Edição 85 da Revista Empresa Brasil da CACB

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Empresa

Brasil

Ano 9 l Número 85 l Agosto de 2012

O que trava a competitividade do país Segundo especialistas, o grande debate do momento é saber por que o governo tem tanta dificuldade para investir

Abril de 2010 1 MARCO NORMATIVO VAI ORIENTAR O GOVERNO NA PROMOÇÃO DO EMPREENDEDORISMO


Federações CACB

DIRETORIA DA CACB BIÊNIO 2011/2013 PRESIDENTE José Paulo Dornelles Cairoli - RS 1º VICE-PRESIDENTE Sérgio Papini de Mendonça Uchoa - AL VICE-PRESIDENTES Djalma Farias Cintra Junior - PE Jésus Mendes Costa - RJ José Sobrinho Barros - DF Luiz Carlos Furtado Neves - SC Rainer Zielasko - PR Reginaldo Ferreira - PA Rogério Pinto Coelho Amato - SP Sérgio Roberto de Medeiros Freire - RN Wander Luis Silva - MG VICE-PRESIDENTE DE ASSUNTOS INTERNACIONAIS Sérgio Papini de Mendonça Uchoa - AL VICE-PRESIDENTE ESTRATÉGIGO Edson José Ramon - PR DIRETOR-SECRETÁRIO Jarbas Luis Meurer - TO DIRETOR-FINANCEIRO George Teixeira Pinheiro - AC

Acre – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Acre – FEDERACRE Presidente: George Teixeira Pinheiro Avenida Ceará, 2351 Bairro: Centro Cidade: Rio Branco CEP: 69909-460

Paraná – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná – FACIAP Presidente: Rainer Zielasko Rua: Heitor Stockler de Franca, 356 Bairro: Centro Cidade: Curitiba CEP: 80.030-030

Alagoas – Federação das Associações Comerciais do Estado de Alagoas – FEDERALAGOAS Presidente: Kennedy Davidson Pinaud Calheiros Rua Sá e Albuquerque, 302 Bairro: Jaraguá Cidade: Maceió CEP: 57.020-050

Pernambuco – Federação das Associações Comerciais e Empresariais de Pernambuco – FACEP Presidente: Djalma Farias Cintra Junior Rua do Bom Jesus, 215 – 1º andar Bairro: Recife Cidade: Recife CEP: 50.030-170

Amapá – Associação Comercial e Industrial do Amapá – ACIA Presidente: Nilton Ricardo Felgueiras Faria e Sousa Rua General Rondon, 1385 Bairro: Centro Cidade: Macapá CEP: 68.900-182

Piauí – Associação Comercial Piauiense - ACP Presidente: José Elias Tajra Rua Senador Teodoro Pacheco, 988, sala 207. Ed. Palácio do Comércio 2º andar - Bairro: Centro Cidade: Teresina CEP: 64.001-060

Amazonas – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Amazonas – FACEA Presidente: Valdemar Pinheiro Rua Guilherme Moreira, 281 Bairro: Centro Cidade: Manaus CEP: 69.005-300 Bahia – Federação das Associações Comerciais do Estado da Bahia – FACEB Presidente: Clóves Lopes Cedraz Rua Conselheiro Dantas, 5. Edifício Pernambuco, 9° andar Bairro: Comércio Cidade: Salvador CEP: 40.015-070 Ceará – Federação das Associações Comerciais do Ceará – FACC Presidente: João Porto Guimarães Rua Doutor João Moreira, 207 Bairro: Centro Cidade: Fortaleza CEP: 60.030-000 Distrito Federal – Federação das Associações Comerciais e Industriais do Distrito Federal e Entorno – FACIDF Presidente: José Sobrinho Barros SAI Quadra 5C, Lote 32, sala 101 Cidade: Brasília CEP: 71200-055

CONSELHO FISCAL TITULARES Jonas Alves de Souza - MS Marcito Aparecido Pinto - RO Pedro José Ferreira - TO

Espírito Santo – Federação das Associações Comerciais, Industriais e Agropastoris do Espírito Santo – FACIAPES Presidente: Arthur Avellar Rua Henrique Rosetti, 140 - Bairro Bento Ferreira Vitória ES - CEP 29.050-700

CONSELHO FISCAL SUPLENTES Alexandre Santana Porto - SE Leocir Paulo Montagna - MS Valdemar Pinheiro - AM

Goiás – Federação das Associações Comerciais, Industriais e Agropecuárias do Estado de Goiás – FACIEG Presidente: Ubiratan da Silva Lopes Rua 143 - A - Esquina com rua 148, Quadra 66 Lote 01 Bairro: Setor Marista Cidade: Goiânia CEP: 74.170-110

CONSELHO NACIONAL DA MULHER EMPRESÁRIA Avani Slomp Rodrigues CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO JOVEM EMPRESÁRIO Marduk Duarte COORDENADORA DE ASSUNTOS INSTITUCIONAIS Luzinete Marques COORDENAÇÃO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL fróes, berlato associadas EQUIPE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL Marcelo Melo Neusa Galli Fróes Thaís Margalho COORDENADOR DO EMPREENDER Carlos Alberto Rezende COORDENADOR NACIONAL DA CBMAE Valério Figueiredo COORDENADOR DO PROGERECS Luiz Antonio Bortolin SCS Quadra 3 Bloco A Lote 126 Edifício CACB 61 3321-1311 61 3224-0034 70.313-916 Brasília - DF Site: www.cacb.org.br

Maranhão – Federação das Associações Empresariais do Maranhão – FAEM Presidente: Júlio César Teixeira Noronha Rua Inácio Xavier de Carvalho, 161, sala 05, Edifício Sant Louis. Bairro: São Francisco- São Luís- Maranhão CEP: 65.076-360 Mato Grosso – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Mato Grosso – FACMAT Presidente: Jonas Alves de Souza Rua Galdino Pimentel, 14 - Edifício Palácio do Comércio 2º Sobreloja – Bairro: Centro Norte Cidade: Cuiabá CEP: 78.005-020 Mato Grosso do Sul – Federação das Associações Empresariais do Mato Grosso do Sul – FAEMS Presidente: Antônio Freire Rua Quinze de Novembro, 390 Bairro: Centro Cidade: Campo Grande CEP: 79.002-917 Minas Gerais – Federação das Associações Comerciais e Empresariais de Minas Gerais – FEDERAMINAS Presidente: Wander Luís Silva Avenida Afonso Pena, 726, 15º andar Bairro: Centro Cidade: Belo Horizonte CEP: 30.130-002 Pará – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Pará – FACIAPA Presidente: Reginaldo Ferreira Avenida Presidente Vargas, 158 - 5º andar Bairro: Campina Cidade: Belém CEP: 66.010-000 Paraíba – Federação das Associações Comerciais e Empresariais da Paraíba – FACEPB Presidente: Alexandre José Beltrão Moura Avenida Marechal Floriano Peixoto, 715, 3º andar Bairro: Bodocongo Cidade: Campina Grande CEP: 58.100-001

Rio de Janeiro – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Rio de Janeiro – FACERJ Presidente: Jésus Mendes Costa Rua do Ouvidor, 63, 6º andar - Bairro: Centro Cidade: Rio de Janeiro CEP: 20.040-030 Rio Grande do Norte – Federação das Associações Comerciais do Rio Grande do Norte – FACERN Presidente: Sérgio Roberto de Medeiros Freire Avenida Duque de Caxias, 191 Bairro: Ribeira Cidade: Natal CEP: 59.012-200 Rio Grande do Sul – Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul - FEDERASUL Presidente: Ricardo Russowsky Rua Largo Visconde do Cairu, 17, 6º andar Palácio do Comércio - Bairro: Centro Cidade: Porto Alegre CEP: 90.030-110 Rondônia – Federação das Associações Comerciais e Industriais do Estado de Rondônia – FACER Presidente: Gerçon Szezerbatz Zanatto Rua Dom Pedro II, 637 – Bairro: Caiari Cidade: Porto Velho CEP: 76.801-151 Roraima – Federação das Associações Comerciais e Industriais de Roraima – FACIR Presidente: Jadir Correa da Costa Avenida Jaime Brasil, 223, 1º andar Bairro: Centro Cidade: Boa Vista CEP: 69.301-350 Santa Catarina – Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina – FACISC Presidente: Alaor Francisco Tissot Rua Crispim Mira, 319 - Bairro: Centro Cidade: Florianópolis - CEP: 88.020-540 São Paulo – Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo – FACESP Presidente: Rogério Pinto Coelho Amato Rua Boa Vista, 63, 3º andar Bairro: Centro Cidade: São Paulo CEP: 01.014-001 Sergipe – Federação das Associações Comerciais, Industriais e Agropastoris do Estado de Sergipe – FACIASE Presidente: Alexandre Santana Porto Rua Jose do Prado Franco, 557 Bairro: Centro Cidade: Aracaju CEP: 49.010-110 Tocantins – Federação das Associações Comerciais e Industriais do Estado de Tocantins – FACIET Presidente: Pedro José Ferreira 103 Norte Av. LO 2 - 01 - Conj. Lote 22 Prédio da ACIPA Bairro: Centro Cidade: Palmas CEP: 77.001-022

• O conteúdo desta publicação representa o melhor esforço da CACB no sentido de informar aos seus associados sobre suas atividades, bem como fornecer informações relativas a assuntos de interesse do empresariado brasileiro em geral. Contudo, em decorrência da grande dinâmica das informações, bem como sua origem diversificada, a CACB não assume qualquer tipo de responsabilidade relativa às informações aqui divulgadas. Os textos assinados publicados são de inteira responsabilidade de seus respectivos autores.


PALAVRA DO PRESIDENTE José Paulo Dornelles Cairoli

Brasil de resultados

C

om o tema do 22º Congresso da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), Brasil de Resultados, marcado para Belém, nos dias 3, 4 e 5 de setembro no Hilton Hotel, juntamente com o 11º Congresso da Federação das Associações das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Pará (Faciapa), nossa entidade mais uma vez mostra o seu protagonismo no debate nacional. A ideia não é esperar por ações do governo, mas ajudá-lo a encontrar saídas para quem faz negócios. O Brasil pode progredir muito com menos tributos e mais flexibilidade na legislação trabalhista. Nesse sentido, esperamos, mais uma vez, dar a nossa contribuição para que o país possa avançar rumo à competitividade e resolver as limitações que impedem a criação de um ciclo virtuoso sem sobressaltos. Durante o congresso, que tem público previsto de mil pessoas, haverá espaço para discussões dos projetos da CACB, como o Empreender, a Câmara Brasileira de Mediação e Arbitragem Empresarial (CBMAE), Programa de Geração de Receitas e Serviços (Progerecs) e o Integra. Além disso, também está programada a realização do 1º Encontro Pan-Amazônico, para o qual foram convidadas as Câmaras de Comércio de países vizinhos. De outra parte, é com muita honra que receberemos as visitas do ministro do Trabalho e Emprego, Brizola Neto, do secretário executivo do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Alessandro Teixeira, além do diretor- presidente do Sebrae Nacional, Luiz Eduardo Barretto, do diretor de micro e pequenas empresas do Banco do Brasil, Adilson Nascimento Anísio, e do deputado Guilherme Campos, secretário da Comissão da Frente Parlamentar das MPES. Além dos palestrantes, Germano Rigotto, ex-governador do Rio Grande do Sul, e do especialista em comunicação, Dado Schneider, nosso congresso deverá assistir a um interessante painel – O Cenário Macroeconômico Global e os Ciclos Demográficos – com os economistas Aod Cunha, diretor da J.P. Morgan Brasil, e Marcelo Neri, da Fundação Getulio Vargas (FGV). Aliás, não é mera coincidência o fato de que, na matéria de capa desta edição de Empresa Brasil, o tema escolhido está relacionado com o clima de incerteza da economia mundial e seus efeitos no Brasil. Mesmo sendo um dos campeões mundiais na cobrança de impostos – poucos países arrecadam tantos tributos –, o governo continua a patinar em suas tentativas de vitaminar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Prova disso, na segunda semana de julho o mercado reduziu a projeção de crescimento do PIB deste ano a 1,90%, ante 2,01% previstos na semana anterior, de acordo com relatório Focus do Banco Central. Esses dados mostram a importância do debate nacional sobre os caminhos que podem levar o país ao crescimento autossustentável e de ações que fazem a CACB, a cada dia, mais respeitada como instituição empresarial. Boa leitura e feliz congresso!

José Paulo Dornelles Cairoli, presidente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil

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ÍNDICE

8 CAPA

3 PALAVRA DO PRESIDENTE

22 CBMAE

Com o tema do 22º Congresso, Brasil de Resultados, marcado para Belém, nos dias 3, 4 e 5 de setembro, no Hilton Hotel, nossa entidade mais uma vez mostra o seu protagonismo no debate nacional.

Encontro discute medidas para melhor prestação de serviços na rede CBMAE em Minas Gerais.

5 PELO BRASIL Caruaru sediará, entre os dias 22 e 24 de agosto, a 14ª edição da Rodada de Negócios da Moda Pernambucana.

8 CAPA A melhoria da competitividade do país no longo prazo continua sendo o maior desafio do governo.

12 CASE DE SUCESSO 22 CBMAE

Núcleo Setorial fortalece sistema de escolas de Joinville.

14 FEDERAÇÕES Entidade agiliza documento de certificação de origem para a rede.

EXPEDIENTE

Coordenação Editorial: Neusa Galli Fróes fróes, berlato associadas escritório de comunicação Edição: Milton Wells - mwells@terra.com.br Projeto gráfico: Vinícius Kraskin Diagramação: Kraskin Comunicação Foto da capa: Baharlou/fotolia.com Revisão: Flávio Dotti Cesa Colaboradores: Thaís Margalho e Marcelo Melo Execução: Editora Matita Perê Ltda. Comercialização: Fone: (61) 3321.1311 - comercial@cacb.org.br Impressão: Arte Impressa Editora Gráfica Ltda. EPP

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Empresa Brasil

Até outubro, governo define diretrizes básicas da Política Nacional de Empreendedorismo e Negócios (PNEN).

26 NEGÓCIOS Segmento de eventos mantém perspectiva de crescimento. Mas existe incerteza quanto à continuidade do nível de atividades depois da Copa 2014.

28 RECURSOS HUMANOS O que você precisa fazer se for demitido. Momento atual da economia mundial pode ser um estopim para o desemprego, mas o estresse não é o melhor caminho para a recolocação profissional.

30 LIVROS

Conhecimento, habilidades e atitudes foram temas do Seminário de Consultores do Empreender.

“O Gasto Público no Brasil”, de Júlio Francisco Gregory Brunet, Clayton Brito Borges e Ana Maria de Aveline Bertê (Editora Campus), é um convite à reflexão e ao debate sobre um tema crucial para o desenvolvimento do país.

18 FEDERAÇÕES

31 ARTIGO

O empresário Ubiratan da Silva Lopes anuncia a sua plataforma de ação na presidência da Facieg.

Dorival Dourado Jr., presidente da Boa Vista Serviços, escreve sobre o Cadastro Positivo.

17 DESTAQUE CACB 26 NEGÓCIOS

24 EMPREENDEDORISMO

SUPLEMENTO ESPECIAL

Programa do Sebrae leva atendimento a empresas de pequeno porte que precisam superar desafios de gestão


PELO BRASIL Política Nacional de Empreendedorismo e Negócios

Rodada de negócios existe há 14 anos e já acumulou quase R$ 98 milhões em negócios

Caruaru sedia a 14ª rodada de negócios de moda de Pernambuco Entre os dias 22 e 24 de agosto, Caruaru será a sede da 14ª edição da Rodada de Negócios da Moda Pernambucana, com perspectivas de movimentar cerca de R$ 22 milhões em vendas. O evento é promovido pela Associação Comercial e Empresarial de Caruaru (ACIC), filiada da Federação das Associações Comerciais e Empresariais de Pernambuco (FACEP) e da Confederação das Associações Comerciais e

A sociedade brasileira pode participar da elaboração de um marco normativo para questões relacionadas ao empreendedorismo e à promoção do ambiente favorável aos negócios. As teses e diretrizes da Política Nacional de Empreendedorismo e Negócios (PNEN) estão disponíveis no portal eletrônico do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). As contribuições serão consolidadas e incorporadas ao texto final da Política, que busca ser harmônico ao arcabouço jurídico e institucional do país, em especial ao Plano Brasil Maior. Para participar, basta acessar: www.desenvolvimento.gov.br

Empresariais do Brasil (CACB). A entidade projeta obter um aumento da ordem de 5% sobre o volume de lucros nos negócios em relação ao ano passado, com a comercialização mais de um milhão e trezentos mil peças. A rodada de negócios existe há 14 anos, sempre buscando desenvolver a economia local. Ao longo de sua história, o evento já acumulou quase R$ 98 milhões em negócios.

The Economist discute o futuro do Brasil Recentemente, a economia brasileira cresceu de forma impressionante. O Brasil já é a sexta maior economia do mundo. Com dois eventos esportivos globais – as

Olimpíadas e a Copa do Mundo – acelerando as transformações, o país, que é a maior democracia da América Latina, emerge também como uma fonte de recursos naturais representativa

no cenário mundial. Reserve o dia 4 de outubro para um dia inteiro de conversas inteligentes e debates enérgicos sobre as principais questões sociais e econômicas do futuro do Brasil.

A CACB é parceira institucional do evento e oferece desconto de US$ 300. Mencione o código CACB300 para o preço final de US$ 1,495. Programa e inscrição: www.brazil.economist.com

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PELO BRASIL A consultora do Núcleo, Yara Cristofolini, o presidente do Núcleo Referência Ouro, Gilberto Paulo Zluhan, e o ex-presidente da Acij, Udo Döhler

Joinville entrega prêmio Núcleo Referência 2012 O Núcleo de Usinagem e Ferramentaria foi reconhecido como o Núcleo Referência Ouro da Associação Empresarial de Joinville. Já o Núcleo de Empresas Contábeis levou Prata. A premiação bronze ficou com o Núcleo de Escolas de

Educação Profissional. A homenagem aconteceu durante o jantar de posse da Diretoria, Conselhos e presidentes de Núcleos da Acij, no final de junho, na Sociedade Harmonia Lyra. A iniciativa visa reconhecer os núcleos setoriais que se destacaram nas

suas ações e que obtiveram efetivos resultados para os empresários e suas empresas, para o seu segmento e para a sociedade. A comissão julgadora é composta por diretores da Acij e executivos do Programa Empreender estadual e nacional.

Autoridades confirmam presença no 22° Congresso da CACB O ministro do Trabalho, Brizola Neto, o secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Alessandro Teixeira, o governador do Pará, Simão Jatene, e o prefeito de Belém, Duciomar Gomes da Costa, estarão em Belém entre os dias

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Empresa Brasil

3 e 5 de setembro para participar do 22° Congresso da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB). O evento espera reunir na capital paraense mais de mil participantes, entre autoridades e líderes empresariais. Saiba mais: www.cacb.org.br


Acirm lança 9ª Feira da Liquidação e Exposição A Associação Empresarial de Rolim de Moura (Acirm) lança a 9ª Feira da Liquidação e Exposição, organizada pela entidade em parceria com o comércio local. A feira ocorre nos dias 8 e 9 de setembro. Em 2011, 43 empresas participaram do evento, movimentando mais de R$ 1 milhão em negócios. A expectativa para este ano é que mais de 60 empresas estejam presentes. O presidente da Acirm, Silvano da Silva, diz: “Queremos dar aos nossos empresários a possibilidade de grandes negócios em prol do crescimento do comércio do município”. Participarão empresas de confecções, calçados, materiais de construções, implementos agrícolas, concessionárias e outras.

CNME fecha programação para o Congresso CACB 2012

Acese entregará sugestões aos candidatos a prefeito

O Conselho Nacional da Mulher Empresária (CNME) já fechou a programação de seu painel para o Congresso CACB 2012, que será realizado entre os dias 3 e 5 de setembro, em Belém (Pará). O destaque será a palestra “Desafios Profissionais: Mudanças & Motivação”, do palestrante José Amauri Crozariolli, que abordará os desafios das mulheres no campo profissional e mudanças de comportamento e atitudes profissionais. Durante o evento, também tomarão posse as gestoras do Conselho Estadual da Mulher no Pará, ligado à Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Pará (Faciapa). O CNME também aguarda a confirmação da presença da presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), empresária e senadora Katia Abreu.

Uma comissão da Acese vai elaborar ao longo do mês de julho documento com pauta de sugestões para os candidatos à prefeitura de Aracaju. O documento terá como relator o empresário Luiz Eduardo de Magalhães e será entregue aos três primeiros candidatos indicados pelas pesquisas, que também serão convidados a participar de um almoço com

os associados no mês de agosto. O objetivo da Acese é promover um espaço onde os empresários poderão questionar os projetos de desenvolvimento econômico da capital, bem como entregar o documento com as indicações de demandas do ponto de vista empresarial. O associado pode também enviar sugestões para comunicação@acese. org.br.

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CAPA Especialistas convergem sobre a importância da infraestrutura como fator de desenvolvimento econômico

Falta de gestão no investimento público reduz competitividade do país A cada ano, no período 2007-2011, sobraram R$ 10 bilhões no orçamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o que comprova dificuldades de execução do poder público

O

quadro atual da economia mundial vive um novo cenário de incertezas. A instabilidade política e econômica em países europeus e nos Estados Unidos tem enfraquecido a confiança na capacidade dos respectivos governos de tomar as decisões adequadas à recuperação de sua trajetória de crescimento. Como con-

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Empresa Brasil

sequência, as perspectivas de uma boa parte dessas economias têm sido constantemente revisadas. No Brasil, a queda nas previsões de crescimento de sua economia vem forçando o governo a uma série de medidas com o intuito de reverter essa tendência. Mesmo sendo um dos campeões mundiais na cobrança de impostos – poucos países arre-

cadam tantos tributos –, o governo continua a patinar em suas tentativas de vitaminar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Prova disso, na segunda semana de julho o mercado reduziu a projeção de crescimento do PIB deste ano a 1,90%, ante 2,01% previstos na semana anterior, de acordo com relatório Focus do Banco Central. O corte


foi o décimo seguido do indicador e a primeira vez que ele ficou abaixo de 2%, patamar inferior do ano passado, quando o PIB cresceu 2,8%. Ao contrário do diagnóstico do governo sobre como estimular o crescimento, a análise de especialistas converge para a necessidade de elevar o investimento público, o que poderia ser feito por meio do controle do gasto. O economista Mansueto de Almeida, da diretoria de Estudos Setoriais e Inovação do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), por exemplo, é de opinião que as medidas de estímulo econômico anunciadas pelo governo são temporárias e não devem contribuir para melhorar a competitividade do país no longo prazo. Lembra que nos últimos anos o governo defendeu a ampliação do investimento como uma política anticíclica ou de combate à crise financeira global. Nessa linha, criou, em 2007, o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), cuja execução efetiva do orçamento, entretanto, tem ficado abaixo das metas. “Quando o PAC foi criado, em 2007, o governo previu, além dos investimentos, um acompanhamento transparente das obras públicas”, disse o economista ao Estado de S. Paulo. “No entanto, a realidade mostra um quadro diferente, haja vista que, no período 2007-2011, a cada ano sobram R$ 10 bilhões na execução dos recursos previstos. Em 2012, o orçamento do PAC é próximo de R$ 42 bilhões, mas só de restos a pagar de anos anteriores o governo acumula um total de R$ 33 bilhões. Isso comprova que o investimento público não vem bem desde o ano passado”, diz.

De acordo com Almeida, o orçamento do PAC, em 2011, previa R$ 28 bilhões, mas o investimento efetivo foi igual ao ano anterior, de R$ 19 bilhões, puxado pelo programa “Minha Casa Minha Vida”, que até o ano passado era considerado despesas de custeio. “Neste ano, o que vai mais crescer no PAC será novamente o mesmo programa, que depende pouco da eficácia do setor público e muito mais do privado. Isso mostra que falta eficácia no setor público para investir.” Almeida lembra ainda que no primeiro semestre deste ano, o Ministério dos Transportes executou um total de R$ 3,6 bilhões, contra R$ 6 bilhões de igual período do ano passado, o que representou uma queda nominal de quase 40% na execução nominal do orçamento. Esses dados mostram que numa avaliação do PAC seria importante saber como esses problemas de execução de orçamento, que estão muito claros no Ministério dos Transportes, estão sendo resolvidos pelo governo. “Qual foi o motivo dessa queda do investimento? E como isso deverá ser resolvido daqui para frente?” – indaga o economista. Nessa linha – acrescenta –, o grande debate de hoje, no país, é saber por que o governo tem tanta dificuldade de investir. “Isso é importante porque cabe ao setor público fazer obras, sobretudo em um país que nos últimos anos vem deteriorando a sua infraestrutura. Se usarmos os dados do último Fórum Mundial veremos que, no ano passado, o Brasil perdeu 20 posições no ranking da infraestrutura, e isso é crucial para a competitividade do país”.

“No primeiro semestre deste ano, o Ministério dos Transportes executou um total de R$ 3,6 bilhões, o que representou uma queda nominal de quase 40% na execução do orçamento”

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CAPA

Infraestrutura do Brasil é a 104ª entre 142 países Em estudo que faz parte do relatório de competitividade Global Competitiveness Report (GCR) 2012, lançado anualmente pelo World Economic Forum (WEF), que envolveu mais de 14 mil executivos e abrangeu 142 países, o setor de infraestrutura do Brasil ficou em 104º lugar. A publicação nota que enquanto a economia brasileira mostrou uma melhora na última década, o crescimento econômico do país continua limitado por elevados custos de logística, que ainda representam de 15 a 18% do PIB, bem acima dos da China e da Índia e quase duas vezes o custo médio de 9% dos países da OCDE. O desempenho geral da infraestrutura do Brasil, segundo o documento, foi marcado por uma queda de duas posições competitivas. Apenas três dos nove indicadores que constituem o pilar examinado mantiveram o posicionamento competitivo ou galgaram posições nos rankings específicos. A qualidade das rodovias, marcada pela perda de 13 posições, é o destaque negativo. O estudo do WEF se utiliza da pesquisa CNT de rodovias, que faz o ranking de 109 ligações rodoviárias no país, que avaliou 90.945 quilômetros de estradas em 2010 e sinalizou alguns impactos das condições das rodovias no Brasil considerando quatro aspectos: tempo; custo; combustível e meio ambiente; e acidentes. Quanto pior a qualidade da estrada, menor será a velocidade e maior o tempo gasto nas entregas de cargas e viagens de passageiros. Além disso, rodovias com bu-

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Uma rodovia em bom estado de conservação pode reduzir em até 5% o consumo de combustível, quando comparada a outra em condições impróprias racos reduzem a velocidade, em média, em 8,5 quilômetros/h, e rodovias com pavimento totalmente destruído a reduzem em 31,8 quilômetros/h. As condições do pavimento também afetam o custo operacional dos veículos (desgaste de peças) e o aumento do consumo de combustível devido a frenagens e acelerações constantes. Esse consumo inadequado contribui para o crescimento da emissão de poluentes. O estudo informa que uma rodovia em bom estado de conservação pode resultar em até 5% a economia de combustível, quando comparado com o tráfego em uma rodovia com conservação imprópria. Por sua vez, os acidentes rodoviários geram impacto econômico

decorrente, dentre outros, dos gastos nos sistemas de saúde, dos atrasos e até mesmo do cancelamento na entrega de cargas e da elevação dos custos operacionais das empresas. Estatísticas do Departamento de Polícia Rodoviária Federal mostram que, entre os anos de 2004 e 2009, o número de acidentes em rodovias federais aumentou 41,7% e equivaleu a 159,4 mil em 2009. Uma última observação que merece destaque diz respeito à classificação no ranking e ao tipo de gestão da rodovia. As dez melhores ligações rodoviárias operam sob o regime de concessões de empresas privadas, e as dez piores ligações rodoviárias têm o gerenciamento feito pelo governo.


“O que importa é que o gasto seja produtivo” Em “O nó dos investimentos públicos”, material especialmente produzido para a Confederação das Associações Comerciais do Brasil (CACB), incluído no livro Propostas para o novo presidente, o economista José Roberto Afonso cita Keynes como suporte teórico da ideia-chave de ampliar os gastos públicos, sobretudo em infraestrutura e capital humano. Para John Maynard Keynes, de acordo com a interpretação de Afonso, a manutenção de um elevado nível de investimento público seria uma estratégia capaz de amenizar os solavancos que a economia em momentos de incertezas. Nota Afonso que aqui não se trata apenas de um papel anticíclico de curto prazo, que pode ser cumprido por outros gastos públicos, mas de uma política de longo prazo, a fim de

“assegurar uma situação aproximada de pleno emprego”. Por isso, Keynes sugeria no pós-guerra que o governo sustentasse de forma direta ou indireta até dois terços da formação bruta de capital fixo total da economia, mesmo que tivesse de se endividar para isso, o que deveria ser compensado com equilíbrio ou até superávits no orçamento de despesas correntes. Esse endividamento seria também aliviado com o adicional de receita tributária obtido com a recuperação da economia ensejada pelos investimentos. Apesar de muita controvérsia empírica sobre essa questão, com algumas opiniões mais incrédulas e outras mais otimistas, Afonso sustenta que a síntese do pensamento de Keynes parece ser de que “o que realmente importa não é o nível, mas a qualidade do gasto público”.

“Podemos dizer que há consenso em torno da proposição de que o investimento público deve ser ampliado”

Dilma lança pacote de concessões Um novo programa de concessões foi anunciado pela presidente Dilma Rousseff em 15 de agosto. De acordo com os dados divulgados pelo governo federal, a inciativa privada deverá administrar, em regime de concessão, 7,5 mil quilômetros de rodovias, e 10 mil quilômetros de ferrovias. As empresas terão que duplicar estradas e construir ferrovias. Pelas contas do governo, as empresas terão de investir R$ 133 bilhões, em até 25 anos, a maior

parte desse dinheiro, quase R$ 80 bilhões, já nos próximos cinco anos. Em troca, elas vão cobrar pedágio e tarifas. O BNDES vai financiar até 80% do investimento. A presidente Dilma Rousseff diz que não se trata de privatização. “Nós, aqui, não estamos desfazendo de patrimônio público para acumular caixa ou reduzir dívida. Nós estamos fazendo parceria para ampliar a infraestrutura do país, para beneficiar sua população e seu setor

privado, para saldar uma dívida de décadas de atraso em investimentos em logística e, sobretudo para assegura o menor custo logístico possível, sem monopólios”. O pacote anunciado corresponde a 6% do que o Brasil precisaria para dobrar o nível de investimentos no setor dos atuais 2% para 4% do PIB, segundo cálculos do economista Cláudio Frischtak, da Inter.B Consultoria. O necessário seriam R$ 100 bilhões a mais, por ano.

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CASE DE SUCESSO Foto: ACIJ

Núcleo Setorial fortalece sistema de escolas de Joinville Criado no primeiro semestre de 1993, o projeto chegou a contar com 23 escolas de nove cidades; hoje contempla apenas aquelas vinculadas à Acirj

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ssociar para fortificar. Foi assim que o núcleo setorial de educação profissional de Joinville, em Santa Catarina, iniciou a sua trajetória de sucesso. Uma necessidade surgida da percepção de que, mais do que escolas concorrentes, a existência de problemas comuns poderia ser mais bem resolvida por meio do associativismo. As escolas integrantes do núcleo oferecem mais de 40 títulos distintos de cursos técnicos e possuem aproximadamente 10 mil alunos. Além disso, as escolas oferecem, ainda, cursos de capacitação e aperfeiçoamento pro-

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Empresa Brasil

fissional. Os números representam 95% das matrículas em cursos técnicos em Joinville. Dessa forma, o núcleo tem como objetivo fortalecer as escolas do núcleo de Educação Profissional, atendendo às demandas existentes e buscando novas oportunidades, através de parcerias com entidades públicas e privadas, além de buscar ser mais representativo por suas ações em Educação Profissional junto à sociedade. O presidente do núcleo de educação profissional e responsável pela escola técnica do Senac de Joinville, Ronaldo Ribeiro, explica que “o nú-

cleo contribui para fidelização dos associados a partir da discussão nas reuniões”. Durante os encontros, são debatidos temas relevantes para as escolas, entre os quais: capacitação dos docentes, redução da inadimplência, divulgação dos cursos por meio de revista, feiras e workshops. “Isso porque as escolas perceberam que ganham visibilidade e encontram soluções para seus problemas quando trabalham juntas, e isso faz com que a frequência média nas reuniões seja de 85%”, conclui Ribeiro. O núcleo foi criado inicialmente sob a coordenação do Empreender,


Foto: ACIJ

no primeiro semestre de 1993, e contava com apenas duas escolas: Escola Técnica Tupy de Joinville e Fetep de São Bento do Sul. Com o tempo a ideia cresceu e chegou a contar com 23 Escolas privadas, públicas, além das redes Senac e Senai de nove cidades. A partir de junho de 1995 passou a fazer parte oficialmente da Associação Comercial de Joinville (Acij), porém ainda com uma característica peculiar: era o único núcleo regional, contemplando escolas das cidades de Jaraguá do Sul, São Bento do Sul, Itajaí, Blumenau, Brusque, Mafra, Canoinhas, Camboriú e Araquari. Em 2000, o Núcleo se desmembrou, ganhando uma nova configuração e tendo como participantes apenas as escolas vinculadas à Acij e situadas em Joinville. Em toda esta caminhada, o Núcleo organizou mis-

sões internacionais para Alemanha e Chile, realizou diversas capacitações para gestores, docentes e equipe administrativa, organizou feiras e participou de congressos. Desta forma, as ações realizadas para o alcance de soluções conjuntas deram legitimidade ao Núcleo, que passou a ser uma referência não só na Acij, mas na comunidade em que está inserido. Assim, é a contribuição de cada escola nucleada que faz com que os resultados alcançados sejam muito superiores aos que cada uma atingiria isoladamente. Desde a criação do Prêmio Núcleo Referência pela Acij, o Núcleo Setorial das Escolas de Educação Profissional tem ficado entre os três primeiros lugares, conquistando a prata em 2010, o ouro em 2011 e o bronze em 2012.

Núcleo de educação profissional recebe prêmio bronze de Núcleo Referência pela Acij, em 2012

As escolas participantes ■

Assessoritec – Privada

CEDUP – Pública Estadual

Cursos de educação profissional reúnem 12 eixos tecnológicos Os cursos da educação profissional no Brasil são agrupados por eixos tecnológicos, criados pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC). Ao todo são 12 eixos tecnológicos. As escolas do núcleo atuam em dez eixos, com mais de 40 cursos técnicos diferentes, conforme as vocações e interesses desenvolvidos em Joinville. São esses os eixos de atuação das escolas do Núcleo: ambiente, saúde e segurança; controle e processos industriais; gestão e negócios; hospitalidade e lazer; informação e comunicação; infraestrutura; produção alimentícia; produção cultural e design; produção industrial; e recursos naturais. Atualmente, o núcleo é composto por dez escolas de educação profissional. Para participar é necessário que a Escola seja associada da Acij e possua pelo menos um curso técnico autorizado pelo MEC ou pelo Conselho Estadual da Educação. Em breve, mais duas Escolas deverão ingressar no projeto, totalizando 12 empresas das esferas pública e privada, do Sistema S (Senac e Senai) e entidades sem fins lucrativos.

Colégio Elias Moreira – Sem Fins Lucrativos ■

Escola Técnica Tupy – Sem Fins Lucrativos ■

Escola do Teatro Bolshoi no Brasil – Sem Fins Lucrativos (em processo de ingresso no Núcleo) ■

Fundação Municipal Albano Schmidt – Fundamas – Pública Municipal ■

Instituto Federal Catarinense – Pública Federal (em processo de ingresso no Núcleo) ■

Instituto Federal de Santa Catarina – Pública Federal ■

Instituto Irei – Privada

Instituto Pró-Rim – Sem Fins Lucrativos ■

Senac

Senai

Agosto de 2012

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DESTAQUE CACB

CACB reduz burocracia da pequena e microempresa exportadora Entidade agiliza certificação de origem para rede por meio de seu Sistema de Emissão, o mais prático e de fácil operacionalização

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m 2011, o Brasil exportou US$ 256 bilhões em produtos. Já em 2012, o superávit foi 0,2% superior ao do mesmo período de 2011. Como forma de atender às necessidades da crescente internacionalização das empresas brasileiras, especialmente das micro e pequenas, a Confederação das Associações Comerciais e Industriais do Brasil (CACB) passou a oferecer o serviço de certificação de origem, dentro de seu Programa de Geração de Receitas e Serviços (Progerecs). Como o nome já explica, a certificação de origem atesta a origem da mercadoria, além de especificar as normas de origem e as reduções tarifárias negociadas nos acordos comerciais. Dessa forma, as empresas exportadoras são beneficiadas por meio de ganhos em competitividade no preço final do produto.

Dirigentes do Progerecs/CACB apresentaram modelo de certificado de origem para os diretores da International Chamber of Commerce (ICC), em Paris, em 24 de abril

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Empresa Brasil

A coordenadora de certificação de origem do Progerecs e especialista em comércio exterior, Juliana Kampf, explica que as vantagens na emissão de Certificado de Origem via Sistema de Emissão da CACB são agilidade, segurança e confiabilidade. “O sistema desenvolvido pela CACB, sem dúvida, é o mais prático e de fácil operacionalização do Brasil”, avalia. Na maioria dos países, o certificado de origem é emitido por entidades representativas de classe, como a CACB. Entretanto, na contramão desta tendência, no Brasil o documento do âmbito do Sistema Geral de Preferências (SGP), chamado de Certificados de Origem Form A – que permite a comercialização com Japão e União Europeia –, somente é emitido pelo Banco do Brasil. As entidades vinculadas à CACB são autorizadas a emitir Certificados de Origem para os seguintes destinos: Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile, Bolívia, Guiana, Suriname, México, Peru, Colômbia, Equador, Venezuela, Cuba, Índia, Israel. Qualquer empresa exportadora pode ter acesso ao Sistema de Emissão da CACB e utilizar o documento para suas transações comerciais, entretanto as empresas filiadas à rede possuem vantagens nos preços. Pessoas físicas também podem ter acesso, desde que sejam exportadora, representante legal ou despachante aduaneiro. Ao utilizar o certificado de origem a empresa brasileira obtém vanta-


gens competitivas especialmente na redução da alíquota de importação, que pode chegar até a 100%, além de oferecer um diferencial de credibilidade à mercadoria exportada. Entretanto, é importante salientar que o real beneficiário do Certificado de Origem é o importador, que fará jus a uma redução ou isenção no Imposto de Importação. Como o foco de atuação da CACB são as microempresas e empresas de pequeno porte, que representam 89% dos associados, a emissão de certificados de origem por meio da CACB é facilitada para este público. “A entidade conta com profissionais qualificados em pontos de atendimento em diversos estados brasileiros, por meio da parceria com as federações e associações comerciais. Além disto, a CACB disponibiliza a assessoria em Comércio Exterior, na qual as empresas podem sanar suas dúvidas com relação ao correto preenchimento do documento, utilização do Sistema Online de Emissão e demais questões relacionadas ao Comércio Exterior em geral”, explica Kampf. Oportunidades de negócios As Federações e associações interessadas em emitir certificados de origem devem realizar um levantamento das empresas exportadoras de sua cidade e região (esta informação poderá ser solicitada a CACB). Caso existam empresas locais que vendam seus produtos para outros países, será possível obter retorno financeiro e institucional para a entidade. O investimento imediato é mínimo, visto que qualquer funcionário da associação pode realizar um treinamento para emissão do Certificado

Participações dos estados nas exportações para Aladi

Fonte: CACB

A integração dos países da Aladi vem sendo efetivada por meio de uma série de acordos a fim de reduzir e eliminar barreiras tarifárias e não tarifárias de Origem. De acordo com o volume de emissão, poderá ser necessária a contratação de funcionário específico para a atividade. Para disponibilizar o documento são necessários computador, internet e impressora (itens que todas as associações já possuem). A equipe responsável deverá, obrigatoriamente, realizar o treinamento para emissão do documento e habilitar sua assinatura junto à Associação Latino-Americana de Integração (Aladi). Essa liberação de assinaturas pode demorar de 1 a 3 meses. Ao tornar-se uma entidade emissora, é importante que as associações divulguem o produto entre seus filiados. O Certificado de Origem proporciona uma série de vantagens comerciais tanto para o exportador quanto para o importador e para os consu-

midores finais. Pode-se dizer que sempre que a empresa negocia com países participantes de acordos com o Brasil, ela própria obtém benefícios, pois diante da economia com impostos e aumento das vendas, investe-se no aprimoramento das empresas e na geração de novos empregos. Cenário econômico O número de acordos comerciais dos quais o Brasil faz parte ainda é muito baixo comparado a outros países, como o Chile por exemplo. Atualmente estão em negociação acordos entre o Mercosul e a Jordânia e o Mercosul e a União Europeia. Além disto, embora ainda sem vigência, o Brasil faz parte dos acordos de comércio preferências do MercosulSacu (união aduaneira formada pela África do Sul, Namíbia, Botsuana, LeAgosto de 2012

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soto e Suazilândia), Mercosul-Egito e Mercosul-Palestina. O Brasil não tem tradição em negociar acordos bilaterais fora da América Latina, portanto poderá, em um futuro próximo, ter mais dificuldade em exportar para grandes blocos que usam regras e preferências tarifárias negociadas em acordos regionais. “Acredito ser necessário o Brasil buscar negociar acordos com grandes potências, como a China e os Estados Unidos”, avalia Juliana Kampf. Segundo relatório de Comércio Exterior da Aladi para o período de janeiro a dezembro de 2011, o Brasil aumentou em 20,5% as importações originárias dos países-membros da Aladi, colaborando assim com 30% do aumento do comércio intrarregional de 2011 com relação a 2010. Além disso, Brasil, México, Argentina e Bolívia foram os quatros membros da Aladi que registraram superávit comercial no comércio intrarregional do bloco. Desde 2000 o Brasil vem se

destacando comercialmente entre os países da Aladi, com significativa participação do comércio exterior do bloco, abrindo espaço para que as empresas brasileiras aproveitem as oportunidades de negócio nesse mercado. Em conjunto com a Argentina, o Brasil importou do bloco cerca de 42% a mais que o ano de 2010. O fluxo comercial entre o Brasil e Argentina foi o mais significativo do ano de 2011, colaborando com um aumento de 24% no comércio intrarregional. O Brasil foi o país que mais exportou para o bloco (US$ 49.657) e o país que mais importou do bloco também (US$ 35.244). Com relação ao comércio extrabloco, o Brasil e o México destacaram-se por colaborar respectivamente com 32% e 33% no aumento das vendas da Aladi ao exterior. Já as compras do exterior foram incrementadas devido ao aumento de 37% das importações mexicanas e 29% das brasileiras. Com informações da Aladi.

Em 2011, o Brasil, juntamente com México, Argentina e Bolívia, foram os quatros membros da Aladi que registraram superávit comercial no comércio intrarregional do bloco

Como funciona a certificação de origem da CACB: A emissão do documento é realizada em etapas que envolvem tanto a empresa exportadora quanto a Associação Comercial e Federação. A CACB disponibiliza para sua rede o Sistema Online para Emissão de Certificado de Origem, desenvolvido conforme padrões estabelecidos pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e Associação Latino-Americana de Integração (Aladi). A emissão do

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Empresa Brasil

certificado é feita por intermédio de um sistema online. As Federações interessadas possuem acesso à Plataforma de Emissão, com identidade sua visual própria, e podem disponibilizar o serviço para que as associações comerciais filiadas também atendam o interior de cada estado. Para obter o documento, basta que o exportador ou despachante se cadastre no sistema, vinculando-se à Federação do seu estado, e preen-

cha todos os dados solicitados. A seguir, o documento é encaminhado para a entidade emissora, corrigido pelo funcionário habilitado e aprovado para impressão, que deverá ser feita obrigatoriamente por parte do exportador. Assim que o MDIC autorizar o uso de assinatura eletrônica (e-CPF e e-CNPJ), será possível que o documento seja emitido 100% online, proporcionando redução de custo e de tempo no processo.


Foto Divulgação – Sebrae/RS

AGOSTO/2012 – SEBRAE.COM.BR – 0800 570 0800

INFORME DO SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

PARA CADA NEGÓCIO, UMA SOLUÇÃO Programa do Sebrae leva atendimento a empresas de pequeno porte que precisam superar desafios de gestão.


//Opor t un id a d e/ /

PROGRAMA SEBRAE 2014 ABRE PERSPECTIVAS A EMPRESÁRIOS Apoiados por um conjunto de ações, empreendedores planejam um salto em seus negócios Foto: Fernando Bizerra/ BGPress

O comerciante de cogumelos Gilsérgio Santos se prepara para a Copa do Mundo FIFA 2014

O PROGRAMA SEBRAE 2014 DEVE CHEGAR A MIL EMPRESAS BRASILIENSES ATENDIDAS ATÉ O FINAL DESTE ANO

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EMPREENDER // SEBRAE

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le vê nos produtos orgânicos perspectivas cada vez maiores de negócios e acredita que a Copa do Mundo FIFA 2014 pode ser uma importante oportunidade para que mais turistas conheçam a capital do país. Proprietário da Cogumelos Brasilienses Indústria e Comércio de Alimentos, Gilsérgio Santos se prepara para atender à ampliação do mercado. Localizado no Núcleo Rural Lago Oeste, próximo a Brasília, o empreendimento de Gilsérgio produz o champignon branco, o shimeji e o cogumelo do sol. A propriedade fornece em torno de mil quilos do produto por mês, principalmente para restaurantes e pequenos mercados do Distrito Federal. A Cogumelos Brasilienses é atendida pelo Sebrae no Distrito Federal há quase três anos. Gilsérgio afirma que recebe da instituição apoio significativo para sua empresa alcançar mais destaque no mercado. Com apoio do Sebrae, obteve a certificação de orgânicos da Ecocert, empresa credenciada pelo Ministério da Agricultura, Pecu-

ária e Abastecimento. “O Sebrae nos ajudou em vários processos, como a comercialização, a criação de rótulos e embalagens e com a presença em feiras fora de Brasília”, lembra Gilsérgio. O empreendedor informa que o Programa Sebrae 2014 contribui para abrir mercados à sua empresa. “Estamos em contato com possíveis compradores e já participamos de rodadas de negócios. Acreditamos que isso irá alavancar nosso trabalho”, afirma. O programa Sebrae 2014 deve chegar a mil empresas brasilienses atendidas até o final deste ano, nos setores de Turismo, Serviços, Agronegócio, Comércio e Indústria. O Sebrae no Distrito Federal também pretende, até dezembro de 2012, aplicar a Matriz de Competitividade da instituição em 633 empreendimentos. Essa ferramenta avalia a gestão e disponibiliza um plano de desenvolvimento empresarial. O 2º Encontro Sebrae 2014 de Negócios será realizado em Brasília, no dia 29 de agosto, no Parlamundi da Legião da Boa Vontade (LBV), das 8h às 19h.


//Ori e nt ação / /

EMPRESÁRIA GAÚCHA CONSOLIDA NEGÓCIO EXCLUSIVO DE BELEZA Com ajuda do Sebrae, Lisiane Almeida montou empresa inovadora em Santa Maria

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ideia para a empresa surgiu enquanto Lisiane Almeida Malezan assistia à televisão: em São Paulo, havia um salão de beleza que era ao mesmo tempo local para eventos e festas. Inspirada pelo novo conceito de negócio, a psicopedagoga abriu há um ano e meio a Star Teen, primeiro empreendimento desse tipo na cidade de Santa Maria (RS). “Antes mesmo de montar o meu estabelecimento, fui procurar o Sebrae no Rio Grande do Sul”, afirma. Sem experiência na área da beleza, ela buscou qualificar-se para tocar a empresa e fez os cursos Controles Financeiros e de Gestão de Pessoas, além de uma Consultoria Gerencial em Marketing. Tudo oferecido pela instituição. “Estou sempre atrás de informações, frequento as oficinas e as aulas e tento aplicar no dia a dia tudo o que aprendo”, diz a empresária. Os serviços oferecidos pela Star Teen são Star Beleza (salão de beleza), Star Balada (evento que inclui dança, desfile, karaokê e ensaio coreográfico) e Star Pub Teen (evento com salgadinhos e doces). Junto com outros 80 empreendimentos, a Star Teen faz parte do Pro-

Foto: Star Teen

jeto Desenvolver o Setorial de Serviços da Região Centro do Rio Grande do Sul. O presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae no estado, Vitor Augusto Koch, ressalta a importância dos projetos coletivos para o crescimento das micro e pequenas empresas (MPE). “São treinamentos e ações definidas pelo grupo, o que proporciona uma troca de experiências muito rica.” Segundo o gestor do projeto, Carlos Karsten, o objetivo é qualificar a gestão empresarial e fomentar a cooperação, visando desenvolver as MPE do setor de serviços. Desde que ingressou no projeto, Lisiane promoveu algumas mudanças. Entre elas, abrir o salão também aos adultos. Antes, o local era destinado apenas a crianças e adolescentes. Ela pretende ainda ter em breve um espaço para especialistas oferecerem dicas de maquiagem. “O Sebrae me ajudou na parte financeira, no marketing, enfim, no entendimento do negócio. Finalmente comecei a entender o meu papel como gestora”, salienta a empreendedora. “Com o apoio do Sebrae, eu me sinto segura para tomar decisões”, finaliza.

Empresária gaúcha consolida negócio exclusivo de beleza

SEM EXPERIÊNCIA NA ÁREA DA BELEZA, ELA BUSCOU QUALIFICAR-SE PARA TOCAR A EMPRESA E FEZ OS CURSOS CONTROLES FINANCEIROS E DE GESTÃO DE PESSOAS, ALÉM DE UMA CONSULTORIA GERENCIAL EM MARKETING

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//C as o d e S u c es s o / /

CASAL INVESTE EM NEGÓCIO VIRTUAL Empreendedores descobrem nicho de mercado na área da economia doméstica e montam empresa Foto: Valdívia Costa

Simone partiu de experiência pessoal para montar o negócio

O CASAL JÁ TINHA OUVIDO FALAR DO SEBRAE E PROCUROU A AGÊNCIA DA INSTITUIÇÃO EM CAMPINA GRANDE, DE ONDE SAIU COM O CNPJ DA RS COMÉRCIO

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EMPREENDER // SEBRAE

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uando descobre um nicho de mercado, o empreendedor vai longe. Esse é o caminho de Simone Firmino da Silva, campinense de 27 anos que inovou ao criar um serviço de pesquisa de preço pela internet. A RS Comércio, em Campina Grande (PB), traz comodidade e economia nas compras domésticas, sem o cliente sair de casa. O sistema funciona mais pelo e-mail. Os clientes enviam a lista de compras para a RS Comércio, com os produtos, a quantidade em quilo ou unidade e a marca preferida. Se o cliente tiver dúvidas, Simone e o sócio, o marido Ricardo Fabian de Mello Albuquerque, passam um modelo de lista para ser preenchido. A RS Comércio foi formalizada, logo que surgiu, como Empreendimento Individual (EI). O casal já tinha ouvido falar do Sebrae e procurou a agência da instituição em Campina Grande, de onde saiu com o CNPJ da RS Comércio. Com pouco mais de um mês de atividade, eles migraram a empresa para a categoria de micro, pois perceberam que o faturamento seria mais alto do que o determinado para o EI, de no máximo R$ 60 mil por ano. Segundo a proprietária, o negócio é lucrativo, os pedidos aumentam apro-

ximadamente 25% semanalmente. E pensar que tudo aconteceu por algo que faltou na sua própria vida! Simone conta que a ideia surgiu há um ano, quando ela foi fazer compras e notou que perdeu muito tempo na pesquisa de preços, procurando produtos nas prateleiras, de supermercado em supermercado. Para aumentar a renda da família, na época Ricardo tinha dois trabalhos. Um deles era administrar uma pequena distribuidora de alimentos. Com a experiência da distribuidora, Ricardo montou a logística da RS Comércio: no máximo em quatro horas a partir do pedido, o cliente recebe as compras em casa. Para se empenhar mais no empreendimento, Ricardo saiu da empresa, utilizou o dinheiro de sua rescisão para montar a RS Comércio. O serviço é funcional por utilizar a internet como ponto de partida e pela entrega rápida. O casal ainda não tem funcionários e a principal dificuldade é convencer os clientes de que oferece mercadorias de qualidade e bom preço. O quadro mudou um pouco depois que os proprietários apareceram em uma reportagem da emissora de TV local. Com a oportunidade de mostrar como trabalha, o casal ganhou o respeito até mesmo dos fornecedores.


//C ont e údo / /

SEBRAE EM SÃO PAULO PRODUZ GUIA COM TENDÊNCIAS PARA 2014 Material destaca informações como perfil do consumidor e oportunidades de negócios em dez segmentos da economia

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Programa Sebrae 2014 reúne um conjunto de ações para que empresários de pequenos negócios aproveitem as oportunidades nas 12 cidades-sede do mundial de futebol. Com este enfoque, o Sebrae em São Paulo editou uma série de três publicações. O primeiro volume, já disponível no portal da instituição, tem o título Tendências de Negócios e Perfil dos Consumidores para 2014. O guia foi lançado no dia 28 de junho, durante um evento do Programa Sebrae 2014 na capital paulista, que tinha como tema Gestão e Sustentabilidade. Além do formato digital, na ocasião foram distribuídos 1,5 mil exemplares impressos. O material traz tendências de negócios nos dez setores da economia levantados no Mapa de Oportunidades para as Micro e Pequenas Empresas nas Cidades-Sede, uma parceria do Sebrae com a Fundação Getulio Vargas (FGV). Os textos dão dicas de como aproveitar o momento favorável às micro e pequenas empresas (MPE). Ao falar do Agronegócio, por exemplo, o guia aponta como promissor o mercado de orgânicos. “São alimentos cuja produção respeita o

meio ambiente e preserva ao máximo a qualidade”, diz o conteúdo. A publicação também apresenta o perfil de consumo de turistas de cinco países esperados para vir ao Brasil na Copa do Mundo FIFA 2014: Alemanha, Argentina, Espanha, México e Japão. //Perfil do turista Para José Bento Desie, consultor do Sebrae em São Paulo, o guia aborda uma série de questões de interesse do empreendedor, como o que muda no cenário empresarial e o que busca o consumidor. “O Brasil está acostumado a receber turistas, porém, para o mundial teremos visitantes com perfil diferenciado. Atentos a isso, precisamos trabalhar temas para incentivar a competitividade dos nossos clientes, os proprietários das micro e pequenas empresas”, afirma José Bento. O segundo volume do guia será lançado no dia 18 de setembro, durante um encontro sobre inovação. Nele, haverá o perfil de visitantes dos Estados Unidos, Chile, Uruguai, França e Itália. Espera-se que o terceiro exemplar saia em dezembro. Esse volume terá informações sobre o turista nacional.

O MATERIAL TRAZ TENDÊNCIAS DE NEGÓCIOS NOS DEZ SETORES DA ECONOMIA LEVANTADOS NO MAPA DE OPORTUNIDADES PARA AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NAS CIDADES-SEDE

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O atendimento é feito de maneira personalizada, de acordo com as necessidades de cada empresa

NEGÓCIO A NEGÓCIO AJUDA EMPRESAS A MANTER-SE NO MERCADO Iniciativa do Sebrae oferece atendimento presencial, gratuito e continuado

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uando a Agente de Orientação Empresarial Patrícia Rockembach chegou à ADLL Artesanatos, em Passo Fundo, o faturamento estava muito baixo e os proprietários não sabiam como resolver o problema. “O momento era crítico”, revela Patrícia. Porém, depois da implementação das ferramentas de gestão indicadas para a empresa, as vendas dispararam, o ambiente da loja ficou organizado e convidativo, a vitrine e a fachada chamam mais a atenção dos clientes, que aumentaram consideravelmente as visitas ao empreendimento. Assim como a ADLL Artesanatos, outras microempresas gaúchas estão sendo

beneficiadas pelo programa Negócio a Negócio, uma iniciativa do Sebrae no Rio Grande do Sul em parceria com 12 instituições de ensino superior. O projeto consiste na orientação gratuita às empresas com faturamento bruto anual de até R$ 360 mil e a Empreendedores Individuais, para a implementação de ferramentas de gestão. A abordagem é realizada pelos Agentes de Orientação Empresarial, estudantes capacitados na metodologia do projeto e vinculados às instituições de ensino parceiras. “Na região Sul do Brasil, cerca de 30% das microempresas fecham as portas até o segundo ano de funcionamento. Com o projeto

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Empreender – Informe Sebrae. Presidente do Conselho Deliberativo Nacional: Roberto Simões. Diretor-Presidente: Luiz Barretto. Diretor-Técnico: Carlos Alberto dos Santos. Diretor de Administração e Finanças: José Claudio dos Santos. Gerente de Marketing e Comunicação: Cândida Bittencourt. Edição: Ana Canêdo, Antônio Viegas. Endereço: SGAS 605, Conjunto A, Asa Sul, Brasília/DF, CEP: 70.200-645 – Fone: (61) 3348-7494 – Para falar com o Sebrae: 0800 570 0800 Na internet: sebrae.com.br // twitter.com/sebrae // facebook.com/sebrae // youtube.com/tvsebrae

EMPREENDER //

estamos contribuindo para a diminuição deste índice”, destaca o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae no estado, Vitor Augusto Koch. Na avaliação do proprietário da ADLL, Orlei da Silva Lesse, o Negócio a Negócio foi muito importante para a empresa, pois garantiu sua sobrevivência no mercado competitivo. A partir das ferramentas indicadas foram observadas possibilidades de crescimento e a importância da elaboração de um cronograma de metas de curto e longo prazos, envolvendo composição de preços e maneiras de divulgação da empresa junto aos clientes. “Essa oportunidade foi excelente”, ressaltou.

Foto Sebrae RS

//Ori e nt ação / /


Inscrições:

www.cacb.com.br inscreva-se, últimas vagas

3 a 5 de Setembro de 2012 | Hotel Hilton - Belém/PA

Pré-Programa* DIA 03 DE SETEMBRO Credenciamento

15h

Reunião do Conselho Diretor da CACB

19h

DIA 04 DE SETEMBRO 8h30 Credenciamento 9h

Abertura do Evento

9h30 - 18h Sala 1 10º Encontro Nacional do Empreender Sala 2 7º Workshop de Mediação e Arbitragem - CBMAE Sala 3 11º Congresso da FACIAPA e Fórum Nacional de Jovens Empresários 9h30

11h

Painel: A mineração e o impacto na economia do Pará e do Brasil. Rinaldo Mancine - Presidente do IBRAM Ítalo Ipojucan Davi Leal - Secretário de Indústria e Comércio Painel: Oportunidades para jovens empresários. Roberto Duarte - CONAJE Representante do CONJOVE Alexandre Severino - Status Engenharia

12h30

Almoço Livre

14h

Painel: O potencial do agronegócio paraense. Carlos Xavier - Pres. Federação de Agricultura do Pará Representante da Cargil Hildegardo Nunes - Sec. Estado da Agricultura - SAGRI

15h30

Painel: Sustentabilidade é um grande negócio. Elba Magave - Pres. Conselho de Mulheres Empresárias da ACIA Nazaré Chaves - Jardim e Cia. Wilson Schuber - Diretor Superintendente SEBRAE/PA

17h

Novas oportunidades de receitas para as Associações Comerciais. Claudio Lira Meirelles - Sócio Diretor Grupo Bauman Wander - Presidente da FEDERAMINAS Sérgio Bitar - Pres. Associação Comercial do Pará

14h - 18h Sala 4 Encontro do Progerecs para Presidentes, Executivos e Comerciais das Associações Comerciais Sala 5 9º Encontro Nacional de Mulheres Empresárias Sala 6 Encontro do Progerecs para Presidentes, Executivos e Comerciais das Federações Estaduais Sala 7 Encontro do Integra

Abertura OÀcial ² Teatro da Pa] José Paulo Dorneles Cairoli - Presidente da CACB Reginaldo Ferreira - Presidente da FACIAPA Luiz Barretto – Dir. Presidente do Sebrae Nacional Duciomar Gomes da Costa - Prefeito de Belém Simão Robison Oliveira Jatene - Governador Pará Alessandro Teixeira - Secretário Executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC Brizola Neto - Ministro do Trabalho e Emprego

DIA 05 DE SETEMBRO 09h30

O que falta para o Brasil sustentar seu crescimento? Alessandro Teixeira - Secretário Executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC

11h

Palestra - Reforma Tributária Germano Rigotto - Presidente do Instituto Reformar de Estudos Políticos e Tributários

12h30

Intervalo para almoço

14h

Palestra Motivacional: Vendas no século XXI Dado Schneider – Especialista em Comunicação

15h30

Painel - O Cenário Macroeconômico Global e os Ciclos DemográÀcos Aod Cunha - Economista - Diretor de Corporate Banking do JP Morgan Brasil Marcelo Neri – Economista - Diretor do Centro e Políticas Sociais, ligado ao Instituto Brasileiro de Economia Mediadora: Carolina Bahia - Jornalista

17h

Painel – Brasil de Resultados Luiz Eduardo Barretto - Diretor Presidente do Sebrae Nacional Adilson do Nascimento Anísio - Diretor de Micro e Pequenas Empresas do Banco do Brasil Deputado Guilherme Campos – Secretário da Comissão da Frente Parlamentar das MPES José Paulo Dornelles Cairoli – Presidente da CACB Humberto Luiz Ribeiro – Secretário de Comércio e Serviços.

Taxa de Inscrição até 31/08 R$ 300,00

a partir de setembro R$ 330,00

O valor inclui: - Coquetel de abertura e coffee break - Acesso às palestras e pasta completa do material do evento

Realização:

Apoio Institucional:

Patrocínio:

*Programação sujeita a alteração

14h

Informações Capacità Eventos (51) 3061 3000 congresso@capacita.com.br Central de Vendas e Relacionamento TAM Viagens 0800 772 0340 | 11 3272 2512 eventos.tamviagens@tam.com.br Consulte a TAM Viagens mais próxima de você.

Apoio:

Transportadora e Operadora OÀcial:


FEDERAÇÕES

Reforma tributária é a mais importante agenda política do setor empresarial Recém-empossado na presidência da Federação das Associações Comerciais, Industriais e Agropecuárias do Estado de Goiás (Facieg), o empresário Ubiratan da Silva Lopes destaca que pretende exercer um mandato voltado para que as associações, especialmente do interior, fiquem mais próximas da entidade. A Facieg foi fundada em 1963 e hoje congrega mais de 80 associações, somando mais de 2 mil diretores e cerca de 20 mil associados. Em entrevista a Empresa Brasil, o novo presidente explica seus planos de mandato, comenta a economia nacional e estadual e revela o que o setor empresarial goiano espera da agenda política. 18

Empresa Brasil

Empresa Brasil - Quais devem ser as prioridades na agenda empresarial do país? Ubiratan Lopes - A agenda empresarial do país é muito ampla, passa por algumas reformas estruturais importantes como a previdenciária, a política e, para nós, empresários, sobretudo a reforma tributária, para reduzir o chamado Custo Brasil. Nós tivemos, recentemente, algumas medidas importantes, como a desoneração da folha de pagamento, que pode ser ampliada ainda mais, já que é um encargo muito pesado para as empresas. O custo da remuneração do trabalho, no Brasil, é muito grande se comparado ao de outros paí-

ses, sem contar a China, que é um caso à parte. Então, este é um ponto fundamental. Outro é reavaliar o pacto federativo, não como está se fazendo hoje, com a proposta de acabar com os incentivos fiscais, que penaliza os estados menos industrializados como Goiás. Não querem dividir os royalites do pré-sal, mas querem tomar de nós os mecanismos que temos para atrair investimentos para o Centro-Oeste do país. Em que fase se encontra a aplicação da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa em Goiás? Em Goiás, na nossa avaliação, a Lei Geral da Micro Empresa tem


avançado graças, sobretudo, ao trabalho que o Sebrae desenvolve no Estado. Hoje, como presidente da Federação das Associações Comerciais, Industriais e Agropecuárias do Estado de Goiás (Faceiga), nós temos uma cadeira no Conselho Deliberativo do Sebraee e sabemos que, em que pese os esforços, logicamente, ainda há muito que se fazer. Nós temos em Goiás, por exemplo, uma questão delicada que é a substituição tributária, que choca com aquilo que deveria ser implementado pela Lei Geral da Micro Empresa. A cobrança antecipada de ICMS na origem, a nosso ver, tolhe as iniciativas para o surgimento de indústrias de pequeno porte, que muitas vezes são necessárias à sobrevivência, também, das grandes plantas fabris. Os estados têm utilizado este artifício, porque a substituição tributária facilita a fiscalização. Mas o aparelho do Estado é moderno e, acredito, há outros mecanismos que podem ser adotados, sem que haja prejuízos à base das cadeias produtivas. Por outro lado, vejo que é de fundamental importância viabilizarmos a Sociedade Garantidora de Crédito (SGC), projeto liderado pelo Sebrae que é apoiado pelas federações, pelo Governo de Goiás, pelos municípios. Essa SGC será um instrumento para possibilitar às micro e pequenas empresas terem mais facilidade de acesso ao crédito. Assim, elas poderão se fortalecer. É uma proposta inovadora e muito interessante. Alguns estados já adotam e nós também estamos trabalhando em Goiás para que a SGC seja uma realidade cada vez mais presente nas nossas micro e pequenas empresas.

“A cobrança antecipada de ICMS na origem tolhe as iniciativas para o surgimento de indústrias de pequeno porte” Quais ferramentas podem ser usadas para sanar as lacunas ainda existentes na aplicação da Lei Geral? Acredito que a principal ferramenta é o diálogo. As entidades do setor empresarial, como a CACB, a CNI, as federações, querem contribuir para que as micro e pequenas empresas assumam um papel de destaque ainda maior na economia, além da geração de empregos. O que falta é uma política que tenha uma visão macro de todo o setor produtivo nas áreas do comércio, indústria e prestação de serviço. Cada um desses setores tem muitas peculiaridades e as nossas representações classistas estão preparadas e prontas a contribuir. Acho fundamental que haja essa predisposição, porque o Governo – em qualquer nível, seja municipal, estadual ou federal – não consegue elaborar políticas públicas de apoio ao setor produtivo, se não contar com o apoio das entidades classistas. Um dado interessante do Sebrae, relativo a abril deste ano, mostra que apenas sete estados brasileiros aprovaram, na integralidade, a implementação da Lei Geral da Microempresa. Então, alguma coisa deve ser repensada, deve ser revista, porque é inegável a contribuição desse segmento para a economia nacional.

Quais são as bandeiras políticas da nova gestão da Facieg? Assumi recentemente a presidência da Federação das Associações Comerciais, Industriais e Agropecuárias do Estado de Goiás, embora já de algum tempo tenha militado na entidade com outros companheiros anapolinos como Luiz Medeiros, Ridoval Chiareloto e Deocleciano Moreira Alves, que fez um grande trabalho e deixou um grande legado a nossa entidade, antes de falecer num trágico acidente náutico. Mas a nossa gestão tem um foco principal que é desenvolver uma gestão próxima às associações. Nós temos em Goiás mais de 80 entidades e estamos trabalhando para que elas possam participar ativamente dos nossos trabalhos. Como já disse anteriormente, Goiás tem uma economia que cresce de forma muito dinâmica, e as associações fazem um trabalho muito importante para atrair investimentos, para acolher e dar segurança aos empreendedores. Creio que este é um diferencial que temos, porque a atração de investimentos tornou-se muito competitiva no Brasil, não basta, apenas, tentar convencer na base dos incentivos fiscais. O empresário conversando com o empresário, nesta troca de informações, às vezes, é o que define pela efetivação de um investimento em determinada região. E, lembranAgosto de 2012

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do a questão dos incentivos fiscais, já em nossa posse, fizemos questão de apontar o nosso apoio incondicional ao Governo do Estado, na luta contra a Súmula Vinculante nº 69 do Supremo Tribunal Federal que quer acabar com os incentivos fiscais, um golpe duro e perverso contra Goiás e outros estados menos industrializados que, a duras penas, têm tentado mecanismos para promover a geração de emprego e renda no interior do país.

“No primeiro semestre deste ano, Goiás, em termos relativos, foi o estado que obteve o melhor desempenho, entre as unidades da federação, no saldo de empregos com carteira assinada”

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Goiás possui metade do seu território formado por latifúndios rurais, e a indústria é responsável por 27% do PIB do estado. Você vê possibilidades de crescimento na fatia da participação do setor? Em primeiro lugar, é necessário salientar que a questão do latifúndio soa um pouco pejorativa. Dá a entender que temos imensidões de terras devolutas. Ao contrário, Goiás hoje é um dos maiores celeiros de produção de grãos do país. Em relação ao nosso Produto Interno Bruto (PIB), o Valor Adicionado do setor agropecuário goiano expandiu 6,8%, foi o que mais cresceu, em relação aos indicadores de 2002, atingindo 14% de participação na geração de riquezas de Goiás. O setor da indústria, com participação de 27% do PIB, tem crescido também de forma extraordinária e nós acreditamos que esse crescimento poderá ser ainda maior, porque nós temos, por exemplo, condições muito competitivas para nos tornamos um corredor logístico. A primeira estação aduaneira interior, o Porto Seco Centro-Oeste, em Anápolis, é um modelo em nível nacional e tem

proporcionado condições ao Estado de ter, efetivamente, uma política de comércio exterior. Temos o setor farmacêutico, com a maioria das plantas fabris em Anápolis, que é o segundo maior produtor de medicamentos genéricos do país. Temos a indústria automobilística crescendo. Temos o município de Rio Verde como destaque nacional na produção de grãos. Para se ter uma ideia, em 1999, o PIB do Estado de Goiás era de apenas R$ 14 bilhões. No ano passado, o Estado alcançou um PIB de mais de R$ 103 bilhões, e vamos avançar ainda mais. Isso é uma coisa fantástica, quando falamos em desenvolvimento. Qual a participação do comércio no mercado de trabalho? No primeiro semestre deste ano, vale ressaltar que Goiás, em termos relativos, foi o estado que obteve o melhor desempenho, em termos relativos, entre as unidades da federação com melhor saldo de empregos com carteira assinada. Foram mais de 74 mil colocações no período. Em termos absolutos, Goiás ficou em quinto lugar entre as 27 unidades da Federação. Em relação ao comércio, os dados que temos são também do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, do Ministério do Trabalho e Emprego, os quais apontam, de junho de 2011 a junho de 2012, um saldo de 14.140 empregos formais gerados no comércio, atrás, apenas, do setor de serviços com saldo de 26.692 formais. A indústria teve, no período, um saldo de 12.241 postos empregos com careira assinada. En-


“O PIB de Goiás, em 1999, era de apenas R$ 14 bilhões. No ano passado, superou R$ 103 bilhões. E vamos avançar ainda mais. Isso é uma coisa fantástica” tão, os nossos indicadores, nos três setores, são altamente positivos e, volto a dizer, o papel das entidades de classe é fundamental para estes resultados. Qual o volume de investimento previsto para Goiás em 2012? Recentemente, o governador Marconi Perillo nos surpreendeu com a boa notícia de que, em menos de um ano de seu governo, os investimentos privados em Goiás alcançaram a cifra de R$ 10 bilhões. Obviamente, sendo o setor comercial um dos mais dinâmicos da nossa economia, temos, por certo, um bom volume desses recursos nessa área. É importante salientar que a economia se rege num processo muito dinâmico. Se estamos com uma indústria crescente, assim como o setor de serviços, é evidente que o comércio não fica atrás, porque ele tem que atender às necessidades dos empresários e trabalhadores que estão atuando naqueles setores. Não é possível quantificar, ao certo, o quanto o comércio contribui com a economia, por ser um setor muito amplo. Mas nós acreditamos que o comércio tem muito mais a apresentar do que os números estatísticos. É só olhar em cada cidade. Infelizmente, nós não temos uma política para que todos

atuem na formalidade e isso, realmente, traz algum prejuízo. Como a Facieg pretende trabalhar para o desenvolvimento de setores fortes da indústria de Goiás, como o vestuário? Na nossa avaliação, embora seja um setor importante para a economia goiana, o vestuário não é ainda, digamos, o nosso carro-chefe. Temos outros setores econômicos bem mais desenvolvidos. Nós temos, por exemplo, o setor da mineração, que vem dando resultados espetaculares à nossa economia. O setor de confecção é importante, porque ele agrega muito em termos de geração de empregos. Nós temos sindicatos representativos da categoria que estão trabalhando para fortalecer ainda mais este setor. E uma das bandeiras nossas enquanto entidades classistas é trabalhar a formação e qualificação de mão de obra para o setor. Este é um dos grandes problemas que temos enfrentado em Goiás e em outros estados brasileiros. Mas, por meio de parceiros como o Senai, temos tentado subir, em nosso Estado, as demandas. Mas em relação ao setor do vestuário, nós acreditamos que é um segmento industrial que tem um histórico importante e muito potencial ainda para crescer.

A CACB tem apoiado ações de internacionalização do comércio brasileiro. Em Goiás, os principais produtos de exportação são grãos e minérios. Como a entidade vai atuar neste segmento? Entre os principais itens da pauta das exportações goianas, nós temos justamente os grãos – principalmente o complexo soja – e os minérios. Neste último exemplo, vale a pena citar alguns dados divulgados recentemente pela Secretaria de Planejamento, através do Instituto Mauro Borges. A produção de níquel em Goiás representa 82,8% da produção nacional, o que coloca Goiás em primeiro lugar no ranking brasileiro. Outro destaque é para o amianto, cuja produção está concentrada no município de Minaçu, que representa 100% da produção nacional. Goiás também passou à liderança do ranking na produção de cobre, tendo como referência a produção da Mineração Maracá, no município de Alto Horizonte, com participação de 67,6% no segmento. O ouro ocupa a 2º lugar na posição nacional, participando com 17,0%. Nos grãos, temos a soja, o milho, o sorgo e muitos outros produtos em que somos destaques na produção nacional. Então, nossa avaliação é que temos caminhado bem e com possibilidade de crescimento ainda maior.

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CBMAE

Gestores se reúnem para o 2° Encontro dos Postos Avançados de Conciliação Extraprocessuais PACEs de Minas Gerais

Segundo encontro de gestores avalia atividades em Minas Gerais Evento promove espaço para compartilhar experiências e discutir novidades para melhorar a prestação de serviço na rede CBMAE em Minas Gerais

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Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) e a Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado de Minas Gerais (Federaminas), por meio da Câmara Brasileira de Mediação e Arbitragem Empresarial (CBMAE), realizaram o 2° Encontro dos Postos Avançados de Conciliação Extraprocessuais (PACEs) de Minas Gerais. O objetivo foi compartilhar experiências e discutir novidades para melhorar a prestação de serviço dos PACEs. Durante o evento, foi realizado também o lançamento do Prêmio Conde dos Arcos, que tem como objetivo conhecer, reconhecer e disseminar as boas práticas de acesso à Justiça. “O encontro foi um momento de troca de experiências, aprimoramento das técnicas e melhoria da gestão”, explica o coordenador nacional da CBMAE, Valério Figueiredo. Na oportunidade, os gestores dos PACEs trocaram experiências sobre o funcionamento das unidades. Além disso, os presidentes das associações comerciais discutiram temas como o sistema de gestão e a


realização do Mutirão da Conciliação Empresarial. A ação deve ser aproveitada como instrumento para ampliar a divulgação dos serviços oferecidos pelos PACEs e atender um maior número de empresas durante o período. Os PACEs são uma alternativa de conciliação extraprocessual, na qual se podem resolver conflitos sem que haja um processo judicial. A partir de audiências conduzidas por um conciliador, as partes envolvidas podem resolver pendências como débitos de cartão de crédito, dívidas de bancos, renegociações e recuperação de créditos. A modalidade foi aprovada e é incentivada pelo Conselho Nacional de Justiça como uma alternativa aos meios judiciais para solucionar de forma mais rápida e barata as pendências de relações de consumo.

e das associações comerciais foi fundamental para o desenvolvimento do projeto: “Agora é necessário ampliar a divulgação nos meios de comunicação para atingirmos melhor a população e fazer nosso serviço ser conhecido”. O secretário destaca ainda que os casos de sucesso já apresentados servem como chamariz para outras associações. Já foram implantadas 21 unidades no estado. O presidente da Federaminas, Wander Luís Silva, explica que “é importante disseminar a cultura da conciliação para que as pessoas compreendam como funciona e optem por uma forma mais rápida e barata na resolução de conflitos”, enfatiza. “O lançamento dos postos nas cidades do interior de Minas Gerais é a oportunidade de divulgar a atuação

“É necessário ampliar a divulgação nos meios de comunicação para atingirmos melhor a população e fazer nosso serviço ser conhecido” A criação dos PACEs foi oficializada por meio de convênio entre o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), a CACB, a Federaminas e as Associações Comerciais, com o apoio do Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Para o secretáriogeral do Juizado de Conciliação do TJMG, Juliano Veiga, “a cultura do diálogo que já tínhamos no estado é um fator de grande importância para essa rápida disseminação dos PACEs, aqui é comum a conversa em torno do fogão, somos um povo voltado para a interação social”, explica. Juliano Veiga explica que o apoio recebido dos magistrados do interior

do PACE e promover a conciliação para os cidadãos”, garante o consultor da CBMAE em Minas Gerais, Daniel Resende. No ano de 2012, mais de 15 mil audiências de conciliação já foram realizadas em Minas Gerais. Toda e qualquer pendência referente à relação empresarial poderá ser dirimida através do PACE. A consultora da CBMAE, Tássia Miranda, destaca que “o estado de Minas Gerais tem obtido ótimos resultados na parceria com o TJMG e a Federaminas, as associações ganham uma importante tarefa que é a disseminação de uma cultura pacífica de solução de conflitos”.

PACE online A Câmara Brasileira de Mediação e Arbitragem Empresarial (CBMAE) já iniciou treinamentos para gestores e demais profissionais para armazenamento e padronização de dados das unidades. O sistema já foi instalado em Minas e em outros estados. No encontro foi entregue um manual do sistema do PACE. O sistema de gestão online dos PACEs tem a função de registrar as estatísticas das audiências, otimizar a mão de obra e garantir segurança e padronização das informações, com acesso compartilhado pelos Tribunais de Justiça. O banco de dados vai incluir informações sobre as audiências de conciliação e acordos realizados permitindo acompanhamento e segurança dos dados armazenados.

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EMPREENDEDORISMO

Seminário internacional discutiu a Política Nacional de Empreendedorismo

Até outubro, governo define diretrizes básicas da PNEN A expectativa é de que se crie um marco normativo capaz de orientar o governo na promoção do empreendedorismo e melhoria do ambiente de negócios

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té o final de outubro, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) deverá concluir o documento que servirá de base para a criação da Política Nacional de Empreendedorismo e Negócios (PNEN). De acordo com pesquisas do Global Entrepreneurship Monitor (GEM), o empreendedorismo do brasileiro é um dos mais elevados dentre as 20 maiores economias do mundo (G20). Entretanto, o ambiente de negócios no Brasil apresenta vários obstáculos que restringem a expansão de iniciativas empreendedoras e a sobrevivência dos negócios. O quadro é ainda

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mais adverso para micro e pequenas empresas, sobretudo as de novas tecnologias. Essa situação, segundo o MDIC, é resultado de fatores diversos que vão desde atitudes culturais aos mais específicos, como dificuldades de acesso ao capital de risco ou a contratação de profissionais qualificados. Por meio da PNEN, a expectativa é de que se crie um marco normativo capaz de orientar o governo na promoção do empreendedorismo e melhoria do ambiente de negócios. A política, que constitui uma das medidas previstas no Plano Brasil Maior, deverá incorporar elementos de governança, articulação e reforço das ini-

ciativas já existentes, além da promoção de novos instrumentos de apoio ao empreendedor. O processo de elaboração do documento teve início, em junho, com seminários e oficinas de trabalho em Brasília, São Paulo, Belém, Goiânia, Belo Horizonte, Porto Alegre e Salvador, que reuniram um total de 286 participantes, entre empresários e representantes de universidades, centros de pesquisa, governo e profissionais ligados a instituições de crédito e capital de risco. Em 26 de junho, em Brasília, foi realizado o Seminário Internacional Política Nacional de Empreendedorismo – Transformando ideias em negócios,


O Brasil abre 316 mil novas empresas por ano – é o terceiro colocado no mundo, acima de países como Alemanha e Índia com a participação de especialistas, empresários e representantes do governo. Em outra etapa, foi iniciado o processo de consulta pública sobre as teses e diretrizes da PNEN, aberto para pessoas físicas e jurídicas, mediante apresentação de comentários, críticas e sugestões, com conclusão prevista para 14 de setembro. Na sequência, segundo informações da assessoria de imprensa do MDIC, será consolidado o documento final com as diretrizes da política e iniciada a fase de planejamento estratégico. Segundo o MDIC, ao final os dados serão convertidos em um projeto de lei, a ser concluído em 2013. Para o presidente da CACB, José Paulo Dornelles Cairoli, a criação da PNEN vai ao encontro de uma das antigas reivindicações da entidade, no sentido de orientar os empreendedores que, muitas vezes, ficam inseguros com a burocracia existente e as dificuldades de acesso a informações. “Seria

de grande ajuda ao empreendedor ter acesso a informações relevantes sobre gestão, política fiscal, financiamentos disponíveis e orientações para prestação de contas”, indica o dirigente. Hoje, segundo Cairoli, a CACB colabora com os empreendedores por meio de projetos como o Empreender, Integra e o CBMAE. “Como representantes de um setor de grande capilaridade, estamos disponíveis para auxiliar na divulgação dessa política, a fim de levar a todos os cantos do país as informações necessárias”, ressalta. A CACB, como entidade, de acordo com o seu presidente, trabalha fortemente pela sobrevivência das pequenas e microempresas e empreendedores individuais, que já somam 6,5 milhões de CNPJs. “Com o Supersimples, que contribui para a redução cada vez maior da informalidade, e agora com uma política voltada para esse setor, não temos dúvidas de que os empreendedores terão muito a ganhar”, completa.

Metas da PNEN 1. Ampliar o investimento fixo em relação ao PIB 2. Elevar o dispêndio empresarial em P&D 3. Aumentar qualificação da mão de obra

Eixos prioritários 1. Elaboração e implantação de uma estrutura de governança que promova maior sinergia dos programas, projetos e ações já existentes. 2. Desenvolvimento e reformulação do sistema educacional em todos os níveis com abordagem transversal da pedagogia para o empreendedorismo e intraempreendedorismo. 3. Desenvolvimento de um sistema único de informações relevantes e estratégicas ao empreendedor, simplificadas e organizadas a partir dos eixos estruturantes deste PNEN. 4. Consolidação dos mecanismos de integração entre governo, empresa e universidade, tais como núcleos de inovação tecnológica, incubadoras, parques tecnológicos e programas de extensão, de forma a oferecer infraestrutura física e serviços estratégicos de base para o empreendedorismo, a inovação e a competitividade das empresas nascentes e das já existentes.

4. Ampliar o valor agregado nacional à produção 5. Elevar a indústria intensiva em conhecimento 6. Aumentar o número de MPEs inovadoras 7. Aumentar a eficiência energética 8. Ampliar e diversificar as exportações 9. Elevar participação em mercados de energias (tecnologias, bens e serviços)

5. Desenvolvimento de um sistema eficiente de gestão, acompanhamento e avaliação de políticas públicas, de forma a otimizar recursos e potencializar os resultados.

10. Ampliar acesso a banda larga e outros serviços

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NEGÓCIOS

Segmento de eventos mantém perspectiva de crescimento Mas existe incerteza quanto à continuidade do nível de atividades depois da Copa 2014

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om um crescimento médio anual de 17,78% para o mercado nacional, no período entre 2009 e 2011, e de 9,37% para os eventos em nível internacional nos últimos cinco anos – 2011/2006 –, os cenários do segmento conhecido pela sigla MICE em inglês (meetings, incentives, congresses & exhibitions) são animadores. Segundo o presidente da Confederação Brasileira de Convention & Visitors Bureaux (CBC&VB), João Luiz Moreira, há uma boa expectativa no

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mercado à medida que se aproximam os megaeventos da Copa das Confederações, da Copa do Mundo Fifa 2014, do Encontro Mundial de Jovens Católicos, das Olimpíadas 2016. “Há grande interesse de patrocinadores, o que confirma os níveis de crescimento do mercado nos mesmos patamares atuais, com tendência de uma pequena elevação”, afirma. “Os limites são a disponibilidade de agendamento nos equipamentos dos grandes destinos brasileiros como Rio de Janeiro e São Paulo, o que pode

possibilitar a realização de eventos em outros destinos.” Hoje, os segmentos de maior demanda são os eventos técnico-científicos e os corporativos. Os corporativos da tecnologia da informação, de energias alternativas e de marketing de incentivo também apresentam boa evolução. No momento, segundo Moreira, não se identifica nenhuma iniciativa em queda, mesmo aqueles promovidos pelo setor público, cujo mercado se caracteriza pela sazonalidade. Os maiores entraves à


promoção de eventos continuam os mesmos de sempre: financiamento e o patrocínio das empresas privadas; carência de espaços de porte médio; e os preços da hotelaria. A incerteza com a continuidade do ritmo da atividade após a realização dos megaeventos, a entrada de grandes empresas internacionais no país, altamente capitalizadas, e a dificuldade na contratação de mão de obra qualificada também contribuem para limitar a maior expansão do setor, acrescenta Moreira. A imagem do Brasil no exterior e dos destinos realizadores de eventos no próprio país, associada à visibilidade gerada e aos investimentos realizados e a realizar pelos megaeventos, notadamente a Rio+20 e a Copa 2014, possibilitando que empresas investissem mais no segmento MICE para o crescimento e sustentabilidade das suas atividades, segundo o executivo, contribuíram de forma significativa para o fortalecimento do segmento MICE no Brasil. Entretanto – repara Moreira –, persiste o risco de que esta dinâmica tenha uma retração a partir da passagem dos megaeventos no território brasileiro. “Essa atividade opera há mais de 30 anos no Brasil, mas nos últimos 15 não conseguiu atender a toda a demanda porque nada foi feito pelos governos municipais, estaduais e federal para auxiliar ou reconhecer esse segmento empresarial ou auxiliá-lo na sua expansão e sustentabilidade”, diz Moreira. E completa: “A chegada dos megaeventos somente mostrou à sociedade o quanto a atividade MICE é mal percebida ou maltratada pelo setor público”.

Quadro do setor Números de Eventos

330mil

Quantidade de Participantes

80 milhões

Média de Participantes por Evento

242

Gasto Médio por Participante

R$ 258,41

Total dos Gastos dos Participantes

R$ 20,6 bilhões

Número Médio de Dias de Evento

2,42

Impostos Municipais, Estaduais e Federais

R$ 5,4 bilhões

Quantidade de Empregos Diretos e Indiretos

726 mil

Base 2011 (Fonte:CBC&VB)

Os gargalos Impostos

Justiça do trabalho

Burocracia

Legislação trabalhista

Crédito e financiamento

Qualificação profissional

Custo Brasil

Patrocínio e investimento

Educação

Infraestrutura aérea, fluvial e terrestre

Verbas estão menores “Os eventos continuam sendo orçados, mas as verbas estão mais reduzidas”, avalia Adriane Ferrari, dona de empresa especializada em eventos empresariais, de Porto Alegre. Para o segundo semestre, segundo ela, as expectativas são melhores por ser um período de festas de final do ano, quando também acontecem as feiras anuais, de confraternização das equipes de vendas e fechamento de semestre. “De maneira geral, o mercado tem se mantido em todos os setores corporativos, mas muitos deles com portes menores em comparação ao de anos anteriores”, diz Adriane.

Adriane Ferrari

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RECURSOS HUMANOS

O que você precisa fazer se for demitido Momento atual da economia mundial pode ser um estopim para o desemprego, mas o estresse não é o melhor caminho para a recolocação profissional

N Cássio Mattos: “Em tese, em até oito meses é possível encontrar uma recolocação no mercado para aqueles que se dedicarem a esse fim”

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esses tempos de crise mundial é importante ter consciência de que faz parte da carreira profissional estar eventualmente desempregado, mesmo em um país como o Brasil, de quase pleno emprego. Aquela segurança que parecia haver de uma hora para outra não existe mais. Entretanto, não raros, surpreendidos com o que jamais poderiam imaginar, entram em pânico e comprometem a sua retomada no mercado. “Nem sempre é difícil conseguir um novo emprego nos padrões almejados por esses executivos devido à conjuntura, mas por causa da atitude dos próprios demitidos“, afirma o sócio- proprietário da CMC Consultoria de Porto Alegre, Cássio Mattos. “Em tese, em até oito meses é possível encontrar uma recolocação no mercado para aqueles que se dedicarem a esse fim”, ressalta. “Mas não é o que a maioria faz.” Para seguir em frente e ser readmitido por outra firma antes de tudo é preciso entender as causas da demissão. Traumática em muitas vezes, essa experiência pode minar de tal maneira a autoestima desses indivíduos que eles ficam sem saber como recomeçar.

Ocorre que muitas vezes a demissão não é provocada pelo mau desempenho do profissional, mas por cortes nos gastos, por dificuldades financeiras ou fatores que não necessariamente têm a ver com a incapacidade do colaborador. E para que a dúvida não fique no ar é fundamental conversar com o gestor na hora da demissão, explica Roberto Picino, diretor executivo da Page Personnel, do Grupo Michael Page. “É um direito do profissional saber os motivos dessa decisão. Assim, ele poderá fortalecer os pontos que devem melhorar, para não passar pela mesma situação no emprego seguinte”, diz. “Absorvida essa etapa, na sequência, o profissional deve avaliar com visão crítica a própria trajetória profissional e investir seu tempo em seu objetivo, ou seja, a conquista de um bom emprego.” Apesar da queda do nível de atividades, o mercado de trabalho no Brasil ainda apresenta boas oportunidades. Em anos anteriores, a busca por um novo emprego poderia levar até um ano, o que se reduziu de forma significativa em função da economia. Mas atenção: isso não quer dizer que basta esperar e um belo dia aparecerá um convite em sua caixa de e-mail ou no correio. Mesmo desempregado, é pre-


Outplacement, a política que facilita a vida dos demitidos Robeto Picino: “É um direito do profissional saber os motivos da demissão” ciso trabalhar na procura de emprego, cuja tarefa passou a ser atividade profissional desde a demissão, indica Mattos “É preciso dedicar, no mínimo, 44 horas semanais de trabalho para este fim”, acrescenta. “Ninguém vai ser melhor na busca por uma oportunidade do que o próprio desempregado. Portanto, mesmo com assessoria, o profissional deve ser intenso e inteiro no processo de busca.” Nesse meio-tempo, o profissional deve aproveitar o tempo também para fortalecer o seu network participando de eventos; deve investir no desenvolvimento por meio de cursos e treinamentos, aproveitando para, enfim, realizar aquele trabalho voluntário que um dia pensava em realizar. “Essa escolha vai lhe render, além de um crescimento pessoal, o exercício de competências importantes como a colaboração, negociação e sensibilidade no trato com as pessoas. Ter um Plano B como alternativa para o caso de a expectativa inicial não se realizar também seria uma atitudes proativa”, diz Mattos. “É preciso ter em mente que a demissão pode ser a chance para um recomeço”, completa.

A descontinuidade de unidades industriais na Europa, América do Norte e América Latina, assim como o cancelamento de uma seleção de projetos de capital e redução da força de trabalho começam a respingar fortemente no Brasil. Em consequência, o segundo semestre poderá vir a reservar surpresas desagradáveis, com a elevação da taxa de desemprego. É nessa hora delicada para as empresas grandes e multinacionais que surge a importância da política de Recursos Humanos conhecida como outplacement, cujo objetivo é diminuir o drama das demissões e facilitar a vida dos profissionais demitidos. Foi no começo dos anos 1980 que se começou a falar dessa nova política de recursos humanos das empresas que, vinda dos Estados Unidos, passou a avançar no Brasil, principalmente nas grandes empresas americanas e particularmente em São Paulo. Hoje, o outplacement faz parte da política de muitas organizações, independentemente de porte e nacionalidade, e é especialmente adequado para utilização em momentos difíceis da conjuntura econômica e da situação particular de cada em-

presa. “Hoje é normal considerar o apoio aos executivos que estão de saída, sobretudo àqueles com cargos de diretores e chefes, com maior tempo de serviço, para não deixa-los à deriva”, diz o sócioproprietário da CMC Consultoria de Porto Alegre, Cássio Mattos. “Mas quem não é especial para a empresa não ganha outplacement”, repara. No processo de transição de carreira, segundo Mattos, ganha pontos para o desempregado a adoção de um coaching a fim de conquistar uma melhor performance. Por meio desse apoio, o profissional demitido começa a reorganizar a sua vida pessoal após e encarar a nova realidade. “No coaching você assume um compromisso com você mesmo”, diz Mattos. “Ele não é o dono da solução do problema, mas vai ajudá-lo a desenvolver suas metas.” Com 15 anos de experiência no setor, Mattos afirma que nem mesmo a idade é empecilho para a retomada profissional. “Hoje existe mercado para sêniors, dependendo do perfil do cargo e da empresa. A experiência e a maturidade muitas vezes são pontos importantes a favor do candidato.”

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LIVROS

Como tornar o gasto público mais eficiente O Gasto Público no Brasil é um convite à reflexão e ao debate sobre um tema crucial para o desenvolvimento do país

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ada vez mais se aproxima a hora da verdade de o país passar a encarar, de forma consistente, o gasto público. Nem é preciso dizer que não se trata de avaliar o seu volume, mas de discutir a qualidade. No livro O Gasto Público no Brasil – Entenda a Qualidade dos Gastos Públicos no Brasil, de Júlio Francisco Gregory Brunet, Clayton Brito Borges e Ana Maria de Aveline Bertê (Editora Campus), o objetivo dos especialistas é analisar a eficiência e eficácia do gasto público dos estados, segundo as principais funções do orçamento: legislativa, judiciária, segurança pública, saúde e educação. Hoje, segundo pesquisa Ibope/ CNI, 61% da população brasileira consideram o serviço público de saúde do país “péssimo” ou “ruim”, enquanto 84% dos entrevistados não perceberam avanços no sistema público de saúde do país nos últimos três anos. Não menos dramáticos são os casos da educação e da segurança pública. Dados do Indicador de Analfabetismo Funcional (Inaf), divulgados pelo Instituto Paulo Montenegro (IPM) e pela ONG Ação Educativa, apontam que 38% dos universitários brasileiros são considerados analfabetos funcionais – ou seja, são capazes

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de ler e escrever, mas não conseguem interpretar e associar informações. Mas a situação no Brasil é pior: 75% da população entre 15 e 64 anos não conseguem ler, escrever e calcular plenamente. Esse número inclui os 68% considerados analfabetos funcionais e os 7% considerados analfabetos absolutos, sem qualquer habilidade de leitura ou escrita. Apenas um entre quatro brasileiros consegue ler, escrever e utilizar essas habilidades para continuar aprendendo. Na área da segurança pública, é constante o aumento das taxas de criminalidade, da sensação de insegurança, sobretudo nos grandes centros urbanos, a ineficiência preventiva de nossas instituições, a superpopulação nos presídios, rebeliões, fugas, aumento dos custos operacionais do sistema, entre tantos outros desafios para o sucesso do processo de consolidação da democracia no Brasil. Com o prefácio assinado pelo economista José Roberto Afonso, a obra analisa como fazer mais e melhor com o mesmo ou, melhor ainda, com menos dinheiro. Segundo os autores, essa é a questão crucial colocada para as políticas e as práticas fiscais no Brasil no início deste século. Milton Wells

Obra relaciona a utilização dos recursos públicos às condições de bem-estar da população


ARTIGO

O Cadastro Positivo Dorival Dourado Jr.*

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crédito esta cada vez mais em evidência na economia nacional. A gradativa redução das taxas de juros e a progressiva inclusão de novas camadas da população na sociedade de consumo constituem terreno fértil para o desenvolvimento do crédito. Nos últimos oito anos as operações de crédito cresceram com taxas médias acima de 20%. Em 2011 o crescimento foi de 19%, e este ano, mesmo diante da desaceleração da economia, a perspectiva é de que o crédito ao consumidor mantenha a evolução crescendo mais 15%. Com este avanço, a relação crédito / PIB, que era de 24% em 2003, saltou para 50% em 2012, atingindo o volume de R$ 2,1 trilhões. Fazendo uma comparação com países desenvolvidos, onde a relação crédito /PIB costuma ser superior a 80%, podese dizer que o Brasil ainda apresenta um potencial muito grande de expansão de crédito. Neste cenário, o Cadastro Positivo, que foi instituído por lei federal há pouco mais de um ano, inserese como uma moldura plenamente favorável, pois representa uma nova e fundamental ferramenta para o amadurecimento da economia e do mercado e a expansão de crédito com qualidade. Tendo como base um banco de dados no qual são anotadas informações financeiras e de pagamentos relativos às operações de crédito e obrigações de

“O Cadastro Positivo representa uma nova e fundamental ferramenta para o amadurecimento do mercado e a expansão de crédito com qualidade”

pagamento liquidadas ou em andamento por pessoa física ou jurídica, o Cadastro Positivo permite que negociações, compras e financiamentos sejam analisados com base no histórico dos tomadores de crédito, de modo a criar condições mais favoráveis para os bons pagadores. Mas para que o Cadastro Positivo atenda realmente às expectativas de todos os beneficiados, é necessário tornar a Lei 12.414 uma realidade do ponto de vista prático mobilizando as partes envolvidas, instituições que concedem créditos, consumidores e sociedade. Entre outras ações, será necessário, também, elaborar um amplo programa de conscientização e treinamento dos consumidores, que, em geral, ainda não enxergam plenamente os benefícios do novo modelo. Este tem sido um esforço permanente da Boa Vista Serviços, que,

imediatamente após a aprovação da Lei 12.414, tomou a iniciativa de realizar a maior pesquisa feita sobre este assunto. E este ano investiu em um novo e mais abrangente estudo “Mercados – Cadastro Positivo”. A conclusão do exaustivo trabalho é uma expectativa favorável da população em relação ao Cadastro Positivo e à sua adesão. Tendência corroborada também por formadores de opinião consultados pelos pesquisadores. Disponível e acessível a todos os interessados (www. boavistaservicos.com.br/mercados2012), o estudo é uma contribuição altamente qualificada para que os diferentes segmentos tracem suas estratégias de negócios a partir de uma melhor compreensão do mercado brasileiro. *Dorival Dourado Jr. é presidente e CEO da Boa Vista Serviços Agosto de 2012

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