MANEJO DA ADUBAÇÃO DO CAFEEIRO ANTONIO EDUARDO FURTINI NETO Departamento de Ciência do Solo Universidade Federal de Lavras
O GRANDE DESAFIO O GRANDE DESAFIO MUNDIAL MUNDIAL 1990 2000 2025 1990
2000
2025
POPULAÇÃO MUNDIAL (BILHÕES)
5,2
6,2
8,3
DEMANDA DE ALIMENTOS (BILHÕES t)
1,97
2,45
3,97
PRODUTIVIDADE (t/ha)
2,5
2,9
4,5
Fonte: Bourlaug e Dowswell, 1993.
ÁREA AGRICULTÁVEL DO BRASIL (550 milhões ha) vs ÁREA TOTAL DE 32 PAÍSES DA EUROPA Áustria Hungria Romênia Holanda Lituânia Itália Polônia Estônia Tchecoslováquia França Irlanda Bélgica Albânia Portugal Espanha Bulgária Reino Unido Alemanha Letônia Dinamarca Suécia
Grécia Ucrânia Bósnia Croácia Macedônia Islândia Iugoslávia Noruega Finlândia Suíça Bielo Rússia
Fonte: J. L. Coelho, John Deere, 2001.
FERTILIZANTES NO BRASIL Balanço entre Suprimento e Demanda - 2007 9%
12%
25% 36%
49% 58% 91% 88%
64% 75%
Nitrogênio Nitrogênio Nitrogênio
51% 42%
Fósforo Fósforo Fósforo
Potássio
Potássio Potássio
Produção interna
Fonte: ANDA e SIACESP
Importações
Total Nutrientes
Nacional Importado
86%
68%
65%
32%
35% 14%
1983
2006
2025
Fonte: ANDA. Projeções: MB Agro, 2007
NOSSO ATUAL DESAFIO... PODER DE TROCA DO CAFÉ – sacas café tipo 6 Média 1997
Média 2007 Maio 2008 Set 2010
Sulfato de amônio
1,28
2,69
3,88
2,51
Uréia
1,75
3,94
5,39
3,72
Super simples
0,84
2,12
3,95
2,25
Cloreto de Potássio
1,35
3,38
6,32
3,47
20-05-20
1,48
3,42
5,64
3,17
Mão de obra D/H
0,04
0,09
0,10
0,15
Uno Mille 0 Km
59,61
91,29
97,11
76,00
Objetivos: Maximizar o LUCRO Melhorar a QUALIDADE Minimizar o IMPACTO AMBIENTAL Minimizar os RISCOS
SOLUÇÕES FÁCEIS PARA A CAFEICULTURA ??? NOVOS PARADIGMAS NO USO DA TECNOLOGIA ???
(PRODUTOS E SERVIÇOS)
ANTES DA ADOÇÃO DOS NOVOS PARADIGMAS... ALGUNS PROCEDIMENTOS ...
Redução na produtividade vegetal ocasionada por diversos fatores de produção
SOLOS DO BRASIL 70 % apresentam uma ou mais limitação séria de fertilidade Correto manejo da fertilidade: > produção Adubação e calagem: 30 - 50% do custo de produção(cafeeiro = ~ 40%) Adubação errada: poluição ambiental, toxidez NÃO ADUBAR x ADUBAÇÃO INCORRETA ?????
Avaliação da fertilidade do solo Radiografia da área Análise Interpretação Recomendação de correção e adubação
Análise de solo: fatos
No Brasil: 1,2 milhão de análises/ano (Ideal: 4-8 milhões/ano) Maioria das análises: fertilidade de rotina. micronutrientes, textura ??? Ainda pouco valorizada Custo barato Ferramenta imprescindível para recomendar dubos e corretivos:único método preditivo !!!
Amostragem do solo
ETAPA MAIS CRÍTICA DA ANÁLISE DE SOLO !!!
Amostragem do solo Local de coleta:
Formação
Tradicional
Rua + Projeção da copa Adensado
Amostragem do solo Profundidade de coleta de solo: 1. Implantação da lavoura: 0-20 e 20-40 cm 2. Lavoura formada: 0-10, 0-20 e 20-40 cm Avaliar o grau de acidez do solo
CALAGEM
Calagem: saturação por bases ideal
café 60%
Soja 60% Fonte: Adptado de Raij et al. (2001)
Batata 50%
MÉTODO DA SATURAÇÃO POR BASES NC (t/ha)= [ (V2 - V1) .T ] / 100 V1 = saturação por bases da análise do solo T = CTC potencial (análise do solo) V2 = saturação por bases ideal para a cultura (Tabelado)
V = f (Ca + Mg + K) Equilibrio entre as bases
Classificação calcários ???
SITUAÇÃO DESEJÁVEL DE BASES NO SOLO
%Ca = Ca/CTC
40 a 60%
%Mg = Mg/CTC
10 a 20%
%K = K/CTC
3 a 5%
RELAÇÃO
RELAÇÃO DE CONSUMO CALCÁRIO/FERTILIZANTES BRASIL, 1973/2006
3,5 3
Relação de consumo calcário/fertilizantes 2002 = 0,97:1; 2005 = 0,84:1; 2006 = 0,69:1
2,5
CALCÁRIO FERTILIZANTES
2 1,5 1 0,5 0 73 80 85
90
93
96
99
02
05 06
ANO Fonte: ANDA, ABRACAL, 2007
MELHORIA DO AMBIENTE RADICULAR GESSAGEM •GESSO AGRÍCOLA: CaSO4 . 2H2O •REAÇÕES DO GESSO NO SOLO
[CaSO4 . 2H2O] + H2O
[Ca2+ + SO42-] + [CaSO40] ⇓
* GESSAGEM NÃO SUBSTITUI A CALAGEM * REQUER ÁGUA PARA PERCOLAR * POSSIBILIDADE DE PERDA DE K e Mg
- Fornecimento de Ca - Menor atividade de Al em solução
- Raízes profundas - Maior absorção de água e nutrientes - Maior resistência à seca
NITROGÊNIO...
FERTILIZANTES NITROGENADOS SULFATO DE AMÔNIO
(NH4)2SO4
2 NH4+
+
SO42-
NH4+
+
NO3-
NITRATO DE AMÔNIO
NH4NO3 URÉIA
CO(NH2)2 + H2O NH3
urease
H+ OH-
2 NH3 NH4+
+
CO2
FÓSFORO...
Planta ???
Cálcio
FÓSFORO: ALTAMENTE “DISPUTADO” Fósforo
Alumínio
Ferro
o
o
Quantidade de fósforo “fixada”pelo solo
As “montanhas” e “vales” da fixação As “montanhas” e “vales” da fixação de fósforode fósforo Muito alta
“Montanha” No 1 maior fixação
Amplitude para maior disponibilidade de fósforo “Montanha” No 2 alta fixação
Alta
Média
“Vale” o Fixação de N 1 fósforo pelo ferro Fixação de fósforo pelo alumínio
Baixa pH 3
pH 4
pH 5 pH 6 Solos ácidos
“Montanha” No 3 média fixação “Vale” No 2
pH 7 Neutro
Fixação de fósforo pelo cálcio
pH 8 pH 9 Solos alcalinos
A disponibilidade de fósforo varia com o pH do solo. Fonte: Lopes, 1989. o
o
FOSFATOS SOLÚVEIS Ca10(PO4)6F2 + 7H2SO4
3Ca(H2PO4)2 + 7CaSO4 + 2HF = S.Simples
Ca10(PO4)6F2 + 14H3PO3 + 10H2O
10Ca(H2PO4)2 . H2O + 2HF = S.Triplo
NH3 + H3PO4
NH4H2PO4 = MAP
2NH3 + H3PO4
(NH4)2HPO4 = DAP
Potássio ... Dinâmica mais “tranqüila” no solo Lixiviação Chuvas intensas últimos anos Principal fonte: KCl
ENXOFRE... ALGUMAS PREOCUPAÇÕES: FERTILIZANTES MAIS CONCENTRADOS MENORES IMPUREZAS TEOR DE MATÉRIA ORGÂNICA
MICRONUTRIENTES
VIA SOLO E VIA FOLIAR
AMOSTRAGEM FOLIAR ♦ Após, pelo menos, 30 dias do 2º parcelamento de fertilizantes ou de uma pulverização foliar e na fase de chumbinho, (em dezembro). A amostragem de folhas para análise deve ser uma prática rotineira feita todos os anos, para orientar as adubações.
Teores foliares de nutrientes considerados adequados ao cafeeiro Macronutriente
Teor (dag/kg)
Micronutriente
Teor (mg/kg)
N P K Ca Mg S
2,90 – 3,20 0,12 – 0,16 1,80 – 2,20 1,00 – 1,30 0,31 – 0,45 0,15 – 0,20
B Cu Fe Mn Zn Mo
40 – 80 8 – 16 70 – 180 50 – 200 10 – 20 0,1 – 0,2
ALGUMAS CONSTATAÇÕES... RELAÇÃO ENTRE NUTRIÇÃO x DOENÇAS Excesso de N
=
> Phoma
Excesso de K
=
> Cercospora
Excesso de Cu
=
> Ácaro
ÉPOCA DE CRISE : VALE A PENA INVESTIR ? ALTERNATIVA INADEQUADA : CORTE DE TECNOLOGIA
Exemplo de Empresa de adubo 1.800 clientes (cafeicultores) 2008/2009 : atendimento a apenas 30% dos clientes 30% atendidos : 70% deles : adubos para 1a e 2a cobertura Então : apenas 9% do total de clientes adubou corretamente Consequência : < produtividade > prejuízo ( custo fixo? )
CUSTO DE PRODUÇÃO DE CAFÉ NO SUL E OESTE DE MINAS GERAIS --------------------------------------------------------------------------------------------------Sacas/ha
Custo em Reais 2007/2008
2009/2010(projeção)
--------------------------------------------------------------------------------------------------40
230,41
256,00
30
262,39
292,00
20
285,80
318,00
10
388,79
432,00
Fonte: Garcia e Matiello, 2008 ---------------------------------------------------------------------------------------------------
SOLUÇÃO : AUMENTO DE PRODUTIVIDADE !!!
PME
Produtividade ou Renda Bruta
PM
C
a d o t us
gia o l o Tecn
Custos fixos
1
Custo total
Maior Receita LĂquida = Maior Lucro
2 3 4 5 Unidades Investidas com a Tecnologia
6
Lei dos Incrementos Decrescentes
CRIATIVIDADE (EFICIÊNCIA) NO USO DA TECNOLOGIA “ MANEJO DO MATO” DA ENTRELINHA -DIMINUIR COBERTURAS ( não em quantidade do adubo !!! ) -COMPRA CONJUNTA DE ADUBOS E CORRETIVOS -USO “RACIONAL” DE CALCÁRIO(considerar faixa, profundidade...) -ADUBO ORGÂNICO/COMPOSTO (da propriedade!!! ) Ex. Café São Gotardo -ADENSAMENTO : maior aproveitamento adubo
-ANÁLISE DO SOLO E ANÁLISE FOLIAR !!! -USO “SOMENTE” DE 20-5-20 ou 20-0-20 ( K no solo?) - ADUBAÇÕES FOLIARES – PELO MENOS 4 APLICAÇÕES
CRIATIVIDADE (EFICIÊNCIA) NO USO DA TECNOLOGIA
ADUBAÇÕES ATRASADAS... RENOVAÇÃO DAS LAVOURAS
20 cm Ramos de café Acaiá – 9 anos (ex-adensado)
Fontes CORRETAS Formas de suprimento do nutriente Adequação às condições químicas e físicas Observar interações entre nutrientes Compatibilidade para serem misturados Sensibilidade das culturas a determinados elementos Teor de metais pesados contidos nas fontes
IFA, 2009
Quantidade CORRETA Avaliar a capacidade do solo suprir nutrientes Avaliar as fontes de nutrientes disponíveis Avaliar as demandas da planta Buscar maior eficiência de uso do fertilizante Considerar as variações climáticas locais Considerar exportação dos nutrientes Considerar o preço por unidade de nutriente
IFA, 2009
Época CORRETA Fases de maior demanda do nutriente pelas plantas Avaliar a dinâmica de suprimento de nutrientes pelo solo Liberação e disponibilidade dos nutrientes do fertilizante Considerar os fatores climáticos que interferem nas perdas de nutrientes Avaliar a logística das práticas de cultivo
IFA, 2009
Local CORRETO Dinâmica das raízes no solo Variabilidade espacial do solo para as culturas Ajustar às necessidades das culturas Limitar o potencial de perda de nutrientes
IFA, 2009
CONCLUSÃO...
SE VOCÊ FOI EFICIENTE E CRIATIVO E NÃO CORTOU TECNOLOGIA...
INSUMOS VOCÊ !!!
NÃO DESISTA NUNCA!!!
OBRIGADO ! afurtini@ufla.br 35 3829 - 1251