Modelo de Acalmia de Tráfego - Passeio Continuo

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C Â M A R A

M U N I C I P A L

D E

L I S B O A

PLANO DE ACESSIBILIDADE PEDONAL

Modelo de Acalmia de Tráfego Passeio Contínuo Versão 1 Julho 2014


Ficha Técnica Equipa do Plano de Acessibilidade Pedonal A Equipa de Projeto do Plano de Acessibilidade Pedonal tem por missão coordenar, dinamizar, apoiar e monitorizar os esforços municipais de promoção da Acessibilidade, nomeadamente a execução do Plano de Acessibilidade Pedonal de Lisboa. A Equipa disponibiliza apoio técnico nos domínios da acessibilidade e das necessidades de segurança, funcionalidade e conforto dos peões. Coordenação Pedro Homem de Gouveia (Coord.); Pedro Alves Nave (Coord. Adj.) Desenvolvimento do Modelo Tânia Rodrigues, Arq.; Ana Almeida Teixeira, Eng. Agradecimentos Isabel Báia Simões (EMEL); Sandra Nascimento (APSI); Maria Isabel Seabra (IMT); INR; Rui Carvalho (JF São Domingos de Benfica); Paulo Andrade (JF Parque das Nações); Daniel Gonçalves (JF Avenidas Novas); Rui Guerreiro (DMPO); Zulmira Santos, Vítor Carmo (UITCH), Rui Martins, Rui Oliveira (UITN), Rosa Rodrigues, Sónia Gonçalves, Luísa Branco (UITOR); Jorge Catarino, Paulo Pais, Gonçalo Caiado (DMPRGU); Manuel Ribeiro, Marta Ribeiro, Pedro Barbosa, Fátima Madeira, Luísa Coelho (DPC); Pedro Machado, Carlos Ferreira, Jorge Jordão (DMMT); João Castro, Rita Gomes (DMAU) Vanda Lopes, Jorge Falcato, Sandra Moço (EPAP); José Garcia Imagens Todos os desenhos técnicos, esquemas, ilustrações e fotos são da autoria da Equipa do Plano de Acessibilidade Pedonal, salvo indicação em contrário. Foto da capa DMMT/DPMT/DPVM equipa.acessibilidade@cm-lisboa.pt AVISO A elaboração de um Modelo de Acalmia de Tráfego constitui a ação VP 08 do Plano de Acessibilidade Pedonal de Lisboa. O Modelo tem por função sistematizar especificações sobre as quais já existe grau suficiente de certeza, com base na lei, nas boas práticas e na experiência adquirida, para aplicação pelos serviços da CML e pelas juntas de freguesia no desenvolvimento de projetos e obras. Eventuais erros ou omissões devem ser prontamente sinalizados à Equipa do Plano de Acessibilidade Pedonal, que está disponível para prestar esclarecimentos e apoio técnico. Esta ficha não dispensa a leitura do Módulo Base (Objetivos, Âmbito e Regras para a Aplicação do Modelo).


AT 3 Passeio Contínuo 1.

Descrição Continuidade do passeio, através da interrupção da faixa de rodagem, implicando a circulação dos veículos por travessia pontual do espaço do peão. Esta medida força o condutor a reduzir a velocidade de circulação para passar pelo passeio, dando prioridade ao peão que o percorre sempre ao mesmo nível.

2.

Objetivos a)

Reduzir as velocidades de circulação;

b)

Desencorajar o tráfego de atravessamento;

c)

Evitar interrupções no percurso do peão.

3.

Prós e Contras

3.1

Vantagens: a)

Uma das medidas mais eficazes na redução da velocidade;

b)

Permite ao peão andar sempre ao mesmo nível;

c)

Cria uma continuidade visual do espaço do peão;

d)

Dispensa custos com a sinalização (por ex., sinalização vertical, sinalização horizontal e piso tátil).

3.2

Desvantagens: a) Pode provocar ruído, se aplicada de forma incorreta (por ex., inclinação excessiva, revestimento inadequado); b)

3.3

Incompatível com as linhas de elétricos.

Trabalhos básicos: Em condições ideais, a implantação desta medida pode ser conseguida apenas com: a)

Arranque da caixa de pavimento;

b)

Enchimento com material adequado ao tráfego automóvel;

c)

Aplicação de revestimento resistente ao tráfego automóvel e seguro e confortável para o peão.

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3.4

Trabalhos complementares: A configuração da via ou o seu mau estado de conservação, poderão tornar necessário: a)

Arranque e reposição de lancil e revestimento do passeio adjacente;

b)

Arranque e execução do pavimento da faixa de rodagem adjacente;

c)

Adaptação do sistema de drenagem;

d)

Alteamento de tampas de infraestruturas de subsolo.

4.

Localização

4.1

Esta medida de acalmia não deve ser implantada: a)

Em vias de 1º, 2º e 3º nível;

b)

Em vias de 4º e 5º nível que façam a ligação entre as entradas dos Hospitais e as vias de nível superior (ver figuras 4.a e 4.b);

c)

Em locais onde a inclinação longitudinal da via é igual ou superior a 8%;

d)

Em locais sem iluminação pública;

e)

Em locais com pouca visibilidade (por ex., curvas).

Figura 4.a – exemplo para o Hospital São José AT 3 | Passeio Contínuo

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Figura 4.b – exemplo para o Hospital São Francisco Xavier

4.2

Deve manter-se o alinhamento do canal pedonal existente.

5.

Configuração

5.1

O passeio contínuo é constituída por: a)

Plataforma continua;

b)

Rampas.

[Nota: as rampas podem ser substituídas por lancil boleado ou rampeado.] 5.2

O passeio contínuo deve ocupar toda a largura da faixa de rodagem.

5.3

A plataforma sobrelevada deve reunir as seguintes características: a)

Comprimento, medido na direção do eixo da via, entre 4 m a 8 m;

b)

Comprimento, medido na direção do eixo da via, superior a 6 m, se a via for utilizada com regularidade por autocarros;

c)

Altura, medida relativamente ao plano da faixa de rodagem, igual à do passeio adjacente (ressalto zero), sendo recomendável que não exceda os 10 cm.

[Nota: se altura for superior a 10 cm, deve adequar-se o comprimento das rampas.] 5.4

As rampas devem ser perpendiculares ao eixo da via onde estão contidas.

5.5

As rampas devem reunir as seguintes características: a)

Comprimento, medido na direção do eixo da via, igual ou superior a 50 cm;

b)

Uma inclinação entre 3% a 12%;

c)

A configuração recomendada no quadro 6.a.

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Velocidade máxima desejada no arruamento [km/h] Velocidade máxima desejada na aproximação à medida [km/h] Inclinação da rampa [%]

4º nível

5º nível

30

30

10

10

8

10

a = 0,75 m

a = 0,60 m

b=1m

b = 0,80 m

Exemplos

Quadro 6.a – inclinação das rampas adequada à velocidade desejada

[Nota: a inclinação das rampas é o principal indicador de desconforto. Quanto maior for a inclinação menor será a velocidade.]

6.

Pavimentos

6.1

Revestimento da plataforma sobrelevada e das rampas: a)

O revestimento deve ser adequado ao tráfego automóvel e seguro e confortável para o peão (por ex., blocos de betão com espessura superior a 8 cm, betão betuminoso colorido);

b)

É recomendável a utilização de pavimento com cor idêntica à dos passeios adjacentes, para criar a continuidade do espaço do peão.

6.2

A camada de assentamento e base devem ser constituídas por materiais resistentes ao tráfego automóvel e adequado ao revestimento utilizado (por ex., macadame betuminoso e tout-venant).

6.3

O terreno de fundação deve ser constituído por uma plataforma de apoio regularizada e compactada. [Nota: consultar desenho 4 - medida AT 3.]

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7.

Sinalização Rodoviária Esta medida de acalmia de tráfego dispensa sinalização rodoviária, uma vez que se trata de um passeio.

8.

Infraestruturas

8.1

Drenagem: a)

Não se pode piorar o sistema de drenagem existente e deve adequar-se caso seja necessário;

b)

Deve evitar-se acumulação de água nos pontos baixos, através da introdução de sumidouros;

c)

Os sumidouros devem ser colocados junto aos lancis, de ambos os lados da faixa de rodagem, a montante da sobrelevação no sentido do escoamento superficial da via.

8.2

Caso seja necessário devem ser previstas as devidas adaptações das infraestruturas existentes (por ex., alteamento de tampas, alteração do revestimento das tampas de acordo com o material utilizado).

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