RQUITETURA PARENTE Ano 1 • Nº 06 • Junho 2017
Concreto Aparente
Do moderno ao contemporâneo | Obras brasileiras e latino-americanas | Eventos culturais do mês Concreto Aparente | 1
COLABORADORES
RQUITETURA PARENTE
Camila Falcão 20 Anos Estudante de Arquitetura na faculdade Belas Artes de São Paulo. Sócio Fundadora da Empresa Arquitetura Aparente. Estuda a criação de projetos e procura transmitir sua essência através de suas fotos.
Gabriela Barbi Teixeira 23 Anos Estuda Arquitetura e Urbanismo na faculdade Belas Artes de São Paulo. Sócio Fundadora da Editora Arquitetura Aparente. Admiradora dos animais e da natureza, se interessa por projetos que demonstram preocupação com o meio ambiente. Victória Brizolla de Carvalho Tozetto 19 anos Estuda Arquitetura e Urbanismo na faculdade Belas Artes de São Paulo. Sócio Fundadora da Editora Arquitetura Aparente. Apaixonada pela plasticidade dos edifícios, analisa sua relação com seu entorno e público. Conselho Editorial: Aline Nasralla Editor: Victória Brizolla Diretora Executiva: Camila Falcão Projeto Gráfico: Gabriela Barbi Arte: Victória Brizolla Colaboradores: Textos: Camila Falcão, Gabriela Barbi Teixeira e Victória Brizolla Referências: http://aguiarbuenosaires.com/biblioteca-nacional-de-buenos-aires/ http://www.urbipedia.org/index.php?title=Biblioteca_Nacional_de_la_Rep%C3%BAblica_Argentina http://www.urbipedia.org/index.php?title=Biblioteca_Nacional_de_la_Rep%C3%BAblica_Argentina www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/24729/000746710.pdf?sequence=1 https://arquiteteblog.wordpress.com/2014/01/07/centro-roberto-garza-sada-de-arte-arquitetura-e-design-mexico-tadao-ando/ http://www.archdaily.com.br/br/01-187129/classicos-da-arquitetura-igreja-sao-bonifacio-slash-hans-broos http://www.25dejulho.org.br/2011/08/um-pouco-de-historia-arquiteto-hans.html http://shieharquitetos.blogspot.com.br/2014/09/desenhos-originais-centro-cultural http://www.archdaily.com.br/br/626025/praca-das-artes-brasil-arquitetura/57480d8ce58ecea27200023d-praca-das-artes-brasil-arquitetura-foto http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/13.151/4820> http://www.archdaily.com.br/br/786322/porto-seguro-cultural-center-sao-paulo-arquitetura> Pré-Impressão e Impressão: Cópias Pinheiros Periodicidade: Mensal Capa: Victória Brizolla Anuário 2017 nº6
SUMÁRIO
Conteúdo 4 | Contexto Histórico do Concreto 6 | Arquitetura Moderna América Latina Biblioteca Nacional de Buenos Aires Buenos Aires, Argentina
12 | Arquitetura Contemporânea América Latina Centro Roberto Garza Sada de Arte Arquitectura y Diseño Monterrey, México
18 | Arquitetura Moderna em São Paulo
Paróquia Pessoal Alemã São Bonifácio Vila Mariana - SP
26 | Arquitetura Moderna em São Paulo Centro Cultural Jabaquara
Jabaquara - SP
34 | Arquitetura Contemporânea em São Paulo Praça das Artes
Centro - SP
46 | Arquitetura Contemporânea em São Paulo Centro Cultural Porto Seguro Centro - SP
56 | Considerações Pessoais 58 | Entrevista 59 | Cards
Contexto Históri O uso do concreto é herança milenar, desde antes de Cristo, as construções na Galileia já eram realizadas com esse material, e posteriormente foi usado nas obras gregas e romanas. Mostrou que veio para ficar mesmo com a criação do Cimento Portland, que ganhou esse nome no século XIX, devido à grande semelhança com as rochas da ilha de Portland, na Inglaterra. Em 1849, o francês Joseph Louis Lambot construiu um barco, constituindo a primeira obra em concreto armado e revolucionando as técnicas de construções civis. No final do século XIX, começarem a criar normas de uso e técnicas, arquitetos franceses usavam o concreto em suas obras arquitetônicas, como Anatole de Baudot com a igreja St. Jean Évangelist e Auguste Perret com Garage Ponthieu, de Paris.
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Na Polônia, a obra O palácio do Centenário por Max Berg de 1914, foi de grande importância internacionalmente, pois inovou nas formas e teve como fachada o concreto aparente. Já no Brasil, a utilização se deu a partir do século XX com o prédio Martinelli de 1929, com concreto pigmentado, Edifício A noite, no RJ de 1928, Edificio Itália, em SP de 1959. O concreto foi utilizado somente como estrutura até o fim da Segunda Guerra Mundial, tendo em vista a necessidade urgente de construção mais veloz e custos mais baixos, até arquitetos como Frank Lloyd Wright, Walter Gropius, Alvar Aalto e Le Corbusier, usarem deste material para projetos de obras com expressão arquitetônica que valorizavam a textura e plasticidade.
ico do Concreto A partir de Unité d´Habitation de Marselha de 1949, Le Corbusier expôs o concreto na fachada com marcações das fôrmas de madeira, adotando técnicas da arquitetura brutalista que viriam a ser de grande relevância mundialmente. A arquitetura brutalista no Brasil inicia-se na década de 50 em obras em São Paulo e Rio de Janeiro, onde arquitetos como Vilanova Artigas, Lina Bo Bardi, Hans Broos, Paulo Mendes da Rocha, Ruy Ohtake (SP) e Affonso Reidy, Lúcio Costa, Oscar Niemeyer e outros. Ocorre juntamente com a construção de Brasília, considerada um marco importante para a arquitetura e urbanismo, a capital foi construída em pouco tempo e apresentou inovação técnica e estrutural na criação de formas ousadas e vãos grandes com o uso do concreto armado.
Mesmo com o fim do brutalismo na década de 80, o uso do concreto aparente continuou, passou a ser incorporado em outros estilos arquitetônicos até os dias atuais, onde exploram as potencialidades máximas do material e inovam cada vez mais sua produção para melhor duração, acabamento, qualidade e sustentabilidade. O concreto aparente é usado em qualquer tipo de edificação, seja institucional, educacional, cultural, comercial, entre outros; Vale para obras simples como também para as de maior porte. Entre suas vantagens estão a economia, visto que dispensa emboço, reboco e revestimentos, é de fácil manutenção, grande durabilidade e permite construção em qualquer formato. Hoje, traz características estéticas contemporâneas e elegantes, com a sobriedade da cor cinza.
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Biblioteca Nacional de Buenos Aires Arquitetos: Clorindo Testa, Francisco Bullrich e Alicia Cazzaniga Localização: Bairro Recoleta, Buenos Aires, Argentina Ano do projeto: 1961
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AguiarBuenosAires
A Biblioteca Nacional de Buenos Aires foi um projeto de parceria entre os arquitetos Alicia Cazzaniga, Francisco Bullrich e Clorindo Testa, ganhador de um concurso em 1961 entregue somente em 1969 e inaugurado em 1993, obteve algumas modificações em ajustes de medidas e abolição dos brises da sala de leitura, sem modificar o partido arquitetônico. A obra se dá por um edifício de forma intrigante, que foi até mesmo comparado com um animal pré-histórico, elevado do solo para melhor se adequar a topografia e deixar o térreo livre para a passagem de pedestres e aproveitarem o entorno arborizado junto a Praça do leitor. A disposição interna foi projetada para ser facilmente entendida de fora da edificação; são seis pavimentos que compõem nove salas de leitura, auditório e uma esco8 | Concreto Aparente
la de bibliotecários, além de quatro pavimentos enterrados, sendo que três servem para depósito de livros e podem sofrer alterações de tamanho no sentido longitudinal. O salão de leitura é elevado por cabos metálicos e permite a visualização do Rio da Prata e seu entorno. Há uma sala onde estão guardadas obras raras e de grande interesse histórico, chamada sala do tesouro e outra que também se destaca como diferencial é a sala de leitura para cegos. Em 2011 foi instaurado o museu do livro e da língua anexado à biblioteca, contendo espaço para atividades culturais e exposições ao público, em 2014 foi inaugurado o Mirante da Memória, uma homenagem ao presidente da Argentina por três vezes, Juan Domingo Perón e sua esposa.
Acervo UrbiPedia
WikiArquitectura
Acervo UrbiPedia
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WikiArquitectura
Croqui do Arquiteto
WikiArquitectura
Dissertação de Mestrado – Cassandra Salton Coradin.
Site oficial da Biblioteca Nacional
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“Vou organizando as coisas em função do que me foi solicitado, sempre confrontando meu traçado com o que o lugar me permite e me condiciona - preexistências naturais ou construídas, por exemplo -, numa tensão entre o que desejo e o que existe. Crio, assim, uma espécie de problema produtivo, no qual intenção e preexistências vão estabelecendo um contraponto.”
Clorindo Testa nasceu em 1923 em Nápoles, na Itália e mudou-se para a Argentina com alguns meses, estudou e formou-se em arquitetura na Universidade de Buenos Aires no ano de 1948, e logo após, trabalhou para o desenvolvimento urbanístico de sua cidade, em um escritório criado com base em Le Corbusier. Atuou como arquiteto e pintor e na década de 50 ganhou notoriedade, recebendo prêmios e importância para a arquitetura Argentina. A primeira fase de sua carreira é marcada
pela grande semelhança com as obras de Le Corbusier, devido ás formas, funções e uso do concreto aparente. Em 1976, se tornou membro da Academia Nacional de Bellas Artes. Um dos pioneiros da arquitetura brutalista faleceu em 2013, aos 89 anos. Entre suas obras de maior destaque estão o Banco de Londres (Buenos Aires), Biblioteca Nacional (Argentina) e o Centro Cultural de Buenos Aires.
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Centro Roberto Garza Sada de Arte Arquitectura y Diseño Arquiteto: Tadao Ando Localização: Monterrey, México Ano do projeto: 1995
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O Centro Roberto Garza Sada, de Arte, Arquitetura e Design (CRGS), fica na Universidade de Monterrey, no México. Foi questionado por algumas pessoas o porquê da escolha de um arquiteto de outro país para realizar a obra que demonstra o design contemporâneo no México e essa resposta é dada pelo fato de existirem semelhanças entre a sensibilidade da arquitetura latino-americana e a de Tadao, podendo ser comparada até mesmo com a arquitetura de Luis Barragán, por serem poéticas, minimalistas e sensoriais. O volume é de concreto aparente, assemelha-se com as montanhas que compõem a paisagem e possui 99 metros de comprimento por 27 de largura, possui seis andares, sendo que cada andar possui pé direito duplo de 5,4 metros de altura. A obra quase brutalista, traz impressão de leveza devido ao vão de 100 metros, que cria forma de uma entrada diagonal que 14 | Concreto Aparente
segundo Tadao, é o “Portão da Criação”, o qual levará os alunos a uma jornada de criatividade, formando diversos talentos. O concreto estriado cria jogos de luz e sombra, as janelas em fita por sua vez, trazem referências a Le Corbusier e criam contraste com a verticalidade das rochas ao fundo. Todo o edifício é projetado para ter eficiência energética, recebendo luz e ventilação natural e sistemas automotivos de persianas que reagem à movimentos e raios solares. No primeiro e o segundo pavimento, situados acima do térreo livre, há espaços digitais, no terceiro estão as salas de fotografia, no quarto espaços para produção de modelos e o último é para o curso de moda. Fazem parte da disposição dos espaços também, dois anfiteatros, um meio círculo e outro um quarto, com aberturas ao exterior, criando arquibancadas ao ar livre.
Cortes e Elevações
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Planta Sexto Pavimento
Planta Quinto Pavimento
Planta Quarto Pavimento
Planta Terceiro Pavimento
Planta Segundo Pavimento
Planta Primeiro Pavimento Fotos e Imagens: Blog Arquitete
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“Quando projeto edifícios, penso tanto na composição global como nas partes de um corpo e como estas se encaixam. Além disso, penso em como as pessoas se aproximam da construção e a experiência deste espaço...Se oferecemos às pessoas o nada, elas podem refletir sobre o que pode ser feito a partir do nada.” Tadao Ando Nascido em 13 de setembro de 1941, em Osaka, no Japão, trabalhou como lutador de boxe e caminhoneiro, se interessava por canteiros de obras quando jovem e já projetava modelos de casas pequenas e móveis. Não se formou em arquitetura, estudou por conta, fazendo viagens pela Europa e América do Norte, assim, Tadao misturou conhecimentos estudando os arquitetos modernos Le Corbusier, Mies van der Rohe, Alvar Aalto, Frank Lloyd Wright e Louis Kahn, e a arquitetura sensível japonesa. Em 1969 começou a exercer a profissão de arquiteto e dez anos após, recebeu o Prêmio Anual do Instituto de Arquitetura do Japão. Atuou como profes-
sor nas universidades dos Estados Unidos entre 1987 a 1990, sendo que cinco anos depois foi premiado com o Pritzker. Tadao é um arquiteto reconhecido internacionalmente por ser um dos que projetam edificações essencialmente sensoriais e transformando o concreto em algo suave. Cria ambientes pensando nas relações que ali serão vividas, além da interação com a natureza.
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Paróquia Pessoal Alemã São Bonifácio Arquitetos: Hans Broos Localização: R. Humberto I - Vila Mariana, São Paulo - SP, Brasil Ano do projeto: 1965
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Camila FalcĂŁo
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Gabriela Barbi
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Victória Brizolla
A paróquia está implantada no bairro da Vila Mariana na cidade de São Paulo. Seu volume flutua há quatro metros e meio do chão elevando-se sobre os telhados das casas através de quatro pilares esbeltos, recuados em relação à fachada principal tocando-o apenas pelo lado de fora. Desloca-se do alinhamento das residências e da rua, com um grande platô, elevado da calçada cria um mirante e um pátio. Com o desnível do terreno de pouco mais de quatorze metros Broos aproveita e coloca três andares abaixo desse platô, neles com dormitórios para hospedes, biblioteca, moradia para padres, asilo, ambulatório, enfermaria, consultório, sala de reunião, ambientes auxiliares e salão de conferencia, com pé direito de três metros.
Victória Brizolla Gabriela Barbi
Acima da rua avista-se a igreja com pé direito duplo de pouco mais de seis metros tem seu ambiente interno simples e preenche o espaço com áreas iluminadas e sombreadas. As vigas, que estão a 1,80m de distancia entre si, escondem aberturas zenitais que permite a entrada de luz natural, sabiamente administrada, ao longo das paredes laterais e é intensificada sobre o altar. O projeto de São Bonifácio é concebido em volume e traços essenciais, o volume corpulento da igreja é contraposto a esbeltez dos pilares, a delicadeza da rampa e sua cobertura, a rustilidade, o vidro que envolve a rampa e a torna um convite para entrar. Mesmo sem a procura de uma linguagem estrutural, a arquitetura se torna toda estrutural. Com paredes laterais pensando com vigas de 20cm de largura, o volume suspenso da igreja é sustentada por quatro esbeltos pilares que se sobressaem, na parte externa, em 50cm da parede. O volume da igreja até a altura do campanário possuem uma configuração em ritmo vertical de 1:2:1, na fachada lateral os apoios fazem um ritmo longitudinal de 1:3:1 a partir dos balanços e vão central.
ArchDaily Concreto Aparente |
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Gabriela Barbi
ArchDaily
As imagens mostra a antiga cruz metรกlica e suspensa que foi trocada por uma nova, vinda especialmente da Alemanha.
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Camila FalcĂŁo
VictĂłria Brizolla
A igreja antes de sua reforma era toda texturizada como continuam sendo suas vigas (imagem abaixo). Seu interior foi lixado e tratado com verniz para uniformizar essas texturas.
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Implantação Sem Escala Corte Sem Escala
Planta Sem Escala
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ArchDaily
Corte Sem Escala
“As notícias sobre a arquitetura brasileira eram tão convincentes que resolvi conhecer de perto essas experiências” Hans Broos.
Hans Broos é um arquiteto de origem alemã radicado no Brasil. Nascido no dia 10 de outubro de 1921 em Gross-Lomnitz, hoje território eslovaco, formou-se na Universidade Técnica de Braunschweig, Alemanha, em 1948 com engenheiro-arquiteto. Nessa mesma universidade é nomeado assistente do Professor Friedrich Wilhelm Kräemer, na cátedra de Grandes Composições. Broos que já tinha conhecimento da produção arquitetônica brasileira e o uso do novo material: concreto armado decide vir morar no Brasil, tinha a opinião de que este jovem país apresentava ambiente ideal para novas idéias, nova arquitetura. Quando fez este comentário, fez alusão ao catálogo da exposição Brazil Builds, do MoMA – Museu de Arte Moderna de Nova York, realizada em 1943, no qual apresentava a tradicional e a nova arquitetura brasileira, através da ilustração do edifício-sede do antigo Ministério de Educação e Saúde (19371942), do arquiteto e urbanista Lúcio Costa e sua equipe, o marco precursor desta arquitetura.
Angelina Wittmann
Em 1953, com 33 anos de idade, muda-se definitivamente para o Brasil instalando-se em Blumenau. Também viveu vários anos no Rio de Janeiro, e lecionou na Faculdade Nacional de Arquitetura. A partir da obra de São Bonifácio, possivelmente a primeira construída em São Paulo, Broos muda-se definitivamente para lá, em 1968. Faleceu no dia 23 de agosto de 2011, em Blumenau, aos 89 anos. Broos realiza aproximadamente 400 projetos no Brasil e cerca de 100 obras construídas. Sua produção abrange obras religiosas, industriais, edifícios públicos, projetos urbanísticos e residenciais. Concreto Aparente |
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Centro Cultural Jabaquara Arquitetos: Shieh Arquitetos Associados Localização: R. Arsênio Tavolieri, 45 - Jardim Oriental, São Paulo - SP, 04321-030, Brasil Arquitetos Principais: Shieh Shueh Yau (Shieh Arquitetos Associados) em parceria com arq. Gustavo Neves da Rocha Filho Paisagismo: Rosa Kliass Ano do projeto: 1977
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Gabriela Barbi
Integrado no Projeto CURA/ Jabaquara, a revitalização do monumento histórico constituiu na criação de espaços abertos e fechados para a implantação no local das diferentes atividades culturais da Secretaria Municipal de Cultura, representada por cinco departamentos: o Departamento de Bibliotecas Infanto-Juvenis, o Departamento de Bibliotecas Públicas, o Departamento do Patrimônio Histórico, o Departamento de Informação e Documentação Artística e o Departamento de Teatros.
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O projeto tem como objetivo valorizar a Casa-Sede do Sitio da Ressaca. A Casa-Sede do Sitio da Ressaca trata-se de uma construção de taipa de pilão, construída no início do séc. XVIII. Após restaurado o edifício histórico e a paisagem, com sua implantação voltada para uma visibilidade e valorização do monumento, proporciona uma diferenciação fácil de acessos e tratamentos das áreas em relação à Casa-Sede. O Centro Cultural do Jabaquara desenvolve, atividades próprias de uma biblioteca pública e outras como palestras e exposições, ligadas à artes cênicas, à musica, ao teatro de bonecos, à projeção de filmes e slides, ao ensino das artes plásticas e à fotografia, e cursos de culinária, artesanato todos dedicados à comunidade de bairro.
Victória Brizolla
Para a implantação do projeto foi analisada as dimensões do edifício histórico, a topografia acidentada do terreno, a escassez de equipamentos ligados à cultura na região, o alcance limitado de um pequeno museu histórico e a possibilidade de se criar uma futura identificação cultural na paisagem urbana local. O fato de uma parte do pavimento térreo ser subterrâneo permitiu que o prédio pareça ter apenas um pavimento, evitando um confronto com as dimensões da Casa-Sede. O edifício tem na verdade três pisos, contando com a laje da cobertura.
ShiehArquitetos
O edifício permite três possibilidades de acesso, podendo atingir em qualquer um dos pisos. No primeiro fica a portaria, considerado o principal. No segundo fica o hall da biblioteca, paralelo a ela está ligado ao terreno da mesma cota do monumento. E o terceiro fica a cobertura onde é ligado ao terreno por uma passarela tendo uma função de mirante e proporcionando ampla visão sobre o monumento. Todos os três pisos são interligados por uma escada no lado externo permitindo que o edifício seja usado como uma ligação entre as ruas Arsênio Tavolieri, nadra raffoul mokodsi e Av. Francisco de Paula Quintanilha Ribeiro. Gabriela Barbi
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Fonte das Imagens: ShiehArquitetura
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Camila Falcรฃo
Gabriela Barbi
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Um escritório de arquitetura que está em São Paulo desde 1976, atualmente os sócios são Shieh Shueh Yau, Leonardo Shieh, Irene Shieh e Kathia Shieh. Desenvolvem projetos especiais em escalas variadas desde pequenas casas até grandes planos urbanos e atuam também como administradora da execução da
obra. É ceconhecida por seus trabalhos publicados e premiados no Brasil e no exterior, a SAA aborda a arquitetura através do entendimento das necessidades do cliente, do local e da técnica construtiva adequada.
Shieh Shueh Yau Sócio-fundador do escritório, tem participado de todos os projetos realizados nos últimos 40 anos. Alguns de seus projetos mais importantes são: Centro Cultural Jabaquara (1980), Universidade São Judas Tadeu (1985), Fábrica Doceira Ofner (1986), Templo Budista Zulai (2003) e Centro Social Hakka (2005). Shieh Shueh Yau é Arquiteto e Urbanista formado pela Universidade de São Paulo (FAU-USP 1975).
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Leonardo Shieh Se tornou associado do escritório em 2006, quando completou um intenso ciclo de treinamento nos EUA. Entre 2002 e 2004, trabalhou em Nova Iorque com Rafael Viñoly Architects em importantes projetos, como por exemplo, a proposta do novo World Trade Center e o Centro de Nanotecnologia da Universidade da Califórnia. Em 2006, recebeu o título de Mestre de Arquitetura em Desenho Urbano pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT). Com seu projeto da Casa Dias, recebendo um dos prêmios Jovens Arquitetos, organizados pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) em 2007. Em 2009, recebeu o mesmo prêmio com o projeto da Casa na Serra da Cantareira.
Irene Shieh É formada em Design de Interiores pela Escola Panamericana de Arte (1989) e em Arquitetura e Urbanismo pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo (1997). Associada ao escritório desde 1992. Com uma ampla vivência com o universo de mobiliário e materiais permite a elaboração de elegantes e confortáveis ambientes, desenvoltos de luz, texturas e cores.
Kathia Shieh É arquiteta e urbanista formada em 2005 pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP). Possui também formação técnica em edificações pela Escola Técnica Federal de São Paulo, concluido em 1999. Entre 2007 e 2009, trabalhou no escritório nova-iorquino de Rafael Viñoly, um dos mais destacados arquitetos do mundo. Colaborou em importantes projetos como o Laboratório de Pesquisas da Universidade do Texas, o Hospital Universitário de Stanford na Califórnia, o Hospital da Universidade de Chicago, e no Complexo Mina Zayed em Abu Dhabi. Concreto Aparente |
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Praça das artes Arquitetos: Brasil Arquitetura – Francisco Fanucci, Marcelo Ferraz com Marcos Cartum (Secretaria Municipal De Cultura) Localização: Avenida São João, 281 – Centro de São Paulo – SP, Brasil Área: 28500.0 m² Ano do Projeto: 2012 Paisagismo: Raul Pereira Paisagismo Construtora: Consórcio Construcap/Triunfo Restauro: Kruchin Arquitetura
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Gabriela Barbi
Essa obra da Secretaria Municipal de Cultura foi planejada como um anexo do Teatro Municipal para abrigar a sede de corpos artísticos da cidade, ser escola de música e dança e centro de documentação musical. Se encontra no centro histórico de São Paulo, entre o Vale do Anhangabaú, a Rua Conselheiro Crispiniano e a Avenida São João, onde não coincidentemente também se encontra o edifício do Antigo Conservatório Dramático Musical de São Paulo, importante marco histórico e arquitetônico que possui uma sala de concertos que estava inutilizada há décadas. Sala de Concertos restaurada com o lustre Urucum, inspirado no fruto de mesmo nome.
Victória Brizolla
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Praça das Artes junto ao Antigo Conservatório Dramático Musical de São Paulo.
O local escolhido, por ser em uma área já consolidada e repleta de importantes vizinhos como: Cine Cairo, O Edifício Comercial CBI-Esplanada e também o Edifício Martinelli; fez os arquitetos pensarem em uma maneira de requalificar a área de modo a estabelecer um diálogo entre eles, uma vez que as atividades profissionais e educacionais presentes na Praça das Artes está diretamente ligada a funções de caráter público, de convivência e vida urbana.
ArchDaily
Mudança de cor na fachada afim de estabelecer uma relação com o Edifício Martinelli que se encontra ao outro lado do Vale do Anhangabaú.
O gigante de Concreto Aparente possui um térreo completamente livre, formando uma grande praça por onde podemos circular. No primeiro andar, encontra se uma área de convivência, constituída por uma sala de recepção, um grande restaurante-café e o acesso a sala de concertos restaurada do antigo Conservatório Musical. Nos demais pavimentos, estão distribuídas as salas de aula, cada uma pensada minunciosamente para estarem completamente isoladas acusticamente das demais.
Vão livre onde o público pode parar para ler algo ou simplesmente caminhar.
Gabriela Barbi
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Detalhe do forro colorido assinado pelo artista plástico Edmar de Almeida no restaurante-café do primeiro pavimento na área de convivência.
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No edifício Corpos Artísticos, que teve sua inauguração oficial em dezembro de 2012 mas continua inacabado por trocas de gestão política, possui lajes duplas separadas por um sistema de molas e alavancas criando um colchão de ar que associado a forros de lã, isolam os andares impedindo que qualquer vibração sonora seja transferida.
A disposição aleatória das aberturas na fachada, além de quebrar a monotonia do concreto lembram uma enorme partitura a céu aberto.
Vitruvius
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Croqui da parte inacabada mostrando o edifício do Corpos Artísticos que incorporou a fachada preservada do antigo cine Cairo.
Essas soluções de isolamento acústico estão em todas as áreas técnicas do edifício, desde a arquitetura até sua estrutura, resultando num conjunto com tecnologia jamais vista no País. Essa questão justifica também os materiais de sua fachada, na qual o concreto divide o espaço com vidros fixos adesivados em caixilhos especiais, afim de impedir que ruído externos atinjam o interior do edifício.
ArchDaily
ArchDaily
Para a execução da obra foram necessárias medidas para lidar com um solo ruim, de lençol freático raso e fundações de edifícios vizinhos. Foi feita uma fundação semelhantes as quais são utilizadas
para conter terremotos, com estacas de até 15 metros de profundidade fincadas no chão, segurando o prédio em rochas sólidas impedindo que ele se desloque com a água.
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Planta do TĂŠrreo
Planta do Primeiro Pavimento
Planta segundo pavimento
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Corte A
Corte B
Corte C
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Brasil Arquitetura
O escritório que foi fundado no ano de 1979, além de realizar projetos de arquitetura e urbanismo, trabalha também com recuperação e restauro; e desenho industrial para diversos setores como: residências, restaurantes, lojas, indústrias, edifícios direcionados ao lazer, de uso público e institucional. O Brasil Arquitetura, conta com uma marcenaria (Marcenaria Baraúna), criada por seus arquitetos em 1986, para a execução de seus projetos de mobiliário e outros objetos em madeira.
Marcelo Ferraz: Sócio fundador do escritório Brasil Arquitetura, formado pela FAU-USP em 1978, foi colaborador de Lina Bo Bardi de 1977 a 1992, período no qual participou de seus projetos dos quais se destaca o Sesc Pompéia. Foi também, em 2002, colaborador de Oscar Niemeyer. De 1992 a 2001, dirigiu o Instituto Lina Bo e P. M Bardi e o programa monumenta do Ministério da Cultura para recuperação de cidades históricas, entre 2003 e 2004. Lecionou, em 2006, no Washington University em Saint Louis, como professor convidado. Atualmente é professor da Escola da Cidade, em São Paulo. Em 1992, publicou o livro Arquitetura Rural na Serra da Mantiqueira, e em 2011, o livro Arquitetura Conversável.
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Francisco Fanucci: Sócio fundador do escritório Brasil Arquitetura, onde tem realizado diversos projetos premiados no Brasil e no exterior, dos quais se destacam: O Bairro Amarelo, em Berlim na Alemanha; o Museu Rodin Bahia, em Salvador na Bahia; O Museu do Pão em Ilópolos, Rio Grande do Sul e a Villa Isabella, em Hanko na Finlândia. Formado pela FAU-USP em 1997, publicou “Francisco Fanucci e Marcelo Ferraz – Brasil Arquitetura” através da editora Cosac Naify em 2005. Possui diversos projetos de mobiliário em madeira, comercializados pela Marcenaria Baraúna. É professor na Escola da Cidade em São Paulo, desde 2002. Teve projetos selecionados para apesentar no Tokyo Museum em 2008, Centro Universitário Maria Antônia em 2009, Museu Anderson Roma em 2009, Casartac Turim (2010), ENSA Paris Malaquais em 2010 e na Bienal Panamericana de Quito em 2010.
Secretaria Municipal da Cultura Marcos Cartum: Arquiteto, trabalha na Secretaria Municipal da Cultura de São Paulo. É autor de obras como o Monumento ao Migrante Nordestino e a Praça Memorial 17 de Julho, em São Paulo.
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Centro Cultural Porto Seguro Arquitetos: São Paulo Arquitetura – Yuri Vital, Miguel Muralha Localização: Campos Elísios, São Paulo – SP, Brasil Área: 3800.0 m² Ano do Projeto: 2016
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Victória Brizolla
O projeto foi apresentado num concurso, concorrendo com outros sete escritórios de arquitetura, pensado para um terreno muito menor. Após sua aprovação pela presidência do Porto Seguro descobriu se que um canteiro de obras, antes tido como propriedade do prédio vizinho era na verdade da companhia de seguros, e o mesmo foi incorporado ao Espaço Cultural. A arquitetura que tinha como proposta revitalizar a área urbana da região, localizada nos Campos Eliseos, área central da cidade, é por si só um convite ao público com suas grandes entradas, livre de qualquer barreira física, com dobras que orientam o percurso e desperta a curiosidade de quem a vê.
Victória Brizolla
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A região conhecida como “Cracolândia”, repleta de casarões abandonados e palco de intensos problemas sociais se transformou com a chegada do novo equipamento cultural. Projetado para abrigar as mais variadas expressões de arte contemporânea como exposições, ateliês, cursos, workshops, simpósios, feiras, festas e festivais; possui um interior extremamente flexível para atender diversos usos e em diferentes escalas. Os espaços expositivos dividem espaço com áreas de apoio como administração, curadoria, salas de aula e sanitários. Além disso, são usadas dobras afim de fazer essa divisão, orientar os acessos e garantir a qualidade acústica, derrubando a imagem tradicional de uma galeria de arte. O concreto de inusitadas formas vem acompanhado de elementos revestidos de
madeira e vidro, de maneira intercalada.
ArchDaily
As paredes não paralelas dissipam a onda mecânica da voz, resultando numa ótima acústica ao espaço.
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Detalhe da rampa modificada para uma exposição.
Gabriela Barbi
Detalhe da rampa original.
ArchDaily
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Sua fachada inusitada trabalhada de vidro com uma segunda pele de elemento vazado de concreto com madeira atende a necessidade de alguns espaços de iluminação e ventilação. Há uma praça pública que interliga o Espaço Cultural a outros equipamentos relevantes como o restaurante e a loja do local e também cria espaços alternativos para fazer exposições ao ar livre. O uso do concreto armado para a construção do edifício foi de extrema importância para a plasticidade do mesmo, além de ser uma técnica muito usada e conhecida pela mão de obra local e que exerceu grande influência na Arquitetura Moderna Brasileira. Porém, sendo um material que quando esquenta continua emanando calor, exigiu cuidados diferenciados para as fachadas e interferiu na orientação das mesmas dos blocos técnicos e de exposição. Sua fachada inusitada trabalhada de vidro com uma segunda pele de elemento vazado de concreto com madeira atende a necessidade de iluminação e ventilação das salas técnicas, enquanto à frente da Alameda Nothmann, o edifício de concreto controla a temperatura garantindo um bom espaço para exposições.
Camila Falcão
Gabriela Barbi Victória Brizolla
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Aberturas que permitem a entrada indireta de luz natural ao espaรงo expositivo, nรฃo prejudicando as obra.
ArchDaily
Aberturas para entrada de luz natural nas รกreas administrativas.
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São Paulo Arquitetura Fundada em 2012 da associação de dois escritórios de jovens arquitetos formados pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Mackenzie; Miguel Muralha e Yuri Vital.
Possuem projetos de diferentes usos e escalas, com ampla troca de experiencias e conhecimento para desenvolver novos trabalhos. Trabalham em parceria com empresas de engenharia e consultoria resolvendo multidisciplinarmente as questões projetuais. Concreto Aparente |
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Edital
Considerações Pessoais BIBLIOTECA NACIONAL BUENOS AIRES
DE
No período entre a década de 50 e 80, a Argentina, sofreu intensos conflitos políticos, onde houveram golpes militares e época da ditadura, fazendo com que a economia do país passasse por diversas crises. Nesse momento pós Segunda Guerra Mundial, na arquitetura internacional, Le Corbusier abusa do concreto armado em suas obras brutalistas, e esse material foi bem aceito pelos arquitetos argentinos devido a fácil construção, disponibilidade e baixo custo. Clorindo Testa e colaboradores projetaram não somente um edifício, como também seu entorno, aproveitaram a topografia e as árvores existentes para criar um espaço público, relacionando arquitetura e paisagem, além da conexão entre o externo e interno como pode ser observado na elevação da sala de leitura proporcionando aos usuários uma visão do Rio da Prata. Considerando os trinta e cinco anos entre o pré projeto e a construção, as mudanças foram significativas, apesar de ocorrerem transformações em dimensionamentos e elementos da fachada, o partido arquitetônico se manteve, mostrando a eficácia do projeto.
CENTRO ROBERTO GARZA SADA O Centro Roberto Garza Sada é um símbolo de design e arquitetura para a Universidade de Monterrey, onde a obra propõe a partir de seu formato, significados como entrelinhas, em que a entrada diagonal se tornará a jornada de criatividade dos alunos. Há um misto de construção e sensação. A preocupação com a integração ao entorno também está presente nesse projeto, as montanhas ao fundo acabam por fazer parte da edificação pela arquitetura. 56 | Concreto Aparente
IGREJA SÃO BONIFACIO
A Paróquia São Bonifácio se diferencia totalmente de outras paróquias devido ao seu formato de caixa de concreto aparente, não fosse a cruz na fachada, passaria despercebida como igreja. Pode-se observar que o arquiteto a projetou pensando nas características do entorno, já que há um recuo frontal garantindo isolamento dos barulhos externos e possui vão livre, para atingir o mesmo conceito usado anteriormente no Masp, porém a grade existente na frente da igreja deixa esse objetivo a desejar. Imperceptíveis a visão do observador, existem mais três pavimentos semienterrados com funções sociais e administrativas que mostram que a topografia do terreno foi bem aproveitada. O acesso ao templo se dá por uma rampa que aparenta erros de cálculo de inclinação, dificultando o percurso dos usuários que são predominantemente idosos. Além disso, mais ao fundo, há uma escada extremamente estreita e helicoidal, que mantem prejudicada a circulação dos funcionários entre o vão livre, o templo e o mezanino. Ao chegar no templo, observa-se diretamente o altar, como se fosse um ponto de fuga da perspectiva, nele há uma série de símbolos religiosos sendo a cruz o que leva maior destaque, principalmente no período da tarde, em que as aberturas zenitais enviam luz natural diretamente para lá. As vigas funcionam como uma espécie de brise que impede a luz direta. É uma estrutura muito bem projetada.
CENTRO CULTURAL JABAQUARA O Centro Cultural Jabaquara possui grande relação com a natureza ao redor, criando um am-
biente pacifico e silencioso no meio de um bairro agitado com grande concentração de meios de transportes no mesmo local: terminal metroviário Jabaquara, terminal rodoviário, grande movimentação de pedestres e aeroporto de Congonhas a aproximadamente 6km dali. No interior da edificação, o pé direito duplo juntamente com a janela em fita mostrando o verde, trazem sensação de amplitude, um local ideal para exposição. No segundo andar, o da biblioteca, destaca-se o corredor externo que cria mais um ambiente de convívio, e acima, uma cobertura de espaço livre e mirante que liga até outra parte do terreno por uma passarela, criando mais uma possibilidade de circulação, além do acesso que a escada externa propõe. Tem como objetivo a valorização da Casa Modernista Sítio da Ressaca, de importante valor histórico, levar equipamentos culturais para a região que era escassa, com biblioteca e museu e criar ambientes de convívio e lazer. A proposta foi muito bem-intencionada, porém com o passar dos anos até os dias atuais, percebe-se um certo descuido da parte externa, visto que do lado de fora do edifício, infelizmente, a vegetação que poderia ser muito melhor aproveitada, está aparentando abandonada.
PRAÇA DAS ARTES A Praça das Artes é uma edificação que foi completamente pensada para se difundir ao centro histórico de São Paulo. Inicialmente, todos os acessos dariam para as ruas do entorno, porém um dos seus braços que dariam ao Vale do Anhangabaú infelizmente estão com obras paradas, o que poderia estar sendo bem aproveitado pela população. O vão livre e a facilidade dos acessos se tornam um convite ao conjunto que serve para atividades e eventos culturais, além de agregar ao edifício do Conservatório Dramático e Musical, também de grande importância. Percebe-se que o projeto alcançou o seu objetivo, pois há uma grande diversidade de pessoas que aproveitam do local, seja para frequentar as aulas e cursos livres ou para ter um momento de
lazer no meio do centro de São Paulo.
ESPAÇO CULTURAL PORTO SEGURO A própria arquitetura do edifício propõe a divisão dos espaços que a galerias demandam, onde cada pavimento participa da exposição, criando um percurso dinâmico por meio das artes expostas, também garantem isolamento acústico do bairro barulhento em sua volta. Foi criado um espaço de convivência em que os degraus da escada que leva ao subsolo funcionam como arquibancada, esse espaço é cortado por uma rampa de grande comprimento que a ilumina a noite e garante movimento na fachada junto as ripas de madeira. Destaca-se também na fachada a reflexão do Edifício Liceus de Artes e Oficio no vidro que cobre a rampa de acesso ao mezanino, mantendo integração com o exterior e propondo reconhecimento da obra antiga ali existente. Estruturas e tubulações aparentes dão aspecto rústico e industrial e conversam muito bem com o concreto, vidro e madeira utilizados. Contudo, o edifício contemporâneo e artístico contrapõe com a realidade triste do bairro que vivencia um dos maiores problemas sociais da cidade de São Paulo, a conhecida como Cracolândia.
RELAÇÃO ENTRE AS OBRAS LATINO-AMERICANAS E BRASILEIRAS As obras latino-americanas e as brasileiras procuram explorar a potencialidade máxima do concreto, sempre buscando formas arrojadas. Tanto as modernas como as contemporâneas apresentam estilo inspirados na arquitetura brutalista, sendo que as contemporâneas demonstram uma nova personalidade ás obras. Um material usado desde milênios até os dias atuais, com tantas vantagens e após diversas construções importantes internacionalmente, merece todo o prestigio dos arquitetos. Concreto Aparente |
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Entrevista Entrevista com Gabriel Regino, da empresa GR consultoria. A empresa trabalha há quase uma década com o concreto aparente com valor arquitetônico, participando direta e indiretamente de algumas dezenas de obras do tipo, de diferentes escritórios de arquitetura e soluções pelo Brasil. Quais as novidades/tendências do concreto para 2017? Esteticamente cores, texturas e ângulos. Tecnicamente aditivos dos mais variados, majoram o desempenho em distintas características técnicas como a redução da permeabilidade, a colmatação de fissuras, a majoração de resultados (à compressão, tração, módulo) entre outros. Quais as vantagens e limitações em executar um projeto com concreto? Vantagens podem ser elencadas da estética à praticidade do processo, e como limitação é difícil sacramentar, pois pode demandar atenção ao conforto térmico-acústico em alguns casos. Quais materiais mais combinam com o concreto aparente? Madeira, metálica e tijolo cerâmico. De quanto em quanto tempo é necessário realizar a manutenção das fachadas? E como ela é feita? A limpeza vai do gosto pessoal, mas pode-se dizer um a dois anos. A reaplicação de produto de proteção depende do tipo e de sua garantia. Pode ser de 1 à 15 anos. A limpeza é feita com lavadora de alta pressão e detergente neutro.
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Qual a técnica mais utilizada em seus projetos? A utilização de hidro-óleofugantes tendo-se como foco na óleofugancia repelir monóxido e dióxido de carbono (poluição). Somente produtos por impregnação; nunca participei de obras com verniz. Existe uma vertente de impermeabilização “subcutânea” que penetra 2 cm na pele do concreto, também, e forma um gel. Penetron, Radcon e Evercrete são exemplos de empresas com esses produtos. Em questão ao valor, o concreto é barato? Depende de alguns fatores, inclusive a comparação. Barato em se comparado ao que? À uma pintura, é mais caro. Ao final, não vejo como um material caro pois tende a eliminar etapas em se comparado a alguns revestimentos. E tudo depende do projeto, do gosto, enfim…! Qual conselho você daria para quem escolhe esse material para realizar seu projeto? Não siga a moda. Use porquê realmente gosta. Pesquise. Contatos: Website: http://grconsultoria.co/ Instagram: grconsultoria
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Arquitetos: Hans Broos Localização: R. Humberto I - Vila Mariana, São Paulo - SP, Brasil Ano do projeto: 1965 Foto: Camila Falcão
Paróquia Pessoal Alemã São Bonifácio
Arquitetos: Shieh Arquitetos Associados Localização: R. Arsênio Tavolieri, 45 - Jardim Oriental, São Paulo - SP, 04321-030, Brasil Arquitetos Principais: Shieh Shueh Yau (Shieh Arquitetos Associados) em parceria com arq. Gustavo Neves da Rocha Filho Paisagismo: Rosa Kliass Ano do projeto: 1977 Foto: Camila Falcão
Centro Cultural Jabaquara
Arquitetos: Brasil Arquitetura – Francisco Fanucci, Marcelo Ferraz com Marcos Cartum (Secretaria Municipal De Cultura) Localização: Avenida São João, 281 – Centro de São Paulo – SP, Brasil Área: 28500.0 m² Ano do Projeto: 2012 Paisagismo: Raul Pereira Paisagismo Construtora: Consórcio Construcap/Triunfo Restauro: Kruchin Arquitetura Foto: Victória Brizolla
Praça das artes
Arquitetos: São Paulo Arquitetura – Yuri Vital, Miguel Muralha Localização: Campos Elísios, São Paulo – SP, Brasil Área: 3800.0 m² Ano do Projeto: 2016 Foto: Gabriela Barbi
Centro Cultural Porto Seguro
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Obras Selecionadas Biblioteca Nacional de Buenos Aires Centro Roberto Garza Sada de Arte Arquitectura y Diseño Paróquia Pessoal Alemã São Bonifácio Centro Cultural Jabaquara Praça das Artes Centro Cultural Porto Seguro
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Editora Arquitetura Aparente Rua Dr Álvaro Alvim, 90 - São Paulo, SP CEP 04018-010