FAUTL – MESTRADO INTEGRADO EM ARQUITECTURA – CONSERVAÇÃO, RESTAURO E REABILITAÇÃO – PROFESSOR JOSÉ AGUIAR “Em 1848 Portugal vê fundado o primeiro hospital psiquiátrico, o Hospital de Alienados em Rilhafoles, por iniciativa do chefe de governo, Duque de Saldanha, aproveitando as instalações do antigo Convento dos Padres de S. Vicente de Paula que foi ampliado para se adaptar às novas funções e realidade.”
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garagem
(documento de classificação da ZEP de Rilhafolles) 5
O trecho acima, refere-se ao edifício erguido na colina ao norte do Campo de Santana, freguesia da Pena, e que recebeu posteriormente o nome de Hospital Miguel Bombarda, em homenagem ao importante médico ativista do Movimento Republicanodo do 5 de outubro de 1910.
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vista aerea fonte: www.google.it
alpendre
1ª a 4ª enfermarias
Balneário D. Maria II
5ª e 6ª enfermarias
oficinas
portaria
cozinha hospital 3
abrigo
Balneário D. Maria II casa Miguel Bombarda
hospital Miguel Bombarda
edificio
Hospital Miguel Bombarda
edificios classificados
A partir da importância deste complexo arquitetônico, propomos uma intervenção de restauro e reabilitação, com foco no edifício principal do hospital, que abriga também a casa onde viveu o médico Miguel Bombarda. Para tal, sugerimos novo uso para o edifício, a partir da análise de seu caráter histórico, mas recolocando sua funcionalidade e forma, de acordo com o contexto urbano atual.
vista 3 fontes: arquivo pessoal
vista 4 fontes: arquivo pessoal
O edifício do balneário, inaugurado pela Rainha D. Maria II em 29 de Outubro de 1853, é uma pequena construção térrea com planta em forma de «U», e arcada de elegante risco. Apresenta uma curiosa conjugação de correntes estéticas de finais do século XIX: revivalismo renascentista e gótico, decorativismo português com utilização de azulejaria de fachada. O somatório de registos formais e materiais que apresenta reafirma o seu carácter ecléctico e consequente vínculo ao gosto da época. Edifício inovador para a época, foi o primeiro edifício especificamente construído para assistência hospitalar psiquiátrica em Portugal, com ele se introduziram os banhos terapêuticos — hidroterapia utilizados em psiquiatria. Exprime a histórica mudança de atitude, verificada no século XIX, da sociedade e da medicina perante os doentes mentais.
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Antigo convento dos padres de S. Vicente de Paulo, o edifício do século XVIII então conhecido por Convento de Rilhafoles foi utilizado em 1829 para alojar a recém fundada Missão de Portugal da Companhia de Jesus. Poucos anos mais tarde, e no seguimento do decerto de extinção das ordens religiosas de 1834, ainda aí funcionou o Colégio MIlitar. Foi transformado em hospital para doentes mentais pelo marechal Duque de Saldanha, que fundou o Hospital de Alienados de Rilhafoles em 1848, e recebeu o seu nome actual em homenagem ao Dr. Miguel Bombarda, ilustre médico e director da instituição, activista do movimento do 5 de Outubro de 1910, assassinado na véspera dos eventos.
vista 1 fontes: arquivo pessoal
vista 2 fontes: arquivo pessoal
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edificio do projeto
Atualmente o complexo já foi quase totalmente desativado enquanto hospital psiquiátrico. E deixa como legado anos e anos de história de evolução do tratamento de doentes mentais, além de um acervo de quase 4000 obras de arte bruta (ou outsider art) produzidas pelos internos do Hospital, durante terapia.
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pavilhão de segurança
Posteriormente, o Hospital Miguel Bombarda transforma-se num complexo de edifícios, que se estende por sobre a antiga “Quinta de Rilhafolles”, do qual podemos destacar como elementos de relevência histórica e social: o já citado edifício principal (antigo convento de Rilhafolles); 5ª e 6ª enfermarias, balneário D. Maria II (1853), Pavilhão de Segurança (1853), sendo estes dois últimos classificados como conjunto de interesse público.
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depósito
balneário D. Maria II fontes: arquivo pessoal
Pavilhão de segurança
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O Pavilhão de Segurança è considerado “imóvel de interesse público” pelo IPAR. Foi construído entre 1893 e 1896, por iniciativa do Prof. Miguel Bombarda. Os bancos e os vãos das portas são arredondados, para evitar contusões em doentes agitados. Este é um dos poucos edifícios circulares panópticos do mundo, antecipando muitas soluções fomais do design industrial e da arquitectura dos anos 20 e 30 do século XX (cfr. FREIRE, 2009)
fachada lado sul do hospital M. Bombarda fonte: arquivo pessoal
exposicao no hospital fonte: arquivo pessoal
vista 5 fontes: arquivo pessoal
pátio interior fontes: arquivo pessoal
ligacao Panóptico/Hospital M. Bombarda
espaco de transição
vista 6 fontes: arquivo pessoal
entradas/saidas
distribução do espaço interno em celas
preservar a circulação vertical
manter as fachadas do edifício
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entrada/saida do museu
distribução fragmentada do espaço x°
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inclinação do pátio
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espaço de transição
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diferente material construtivo
NÃO BOMBARDEIEM O MIGUEL BOMBARDA - ARTE BRUTA NO MUSEU Autores: Camila Matos 20108168, Carolina Fonteles 20108170, Cibele Bonfim 20108169, Francesca A. Scapoli 20108103