A pesquisa busca analisar as relações entre arquitetura e trabalho doméstico e precisar o papel das mulheres responsáveis por este a partir de um recorte - as residências unifamiliares em São Paulo na década de 1950, tendo como ponto de partida a existência de um conflito no lar moderno que se dá pela própria presença do trabalho doméstico. Através de um panorama da passagem do século XIX para o XX, compreende-se que o ideal de domesticidade moderna foi forjado numa oposição entre casa e trabalho que estabeleceu o trabalho doméstico como uma contradição. Para apaziguar esse conflito, no Brasil, o trabalho dentro do lar sofre uma série de investidas de naturezas diversas, em função dos papeis da dona de casa e da empregada doméstica, na busca por seu apagamento. A hipótese da pesquisa é a de que essas investidas se dariam também pela arquitetura, a partir do apagamento das áreas de serviço da casa e da própria empregada doméstica enquanto corporificação do trabalho.