Design de Resíduos: o projeto, o processo e a experiência.

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design de resĂ­duos: o projeto, o processo e a experiĂŞncia


EQUIPE DESIGN DE RESÍDUOS Professores Juliana Pontes Ribeiro

Coordenadora do Projeto de Extensão Design de Resíduos

Adriana Tonani Mazzieiro

Professora orientadora

Flávio Lúcio Nunes de Lima

Professor orientador

ALUNOS ANO 1 Ana Claúdia Garcia Camila Frederico Moraes Pereira Gabriel Julian Wendling Cardoso Marielle Pereira Campos ANO 2 Ana Claúdia Garcia Bruno Mourão Gabriel Julian Wendling Cardoso Juliana Almeida Campos Pedrosa Samanta Coan ANO 3 Cilete Dias Gonçalves Cândido Daniel Penheiro Soares Gabriela Campos Mizerani Gabriel Julian Wendling Cardoso Raíssa Alves Cunha ANO 4 Ana Paula Jardim Marinho Bruno de Carvalho Barbosa Camila Natale Fiche Camila Veiga de Oliveira Cilete Dias Gonçalves Cândido Gabriela Campos Mizerani Isabel Mara Macedo Pereira Isadora Leitão Rezende Jordana Nunes Ferreira de Aguiar Pedro Henrique Pires Saraiva ANO 5 Anna Luiza Dutra Versiani Diniz Vieira Bruno de Carvalho Barbosa Camila Natale Fiche Carlos Henrique Brandão Rocha Conrado Barbosa Perdigão Gustavo Amorim Tresinari Isabel Mara Macedo Pereira Isadora Leitão Rezende Luma Cecília Costa Paloma Diniz Santos Projetos Extensionistas Parceiros Vídeos Tutoriais do Design de Resíduos/IMAGO Coordenador professor Welerson Rezende Morais outra Pesquisa sobre Criança e Cidade Coordenador professor Samy Lansky OUTRO Escritório de Arquitetura e Urbanismo Coordenador professor Samy Lansky Formação Profissional em TI Coordenador professor Cláudio Pessoa


Prof. Pedro Arthur Victer

Presidente do Conselho de Curadores da Fundação Mineira de Educação e Cultura

Prof. Walter Andrade Parreira

Vice-Presidente do Conselho de Curadores da Fundação Mineira de Educação e Cultura

Prof. Tiago Fantini Magalhães

Presidente do Conselho Executivo da Fundação Mineira de Educação e Cultura

Prof. Fernando de Melo Nogueira Reitor da Universidade FUMEC

Prof. Guilherme Guazzi Rodrigues Vice-Reitor e Pró-Reitor de Graduação da Universidade FUMEC

Profa. Dra. Maria Lectícia Firpe Penna

Pró-Reitora de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão da Universidade FUMEC

Profa. Eliane Silva Ferreira Almeida Coordenadora do Setor de Extensão da Universidade FUMEC

Profa. Vanessa Madrona Moreira Salles Coordenadora do Setor de Pós-Graduação e Pesquisa da Universidade FUMEC

FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA - FEA Prof. Eduardo Georges Mesquita Diretor Geral

Profa. Maria Silvia Santos Fiuza Diretora de Ensino

Prof. Antônio Pertence Júnior Responsável pelo Setor Editorial

Profa. Adriana Borges Teixeira

Responsável pelo Setor de Extensão da FEA/FUMEC

Prof. Luiz Severiano Dutra

Coordenador dos cursos de Design, Design Gráfico, Design de Produto e Design de Interiores

Prof. Ney Roblis Versiani Costa

Coordenador Adjunto dos cursos de Design, Design Gráfico, Design de Produto e Design de Interiores

Prof. Antônio Fernando Batista dos Santos Coordenador do curso de Design de Moda

Publicação Design de Resíduos: o projeto, o processo e a experiência Profa. Juliana Pontes Ribeiro

Coordenação do Projeto e Direção de Arte

Profa. Adriana Tonani Mazzieiro Orientação de conteúdo

Profa. Andréa de Paula Xavier Vilela Orientação de recursos ilustrativos

Camila Natale Fiche

Design Gráfico / Aluna bolsista

Trema

Revisão de Textos

Projeto IMAGO Projeto Design de Resíduos Fotografia

design de resíduos: o projeto, o processo e a experiência

UNIVERSIDADE FUMEC



Design de Resíduos: cinco anos e muitas experiências O projeto Design de Resíduos consolidou-se, nos seus cinco anos de existência, como um trabalho de educação em sustentabilidade, Juliana Pontes Ribeiro fundamentado em seus quatro pilares - ambiente, sociedade, Coordenadora do Projeto economia e cultura - por meio do design sustentável. Entende-se, Design de Resíduos aqui, o design sustentável como uma maneira de projetar que visa a minimizar os impactos ambientais e sociais dos produtos, desde sua forma e seu material até seu meio de produção. Nesse sentido, diversas oficinas de capacitação em design e artesanato foram realizadas a partir da noção de reaproveitamento dos resíduos industriais e da reutilização dos descartes do consumo diário, ressaltando a potencialidade estética e funcional desses suportes, geração de renda e, também, a renovação das relações cotidianas. O reaproveitamento de embalagens pós-consumo é uma demanda gerada pelas novas leis, pelas exigências de mercado e pelas mudanças na postura dos consumidores globais. Os produtos sustentáveis, a inclusão social e a revitalização urbana surgem como formas de respeito às condições ambientais, sociais e mercadológicas necessárias à perpetuação da qualidade de vida no planeta. Sempre com uma perspectiva interdisciplinar ampla, o projeto integrou estratégias metodológicas e conhecimentos de campos diversos do design, como gráfico, de produto, de interiores, de moda e de vídeo, além da arquitetura e da arte urbana, para melhorar a qualidade dos produtos gerados, diversificar os tipos de resíduos reaproveitados e ampliar o potencial educativo da capacitação. Todos os produtos criados foram pensados para aproveitar os conhecimentos e metodologias de todas as áreas envolvidas, rompendo barreiras e segmentações entre profissões, ampliando a performance dos produtos em direção à sua plenitude como forma e conceito. A meta principal dessas ações ao longo dos anos foi o real empoderamento das comunidades envolvidas e a condição de reaplicação do conhecimento por multiplicadores de cada comunidade, através de uma rede de ações solidárias de reaproveitamento de resíduos, para conseguir desenvolver a autonomia técnica e criativa dos beneficiários. Nesse grupo estão a comunidade do Algomerado da Serra, representada pela Escola Estadual Pedro Aleixo e pelo evento Favela Fashion Day, e a Vila Pindura Saia, vizinha da Universidade FUMEC. Essas parcerias trouxeram o desafio de adequarmos a metodologia e os produtos criados às habilidades dos beneficiários e à sua capacidade de coleta, recuperação e manuseio de materiais. Além do mais, foi necessário estimular a criatividade e a invenção, para que os novos produtos não demandem a aquisição de novas matérias-primas e também não gerem mais descarte. Outro ponto alto do projeto foi a atuação dos estudantes da Universidade FUMEC, pois uma importante intenção foi a de desenvolver a autonomia desses jovens para pesquisarem o tema da sustentabilidade ligado ao design e à produção artesanal. Com esse intuito, preparamos os estudantes bolsistas e voluntários para planejarem e implantarem oficinas, cursos e treinamentos na interface entre o Design e o Artesanato. Toda essa experiência ajudou a formar nesses graduandos a capacidade de desenvolvimento de metodologias para ações interdisciplinares na sua futura atuação profissional e ajudou a consolidar a consciência acerca da importância do pensamento socioambiental na profissão, chamando a atenção desses jovens para as potencialidades do design em sua vertente sustentável. E, hoje, a essência do projeto permanece viva e alimenta uma nova iniciativa – o projeto CERNE: Design, Arquitetura, Artesanato e Arte – que herda a filosofia e a experiência do Design de Resíduos para uma nova frente de ações criativas no encontro entre o design e as diferentes vertentes da sustentabilidade.


OS CONCEITOS DE ECONOMIA SOLIDÁRIA E TECNOLOGIA SOCIAL APLICADOS AO DESIGN DE RESÍDUOS

Adriana Tonani Mazzieiro Professora Orientadora

O projeto de design de resíduos foi desenvolvido levando-se em conta a implementação de uma metodologia compatível com o conceito de economia solidária de Paul Singer. Segundo Singer (2008, p.10): [...] a economia solidária é outro modo de produção, cujos princípios básicos são a propriedade coletiva ou associada do capital e o direito à liberdade individual. A aplicação desses princípios une todos os que produzem numa única classe de trabalhadores que são possuidores de capital por igual em cada cooperativa ou sociedade econômica. O resultado natural é a solidariedade e a igualdade, cuja reprodução, no entanto, exige mecanismos estatais de redistribuição solidária de renda. Em outras palavras, mesmo que toda atividade econômica fosse organizada em empreendimentos solidários, sempre haveria necessidade de um poder público com a missão de captar parte dos ganhos, acima do considerado socialmente necessário, para redistribuir essa receita entre os que ganham abaixo do mínimo considerado indispensável.

A proposição da linha de ação do projeto foi pensada para ser acessível aos beneficiários, adolescentes da Escola Pedro Aleixo, de acordo com seu grau de maturidade e experiência. A partir dessas premissas teóricas, iniciamos o desenvolvimento de uma metodologia de criação para unir o grupo em torno de uma produção coletiva, na tentativa de repassar os conceitos de produção cooperada, nos moldes da economia solidária. Assim, experimentamos um dos conceitos que Bava aponta para o desenvolvimento de tecnologias sociais, no qual ele sugere que mais do que a capacidade de implementar soluções para determinados problemas, elas foram entendidas como métodos e técnicas que permitiram impulsionar processos de empoderamento coletivo e de distribuição de renda (BAVA, 2004, p.116). Uma das condições para a consolidação da lógica de produção coletiva foi a confiança na capacidade inventiva do grupo e, para isto, foi necessário desconstruir possíveis intenções de competição e comparação entre os jovens. Com o desenvolvimento de oficinas de criação individual, de círculo criativo coletivo, de recriação segundo alguns critérios técnicos – preestabelecidos pelo grupo –, e do desenvolvimento da análise crítica coletiva, levamos os beneficiários a entender como ocorre o trabalho de criação colaborativa, base para o entendimento dos processos de economia solidária e comercialização justa dos produtos gerados. A escolha dos objetos que foram desenvolvidos nos processos de oficinas partiu do entendimento da realidade cotidiana dos beneficiários e da referência cultural do grupo, vistas como temas e instâncias geradoras de demandas produtivas, funcionando como um impulso para o futuro empoderamento do grupo. Essa experiência funcionou segundo a lógica da contaminação intelectual e pragmática dos beneficiários, no sentido de fazê-los entender seu potencial de criatividade, de gestão e de geração de renda como grupo. Ela possuía o caráter de reaplicação característico da construção conjunta de tecnologias sociais voltadas para a economia solidária e demonstrou a imensa demanda de informações que existe nas comunidades para a potencialização das capacidades dos beneficiários e a possibilidade de surgimento de grupos produtivos inseridos em seu contexto cotidiano.

REFERÊNCIAS BAVA, Silvio Caccia. Tecnologia social e desenvolvimento local. In: Tecnologia social: uma estratégia para o desenvolvimento. Brasília: Secretaria da Rede de Tecnologia Social, 2004. II Conferência Nacional de Economia Solidária – CONAES. Pelo Direito de Produzir e Viver em Cooperação de Maneira Sustentável. Conselho Nacional de Economia Solidária. Brasília. 2010. DOUGHRTY, Brian. Design gráfico sustentável. São Paulo: Rosari, 2011. KAZAZIAN, Thierry (Org.). Haverá a idade das coisas leves: design e desenvolvimento sustentável. São Paulo: Ed. SENAC São Paulo, 2005. RIBEIRO, Juliana Pontes (Org.). Metodologia de pesquisa e projeto em design gráfico. Belo Horizonte: Ed. FUMEC – Faculdade de Engenharia e Arquitetura, 2010. SINGER, Paul. Introdução à Economia Solidária. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2008.


A SUSTENTABILIDADE NO DESIGN DE RESÍDUOS E NO CERNE O grupo de trabalho coordenado pelo projeto de extensão Design de Resíduos, que posteriormente evoluiu para o projeto CERNE, sempre teve como premissa básica de suas ações e como um de seus objetivos a aplicação integral da filosofia da sustentabilidade, traduzida em seus quatro pilares principais de análise, estratégia e aplicabilidade: econômica, social, cultural e ambiental. Esses quatro fundamentos nos dizem que qualquer empreendimento humano, para que seja cada vez mais sustentável, deve ser: economicamente viável, socialmente justo, culturalmente aceito e ambientalmente correto. Em termos econômicos, os projetos e ações desenvolvidos pelo grupo buscam sempre um custo de produção extremamente baixo – principalmente devido ao uso de resíduos de custo zero como matériaprima aliado à adoção de processos de fabricação provenientes de práticas artesanais, não necessitando de maquinário especial. Além disso, esses produtos são desenvolvidos com foco no mercado, atendendo a demandas levantadas pelos próprios parceiros das comunidades com que o projeto se relaciona e outras pesquisadas e aprofundadas pelo grupo, em suas atividades de pesquisa. No aspecto social, todos os projetos são desenvolvidos em parceria com comunidades externas à academia, que se tornam protagonistas deste processo de desenvolvimento, desde a autoria dos conceitos propostos até o treinamento e a prática de todas as técnicas necessárias para a produção e comercialização dos produtos elaborados. Esses parceiros externos são, assim, capacitados pela criação e pelo desenvolvimento em conjunto de todo o processo produtivo e são beneficiários diretos de todos os ganhos advindos deste processo. Também o aspecto cultural está intimamente ligado à participação dos beneficiários, tanto no processo de criação colaborativo quanto no processo produtivo dos projetos desenvolvidos. Assim, esse produtos sempre incorporam os valores e demandas representativos do meio cultural em que se inserem esses parceiros. Além disso, todo o processo criativo é acompanhado de ações que buscam potencializar o empoderamento desses beneficiários, por meio de maior conscientização sobre os aspectos ambientais e de cidadania, entre outros. O parâmetro ambiental está presente em todos os passos do projeto, desde a premissa inicial do uso de resíduos como a principal matéria-prima, passando por todas as decisões tomadas acerca do processamento posterior destes resíduos, tais como elementos de união que permitam a fácil desassemblagem, escolha de acabamentos que não prejudiquem a reciclabilidade, priorização de processos de manufatura manuais, com pouco ou nenhum gasto de água e eletricidade, diminuição ou eliminação de embalagens, desenvolvimento de tags e estampas que incentivem a conscientização ambiental, entre outras estratégias. Assim, podemos ver como as estratégias da sustentabilidade estão disseminadas em todas as etapas do processo de trabalho do grupo, numa busca constante por seu aprimoramento, por meio da análise dos resultados alcançados e reaplicação dos processos colaborativos junto a outros parceiros. Flávio Lúcio Nunes de Lima Professor Orientador


O projeto e a experiência gráfica Felizmente tive a oportunidade de participar, como aluna bolsista do último ano, do projeto Design de Resíduos. Umas das minhas principais lembranças é a da minha primeira reunião, na qual a professora Juliana Pontes me apresentou melhor as atividades do projeto e me presenteou com alguns catálogos impressos de outros projetos extensionistas da Universidade FUMEC. Fiquei muito impressionada não só com a qualidade de produção gráfica como também com o trabalho realizado por alunos bolsistas de projetos de extensão da FUMEC.

Camila Natale Fiche Aluna Bolsista

O contato e a aproximação com moradores do entorno da Universidade me fizeram perceber o importante papel do design na sociedade. Como manifestação social, econômica e até mesmo política, o design pode e deve contribuir na melhoria da qualidade de vida da população. O livro Teoria do Design Gráfico (ARMSTRONG, 2015) foi uma das minhas principais referências, não só pelo próprio projeto gráfico, mas também como fonte de pensamentos inspiradores. Logo na sua segunda página tem destaque uma frase do designer Kenya Hara, na qual ele defende a importância dos acontecimentos passados como um tesouro para a imaginação e a criatividade. Ler e reler todo o material do Design de Resíduos me deu confiança e muita vontade para elaborar e produzir este livro. E foi extremamente satisfatório poder colocar em prática todo o conhecimento adquirido em sala de aula e ainda poder ter novas experiências. A relação que o projeto proporcionou entre alunos de cursos diferentes, professores, funcionários da Universidade e todos os beneficiários leva a uma importante reflexão sobre a oportunidade de se criar um espaço para troca de informações, conhecendo realidades diferentes e trabalhando em equipe na busca por soluções eficazes para problemas tão presentes em nosso dia a dia. As experiências vivenciadas no Design de Resíduos contribuíram para encontrarmos um conceito para o nosso projeto editorial. A construção de uma narrativa a partir de toda a história do projeto fez surgir o pensamento de reedificação gráfica, em que desenvolveríamos uma linguagem gráfica inspirada na sua essência, fazendo uso de diferentes elementos, como fotografia, textos e o uso de grafismos para criação de manchas gráficas. Na sequência, foi realizado um mapeamento de todo o blog Capacitação em Manejo e Design de Resíduos, que funcionou como um diário produzido pelos alunos bolsistas do projeto. O blog contém relatos de todas as reuniões, oficinas e eventos dos quais o projeto participou ao longo dos cinco anos de existência, acompanhados de registros fotográficos feitos pelo projeto parceiro Vídeos Tutoriais do Design de Resíduos/IMAGO. Para transformar esse material digital em impresso, criamos uma linha do tempo, organizando todos os posts, na qual foi possível fazer uma análise e seleção das informações úteis para o projeto. Foram observados alguns detalhes que contribuíram muito para o desenvolvimento do livro, como, por exemplo, a divisão em três momentos diferentes. O primeiro momento, com alunos da Escola Estadual Pedro Aleixo, que tiveram participação nos três primeiros anos do projeto; já no quarto ano, tivemos a participação de um grupo de costureiras do Aglomerado da Serra e, finalizando, no quinto ano do projeto, contamos com a participação de moradores da Vila Pindura Saia. O livro apresenta os principais resultados alcançados durante os cinco anos de projeto, em que destacamos o início de cada semestre e seus principais acontecimentos durante cada período. Alguns dos eventos destacados foram ilustrados por fotos selecionadas e tratadas para publicação do livro.

Publicações dos projetos de extensão da Universidade FUMEC.

O futuro estende-se à nossa frente, mas atrás de nós também há um grande acúmulo de história – um tesouro para a imaginação e a criatividade. Creio que chamamos de “criativo” esse dinamismo do intelecto que circula para diante e para trás, entre o futuro e o passado.

(Hara, 2007 p. 3)

Mapeamento do blog em linha do tempo.


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Estudo de formatos e suportes.

A organização e a preparação do conteúdo para o livro influenciaram bastante a pesquisa de formatos, decidindo-se por um tamanho especial, que ofereceu melhor aproveitamento para a distribuição do conteúdo e privilegiou um espaço para diagramar as fotos selecionadas para o livro. Um dos principais estudos desenvolvidos (foto ao lado) apresentou a ideia de linha do tempo nas laterais. Foi desenvolvido um grid, que separou as datas das descrições dos acontecimentos e das indicações feitas por setas, que orientam para próximo item ou levam o leitor (por meio de numerações) a visualizar fotos que ilustram determinados eventos. Nesse estudo foi proposta a impressão dos cadernos em um suporte diferenciado por cores, no qual cada caderno representaria cada um dos três momentos do projeto. O que poderia ser apontado como um problema, na verdade, tornouse o principal estímulo do projeto: criar um projeto editorial com uma proposta gráfica bem diferente e dentro de uma verba limitada. Surgiu, então, um novo e importante elemento para o projeto: o seu orçamento. O contato com algumas gráficas da cidade permitiu conhecer até mesmo técnicas alternativas, como a risografia, que apresenta um tipo de impressão com estética artesanal e que, infelizmente, foi descartada pela limitação do formato. O resultado dessa experiência auxiliou a criação de estratégias que foram facilmente adotadas e aplicadas no layout final. Para conseguir produzir dentro da verba disponível, foi realizada uma pesquisa de suporte, na qual selecionamos o papel jornal para trabalhar em todo o projeto, sendo a impressão feita em duas cores especiais na capa e em uma cor em todo o miolo. Para diferenciar os três momentos do projeto, foram aplicadas diferentes porcentagens da cor do miolo, que resultaram em três tons. Parte de todo esse processo foi acompanhada de importantes orientações que nos fizeram pensar e buscar um olhar diferenciado sobre a linguagem do projeto, facilitando o desenvolvimento do livro. Vale lembrar o importante papel da Universidade em acreditar e investir em projetos de extensão, assim como a disposição dos professores e a dedicação dos alunos.

Estudo de formatos e suportes.

O projeto me possibilitou ter uma experiência mais profissional, de um futuro muito próximo, me proporcionando uma visão mais questionadora, crítica e autocrítica. E, ainda, em um contexto maior, motivando a produção de artigo e a participação em seminário e concursos de design. REFERÊNCIAS

Pesquisa de suportes.

ARMSTRONG, Helen (org.), Teoria do design gráfico. São Paulo: Cosac Naify, 2015. HARA, Kenya. Designing Design. Zurique: Lars Müller Publishers, 2007.

Tipografia Suporte Produção

Source Sans Pro (corpo de texto) Kelson Sans (títulos) Papel Jornal 52 g/m2 Formato Artes Gráficas Julho de 2016

Boneca do formato final, com dobra na capa.


Agosto 2010 26|08 Primeira reunião, produção dos primeiros 01 protótipos de produtos feitos de Tetra Pak. 25|09 Dia da Responsabilidade Social, participação 02 em evento público.

01

Uma das intenções foi de deixar o material à mostra, enfatizando sua origem.

16|11 Apresentação e captação do projeto na Escola 03 Estadual Pedro Aleixo, cadastro para os beneficiários. 23|11 Primeira oficina com os beneficiários, dinâmica 04 com o CRAS. 30|11 Reforma colaborativa da sala cedida pela Escola para a execução das oficinas.

02

Divulgação do projeto e dos primeiros produtos desenvolvidos.

14|12 Finalização da reforma, pintura e limpeza da sala de trabalho. 21|12 Inauguração da sala de trabalho e festa de fim do ano letivo.

03

04 Oficina com o grupo: realizada com uma dinâmica de apresentação e a participação de assistentes sociais e psicólogos do CRAS.

Apresentação do projeto no auditório da Escola Estadual Pedro Aleixo: captação de alunos para as oficinas de capacitação.


‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹ Primeiro ano do Projeto de Extensão Design de Resíduos.

Fevereiro 2011 09|02

Início da oficina 05 de bancos de PET. 05|04

05

Coleta e higienização de garrafas PET para produção de diferentes tipos de bancos.

Início da oficina de 06 blocos de anotações para o Seminário de Comunicação e Sustentabilidade. 10|05 Participação do grupo École de Travail Social do Canadá, na oficina. 12|07 Festa de encerramento do semestre.

06 Uso da faca especial (imagem símbolo do projeto) colocada na prensa rotativa semi-industrial, gerando cortes em capas para os blocos de anotações.

DESDOBRAMENTO Pesquisando sustentabilidade e desenvolvendo produtos para o projeto, o aluno Gabriel Wendling desenvolveu uma relação com sua marca autoral, Oitenta&Quatro. Produziu cartões de visita diferentes, atendendo aos importantes quesitos da sustentabilidade. Formado em camadas, a base do verso foi feita com embalagens de tetrapack. O diferencial desses cartões é que são únicos, já que o material utilizado na produção é sempre irregular e contém imagens diferentes.

design a partir de resíduos do consumo


Agosto 2011 02|08 Reunião com membro da Secretaria de Ciência e Tecnologia de Minas Gerais. 09|08 Oficina de encadernação de PET.

07

30|08 Finalização dos blocos e visitantes da Secretaria de Ciência e Tecnologia de Minas Gerais e de uma professora da UEMG.

Sessão de fotos produzidas pela equipe do projeto nas imediações da sala de encontro.

20|09 Ensaio fotográfico com os produtos 07 gerados. 24|09 Segundo ano participando do evento do Dia da Responsabilidade Social. 27|09 Participação do Seminário 08 Comunicação e Sustentabilidade, mesa redonda e exposição dos produtos.

10 Apresentação do projeto por toda a equipe de bolsistas e voluntários.

18|10

08 Exposiçào, na entrada do Auditório Phoenix, dos produtos gerados pelo projeto.

Promoção do evento do Dia dos 09 Professores na Escola Estadual Pedro Aleixo. 20|10 Apresentação do Design de Resíduos 10 no SENAI/Cecoteg MG, na Casa Aberta. 25|10 Segundo processo de captação de beneficiários na Escola e início do curso em parceria com o Museu VIVO Memória Gráfica e Grupo INOVA, do Colégio São Tomás de Aquino. 29|10 Participação na Feira de Cultura da Escola.

09

Cada professor da Escola Estadual Professor Pedro Aleixo foi presenteado com um bloco de anotações, junto com um cartão de lembrança produzido pelos próprios alunos.


‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹ Segundo ano do Projeto de Extensão Design de Resíduos.

Fevereiro 2012 13|03 Exibição do documentário Lixo Extraordinário para os beneficiários da Escola.

DESDOBRAMENTO Para o desenvolvimento do sistema de identidade visual da nova marca do projeto autoral do aluno Gabriel Wendling foi realizado um aprofundamento para a incorporação de resíduos na peça. Foi feita uma faca especial, calculando o melhor aproveitamento de uma lateral de caixa de suco (Tetra Pak), além de testes para uma gestalt que funcionasse melhor. No encaixe dos cartões, formando quebra-cabeça, um desafio.

08|05 Finalização e inscrição no Prêmio Objeto Brasileiro, com fotografias feitas por Mauro Figueiredo. 15|05 Visita à exposição da segunda coleção do Projeto ASAS na loja Vila 211. 22|05 11

A oficina teve como objetivo o domínio de nova técnica de acabamento para os modelos de bloco de anotações.

Oficina de 11 encadernação de Costura Artesanal com Bruno Oliveira. 19|06

Registro em estúdio de alguns dos produtos. Vários modelos foram produzidos, utilizando técnicas diferentes.

12

Apresentação do novo projeto de extensão Formação Profissional em TI pelo professor Cláudio Pessoa. 26|06 Ensaio fotográfico 12 de todo o material produzido e encerramento do semestre.


Agosto 2012 11|09 Início da parceria com o projeto Vídeos Tutoriais do Design de Resíduos, primeiras filmagens para o vídeo tutorial de fio de PET.

O evento aconteceu na Praça JK. Teve venda dos caderninhos produzidos pelo Design de Resíduos e oficina de bloco de anotação.

18|09 Preparo e organização de materiais para a criação 13 de novos produtos.

15 13

25|09 Produção de material para o Dia da Responsabilidade 14 Social.

Experimentações de ideias para luminária personalizada, atendendo à demanda da criação de um produto promocional institucional.

29|09 Terceiro ano participando do evento do Dia da 15 Responsabilidade Social. 02|10 Visita à exposição A Gente Transforma, com curadoria de Marcelo Rosenbaum. 23|10 Doação de material tipográfico pelo professor Flávio Vignoli. 20|11 Reunião sobre novos planos e objetivos do projeto.

Produção 14 de bloquinhos para venda e organização do material destinado à oficina de blocos de anotação para o Dia da Responsabilidade Social.

10|12 Encerramento do semestre.

Foi criada uma espécie de linha de produção, em que cada um escolheu sua tarefa.

14


‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹ Terceiro ano do Projeto de Extensão Design de Resíduos.

16

Fevereiro 2013 26|02

Experimentações e desenvolvimento de protótipos a partir de materiais do próprio projeto.

Produção e teste de novos 16 modelos de protótipos para o projeto. 19|03 Mudança de espaço, novo local no campus da FUMEC. 26|03 Apresentação do projeto para nova equipe de alunos bolsistas. 23|04 Planejamento de ações do projeto. 30|04 Experimentações com 17 produtos do projeto. 21|05 Reunião sobre artigos do projeto. 25|06 Encerramento do semestre.

17

Finalização e organização dos materiais.


Agosto 2013 08|08 Apresentação do projeto para nova equipe. 22|08 Produção e teste da 18 Luminária. 10|09 Parceria com o projeto extensionista O OUTRO, coordenado pelo professor Samy Lansky. 17|09 Produção de leques, limpeza e organização da sala. 21|09 Dia da Responsabilidade 19 Social, participação em evento público.

18

Montagem do protótipo final, corte das peças em faca especial com o papelão que será utilizado na montagem final das luminárias.

24|09 Reunião sobre montagem FAVELA 20 FASHION DAY. 10|10 Seminário de PósGraduação, Pesquisa e Extensão.

19

17|10 Oficina com costureiras na FUMEC e realização de entrevistas para o diagnóstico da Vila Pindura Saia. 24|10 Seleção de Modelos no Aglomerado da Serra. 06|12 Desfile FAVELA FASHION DAY em parceria com o curso de Design de Moda da FUMEC. 12|12 Exposição da coleção do FAVELA FASHION DAY no Galpão 104. 14|12 Encontro da FUMEC: xx de seus representantes 21 com moradores da Vila Pindura Saia.

Com toda coleção já definida, foram feitos cortes com faca especial em embalagem de tetra pak para a cauda do vestido-conceito.

20

Além da exposição dos blocos de anotações, foi organizada uma oficina de leques personalizados, utilizando material oferecido pelo projeto Design de Resíduos.


‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹ Quarto ano do Projeto de Extensão Design de Resíduos.

21

Apresentação no Auditório da FEA das possíveis propostas de desenvolvimento de projetos de extensão junto com a comunidade do Bairro Cruzeiro e com a Vila Pindura Saia.

Fevereiro 2014 04|02 Reunião de planejamento do encontro Amigos da Rua. 19|02

22

Primeiro encontro Amigos da Rua. 25|02 Produção de vídeo tutorial - espiral de PET. 26|03 Segundo encontro Amigos da Rua. 30|04

22 Encontro com os moradores da Vila Pindura Saia e do Bairro Cruzeiro na arena central do Mercado Distrital do Cruzeiro .

Terceiro encontro Amigos da Rua. 06|05 Planejamento da intervenção Menos Lixo Por Favor. 27|05

Ramar Gama, grafiteiro e aluno de design gráfico na FUMEC, foi convidado para grafitar painéis, que ficaram expostos num ambiente criados pelos alunos, instalados na esquina da rua Cobre com Oliveira.

23

Primeira edição da 23 intervenção Meno Lixo Por Favor. 28|05 Quarto encontro Amigos da Rua. 10|06 Reunião sobre produção de artigos e encerramento do semestre.


Agosto 2014 24 12|08 Visita à exposição Gambiólogos 2.0 - A Gambiarra nos Tempos Digitais no museu Oi Fututo.

Exposição de fragmentos do painel da primeira edição da intervenção do #menoslixoporfavor.

11|09 Quinto encontro Amigos da rua. 20|09 Dia da Responsabilidade Social, quinto ano 24 consecutivo de participação do projeto Design de Resíduos.

25

Oficina de estêncil do #menoslixoporfavor na área de convivência do Campus Cruzeiro da Universidade FUMEC.

02|10 Sexto encontro Amigos da rua. 10|10 Reunião de planejamento da segunda edição da intervenção Menos Lixo Por Favor. 05|11 Apresentação do projeto no Seminário de PósGraduação, Pesquisa e Extensão. 06|11 Oficina de estêncil 25 Menos Lixo Por Favor. 07|11 Segunda edição da 26 intervenção Menos Lixo Por Favor. 11|11 Exposição dos resultados da intervenção Menos Lixo Por Favor na área de convivência da FUMEC. 09|12 Encerramento do semestre acadêmico.

26 Participação do aluno de design gráfico e artista Ramar Gama, que grafitou cavaletes doados por campanhas políticas, e do projeto Vestíveis Urbanos, que produziu um trabalho de tricô na árvore da esquina da rua Cobre com Oliveira.


‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹‹ Quinto ano do Projeto de Extensão Design de Resíduos.

Fevereiro 2015 03|02 Reunião de planejamento Oficina de Polpa Moldada.

27

17|02

Geração de alternativas e produção de mockup com proposta final para a produção da cesta.

Reunião de 27 experimentações da Oficina de Polpa Moldada. 10|03 Início da Oficina de 28 Polpa Moldada. 21|05 Exposição Descartar no campus Cruzeiro da Universidade FUMEC. 26|05 Reunião sobre produção de artigos. 29|05 Ensaio fotográfico com 29 protótipos das cestas de polpa moldada. 26|06 Almoço de confraternização, encerramento do semestre e fim do projeto Design de Resíduos.

29 Protótipos das cestas de polpa moldada foram fotografados no Laboratório de Fotografia Experimental da Universidade FUMEC. 28

Início da oficina com coleta e corte de papéis e papelão para descarte, que foram depositados em uma determinada quantidade de água e cloro, permanecendo em repouso durante 15 dias e, na sequência, passando pelo processo de trituração. Depois, a massa passou pela peneira para retirada do excesso de água e, em seguida, recebeu uma quantidade de cola branca. Com a massa pronta para modelar no isopor, cobrindo toda a área com cuidado e a peça liberada para secagem.



5

anos de projeto

professores

25 alunos 3

3

comunidades

6 116

projetos parceiros

reuniĂľes

27eventos oficinas

125

10 artigos 1

publicação editorial

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