Jornal Municipal - abr | mai | jun

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SETÚBAL JORNAL MUNICIPAL.junho 2015.ano 15.n.º56

Convento reabre com arte

Monumento nacional encerrado há vinte anos devolvido à cidade após obras de reabilitação págs. 4 e 5

Independente marcha para a vitória

pág. 19

Cidadania exemplar Setúbal Mais Bonita junta 1500 voluntários e Bela Vista surpreende com projeto págs. 10, 11 e 27

Conselho de opinião dá contributo de desenvolvimento pág. 28

À prova de sismo

Setlog 2015 prepara meios de resposta

págs. 14 e 15

Qualidade pág. 18 a perder de vista


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SETÚBAL ano 15.n.º56 IPAL.junho 2015. JORNAL MUNIC

Convento reabre e com art

te Independen ória marcha para a vit

Monumento nacional encerrado há vinte anos devolvido à cidade após obras de reabilitação

págs. 4 e 5

pág. 19

Cidadania exemplar

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À prova de sismo

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sumário 4  PRIMEIRO PLANO  O Convento de Jesus reabriu parcialmente, graças a obras em que a Autarquia se substituiu ao Estado. A recuperação geral do monumento depende agora da vontade do Governo. 6  LOCAL  O Nosso Bairro, Nossa Cidade já leva três anos a dar o exemplo ao País em matéria de cidadania. A pensar nos mais novos, todos os parques infantis municipais foram recuperados. 10  ESPECIAL  O Setúbal Mais Bonita esteve no terreno no início de junho em nova jornada de participação cidadã. Mais de 1500 voluntários envolveram-se em 130 intervenções de requalificação do espaço público. 12  FREGUESIA  O Parque Urbano de Brejos de Azeitão nasceu num baldio e já deu fruto. No Bairro 25 de Abril, a opção foi um espaço de lazer e atividade física e o Polo Operacional de Vanicelos ficou pronto. 13  AMBIENTE  Um plano estratégico de comunicação estimula comportamentos individuais a favor da qualidade de vida do coletivo. Tudo num concelho que aposta no crescimento sustentado. 14  PLANO CENTRAL  Duzentas pessoas viveram 24 horas como desalojadas num exercício de um sismo de elevada magnitude. O Setlog Azeitão 2015 testou os procedimentos de proteção civil. 16  TURISMO  O FlaminGO Fest é um novo evento de aposta no enquadramento paisagístico do Estuário do Sado. Igualmente na primeira edição, a Festa do Morango aumenta a oferta em Azeitão. 17  ECONOMIA  A excelência dos néctares de Portugal e Espanha tem como palco privilegiado o Festival Ibérico do Vinho. Uma rede cheia de iniciativas foi o resultado do Dia Nacional do Pescador. 18  CULTURA  O Festival de Música de Setúbal promoveu 16 eventos durante quatro dias. As Marchas Populares e a primeira edição da Festa da Ilustração são outros pontos fortes da atividade cultural. 21  DESPORTO  Uma das mais modernas pistas portuguesas de BMX, com uma área de 11 mil metros quadrados, está instalada na Bela Vista. A Feira de Pesca de Setúbal continua a atrair multidões. 22  JUVENTUDE  Bocage inspirou 22 fotógrafos amadores na busca das melhores imagens para disputa dos prémios de um concurso. Os jovens de Setúbal mostram repúdio pela violência no namoro e no casal. 23  EDUCAÇÃO  As famílias bem que se divertiram no Há Festa no Parque, com um fim de semana repleto de atividades. Um roadshow deu a conhecer as oportunidades geradas pelo ensino profissional. 24  ACADEMIA  Uma tese de doutoramento sobre robótica, de um professor da Escola Superior de Tecnologia, ganhou um prémio nacional. Um projeto da Escola Superior de Educação valoriza o Moinho da Mourisca. 25  RUMOS  Samuel Simão, aliás BC Trezor, usa a poesia e a música para expressar o que lhe vai na alma. Os problemas dos jovens mas também os afetos e os sentimentos são assuntos que interessam ao rapper. 26  RETRATOS  O gosto de Carla Souto pela costura vem da meninice, incutido pela avó. Na Lojinha dos Bordados, um pequeno espaço localizado no coração do Troino, consegue dar asas à sua grande paixão. 27  INICIATIVA  Moradores da Bela Vista transformam o velho em novo. O projeto Garrrbage aproveita mobiliário deixado junto de contentores e peças de vestuário estragadas para dar uma vida nova aos artigos. 28  PLANO SEGUINTE  A Autarquia criou o Conselho de Opinião Setúbal XXI, um fórum da sociedade para discussão de rumos de desenvolvimento. A Setúbal Bay e a Feira de Sant’Iago estão a caminho.

informações úteis

Setúbal - Jornal Municipal Propriedade: Câmara Municipal de Setúbal Diretora: Maria das Dores Meira, Presidente da CMS Edição: SMCI/Serviço Municipal de Comunicação e Imagem Coordenação Geral: Sérgio Mateus Coordenação de Redação: João Monteiro Redação: Hugo Martins, Marco Silva, Pedro Moreira, Raquel Proença Fotografia: José Luís Costa, Mário Peneque Paginação: Humberto Ferreira Impressão: PROS – Promoções e Serviços Publicitários, Lda. Redação: SMCI - Câmara Municipal de Setúbal, Paços do Concelho, Praça de Bocage, 2901-866 Setúbal Telefone: 265 541 500 E-mail: smci@mun-setubal.pt Tiragem: 8000 exemplares Distribuição Gratuita Depósito Legal N.º 183262/02

Sugestões e informações dirigidas a este jornal podem ser enviadas ao cuidado da redação para o endereço indicado nesta ficha técnica.

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Paços do Concelho Praça de Bocage 265 541 500 | 808 200 717 (linha azul) Gabinete da Presidência gap@mun-setubal.pt Departamento de Administração Geral, Finanças e Recursos Humanos dafrh@mun-setubal.pt Gabinete da Participação Cidadã gapc@mun-setubal.pt

Casa da Baía de Setúbal Centro de Promoção Turística Av. Luísa Todi, 468 265 545 010 | 915 174 442

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espaços culturais

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SOS 112 Intoxicações 217 950 143 Biblioteca Pública Municipal Serviços Centrais SOS Criança Av. Luísa Todi, 188 808 242 400 265 537 240 Cinema Charlot – Auditório Municipal Linha Saúde 24 Rua Dr. António Manuel Gamito 808 242 424 Polo da Bela Vista 265 522 446 Rua do Moinho, 5 Hospital S. Bernardo 265 751 003 265 549 000 equipamentos Hospital Ortopédico do Outão Polo Gâmbia, Pontes e Alto da Guerra desportivos 265 543 900 Estrada Nacional 10, Pontes 265 706 833 Complexo Piscinas das Manteigadas Companhia Bombeiros Sapadores Via Cabeço da Bolota 265 522 122 Polo de S. Julião 265 729 600 Pct. Ilha da Madeira (à Av. de Angola) Linha Verde CBSS 265 552 210 800 212 216 Piscina Municipal das Palmeiras Av. Independência das Colónias Bombeiros Voluntários de Setúbal Polo Sebastião da Gama 265 542 590 265 538 090 Rua de Lisboa, 11, V. Nogueira Azeitão 212 188 398 Proteção Civil Piscina Municipal de Azeitão 265 739 330 Rua Dr. Agostinho Machado Faria Fórum Municipal Luísa Todi 212 199 540 Av. Luísa Todi, 61-67 Proteção à Floresta 265 522 127 117 Complexo Municipal de Atletismo Capitania do Porto de Setúbal Casa da Cultura Estrada Vale da Rosa 265 548 270 Rua Detrás da Guarda, 28 265 793 980 265 236 168 Comissão Proteção Crianças Pavilhão Municipal das Manteigadas e Jovens de Setúbal Museu de Setúbal/Convento de Jesus Via Cabeço da Bolota 265 550 600 Praça Miguel Bombarda 265 739 890 PSP 265 537 890 265 522 018 Pavilhão João dos Santos Museu do Trabalho Michel Giacometti Rua Batalha do Viso GNR Lg. Defensores da República 265 573 212 265 522 022 265 537 880


editorial

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Responsabilidade A reabertura do Convento de Jesus ao público no passado dia 20 de junho representa, para a Câmara Municipal de Setúbal, enorme responsabilidade. A responsabilidade de honrar meio milénio de história; de respeitar e valorizar a nossa memória coletiva depois de 23 anos de encerramento da mais valiosa joia do nosso património local. A responsabilidade de, perante Setúbal e o País, nos comprometermos a continuar a trabalhar na requalificação deste que é um dos mais importantes monumentos portugueses. Até que esteja totalmente reabilitado com a ajuda do magnífico projeto do arquiteto Carrilho da Graça. Responsabilidade que queremos continuar a assumir com a partilha do dever que temos, no Poder Local e no Poder Central – ou melhor, na Câmara Municipal de Setúbal e no Governo da República –, de recuperar este importante pedaço da nossa memória coletiva. Foi a Autarquia que assumiu a responsabilidade de impedir a ruína irremediável deste

A reabertura do Convento ajuda-nos a realizar um pouco mais da cidade que sonhamos

monumento. Fizemo-lo num momento em que o Poder Central poderia ter abandonado a candidatura a fundos comunitários do PORLisboa já aprovada para a recuperação do monumento. Tal como noutras situações, aceitámos substituir o Poder Central nas suas responsabilidades e assumimos a posição

contratual do Estado nesta candidatura e o pagamento da comparticipação nacional de uma obra que, para já, custou mais de três milhões e seiscentos mil euros. Agora, precisamos que o Governo caminhe connosco e nos ajude a acabar esta obra. O que falta para cumprir o projeto do arquiteto Carrilho da Graça é concluir a recuperação das alas norte e leste do Convento, recuperar totalmente o Coro Alto, bem como o seu teto e a torre sineira, recuperar a estrutura da Igreja de Jesus e respetiva cobertura e construir um edifício de apoio com mil metros quadrados para acomodar funções científicas, técnicas e administrativas do museu. E, claro, responder a uma justa – mais do que justa – aspiração dos setubalenses, que é a necessária reformulação do Largo de Jesus e do seu pavimento, ainda que esta seja uma obra que terá de ser enquadrada de outra forma. Eis o que falta. E também seis milhões de euros. Estamos disponíveis para assumir metade deste valor, pelo que é necessário que o Governo crie condições para que a outra metade possa ser financiada por fundos europeus, sem que, com este financiamento, se prejudiquem outros investimentos municipais apoiados por fundos comunitários na área metropolitana de Lisboa. O nosso trabalho no Executivo municipal é feito, dia após dia, de muitas alegrias, de desilusões e choques com a realidade. Mas é também isto que nos faz sonhar, porque todos os que ocupam transitoriamente lugares de topo nas autarquias e todos os que os acompanham nas vereações vivem destes sonhos. De imaginadas cidades; de sonhadas vidas melhores para todos os que as povoam. É o que nos move: sonhar e fazer uma cidade melhor, uma cidade entendida muito para lá das suas estruturas viárias, edifícios, equipamentos, jardins. Uma cidade justa, de todos e para todos... A reabertura do Convento ajuda-nos a realizar um pouco mais da cidade que sonhamos.

Presidente da Câmara Municipal de Setúbal


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Convento devolvido A mais valiosa joia do património local, com mais de 500 anos de história, está, de novo, ao dispor de Setúbal. O Convento de Jesus reabriu com arte, com uma nova galeria que expõe peças do século XIV ao XX. Mas o esplendor da referência manuelina ainda não foi totalmente devolvido, com o futuro a reservar uma segunda fase de intervenções

primeiro plano

O

Convento de Jesus, monumento nacional encerrado ao público há mais de duas décadas, foi devolvido a Setúbal após a conclusão da primeira fase de intervenções de reabilitação geral do edifício, reaberto parcialmente a 20 de junho com uma nova galeria de arte. As obras, iniciadas no final de 2012, foram impulsionadas pela Câmara Municipal, que, ao chamar a si a responsabilidade de travar a degradação do imóvel do século XV, assumiu as contrapartidas financeiras que deveriam ser suportadas pelo Estado, proprietário do património, para reabilitar o edifício. A primeira fase de intervenções de beneficiação incluiu a substituição da totalidade da cobertura e a restauração das paredes de pedra e de alvenaria, a par da proteção geral, através da criação de sistemas de drenagem no alçado norte. O restauro completo da ala poente, para instalação de uma galeria expositiva do Museu de Setúbal, é uma das ações de maior visibilidade no requalificado imóvel, que constitui um dos principais marcos do período Manuelino em Portugal e está classificado como Monumento Nacional desde 1910. As intervenções, implementadas com um conceito de simplicidade e que aproximam o edifício da conceção original, centraram-se na cobertura, nos alçados e, posteriormente, em ações de consolidação estrutural. Entre os trabalhos executados destaca-se a colocação de uma cobertura totalmente em madeira, assim como a reconstrução dos pavimentos dos pisos superiores, igualmente com vigas em madeira e tabuado,

soluções que permitem libertar peso do imóvel e assegurar a integridade estrutural. Na ala poente, além da recuperação de um vão de escadas e de dois tetos, destaque para a criação de uma galeria expositiva, projetada com linhas simples para servir de pano de fundo às obras de arte que integram uma exposição temporária com peças de coleções do acervo do Museu de Setúbal. A mostra, numa espécie de roteiro cronológico espaciotemporal entre o final do século XIV e o século XX, inclui, entre outras, a pintura “Bocage e as Musas”, de Fernando San-

tos, assim como a obra “Calvário – Cristo Crucificado, Nossa Senhora, São João e Santa Madalena”.

Património renascido Os trabalhos dinamizados na primeira fase de reabilitação do Convento de Jesus asseguraram a colocação de um elevador interior, a construção de um novo edifício técnico e a recuperação da zona do Claustro e de outras áreas do convento, nomeadamente a Sala do Capítulo. A Sala do Capítulo, criada num conceito arquitetónico do estilo do Alto Renascimento, entre os séculos XVI

e XVII, com paredes forradas a azulejo e um teto em madeira pintada, é composta por elementos que contrastam com a maioria dos espaços do convento. Destaque ainda para um conjunto de trabalhos de restauro realizados no interior do edifício, nomeadamente de acabamentos dos espaços cobertos, como telhas cerâmicas, frescos e pinturas em madeira, intervenções asseguradas por uma empresa especializada. Foi também concretizada uma ação de proteção contra inundações, uma vez que o imóvel está situado num ponto baixo da cidade. Além

MARCOS HISTÓRICOS DO MONUMENTO NACIONAL O Convento de Jesus foi projetado pelo mestre Diogo de Boitaca, em desenho de inspiração divina. A construção foi iniciada em 1490 e terminada em 1496.

O Tratado de Tordesilhas, com a divisão do mundo entre Portugal e Espanha, foi ratifi­cado no ano de 1494 no Convento de Jesus, pelo rei D. João II.

O imóvel, instalado numa zona de Setúbal conhecida à época por Sapal do Troino, foi fundado por Justa Rodrigues Pereira, ama­ ‑de­‑leite de D. Manuel I.

A Igreja de Jesus, instalada no convento, é considerada o primeiro ensaio em Portugal de igreja-salão, um espaço unitário e isótropo, ou seja, homogenea­mente iluminado.

Com a extinção das ordens religiosas em Portugal, em 1888 o convento é entregue à ­Misericórdia, para ser convertido em hospital, que ali funciona até 1959.

Em 1961, nasce o Museu de Setúbal, espaço instalado em todo o edifício conventual que possui valiosas coleções de arte de di­ferentes períodos.

Classificado como Monumento Nacional desde 1910, ­recebeu a Marca de Património Europeu em 2009 pela importância no contexto histórico europeu.


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à cidade Futuro com compromisso

da impermeabilização das lajes, foi criado um muro em redor para desviar águas pluviais e instalada uma estação de bombagem. A primeira fase de reabilitação do imóvel integra o projeto “Recuperação e Valorização do Convento de Jesus”, incluído no programa ReSet – Regeneração Urbana do Centro Histórico de Setúbal, candidatura liderada Autarquia que incluiu a execução de um conjunto de obras estruturantes para a cidade. O investimento no Convento de Jesus, da ordem dos 3,6 milhões de euros, foi comparticipado por fundos comunitários com uma taxa de

65 por cento, através do PORLisboa – Programa Operacional Regional de Lisboa, ao abrigo do QREN – Quadro de Referência Estratégico Nacional, com os restantes encargos assumidos pela Autarquia. O Município chamou a si a liderança deste processo após receber, por protocolo, a posição de beneficiário da candidatura que pertencia ao IGESPAR, por este instituto da administração central, atualmente integrado na Direção-Geral do Património Cultural, alegar incapacidade orçamental. Neste âmbito, a Câmara Municipal assegurou, num protocolo assinado

A necessidade de partilhar responsabilidades para assegurar a concretização da reabilitação total do Convento de Jesus, com uma segunda fase de obras, mais abrangente, foi realçada pela presidente da Câmara Municipal de Setúbal, a 20 de junho, na cerimónia de reabertura do monumento nacional. “Assumimos uma grande responsabilidade, a de honrar meio milénio de história e a de respeitar e valorizar a nossa memória coletiva depois de 23 anos de encerramento da mais valiosa joia do nosso património local”, vincou Maria das Dores Meira sobre a obra que permitiu a reabertura do edifício. Contudo, o processo está a “meio do caminho”, frisou Maria das Dores

Meira, ao reiterar a necessidade de mais intervenções. “Vamos continuar a trabalhar até que o convento esteja totalmente reabilitado com o projeto do arquiteto Carrilho da Graça, até que possa ser devolvido, no seu esplendor, a Setúbal, a Portugal.” Para o restauro total da pérola manuelina são necessários mais seis milhões de euros. “Queremos continuar a assumir a responsabilidade com a partilha do dever que temos, na Câmara Municipal de Setúbal e no Governo da República”, e, para isso, afirmou, a Autarquia “está disponível para assumir metade do v­ alor”. Agora, alertou, “é preciso que o Governo crie condições para que a outra metade possa ser financiada por fundos europeus, sem que, com este fi-

nanciamento, se prejudiquem outros investimentos municipais apoiados por fundos comunitários na área metropolitana de Lisboa”. O secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, salientou que este “foi um trabalho com um desfecho que inspira confiança no futuro” e mostrou-se disponível para “trabalhar em encontrar uma solução adequada a um património que é de Setúbal e da Europa”. A cerimónia de inauguração, com a presença de vereadores e de várias individualidades, como o presidente do Centro Nacional de Cultura, Guilherme d’Oliveira Martins, contou com momentos musicais, uma visita guiada à nova galeria e uma recriação histórica.

com a Direção-Geral do Património Cultural em fevereiro de 2012, a cedência temporária do Convento e da Igreja de Jesus e respetivos bens culturais para a instalação do Museu de Setúbal por um período de vinte anos, revogáveis.

necessários, no valor global de seis milhões de euros. A Europa Nostra, organismo de defesa do património, integrou o Convento de Jesus na restrita lista dos sete monumentos europeus mais ameaçados, decisão que reconhece a importância histórica do imóvel e que coloca pressão no proprietário para a reabilitação total. A segunda fase de obras prevê a conclusão da recuperação das alas norte e leste do convento e a reabilitação da estrutura da Igreja de Jesus e da respetiva cobertura, assim como a construção de um edifício de apoio para acomodar funções

científicas, técnicas e administrativas do Museu de Setúbal. A recuperação total do Coro Alto, da estrutura ao teto, bem como da torre sineira é outro dos objetivos programados na segunda fase de intervenções, que inclui a beneficiação da Praça Miguel Bombarda, com a criação de um jardim, e a instalação de um equipamento térmico na totalidade do convento. Com as intervenções concluídas será possível expor uma seleção dos cinco mil objetos e peças de arte que compõem o Museu de Setúbal, maioritariamente em torno da zona dos claustros.

Restauro total Para garantir a renovação total do Convento de Jesus e a implementação integral do projeto de arquitetura proposto por Carrilho da Graça, até 2017/2018, o Município tenta garantir junto do Governo os fundos nacionais e comunitários


local

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Bela Vista mostra trabalho O programa “Nosso Bairro, Nossa Cidade” está a transformar a zona da Bela Vista com um exemplo que inspira todo o concelho. A festa dos três anos mostrou a vitalidade deste programa municipal protagonizado pelos moradores

A importância do trabalho do “Nosso Bairro, Nossa Cidade” para a transformação dos bairros da zona da Bela Vista foi destacada numa cerimónia que assinalou o terceiro aniversário do programa municipal, inédito a nível nacional. A celebração e a construção de uma vida melhor deram a tónica ao encontro, que levou no dia 28 de abril ao Salão Nobre dos Paços do Concelho, completamente lotado, moradores da Bela Vista, Forte da Bela Vista, Alameda das Palmeiras, Quinta de Santo António e Manteigadas, bairros que, desde 2012, se uniram em torno de uma causa comum “Vocês estão a fazer a obra mais importante do concelho, que é a transformação das vossas vidas”, sublinhou a presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira. “Tudo o que estão a fazer tem repercussões, não só hoje mas também no futuro, para as novas gerações.” A festa contou com dança, com duas jovens do grupo “Mudar o Olhar” a soltar movimentos ao som de ritmos africanos, e com música clássica, com uma atuação da formação de

violinos “Paganinus”, do Conservatório Regional de Setúbal. Mas serviu principalmente para fazer um balanço do trabalho dinamizado ao longo dos três anos de “Nosso Bairro, Nossa Cidade” e constatar a evolução das propostas lançadas pelos moradores no segundo encontro do programa municipal, realizado em novembro. “É com grande satisfação que sinto que todos caminhamos na mesma direção, que todos comungamos da mesma forte vontade de, com as nossas próprias mãos, assumir a construção dos nossos futuros”, frisou a presidente da Câmara Municipal. Maria das Dores Meira salientou que o “Nosso Bairro, Nossa Cidade” é um programa único, que materializa uma “ação sem precedentes em Setúbal”, singularidade “geradora de uma profunda transformação” e impulsionada pelos próprios moradores, “que assumiram a tarefa de mudar, de transformar, de fazer”.

Projetos avançam Das 81 propostas avançadas pelos moradores dos cinco bairros no 2.º

Encontro Nosso Bairro, Nossa Cidade grande parte encontra-se em andamento. Na Alameda das Palmeiras, com um total de 17 propostas para este ano, destaca-se a conclusão de duas ações, uma das quais incidiu na remoção de árvores na Avenida Belo Horizonte e o asfaltamento. A implementação do projeto “Garrrbage” (ver reportagem na pág. 27), para recolha, recuperação e reutilização de artigos obsoletos, é uma das principais ações con-

cretizadas pela Bela Vista. Das 11 propostas avançadas, apenas uma está por iniciar, sendo que a atribuição de nomes aos 19 pátios do bairro com a promoção de animação regular é a que mais estimula a população. No Forte da Bela Vista, das 21 propostas, 13 estão em curso. Concretizado foi o intercâmbio de jovens monitores e de utilizadores do programa “Férias no Bairro”, ação impulsionada com o objetivo de partilhar experiências e fomentar o convivo entre os moradores dos cinco bairros da zona da Bela Vista. A realização de festas temáticas, como a celebração do Dia da Mulher e do 25 de Abril, de promoção do convívio multicultural no Bairro das Manteigadas, foi uma das principais ações já alcançadas entre as 14 propostas avançadas, das quais 11 estão também curso.

Já na Quinta de Santo António, entre as 18 propostas sugeridas, de que faltam iniciar apenas cinco, destacam-se a criação de um espaço no qual os canídeos podem fazer as suas necessidades e a limpeza regular dos contentores de resíduos sólidos urbanos existentes no bairro. “Contamos convosco para este trabalho imenso que está a ser feito, com propostas realistas e todas perfeitamente ao alcance de serem concretizadas”, adiantou o vereador Carlos Rabaçal. Alertou contudo que, apesar do “êxito alcançado em três anos, há ainda um longo caminho a percorrer”. Já o presidente da Junta de Freguesia de S. Sebastião, Nuno Costa, destacou a “entrega, o empenho e o compromisso dos moradores em assumir responsabilidades para a construção de uma vida melhor”.

Autarquia mais perto

Cemitério com floristas e escultura O comércio de flores feito no exterior do Cemitério da Paz transitou para o interior, nas instalações do Complexo Fúnebre de Setúbal, o qual conta com uma peça escultórica no “Jardim da Memória”. A mudança dos comerciantes de flores para o interior do equipamento fúnebre teve como principal finalidade criar condições mais condignas tanto para vendedores como para utilizadores do sepulcrário. Os dois serviços de florista disponibilizados estão instalados no edifício

principal do Complexo Fúnebre de Setúbal, localizado logo após a entrada do Cemitério da Paz. No edifício principal encontram-se ainda um marmorista, o forno crematório, instalações sanitárias, uma sala para crianças e outra designada de “Última Despedida”, além do “Jardim da Memória”, espaço ajardinado no exterior onde é possível depositar as cinzas dos entes queridos. No “Jardim da Memória”, a Câmara Municipal de Setúbal instalou uma peça escultórica de grandes dimen-

sões da autoria de Jorge Pé-Curto. A obra de arte, de género realista, é composta por um fragmento de um rosto humano do qual emana, do seu interior, uma árvore cipreste. A escultura, que simboliza a passagem para a outra vida, entre outras leituras possíveis de acordo com as crenças individuais, foi executada ao longo de cerca de três meses. Pesa mais de três toneladas e materializa um dos trabalhos de maior dificuldade realizados até agora pelo escultor português.

A Câmara Municipal de Setúbal está a percorrer, até ao final do ano, vários locais do concelho para, através do Gabinete da Participação Cidadã, recolher sugestões da população que possam contribuir para a resolução de questões. A iniciativa “CMS está perto de si”, mais um projeto no âmbito do espírito de município participado, transversal a todo o trabalho da Autarquia, consiste no atendimento descentralizado de munícipes, na última semana de cada mês, até ao final do ano,

com interrupção nos meses de julho e agosto. Com estas sessões, em todas as freguesias, a Câmara Municipal aproxima a população da gestão autárquica, em particular os munícipes que não usam as tecnologias de informação ou com dificuldades de acesso ao centro da cidade e população idosa. Todas as informações sobre o atendimento descentralizado do Gabinete da Participação Cidadã, nomeadamente datas e locais, estão disponíveis em www.mun-setubal.pt.


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O fluxo de trânsito na cidade é otimizado com um esquema renovado a zona da Avenida dos Ciprestes. A solução viária, a funcionar desde maio, é impulsionada por uma via criada na Várzea, com novos acessos de circulação giratória

Obra requalifica terreno

Ciprestes altera esquema de trânsito A zona da Avenida dos Ciprestes tem um novo esquema de circulação, uma alteração que resulta da estratégia da Autarquia de melhoria da mobilidade e das acessibilidades urbanas e enquadrada na obra de instalação do emissário Ciprestes/Bonfim. A Avenida dos Ciprestes, anteriormente com dois sentidos de trânsito, funciona agora somente no sentido sul/norte a partir da interseção com a Avenida da Europa e até o acesso a uma nova via na zona da Quinta da Inveja. No sentido inverso, na circulação norte/sul, o trânsito passa a ser realizado nessa nova via, paralela à Avenida dos Ciprestes e com ligação à Avenida da Europa, via que garante

a distribuição de trânsito em ambos os sentidos. Os automobilistas que circulem no sentido sul/norte da Avenida dos Ciprestes e pretendam aceder à Avenida da Europa devem prosseguir até à ligação a essa nova via, que, como referido, assegura o acesso à Avenida da Europa. A nova via paralela à Avenida dos Ciprestes é apoiada por dois acessos transversais àquelas duas artérias, que garantem a circulação giratória em torno de dois quarteirões urbanizáveis. O trânsito, agora sem regulação semafórica, apresenta novas prioridades na circulação, em concreto na Avenida dos Ciprestes, que perde

a prioridade nas confluências com as avenidas da Europa e Antero de Quental. Já os veículos a circular na Avenida da Europa cedem a passagem na confluência com o trânsito proveniente da nova via, enquanto a Avenida Antero de Quental, no sentido nascente/ poente, ganha prioridade no movimento descendente em relação à Avenida dos Ciprestes. Neste caso, os automobilistas que circulem no sentido nascente/poente da Avenida Antero de Quental passam a ter de virar à direita na interseção com a Avenida dos Ciprestes, optando, depois, por circular na direção de Palmela ou do centro da cidade, neste caso através da nova via.

Parque integrado na cidade

Reabilitação de baldio Uma nova bolsa de estacionamento para mais de uma dezena de veículos é criada num terreno baldio na zona dos Quatro Caminhos, obra que inclui beneficiações de embelezamento urbano. A intervenção, com conclusão prevista para breve, incide na requalificação de um terreno com cerca de 500 metros quadrados, localizado entre as avenidas do Alentejo e Nuno Álvares. A empreitada, um investimento camarário de 12.282,70 euros, engloba ainda a beneficiação urbanística da zona envolvente, com a construção de passeios e de uma passadeira. Além da preservação da árvore existente no local e da plantação de cinco novos espécimes, é instalado mobiliário urbano, como bancos de jardim, para usufruto da população daquela zona habitacional.

A fruição e a imagem urbana do Parque do Bonfim saem melhoradas com a remoção integral da vedação que circundava o perímetro daquele espaço verde, um dos mais utilizados por setubalenses e visitantes, solução que permite a instalação de novos serviços na envolvência. Os trabalhos, executados em abril por meios técnicos e humanos da Câmara Municipal, enquadram-se numa operação de beneficiação urbanística da zona, que torna o espaço público mais apelativo e com novos esquemas de circulação viária.

A medida, facilitadora da permeabilidade e fruição do parque, com ganhos ao nível da segurança na zona, surge na sequência das obras de requalificação na Praça Vitória Futebol Clube e nas avenidas República da Guiné­ ‑Bissau e Alexandre Herculano. Nesta via, além do reordenamento do fluxo de trânsito e da criação de mais bolsas de estacionamento, as intervenções visaram o alargamento da área de passeio junto do Parque do Bonfim, com primazia à circulação pedonal e criação de uma ciclovia, e que no futuro recebe quiosques com esplanadas.

Um espaço a poente da Rua Gonçalves Zarco é requalificado numa intervenção liderada pela Câmara Municipal de Setúbal para melhoria das condições de mobilidade, acessibilidade e conforto urbano daquela área habitacional. A obra, iniciada em meados de maio, materializa um investimento camarário de 23.326,35 euros para dotar um terreno com cerca de 700 metros quadrados de novas condições de conforto e usufruto urbano. Os trabalhos, com conclusão prevista para breve, incluem a construção e reconstrução de acessibilidades pedonais, a consolidação de taludes na zona envolvente e o reforço da iluminação pública.

Operação repara ciclovia

A ciclovia da Avenida Luísa Todi foi reparada no início de maio, numa operação sem custos para a Câmara Municipal, a cargo do empreiteiro responsável pela execução original. A intervenção foi executada no âmbito da garantia da obra, acionada após verificação da degradação acelerada do piso que foi instalado durante a requalificação geral daquela avenida. A operação incluiu a demolição e remoção das camadas de pavimento que se encontravam deterioradas e a aplicação de novo pavimento nas zonas intervencionadas da ciclovia, com um total de 2350 metros. Em junho, noutra intervenção, a Autarquia reparou a parte elétrica.

Pinturas ganham visibilidade

Uma empreitada a decorrer até julho está a proceder à pintura de sinalização horizontal em perto de trinta ruas, avenidas e estradas de todo o concelho, para melhoria das condições de circulação, conforto e segurança rodoviária. A intervenção, num investimento superior a 15 mil euros, incide na pintura de eixos de via e bermas, com a Câmara Municipal a proceder, nalguns casos, à execução complementar de passadeiras. As avenidas Bento Jesus Caraça, D. João II, Infante D. Henrique, Álvaro Cunhal, Jaime Cortesão e Manuel Maria Portela, os Quatros Caminhos, a Estrada de Algeruz e o eixo viário da Brejoeira são algumas das vias envolvidas.


local

8SETÚBALabril|maio|junho15

Em nome da Liberdade Setúbal comemorou os 41 anos do 25 de Abril sob o signo da mudança. O momento foi de festa um pouco por todo o concelho, mas a presidente da Autarquia alertou que é tempo de mudar de políticas no País Maria das Dores Meira socorreu-se, na sessão solene comemorativa da Assembleia Municipal de Setúbal, das palavras do cantautor Fausto para referir que “outros tempos hão de vir”, diferentes dos vividos pelos portugueses nos últimos anos, com os problemas verificados, entre outros, ao nível do emprego, dos salários e dos direitos e prestações sociais. “Este é, pois, o tempo de apostar na mudança, de impedir que outros, que não os mesmos que nos governam hoje, repitam os mesmos erros de sempre com diferentes e gastas explicações”, advertiu a presidente da Câmara Municipal de Setúbal, num apelo a uma conjugação dos esforços de todos “para que aí venham melhores tempos”. A autarca alertou para a necessidade de refutar o “fanatismo político dos que apenas sabem da vida o valor dos números e esquecem que

Cuba debatida em encontro

A cultura cubana e o fim anunciado do embargo económico dos Estados Unidos foram debatidos numa sessão especial realizada a 11 de abril na Casa da Cultura. Além da exibição de um filme de tributo à bailarina Loipa Araújo, a tarde contou com uma conversa da presidente da Autarquia e da embaixadora Johana Tablada de La Torre com o público. A autarca referiu que ”Cuba tem problemas, como qualquer país”, mas defendeu que “essas questões devem ser os próprios cubanos a resolver”, sem “que vá outro país subjugá-los e dizer-lhes o que devem fazer”.

por trás dos cifrões estão pessoas concretas, que veem, ouvem e leem”. Estava dado o mote para as comemorações do 25 de Abril no concelho. O que se viu daí em diante, além da animação e do convívio próprios dos festejos da Revolução dos Cravos, foi a mudança operada localmente com

vista à melhoria da qualidade de vida das populações. A autarca destacara, na sessão solene da Assembleia Municipal de Setúbal, o protagonismo dos municípios na criação de melhores condições de vida para os cidadãos. “Somos, nas autarquias, responsáveis por novos tempos, pelo Portugal melhor que ajudamos a construir, o Portugal que é obra do Poder Local Democrático nascido em Abril e que todos nos orgulhamos de continuar a construir, dia após dia, no mais recôndito canto dos nossos concelhos.” Esse rumo ficou à vista neste 25 de Abril, com inaugurações de equipamentos sociais, de desporto, de lazer e de apoio a serviços (ver outras páginas). “Muitos podem perguntar porque escolhemos o 25 de Abril para inaugurar obras, apresentar novidades, abrir novos equipamentos. Fazemo-lo porque entendemos

que esta é a melhor forma de evidenciar as capacidades dessa força geradora de progresso que é o Poder Local Democrático instituído com a revolução de Abril”, sublinhou. Parte das comemorações foi pontuada por momentos de chuva, o que não impediu que a festa se realizasse ao longo do dia. Maria das Dores Meira, em cerimónia no Monumento à Resistência, período em que se registaram aguaceiros mais persistentes, recordou com humor uma observação de um elemento da Brigada Victor Jara no concerto que o grupo deu em Setúbal na noite do dia 24: “Esta chuva ainda é pública. Temos de usufruir dela antes que o Governo a torne privada.” As comemorações do 25 de Abril decorreram até 1 de maio um pouco por todo o concelho, num programa proporcionado pela Câmara Municipal e pelas juntas de freguesia, em parceria com o movimento associativo.

Marcha lembra queda nazi

Fé pedala até ao Vaticano

Cidade celebra aniversário

Mais de 130 pessoas marcharam no dia 9 de maio em comemoração dos setenta anos da derrota do regime nazi e consequente fim da 2.ª Guerra Mundial, num programa com diversas atividades. A celebração do 70.º Aniversário da Vitória sobre o Nazi-Fascismo teve como ponto alto um cordão humano do Monumento aos Combatentes da Grande Guerra, na Praça Almirante Reis, até ao Largo da Misericórdia. O evento, organizado pelo núcleo de Setúbal do Conselho Português para a Paz com parcerias, incluiu ainda um debate público na sede da Capricho.

Seis ciclistas ligaram a Praça de Bocage, em Setúbal, à Praça de S. Pedro, no Vaticano, onde foram recebidos pelo Papa, numa peregrinação de quase três mil quilómetros, realizada entre 16 de abril e 12 de maio, que distribuiu uma palavra de esperança e coragem aos doentes oncológicos. A iniciativa “Dar voz à esperança, por caminhos nunca antes pedalados”, foi realizada com o apoio do Núcleo Regional do Sul da Liga Portuguesa Contra o Cancro e da Câmara Municipal, e passou por diversos locais, como Fátima, em Portugal, e Lourdes, em França.

A passagem dos 155 anos da elevação de Setúbal a cidade, a 19 de abril, foi assinalada com um programa comemorativo que incluiu um concerto pelo Coro do Município Afina Setúbal, após uma cerimónia protocolar, nos Paços do Concelho, edifício-sede que esteve de portas abertas aos visitantes para dar a conhecer alguns dos seus espaços mais emblemáticos. As comemorações incluíram ainda, no dia 22, a conferência “Setúbal em Movimento – Mobilidade para Todos”, com a apresentação de alguns projetos municipais no setor das acessibilidades.


9SETÚBALabril|maio|junho15

Parques infantis renovados

Saúde pelo coração

Rastreios de risco cardiovascular e conselhos para um estilo de vida saudável foram disponibilizados à população no “7 Dias do Coração”, iniciativa do Serviço de Cardiologia do Centro Hospitalar de Setúbal. Mais de 600 rastreios foram realizados na quinta edição do evento dinamizado na Avenida Luísa Todi com o apoio da Autarquia e que incluiu uma corrida.

Mais apelativos e seguros para as brincadeiras. Mais de duas dezenas de espaços de jogos e recreio do concelho foram beneficiados numa operação impulsionada pela Autarquia, num investimento que ascende aos 600 mil euros Os parques infantis da responsabilidade da Câmara Municipal no concelho foram recuperados e melhorados numa empreitada que os tornou mais apelativos e seguros para o usufruto da população, sobretudo dos mais novos. A operação camarária foi concretizada, no total, em 25 espaços de jo-

gos e de recreio, dos quais praticamente todos são parques infantis. Os trabalhos, terminados no início de maio após a conclusão das reparações dos parques da Algodeia e do Bonfim, num investimento global da ordem dos 600 mil euros, foram executados por duas empresas especializadas.

As intervenções incidiram na reparação ou, inclusivamente, na substituição integral dos equipamentos existentes e que, na maioria dos casos, se encontravam num estado de degradação acentuado, sem reunir as condições de segurança adequadas ou em conformidade com a legislação em vigor.

Arte senta no largo “Dolce Vita” é o nome da escultura que embeleza, desde meados de maio, o renovado desenho urbanístico do Largo da Misericórdia, espaço requalificado pela Autarquia com a introdução de elementos con­ temporâneos que reforçam a atra­ tividade daquela área da Baixa. A peça escultórica de bronze, de João Duarte, retrata um corpo feminino com formas generosas. A obra de arte, com conceção artística na posição sentada, está colocada num dos novos bancos instalados na zona central do Largo da Misericórdia. A escultura tem cerca de 1,60 metros de altura e meia tonelada de peso. Foi fundida por uma empresa espe-

Além dos trabalhos de melhoria e requalificação dos equipamentos de recreio, as empresas procederam à substituição ou instalação do piso amortecedor sempre que as condições assim o exigiam. As reparações incluíram, também, os cinco parques infantis construídos em 2013 em diferentes locais da cidade de Setúbal. De forma a evitar que os espaços de jogos e de recreio voltem a ficar degradados, a Câmara Municipal celebrou com as empresas responsáveis pela instalação dos equipamentos, a Soinca e a Play Planet, contratos de manutenção para a realização de inspeções às condições dos equipamentos. As empresas procedem a avaliações trimestrais e semestrais para análise do estado de conservação dos espaços com vista à manutenção e eventual reparação. Entre outros serviços, os contratos de manutenção, um investimento anual próximo dos 20 mil euros, incluem a limpeza dos pavimentos e dos equipamentos, a reparação e substituição das peças de desgaste e a elaboração de relatórios de inspeção.

Resíduos na ordem

cializada, em Eibar, Espanha, e resulta da ampliação de uma das peças do acervo artístico do escultor, escolhida pela Câmara Municipal para o embelezamento do largo. A instalação da escultura culminou

a requalificação do largo, da ordem dos 110 mil euros, que dota aquele espaço de uso coletivo de novas valências de fruição e socialização para comerciantes e, sobretudo, utilizadores do centro histórico.

A Autarquia está a realizar uma ação de sensibilização e fiscalização em restaurantes, até setembro, para a correta deposição dos resíduos resultantes da atividade comercial. A iniciativa, da campanha “Setúbal em Bom Ambiente”, incide em cerca de 150 restaurantes, em particular dedicados ao peixe, com especial incidência nas zonas das Fontainhas, da Avenida Luísa Todi e da Fonte Nova. O objetivo é intensificar a cultura de boas práticas ambientais no que toca ao acondicionamento de dejetos como vísceras, brasas, restos de comida e embalagens e posterior deposição em contentor ou ecoponto.

Azeitão evoca poeta

Sebastião da Gama foi evocado a 10 de abril, data em que faria 91 anos, com um programa cultural que incluiu a deposição de flores na sua estátua em Vila Nogueira de Azeitão e a leitura por alunos do poema “Pelo sonho é que vamos”. A homenagem ao poeta da Arrábida englobou ainda uma exposição e uma palestra, a par de declamações e apontamentos musicais.

Enfermeiros ativos

O Dia Internacional do Enfermeiro, a 12 de maio, foi celebrado numa iniciativa do Serviço de Enfermagem do Hospital de Santiago em parceria com a Secundária Sebastião da Gama. A celebração incluiu um rastreio para avaliação do índice de massa corporal, conselhos para um estilo de vida saudável e informações para a prevenção da obesidade infantil.

Pisos melhorados

Uma reparação da ciclovia da Praia da Saúde e do pavimento do Parque Urbano de Albarquel, a cargo dos empreiteiros responsáveis pelas execuções originais, decorreu em junho. As intervenções são executadas no âmbito das garantias das obras. No parque, paralelamente, a Autarquia instalou um corrimão que reforça a segurança.


especial

10SETÚBALabril|maio|junho15

Cidadania alinda concelho É trabalho voluntário e feito com prazer. O “Setúbal Mais Bonita” voltou a transformar, para melhor, o concelho. A iniciativa deu litros de cor a locais onde a passagem do tempo se fazia notar e que agora recuperaram uma nova vida. Quem os requalificou voltou para casa com um sorriso colorido

O concelho foi palco de nova demonstração de participação cidadã, com mais de 1500 voluntários a contribuírem, entre 5 e 7 de junho, para o embelezamento de vários locais através do “Setúbal Mais Bonita”. Agora na quinta edição, o projeto municipal que desafia munícipes a envolverem-se ativamente na requalificação de espaços públicos continua tão apaixonante como da primeira vez em que se realizou, em 2011. Quem o garante é a presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira. “Passados cinco anos, o ‘Setúbal Mais Bonita’ tem a mesma dinâmica, move as pessoas com a mesma paixão, como na altura em que se realizou pela primeira vez.” Com 130 ações selecionadas para todo o território municipal, envolvendo 10 mil litros de tinta e abrangendo as cinco freguesias, a autarca sublinha que é visível “como a cidade está cada vez mais bonita, em parte devido ao contributo de um projeto como este”. Quem saiu de casa deparou-se nas ruas, vielas, esquinas ou estradas com t-shirts alusivas ao “Setúbal Mais Bonita”. Sinal de que voluntários, incluindo autarcas, beneficiavam espaços da via pública para que no final da jornada de trabalho tudo ficasse mais agradável à vista.

Como é habitual, a Câmara Municipal selecionou um conjunto de intervenções propostas pela população e pelos serviços da Autarquia e de juntas de freguesia. E como também já é hábito, salienta Maria das Dores Meira, “os serviços camarários ficam cheios de propostas e de candidaturas para voluntariado ainda antes do período de divulgação do projeto”, algo sintomático de uma iniciativa “claramente enraizada na comunidade e que apela ao que de melhor as pessoas têm para oferecer em prol do que é comum a todos”.

Pais mudam tradição Seguindo uma tradição que vem desde a primeira hora, o “Setúbal Mais Bonita” de 2015 teve início marcado para uma sextafeira, dia em que os trabalhos incidem nos estabelecimentos de ensino, envolvendo a comunidade escolar. Esta é a tradição, sem que, porém, tivesse um pouco menos de intensidade do que em anos anteriores. Facto nada alarmante. O registo de inscrições de pais para pintarem as escolas dos filhos subiu exponencialmente e, para facilitar a participação de todos, várias inter-

venções foram reagendadas para o sábado. Ainda assim, o Jardim de Infância das Amoreiras viu novas cores revestirem as paredes do pátio logo na sexta-feira. Paula Silva, da associação de pais, é perentória sobre os objetivos da iniciativa: “É uma excelente ideia. Faz com que as pessoas sintam que os espaços de instituições também sejam seus”, defende durante uma pausa na pintura do cor-de-rosa de um portão. No pátio, o Pedro, a Maria e o Simão são alguns dos meninos que correm até aos baldes para buscar mais tinta para a decoração de um pneu, de um vaso, de uma parede. Com um arco-íris caótico espalhado pelas calças, mãos e ponta do nariz, a sorridente Maria, 5 anos, diz com alegria que a mesa colorida é obra sua e de outros colegas. Em paralelo, na sexta-feira teve início uma iniciativa tão expressiva de participação cidadã como as outras ações previstas no “Setúbal Mais Bonita”. Uma brigada de oito reclusos a cumprir pena em regime aberto dá início a um trabalho de requalificação do muro exterior do Estabelecimento Prisional de Setúbal. Aos dias de semana, eles são responsáveis pela limpeza de arbustos e picagem, arranjo e pintura da parede.

O chefe Jorge Sobral, guarda prisional responsável pela coordenação dos trabalhos, salienta que a ação só traz benefícios. “Além da evidente vantagem na recuperação e melhoria estética do muro exterior do estabelecimento, a iniciativa acaba por ter um significado forte para estes homens. Deixam de estar confinados por umas horas ao espaço do estabelecimento prisional da Quinta da Várzea. Além disso, muitos deles nunca tiveram hábitos de trabalho e atividades como esta ajudam a mudar essa mentalidade.”

Setúbal pinta a alma Ainda o centro histórico está a acordar na manhã de sábado, 6 de junho, quando as primeiras estruturas e tintas chegam à Rua Arronches Junqueiro para o início daquela que é uma das principais intervenções. Ao longo daquela rua da Baixa são pintadas 21 fachadas de edifícios, na maioria dos casos com o trabalho voluntário de funcionários da Câmara Municipal e de munícipes. Por intermédio de patrocínios e de parcerias institucionais, a Autarquia conseguiu que os proprietários dos imóveis adquirissem as tintas a preços muito mais vantajosos.


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No total foram destacados oito veículos com barquinhas, três da Câmara Municipal e cinco da EDP, para facilitar a pintura das áreas mais altas das fachadas. As amigas Helena Pereira e Cristiana Sardinha, a quem se juntou Joana Gomes, há muito que queriam participar no “Setúbal Mais Bonita”. “Ficámos a saber da edição deste ano há já bastante tempo através das redes sociais”, explica Cristiana Sardinha Joana Gomes viu a pintura de fachadas na Arronches Junqueiro como uma forma de colmatar um desejo antigo. “Participar numa ação boa para a cidade e, em especial, no centro histórico, que me diz muito.” Noutro local histórico, fora do centro, quase uma centena de pessoas contribui para que o Pavilhão Antoine Velge seja pintado por dentro e por fora. A iniciativa é conduzida pela Associação Andgerações e nada fica sem levar uma demão de tinta fresca. Tanto as paredes exteriores, como bancadas e paredes interiores ganham uma nova alma vitoriana. Carlos Silva, presidente da associação criada em abril, sublinha que foi com naturalidade que a organização se associou ao “Setúbal

Mais Bonita”, juntando a iniciativa de pintar aquele equipamento à “Missão Pavilhão”, projeto atualmente a decorrer com o objetivo de melhorar as instalações desportivas. Já na Alameda das Palmeiras, Bela Vista, moradores daquela zona da cidade juntam esforços e arranjam espaços verdes. Eduardo Marques participa pela primeira vez no projeto e vê o esforço recompensado. “Nunca tinha feito nada pelo bairro e estou a gostar. O ambiente é de festa, estamos entre vizinhos e a trabalhar para uma coisa que é de todos. Isso também ajuda a que a rua fique mais bonita durante ainda mais tempo.”

De ponta a ponta Desde a freguesia da Gâmbia, Pontes e Alto da Guerra até à de Azeitão, passando pelo centro da cidade, como o hospital, o “Setúbal Mais Bonita” dá cor a todo o território do concelho. Para que o projeto fosse possível, além do contributo de voluntários, a Câmara Municipal contou com o apoio mecenático de várias empresas e instituições, nomeadamente Barbot, EDP, Águas do Sado, TST, JVR Construções, Refrige, Jumbo de Setúbal,

Alegro, Pingo Doce, Farmácia Leão Soromenho, Remax, SPM Construções e jornais Sem Mais e Setúbal Mais. Na freguesia do Sado, o Campo Júlio Tavares fica com muros pintados. Jorge Santana, vice-presidente da União Cultural, Recreativa e Desportiva Praiense, recorda que há mais de 15 anos que o campo não recebia novas cores, mesmo que de branco se tratasse. O mesmo se regista no Alto da Guerra Sport Clube, na freguesia de Gâmbia, Pontes e Alto da Guerra, onde um muro pintado de fresco dá nova imagem ao campo de futebol. No outro extremo do concelho, em Azeitão, a sede do clube de ténis de Brejos de Azeitão é pintada e os escoteiros do Grupo 231 pintam e realizam obras de requalificação na futura sede, a ser formalmente cedida, em breve, pela Câmara Municipal. Pelo meio, já na cidade, a Liga dos Amigos da Terceira Idade tem as bancadas do anfiteatro pintadas e a Avenida Manuel Maria Portela ganha muros rejuvenescidos, tal como o Hospital de S. Bernardo, onde, com a ajuda do ator Gonçalo Diniz, se dá uma nova cara ao muro envolvente. E estes são apenas alguns exemplos de uma Setúbal que está, a cada ano, mais bonita.


freguesia

12SETÚBALabril|maio|junho15

‘Morango’ nasce em baldio

O Parque Urbano de Brejos de Azeitão já está ao dispor da população. Muitos tratam-no por “Parque do Morango”, graças a um apontamento decorativo que evoca a história local. Mas, se calhar, porque agora dá ainda mais gosto visitar Azeitão Os 20 mil metros quadrados do Parque Urbano de Brejos de Azeitão estão abertos à população como espaço de lazer desde o 25 de Abril, com centenas de pessoas a marcar presença na inauguração oficial no Dia da Liberdade. Espaços relvados, parque infantil, auditório para eventos culturais, equipamentos para exercício físico e um quiosque com zona de esplanada, numa área recuperada urbanisticamente, ocupam agora um terreno que até há pouco tempo era baldio. A presidente da Junta de Freguesia de Azeitão, Celestina Neves, sublinhou no dia da inauguração que “o que era uma lixeira foi agora recu-

perado para usufruto e prazer de toda a população”. O espaço já é carinhosamente tratado pelos populares por “Parque do Morango”, graças a uma peça escultórica de grandes dimensões que homenageia a história de Brejos de Azeitão, antigamente conhecida como “Terra dos Morangos”. A transformação do antigo terreno baldio num moderno parque urbano de lazer, com capacidade inclusivamente para receber feiras, mercados e outros eventos, representou um investimento financeiro da ordem dos 200 mil euros. A intervenção contemplou, igualmente, áreas

adjacentes ao parque, caso de um antigo sobreiro, com uma copa com alguns metros de circunferência. A árvore recebeu tratamento apropriado e, ao nível urbanístico, foi colocado um banco de jardim ao redor do tronco, arranjado o pavimento e instalado um sistema de iluminação para decoração noturna. O “Parque do Morango” desenvolvido pela Junta de Freguesia de Azeitão, sublinhou Celestina Neves, só foi possível devido ao envolvimento de várias instituições e empresas locais, bem como da Câmara Municipal de Setúbal, à qual dirigiu “um agradecimento especial por todo o apoio que deu na construção do parque”.

O novo Parque Urbano de Brejos de Azeitão, salientou a presidente da Câmara Municipal, Maria das Dores Meira, na inauguração, “é, acima de tudo, o resultado de uma parceria bem­ ‑sucedida entre a câmara e a junta de freguesia, que soube rentabilizar um terreno desaproveitado e transformá-lo no que é, agora, um espaço agradável”, através de uma parceria que considera “mais uma desmonstração da vitalidade do Poder Local Democrático”. Com o novo espaço de recreio e de lazer de Brejos e o Azeitão Bacalhôa Parque, em Vila Nogueira, ambos localizados junto da EN 10, Celestina Neves não tem dúvidas de que “a entrada em Azeitão está agora muito mais bonita”.

Operacionalidade ganha polo Os serviços técnicos da União das Freguesias de Setúbal estão mais eficientes com a entrada em funcionamento, em abril, do novo Polo Operacional de Vanicelos. O investimento, de 42 mil euros, valor que engloba empreitada e aquisição de equipamentos, foi executado a pensar na melhoria dos serviços das equipas operacionais da junta de freguesia com atuação em setores como varredura, tratamento de espaços verdes e apoio a estabelecimentos de ensino em zonas como os bairros do Liceu, das Amoreiras, da Urbisado e de Vanicelos. “Este polo é agora o quartel-general das equipas com intervenção nestas áreas da freguesia. Ga-

nha-se muito tempo útil com esta medida. Os funcionários apresentam-se diretamente no polo em vez de se deslocarem primeiro à sede da junta de freguesia para se equiparem e terem transporte para as respetivas zonas de intervenção”, explicou o presidente da União das Freguesias de Setúbal, Rui Canas, na inauguração do Polo Operacional, no dia 25 de abril. O novo equipamento, localizado na Rua Conde Ferreira, num terreno cedido pela Câmara Municipal de Setúbal, tem capacidade para acomodar até vinte trabalhadores e inclui balneários, refeitório e um parqueamento destinado a veículos técnicos da junta de freguesia.

Insalubridade cede ao lazer Um espaço de lazer e de atividade física nasceu num logradouro do Bairro 25 de Abril, após intervenção da Junta de Freguesia de S. Sebastião, através da qual recuperou um terreno com problemas de insalubridade. “Ouvimos os moradores e, com o apoio da Câmara Municipal, resolvemos o problema”, recordou o presidente da Junta de Freguesia, Nuno Costa, no dia da inauguração, durante as comemorações do feriado da Revolução dos Cravos. O autarca explicou que a praceta intervencionada, localizada próximo da Rua António

Aleixo, era um local “muito degradado e onde se verificavam problemas de higiene pública”. As obras, executadas por administração direta pela junta de freguesia, ficaram na ordem dos 18 mil euros, dos quais aproximadamente 2800 euros foram canalizados para a aquisição de equipamentos para atividade física geriátrica. O projeto, desenhado pela Câmara Municipal, que também cedeu material, contemplou igualmente a requalificação do piso do logradouro, recuperando urbanisticamente todo o espaço.


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Qualidade distingue praias

ambiente

A Praia da Figueirinha ostenta, pelo sétimo ano consecutivo, a Bandeira Azul, distinção europeia que atesta a qualidade de excelência desta zona balnear da orla marítima de Setúbal, a qual foi ainda considerada Praia com Qualidade de Ouro 2015, neste caso pela associação ambientalista Quercus. O mesmo galardão, atribuído às praias portuguesas com melhor qualidade de água, foi também entregue a Galapos e ao Portinho da Arrábida.

Substituição de contentores

Novos contentores enterrados para recolha seletiva de resíduos sólidos urbanos foram instalados em diversos locais da Avenida Luísa Todi, equipamentos que melhoram a imagem urbana da cidade e que beneficiam a sustentabilidade ambiental. Os novos contentores para recolha de papel/cartão, vidro e embalagens, com três metros cúbicos de capacidade, substituem uma bateria de contentores para resíduos indiferenciados.

Iniciativa protege florestas

Jogos pedagógicos e a oferta de plantas e árvores à população foram ações do “Dá a mão à floresta”, realizado a 13 de abril, projeto do grupo Portucel Soporcel com a parceria da Autarquia que visa sensibilizar a população para a importância da preservação dos espaços florestais. O louro, a alfazema e o alecrim foram algumas das espécies distribuídas ao longo da quinta edição do evento, que contou com um jogo da glória gigante.

Energia debate eficiência

Uma ação de informação sobre eficiência energética, com enfoque nas oportunidades de financiamento nacionais e comunitárias, foi dinamizada a 26 de maio, na Casa da Baía, numa organização da ENA – Agência de Energia e Ambiente da Arrábida e da Câmara Municipal. A sessão incluiu a entrega de prémios aos vencedores do concurso Edifício ++, que distingue imóveis com classificação máxima no Sistema de Certificação Energética.

Crescimento sustentado tem via verde

Cidade ambiental

A preservação do ambiente é uma responsabilidade comum e que deve ser partilhada por todos. A Autarquia assume o compromisso e dinamiza um plano estratégico comunicacional com várias ferramentas para estimular comportamentos em prol de mais qualidade de vida Um conjunto de ferramentas informativas que visa incutir novos hábitos e comportamentos cívicos na população integra o Plano Estratégico de Comunicação Ambiental do Município de Setúbal, apresentado publicamente no final de abril no Café Concerto do Fórum Municipal Luísa Todi. O plano estratégico impulsionado pela Autarquia é um dos componentes da campanha em curso “Setúbal em Bom Ambiente” e incluiu o lançamento de novas ferramentas comunicacionais, em concreto páginas de internet, um

guia de práticas ambientais e folhetos informativos. “Setúbal é uma cidade ambiental e exige uma ação correspondente a esta valorização”, pelo que os novos instrumentos constituem “uma importância extrema para o município e a população”, salientou o vereador do Ambiente da Autarquia, Manuel Pisco. Do plano faz parte uma nova página de internet, disponível em www.ambiente-setubal. pt, que compila informações legais e normas gerais, assim como campanhas de sensibilização e artigos de fundo relacionados da campanha “Setúbal em Bom Ambiente”. O vereador Manuel Pisco reforçou que as “ações ambientais são uma questão de cultura das sociedades e que devem começar nas escolas e com os mais novos”. Para tal foi lançado o sítio “Ambiente Júnior”, em www.ambientejunior-setubal.pt, com informações para as crianças, jogos didáticos e vídeos educativos. Destaque, igualmente, para a publicação “Setúbal em Bom Ambiente – Guia de Boas Práticas Ambientais”, com um conjunto de ideias para poupar e ajudar a natureza, da eficiência energética e qualidade do ar à recolha de entulhos, monos e óleos alimentares usados.

Para cada freguesia, foi preparada uma brochura, com conteúdos informativos elaborados de acordo com as especificidades dessas áreas, a colocar nas caixas de correio dos munícipes e a disponibilizar em equipamentos públicos. Para a presidente da Autarquia, Maria das Dores Meira, “o ambiente está na ordem do dia e continuará enquanto as sociedades não forem capazes de mudar hábitos”, nomeadamente no que respeita aos consumos de água e de energia elétrica e à salubridade urbana. “O Plano de Comunicação Ambiental é uma das iniciativas com que contamos contribuir para a imprescindível mudança de hábitos. Com estas ferramentas procuramos informar e sensibilizar os munícipes sobre o que se passa em matéria de questões ambientais em cada freguesia e no concelho”, salientou a autarca. Maria das Dores Meira afirmou que, “com educação e mais comunicação, é possível introduzir a mudança de atitudes e comportamentos” e assim melhorar a “qualidade ambiental do concelho”, naquele que é mais um contributo para a salvaguarda do futuro do planeta. “Agora, queremos que todos colaborem e façam também a sua parte, respeitando e preservando o ambiente, ajudando a preservar esta nossa casa comum”, apelou a autarca.

A importância de um crescimento urbano sustentado, num território ordenado e integrador de mais infraestruturas verdes, foi defendido a 9 de maio no seminário “Infraestruturas Verdes e Resiliência Territorial”, organizado pela Autarquia e pela Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT) da Universidade Nova de Lisboa. “É fundamental que as cidades cresçam de forma sustentada e em harmonia com as necessidades das populações”, destacou o vereador do Ambiente da Câmara Municipal, Manuel Pisco, na abertura do encontro, dinamizado no Ninho de Novas Iniciativas Empresariais de Setúbal. Para o autarca, as pessoas, juntamente com o Ambiente, são as principais beneficiárias da adoção de “infraestruturas verdes nas cidades”, porque se traduz num “aumento da qualidade de vida das populações, não apenas as atuais, mas também para as gerações futuras”. Manuel Pisco indicou que o investimento na criação de infraestruturas verdes nas cidades, como parques, zonas ajardinadas, corredores arborizados e equipamentos ecológicos, materializa uma “renaturalização do espaço urbano” com amplos benefícios para as sociedades. Para José Carlos Ferreira, docente FCT, “trabalhar o ambiente é trabalhar a várias dimensões, em conjunto e para as pessoas, e, também, saber aproveitar aquilo que a natureza tem para oferecer e valorizar essas mais-valias disponíveis”. O académico vincou que a “estrutura ecológica é fundamental para encontrar um modelo de ordenamento mais correto”, com orientações e recomendações que permitam uma ligação urbana “mais natural e integradora” às próprias geografias e características dos territórios. Vasco Raminhas, da Câmara Municipal, defendeu que a “estrutura ecológica deve ser vista como um instrumento de valorização do território e que permita uma gestão integrada dos recursos” e salientou que a estratégia camarária assenta numa abordagem sistémica. “Setúbal tem conseguido garantir na malha urbana ruas com corredores arbóreos com espécies adaptadas às características da cidade, pequenas zonas ajardinadas dispersas por vários locais do território e parques verdes de maior dimensão”, afirmou o técnico municipal. O seminário contou com intervenções de um vasto painel de especialistas que explanaram várias temáticas, incluindo o projeto do futuro Parque Urbano da Várzea e a estratégia a implementar para controlo de cheias na cidade.


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Resposta real em exercício com sismo

A

plano central

Vinte e quatro horas a viver o que os desalojados passam durante um sismo de grande magnitude. Duzentas pessoas participaram no Setlog Azeitão 2015. O exercício ajudou a afinar os procedimentos do sistema de proteção civil em caso de necessidade real e a preparar a população para essa eventualidade. O sentimento de dever cumprido sobrepôs-se ao cansaço

os poucos, chegam os participantes/atores de um “filme” intitulado Setlog Azeitão 2015, levado muito a sério. O argumento é simples e semelhante a acontecimentos reais que, em forma de notícias, nos entram em casa pela televisão. Carregados com mochilas, sacos­ ‑cama e colchões, os protagonistas do exercício de simulação dos efeitos de um sismo de magnitude 6,4 na escala de Richter, com epicentro na falha da Ribeira de Coina, enchem de boa disposição o Azeitão Bacalhôa Parque, num sábado, 23 de maio, que se prevê soalheiro e quente. Às dez da manhã, arranca o simulacro e a partir desse momento as duas centenas de pessoas passam, durante 24 horas, à condição de desalojados, representativas de um total de 3500 cidadãos nestas condições por efeito de um terramoto que causa ainda 16 mortos e 750 feridos, além de provocar danos severos em cerca de duzentos edifícios. Depois de agrupados, tendo em conta as relações de parentesco e de amizade, os voluntários são divididos em seis grupos, guiados por escuteiros até à Escola Básica de Vila Fresca de Azeitão. Antes de partirem, tendo em conta a forte componente educativa do exercício, todos têm oportunidade de aprender como proceder perante este ou outro desastre natural. Um dos pontos de informação está equipado com uma plataforma que simula um sismo, o que desperta o interesse óbvio da maioria. “Numa situação real, sabem como devem fazer?”, questiona a formadora. “Devem lembrar-se destes quatro passos: baixar, para ficarem mais perto do chão; agarrar, segurar alguma coisa que esteja fixa; proteger, debaixo de uma mesa, por exemplo, cobrindo a cabeça; e, finalmente, aguardar ajuda.” Devidamente instruídos, os desalojados caminham durante uma hora até chegar à zona destinada ao registo individual, onde é feito um rastreio de saúde e elaborado um cadastro fotográfico de todos. A família Pinheiro Castanho é das primeiras a chegar ao destino e a fazer o registo. Paulo e os dois filhos, Nuno e Daniel, não escondem a satisfação pela forma como o simulacro está a decorrer. Para Paulo “o importante nestes exercícios é, principalmente, poder perceber o que se pode

melhorar para que numa situação real nada falhe”. Depois de recuperarem a energia, os participantes têm uma sessão de esclarecimento relacionada com o quotidiano num campo de deslocados, ministrada por Marinela Velloso, da Associação Nacional dos Alistados das Formações Sanitárias. Após uma breve introdução, explica a razão, natural, por que foi escolhida para abordar o tema. “Vivi seis meses num campo de refugiados, na África do Sul, com a minha mãe e o meu irmão, quando fugimos da guerra em Angola.” Ao longo da intervenção, Marinela relata a experiência pessoal, de como teve de se adaptar. E deixa uma mensagem para quem, de uma forma ou de outra, é forçado a sair de casa. “Viver num campo de refugiados/deslocados como se vive numa cidade ou num prédio, respeitando os outros e fazendo parte daquela pequena sociedade.”

Treino entusiasma Dezena e meia de elementos do Subagrupamento Ribat, constituído pela equipa de busca e resgate urbano da Companhia de Bombeiros Sapadores de Setúbal e elementos do Grupo de Intervenção de Proteção e Socorro da GNR, são chamados a intervir num edifício colapsado, na sequência de um abalo sísmico. Com a ajuda de um cão, conseguem localizar três pessoas que se encontram no interior. Depois de estabilizada a parede onde será feita a passagem de acesso até às vítimas, começam a cortá-la. No estaleiro desativado da empresa Ramos e Varela, os participantes, entusiasmados, são convidados a ver de perto esta atuação. “Subam as escadas junto da parede”, adverte um operacional, enquanto os encaminha para o local onde dois elementos abrem uma passagem. Apoiada por sete viaturas, o subagrupamento conta com o apoio logístico de dois contentores, dotados de equipamento de última geração para este tipo de operações. O comandante da Companhia de Bombeiros Sapadores de Setúbal, Paulo Lamego, mostra-se muito satisfeito com a forma como os elementos reagem à ocorrência. “Como se pode verificar, estes operacionais estão preparados para qualquer eventuali­ dade.”

E porque o Setlog não serve apenas para testar o nível de prontidão do sistema de proteção civil, mas também para transmitir à população noções e procedimentos básicos de segurança, o aquartelamento de Azeitão dos Bombeiros Voluntários de Setúbal, localizado no Choilo, disponibiliza as instalações e operacionais para ensinarem como se deve manusear um extintor. Também a Cruz Vermelha Portuguesa, através da delegação de Setúbal, fornece alguns elementos para a transmissão de noções de suporte básico de vida.

Cumprimento de regras Apesar de o dia já ir longo, a boa disposição continua inabalada neste sábado repleto de emoções e ensinamentos, capazes de fazer toda a

diferença numa situação real de catástrofe. A cantar pela rua fora e com sorrisos estampados nos rostos, ligeiramente queimados pelo sol, os participantes começam, às seis da tarde, a chegar ao recinto onde, mensalmente, se realiza o mercado de Azeitão. Sob a direção da Associação Nacional dos Alistados das Formações Sanitárias, é instalado um campo de deslocados, provido de todas as valências necessárias para receber os que ficam a pernoitar, espaço com capacidade para 1800 pessoas, com todos os elementos básicos para assegurar a sobrevivência da população durante o período de crise de uma catástrofe natural real. Os outros locais previstos no concelho de Setúbal são o Parque Sant’Iago, nas Manteigadas, e as oficinas municipais de Poçoilos.


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Todos envolvidos Com a definição da situação de catástrofe sísmica, a Comissão Municipal de Proteção Civil de Setúbal reuniu a 22 de maio, na Escola Básica de Azeitão, em Vila Nogueira, para assegurar que todas as 35 entidades representadas nesse órgão, com ação relevante nas operações de proteção e socorro, emergência e assistência, garantem os meios e os procedimentos considerados adequados à correta gestão da ocorrência. O Setlog Azeitão 2015, organizado pela Câmara Municipal de Setúbal, através do Serviço Municipal de Proteção Civil e Bombeiros, no âmbito do Plano Especial de Emergência para o Risco Sísmico, contou com o envolvimento de um vasto conjunto de entidades, algumas delas com assento naquela comissão, num total de duas centenas e meia de meios humanos. As câmaras municipais de Setúbal, Palmela, Sesimbra e Caldas da Rainha e as juntas de freguesia de Azeitão, Setúbal, S. Sebastião e Gâmbia, Pontes e Alto da Guerra foram algumas das envolvidas nesta segunda edição do Setlog. Os serviços municipais de Proteção Civil de Setúbal, Palmela, Sesimbra, Almada e Cascais também participaram, à semelhança da Companhia de Bombeiros Sapadores de Setúbal, dos Bombeiros Voluntários de Setúbal e da GNR

À entrada, os participantes são informados das regras de funcionamento, nomeadamente em relação aos horários de entrada e saída, e, posteriormente, é feito um novo registo e são distribuídas senhas de refeição. Ao final da noite, com as tendas de campanha já montadas, os desalojados, agrupados por famílias e outras relações de proximidade, são reencaminhados para as suas “casas”. O cansaço é tanto que a distribuição das camas não gera qualquer negociação. Um aroma a fastfood invade o ambiente. Dentro de uma das tendas, três jovens deliciam-se com batatas fritas e hambúrgueres. Esta pode ser a simulação de uma catástrofe, mas, pelo sim pelo não, o melhor é fazer uma pausa neste “filme” e aproveitar o que a realidade tem para oferecer.

(Posto Territorial de Azeitão e Grupo de Intervenção de Proteção e Socorro). As formações realizadas no decurso desta operação de larga escala tiveram a participação da Faculdade de Ciências de Lisboa e da Associação Nacional dos Alistados das Formações Sanitárias, a qual dirigiu ainda o campo de deslocados montado para o efeito. O acolhimento, registo e triagem de saúde contou com os contributos do Centro Hospitalar de Setúbal, do Agrupamento dos Centros de Saúde da Arrábida, da Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Setúbal, da Delegação de Setúbal da Cruz Vermelha Portuguesa e da Segurança Social. Houve ainda a presença da Rede dos Emissores Portugueses (rádios amadores), do Agrupamento Vertical de Escolas de Azeitão, do Corpo Nacional de Escutas e da Associação dos Escoteiros de Portugal. Para a realização do exercício, nomeadamente no que respeita às questões de logística, foi fundamental o apoio dado pelas empresas Delta Gás, Jumbo de Setúbal, LIDL, Continente, Pingo Doce, Recheio, AKI e Alegro, a par do Fundo Social, Cultural e Desportivo do Pessoal da CBSS e da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Setúbal.

CONVÍVIO. As entidades responsáveis pelo Setlog Azeitão 2015 promoveram no domingo, 24 de maio, após o final do exercício, um almoço-convívio no campo de deslocados montado no recinto do mercado mensal de Azeitão, com a presença de todos os voluntários participantes, bem como do dispositivo operacional presente no simulacro.


turismo

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Festa na terra dos flamingos O enquadramento natural do Estuário do Sado viu nascer um novo evento de turismo. O FlaminGO Fest oferece passeios, observação de aves e degustações gastronómicas de produtos regionais O turismo de natureza, com especial destaque para passeios e observação de aves na Reserva Natural do Estuário do Sado, foi o principal atrativo da primeira edição do FlaminGO Fest, que decorreu no início de abril. O Moinho de Maré da Mourisca serviu de cenário para o certame promovido pela Câmara Municipal de Setúbal e pelo ICNF – Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, com os passeios de barco, caiaque, bicicleta e pedestres a serem algumas das atividades mais concorridas. A observação de aves, atividade habitualmente conhecida pela designação de birdwatching e cada vez mais popular no Estuário do Sado, contou com vários momentos especiais durante o festival, o qual, no decorrer dos três dias, recebeu mais de três mil visitantes. As viagens de barco a caminho do

Sabor tradicional em Azeitão Gastronomia, artesanato, música, teatro e visitas turísticas preencheram, nos dias 22, 23 e 24 de maio,

a sexta edição do certame “Tradições, Sabores e Aromas de Azeitão”, realizado em Vila Nogueira.

A Festa do Morango regressou em meados de junho a Brejos de Azeitão, vinte anos depois, com três dias de animação no novo parque urbano local. Apesar das condições meteorológicas adversas, o certame atraiu milhares de pessoas ao Parque Urbano de Brejos de Azeitão, em particular na noite de abertura, com um concerto de UHF. A iniciativa, uma organização da

COOPERAÇÃO. A presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, esteve em Almendralejo no final de março, no âmbito do acordo de cooperação entre os municípios, a convite do alcaide espanhol, José García Lobato. A autarca visitou vários espaços inaugurados recentemente, como a Sala do Município de Almendralejo, inspirada na de Setúbal.

Cerca de cinco mil pessoas passaram pelo certame, que, além de tasquinhas gastronómicas com queijo, mel, doçaria e sopa caramela, bem como, naturalmente, de produtores vitivinícolas, reuniu perto de seis dezenas de expositores de artesanato. O certame, organizado pela Junta de Freguesia de Azeitão, com o apoio da Câmara Municipal de Setúbal, apresentou o melhor dos produtos regionais do concelho. A mascote Manel da Horta foi presença constante no evento, que reservou também jogos didáticos de sensibilização ambiental, bem como uma exposição e venda de artigos de chita e crochet.

Morango de Brejos recupera encanto

galeão do sal, fundeado no rio para visitas, permitiram a observação de muito perto de diferentes espécies de aves, como por exemplo flamingos. Durante o FlaminGO Fest, os visitantes que passaram pela Herdade da Mourisca, onde se localiza o Moinho de Maré, estiveram em permanente contacto com a natureza, podendo usufruir de um espaço próprio para piqueniques e merendas e provar alguns produtos gastronómicos com sabores tipicamente regionais e de produção artesanal. A organização contou com as parcerias da Associação da Baía de Setúbal, do Clube Naval Setubalense, da Associação de Atletismo Lebres do Sado, do Clube de Canoagem de Setúbal, do Ginásio ProFitness, da Jomara, da TroiaCruze, da Sado Arrábida, da Vertigem Azul, da Amarobom e de Paula Lima.

País mostra produtos

Junta de Freguesia de Azeitão, com apoio da Câmara Municipal, contou com tasquinhas gastronómicas e de expositores, com sabores e artesanato da região da Arrábida e de Azeitão, a par de produtores de morango da zona de Brejos. Destaque,

além dos frutos, para espumante e doces de morango. A Festa do Morango ficou ainda marcada pela dinamização do “1.º Concurso de Aventais”, iniciativa popular que teve a participação de quatro dezenas de candidatos.

A Mostra de Artesanato e Produtos Regionais divulgou, de 5 a 10 de maio, no Largo José Afonso, produtos regionais de vários pontos de Portugal, numa iniciativa organizada pela Câmara Municipal de Setúbal que incluiu momentos musicais. Os visitantes tiveram oportunidade de contactar de perto com artesãos com criações bastante diversas, desde a bijutaria às rendas de bilros, passando por peças de barro e gastronomia, e de participar em degustações de produtos regionais. Vinte e quatro expositores marcaram presença na Mostra de Artesanato e Produtos Regionais, oriundos de localidades como Fundão, Moncarapacho, Cuba, Vila do Con-

de, Silves, Leiria, Barcelos e Ponte de Lima. Da região estiveram presentes Setúbal, Azeitão, Quinta do Anjo, Sesimbra, Foros da Amora e Fernando Pó.


economia

17SETÚBALabril|maio|junho15

Pescaria de atividades

Vinho sem fronteiras

Setúbal comemorou o Dia Nacional do Pescador com um vasto programa, organizado pela Câmara Municipal com parcerias, que incluiu, entre 23 e 31 de maio, encontros, demonstrações e atividades gastronómicas, entre outras, grande parte centrada no Mercado do Livramento. Um dos pontos altos foi a celebração de um protocolo para a gestão e dinamização da embarcação “Maravilha do Sado”, recuperada pela Autarquia para o desenvolvimento de iniciativas pedagógicas educativas, bem como de valorização das atividades relacionadas com o mar e com a preservação ambiental. Uma evocação no Memorial ao Pescador Setubalense Desaparecido, no Cemitério de Nossa Senhora da Piedade, culminou um

programa que incluiu ainda almoços de confraternização de marítimos e uma Semana da Cavala em restaurantes. Este peixe e o carapau foram alvo de uma aula de cozinha ao vivo do chef Vasco Alves com alunos da Escola de Hotelaria e Turismo de Setúbal. Os mais novos tiveram outra lição, sobre a história de vida do choco, e assistiram a uma demonstração da arte de entrilhar as redes de pesca. Uma sessão das Tertúlias no Mercado destacou a importância da “Economia do Mar” nomeadamente para o crescimento económico e a criação de emprego. O programa do Dia Nacional do Pescador incluiu ainda exposições e a apresentação de projetos relacionados com o mar e perspetivas de financiamentos.

Trinta e quatro expositores exaltaram a qualidade dos néctares de Portugal e Espanha, mas também de diversos produtos gastronómicos, O Festival Ibérico do Vinho contribui para o aumento da visibilidade da excelência Cerca de cinco mil visitantes passaram pelo Festival Ibérico do Vinho, certame que decorreu no final de maio na Escola de Hotelaria e Turismo de Setúbal com alguns dos mais conceituados produtores vitivinícolas de Portugal e Espanha. O Moscatel de Setúbal foi uma das principais descobertas para as três dezenas de jornalistas, profissionais e especialistas do setor que acompanharam os quatro dias da segunda edição do certame bienal e que vieram não apenas do território nacional e espanhol, mas também de países como Israel, França, Reino Unido, República da China,

Hungria e Lituânia. Principalmente para os profissionais estrangeiros, que habitualmente associam os vinhos generosos portugueses ao Porto, o moscatel setubalense acabou por superar as expectativas e está, neste momento, a servir de embaixador da região e do País em diversas publicações internacionais. A presidente Maria das Dores Meira sublinhou, na abertura, que o certame, com 34 expositores de diversos produtos vínicos e gastronómicos e que incluiu várias provas de vinhos e apresentações de cozinha ao vivo, tem grande

“importância cultural, económica e turística, pois, pela divulgação dos vinhos, atraem-se mais visitantes, mais turistas, geram-se mais negócios e mais interesse numa região que tem dos melhores vinhos do País e na qual este setor tem um peso económico considerável”. A autarca, salientando a projeção internacional crescente do festival, convidou os representantes espanhóis presentes a abraçarem o desafio de partilhar a organização do certame, de maneira a que se realize todos os anos, alternadamente entre Setúbal e uma localidade espanhola.

Mercado aumenta condições de frio O novo sistema de frio do Mercado do Livramento, com duas câmaras frigoríficas e uma fábrica de gelo, inaugurado a 27 de maio, constitui um passo derradeiro ao nível da modernização do equipamento comercial e a conclusão da nova área técnica. A exploração dos equipamentos de frio é da responsabilidade da Associação dos Comerciantes do Mercado do Livramento, ao abrigo de um contrato de comodato que assinou com a Autarquia. Os comerciantes podem usufruir das câmaras frigoríficas median-

Moagem de cereais reabre em Setúbal

te o pagamento do espaço ocupado pelas caixas de transporte dos produtos. O valor a pagar é também variável de acordo com o tempo de utilização. Já a fábrica de gelo tem capacidade para produzir seis toneladas diárias de gelo, o que ajuda na conservação dos produtos nos locais de venda, em particular com ­calor.

Na cerimónia de inauguração, integrada nas comemorações do Dia Nacional do Pescador (ver mais atividades nesta página), a vereadora das Atividades Económicas, Carla Guerreiro, realçou que está é “mais uma forma de apoiar os comerciantes, dando-lhes excelentes condições para a conservação dos produtos, acautelando toda a sua qualidade”.

A empresa do ramo alimentar Moagens Cereais Setúbal, na Quinta dos Ciprestes, inaugurada a 29 de maio, num investimento de seis milhões de euros com a criação de cinquenta postos de trabalho diretos, reativa uma antiga unidade industrial entretanto encerrada, alvo de profundas obras de requalificação. Com capacidade para produzir 350 toneladas diárias de farinhas de trigo, a empresa está, numa primeira fase, apostada na exportação dos produtos para o continente africano, nomeadamente para abastecimento de uma fábrica de massas alimentares em Angola, a que se seguirá a comer-

cialização de farinhas também para uso doméstico. A presidente da Câmara Municipal, Maria das Dores Meira, realçou, na inauguração, que a concretização deste investimento “comprova a capacidade de atração que Setúbal continua a ter, fruto da centralidade e das condições que fazem desta uma das mais importantes cidades do País”.


cultura

18SETÚBALabril|maio|junho15

Festival em bom clima

O Festival de Música de Setúbal juntou diversas artes em prol de um projeto inclusivo que já vai na quinta edição. Nomes consagrados juntaram-se a projetos locais para quatro dias em que a cultura gozou de bom clima Dezasseis eventos, entre concertos, debates, poesia e exposições, em vários equipamentos e espaços públicos do concelho, inspirados no tema “Clima”, preencheram, entre 28 e 31 de maio, o Festival de Música de Setúbal 2015. O certame promoveu a cultura e o património musical do concelho, conjugando artistas consagrados com projetos da comunidade local, numa organização da A7M – Associação Festival de Música de Setúbal, com apoio da Câmara Municipal, da The Helen Hamlyn Trust e da Fundação Calouste Gulbenkian. A quinta edição do evento começou com “As Quatro Estações”, espetáculo realizado no dia 28 à noite, no Fórum Municipal Luísa Todi, com a Orquestra de Câmara Portuguesa a dividir o palco com jovens músicos da Academia de Música e Belas-Artes Luísa Todi e do Conservatório Regional de Setúbal. O concerto, com direção do violinista sueco Hugo Ticciati, incluiu interpretações de “As Quatro Estações”, de Antonio Vivaldi, e de “As Quatro Estações de Buenos Aires”, de Astor Piazzola, com arranjos de Altube e Desyatnikov. Na manhã de dia 29, perto de mil crianças e jovens de escolas e grupos comunitários de Setúbal encheram o Auditório José Afonso com uma demonstração de percussão, dirigida por Fernando Molina, e depois espalharam ritmos num desfile pela Avenida Luísa Todi. De tarde, na Casa d’Avenida, escritores e poetas da editora Douda Correria partilharam a sua obra com alunos de escolas do concelho,

evento integrado na exposição “Poética do Tempo”. O programa prosseguiu, ao final da tarde de dia 29 com o espetáculo “AIME! Do Ritual à Profanação”, no Fórum Municipal Luísa Todi, que juntou em palco grupos de diferentes origens e culturas para ilustrar a relação do Homem com a Natureza ao longo dos tempos. O evento, com direção musical de Fernando Altube e projeto de Elsa Mobilha e Filomena Vargas, contou com as participações das classes Orff e do Coro Juvenil da Academia de Música e Belas-Artes Luísa Todi, da Associação Cabo-Verdiana de Setúbal, da APPACDM de Setúbal e do Universe Gong. O certame apresentou o espetáculo multidisciplinar “Tempestade (num copo de água?)”, dia 29 à noite, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, que juntou a cantora e atriz Ana Brandão e o pianista João Paulo Esteves da Silva ao Coral Infantil de Setúbal.

Ensemble em estreia A programação de dia 30 começou em Vila Fresca de Azeitão, com a Quinta da Bacalhôa a receber, de manhã, “Música no Palácio”, em que participaram a Banda de Música da Sociedade Filarmónica Capricho Setubalense, os BelaBatuke, o tocador de carnyx John Kenny e o quarteto de metais Pandora’s Box. Diversos grupos de jovens do Conservatório Regional de Setúbal partilharam, igualmente de manhã, sonoridades pelas ruas do centro

histórico da cidade no concerto itinerante “Há Música no Ar”. A exposição “Poética do Tempo” da Casa d’Avenida voltou a servir de pretexto para um evento do Festival de Música de Setúbal, à tarde, desta feita para uma conversa com Luís Pessanha, presidente da Associação Portuguesa de Meteorologia e Geofísica, e António Sampaio Correia, neurocientista e psiquiatra, a par de apontamentos poéticos. Ali perto, o Coreto da Avenida Luísa Todi recebeu um concerto da Banda da Sociedade Filarmónica Perpétua Azeitonense, que interpretou temas do seu reportório. Num dos pontos altos, o novo Ensemble Juvenil de Setúbal, criado no âmbito do Festival de Música de Setúbal, com jovens músicos do concelho que interpretam várias sonoridades musicais, fez a estreia na programação do certame, dia 30 ao fim da tarde, no Fórum Luísa Todi, com o espetáculo “A Tempo”, dirigido por Rui Borges Maia.

Tempestade e bonança “A Terra Tremeu” à noite, ou pelo menos na Igreja de Santa Maria da Graça, com um concerto de música sacra, com peças inspiradas em desastres naturais ou criadas no espírito da ira divina, a cargo do Officium Ensemble, acompanhado do quarteto de metais Pandora’s Box e do coro do Conservatório Regional de Setúbal. Depois da tempestade, a bonança, a manhã

de dia 31 começou com a “Suite da Maré”, no Moinho de Maré da Mourisca, em que os sons da natureza se misturaram com os dos instrumentos tradicionais do Grupo de Música Contemporânea do Conservatório Regional de Setúbal, do Externato Rumo ao Sucesso e de John Kenny, sob direção de António Laertes e Pedro Condinho. À tarde houve “Mudanças de Clima”, com novas canções criadas e interpretadas por centenas de crianças de Setúbal, acompanhadas dos músicos de fado Tiago Oliveira, guitarra clássica e direção musical, Miguel Batista, guitarra portuguesa, Rui Silva, contrabaixo e baixo elétrico, e Diogo Melo de Carvalho, percussão. O espetáculo, no Fórum Municipal Luísa Todi, com coordenação de Carlos Barreto Xavier, juntou classes da APPACDM e coros de escolas do 1.º ciclo do concelho e do Coral Infantil de Setúbal, com direção do maestro Nuno Batalha. Antes, ainda houve clima para um pré-concerto, na entrada da sala de espetáculos, com o Ensemble de Saxofones do Conservatório Regional de Setúbal. A quinta edição do Festival de Música de Setúbal acabou com “Maré Alta”, com o trio Pedro Jóia, na guitarra, João Frade, no acordeão, e Norton Daiello, no baixo elétrico, a juntar­ ‑se a jovens percussionistas do Ensemble Juvenil de Setúbal e a Rui Borges Maia, na flauta, em espetáculo realizado, dia 31 à noite, no Fórum Luísa Todi.


19SETÚBALabril|maio|junho15

Independente vence Marchas A chuva do desfile de apresentação na avenida não esmoreceu as nove coletividades concorrentes das Marchas Populares de Setúbal 2015. Na Praça de Touros Carlos Relvas, nos desfiles a concurso, o brio bairrista voltou a falar alto. No final, o título mais desejado coube ao Independente O Grupo Desportivo Independente venceu as Marchas Populares 2015, em decisão tomada pelo júri após os desfiles a concurso, realizados nos dias 19 e 20 de junho, na Praça de Touros Carlos Relvas. Além do primeiro lugar, a coletividade conquistou os prémios de melhor letra e música nesta edição de um concurso que contou com a Grande Marcha “Isto é Setúbal”, com letra de Idaliano Batista e música de Artur Jordão. O júri, presidido pela atriz Florbela Queiroz, atribuiu a segunda posição ao Grupo Desportivo Setubalense “Os 13”, que arrecadou ainda o prémio de cenografia. O terceiro lugar foi ocupado pelo Núcleo dos Amigos do Bairro Santos Nicolau, enquanto no quarto posto ficou a União Desportiva e Recreativa das Pontes, distinguida também como melhor figurino. Os prémios para melhor coreografia e me-

lhor madrinha, Ivone Dias, foram ganhos pelo Centro Cultural e Desportivo de Brejos de Azeitão, coletividade que se classificou no quinto posto, imediatamente à frente da outra representante de Azeitão, a Sociedade Filarmónica Perpétua Azeitonense, em sexto. O Núcleo Bicross de Setúbal ficou em sétimo lugar, a ACTAS – Academia Cultural de Teatro e Artes de Setúbal, em oitavo, e a Cooperativa de Habitação e Construção Económica “Bem-Vinda a Liberdade”, em nono.

Esta última coletividade foi penalizada com dois pontos, conforme disposto na alínea a) do ponto 4 do artigo 17.º, por incumprimento do ponto 2 do art.º 6.º do Regulamento do Concurso das Marchas Populares de Setúbal, referente à observância do tempo máximo de atuação de cinco minutos na primeira apresentação. O prémio de melhor desfile, atribuído de acordo com as prestações na apresentação das marchas na Avenida Luísa Todi, não será

Fórum de todos os ritmos A música é a nota dominante na programação do Fórum Municipal Luísa Todi. Contudo, a principal sala de espetáculos setubalense também é feita de dança e de teatro, de cinema e de eventos de variedades por causas solidárias. Além de noites de cinema de um ciclo de clássicos italianos e de sessões especiais dedicadas ao “Música no Coração” e a Orson Welles, o programa do segundo semestre, na área da música, começou, a 4 de abril, com Joseph Haydn a seduzir em “As Sete Últimas Palavras – Concerto de Páscoa”, que juntou a Orquestra Metropolitana de Lisboa e o Coro Sinfónico Lisboa Cantat. De volta a Setúbal, os Deolinda não desiludiram na atuação de dia 11. A banda apresentou “Mundo Pequenino”, no segundo de três espetáculos do Ciclo de Concertos Íntimos. O “Esplendor da Zarzuela” foi partilhado pelo Coro Juvenil de Lisboa, a 18, num concerto dedicado a obras do género lírico-dramático característico de Espanha. Já o Dia Mundial da Dança foi celebrado pela Pequena Companhia da Academia de Dança Contemporânea de Setúbal em dois espetáculos, a 29 e 30. Destaque para “Histórias de Mábi”, uma viagem pelo imaginário de crianças e adultos. Maio começou com “Fado para Setúbal”. O público pediu e, depois da atuação de novembro, o quarteto de Deolinda de Jesus regressou ao Luísa Todi, no dia 2, para uma noite de fados com vários convidados. Seguiu-se, a 6, um espetáculo solidário para

angariação de fundos para o Serviço de Oncologia do Hospital de S. Bernardo e, a 8, a gala “Dança para Todos”, para apoio da APPACDM de Setúbal. A voz de António Zambujo fez-se ouvir a 9 no encerramento do Ciclo de Concertos Íntimos, com o músico a apresentar o mais recente trabalho, “Rua da Emenda”. O Coral Anaconda, grupo da comunidade latino-americana a residir em Bruxelas, Bélgica, deu um concerto no dia 15, comemorativo dos 800 anos da língua portuguesa, espetáculo organizado pelo Coral Luísa Todi, que também atuou. Da música ao teatro, o ator José Pedro Gomes desmultiplicou-se em oito personagens hilariantes na comédia “Estamos Todos?”, a 22, peça com narrativa centrada em redor de um casamento. No dia seguinte, a Orquestra Metropolitana de Lisboa voltou a Setúbal para um concerto com obras de Maurice Ravel, Jacques Ibre e Franz Schubert. Em junho, o Conservatório Regional de Setúbal deu dois espetáculos no Fórum, a 1 e a 7, enquanto Celina da Piedade prestou homenagem à música alentejana no dia 6, com a acordeonista a juntar em palco as melhores “Vozes do Cante”. Três dias depois, a 9, foi a vez de o músico Fernando Fernandes, conhecido por FF, apresentar o novo disco de originais “Saffra”. Num regresso, a atriz Ana Bola surgiu sem filtro no dia 13, para criticar o que considera ser a falta de respeito pelos artistas.

entregue este ano, por o júri ter entendido que algumas coletividades foram especialmente prejudicadas pela chuva que caiu na noite de 13 de junho. A entrega dos prémios do concurso, organizado pela Câmara Municipal de Setúbal, com os apoios da Aplaudir e da Europrol, realiza­ ‑se a 26 de julho. A cerimónia, com atuação das madrinhas e a presença dos marchantes, tem lugar na Feira de Sant’Iago, na Praça do Mundo, às 21h30.


cultura

20SETÚBALabril|maio|junho15

Cante abraça cidade

Um espetáculo de cante alentejano no Largo da Misericórdia, a 16 de maio, foi o culminar de mais um encontro, o décimo, do evento “Alentejo Abraça Setúbal”, que incluiu ainda a exibição do filme “Alentejo, Alentejo”, no Cinema Charlot. Os cinco grupos corais participantes na iniciativa da Autarquia em parceria com o Grupo Desportivo Independente entoaram cânticos, em passo vagaroso e trajando indumentária a rigor, pelas ruas da Baixa.

Sai um desenho! A Festa da Ilustração, em edição de estreia, trouxe a Setúbal alguns dos principais autores portugueses, de diferentes gerações. Os desenhos, mas também a música e a literatura, invadiram equipamentos culturais e o espaço público Setúbal transformou-se na capital da ilustração com um novo certame de artes, em junho, com exposições de autores como André Carrilho, João Abel Manta, Maria Keil, Lima de Freitas e Manuel João Vieira e outros eventos. A edição de arranque da Festa da Ilustração abriu aos primeiros minutos de 1 de junho, na Casa da Cultura, com a inauguração da exposição “Ver ao Longe”, de André Carrilho. “Deixemos os desenhos falarem, que eles são capazes de dizer muito mais do que nós alguma vez seremos”, afirmou a presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, na sessão de abertura do evento, organizado numa parceria com o atelier DDLX, com o lema “É preciso fazer um desenho?”. Teófilo Duarte, da DDLX, destacou o contributo da programação da Festa da Ilustração para uma maior e melhor oferta cultural da cidade. “A ilustração dá cartas no mundo inteiro e não é uma coi-

sa pacífica. Não foi por acaso que aconteceu o atentado ao Charlie Hebdo”, realçou, concluindo que “a festa tem pernas longas para andar”, uma vez que a ilustração “é um mundo por explorar”. Os desenhos e cartoons de André Carrilho percorrem, com humor, temas nacionais e internacionais dos últimos anos. “Sempre que se tem a oportunidade de ser engraçado, é muito difícil resistir”, confessou este que é um dos ilustradores portugueses com maior dimensão internacional.

O certame, com João Paulo Cotrim como curador, inclui outras exposições, nomeadamente “Ilustração”, de Maria Keil, na Galeria Municipal do Banco de Portugal, “Shakespeariana”, no Fórum Municipal Luísa Todi, e “Cartoons da Revolução de Abril”, no Palácio Fryxell, ambas de João Abel Manta, “Ilustrador”, de Lima de Freitas, na Galeria Municipal do 11, e “Bocage Porno”, de Manuel João Vieira, na Casa Bocage. Os largos da Fonte Nova, da Misericórdia e da Ribeira Velha

mostram trabalhos de todos os autores presentes no festival, como Beatriz Manteigas, que expõe “Arte & Ciência”, na Casa d’Avenida, e André Letria, com “Mar”, no Museu Sebastião da Gama e nos Lavadouros de Azeitão. Realce ainda para trabalhos de escolas de artes, no Palácio Fryxell, e de escolas secundárias do concelho, na Casa da Baía, e para a mostra “Pelos Olhos Dentro”, com quarenta imagens do 25 de Abril, no Museu do Trabalho Giacometti, local escolhido para a festa de encerramento, a 27 de junho, às 21h30, que inclui um concerto de Manuel João Vieira. Outros eventos da Festa da Ilustração são uma Feira do Livro Ilustrado, na Casa d’Avenida, a apresentação de um livro de Carlos Rodrigues e Gonçalo Duarte, na Barbearia da Baixa, a exibição de um filme de André Carrilho e concertos de Equations, Kilimanjaro, Jibóia e João Maio Pinto.

Museus fora de horas

De cultura se fez a Noite Europeia dos Museus. A efeméride, assinalada a 16 de maio, foi celebrada em Setúbal com um vasto programa nos museus do Trabalho Michel Giacometti e Sebastião da Gama. Além do documentário “Setubalense? Sim, Claro”, houve um debate com temas sobre “História, Identidade e Memória Setubalense”, música e literatura dedicada ao Sado e à cidade e uma palestra que juntou momentos de história e de política.

Feira propõe leituras

Milhares de títulos de várias editoras, do romance ao técnico, passando pela literatura infantojuvenil, estiveram disponíveis na Feira do Livro de Setúbal, certame realizado em março e abril, na placa central da Avenida Luísa Todi. A iniciativa promovida pela Autarquia contou com animações de leituras, sessões de autógrafos e encontros com autores, como foi o caso de Patrícia Ribeiro, que lançou o romance “Pijama de Gata”.

Poesia marcha na rua

Cerca de quatrocentos alunos das escolas de Setúbal leram em público, a 14 de abril, textos de autores portugueses durante um trajeto pela Avenida Luísa Todi e ruas da Baixa. A iniciativa “Setúbal: uma Baía a Ler”, dinamizada no âmbito da IX Semana da Leitura, juntou miúdos e graúdos por uma causa comum. Em uníssono, defenderam a paixão pela leitura e a importância da literatura para um melhor conhecimento do mundo.


desporto

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BMX voa para Setúbal

Emoção em duas rodas. Setúbal conta desde o final de abril com uma das mais modernas pistas portuguesas de BMX. Em terra batida e com características para receber provas internacionais, ocupa uma área com 11 mil metros quadrados na Bela Vista As primeiras pedaladas, mais intensas, dão o impulso necessário para a entrada do percurso em terra batida. Velocidade adquirida na reta, rampa com saltos e curva para o treino de uma habilidade. A saída é feita com estilo, com mais rapidez e novos desafios a enfrentar na nova pista de BMX de Setúbal. A pista, uma das mais modernas de Portugal e com características para receber provas internacionais, está localizada ao lado do Parque Verde da Bela Vista. Foi inaugurada por dezenas de atletas de várias equipas portuguesas e espanholas no feriado do 25 de Abril. Com uma área total com mais de 11 mil metros quadrados, o novo equipamento municipal, num investimento da ordem dos 60 mil euros, materializa a oitava pista de BMX a ser criada em Portugal e, na ótica do presidente da Assembleia-Geral

Pesca partilhada à beira-rio

A interação entre pescadores e os vários intervenientes da pesca lúdica e desportiva esteve em destaque, entre os dias 17 e 19 de abril, na quinta edição de um certame dedicado às modalidades piscatórias, com exposições, workshops diversos e concursos de mar. Cerca de 10 mil pessoas passaram pela 5.ª Feira de Pesca Lúdica e Desportiva de Setúbal, certame que voltou a constituir um ponto de encontro para importadores, lojistas, clubes, associações, federações, sítios de internet, revistas da especialidade e pescadores das mais variadas técnicas de pesca em estuário e mar.

da Federação Portuguesa de Ciclismo, Artur Lopes, “talvez a melhor do País”, como frisou na abertura. A oportunidade de construir a pista teve origem no projeto municipal de participação cidadã “Ouvir a População, Construir o Futuro”, depois de munícipes terem manifestado junto da Autarquia a importância da instalação de um equipamento desta natureza no concelho. Para a implementação do projeto, o Município, numa parceria com a Junta de Freguesia de S. Sebastião, contou com a colaboração da Associação de Ciclismo do Distrito de Setúbal e da Federação Portuguesa de Ciclismo. A Autarquia contou igualmente com o empenhamento e o envolvimento próximo do Núcleo Bicross de Setúbal e do BMX Clube de Setúbal, que contribuíram na elaboração do traçado

e nos pormenores técnicos da pista, bem como do Regimento de Engenharia n.º 1 do Exército, responsável pela maioria dos trabalhos de terraplenagem. A presidente da Câmara Municipal, Maria das Dores Meira, sublinhou na cerimónia de inauguração que a pista representa “um passo importante para o desenvolvimento desportivo desta vertente do ciclismo e coloca Setúbal no mapa do BMX nacional”. A pista, em terra batida, como é característico dos circuitos destinados à prática do BMX, tem um traçado com 350 metros, curvas “verticais” que atingem alturas de quatro metros e várias rampas para saltos, entre os quais o maior chega a atingir nove metros de distância entre cumes. A Autarquia vai celebrar em breve um protocolo com o Núcleo Bicross de Setúbal para a gestão do espaço.

Aquatlo junta 600 em prova

Catamarãs competem no Sado

Mais de seis centenas de atletas participaram, a 9 de maio, no III Aquatlo de Setúbal, iniciativa realizada no Parque Urbano de Albarquel, com uma competição oficial e duas provas abertas, em natação e corrida, em vários escalões. O evento desportivo, integrado no calendário dos 13.os Jogos do Sado e organizado pela Câmara Municipal de Setúbal em parceria com o Remo Clube Lusitano, com o apoio da Federação Portuguesa de Triatlo, incluiu uma jornada do Campeonato Nacional Jovem de Clubes e as provas de Sprint e Super Sprint, com competições em várias distâncias consoante os escalões.

A dupla Luís Santos e João Duarte foi a vencedora do Sadocat 2015 – XV Raid Bicasco, prova de catamarãs do programa dos 13.os Jogos do Sado, realizada a 23 e 24 de maio, com cerca de trinta tripulações provenientes de diversos pontos do País. Joaquim e Carla Rubio, António Santos e Rui Duarte, Miguel e Inês Galvão, João Sarmento e Francisco Melo e António Jesuíno foram os restantes distinguidos nas diferentes classes em prova. O Sadocat 2015, organizado pela Câmara Municipal, pelo Clube de Vela do Sado e pela Bicasco, é uma das competições da Península Ibérica com mais tripulantes.


juventude

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A vida e obra de Bocage inspirou 22 amantes da fotografia. Durante um dia, captaram imagens por toda a cidade. Uma jovem de 27 anos foi a grande vencedora. Mas houve mais galardoados nesta iniciativa comemorativa do Mês da Juventude

Bocage inspira fotografia

Ana Castela, com o primeiro lugar na categoria digital e duas fotografias galardoadas com menções honrosas, foi a grande vencedora da 12.ª Meia Maratona Fotográfica de Setúbal, cuja entrega de prémios decorreu a 9 de maio, na Casa da Cultura. A prova, organizada pela Câmara Municipal de Setúbal, com o apoio e patrocínio de várias entidades, contou com a participação de 22 fotógrafos amadores, que, no dia 7 de março, percorreram o concelho à procura das melhores imagens para ilustrar o tema principal, “Bocage: Vida e Obra”. Ana Castela, 27 anos, natural de Setúbal, a participar no concurso municipal há três anos consecutivos, arrecadou o melhor conjunto de fotografias nos 12 subtemas a concurso dedicado

ao poeta setubalense, num ano em que se celebram os 250 anos do aniversário de Bocage. “De todas as participações, esta foi a mais difícil. O tema era complicado, mais abstrato, e não bastava fazer fotografias mais óbvias”, afirma a jovem fotógrafa, que apostou num conjunto de imagens captadas a cores e a preto e branco. “Não tive nenhuma estratégia em especial.” A aventura de Ana Castela na Meia Maratona Fotográfica de Setúbal é sempre feita a três, na companhia do irmão e de um amigo. “Todos os anos, há sempre algo diferente a descobrir na cidade. Um recanto que não é tão conhecido, um ângulo ou uma perspetiva menos reparada.”

Na 12.ª Meia Maratona Fotográfica de Setúbal, integrada no programa municipal m@rço.28, Ana Castela obteve ainda duas menções honrosas com imagens específicas. Sofia Jorge, com três distinções, arrebatou o segundo lugar do pódio e o novo Prémio Jovem Revelação, enquanto Marta Banza, com duas menções honrosas, ficou em terceiro. Sofia Jorge, 20 anos, teve uma estreia de sonho com vários prémios conquistados. “Foi um dia de inspiração, apesar da dificuldade do tema, que me fez puxar muito pela criatividade.” A fotografia é uma presença constante no quotidiano da setubalense, estudante universitária. “Ando sempre de máquina à procura de novas coisas para fotografar.”

Jovens repudiam violência no casal

Festa estudantil com irreverência

O Fórum da Juventude de Setúbal aprovou em sessão plenária, a 14 de abril, uma moção de repúdio a qualquer ato de violência nos casais. O encontro, realizado na Escola Profissional de Setúbal, dedicado à “Violência no Namoro | Violência Doméstica”, contou com representantes da Associação de Apoio à Vítima, da PSP, da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género e do Grupo para Implementação do Plano de Igualdade de Género no Centro Hospitalar de Setúbal. A moção alerta que “a violência no namoro e a violência doméstica são um problema que afeta ainda um grande número de jovens” e que “o silêncio que ainda existe em torno destas relações tóxicas e destrutivas tem de ser quebrado”. Os jovens condenam atitudes como perseguição, chantagem, controlo, ameaça, maus-tratos, intimidação, humilhação e insultos, as quais “não podem ser romantizadas e entendidas como expressões de amor”.

A irreverência estudantil deu a tónica ao IV FATuM – Festival Académico de Tunas Mistas, realizado nos dias 17 e 18 de abril em vários locais de Setúbal, com boa disposição e animação musical. Um espetáculo com a participação de cinco tunas de Setúbal, Lisboa, Beja e Coimbra abriu o arraial académico, com mais de duas centenas de estudantes presentes no Fórum Municipal Luísa Todi. Em disputa estiveram os prémios “melhor pandeireta”, “melhor estandarte”, “melhor instrumental”, “melhor solista” e “FATuM” (melhor tuna), neste caso entregue à Tuna Académica de Enfermagem de Beja. O evento, organizado pela SemperT’unos com o apoio da Autarquia, no âmbito do programa municipal m@rço.28. Incluiu, no dia seguinte, momentos de convívio entre a comunidade de estudantes das várias escolas do País, com uma arruada pelas ruas da cidade e com uma serenata no Salão Nobre dos Paços do Concelho.

Semana dedicada a debate de ideias Jovens setubalenses debateram ideias e identificaram questões sobre temas como os bairros onde vivem, a educação e as relações com os amigos e a família, em sessões realizadas a 8 de maio na Semana Europeia da Juventude. No final, apresentaram propostas em diversas áreas, das mudanças nas estruturas dos programas curriculares do secundário à melhoria no atendimento no Serviço Nacional de Saúde, incluídas em documentos destinados a várias entidades. A Semana Europeia da Juventude contou ainda, no dia 6, com uma ação na Escola Secundária D. Manuel Martins de divulgação do programa “Erasmus + Juventude em Ação”, com incentivos às parcerias transnacionais de fomento da aproximação dos mundos do ensino e do trabalho.


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educação

Famílias convivem no parque Mais de cinco mil pessoas passaram pela quinta edição do “Há Festa no Parque”. No último fim de semana de maio, o Jardim do Bonfim encheu-se de miúdos e graúdos

Milhares de crianças animaram, no último fim de semana de maio, o Jardim do Bonfim durante a quinta edição do “Há Festa no Parque”, com um programa repleto de iniciativas. A comemoração do Dia Mundial da Criança e do final do ano letivo serviu de mote a dois dias de grande

animação, com diversas atividades direcionadas para as famílias. A pintura de um mural, modelagem de balões, insufláveis, animação em tendas, dynamic bungee, jogos tradicionais, exposição de projetos escolares, música, dança, teatro, modalidades desportivas e peddy paper

foram algumas das propostas para as cerca de cinco mil pessoas que passaram pelo “Há Festa no Parque”. O programa organizado pela Câmara Municipal de Setúbal conciliou os aspetos lúdicos com as componentes pedagógicas, com experiências no Espaço Ciência, do Instituto Po-

litécnico de Setúbal, com a recriação de jogos medievais, no Espaço AnimArq, e com recomendações ­ para uma alimentação saudável, através de jogos didáticos e conselhos de uma nutricionista, no Clube de Nutrição, uma novidade no “Há Festa no Parque”.

Entre outras atividades, o Jardim do Bonfim dispôs de ateliers, de um espaço de literatura, de uma mostra de cursos e profissões e de modalidades desportivas, em que se incluiu um circuito de educação e prevenção rodoviária, e até de uma escola de samba.

Mostra do ensino profissional A aposta no ensino profissional como forma mais eficaz de integração de jovens no mercado de trabalho foi defendida, a 29 de abril, na abertura do “Roadshow do Ensino e Formação Profissional”. “A formação profissional é uma opção estruturante no ensino em Portugal, até porque fomenta a ligação entre a

escola e o mercado de trabalho”, sublinhou o vereador Manuel Pisco, da Câmara Municipal, na mostra de dois dias que deu a conhecer cursos e profissões de dupla certificação, no Largo José Afonso. O “Roadshow do Ensino e Formação Profissional”, uma iniciativa da Agência Nacional para a Qualifica-

Era assim há 500 anos A recriação da entrega do foral a Setúbal e a demonstração de aves de rapina foram os pontos altos de um evento comemorativo dos 500 anos do Foral Manuelino, realizado a 23 de maio, na Praça de Bocage. “A Festa do Foral”, organizada pela Autarquia, através do Arquivo Municipal de Setúbal, com diversas parcerias, foi povoada de tendas,

com venda de artesanato, peças em pele, bijutaria e vestuário. O certame, a funcionar todo o dia, acolheu exposições, exibição de falcões, corujas e póneis, encenação de marionetas, demonstração de esgrima histórica, recriação da entrega do foral manuelino, música, dança, pinturas faciais, modelagem de balões e jogos tradicionais.

ção e o Ensino Profissional, organizada pelo segundo ano consecutivo, percorre em 2015 todas as capitais de distrito de Portugal continental e marca presença pela primeira vez em Setúbal. O certame, dinamizado localmente com o apoio da Autarquia, destinase, principalmente, a alunos finalistas do 9.º ano de escolaridade, que, nos mais de dez expositores presentes no recinto instalado no Largo José Afonso, puderam conhecer opções de escolha para o prosseguimento dos estudos. Da mecânica à automação, da saúde pública à análise laboratorial, a escolha de uma carreira é facilitada no roadshow, com jovens dos vários estabelecimentos de ensino representados na iniciativa a mostrar alguns dos projetos profissionais, que abrangem ainda vertentes como eletrotecnia, informática, restauração e hotelaria.

Aulas de segurança Os estabelecimentos de ensino do Agrupamento Vertical de Escolas Lima de Freitas abriram às portas à Semana da Segurança e Educação Rodoviária, no final de abril, com diversas atividades. A demonstração dos meios operacionais das forças de segurança e de socorro, logo no início, na Escola Básica e Secundária Lima de

Freitas, despertou a curiosidade dos alunos. O vereador com o pelouro da Educação da Câmara Municipal de Setúbal, Pedro Pina, alertou, na ocasião, a necessidade de “andar na rua sempre com muito cuidado” e de “respeitar as forças de autoridade e prestar atenção às indicações que fornecem”.

O programa, organizado pela Autarquia com diversas parcerias, abordou todas as vertentes relacionadas com a segurança, passando pelo bullying e cyberbullying, pelos procedimentos a adotar em caso de terramoto e pelos cuidados a ter no percurso no caminho até à escola, entre muitos outros de interesse para os alunos.


Um docente da Escola Superior de Tecnologia contribui para a evolução da robótica, numa tese de doutoramento galardoada com um prémio nacional. Um projeto de animação e intervenção sociocultural por alunos da Escola Superior de Educação valoriza a relação do Moinho de Maré da Mourisca com a comunidade local

Robótica desenvolve inteligência Como tornar os equipamentos robóticos mais autónomos e eficientes? Um contributo para dar resposta à necessidade tecnológica surge na investigação científica de Bruno Damas, professor que desenvolveu novos algoritmos de aprendizagem automática para robots. O objetivo até parece simples, mas a complexa linguagem de padrões e regras criada pelo docente da Escola Superior de Tecnologia do Instituto Politécnico de Setúbal demorou cerca de cinco anos a maturar no âmbito de uma tese de doutoramento. Os novos algoritmos de aprendizagem estatística permitem que um robot possa, em tempo real, aprender a mover-se com base no fluxo de informação captada por sensores e melhorar progressivamente o desempenho na execução de uma tarefa enquanto, simultaneamente, a tenta realizar. “A aprendizagem para robótica é um ambiente muito fértil, em constante desenvolvimento e que procura dotar os robots de uma maior autonomia”, afirma o docente, autor da investigação

galardoada “Learning and Sensorimotor Coordination of Anthropomorphic Robotic Systems”. O grande objetivo “é dotar os robots de capacidade para aprender tarefas, ou seja, sem necessidade de programar todos os detalhes”, adianta. “O desafio é colocar os robots, quer por tentativa e erro e quer por experiência acumulada, a desenvolver melhor e com mais autonomia as tarefas.” A base de aprendizagem que se pretende desenvolver nos equipamentos robóticos é exemplificada pelo docente com recurso ao processo de descoberta verificado durante as primeiras semanas de vida de um bebé, com o mapeamento visual do ambiente para depois concretizar as tarefas. “Pegando neste paradigma, em vez de um engenheiro passar dias e dias a fio a programar, porque não deixar um robot aprender tal e qual como faz um ser humano?”, desafia Bruno Damas, que acrescenta que “aprendizagem é um dos campos em que a robótica e a inteligência artificial se cruzam”. Os algoritmos de aprendizagem de-

senvolvidos pelo docente não são completamente uma novidade. São, antes, um aperfeiçoamento, ou melhor, “mais um contributo para a evolução tecnológica e um passo para o alargamento da fronteira do conhecimento”. Ainda assim, a investigação científica do docente traz uma novidade que se destaca. “Estes algoritmos trabalham em tempo real, ou seja, o robot não precisa de ser treinado previamente e aprende enquanto tenta realizar a tarefa, sempre com um fluxo contínuo de informação.”

Investigação galardoada O trabalho científico desenvolvido por Bruno Damas em ambiente aca-

démico, no Instituto Superior Técnico, em Lisboa, foi premiado como a melhor tese de doutoramento em robótica no País, em 2014, distinção atribuída pela Sociedade Portuguesa de Robótica. O galardão, disputado entre mais de uma dezena de candidatos, foi entregue durante o Festival Nacional de Robótica 2015, promovido por aquela entidade em abril, na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, em Vila Real. “É um reconhecimento muito gratificante. É a cereja no topo do bolo e o culminar de uma longa investigação”, sublinha o docente, para quem este trabalho é também uma confirmação da “qualidade geral do corpo docente”

academia

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da Escola Superior de Tecnologia do Instituto Politécnico de Setúbal. A paixão pela robótica surgiu ainda nos tempos da licenciatura em Engenharia Eletrotécnica, no Instituto Superior Técnico. “Foi durante o segundo ano, depois de optar pelo ramo de Controlo e Robótica. No fundo, foi seguir através do imaginário de ficção científica.” Na instituição setubalense, na qual leciona há 12 anos, a área do ensino é repartida entre as cadeiras de Controlo, Sinais e Sistemas, mas sem nunca perder a robótica de vista, com o futuro a apontar ao desenvolvimento de projetos em colaboração com alunos. “Há trabalhos muito interessantes que podem ser desenvolvidos.”

Estudantes partem à descoberta do moinho O património material e imaterial do Moinho de Maré da Mourisca é valorizado e preservado num projeto dinamizado por alunos da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Setúbal que fortalece a relação da comunidade local com o equipamento através da dinamização de várias atividades. O “Moinho Convida” foi impulsionado pelos alunos do 2.º ano da licenciatura em Animação e Intervenção Sociocultural, no âmbito da unidade curricular de Design, Desenvolvimento e Avaliação de Projetos, que a cada ano letivo promove um projeto que relaciona o património e a população. O primeiro semestre é dedicado à conceção do projeto, da realização de contactos à planificação das iniciativas, da calendarização ao ensaio das várias propostas a desenvolver. Depois, já no segundo semestre, é tempo de pôr em prática as ideias definidas. Nesta edição, foram iniciativas de

caráter lúdico e pedagógico, com jogos tradicionais, percursos de orientação, encenações e recriações históricas, oficinas, visitas guiadas a exposições e até um acantonamento noturno. Tudo dinamizado entre abril e maio. O projeto procura, por um lado, “valorizar aquilo que é a memória e a identidade do património” e, por outro, fomentar “um maior envolvimento da comunidade local” no quotidia-

no do Moinho de Maré da Mourisca, adianta a professora Carla Cibele, uma das coordenadoras do projeto. “É uma promoção turística local, não para massas, mas direcionada para as gentes da região, que procura cativar novos públicos a usufruir do equipamento”, possivelmente originário do século XVII, afirma a docente que liderou o projeto deste ano juntamente com Sandra Cordeiro. Crianças em idade escolar, cidadãos

portadores de deficiência e população sénior foram o público-alvo definido no âmbito deste trabalho, centrado também na transmissão de saberes e de tradições, nomeadamente na moagem de cereais, no fabrico do pão e na produção do sal. A dinamização da iniciativa, em parceria com a Câmara Municipal e o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, proporcionou, ao longo de dois meses, “momentos

de partilha de um património que é de todos”, sublinha Liliana Martins, uma das alunas envolvidas. Para a jovem, o trabalho constituiu também uma “oportunidade de descoberta, tanto para os participantes, como para os próprios estudantes, que não conheciam o moinho, as histórias e as funções dos vários materiais” que integram o equipamento localizado na Herdade da Mourisca. Outro dos alunos do “Moinho Convida”, João Pereira, destaca as características singulares do espaço. “Está inserido na Reserva Natural do Estuário do Sado e disponibiliza um conjunto de valências naturais que convivem em harmonia com a ocupação humana.” O projeto culminou com uma tarde intercultural, para recriar a vida no Moinho de Maré da Mourisca. Das ações abertas à população, destaque para uma encenação por dois “padeiros” alunos e uma atividade de fabrico de pão. Tudo o mais aproximado do antigamente.


rumos

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“A minha arte é a minha terapia” A vida arranca-o da mãe quando mal sabia andar e de uma Luanda em guerra. Em França, em trânsito para Lisboa, o pai trata-o por trésor. Mas o pequeno “tesouro”, já em Setúbal, é entregue aos cuidados de uma mulher. Aí recupera família e chega a adulto no regaço da dona Idália, a mãe e o pai que a vida lhe negara. A “Mulher Deslumbrante” dos textos que escreve ficou “avó” e é por ela que nutre um profundo sentimento de gratidão. Samuel Simão, hoje com 28 anos, acredita que a sua história daria um filme, ideia que espera concretizar.

Com o suor dos empregos, como o atual no McDonald’s, financia a paixão pelas artes, em particular a poesia e a música, o hip hop. Foi assim que BC Trezor – assinatura artística inspirada no remoto carinho do pai – publicou o livro de poesia “Sobrevivente” e lançou três álbuns, sendo o mais recente o instrumental “Eu & Tu (Saber Amar)”. Na procura da estabilidade e para ajudar a saúde da “avó” também tirou um curso de auxiliar de fisioterapia. “Paz”, “amor”, “esperança” substituem “rancor” no dicionário deste rapper.

O rap e o hip hop podem vestir muitas formas. Que tipo de agressividade há na música de BC Trezor? Tem muita intervenção. Não seria um verdadeiro lirista se tapasse os olhos ao que acontece à minha volta. Não posso ignorar os problemas das drogas, da criminalidade ou da falta de iniciativa nos jovens. Também falo sobre afetos e sentimentos. Se me apontarem uma pistola não quer dizer que tenha de disparar de volta. Não é preciso alimentar o fogo. Mostro a minha garra ao microfone. É isso que se quer, fazer mover as pessoas.

as letras e a poesia que faz falam de amor e harmonia. Que força é essa? Há quem precise de bater com a cabeça no fundo para perceber que a violência e a angústia não levam a lado nenhum. A minha natureza não é essa. A minha “avó” dizia que as ações no presente têm consequências no futuro. A dona Idália é a Mulher Deslumbrante de que falo nos meus textos. Foi ela quem me criou a mim, outras crianças e ainda a filha e os netos de sangue. Tirando aquilo que nasceu comigo, devo a minha forma de ver o mundo à minha educação.

O álbum “Eu & Tu (Saber Amar) Vol. 1” fala do amor, quando começa, cresce e termina. É um trabalho instrumental. O amor rouba-lhe as palavras? Rouba. A palavra amor é um ingrediente muito doce. Demasiado para ser saboreado de uma forma banal. Quando o dizemos sem o sentir é porque estamos vazios. Sou contra a banalização do “amo-te”. O livro e os álbuns lançados nascem de financiamento próprio. Foi difícil decidir apostar no próprio talento?

Foi complicado. Só para o livro estive a juntar cerca de um ano para pagar a entrada. Consegui vender os 500 exemplares. Passou pelas escolas e com a ajuda da poetisa Alexandrina Pereira chegou ao Brasil. Também o consegui mandar para Angola. Quero transmitir a minha mensagem e fazê-la chegar às pessoas. Tenho uma vontade grande de chegar aos jovens, de partilhar a minha vida, do que alcancei com os caminhos que escolhi. O livro “Sobrevivente” e o álbum “Aquilo que Sou” foram biografias lançadas aos 26 anos. Uma vida tão jovem tem tanto para partilhar? Se calhar sou uma pessoa profunda. As dificuldades por que passei, o facto de me interrogar por não ter crescido com a minha mãe biológica, de ter tido uma outra mãe. Penso muito nas coisas e sou algo idealista. A vida levou-me a crescer muito rápido, houve muitos obstáculos a superar. Não conheceu a mãe e o afastamento do pai foi quase um abandono. Rapidamente soube o que era trabalhar logo pela madrugada. Cada projeto é uma batalha. No entanto,

O pai ausente na infância continua distante na idade adulta? Não tanto. Ele tem a sua vida, mas já há contacto. Não quero rancor dentro mim. As pessoas merecem sempre uma segunda chance. Uma chance verdadeira. Rapper e poeta. Neste quadro onde encaixa o auxiliar de fisioterapia? Na estabilidade. Fiz o curso com a ajuda da Cáritas e acabei com 17 valores. Quero ver se consigo entrar no mercado. A fisioterapia nasceu com a minha “avó”. Queria ajudá-la

quando as pernas lhe falhavam. Falaram-me no curso profissional, disseram-me que não tinha matemática – só me dou bem com palavras – e resolvi arriscar. E a estabilidade ansiada está ao alcance? Está sempre ao alcance. Basta trabalhar. Quando a minha “avó” faleceu, em 2010, é que entrei em crise. Fui abaixo emocionalmente, deixei de trabalhar, assaltaram-me a casa. Passei fome. Mas dei a volta e lancei o “Sobrevivente” passado um ano. Queria que os jovens conhecessem o Samuel. Quando o escrevi era para o oferecer nos anos da minha “avó”. Mesmo sem ela saber ler, queria que visse o meu reconhecimento de que foi por causa dela que sou assim. Um livro, com outro no horizonte, e três álbuns, mais outro a caminho, e um curso profissional. Qual o rumo seguinte? A poesia, a música ou a fisioterapia? A minha arte, a minha escrita, o meu rap, os meus beats são a minha terapia. Posso ter de ter um emprego normal para pagar contas, mas nunca viverei sem a música. Sem os phones parece que me falta uma parte do corpo.


26SETÚBALabril|maio|junho15

retratos

As agulhas e as máquinas de costura são companheiras inseparáveis do quotidiano de Carla Souto. Na Lojinha dos Bordados, a funcionar há pouco mais de dois anos num pequeno espaço no Bairro do Troino, dinamiza uma arte ornamental antiga que insiste em não cair no esquecimento

Arte bordada com paixão O som da emissão da rádio local quebra o silêncio dos bordados e das costuras. As tarefas são feitas num dos recantos da Lojinha dos Bordados, sentada, na companhia de uma máquina de costura elétrica, a mais moderna. A antiga Oliva, ainda a pedal, está guardada noutra sala. A música nem sempre marca o compasso da agulha que percorre o desenho tracejado no pano, mas ajuda a mente a descontrair e a ganhar a concentração para a execução de mais um ponto que não pode ter falhas, qualquer que seja o estilo, bago de arroz, ponto cruz ou bordado inglês. Quando a iluminação natural que irrompe entre algumas das peças em exibição na loja não chega, acende-se uma pequena lâmpada que espreita de lado. A atenção dispersa, por breves momentos, para um cordial cumprimento a um conhecido ou uma conversa mais prolongada com amigos. O gosto de Carla Souto pelos bordados vem dos tempos de miúda. Foi a avó que incutiu o desejo de aprender a bordar. Partilhou com a neta décadas de sabedoria para que, anos depois, alguém pudesse dominar

um conjunto de técnicas ancestrais e que atualmente perpetua num negócio próprio, que inclui venda de artigos. “É a minha paixão”, revela. Para Carla Souto, os “bordados são intemporais” e não estão associados a uma moda ou a uma tendência. É uma arte que atravessa os tempos. Vinca, contudo, que é um estilo que não agrada a todos, mas “quem gosta dá muito valor a este tipo de trabalho”. Natural de Almada, fixou raízes em Setúbal vai para 16 anos. Teve várias ocupações profissionais mas nunca se permitiu a deixar de bordar nos tempos livres. Em casa, tal como antes, também se dedica aos bordados e à costura, depois do horário de expediente na loja e nos intervalos da azáfama familiar. Quando se decidiu dedicar a tempo inteiro a este ofício teve de abrir uma loja. “Em casa era complicado, não só em termos de espaço, mas também porque havia sempre gente a entrar e a sair. Depois, não tinha como mostrar da melhor forma os trabalhos”, recorda. A escolha pelo número 77 da Rua Fran Paxeco não foi aleatória. É uma das ruas mais castiças do Troino e também uma das mais movimentadas, tanto por moradores como por

visitantes da cidade. A proximidade de familiares com outros negócios também facilitou a escolha. Para apurar as técnicas, algumas exploradas na vertente de autodidata, investiu em cursos e formações, experiência que ganha um novo sentido na panóplia de trabalhos que executa diariamente, dos clássicos bordados rendilhados em forma de toalhas ou naperons, a criações de fusão mais arrojadas. As almofadas bordadas com insígnias de clubes são dos artigos mais procurados. Os mais solicitados são os emblemas dos três grandes e, como não podia deixar de ser, do Vitória Futebol Clube. Mas também há quem queira o brasão da seleção. A Lojinha dos Bordados está aberta de segunda a sexta-feira, das 09h00 às 13h00 e das 15h00 às 19h00. Aos sábados, o trabalho faz-se só no período da manhã, mas o telefone com o número 963 306 195 está sempre disponível para aceitar encomendas.

Primeiro enxoval O trabalho artesanal disponível na Lojinha dos Bordados não se resume aos tradicionais ornamentos feitos à agulha ou cosidos à má-

quina. Das mãos de Carla Souto nascem acessórios criativos para o quotidiano de bebés, peças diferenciadoras e que podem ser personalizadas ao gosto do cliente. A ideia surgiu um pouco por acaso. “Há oito anos bordei todo o enxoval do meu filho mais velho. Achei que ficou bonito. Quem viu achou o mesmo e começou a espalhar que eu fazia este tipo de trabalhos. Assim foi”, relembra. De fraldas com apontamentos de bordado e pintadas à mão a babetes, de fitas para o cabelo a almofadas, molduras e quadros, de várias cores e feitios. O difícil é escolher com tantos artigos disponíveis, de preços variados, harmoniosamente exibidos nos vários mostruários da loja. “São artigos que estão muito na moda e que têm cada vez mais procura, sobretudo devido à possibilidade de personalização, o que torna os artigos muito mais pessoais. São pequenos mimos que deixam, sobretudo, pais e familiares ainda mais babados pelo bebé”, afirma.

Negócio itinerante A arte de Carla Souto não está confinada às quatro paredes da pequena

loja situada no coração do Bairro do Troino. Todos os meses, sempre que pode, a artesã sai para o espaço público para participar em mostras regulares ou pontuais dinamizadas na cidade. “Gosto muito do meu cantinho, mas sempre que tenho oportunidade faço as feiras de artesanato. É aliciante, não só pelo contacto mais próximo com o público, mas também porque possibilita a divulgação do meu trabalho. E os extras do negócio também dão jeito”, confessa Carla Souto, sem esconder um sorriso. É presença assídua no Mostr’Arte, certame dinamizado mensalmente pela Câmara Municipal de Setúbal no Atlantic Retail Park, durante o período de inverno, e na placa central da Avenida Luísa Todi, no resto do ano, com o intuito de apoiar os pequenos negócios e de promover os produtos locais. No negócio itinerante tenta ter um pouco de tudo para cativar os clientes. Dos tradicionais bordados, sejam naperons ou cobertas de mesa, aos pequenos apontamentos em panos, da panóplia de peças artesanais aos acessórios de moda e artigos para bebés. Tudo tem de caber na banca.


27SETÚBALabril|maio|junho15

E do velho se faz novo Ao entrar no pátio circundado por prédios, o cheiro a tintas e verniz e o ruído frenético da lixa denunciam o armazém onde funciona o Garrrbage, mais um projeto de moradores da zona da Bela Vista. Na oficina, o trabalho e a criatividade andam de mãos dadas. As paredes estão pintadas de várias cores, em jeito de reaproveitamento de material oferecido. As latas de tinta, alinhadas por tamanhos e tons, encontram-se arrumadas em prateleiras improvisadas, estrategicamente posicionadas. Móveis, muitos móveis, delimitam um caminho estreito. Amontoam-se peças de vários tamanhos e cores, umas cobertas por panos, como sinal de disponível para venda, outras, mais desajeitadas, cheias de riscos e num estado demasiado tosco, a aguardar a vez nesta linha de montagem de embelezamento. No final do corredor improvisado, sentado numa pequena cadeira, o Dinis, 3 anos, acompanha a mãe, Lúcia Joaquim, e o avô, Domingos Nunes, na aventura diária de transformar o velho em novo, nesta que é também a sua gruta do tesouro, onde gosta de brincar. Lúcia e o sogro são dois dos voluntários que dedicam uma parte do tempo a dar uma nova vida aos “monos” que, para os antigos proprietários, não passavam de lixo. O trabalho é oferecido como forma de contribuir na defesa do ambiente. A Câmara Municipal disponibilizou um espaço na Bela Vista e deu algum apoio logístico para que moradores do bairro pudessem avançar e pôr mãos à obra neste projeto inovador. Os membros do grupo têm funções

definidas. Luís e Helena dedicam-se à promoção e divulgação das peças concluídas. Lúcia tem como função decorar os móveis já concluídos. A parte elétrica fica a cargo de José Carlos. Domingos e Paulo têm a responsabilidade de reparar, lixar e pintar. As receitas das peças comercializa-

das pagam o material necessário para a construção e reparação de outros artigos, numa linha contínua de investimento em consumíveis, sejam tintas, pincéis, pregos, parafusos, madeiras ou qualquer outro material. Depois de dedicarem tanto trabalho e criatividade, o resultado é um orgulho

rosto Programa municipal conta com aliado Lúcia Joaquim, São Xavier, Domingos Nunes e Patrocínia Nunes são apenas alguns dos voluntários do projeto Garrrbage – Grupo de Ação pela Reciclagem, Reabilitação e Reencaminhamento de Bens Aproveitáveis – Geração Ecologista, apresentado no final do ano passado no âmbito do segundo encontro do programa municipal Nosso Bairro, Nossa Cidade. Esta iniciativa de moradores da Bela Vista tem como objetivo reaproveitar os mobiliários abandonados,

recuperando-os e dando-lhes uma nova vida. O projeto começa também a contribuir para a mudança de perceção em relação à Bela Vista operada pelo Nosso Bairro, Nossa Cidade. “Uma senhora, de Almada, veio aqui para comprar algumas peças às 9 da noite, saiu uma hora depois e não houve problema nenhum. As pessoas começam a perceber que aqui vivem pessoas boas e pessoas más como em todo o lado”, descreve um dos envolvidos no Garrrbage, Domingos Nunes.

enorme em ver as pessoas levarem os móveis já recuperados. “Uma senhora de Almada entrou em contacto connosco para vir ver um móvel que tinha encontrado no OLX à venda. Quando cá chegou, gostou tanto do nosso trabalho que acabou por levar três móveis”, conta Domingos Nunes. O projeto Garrrbage saiu da oficina numa edição do STB Urban Market, um mercado que se enquadra na filosofia de dinamização da zona ribeirinha da cidade e que aposta num conceito de comércio alternativo. “Vendemos dois móveis, um bar e uma mesa de cabeceira, daquelas antigas, com uma porta para se guardar o penico”, adianta Domingos. Apesar de só ter rendido 60 euros, considera que a presença no certame foi bastante positiva, uma vez que constituiu uma boa oportunidade para dar a conhecer o projeto e o trabalho desenvolvido. Uma das maiores ambições dos elementos do Garrrbage é encontrar, além de uma carrinha e mais voluntários, um espaço para expor os trabalhos concluídos e utilizar a oficina apenas como local de trabalho. A falta de espaço obriga a que os artigos arranjados coabitem com outros por reparar, com o risco de, na movimentação do mobiliário, danificar uma peça pronta para entrega. O grupo de voluntários é sensível à componente solidária em relação aos moradores do bairro que atravessam dificuldades financeiras. “Há algumas peças que nós doamos. Ainda há dias trouxemos um sofá, mas apenas precisava de um ‘pé’ e acabei por doá-lo a uma senhora”, salienta Domingos, embora sublinhe que a filosofia do projeto é vender as peças para poder reparar outras.

iniciativa

O mobiliário abandonado junto dos contentores e as peças de vestuário estragadas ou fora de moda são a matéria-prima de moradores da Bela Vista. Com mestria e vontade, devolvem às peças a utilidade e o esplendor de outros tempos


plano seguinte

28SETÚBALabril|maio|junho15

A Câmara Municipal tem uma visão para Setúbal e quer partilhá-la. Porque o futuro não se constrói apenas a uma voz, a Autarquia ouve individualidades para reforçar apostas ou ajustar rumos. Está criado o Conselho de Opinião Setúbal XXI

Conselho ouve opiniões Arquitetos, empresários, engenheiros, dirigentes associativos, clérigos, responsáveis de instituições de solidariedade social, entre muitas outras personalidades, formam o Conselho de Opinião Setúbal XXI, criado para que a Câmara Municipal partilhe com líderes de opinião estratégias para o desenvolvimento local. Através de reuniões periódicas, o “Setúbal XXI” debate diferentes temáticas relacionadas com o futuro do município, para apresentar a personalidades com voz ativa na sociedade sadina objetivos e polí-

ticas de desenvolvimento traçadas pela Autarquia e recolher sugestões e críticas para que o progresso seja feito em consonância com as necessidades da população. Meia centena de individualidades partilhou, a 18 de junho, com o Executivo municipal, visões estratégicas para o desenvolvimento do concelho, na primeira sessão do Conselho de Opinião Setúbal XXI. “Valorizamos a opinião dos setubalenses. Consideramos que o nosso trabalho só pode ser enriquecido se conhecermos em profundidade, se conhecermos ainda melhor o que se

pensa na cidade e no concelho”, sublinhou a presidente da Câmara Municipal, Maria das Dores Meira, na abertura do encontro, realizado no Salão Nobre dos Paços do Concelho. A primeira sessão, na qual marcaram presença os vereadores com pelouros atribuídos, focou o tema “Visão Estratégica de Setúbal”. O vereador do Urbanismo, André Martins, que frisou ser “extremamente importante para os eleitos ouvir contributos e perspetivas de outros que também pensam o concelho”, destacou que os serviços autárquicos da

área que conduz foram alvo de profunda revolução no paradigma de funcionamento desde 2006. “Durante anos, as áreas do Urbanismo, não só de Setúbal, mas das câmaras municipais pelo País, viviam de quem queria investir nos concelhos. A partir de 2006, 2007, invertemos esse paradigma. Deixámos de ir a reboque de quem quer investir, para sermos nós a definir as estratégias de crescimento do concelho e a delinear quando, onde e como é que o concelho vai crescer”, afirmou o autarca sobre a política, que, assegura, “está a dar frutos”.

A primeira reunião do Conselho de Opinião Setúbal XXI incluiu uma apresentação detalhada do planeamento estratégico que a Câmara Municipal definiu a médio e longo prazo para o território. Perante a exposição, várias personalidades deram ao Executivo municipal opiniões e sugestões de pontos a melhorar, espírito, de resto, que está na génese da criação do conselho de opinião. A próxima reunião do “Setúbal XXI” está programada para o final do ano e será dedicada ao tema Ambiente.

Elite mundial nada no Sado A prova de natação em águas abertas FINA/HOSA 10 Km Marathon Swimming World Cup regressa a Setúbal com uma etapa a realizar a 27 de junho, com 78 atletas de cerca de vinte países. O desafio nas águas do Sado, a partir do Parque Urbano de Albarquel, leva a elite da modalidade a disputar a sexta etapa da Taça do Mundo de Natação em Águas Abertas de 2015,

com alguns dos melhores atletas do ranking internacional e uma equipa portuguesa, com Rafael Gil e Angélica André, atuais campeões nacionais, Hugo Ribeiro, Tiago Oliveira, Vânia Neves e Vasco Gaspar. A etapa da Taça do Mundo de Natação em Águas Abertas de 2015, integrada nos 13.os Jogos do Sado, numa parceria entre a Federação Internacional de Natação, a Federação Por-

tuguesa de Natação e a Câmara Municipal de Setúbal, é iniciada com a prova masculina, às 16h00, seguida, dez minutos depois, da partida da etapa feminina. A “Setúbal Bay”, competição com um orçamento que ronda os 120 mil euros, é antecedida de uma prova aberta, às 11h00, na distância de 1500 metros, para maiores de 14 anos, na qual são esperadas quatro centenas de atletas. O evento está integrado no projeto “Portugal a Nadar”, lançado recentemente pela Federação Portuguesa de Natação com vista à promoção do desporto aquático e que já conta com cerca de 45 mil filiações. Setúbal integra pela oitava vez o calendário do circuito mundial da disciplina. No próximo ano, a cidade acolhe, à semelhança de 2012, uma qualificação olímpica, com a FINA Olympic Marathon Swim Qualifier 2016, derradeira oportunidade de apuramento para a maratona de natação em águas abertas nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, Brasil.

Génio de Bocage passa pela feira Dezenas de expositores, espaços de restauração, muita diversão e espetáculos todas as noites, entre outras atividades, compõem a edição 2015 da Feira de Sant’Iago, entre 24 de julho e 2 de agosto. “Bocage: o génio nasceu há 250 anos” é o tema principal, patente no pavilhão da Câmara Municipal, numa grande exposição que evoca a

arte de um dos maiores poetas portugueses de todos os tempos, natural de Setúbal. Com dois palcos de espetáculos, o cartaz inclui dezenas de concertos, com nomes como Diogo Piçarra, Ana Moura e Amor Electro. Mais informações sobre o programa disponíveis em www.facebook. com/feiradesantiagooficial.


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