AEROPORTO INTERNACIONAL DE FORTALEZA
TERMINAL DE PASSAGEIROS CAMILA tavares MO RETTI
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO
T ER M I N A L D E PASSAG EI RO S D O A ERO PO RTO I N T ER N AC I O N A L D E FO RTA LEZA
por CAMILA TAVARES MORETTI orientação PROF. DR. FRANCISCO RICARDO CAVALCANTI FERNANDES FORTALEZA, 2017
SUMรกRIO
01 02 03 05 06
APRESENTAÇÃO
08
introdução tema justificativa
REFERENCIAIS TEÓRICOS
22
história da aviação no Brasil objetivos referências
diagnóstico
38
localização diretrizes dimensionamento e programa fluxos
PROPOSTA de projeto
68
apresentação conforto ambiental estrutura materiais e energia
CONCLUSÃO agradecimentos referências bibliográficas
120
APRESENTAÇÃO
01
01
INTRODUÇÃO
Aeroportos são construções que trazem fascínio para muita gente, não importa em qual lugar do mundo. Cada pessoa vai com um sentimento, seja uma expectativa de iniciar uma viagem, a ansiedade de receber alguém especial, ou até mesmo um desafio de voar pela primeira vez. Ali você encontra pessoas de diversas culturas e histórias, cada uma se encontrando naquele espaço por um breve momento até seguir seu destino. Ali também ocorrem momentos decisivos, felizes ou tristes, daqueles que decidem ceder à saudade e regressam à casa depois de um longo período longe se aventurando, ou daqueles que acabaram de iniciar sua aventura chegando na cidade. Aqueles que moram longe mas estão vindo visitar as pessoas que construíram sua história, ou aqueles que estão indo escrever um novo capítulo em outro lugar por aí afora. Comigo sempre levei um pouco de tudo: a vontade de desbravar o mundo e a certeza de que a minha cidade estará sempre ali para me receber de volta quantas vezes forem necessárias. Imaginei, portanto, que Fortaleza pudesse acolher a todos com um edifício inteiramente novo no qual apresentarei nas próximas páginas.
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Este trabalho tem como produto final um projeto para o terminal aeroportuário de passageiros que substituirá o atual aeroporto internacional Pinto Martins e suprirá a demanda que vem crescendo nos últimos anos para a região, localizando-se na região de Mirambé, no município de Caucaia, tomando como base o local previsto para o futuro aeroporto pelo programa Fortaleza 2040. Apoiando-me em estudos teóricos, técnicos e conceituais pretendo propor um projeto que possa receber com conforto e beleza os visitantes à Cidade do Sol e sua região.
fig. 01 fonte: adriana miller @drimiller
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02
TEMA
Propõe-se um projeto arquitetônico de um novo terminal de passageiros para um suposto futuro aeroporto para a Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) situado na região do Mirambé, zona rural do município de Caucaia, segundo os parâmetros indicados no Plano Mestre Urbanístico e de Mobilidade - Fortaleza 2040.
13
03
JUSTIFICATIVA
A discussão sobre a transferência do aeroporto de Fortaleza para fora da cidade não é de hoje. Isto se dá pelo fato de que ter um aeroporto de tal porte no centro geométrico de uma cidade traz inúmeros malefícios para o crescimento e o desenvolvimento da mesma [Fortaleza 2040].
3.1
O AEROPORTO COMO UM BLOQUEADOR
Grandes equipamentos urbanos localizados em lotes sem parcelamento, como campi universitários, o pátio de trens no Centro, o Porto e sua área de tanques e, é claro, o aeroporto, podem apresentar uma quebra na dinâmica da cidade. Tais equipamentos são chamados de bloqueadores. Dentre todos citados, o aeroporto é o que mais causa quebras de fluxo visto que interrompe o que seria o maior eixo viário de deslocamentos da cidade formado pelas vias Senador Pompeu/Expedicionários/Bernardo Manoel e avenida João de Araújo Lima. O aeroporto bloqueia ainda os deslocamentos na direção Leste-Oeste entre as vias Borges de Melo e Senador Carlos Jereissati [Fortaleza 2040, volume 3, parte 3, pág. 45].
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BLOQUEADORES metrô | trem passageiros
aeroporto
trem de carga
campi ufc | uece | unifor
rodovias
pátio trens | centro
rios | lagoas
porto e tanques
CAUCAIA
FORTALEZA
MARACANAÚ EUSÉBIO MARANGUAPE
AQUIRAZ
fig. 02 fonte: fortaleza 2040
15
3.2
DEPRECIAÇÃO DA ÁREA DE SEU ENTORNO
Além de ser um grande bloqueador, ter um aeroporto no centro geográfico da cidade pode apresentar ainda mais problemas, como:
01 intensa poluição do ar, causada tanto pelas aeronaves quanto pelo tráfego de caminhões;
02 poluição sonora, que prejudica hospitais e causa problemas no aprendizado
das crianças que moram nas imediações, podendo chegar a um raio de influência de até 10km;
03 congestionamento do tráfego terrestre; 04 criação de zonas urbanamente deprimidas e que causam insegurança ao longo de sua periferia de cerca de 13km;
05 queda no valor dos imóveis dentro de um raio de 4km, podendo se estender a 10km no futuro [Fortaleza 2040, volume 3, parte III, item 4.7]
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na Carolina do Norte (EUA), os preços de habitações caíram 9% logo depois do anúncio de expansão, com uma queda de 6% dentro de outra área a dois quilômetros e meio de distância do aeroporto. Em outras palavras, na implantação de um aeroporto, podem ocorrer efeitos negativos em termos econômicos, via redução de valor de propriedade, além de consequências em saúde em termos de exposição à poluição, e em termos de fatores sociais relacionados com qualidade de vida e aprendizado de crianças nas escolas. fonte: fortaleza 2040
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3.3
CRESCIMENTO DO TRÁFEGO AÉREO NOS ÚLTIMOS ANOS
ANO
TOTAL PASSAGEIROS
% DIFERENÇA
MOVIMENTO AERONAVES
% DIFERENÇA
PASSAGEIROS INTERNACIONAIS
% DIFERENÇA
2003
1.868.799
-
36.486
-
156.366
-
2007
3.614.439
+93%
47.226
+29%
267.881
+71%
2011
5.649.604
+56%
65.853
+39%
232.550
-13%
2015
6.347.543
+12%
61.556
-07%
219.126
-06%
2016
5.706.489
-10%
53.133
-14%
224.133
+02%
O atual terminal de passageiros foi projetado para suportar apenas 2,5 milhões de pessoas por ano. Vemos que o crescimento exponencial do fluxo de pessoas que passam pelo atual aeroporto de Fortaleza é alarmante. Mesmo com a leve queda no total de passageiros em 2016, a Infraero já registra uma alta de 3,2% no ano de 2017 se comparando até os meses outubro dos dois anos, ao passo que cresceu também 26% em passageiros desembarcando em vôos internacionais se comparando os meses até julho. Com a nova administração da Fraport e a chegada do novo HUB da Air France/KLM/Gol, é esperado que o número de passageiros e vôos só cresça nos próximos anos [Arialdo Pinho, secretário da Infraero, 2017].
18 018
3.4
PROPOSTA DE UM NOVO AEROPORTO
Após todos os estudos sobre a inviabilidade de se ter um aeroporto dentro da cidade, propõe-se, então, a transferência do mesmo para uma região mais afastada da cidade. Tal afastamento causaria menos impactos nas áreas urbanas, além de trazer novas oportunidades econômicas a partir da sua nova área de influência. Outros benefícios também viriam com a relação mais direta com o Porto do Pecém, que tende a absorver toda a movimentação de cargas do Porto do Mucuripe [Fortaleza 2040].
3.5
O DESTINO DO ATUAL AEROPORTO
A transferência do aeroporto para outra área resultaria na desativação do atual, Pinto Martins, tornando possível inúmeras propostas urbanas para aquela região. De acordo com o Plano Mestre e Urbanístico Fortaleza 2040, a área que hoje é a pista do Aeroporto Pinto Martins seria transformado em um ecobairro planejado. Usos como moradias, negócios/atividades econômicas e áreas de lazer/cultura, seriam conectadas à cidade por um parcelamento do solo integrado ao sistema viário existente. Isto aumentaria a acessibilidade e fluidez viária além de criar um novo contexto urbano para uma área com localização geográfica estratégica na cidade.
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Além das propostas indicadas no Fortaleza 2040, propõe-se também que o prédio do antigo terminal de passageiros poderia ser adequado para tornar-se um centro comercial ou shopping center, já que o prédio do atual aeroporto possui uma infraestrutura satisfatória para tal finalidade, além de que aquela região carece de um equipamento comercial de tal porte. Isto geraria milhares de empregos e desenvolvimento para a região. Uma segunda opção seria manter o atual aeroporto apenas para o recebimento de voos de pequeno porte, pois os mesmos necessitam de uma menor área de aproximação, diminuindo o raio que afeta a altura dos edifícios, podendo ser liberadas para um maior desenvolvimento.
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02 REFERENCIAIS TEÓRICOS
01
HISTÓRIA DA AVIAÇÃO NO BRASIL
em 4 em de setembro 4 de setembro de 1922 de 1922 o o pilotopiloto cearense cearense Euclydes Euclydes Pinto Pinto Martins Martins iniciainicia o primeiro o primeiro voo realizado voo realizado entreentre NovaNova York York e Rioede RioJaneiro, de Janeiro, a bordo a bordo de de um hidroavião, um hidroavião, terminando terminando em 8 em de fevereiro 8 de fevereiro de 1923 de 1923
umauma novanova pistapista destinada destinada a atender a atender às necessidades às necessidades dos dos americanos americanos durante durante a a 2a 2a Guerra Guerra Mundial Mundial foi foi construída construída e recebeu e recebeu o o nome nome de Base de Base do Cocorote do Cocorote
a pista a pista do do Alto Alto da da Balança Balançaé é construída construída
a Base a Base do Cocorote do Cocorote recebe recebe o o nome nome de de Aeroporto Aeroporto Pinto Pinto Martins, Martins, em em homenagem homenagem ao ao piloto pilotocearense cearenseEuclydes Euclydes Pinto Pinto Martins, Martins, natural natural do do município município de de Camocim, Camocim, queque realizou realizou o primeiro o primeiro voovoo entre entre Nova Nova YorkYork e Rio e Rio de Janeiro de Janeiro
1930 1930 1922 1922
foi foi construído construídoo oprimeiro primeiro terminal terminalde depassageiros passageiros com com cerca cerca de de 8.200 8.200 m²m² dede área áreae ecapacidade capacidadepara para atendimento atendimentode de900 900milmil passageiros/ano passageiros/ano
1952 1952 1943 1943
1966 1966
fonte: portalbrasil.net
Em 2 de maio, entrou em operação a nova sala de embarque doméstico do Aeroporto Internacional Pinto Martins com 1.350 m² e capacidade para atender 300 mil passageiros por ano.
Em abril, deu-se início à construção do atual terminal de passageiros do Aeroporto Internacional Pinto Martins, inaugurado em fevereiro de 1998, numa parceria entre Infraero e Governo do Estado do Ceará.
a Infraero assumiu a administração do aeroporto no dia 7 de janeiro, dando assim início a várias obras de revitalização e ampliação do complexo aeroportuário
Em julho entrou em operação o novo Terminal de Logística de Carga (TECA), contemplando o terminal, o pátio para aeronaves cargueiras e as vias de acesso, ampliando a aviação comercial a partir do Aeroporto Internacional Pinto Martins. A obra de 40m de altura foi concluída em 2009.
1974
2009 1996
2014
02
objetivos
Propor um estudo a nível de anteprojeto de um terminal de passageiros para o novo aeroporto de Fortaleza aos moldes do Plano Mestre Urbanístico e de Mobilidade - Fortaleza 2040. Incluir modais de transporte público, como linhas de ônibus e estação de metrô internos para a conexão da cidade com o novo terminal de passageiros. Já pensando no grande crescimento do cenário aeroviário de Fortaleza, o prédio proposto teria a capacidade para 15 milhões de passageiros por ano, suprindo, assim, as necessidades da cidade por um longo período de tempo.
28
03 3.1
referências
ZARAGOZA AIRPORT
O terminal de passageiros do aeroporto na Espanha, teve sua obra concluída em projetado pelo arquiteto espanhol Luis Vidal
de Zaragoza, 2008 e foi + associados.
Sua coberta é o item mais representativo da estrutura. Ela é projetada de tal forma que cria um efeito de ondas do mar. O resultante de seus desencontros gera grandes clarabóias verticais, permitindo, assim, que luz natural penetre no interior edifício. Tal artifício traz um diferencial de beleza além de atender aos ideais de sustentabilidade por reduzir a necessidade do uso de luz artificial durante o dia. Sua estrutura desconectada, ou seja, sem uso de vigas que unificam transversalmente a coberta, reafirma a independência aparente de cada “onda”, dando uma idéia de leveza.
29
fig. 03, 04 e 05 fonte: archilovers
31
3.2
AEROPORTO INTERNACIONAL DE BRASÍLIA
O terminal de passageiros do aeroporto internacional de Brasília foi projetado em 1990 pelo arquiteto Sérgio Roberto Parada e equipe. A funcionalidade unida ao verde e a transparência dos espaços internos do aeroporto de Brasília é um grande diferencial deste projeto. O arquiteto quis criar um espaço com ambiência tropical, mantendo uma linguagem predominantemente brasileira. O paisagismo de Rosa Kliass e painéis coloridos de Athos Bulcão unidos ao aproveitamento de recursos de iluminação e ventilação naturais reforçam a ideia de generosidade dos espaços públicos.
fig. 06 fonte: ifpaisagismo.com.br
fig. 07 e 08 fonte: oglobo.com; mapio.net
33
3.3
EXPANSÃO DO SHOPPING IGUATEMI FORTALEZA
A expansão do Shopping Iguatemi de Fortaleza foi projetada para dar a idéia de ser uma grande pérgola de madeira, proporcionando um bem estar e aconchego aos visitantes. Toda a estrutura é de Madeira Laminada Colada de Abeto, proveniente de florestas de reflorestamento da Áustria. A estrutura foi produzida e montada por empresas brasileiras em conjunto com empresas européias e teria que adequar-se ao selo LEED. Houve uma grande crítica sobre fazer esta estrutura em madeira pois seu transporte geraria uma grande produção de CO2. Porém, como afirmam os engenheiros Alan Dias e Paulo Bastos, da Carpinteria Estruturas de Madeira, empresa brasileira responsável pelo estudo de viabilidade:
no mundo não existe material estrutural mais sustentável que a madeira. Sabemos que a madeira é o único material estrutural que já cresceu com a energia solar, água e armazenou em sua composição o Dióxido de Carbono (CO2). Quando uma árvore está crescendo, ela nos dá Oxigênio (O2) e absorve CO2. Se esta árvore cai na floresta, ela devolverá o CO2 que armazenou durante seu crescimento para atmosfera ou para o solo.
Se ela é utilizada como carvão, ou queima num incêndio, também devolverá o CO2 à atmosfera. Mas se a madeira for utilizada para fabricar estruturas, móveis, brinquedos, etc. ela tem a propriedade de armazenar o CO2, promovendo então um seqüestro. Aproximadamente 1m³ de madeira tem a capacidade de seqüestrar 1 ton. de CO2. As duas soluções para combater a mudança de clima é reduzir as emissões de CO2 e encontrar um jeito de armazená-lo. A madeira é o único material que consegue esses dois feitos.
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Com estes estudos foi provado que trazer a madeira de fora do Brasil não causaria nenhum impacto ambiental devido à distância transportada. Além disso, todas as peças foram desenhadas uma a uma e cortadas numa máquina de corte CNC (Computer Numeric Control), onde a máquina lê o desenho de CAD e interpreta os cortes realizando-os automaticamente. Assim os furos e encaixes são totalmente precisos, evitando desperdícios e deixando para a obra apenas alguns pequenos ajustes. A coberta da expansão do Shopping Iguatemi Fortaleza trata-se da maior estrutura de madeira já construída em todo o Brasil, sendo assim um marco na arquitetura brasileira. Para se ajustar ao clima brasileiro, toda a madeira foi submersa em um cupinicida para tratamento superficial e depois recebeu duas camadas de um Stain hidrorrepelente para a proteção da umidade. A estrutura foi dimensionada também para suportar no mínimo 60 minutos de ação de fogo, prevista nas normas européias. A cobertura é de policarbonato.
m³ de madeira transportada: 1200 m³
distância a ser transportada: 7130 km
peso da madeira: 720 ton.
meio de transporte: navio - 21
gasto de CO2 no transporte: 107,81 ton.
armazenamento de CO2: 1200 ton.
saldo de CO2:
distância gênova-fortaleza: 7.129,79km
1092,19 ton.
35
fig. 09, 10 e 11
fonte: tripadvisor.com, diรกrio do nordeste; carpinteria.com.br
diagnรณstico
03
01 1.1
LOCALIZAÇÃO
O TERRENO
O terreno estipulado pelo Fortaleza 2040 se baseia na conveniência metropolitana, proporcionando um ambiente acessível para pessoas e cargas e devendo situar-se até 40 km da principal cidade e relacionarse bem com a região portuária (Cipp), ferrovias de carga e de passageiros como a Ferrovia Transnordestina e trem de passageiros proposto a seguir, e, ainda, acessibilidade rodoviária adequada.
Associado a essa análise urbanística foi realizado um estudo por especialistas em aeroportos sobre a localização de um novo aeroporto metropolitano à luz de aspectos técnicos relacionados a esse assunto. O estudo teve como base a sugestão feita pela equipe de urbanismo e de mobilidade, tendo como base os conceitos descritos, para a localização dessa nova oferta aeroviária à leste do km 20 da BR-020; essa localização pode ser observada graficamente na figura a seguir. O estudo aeroportuário concluiu que essa localização se mostrou operacionalmente viável para implantação
41
PROJEÇÃO DA ZONA DE
FUTURO
PROTEÇÃO
PARA
DO
NOVO
USO
DE
INSTALAÇÃO
FERROVIA DE
TREM
AEROPORTO DA RMF |
COM DESTINO AO AEROPORTO
RAIO = 15km
METROPOLITANO - TRAJETO 34km
linha de trem
PROJEÇÃO DO NOVO AEROPORTO
INTERNACIONAL
METROPOLITANO
fig. 12: trem para o novo aeroporto
42
DA
ZONA
AEROPORTO PINTO
MARTINS | RAIO = 15km
fonte: fortaleza 2040
1.2
SISTEMA VIÁRIO E TRANSPORTE PÚBLICO
O acesso ao terminal de passageiros, partindo do centro da cidade, será dado pela BR-020 e Avenida Mister Hull, existindo a possibilidade de conexão com vários outros eixos viários e corredores de mobilidade da capital. Para as outras cidades da RMF, poderão ser utilizadas as Rodovias BR-020, o Arco Metropolitano, e a BR-222, para daí conectarse a outras rodovias e acessos de cada região específica. Propõe-se, ainda, um trem de passageiros interligando o novo aeroporto ao porto de passageiros do mucuripe, por meio do prolongamento da infraestrutura na qual irá operar o vlt parangaba-mucuripe, atualmente em construção, até esse novo aeroporto, utilizando parte da faixa de domínio da linha sul do metrô até o limite sul do município, seguindo em direção a oeste utilizando a faixa de domínio da ferrovia de carga, conectando se a uma nova faixa de domínio paralela à BR-020 em direção ao novo aeroporto internacional da cidade de Fortaleza [Fortaleza 2040, pt.3, pp. 70]
43
1.3
LEGISLAÇÃO
Para o entorno do aeroporto será estipulada uma ZPA (Zona de Proteção de Aeródromos), que pertence à portaria nº 1.141/GM5, de 8/12/1987. Nela consta, dentre outros, o Plano Básico de Zona de Proteção de Aeroportos (PBZPA), o Plano de Zoneamento de Ruído (PZR) e a Área de Segurança Aeroportuária (ASA). Tais planos têm a finalidade de organizar e regulamentar o uso do solo nas áreas próximas ao novo aeroporto.
PLANO BÁSICO DE ZONA DE PROTEÇÃO DE AEROPORTOS [PBZPA] O PBZPA delimita o cone de aproximação e impõe limites quanto à presença e altura de edificações e outros objetos que venham a representar perigo ou risco às operações aéreas. (ANAC 2016)
PLANO DE ZONEAMENTO DE RUÍDOS [PZR] O PZR é composto por duas curvas de nível de ruído das quais se distribuem em três áreas (I, II e III). O ruído aeronáutico está diretamente relacionado à distância da fonte emissora e à intensidade da emissão. São estabelecidas restrições ao uso do solo nas áreas I e II. Na área I, que é a área que se encontra mais próxima da
44 044
pista, o ruído aeronáutico é mais intenso, sendo proibida a maioria das atividades urbanas. Estão proibidas, porém, atividades ligadas à saúde, educação e cultura. No caso das edificações residenciais, poderão ser permitidas apenas em situações especiais, mediante elaboração de tratamento acústico. Na área III normalmente não são registrados níveis de incômodo mais significativos, não são estabelecendo, portanto, restrições ao seu uso.
ÁREA DE SEGURANÇA AEROPORTUÁRIA [ASA] A ASA tem por finalidade disciplinar a ocupação do solo nas áreas de entorno dos aeroportos, estabelecendo restrições à implantação de algumas atividades consideradas de natureza perigosa para a navegação aérea. O raio pode ir de 13 à 20 km partindo do centro geométrico do aeródromo (CONAMA, Art. 1º da Resolução nº 4, de 09/10/1995). Um exemplo seria o fato de que certas atividades acabam atraindo pássaros para a região, como matadouros, lixões, curtumes e certas culturas agrícolas, tornandoas, assim, proibidas de serem instaladas na imediações do aeroporto.
45 45
1.4
USO DO ENTORNO
Corredores de aeroporto são crescentemente atrativos para sedes de grandes empresas, bem como treinamento, pesquisa e centros de serviços de companhias internacionais. Beneficiando-se dos bons níveis de acesso, um crescente número de companhias inovadoras, hightech, tem procurado situar-se no corredor do aeroporto por conta da rede mundial possibilitada por aeroportos hub. Tais localidades possuem baixo custo de aluguel e, ao mesmo tempo, situam-se ainda perto da cidade, porém fora dela.
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02
diretrizes
Sabendo-se que os Fortalezenses, tanto os que trabalham quanto os que utilizam seus serviços, estão acostumados com o modelo de aeroporto que é o Pinto Martins. Visa-se, então, manter o que o mesmo trouxe de pontos positivos. O mirante para a observação de pousos e decolagens e obras de artistas locais expostas em vários pontos do edifício são ótimos exemplos disso. Outras diretrizes pensadas para o projeto visam articular e conferir a forma e a identidade do projeto. Aeroportos podem ser muito similares entre si, pois o partido está normalmente condicionado à globalização de estilos e materiais. Por serem equipamentos grandes e com muito dinheiro investido, muitas vezes não se leva em consideração o condicionamento energético e o meio ambiente. Levando tais medidas em consideração, foram propostas as seguintes diretrizes:
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acumular pontos para a obtenção do selo LEED - Leadership in Energy and Environmental Design, oferecido pelo Green Building Council – GBC, como, por exemplo: 01 promover o acúmulo de carbono na estrutura com a utilização de madeira de reflorestamento; 02 limpeza na obra com o uso de estrutura em aço 03 utilização de energia renovável como principal fonte de energia 04 sistema de reutilização de água 05 tornar o edifício mais translúcido para uma menor utilização de luz artificial durante o dia, também trazendo a idéia de que o Ceará é a Terra da Luz 06 atentar para o conforto ambiental através do uso de materiais de proteção térmica e acústica, como vidro duplo (insulado) e telhas sanduíche, ajudando também na redução do uso do ar-condicionado.
ser de fácil acesso, apresentando conexão com outros modais de transporte público como metrô e ônibus trazer a natureza para dentro através de jardins internos ter um partido que remete a elementos próprios do ceará, como sol, flora local, ondas do mar, cata-ventos, etc
48 48
03 3.1
dimensionamento E PROGRAMA
DIMENSIONAMENTO DE SETORES
Para iniciar o projeto de um aeroporto é preciso utilizar-se de alguns cálculos para que não haja erros na hora de atender aos passageiros, possibilitando os espaços um tamanho confortável para atender a demanda estipulada de 15 milhões de passageiros ao ano. São elas:
01 NÚMERO DE PONTES DE EMBARQUE [FINGERS] capacidade requerida: 15.000.000 de pax/ano fator de conversão utilizado: ANAC: 0,027% logo, o número estimado de passageiros na hora-pico é 4050pax/hp
tamanho médio de aeronave (TMA): 100 assentos fator de aproveitamento na hora-pico (FA): 85% logo o número estimado de aeronaves na hora-pico é 4050 / (100 x 0,85)
49
o número de movimentos de aeronaves não deve ser confundido com o número necessário de posições de aeronaves para embarque e desembarque de passageiros. Dependendo do tipo de tráfego, uma mesma posição pode ser utilizada para mais de um vôo dentro da mesma hora
o cálculo do número de posições de aeronaves (“gates”) pode ser feito segundo várias metodologias. Para este projeto foi-se utilizado o “Snow and Partners”, do Reino Unido.
n = número de pontes m = número de movimentos de aeronaves de embarque ou desembarque
N = 1,1 x m N = 1,1 x 24 N = 26,4
o número de pontes de embarque deve ser, pelo menos, correspondente a 70% do número de posições de aeronaves requeridas na hora-pico.
então, o número mínimo teórico de pontes de embarque é 24 x 0,70 = ≅ 19 fingers
50
02 EMBARQUE meio-fio de embarque
L = a. p . l . t / 60n
L comprimento de meio-fio a número de pax na hora-pico p proporção de passageiros usando carro particular/táxi n número médio de passageiros por táxi/carro (1,3) t
comprimento médio utilizado por táxi/carro (6,50 m)
l
tempo médio de ocupação do meio-fio por táxi/carro
o número de passageiros na hora-pico é 4.050, mas também foi fornecida a seguinte informação: 60% chegam de táxi, 35% de carro (dos quais apenas 50% utilizam o meio-fio). Além disso, 750 passageiros refere-se ao total de pax, embarcando e desembarcando. Foi sugerido considerar que na hora-pico 70% do total de pax estão embarcando ou desembarcando. Logo, o número de passageiros na hora-pico realmente usando o meio-fio é:
4.050 x 0,70 = 2.835 2.835 x 0,60 = 1.700 (usando táxi) 2.835 x 0,35 x 0,50 = 496 (usando carro particular) então, número de pax = 1.700 + 496 = 2.196
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o tempo médio de utilização do meio-fio por táxis e carros particulares é diferente. Então é necessário determinar a média ponderada dos valores fornecidos.
táxi = 1,2 min. (1.700/1,2 = 1.416 táxis) carro part. = 1,0 min. (496/1,2 = 413 carros) tempo médio = [(1.416 x 1,2) + (413/1,0)] / (1.700 + 413) = 1 min.
a proporção de utilização de carro part. e táxi é 60% + (50% de 35%) = 77,5% (0,775)
L = (2.196 x 0,775 x 6,5 x 1) / (60 x 1,3) = 141,825 m (+10%) = 156 m (o acréscimo de 10% é recomendação da IATA)
03 BALCÕES DE CHECK-IN cálculo de qtde.
N = a x t/60 A no. de passageiros na hora-pico (4050 x 0,7 = 2835) s tempo médio de processamento por pax. (1,5 min.)
N = (2835 x 1,5)/60 = 13,125 (+ 10%) ≅ N = 70 balcões
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04 SAGUÃO DE EMBARQUE cálculo de área
A = s x (y/60) x {3 x [a x (1+o)]}/2 A área do saguão de embarque s espaço por pessoa (nível de serviço “c” da IATA = 1,9 m² /pessoa) y tempo médio de ocupação por passageiro/visitante (20 min.) a passageiros na hora-pico (4.050 x 0,7 = 2.835) o número de visitantes por passageiros (0,50)
deve ser observado que a área calculada refere-se à área líquida. A ela devem ser acrescentadas aquelas relativas à estrutura, “shafts”, áreas comerciais centrais, etc.
A = 1,9 x (20/60) x {3 x [2835 x (1 + 0,50)]}/2 ≅ A = 3.636 m²
05 ÁREA DE FILA PARA CHECK-IN embora a IATA apresente um algoritmo para cálculo dessa área, a experiência tem mostrado que é recomendável prever uma área que comporte um comprimento de fila entre 10 a 12 metros em frente aos balcões de check-in”. Aqui sugere-se 10 metros.
53
06 EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA [magnetômetro e máquina de raios-X]
capacidade de cada equipamento = 600 unid./hora número de pax/hp = 4050 x 0,7 = 2835 2835 / 600 = 4,73 - aprox. 5,00
07 NÚMERO DE ESTEIRAS cálculo de qtde.
N = (e x r x z) ÷ (60 x m)
N número de esteiras (aqui se referindo às esteiras com 40 m de comprimento útil) e número de passageiros na hora-pico (2.835) r
proporção dos passageiros chegando em aeronaves tipo “narrow body” (100%)
z ocupação média da esteira por aeronave (20 min.) m número de passageiros aproveitamento de 80% (80)
por
aeronave
N = (2.835 x 1 x 20) ÷ (60 x 80) = 11,81 - aprox. 12 12 x 40 = 480m
54
com
3.2
PROGRAMA DE NECESSIDADES
O programa de necessidades do novo TPS foi baseado em programas de outros projetos de aproximadamente mesma escala, entrevista com o ex diretor da Infraero, Heber Oliveira, e também do atual TPS, o Pinto Martins. As áreas e quantidades do programa foram levemente aumentadas a partir do dimensionamento inicial, já pensando-se em uma futura expansão. Foi também estipulada uma área para expansão no pavimento subsolo. Parte das divisões internas estipuladas podem ser facilmente modificadas de acordo com a demanda e logística da administração do terminal. As áreas de cada ambiente, tanto isolado quanto acumulado, serão mostradas junto à planta baixa de cada pavimento mais à frente.
55
AMBIENTES 3.2
56
QTDE
saguão de embarque
01
área de check-in
02
back offices de cias aéreas
12
saguão de desembarque n = número de pontes restituição de bagagem
01
imigração
02
área de desembarque
01
desembarque remoto
01
embarque remoto
01
conexão de embarque
01
banheiro feminino
41
banheiro masculino
41
vestiário feminino
05
vestiário masculino
05
banheiro para deficientes feminino
23
banheiro para deficientes masculino
23
banheiro família / fraldário
23
depósito de materiais de limpeza [dml]
33
depósito
52
plataforma de metrô
01
acesso de transporte público
02
geradores
02
tanques de termoacumulação
02
estação de reaproveitamento de água
02
recebimento de bagagens despachadas p/ aeronaves
02
distribuição de bagagens para restituição
01
estacionamento de serviço
02
02
AMBIENTES
QTDE
estacionamento público
01
almoxarifado
01
escritórios
21
polícia militar
01
polícia civil
01
polícia federal
02
alojamento para funcionários
01
auditório
02
salas multiuso públicas
02
academia para funcionários
01
fraport
02
anac
02
setor de obras e de engenharia
01
sala para funcionários
03
refeitório
01
copa
03
galeria de manutenção
01
vistoria de produtos
02
sala de equipamento elétrico
04
sala de quadro elétrico
04
fiscalização de pátio
01
área para expansão
01
área de embarque
01
salas vip
01
vistoria e raio x de bagagens de mão
02
escritório de bagagem e rampa
02
sala de controle e segurança
01
57
AMBIENTES
QTDE
guarda-volumes
01
free-shop
02
ministério da saúde - anvisa
01
ministério da agricultura
01
salas de reunião
03
administração
01
enfermaria
01
capela ecumênica
01
alfândega
01
juizado de menores
01
casa de câmbio
01
correios
01
comunicação social
01
terraço panorâmico
02
praça de alimentação
02
alimentação
25
*variados
85
*área flexível de comércio, serviços ou alimentação. ex: creche/espaço família, caixas eletrônicos, escritório público, agências de turismo, táxi credenciado, aluguel de carros, casas de câmbio, dormitórios, cinema, etc. Tais áreas podem ser divididas em áreas menores ou combinadas entre si
58
04
O PARTIDO
4.1 QUANTO AOS TIPOS DE LAYOUT
LAYOUT LINEAR
01 é o conceito predominante na maioria dos aeroportos brasileiros
02 possui baixo custo de implantação 03 pode ser de fácil expansão 04 suporta menor número de aeronaves
LAYOUT EM PIER
01 permite maior segregação entre os tipos de passageiros (internacionais e domésticos)
02 pode possuir facilidade de expansão 03 custo moderado de implantação.
59 59
LAYOUT EM SATÉLITE
01 requer um outro modal de transporte terrestre ou passagem subterrânea para acesso ao edifício satélite
02 menos flexível para expansões 03 possui alto custo de implantação
LAYOUT REMOTO
01 necessidade de um outro modal de transporte terrestre p/ acesso à aeronave;
02 não há necessidade de pontes de embarque
03 possui baixo custo de implantação 04 fácil expansão
Os modelos de layout citados podem ser combinados entre si, podendo ser alternativas de expansão de acordo com o crescimento da demanda do aeroporto. Com o estudo dos possíveis layouts, pensou-se em um formato entre o layout linear e o layout de pier. Porém, o ângulo de 90º formado entre o píer e o restante do prédio criaria uma zona crítica, fazendo com que espaços para aeronaves fossem perdidos.
60
60
ângulo de 90 ° - perda de espaço
Estipulou-se, então, que o edifício dobraria-se formando um ângulo de 60º com o píer e consigo mesmo. 90°
90°
A
ação
possibilitou
ainda o encaixe de uma maior quantidade de aeronaves se em comparação com a forma anterior.
(
nos
pontos
onde
o
edifício
mudaria de direção, boleou-se os vértices, resultando na criação de um centro geométrico de
(
°
(
°
60
estacionamento das aeronaves 60
mudança para ângulo de 60 °
Ainda buscando a facilitação do
60°
forte interferência no projeto.
Com o formato resultante, o novo TPS visto de cima parecería-se
boleamento de vértices
com as hélices de um cata-vento, algo que é muito simbólico para o Ceará, pois nossa produção de energia eólica foi pioneira no país (Diário do Nordeste, 2017) e está presente em muitos cartões postais.
61
4.2
QUANTO AOS FLUXOS CONTROLE DE BILHETES | EMBARQUE INTERNACIONAL PRAÇA DE ALIMENTAÇÃO | TERRAÇO PANORÂMICO
CIRCULAÇÃO INTERNA
ILHAS DE CHECK-IN
MEIO FIO DE EMBARQUE / DESEMBARQUE
SAGUÃO DE EMBARQUE
CONTROLE DE BILHETES | EMBARQUE DOMÉSTICO
ACESSO
ACESSO PARA A CIDADE
ESTACIONAMENTO RESTITUIÇÃO DE BAGAGEM DOMÉSTICO
ÁREA DE DESEMBARQUE
SAGUÃO DE DESEMBARQUE POLÍCIA FEDERAL
ACESSO DE TRANSPORTE PÚBLICO
PARADA DE ÔNIBUS
ESTAÇÃO DE METRÔ
ACESSO MEIO FIO DE SERVIÇO
ALFÂNDEGA
ESTACIONAMENTO FUNCIONÁRIOS
ESTACIONAMENTO CARGA | DESCARGA
INFRAESTRUTURA
DEPÓSITO DE LOJAS E RESTAURANTES DAS ÁREAS PÚBLICAS
VISTORIA DE LOJAS E RESTAURANTES DA ÁREA SEMI-PÚBLICA
FREESHOP
FREESHOP FINGER
CONTROLE DE PASSAPORTE
VISTORIA E RAIO-X
ÁREA DE EMBARQUE
POLÍCIA FEDERAL
VISTORIA E RAIO-X
CIRCULAÇÃO INTERNA
RESTITUIÇÃO DE BAGAGEM INTERNACIONAL
IMIGRAÇÃO
ÔNIBUS
FINGER
AERONAVE
EMBARQUE REMOTO
ÔNIBUS
FINGER DESEMBARQUE REMOTO
AERONAVE
EMBARQUE REMOTO
ESCRITÓRIOS | CIAS AÉREAS | SALA FUNC. | WCS | ELÉTRICA
CIRCULAÇÃO INTERNA
ÁREA DE EMBARQUE
AERONAVE
ÔNIBUS
AERONAVE
AERONAVE AERONAVE
MINISTÉRIOS | ANAC | FRAPORT | ADM | SALA FUNC. | SALAS DE REUNIÃO | WCS | ELÉTRICA
ÁREA DE DESEMBARQUE
DESEMBARQUE REMOTO
ÔNIBUS AERONAVE
FINGER
AERONAVE
CIRCULAÇÃO INTERNA percurso pessoas percurso malas área pública área privada área semi-pública: embarque doméstico área semi-pública: embarque internacional área semi-pública: desembarque doméstico área semi-pública: desembarque internacional
O fluxograma do aeroporto proposto foi feito para que se houvesse um fácil entendimento do prédio para o visitante que estivesse passando por ele pela primeira vez. O mais indicado é ter o acesso por dois portões diferentes, um para embarque e outro para desembarque. Porém, esta opção resultaria em um desembarque lúgubre, com pouco apelo arquitetônico dado principalmente pelo seu pé direito básico e sua saída semelhante à parte de baixo de um viaduto como acontece em muitos aeroportos.
fig. 13 - embarque
64
fonte: http://www.copa2014.gov.br/pt-br/noticia/aeroporto-de-sao-goncalodo-amarante-recebe-primeiros-voos-e-elogios-dos-passageiros
fig. 14 - desembarque fonte: http://www.copa2014.gov.br/pt-br/noticia/aeroporto-de-sao-
goncalo-do-amarante-recebe-primeiros-voos-e-elogios-dos-passageiros
Por isso, optou-se por fazer o acesso público por um só portão, como já acontece no nosso atual aeroporto, o Pinto Martins. Como resultado, há um conflito de fluxos de embarque e desembarque que será evitado direcionando o check-in de embarque para as pontas do TPS e o desembarque seria feito pelo centro. Circulações verticais então farão a transferência para o andar superior onde encontra-se o saguão de embarque.
65
Já a área de embarque e desembarque foram separadas em dois pavimentos para que não haja necessidade de um corredor compartilhado havendo, assim, interrupção de fluxos quando um vôo estiver desembarcando e outro embarcando.
LEGENDA
fluxo de desembarque fluxo vertical p/ saguão de embarque fluxo de embarque área semi pública área privada área pública
66
04 PROPOSTA DE PROJETO
01
DESENHOS E PERSPECTIVAS
VIAS CRIADAS PARA ACESSO AO TERMINAL
LINHA DE METRÔ
POSSÍVEIS EXPANSÕES
IMPLANTAÇÃO 0 100
500
1000
AMBIENTE 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19
ÁREA ACUMULADA
estacionamento meio-fio de embarque/desembarque saguão de desembarque área de check-in back-offices de cias aéreas sala de controle escritório de bagagem e rampa alfândega polícia federal free shop administração enfermaria capela ecumênica comunicação social ministérios restituição de bagagem imigração conexão de embarque área de desembarque
1.300m² 9.850m 6.580m² 12.040m² 960m² 110m² 340m² 115m² 150m² 650m² 85m² 53m² 30m² 36m² 210m² 8.520m² 605m² 295m² 9.200m²
ÁREA TOTAL
54.690m²
A3
7
5 4
GSEducationalVersion
A1
2
18
19
A3
19
17
A2
16
9 15
14 13 12 11
8
10
3
7
6
3
5 4
A2
2
A1
1
PAVIMENTO TÉRREO 0
1
10
50
100
AMBIENTE 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
saguão de embarque vistoria e raio-x imigração polícia federal juizado de menores correios free shop praça de alimentação área vip área de embarque variados ÁREA TOTAL
ÁREA ACUMULADA 3.950m² 1.025m² 265m² 325m² 60m² 90m² 330m² 1.925m² 860m² 20.460m² 5.708m² 5.708m²
A3
11 10
11
GSEducationalVersion
A1
2
10
11
A3 10
10 11 9
11
A2
11 8 7 4
5
6
1
3
2 11 10
A2
11
A1
2
PRIMEIRO PAVIMENTO 0
1
10
50
100
AMBIENTE 1 2 3
ÁREA ACUMULADA
praça de alimentação terraço panorâmico alimentação
5.855m² 1.300m² 2.638m²
ÁREA TOTAL
8.870m²
2
3
GSEducationalVersion
2 3
3
3
3 1
TERCEIRO PAVIMENTO 0
10
50
100
AMBIENTE 1 2 3
casa de máquinas do elevador espaço para caixas d'água acesso para a coberta ÁREA TOTAL
GSEducationalVersion
ÁREA ACUMULADA 15m² 100m² 3m² 2.790m²
A3
A1
2
A2
A3
A2
2
A1
3
1
ESTRUTURA DA COBERTA 0
1
10
50
100
A3
A3
A1
2 A1
2
A2
A2 A1
A1
COBERTA 0
1
1
A2
A3
A2
A3
10
COBERTA 50 0
10
100 50
100
CORTES E FACHADAS
CORTE A1
CORTE A2
CORTES E FACHADAS
CORTE A3
FACHADA 01
FACHADA 02
PERSPECTIVA EXPLODIDA
coberta metรกlica sanduiche
estrutura treliรงada
Forro
pilares metรกlicos (laterais) pilares em madeira laminada colada (centro)
pele de vidro laminado duplo
PERSPECTIVA 01 elaboração: Camila Moretti e Renan Marinho
PERSPECTIVA 01 elaboração: Camila Moretti e Renan Marinho
PERSPECTIVA 02
PERSPECTIVA 03 elaboração: Camila Moretti e Renan Marinho
PERSPECTIVA 04 elaboração: Camila Moretti e Renan Marinho
PERSPECTIVA 05 elaboração: Camila Moretti e Renan Marinho
PERSPECTIVA 06 elaboração: Camila Moretti e Renan Marinho
PERSPECTIVA 07 elaboração: Renan Marinho
PERSPECTIVA 08 elaboração: Camila Moretti e Renan Marinho
02
CONFORTO AMBIENTAL
Pensando no conforto do usuário no interior e no exterior do edifício e a melhor utilização da energia elétrica gasta com climatização, procurou-se materiais específicos para reduzir significativamente a entrada de calor proveniente do sol tanto pela coberta quanto pelas laterais pela pele de vidro. O ruído produzido pelo motor dos aviões também foi um ponto crítico considerado, pois promove a poluição sonora em um ambiente majoritariamente rural.
2.1
PELE DE VIDRO
A própria inclinação da fachada já é uma grande ajuda para a não propagação do som que são emitidos pelas aeronaves. Ao atingir a pele de vidro, o som é rebatido em direção ao solo. Porém, tal característica não impede que o som adentre no edifício, causando desconforto às pessoas que encontram-se no interior do mesmo. Por isso, optou-se pela utilização do caixilho de vidro laminado duplo. O vidro laminado por si só já possui propriedades termo-acústicas, porém, o vidro duplo garante uma maior performance nos dois quesitos.
109
E, como sua utilização será em fachada, necessita-se da segurança do vidro laminado em suas duas faces. Possibilita-se, ainda, que uma de suas faces seja de uma cor mais escura, prevenindo o ofuscamento durante o dia.
2.2
COBERTA
Para a coberta, indica-se a telha metálica sanduíche. Ela previne a maiorparte da entrada de calor para o interior do edifício e também diminui significativamente a entrada de sons externos, como o das aeronaves e da chuva. Mesmo com a proteção da telha sanduíche, a altura significativa da coberta manteria o calor, que tende a subir, afastado dos visitantes. Além do material termo-acústico, grandes beirais formam, além da beleza estética, proteção contra a incidência direta de luz solar na fachada de vidro de 8:00 às 15:00. Por isso, foi possível manter toda a fachada de vidro sem a necessidade da adição de nenhum brise. As imagens a seguir mostram os lados das fachadas com incidência de luz solar nos horários indicados. Podemos ver que o sol não penetra no edifício. A fachada frontal não recebe uma incidência significativa de sol durante o ano pois ela está virada quase que completamente para o norte, além de possuir uma segunda coberta mais baixa que serve de brise trazendo sombra para toda a via de acesso ao terminal.
110
solstício de verão - 8:00
solstício de inverno - 8:00
solstício de verão - 15:00
solstício de inverno - 8:00
03
ESTRUTURA A coberta foi pensada para dar uma ideia de segmentação e leveza. Cada camada possui uma inclinação diferente, resultando em rasgos que permitem a entrada de luz. Cada seção é feita a partir de um recorte plano e espelhada radialmente outras 5 vezes. Para fazer a amarração entre elas, chapas de aço interligadas entre as esquadrias promovem ligações rígidas espaçadamente. Cada segmento é constituído de uma viga treliçada espacial metálica de 2 metros de altura. Toda a estrutura de pilares e vigas é metálica. O eixo dos pilares foram definidos seguindo as linhas limites do próprio edifício e do desenho da coberta.
112
Cada pilar mestre tem diâmetro de 1,5m e se bifurca em 3, que sustenta cada uma das camadas da coberta separadamente, dando o entendimento de independência entre elas. As lajes dos pavimentos é feita de concreto maciço. Para a sua sustentação, criou-se uma rede de pilares secundários equidistantes entre os pilares mestres. Com a diminuição dos vãos, as vigas tiveram suas alturas reduzidas, tendo um melhor aproveitamento do pé direito de 6 metros (piso a piso). Considerando a necessidade de altura para a passagem de tubulações abaixo das vigas, estipulou-se uma altura de forro de 1,70m, deixando livre 4,3m de vão (piso ao forro). Este pé direito é alto para evitar a sensação de sufocamento aos visitantes em áreas fechadas e amplas no interior do terminal.
113
04 4.1
MATERIAIS E ENERGIA
MATERIAIS UTILIZADOS
01 AÇO: o aço foi escolhido como principal elemento estrutural deste projeto pois apresenta qualidades que o fazem ser mais adequado do que, por exemplo, o concreto. Algumas dessas qualidades são:
resistência a maior resistência do aço, que o possibilita de vencer maiores vãos com peças mais esbeltas e peso próprio reduzido; possibilita-se, ainda, que uma de suas faces seja de uma cor mais escura, prevenindo o ofuscamento durante o dia. rapidez possui um menor tempo de execução na obra, pois a estrutura metálica é projetada em fábricas, com extremidades preparadas para soldagem ou aparafusamento, e levada ao canteiro de obras apenas para sua montagem;
reutilização no caso de futura desativação do TPS, o aço é 100% reciclável e as estruturas podem ser desmontadas e reaproveitadas
114
precisão como o projeto traz uma certa complexidade, a maior precisão das dimensões dos componentes estruturais do aço é imprescindível, dado que qualquer erro pode vir a comprometer a estrutura como um todo;
sustentabilidade é mais sustentável, pois evita um grande desperdício de materiais que seriam utilizados e descartados em obra, como a madeira de fôrmas e escoradeiras, além de emitir menos partículas de poeira e causar menos poluição sonora que seriam geradas por serras e equipamentos destinados ao trabalho com a madeira das fôrmas de madeira
reforço havendo a necessidade, a estrutura metálica pode ser fácilmente reforçada, em alguns casos com a colocação apenas de uma chapa numa viga ou coluna
115
02 MADEIRA: há um grande preconceito em relação à utilização sua em construções públicas de grande porte. Por ser um material combustível, diferente do aço, acredita-se que pode apresentar um grande risco caso haja um incêndio no interior do edifício. A madeira, em condições normais, não queima diretamente. Ela primeiramente decompõe-se em gases que, expostos ao calor, transformam-se em chamas que, por sua vez, aquecem a madeira mais interior, ainda não atingida, e promovem a liberação de mais gases inflamáveis, reiniciando o ciclo. Porém, quando peças mais robustas de madeira são expostas ao fogo, sua parte mais externa forma uma camada superficial de carvão, agindo como um isolante.
seção original
madeira aquecida madeira intacta efeito de arredondamento
116
seção residual
camada de carvão
Tal isolamento dificulta a rápida saída dos gases inflamáveis, o que torna a combustão mais lenta e, assim, possibilita a estrutura de continuar sustentando as cargas da edificação por mais tempo. Se compararmos com o aço, em altas temperaturas, ele se deforma mais facilmente, levando a estrutura a ruir, como vemos no exemplo da figura:
fig. 15 fonte: carpinteria.com.br
As vigas em aço após um incêndio deformou-se completamente, enquanto que a viga de madeira ainda sustenta a carga mesmo após o contacto com o fogo. A madeira submetida à um severo incêndio tem a sua seção reduzida, mas não a ponto de eliminar a sua capacidade
117
de suportar o seu próprio peso e o peso extra das barras de aço que entraram em colapso devido à temperatura a que foram expostas. O aço comparado com a madeira à elevadas temperaturas começa a perder resistência a partir dos 80ºC e quando atinge os 500ºC a estrutura de aço já perdeu 80% de sua resistência.
4.2
OPÇÕES DE ENERGIA RENOVÁVEIS
01 ENERGIA SOLAR A energia solar vem se mostrado cada vez mais ser uma forma simples de se gerar energia limpa com um baixo custo de manutenção. Apesar da grande quantidade de energia que demanda um terminal de passageiros desse porte, a combinação de fontes de energia sustentável podem vir a suprir por completo as necessidades do mesmo. Aproveitando a grande área da coberta, propõe-se a instalação de placas solares nas telhas metálicas. O acesso até a coberta para sua inspeção é dado através de uma escada marinheiro localizada no último pavimento, acima da praça de alimentação.
118
02 GREEN STORM Uma opção que ainda está em estudo, mas que pode solucionar o problema com o gasto excessivo de energia de aeroportos é o conceito de Green Storm idealizado pelo diretor da startup brasileira Zettawatt, Michel Singer. A ideia é aproveitar a rajada de vento causada pelas turbinas do avião ao decolar ou aterrissar. Os fortes ventos seriam captados por geradores eólicos que seriam instalados no subsolo das duas extremidades da pista. Dependendo da densidade de movimentação de pousos e decolagens no aeroporto, tal tecnologia poderia ser o suficiente para suprir todas as necessidades energéticas do terminal aeroportuário, tornando-o uma construção neutra em energia elétrica.
fig. 16 fonte: https://airway.uol.com.br/projeto-brasileiro-podepagar-luz-deaeroportos-com-geradores-nas-pistas/
119
CONCLUSÃO
05
01
AGRADECIMENTOS
À minha família, que sempre me deu suporte em todas as decisões da minha vida, principalmente à minha mãe, Cecília, minha melhor amiga e meu pilar mais forte. Ao meu orientador Ricardo Fernandes, que acreditou em mim quando propus a ideia de fazer um aeroporto internacional. À todo o corpo docende da Universidade Federal do Ceará. E à banca, que se disponibilizou a ler este caderno e tecer suas críticas a respeito. Aos meus amigos de faculdade e da vida, que sempre estiveram comigo e me apoiaram em todos os momentos. Eles me provam hoje e sempre que sozinho não se chega à lugar algum. E por último, mas não menos importante, à Deus.
123
O desafio de projetar um aeroporto nunca pareceu ser fácil. Porém, acredito que o que torna algo difícil ou não é o tamanho do seu interesse naquele assunto. Sempre fui fascinada por aeroportos e isto tornou toda a elaboração deste TFG uma jornada tranquila e prazerosa. Hoje, depois de todo o conhecimento absorvido e traduzido em forma de desenho, posso dizer que vejo aeroportos com outros olhos. Olhos mais maduros e sábios. Todo o conhecimento adquirido serviu para respeitar tais obras ainda mais e tornar minhas futuras aventuras pelo mundo afora mais e mais significativas. O conhecimento nunca para, sempre haverá mais para se aprender e inovar.
124
referências bibliográficas 01 A Madeira: um Material Resistente ao Fogo. Disponível em: https:// madeiraestrutural.wordpress.com/2009/07/13/a-madeira-um-materialresistente-ao-fogo/. Acesso em: 02 nov. 2017. 02 ALEJANDRO, Raoni. Aeroporto da Baixada. 2014. Trabalho Final de Graduação (Arquitetura e Urbanismo)- Universidade de São Paulo, São Paulo, 2014. Disponível em: <https://issuu.com/raoalejandro/docs/tfg>. Acesso em: 31 ago. 2017. 03 ALVES, C. J. P. Terminal de Passageiros. p.5 à 11. ITA, 2012. Disponível em: <http:// www2.ita.br/~claudioj/tps.pdf>. Acesso em: 20 set. 2017. 04 ANAC. Portaria nº 1.141/GM5, de 8 de dezembro de 1987. Disponível em: http:// www.anac.gov.br/assuntos/legislacao/legislacao-1/portarias/portarias-1987/ portaria-no-1141-gm5-de-08-12-1987/@@display-file/arquivo_norma/ portaria1141.pdf. Acesso em: 15 ago. 2017. 05 COMAER, DAC, ANAC. Manual de Gerenciamento do Uso do Solo no Entorno de Aeródromos. Disponível em: http://www.forcaaereablog.aer.mil.br/images/ fotos_marterias/2013/11/clique-aqui.pdf. Acesso em: 30 de set. 2017 06 COMAER, DAC, ANAC. Manual de Implementação de Aeroportos. Disponível em: http://ong.prosperustec.com.br/mprd/wp-content/uploads/2008/10/anacmanualimplementacaogeral.pdf. Acesso em: 30 set. 2017. 07 Construções Metálicas: O uso do Aço na Construção Civil. Disponível em: <http:// wwwo.metalica.com.br/construcoes-metalicas-o-uso-do-aco-na-construcaocivil>. Acesso em: 10 nov. 2017. 08 NEUFERT, Ernst. Arte De Projetar Em Arquitetura. Edição 18. GustavoGili Editora, 1936.
126
09 CONAMA. Resolução nº 4, de 9 de outubro de 1995 Publicada no DOU nº 236, de 11 de dezembro de 1995, Seção 1, página 20388. Disponível em: http://www. mma.gov.br/port/conama/legislacao/CONAMA_RES_CONS_1995_004.pdf. Acesso em: 15 ago. 2017. 10 INFRAERO. Histórico. Disponível em: http://www4.infraero.gov.br/aeroportos/ aeroporto-internacional-de-fortaleza-pinto-martins/sobre-o-aeroporto/ historico/. Acesso em: 15 ago. 2017. 11 MARA, Koller. Novo Terminal de Passageiros para o Aeroporto Internacional de Ribeirão Preto, Dr. Leite Lopes. 2015. Trabalho Final de Graduação (Arquitetura e Urbanismo)- Centro Universitário Moura Lacerda, Ribeirão Preto, 2015. Disponível em: <https://issuu.com/marakoller/docs/tcc_-_mara_koller_-_2015>. Acesso em: 31 ago. 2017. 12 FORTALEZA, Prefeitura de (Org.). Fortaleza 2040. 2016. p. 62 - 179 vol. III. 13 NUNES, Geraldo Göbel. Dimensionamento de uma Cobertura de Madeira Laminada Colada. 2015. 0-10 p. Trabalho Final de Graduação (Engenharia de Infraestrutura)- Universidade Federal de Santa Catarina, Joinvile, 2015. Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/157234/TCC_ FINAL.pdf?sequence=5&isAllowed=y>. Acesso em: 31 ago. 2017. 14 REBELLO, Yopanan. A Concepção Estrutural e a Arquitetura. Edição 1. editora Zigurate, 2000. 15
de Aeroportos com Geradores Sustentáveis. Disponível em: <https://airway.uol.com.br/projetobrasileiro-podepagar-luz-de-aeroportos-com-geradores-nas-pistas/>. Acesso em: 05 nov. 2017.
16 ZAMUNER, Rafael. Proposta para o Projeto do Terminal de Passageiros do Aeroporto Regional do Oeste do Paraná. AKRÓPOLIS - Revista de Ciências Humanas da UNIPAR, Umuarama, vol. 11, n. 3, p. 209, jul. 2013.
127
SALA
745
DIAGRAMAÇÃO E CAPA
saala745@gmail.com +55 85 9 8867 0393
Número
41
39
39 35 15 38
A3
Estacionamento Público Parada de Ônibus Meio-Fio de Serviço Estacionamento de Serviço Estacionamento Carga/Descarga Acesso Transporte Público Tanques de Termoacumulação Estação de Reaproveitamento de Água Geradores Área para Esteiras do Check-in Alojamento Polícia Civil Polícia Militar Wcs c/ Vestiários p/ Funcionários Depósito de Material de Limpeza Academia para Funcionários Auditório Escritórios Tipo 1 Escritórios Tipo 2 Setor de Obras e Engenharia Fraport Anac Sala para Funcionários Cozinha Copa Refeitório Acesso ao Pavimento Acima Galeria de Manutenção Vistoria de Produtos Depósito de Produtos Área para Expansão Almoxarifado Espaço para Motor do Espelho D’água Distribuição de Bagagens p/ Restituição Wcs Feminino/Masculino Depósito Embarque Remoto Doméstico/Internac. Fraldário/Wc Família Wc Deficiente Feminino/Masculino Desembarque Remoto Fiscalização de Pátio Sala de Equipamento Elétrico Sala de Quadro Elétrico Recepção do Serviço
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44
36
Ambiente
ÁREA TOTAL: 36
Dimensões Aprox.
Qte
Área Acumulada
1.300m² 100m 180m 1.140m² 1.140m² 520m² 520m² 420m² 690m² 2.090m² 90m² 60m² 60m² 35m²* 5m² 80m² 155m² 30m² 23m² 130m² 56m² 56m² 85m² 35m² 8m² 110m² 17m² 340m² 220m² 170m² 1.815m² 475m² 210m² 7.430m² 25m² 12m²* 1720m² 5m² 4m² 530m² 230m² 4m² 11m² 830m²
1 2 1 1 1 2 2 2 2 2 1 1 1 4 4 1 1 7 14 1 1 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 1 4 3 1 1 2 1 1 1 1 1
1.300m² 200m 180m 1.140m² 1.140m² 1.400m² 1.400m² 840m² 1380m³ 4.180m² 90m² 60m² 60m² 140m² 20m² 80m² 155m² 210m² 322m² 130m² 56m² 56m² 85m² 35m² 8m² 110m² 34m² 340m² 220m² 170m² 1.815m² 475m² 210m² 7.430m² 100m² 36m² 1720m² 5m² 8m² 530m² 230m² 4m² 11m² 830m²
*Área Média
53.960m²
A3
37
35
36
15
3
GSEducationalVersion
2
Toda
Cada pilar mestre tem diâmetro de 1,5m e se bifurca em 3, que sustenta cada uma das camadas da coberta separadamente, dando o entendimento de independência entre elas. As lajes dos pavimentos é feita de concreto maciço. Para a sua sustentação, criou-se uma rede de pilares secundários equidistantes entre os pilares mestres. Com a diminuição dos vãos, as vigas tiveram suas alturas reduzidas, tendo um melhor proveitamento do pé direito de 6 metros (piso a piso).
34 A2
a estrutura de pilares e vigas é metálica. O eixo dos pilares foram definidos seguindo as linhas limites do próprio edifício e do desenho da coberta.
O
estacionamento possui três pavimentos que são equivalentes à dois andares do terminal. Ele foi pensado para ser translúcido com brises de alumínio para a barragem do Sol e da chuva.
27
14
30 15
Os brises horizontais, trazem leveza ao prédio ao mesmo tempo que o mantém em uma posição inferior ao terminal, deixando que a atenção do visitante se concentre no prédio acima.
29
27
28
43 42 25 20
32
21
22
23
24
26 15
31
17
19 33
13
18
16 12
14
11
0m 44
10
10 6
6 5
8
PAVIMENTO SERVIÇO
1
7 9
Escala:1:1500
10
8
4 7
2
2
9
100
50
A2
0
3
1 6 5 4 3
-6m
0m
1
2
2 5
4 3
PAVIMENTO METRÔ
2
PAVIMENTO SERVIÇO
3
Escala: 1:1000
A1
Escala: 1:1000
Número 1 2 3 4 5 6 ÁREA TOTAL:
TERMINAL DE PASSAGEIROS DO AEROPORTO INTERNACIONAL DE FORTALEZA
|
Ambiente Plataforma de Metrô Wc Feminino/Masculino Wc Deficiente Depósito de Material de Limpeza - DML Depósito Fraldário/Wc Família
Dimensões Aprox.
Qte.
2.225m² 18m² 4m² 2m² 5m²* 4m²
1 4 2 2 2 1
Área Acumulada 2.225m² 72m² 8m² 4m² 10m² 4m²
*Área Média
0
10
50
100
1
3000m²
CAMILA TAVARES MORETTI
|
TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO
|
UNIVESIDADE FEDERAL DO CEARÁ
|
2017.2
|
1/4
Com o clima quente da região rural da Caucaia, o
ar-condicionado torna-se essencial para o conforto dos visitantes.
Número 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37
Para tornar o ambiente interno mais agradável, propõe-se a adição de jardins, pois, além de melhorar a qualidade do ar, ter vegetação em ambientes internos melhora, por exemplo, o estress que a correria de viagens pode causar à algumas pessoas, além de embelezar o local, trazendo um pouco da natureza para dentro. É sabido que o ar-condicionado é prejudicial para a maioria das plantas, por ele diminuir a umidade relativa do ar, ressecando e podendo vir até a queimar as folhas. Por isso, indica-se algumas espécies de plantas que são resistentes à baixa umidade:
árvore da felicidade (Polyscias Fruticosa)
orelha de burro (alocasia)
Ambiente
36
hera real (Hedera Helix - trepadeira)
Dimensões Aprox.
Estacionamento Meio-Fio de Embarque/Desembarque Saguão de Desembarque Área de Check-In Back-Offices de Cias Aéreas Wcs Feminino/Masculino Wc Deficientes Feminino/Masculino Depósito Fraldário/Wc Família Depósito de Material de Limpeza - DML Sala de Controle Escritório de Bagagem e Rampa Alfândega Polícia Federal Variados Free Shop Escritório Free Shop Depósito Free Shop Sala para Funcionários Copa Administração Enfermaria Wc c/ Vestiários p/ Funcionários Sala de Equipamento Elétrico Sala de Quadro Elétrico Sala de Reunião Capela Ecumênica Comunicação Social Anac Ministério da Agricultura Ministério da Saúde - Anvisa Restituição de Bagagem - Doméstico Restituição de Bagagem - Internacional Imigração Conexão de Embarque Área de Desembarque Dom./Internac. Guarda-Volumes/Early Check-in ÁREA TOTAL:
36
Aralia
9 8 10 7
lírio da paz (Spathiphyllum Wallisii)
1.300m² 9.850m 6.580m² 12.040m² 960m² 520m² 80m² 66m² 50m² 44m² 110m² 340m² 115m² 150m² 216m² 520m² 52m² 80m² 28m² 28m² 85m² 53m² 52m² 4m² 11m² 75m² 30m² 36m² 36m² 100m² 110m² 4.260m² 4.260m² 605m² 295m² 9.200m² 110m²
*Área média
54.690m²
10 8 9 34
7
7
7
7
6
6
9 8 10
Filodendro
1 1 1 2 12 20 20 11 10 11 1 2 1 1 12 1 1 1 1 1 1 1 2 1 1 3 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
A3
35
pau d'água (Dracaena Fragrans)
Área Acumulada
36
A3 Schefflera Arboricola
1.300m² 9.850m 6.580² 6.020m² 80m² 26m² 4m² 6m²* 5m² 4m²* 110m² 180m² 115m² 150m² 18m² 520m² 52m² 80m² 28m²² 28m² 85m² 53m² 26m² 4m² 11m² 25m² 30m² 36m² 36m² 100m² 110m² 4.260m² 4.260m² 605m² 295m² 9.200m² 110m²
Qte
7
10 8 9
lança de são jorge (Sansevieria Trifasciata)
A2
3
GSEducationalVersion
2
32
7 9 8 10 7 15 12
7
10 8
7
37
30
18
29
8
28
27
17
10 25 24 20 19 22 21
8
10
14
15
6 16
13
12 11
6
6 9
9
7
31
7 9 8 10 7
23 26
6
33
7
9
8 10
6
7
7
7 6
10
8
9
7
3 6m
5
5
4
4
A2
2
+28,00 5 Cobertura +24,00 4 Estrutura
6m
1
+18,00 3 Pavimento Alimentação
CORTE A3
1
+12,00 2 Primeiro Pavimento
Escala: 1:750
+6,00 1 Pavimento Térreo TERRENO ORIGINAL
TERRENO ORIGINAL
±0,00 0 Pavimento Serviço
0
-6,00
10
50
100
PAVIMENTO TÉRREO
3
Escala: 1:1000
A1
+28,00 5 Cobertura +24,00 4 Estrutura +18,00 3 Pavimento Alimentação
0
10
50
100
+12,00 2 Primeiro Pavimento +6,00 1 Pavimento Térreo
TERRENO ORIGINAL
±0,00 0 Pavimento Serviço TERRENO ORIGINAL
TERMINAL DE PASSAGEIROS DO AEROPORTO INTERNACIONAL DE FORTALEZA
CORTE A2
2
Escala: 1:750
1
-6,00
|
CAMILA TAVARES MORETTI
|
TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO
|
UNIVESIDADE FEDERAL DO CEARÁ
|
2017.2
|
2/4
Ambiente
Número 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29
28 22
22
24
24
23
23
21
15
ÁREA TOTAL:
22
28
A3
Dimensões Aprox.
Qte.
Área Acumulada
3.950m² 465m² 560m² 265m² 325m² 60m² 28m² 28m² 90m² 52m² 24m² 330m² 4m² 11m² 4m²* 26m² 1.925m² 50m² 35m² 860m² 26m² 4m² 6m²* 5m² 20.460m² 40m² 220m² 78m²* 42m³
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 14 2 1 1 2 1 24 24 13 12 1 2 1 73 2
3.950m² 465m² 560m² 265m² 325m² 60m² 28m² 28m² 90m² 52m² 24m² 330m² 4m² 11m² 56m² 52m² 1.925m² 50m² 70m² 860m² 624m² 96m² 78m² 60m² 20.460m² 80m² 220m² 5.708m² 84m²
Saguão de Embarque Vistoria e Raio-X Doméstico Vistoria e Raio-X Internacional Imigração Polícia Federal Juizado de Menores Sala para Funcionários Copa Correios Depósito Free Shop Escritório Free Shop Free Shop Sala de Equipamento Elétrico Sala de Quadro Elétrico Depósito de Material de Limpeza - DML Wc c/ Vestiários p/ Funcionários Pça de Alimentação Casa de Câmbio Recepção da Área VIP Área VIP Wcs Feminino/Masculino Wc Deficientes Feminino/Masculino Depósito Fraldário/Wc Família Área de Embarque Doméstico/Internacional Salas Multiuso Públicas Auditório Variados Wc Feminino/Masculino Área VIP
15
22
*Área média
41.860m²
A3
25 22 24 23 15 22
25
28
21 29
22 24 23 15 22
21
29 23
15
PRIMEIRO PAVIMENTO
1
Escala: 1:1000
20 19
19
0
10
50
100
28 28
Da
22
21
17
24
21
24 23
23
15
15
1, 20
21
=
12
0, 20
=
24 23 15 21 22
18
6
x
20 1,
Diferentes tamanhos de lotes proporcionam a chegada de diferentes tamanhos e tipos de restaurantes e fastfoods, tornando a praça convidativa para todas as idades e interesses.
20 0,
O mobiliário foi organizado de forma fluida e descontínua, quebrando a linearidade da praça. Diferentes tipos de mesas e cadeiras dão aos visitantes a opção de adaptar-se de acordo com o tamanho do seu grupo.
22 x
praça de alimentação pública é possível se ter uma visão geral de todo o aeroporto. Ela foi posicionada em um local privilegiado aproveitando as laterais como mirantes, um traço que foi herdado do atual Aeroporto Pinto Martins.
28 22
A2
24 23 15
6
GSEducationalVersion
2
58 6 7 5
2 11 3
16
4
2
3
8 10
3
3
18m
9
15
14
11 10
9
13
8
5
6
28 3
3 1
15
23
12m
1
24
4
2
7
22
28 22
15
23
15
21
21 22
24
23
24
24
23
22
15
28
28
Número 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Dimensões Aprox.
Ambiente Pça de Alimentação Área Pública Terraço Panorâmico Alimentação Wcs Feminino/Masculino Wc Deficientes Feminino/Masculino Depósito Fraldário/Wc Família Depósito de Material de Limpeza - DML Sala de Equipamento Elétrico Sala de Quadro Elétrico Wc c/ Vestiários Funcionários ÁREA TOTAL:
3.930m² 650m² 105m²* 26m² 4m² 8m² 5m² 3m²* 4m² 11m² 26m²
Qte. 2 2 25 2 2 1 1 2 1 1 2
Área Acumulada 5.855m² 1300m² 2.638m² 52m² 8m² 8m² 5m² 6m² 4m² 11m² 52m²
26
2 0
27
PAVIMENTO ALIMENTAÇÃO
26
Escala: 1:1000
10
50
100
8.870m²
A2
A1
1
+28,00 5 Cobertura +24,00 4 Estrutura +18,00 3 Pavimento Alimentação +12,00 2 Primeiro Pavimento +6,00 1 Pavimento Térreo TERRENO ORIGINAL
±0,00 0 Pavimento Serviço
TERRENO ORIGINAL TERRENO ORIGINAL
-6,00 -1 Pavimento Metrô
CORTE A1
3
Escala: 1:750
ELEVAÇÃO 3
4 0
TERMINAL DE PASSAGEIROS DO AEROPORTO INTERNACIONAL DE FORTALEZA
|
CAMILA TAVARES MORETTI
|
TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO
|
Escala: 1:750
10
UNIVESIDADE FEDERAL DO CEARÁ
50
|
2017.2
100
|
3/4
GSEducationalVersion
2
Aeroportos
são considerados "não lugares" por serem locais de transição que não possuem significado suficiente para serem definidos como "um lugar" (Marc Augé, 1992). Eles, em sua grande maioria, não carregam traços da cultura local ou qualquer coisa que identifique sua localidade. Para combater isto, buscou-se formas de trazer identidade ao novo terminal. Traços da cultura cearense poderiam ser expressas das mais diversas formas, como, por exemplo, em sua culinária extremamente característica e muito apreciada. Instalando-se restaurantes de comidas típicas nas praças de alimentação tanto da parte pública quanto da áre de embarque, visitantes que passam pelo terminal até mesmo em uma conexão entre vôos poderá experimentar da cultura cearense, aderindo uma memória ao local.
Número
Ambiente
1 2 3
casa de máquinas do elevador espaço para caixa d'água acesso coberta
0
10
50
A3
Dimensões Aprox.
Qte.
Área Acumulada
15m² 100m² 3m²
1 1 1
15m² 100m² 3m²
A3
100
ESTRUTURA
1
Escala: 1:1000
2%
2%
10% 17% 13%
15%
9%
15%
15%
9%
15%
15%
COBERTA Escala: 1:1000
15%
15%
15% 2
1 3
2
18%
A2
Outra forma de trazer um pouco das belezas do local foi distribuindo obras de artístas cearenses pelo terminal. Como podemos ver na primeira foto, uma imagem da orla de Fortaleza em forma de mosaico ganha seu espaço em um grande mural. Assim é possível disseminar a arte e costumes do povo cearense, além de dar vida à um lugar que teria tudo para ser vazio de qualquer experiência cultural.
15%
24m 15%
2%
15% 15% 2% 9% 18% 13% 17%
10%
A2
10%
FACHADA 1
3
0
10
1
TERMINAL DE PASSAGEIROS DO AEROPORTO INTERNACIONAL DE FORTALEZA
|
CAMILA TAVARES MORETTI
|
TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO
|
Escala: 1:750
50
100
FACHADA 2
4
UNIVESIDADE FEDERAL DO CEARÁ
Escala: 1:750
|
2017.2
|
4/4