Cafés Especiais - investimentos necessários e resultados
Guy Carvalho – Eng. Agrônomo Cafeicultor / Consultor técnico Associação Brasileira de Cafés Especiais – BSCA Minas Gerais - Grupo de Cafeicultores de Cabo Verde Bahia – Agribahia GES e Faz Mimoso
Diversidade de Sistemas • Cafeicultura do Brasil = Diversidade – – – – – – –
Espécies: Arábica e Robusta Todas as Regiões Br: Do Paraná até Rondônia e Ceará Clima: Alto risco de geadas até seca Sistemas de Plantio – Manual ou mecanizado Sistema de cultivo – Irrigado ou não Sistema de trabalho – Parcerias, etc Pequenos produtores à grandes empresas
Regiões Cafeeiras típicas no Brasil
– Matiello e outros
Cafeicultura de Montanha • Matas e Sul de Minas; Espírito Santo; Rio de Janeiro; São Paulo; Paraná e Bahia. • Relevos montanhosos e pequenas propriedades, exploração familiar com baixo uso de mecanização. • Regiões de clima propício, boa ocorrência de chuva, aptas a cultura sem o uso de irrigação. • Alta demanda de mão de obra. • Cuidados na colheita: Maturação irregular dos frutos. • Cuidados no preparo: Umidade pode prejudicar a qualidade. • Regiões com poucas opções em diversificação de culturas o cafeicultor está adequando o preparo em busca da qualidade.
Regiões Cafeeiras típicas no Brasil
– Matiello e outros
Cafeicultura Tradicional • São Paulo e Paraná. • Relevos planos, lavouras mais velhas com exploração familiar. • Regiões de clima propício, boa ocorrência de chuva, aptas a cultura sem o uso de irrigação. • Problemas com nematóides e geadas. • Cuidados na colheita: Maturação irregular dos frutos. • Cuidados no preparo: Umidade pode prejudicar a qualidade. • Regiões com outras opções agrícolas: cana, grãos e citrus.
Regiões Cafeeiras típicas no Brasil
– Matiello e outros
Cafeicultura Cerrados • •
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Sul, Oeste, Norte e Triângulo em Minas, São Paulo e Oeste da Bahia. Relevos planos, aptos a uma cafeicultura altamente tecnificada com uso intenso de máquinas agrícolas, porém com solos pobres, requerendo uso intenso de fertilizantes Relevos planos, áreas maiores com exploração empresarial. Clima seco em determinada época do ano favorece o preparo e a qualidade, porém ideal para algumas pragas o que eleva o uso de defensivos. Alta demanda de insumos. Cuidados na colheita: As áreas irrigadas apresentam maturação irregular dos frutos. Cuidados no preparo: Estrutura dimensionada para o volume de café colhido. Regiões com outras opções agrícolas: grãos.
Potencial de qualidade • “para o arábica, a produção de cafés duros é um fato anormal cuja ocorrência depende principalmente do maior ou menor cuidado no preparo e das condições do meio ambiente” Krug, 1.940
Preparo Pós Colheita – Via Seca Natural ou de terreiro: Grão + Pergaminho + • • • • •
Mucilagem + Casca. Qualidade dependerá das condições climáticas durante a colheita e dos cuidados no preparo. Positivo: Características de corpo, doçura e acidez, consome pouca água durante o processo Negativo: Presença de grãos verdes E. Básica: Lavador (R$8-20mil), terreiro pavimentado (R$25/m2) e tulha (R$300/m2). E. Completa: Secador (R$14-44mil), máquina benefício (R$1837mil)
Preparo Pós Colheita – Via úmida Despolpado: Grão + Pergaminho - Mucilagem - Casca. • Menor risco de fermentações indesejáveis, independe das condições climáticas. • Positivo: Padrão de qualidade, ausência de verdes, suave e acidez, fácil manuseio inicial. • Negativo: Processo gasta muita água e pode ser poluente. • E. Básica: Lavador, despolpador (R$3.7-29mil), tanques de fermentação, terreiro pavimentado e tulha. • E. Completa: Secador, desmucilador (R$4.8mil), máquina benefício
Preparo Pós Colheita - Via úmida Cereja Descascado: Grão + Pergaminho + Mucilagem - Casca. • Menor risco de fermentações indesejáveis, maior cuidado no preparo. • Positivo: Padrão de qualidade, ausência de verdes, características de corpo, acidez e doçura próxima ao dos naturais. • Negativo: Processo pode gastar muita água e ser poluente, a mucilagem dificulta o trabalho inicial de secagem. • E. Básica: Lavador, despolpador, terreiro pavimentado e tulha. • E. Completa: Secador, máquina benefício, desmucilador
Estruturas complementares • • • • • • •
Terreiro Coberto (R$30m2). Terreiro Suspenso com cobertura (R$20m2). Tulha de descanso (R$5.7-7.5mil). Abanador mecânico (R$5-12mil). Aerador mecânico. Transporte em Big Bag. Equipamentos de re-benefício.
• Projeto Café Gourmet •
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Projeto das Fazendas Modelo 10 Faz no Brasil - 2 anos Objetivo: Avaliar o resultado de investimentos em melhoria de qualidade. Conclusões: Redução de custos no preparo, porém aumento no custo final, variando de 0,1 a 9,1%. Houve ganho em valor agregado de 5 a 10% em relação ao produto anterior. O aumento na lucratividade foi de até 45%. I - SPCB - 2.000
Investimentos e resultados – Fazenda Modelo Projeto Café Gourmet – “Exemplo de sucesso” • Destaque nos principais concursos de qualidade • Período de 1.999 até 2.003 • Investimentos: Lavador, despolpador, terreiro pavimentado e suspenso, secador, tulha descanso e para café em coco. • Valor investimentos: Valor total até aqui: R$10,91/ Sc • Valor agregado: R$20,52/Sc – 14% mais bica corrida. • Para cada R$1,00 investido retorno de R$ 1,88. • Valor para cálculos (Vida útil e conservação): R$4,44/Sc. • Resultado: R$16,08/Sc.
R$200,00
25,0%
R$190,00 R$180,00
20,0%
R$170,00 R$160,00
15,0%
R$150,00 R$140,00
10,0%
R$130,00 R$120,00
5,0%
R$110,00 R$100,00
0,0% 1999
2000
2001
2002
2003
Valor agregado por produto R$70,00 R$60,00 R$50,00 R$40,00 R$30,00 R$20,00 R$10,00 R$R$(10,00) R$(20,00) R$(30,00) R$(40,00)
Natural
Verde
Especial
ResĂduo
MĂŠdia
Produtos no período
Especial 36,8% Resíduo 5,5%
Verde 11,0%
Varreção 8,4%
Natural 36,8%
Escolha 1,5%
Valor agregado R$/Sc R$30,00
R$25,00
R$20,00
R$15,00
R$10,00
R$5,00
R$1999
2000
2001
2002
2003
MĂŠdia
Para pensar… • “A qualidade não será mais um diferencial competitivo, será apenas um passaporte para entrar no mercado. É preciso regenerar a estratégia principal e reinventar canais, processos, clientes, critérios e medidas para avaliar o sucesso” (Hamel e Prahalad,1.995)