decifrado com rapidez. Corresponder às necessidades de nossos negócios para atender o consumidor é uma tarefa ainda difícil nestes novos tempos de poder aquisitivo mais equilibrado. Vivemos num novo Brasil. Na verdade, foi o Brasil quem mais mudou. A novidade destes novos tempos chega junto com os 200 anos da primeira organização que os nossos empreendedores criaram para seguir em frente. A primeira Associação Comercial do Brasil, que se iniciou na Bahia, também é a primeira da América Latina, e hoje, dois séculos depois, empresários ainda procuram respostas para atender um consumidor que promove surpreendentes mudanças. Precisamos, isto sim, de agilidade para acompanhar tamanha remodelagem que está encolhendo as classes D e E e fazendo aumentar a renda das classes A, B e C. E também de muito fôlego...

José Paulo Dornelles Cairoli, presidente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil e da Federasul

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Foto: Sebrae/Sérgio Vignes

ÍNDICE

3 PALAVRA DO PRESIDENTE Os brasileiros protagonizam uma reforma em seu estrato e já são claras as evidências de que o fosso que separa as classes econômicas está diminuindo.

5 PELO BRASIL As oportunidades e as perspectivas para as micro e pequenas empresas dos países do Bric deverão integrar a pauta do último dia de debates do 21º Congresso da CACB.

8 CAPA Os micro e pequenos empresários apostam nos cenários da economia e ampliam a contratação de linhas de crédito.

14 CASE DE SUCESSO As centrais de negócios crescem no Paraná e registram resultados significativos.

16 ENSINO 16 ENSINO

A CACB lança projeto-piloto da primeira Escola Empresarial na Federasul.

17 TRABALHO A inovação tecnológica não é moda, é a condição necessária para quem deseja competir num mundo globalizado, diz o presidente da Protec, Roberto Nicolsky, em entrevista a Empresa Brasil.

20 NEGÓCIOS Impulsionados por custos mais baixos de construção de lojas e de manutenção do ponto, ampliam-se os investimentos nos outlets no país.

22 DESTAQUE CACB A luta pela redução da carga tributária, dos juros e dos gastos públicos e também a promoção da melhoria da infraestrutura e competitividade das empresas catarinenses são alguns dos pilares da Facisc.

20 NEGÓCIOS

24 DESTAQUE FEDERAÇÕES O empresário Marcos Alberto Luiz Campos, que assumiu a presidência da Facieg, defende maior participação de entidades filiadas.

26 DESTAQUE CBMAE O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) promoveu, em São Paulo, o seminário “Conciliação e Mediação: Estruturação da Política Judiciária Nacional”.

28 TENDÊNCIAS A era digital trouxe uma efervescência ao mundo da comunicação que obriga as empresas a buscarem novos pontos de contato com o consumidor.

EXPEDIENTE

30 BIBLIOCANTO

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Coordenação Editorial: Neusa Galli Fróes fróes, berlato associadas escritório de comunicação Edição: Milton Wells - mwells@terra.com.br Projeto gráfico: Vinícius Kraskin Diagramação: Kraskin Comunicação Foto da capa: Goodluz/Fotolia.com Revisão: Flávio Dotti Cesa Colaboradores: Cecilia Miranda, Karen Horn, Luzinete Marques, Neusa Galli Fróes e Olivia Bertolini Execução: Editora Matita Perê Ltda. Comercialização: Fone: (61) 3321.1311 - comercial@cacb.org.br Impressão: Arte Impressa Editora Gráfica Ltda. EPP

Empresa BRASIL

O economista Edmar Bacha e o sociólogo Simon Schwartzman discutem a nova agenda social em livro recentemente lançado no país.

31 ARTIGO O consultor Eduardo Pocetti escreve sobre o diferencial da inovação para micro e pequenas empresas.

SUPLEMENTO ESPECIAL

Sebrae orienta micro e pequenas empresas sobre as oportunidades geradas pela Copa


Foto: Nabor Goulart

PELO BRASIL

Federasul recebeu mais de 200 pessoas para acompanhar o Congrecred

21º Congresso da CACB debate mercado do Bric

ACP comemora 121 anos de fundação Criada em 1890 com o objetivo de defender a classe empresarial curitibana, que à época estava ameaçada pelo regime tributário originado com a proclamação da República, a Associação Comercial do Paraná (ACP) comemorou, no dia 1º de julho, 121 anos de existência. A data foi marcada por um almoço com colaboradores, diretores, ex-diretores, associados e ex-associados convidados. Fonte: Imprensa ACP/ edição Imprensa CACB

Sede da Associação Comercial do Paraná, no centro de Curitiba

Primeira rodada de visitas do Competitivo termina em agosto O primeiro ciclo de visitas dos consultores da CACB aos projetos do Empreender Competitivo deve ser concluído em agosto. Desde o segundo semestre de 2010, a equipe tem acompanhado a execução dos 95 projetos aprovados pelo Empreender Competitivo em todo o país.

Congrecred e CBMAE marcam agenda da Federasul em julho

Durante o evento, deverá ser realizada a primeira reunião formal para a composição de um Fórum dos Brics. Trata-se de um grupo de trabalho composto pelos presidentes das entidades correlatas dos países emergentes e a África do Sul. A ideia, apoiada pelos países envolvidos, nasceu durante a reunião dos líderes no 7º Congresso Mundial de Câmaras, no México, no início de junho. Mais informações sobre o Congresso pelo site: http://www.capacita.com.br/evento/ cacb-salvador/index.php

Foto: Divulgação

As oportunidades e perspectivas para as micro e pequenas empresas dos países do Bric – Brasil, Rússia, Índia e China – deverão integrar a pauta do último dia de debates do 21º Congresso da CACB. Já estão confirmadas as presenças do vice-presidente da Câmara de Comércio Internacional (ICC), Mick Fleming, e do presidente da Câmara de Durban, Thato Tsautse, além de outros seis membros da Câmara Sul-Africana. O 21º Congresso da CACB será realizado em Salvador entre 9 e 11 de agosto.

11 Estados já foram visitados. A primeira rodada de encontros deve ser fechada com a avaliação dos projetos em Rondônia e Goiás. Um cronograma, com uma nova rodada de visitas, deverá ser definido pelo corpo técnico da CACB. Fonte: Imprensa CACB

O início de julho foi marcado por dois importantes eventos na Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul (Federasul). A agenda começou no dia 5, com a inauguração da Câmara de Conciliação, Mediação e Arbitragem (CBMAE). No dia 7, a entidade promoveu o 1º Congresso Sulbrasileiro de Crédito e Cobrança. Os dois eventos reforçam o comprometimento da Federasul com o associado, informando-o e oferecendo uma carteira de serviços de qualidade. O CBMAE, por exemplo, tem dimensão importante porque é uma alternativa de buscar a solução extrajudicial de conflitos patrimoniais por meio da conciliação, com menos tempo e custo menor. Fonte: Imprensa Federasul/ edição Imprensa CACB

Presidente da ACDF recebe comenda por trabalho em prol do comércio A presidente da Associação Comercial do Distrito Federal, Danielle Moreira, recebeu, em junho, a comenda Jóia de JK. Segundo a organização do evento, a homenagem é um reconhecimento pelo trabalho a favor do comércio, serviços e turismo do Distrito Federal e sua liderança de destaque em Brasília. Fonte: Imprensa ACDF Julho de 2011

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Representantes das MPEs Alagoas são recebidos pelo governo do estado

Alagoanos propõem ações ao governo do estado Os empresários das micro e pequenas empresas de todas as regiões do estado de Alagoas entregaram, no dia 5 de julho, uma carta com propostas e reivindicações do setor para o governo estadual. O documento foi lido pelo presidente da Federação das Associações Comerciais do Estado de Alagoas (Federalagoas), Geminiano Jurema. O governador Teotônio Vilela Filho se comprometeu a analisar e discutir a melhor forma de viabilizar as ações sugeridas. No encontro, o governador ressaltou

a necessidade de apoiar a pequena iniciativa, tendo em vista a importância do setor para Alagoas – especialmente na geração de emprego e renda. A carta é o resultado do seminário “Alagoas que nos Convém”, realizado em maio. Participaram da solenidade o Secretário de Planejamento e Desenvolvimento Econômico, Luiz Otávio Gomes, o Presidente do Movimento Alagoas Competitiva, Sérgio Papini, além de outros representantes do setor. Fonte: Federalagoas/ Edição Imprensa CACB

Mato Grosso tem ciclo de workshops no interior O município de Água Boa, distante 730 quilômetros de Cuiabá, recebeu nos dias 12 e 13 de julho o “Workshop Associativismo Empresarial e Políticas Públicas”. O evento, promovido pela Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado de Mato Grosso (Facmat), teve o objetivo de orientar as lideranças empresariais da região na busca do desenvolvimento sustentável, com o aprimoramento das técnicas de gestão e melhorias no relacionamento junto a outros atores locais. Fonte: Imprensa FACMAT/ edição CACB Foto: Studio Press Comunicação

Foto: Ailton Cruz

PELO BRASIL

Ciclo de workshops será realizado em cidades do interior do estado

Programa Empreender é retomado em Minas Gerais Foi aprovada por unanimidade a iniciativa da Federação das Associações Comerciais e Empresariais de Minas Gerais (Federaminas) de propor a retomada do programa Empreender no estado. A decisão foi resultado de uma reunião entre a coordenadora do programa estadual do Empreender, Cleide Bersani, e representantes das associações comerciais mineiras. Durante o encontro, realizado na

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sede da Federaminas, no início de julho, também foram discutidos o papel dos executivos no desenvolvimento do Pro-

grama e os resultados já alcançados pelo projeto no estado. Como ações de curto prazo, decidiu-se realizar um treinamento de consultores em Belo Horizonte, entre agosto e setembro. Haverá também um painel específico sobre o Empreender durante o XIV Congresso das Associações Comerciais de Minas Gerais, em Araxá, entre 20 e 21 de outubro. Fonte: Federaminas/ edição imprensa CACB


AGENDA LEGISLATIVA

PLP que altera o Simples será votado no segundo semestre O projeto de Lei 591/10, que reformula as regras do Supersimples e reajusta em 50% os limites de enquadramento das micro, pequenas e médias empresas, deve retornar à pauta do Congresso. Além da elevação do teto de faturamento anual para enquadramento como Microempreendedor Individual para R$ 48 mil, da microempresa para R$ 360 mil e da pequena em-

presa para R$ 3,6 milhões, o PLP 591/10 também possibilitará o parcelamento de débitos de tributos do Super Simples. Outra vantagem será a proibição da substituição tributária, que prevê o recolhimento antecipado de tributos pelas secretarias de fazendas estaduais, evitando que as MPEs sejam penalizadas ao pagarem impostos antes da própria venda dos produtos.

Redução de jornada entra em debate Duas matérias que estão paradas na Câmara e devem voltar ao debate são a regulamentação da Emenda 29, que define investimentos públicos em saúde (PLP 306/08), e o piso salarial nacional para os policiais e bombeiros dos estados (PEC 300/08). O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) deve ser um dos primeiros a entrar na pauta de discussões. Na lista de prioridades do Congresso estão ainda as reformas política e tributária e o Plano Nacional de Educação (PNE). O projeto de lei que reduz a jornada de trabalho de 44 para 40 horas e o fim do fator previdenciário também devem mobilizar lideranças sindicais e empresariais.

Medidas tributárias e de combate à inflação terão prioridade O debate sobre a crise internacional na Europa e nos Estados Unidos, uma das preocupações da presidenta Dilma Rousseff, deverá pautar as discussões entre o governo e Congresso Nacional neste semestre, bem como as medidas para evitar o retorno da inflação. Assim, as matérias tributárias encaminhadas pelo Palácio do Planalto à Câmara deverão ser tratadas como prioridade pelo

Executivo. As mudanças no sistema de cobrança de impostos vêm se arrastando desde o governo anterior. Os governadores impediram o andamento da reforma sob o argumento de que perderiam arrecadação. Desta vez, porém, Ideli Salvatti adiantou que o Planalto já está conversando com os governadores para apresentar um projeto com o apoio dos estados.

Balanço No primeiro semestre, a Câmara dos Deputados apreciou 89 matérias. Entre os 25 Projetos de Lei aprovados, estão a política do salário mínimo e o Código Florestal. Também foram aprovadas 25 Medidas Provisórias (MPs), entre elas, a que prevê o Regime Diferenciado de Contratações (RDC) para a Copa do Mundo de 2014 e outros eventos megaesportivos, além da criação da Autoridade Pública Olímpica. Os pequenos negócios tiveram avanços como a aprovação da MP nº 529/11, que reduz para 5% a contribuição previdenciária do empreendedor individual, além dos debates sobre o projeto que cria a Secretaria da Micro e Pequena Empresa e sobre a reforma tributária, capaz de reduzir a carga de impostos, facilitando a vida dos pequenos empreendedores. Na esfera das articulações, a Frente Parlamentar Mista da Micro e Pequena Empresa, em parceria com entidades como a CACB e o Sebrae, desenvolveu importantes discussões com o empresariado e sociedade civil em geral nos estados para tratar do PLP nº 591/10, que altera pontos da Lei Geral das MPEs.

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Foto: Sebrae/Sérgio Vignes

CAPA

Micro, pequenas e médias empresas em alta nas carteiras dos bancos

Micro e pequenas empresas ampliam contratações de crédito O Dia dos Pais, as festas de final de ano, a antecipação de 13º salário, além de uma conjuntura favorável, garantem cenários otimistas

O

s micro e pequenos empresários resolveram apostar nos cenários da economia. A proximidade do Dia dos Pais, das festas de final de ano, mais a antecipação ou pagamento de 13º salário, tudo isso amparado em um ambiente econômico favorável – sem contar os dois maiores eventos esportivos mundiais, a Copa 2014 e os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016 –, estão puxando contratações de crédito nunca vista entre os bancos. No Bradesco, por exemplo, o segmento da micro, pequena e média empresas representou, em março, 30,8% da carteira de crédito do banco, com uma evolução nos últimos 12 meses de 29,4%, a maior entre todos os segmentos. Com base nesses resultados, o banco vai ampliar em mais R$ 200 milhões o volume de recursos destinado para as linhas Giro Simples e CDC Flex, ambas voltadas para micro e pequenas empresas e

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Octávio de Lazari Júnior: “Evolução da carteira dos micro e pequenos nos últimos 12 meses foi a maior entre todos os segmentos”


microempreendedores com faturamento anual igual ou menor a R$ 2,4 milhões. Criadas em dezembro do ano passado, com prazo de seis meses, apenas em maio deste ano atingiram o total de R$ 200 milhões previstos para o período. Mais de 10 mil micro e pequenas empresas contrataram esses empréstimos, e a média por operação, segundo Octávio de Lazari Júnior, diretor do departamento de empréstimos e financiamentos do banco, ficou em R$ 20 mil. Conforme Lazari, no desenho dessas linhas de financiamento, o banco entendeu que esse tipo de empresa precisava de recursos com prazo mais longo para pagar, e que fosse equivalente ao seu fluxo de caixa. A situação não é diferente na Caixa Econômica Federal. De acordo com o vice-presidente de Pessoa Jurídica, Geddel Quadros Vieira Lima, apenas no primeiro semestre deste ano a instituição abriu créditos para o segmento das micro e pequenas empresas no montante de R$ 15,2 bilhões, o que representou uma evolução de 10% em comparação a igual período do ano passado. Os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) atingiram R$ 24,9 bilhões no primeiro trimestre deste ano, com um recuo de 2% na comparação com igual período do ano anterior. Ainda assim, as liberações às micro, pequenas e médias empresas e pessoas físicas permaneceram em alta nos três primeiros meses do ano, com R$ 11,2 bilhões em financiamentos – o que indica um crescimento de 13%. No Santander, segundo César Fischer, superintendente de Pequenas e Médias Empresas, em 2011 a demanda pelas linhas de giro teve um crescimento de 55% em relação a 2010. “Há grande expectativa para o 2º semestre. Como em anos anteriores, o Santander se antecipa e lança a campanha de Capital de Giro 13º internamente já em julho”, diz Fischer. Carlos Eduardo Maccariello, diretor de produtos PJ do Itaú Unibanco, confirma que o segmento vem apresentando um crescimento de demanda por crédito acima da média. “Os analistas apostam num crescimento de aproximadamente 15% em relação ao ano anterior, e o Itaú está constantemente aprimorando a oferta de novos produtos para pessoas jurídicas”, afirma o executivo. Mas quais os fatores que sustentam essa demanda dos micro e pequenos empresários? O primeiro deles,

Geddel Quadros: “Instituição abriu novos créditos para atender à demanda do setor”

Carlos Eduardo: “Procura por crédito no setor é acima da média”

segundo o mercado, é que o segmento representa para os bancos a possibilidade de crescimento e de aumento da carteira de clientes. Outro são os índices crescentes de adimplência, ou seja, a pontualidade do pagamento. Por último, a evidência de que havia uma demanda reprimida. Julho de 2011

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Foto: Sebrae/Clóvis Ferreira

CAPA

Criação do Empreendedor Individual contribuiu para o aumento do crédito

O brasileiro está mais confiante para empreender “O brasileiro está muito mais confortável para empreender.” A afirmação do vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa Econômica Federal, Geddel Quadros Vieira Lima, resume o momento atual entre os micro e pequenos empresários. De acordo com Geddel, desde a promulgação da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa (LCP 123/06), os pequenos negócios apresentaram uma evolução econômica e organizacional notável. Isso se deve, segundo ele, ao novo perfil empreendedor do brasileiro, apoiado pelas políticas públicas específicas que trouxeram os pequenos negócios para o centro da agenda nacional. “A criação da nova figura jurídica do Empreendedor Individual contribuiu para a formalização desses empreendedores, que, por sua vez, passaram a ter acesso às linhas de crédito, oferecidas pelos bancos à pessoa jurídica”, afirma. “Acreditamos que a principal alavanca para fomentar o empreendedorismo no Brasil seja o crédito subsidiado pelo governo, que fornece a segurança neces-

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sária para o fortalecimento e crescimento das micro e pequenas empresas, para que possam atingir um grau de competitividade no mercado”, acrescenta. Octávio de Lazari Júnior,do Bradesco, lembra que o empreendedorismo ganhou forças e se popularizou a partir da década de 90 com a abertura da economia, que propiciou a criação de diversas entidades voltadas para o tema, que se soma ao envolvimento mais ativo do Sebrae. Para ele, o momento econômico favorável; o aumento do consumo e renda; o aumento da oferta de emprego e renda e a ascensão social de uma grande parte da população são alguns dos fatores que contribuem para o aumento do empreendedorismo no país. Outra iniciativa importante que favorece a intenção em empreender, segundo César Fischer, do Santander, é a confiança do empresário. Em linha com essa tendência, o Santander criou um índice específico chamado ICPM-N (Índice de Confiança do Pequeno e Médio Negócio). Esse índice, desenvolvido em parceria com o Insper, mede a confiança do empresário


César Fischer: “Há grande expectativa para o segundo semestre”

Foto: Jakub Krechowicz/Fotolia.com

de PME em uma escala de 0 a 100 pontos. “Trata-se de outra solução importante para o empresário avaliar a evolução da economia e a percepção de outros empresários como ele sobre diversos pontos da atividade econômica”, explica. Além de estudos do Sebrae, o Santander também utiliza dados internacionais e nacionais sobre empreendedorismo, tais como o relatório de maior referência no setor chamado (GEM - Global Entrepreneurship Monitor), pesquisa conduzida no Brasil há 11 anos. Trata-se de um relatório desenvolvido por dezenas de países, que busca comparar de forma científica as taxas e ambiente para criação de novos negócios nesses países. Nesse cenário o Brasil se destaca por dois pontos: possui a maior taxa de empreendedores em estágio inicial do mundo, com até 42 meses de vida – dentre todos os países do G20 –, com 17,5% da população economicamente ativa, o que representa cerca de 20 milhões de empreendedores em estágio inicial. Além disso, tem mais empreendedores por oportunidade do que por necessidade. Em função disso, segundo o Santander, o segmento tende a crescer nos próximos anos. “Dada a expansão das classes C e D e o crescimento econômico, haverá mais empreendedores que preferem montar seu negócio a trabalhar como empregados”, diz Fischer.

Aumenta o volume de contratações do microcrédito Além do aumento do crédito para a micro e pequena empresa, também cresceram as linhas destinadas ao microemprendedor. Somente nesse segmento, os financiamentos saltaram de R$ 771,1 milhões, em abril de 2010, para R$ 1,1 bilhão no mesmo mês deste ano, de acordo com dados do Banco Central. Esta modalidade de crédito é voltada para o pequeno empreendimento informal ou para uma pequena empresa com faturamento anual de até R$ 240 mil. E as taxas de juros variam de 0,7% a 4% ao mês. No mesmo período o número de contratações desse tipo também aumentou. Enquanto em abril de 2010 foram contratados R$ 193,8 milhões, em abril passado foram R$ 255,4 milhões, o correspondente a uma alta de 31,8%. O valor médio de cada contrato é de R$ 1.439,36, com prazo médio de sete meses. Além de facilitar o acesso ao crédito para pessoas que dificilmente teriam condições de conseguir um empréstimo bancário, o microcrédito tem outras duas características que o diferenciam do crédito tradicional. A primeira delas é a concessão assistida do dinheiro. Existe a figura do agente de crédito, que visita o local da atividade para fazer uma avaliação. O profissional também acompanhará a evolução do negócio. A outra característica é a garantia. O pequeno empreendedor pode oferecer a garantia por meio de um avalista/fiador ou até mesmo por meio de grupos, em que as pessoas se comprometem solidariamente a pagar a dívida. O programa Bolsa-Família também está contribuindo para o crescimento do empreendedorismo no Brasil, afirma Geddel Quadros Vieira Lima, vice-presidente de pessoa jurídica da Caixa Econômica Federal. Cerca de 1,2 milhão de famílias beneficiárias do programa, segundo o executivo, possuem componentes que podem ser considerados empreendedores. “Prova disso é que o índice de famílias com emprego é maior entre as beneficiadas pelo programa que entre as não beneficiadas”, afirma. Geddel lembra que, de acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a demanda de microcrédito tem crescido entre os que recebem a ajuda do Bolsa-Família, dado o aumento do cancelamento dos benefícios para pessoas que não se enquadram mais no perfil do programa. Julho de 2011

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CAPA

Fórum do BID debateu incentivos para o desenvolvimento das classes mais baixas da América Latina e do Caribe

Programa do BID oferece capacitação para PMEs no Brasil

Guilherme Piereck, consultor do BID: “Programa de capacitação de PMEs no Brasil vai contar com US$ 1 milhão”

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Empresa BRASIL

O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a Corporação Interamericana de Investimentos (CII), entidade coirmã do BID, se associaram ao Banco Itaú e ao Endeavor Brasil para um programa-piloto de capacitação de executivos de PMEs. A ideia é oferecer capacitação a pequenas e médias empresas brasileiras que estejam interessadas em desenvolver produtos e serviços de alta qualidade para a população mais carente do país – a chamada base da pirâmide. O programa de capacitação é baseado na metodologia “Bota pra Fazer” do Endeavor e vai contar com recurso de US$ 1 milhão a ser aplicado na capacitação de cem empresas no período de três anos. “Serão seis semestres, em que o primeiro deles será dedicado à organização e seleção da primeira turma”, explica Guilherme Piereck, consultor do Programa Oportunidades para a Maioria. “A cada semestre será formada uma nova turma de 20 empresas, ou seja, cinco semestres com 20 empresas cada um.” Dois critérios deverão nortear as empresas a serem selecionadas: o faturamento entre R$ 500 mil e R$ 10 milhões por ano, e a produção de itens para clientes da base da pirâmide.

A iniciativa do BID possibilitará aos participantes o aprendizado de diversos temas relacionados com a atividade do empreendedor, como a identificação de oportunidades de negócios; definição de metas financeiras; desenvolvimento de produtos; pesquisas de mercado; marketing; administração do fluxo de caixa e das necessidades financeiras e outros. As empresas participantes também terão acesso a três módulos de capacitação desenvolvidos pela CII dentro do programa FINPYME, destinados a melhorar a governança de PMEs familiares. Ao longo do programa, as PMEs terão acesso a uma variedade de materiais, entre eles, uma plataforma colaborativa online que lhes permitirá interagir virtualmente com os professores; participar de exercícios em grupo ou individuais; assistir a palestras de famosos empresários brasileiros; monitorar a evolução do programa; e receber atualizações e novidades do Endeavor, Banco Itaú, BID/CII e outros parceiros potenciais. Os participantes serão escolhidos por meio de pesquisa do Endeavor.


O mercado da base da pirâmide na América Latina ■ As pessoas que se encontram na base da pirâmide econômica têm renda abaixo de US$ 3.000 ao ano em poder de compra local, vivendo em relativa pobreza.

Na América Latina, o mercado para a base da pirâmide é estimado em US$ 509 bilhões anuais e inclui 360 milhões de pessoas, que representam 70% da população da região, mas apenas 28% da renda familiar total. ■

A maioria das pessoas na base da pirâmide tem acesso limitado a serviços básicos de saúde e financeiros, vive em moradias informais, tem pouco acesso a telecomunicações, serviços de água e saneamento básico e eletricidade. Geralmente paga um preço muito mais alto pelos serviços básicos do que pessoas mais ricas e não tem acesso a mercados para vender seu trabalho e produtos, tendo que depender de intermediários.

Investimentos do BID na base da pirâmide ■

O BID investe no desenvolvimento e promoção de modelos de negócios para a base da pirâmide na América Latina e Caribe por meio da Oportunidades para a Maioria (OMJ, na sigla em inglês), uma iniciativa criada há três anos. ■

Desde 2008, a OMJ já investiu US$ 160 milhões para apoiar 24 projetos voltados à base da pirâmide na região, em setores que vão de educação, saúde e moradia a desenvolvimento de microempresas e projetos para incorporar pequenos fazendeiros em cadeias de suprimento de empresas internacionais. ■

Atualmente, a OMJ tem projetos em nove países da região. Até 2015, espera-se que esses projetos beneficiem mais de 2,2 milhões de pessoas. ■ Em dezembro, a OMJ aprovou seu primeiro projeto para a base da pirâmide no Brasil. Foi autorizado um empréstimo de US$ 10 milhões para ajudar o grande distribuidor atacadista Tenda Atacado Ltda. a ampliar seu programa de crédito para microempresários de baixa renda no setor de serviços alimentícios no estado de São Paulo.

■ Em 2011, a iniciativa pretende financiar outros novos projetos no Brasil nas áreas de desenvolvimento empresarial, educação e serviços financeiros.

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CASE DE SUCESSO

Consultores da CACB visitaram a Rede Superama, que participa do Empreender Competitivo

Novo modelo de compras alavanca negócios As Centrais de Negócios, impulsionadas pelo Empreender, crescem no Paraná e registram resultados significativos; modelo de sucesso se espalha em várias regiões do estado

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timização dos negócios, fortalecimento do poder de compra, redução de custos, aumento de carteira de produtos, maior poder de negociação com fornecedores e desenvolvimento de ações de marketing. Essas são algumas das vantagens das Centrais de Negócios, organizações que ganharam corpo com o associativismo, a partir dos núcleos setoriais do Paraná. A estratégia tem sido utilizada cada vez mais por micro e pequenas empresas do segmento de supermercados para sobreviver e crescer em um ambiente cada vez mais competitivo. “O baixo poder de negociação do empresário da pequena empresa compromete a competitividade e a produtividade de seu negócio frente ao concorrente de maior porte. Para inverter essa situação desfavorável, a solução é aumentar o volume de cada compra. Assim podemos conseguir melhores preços e maiores prazos de pagamento”, explica Wilson Carlos Hubner,

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Empresa BRASIL

consultor da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná (Faciap). Cientes do poder da concorrência e com o know-how adquirido no Empreender, empresários de núcleos setoriais paranaenses começaram a se articular. Consultor do núcleo em Francisco Beltrão, Denilso Baldo, da rede Forte, explica que, no começo das atividades, não havia sequer caixa para pagar a sua assessoria. Hoje, com a expertise adquirida com o Empreender, aliada à integração e determinação dos empresários, a Forte é uma das que mais cresceram no Brasil, em termos de faturamento, tecnologia e estrutura. “Podemos dobrar de tamanho do ponto de vista faturamento e em números de associados. Temos como projeto a construção da sede própria. Somos práticos na busca por resultados”, expllica Baldo. Após seis anos do início de atividade – com a união dos núcleos do Empreender –, a Rede, do sudoeste paranaense, passou de 46 a 105 lojas associadas, em mais


de 67 cidades do Paraná e Santa Catarina. Em 2004, a Rede Forte registrou R$ 3 milhões de faturamento somente por meio da Central de Negócios. Com crescimento consistente, essa marca chegou a R$ 15 milhões em 2009 e mais R$ 20 milhões no ano passado. Ao todo, somando o faturamento direto, foram movimentados mais de 100 milhões em seis anos. O modelo de sucesso foi também replicado no oeste paranaense, em Vera Cruz, pela Rede Superama. Criada em 2004, a partir da união dos núcleos setoriais, a Superama conta com 16 empresas supermercadistas filiadas, em 12 municípios, e gera mais de 350 empregos. O faturamento médio por associado é de R$ 500 mil e o percentual de crescimento daqueles que ingressam na associação é entre 30% e 40%, podendo chegar a 80%. Para o gerente da rede Superama, Marcio Bilert, a participação no Empreender/Empreender Competitivo tem sido fundamental para o alcance dos resultados. “O programa nos ensina mais do que a técnica de gestão. As palestras fazem com que todos os associados sintam que realmente fazem parte do processo, não é um emprego”, afirmou. Segundo ele, essa nova visão por parte dos integrantes tem refletido até na rotatividade de funcionários, que reduziu sensivelmente nos últimos anos. A avaliação é confirmada por Marcelo Weçolovis, consultor da empresa. “Como não é uma rede que vem pronta, mas é construída pelos próprios associados, a participação no dia a dia da empresa é diferenciada. São os próprios empresários que gerenciam o negócio, o que facilita as relações com os funcionários”, afirmou. Já no norte paranaense, em Maringá, nasceu a rede Grande de Supermercados. Durante as reuniões periódicas dos núcleos, os empresários identificaram a oportunidade de crescer: uniram o conhecimento, adquirido nos núcleos de supermercados, à exigência do consumidor por bom preço e qualidade dos serviços prestados. Desde sua criação, o faturamento médio das empresas associadas cresceu 20%. Contabilizados quatro anos de atuação e o tempo de permanência no Empreender, a rede conta atualmente com 20 lojas, 150 funcionários e há previsão de expansão nos próximos meses. “A ampliação foi realizada com cautela, e a adesão das empresas interessadas foi feita conforme o regimento interno da rede”, explica Eraldo Pasquini, consultor da rede Grande e diretor da Ideia Assessoria Empresarial.

Denilso Baldo (D), consultor da rede Forte, junto com sua equipe: “Podemos dobrar de tamanho em faturamento”

Competitividade na prateleira: Uma das vantagens competitivas das Centrais de Compra é eliminação dos intermediários, comprando diretamente da indústria. A estratégia reduz o preço do produto ao consumidor e possibilita um fortalecimento da marca. Uma pesquisa da LatinPanel aponta que 70% dos consumidores ainda compram produtos de marca própria em razão do preço. Mas o quadro tem mudado: 16% creditam aos itens melhor qualidade.

Como funciona: A estruturação de uma Central de Negócios passa por um processo que tem na base o associativismo, a integração entre as empresas e o relacionamento de extrema confiança. Normalmente, são compostas por pelo menos 15 empresas, que se unem em uma associação, com personalidade jurídica própria, que fica responsável por todas as compras e a distribuição entre os associados. A central de negócios é um avanço da de central de compras, já que expande a atuação coletiva. Além de negociar a aquisição de produtos conjuntamente, a central de negócios possibilita o desenvolvimento de ação de marketing estruturada, padronização de marcas e processos, maior poder de negociação com linhas de crédito e uma maior possibilidade na participação de licitações, além de, naturalmente, uma ampliação na carteira de clientes e mercados. Julho de 2011

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ENSINO

Foto: Michal Popiel/Fotolia.com

Filiadas da Federasul utilizarão o sistema de ensino a distância para o acesso aos conteúdos

Federasul terá primeira Escola Empresarial da CACB Entidade lança projeto-piloto de capacitação de mão de obra em parceria com o IESDE Brasil

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tenta à necessidade de qualificar a mão de obra no país, a Confederação das Associações Comerciais e de Serviços do Brasil (CACB) lança o projeto-piloto da primeira Escola Empresarial na Federasul. Junto com o Iesde Brasil - Inteligência Educacional e Sistemas de Ensino, a Escola vai oferecer uma nova opção de ensino a distância para capacitação em diferentes áreas de formação profissional a um custo competitivo para viabilizar o acesso dos interessados. A ideia da CACB é capacitar mão de obra nos setores do comércio, serviços e indústria e estender o projeto para todo o país, utilizando a rede integrada pelas 27 federações associadas. A Escola Empresarial foi planejada sob medida para oferecer soluções educacionais por meio de cursos, com baixo preço, alta qualidade e adequados às necessidades regionais. As matrículas já estão abertas no site www.escolaempresarial.com.br, em que são oferecidos mais de 200 cursos de capacitação contemplando as áreas de negócios, jurídica, educação e idiomas. Tudo pode ser feito pela internet, desde a escolha do curso até o pagamento. O valor dos cursos é de R$ 99,00 e inclui o material, que será composto por um cartão SD (Secure Digital), em que o aluno poderá acessar o conteúdo em computadores, notebooks, tablets, smartphones, sem a necessidade de conectar a internet. Segundo o presidente da CACB e da Federasul, José

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Empresa BRASIL

Paulo Dornelles Cairoli, com a grande oferta de trabalho e a crescente demanda por mão de obra, as entidades assumiram a responsabilidade de oferecer subsídios de qualificação de recursos humanos. “Estamos oferecendo formação de qualidade a um custo muito baixo e com garantia de um retorno muito bom”, afirmou Cairoli. O Iesde Brasil, criado em 1999, é considerado um dos maiores produtores de conteúdo educacional e profissionalizante do país. A instituição dispõe de uma linha específica de cursos voltados para as necessidades das empresas e colaboradores do comércio, indústria e prestação de serviços. O novo produto da CACB, que inicia sua experiência pelo Rio Grande do Sul, será estendido às mais de 200 filiadas à Federasul que utilizarão o sistema de ensino a distância (EAD) para a formação de que necessitam. Entidades e pessoas físicas poderão ter acesso aos cursos, que são baseados em videoaulas, com os melhores profissionais do mercado, em casa ou onde desejarem, nos horários mais favoráveis. Os conteúdos das aulas incluem exemplos práticos. No curso de gestão empresarial, com 15 videoaulas, vários tipos de empresas e tamanhos são abordados para dar uma visão mais ampla dos conceitos de gestão para ocupar cargos importantes dentro de uma organização. Já no de gestão financeira, com 12 videoaulas, o aluno vai aprender a analisar investimentos, juros compostos, taxa de desconto, risco e retorno, entre outros itens.


JULHO/2011 – WWW.SEBRAE.COM.BR – 0800 570 0800

Programa Sebrae 2014

SEI

Sebrae realiza, nos meses de julho e agosto, encontros nas 12 cidades-sede da Copa do Mundo. Ideia é orientar micro e pequenas empresas sobre as oportunidades geradas pelo evento

Objetivo do novo programa do Sebrae para o Empreendedor Individual, formado por sete soluções educacionais, é capacitar os mais de 1 milhão de EI formalizados

Foto: André Telles

INFORME DO SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS


/ / S eb r ae 2 01 4/ /

CICLO DE SEMINÁRIOS PASSA PELAS 12 CIDADESSEDE DA COPA 2014

Foto: Bernardo Rebello

Encontros promovidos pelo Sebrae buscam motivar e orientar as MPE na preparação planejada para o evento

Sebrae e Ministério do Esporte assinam convênio de cooperação técnica

NO SEMINÁRIO EM BRASÍLIA, SEBRAE E MINISTÉRIO DO ESPORTE FIRMARAM ACORDO PARA IDENTIFICAR NOVAS OPORTUNIDADES DO MUNDIAL 2014

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e olho nas oportunidades de negócios e de crescimento para as micro e pequenas empresas (MPE) geradas pela Copa do Mundo de 2014, o Sebrae está realizando nos meses de julho e agosto deste ano encontros nas 12 cidades-sede do Mundial. O ciclo integra o Programa Sebrae 2014 e tem como objetivo motivar e orientar os pequenos negócios na preparação planejada para as chances geradas pelo evento. A participação dos empresários no “Encontro Sebrae de Negócios – Oportunidades para 2014”, como o ciclo é chamado, é gratuita. Mais informações podem ser obtidas pelo 0800 570 0800. Em agosto, os seminários acontecem nas cidades de Belo Horizonte, São Paulo, Salvador, Fortaleza, Porto Alegre, Curitiba e Manaus. Em julho, o circuito incluiu as cidades do Rio de Janeiro, Brasília, Cuiabá, Natal e Recife. Os encontros têm como base as informações do Mapeamento de Oportunidades para as Micro e Pequenas Empresas, elaborado pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV). O levantamento

indicou que, em todo o país, serão criadas mais de 900 oportunidades de negócio nos nove setores prioritários pesquisados – confecções, tecnologia da informação, construção civil, turismo, artesanato, cultura, agronegócio, comércio e serviços, além de madeira e móveis. “O primeiro passo foi identificar quase mil oportunidades de negócios. Agora, o Sebrae vai capacitar as pequenas empresas para que estejam preparadas para atender à demanda de serviços e produtos. E, ao mesmo tempo, estamos trabalhando fortemente na articulação entre as pequenas e grandes empresas, associações setoriais e órgãos do governo. Esse encadeamento produtivo é fundamental para a realização de negócios e para o desenvolvimento das micro e pequenas empresas, que é o que esperamos como legado da Copa do Mundo“, afirma o presidente do Sebrae, Luiz Barretto. Com exceção do encontro do Rio de Janeiro, que apresentou formato mais compacto, os demais incluem dois momentos: o institucional e o de painéis de oportunidades.


Foto: Bernardo Rebello

No Encontro Sebrae de Negócios, empresários participam de painéis para conhecer mapeamento de oportunidades

Os 12 ciclos compõem uma etapa do Programa Sebrae 2014, que se desdobrará em rodadas de negócios. São também uma oportunidade para as MPE definirem uma agenda competitiva, observando requisitos de alto padrão de qualidade exigidos. Além de estimular a realização de bons negócios, o Programa aproveita o impulso do evento esportivo – que deve movimentar a economia do país em R$ 180 milhões entre 2010 e 2014 – para trabalhar o desenvolvimento das MPE. Atualmente, 99% das empresas brasileiras são de micro e pequeno portes. O Sebrae 2014 terá investimentos de R$ 79,3 milhões até 2013, recurso que será aplicado em consultorias, inovação e acesso a mercados para as MPE, entre outras ações.

//Cooperação técnica No encontro realizado em Brasília (DF), em 7 de julho, Sebrae e Ministério do Esporte firmaram um acordo de cooperação técnica para identificar novas oportunidades a serem geradas pela Copa do Mundo de 2014 para os micro e pequenos negócios brasileiros. O convênio tem vigência de quatro anos e aproximará o Sebrae e as Câmaras Temáticas Nacionais, que integram o Sistema de Governança da Copa do Mundo Fifa 2014. O objetivo do acordo é elevar a participação dos micro e pequenos negócios na economia. Hoje eles respondem por cerca de 20% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. “Vamos ter a criação de novas empresas e o fortalecimento das atuais. A Copa deve gerar 700 mil empregos diretos, e es-

peramos que 60% desses sejam nas micro e pequenas empresas. Temos que ter um legado, e é importante que o Brasil realize, não só dentro do campo, mas também fora, a melhor Copa do Mundo”, destacou Barretto. A difusão de experiências bem-sucedidas também está prevista no acordo. “Esse acordo vai repercutir a experiência do Sebrae na dinâmica da Copa. Com essa parceria, teremos o apoio do Sebrae para identificar as oportunidades que podem ser aproveitadas por micro e pequenas empresas”, frisou Orlando Silva, ministro do Esporte, durante o encontro. Para acompanhar novidades da Copa e das ações do Sebrae para o evento, acesse: http://www.sebrae.com.br/setor/turismo/ o-setor/copa-2014. E

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/ / E m p r eendedo rismo / /

PAÍS COMEMORA DOIS ANOS DO EI Mais de 1,2 milhão de profissionais se formalizou desde que a lei entrou em vigor

Foto: Fabio Chieppe

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O empresário Eraldo Ramos prevê crescimento do seu negócio na Cidade de Deus

4 EMPREENDER // SEBRAE

Empreendedor Individual (EI) completou dois anos no dia 1º de julho com mais de 1,2 milhão de empreendedores formalizados, e a perspectiva é de chegar a 1,5 milhão até o fim de 2011. A meta pode ser alcançada ainda em outubro, conforme previsão do Comitê Gestor do Simples Nacional. Nesses dois anos, o EI conquistou avanços como redução de tributos e de burocracia. No campo fiscal, o maior ganho foi a redução da alíquota recolhida para a Previdência Social de 11% para 5%, o que diminuiu o valor mensal pago pelos EI de R$ 59,95 para R$ 27,25, conforme estabelece a Medida Provisória 529, de abril de 2011. Além desse valor, o Empreendedor Individual paga R$ 1 de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS), se atuar na área de indústria ou comércio, ou R$ 5, se for do setor de serviço. Tudo é recolhido numa única taxa mensal. Entre os avanços na desburocratização, está a dispensa da Declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte (Dirf) quando a única causa da obrigação for o pagamento de comissões para administradoras de cartão de crédito. Quem não tem empregado também é isento da Declaração Anual de Informações Sociais (Rais) Negativa. Nas licitações do governo federal, o EI não precisa apresentar balanço.

Podem se formalizar como Empreendedor Individual profissionais por conta própria com receita bruta anual de até R$ 36 mil e que tenham no máximo um empregado. No total, 467 categorias profissionais são beneficiadas. A lista completa pode ser acessada pelo Portal do Empreendedor (www.portaldoempreendedor.gov.br). //Empreendedorismo Nos primeiros seis meses deste ano, o empresário Eraldo Ramos percebeu que o negócio estava crescendo e, por isso, dificilmente conseguiria se manter como EI, que prevê faturamento de até R$ 36 mil por ano. A percepção dele se confirmou com as festas juninas: as vendas da loja Curva do Biscoito, que reúne mais de 80 artigos entre biscoitos, doces e refrigerantes, ultrapassaram as expectativas mais promissoras. “A melhor coisa que fiz foi legalizar o negócio. Como microempresa, o capital de giro vai permitir um volume maior de compras de vários fornecedores. O crédito no banco também vai aumentar e posso precisar para abrir uma filial”, planeja o empresário, que se mudou para a Cidade de Deus, no Rio de Janeiro, um ano depois da instalação da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), em fevereiro de 2009. E Mais informações: www.portaldoempreendedor.gov.br


/ / Pr o d u to s Seb ra e / /

SEBRAE LANÇA CAPACITAÇÃO PARA EMPREENDEDORES INDIVIDUAIS Programa lançado pela instituição aborda as áreas de finanças, vendas, gestão, empreendedorismo, compras, planejamento e cooperação Foto: Bernardo Rebello

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om o objetivo de capacitar os mais de 1 milhão de empreendedores individuais já formalizados em todo o país, o Sebrae lançou no dia 30 de junho o Sebrae para Empreendedor Individual – SEI, programa de capacitação baseado em sete soluções educacionais. O programa está alinhado à estratégia da instituição de oferecer produtos diferenciados para cada público empresarial, como destacou o presidente do Sebrae, Luiz Barretto, durante o evento de lançamento, em Ceilândia (DF). “Aprendemos que, para cada público, temos de ter produtos específicos e um tipo de abordagem diferenciada. O Empreendedor Individual tem de ser atendido onde ele está, e vamos fazer uma procura ativa desse profissional, que não tem tempo para fazer um curso fora”, disse Barretto. Na cerimônia, o primeiro Empreendedor Individual formalizado no país, o vendedor de bijuterias brasiliense Adalberto Oliveira dos Santos, recebeu um pedaço de bolo em comemoração ao aniversário de dois anos da Lei Complementar 128/08, que entrou em vigor em 1º de julho de 2009. A participação do Sebrae na formalização desses profissionais foi muito importante, como destacou o presidente do Conselho Deliberativo Nacional do Sebrae, Roberto Simões. “O conselho está

Programa foi elaborado para atender às necessidades específicas dos empreendedores individuais

todo engajado nessa tarefa. O Sebrae é uma entidade que cumpre o seu papel, que está preparada, que traz soluções, e é isso que nos engrandece”, disse, durante o lançamento do SEI. A expectativa é ter, até o fim do ano, 1,5 milhão de trabalhadores por conta própria formalizados, como destacou o diretor-técnico do Sebrae, Carlos Alberto dos Santos. “Nunca antes neste país houve tanta formalização em tão curto espaço de tempo. É uma iniciativa inédita no Brasil, que está na vanguarda no processo de inclusão produtiva”, disse o diretor.

O programa SEI é composto de sete linhas de produtos: SEI Vender, SEI Comprar, SEI Controlar meu dinheiro, SEI Planejar, SEI Administrar, SEI Empreender e SEI Unir forças para melhorar. Os conteúdos são oferecidos em formato de oficinas, cartilhas, mensagens por celular e kits educativos. Os temas abordarão as áreas de finanças, vendas, gestão, empreendedorismo, compras, planejamento e cooperação. E Mais informações: www.agenciasebrae.com.br 0800 570 0800

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/ / G es t ã o Pú b l ic a / /

PREFEITO EMPREENDEDOR RECONHECE BOAS PRÁTICAS As inscrições para a 7ª edição do prêmio são gratuitas e podem ser feitas pela internet Foto: Bernardo Rebello

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7ª edição do Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor segue com inscrições abertas pelo site http:// www.prefeitoempreendedor.sebrae.com.br/. Lançada durante a XIV Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios (a Marcha dos Prefeitos), a premiação reconhece a capacidade administrativa dos gestores que elaboraram os melhores projetos e implantaram ações em favor do desenvolvimento de micro e pequenas empresas em seus municípios. A expectativa é de que 1,3 mil prefeitos se inscrevam nesta edição. “O prêmio pretende identificar boas práticas no apoio à micro e pequena empresa, valorizá-las e divulgá-las”, disse o gerente de Políticas Públicas do Sebrae, Bruno Quick. “As boas práticas têm que ser reconhecidas, estimuladas e duplicadas”, completou o presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski. Os vencedores da 7ª edição serão conhecidos na Marcha dos Prefeitos de 2012. A inscrição é gratuita e pode ser feita apenas por meio eletrônico. No site http:// www.prefeitoempreendedor.sebrae.com.br/, o interessado deve preencher um formulário de inscrição, imprimi-lo, assiná-lo e enviá-lo à unidade do Sebrae mais próxima em envelope lacrado, com duas declarações de empreendedores beneficiados. O prefei-

A 7ª edição do Prêmio foi lançada durante a XIV Marcha dos Prefeitos, em Brasília

to ou administrador pode ainda enviar fotos do projeto inscrito e material ilustrativo. //Nova categoria A premiação se divide em duas etapas: estadual e nacional. Serão concedidos cinco prêmios na categoria Melhor Projeto Nacional, um por região, e sete prêmios nacionais temáticos, escolhidos a partir dos projetos vencedores em cada categoria na etapa estadual. Os temas são: Compras Públicas dos Pequenos Negócios Locais, Formalização de Pequenos Negócios e Apoio ao Empreendedor Individual, Lei Geral Municipal, Médios e Grandes Municípios, Crédito e Capitalização, Planejamento e Gestão Pública para o Desenvolvimento Sustentável e Promoção

do Desenvolvimento Rural. Esta última categoria foi criada neste ano para premiar iniciativas que dão apoio ao empreendedorismo na área rural. A premiação teve início em 2001 para reconhecer o trabalho de prefeitos de todos os municípios brasileiros e dos administradores regionais do Distrito Federal e de Fernando de Noronha. Nesses dez anos, 342 prefeitos venceram as etapas estaduais e 44 gestores ganharam a nacional. No período, 2.998 líderes municipais se inscreveram na premiação. E Serviço: Textos: Agência Sebrae de Notícias Mais informações: www.prefeitoempreendedor.sebrae.com.br

Empreender Informe do Sebrae. Presidente do Conselho Deliberativo Nacional: Roberto Simões. Diretor-Presidente: 6 EMPREENDER // SEBRAE

Luiz Barretto. Diretor-Técnico: Carlos Alberto dos Santos. Diretor de Administração e Finanças: José Claudio dos Santos. Gerente de Marketing e Comunicação: Cândida Bittencourt. Edição: Tatiana Sá, Antônio Viegas. Endereço: SGAS 605, Conjunto A, Asa Sul, Brasília/DF, CEP: 70.200-645 - Fone: (61) 3348-7570 - Para falar com o Sebrae: 0800 570 0800 Na internet: sebrae.com.br // twitter.com/sebrae // facebook.com/sebrae // youtube.com/tvsebrae


TRABALHO

“A inovação é condição básica para competir no mundo globalizado” Para o presidente da Protec, as mudanças de padrões de consumo e de exigência são tão aceleradas que é preciso estar sempre à frente

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inovação tecnológica não é moda, é a condição necessária para quem deseja competir num mundo globalizado, afirma o presidente da Sociedade Brasileira Pró-Inovação Tecnológica (Protec), Roberto Nicolsky, em entrevista a Empresa Brasil. Fundada em 2002, a Protec vem propondo e debatendo políticas públicas voltadas para aperfeiçoar os mecanismos de incentivo e aumentar a competitividade do produto brasileiro no comércio internacional. Segundo Nicolsky, que nos últimos 12 anos tem desenvolvido atividades a favor de políticas públicas de fomento ao desenvolvimento de tecnologia, o incentivo à inovação é uma obrigação do Estado, que precisa crescer para oferecer emprego e renda a sua população. A seguir, os principais trechos de sua entrevista:

Empresa Brasil: De que forma se pode sintetizar o conceito de inovação? Nicolsky: Inovação tecnológica é qualquer melhoria no produto ou no seu processo de fabricação aceita no mercado pelos usuários ou consumidores. É o fundamento de qualquer política competitiva consistente e sustentável. Inovações de design, de marketing e de embalagem não são duradouras quando não estão ancoradas pela melhoria do produto ou da produtividade de sua fabricação. O que justifica a necessidade da inovação empresarial? É uma obrigação ou é uma moda? A inovação tecnológica é de interesse da empresa, naturalmente, mas muito mais de interesse da sociedade. Por essa razão, o seu desenvolvimento nos países emergentes sempre aconteceu por meio de políticas públicas de fomento e de estímulo às indústrias. Não ocorre espontaneamente nem acontece por iniciativas isoladas de empresas. É completamente indispensável à ação de uma política pública. É, portanto, uma obrigação do Estado que

Nicolsky: “Inovação é o fundamento de qualquer política competitiva consistente e sustentável” queira crescer para oferecer emprego e renda a sua população. E não é moda porque é a condição de competição no cenário de um mundo globalizado que não mais disputa mercados por intermédio da guerra. Existe uma diferença entre o que se pratica no Brasil e o que se pratica em países com o mesmo nível de desenvolvimento? Desconsiderando as diferenças de estilo e cultura, o que há de diferente é que as nossas empresas não dispõem de um ambiente eficazmente favorável ao Julho de 2011

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“A razão do caráter defensivo das nossas inovações deriva do fato de que as nossas empresas não têm o apoio de políticas públicas eficazes”

desenvolvimento de inovações tecnológicas. Por causa disso, as empresas brasileiras inovam apenas de forma defensiva, com as exceções de casos isolados, enquanto que as economias emergentes inovam ofensivamente, competitivamente, como é o caso de Coreia, Taiwan, China, Índia e outras. A razão do caráter defensivo das nossas inovações decorre do simples fato de que a nossa empresa não tem o apoio de políticas públicas eficazes e o seu ambiente macroeconômico é desestimulador de investimentos em geral e os de risco – como o é a inovação tecnológica – especialmente. Temos alta carga tributária, juros elevadíssimos e câmbio muito valorizado. Com esse cenário, a empresa tende mais a importar a inovação competitiva e integrá-la no produto – procedimento que se torna mais rápido, barato e de menos risco –, em vez de investir no seu desenvolvimento e, com isso, dominar a tecnologia.

Luiz Barretto destaca parceria com o CNPq

Foto: Sebastião Pedra

Qual a sua avaliação sobre a percepção dos micro e pequenos empresários do Brasil em

relação ao tema da inovação? Há microempresários inovadores? Os micro e pequenos empresários sabem muito bem que a inovação é essencial ao seu crescimento robusto, pois em geral iniciaram a sua empresa a partir de alguma inovação, mas são os mais vulneráveis ao risco do investimento em mais inovações e, por isso, frequentemente defensivos. No entanto, há alguns casos isolados de integração da inovação tecnológica em que deixam rapidamente de ser pequenos, e muito menos micro. Como o senhor vê a difusão desse tema no Brasil? Ele é compreendido pela iniciativa privada em geral? É uma falácia o decantado desconhecimento das empresas sobre inovação. Toda indústria tem a inovação em seu DNA e não existe aquela que nunca inovou. O que nos impede de ter uma economia que compita pela inovação é o seu caráter defensivo, ou seja, identificado como uma baixa taxa de agregação. Isso não a torna ofensiva na competitividade, mas apenas defende, na medida do que lhe for possível, a sua parcela de mercado frente aos competidores externos. As nossas agências públicas e até mesmo as entidades empresariais cometem o equívoco de pensar que é só uma questão de conhecimento, e investem esforços e recursos em divulgação a respeito. Falta-lhes a percepção de que a empresa não investe em inovação não porque não sabe ou não quer, mas porque isso é um risco tecnológico, procedimento não recomendável numa gestão segura quando o ambiente é quase hostil: juros estratosféricos, real supervalorizado e tributos escorchantes.

Programa nacional do Sebrae terá R$ 780 milhões O Sebrae garantiu investimentos de R$ 780 milhões nos próximos três anos, por meio do Sebraetec, programa nacional que oferece às micro e pequenas empresas um conjunto de soluções para impulsionar a inovação em seus negócios. “Vamos alcançar 10% desse universo de micro e pequenas empresas com o apoio da parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)”, informou o presidente do Sebrae, Luiz Barretto, durante a 11ª Conferência Anpei de Inovação e Tecnologia, no dia 21 de junho, no Centro de Convenções de Fortaleza.

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Há políticas públicas de incentivo à inovação? Com a atividade da Protec apoiada pelas 25 entidades industriais suas associadas foram aprovadas, nos últimos nove anos, as seguintes leis de fomento e estímulo às inovações tecnológicas: 1) Lei da inovação (nº 10.973/2004), que em seu artigo 19 cria a subvenção econômica, que torna possível o Estado, por meio da agência Finep, compartilhar o risco com uma empresa que tenha o seu projeto de inovação aprovado; 2) Lei do bem (nº 11.196/2005), que concede incentivos fiscais no Imposto de Renda a empresas que investiram no desenvolvimento tecnológico; 3) Lei do poder de compras (nº 12.349/2010), que dá preferência até o limite de 25% nas compras do poder público a produtos produzidos cujo desenvolvimento tecnológico tenha sido realizado no país. A nova batalha dessa luta é a correta e constante aplicação dessas leis para o efetivo fomento à inovação tecnológica gerada.

“Como a inovação depende do investimento, é claro que a sua eficácia fica seriamente comprometida com os altos tributos e, por vezes, até inviabilizada”

Qual a maior dificuldade? A grande dificuldade para que o atual marco legal de políticas públicas seja operante é a cultura dos

nossos órgãos públicos e suas agências, que antes das leis de fomento criaram várias leis de fundos setoriais e Cide que tomaram recursos dos segmentos do setor produtivo para o propósito de investi-los no desenvolvimento tecnológico, mas ainda não os devolveram integralmente. Assim, o balanço entre os recursos tomados pelo governo e os transferidos como subvenção e incentivos é ainda negativo, isto é, o governo toma um líquido de cerca de R$ 1,2 bilhão. E depois está sempre querendo transferir para esse mesmo setor produtivo a responsabilidade de arriscar-se sozinho no desempenho de uma função de Estado que, definitivamente, não lhe cabe. Em realidade, o Brasil é o único país no mundo em que o setor produtivo tem que dar uma contribuição compulsória para a pesquisa acadêmica, que é outra função de Estado em todos os países. Vale a pena investir em inovação em um país com carga tributária tão elevada? O imposto não come o esforço? É uma pergunta pertinente, pois a carga tributária elevada vem a ser um dos componentes principais do ambiente hostil para o investimento de risco das inovações. Como esse investimento destina-se a dar competitividade aos produtos nacionais, é claro que sua eficácia fica seriamente comprometida com os altos tributos e, por vezes, até inviabilizada. Vai depender de haver um ousado e efetivo compartilhamento de risco por meio da subvenção para contrabalançar os tributos, então poderá ser possível inovar para competir.

Manual de Oslo é a principal fonte internacional de consulta Principal fonte internacional de diretrizes para coleta e uso de dados sobre o tema, o Manual de Oslo elaborado pela Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômico (OCDE), em conjunto com a Comissão Europeia, considera quatro tipos principais de inovação: a de produto – sejam produtos novos ou substancialmente melhorados; de processo – com processos novos ou substancialmente melhorados; a comercial – com novas formas de relacionamento com o cliente, novas formas de apresentação do produto,

novas formas de criação de valor com o produto de que se dispõe; e a organizacional – com novas formas de organização da atividade das empresas, como é o caso da utilização de sistemas “just in time” na indústria automobilística. Outras perspectivas de inovação, consideradas pelo mercado, são: a das empresas que têm uma atitude em relação às mudanças e procuram antecipá-las; a criação de marca; de aperfeiçoamento gradual; de serviço; de design e de embalagem. Julho de 2011

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NEGÓCIOS

Investimentos em outlets avançam em todo o mundo

A nova onda dos outlets Estimulados pelo crescimento do comércio, investidores resgatam o chamado shopping de liquidação que leva grifes internacionais a populações fora das metrópoles, mas em localizações estratégicas

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pesar das medidas de combate à inflação adotadas até agora pelo governo, o consumo privado permanece em expansão. Inspirado nessa tendência, um número cada vez maior de investidores no Brasil vem optando por um segmento de grande popularidade nos Estados Unidos, mas ainda incipiente no Brasil. São os outlets, que reduzem os custos entre 30% e 40% em comparação ao shopping tradicional para os empreendedores, e em até 70% em despesas de condomínio para os lojistas. Primeiro a resgatar o modelo outlet de luxo, com o Premium Itupeva (SP), que trouxe grifes como Diesel, Giorgio Armani e Ermenegildo Zegna a preços acessíveis, a General Shopping Brasil deverá inaugurar um novo projeto em março de 2012. Trata-se do outlet Premium Brasília, planejado para uma área localizada na BR-060, em Alexania, município satélite da capital federal, a 50 minutos do Plano Piloto, a uma hora de Goiânia e a 50 minutos de Anápolis. O valor a ser investido ainda não foi fechado porque a empresa ainda está em fase final de orçamento.

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“Vamos levar aos moradores do Centro-Oeste e demais regiões próximas o conceito dos outlets internacionais. Os consumidores dessa região aspiram por produtos de marcas famosas com preços mais acessíveis”, informa o diretor de marketing e de varejo da empresa, Alexandre Dias. O sucesso com o primeiro outlet em São Paulo estimulou outro grupo empresarial a investir no mercado. O mesmo conceito de shopping será erguido ainda no primeiro semestre de 2012, no quilômetro 46 da rodovia Castelo Branco, entre a região de Alphaville e Sorocaba. A expectativa é de que sejam gerados 750 empregos. Em sua primeira fase, o São Paulo Prime Outlets abrigará 130 lojas de marcas nacionais e internacionais. Segundo o diretor de locação da Jones Lang LaSalle, André Costa, no eixo daquela rodovia o fluxo é de 21 milhões de veículos por ano, o que reflete o grande potencial do projeto. Ainda na fase de comercialização, o empreendimento já recebeu a sinalização de grifes importantes para a reserva de espaços de lojas. “No mesmo dia em que enviamos


Desafio “O consumidor pode contar com marcas desejadas que vendem seus produtos com descontos atraentes o ano inteiro”, enfatiza. E esse é o grande desafio. Os descontos devem ser de, no mínimo, 30% em relação aos preços regulares do mercado, mas podem ser bem maiores. E, com frequência, são mesmo. “É claro que quem viaja com frequência para os Estados Unidos pode ter uma visão diferente, mas lembre-se de que no Brasil temos mais impostos e taxas”, critica André Costa. De acordo com o diretor de Locação da Jones Lang LaSalle, estima-se um público inicial no São Paulo Prime Outlets de 3,6 milhões no primeiro ano, mas esse índice deve se ampliar nos anos seguintes. Conforme Costa, o outlet é um shopping de destino, para onde o consumidor programa a sua ida. “Esse é o tipo de público que não vem ao outlet para passear, mas para comprar. O ticket médio de cada consumidor é mais alto que o normalmente praticado num shopping convencional”, compara.

Foto: Arquivo Jones Lang LaSalle

as propostas já obtivemos retorno. A aceitação dos lojistas está sendo excelente”, comemora Costa. O outlet é resultado de uma parceria entre três empresas: a consultoria imobiliária Jones Lang LaSalle, a GC2000 e a SuccesPar Real Estate. O investimento será de R$ 130 milhões, com retorno previsto para 36 meses. “Um outlet tem uma capacidade de retorno muito grande, na medida em que a sua obra é mais rápida e menos custosa”, atesta André Costa. “O uso da luz natural, o reuso das águas pluviais, entre outras ações, conferem vantagens importantes. São boas para os lojistas, para os empreendedores e, principalmente, para os consumidores, os beneficiados finais de todo esse processo”, completa. Além disso, de acordo com o executivo, quando os lojistas utilizam o outlet como um canal regular para venda dos seus saldos, eles podem manter a operação regular nos shoppings tradicionais, com coleções sempre novas e preços competitivos. “Promover uma liquidação numa loja cujo custo de ocupação pode ser 300% maior que do outlet não é nada interessante para o lojista”, pondera. Atualmente, a Jones Lang LaSalle desenvolve pelo menos mais três projetos de outlets em regiões mapeadas e definidas, e trabalha na formatação dos empreendimentos e na busca de parcerias com desenvolvedores regionais.

André Costa: “O consumidor pode contar com marcas desejadas com descontos atraentes o ano inteiro”

Um tendência irreversível Que tal comprar grifes nacionais e internacionais, de coleções passadas, em perfeito estado e com descontos de até 80%? Sem dúvida, essa é uma boa pedida para qualquer consumidor. E foi com esse argumento que foi lançado em 2009 o primeiro outlet multimarcas da América do Sul no país, o Outlet Premium São Paulo, que hoje recebe uma média de 5 milhões de pessoas por ano. Conforme especialistas do setor, os lojistas ainda estão aprendendo com essa nova prática e estão fazendo ajustes, mas a tendência é irreversível. A prova disso são cinco novos outlets que serão abertos até 2013. Os outlets são construídos fora das metrópoles, porém em localização estratégica, que leva em conta a proximidade das principais cidades e de centros urbanos no entorno e a facilidade de acesso. Além disso, os centros de compras ao ar livre têm um custo de desenvolvimento cerca de 40% menor do que um shopping tradicional. Os padrões construtivos também são muito racionais e proporcionam menores custos de ocupação e de manutenção. Desde o lançamento do primeiro outlet center inaugurado no mundo, em Reading, na Pensilvânia (EUA), em 1970, o mercado tem crescido de forma bastante acentuada. Atualmente, nos Estados Unidos existem 312 operações, e em todo o mundo esse número ultrapassa 400 outlets, com mais de 20 mil lojas.

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DESTAQUE CACB Foto: Imprensa Facisc

Representantes das entidades de melhor pontuação no Programa Facisc de Excelência

Facisc: excelência e associativismo em quatro décadas de história A entidade que representa a classe empresarial catarinense é também o berço do Empreender

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luta pela redução da carga tributária, dos juros e dos gastos públicos, a promoção da melhoria da infraestrutura e competitividade das empresas catarinenses, aliadas à promoção do associativismo, são apenas alguns dos pilares que a Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc) vem sustentando ao longo de sua história. Ao completar 40 anos no dia 26 de junho de 2011, a entidade, presente em 220 dos 293 municípios de Santa Catarina, reforça o seu comprometimento com a luta pelos interesses da classe empresarial e, consequentemente, o desenvolvimento socioeconômico do estado. A capilaridade e ações desenvolvidas pela Facisc fazem com que a entidade seja nacionalmente reconhecida por sua excelência no sentido de alcançar resultados positivos para as empresas associadas, crescimento profissional para empresários e colaboradores das empresas e autossustentabilidade para suas filiadas. Na base desse know-how de excelência, um tripé composto pelo fortalecimento do associativismo, o comprometimento dos voluntários (entre eles, diretores) e um corpo técnico qualificado, formado por 37 colaboradores nos mais diversos setores: marketing, responsabilidade social, assessoria jurídica, imprensa e outros.

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O fortalecimento do sistema Para reforçar o associativismo da porta para dentro, a Federação desenvolve uma série de projetos, como, por exemplo, o Programa Facisc de Excelência na Gestão de Associações Empresariais. A iniciativa, inédita no movimento associativista do país, é fruto de uma parceria com o Movimento Catarinense para a Excelência (MCE). Na sua primeira edição, contou com a inscrição de 92 associações filiadas. Destas, 21 foram selecionadas e, durante quatro meses, receberam capacitação e acompanhamento para que pudessem realizar melhorias em suas gestões. No final do programa, realizaram uma autovaliação. Em julho, a Facisc e o MCE destacaram as associações que obtiveram a melhor pontuação na avaliação do Programa, em três categorias: pequeno, médio e grande portes. As associações de Fraiburgo, São Bento do Sul e Jaraguá do Sul, respectivamente, foram as vencedoras. A segunda edição do programa deve ser lançada até o final de agosto. Sempre com foco na excelência da gestão, a Federação criou, também no ano passado, o seu escritório de projetos. A ideia nasceu no planejamento da gestão 2009-2011. A iniciativa deve ser ampliada para as associações filiadas ao Sistema, como no caso da Associação Empresarial de São Bento do Sul (Acisbs), que desenvolve um projeto-piloto.


O berço do Empreender Um dos programas de maior sucesso no Brasil voltado para o desenvolvimento das micro e pequenas empresas, o Empreender, nasceu, há 20 anos, em Santa Catarina e continua sendo um dos carros-chefe da Federação. O Sebrae/SC, parceiro no desenvolvimento do programa, é lembrado pelo presidente da Facisc, Alaor Tissot, como fundamental para os resultados alcançados. Para o vice-presidente do Empreender, Luiz Carlos Furtado Neves, que também é vice-presidente da CACB, o Empreender é o associativismo na prática. “Conseguimos encontrar uma fórmula que estimula a competitividade das micro e pequenas empresas. Aquelas que fazem parte dos núcleos setoriais fazem a diferença no competitivo mercado global em que atuamos”, afirmou. Além dos núcleos na esfera regional, o Programa estimula a criação de Núcleos Estaduais nos mais diversos setores, como Automecânicas, Comércio Exterior e Confecções, além dos temáticos, como o Conselho Estadual de Jovens Empreendedores de SC (Cejesc) e o Conselho Estadual da Mulher Empresária (Ceme), entre outras ações regionais. Competitividade premiada O sucesso do Empreender foi reconhecido nacionalmente pelo MPE – Brasil - prêmio de Competitividade para Micro e Pequenas Empresas –, uma iniciativa do Movimento Brasil Competitivo (MBC), Sebrae, Gerdau e Fundação Nacional da Qualidade. Das nove grandes vitoriosas da edição 2010 (do MPE Brasil), duas são ligadas ao Empreender: a Paintech e a Uninfo, que ganharam nas categorias tecnologia de informação e indústria, respectivamente. Entre os elementos de sucesso que compõem o Empreender estão o programa de capacitação permanente dos consultores e coordenadores dos núcleos setoriais e a atuação de um Comitê Gestor, que conta com 12 consultores regionais. A equipe trabalha visando metas que envolvem a capacitação, as soluções empresariais da Facisc, o planejamento de associações empresariais e de núcleos, a participação em encontros, prêmios estaduais e atividades institucionais. Soluções empresariais Desde 2003, a Facisc oferece uma gama de soluções

empresariais para empresas e entidades. Entre as diversas opções que compõem o leque da Facisc para atender o empresariado está a rede de cartões Útil Card. Criada pela Federação, a rede nasceu com a ideia de um cartão de gestão de benefícios. Atualmente, a Facisc oferece também o Útil Alimentação e o Útil Refeição. Em junho, foi registrada uma movimentação de cerca de 10 milhões de reais nos cartões, com quase 155 mil usuários. Entre outras soluções que a Federação oferece estão Serasa, Certificado de Origem, plano odontológico Uniodonto, Printe – Programa de Proteção Intelectual e registro de marcas e patentes, e certificação digital. A entidade disponibiliza também um Sistema Integrado de Gestão para Associações Empresariais (Sigaem), um software desenvolvido em 2003, criado para gestão das entidades. Atualmente, cerca de 150 entidades de classe utilizam a ferramenta em todo o país, sendo cem somente em Santa Catarina

O presidente da Facisc, Alaor Tissot (D), entrega troféu ao ex-presidente Ody Varella

Outros programas: Sustentabilidade Ambiental: Criado em 2010, desenvolve ações como o Projeto Meio Ambiente e Setor Empresarial, voltado para conscientização das leis ambientais, e certificação de empresas com o Selo Ambiental Facisc e do Programa de Redução de Emissões de Gases de Efeito Estufa (GEEs).O projeto contempla o Balanço Social da entidade. Voz única e Deputadômetro: A primeira iniciativa é resultado de uma mobilização estadual iniciada nas eleições de 2010, e que resultou numa cartilha completa com um raio-x socioeconômico de Santa Catarina. O segundo projeto é voltado para o poder legislativo. Por meio de um site e de critérios predefinidos, a Facisc divulga um ranking sobre o trabalho dos deputados na Assembleia Legislativa.

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DESTAQUE FEDERAÇÕES

Marcos Alberto Luiz Campos tomou posse da Facieg

Novo presidente da Facieg defende maior participação de entidades filiadas A interação entre a Facieg e outras entidades locais será uma das metas da gestão de Marcos Alberto Leite dos Campos; outra meta é a melhoria na qualidade de serviços oferecida às filiadas

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empresário Marcos Alberto Luiz Campos, que assumiu a presidência da Federação das Associações Comerciais, Industriais e Agropecuárias de Goiás (Facieg), terá como grande desafio o aumento da participação efetiva das 102 associações filiadas. Uma outra meta é a melhoria da qualidade da carteira de serviços que é oferecida a suas associadas. Campos acredita que é possível contribuir para a autossustentabilidade financeira das associações, a fim de que elas possam passar a atuar de forma efetiva para o desenvolvimento econômico e social do estado. Uma das ideias é dar ênfase a projetos que promovam o maior acesso ao crédito, por meio de parcerias com bancos oficiais, como Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e o Banco do Povo. O fomento da atividade comercial e industrial também faz parte das

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propostas da nova diretoria. “Estamos trabalhando junto com o Goiás Fomento, para que todos os incentivos fiscais destinados às empresas industriais sejam feitos em consonância com as associações comerciais, visando fortalecer sua presença no meio empresarial”, explicou. O projeto prevê que toda carta de concessão de incentivo seja entregue na cidade onde o empreendimento estiver sendo implantado, ou na capital Goiânia, sempre na presença do presidente da Associação e da Facieg. Também está em curso um trabalho junto à Secretaria de Indústria e Comércio do estado para que as concessões de áreas para implantação de empreendimentos e distritos sejam realizadas em parceria com as associações comerciais e industriais. Paralelamente, a entidade visa a uma maior interação com as associações. Para tanto, está promovendo mensalmente um encontro itinerante em cada uma das


regionais. A ideia, segundo Campos, é estabelecer um novo modelo de reunião de trabalho com os coordenadores regionais e os presidentes e vice-presidentes das associações. O novo formato da integração empresarial inclui uma reunião de diretoria e uma palestra, sempre com tema de interesse do empresariado, com destaque para os casos de sucesso de cada região. O valor do empreendedorismo local Na mesma linha, a entidade trabalha, em conjunto com o Sebrae e prefeituras, para viabilizar projetos que estimulem o desenvolvimento local, como o próprio Empreender e Empreendedor Individual, “até mesmo possibilitando a criação de agências e postos de atendimento do Sebrae nas localidades e ou regiões de abrangência de cada associação comercial”. “Hoje temos uma boa expectativa para o Empreender, que desenvolvemos em parceria com a CACB. Temos no estado muitas possibilidades de trabalhar as vocações locais e desenvolver determinadas regiões em setores, como da culinária, artesanatos, turismo rural, pedras semipreciosas e doces”, comentou. Definição de regras deve nortear a agenda empresarial A definição de regras claras para a garantia aos empreendimentos, a redução da burocracia e a aplicação de marcos regulatórios devem, segundo Campos, nortear a agenda empresarial do país. “É preciso defender a redução da taxa de juros e a reformulação das leis trabalhistas (CLT), no sentido de estimular uma melhor relação entre capital e trabalho.” Além disso, segundo Campos, os empresários devem contribuir para desburocratizar setores que emperram as nossas atividades com ações a favor de leis ambientais claras, normas e marcos regulatórios mais racionais. “Não menos importante é acabar com o maior mal do Brasil: a corrupção”, afirmou. O desequilíbrio dos gastos públicos e a falta de investimentos em infraestrutura, educação e saneamento também são apontados pelo novo presidente da Facieg como gargalos do crescimento sustentável. “Nos deparamos com o total descaso na educação, segurança pública, saúde e todos os serviços que dependem da gestão pública. Portanto, penso que devemos nos manifestar, mostrar e protestar contra isso”, afirmou.

“Nos deparamos com o total descaso na educação, segurança pública, saúde e todos os serviços que dependem da gestão pública. Portanto, penso que devemos nos manifestar, mostrar e protestar contra isso”

Entidades devem exigir reformas Para Campos, a classe empresarial deve mobilizar-se a favor da aprovação das reformas tributária e política. ”Devemos trabalhar nos próximos três anos em projetos viáveis, estudados nas entidades empresariais, a fim de oferecê-los aos nossos representantes políticos. É preciso trabalhar na formatação de um projeto de lei de reforma tributária. Ninguém pode suportar uma carga tributária correspondente a 38 ou 39% do PIB como a brasileira”, enfatizou. Campos sucede a Pedro Bittar, que ocupou interinamente o período final de mandato do empresário Deocleciano Moreira Alves, falecido em abril último.

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DESTAQUE CBMAE

Mesa de abertura do seminário com a participação do Sebrae

Conciliação e mediação são preocupações do Poder Judiciário CNJ promove seminário para debater o uso desses métodos como solução para conflitos

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urante os dias 28 e 29 de junho, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) promoveu, em São Paulo, o seminário “Conciliação e Mediação: Estruturação da Política Judiciária Nacional”. A intenção do evento foi dialogar com diferentes setores da sociedade sobre as decisões e ações balizadas pela Resolução 125, criada em 29 de novembro de 2010. A CBMAE foi convidada a acompanhar as discussões durante o dia 28 – já no dia seguinte, o evento foi exclusivo para membros dos Tribunais de Justiça. Dia 29, as discussões se voltaram para o alcance das metas propostas aos tribunais na resolução, como a criação de núcleos e centros de mediação e conciliação. A CACB convidou vários participantes da rede e levou 130 convidados, entre conciliadores, presidentes de federação e associações comerciais. Na abertura a mesa foi composta pelo presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Cezar Peluso; ministro do STF, Gilmar Mendes; presidente do Sebrae, Luiz Barreto; diretor-presidente da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), Antônio Bias Bueno; presi-

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dente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaff, e o presidente da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), Murilo Portugal. Peluso enfatizou que a valorização das práticas de mediação e conciliação é importante para resgatar a missão básica do Judiciário, que é a defesa e garantia dos direitos dos cidadãos. A intenção da Política Judiciária Nacional lançada com a resolução é ampliar o acesso, combater a morosidade e transformar a mediação e conciliação em instrumentos de justiça. E destacou: “Conciliar é tarefa tão ou mais nobre do que proferir sentença”. Para o ministro, é extremamente frutífero que a sociedade resolva seus problemas pacificamente. Luiz Barreto falou sobre a importância de um ambiente jurídico sadio e seguro para o desenvolvimento das micro e pequenas empresas. “A conciliação é vital para esse processo” completou. Salientou, ainda, a importância da aproximação dos empresários com o Poder Judiciário e citou o artigo da resolução que incentiva as parcerias para melhor desenvolvimento da conciliação e mediação. O Sebrae é o parceiro da CACB na manutenção da rede CBMAE. Logo após a abertura, a professora Paula Costa e


Silva, da Universidade de Lisboa, proferiu uma palestra sobre o uso da mediação e conciliação em Portugal e sobre como esses métodos podem melhorar a entrega da justiça aos cidadãos. Silva destacou que a mediação é a forma adequada para resolver conflitos, principalmente, para partes que precisam conviver depois, pois consegue devolver às partes a responsabilidade da solução. A professora explicou que, em Portugal, a mediação está agora no Código de Processo Civil. Nesse país, a opção do legislador foi colocar o procedimento em dois momentos diferentes: pré-processual e interprocessual. Na primeira fase, a mediação acontece antes da criação do processo jurisdicional, ou seja, os conflitos devem passar antes pela tentativa de mediação. Não é obrigatória, mas tem efeito muito forte, é sigilosa e o que é discutido não pode ser usado, caso seja necessária a criação do processo. Já a interprocessual acontece com o processo já em curso, quando o juiz acredita que o conflito deve ir para a mediação, ele o paralisa e remete à mediação, que não é realizada por ele, mas por mediadores treinados. Costa e Silva enfatizou que não existe nenhum sistema ideal. “O sistema ideal, a meu ver, permite e induz a mediação pré-processual, num momento precoce”, explicou. Afinal, nesse momento a possibilidade de acordo é maior, não houve desgaste demasiado das relações e o mediador não é um juiz, é visto como um facilitador e não alguém que julga. E terminou afirmando que acredita que a arbitragem deve fazer parte do sistema de solução de conflitos, principalmente em problemas de baixo valor econômico, problemas muito especializados, problemas nos quais as partes precisam de sigilo ou de solução rápida. “O acesso à Justiça pode ser feito por meio da arbitragem” finalizou. Depois da palestra da portuguesa, a advogada e especialista americana Rachel Anne Wohl falou sobre o sistema desenvolvido nos Estados Unidos. Segundo Wohl, a mediação está ficando cada vez mais popular pelo fato de as partes participarem da solução. Enfatizou que são necessários profissionais qualificados e elogiou a preocupação do CNJ com a capacitação apresentada na resolução 125. O desembargador aposentado, professor da USP e especialista em mediação e conciliação Kazuo Watanabe falou sobre a construção da resolução e a

Gilmar Mendes, Cezar Peluso e Paula Costa e Silva durante a palestra da professora portuguesa

Professor Kazuo Watanabe fala sobre a importância da mudança de cultura em relação a mediação e conciliação importância de mudança de paradigma em relação ao tratamento do conflito pelo Poder Judiciário. “É claro que a redução dos processos judiciais é importante, mas ela é uma consequência da pacificação das partes conflitantes. Com essa pacificação, abre-se o caminho para a conciliação e para uma mudança de consciência da sociedade sobre como solucionar os seus conflitos de maneira pacífica”, enfatizou. A última palestra foi proferida pela professora da USP Ada Pelegrini, que falou sobre a reforma do Código de Processo Civil e dos projetos de lei que tratam sobre a conciliação e mediação. Pelegrini afirmou que são interessantes, mas não satisfatórios. Falou sobre a obrigatoriedade da sessão de conciliação e disse que pode ser um importante caminho para a apresentação desse método à população, mas que deve ser realizada por profissionais muito bem qualificados e não por juízes despreparados. Julho de 2011 27


Foto: AA+W/Fotolia.com

TENDÊNCIAS

O poder do coletivo sobre o individual é cada vez maior

A importância das redes sociais na geração de novos negócios Mídias digitais são cada vez mais usadas na comunicação das empresas com seus públicos

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lém do congestionamento de salas, filas enormes. E em alguns casos a necessidade de chegar até com uma hora de antecipação para garantir lugar. Esse foi o quadro do recente festival de publicidade de Cannes, nas palestras em que se discutiu o uso de redes sociais como forma de geração de novos negócios. “Não há dúvida de que a era digital trouxe uma efervescência ao mundo da comunicação que nos obriga a buscar novos pontos de contato com o consumidor”, diz Daniela Cianciaruso, gerente-geral de marketing da Whirlpool Latin America. A executiva, que esteve em Cannes especialmente para acompanhar os debates sobre as alternativas que estão sendo usadas em todo o mundo em mídia digital, entende que “belas campanhas” já não são suficientes para atingir o público. “O caminho do futuro é trabalhar outros conteúdos, que nos aproximem de usuários e clientes com mais verdade”, acrescenta. De fato, mais do que uma tendência, as mídias sociais representam uma nova era, a da conexão. Na atualidade, o poder do coletivo sobre o individual tem

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Daniela, da Whirlpool: “Belas campanhas não são suficientes para atrair o público” se tornado cada vez maior. E é por isso que os empreendedores precisam ficar atentos aos novos cenários, de modo que possam sempre aproveitar as boas oportunidades. Milhões de usuários se somam dia a dia e interagem com seus pares por meio do Facebook,


Twitter e o Linkedin, entre outros. Esses já são parte do vocabulário diário, e as empresas estão se dando conta de que não estarem presentes nas redes pode significar um isolamento de seus usuários e clientes. De acordo com Vitor Elman, diretor de criação da Cappuccino Digital, as campanhas feitas por redes sociais, além de se aproveitarem da audiência – que já está lá, na internet –, compartilham o seu conteúdo ou mensagem. Dessa maneira, elas têm como vantagem a possibilidade de um alcance boca a boca, o que gera maior credibilidade. Mas o que fazer? Transmitir um conteúdo de interesse ou uma simples propaganda? Para Elman, nas redes, em certos casos, é permitido cuidar de diversos aspectos da comunicação da empresa. Desde o atendimento ao consumidor – cada vez mais presente nas redes devido à facilidade com que as pessoas se expressam e tem acesso às empresas – ao reforço de uma marca. As redes sociais, de acordo com o executivo, nada mais são do que uma reprodução da sociedade no mundo digital. Influem e são influenciadas diretamente por ações “off line”, ou seja, muitas opções de compra são feitas depois de comentários de conhecidos. “Justamente por isso, devem-se trabalhar as redes por completo, entendendo suas especificidades e as diferenças de objetivos e linguagem de cada uma e de cada público contido nelas”, acrescenta. “Os usuários querem um benefício real. Seja ele conteúdo, um serviço ou um blá-blá-blá divertido. O que ele não aceita é ser enganado; ele não aceita algo que não seja uma troca. Por isso, o conteúdo está em alta. Isso porque ele é uma ótima plataforma de relacionamento de

longo prazo entre uma marca e seu consumidor. Mas o conteúdo tem que ser relevante, em certos casos, exclusivo, com algum diferencial que cative sua audiência, assim como qualquer veículo.” Elman assinala ainda que as redes sociais próprias e as ‘de massa’, como Facebook, não precisam ser excludentes.Podem ser complementares. “Uma rede social própria, ou vertical, pode tratar de um assunto em específico, mas ter recursos de compartilhamento e integração para que se transforme quase em uma extensão de um Facebook, por exemplo”, explica. Alguns mecanismos ajudam nessa interligação, segundo o executivo. São as APIs, recursos de integração como o Facebook Connect, que dá acesso a todas as informações do usuário da rede, uma vez que ele o permita. “A partir desse conceito, é interessante ter um time especializado gerindo a rede e estimulando a participação por meio da geração de conteúdo com uma linha editorial bem-trabalhada, constante e relevante ao target”, diz. “Normalmente os times de marketing são mais enxutos. Por isso, acaba sendo mais recomendado terceirizar com um parceiro que tenha know-how no assunto e esteja sempre buscando novidades.”

Elman, da Cappuccino Digital: “Os usuários querem um benefício real”

Empresas brasileiras despertam para a mídia digital Uma pesquisa global do grupo Regus constatou, no ano passado, que 49% das empresas brasileiras ganharam novos clientes via atividades em redes sociais. Um ano depois, essa proporção cresceu dez pontos percentuais e alcançou 59%. A pesquisa revela que, também no âmbito global, mais empresas estão usando mídias sociais para se conectarem e inte-

ragirem com seus clientes, em comparação há um ano. Em escala global, foi constatado um aumento de 7% no número de empresas que estão atraindo novos clientes por meio de mídias sociais como o Facebook. 52% das corporações em todo o mundo e 68% no Brasil usam sites como Twitter e Facebook para interagir e informar seus clientes.

No Brasil, 61% das empresas estimulam a participação de seus colaboradores em redes sociais como Linkedin, Orkut e Foursquare, contra 53% em todo o mundo. Outros 39% das organizações no mundo e 38% no Brasil dedicam até 20% do orçamento de marketing às atividades nas redes sociais corporativas. Julho de 2011

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BIBLIOCANTO

O que mudou na natureza da questão social no Brasil

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Edmar Bacha e Simon Schwartzman discutem saídas para a saúde, educação, previdência, políticas de renda e violência urbana

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omo usar melhor as receitas da União? Como avançar nas políticas sociais e nos serviços públicos prestados à população? Como tornar o Brasil um país melhor, mais de acordo com seu potencial? Na tentativa de responder a essas perguntas, 18 especialistas participaram de uma série de seminários organizados pelo Instituto de Política Econômica Casa das Garças, dirigido pelo economista Edmar Bacha, e pelo Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (IETS), presidido pelo sociólogo Simon Schwartzman. O trabalho resultou no livro “Brasil: a nova agenda social” (LTC Editora), em que se discutem saúde, educação, previdência, políticas de renda e violência urbana. Nas cinco áreas analisadas, o livro mostra que o governo gasta 24% do PIB, dos quais 0,5% é aplicado no Bolsa-Família, 0,6% na Loas (Lei Orgânica de Assistência Social) – benefício pago a idosos e deficientes físicos – e 1,5% na aposentadoria rural. Ou seja, apenas 2,6% do PIB são dirigidos para as políticas sociais no Brasil. Desse montante, somente 10% são de fato focados no pobre. Os outros 90% são dirigidos aos demais estratos sociais. A partir desses dados, os autores da obra defendem a tese de que a natureza da questão social no Brasil mudou. O que mais chama a atenção é que as receitas da União não estão sendo usadas de forma adequada. Na educação, os autores lembram que, no governo FHC, o ministro da Educação Paulo Renato de Souza (recentemente falecido) praticamente universalizou o ensino no Brasil. O que está em xeque agora é a qualidade de professores e das escolas. Nessa linha, além de melhorias salariais para o quadro do setor, haveria a necessidade de mudanças no currículo das escolas, de modo a adequá-las aos novos tempos. Caso semelhante ao da educação ocorreu na saúde, apontam os economistas. O Sistema Único de Saúde (SUS) foi concebido para ser universal, mas os fatos mostram que ele é desigual. A Constituição diz que a saúde é universal, mas não cita em nenhum lugar que ela é equi-

tativa. A equidade não foi assumida como o valor principal desse processo. Por isso, quando as pessoas não conseguem medicamento ou tratamento de alta complexidade, elas contratam um advogado, vão ao juiz e conseguem. A judicialização da saúde eleva as despesas. E como o princípio que vigora é de que o atendimento é para todos, não há prioridade. Os burocratas gastam tudo e mandam a conta para o governo. Resultado: a conta não fecha. Uma das propostas do livro é a criação de um seguro social para gastos catastróficos. Com as contribuições das pessoas seria formado um fundo, cujo acesso seria específico para os tratamentos mais dispendiosos. No caso da Previdência, o livro relata que o país gasta mais do que 11% do PIB: 7,2% com o INSS, 2% com o sistema público federal e 2% com o estadual e municipal. Isso com 10% da população com mais de 60 anos. Como em 2050, pelo menos 30% da população do Brasil terá mais de 60 anos e como as aposentadorias estão atreladas ao salário mínimo, que, por sua vez, está atrelado ao PIB, também nesse caso a conta não vai fechar, advertem os economistas. Segundo os autores, a Constituição de 1988 foi feita sem qualquer percepção quanto às restrições orçamentárias da Previdência a longo prazo. Isso, segundo os especialistas, é aceitável porque era uma época em que o país estava saindo de uma ditadura, com enorme dívida social a ser paga, sem falar no descontrole da inflação. Agora chegou a hora de corrigir essas distorções. “Na Constituição existe uma concepção segundo a qual o princípio da solidariedade social, com o qual todos nós concordamos, exige a universalização dos serviços. Mas o que ela criou foi uma focalização perversa. O que nós queremos é corrigir esse foco, de modo a produzir mais solidariedade a quem precisa. Como fazer melhor com os recursos de que se dispõe”, proclamam os autores. Edmar Bacha é considerado o “pai do Plano Real”. Simon Schwartzman exerceu a presidência do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) entre 1994 e 2008. Milton Wells


ARTIGO

O diferencial da inovação para micro e pequenas empresas ■ Eduardo Pocetti*

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brasileiro é reconhecidamente um povo empreendedor e criativo. Essas duas características têm contribuído para que as iniciativas empresariais se multipliquem em nosso país, especialmente a partir da criação de micro e pequenas empresas. Apesar de hoje em dia uma série de fatores contribuir para o fortalecimento e consolidação dos empreendimentos, como é o caso do Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições (o Simples Nacional), que facilitou e barateou a formalização dos negócios, segue sendo um grande desafio manter as empresas de pequeno porte abertas e saudáveis. Não basta ao empreendedor ter competência no seu negócio, boa capacidade administrativa e produtos ou serviços com boa penetração no mercado. É preciso ir além do básico. Nesse sentido, investir em inovação – seja para os produtos e serviços, na gestão, nas abordagens dos negócios, nos processos ou no uso de tecnologias – é um grande diferencial, que pode transformar a existência de uma empresa. Por suas próprias características, as ideias, iniciativas, produtos e serviços inovadores tendem a ser valorizados pelo sua capacidade de oferecer novidade, diferenciação, originalidade, exclusividade, praticidade ou agilidade aos processos. A inovação abre portas e mercados, ajuda a ampliar o potencial das empresas e é reconhecida como um indicativo de modernidade e atualidade para as empresas. Muitas vezes podemos imaginar que inovar custa caro. Isto pode até ser verdade em alguns casos, mas aplicar uma ideia inovadora pode, às vezes, não custar nada. Nesse sentido, inovar é saber usar a criatividade de modo a melhorar processos, sistemas e abordagens que têm potencial de valorizar o trabalho, ampliar resultados, simplificar procedimento ou, até, transformar produtos ou serviços oferecidos em bens únicos, que certamente serão cobiçados pelo público-alvo do empreendimento. Para ser inovador não basta, também, apenas ser cria-

“ ” “Não basta ao empreendedor ter competência no seu negócio, boa capacidade administrativa e produtos ou serviços com boa penetração no mercado. É preciso ir além do básico”

tivo. A pessoa precisa investir em adquirir conhecimentos, preparar-se, estudar e manter-se sempre antenada em tudo o que acontece a sua volta. Quem se mantém atento e está preparado para perceber detalhes em tudo amplia seu potencial de desenvolver inovações. Além disso, o uso e o domínio das novas tecnologias contribuem enormemente para a criação de soluções inovadoras. Muitas vezes a inovação surge no modo como um gestor e sua empresa abordam o mercado. Enxergar nichos de atuação que ainda não sejam explorados é uma forma muito eficiente de inovar. Propor formas diferentes para o uso de produtos ou serviços já conhecidos é outro modo de colocar a inovação em prática. É por isso que manter a atenção em tudo o que nos envolve é característica essencial do inovador. Ao final, ao contrário do que muitos podem pensar, o termo inovação não carrega em si o peso da complexidade. Coisas e ideias muito simples têm grande potencial inovador. Os gestores e empreendedores que conseguirem utilizar de forma eficiente a inovação em seus negócios terão em mãos um diferencial de alto valor, que tende a contribuir para a sustentabilidade das micro e pequenas empresas. *Sócio da KPMG.

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