Colibri Vegan Clothing
Introdução Este é um projeto de design para malharia retílinea como proposta de coleção de moda vestuário direcionada para o público vegano de Curtitiba - Paraná, e também consumidoras da marca curitibana Lafort. Como proposta de inserir o público adepto ao estilo de vida contra a exploração animal dentro do segmento já existente da marca, fora criada uma linha premium denominada “Colibri - Vegan Clothing. A doçura e alegria animalística”, que expõe os critérios e princípios veganos quanto à sua filosofia. A linha representa o encanto natural e a natividade brasileira com o intuito de preservar espécies de fauna e flora para o desenvolvimento sustentável do futuro das próximas gerações.
Colibri Vegan Clothing A linha premium da marca curitibana Lafort oferece ao público vegano um novo espaço para novas sensações. O nome, Colibri, faz referência à exoticidade dos animais, além de representar o universo natural da fauna e flora brasileira. São utilizadas, para as coleções da linha, somente fios sem procedência animal, de origem natural vegetal, artificial ou sintética. Assim como nos demais setores e materiais presentes na mesma. A doçura e Alegria Animalística simbolizam a sensibilidade do perceber animal, evidenciando a beleza dos seres irracionais.
Veganismo
Segundo o site inglês da Sociedade Vegana (The Vegan Society), o veganismo teve origem a partir de 1944 quando Elsie Shrigley e Donald Watson usaram pela primeira vez a expressão ”vegan” para descrever os vegetarianos que não consumiam derivados do leite, incluindo eles mesmo e outros quatro amigos vegetarianos não lácteos. Dessa maneira fundaram a sociedade vegana (The Vegan Society – One world. Many lives. Our choice). Em meados de 1949, Leslie J. Cruz salientou que a sociedade não possuía uma definição concreta para o veganismo, e, portanto, sugeriu: “O princípio da emancipação dos animais da exploração pelo homem” CRUZ, J. Leslie. 1949 Definição que mais tarde fora esclarecida como “busca pelo fim do uso de animais pelo homem para alimento, matéria-prima, trabalho, caça, vivissecção, e por todos os outros usos relacionados com a exploração da vida animal pelo homem”.
“Uma filosofia e modo de vida que procura excluir – na medida do possível e praticável – todas as formas de exploração e crueldade para com os animais. Desde como comida, roupa ou qualquer outra finalidade; e promove o desenvolvimento e uso de alternativas livres de animais para o benefício dos seres humanos, animais e meio ambiente. Em termos dietéticos denota a prática de dispensar todos os produtos derivados total ou parcialmente de animais”. The Vegan Society
Desse modo, uma pessoa vegana não ingere qualquer alimento de origem animal, incluindo carnes de todas as cores e/ou tipos, ou que contenham qualquer resíduo animal: leites, queijos, salsichas, ovos, mel, banha, manteiga, etc. Assim como se evita o consumo de cosméticos e/ou medicamentos testados em animais ou que contenham sua origem na formulação. Além de não exercerem profissionalmente qualquer trabalho que envolva exploração animal, também não são a favor de atrações de entretenimento como rodeios, rinhas, circos que possuem animais, etc. Estes também não utilizam roupas confeccionadas com matéria-prima de origem animal, como couro, lã, peles e seda. CHAVES, Fabio. 2012 Dentro do âmbito do vestuário, de acordo com o site “Permanente Impermanente”, artigos em pele, couro, lã, seda, camurça, marfim ou outros materiais de origem animal (como adornos de pérolas ou plumas) são preteridos, pois implicam o sofrimento e/ou assassinato dos animais que lhes deram origem. Portanto, aqueles que são adeptos a esta filosofia de vida fazem uso de roupas provenientes de origem natural vegetal ou então sintético artificial, pois não trazem em sua composição resíduos de exploração animal. Há algumas marcas e estilistas que não fazem o uso de produtos de origem animal e também alguns estilistas que estão banindo o mesmo de suas coleções. Por exemplo, Stella Mccartney é contra os métodos de se produzir moda e desde os seus 7 anos de idade não consome ou utiliza produtos provenientes dos animais. Segundo ela, seu maior desejo é encorajar seus colegas estilistas e diretores de criação a banir as peles e passar a usar o couro em menor quantidade, conscientiza-los da morte de cinquenta (50) milhões de animais em nome da moda e do tamanho do impacto que isso tem para a terra. VEJA SP, Redação. 2011
Fibras Têxteis A classificação das fibras e fios têxteis acontece principalmente pela divisão entre dois grandes grupos: Naturais, que são essencialmente constituídas por artefatos de origem orgânica e que, ainda, subdividem-se em: vegetais, animais e minerais. Ou químicas, que podem ser sintéticas ou artificiais.
CHATAIGNIER, 2006
O algodão é a fibra mais usada no mundo - cerca de 40% em escala industrial - tem aspecto branco de origem vegetal, gerada ao redor das sementes do algodoeiro, como uma espécie de pelugem. Utiliza-se como fibra têxtil há mais de sete mil (7.000) anos, e por séculos acreditou-se que era um produto do velho mundo, introduzido pelos principais exploradores. Entretanto, atualmente, cientistas afirmam -que indígenas das Américas do Norte e Sul, assim como Ásia e África já faziam uso do algodão frequentemente. A fibra de algodão - sigla têxtil CO - é composta por aproximadamente 90% celulose e 6% de umidade e impurezas naturais.
SENA, Taísa. 2014
O acrílico é uma fibra química sintética, com sigla têxtil PAC, que é, basicamente, um tipo de plástico. Esta fibra é produzida por meio da polimeração em cadeia da acrilonitrila, substância (C3H3N) de grande proveito industrial, usada na produção de fibras acrílicas, plásticos, revestimentos, adesivos e etc. A DuPont, empresa americana amplamente conhecida por sua grande variedade de produtos, assim como pela sua liderança no campo da pesquisa em ciência e tecnologia, criou as primeiras fibras acrílicas em 1941, com o intuito de substituir a lã natural. Uma das principais qualidades do acrílico é o fato de produzir fios com volume que resultam em peças de vestuário leve, brilhante e macio, além de resistente e anti-amarrotamento. Apresenta bom caimento, não deforma, não encolhe e seca rapidamente. Podendo ser misturado com diversas fibras, principalmente com o algodão.
SENA, Taísa. 2014
Corantes Naturais O uso de corantes naturais como substituto dos corantes sintéticos é algo que vem sendo cogitado e investigado principalmente depois que se começou a falar em sutentabilidade e nas estratégias para se alcançar a mesma, sendo um exemplo destas últimas a busca por materiais de origem natural como fibras e corantes para serem empregados na produção dos têxteis. ARAÚJO 2005 apud RODRIGUES 2013 Os corantes são essenciais para a sociedade contemporânea, pois fazem parte da composição de muitos produtos utilizados por ela. Além disso, comparando os corante sintéticos, são mais utilizados, com os corantes naturais, os primeiros possuem cores mais variadas, melhor fixação, aplicação fácil, resistência à luz e a lavagem e qualidade uniforme, tudo isto por um preço mais baixo. Entretanto, possuem desvantagens, dentre elas o fato de serem poluentes.
RODRIGUES, 2013
Açafrão ou Cúrcuma
Casca de cebola
Colorau ou Colorífico Marcela ou Macela
Pó de Guaraná
Sustentabiliodade No ano de 2015 a ONU - Organização das Nações Unidas - lançou a nova agenda global 2030, onde mais de 150 líderes mundiais estiveram presentes em Nova Iorque - USA, para adotarem as novas medidas para o desenvolvimento sustentável. Esta agenda é formada por dezessete (17) Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que devem ser implementados por todos os países do mundo durante os próximos anos, até 2030.
Vida sobre a Terra Segundo a ONU, o décimo quinto (15º), objetivo global - Vida sobre a Terra - tem como propósito proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da terra e deter a perda de biodiversidade.
Conheça quais são os Objetivos Globais:
D
ada a constante degradação causada pela ação do homem no meio ambiente, seja ela pela extração/exploração de recursos naturais ou mudanças no ecossistema em favor do progresso, estamos tendo que lidar constantemente com grandes fenômenos naturais nunca antes presenciados pelo homem em algumas regiões do planeta. Todas as formas de se consolidar “sustentabilidade” perpassam por um agir preocupado com resultados e consequências. É cediço que o crescimento econômico é viabilizador de uma melhor qualidade de vida, mas de sua operacionalização deve ser mitigada a “necessidade” insaciável de degradar, com fulcro na busca exagerada pelo lucro. Os limites impostos à atividade econômica, assim, devem colaborar para coexistência harmônica entre desenvolvimento e bens naturais. SILVA, 2015
Curitiba 2030 A Conferência Internacional de Cidades Inovadoras aconteceu em Curitiba no ano de 2010. Esta fora promovida pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná, e reuniu especialistas internacionais em sustentabilidade para o lançamento do Projeto Curitiba 2030. ATHAYDE,2010
Segundo o sistema FIEP, 2010, o futuro de Curitiba está profundamente vinculado ao desenvolvimento sustentável. Em 2030, Curitiba terá elevado nível de consciência ambiental, moderniza-se em benefício da natureza, desenvolve inovações sustentáveis e é cortada por corredores de biodiversidade. Uma cidade limpa, que produz pouco lixo por habitantes e recicla tudo o que produz. Uma cidade verde ambientalmente correta que alia desenvolvimento e responsabilidade socioambiental.
Conservar espaços verdes no meio urbano é fundamental para a garantia do convívio saudável dos habitantes com sua cidade. A preocupação com a qualidade desse ambiente deverá se refletir na adoção de uma política de áreas verdes para Curitiba, buscando a utilização máxima dos benefícios ecológicos, econômicos e sociais que a vegetação incorporada ao meio urbano pode proporcionar. Um dos aspectos fundamentais da política de áreas verdes urbanas de Curitiba deverá ser a reafirmação da recreação e do lazer como fatores indispensáveis ao equilíbrio físico e mental do ser humano e ao seu desenvolvimento sempre com a visão voltada à conservação dos recursos naturais (fauna, flora, água, ar).
A inovação, o ambiente propício à inovação e a ética socioambiental são as bases de sustentação para os projetos de futuro da indústria e da sociedade paranaense. A partir desse entendimento, as cidades, enquanto territórios de atuação e locus para empreendedores e empreendimentos inovadores, passam a ser entendidas como unidades vitais para o desenvolvimento industrial sustentável.
Federação das Industias do Estado do Paraná - FIEP, 2010
Ibidem
Diretrizes Conceituais PLATAFORMA:
DNA (essência + conceito +visual):
- Inserir veganos como público-alvo da marca a fim de promover a interação ente diversas filosofias de vida; - Reduzir o uso de matéria-prima de origem animal para promover a diminuição da exploração e extinção da fauna; - Instigar emocionalmente as pessoas para que pensem o futuro próximo de forma sustentável e ecológica; - Auxiliar na promoção dos bens naturais presentes em nosso país como altamente benéficos e uitlizáveis para que a degradação ecológica diminua.
- Conscientização; - Valorização; - Preservação; - Fauna e Flora; - Sustentabilidade; - Saúde.
CONSCIENTIZAÇÃO
VALORIZAÇÃO
PERSONALIDADE: - Não utilizar produtos e/ou matéria-prima d eorigem animal, mas sintéticos, artificiais e vegetais; - Não segmentar a linha para o público específico, mas promover o consumo por qualquer estilo de vida; - Exibir benefícios sobre o estilo de vida e sobre a produção sustentável.
PRESERVAÇÃO
VIDA
SUSTENTABILIDADE
FAUNA |FLORA
SAÚDE
Mapa Mental
Seleção Força de vontade
Espontaneidade Curitiba verde
2030
Frutas SuperFoods Salada
Sustentabilidade Futuro ecológico
Inovação
Vegetariaismo | Veganismo
Valorização Patrimônio
Exploração e crueldade Direito dos Animais Luta contra testes em animais
Hábitos Saudáveis Filosofia de vida Qualidade de vida
Composição Natureza Produtos naturais Harmonia
Exigência Vestuário vegano Colorido Estilo
Painel de PĂşblico
Painel de Tema - Encanto Natural
Representação Visual
Estudo de tipografia
12
Coleção de Vestuário
13
Logo
Colibri Vegan Clothing
A doçura e Alegria Animalística Segundo o Dicionário de símbolos, o beija-flor, também conhecido como colibri, é o mensageiro dos deuses e simboliza o renascimento, a delicadeza e a cura. Além de ter propriedades mágicas, o passarinho pode ser considerado também um símbolo de alegria e energia, uma vez que bate as asas com bastante determinação e força e tem um batimento cardíaco bastante acelerado. Para os Ameríndios, o beija-flor simboliza a beleza, a harmonia, a verdade e a força. O colibri, para a coleção, representa o pássaro exótico que carrega em si a determinação, a força e a delicadeza em busca de algo maior. Embora a espécie seja multicolorida, aqui está representado com traços abstratos em cor única - o amarelo, extremamente presente dentro das peças da coleção. O futuro é incerto, apenas trabalhamos em prol do que acreditamos que podemos construir, sem a certeza do que realmente acontecerá, por isso nosso colibri apresenta linhas confusas e não sua aparência real. A doçura e Alegria Animalística simbolizam aquilo para qual a coleção esta direcionada - o direito dos animais. Referenciando-os de forma poética e contagiante, a fim de instigar emocionalmente àqueles que se dispõem à conhecer mais sobre esta filosofia de vida.
Look Pronto
Sobre a Coleção Quanto à coleção, cada look fora pensado para agradar o público vegano e o público próprio já existente da marca Lafort, com formas flúidas, orgânicas e que trazem movimento às peças, além de apresentarem aspecto singelo pelo fato de que todo púlico envolvido prefere simplicidade à extravagância. As peças foram desenhadas para serem construidas com fio de algodão e botões de madeira provenientes de sobras, a fim de evidenciar a matéria-prima natural. Portanto, nenhuma das peças possui zíper ou qualquer aviamento feito de metal ou similar. As cinco cores, pensadas e testadas, representam cores vivas características do verão, e todas foram obtidas através do processo natural de tingimento. Os looks foram montados a partir da distribuição do mix de produtos da coleção, unindo bottons e tops, além daqueles one piece, por critério de tendências e arranjo. O look escolhido para confeccão, macaquinho one piece, (foto anterior), fora destacado por exibir nova proposta à Lafort, uma vez que não trabalha este tipo de modelagem em suas coleções. A cor, obtida através da especiaria açafrão da terra ou cúrcuma, fora elegida por apresentar maior vivacidade e ser típica da temporada primavera/verão.
Pontifícia Universidade Católica do Paraná Escola de Arquitetura e Design Desenho Industrial | Designde Moda Cimunicação Visual Camila Marta Dellani Taciana Vida Bergamo Curitiba, 2016
18