Quase

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ESAUQ


ESSA É UMA HISTÓRIA DE AMOR

(falida)


Tinha acabado de me despedir dela que era para mim mais que cinderela.

Entrei no ônibus de volta à São Paulo: cruzei minhas pernas e percebi o quanto era feliz por ter ela só pra mim, enquanto reparava que o homem ao lado reparava em mim.


Será que era cara de saudade que eu tava? Lembrei lembrança de cheiro, aquela que a gente sabe que não sai da gente é nunca mais.


Era noite. Cantou cantou Cazuza, andamos quase 10 lĂŠguas e ela queria mais que abrissem o portĂŁo da Casa das Rosas.


Ganhei um quent達o, queria dar um beijo de quent達o. Eu gosto dela, pensei (me virei e corri em casa para passar vontade, era claro que n達o tava bem).


Decidimos comprar peixe, estávamos em uma vila de pescadores em Florianópolis e tivemos sorte: levamos mais de 1 kilo de peixe espada por um pouco mais de dez contos e íamos pra pousada-casa no sul #roots da ilha, enquanto roubávamos limão tangerina no caminho.


- Perdi meu brinco, não acredito. - Vamos voltar, eu sei onde está meu bem.

(Ela me dá tesão, caramba)

Ela sabia mesmo e era na Consolação em frente ao Santander próximo ao Sujinho, onde fomos comer com amigos e ela foi muito difícil comigo, as always.


Conseguiu me convencer que era ok ir pra um motel na Augusta para conversar. Tirou uma foto maravilhosa do vão aberto da porta que guardava uma louça sanitária bonita, nostálgica. Quantas pessoas já não devem ter ficado deitadas com a pessoa que te tirou de casa quando você não acreditava mais na vida, enquanto toca essa música que não lembro se era The Doors ou se era Smiths?


- Meu Deus amor, eu tô aqui na rua da faculdade e tem uma gatinha roçando em mim, aí óh!! agora já tá no meu colo. Que que eu faço amor? Não vai dar pra deixar a gatinha. - Não meu bem. (Como ela fica linda me interrogando porque fiz merda)


Toda maravilhosa, cuidou de Charles Charlie e de meu medo, eu tava pensando ontem mesmo depois do cafĂŠ com cigarro e com os dedos de terra vestida de maiĂ´, se eu deveria construir mesmo aquela mĂĄquina do tempo que estou pra construir faz tempo.


- Eu adoro tomar café da manhã com você

Ela mexeu o copo de leite com sucrilhos, enquanto brincava com as gatinhas Charles Chalie e Helvetica Helvy. Eu ficava no dilema que nunca se resolveu se ela era mais linda de manhã ou a noite ou se era quando ela cortava berinjela pra fazer lasanha e servir amor na sobremesa.



- Posso te ligar 10 horas da noite? - Vou tomar mais um valium, eu adoro seu beijo. - Que vontade de fugir com voc锚 pro universo -

Quero um beijo de meia hora Eu dou sim Com sabor de caramelo Mas tenho medo de te machucar

- Adoro aquela ponte, adoro pontes - Pode vir quando quiser, puder. Teve um cas贸rio gringo no meu trampo - N茫o gosto mais de casamentos, nem da ideia de ter filhos - Nem eu. Mas s贸 pensa, te fiz um convite de verdade


- Te falo todos os dias que te amo - Mas não prova nem aprova meu amor - Vou morrer de você - Quer se livrar de mim, se livra - Te meço em tá afim ou não e você é afim de mim. Só faço carinho no seu braço, te puxo um pouco pra mim e você me beija, assim - Como pode ter tanta certeza assim? - Porque até duas semanas atrás funcionou

- Não consigo me livrar de você! - De mim? Como se eu fosse um casaco velho... - Não é um casaco velho e se fosse, os casacos velhos são meus preferidos Vou comprar duas passagens para San Francisco- Califórnia: uma pra mim outra pra vc e vamos pra ouvirmos Janis e ler Kerouac<3t



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