Rinc達o Gaia
Foto: JM Lanita
Oficina de Macrofotografia e Fotografia Ambiental
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Rincão Gaia de José Lutzenberger por Elysée Siqueira
Eram 5 horas, um ruído suave surgiu na madrugada fresca do dia 16 de Fevereiro. Ainda cansados da oficina que ocorreu durante o dia alguns seguiram dormindo, outros sabiam, o instigante som que vinha da rua caracterizava um pato e é claro, era o pato despertador. O professor Miguel Lanita com sua infinita mente criativa, dando o sinal de alerta apropriado para mais um momento fotográfico. Os que conseguiram acordar, ainda estavam bem alimentados afinal de contas tiveram a felicidade de despertar em Gaia. Situado sobre uma explorada e antiga jazida de basalto o Rincão Gaia, sede rural da Fundação Gaia, está localizado a 120 km da capital gaúcha, mais precisamente em Pantano Grande, município de Rio Pardo. Legado de José Lutzemberger, sábio ecologista que transformou uma área desfavorável e totalmente árida em uma linda paisagem habitada por diferentes espécies. Deusa da terra, Gaia como chamavam os gregos foi referência para o batizado da Fundação. Local para relaxar, aprender apurar o olhar e a sensibilidade ecológica. Para quem respeita, gosta da natureza e se interessa por um estilo sustentável de vida, onde os alimentos são preparados com muito carinho, qualidade e diversidade. O Rincão recebe grupos de pessoas para encontros institucionais e educacionais de diferentes seguimentos. Os viajantes da câmera foram recepcionados pelos membros organizadores da pousada. Exemplos de anfitriões, todos esperavam o micro ônibus na frente da casa projetada com o telhado da palha de santa fé, incrivelmente bonita e ecologicamente correta. Como de costume a mesa estava farta, um apetitoso café da manhã aguardou a turma. Prontos para a primeira aventura, o biólogo e instrutor Márcio Tompson 29, proporcionou um final de semana eco educativo. Entre as caminhadas salientou a sua maior preocupação, a finitude dos recursos naturais, o esbanjamento e a má utilização da água. 2
“Procuro alertar as pessoas que os recursos dessa bolinha azul levemente achatada nos extremos são finitos. O bacanal do esbanjamento de água é uma coisa absurda. A água vai ser um grande dilema pra humanidade vai chegar num ponto que as pessoas não vão ter esse recurso. Quando tu tentas o discurso um pouco poético claro, fundamentado na escassez real de água, as pessoas não se sensibilizam, mas quando tu falas pra elas que se tu armazenas água da chuva e que vais poupar mais de 50% na tua conta de água. Opa! Tu mexes no bolso da pessoa, a consciência existe, mas quando tu tocas no financeiro é mais fácil,” relatou o biólogo Márcio, que trabalha há mais de 4 anos para a Fundação Gaia e preocupa-se diariamente com a questão ambiental. Em seus discursos fez a turma refletir sobre as questões em envolvem o desperdício. Após uma longa caminhada e intensas reflexões, como habitual os viajantes foram recebidos novamente com a mesa farta. A reposição da energia era necessária para as próximas etapas do passeio onde foi apreciada a natureza e a prática da macro fotografia. O vento foi um inimigo desafiador trouxe algumas dificuldades e fez com que todos procurassem alternativas para realizar determinadas fotos. Para compensar a natureza proporcionou uma noite esplendorosa onde foram praticadas as fotos noturnas no Lago das Estrelas e ocorreram brincadeiras com as luzes. O despertar do olhar fotográfico foi intenso, a turma pode fazer foto ambiental em diferentes turnos, onde a prática foi realidade incisiva. A oficina sempre regada a lanches saborosos e gentilmente oferecidos pela organização disponibilizou fôlego para as fotos do amanhecer e as caminhadas fotográficas ao longo da tarde. “Lutz”, como José Lutzemberger foi carinhosamente apelidado usou a coerência até mesmo para sua morte. Deixou claro para sua família que não gostaria de nenhuma referência religiosa ou política em seu enterro, pensava que nós homens somos mais uma espécie que está na imensidão desse ser vivo que se chama planeta terra. “Ele quis ser enterrado aqui pra que todo o seu corpo orgânico fosse decomposto de maneira correta, por micro flora e micro fauna existente no subsolo e assim fechasse o ciclo ele conseguiu que sua carga orgânica reciclasse, virasse húmus e fizesse parte 3
de outro ser vivo. Ele voltou para o ciclo novamente o que pra mim é uma referência fantástica,” afirmou o biólogo Márcio Tompson que após transmitir parte de seu conhecimento e auxiliar em todos os momentos necessários nos fez avaliar se realmente estamos fazendo a nossa parte para não agredir a natureza. Assim retornaram os viajantes da câmera, com as energias renovadas, novas habilidades, conhecimentos e valores. O grupo obteve um excelente aproveitamento e a diversão foi garantida. Agora resta somente aguardar a próxima edição desta incrível aventura ecológica.
“A humanidade ainda precisa aprender a usar seu cérebro magnífico para interagir com a natureza, em vez de combatê-la sempre. Será muito mais vantajoso para ela”. José Lutzenberger Frase retirada da biográfica de Lutzenberger, Sinfonia Inacabada - Lilian Dreyer.
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Viajantes da Câmera 15 a 19/11/2013
Carlos Henrique Schlabitz......................................................................pag 06 Elysée Siqueira..........................................................................................pag 10 Emmanuel Jeantet................................................................................... pag 14 Felipe Nyland............................................................................................pag 18 Fernanda Virmond..................................................................................pag 22 Jaerson Trindade......................................................................................pag 26 Prof. JM Lanita.........................................................................................pag 30 Le Pardo .................................................................................................pag 34 Lígia Lúcia Pogorersky............................................................................pag 38 Luiza Viégas..............................................................................................pag 42 NinaBeth Muccillo...................................................................................pag 46 Roberto Luiz Dall’Agnol ..........................................................................pag 50 Roberto Martinez.....................................................................................pag 54
Bastidores .............................................................................................pag 58
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O olhar de Carlos
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Henrique Schlabitz
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O olhar de ElysĂŠe
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Siqueira
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O olhar de Emmanuel
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Jeantet
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O olhar de Felipe
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Nyland
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O olhar de Fernanda
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Virmond
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O olhar de Jaerson
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Trindade
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O olhar do Prof.
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JM Lanita
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O olhar de Le
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Pardo
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O olhar de LĂgia
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LĂşcia Pogorersky
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O olhar de Luiza
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ViĂŠgas
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O olhar de NinaBeth
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Muccillo
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O olhar de Roberto
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Luiz Dall’Agnol
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O olhar de Roberto
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Martinez
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Bastidores Foto: Carlos Henrique Schlabitz
Foto: Luiza viĂŠgas
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Foto: Emmanuel Jeantet
Foto: Luiza ViĂŠgas
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Foto: JM Lanita
Foto: Roberto Luiz Dall’Agnol
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Foto: Luiza Viégas
Foto: Luiza Viégas
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