CADERNO LAR 2015 SENAC

Page 1

LAR

T E T O

PROJETO

Laborat贸rio de Arquitetura Respons谩vel



comunidade foto por Aline Vonsovicz, jornalista voluntรกria do CAV


CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC | SANTO AMARO ARQUITETURA E URBANISMO LAR | LABORATÓRIO DE ARQUITETURA RESPONSÁVEL SÃO PAULO | SP DEZEMBRO 2015


AGRADECIMENTOS Agradecemos ao Centro Universitário SENAC pelo apoio ao desenvolvimento desta pesquisa. À Organização Não governamental TETO por disponibilizar informações e material para a condução da pesquisa. À Profª. Valéria Fialho e Coordenação do curso de Arquitetura e Urbanismo pelo suporte ao projeto de pesquisa, à Coordenação de Parcerias, Intercâmbios e Projetos Socioambientais pelo apoio e acompanhamento no desenvolvimento desta atividade. Ao Prof. Ms. Ralf Flôres que acompanhou a construção do protótipo no Centro Universitário Senac, ao Prof. Marcelo Suzuki pela consversa sobre a contrução e a Profª. Anarrita Buoro pelas conversas sobre conforto. Aos parceiros do TETO Marcel Boccia, Denis Pacheco, Phillipe Hannequart, Julio Lima que disponibilizaram material da instituição e nos ajudaram na construção do protótipo e à equipe do Senac de segurança, jardinagem e técnicos da oficina do Senac, Luiz Ricardo Santos Silva, Felix Dias, Lourenço Amaral , Antônio Lopes e Lucas Escardovelli. À Profª Ms. Marcella Ocke que nos orientou e acompanhou ao longo deste trabalho, nos incentivando e compartilhando experiências e conhecimento.


protótipo CASA “L” ECOHOUSE foto por LAR 2015




SUMÁRIO INTRODUÇÃO

11

PESQUISAS INICIAIS

15

PRIMEIRAS PRODUÇÕES maquetes estudo de layout

27 29 33

AVALIAÇÃO PÓS OCUPAÇÃO

37

CASA “I”: PÓS OCUPAÇÃO

47

ATIVIDADES COMPLEMENTARES

53

ECOHOUSE ecohouse relatos sobre a construção problematização do manual e construção

57 59 60 64

AVALIAÇÃO DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

69

DIRETRIZES PARA PROJETOS FUTUROS

89

BIBLIOGRAFIA

97

EQUIPE LAR

101

09


10


INTRODUÇÃO O Senac acredita no poder transformador da educação e na relação ensino, pesquisa e extensão. Dentro deste contexto o Projeto de Extensão Universitária é um conjunto de ações, com duração determinada, de caráter educativo, social, tecnológico, artístico ou científico, com objetivo específico, a curto e médio prazo, que visa fomentar a relação entre a teoria e a prática, envolvendo a comunidade acadêmica e a sociedade. O Projeto LAR | Laboratório de Arquitetura Responsável foi criado para propor atividades de integração e educação junto às comunidades e grupos organizados que buscam orientação sobre questões relacionadas a qualquer ação coletiva, de cunho social, para promoção de melhorias na qualidade dos espaços habitados e/ou espaços públicos. Em 2015 a parceria do projeto foi com a Organização Não Governamental (ONG) TETO que atua na América Latina e no Caribe com a construção coletiva de residências emergenciais em parceria com voluntários e com as próprias famílias que vivem em condições de extrema pobreza e em áreas vulneráveis de grandes centros metropolitanos. No primeiro semestre o grupo se aproximou do TETO para conhecer melhor a instituição e entender as tipologias de moradias propostas e realizou pesquisas sobre materiais para construção das casas e tipos de construções semelhantes às executadas pela ONG para ampliar o repertório da pesquisa. Ainda nessa etapa foram elaboradas maquetes das edificações implantadas nas construções coletivas, estudos de layout e pesquisa pós ocupação em residências em uso. No segundo semestre as atividades tiveram um caráter mais prático com a implantação de protótipo em tamanho real do modelo tipo “L” de casa em parceria com um grupo de 11


alunos da Universidade de Cambridge denominado EcoHouse, uma sociedade estudantil que desenvolve produtos inovadores e sustentáveis que melhoram a qualidade de vida das comunidades urbanas em toda a América Latina. Esta atividade direcionou os trabalhos da equipe com o objetivo de identificar problemas no protótipo construído e propor diretrizes para novos modelos de moradia. O presente trabalho não esgota o assunto e também não contempla projetos de novas moradias, visto que este não é o objetivo da extensão universitária, mas apresenta um conjunto de diretrizes para futuras edificações, que poderão ser utilizados pelo TETO.

VALÉRIA CÁSSIA DOS SANTOS FIALHO MARCELLA DE MORAES OCKE MUSSNICH

12


comunidade mirandas foto por LAR 2015

13


14


PESQUISAS INICIAIS

protótipo CASA “L” ECOHOUSE foto por LAR 2015

15


16


PESQUISAS INICIAIS O 1º semestre do Projeto de Extensão Universitária LAR tinha como objetivo o estudo e pesquisa sobre a Organização TETO e quais as propostas de modelos de casa por eles construídos. A equipe do LAR foi dividida 3 grupos: materiais, TETO e ONG´s com o objetivo de iniciar as pesquisas e ampliar o repertório do grupo. Grupo Materiais O grupo ficou responsável por avaliar os materiais que são usados pelo TETO e a partir dessa pesquisa chegaram a alguns problemas relatados pelos moradores tais como: os telhados de duas águas muitas vezes escorrem água da chuva para o vizinho; piso das casas balançam muito; falta de acessibilidade; janelas não possuem vidro, ou seja, quando fechadas deixam a casa no escuro; o tamanho da casa. O grupo analisou também as ideias que estavam sendo pensadas pelas equipes de desenho, projetos e EcoHouse (parceiro do TETO no modelo da casa “L” – descrito mais adiantes) para o melhoramento da casa e da qualidade de vida tais como: mudança da madeira para outro material; colocar vidro nas janelas; paredes com madeira na horizontal entre outras. Grupo TETO O grupo ficou responsável por pesquisar sobre o funcionamento da ONG TETO relacionando indicadores, atividades e demandas das quatro sedes no Brasil, analisando números e resultados do primeiro trimestre de 2015. Essa frente de pesquisa foi importante para aproximar o TETO do grupo de extensão e auxiliou nas reflexões sobre os modelos das casas. 17


Grupo ONGs Para o grupo poder estudar e propor novas melhorias e soluções de projeto, foram pesquisadas ONGs e arquitetos com propostas semelhantes ao TETO. Entre eles estão: In, stituto Locus, Make IT Right, Shigeru Ban, Habitat for Humanity, Observatório de Favelas, Alejandro Aravena, LowConstrutores Descalzos e o Grid-abrigo de emergência. O Instituto Locus (2005) é formado por uma equipe multidisciplinar experiente no desenvolvimento e implantação de projetos integrados, onde enfrentam de maneira participativa, a multidimensionalidade dos problemas de pobreza urbana. . O Instituto tem como missão contribuir para a melhoria da qualidade de vida de indivíduos, famílias e comunidades em situação de pobreza, por meio de projetos integrados de desenvolvimento local e comunitário que incluam a promoção humana, social, econômica, habitacional, urbana e ambiental, como forma de diminuir os índices de desigualdade. A experiência adquirida na urbanização e no saneamento de diversas comunidades de baixa renda permitiu à equipe de urbanistas e arquitetos do Instituto LOCUS o desenvolvimento de uma metodologia de intervenção em áreas de baixa renda, que são formuladas a partir do amplo conhecimento e diagnóstico local, observando a identidade e particularidade de cada área. A Make it Right (2007) é uma organização sem fins lucrativos criados por Brad Pitt, depois de uma visita do ator americano ao bairro mais devastado pelo furacão Katrina, em New Orleans. O objetivo inicial era de se construir 150 casas sustentáveis voltadas para a classe trabalhadora. Até hoje já foram construídas 100 residências com o selo LEED Platinum, o maior nível de certificação oferecido pelo Green Building Council dos Estados Unidos. As casas possuem energia solar, mecanismos de redução do consumo de água e uso de materiais 18


e tecnologias de baixo impacto ambiental. Shigeru Ban propõe uma série de projetos humanitários, alguns deles: - Casas Paper Log, Japão (1995): A fundação é constituída por caixas de cerveja e são preenchidas por sacos de areia. As paredes são constituídas por tubos de papel com 4 mm de espessura e 106 mm de diâmetro, e para a cobertura foi adotada a solução e o material utilizado em barracas. O espaço de 1,8 m entre as casas é usado como área comum. Para o isolamento, uma fita de esponja à prova de água feita com adesivo é colocada entre os tubos de papel das paredes. O custo dos materiais para uma unidade de 52 m² está abaixo de US$ 2000. As unidades são fáceis de desmontar e os materiais podem ser facilmente descartados ou reciclados.

Casas Paper Log Kobe Imagens © Takanobu Sakuma 19


- Igreja de Papel, Japão (1995-2005): Este centro comunitário foi construído por voluntários da igreja, cuja casa de culto foi destruída pelo terremoto de Kobe, em 1995. A planta de (10 x 15 m) está inserida numa pele de papelão ondulado, folhas de policarbonato. Dentro deste, 58 tubos de papel (325 milímetros de diâmetro, 14,8 milímetros de espessura, e 5m de altura), foram colocados em um padrão elíptico. Este padrão é baseado em projetos da igreja de Bernini, e o espaço entre a elipse e a borda externa do local retangular forma um corredor e geram um apoio lateral. Na entrada para esta elipse, o espaçamento dos tubos de papel foi ampliado, e a fachada totalmente envidraçada para formar um espaço unificado contínuo entre o interior e o exterior.

20

Igreja de Papel Imagem © Hiroyuki Hirai


- Abrigos de Emergência de Papel para ACNUR (1999): Mais de 2 milhões de pessoas ficaram sem casa, quando eclodiu a guerra civil em Ruanda, em 1994. O escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), normalmente fornece folhas de plástico e alumínio para serem manipulados como abrigos temporários. Refugiados ruandeses venderiam o alumínio e, em seguida, começariam a cortar as árvores para usar seus ramos como apoio estrutural, contribuindo para o desmatamento já crítico. Era óbvia que materiais alternativos deveriam ser encontrados, assim, uma alternativa de baixo custo, tubos de papel, foi introduzida. A proposta foi aprovada e o desenvolvimento dos protótipos de abrigo começou. Três abrigos protótipos foram projetados e testados para maior durabilidade, avaliados pelo custo e resistência a cupins. Uma vez que os tubos de papel podem ser fabricados de forma barata e por máquinas pequenas e simples, o potencial em produzir os materiais no local reduz os custos de transporte.

Paper Emergency Shelter para UNHCR Imagem © Shigeru Ban Architects

21


- Projeto de Reconstrução pós-tsunami, Siri Lanka (2007): Este projeto de reabilitação póstsunami inclui a construção de 67 casas, uma mesquita e a plantação de árvores. Cada casa possui dois dormitórios, uma sala e um pátio coberto - que é um espaço semiaberto. Como este é um projeto de reabilitação, o baixo orçamento e a redução do período de construção são fundamentais. O material principal é um bloco de terra comprimida que está disponível no Sri Lanka, de baixo custo e que não exige mão de obra especializada. O bloco tem uma superfície irregular, de modo que pode ser facilmente interligado e construído como um LEGO. Além disso, o mobiliário também é colocado na casa. Eles são feitos de seringueira que normalmente não é utilizada como um material arquitetônico.

Projeto de Reconstrução pós-tsunami Imagem © Eresh Weerasuriya

22


- Habitação Temporária de Contêiner, Miyagi (2011): É proposto a construção de três moradias temporárias com três pavimentos feitos de contêineres. Ao empilhar esses recipientes em um padrão xadrez, o sistema cria entre eles espaços abertos e luminosos de estar. O padrão das casas temporárias emitidas pelo governo é mal feito, e não há espaço de armazenamento suficiente. São instalados armários e prateleiras embutidas em todas as casas com a ajuda de voluntários e com o fundo de doação. Isto se tornou um grande avanço e foi um precedente aos novos padrões do governo para instalações de evacuação e alojamento temporário.

Habitação Temporária de Contêiner Imagem © Hiroyuki Hirai

23


Habitat para a Humanidade Brasil (HPH Brasil) é uma organização global não governamental, sem fins lucrativos, que tem como causa a promoção da moradia como um direito humano fundamental e como meta a eliminação de todas as formas de moradia inadequada. HPH Brasil articula e apoia o desenvolvimento de comunidades, por meio de ações de construção, reforma e melhoria de unidades habitacionais; regularização urbanística e fundiária de assentamentos. Além disso, apoia os Movimentos de Luta por Moradia, participando do Fórum de Reforma Urbana e de instâncias de gestão democrática no campo do desenvolvimento urbano (conselhos e conferências), como também influencia os processos de construção das Políticas Públicas urbanas e habitacionais. O Observatório de Favelas (2001) é uma organização social de pesquisa, consultoria e ação pública dedicada à produção do conhecimento e de proposições políticas sobre as favelas e fenômenos urbanos. Sua missão é a elaboração de conceitos, metodologias, projetos, programas e práticas que contribuam na formulação e avaliação de políticas públicas voltadas para a superação das desigualdades sociais. Para serem efetivas, tais políticas têm de se pautar pela expansão dos direitos, por uma cidadania plena e pela garantia dos direitos nos espaços populares. O grupo LowConstrutores Descalzos (2012) é formado por amigos que possuíam a necessidade de ensinar oque haviam aprendido, mostrando uma arquitetura mais sustentável e simples de realizar. O objeto de conhecimento acontece através de oficinas, vivências, palestras, ou seja, qualquer veículo de comunicação e concretização de ideais. O grupo trabalha com duas frentes: a agrofloresta, onde incentivam as pessoas atendidas a realizar uma produção de alimentos com o menor impacto ambiental possível; e a bioconstrução, 24


onde casas são construídas a partir de materiais da natureza local. Só comprando material quando não é possível utilizar da natureza, porém, sempre dando prioridade aos produtores locais. LowConstrutores visita comunidades em diversos estados brasileiros, mudando o plano de ação do grupo. Ao chegar nessas comunidades, o grupo mostra aos moradores como utilizar a matéria-prima disponibilizada pela natureza para construir suas moradias. Eles acreditam que a construção convencional substituiu a construção natural, e não ao contrário. Grid – abrigo de emergência, é um abrigo que foi desenhado como um protótipo de habitação sustentável concebido como uma resposta ao tsunami em Banda Aceh, Indonésia. Configurado para atender quase todos os climas ou orientações, pode ser facilmente transportado com baixo custo para áreas mais remotas do planeta. Chegando embalado, o abrigo pode ser montado rapidamente e tem potencial de fazer uma diferença significativa quando aplicado como solução de habitação de médio e longo prazo, poderia ser usado como soluções imediatas para indústria já que se transporta para regiões de fronteiras. Mais importante, fornece um refúgio e segurança para famílias e comunidades em crise, o abrigo pode devolver para sociedades com necessidades em qualquer lugar. A estrutura tem pouco mais de dois metros de altura e é produzida com metal reforçado, apresenta um sistema de água quente solar montado no teto, tanques para coletar a agua da chuva no telhado, janelas e portas para garantir uma melhor ventilação ao abrigo. A unidade também tem um mezanino para que os desabrigados possam descansar. As comodidades sanitárias, compreendendo um sistema de banheiro de compostagem e um chuveiro junto com garrafas de gás para cozinhar, estão localizados em dois decks de metal externamente perfurados.

Estas pesquisas serão resgatas nas diretrizes finais desse caderno. 25


26


PRIMEIRAS PRODUÇÕES

27


28

maquete de estudos da casa “L” feita em papelão. Escala 1:20 foto por LAR 2015


MAQUETES Como objetivo principal, tivemos uma melhor percepção da espacialidade das casas do TETO através da construção das maquetes na escala 1:20 em papelão e papel holler. Posteriormente, foi utilizada a madeira balsa como material de execução de novos modelos, por ser semelhante fisicamente aos painéis utilizados nas construções das casas e para melhorar o entendimento da montagem dessas tipologias de moradia. Durante o desenvolvimento de estudos da casa I, foram feitas maquetes diversas para melhor entendimento do espaço. Isso foi de extrema importância para a percepção do ambiente interno da casa já que as medidas são reduzidas em relação às casas convencionais. Feito o estudo de espaço o grupo desenvolveu diversas configurações de layout de mobiliário até chegar a algumas opções possíveis.

maquete final da casa “I” feita em papel holler. Escala 1:20 foto por LAR 2015

29


30

maquete final da casa “I� feita em madeira balsa. Escala 1:20 foto por LAR 2015


maquete final da casa P feita em madeira balsa. Escala 1:20 foto por LAR 2015

31


maquete de estudos da casa P feita em papel達o. Escala 1:20 foto por LAR 2015

32

maquete final da casa G feita em madeira balsa. Escala 1:20 foto por LAR 2015


ESTUDO DE LAYOUT Depois da construção das maquetes, decidimos estudar os interiores das moradias e testar alguns tipos de layout com o software Autocad 2D, montando as melhores disposições dos móveis para as casas P (3m X 4,88m) e G (3m X 6,10m) em planta baixa. Posteriormente foram feitos estudos em 3D com as maquetes elaboradas.

Este estudo apresenta algumas considerações:

• Nos desenhos as áreas circuladas em vermelho representam espaços inutilizados pela própria proposta de projeto ou pelo layout proposto. A porta da casa P, por exemplo, provoca um espaço “morto” de 40cm X 80cm. Uma das soluções para o problema seria deslocá-la para o canto e ocupar esse espaço que não cabe nada. Já no modelo da casa G não há esse problema. • A cozinha, pela área reduzida, comporta apenas elementos básicos: pia, fogão e geladeira. • Os espaços entre as camas são menores que o convencional em moradias, normalmente apresentados na literatura arquitetônica (indicado 75 cm). Não fizemos um teste, mas existiria a possibilidade de utilizar bicamas. • Os móveis desenhados em marrom são propostas de mobiliário de apoio: prateleiras ou armários para louça ou criados-mudos.

33


CASA PEQUENA

34

Planta P 1

Planta P 2

Planta P 3

Planta P 4

Planta P 5

Planta P 6


CASA GRANDE Planta G 1

Planta G 2

Planta G 2

Planta G 3

Planta G 4

Planta G 4

Planta G 5

Planta G 6

Planta G 6

35


36


AVALIAÇÃO PÓS OCUPAÇÃO

37


38


AVALIAÇÃO PÓS OCUPAÇÃO + ENQUETE As enquetes foram desenvolvidas pelo LAR com o objetivo de avaliar os resultados da construção da casa junto aos moradores. O objetivo dessas pesquisas era o registro das percepções sobre o espaço pelos moradores, questões de conforto ambiental e adaptação ao modelo da casa I, além da qualidade dos materiais utilizados na construção. Foram aplicadas em duas das seis comunidades atendidas localizadas no mapa a seguir:

foto por www.google.com.br/maps

39


Na casa da comunidade Portelinha - Anita Garibaldi II em Guarulhos moram 4 pessoas. A casa tem 2 cômodos e 2 dormitórios. Os pontos positivos identificados foram a boa ventilação e iluminação natural, boa qualidade do telhado e a não infestação de animais nocivos. Como pontos negativos apontaram a infiltração pela agua da chuva através das paredes deixando a casa com umidade. Consequentemente tanto o piso quanto os painéis estão se deteriorando rapidamente. A família não se adaptou muito bem ao tamanho da casa, pois não couberam todos os moveis na disposição do layout. Sobre a mudança falaram que foi bom porque não entram animais nocivos, embora a infiltração seja pior. Apontaram como principal característica da casa o fato de ser pequena e entrar água. A entrevista colocou como mudanças propostas a troca de janelas e beiral do telhado (para evitar a infiltração). Na casa da comunidade Grilo em Cidade Tiradentes moram 3 pessoas. A casa tem 2 cômodos e 1 dormitório. Os Pontos positivos foram a boa ventilação, boa qualidade do telhado, o fato da casa não apresentar umidade. Classificaram como bom o material do piso e paredes e apontaram que a casa não possui infiltração. Os moradores conseguiram distribuir bem os móveis.

40


O ponto negativo citado foi o tamanho, muito pequeno, das janelas superiores.

Apontaram como principal característica da casa o fato do espaço maior (em relação à casa anterior que moravam), com maior ventilação e a impermeabilidade do chão que não fica molhado. Como mudanças propostas sugeriram alteração da altura da casa em relação ao chão por questões de mobilidade.

A seguir uma tabela com as respostas originais das pesquisas:

41


ENQUETES PÓS OCUPAÇÃO- CASA I Locais de aplicação Número de moradores Quantidade de cômodos Quantidade de dormitórios Material do telhado Materia das paredes Material do piso

Portelinha - Anita Garibaldi II 4 2 2 Bom Péssimo Péssimo

Qualidade geral dos materiais/casa Ventilação Vedação Umidade Presenca de animais nocivos Adaptação e layout Problemas identificados:

Não Gostou Boa Péssima Sim Não Não conseguiu alocar todos os móveis Infiltração Melhor pois não há presença de animais nocivos, porém possui maior Em relação a casa anterior infiltração Principal característica da casa Pequena e entra água Mudanças propostas:

Observações:

42

Troca de janelas e beiral do telhado

Grilo 3 2 1 Ótimo Bom Bom Boa Boa Boa Não Não Satisfeito

Espaço maior, com maior ventilação e o chão não molha. Diminuir altura da casa em relação ao chão por questões de mobilidade.

Infiltração pela agua da chuva através das paredes. Consequentemente tanto As janelas superiores são muito o piso quanto os painéis estão se pequenas deteriorando rapidamente.

As fotos a seguir ilustram um pouco mais os problemas apontados pelos entrevistados:


Vão entre os painéis (infiltração) - Anita foto por LAR 2015

Janelas seladas - Grilo foto por LAR 2015

Vão entre telhado e painéis (infiltração) - Anita foto por LAR 2015

43


Degraus improvisados para vencer v達o dos pilotis - Grilo foto por LAR 2015

Piso deteriorado - Anita foto por LAR 2015

44


A Avaliação Pós-ocupação (APO) das moradias é muito importante para evitar erros em projetos futuros e tentar sanar problemas nas moradias já implantadas. Embora a amostragem de entrevistados seja pequena é possível perceber que as expectativas dos moradores têm relação com o tipo de moradia que tinham antes e que eles conseguem identificar possíveis soluções para que tenham uma qualidade superior de moradia. Através dessas pesquisas e grupos de estudos sobre as moradias seria possível sanar alguns problemas com diretrizes mais precisas de projeto. No capítulo final deste caderno algumas diretrizes apresentadas pelo LAR podem orientar novas tipologias de moradias.

45


46


CASA “I”: PÓS OCUPAÇÃO

47


RELATÓRIO DE VISITA DA CASA “I” NA COMUNIDADE MIRANDAS Uma das atividades propostas pelo TETO que foi realizada pelo grupo de alunos da Extensão Universitária foi a visita para aplicação de questionário de avaliação pósocupação de uma das casas em formato “I” construída durante o ano passado (foram no total seis casas – duas localizadas na comunidade Mirandas – SP; uma na comunidade Olaria – SP; duas na comunidade Anita – Guarulhos e uma na comunidade Grilo – SP). A visita foi realizada no dia 27 de junho, na comunidade Mirandas localizada no Morumbi e conseguimos falar apenas com a Dona Lourdes e seu filho. Através de seus relatos, pudemos perceber que houve alguns problemas: 1) Comunicação truncada entre o TETO e a moradora: a falta de explicação e de entendimento com relação ao mezanino, a dona Lourdes achava pela explicação do TETO que a casa era de dois andares e não um único dividido por um mezanino; 2) Posicionamento da casa no lote: a edificação foi implantada cortando o lote no meio gerando dois vazios residuais na frente e atrás da casa. Isso também fez com que o tamanho da casa fosse alterado fazendo-a ficar menor para que ela coubesse no terreno; 3) nas

Infiltração: foi constatado um paredes por causa dos encaixes

problema de de um painel

infiltração no outro;

4) Aberturas: duas das três janelas não abrem devido a maneira construtiva dos voluntários; 5) Questões familiares: o fato do pai de família ter morrido no mezanino da casa a família isolou o mezanino deixando o espaço desocupado, fazendo com que o espaço que já era 48


pequeno ficasse menor pois a ocupação foi feita só na parte inferior, onde foi colocado uma cama de casal (dividida pela mãe e filho menor), um móvel de apoio para TV em cima da cama e a escada era usada como estante como a parte frontal do mezanino. O filho mais velho não mora mais na casa, pois não há espaço na parte de baixo No geral, foi possível notar que a insatisfação maior da família é devido ao tamanho (diferente do que foi dito antes pelo TETO ou pelo não entendimento da moradora) e a clareza da comunicação e explicação de como a casa era.

49


Fotos casa “I� comunidade Mirandas - SP foto por LAR 2015 50


51


52


ATIVIDADES COMPLEMENTARES 53


ATIVIDADES COMPLEMENTARES A ONG ao decorrer

TETO, do

desenvolve ano. As

diversos tipos de eventos principais atividades são:

1) O Mutirão de Visitas (MV), organizado pela área de Diagnósticos do escritório, que tem como objetivo conhecer ao decorrer de dois dias – sábado e domingo – diferentes comunidades em determinada região da cidade ou do estado e a partir dessas visitas o escritório recolhe informações para determinar se a comunidade é ou não perfil para os trabalhos da ONG; 2) A ECO (Escutando Comunidades), outro evento organizado pela área de diagnósticos, com o objetivo de realizar uma entrevista socioeconômica com o maior número de famílias residentes nessas novas comunidades perfis e a partir das informações recolhidas desenvolverem um diagnóstico da comunidade com os problemas e demandas levantados pelos moradores e; 3) A Construção de Casas Emergenciais, o principal evento realizado pelo Teto, organizado pela área de Construções do escritório. Esse evento tem como objetivo a construção de casas emergenciais nas comunidades que tiveram como demanda de seus moradores a melhoria das moradias. A casa possui 18m² e é construída por voluntários juntamente com as famílias em dois dias. Todo evento do Teto principalmente a ECO e a Construção ocorrem juntamente com os oradores das comunidades nas quais eles irão ocorrer. Durante esse ano participamos de duas construções, nos meses de março e agosto e em uma ECO, que ocorreu no mês de maio. Ambos os eventos possuem características distintas e impactam de maneiras diferentes. Na ECO, o impacto é mais psicológico, pois é possível ter contato com diferentes famílias durante o final de semana conhecendo suas 54


histórias e entendendo o que as levou a viver nessa situação. Já na construção, além do impacto de conhecer uma realidade distinta – através do contato direto com uma família, ele também se dá na forma física, pois o esforço para se construir uma casa é intenso. Não é fácil descrever nossas impressões e “sentimentos” que surgiram durante esses eventos, pois o tema extrema pobreza é muito complexo, porém fazer parte dessas experiências faz com que nossos conhecimentos e percepções se transformem nos tirando da nossa zona de conforto além de contribuir para as reflexões sobre o Projeto de Extensão.

55


56


ECOHOUSE

57


protótipo CASA “L” ECOHOUSE 58 foto por LAR 2015


ECOHOUSE A EcoHouse consiste em uma iniciativa com caráter donativo em prol da melhora da qualidade de vida de comunidades na América do Sul. Sendo composta de estudantes de diversos cursos da universidade de Cambrigde, em parceria com ONGs e empresas. A Ecohouse veio ao Senac intermediada pelo TETO com intuito de testarem o projeto da casa “L” desenvolvido na Universidade de Cambrigde. Com essa parceria foram fornecidos pelo TETO os materiais necessários para a construção do protótipo. O processo da construção tentou ser o mais semelhante possível ao que o TETO realiza nas construções coletivas com voluntários. A partir desse ponto foram desencadeados vários processos de estudos antes da construção, os alunos trouxeram soluções que não foram projetadas anteriormente, mas ao mesmo tempo alguns problemas para serem resolvidos com diferentes olhares. Porém quando começamos a construção, tivemos a real percepção de como realmente funcionavam as coisas. Houve alguns momentos nos quais os alunos tiveram que se adaptar e propor soluções rápidas para diversas partes da casa, pois alguns dos materiais fornecidos vieram com medidas erradas. E a maior parte desses problemas não havia sido cogitada quando o protótipo da casa era estudado. Ou seja, o protótipo construído não seguiu fielmente o seu manual, tendo alterações necessárias no momento de sua execução.

59


RELATOS SOBRE A CONSTRUÇÃO O primeiro dia de construção foi utilizado para fazer a marcação da área ocupada pela casa, para instalação do piloti mestre e outros dois pilotis. Ao posicionar a casa e o piloti mestre não se planejou deixar a fachada principal no lugar mais visível, surgindo o primeiro problema, pois para que a porta ficasse visível trocaram módulos inferiores de lugar, consequentemente a escada mudou de posição para que a porta funcionasse, fugindo do projeto. A escada passou a atrapalhar a visão de uma das janelas e também alterou a disposição do layout idealizada. O primeiro dia não foi muito produtivo em função dessas alterações no projeto e também por causa do tempo de espera com orientações sobre a área correta para realizar implantação do protótipo. Além disso, grande parte da equipe estava aprendendo como manusear os equipamentos. No segundo dia colocamos todos os pilotis, piso e fizemos a marcação das paredes. Alguns pilotis já haviam sido colocados no dia anterior, entretanto tiveram que ser reposicionados, apesar disso, no dia conseguimos colocar os pilotis com maior agilidade. O nivelamento era feito conforme a equipe instalava os pilotis. A segunda etapa do dia foi montar o piso, como vem pré-montado foi rápido. Enquanto uma parte do grupo montava o piso, outra separava os módulos em pares correspondentes, com o proposito de conferir o material e adiantar o trabalho para o dia seguinte. A maior dificuldade foi cavar os buracos e posicionar corretamente os pilotis, medições eram feitas a todo tempo para conferir. O propósito do terceiro dia era finalizar a construção (levantar as paredes, montar escada e colocar telha), entretanto problemas impossibilitaram a conclusão. Separados em duplas, alguns foram montando os painéis ao mesmo tempo em que outros os instalavam no piso, 60


dando forma ao protótipo. Neste dia surgiram problemas no momento da junção dos módulos inferiores com superiores, primeiramente o próprio encaixe entre eles apresentou falhas, alguns quase não encaixaram e outros ficaram com pequenas folgas, contudo conseguimos encaixar e formar todos os painéis já os juntando com suas respectivas colunas. O segundo momento do dia foi o encaixe dos painéis no piso, o posicionamento errado do primeiro acarretou grandes complicações para o encaixe do painel seguinte, uma vez que não existia alguma margem de erro, após solucionar esse problema, os demais painéis se encaixaram com mais facilidade. Apesar desses problemas, todas as paredes foram erguidas, a grelha para o telhado foi montada, sobrando para o dia seguinte apenas a instalação de janelas, porta e telhado. Além disso, a escada também foi construída. Fatores como a irregularidade no tamanho dos pisos e as madeiras laterais envergadas, dificultaram a montagem desta última fase. No quarto dia colocamos o telhado, a porta e as janelas, concluindo a construção do nosso protótipo ecohouse de casa L. Apesar dos problemas relatados, a experiência de executar o protótipo foi importante para identificar problemas no próprio projeto e propor diretrizes para um reestudo deste modelo de casa. A etapa de pintura foi tranquila e realizada em uma única tarde. O objetivo inicial era proteger os painéis contra as intempéries. As cores de tinta escolhidas, laranja e verde (doadas para o trabalho), não são as ideias considerando o conforte térmico da edificação. As medições de conforto serão apresentadas mais adiante. 61


protótipo CASA “L” ECOHOUSE foto por LAR 2015

62


protótipo CASA “L” ECOHOUSE foto por LAR 2015

63


PROBLEMATIZAÇÃO DO MANUAL E CONSTRUÇÃO O manual foi passado para os alunos da extensão dias antes da construção para que pudessem se preparar para a construção, porém, o mesmo não era autoexplicativo. No dia foi entregue um novo manual com algumas mudanças, o que gerou uma confusão no grupo e entre os elaboradores em relação à qual seria utilizado. Tivemos grandes dificuldades em quantificar os materiais, como por exemplo, os pregos. Havia erros no manual, como um piloti a mais que não seria colocado na construção da casa, além das imagens não serem compreensíveis para visualizar o modo de construção, como exemplo o encaixe da madeira, que sem a ajuda dos coordenadores não iriamos saber encaixar e deixar estável. Na execução da casa tivemos dificuldade em acertar a viga para pregar o pilar. O material do telhado era cortante, com isso foi preciso ter muito cuidado para pegar e instalar na casa, além da dificuldade de prega-lo no caibro (o tamanho da telha sobrepunha a estrutura dificultando enxerga-la para pregar). Houve problemas com o tamanho das paredes, pois estavam do tamanho incorreto (foi entregue com medidas diferentes das do manual) e sem a ajuda da oficina que temos no campus, não seria possível solucionar este problema e corta-las do tamanho correto, além disso a qualidade dos materiais entregues não correspondia aos pré-requisitos do projeto. As madeiras eram muito compridas, difíceis de transportar e era preciso mais de quatro pessoas para ergue-las na altura do chão da casa. Após o protótipo da casa L ser finalizado, percebemos problemas como o da janela do mezanino que quando aberta bate na viga do telhado, o beiral do telhado é pequeno, com isso, ao chover a água escorria pelas paredes, trazendo umidade e bolor a madeira.

64


Devido à falta de informações no manual, a colocação da manta foi feita de modo incorreto, sendo colocado do lado ao contrário, o que gerou um aquecimento interno indesejado na casa (ver relatório de conforto). O material escolhido para a construção da casa é ecologicamente ruim e não é termicamente eficiente. Consideramos importante ter os manuais com os desenhos técnicos da casa para ser enviado aos fornecedores dos materiais e um outro manual com as diretrizes de montagem para facilitar o entendimento dos voluntários e agilizar o processo sem gerar dúvidas e perda de tempo no dia da implantação.

65


protótipo CASA “L” ECOHOUSE - pontos de umidade e bolor foto por LAR 2015

66


protótipo CASA “L” ECOHOUSE - madeira no tamanho incorreto foto por LAR 2015

67


68


AVALIAÇÃO DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA 69


70


AVALIAÇÃO DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA Após o protótipo finalizado e pintado foi realizado um estudo de conforto ambiental da edificação através de um trabalho colaborativo com a Fundação Vanzolini. O Programa Brasileiro de Etiquetagem (PDE) começou em 1983 inicialmente para etiquetar geladeiras e em após avanços na área energética em 2003 foi criado o programa para classificar edificações. Revisado em 2005 com a criação da ST secretaria técnica – Edificações. É a ST-Edificações que tem competência técnica para discutir os aspectos que envolvem os indicadores de eficiência energética. O resultado final com classificação “E” da edificação é um resultado ruim dentro dos princípios de conforto ambiental, mas é possível, através do redesenho da edificação considerar alternativas para melhorias. Como, por exemplo, pensar em ventilação cruzada, uso de manta adequada para melhoria do isolamento térmico do telhada e tinta (cor e especificação) mais adequada para minimizar o calor dentro da casa. O Relatório completo faz parte do Vanzolini e pode ser disponibilizado em

acervo da Fundação caso de necessidade.

71


Página 1 de 43

RELATÓRIO DE INSPEÇÃO

Uso interno da Vanzolini

(SIMULAÇÃO DE INSPEÇÃO)

GT

S

Responsável

N

1. SOLICITANTE Processo / Contrato Fundação Vanzolini n.: M05589 Solicitante: (nome / nome fantasia): Centro Universitário SENAC CNPJ / CPF: CNPJ Centro Universitário SENAC Santo Amaro: 03.709.814/0064-71 CPF do Contato Responsável: 266.977.378-83 Endereço: Avenida Engenheiro Eusébio Stevaux, 823 – São Paulo / SP – CEP 04696-000 Edificação: SENAC - TETO Descrição da abrangência da inspeção (pavimento, UH, etc.): Inspeção para Etiquetagem da Eficiência Energética de uma Unidade Habitacional Autônoma de Protótipo de residência unifamiliar de pequeno porte construída em madeira segundo o modelo do programa “Um Teto para o meu País” Contato: Nome: Professora Marcella Ocke Responsável pelo Projeto LAR / Departamento de Extensão Universitária Telefone: (11) 5181-7683 / (11) 5682-7300 / FAX: (11) 5682-7441 E-mail: universitariosantoamaro@sp.senac.br

2. ESCOPO INSPEÇÃO PARA O NÍVEL DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA DE EDIFICAÇÃO – PBE EDIFICA Tipo de Edificação: Comercial Residencial:

Unidades Habitacionais Autônomas Edificações Multifamiliares

Fase:

Projeto

Edificação Construída

Método de Avaliação:

Prescritivo

Edificações Unifamiliares

Áreas de Uso Comum Retrofit

Simulação

Tipo de ENCE: Completa Parcial:

Envoltória

Outras informações:

Sistema de Condicionamento de Ar

Sistema de Iluminação

Anexo 1 - Comercial/Envoltória Anexo 2 - Comercial/Sistema de Iluminação Anexo 3 - Comercial/Sistema de Condicionamento de Ar Anexo 4 - Residencial

72

Este relatório é propriedade da Fundação Vanzolini e seu conteúdo é confidencial Destino: Organização e Circulante I Formulário N° F.0578.04.D Fundação Carlos Alberto Vanzolini – OIA n°002

1


3. CONCLUSÕES a) Conformidade da Edificação a documentação enviada: ADERENTE

NÃO ADERENTE

b) Categoria dos desvios encontrados (se houver): Número de não-conformidades: Número de oportunidades de melhoria: Tendo em vista que a edificação avaliada é de carácter temporário, ela não possui o aquecimento de água instalado. O seu sistema construtivo entendemos também como temporário e deve ser utilizado em todo Brasil com os mesmos materiais: paredes de madeira que possuem custos baixos e são de fácil montagem e coberturas leves apoiadas sobre as paredes. Por este motivo a UHA não atende aos pré-requisitos para transmitância térmica das paredes e cobertura. No caso avaliado, e para que este pré-requisito seja atendido deve-se reavaliar a composição das paredes e coberturas conforme as exigências NBR 15220 e do RTQ-R ( que definem para cada zona bioclimática as transmitâncias mínimas das paredes e coberturas). c) Apresentação do Plano de Ações Corretivas até / (2 semanas). Sendo uma inspeção de simulação não indicamos nenhuma ação corretiva. d) Classificações obtidas / pontuação em bonificações / pontuação total: Os resultados obtidos foram: Envoltória para Verão Envoltória para Inverno Aquecimento de Água Equivalente numérico da envoltória Envoltória se refrigerada artificialmente Bonificações Região Coeficiente a

E 1.00 C 3.00 E 0.00 D 1.72 C

3.00 0.30 Sudeste 0.65

A classificação final obtida da UH foi Nivel E com a pontuação total de 1,42. e) Atendimento a pré-requisitos gerais e específicos: Não atende para os pré-requisitos da envoltória para verão ( classificação Nível E) e para inverno (Classificação Nível C). A UHA não possui medição individualizada de água e nem de energia, no entanto atende ao pré-requisito de ventilação cruzada e banheiros com ventilação natural. f) Conclusão da equipe de inspeção A edificação não cumprindo os pré-requisitos teve um resultado muito insatisfatório na envoltória para verão (Nivel E) e um pouco melhor no inverno (Nivel C). Além disto não cumpre o pré-requisito de Página 3 de 43 aquecimento de água e o seu equivalente da envoltória , consequentemente, é baixo, nível RELATÓRIO DE numérico INSPEÇÃO interno da D. Mesmo um ganho de 0,30 pontos de bonificação o resultado finalUso obtido permaneceu com nível E, (SIMULAÇÃO DE INSPEÇÃO) Responsável Vanzolini e 1,42 pontos no total. Existe alguma alteração no campo 1 ou 2 deste relatório? ( ) Sim ( ) Não Indicar:

GT

S

N

Este relatório é propriedade da Fundação Vanzolini e seu conteúdo é confidencial Formulário N° F.0578.04.D Fundação Carlos Alberto Vanzolini – OIA n°002

Destino: Circulante I Data da solicitação: 13 deOrganização outubro dee 2015

2

Data / período da inspeção: 19 e 25 de Novembro de 2015

Foi emitida ENCE de projeto? Indicar data e Organismo de Inspeção: ( ) Sim (X) Não Data de emissão deste relatório: 21 de dezembro de 2015

73


RELATÓRIO DE INSPEÇÃO (SIMULAÇÃO DE INSPEÇÃO)

Página 4 de 43 Uso interno da Vanzolini GT

S

Responsável

N

Eficácia

Descrição

NãoConformidade

Requisito

Número

4. NÃO CONFORMIDADES DETECTADAS

NÃO FORAM DETECTADAS NÃO-CONFORMIDADES

74

Este relatório é propriedade da Fundação Vanzolini e seu conteúdo é confidencial Destino: Organização e Circulante I Formulário N° F.0578.04.D Fundação Carlos Alberto Vanzolini – OIA n°002

4


Página 5 de 43

RELATÓRIO DE INSPEÇÃO

Uso interno da Vanzolini

(SIMULAÇÃO DE INSPEÇÃO)

GT

S

Responsável

N

5. Comentários Referentes à Realização da Inspeção e da Edificação Inspecionada Foi utilizado algum equipamento de mediação? (

Identificação

) Não. ( X ) Sim (citar equipamentos utilizados).

Equipamento

130713796

Trena Digital

TF- 01

Trena

ES - 001

ALTA II

BU-SUNTO-A_30-01

Bússola

TR-003

Trena fita metálica - 5m

TR-002

Trena fita metálica - 8m

ALTA I -01

Espectrômetro (ALTAII)

130 13796

Paquímetro

Obs.: Dados de calibração dos instrumentos estão validados conforme documento específico dos equipamentos Houve coleta de amostras? ( X ) Não. ( Número

Descrição

) Sim (citar amostras coletadas). Data

Local

Responsável

75 Este relatório é propriedade da Fundação Vanzolini e seu conteúdo é confidencial

5


Página 6 de 43

RELATÓRIO DE INSPEÇÃO

Uso interno da Vanzolini

(SIMULAÇÃO DE INSPEÇÃO)

GT

S

Responsável

N

Descrever componentes e equipamentos inspecionados. Não havia nenhum componente e equipamento na unidade

Relacionar equipamentos etiquetados e as respectivas etiquetas.

Houve alteração significativa do plano de inspeção ou alguma omissão / exclusão da inspeção em relação ao escopo? ( ) Não. ( X ) Sim (descrever) A referida inspeção visou a verificação de simulação de auditoria da Fundação Carlos Alberto Vanzolini (FCAV) para sua atualização de capacitação técnica. Neste sentido foi prevista a verificação de todos os itens de inspeção (U.H., áreas comuns de uso frequente e de uso eventual). Em função do tempo de inspeção houveram reduções de algumas amostras e o presente relatório não se encontra completo em todas as suas informações e serve somente de modelo de documento que seria elaborado numa inspeção real e completa quando da etiquetagem de um empreendimento por parte da FCAV. Portanto, ele deve ser usado somente como referência de avaliação para a simulação da inspeção de campo.

76


RELATÓRIO DE INSPEÇÃO (SIMULAÇÃO DE INSPEÇÃO)

Página 7 de 43 Uso interno da Vanzolini GT

S

Responsável

N

Foi verificada a implantação de alguma ação corretiva durante a inspeção? ( X ) Não. ( ) Sim (descrever as evidências).

Há outras informações relevantes / comentários que levaram ao nível de eficiência encontrado? A documentação não estava completa porém suficiente para a realização da simulação de inspeção de campo para edifícios residenciais.

Sugestões de melhoria / alterações que elevariam no nível de eficiência encontrado. Alteração dos revestimentos das paredes externas e cobertura para atendimento aos pré-requisitos da envoltória. Melhoria do isolamento térmico dos materiais para também atender as NBR 15.220.

Os resultados da inspeção referem-se exclusivamente ao serviço solicitado, a edificação inspecionada de acordo com o escopo que consta no item 2 deste relatório. Os resultados da inspeção são apresentados anexos a este relatório e não convém que este relatório de inspeção seja reproduzido, exceto por completo.

77


RELATÓRIO DE INSPEÇÃO (SIMULAÇÃO DE INSPEÇÃO)

Página 8 de 43 Uso interno da Vanzolini GT

6

S

Responsável

N

DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA

Para elaboração deste relatório: I. Requisitos de Avaliação da Conformidade para Eficiência Energética de Edificações. RAC: Portaria No 50 de 01 de Fevereiro de 2013 Para o desenvolvimento do relatório: II. Regulamento Técnico da Qualidade para Nível de Eficiência Energética Residencial. FUNDAÇÃO VANZOLINI

Edificação

Formulário Nº: P.127.01 - PE - Inspeção in loco do Nível de EE -Edifícios Residenciais F.612.03 Lista Verificação Inspeção de Edificação Construída Residencial - PBE Edifica Inmetro

7

EQUIPE DE INSPEÇÃO NOME / REGISTRO DE CLASSE

ASSINATURA

1. Nelson Solano Vianna – CAU A4103-3 (Inspetor Líder)

___________________________________________

2. Anarrita Bueno Buoro - CAU A27436-4

___________________________________________

3. João Carlos de Castro Cabral – CREA 260750689-1

___________________________________________

8. ACEITE DO SOLICITANTE

Atesto que os serviços previstos foram integralmente executados e estou ciente do conteúdo deste relatório.

ASSINATURA: SIMULAÇÃO

DE INSPEÇÃO: ASSINATURA NÃO APLICÁVEL

NOME DO REPRESENTANTE DO SOLICITANTE: Marcella Ocke

78

Este relatório é propriedade da Fundação Vanzolini e seu conteúdo é confidencial Destino: Organização e Circulante I Formulário N° F.0578.04.D Fundação Carlos Alberto Vanzolini – OIA n°002

8


RELATÓRIO DE INSPEÇÃO (SIMULAÇÃO DE INSPEÇÃO)

Página 9 de 43 Uso interno da Vanzolini GT

S

Responsável

N

Anexo 4 ao Relatório de Inspeção - Resultados de Inspeção Descrição da Edificação e dos Sistemas Avaliados

RESIDENCIAL

ÍNDICE Anexo 4 ao Relatório de Inspeção - Resultados de Inspeção .............................................................................. 9 Descrição da Edificação e dos Sistemas Avaliados DESCRIÇÃO GERAL DO PROJETO ....................................................................................................................... 11 1.1.

Apresentação do Projeto ...................................................................................................................... 11

1.2.

Orientação do Edifício ........................................................................................................................... 11

1.3.

Pré-Requisito Geral: Medição individualizada de água e energia ......................................................... 12

1.3.1.

Medição Individualizada de Energia ................................................................................................. 12

1.3.2.

Medição Individualizada de Água Fria .............................................................................................. 12

PARTE A – EDIFICAÇÃO UNIFAMILIAR .............................................................................................................. 13 2. PRÉ-REQUISITOS DA ENVOLTÓRIA ............................................................................................................ 13 2.1.

Transmitância térmica, capacidade térmica e absortância solar das superfícies ................................. 13

2.1.1.

Paredes ............................................................................................................................................. 13

2.1.2.

Coberturas ........................................................................................................................................ 14

2.2.

Transmitância Pré-Requisito - Ventilação Natural ................................................................................ 14

2.2.1.

Por Ambiente .................................................................................................................................... 14

2.2.2.

Por UH - Ventilação Cruzada ............................................................................................................. 14

2.3.

Iluminação natural ................................................................................................................................ 15

3. AVALIAÇÃO DA ENVOLTÓRIA: DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO SOLAR ........................................................ 15 3.1.

Tipologia das aberturas ......................................................................................................................... 16

3.2.

Avaliação da proteção solar .................................................................................................................. 16

4. CONCLUSÕES ............................................................................................................................................ 17

Este relatório é propriedade da Fundação Vanzolini e seu conteúdo é confidencial Destino: Organização e Circulante I Formulário N° F.0578.04.D

9

79


Página 10 de 43

RELATÓRIO DE INSPEÇÃO

Uso interno da Vanzolini

(SIMULAÇÃO DE INSPEÇÃO)

GT

S

Responsável

N

ANEXO A ........................................................................................................................................................... 18 F 612.05 Lista de Verificação – Inspeção de Edificação Construída Residencial – PBE Edifica ANEXO B ........................................................................................................................................................... 19 F.0608.01 - Planilhas de envio de dados - Residencial - 2016-02-04 ANEXO C ............................................................................................................................................................ 22 F.0584.04 - Cálculos de Absortância – 2016-02-05 ANEXO D ........................................................................................................................................................... 24 Planilha UH Completa - 2016-02-05 ANEXO E ............................................................................................................................................................ 31 Anexo B5 – 2016-02-04 ANEXO F ............................................................................................................................................................ 32 F.0022.02 PEI – Listas de Presença ANEXO G ........................................................................................................................................................... 35 Fotos

80


RELATÓRIO DE INSPEÇÃO (SIMULAÇÃO DE INSPEÇÃO)

Página 11 de 43 Uso interno da Vanzolini GT

S

Responsável

N

DESCRIÇÃO GERAL DO PROJETO 1.1. Apresentação do Projeto A Casa Protótipo para “TETO” foi construída provisoriamente na Av. Engenheiro Eusébio Stevaux, 823, Santo Amaro, São Paulo / SP, Zona Bioclimática 3 (conforme NBR 15.575 e NBR 15220). A UH possui mezanino (que seria para um dormitório) totalizando três ambientes – sala/ dormitório em único ambiente, no térreo ao lado da área molhada (banho e cozinha) O ano de construção foi em 2015, porém cabe salientar que a unidade habitacional avaliada é de caráter provisório. Ela não atende todas as exigências previstas no Regulamento Técnico de Qualidade para o Nível de Eficiência Energética de Edificações Residenciais (RTQ-R) e, portanto, alguns pré-requisitos não serão verificados na inspeção de campo. No entanto, durante o procedimento de campo, todas as possíveis variáveis foram verificadas para a atualização da capacitação dos inspetores da FCAV quanto às suas verificações de acordo com o RTQ-R.

1.2. Orientação do Edifício A figura 1 a seguir ilustra as diferentes orientações do edifício analisado. A título de referência neste trabalho e nas planilhas em Excel, as orientações serão referenciadas pelos seus valores inteiros em graus (Norte 52º, Leste 142º, Sul 232º e Oeste 322º). Ressaltamos que este protótipo foi analisado de acordo com a orientação implantada e conforme ilustrado na figura, mas que sua aplicação acontece aleatoriamente de acordo com o terreno disponível para o “TETO”.

81


RELATÓRIO DE INSPEÇÃO (SIMULAÇÃO DE INSPEÇÃO)

Página 12 de 43 Uso interno da Vanzolini GT

S

Responsável

N

Figura 1 – Implantação e orientação da Casa protótipo do “TETO”

1.3. Pré-Requisito Geral: Medição individualizada de água e energia 1.3.1.Medição Individualizada de Energia Não possui, devido ao carácter da edificação a edificação não estava conectada à rede de energia. 1.3.2.Medição Individualizada de Água Fria O edifício não possui medição individualizada de água fria.

82


RELATÓRIO DE INSPEÇÃO (SIMULAÇÃO DE INSPEÇÃO)

Página 13 de 43 Uso interno da Vanzolini GT

S

Responsável

N

PARTE A – EDIFICAÇÃO UNIFAMILIAR 2. PRÉ-REQUISITOS DA ENVOLTÓRIA São 3 os pré-requisitos a serem verificados:

2.1. Transmitância térmica, capacidade térmica e absortância solar das superfícies 2.1.1.Paredes Os pré-requisitos de transmitância térmica, capacidade térmica e absortância solar das paredes externas e coberturas de ambientes de permanência prolongada devem ser atendidos de acordo com a Zona Bioclimática (ZB) em que a edificação se localiza, conforme a Tabela 3.1 do RTQ_R, apresentada para a ZB 3 abaixo.

O não atendimento a este pré-requisito implica em no máximo nível C (EqNum= 3) nos equivalentes numéricos da envoltória do ambiente para resfriamento (EqNumEnvAmbResf), para aquecimento (EqNumEnvAmbA) e para refrigeração (EqNumEnvAmbRefrig). As paredes externas de cor laranja possuem α =< 0,6, e U = 2,97, podendo atender ao pré-requisito da envoltória. No entanto para a cor verde escura, conforme verificado in loco, o valor do alfa é maior, interferindo na ponderação das paredes e fazendo com que o valor de U de toda UH não cumpra o prérequisito para as paredes. No caso da cobertura, atende para o α =< 0,6, no entanto o valor de U = 4,94 não atende ao pré-requisito. Este relatório é propriedade da Fundação Vanzolini e seu conteúdo é confidencial Destino: Organização e Circulante I Formulário N° F.0578.04.D Fundação Carlos Alberto Vanzolini – OIA n°002

13

83


RELATÓRIO DE INSPEÇÃO (SIMULAÇÃO DE INSPEÇÃO)

Uso interno da Vanzolini GT

S

Responsável

N

Segundo recomendação do RAC foram feitas medições das absortãncias destas paredes com o equipamento ALTA II e a espuma (cujo procedimento de teste atestou para sua eficácia). As medições ocorreram na fachada externa sombreada tanto na cor laranja quanto na cor verde escura.

2.1.2.Coberturas No caso da cobertura o pré-requisito atende para o α =< 0,6 (chapa na cor metálica), no entanto o valor de U = 4,94 não atende ao pré-requisito. Valem as mesmas observações feitas acima para as fachadas, ou seja, implica no máximo em Nível C (EqNum = 3).

2.2. Transmitância Pré-Requisito - Ventilação Natural 2.2.1.Por Ambiente Ambientes de permanência prolongada (APP) devem possuir percentual de áreas mínimas de aberturas para ventilação, conforme a Tabela 3.2 do RTQ-R. O não atendimento a este pré-requisito implica em no máximo nível C (EqNum = 3) no equivalente numérico da envoltória do ambiente para resfriamento (EqNumEnvAmbResfr). As áreas dos ambientes de permanência prolongada, assim como das aberturas (iluminação e ventilação) foram verificadas na inspeção aplicada a metodologia de verificação para todo edifício. Resultados: A diferença das áreas entre projeto e edifício construído não excedeu 5% (conforme especificação do RAC, item 4.4.1). 2.2.2.Por UH - Ventilação Cruzada A edificação possui ventilação cruzada, a UH atingiu o nível A no equivalente numérico da envoltória para resfriamento (EqNumEnvResfr). Critério: A2/A1 ≥ 25%, sendo: A1: somatório das áreas efetivas de aberturas para ventilação localizadas nas fachadas da orientação com maior área de abertura para ventilação (m²) – Fachada Sul; A2: somatório das áreas efetivas de aberturas para ventilação localizadas nas fachadas das demais orientações (m²) – Fachadas Norte, Leste e Oeste. Na inspeção de acompanhamento foram verificadas todas as áreas de aberturas de ventilação de todos os caixilhos. Dependendo da posição da abertura os valores de ventilação efetiva são diferentes para a mesma dimensão de caixilho. Resultado: a diferença das áreas das aberturas de ventilação entre projeto e edifício construído não excedeu 5% (conforme especificação do RAC, item 4.4.1). A1 = 1,36 m2; A2 = 1,35 m2. A2/A1 = 99%, portanto, maior que o critério de 25% estipulado pelo RTQ-R (item 3.1.1.2). Vide F 612 e Relatório Fotográfico.

84

Este relatório é propriedade da Fundação Vanzolini e seu conteúdo é confidencial Destino: Organização e Circulante I Formulário N° F.0578.04.D Fundação Carlos Alberto Vanzolini – OIA n°002

14


Página 15 de 43

RELATÓRIO DE INSPEÇÃO

Uso interno da Vanzolini

(SIMULAÇÃO DE INSPEÇÃO)

GT

S

Responsável

N

Para a UH atingir nível A, pelo menos 50% dos banheiros, com exceção dos lavabos, deve possuir ventilação natural. O não atendimento a este pré-requisito implica em obtenção de no máximo nível B (EqNum = 4) no equivalente numérico da envoltória da UH (EqNumEnv). A U.H. possui um único banheiro com ventilação natural, ou seja, 100%. Portanto, conforme o regulamento cumpre este pré-requisito.

2.3. Iluminação natural O acesso à iluminação natural em ambientes de permanência prolongada deve ser garantido por uma ou mais aberturas para o exterior. A soma das áreas de aberturas para iluminação natural de cada ambiente deve corresponder a no mínimo 12,5% da área útil do ambiente. O não atendimento a este pré-requisito implica em no máximo nível C (EqNum=3) nos equivalentes numéricos da envoltória do ambiente para resfriamento (EqNumEnvAmbResfr), para aquecimento (EqNumEnvAmbA) e para refrigeração (EqNumEnvAmbRefrig). Na inspeção de treinamento, foram verificados todos os ambientes da Unidade Habitacional Autónoma (UHA), e foram anotados os valores em planta dos detalhes de aberturas de todos os caixilhos. tal como demonstrado na Tabela 1 abaixo Tabela 1 Tabela de cálculo dos pré-requisitos Pré-Requisito por AMBIENTE % de áreas min para ventilação (*) Ambiente APP

1

Orientação da(s) Abertura(s)

( x) Aplica-se ( ) Não se aplica – ambientes condicionados (1)

AU amb (m 2 )

A v (m2 )

2.19 0.70

4

E

0.65

N

7

( x ) Aplicase : ZB 1 a 7 CxH

CxH

A1(m 2 )

A2(m 2 )

A2/A1

classif

0.0%

A

0.00

S E

classif 50% dos (acima 8%- banheiros c/ A) vent natural

Ventilação Controlável (****)

0.83 9.11

O

Mezz

A (%)

Pré-Requisito por UH Ventilação cruzada (***) ( x ) Aplica-se : ZB 2 a 7 –todas as aberturas

% de áreas min para ventilação (**)

0.00

3

5

(2/1) CxL

S Sala/qto

(2)

CxL

N

2

para APP

0.53 5.76

0.00

0.53

0.0%

( x ) SIM ( ) NÃO

1.36

1.35

0%

A

Aai/ Au - in loco (%)

( ) Não se aplica: ZB8 (X) Sim Tipo: porta de correr (X) Sim Tipo: porta de correr (X) Sim Tipo: porta de correr (X) Sim Tipo: porta de correr (X) Sim Tipo: porta de correr (X) Sim Tipo: porta de correr (X) Sim Tipo: porta de correr

24.0%

24%

Resultado: O edifício construído não possuía detalhe das esquadrias, mas em caso de edifício real a diferença entre projeto e edifício real não poderia exceder 5% (conforme especificação do RAC, item 4.4.1).

3. AVALIAÇÃO DA ENVOLTÓRIA: DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO SOLAR Este relatório é propriedade da Fundação Vanzolini e seu conteúdo é confidencial Destino: Organização e Circulante I Formulário N° F.0578.04.D Fundação Carlos Alberto Vanzolini – OIA n°002

15

85


RELATÓRIO DE INSPEÇÃO (SIMULAÇÃO DE INSPEÇÃO)

Página 16 de 43 Uso interno da Vanzolini GT

S

Responsável

N

3.1. Tipologia das aberturas A UH tem seis tipos de aberturas (sendo uma delas a porta-janela). Todas são de madeira, sem vidro, e de abrir. Todas as informações relativas às aberturas, suas tipologias, áreas de ventilação, de iluminação, de vão, etc. foram verificadas em campo e estão conformes as especificações de projeto, com algumas pequenas variações dimensionais dentro da margem de erro de 5% aceitável pelo RAC (vide F 612 – 03 e levantamento fotográfico).

3.2. Avaliação da proteção solar Segundo o RTQ-C somente as aberturas das APP sem veneziana é que devem ter seus elementos de proteção avaliados. No caso do edifício TETO, todas as aberturas têm sombreamento total da própria folha de madeira, ou seja, atende.

RELATÓRIO DE INSPEÇÃO (SIMULAÇÃO DE INSPEÇÃO)

Página 17 de 43 Uso interno da Vanzolini GT

S

Responsável

N

4. CONCLUSÕES A edificação não cumprindo os pré-requisitos teve um resultado muito insatisfatório na envoltória para verão (Nivel E) e um pouco melhor no inverno (Nivel C). Além disto não cumpre o pré-requisito de aquecimento de água e o seu equivalente numérico da envoltória , consequentemente, é baixo, nível D. Mesmo um ganho de 0,30 pontos de bonificação o resultado final obtido permaneceu com nível E, e 1,42 pontos no total. NOME DO INSPETOR Arq. Anarrita Bueno Buoro CAU A27436-4 ASSINATURA

86

Este relatório é propriedade da Fundação Vanzolini e seu conteúdo é confidencial Destino: Organização e Circulante I Formulário N° F.0578.04.D

16


87


88


DIRETRIZES PARA FUTUROS PROJETOS 89


DIRETRIZES PARA FUTUROS MODELOS DE CASA Em função da pesquisa realizada, destacamos algumas recomendações e sugestões para que os modelos atuais de casa e eventuais futuros modelos possam considerar as seguintes questões: 1. Modulação da casa: possibilidade de adaptação da moradia ao terreno e às necessidades da família. A grande demanda de construção de casas somado ao fato que muitas comunidades estão em locais onde os terrenos apresentam irregularidades e formatos não convencionais, gerou uma necessidade de pesquisa de outras casas modelo, como é o caso da casa “L”. Porém, o material disponível e o fato que os painéis apresentam medidas fixas, a possibilidade de trocas entre painéis é escassa, e isto nos coloca em uma situação quase sem solução sendo necessário montar a casa de acordo com o manual. Mas se pensarmos na modulação, tentando construir diferentes formatos com as mesmas peças, talvez tenhamos uma solução, mesmo que haja um custo inicial mais elevado. Provavelmente peças modulares intercambiáveis tem esse custo de compra elevado, mas que poderá ter um benefício na fase da montagem e desmontagem. 2. Revisão dos tamanhos das telhas se encaixem no eixo de cada caibro, sem

para que sobreposição.

Durante o processo de construção da casa protótipo “L”, uma das constatações que foi apontada como um problema, foi o fato que as instalações das telhas metálicas foram feitas de forma que uma sobrepunha a outra, decorrente da falta de medidas compatíveis 90


entre as distancias dos caibros e a largura da telha. Uma possibilidade de solução, seria estipular uma medida padrão para as distâncias dos caibros da estrutura do telhado e respeitar essa distância na largura das telhas. Além disso, seria interessante já colocar no cálculo do tamanho das telhas, uma sobra nos dois lados do comprimento que serviriam de beiral, protegendo a casa da ação de chuva e vento. O manual não nos informa as medidas exatas da telha, mas a análise dos croquis sugere que seja feita da forma dita a cima. Além disso, o tipo de material da telha precisa ser solucionado. A telha de zinco utilizada na casa é altamente cortante, e apresenta pouca isolação térmica. Sabemos que esse material acaba sendo utilizado por apresentar maior custo-benefício, entretanto existem outras soluções mais adequadas, como a implantação do telhado verde. Porém para fazê-lo é necessário um estudo de modificação do projeto.

croqui com possibilidade de solução para facilitar pregar as telhas foto por LAR 2015

91


croqui para sugestão de opção para telhado verde foto por LAR 2015

3.

Materiais fornecidos com medidas inexatas.

Além das telhas que estavam sem medidas compatíveis com a estrutura do telhado, os painéis modulares também apresentaram problemas na hora do encaixe, em virtude da grande margem de erro que foi considerada no projeto do protótipo. Estes erros, apesar de parecerem pequenos, quando somados resultam em uma diferença de até 5 centímetros, o que impossibilita o encaixe com outro painel. A perda de tempo que estes obstáculos oferecem, atrasou a construção em 2 dias, um tempo que em uma situação real, dentro das comunidades não existe. A solução talvez se dê no cálculo preciso e uma consideração de margem de erro menor, pois mesmo que haja algum, a somatória não resultara em uma diferença que prejudique o encaixe dos módulos da casa. Importante que o manual com o desenho e tamanho dos painéis seja bem claro para que o fornecedor possa segui-lo sem erros e margens a fim de facilitar a montagem da casa. 92


4. Layout. Durante o processo de pesquisa e entendimento das casas, realizamos diversos estudos de layout, possibilidades de ocupação, circulação, e disposição do mobiliário. Consideramos este um tópico a ser pensado durante a criação de novos modelos, pois pensar a casa a partir das formas de ocupá-la certamente resultará em modelos mais eficientes. Analisar as unidades já ocupadas junto aos moradores para identificar padrões existentes, e considerar medidas usuais de moveis e eletrodomésticos, são possíveis pontos de partida para esses novos desenhos. De forma geral, consideramos de extrema importância que esses estudos iniciais não sejam interrompidos. Acreditamos que a implantação de um grupo fixo de pesquisa dentro do TETO, voltado especificamente para busca de soluções construtivas e novos materiais seria um grande avanço para a organização, uma vez que os problemas encontrados seriam constantemente estudados. A possibilidade de realização de novos testes em futuras construções aumenta a chance de encontrar soluções reais que aprimorem os modelos de casas existentes, além de possibilitar a criação de novos modelos cada vez mais eficientes. Buscando uma solução de conforto térmico, pensamos na utilização do teto verde, pois atua como isolante evitando a transferência de calor, frio e ruído para o interior da edificação, desta forma minimizam gastos energéticos com aquecimento e refrigeração, constituindo se numa solução ecológica.

93


Telhados verdes são uma solução arquitetônica que consiste na aplicação de uma camada vegetal sobre uma base impermeável, podendo ser uma laje impermeabilizada ou mesmo um telhado convencional. Pensando em sustentabilidade e reciclagem, planejamos o uso de garrafas PET para a formação do teto verde, onde as garrafas são cortadas ao meio com a intenção de formar um vaso, como mostra na imagem abaixo. O telhado de PET tem diversas funcionalidades além de cobertura são utilizadas como painéis solares, e coletam a água da chuva para reuso.

94

croqui para sugestão de opção para telhado verde foto por LAR 2015


O atual modelo de janela utilizado na casa é do tipo bandeira (uma folha) e apresentou problemas na instalação e na utilização, principalmente devido ao espaço que ocupa para abrir e fechar. Uma possível solução encontrada é um sistema de encaixe, que possui baixo custo e é de simples fabricação/execução. Este encaixe apresenta: sistema de correr, pino de travamento, folga que evita emperramentos.

croqui para sugestão de sistema janela de correr foto por LAR 2015

95


96


97

BIBLIOGRAFIA


98


BIBLIOGRAFIA TETO. Manual de Construção – casa grande. Versão Dezembro/2013. TETO. Manual de Construção – casa pequena. Versão Dezembro/2013. TETO + ECOHOUSE. Manual de Construção – Redesenho + Ecohouse casa pequena. S/data. http://www.archdaily.com.br/…/projetos-humanitarios-de-shig… http://www.institutolocus.org/home.html - acessado em março, 2015. http://makeitright.org/ - acessado em março, 2015.

99


100


EQUIPE LAR 101


protótipo CASA “L” ECOHOUSE finalizada e alunos foto por LAR 2015 102


Equipe Extensão – LAR Laboratório de Arquitetura Responsável | 2015 Docentes: Prof. Me. Marcella Ocke Prof. Dra. Valéria Fialho

Discentes: Abraão Mota, Barbara Gimenes, Bruna Arruda, Bruno Biazzi, Camila Campos, Camila Martin, Cibele Rocha, Eliane Souza, Fabiane Rangel, Giselle Costa, Helena Azevedo, Iolanda Kurimori, Isabella Ventura, Jéssica Miracco, José Henrique Galvani, Ligia Jagosich, Mariana Lira, Mayara Ribeiro, Paola Palmieri, Roberta Pascale, Tábattha Tomaz, Thammy Nosaki, Vanessa Araújo.

Equipe Ecohouse – University of Cambridge Discentes: Amy Hall, Carla Troyas, Chico Shankland, Hector Newman, Lizzie Withers, Sara Troyas, Virginia Rollando.

103



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.