Empresa Brasil 75

Page 1

Inadimplência continua avançando Nos nove primeiros meses deste ano, houve aumento de 5,26%

Abril de 2010 1 BRASIL PODE TER REDUÇÃO INÉDITA NAS TARIFAS DE ENERGIA


Conte a história da sua empresa ou associação e inspire milhares de brasileiras a percorrer um caminho de garra e criatividade como o seu. São duas categorias: Pequenos Negócios, para quem é dona da sua empresa; e Negócios Coletivos, para associações. Você batalhou muito para chegar até aí, agora é hora de o Brasil conhecer e aplaudir o seu talento. Inscreva-se já e receba, gratuitamente, um diagnóstico do seu perfil empreendedor.

Mulher

de Negócios


Maria de F谩tima Santana de Oliveira, vencedora na categoria Neg贸cios Coletivos 2010.

Quem tem conhecimento vai pra frente | 0800 570 0800


Federações CACB

DIRETORIA DA CACB BIÊNIO 2009/2011 PRESIDENTE José Paulo Dornelles Cairoli - RS 1º VICE-PRESIDENTE Sérgio Papini de Mendonça Uchoa - AL VICE-PRESIDENTES Ardisson Naim Akel - PR Arthur Avellar - ES Fernando Pedro de Brites - DF José Geminiano Acioli Jurema - AL José Sobrinho Barros - DF Leocir Paulo Montagna - MS Luiz Carlos Furtado Neves - SC Sadi Paulo Castiel Gitz - SE Wander Luis Silva - MG VICE-PRESIDENTE DE ASSUNTOS INTERNACIONAIS João José de Carvalho Sá - BA VICE-PRESIDENTE DA MICRO E PEQUENA EMPRESA Luiz Carlos Furtado Neves - SC DIRETOR-SECRETÁRIO Jarbas Luis Meurer - TO DIRETOR-FINANCEIRO George Teixeira Pinheiro - AC CONSELHO FISCAL TITULARES Jadir Correa da Costa - RR Paulo Sérgio Ribeiro - MT Sergio Roberto de Medeiros Freire - RN CONSELHO FISCAL SUPLENTES Altair Correia Vieira - PA Gilberto Laurindo - AP Ronaldo Silva Resende - RN COORDENADOR DO PROJETO DE COOPERAÇÃO INTERNACIONAL Ardisson Naim Akel - PR CONSELHO NACIONAL DA MULHER EMPRESÁRIA Avani Slomp Rodrigues CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO JOVEM EMPRESÁRIO Marduk Duarte COORDENADORA DE ASSUNTOS INSTITUCIONAIS Luzinete Marques COORDENADORA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL Neusa Galli Fróes fróes, berlato associadas EQUIPE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL Cecilia Azevedo e Olívia Bertolini COORDENADOR DO EMPREENDER Carlos Alberto Rezende COORDENADOR NACIONAL DA CBMAE Valério Figueiredo COORDENADOR DO PROGERECS Luiz Antonio Bortolin SCS Quadra 3 Bloco A Lote 126 Edifício CACB 61 3321-1311 61 3224-0034 70.313-916 Brasília - DF Site: www.cacb.org.br

4

Empresa BRASIL

Acre – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Acre – FEDERACRE Presidente: George Teixeira Pinheiro Avenida Ceará, 2351 Bairro: Centro Cidade: Rio Branco CEP: 69909-460

Paraná – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná – FACIAP Presidente: Rainer Zielasko Rua: Heitor Stockler de Franca, 356 Bairro: Centro Cidade: Curitiba CEP: 80.030-030

Alagoas – Federação das Associações Comerciais do Estado de Alagoas – FEDERALAGOAS Presidente: José Geminiano Acioli Jurema Rua Sá e Albuquerque, 302 Bairro: Jaraguá Cidade: Maceió CEP: 57.020-050

Pernambuco – Federação das Associações Comerciais e Empresariais de Pernambuco – FACEP Presidente: Djalma Farias Cintra Junior Rua do Bom Jesus, 215 – 1º andar Bairro: Recife Cidade: Recife CEP: 50.030-170

Amapá – Associação Comercial e Industrial do Amapá – ACIA Presidente: José Arimáteia Araújo Silva Rua General Rondon, 1385 Bairro: Centro Cidade: Macapá CEP: 68.900-182

Piauí – Associação Comercial Piauiense - ACP Presidente: José Elias Tajra Rua Senador Teodoro Pacheco, 988, sala 207. Ed. Palácio do Comércio 2º andar - Bairro: Centro Cidade: Teresina CEP: 64.001-060

Amazonas – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Amazonas – FACEA Presidente: Valdemar Pinheiro Rua Guilherme Moreira, 281 Bairro: Centro Cidade: Manaus CEP: 69.005-300 Bahia – Federação das Associações Comerciais do Estado da Bahia – FACEB Presidente: Clóves Lopes Cedraz Rua Conselheiro Dantas, 5. Edifício Pernambuco, 9° andar Bairro: Comércio Cidade: Salvador CEP: 40.015-070 Ceará – Federação das Associações Comerciais do Ceará – FACC Presidente: João Porto Guimarães Rua Doutor João Moreira, 207 Bairro: Centro Cidade: Fortaleza CEP: 60.030-000 Distrito Federal – Federação das Associações Comerciais e Industriais do Distrito Federal e Entorno – FACIDF Presidente: José Sobrinho Barros SAI Quadra 5C , Lote 32, sala 101 Cidade: Brasília CEP: 71200-055 Espírito Santo – Federação das Associações Comerciais, Industriais e Agropastoris do Espírito Santo – FACIAPES Presidente: Arthur Avellar Rua Henrique Rosetti, 140 - Bairro Bento Ferreira Vitória ES - CEP 29.050-700 Goiás – Federação das Associações Comerciais, Industriais e Agropecuárias do Estado de Goiás – FACIEG Presidente: Marcos Alberto Luiz de Campos Rua 143 - A - Esquina com rua 148, Quadra 66 Lote 01 Bairro: Setor Marista Cidade: Goiânia CEP: 74.170-110 Maranhão – Federação das Associações Empresariais do Maranhão – FAEM Presidente: Júlio César Teixeira Noronha Rua Inácio Xavier de Carvalho, 161, sala 05, Edifício Sant Louis. Bairro: São Francisco- São Luís- Maranhão CEP: 65.076-360 Mato Grosso – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Mato Grosso – FACMAT Presidente: Jonas Alves de Souza Rua Galdino Pimentel, 14 - Edifício Palácio do Comércio 2º Sobreloja – Bairro: Centro Norte Cidade: Cuiabá CEP: 78.005-020 Mato Grosso do Sul – Federação das Associações Empresariais do Mato Grosso do Sul – FAEMS Presidente: Antônio Freire Rua Quinze de Novembro, 390 Bairro: Centro Cidade: Campo Grande CEP: 79.002-917 Minas Gerais – Federação das Associações Comerciais e Empresariais de Minas Gerais – FEDERAMINAS Presidente: Wander Luís Silva Avenida Afonso Pena, 726, 15º andar Bairro: Centro Cidade: Belo Horizonte CEP: 30.130-002 Pará – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Pará – FACIAPA Presidente: Reginaldo Ferreira Avenida Presidente Vargas, 158 - 5º andar Bairro: Campina Cidade: Belém CEP: 66.010-000 Paraíba – Federação das Associações Comerciais e Empresariais da Paraíba – FACEPB Presidente: Alexandre José Beltrão Moura Avenida Marechal Floriano Peixoto, 715, 3º andar Bairro: Bodocongo Cidade: Campina Grande CEP: 58.100-001

Rio de Janeiro – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Rio de Janeiro – FACERJ Presidente: Jésus Mendes Costa Rua do Ouvidor, 63, 6º andar - Bairro: Centro Cidade: Rio de Janeiro CEP: 20.040-030 Rio Grande do Norte – Federação das Associações Comerciais do Rio Grande do Norte – FACERN Presidente: Sérgio Roberto de Medeiros Freire Avenida Duque de Caxias, 191 Bairro: Ribeira Cidade: Natal CEP: 59.012-200 Rio Grande do Sul – Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul - FEDERASUL Presidente: José Paulo Dornelles Cairoli Rua Largo Visconde do Cairu, 17, 6º andar Palácio do Comércio - Bairro: Centro Cidade: Porto Alegre CEP: 90.030-110 Rondônia – Federação das Associações Comerciais e Industriais do Estado de Rondônia – FACER Presidente: Marcito Pinto Rua Dom Pedro II, 637 – Bairro: Caiari Cidade: Porto Velho CEP: 76.801-151 Roraima – Federação das Associações Comerciais e Industriais de Roraima – FACIR Presidente: Jadir Correa da Costa Avenida Jaime Brasil, 223, 1º andar Bairro: Centro Cidade: Boa Vista CEP: 69.301-350 Santa Catarina – Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina – FACISC Presidente: Alaor Francisco Tissot Rua Crispim Mira, 319 - Bairro: Centro Cidade: Florianópolis - CEP: 88.020-540 São Paulo – Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo – FACESP Presidente: Rogério Pinto Coelho Amato Rua Boa Vista, 63, 3º andar Bairro: Centro Cidade: São Paulo CEP: 01.014-001 Sergipe – Federação das Associações Comerciais, Industriais e Agropastoris do Estado de Sergipe – FACIASE Presidente: Alexandre Santana Porto Rua Jose do Prado Franco, 557 Bairro: Centro Cidade: Aracaju CEP: 49.010-110 Tocantins – Federação das Associações Comerciais e Industriais do Estado de Tocantins – FACIET Presidente: Pedro José Ferreira 103 Norte Av. LO 2 - 01 - Conj. Lote 22 Prédio da ACIPA Bairro: Centro Cidade: Palmas CEP: 77.001-022

• O conteúdo desta publicação representa o melhor esforço da CACB no sentido de informar aos seus associados sobre suas atividades, bem como fornecer informações relativas a assuntos de interesse do empresariado brasileiro em geral. Contudo, em decorrência da grande dinâmica das informações, bem como sua origem diversificada, a CACB não assume qualquer tipo de responsabilidade relativa às informações aqui divulgadas. Os textos assinados publicados são de inteira responsabilidade de seus respectivos autores.


PALAVRA DO PRESIDENTE José Paulo Dornelles Cairoli

Os freios necessários

A

ssim como as dívidas atrapalham o sono, atormentando as noites de quem está inadimplente, assunto em destaque desta edição, também o sono é atingido por outros indicadores que, se lidos corretamente, mostram, no mínimo, que vivemos um tempo de cautela. Estamos descobrindo que a meta de inflação não será cumprida, que os indicadores de investimento estão em recuo e que a indisposição dos empresários para investir também contagia o próprio setor público, conforme mostrou o jornal Valor Econômico, em sua manchete do dia 7 de outubro, que revela a contenção de investimentos nos orçamentos dos governos estaduais para o ano que vem. A crise econômica global gerou incertezas que afetam diretamente todos os países. Alguns mais, outros menos, é verdade. Nós, brasileiros, também contaminados, embora com irradiação bem menor – o que nos garante uma certa tranquilidade –, vivemos um tempo de alerta. A crise nos países desenvolvidos, dizem os entendidos, pode seguir vários rumos. Quanto a nós, emergentes, além dos próprios problemas para resolver, temos também um contingente de consumidores que entraram no mercado, consumiram e estão com problemas para pagar suas contas. A ressaca da festa chega ao comércio, aos bancos, ao setor de serviços e não pode ser negada, embora tenha sido este mesmo fenômeno, o da inclusão, que aumentou o consumo e que, por isso, manteve a máquina girando mesmo em 2008, no estouro da crise bancária americana. Se daquela vez fomos surpreendidos, agora nosso desempenho dependerá mais do que nunca do que for feito para resolver questões como a da ameaça da inflação. Acreditamos, no entanto, que passaremos pela tormenta.

José Paulo Dornelles Cairoli, presidente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil e da Federasul

Outubro de 2011

5


ÍNDICE

10 CAPA

5 PALAVRA DO PRESIDENTE Assim como as dívidas atrapalham o sono, atormentando as noites do inadimplente, outros indicadores mostram que vivemos um tempo de cautela.

7 PELO BRASIL O empresário Alaor Tissot foi reeleito para mais um mandato na presidência da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina.

10 CAPA Inadimplência cresce pelo 8º mês seguido em setembro.

16 CASE DE SUCESSO Em sua 3a edição, o Feirão de Viagens movimentou cerca de R$ 650 mil em negócios.

20 NEGÓCIOS

18 ENTREVISTA O economista Marcel Solimeo, da ACSP, analisa a tendência da inflação.

20 NEGÓCIOS Enquanto a infraestrutura ainda se ressente de um melhor planejamento, grande parte dos segmentos a serem envolvidos nas oportunidades de negócios da Copa 2014 começa a acelerar os seus preparativos.

22 INFRAESTRUTURA O setor elétrico nacional está muito perto de sinalizar uma redução inédita de 25% nas tarifas de energia de hidrelétricas.

24 FEDERAÇÕES 30 TENDÊNCIAS

A contribuição da jovem Federação das Associações Comerciais e Industriais de Roraima (Facir) ao desenvolvimento do estado.

26 DESTAQUE CACB Senado aprova a lei do Supersimples.

28 CBMAE A CACB e o Sebrae lançaram a CBMAE Educ, uma ferramenta educacional de cursos a distância, via internet.

30 TENDÊNCIAS

EXPEDIENTE

Ouro caminha para completar seu 11º ano consecutivo de valorização.

6

Coordenação Editorial: Neusa Galli Fróes fróes, berlato associadas escritório de comunicação Edição: Milton Wells - mwells@terra.com.br Projeto gráfico: Vinícius Kraskin Diagramação: Kraskin Comunicação Foto da capa: Yuri Arcurs/Fotolia.com Revisão: Flávio Dotti Cesa Colaboradores: Ângela Caporal, Cecilia Azevedo, Neusa Galli Fróes e Olivia Bertolini Execução: Editora Matita Perê Ltda. Comercialização: Fone: (61) 3321.1311 - comercial@cacb.org.br Impressão: Arte Impressa Editora Gráfica Ltda. EPP

Empresa BRASIL

31 BIBLIOCANTO Escritos políticos do pensador inglês Samuel Johnson reúnem uma coletânea de 24 artigos sobre questões sociais, econômicas e políticas.

32 ARTIGO Dicas do consultor Kenneth Corrêa para passar o Ano Novo no azul.

SUPLEMENTO ESPECIAL

Estão abertas as inscrições ao Prêmio Sebrae Mulher de Negócios


PELO BRASIL

Tissot é reeleito presidente da Facisc O empresário Alaor Tissot foi reeleito para mais um mandato na presidência da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina. Tissot foi eleito por unanimidade entre os cerca de 50 presidentes de associações empresariais do estado que estiveram presentes no evento realizado no último dia 23 em São José. No seu discurso, o presidente recém-reeleito ressaltou a importância do associativismo e da luta pelas causas empre-

sariais. “Assuntos que influenciam a nossa pauta, como a questão do aviso prévio e a votação do Supersimples, sempre farão parte das nossas lutas, assim como as reformas tributárias e políticas, infraestrutura, entre outras.” Entre as prioridades para a próxima gestão, Tissot destaca a responsabilidade social empresarial e ambiental, o fortalecimento do Sistema Facisc, a representatividade e a melhoria do ambiente empresarial, que são as diretrizes da atual gestão.

O vice-presidente, Ernesto Reck, com Alaor Tissot, que foi reconduzido à presidência da Facisc

Federalagoas promove pequenos negócios

Ministro da Justiça anuncia criação do Sistema Nacional de Estatísticas de Segurança Pública Grandes mudanças em um curto espaço de tempo. Esta ideia foi unânime para todos os participantes do seminário ‘Segurança: O Desafio em Grandes Eventos’, realizado no dia 10 deste mês, pelo Conselho Empresarial de Segurança Pública, Ética e Cidadania da Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ). O evento teve como destaque o ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo. O ministro afirmou que uma das medidas para o curto prazo é

preencher todas as vagas disponíveis na Polícia Federal e na Polícia Rodoviária Federal. Para isso, já tem autorização da presidente Dilma Rousseff e está acertando, com o Ministério do Planejamento, detalhes para os próximos concursos públicos para as duas instituições. Outro ponto crucial apontado pelo ministro e que precisa ser resolvido é a falta de comunicação entre as instituições policiais federais e estaduais e até o judiciário.

Com o objetivo de discutir políticas públicas voltadas para o desenvolvimento das micro e pequenas empresas, a Federação das Associações Comerciais do Estado de Alagoas (Federalagoas) realizará, no final de novembro, o 4° Congresso Federalagoas e 2° Encontro Regional do Programa Empreender em Maceió. O evento visa difundir conhecimento e troca de experiências para fortalecer a competitividade dos pequenos negócios da região por meio da educação empreendedora e da cultura da cooperação. A programação inclui palestras e oficinas sobre motivação, orientação e acesso a crédito, vendas para o governo, finanças, gastronomia e moda. Também na agenda, exposição de produtos da terra, rodada de negócios e serviços de atendimento ao cidadão na área de exposição do evento. Fonte: Imprensa CACB com informações da Federalagoas.

Outubro de 2011

7


PELO BRASIL

Pace promove mutirão

Circuito Gastronômico de Toledo atrai grande interesse Mais de 1,2 mil pessoas passaram pelo 1º Circuito Gastronômico Sabores de Toledo (PR), durante os três dias da 2ª edição da Feira de Máquinas Automação e Indústria (Femai), no final de setembro. No espaço, os visitantes podiam escolher entre o Happy Hour e o Café onde foram servidos bolos, tortas, shawarmas, sushi, sashimi e porções. Também puderam optar entre os sete pratos estrelas, que enfatizavam a gastronomia local, servidos no restaurante. Trata-se de uma ação estratégica que busca a inovação e a divulgação das produções das empresas do Núcleo Setorial de Gastronomia. Ao todo, 13 restaurantes participaram da ação. A iniciativa vinha sendo planejada há cerca de um ano e está inserida no Projeto Empreender Competitivo, desenvolvido por meio da Confederação das Associações Comerciais e Empresarias do Brasil (CACB) e o Sebrae Nacional.

Foi realizado, entre os dias 19 e 24 de setembro, o mutirão de conciliação empresarial na rede CBMAE. A iniciativa visou atender os empresários que possuem conflitos e desejam tentar uma solução rápida, eficiente e com menor custo. 23 unidades da CBMAE marcaram sessões. A mobilização reforça o compromisso da CACB/CBMAE em mostrar à sociedade os benefícios e a importância de conhecer e usar os métodos alternativos de solução de conflitos. A iniciativa contou com a participação das unidades do Norte: Belém (PA) e Rio Branco (AC); Nordeste: Campina Grande (PB) e Maceió (AL); Centro-Oeste: Brasília (DF), Cuiabá (MT) e Valparaíso de Goiás (GO); Sudeste: Birigui, Campo Limpo, Cerquilho, Diadema, Franca, Itapetininga, Mococa, São José do Rio Preto, São Paulo (SP), Varginha, Patos de Minas, Pouso Alegre, Uberlândia (MG) e Cachoeiro de Itapemirim (ES). Fonte: Imprensa CACB

Imprensa CACB com informações da Acit.

Faems reivindica redução do ICMS A Faems (Federação das Associações Empresariais de Mato Grosso do Sul) se mobiliza para reivindicar a redução do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias). Usando como exemplo o vizinho Mato Grosso, que reduziu a carga tributária, representantes da Federação realizaram um levantamento mostrando as perdas na economia causadas pela co-

8 Empresa EmpresaBRASIL BRASIL

brança de altos impostos no estado. O balanço do relatório revelou que os setores de comércio e serviços são responsáveis por aproximadamente 68% da arrecadação do PIB do estado. “A intenção da Federação é promover mudanças que beneficiem os empresários e ajudem a fortalecer a economia, através de incentivos que deem condições de disputar a

livre concorrência”, explicou o presidente da entidade, Antonio Freire. O relatório aponta, ainda, que a política tributária adotada em Mato Grosso do Sul pode quebrar o estado num prazo de dez anos, devido ao risco da saída de empresas sul-matogrossenses para outros estados em busca de impostos menores. Fonte: Imprensa CACB com informações da Faems


CLIPPING DE ECONOMIA/ SETEMBRO

BC reduz taxa de juros O Banco Central surpreendeu o mercado financeiro e anunciou no dia 31 de agosto a redução da taxa básica de juros de 12,50% para 12% ao ano. A presidente Dilma Rousseff afirmou que o aumento de R$ 10 bilhões na economia para pagar os juros da dívida (superávit primário) anunciado no início desta semana abriu caminho para a queda dos juros, que já estava no “horizonte”. Apesar da expectativa de crescimento menor da economia, preocupações com a inflação levaram o mercado a avaliar que o BC não cortaria a taxa agora. O índice oficial de preços (IPCA) acumula hoje alta de 6,9% e precisa cair para 4,5% até dezembro de 2012.

Resistência do Brasil à crise não é ilimitada O BC já desistiu de trazer a inflação para o centro da meta de 4,5% neste ano, mas mantém o compromisso de atingir esse resultado no final do próximo. (Agência Brasil)

Na ONU, a presidente Dilma Rousseff pregou ação conjunta contra a crise global e admitiu que a resistência do Brasil é limitada. Em quase 25 minutos de discurso, Dilma afirmou que há o risco de a crise econômica mundial se transformar numa “grave ruptura política e social”. (Agência Brasil)

Chegou ao fim a era do crescimento fácil Especialistas presentes no 8º Fórum de Economia da FGV, realizado no dia 27 de setembro, em São Paulo, apontaram para “o fim do crescimento fácil” no Brasil. A partir de agora, não apenas os custos dos investimentos devem aumentar, como a urgência em executar grandes obras. Segundo o assessor da vice-presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Francisco Eduardo Pires

de Souza, se a desvalorização cambial prosseguir, o custo baixo desses investimentos está com os dias contados. Juntando-se a isso o mercado de trabalho, com taxas de desemprego em patamares historicamente baixos, as empresas terão de apostar muito mais em aumento de produtividade do que de emprego – o que significa necessidade de taxas de investimentos mais altas e mais caras. (Brasil Econômico)

Trajetória de aumento do emprego deve parar O economista Fernando Cardim assegurou, no início de outubro, que a economia brasileira está funcionando para melhorar as condições de vida da população, tanto na redução do desemprego quanto na formalização do emprego. “Deve haver alguma parada nisso, agora, porque se busca desacelerar a economia. Mas a trajetória é essa mesma, remover esse medo do desemprego que o resto do mundo está sofrendo”, diz ele. (Globo News)

Crédito do Bolsa-Família vai aumentar A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, no programa Bom Dia Ministro, informou que a partir de agora o Bolsa-Família pagará benefícios para até cinco filhos menores de 15 anos (por família). Até então, o benefício era concedido no máximo para até três crianças e adolescentes. (Agência Brasil) Outubro de 2011

9


CAPA Foto: Adam Radosavljevic/Fotolia.com

Taxa de inadimplência cresce pela oitava vez consecutiva Para os especialistas, contudo, o nível de endividamento das famílias ainda não é preocupante

E

m meio ao alerta do Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre o fato de que em alguns países o crédito está se expandindo numa velocidade mais rápida que o crescimento nominal do Produto Interno Bruto (PIB), no Brasil começa a crescer a taxa de inadimplência dos consumidores. Em setembro subiu 5,8% em comparação com igual período do ano anterior, segundo dados da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em conjunto com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).

10

Empresa BRASIL

Esta foi a oitava elevação consecutiva do indicador de inadimplência. Isso significa que o “cenário inflacionário persistente” ainda exerce “pressão negativa” sobre o poder de compra do consumidor e sobre o nível de endividamento das famílias, relata o CNDL. Outro fator que contribuiu para o aumento da inadimplência, na visão dos lojistas, foram os cinco aumentos da taxa básica de juros, efetuados pelo Banco Central neste ano, antes de começar o recuo em agosto. Entre janeiro e julho deste ano, o aumento dos juros foi de 1,75 ponto percentual, visto que a taxa


estava em 10,75%. Passou para 12,50% ao ano em julho, recuando para 12% ao ano no fim de agosto. “O nível de endividamento das famílias é baixo e deve aumentar nos próximos anos, mas ainda não é preocupante, como se fosse alguma bolha pronta para estourar”, declarou a Empresa Brasil a economista Denise de Pasqual, da Tendências Consultoria Integrada. Hoje, de acordo com a economista, não há qualquer perspectiva de forte aumento de inadimplência na economia brasileira, dada a não existência de cenários que confirmem essa tendência. “Hoje, segundo dados do Banco Central, o pagamento de dívida bancária dividido pelo total da renda das famílias está em torno de 23,5%, e a nossa expectativa, da Tendência Consultoria, é de que esse número chegue a 25,5%, o que não seria significativo”, acrescenta. Por que a inadimplência não deverá aumentar? “Primeiro porque a renda das famílias também está aumentando. As famílias estão se endividando mais, mas, em contrapartida, estão ganhando mais. Esse é o primeiro ponto: existe um aumento consistente do poder aquisitivo da população. Outro ponto é que temos uma participação cada vez maior de financiamentos de melhor qualidade, como cheque especial, crédito consignado, financiamento de veículos, financiamento mobiliário, que são linhas de financiamento mais passíveis de gerarem inadimplência”, ressalta Denise. “É totalmente fora de propósito a colocação de que haja uma formação de bolha de crédito no Brasil, especialmente no setor imobiliário”, reforça o economista-chefe da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Rubens Sardenberg. No Brasil, de acordo com o economista, o crédito total equivale a 47% do PIB, o que é um percentual baixo. Além disso, o crédito no Brasil é bastante pulverizado, acrescenta. “No setor imobiliário é da ordem de 4% e está concentrado na Caixa Econômica Federal. Ou seja, o setor privado está pouco exposto a essa modalidade de crédito.” No Brasil, segundo Sardenberg, há um maior comprometimento da renda porque a taxa de juros é muito alta e o prazo dos financiamentos é curto. Por isso, os brasileiros comprometem uma parcela maior da renda. De outro lado, pondera o especialista, pa-

Denise de Pasqual: “O nível de endividamento das famílias deve aumentar, mas ainda não é preocupante”

Rubens Sardenberg: “É totalmente fora de propósito a colocação de que haja uma formação de bolha de crédito no Brasil”

gam suas dívidas em um prazo bem menor que os americanos, além de que o comprometimento da renda é bem menor do que a média de outros países. “O crédito está aí para melhorar a vida das pessoas. É só não exagerar que ele nunca vai faltar.” Esse é o mote da campanha lançada pela Febraban Outubro de 2011

11


CAPA

Portal Meu Bolso em Dia oferece informações didáticas sobre finanças pessoais e dicas sobre como economizar

com o objetivo de alertar os tomadores para alguns aspectos dos empréstimos bancários, como: não transformar o limite do cheque especial em uma extensão do salário, lembrar que o pagamento mínimo da fatura do cartão de credito significa jogar o restante para o mês seguinte, com juros e outros

encargos. Que o crédito existe para ajudar na realização dos sonhos, mas deve ser observada a linha de crédito mais adequada à necessidade, com prazo e juros mais convenientes. Planejar as conquistas mantendo o orçamento familiar em dia. A entidade, por meio do portal Meu Bolso em Dia (www.meubolsoemdia.com.br), oferece informações didáticas sobre finanças pessoais e dicas sobre como economizar. Ainda no portal é possível baixar gratuitamente o software de gestão financeira Jimbo, que ajuda no controle do orçamento pessoal e planeja as despesas dos próximos meses. Além disso, o portal oferece simulador dos sonhos, tabelas para controlar os gastos de acordo com o público (estudantes, donas de casa, famílias e aposentados) e enquetes.

Profissional liberal é o maior inadimplente entre os tomadores de empréstimos, segundo o BC O montante de crédito concedido às pessoas físicas, com recursos livres, nos últimos oito anos, cresceu de forma expressiva, passando do equivalente a 5% do Produto Interno Bruto (PIB) em janeiro de 2003 para 15,5% do PIB em julho de 2011. A constatação faz parte de uma análise do Banco Central sobre as características dos tomadores de empréstimos de quatro grandes bancos que, juntos, detinham 74% do mercado em julho de 2011. Segundo o levantamento, em todas as regiões do Brasil, clientes com a ocupação “profissional liberal” ocupam o primeiro lugar na lista de inadimplentes. Na região Centro-Oeste, 5,2% dos profissionais liberais estão com pagamentos de dívidas com atraso superior a 90 dias. Seguem o Sudeste (5,1%), Sul (4,6%), Nordeste (4,5%) e, por último, os estados do Norte (4,4%). A segunda categoria com mais calotes é a dos empresários, cujas taxas de inadimplência oscilam entre a máxima de 4,3% no Centro-Oeste e a mínima de 3,7% no Sudeste. No restante do Brasil, a taxa de atrasos entre os empresários é de 4% no Nordeste e

12

Empresa BRASIL

Norte e de 3,8% no Sul do Brasil. Conforme a análise do BC, os empregados do setor privado são, proporcionalmente, mais caloteiros do que funcionários públicos. Em quatro das cinco regiões brasileiras, clientes que trabalham na iniciativa privada têm taxas de inadimplência maiores que os que estão no setor público. A única exceção é o Sul do Brasil, onde o quadro se inverte. Na região Sudeste, enquanto a taxa de calote entre os devedores que trabalham no setor privado é de 3,3%, o percentual entre os trabalhadores do serviço público é de 2,1%. No Nordeste estão os servidores públicos que melhor pagam as dívidas no Brasil, com inadimplência de apenas 0,6%. Nessa mesma região, o indicador dos empregados privados está em 2,1%. Entre os brasileiros que deixaram de trabalhar, os nordestinos são os melhores pagadores, com taxa de inadimplência de 0,8%. Os aposentados que estão no Centro-Oeste brasileiro possuem uma taxa de 1,9% de inadimplência, e os do Sudeste e Sul apresentam índice de inadimplência de 2,3%.


Foto: Andy Dean/Fotolia.com

Maioria pretende quitar seus débitos nos próximos 30 dias com o corte de gastos

Desemprego continua como principal causa de endividamento Homens e mulheres de 26 a 30 anos que ganham até dois salários e devem até R$ 1mil fazem parte da maioria dos inadimplentes em São Paulo, segundo pesquisa realizada com 804 consumidores pelo Instituto de Economia da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e a Boa Vista Serviços divulgada em setembro. Dentre as informações apresentadas pela pesquisa, o presidente da ACSP, Rogério Amato, destacou que, embora o desemprego continue a ser a principal causa da inadimplência, 77% dos que atribuíram o não pagamento à perda de emprego pessoal ou de alguém da família já se encontram novamente empregados, mostrando que a oferta de emprego ainda é positiva. Outro ponto importante da pesquisa, segundo Amato, é o fato de que 63% pretendem quitar seus débitos nos próximos 30 dias, dos quais 85% com o corte de gastos. “Esse é um bom exemplo que deveria ser seguido pelos governos: cortar gastos para reduzir dívidas”, ressaltou o dirigente. A mesma consulta mostrou que o descontrole de gasto passou de 11% em setembro de 2010 para 18% no mês passado, mostrando que a facilidade de

crédito resultou em maior endividamento do consumidor. O presidente da Associação observa, contudo, que, nos últimos meses, os bancos e o varejo se tornaram mais seletivos na concessão de crédito, o que deve se refletir nas próximas pesquisas. Rogério Amato destaca que aumentou a utilização do Empréstimo Consignado, de 16% para 24% em setembro último, destacando-se as mudanças ocorridas no uso dos recursos obtidos. Quitar dívidas continua sendo a principal finalidade desse tipo de empréstimo para 58% dos entrevistados, seguida da “compra de produtos” para 19%, caindo a participação dos itens “ajudar a família”, “reforma de imóvel e outros”. Provavelmente, diz Amato, “parte do consignado foi utilizada para pagar dívidas que possuem juros mais elevados, o que acaba representando um alívio para o consumidor”. Embora tenha aumentado o número dos pesquisados que afirmaram não pretender fazer compra a prazo nos próximos meses, 57% deles consideram que a sua situação financeira atual está melhor em relação ao ano passado, o que deve ser explicado pelo crescimento do emprego e os aumentos de salários. Outubro de 2011

13


CAPA

Perfil do inadimplente Você deve p para: 01 Empresa p 02 Empresas p 03 Empresas p 04 Empresas Emppre resa sas Mais ddee 4 empre p empresas

Set/10 40% 24% 14% 7% 15%

Mar/11 39% 32% 12% 4% 12%

Set/11 39% 27% 15% 7% 13%

Set/10 31% 24% 19% 14% 12%

Mar/11 37% 18% 19% 16% 11%

Set/11 28% 20% 24% 18% 10%

Set/10 63% 37%

Mar/11 72% 28%

Set/11 73% 27%

Set/10 31% 32% 13% 24%

Mar/11 24% 42% 14% 20%

Set/11 35% 33% 14% 17%

Set/10 22% 36% 18% 15% 9%

Mar/11 5% 77% 7% 7% 4%

Set/11 26% 55% 16% 21% 9%

Mar/11 14% 86%

Set/11 24% 76%

Set/10 42% 14% 15% 14% 14%

Mar/11 41% 21% 20% 11% 7%

Set/11 58% 19% 8% 10% 5%

Set/10 52% 48%

Mar/11 48% 52%

Set/11 50% 50%

Que forma d de pagamento foi usada? Carnê Cheque q Cartão de crédit crédito Cart Ca rtão de loja rt j Cartão Emprés p és éstititimo m Empréstimo

Se existir atr atraso nos dois sistemas, SCPC e SCPC|Cheque, qual ocorreu primeiro? SCPC|Cheq SCPC SCPC|Cheque | q

Se carnê ou empréstimos bancários, pagamentos atrasados? quantos pag Um Dois Três Mais de três

Se cheque, q quantos em atrasos? Um Dois a cinco Seis a dez Onze a vinte Mais de vinte

Fez emprést empréstimo consignado com desconto em folha de pagamentos ou aposentadoria? Sim Não

Set/10 16% 84%

Qual foi o uso us do empréstimo consignado?

Foto: Dundanim/Fotolia.com

Qu Q itar dívidas Quitar Comp Co mprar p pprodut Comprar produtos Ajudar j a ffamíl ília ia família Reforma o imóv imóvel Outros Sexo Feminino M sculino Ma Masculino

Fonte: Pesquisa realizada pelo Instituto de Economia da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e pela BVS -


Idade Menos de 20 anos De 20 a 25 De 26 a 30 De 31 a 35 De 36 a 40 De 41 a 45 De 46 a 50 De 51 a 55 De 56 a 60 Mais de 60 anos

Set/10 2% 10% 24% 23% 13% 11% 7% 5% 2% 3%

Mar/11 4% 17% 24% 21% 14% 7% 6% 3% 3% 1%

Set/11 3% 17% 24% 23% 13% 7% 7% 3% 2% 1%

Set/10 48% 2% 6% 11% 7% 9% 3% 0% 13%

Mar/11 56% 3% 3% 14% 6% 10% 3% 1% 4%

Set/11 51% 4% 4% 18% 6% 10% 2% 1% 5%

Qual o produto adquirido que causou a inadimplência? Set/10 Mar/11 roupas/calçados 21% 26% eletrodomésticos 18% 20% empréstimo pessoal 13% 10% móveis 7% 11% alimentação 7% 9% material de construção 4% 5% imóveis 5% 1% automóveis 1% 2% contas de telefone e celular 4% 12% contas de água, luz, telefone, etc. n.d. n.d. outros 22% 4%

Set/11 26% 19% 10% 7% 10% 4% 6% 1% 3% 7% 8%

Qual o valor total estimado de sua dívida Set/10 até 300,00 8% de 301,00 a 500,00 10% de 501,00 a 1.000,00 22% de 1.001,00 a 1.500,00 20% de 1.501,00 a 3.000,00 17% acima de 3.000,00 23%

Mar/11 9% 14% 32% 14% 14% 17%

Set/11 8% 13% 22% 18% 19% 20%

Qual o valor da prestação que você poderia pagar para renegociar todas as suas dívidas? Set/10 até 100,00 49% de 101,00 a 200,00 29% de 201,00 a 400,00 15% de 401,00 a 600,00 3% de 601,00 a 800,00 1% de 801,00 a 1.000,00 1% + de 1.000,00 1%

Mar/11 55% 29% 10% 3% 2% 1% 1%

Set/11 53% 27% 12% 4% 2% 1% 1%

Causas da inadimplência Ficou desempregado Alguém da família ficou desempregado Doença em família Descontrole do gasto Queda da renda Ter sido fiador, avalista ou emprestou o nome Pagamentos do empréstimo consignado Atraso no recebimento de salários Outros Continua Desempregado? Sim Não

Set/10 31% 69%

Mar/11 19% 81%

Set/11 23% 77%

Set/10 6% 25% 30% 22% 7% 6% 3% 2%

Mar/11 6% 22% 34% 21% 8% 4% 3% 2%

Set/11 5% 29% 28% 20% 8% 6% 3% 1%

Qual a renda mensal familiar atual? De 0 a 510 reais (Até 1 S.M.) De 511 a 1.020 reais (de 1 a 2 S.M.) De 1.021 a 1.530 reais (de 2 a 3 S.M.) De 1.531 a 2.040 reais (de 3 a 4 S.M.) De 2.040 a 2.550 reais (de 4 a 5 S.M) De 2.551 a 3.570 reais (de 5 a 7 S.M) De 3.571 a 5.100 reais (de 7 a 10 S.M.) Acima de 5.100 reais (acima de 10 S.M.) Qual a renda mensal individual atual? De 0 a 510 reais (Até 1 S.M.) De 511 a 1.020 reais (de 1 a 2 S.M.) De 1.021 a 1.530 reais (de 2 a 3 S.M.) De 1.531 a 2.040 reais (de 3 a 4 S.M.) De 2.040 a 2.550 reais (de 4 a 5 S.M) De 2.551 a 3.570 reais (de 5 a 7 S.M) De 3.571 a 5.100 reais (de 7 a 10 S.M.) Acima de 5.100 reais (acima de 10 S.M.)

Set/10 25% 38% 21% 10% 2% 3% 1% 1%

Mar/11 23% 43% 20% 8% 2% 2% 1% 1%

Set/11 24% 45% 19% 5% 2% 2% 1% 0%

Como está sua situação financeira em relação ao ano passado? Set/10 Mar/11 Set/11 Igual 34% 37% 30% Melhor 47% 52% 57% Pior 18% 11% 13%

Pretende quitar seu débito em atraso nos próximos 30 dias? Set/10 Mar/11 Set/11 Sim 50% 60% 63% Não 30% 28% 27% Não sabe 20% 12% 10% Com que recursos pretende quitar os débitos? Set/10 Salário/corte de gastos 73% Com o FGTS 2% Com recursos das férias 4% Com a poupança 1% Com empréstimos 1% Com parcela do 13º 4% Outros 15%

Mar/11 83% 3% 4% 2% 3% 1% 4%

Set/11 85% 3% 4% 1% 1% 1% 5%

Após quitar o débito, pretende fazer compras a prazo nos próximos meses? Set/10 Sim 26% Não 58% Não sabe 16%

Mar/11 23% 67% 10%

Set/11 25% 64% 11%

Boa Vista Serviços, junto aos consumidores que procuram o balcão de atendimento do SCPC, em setembro passado.

Outubro de 2011

15


CASE DE SUCESSO

Margem de descontos chegou a 40%

Terceiro Feirão de Viagens reúne mais de 3 mil visitantes Em sua 3a edição, o Feirão de Viagens movimentou cerca de R$ 650 mil em negócios, um incremento de 30% em comparação ao evento do ano passado

U

m sonho que tem como destino uma viagem, com boas opções de lugares a preços especiais foi a tônica do 3o Feirão de Viagens, que atraiu mais de 3 mil pessoas, no mês passado, em Uberlândia, no triângulo mineiro. Destaque pelo seu pioneirismo, a iniciativa é uma das ações do núcleo de agência de viagens de Uberlândia (Unetur) ligado ao programa Empreender Competitivo da CACB (projeto desenvolvido em parceria com o Sebrae). O benefício do Feirão, uma das ações do projeto aprovado na primeira chamada do Empreender Competitivo, é sentido por toda a cadeia: consumidores podem comprar com melhores preços; fornecedores vendem um maior volume e as 15 agências do núcleo ganham visibilidade, além de maior poder de barganha na negociação com os fornecedores e parceiros.

16

Empresa BRASIL

Nesta 3a edição, o Feirão de Viagens movimentou cerca de R$ 650 mil em negócios. O valor é 30% maior que o apurado no ano passado. A margem de descontos em todos os segmentos chegou a 40% e os pagamentos podiam ser parcelados em até 12 vezes. O leque de opções também foi vasto, para todos os gostos e bolsos. Entre os produtos oferecidos estavam destinos como: Sauipe, Foz do Iguaçu, Porto Seguro, além de passagens aéreas, estadas, cruzeiros marítimos, cursos de inglês e espanhol no exterior, pacotes nacionais e internacionais, incluindo feriados prolongados como réveillon e carnaval. Clientes corporate (negócios) e interessados em fazer intercâmbio também puderam conferir preços especiais. Com o aumento da demanda das duas edições anteriores, o Feirão teve seu espaço físico ampliado e


a equipe de atendimento reforçada. Nessa última edição, mais de 70 agentes participaram do atendimento e foram disponibilizadas duas linhas exclusivas para as vendas de passagens. Para Lucy Crosara, diretora de uma das agências, o movimento foi positivo. “Vendemos produtos com descontos e com parcelamentos, o que incentivou mais as vendas. Não era preciso chegar com destinos definidos, a própria agência sugeria vários. E alguns tinham preços bem especiais”, afirmou. Segundo a empresária, Malu Silveira, o Feirão foi uma oportunidade para a compra de pacotes mais baratos. “Havia cruzeiros marítimos em baixa temporada custando US$ 280. Eram bons preços para atrair os consumidores”, disse. História e perspectivas O Núcleo de Agência de Viagem de Uberlândia (Unetur) começou em 2009, com 16 agências participantes. No ano seguinte, com o ingresso no Empreender Competitivo, o trabalho do núcleo passou a ser norteado por um planejamento estratégico. Entre as atividades desenhadas, o aprimoramento do Feirão e a implementação de técnicas de gestão (administrativa e financeira) mais eficientes. Paralelamente, o programa da CACB promoveu o fortalecimento nos processos de venda, maior acesso a recursos e a capacitação dos funcionários, especialmente, na área de atendimento. O trabalho dos consultores trouxe, ainda, uma relação mais intensa entre proprietários e fornecedores. Além de um poder de barganha maior na negociação, as reuniões proporcionaram uma maior interação entre os dois lados. De acordo com o coordenador do Empreender, Marlos Ramos, a expectativa agora é dar continuidade ao trabalho de eficiência em gestão e promoção de eventos. Aumentar o poder de negociação junto aos fornecedores e criar um canal de divulgação em comum também são focos estratégicos do grupo. Planejamento A Associação Comercial e Industrial de Uberlândia (Aciub) é um dos destaques do Empreender em Minas e no país. A cidade conta com 23 núcleos, que atendem mais de 400 micro e pequenas empresas locais. A associação desenvolve sete dos nove projetos minei-

Evento foi realizado no domingo, 18 de setembro

Marlos Ramos: “Escolha de consultores é criteriosa” ros aprovados pela chamada do Empreender Competitivo – destinado a núcleos setoriais mais desenvolvidos. O sucesso na gestão, segundo o consultor Marlos Ramos, se dá em função do apoio da diretoria e da qualificação do pessoal. “Temos um processo seletivo criterioso. Além de serem entrevistados, os consultores foram encaminhados para treinamento e avaliados. Foi um investimento, que já está trazendo resultados”, afirmou. Outubro de 2011

17


ENTREVISTA

Tendência de indexação torna mais difícil o combate à inflação das pelo BC em dezembro de 2010 e as elevações da taxa Selic tiveram impacto pequeno nas vendas do varejo, provocando uma desaceleração moderada, mas não na intensidade esperada para conter a inflação. O mercado de trabalho continuou forte e a massa salarial crescendo, o que neutralizou em parte as medidas do BC. O BC brincou com fogo ao cortar os juros? O BC trabalhou com um cenário de agravamento da crise externa bastante pessimista. Talvez por ter tido informações a respeito na reunião dos bancos centrais em Jackson Hole. Nesse raciocínio, a queda dos preços dos alimentos no mercado internacional ajudaria a inflação a recuar, o que não se confirmou até agora. O objetivo do Banco Central foi o de se antecipar aos impactos da crise internacional sobre a economia brasileira, para evitar queda da atividade, como ocorreu em 2008, quando o Banco demorou a reagir. O tempo dirá se sua aposta foi arriscada ou não.

Solimeo: “Sem política fiscal efetiva, será necessária alta dose de juros para reverter tendência da inflação”

E

m entrevista a Empresa Brasil, o economista-chefe da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Marcel Solimeo, afirma que são cada vez maiores os indícios de indexação da economia brasileira. Se a inflação continuar a subir, a tendência, de acordo com Solimeo, é que aumente ainda mais a indexação, tornando mais difícil o seu combate. Entre os fatores apontados pelo economista que manterão a inflação em níveis elevados ao longo de 2012 estão os preços dos alimentos e dos serviços, que continuarão pressionados, fortes reajustes salariais, aumento do salário mínimo de 14% para 2012, desemprego no limite de baixa e valorização do dólar. Empresa Brasil: Qual a sua previsão para este ano? Marcel Solmeo: Acredito que a inflação acumulada em 12 meses possa cair ligeiramente, mas fechará 2011 próxima do teto da meta, de 6,5%. As medidas adota-

18

Empresa BRASIL

Com essa mudança de política econômica, o senhor acredita que o Banco Central vai continuar cortando juros? Creio que haverá ainda mais dois ou três cortes de meio ponto percentual na taxa Selic e talvez uma reversão no próximo ano se o cenário da inflação for desfavorável. Os efeitos da política sobre a demanda interna foram limitados, mas o risco da transmissão de aumentos por indexação, no segundo semestre, permanece considerável. Concorda? A indexação ainda existente na economia brasileira é o maior risco decorrente da subida da inflação. A tendência, se a inflação continuar subindo, é que aumente ainda mais a indexação, tornando mais difícil o seu combate. Entre os fatores que manterão a inflação em níveis elevados ao longo de 2012 estão os preços dos alimentos e dos serviços, que continuarão pressionados, fortes reajustes salariais, aumento do salário mínimo de 14% para 2012, desemprego no limite de baixa e, agora, a valorização do dólar.


OUTUBRO/2011 – WWW.SEBRAE.COM.BR – 0800 570 0800

Foto: André Conti

INFORME DO SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

Congresso ajusta Lei Geral O Projeto de Lei 77/11, aprovado no início de outubro pelo Senado, amplia os limites de faturamento do Supersimples

Reconhecimento Estão abertas as inscrições ao Prêmio Sebrae Mulher de Negócios

Empresária Cláudia Regina Marcon Thomé, de Concórdia (SC), foi uma das vencedoras do Prêmio Mulher de Negócios em 2010


/ / Tr ib u ta çã o / /

SENADO APROVA PROJETO QUE AMPLIA SUPERSIMPLES Ao todo, 5,5 milhões de pequenas empresas e empreendedores individuais que integram o Simples Nacional serão beneficiados

2 EMPREENDER // SEBRAE

Foto: Bernardo Rebello

N

o último dia 5 de outubro, Dia da Micro e Pequena Empresa, o Senado aprovou por unanimidade (com 55 votos) a íntegra do Projeto de Lei da Câmara (PLC) 77/11 que ajusta a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa (Lei Complementar 123/06). O projeto deve ser sancionado em breve pela presidente Dilma Rousseff. Entre as medidas, o projeto amplia em 50% as faixas de enquadramento e o teto da receita bruta anual das empresas do Supersimples. O da microempresa passa de R$ 240 mil para R$ 360 mil e o da pequena sobe de R$ 2,4 milhões para R$ 3,6 milhões. O teto do Empreendedor Individual sobe de R$ 36 mil para R$ 60 mil. As mudanças beneficiam diretamente as 5,5 milhões de empresas que integram o Simples Nacional, onde também estão incluídos 1,6 milhão de empreendedores individuais. Com a lei sancionada ainda este ano, esses ajustes passam a valer no dia 1º de janeiro de 2012. “É uma vitória para o segmento, porque estimula a ampliação dos pequenos negócios, tão importantes para a economia brasileira. E a aprovação ocorre numa data simbólica, que é o dia da micro e pequena empresa”, comemora o presidente do Sebrae Nacional, Luiz Barretto.

Projeto de Lei amplia limites de faturamento e possibilita parcelamento de dívidas

O Simples Nacional reúne seis impostos federais – IRPJ, IPI, PIS, Cofins, CSLL e INSS patronal – mais o ICMS recolhido pelos estados e o ISS recolhido pelos municípios. Segundo o relator do projeto, senador José Pimentel (PT/CE), a atualização da tabela do Supersimples gera uma redução de 47% nos impostos federais para essas empresas. “No setor de comércio, na primeira faixa estão as empresas que faturam até 120 mil e recolhem 4% de imposto. Agora, elas têm o faturamento ampliado para R$ 180 mil e continuam recolhendo imposto

de 4%”, afirmou Pimentel. E completou: “Ganham as empresas, a sociedade, o pacto federativo e o Congresso Nacional”. O projeto também cria o parcelamento, em até 60 meses, de débitos das empresas do Simples Nacional, o que até agora não era permitido. A medida já vale a partir de 2011 e beneficia mais de 500 mil empresas que estão em débito com os fiscos federal, estadual e municipal. Sem o parcelamento, elas seriam retiradas do sistema em janeiro de 2012. O PLC também admite que as empresas possam exportar até o mesmo valor do seu faturamento bruto anual sem risco de exclusão. “As mudanças permitem que as micro e pequenas empresas possam crescer e se tornar mais competitivas e produtivas, contribuindo para a economia nacional, com geração de emprego e renda”, destacou o presidente em exercício do Sebrae Nacional, José Claudio dos Santos, que acompanhou a votação do projeto no Senado. Ele lembrou ainda que 53% dos empregos hoje estão dentro das micro e pequenas empresas, o que significa cerca de 20 milhões de postos de trabalho. José Claudio dos Santos ressaltou também a importância da aprovação do projeto nessa data especial, Dia da Micro e Pequena Empresa. E


/ / R eco nhec imento / /

INSCRIÇÕES AO PRÊMIO MULHER DE NEGÓCIOS VÃO ATÉ DEZEMBRO Iniciativa do Sebrae valoriza trajetória profissional de empreendedoras Foto: André Conti

E

stão abertas até o dia 5 de dezembro as inscrições para o Prêmio Sebrae Mulher de Negócios. A iniciativa reconhece o talento de mulheres bem-sucedidas no empreendedorismo nacional. O objetivo é usar as experiências vencedoras para motivar outras pessoas. A mais recente edição do prêmio contou com mais de 3,5 mil participantes. Para se inscrever, as empreendedoras devem ter mais de 18 anos e estar à frente de empresas classificadas como de micro ou pequeno porte ou grupos de produção formal. O prêmio se divide em duas etapas: uma estadual e outra nacional. As candidatas apresentam relatos de sua trajetória profissional e pessoal. Na construção dos textos, podem enfatizar três momentos da gestão do negócio: criação, desenvolvimento e resultados obtidos. As histórias devem ser redigidas a mão e ter entre 40 e 100 linhas. O prêmio é concedido em duas categorias: Pequenos Negócios e Negócios Coletivos. A primeira contempla proprietárias de micro e pequenas empresas – incluindo produtoras rurais – estabelecidas formalmente há, no mínimo, um ano. Para concorrer em Negócios Coletivos, é necessário fazer parte de grupos de produção formal, como cooperativas e associações de pequenos negócios, com geração de trabalho e

Para participar, as empreendedoras devem ter mais de 18 anos e estar à frente de empresas ou grupos de produção formal

renda. Também é pré-requisito que essas cooperativas estejam formalizadas há pelo menos um ano. Organizações Não Governamentais (ONG), franquias, sindicatos, associações filantrópicas e empresas vinculadas às entidades promotoras do prêmio não podem entrar na disputa. //Prêmio Serão selecionados até 54 relatos – no máximo dois em cada unidade da federação – na fase estadual. As autoras recebem certificado, troféu, selo de vencedora e um curso de capacitação. Nacionalmente, dez mulheres serão premiadas com troféu de bronze, oito com troféu de prata e as duas melhores narrativas – uma em cada ca-

tegoria – vencem o Mulher de Negócios. Quem recebe os troféus ouro e prata conquista uma viagem nacional com direito a um curso de capacitação. As duas vencedoras nacionais também ganham uma viagem ao exterior para conhecer centros de referência em empreendedorismo. Todas as candidatas recebem um diagnóstico do seu perfil empreendedor. Para o julgamento dos relatos, são levados em conta critérios como inovação, perseverança, estratégia de fidelização de clientes, superação da discriminação feminina e sustentabilidade. As inscrições poderão ser feitas até o dia 5 de dezembro, pelo site www.mulherdenegocios.sebrae.com.br ou em qualquer posto de atendimento do Sebrae. E

Outubro de 2011

3


/ / R eg r a s/ /

SEBRAE E ABNT LANÇAM CARTILHA SOBRE ATENDIMENTO Publicação ajuda empresários a se adaptar às normas técnicas

P

ara ajudar empreendedores a melhorarem a qualidade do atendimento em seus negócios, o Sebrae lança uma cartilha sobre a primeira norma brasileira voltada especificamente ao comércio. Em formato de histórias em quadrinhos, utiliza linguagem acessível para ensinar o empresário a se adaptar à Norma 15.842 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que é opcional e trata da qualidade no atendimento. O material está disponível nas unidades do Sebrae em todo o país, que farão a distribuição. A cartilha mostra a importância de garantir a qualidade do atendimento no comércio, que reúne 52% do total de micro e pequenas empresas (MPE). Dos 5,9 milhões dos micro e pequenos negócios e empreendedores individuais existentes no País, 3,1 milhões atuam no comércio. O material reforça que atender com qualidade significa inovar. “O objetivo é divulgar que adotar normas técnicas promove adequação e padronização de procedimentos, melhorando a qualidade de produtos e serviços. Mais qualidade resulta em mais competitividade e satisfação para os clientes”, assinala o gerente de Atendimento Coletivo-Comércio do Sebrae Nacional, Juarez de Paula. Para Raissa Rossiter, responsável pela elaboração da cartilha, as normas técnicas são muito importantes para a gestão. “Elas se tornam essenciais em tempos de compe-

cita como exemplo a oferta de serviços que surpreendam o consumidor, como uma embalagem bonita ou um serviço de manobrista. No enredo, depois que implementa a norma, Murilo volta a ver a loja cheia de clientes e comemora o crescimento do faturamento.

tição acirrada, inclusive com grandes redes varejistas, que investem pesado em suas equipes de atendimento”, observa Raissa. //Personagens Na história, uma consultora do Sebrae chamada Sofia vai a uma loja de calçados e lá descobre que o proprietário, o senhor Murilo, pensa em fechar o negócio por achar que o movimento de clientes anda ruim. Por meio de um diálogo entre os dois, a cartilha aponta que, mais do que comprar, o consumidor quer ter uma experiência positiva, e o lojista deve saber atender a essa expectativa. O ideal, segundo Sofia, é criar um padrão de qualidade no atendimento, uma forma de atender que desperte credibilidade e confiança no cliente e tenha identidade. A consultora

//Norma A Norma 15.842, primeira regra da ABNT voltada especificamente ao pequeno comércio, entrou em vigor em julho de 2010. Ela ajuda a verificar a situação da empresa e a criar um padrão de qualidade no atendimento. Essa norma orienta a avaliar e treinar os funcionários, aplicando na prática um padrão de excelência. O objetivo dos procedimentos é melhorar a imagem diante dos clientes e desenvolver nos funcionários o desejo de contribuir para o crescimento dos negócios. Para garantir que está adotando os procedimentos, o empresário deve certificar o sistema implementado por meio de uma empresa credenciada, que fará uma auditoria, apontando oportunidades de melhoria e garantindo a qualidade no padrão de atendimento. As MPE podem adquirir, por meio do Sebrae, as normas da ABNT por um terço do valor original. O empreendedor deve entrar em contato com o Sebrae ou com a ABNT. E Serviço: Textos: Agência Sebrae de Notícias Mais informações: www.agenciasebrae.com.br

Empreender Informe do Sebrae. Presidente do Conselho Deliberativo Nacional: Roberto Simões. Diretor-Presidente: 4 EMPREENDER // SEBRAE

Luiz Barretto. Diretor-Técnico: Carlos Alberto dos Santos. Diretor de Administração e Finanças: José Claudio dos Santos. Gerente de Marketing e Comunicação: Cândida Bittencourt. Edição: Ana Canêdo, Antônio Viegas. Endereço: SGAS 605, Conjunto A, Asa Sul, Brasília/DF, CEP: 70.200-645 - Fone: (61) 3348-7570 - Para falar com o Sebrae: 0800 570 0800 Na internet: sebrae.com.br // twitter.com/sebrae // facebook.com/sebrae // youtube.com/tvsebrae


NEGÓCIOS

Uma Copa de oportunidades Segmentos de maior potencial para atender os negócios a serem gerados pela Copa 2014 começam a acelerar seus preparativos

E

nquanto a infraestrutura ainda se ressente de um melhor planejamento, grande parte dos segmentos a serem envolvidos nas oportunidades de negócios da Copa 2014 começa a acelerar os seus preparativos. No ramo da hotelaria, por exemplo, são inúmeros os novos empreendimentos projetados para atender à demanda de turistas. Apenas em Porto Alegre, a previsão da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio Grande do Sul é de que sejam inaugurados pelo menos 11 hotéis, o que elevará a capacidade de leitos para 22 mil, diante dos atuais 16 mil. A chegada dos novos investimentos também tem reflexos diretos no mercado de trabalho. Além da contratação de pessoal para tocar o dia a dia dos novos hotéis, o preparo de mão de obra, tanto para as novas vagas quanto para as atuais, é considerado um dos pon-

tos fundamentais desses preparativos. Para fazer frente a essa necessidade, várias entidades estão promovendo cursos e treinamentos focados na qualificação. É o caso do Senac (Serviço Nacional do Comércio) no Rio Grande do Sul. Segundo a coordenadora do núcleo de educação profissional da entidade, Fabiane Francisconi, o programa “Senac na Copa, Rio Grande do Sul no Mundo” estabeleceu a meta de realizar até 2014 cerca de 230 mil atendimentos, dos quais 115 mil serão de vagas gratuitas. As oportunidades são as mais distintas, todas voltadas a preparar o funcionário para receber bem o visitante. São cursos de formação e aperfeiçoamento – agente de viagem, camareira em meios de hospedagem, monitor de recreação, organizador de eventos, recepcionista de eventos, recepcionista em meios de hospedagem, técnicas do serviço de camareira e técnicas do serviço de recepção – e Outubro de 2011

19


Indústria moveleira será um dos segmentos mais favorecidos pela demanda da Copa 2014

“ ” Glademir Ferrari: “A movimentação ação ões já é grande para novas construções tes e reformas de hotéis, restaurantes e demais estruturas”

também técnicos como o de guia de turismo. Fabiane afirma que apenas em 2011 já ocorreram 4.500 inscrições e 50% foram gratuitas. Ela acrescenta que há procura em todas as unidades. “Há uma demanda maior por cursos de idiomas, e o Senac desenvolve um trabalho que abrange desde taxistas até assessoria para tradução de cardápios”, informa. Do portfólio de 600 cursos ministrados pela entidade, cerca de cem foram customizados especialmente de olho na Copa 2014, incluindo, por exemplo, uma carga horária maior de idiomas, além de possibilidade de cursos intensivos e de educação a distância. “As oportunidades de cursos gratuitos existem. Falta apenas as empresas tomarem a iniciativa de qualificar os seus empregados”, destaca a coordenadora do núcleo. “Trata-se de uma boa oportunidade para investir na formação de seus colaboradores”, acrescenta. No Rio Grande do Sul, o Senac atua com unidades em 41 cidades e mais 21 balcões de atendimento em municípios menores. As construções e reformas de hotéis, restaurantes e demais estruturas começam a repercutir também no setor moveleiro, um dos ramos a serem favorecidos pela Copa 2014. Segundo o presidente do Sindicato da Indústria de Móveis (Sindimóveis) de Bento Gonçalves, Glademir Ferrari, algumas empresas estão focando até mesmo área corporativa. Um exemplo é a Todeschini, que criou um serviço de vendas por meio do B2B e quer se tornar líder no segmento hoteleiro.

Foto Cecilia Azevedo

Parcerias para atender à demanda

Francisco Emílio Dantas Marinho: “Trabalhar em conjunto pode ser vantajoso para todo o comércio”

20

Empresa BRASIL

O proprietário do restaurante Beirute, em Brasília, Francisco Emílio Dantas Marinho, já pensa nas estratégias para aumentar o movimento durante os jogos da Copa. A primeira providência vai ser a preparação da equipe para receber o turista estrangeiro com aulas de espanhol e inglês básico. Outra ideia é desenvolver pratos especiais para o evento como forma de reforçar a marca do restaurante. Francisco também pensa em fazer parcerias com hotéis, empresas aéreas e agências de turismo oferecendo descontos e atrativos aos visitantes.

Francisco pondera que trabalhar em conjunto pode ser vantajoso para todo o comércio. “Temos que ter o pensamento mais amplo e pensar em grupo. Comércio unido tem mais vantagens. Troco ideias com meus parceiros da Associação Comercial e mesmo com segmentos parecidos, acredito que todo mundo pode ganhar.” “A Copa do Mundo está sendo importante para despertar essa ideia de as empresas trabalharem em conjunto com a preocupação de apresentar o maior profissionalismo possível, qualificando os funcionários e agregando valor aos seus produtos”, diz ele.


Uma chance de crescimento para as micro Foto André Telles

Cerca de 300 mil micro e pequenas empresas paulistas, de todos os setores, têm chances de crescimento econômico com a chegada da Copa do Mundo de 2014. Esse dado faz parte do “Mapa de Oportunidades de Negócios para Micro e Pequenas Empresas nas Cidades-Sede”, levantamento encomendado pelo Sebrae à Fundação Getulio Vargas (FGV). O Mapa é uma ação do Programa Sebrae 2014, que vem sendo apresentado em seminários em todo o Brasil para cerca de 6,8 mil empresários até o momento. Em São Paulo, o levantamento inédito aponta 456 oportunidades de negócios para micro e pequenas empresas (MPE) que deverão surgir em decorrência do mundial de futebol (antes, durante e após os jogos) no estado de São Paulo. O setor de comércio concentra 51% delas, seguido pelo de serviços (30%) e indústria (19%). O destaque no estado fica por conta da tecnologia da informação, na qual foram identificadas 80 oportunidades de negócios. Em seguida, vem o agronegócio, com 75. Turismo e produção associada ao turismo levantaram juntas 139. Entre as oportunidades listadas em tecnologia da informação estão: serviço de suporte a distância (online) a equipamentos e sistemas de comunicação de dados; projeto e implantação de sistemas de proteção

de redes (firewalls, contingências e outros); dispositivos para apresentação (Projetor, LED,TV, DVD) e soluções de gestão hoteleira. Até 2013, por meio do Programa Sebrae 2014, serão investidos R$ 80 milhões em iniciativas para possibilitar que os pequenos negócios aproveitem as oportunidades da competição. Em todo o país, o estudo revela 930 oportunidades de negócios para micro e pequenas empresas nas 12 cidades-sede.

Cachaça e futebol Em Belo Horizonte, a casa Alambique já começa a trabalhar para a Copa 2014. Além da capacitação dos funcionários, com cursos de idiomas, a casa, que tem quase duas décadas de tradição, já prepara ideias para produtos especiais para a Copa. A ideia é dar um toque ainda mais brasileiro aos produtos que já são vendidos, como a famosa Cachaça Germana, copos, camisetas e outros. Essa visão empreendedora é uma constante na Cachaçaria. Há 20 anos, o estabelecimento contava apenas com 32m de área e três mesas no porão de um chalé

Encontro Sebrae de Negócios – Oportunidades para 2014, realizado no Rio

Os números da Copa ■ Investimentos previstos: R$ 142 bilhões. ■ Empregos a serem criados: 3,5 milhões. ■ Receitas com o turismo: R$ 6 bilhões. ■ Em eventos anteriores, 60% dos turistas

eram casados e 36% solteiros. ■ 32% deles gastaram mais de R$ 10 mil.

de madeira em construção. Hoje, a casa conta com cinco bares e pode atender a 1.500 pessoas por noite. Além de dançar, os clientes podem comprar cachaças e acessórios e experimentar novos cocktails com a bebida típica brasileira e, ainda, ter uma vista panorâmica da cidade.

■ Os principais gastos foram com alimenta-

ção, hospedagem, ingressos e presentes. ■ Os organizadores esperam vender mais

de 3 milhões de ingressos. ■ Previsão de visitantes em todo o país:

1,2 milhão.

Outubro de 2011

21


INFRAESTRUTURA

Brasil pode ter redução inédita nas tarifas de energia Caso o governo decida pela prorrogação dos contratos de concessão que se encerram entre 2013 e 2015, em tese poderá haver uma redução das tarifas de hidrelétricas

O

setor elétrico nacional está muito perto de sinalizar uma redução inédita de 25% nas tarifas de energia de hidrelétricas, caso o governo federal opte pela renovação das concessões das usinas cujos contratos expiram entre 2015 e 2017. Nesse período terminam os contratos de concessão de 58 usinas geradoras, responsáveis por 20% da produção de energia elétrica do país. Também serão extintos os contratos de 41 distribuidoras, que representam 30% do mercado, e de 73 mil quilômetros de linhas de transmissão de energia elétrica, equivalentes a 82% das concessões existentes. Apesar da proximidade do fim dessas concessões, até agora não houve definição sobre o assunto. Tudo indica, no entanto, que elas serão renovadas, mas com redução de tarifas, segundo Edvaldo Alves de Santana, membro da diretoria colegiada da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

22

Empresa BRASIL

Isso porque, de acordo com o dirigente, o custo contábil das usinas amortizadas é muito pequeno e poderia baixar em torno de 25% para as tarifas de hidrelétricas, cujas concessões estão terminando em 2015. Com isso, o preço do megawatt-hora (MWh) da energia produzida por essas usinas cairia para R$ 70 a R$ 75, uma média atualizada pelo IPCA das tarifas obtidas nos leilões dos três últimos grandes empreendimentos hidrelétricos – Santo Antônio, Jirau e Belo Monte. É importante entender de que forma o consumidor pode vir a ser beneficiado pelo fim das concessões. Para isso é preciso entender que os diversos tipos de concessão do setor elétrico funcionam de forma diferente. Nivalde de Castro, professor do Instituto de Economia da UFRJ e coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel), explica que para as concessões de distribuição, excetuando-se casos em que o concessionário atual tenha um histórico de serviços de


As usinas do Jirau e Belo Monte fizeram parte dos últimos leilões do setor elétrico

baixa qualidade, o consumidor não terá muito como se beneficiar, do ponto de vista tarifário. Isso porque, pela regulação em vigor de revisões tarifárias periódicas, uma nova licitação de uma distribuidora não traria reduções significativas da tarifa. “Já a situação das concessões das usinas hidrelétricas é nitidamente distinta. O fim da concessão de uma central hidrelétrica pode, diferentemente do caso de uma distribuidora, representar grande benefício para os consumidores em termos de redução do custo da energia elétrica gerada. A distinção decorre da diferença entre a lógica de fixação de tarifas distribuidoras e a formação do preço da energia vendida pelas usinas hidrelétricas”, acrescenta o professor. No caso das concessões de transmissão que vencem nos próximos anos a situação é semelhante. “Sem ter que incorporar no preço do serviço a recuperação de investimentos já amortizados, o serviço poderia ser prestado por um valor menor que o atual”, afirma.

O que diz a legislação Pela legislação atual, segundo o professor Nivalde de Castro, da UFRJ, as concessões do setor elétrico devem ser revertidas à União quando expirar o prazo de concessão atual. Caberia então à União realizar nova licitação para escolher o novo concessionário ou um novo operador para o serviço. Atualmente, os ativos em questão pertencem em sua grande maioria a empresas estatais, principalmente do Sistema Eletrobrás, com pouca participação do sistema privado. Mas dada a magnitude das licitações que causariam grande impacto sobre o equilíbrio e

dinâmica do setor elétrico brasileiro, estão em estudo duas alternativas: por um lado, a reversão ao Estado de importantes ativos do setor elétrico seria uma oportunidade para mitigar o processo de elevação de custos de eletricidade que vem ocorrendo desde as privatizações. Por outro, a prorrogação, mediante alteração da lei das atuais concessões, evitaria, por exemplo, a diminuição drástica da participação das empresas estatais no setor elétrico, o que permitiria a adoção de uma fórmula capaz de transferir ao consumidor os ganhos de modicidade tarifária.

Modicidade tarifária beneficiaria os consumidores

Outubro de 2011 23


FEDERAÇÕES

Diretoria da Facir em reunião com representantes dos países fronteiriços

Roraima: a mais nova fronteira de desenvolvimento Apesar da vocação agrícola, o setor de comércio e serviços do estado vem crescendo de forma progressiva nos últimos anos

S

Jadir: “Reforma tributária é prioridade na agenda empresarial do país”

24

Empresa BRASIL

ituado no extremo Norte do país, o estado de Roraima vem sobressaindo como a mais nova fronteira de desenvolvimento da região. A posição geográfica, fronteira com a Guiana e a Venezuela, faz do estado um corredor na integração comercial com o Caribe, por exemplo. Por outro lado, a fronteira tem representado também vulnerabilidade, uma vez que os altos impostos aplicados no Brasil fazem com que muitos atravessem a fronteira para comprar até artigos de primeira necessidade nos países vizinhos. Apesar da vocação agrícola, o setor de comércio e serviços tem crescido nesse estado, que detém o segundo PIB per capita do norte amazônico. Neste contexto de expansão, a jovem Federação das Associações Comerciais e Industriais de Roraima (Facir) tem dado a sua contribuição. Fundada em 15 de dezembro de 1989, a entidade busca representar e fortalecer o empresariado local e, paralelamente, agir em parcerias com os países vizinhos. Em entrevista a Empresa Brasil, o presidente da Facir, Jadir Côrrea da Costa, cujo mandato se encerra em março de 2013, explica as peculiaridades do estado e analisa as necessidades da agenda empresarial do país.

Empresa Brasil: Quais os principais desafios da sua gestão? Jadir Côrrea da Costa: Já vencemos vários. No nosso primeiro mandato (março 2009 a março 2011), o grande desafio era botar as contas em dia, pois naquela situação que se encontrava a Casa era impossível pensar em outro desafio que não fosse arrumar a casa, colocar os compromissos em dia, enfim, acertar as coisas para combinar com nosso jeito de administrar. São dois projetos que achamos fundamentais: Arrumar o nosso “SCPC”, Serviço Central de Proteção ao Crédito, que é uma das maiores fontes de arrecadação do sistema Acir/Facir e depois partir firme para a melhoria do nosso quadro social, tanto da Acir como da Facir. Na sua opinião, quais devem ser as prioridades da agenda empresarial no país? Sem dúvida nenhuma, a votação pelo Congresso Nacional da reforma tributária, principalmente no caso do nosso estado de Roraima, que temos duas fronteiras internacionais: com a Venezuela a 200 quilômetros e com República da Guiana a 150 quilômetros da nossa capital Boa Vista. Com essa carga tributária brasileira nas alturas, é impossível para os


empresários roraimenses concorrerem com os empresários venezuelanos da cidade Santa Helena do Uairém e guianenses na cidade de Lethem. Para se ter uma ideia da disparidade dos preços, o consumidor roraimense aproveita o fim de semana para ir a essas cidades fronteiriças para fazer compras da semana. Compram de tudo: papel higiênico, enlatados, calçados, centrais de ar condicionado, pneus e ainda aproveitam para encher o tanque do carro a menos de 50 centavos o litro de combustível. Qual deve ser a posição do meio empresarial no que se refere à racionalização e redução dos gastos públicos? Nesse ponto a nossa Confederação já vem encabeçando várias campanhas e nos repassando orientações para seguirmos a mesma linha e pressionarmos nossas autoridades locais e nossos parlamentares. Como o senhor vê a possibilidade de uma verdadeira reforma tributária? Não sei se eu vejo, porque eu ouço essa música desde o meu tempo de estudante. Quando chega o período eleitoral é o que mais os candidatos prometem, reforma tributária e reforma política, além daquelas promessas já surradas de saúde, educação, segurança. Mas como tem o ditado de que o brasileiro é forte e não desiste nunca, eu vou continuar insistindo em acreditar nessa fábula. Quais são na sua opinião os principais entraves para o crescimento do estado? O estado de Roraima é um dos estados brasileiros mais ricos em recursos naturais, afinal de contas nós também somos Amazônia; mas é aí onde mora o principal problema: a nossa produção de arroz já era uma feliz realidade, o estado já estava aparecendo no cenário nacional como um pujante produtor do grão, veio o governo federal em nome de uma proteção irresponsável aos índios e detonou com os nossos empresários do agronegócio. Hoje a região, uma das mais promissoras para setor, está abandonada e os poucos índios que lá estavam estão vindo para a cidade engrossar a nossa não pequena população de desempregados. Lá só não está totalmente des-

povoado por causa de alguns projetos mantidos pelo nosso governo estadual, que ainda tem a esperança de recuperar de algum jeito aquela rica região. Isso sem falar na soja, que já despontava também com muito sucesso. Sem dúvida nenhuma, esse é o principal entrave. Já no setor de bens e serviços, a área de livre comércio de Boa Vista, em nossa opinião, é uma grande oportunidade de crescimento. Ainda faltam alguns ajustes como a construção de um armazém alfândegado em Boa Vista, e estamos em sintonia com o governo estadual e nossos parlamentares, para que tudo seja concluído. Também temos participado ativamente da outra ação na qual também estamos acreditando e participando ativamente do processo da instalação da Zona de Processamento de Exportação. Qual a expectativa da entidade em relação à ampliação do Supersimples? A nossa expectativa é muito boa, estamos acompanhando atentamente o desenrolar do processo e recebendo informações e instruções da nossa Confederação. Enfim, a nossa expectativa é de que essa ampliação dê um refresco às micros e pequenas empresas, nos oferecendo oportunidade de crescimento.

Ações da Facir nos países vizinhos: ■

A criação do Consulado da República Cooperativista da Guyana, em Roraima. Seu primeiro cônsul foi Paulo do Vale Pereira Filho, expresidente do sistema Acir/Facir ■

Articulação para a instauração da Câmara de Comércio Brasil/ Guyana. ■

Reuniões permanentes com as Câmaras de Comércio da Guiana, principalmente com a Câmara da cidade de Lethem Guyana. ■ O acordo de transporte de passageiros e cargas, antecipando o final

da construção da ponte que liga os dois países, foi homologado, em 2005, por demanda da Facir, junto ao Itamarati, Casa Civil da Presidência da República e governo do estado.

Outubro de 2011

25


Foto Bernardo Rebello/ASN

DESTAQUE CACB

Aprovação do Supersimples no Plenário do Senado

Simples Nacional entra em vigor em janeiro Aprovado pelo Senado, projeto do governo passou sem alterações, para que possa ir logo a sanção presidencial, sem precisar voltar à Câmara

D

epois de passar pela Câmara dos Deputados, o projeto de lei complementar que reajusta em 50% as tabelas de enquadramento das micro e pequenas empresas no Simples Nacional (Supersimples) foi também aprovado no Senado, exatamente na noite em que se festejava o dia da micro e pequena empresa (MPEs) –, 5 de outubro. O projeto do governo, aprovado por unanimidade no Senado, passou sem alterações, para que possa ir logo à sanção presidencial, sem precisar voltar à Câmara dos Deputados.

Novo limite Com o ajuste de 50% nas tabelas de tributação, a receita bruta anual máxima para que as microempresas possam optar pelo regime simplificado passa de R$ 240 mil para R$ 360 mil por ano. Para a pequena

26

Empresa BRASIL

empresa, a nova faixa de enquadramento irá de R$ 360 mil até o teto de R$ 3,6 milhões. O projeto também amplia o limite para o Empreendedor Individual (EI), de R$ 36 mil para R$ 60 mil anuais. O projeto autoriza o parcelamento dos débitos tributários dos optantes do Simples Nacional, com prazo de até 60 meses. A medida se aplica aos tributos federais, municipais e estaduais sujeitos a alíquota única do Simples Nacional. Subtetos Para os estados que respondem por até 1% do Produto Interno Bruto (PIB) – ao todo, 11 unidades federativas –, o subteto continua sendo de R$ 1,2 milhão de faturamento anual. Para aqueles que vão de 1% a 5% do PIB, o valor permanece em R$ 1,8 milhão de faturamento.


ARTIGO

É Super e é Simples! ■ José Paulo Dornelles Cairoli*

O Brasil tem se notabilizado nos últimos anos por um crescimento econômico expressivo, culminando com a expansão do PIB de 7,6%, em 2010, a maior desde 1986, contribuindo para a inserção de milhões de brasileiros ao mercado de consumo. Isso tem permitido que o país se aproxime dos países desenvolvidos, já sendo a oitava economia do mundo. Além disso, o Brasil se tornou credor líquido do exterior, com as suas reservas internacionais superando o valor da sua dívida externa, lhe garantindo uma maior segurança para enfrentar crises internacionais. Se o passado recente tem sido positivo, o futuro pode nos levar a uma situação ainda melhor. A exploração do petróleo do pré-sal em águas profundas e os grandes eventos esportivos de que o país será sede nos próximos anos (Copa do Mundo, em 2014, e os Jogos Olímpicos, em 2016) poderão reforçar ainda mais o nosso recente dinamismo econômico. Um aspecto crucial para assegurar a continuidade dos bons resultados econômicos do Brasil é o desempenho das empresas de pequeno porte do país. Nesse sentido, a Câmara dos Deputados deu mais um motivo para regozijo dos brasileiros, ao aprovar, por unanimidade, o Projeto de Lei Complementar 87/11, do Executivo, que reajusta em 50% as tabelas de enquadramento das micro e pequenas empresas no Simples Nacional (ou Supersimples), um regime diferenciado de tributação no qual todos os tributos são pagos com uma alíquota única. Os novos limites elevaram a receita bruta anual máxima para as microempresas poderem optar pelo regime de R$ 240 mil para R$ 360 mil. As empresas de pequeno porte serão consideradas aquelas com receita acima de R$ 360 mil e até R$ 3,6 milhões. Para o microempreendedor individual (MEI), a receita máxima anual sobe de R$ 36 mil

para R$ 60 mil. O reajuste vale a partir de 1º de janeiro de 2012. Além disso, quem está inadimplente poderá parcelar metade de sua dívida em até 60 meses, uma medida que beneficiará cerca de 500 mil empresas, que até o início do ano estavam em débito com o Fisco e correm o risco de exclusão. A CACB saúda as novas regras para o Supersimples, especialmente neste 5 de outubro, Dia das Micro e Pequenas Empresas, e espera que elas sejam ratificadas pelo Senado. O único problema associado a essa política seria a possível redução da arrecadação de tributos. Segundo o governo, os novos limites para o Simples Nacional levarão a uma renúncia fiscal da União da ordem de R$ 5,3 bilhões em 2012, de R$ 5,8 bilhões em 2013 e de R$ 6,4 bilhões em 2014. No entanto, embora essa medida implique, no curto prazo, redução de arrecadação, ela terá efeitos extremamente benéficos no médio e longo prazos, relacionados, principalmente, à criação de novos empregos e à redução da informalidade da economia brasileira, limitando e, até mesmo, eliminando o impacto inicial negativo sobre as contas públicas. Como se sabe, as micro e pequenas empresas brasileiras são as maiores geradoras de renda e emprego no país. Portanto, agora que já há sinais claros de desaquecimento da economia brasileira, como os números do PIB do 2º trimestre denotam, a manutenção de um mercado de trabalho aquecido irá depender, e muito, do desempenho das empresas de pequeno porte. Elas poderão servir, inclusive, como um elemento inibidor da propagação da nova crise internacional sobre a economia brasileira, permitindo que o processo de inclusão social brasileiro se mantenha nos próximos anos. *Presidente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil - CACB Artigo publicado na página 7 do jornal O Globo no dia 8/10/2011

Outubro de 2011

27


CBMAE Foto: Charles Damasceno

George Teixeira, diretor-financeiro da CACB, e Valério Figueiredo, coordenador da CBMAE formalizam parceria

CACB e Sebrae lançam CBMAE Educ Cursos vão promover a cultura dos métodos extrajudiciais de soluções de conflitos

A

resolução dos conflitos por meio da mediação ganha maior importância em face das recentes pesquisas apontarem que a falta de acesso à Justiça é um fator que causa a grande mortalidade de pequenas empresas. Clientes inadimplentes ou com débito de fornecedores podem acarretar danos ao funcionamento do seu negócio. A solução do problema por meio do poder judiciário exige mais tempo e mais despesas para o pequeno empresário. A necessidade de mudança de cultura em relação aos conflitos vai ao encontro das melhores práticas para agilizar o procedimento ou normas da empresa, além de construir melhores relações comerciais. Com o objetivo de disseminar a utilização da conciliação,

28

Empresa BRASIL

mediação e arbitragem, a CACB e o Sebrae lançaram no final de setembro a CBMAE Educ, uma ferramenta educacional de cursos a distância, via internet. As soluções educacionais explicam quais são os Métodos Extrajudiciais de Solução e Controvérsias (MESCs), suas características, suas aplicações e as técnicas para a utilização. A intenção é de um lado oferecer cursos para mudar a atitude das pessoas em relação aos conflitos. De outro, capacitar os empresários na solução de problemas com fornecedores, empregados e sócios. O juiz Aureliano Albuquerque Amorim, da 4ª vara cível de Goiânia, é especialista em direito processual civil e psicanálise e acredita que a arbitragem valoriza o ser humano por propor uma solução amigável em interesses pessoais. Ele descreve a origem do sistema ar-


Foto: Bernardo Rebello

bitral nas necessidades sociais e da falta das leis jurídicas: – A própria comunidade criou este sistema para poder solucionar seus conflitos de interesse quando sequer existia o Estado ou ele não tinha as condições adequadas para o fornecimento de uma jurisdição. E hoje em dia vemos o florescimento da arbitragem justamente porque o Estado está sobrecarregado e não tem condição de aumentar a estrutura judiciária, então, a arbitragem é bem-vinda, porque ela retira do poder judiciário o excesso de serviço que ele já possui e consegue solucionar os problemas de forma satisfatória atendendo ao interesse de cada um. O juiz afirma que “a grande diferença entre o sistema estatal e arbitrário é que a formalidade do estatal não está tão impregnada na formalidade do arbitral. O arbitral tem formalidade, sim, mas é muito pouca e só o essencial. O resultado disso é que os procedimentos são rápidos, consegue se resolver um problema em curto espaço de tempo e não fica se eternizando demandas como ocorre no sistema estatal”. Amorim cita ainda soluções para possíveis desvios que possam vir a acontecer nas conciliações. “Os desvios que podem ocorrer no sistema arbitral podem

Aureliano Albuquerque Amorim: a arbitragem valoriza o ser humano por propor uma solução amigável

ser combatidos com educação, com orientação e, naqueles casos mais difíceis, até com força policial. A melhor saída é a orientação e mostrar à sociedade o que é arbitragem séria, quais são as instituições que fazem um bom trabalho, e, naturalmente, aqueles que não têm arbitragem como alvo de prestação de serviço, mas como ganho pessoal, vão desaparecer naturalmente do mercado.”

Parcerias A CBMAE Educ fechou parcerias com escolas, faculdades, centros de ensino, universidades e entidades de classe e empresários interessados em dirimir conflitos. As empresas públicas, privadas e do terceiro setor podem adquirir os cursos para seus colaboradores. Os cursos estão disponíveis também para todos interessados no assunto. Segundo o coordenador nacional da Câmara Brasileira de Mediação e Arbitragem (CBMAE), Valério Figueiredo, a CBMAE Educ foi idealizada para auxiliar as associações comerciais e entidades de classe a terem uma solução segura e competente de capacitação. “Nosso ob-

jetivo é criar a cultura entre os cidadãos para que busquem a conciliação, mediação e arbitragem como forma de solução de seus conflitos”, explicou Valério. O diretor-financeiro da CACB, George Teixeira Pinheiro, lembrou que em outros países o uso dos MESCs já acontece em maior escala. “Com o programa, queremos disseminar essa cultura também no Brasil, por meio da educação e informação.” Para o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae, Roberto Simões, a mediação e conciliação respondem à necessidade do empresariado, já que, normalmente, as ações do judiciário nem sempre vão ao encontro do tem-

po e dinheiro que as micro e pequenas empresas têm à disposição. Simões diz, ainda, que a parceria vai ajudar a difundir essa cultura da mediação e conciliação. “O acordo amigável em qualquer circunstância é melhor do que qualquer litígio, portanto é uma cultura que precisa ser difundida, aumentada e criada para que nós não precisemos recorrer em pequenas questões à justiça brasileira, que sabemos que é bem mais lenta, cara e complicada. O objetivo do convênio é conseguir soluções válidas e adequadas para as duas partes com maior simplicidade e com maior velocidade. Este é o grande objetivo do convênio”, diz Simões.

Outubro de 2011 29


TENDÊNCIAS

Ciclo de alta teve início em 2001, mas nos últimos três anos a tendência se acentuou

Crise mundial alavanca a cotação do ouro Metal caminha para completar seu 11º ano consecutivo de valorização

O

s temores de uma recessão econômica mundial, além da preocupação crescente com as dívidas de países da União Europeia que ameaçam a solidez dos bancos europeus, alavancaram o ouro, nas últimas semanas, em uma velocidade inédita. Em setembro, o preço da onça-troy – equivalente a 31,1 gramas – chegou a US$ 1.921,15, superando o recorde anterior, de 23 de agosto, de US$ 1.913,50. No Brasil, o ouro apareceu como o segundo melhor investimento, com alta de 3,07%. No ano, a valorização do ouro é de 19,51%. O dólar está na segunda colocação do ranking, com ganhos de 12,98%. Com a alta de 2011, o ouro caminha para completar seu 11º ano consecutivo de valorização. A crise mundial, que neste mês completa três anos, só acele-

30

Empresa BRASIL

rou a corrida pela compra do metal, o que fez a cotação mais que dobrar no período. “É o maior período de alta consecutiva de qualquer ativo na História. Só vimos algo parecido na década de 1920”, afirmou a Empresa Brasil Edson Magalhães, gerente de negócios da Reserva Metais. “O ciclo de alta teve início em 2001, quando o metal valia US$ 266. Nos últimos três anos, com o agravamento da crise, a tendência ganhou força. Só em 2011, a valorização é de quase 30%.” O fato é que, com o aumento da preocupação com o pagamento de títulos públicos de países antes estáveis, como EUA e nações da zona do euro, o ouro reforçou sua posição de ativo sem risco. Os investidores passaram a buscar mais segurança, e o ouro é reconhecido como o porto seguro das aplicações. E essa tendência deve continuar.


Puxado pela pressão dos custos de produção e por uma eventual piora das condições das economias,em menos de dois anos, o preço do ouro poderá igualar o seu recorde, alcançado nos anos de 1980, chegando a US$ 2.200, disse ao jornal Valor o principal executivo da mineradora sul-africana, AngloGold Ashanti, Mark Cutifani, que esteve no Brasil para reuniões e eventos. A demanda global por ouro, de acordo com o executivo, assenta-se em bons fundamentos e deve aumentar sobretudo como investimento. “Mesmo com os preços atuais o setor não está produzindo ouro o suficiente para satisfazer o apetite do mundo”, afirmou. A produção mundial do metal tem estado praticamente estável nos últimos sete anos. A cada ano, o preço de produção da onça do metal tem subido entre US$ 120 a US$ 150. A média de aumento nos últimos sete anos foi de 15% ao ano, diz o executivo. “Os custos estão subindo nesse ritmo devido ao fato de que as minas estão ficando mais profundas, o que tem reduzido o grau de minério extraído, e também devido à inflação. Se simplesmente adicionarmos esses custos aos preços atuais, chegaremos aos US$ 2.200 dentro de dois anos.” No Brasil, segundo Magalhães, os principais investidores em ouro são investidores sofisticados que usam o metal como estratégia de diversificação de portfólio. No entanto, há um crescente interesse de profissionais liberais e pequenos empresários nesse tipo de investimento. “A compra de ouro deve ser usada como alternativa de diversificação de portfólios, pois trata-se de investimento de renda variável que, apesar de apresentar excelentes perspectivas, está sujeito a oscilações de preços”, adverte o executivo.

“Demanda excessiva denota falta de confiança no mundo” Peter Munk, dono da Barrick Gold, maior produtora mundial de mineração de ouro, acredita que a valorização excessiva do metal não é um bom indício para a economia mundial. “Isso denota falta de confiança no mundo, o que é altamente preocupante”, afirmou em entrevista à imprensa europeia. Munk nasceu em 9 de dezembro de 1919, em Budapeste, Hungria, em meio a uma abastada família judia. Quando a Hungria foi invadida pelos nazistas em 1944, eles conseguiram escapar para a Suíça, juntamente com 1.684 judeus, mediante a troca por dinheiro, ouro e diamantes com o oficial da SS Adolf Eichmann. Graduado pela Universidade de Toronto, em 1952, em engenharia elétrica, ele fundou, em 1958, a Clairtone Som Corporation Limited. Fabricante de produtos eletrônicos de alta qualidade de som e acessórios com sede em Toronto, competiu com as grandes marcas ocidentais antes de entrar em colapso sob o ataque de concorrentes japoneses. Com tenacidade, passou a construir o maior hotel de cadeia na Austrália, apesar da falta de experiência prévia no setor. Depois disso, em 27 de março de 1983, fundou a Barrick Gold, que vale hoje US$ 38 bilhões, com 27 minas nos cinco continentes.

Munk reluta em prever aonde o preço do ouro pode ir, mas admite: a cotação continuará elevada

China é o maior produtor mundial Estima-se que a produção anual de ouro oscila em torno de 2400 toneladas. Décimo terceiro no ranking, o Brasil produz cerca 1% desse total. A China ainda é o maior produtor de ouro do mundo pela terceira vez na História, com uma produção de 400 toneladas

nos próximos três anos. A Austrália vem em segundo lugar, seguida pelos EUA, cuja produção estabilizou em cerca de 230 toneladas para quatro anos. Os demais países produtores, em ordem decrescente, são África do Sul, Rússia, Peru, Indonésia e Canadá. A parcela de

pequenos países produtores (Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Gana, Cazaquistão, Mali, México, Marrocos, Uzbequistão, Papua, Filipinas e Tanzânia) é responsável por mais de um terço da produção mundial em 2010, contra menos de 10% em 1969.

Outubro de 2011

31


BIBLIOCANTO

Johnson: o desmistificador de ilusões

E Lançado no Brasil graças à parceria entre a Topbooks e a Liberty Fund, Inc., livro reúne uma coletânea de 24 artigos sobre questões sociais, políticas e econômicas

studioso da moralidade humana, o escritor e pensador inglês Samuel Johnson (1709-1784) deixou como legado aos seus leitores aquela que é considerada uma das obras clássicas sobre o comportamento do homem nos negócios públicos. Lançado no Brasil graças à parceria entre a Editora Topbooks e a Liberty Fund, Inc., o livro Escritos Políticos reúne uma coletânea de 24 artigos sobre as principais questões sociais, econômicas e políticas escritos entre 1739 e 1744. Também fazem parte os panfletos “O alarme falso”, “Reflexões sobre a coroação” e “O patriota” – um dos mais célebres do autor. Sua reputação literária, contudo, não se deveu apenas aos ensaios de cunho político. Poeta, crítico, biógrafo, lexicógrafo, além de editor das peças de Shakespeare e do famoso Dicionário da Língua Inglesa, que consumiu dez anos de trabalho, ele foi também tema da mais famosa biografia já escrita: Vida de Samuel Johnson (1791). Mesmo no sentido mais restrito da palavra “política”, houve poucas fases na vida de Johnson, segundo o crítico literário inglês Donald Greene, autor da introdução da obra, em que ele não estivesse próximo à vida política daquele tempo. Ainda jovem, o escritor assalariado mergulhou imediatamente no auge da confusão, produzindo uma série de críticas políticas, mordazes e irônicas. E mesmo a idade, a fama e a segurança financeira não suavizaram a sua linguagem política: já era quase um velho quando escandalizou um grupo de tranquilos membros da Universidade de Oxford ao fazer um brinde à próxima insurreição dos negros nas Índias Ocidentais. Com a chegada da luta pelo império além-mar entre a França e a Inglaterra, que culminou na Guerra dos Sete

Johnson é o autor de uma famosa frase: “O patriotismo é o último refúgio de um canalha” 32

Empresa BRASIL

Anos, de 1756 a 1763, vemos Johnson, uma vez mais, mergulhado com vontade nas polêmicas políticas, desta feita como editor e jornalista, opondo-se ferozmente à política nacional de belicismo agressivo, expansionismo, francofobia e “patriotismo”, conseguindo ser despedido de pelo menos dois empregos pela intransigência de sua oposição a essas medidas impopulares. Considerado pelo crítico Harold Bloom como o “sábio nacional” para a Inglaterra, na mesma linha de Emerson, para os Estados Unidos, e Goethe, para a Alemanha, seu modo de pensar a sociedade do seu tempo também se estende para os dias atuais. Apoiado em princípios de natureza humana com recursos da mais fina retórica, repletos de ironias, ele se desvincula de ideologias e de categorias como “esquerda” e “direita”. Incapaz de fixar um rótulo elegante a qualquer aspecto da vida intelectual tão diversa e complexa de Johnson, Greene define-o como uma espécie de conservador cético (ou radical, ou empírico), cuja característica essencial é a desconfiança de dogmas grandiosos como base para a ação política. Seus estudos são pragmáticos, não se prendendo a qualquer ilusão idealista ou romântica, embora ele defenda a ação política como ferramenta para desenvolver a condição humana e combater abusos e injustiças. Talvez o mais apropriado ao que se poderia dizer de Johnson é que ele era “político” naquele mesmo sentido em que, segundo George Orwell, todos os seus próprios escritos essencialmente o são. Ou seja, motivados por “um desejo de empurrar o mundo em uma certa direção, de mudar as ideias que outras pessoas têm do tipo de sociedade pela qual deveriam lutar”. A segunda metade do século 18 produziu um conjunto notável de pensadores cuja influência no desenvolvimento das sociedades e das instituições livres é incalculável, destacando-se entre eles Bernard Mandeville, Adam Smith, David Hume e Edmund Burke. Mas é significativo que um período do pensamento marcado por tantos nomes poderosos tenha ficado conhecido como a “era de Johnson”. Milton Wells


ARTIGO

Dicas para passar o Ano Novo no azul ■ Kenneth Corrêa*

F

inal do ano chegando, 13º depositado na conta, adicional de férias, bônus, e em alguns casos até o fantasioso 14º salário ou plano de participação nos resultados da empresa. Nada como um final de ano para vermos o saldo da conta corrente com 3, 4 e até 5 dígitos. No dia a dia durante o ano, estamos sempre no limite, gastando tudo que se recebe, e de vez em quando tendo até que apelar para o cartão de crédito, ou então um empréstimo rápido. Pelo menos agora parece que vai sobrar algum dinheiro. Natal, Ano Novo, festa, viagem, reforma na casa, matrículas, o IPTU e o IPVA. Ao mesmo tempo que surge uma série de receitas, aparecem também mais despesas do que estamos acostumados. Se não desaparece tudo apenas nos presentes para os parentes, e naquela ceia de natal caprichada, mais um motivo para que se faça uma viagem, ou se comprem artigos de luxo com os quais não estamos acostumados. Qualquer semelhança com fatos reais não é mera coincidência. A maior parte dos brasileiros costuma gastar todo mês um montante equivalente a seus rendimentos. E isso vale para quem ganha três, seis ou 20 salários mínimos. Mesmo que durante o ano sejamos capazes de viver com uma quantia fixa, assim que essa quantia aumenta, automaticamente nossos gastos também aumentam. Mesmo com algumas despesas das citadas acima, onde alguns enxergam todos esses gastos como estritamente necessários, pode ser um excelente passo para começar a poupar. O controle das despesas é muito mais fácil do que se pensa, e com algumas dicas simples, veja como você pode começar a economizar hoje: ● O primeiro passo é fazer um controle financeiro pessoal, colocando no papel o que você ganha e gasta. Ao final de um mês anotando todos esses gastos (seja num software de controle financeiro pessoal, numa planilha do Excel, ou até mesmo num caderni-

nho preto), você ficará surpreso com o quanto tem sido gasto com artigos fúteis, e muitas vezes despesas desnecessárias; ● Faça uma lista de todos que você precisa presentear, inclua o amigo secreto da empresa, da igreja e até o da família. Com a lista em mãos, defina um valor máximo para cada presente, calcule o total que irá gastar (mais um susto!) e vá às compras com a lista em mãos; ● No final do ano, todos estão querendo comprar, isto permite não só que as lojas aumentem seus preços, mas que também você perca seu poder de negociação. Se puder, procure adiar as compras para o período logo após o Natal, quando os descontos são ainda muito maiores; ● Para os lojistas, o cartão de débito tem um custo de no mínimo 5% da mercadoria. Se você trabalhar com cheque, você pode conseguir esses 5% como desconto no preço final da mercadoria; ● Se seu emprego permitir e a escola das crianças também, e você quer viajar, procure viajar nos períodos de baixa temporada, assim você poderá economizar nas passagens, estada e alimentação; ● E a dica mais importante é a de não contrair dívidas, incluindo cartão de crédito, empréstimos rápidos e, principalmente, o cheque especial. O custo desses empréstimos é maior que o rendimento das melhores aplicações, então, se tiver algo guardado, é melhor saldar as dívidas, para não gastar tudo com juros. Com essas dicas em mente, procure colocar pelo menos duas ou três em prática, você vai ver como pode aproveitar melhor seu salário e as receitas adicionais de final de ano. Mas é importante lembrar que o planejamento e a organização não servem de nada se você não estiver investindo pelo menos parte do que sobrar num fundo de investimento.

“ ” “O controle das despesas é muito mais fácil do que se pensa, e com algumas dicas simples você pode começar a economizar em seguida”

* Kenneth Corrêa possui graduação em Administração de Empresas pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS - 2004) e Pós-Graduação em Gestão Empresarial pela Fundação Getulio Vargas (FGV - 2006). Outubro de 2011

33


34

Empresa BRASIL


Abril de 2010

35


QUER ABRIR UMA EMPRESA E NÃO SABE ONDE? A BÚSSOLA SEBRAE INDICA O LUGAR CERTO.

0800 570 0800 Quem quer abrir uma empresa ou expandir um negócio não pode fazer isso no escuro. Por isso, você pode contar com as informações da Bússola Sebrae. Uma ferramenta que mostra os melhores pontos para instalar seu negócio e faz uma análise dos concorrentes, do perfil do consumidor e dos fornecedores da região. Procure um ponto de atendimento do Sebrae e solicite a um de nossos consultores uma pesquisa exclusiva da Bússola. Com o ponto certo, seu negócio também tem tudo para dar certo e seguir em frente.

36

Empresa BRASIL

www.sebrae.com.br


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.