Regimento de Sapadores Bombeiros - Lisboa Edição nº 3 | 2018 jul | ag o | se t
EDITORIAL
EXCELENCIA NO SOCORRO | REFERENCIA NACIONAL A 25 de agosto de 1988 uma das zonas históricas mais nobre e emblemática da cidade de
Lisboa foi palco de um dos mais violentos incêndios urbanos: o incêndio do Chiado. O coração de Lisboa, assim designado por muitos historiadores, era uma zona marcante e identitária em termos históricos e de construção arquitectónica da era pombalina, onde maioritariamente os vários edifícios se destinavam a albergar o comércio e respetivos armazéns. O incêndio do Chiado envolveu cerca de 1000 operacionais de diferentes corporações de bombeiros da Comandante do RSB cidade e 300 veículos de socorro. Foram vítimas 73 feridos, na sua maioria bombeiros e duas Pedro Patrício | TCor GNR vítimas mortais, um dos quais bombeiro do município. Cerca de 2000 pessoas perderam os seus postos de trabalho e famílias perderam todos os seus bens, histórias e memórias ao ver arder as suas habitações. Muitos dos imóveis, à data de 1988, eram fundamentalmente construídos em madeira, alguma da qual apodrecida pela decorrer dos tempos, e que serviu de fornalha para uma propagação veloz do fogo. Os bombeiros, no cumprimento da sua missão, expuseram-se ao risco de explosão de bilhas de gás e de canalizações, com consequente projeção dos escombros dos edifícios para o exterior dos mesmos. Inscrito como um dos incêndios mais destrutivo em termos de impacto urbano, o incêndio do Chiado foi, sem dúvida, um marco determinante para evolução do sistema, organização e funcionamento do serviço de socorro em Portugal. Volvidos 30 anos após o flagelo deste incêndio, o combate aos incêndios e a proteção de pessoas e bens tem vindo a evoluir de forma contínua e sistemática em prol de uma cultura de serviço público que se pretende de Qualidade. A organização e o posicionamento dos meios no teatro de operações, os postos de comando, os próprios meios de intervenção de combate a incêndios estruturais, a formação dos operacionais de socorro, as condições de segurança destes operacionais em situação de ocorrência, a legislação de segurança em matéria de edificado, a consciência coletiva de medidas de autoproteção, são alguns dos exemplos que marcam a viragem do século em matéria de evolução do serviço de socorro na cidade de Lisboa. A aposta contínua em matéria de qualificação e apetrechamento dos operacionais de socorro, permite-nos afirmar que hoje, mais do que nunca, os bombeiros estão mais preparados, quer em conhecimento técnico e respetiv o manuseamento de equipamento necessário ao cumprimento da missão, quer em equipamentos de proteção individual, quer inclusive na sua preparação física, tão determinante para a eficácia da sua intervenção no teatro de operações. As condições de construção dos edifícios, impostas pela regulamentação de segurança contra incêndios, são hoje uma mais-valia para o combate a incêndios estruturais, na medida em que são determinantes na proibição de utilização de materiais de construção com elevado potencial inflamável.
DESTAQUE
Dia Municipal do Bombeiro
Mas a realidade arquitectónica da cidade de Lisboa não se esgota na construção de novos imóveis. A sua história e cultura centram-se nos bairros antigos onde a construção continua a apresentar características de risco. No entanto, acreditamos que a gestão da utilização dos espaços, através da definição e implementação de Medidas de Autoproteção, são a maior aposta de segurança contra incêndios, porque envolvem as pessoas, construindo-se assim uma consciência dos riscos e uma natural cultura de segurança. Hoje, seis séculos decorridos desde a primeira organização do serviço de incêndios em Portugal, a Câmara Municipal de Lisboa, através do Regimento Sapadores Bombeiros celebra o quinto aniversário da institucionalização d o Dia Municipal do Bombeiro que, juntamente com o Dia Nacional do Bombeiro e do Dia do Bombeiros Profissional, se constitui como um momento para afirmar que não esquecemos quem tudo deu e quem tudo perdeu há 30 anos.
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ia MUNICIPAL DO B OMBEIRO A cerimónia que assinala o Dia Municipal do Bombeiro, ocorrida a 25 de agosto, na Rua do Carmo, onde há 30 anos deflagrou o maior incêndio da cidade de Lisboa do século XX, contou com a presença
do Presidente da Câmara, Dr. Fernando Medina e com o comandante do RSB, Tenente-coronel Pedro Patrício entre outras individualidades e entidades. Numa homenagem prestada a todos os homens e mulheres que, diariamente, de forma abnegada zelam pela proteção e defesa da cidade, houve lugar à colocação de uma coroa de flores na lápide que recorda o grande incêndio do Chiado. Esta efeméride lembra o trágico incêndio que causou irreparáveis danos e perdas de vidas bem como suscita a reflexão de todos sobre os desafios que os bombeiros enfrentam no socorro aos cidadãos.
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o combate aos incêndios que lavravam em Monchique, o Regimento
Bombeiros,
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por solicitação da ANPC,
constituiu uma Brigada de Combate a Incêndios Rurais (BCIR) que saiu para o Teatro de Operações a 7 de agosto e regressou a Lisboa após quatro dias de incessante atividade operacional de socorro às populações. O Comandante do RSB, Tenente-coronel Pedro Patrício, esteve presente nas operações de combate aos incêndios com 48 operacionais.
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convite da Associação Nacional de Salvamento e Desencarceramento (ANSD), a equipa de desencarceramento do RSB representou Portugal no XIV Encuentro Nacional de Rescate en Accidentes de Trafico
(ENRAT2018). O encontro realizou-se na localidade de Alcañiz (Teruel, Espanha), nos dias 4, 5 e 6 de setembro. Neste encontro participaram equipas provenientes de diversas regiões espanholas, bem como uma equipa francesa, totalizando quinze (15) equipas. O encontro tinha como objetivo a seleção dos três representantes de Espanha para o World Rescue Challenge 2018 (WRC2018). A prova foi constituída pela realização de duas manobras. No dia 5, a equipa do RSB realizou a primeira manobra, denominada standard, com uma duração de 20 minutos, consistindo na prestação de cuidados pré -hospitalares e extração de uma vítima encarcerada (físico tipo I) não crítica. No dia seguinte, foi realizada a manobra rápida, com o tempo máximo de 10 minutos
e igualmente com prestação de cuidados pré-hospitalares e extração de uma vítima encarcerada (físico tipo I) crítica. Em ambas as manobras, a equipa do RSB prestou cuidados pré-hospitalares e realizou a extração das vítimas do interior dos veículos, tendo sido a que obteve maior pontuação no conjunto das duas manobras. Foi sem dúvida uma experiência profundamente positiva além-fronteiras resultante da partilha e aquisição de novos conhecimentos com outros corpos de bombeiros. No final, o objetivo que moveu todos os presentes no encontro foi superado, pois todos trabalharam com o propósito de aperfeiçoar o seu desempenho e técnica às vítimas de acidentes rodoviários na execução de um socorro de excelência.
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Corpo de Mergulhadores do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa
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ealizou na Autoridade Marítima Nacional, através do Instituto de Socorros a Náufragos (ISN), nos dias 3 e 4 de setembro de 2018, a primeira de duas ações de formação. Esta ação de formação teve como principal objetivo preparar estes operacionais para atuar em meio aquático, nomeadamente com a utilização de uma nova embarcação, recentemente adquirida pelo Regimento Sapadores Bombeiros de Lisboa. Esta formação teve um especial enfoque nas áreas da sobrevivência no
mar, onde foram aplicadas técnicas de resgate e extração de vitimas no meio aquático. Nas duas sessões realizadas no rio Tejo, os operacionais executaram as técnicas objeto de formação com a recente embarcação. Foi uma mais valia para uma rápida adequação a este novo meio de socorro aquático, que futuramente irá dar apoio à Autoridade Marítima local de Lisboa. Ao longo da formação, os elementos realizaram vários exercícios relacionados com a utilização de coletes de flutuabilidade,
reboques de vitimas, comportamentos adotar no meio aquático, treino de “capsize” (virar uma embarcação capotada), técnicas de resgate de vitimas consciente e inconsciente no meio aquático. O resultado final foi considerado muito benéfico e positivo para estes operacionais, onde se trocaram experiências e relatos de situações reais para adaptar às novas realidades de socorro. Existiu um espirito de grupo bastante positivo de ambas as entidades, ficando em aberto novas ações de formação.
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DEMONSTRAÇÃO DE MEIOS DE PROTEÇÃO CIVIL NO PARQUE DAS NAÇÕES
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Serviço Municipal de Proteção Civil promoveu, entre os dias 28 e 30 de setembro, uma demonstração de meios de segurança e socorro, que decorreu entre as 10h00 e as 21h00 no Parque das Nações. O programa incluiu exposição e demonstração dos meios humanos e materiais de várias entidades, nomeadamente a Autoridade Nacional e o Serviço Municipal de Proteção Civil de Lisboa, forças de segurança e militares, Autoridade Marítima Nacional, Bombeiros voluntários, INEM, Cruz Vermelha e agentes de proteção civil da Junta de Freguesia do Parque das Nações. O Regimento de Sapadores Bombeiros, por sua vez esteve envolvido em alguns exercícios de demonstração, designadamente em salvamentos marítimos no teleférico, acidente de viação e atuou num cenário de tremor de terra.
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ADMINISTRAÇÃO DA MARINA DO PARQUE DAS NAÇÕES O Presidente do Conselho de Administração da Marina do Parque das Nações, Dr. André Fernandes, remeteu ao Regimento de Sapadores Bombeiros um agradecimento através de oficio pelo apoio á remoção da embarcação afundada na Marina do Parque das Nações, o qual se transcreve: "Na sequência do Afundamento da embarcação POSEIDON | na Marina do Parque das Nações, ocorrido no passado dia 30 de setembro, vimos pela presente agradecer a inestimável colaboração e apoio da parte do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboana remoção da referida embarcação, sendo de salientar e enaltecer o grande profissionalismo, a elevada competência e a exemplar dedicação da Equipa envolvida nesta operação. Uma operação que se revestiu de um elevado grau de dificuldade e complexidade e que culminou com a bem-sucedida remoção da embarcação no passado dia 05 de outubro."
FESTA DE S. BARTOLOMEU Regimento de Sapadores Bombeiros rececionou um agradecimento de Teresa Emídio, pela intervenção do RSB na Festa de S. Bartolomeu da Charneca, pelo que se passa a citar: "(...) me dirigir a V. Exa.(.., em que uma vez mais de forma tão simpática nos dispensaram um dos vossos carros para transportar a imagem do nosso padroeiro . Bem hajam !O nosso obrigada em nome desta comunidade de S. Bartolomeu , que espera poder continuar a contar convosco futuramente.(...)"
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EFEMÉRIDES
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O Aguadeiro Incêndio do Chiado
«30 ANOS»
Na madrugada de 25 de agosto de 1988, um incêndio deflagrou nos armazéns Grandella, no Chiado, destruiu vários edifícios históricos, provocou um avultado numero de feridos e duas vítimas mortais, sendo um bombeiro e outro residente, desalojou cinco famílias, num total de 21 pessoas, deixou ainda um total de duas mil desempregadas e ganhou o estatuto das piores catástrofes que assolaram a capital portuguesa, no que diz respeito a incêndios. As chamas deflagraram por volta das 03:30, foram dominadas pelas 11:00 e dadas como extintas pelas 16:00. Consumiram quase oito hectares - o equivalente a oito campos de futebol. As causas nunca foram apuradas. O incêndio chegou a ter várias frentes de combate o que envolveu mais de 1.500 operacionais, depois do incêndio, os bombeiros continuaram no local durante cerca de dois meses, em prevenção e rescaldo nos escombros. Uma das principais polémicas foi na Rua do Carmo, a presença de floreiras, que impediram que os carros de bombeiros ai entrassem, mas passados 30 anos depois do incêndio do Chiado, as acessibilidades continuam a ser o maior desafio dos bombeiros: bairros antigos, grande aumento de trânsito e o estacionamento caótico.
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Colaboradores nesta Edição
Pr óxi ma Edi ç ã o
Ana Loureiro Carlos Moreira Rui Santos Vítor Martins
Festa de Natal Regimento de Sapadores Bombeiros - Lisboa | N e w s l e t t e r | Periodicidade Trimestral Diretor Pedro Miguel Pinto Patrício, Comandante do RSB (TCor GNR) Coordenação Editorial Carla Boto Pereira | Coordenação de Textos Carla Boto Pereira | Ana Menezes Loureiro | Design Gráfico Carlos Moreira | Comunicação e Imagens RSB carlos.moreira@cm-lisboa.pt ; ana.menezes.loureiro@cm-lisboa.pt ; paula.serafim@cm-lisboa.pt
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