ESCOLA INTEGRADA DE EDUCAÇÃO INFANTIL
A perspectiva da experiência
Camila Queiroz 2018
Escola Integrada de Educação Infantil A perspectiva da experiência Sob orientação de Profa. Ma. Ana Lúcia Machado Ferraz CAMILA QUEIROZ | 2018
agra deci men tos
Agradeço à Deus, primeiramente, pela resiliência. Pela paciência, por me proporcionar suporte emocional para seguir firme e não desistir nunca. Aos meus pais, pela paciência, pelo incentivo e suporte; por todo o carinho e amor que recebi, pela educação e respeito, por serem um espelho para mim como profisisional e como pessoa. Aos meus amigos Paola, Amanda, Venessa, Cipryano e Lucas, pelo companherismo e apoio nesta jornada. As minhas primas Natália e Grazielle, que sempre me apoiaram. A minha afilhada Júlia, por algumas das lindíssimas ilustrações que estão presentes neste trabalho A minha orientadora Ana pelo carinho e paciência de transmitir o conhecimento com tanto amor e paciência. Ao meu avaliador Cézar, que me ajudou a ver as coisas com mais clareza, e a ter mais sensibilidade. A todos os professores qu contribuiram para o desenvolvimento deste trabalho e ao longo da graduação. A minha tia Eulene, que é um exemplo de mãe e mulher, que sempre me auxiliou e me acompanhou por toda vida. Meus avós, tios, tias e primos; minha família. A todos que me apoiaram e seguiram comigo neste sonho, muito obrigada.
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epĂ gra fe
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A arquitetura é a arte que determina a identidade do nosso tempo e melhora a vida das pessoas.
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“
Santiago Calatrava 7
INTRODUÇÃO
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p.10
da experiência 1.1 Experienciar a escola
1.1.2 Ambiente escolar e suas configurações p. 13 1.1.3 Papel da escola na inclusão social p. 16
su má rio
1.1.4 Arquitetura escolar p. 17
1.2 A criança e a experiência 1.2.1 Percepção: Espaço e Lugar p. 20 1.2.2 A criança como indivíduo p. 22
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a criança e a escola: leituras projetuais 2.1 Creche D.S / Hibinosekkei + Youji No Shiro p. 24 2.2 Jardim de Infância Fuji - Takaharu Tezuka p. 35
2.3 Escola Básica Nossa Senhora da Cruz do Sul / Baldasso Cortese Architects p. 43 2.4 Creche Shichigahama Tohyama - Takahashi Ippei Office p. 50 2.5 Taka Tuka Land – Baupiloten
3escola
p. 58
de educação infantil 3.1 Condicionantes p. 67 3.1.2 O Terreno
p. 68
3.1.1 Levantamento do entorno p. 70 3.2.1 Legislação vigente p. 75
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o projeto
considerações finais
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bibliografia
p.
77
p. 110 p. 112
re su mo
A educação passou por diversas mudanças ao longo dos anos, com inovações, novas pedagogias e claro, novas necessidades dos alunos. Porém, há uma mudança lenta e sutil na mudança do ponto de vista arquitetônico das escolas, o que pode ser prejudicial para o aprendizado das crianças. Este trabalho estuda as relações entre a criança e o ambiente escolar, como se da essa relação, e como a arquitetura pode influenciar e desenvolver a aprendizagem, em conjunto com a pedagogia adotada, independentemente qual seja ela. Para tal, é investigado como ocorre o desenvolvimento infantil e como a criança percebe o lugar, tudo isso sob a perspectiva da experiência, explorando sentidos, lugares, brincadeiras. Para tanto, foi desenvolvido o projeto de uma Escola de Educação Infantil, levando em consideração as necessidades de desenvolvimento pessoal, motor e cognitivos das crianças, levando um ambiente educacional de qualidade às crianças da comunidades em questão.
abs tra ct
Education has undergone several changes over the years, with innovations, new pedagogies and of course, new needs of students. However, there is a slow and subtle change in the architectural change of schools, which can be detrimental to children’s learning. This work studies the relationships between the child and the school environment, how this relationship occurs, and how architecture can influence and develop learning, along with the pedagogy adopted, regardless of what it is. To do so, we investigate how child development occurs and how the child perceives the place, all from the perspective of experience, exploring senses, places, jokes and perspectives. In order to do so, the project of a School of Early Childhood Education was developed, taking into account the personal, motor and cognitive development needs of the children, bringing a quality educational environment to the children of the communities in question.
A infância é uma fase importante de desenvolvimento na vida de um ser humano; é na infância onde ocorrem os primeiros contatos com o mundo. É quando aprendemos a andar, falar, sentir os diferentes sabores dos alimentos. Como vai ser educada na primeira infância, determinará a pessoa e a cidadã que essa criança vai ser.
Intro du çao
A proposta do trabalho é então o projeto de uma escola de educação infantil, que favoreça e estimule o conhecimento e a aprendizagem, e que permita incorporar métodos pedagógicos distintos. A escola atenderá berçário e jardim de infância, afim de suprir a demanda desse equipamento na cidade de Sertãozinho, no bairro Jardim Santa Clara, que possui a demanda de 120 crianças no berçário, e 210 crianças de 2 a 4 anos, segundo a Diretora de Departamento da Educação infantil Carla Pessoa em entrevista à autora. Além disso, criar um lugar que receba todas os usuários com equidade; pois a igualdade só é pressuposta quando temos indivíduos iguais, com personalidades, ambições e histórias iguais. Por equidade, entendemos que, através da pluralidade de culturas, experiências e indivíduos diferentes, construímos um lugar onde, respeitando as individualidades de cada um, alcançamos uma educação justa e digna à todas as crianças. Para tanto, investigar as relações entre criança x espaço,
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através do estudo de percepções sensoriais e relações humanas, afim de projetar uma escola de educação infantil, que visa auxiliar o processo de aprendizagem intelectual e psicológica, além de estimular o convívio social de crianças com necessidades especiais. A pesquisa será dada através de cinco capítulos, começando pela experiência, passando pela escola e a criança e a escola de educação infantil, seguido pelo projeto arquitetônico, com seus detalhamentos e peças gráficas. Por fim temos as considerações finais e a bibliografia. O primeiro vai tratar da perspectiva da experiência, como funciona seu desenvolvimento, as percepções sensoriais ao longo de seu desenvolvimento e como a criança percebe e interage com o ambiente escolar. Também é estudado a influência que ele tem sobre o desenvolvimento e aprendizagem da criança.
No capítulo três temos o levantamento morfológico da área, apresentando a área de implantação do projeto, o entorno e suas características. Além disso, também temos o conceito e o partido para o projeto, explicando todo o processo criativo no qual foi pensado o projeto.
No capítulo dois temos as pesquisas de referências projetuais, trazendo projetos importantes, de grande qualidade espacial e educacional. O objetivo deste capítulo é exemplificar graficamente, a teoria apresentada no capítulo um, além de servir de base para referências para o projeto arquitetônico que virá ao final do presente estudo.
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DA EXPERIÊNCIA
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O ambiente escolar E suas configurações
O ambiente educacional tem grande influência no processo de aprendizagem de uma criança. Doris Kowaltowski (2011), pontua que há um crescente número de estudos sobre a relação direta que o espaço construído tem sobre a aprendizagem dos alunos. Sanoff (2001b) destaca o poder que o espaço físico tem:
1.1 Experienciar a escola
“de organizar e promover relações entre pessoas de diversas idades, promover mudanças, escolhas e atividade e [.. ] potencial de despertar diferentes tipos de aprendizado social, cognitivo e afetivo.” (Sanoff, 2001b. Apud. Kowaltowski, Doris C. C., p 162, 2011)
Para incentivar esse constante processo de aprendizagem, é necessário que haja um espaço totalmente adequado para a criança, que não seja apenas para o desenvolvimento lógico e racional, mas também um espaço de afeto e acolhimento, um ambiente transigente, vivo, dinâmico e estimulante, pois quando interagimos com o lugar, construímos memórias afetivas com o mesmo. Essa sensibilidade deve ser levada em conta no momento de projetar ambientes tão importantes quanto o ambiente escola. A qualidade desse lugar pode determinar como a criança interage com o mundo e com o outro; a criança exposta a
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diferentes estímulos, experiências e vivências, carrega instrumentais para vivenciar o mundo de forma mais plena. O ambiente escolar tem como qualidade a segurança, o potencial de ser saudável, com lugares diversificados, favorecendo a formação de um indivíduo mais preparado para enfrentar o mundo. Quando pensamos em um ambiente escolar, logo o relacionamos com um ambiente coletivo que, além da criança temos o professor, funcionários administrativos, entre outros, cada um com a sua particularidade. Sendo assim, como incluir os usuários no processo de elaboração do projeto é uma importante questão a ser debatida. SegundoMelo: “(Devemos) Olhar a escola como um espaço em constante mudança considerando os dois lados, o oficial que define a organização da instituição, e do outro os alunos, professores e funcionários que criam intervenções próprias transformando a escola num cenário dinâmico que se constrói diariamente.” ( MELO, Larissa, Arquitetura escolar e suas relações com a aprendizagem, p. 12)
A grande problemática começa no momento da configuração das escolas. Podemos dizer que, na maioria das escolas Brasil afora, há uma grande dificuldade de projetar o ambiente escolar. Há, na maioria dos casos, uma tendência a repetir os mesmos modelos, que por sua vez estão presentes há anos ao longo da história. Muitas vezes, (digo por experiência própria), as
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escolas tem, em cada período, crianças com idades diferentes dividindo o mesmo ambiente escolar. Isso não seria um problema se, ao invés dessa configuração uniforme, o projeto previsse soluções que permitissem uma flexibilidade espacial, com mobiliários diferentes, e que pudesse ser adaptado para acolher cada faixa etária de acordo com suas necessidades, para um melhor aproveitamento do ambiente escolar para a aprendizagem da criança. Segundo a professora Doris C. C. Kowaltowski, as salas de aula atuais “não passam de um monte de cadeiras voltadas para um quadro-negro e uma mesa de professor bem imponente em cima de um tablado.” (Kowaltowski, Doris C. C., Arquitetura Escolar, p. 161, 2011) Ela diz que essa configuração desmotiva o aluno e valoriza a autoridade. Essa configuração não permite olhar para os colegas de classe e trocar ideias, o que prejudica o relacionamento interpessoal. Ela aponta que: “As condições espaciais qualificam o tipo de relações estabelecidas, pois o que se busca desenvolver são relações interpessoais, responsáveis pela construção de vínculos sociais e culturais marcantes e que podem ser facilitados ou não pela configuração espacial.” (Taralli, 2004b. apud. Kowaltowski, 2011. p. 162)
Segundo a arquiteta Mayumi Souza Lima, em seu livro “A criança e a percepção do espaço”, essa configuração é histórica. Ao olharmos para o passado, vemos que as escolas dos anos 60, por exemplo, seguiam, arquitetonicamente falando, um modelo referencial e os conceitos pedagógicos da época; exemplificavam claramente a hierarquia e o modelo de sociedade que era seguido naquele momento. A posição da diretoria por exemplo, ficava em um local específico que garantisse que as salas fossem sempre vigiadas, de maneira a manter o controle sobre tudo que acontecia na escola. A alta rigidez do espaço era evidenciada pelas carteiras sempre enfileiradas, luz natural sempre a esquerda e o quadro negro, como dito anteriormente, sempre a frente. No exterior, os muros altos que desestimulavam a atenção para o mundo lá fora, que, segundo ela, ajudava a manter um maior controle disciplinar perante aos usuários. Portanto, vemos essas configurações hierárquicas, autoritárias e desestimulante até os dias de hoje, segundo Kowaltowski:
Ainda segundo Kowaltowski, em um senso feito pelo Instituto de Pesquisas Educacionais (INEP/MEC 2006) revela que 13% da população aponta como ruim o estado dos prédios escolares. Por isso, é preciso criar em contrapartida a um espaço com apenas mesas e cadeiras, impessoal e tedioso, algo que estimule as percepções e o desenvolvimento infantil.
“Apenas dos diversos estudos que comprovam a necessidade de inovação, a maioria das escolas ainda apresenta o criticado modo de ensino tradicional, que utiliza os espaços de forma pouco criativa.” (Arquitetura Escolar, Kowaltowski, Doris C. C. p. 161, 2011)
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O PAPEL DO AMBIENTE ESCOLAR NA INCLUSÃO SOCIAL
Como sabemos, garantir a pluralidade, não só no ambiente escolar, mas na sociedade como um todo, é o que garante uma interação mais igualitária e justa. Porém, no ambiente escolar essa necessidade se faz mais urgente. Nenhuma criança nasce com preconceitos, os adquire com o passar do tempo, onde o principal motivo se dá na ausência do convívio com as diferenças, uma realidade em nosso país. Como lidamos com as diferenças nos primeiros anos de vida de uma criança, muda sua visão de sociedade de maneira avassaladora, e forma um cidadão mais íntegro, que lida com o outro com muito mais respeito e dignidade. “A escola pode perpetuar preconceitos, mas também pode desconstruí-los. Essa é uma tarefa para os(as) gestores(as) e educadores(as) comprometidos(as) com os direitos humanos.” (O PAPEL DA ESCOLA PARA A EDUCAÇÃO INCLUSIVA – CASTILHO, Ela Wiecko V.; sem data.)
Além das pessoas envolvidas diretamente com o ensino, o arquiteto tem grande importância neste processo, visto que o edifício deve receber a todos, sem distinção, sempre incorporando a inclusão no processo de produção da arquitetura. 18
ARQUITETURA ESCOLAR Como dito anteriormente, o processo de projeto deve envolver os usuários, pois ninguém melhor que a própria criança para apontar suas necessidades e desejos para o ambiente escolar ideal. O papel do arquiteto é mediar esses anseios e solucionar essas questões inerentes a educação, em um projeto que acolha os usuários e auxilie no processo de aprendizagem. Segundo Kowaltowski, Sanoff (2001b) defende alguns princípios para o projeto escolar, como: ambiente estimulante lugar para ensino em grupo, conectar exterior com interior, segurança, variedade espacial, interação com o ambiente externo, permitir modificações flexibilidade, espaços comunitários e personalizados, entre outros. O ambiente escolar e sua configuração arquitetônica é diretamente influenciado pelo método pedagógico implementado. Sendo assim, como vimos anteriormente, o sistema educacional autoritário e hierárquico produziu uma arquitetura sem identidade e uniforme, sem levar em consideração o conforto do usuário, em muitos casos. Já currículos alternativos, característicos dos métodos educacionais mais contemporâneos, segundo Kowaltowski (2011), são mais abertos a mudanças, visto que há possibilidade de uma planta mais livre, com mais flexibilidade espacial, as conhecidas “escolas sem paredes”, que integram alunos, mestres e 19
o ambiente de ensino, juntamente com arquitetos que procuram sempre rediscutir a relação ambiente de ensino x aprendizagem. A exemplo disso, temos o arquiteto Herman Hertzberger, que dedicou grande parte de seu trabalho a arquitetura escolar. Segundo Kowaltowski (2011), para ele, como os arquitetos não podem influenciar o ensino diretamente, podem contribuir para que o ambiente escolar seja mais convidativo aos usuários. Ele pontua que o projeto deve priorizar a fluidez da circulação em relação às funções do programa, o que ele chama de “rua educativa”, que une as salas de aula com outros lugares da escola, como biblioteca e refeitório, por exemplo. Além disso, ele apresenta um estrutura aberta, que possa sofrer futuras alterações de acordo com novos sistemas educacionais.W Então afinal, qual a maneira adequada de se projetar um ambiente escolar? Kowaltowski aponta que, no estudo de Hertzberger (1999), ele estabelece uma lista de valores que devem servir de base para um bom desenvolvimento do programa, com informações que auxiliam na fase que antecede o projeto. Essa tabela é conhecida como DQI - Design Quality Indicator (Cabe, 2005): VALORES ARQUITETÔNICOS CONTEMPORANEOS, DE ACORDO COM HERTZBERGER (1999) - HUMANO: adequação, funcional, social, física, fisiológica e psicológica. - AMBIENTAL: local, clima, contexto, fontes, gastos.
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- TECNOLÓGICO: materiais, sistemas e processos - ECONÔMICO: financeiro, construção, operações, manutenção e energia. - TEMPORAL: crescimento, mudanças e permanências - ESTÉTICO: forma, espaço, cor e significado - CULTURAL: histórico, institucional, político e legal Quadro _: DQI - Design Quality Indicator, HERTZBERGER (1999) apud. Kowaltowiski (2011), p. 171
Segundo Hertzberger, em seu livro “Lições de Arquitetura”, (1999 p. 33), outro parâmetro interessante proposto pelo arquiteto é a soleira. O intervalo da soleira serve como transição para lugares diferentes no edifício, como lugares mais públicos de encontro com lugares mais privados. Um intervalo sutil entre espaços com dinâmicas diferentes; a arquitetura que se materializa no sentido da palavra hospitalidade. Ela proporciona o convívio social e serve como acomodação entre diferentes lugares. A soleira deve ser este lugar de acolhimento mesmo na entrada da escola, para servir de abrigo para as crianças que chegam cedo ou para as que não querem ir para casa logo após a aula; ou até mesmo para os pais, que podem se conhecer enquanto esperam os filhos. Ele pontua que muros baixos para sentar são interessantes, bem como uma grande cobertura para se abrigar da chuva. E conclui que “este pequeno espaço público, como local de
encontro para pessoas com interesses comuns, cumpre uma importante função social.” (HERTZBERGER, Herman, 1999. P. 33) Esses parâmetros não devem ser tidos como obrigatórios e fixos na hora de projetar, e sim como ponto de partida para adequar cada projeto, de acordo com suas especificidades e programas. A professora e pesquisadora Doris Kowaltowski indica e descreve certos parâmetros desejáveis na elaboração de um projeto escolar, afim de listar as necessidades básicas para uma boa experiência entre ambiente escolar e a criança. Para tal, ela divide os parâmetros basicamente em: programa, flexibilidade dos usos, relação interno x externo, tecnologia, mobiliário, conforto ambiental, acessos e circulações e acessibilidade. A sala de aula, para ela, devem possibilitar novas configurações de aprendizagem, através de atividades diversificadas, que incluem trabalhos em grupo, estudo independente pesquisa via internet, apresentações dos alunos, aprendizado na natureza e, talvez uma das mais importantes: construção do próprio aprendizado, com os alunos em situações práticas, cotidianas ou acadêmicas. Ela ainda pontua que os alunos devem poder se movimentar livremente pela sala de aula, o layout deve ser flexível para atividades em grupo, individuais, dinâmicas e etc, além da possibilidade de que várias metodologias possam ser aplicadas no espaço, bem como fortalecer o sentimento de identidade e pertencimento ao grupo.
Ela destaca também uma entrada convidativa, que tenha espaço para exposição dos trabalhos dos alunos, além de um projeto que tenha identidade própria, que distingue a escola e o seu significado na comunidade. Outros ambientes importantes no projeto são os lugares individuais para guardar os materiais e os pertences das crianças e laboratórios de ciência e arte, áreas específicas para música e teatro, além de área para educação física. O primeiro para que, como dito anteriormente, elas criem laços com o ambiente escolar, através da personalização do lugar que ela ocupar. Os demais, para uma ampla variedade de conhecimento, tal como integração dos saberes através de atividades práticas. Outro parâmetro para projeto seria o local adequado para recreação e alimentação: o pátio e o refeitório. Ela aponta que os refeitórios, por exemplo, devem ser menores, mais íntimos, com mobiliário confortável e com belas vistas para jardins. Já o pátio deve possuir soluções inovadoras, utilizando vegetação para constituição de ambientes educacionais de qualidade. Eles devem ter sombreamento, um projeto paisagístico de fácil manutenção, que propicie as crianças um contato direto com a natureza e vistas agradáveis. Ela também indica que preferencialmente, o pátio deve estar ligado ao acesso principal da escola, para que acolha os alunos da melhor maneira, e também para abriga-los em dias de chuva.
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PERCEPÇÃO - ESPAÇO - LUGAR
1.2 A criança e a Experiência
Na infância, a experiência sensorial é mais intensa e há um mundo delas à ser explorado. Por experiência, segundo o geógrafo chinês Yi-Fu Tuan, temos diferentes maneiras através das quais uma pessoa conhece e constrói a realidade. Estas maneiras variam desde os sentidos mais diretos como o olfato, paladar e tato e a percepção visual. Para ele, A experiência é constituída de sentimento e pensamento. Experienciar é aprender; significa atuar sobre o dado e criar a partir dele. Por espaço e lugar, entendemos que a experiência com o lugar se difere da experiência com o espaço. Segundo ele, espaço é abstração, enquanto lugar é visto pela perspectiva de valorização e experiência. Começa com espaço e acaba como lugar quando o conhecemos melhor. “O que começa como espaço indiferenciado transformase em lugar à medida que o conhecemos melhor e o dotamos de valor. Os arquitetos falam sobre as qualidades espaciais do lugar; podem igualmente falar das qualidades locacionais do espaço. [.. ] Além disso, se pensamos o espaço como algo que permite movimento, então lugar é pausa; cada pausa no movimento torna possível que localização se transforme em lugar.” (TUAN, 1930. p. 6)
Para o arquiteto Juhani Pallasmaa, não há como falar de arquitetura sem falar de experiência. Uma está intrínseca na outra: “A Arquitetura é certamente concebida e experienciada na linha de fronteira existencial, e não há nenhuma 22
experiência artística ou arquitetônica sem a fusão do espaço com o espectador, com o ouvinte e com o sentido de ser do indivíduo.” PALLASMAA, Juhani (2009) The Thinking Hand: Existential and Embodied Wisdom in Architecture, p. 125. Apud. CARDOSO, Maria Eduarda Ramos, O Espaço do Corpo. 2016. Pg. 76)
Segundo as Dras. Andréia Marin e Kátia Kasper, o lugar é: “como um campo de experiências possíveis, de encontro com as coisas e com os outros e de possibilidade de criação de novos modos de viver e de novas subjetividades.” (A NATUREZA E O LUGAR HABITADO COMO ÂMBITOS DA EXPERIÊNCIA ESTÉTICA: novos entendimentos da relação ser humano – ambiente, 2009. Andréia Aparecida Marin e Kátia Maria Kasper, p 268). As crianças experienciam o mundo de uma maneira muito diferente dos adultos. Elas tem uma noção de espaço e lugar ainda pouco definida; é tudo muito inconstante e fugaz. Segundo Tuan: para a criança, lugar é um tipo de objeto grande e um tanto imóvel.” Ela cria com o lugar uma sensação de pertencimento. E completa: “[para a criança] o espaço transforma-se em lugar à medida que atinge definição de significado.” (TUAN, 1983 p. 151) As crianças tem uma sensibilidade ímpar, e, apesar de saberem da sua fragilidade, estão abertas para o mundo e para novas experiências. As primeiras experiências de uma crianças estão ligadas à uma pessoa; a mãe, por exemplo. Para uma criança, a primeiraexperiência de lugar não é um ambiente construído, é alguém. Segundo Tuan, citando Santo Agostinho, “o valor do lugar de
pendia da intimidade de uma relação humana particular; o lugar em si pouco oferecia além da relação humana.” (TUAN, 1983 p. 156) Essa questão é muito importante quando falamos em ambiente escolar. O lugar deve proporcionar ambientes onde a interação entre as crianças é totalmente privilegiada, pois, como foi dito, a experiência com o lugar é muito mais positiva quando há uma conexão com o outro. Como dito anteriormente, o lugar é visto pela perspectiva de valorização e experiência. Para Tuan, o espaço também é interpretativo, pois: Índios Dakota acham que em quase todas as partes da natureza há evidência de formas circulares (.. ). Ao contrário, os índios Pueblo, no sudeste dos Estados Unidos, tendem a ver espaços de geometria retangular. (TUAN, 1930. Espaço e Lugar, p. 19)
Este é um exemplo de espaço interpretado, que dependem do poder da mente para perceber além das percepções visuais recebidas, dados concretos do espaço. Como vamos receber as informações do espaço através dos nossos sentidos, e como vamos interpretá-los através da perspectiva experiencial que carregamos, individualmente e única à cada um, é que vai determinar como entendemos o espaço, como se dão as relações com o mesmo, a fim de o reconhecermos como lugar. Por isso é tão importante que as diferenças e individualidades sejam respeitadas e levadas em conta na conspecção do projeto, afim de proporcionar um reconhecimento de pertencimento e acolhimento no ambiente escolar. 23
a criança como indivíduo E como assegurar que o espaço seja ideal para todos? Entendendo a escola como um espaço plural e dinâmico, que está em constante mudança; onde cada indivíduo tem a sua particularidade e necessidades próprias, e como essas relações se dão acerca do espaço. Esta questão é tratada pela arquiteta Mayumi Souza Lima, onde ela questiona: “Não estaríamos atuando exatamente no sentido da submissão [da criança], ao ignorarmos totalmente a participação da criança na definição dos espaços à ela destinados?” (A criança e a percepção do espaço, Mayumi Souza Lima, sem data. P. 74) O ponto é que, a criança não faz parte do processo de projeto. A vontade da criança é sempre suprimida pela do adulto, que nem sempre leva em consideração a opinião de uma criança, pensando, muitas vezes, que ela nem a tem. Segundo Mayumi, repetindo Mendel, a diferença real entre o adulto e a criança está na desigualdade da força entre eles, material ou financeira. Ela pontua:
“Essa diferença faz com que, desde a primeira infância, a criança vá sendo subjugada por diferentes formas de autoridade que a impede, principalmente na fase escolar, de manifestar-se livremente ou de conceber outros padrões que não sejam aqueles adotados por adultos.” (A criança e a percepção do espaço, SOUZA, Mayumi, sem data, p. 74). 24
Ela também aponta que as crianças tem uma maior capacidade de responder a estímulos novos, transformando o espaço que eles fazem parte, visando o bem comum, desde que eles tenha amparo e constante participação deste processo. Cada criança tem sua história, sua personalidade. O ambiente escolar deve permitir e incentivar essa individualidade e acolher a personalização do espaço, visando criar uma sensação de pertencimento a ela. A criança deve reconhecer o lugar como seguro e favorável ao aprendizado, promovendo, sem dúvida, uma melhor relação com o lugar. É muito importante que seja assegurada à cada uma, seus espaços individuais, podendo servir de refúgio às frustrações, euforia ou descanso.
“A maneira como o indivíduo se apropria do espaço escolar também é fundamental para o aprender. Se ele não vê a escola como lugar de busca de conhecimento, se ele não reconhece a escola como sua, a dificuldade com a aprendizagem aparece.” (ARENA, 2003, apud. Arquitetura Escolar e suas relações com a aprendizagem, MELO, Larissa Gomes – 2012, p. 11)
escolha dos materiais e do mobiliário. Outro importante quesito em termos de espacialidade é como se dão as práticas de atividades cotidianas da criança. Essa autonomia em relação à essas atividades gera uma percepção de independência saudável à criança. Para tal, é necessário também a sensação de segurança, para que a criança explore todas as possibilidades que o ambiente escolar possa lhe oferecer. Além disso, o ambiente deve ter uma organização bem definida. Segundo Tuan, crianças de 2 a 4 anos não possuem ainda a capacidade de se localizar no espaço como os adultos. Portanto, um espaço dinâmico e ainda e que possua uma identidade visual e principalmente referencial seria, para a criança, uma característica importante, para que ela não tenha a sensação de estar perdida neste espaço novo e cheio de possibilidades.
O objetivo aqui, quando falamos em individualidade, não deve ser entendido com a produção de um lugar individualista. O coletivo sempre deve ser priorizado. A criança deve estar sempre em contato com outras crianças, afim do seu desenvolvimento social Ainda assim, o ambiente escolar deve promover a autonomia 25
Creche DS HIBINOSEKKEI + YOUJI NO SHIRO
A CRIANÇA E A ESCOLA: LEITURAS PROJETUAIS
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Os projetos escolhidos para leitura, foram projetos que mais se aproximavam com as ideias para o projeto que virá a partir do desenvolvimento deste trabalho. São edifícios flexíveis, com ampla conexão da criança com o lugar da escola, e o constante estímulo sensorial das crianças. Todos os projetos permitem que a criança interaja diretamente com a arquitetura, auxiliando a percepção sensorial, motora e cognitiva. A conexão clara com o ambiente de aprendizagem e o ambiente de recreação também está presente em todos os projetos, sempre permeáveis e convidativos ao olhar dos pequenos. 26
Creche DS - HIBINOSEKKEI + YOUJI NO SHIRO A creche D.S. localizada em Ibaraki – Japão. A creche está inserida em um terreno rodeado por campos de arroz. A área é conhecida por ser uma das regiões que mais produzem energia eólica no país.
Fig. 1 - Refeitório da Creche DS. Fonte: Archdaily, acesso em 23 de março de 2018.
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implantação
Fig. 2 - Fonte da implantação: Archdaily, acesso em 23 de março de 2018. Fonte da arte: Produzido pela autora deste. Volume Playground Pátio Espaços de jogos Estacionamento Jardim
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volumetria
Fig. 3 - Fonte da planta: Archdaily, acesso em 23 de março de 2018. Fonte da arte: Produzido pela autora deste.
A maneira como o volume foi implantado, como uma massa com um vazio no meio, traz uma maior segurança para as crianças, visto que estão seguras do exterior da escola, e um intenso contato com a natureza presente no pátio, além da otimização da luz natural e o acesso ao pátio de qualquer lado do edifício.
forma
Fig. 4 - Fonte da planta: Archdaily, acesso em 23 de março de 2018. Fonte da arte: Produzido pela autora deste.
O maior conceito do projeto é o vento, por isso o partido arquitetônico foram os moinhos de vento. O volume se organiza ao redor do pátio central, de modo que cada conjunto de salas representa uma lâmina do moinho e, mesmo conectadas, apresentam independência entre si.
Fig. 5 - Fonte da planta: Archdaily, acesso em 23 de março de 2018. Fonte da arte: Produzido pela autora deste.
O uso de linhas retas, dispostas de forma retilínea ou diagonal, criam diferentes espaços no edifício, gerando um melhor aproveitamento do terreno
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circulação
Fig. 6 - Fonte da planta: Archdaily, acesso em 23 de março de 2018. Fonte da arte: Produzido pela autora deste.
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Nas palavras do arquiteto: “O desenho da circulação em forma de anel tem uma imagem como se girasse, e cada volume da sala é como uma folha de moinho de vento,” como vimos anteriormente.. Esse desenho traz um sentido de continuidade e unifica o projeto. É uma interessante configuração, na maneira de inserir os espaços abertos e pontuá-los ao longo do edifício. A circulação das crianças está limitada entre o acesso, as salas de aula e o pátio; enquanto a circulação dos professores e funcionários se da por todo edifício.
programa Áreas de Aprendizagem Áreas de brincar/contemplar Serviços Circulação Acesso Principal Acesso Veículos 1. Entrada 2. Escritório 3. Cozinha 4. Refeitório 5. Refeitório Externo 6. Pátio 7. Auditório 8. Sala de Aula 9. Sala de Jogos 10. Banheiro 11. Cantinho de brincar 12. Circulação 13. Pilotis Fig. 7 - Fonte da planta: Archdaily, acesso em 23 de março de 2018. Fonte da arte: Produzido pela autora deste.
O projeto possui 7 salas de aula, com diferentes configurações e tamanho, em sua maioria com plantas livres, onde cada aula ou cada professor pode mudar as configurações espaciais da sala.
Também possui um auditório, sala de jogos, cantinho de brincar, e um amplo refeitório, onde as crianças tem um constante contato com a área externa enquanto faz suas refeições. 31
aberturas O projeto também conta com grandes aberturas, que abrem para o pátio ou para os campos de arroz, que proporcionando uma grande interação entre a criança e a natureza, e segundo o arquiteto, proporciona excelente iluminação natural e ventilação, como mostra a figuras 3.
Fig. 8 - Fonte: Archdaily, acesso em 23 de março de 2018.
Além disso, devido ao seu tamanho e profundidade, permite que a criança interaja de uma maneira mais efetiva com o lugar. 32
Fig. 9 - Fonte: Archdaily, acesso em 23 de março de 2018
experiência e lugar
Fig. 10 – Banheiro com caráter lúdico. Fonte: Archdaily, acesso em 23 de março de 2018
Outro ponto interessante do projeto é a configuração dos banheiros: pequenos espaços fechados, em uma escala reduzida que não encostam no teto, trazendo privacidade, mas na escala da criança, tornando um lugar divertido onde a criança gosta de ir. A grande abertura, que vai do pé direito ao piso traz uma excelente quantidade de luz natural, auxiliando também na salubridade do local.
Algumas paredes receberam um revestimento diferente para que as crianças desenhassem diretamente nas paredes, estimulando a criatividade delas.
O jardim que compõe o pátio, em meio a pequenos caminhos de madeira trazem um ar lúdico de campo, que também traz diferentes sensações sensoriais e novas experiências para as crianças.
Fig. 11 – Apropriação do espaço pela criança, na área interna. Fonte: Archdaily, acesso em 23 de março de 2018.
Fig. 12 – Apropriação do espaço pela criança, no pátio da Creche D.S. Fonte:33 Archdaily, acesso em 23 de março de 2018
O refeitório tem uma grande abertura que permite o contato visual com o jardim da área externa, transmitindo uma agradável sensação de permeabilidade. Issp é evidenciado pela presença de um segundo ambiente na própria área externa, com mesas e cadeiras que pode ser usado como refeitório ou como um lugar para atividades ao ar livre.
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Fig. 13 – O refeitório. Fonte: Archdaily, acesso em 23 de março de 2018
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JARDIM DE INFANCIA FUJI– TAKAHARU TEZUKA
A escola montesoriana Fuji está localizada no subúrbio de Tóquio, no Japão, projetada pelo arquiteto Takaharu Tezuka, em 2007. A escola ganhou o prêmio Internacional Moriyama RAIC 2017, que premia a cada dois anos um projeto “que é considerado transformador em seu contexto social e promove os valores da justiça social. igualdade e inclusão.” (Raymond Moriyama – RAIC, 2014) O edifício foge dos padrões conhecidos, e instiga as crianças a usufruir dele como um todo. 36
Fig. 14 – Fonte: Archdaily, acesso em 23 de março de 2018
Implantação e programa
Áreas de aprendizagem Áreas de convívio/brincar Playground Administração/Pedagogia Banheiros Estacionamento Pré-existências Acesso principal
Fig. 15 - Fonte da mplantação: Archdaily, acesso em 23 de março de 2018. Fonte da arte: Produzido pela autora deste.
Área com torneiras externas e áreas molhadas
Fig. 15 - Fonte da mplantação: Archdaily, acesso em 23 de março de 2018. Fonte da arte: Produzido pela autora deste.
A planta das áreas de aprendizagem é livre, proporcionando uma maior flexibilidade no espaço de acordo com a pedagogia aplicada, tipo de atividades, etc. O contato com a área externa é constante, visto que o fechamento em vidro se abre para o pátio, caso seja necessário.
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O projeto conta com área de 1.304 m², e atende 500 crianças. Em sua implantação, incorporou ao projeto árvores pré-existentes no terreno, onde as crianças podem escalar e brincar. Fig. 16 - Fonte: Archdaily, acesso em 23 de março de 2018.
O mobiliário presente pode ser rearranjado pelas próprias crianças, visto que sua escala é reduzida. Isso configura diferentes espaços, e traz uma sensação de pertencimento à criança, que personaliza e se apropria do espaço, além de reforçar sua autonomia.
38 Fig. 17 – Fonte: Pinterest.com, acessado em 23 de Março de 2018
As mesas com formato de meio exágono, podem reagrupadas para trabalhos em grupo, e as cadeiras podem ser colocadas em qualquer lado
Fig. 20 – Fonte: Pinterest.com, acessado em 23 de Março de 2018
Módulos de empilháveis de 30 em 30cm, com vértices arredondados e madeira extremamente leve
Fig. 21 – Fonte: Pinterest.com, acessado em 23 de Março de 2018 Fig. 18 e 19 – Fonte: Pinterest.com, acessado em 23 de Março de 2018 39
volumetria - acessos - circulações O volume é uma elipse, dada em função da circulação das crianças, que podem correr livremente e sempre voltar para o mesmo lugar.
Escorregador da cobertura ao pátio Escada que dá acesso à cobertura
Grades de proteção Circulação livre das crianças por toda cobertura
40
Fig. 22 - Fonte da mplantação: Archdaily, acesso em 23 de março de 2018. Fonte da arte: Produzido pela autora deste.
Fig. 24 – Fonte: pinterest.com, acessado em 23 de Março de 2018
Fig. 23 - Fonte da mplantação: Archdaily, acesso em 23 de março de 2018. Fonte da arte: Produzido pela autora deste.
Acesso principal Acesso pelo Estacionamento Circulação vertical (acesso à cobertura) Circulação horizontal Circulação vertical (entorno das árvores/ acesso à cobertura)
A circulação se da ao redor desse grande pátio, nos beirais que protegem as salas de aula. O acesso à cobertura é dado através de escadas localizadas próximas as salas de aula; as crianças podem descer novamente ao pátio através de um grande escorregador. A circulação das crianças é livre por todo o edifício.
Fig. 25 – Fonte: pinterest.com, acessado em 23 de Março de 2018 41
ABERTURAS Aberturas na cobertura para iluminação e ventilação natural
Fig. 27 – Fonte: Archdaily, acessado em 23 de Março de 2018
As aberturas possibilitam o constante contato com o meio externo, além de permitir a visualização das crianças pelos professores de vários ângulos da escola Fig. 26 – Fonte: Pinterest, acessado em 23 de Março de 2018
Fig. 28 – Fonte: Archdaily, acessado em 23 de Março de 2018
Total abertura dos planos de vidro, permitindo o acesso das crianças a todo edifício, não limitando a criança à apenas a sala de aula 42
experiência e lugar O arquiteto também projetou pequenas áreas externas com torneiras, onde as próprias crianças retiram a água para brincar, além de pequenas áreas molhadas que também estimulam as crianças e as conectam com o ambiente em que estão. Fig. 30 – Fonte: pinterest.com, acessado em 23 de Março de
Fig. 29 – Fonte: Pinterest, acessado em 23 de Março de 2018
43 Fig. 31 – Fonte: Pinterest.com, acessado em 23 de Março de 2018
experiência e lugar O caráter lúdico é dado de outra maneira, que não apenas nas cores; a forma, a circulação, a flexibilidade e o mobiliário transformam o projeto em um ambiente agradável e interativo com as crianças Fig. 32 – Fonte: Pinterest.com, acessado em 23 de Março de 2018
Além de reforçar a autonomia, trazendo os equipamentos, objetos e mobiliário para a escala da criança, novamente trazendo uma experiência diferente do que ocorre no dia a dia. 44 Fig. 33 – Fonte: Pinterest.com, acessado em 23 de Março de 2018
ESCOLA BÁSICA NOSSA SENHORA DA CRUZ DO SUL / BALDASSO CORTESE ARCHITECTS A escola fica em Victória – Austrália, e o projeto é do escritório de arquitetura Baldasso Cortese Architects. O objetivo era criar uma escola contemporânea, que acompanhasse a evolução da pedagogia como um todo, além de acolher a comunidade no projeto. Outra questão tratada pelos arquitetos é a sustentabilidade e a tecnologia.
Fig. 34 – Fonte: Pinterest.com, acessado em 10 de abril de 2018
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[ Organograma / Fluxograma ] Escritório
Recepção
Armazenamento Espaços comunitários
Hall Cozinha Comunitária
Aprendizagem em grupos maiores
Área dos profissionais Aprendizagem em grupos menores Áreas de aprendizagem externas
IMPLANTAÇÃO Baixo Fluxo Médio Fluxo Alto Fluxo
Fig. 35 - Fonte: Produzido pela autora deste
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Fig. 36 - Fonte: Archdaily, acessado em 10 de abril de 2018
PROGRAMA O programa conta com diversas áreas para estudo em grupos maiores e grupos menores, dentro e fora da escola, além de lugares de introspecção e leitura. O mobiliário e a cor do piso ajudam a articular o espaço, visto que a planta é livre, bem como a circulação.
Estudos em grupo
O acesso principal conta com um hall que funciona como a soleira de Hertzberger, podendo ser acessada pela comunidade livremente, além de ser um ligar aconchegante para os pais se despedirem dos filhos e conversarem entre si, por exemplo.
P á tio Aber to
Á r ea de estudo para pequenos g rupos
Espa ço m ultimídia
Á r ea molhada/Á rea de a r tes A udi tório
Á r ea de estudos externa
A udi tório Exter no
H a ll
Ca f é Comunitário
Tea tro
Fig. 37 - Fonte: Planta e Imagens: Archdaily, acessado em 10 de abril de 2018. Arte: Produzido pela autora deste 47
VOLUMETRIA - ACESSOS - CIRCULAÇÕES
Vazios criados pelos pátios articulam as áreas externas
Fig. 38 - Fonte: Archdaily, acessado em 10 de abril de 2018
Áreas de estudo externas favorecem o aprendizado
Circulação livre Acesso principal Fig. 39 - Fonte: Archdaily, acessado em 10 de abril de 2018 48
Planta aberta articulada em um grande volume
Fig. 40 - Fonte: Planta: Archdaily, acessado em 10 de abril de 2018. Arte: Produzido pela autora deste
O projeto também conta com áreas individuais para estudos e introspecção como resolução de projeto ou através de mobilliário, como as colméias, que onta com conexão multimídia e prateleiras para armazenamento
Fig. 42 - Fonte: Archdaily, acessado em 10 de abril de 2018
Fig. 41 - Fonte: Archdaily, acessado em 10 de abril de 2018
O pátio semi-aberto oferece a possibilidade das crianças receberem uma dose de luz natural e correrem livremente,. O layout favorece a experiência com a arquitetura do lugar Fig. 43- Fonte: Archdaily, acessado em 10 de abril de 2018
experiência e lugar
A configuração das salas, totalmente aberta e com as áreas de aprendizagem tornam o aprender mais fácil e prazeroso, além de reforçar as trocas interpessoais.
Fig. 44 - Fonte: Archdaily, acessado em 10 de abril de 2018
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aberturas - materialidade Ventilação cruzada
Proteção solar
Revestimento de Treliça de madeira madeira
Bancos externos
Fig. 45 - Fonte Corte: Archdaily, acessado em 10 de abril de 2018. Arte: Produzido pela autora deste
Fig. 46- Fonte: Archdaily, acessado em 10 de abril de 2018 50
Fig. 47- Fonte: Archdaily, acessado em 10 de abril de 2018
Fig. 48- Fonte: Archdaily, acessado em 10 de abril de 2018
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CRECHE SHICHIGAHAMA TOHYAMA -TAKAHASHI IPPEI OFFICE
O projeto está localizado na cidade de Shichigahama, no Japão. O projeto buscava a reconstrução da creche após um terremoto que arruinou boa parte da cidade em 2011.
52
Fig. 49- Fonte: Archdaily, acessado em 24 de março de 2018
Sua implantação é próxima ao litoral, e o arquiteto buscou a harmonia entre o edifício e o meio ambiente, de modo a impactar o menos possível a natureza local.
Outro objetivo era reforçar a creche como um símbolo, após a tragédia. para a comunidade local; por isso o prefeito exigiu pressa para a construção, que levou- em torno de 5 meses.
O projeto também contou com a participação ativa dos moradores locais no processo de projeto.
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PRograma - volumetria O programa foi organizado em torno de um pátio amplo e aberto, com a forte presença da natureza. Aprendizagem Convívio/Brincadeira (crianças) Social Serviço Acesso Principal Armazenamento
1 Berçários 2 Terraço 3 Refeitório 4 Lavanderia 5 Banheiros 6 Armazenamento 7 Sala de jogos 8 Bar 9 Escritório Fig. 50 - Fonte Implantação: Archdaily, acessado em 24 de março de 2018. Arte: Produzido pela autora deste 54
10 Armários 11 Área Social 12 Horta 13 Piscina 14 Cozinha 15 Sala das cuidadoras 16 Sala de leitura 17 Bancos
L- Área social N- Aprendizagem P- Sala de brincar e Auditório K- Cozinha
Fonte: Takahashi Ippei Office
As vistas foram ressaltadas através do deslocamento de algumas áreas para fora do programa inicial, o que deixou o projeto menos formal e mais dinâmico. A população queria um creche em forma de caixa, portanto o arquiteto conseguiu manter uma identidade e desenvolver uma planta mais integrada.
Vista para o mar
Fig. 51 - Fonte: Archdaily, acessado em 24 de Março de 2018
O pátio quadrado é visto como um intervalo simbólico, e tem o papel de unir o entorno “caótico” do programa; é o que amarra o projeto como um todo. Isso gera uma variedade de experiências e funciona como se fosse uma pequena aldeia.
Fig. 52 - Fonte: Archdaily, acessado em 24 de Março de 2018
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acessos e circulações A planta livre e a complexidade dos espaços é uma forte característica do projeto. As áreas de aprendizagem estão distribuídas como um “L”, e conectadas pelos banheiros. A projeção para fora de algumas áreas do programa trazem interessantes visuais, e criam experiências diversificadas.
Cozinha deslocada do edifício, com um terraço privado
Circulação permite que as crianças corram livremente
Forte relação com a natureza nas áreas externas
Áreas de aprendizagem interligadas com banheiros Área social integrada a sala de jogos e sala de leitura
Área social comum aberta a comunidade Circulação livre Acesso principal Carga/Descarga Acesso dos visitantes
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Fig. 53 - Fonte Implantação: Archdaily, acessado em 24 de março de 2018. Arte: Produzido pela autora deste
experiência e lugar
O projeto tem uma sensibilidade ímpar, ao integrar de maneira tão sutil o ambiente externo à todas as áreas do edifício
Fig. 54- Fonte: Archdaily, acessado em 24 de março de 2018
Ás áreas de brincar também estão conectadas naturalmente ás áreas de aprendizagem, estimulando a criatividade das crianças
Fig. 55- Fonte: Archdaily, acessado em 24 de março de 2018
O mobiliário tem a escala reduzida, bem como os espaços de armazenamento, novamente reforçando a autonomia e a identidade com o lugar Fig. 56- Fonte: Archdaily, acessado em 24 de março de 2018 57
Mapa experiencial produzido pelos arquitetos.
Fig. 57 - Fonte: Pinterest, acessado em 24 de Março de 2018
experiência e lugar O ambiente da sala de aula com constante contato com a área externa. 58
Fig. 58 - Fonte: Archdaily, acessado em 24 de Março de 2018
aberturas e fechamentos As paredes de inox da fachada remetem os biombos japoneses, feitos pelos artesãos locais, destacando o edifício na paisagem, para que ele, segundo os arquietos, não caísse no esquecimento. Além disso, auxiliam na a proteção da estrutura, visto que é uma área oceânica.
Fig. 60- Fonte: Archdaily, acessado em 24 de março de 2018
As grandes aberturas tem fechamento em vidro, proporcionamento uma grande quantidade de luz natural, e ventilação cruzada. As que possuem maior profundidade permitem uma maior interação criança x lugar.
Fig. 61- Fonte: Archdaily, acessado em 24 de março de 2018
Fig. 62- Fonte: Archdaily, acessado em 24 de março de 2018 Fig. 59- Fonte: Archdaily, acessado em 24 de março de 2018
59
INTERVENÇÃO TAKA TUKA LAND – BAUPILOTEN
O projeto trata-se de uma intervenção temporária em um jardim de infância, localizado em Berlim, Alemanha. Foi feito pelo grupo Baupiloten, um grupo de estudantes de arquitetura, sob a supervisão da arquiteta Susanne Hoffman.
60 Fig. 63 – Fonte Archdaily, acessado em 03 de abril de 2018
61
A INTERVENÇÃO A inspiração para o projeto, foi um história alemã, que foi traduzido, arquitetonicamente para um modelo tridimensional que estimula a imaginação e o contato direto com o objeto.
O que não poderia ser diferente, visto que o projeto foi concebido com a participação das próprias crianças, usando da criatividade delas para o desenho da instalação.
Fig. 64 - Fonte Planta: Archdaily, acessado em 03 de abril de 2018. Arte: Produzido pela autora deste
62
Os resultados são espaços interiores interativos e comunicativos, bem como uma fachada multifuncional.
Áreas sem intervenção Áreas de intervenção Circulação horizontal
VOLUMETRIA Estrutura de madeira tridimensional interativa
Volume retangular pré-existente
Fig. 65 e 66 – Fonte Archdaily, acessado em 03 de abril de 2018
Dormir, deitar, esconder e brincar
O projeto consiste ambientes divididos e pensados como uma árvore, a “árvore lemonade” como no livro, onde são feitas atividades em ambientes diferenciados, estimulando os sentidos das crianças, através do contato direto com o edifício.
Espaço privado
Banho de sol
Fig. 67 - Fonte Planta: Archdaily, acessado em 03 de abril de 2018. Arte: Produzido pela autora deste
O projeto traz consigo, caminhando lado a lado a imaginação e o aprendizado, tornando a aprendizagem muito mais prazerosa. O esquema ao lado, mostra as intervenções pontuais, que transformaram totalmente a escola, do ponto de vista arquitetônico e gerador de experiência.
Estrutura revestida com lonas e estofamentos, para uma maior conforto
Lugar de brincar, interagir com o edifício
Exposição de trabalhos
Interação com a área externa
63
Fig. 68 - Lugar de exposição dos trabalhos. – Fonte Archdaily, acessado em 03 de abril de 2018
Fig. 69 – Fonte Archdaily, acessado em 03 de abril de 2018
Experiência e lugar O projeto estimula a individualidade e independência das crianças, através de pequenos lugares com fechamento em tecido, que são usados para guardar os pertences das crianças, recreação, e refúgio. Outra área importante é o lugar de exposição dos trabalhos das crianças, localizado no corredor central do edifício. Ele possui a escala da criança, reforçando novamente a autonomia e a sensação de pertencimento, visto que o ambiente possui característica de todas as crianças, através de seus pertences, desenhos, etc. 64
Fig. 70 e 71 – Fonte Archdaily, acessado em 03 de abril de 2018
Fig. 74- Fonte Archdaily, acessado em 03 de abril de 2018
Experiência e lugar Através das grandes aberturas, o sol do meio-dia transforma a sala em um ambiente brilhante devido aos cristais que foram aplicados nas janelas, uma experiência incrível para as crianças. Fig. 72 – Fonte Archdaily, acessado em 03 de abril de 2018
Fig. 73- Fonte Archdaily, acessado em 03 de abril de 2018
Nas janelas tridimensionais, temos um espaço para sentar e brincar, que da um ar lúdico a abertura, e reforçam a conexão com exterior, através da experiência arquitetônica. Além disso, as estruturas de madeira incorporadas nas aberturas estimulam as brincadeiras e sensações táteis diferentes.
65
o pátio como articulador da experiência Fonte dos diagramas: Produzido pela autora
ESCOLA SENHORA DA CRUZ SUL / BALDASSO CORTESE ESCOLABÁSICA BÁSICA NOSSA NOSSA SENHORA DA CRUZ DO SULDO / BALDASSO CORTESE ARCHI TECTS ARCHITECTS
Reentrância periférica
JARDIM DE INFANCIA FUJI– TAKAHARU TEZUKA
Ampliação das superfícies internas 66
JARDIM DE INFANCIA FUJI– TAKAHARU TEZUKA
Fluxos e Ciclos
CRECHE SHICHIGAHAMA TOHYAMA -TAKAHASHI IPPEI OFFICE
Ampliação das superfícies externas e fluxos 67
A ESCOLA DE EDUCAÇÃO INFANTIL LEVANTAMENTO DE DADOS
68
3
CONDICIONANTES LOCALIZAÇÃO A área estudada está localizada na cidade de Sertãozinho, estado de São Paulo. Está à 325 km a nordeste da capital estadual e a 9 km de Ribeirão Preto. Seu território de 418.803 km² abriga uma população estimada em 110.704 (2018 - IBGE) sendo a terceira maior cidade da região norte-nordeste do estado.
Fig. 75 – Fonte Prefeitura de Sertãozinho, acessado em 15 de setembro de 2018
Fig. 76 – Fonte Alesp, acessado em 15 de setembro de 2018
Fig. 77 – Fonte Prefeitura de Sertãozinho, acessado em 15 de setembro de 2018
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O TERRENO O terreno está localizado no bairro Santa Clara, zona norte da cidade, entre as ruas Benjamin Gonçalves e Joaquim Pereira Vitório. O terreno escolhido é uma área institucional, e foi escolhido para suprir a grande demanda da área, devido ao deslocamento rápido de população para a Zona Norte de Sertãozinho, onde os equipamentos urbanos não acompanharam o desenvolvimento da região. Fig. 78 - Desnível visto da Rua Benjamin Gonçalves. Fonte: Arquivo Pessoal
A intensão é suprir as necessidades da vizinhança, visto que a maioria dos moradores tem de se deslocar para trabalhar, e muitas vezes não tem com quem deixar seus filhos, tampouco condições financeiras para coloca-los em instituições particulares. Av. Antônio Vanzela
Av. Osvaldo Pontes
Fig. 79 - Terreno vista da Rua Benjamin Gonçalves. Fonte: Arquivo Pessoal
O terreno possui um desnível de 2m, e os ventos predominantes são a nordeste. O desnível visível acontece na rua Benjamin Gonçalves, e tem em torno de 1 m.
70
Fig. 80- Mapa da área, com localização do terreno. Fonte: Prefeitura de Sertãozinho
Fig. 81 - Mapa do terreno. Fonte do mapa: Prefeitura de Sertãozinho.
Fig. 82 - Terreno visto da rua Joaquim Pereira Vitório. Fonte: Arquivo Pessoal
N
Direção do sol Ventos predominantes Escoamento
Fig: 83 - Quadra localizada ao lado do terreno, na rua Benjamim Gonçlaves. Fonte: Arquivo Pessoal 71
OCUPAÇÃO DO SOLO
N
0% 1 a 30% 31 a 65% 66 a 90% Área verde Terreno
Fig: 84 - Fonte: Prefeitura de Sertãozinho
Podemos observar no mapa a taxa de ocupação da área de estudo. Os lotes mais a noroeste são bem menos ocupados em relação aos demais; isto acontece por essa região ter sido loteada recentemente. Como dito anteriormente, a área foi destinada para loteamentos dos programas Minha Casa, Minha Vida. 72
Devido a isso, a área mais é bem consolidada, e a taxa de ocupação é bastante elevadas no local. A presença de vazios urbanos é muitíssimo pontual dentro dos lotes, quase inexistentes na maioria deles, como veremos no mapa de vazios urbanos.
vazios urbanos e vegetação
N
Grande Porte Médio Porte Pequeno Porte Vazio Terreno
Fig: 85 - Fonte: Prefeitura de Sertãozinho
A presença de vegetação na área, assim como os vazios também é pontual. Encontramos a presença de árvores de pequeno porte ao longo dos canteiros da Av. Antônio Vanzella, e nas calçadas dos lotes. A poda dessas árvores e a limpeza destas áreas não é feita regularmente, o que dificulta o uso da área pela população. Em geral a área é extremamente carente em relação á áreas verdes e de lazer de qualidade. As poucas árvores de grande e médio porte estão nas áreas verdes presentes na área, que também são poucas e de baixa qualidade.
73
N
Área verde Habitação Comércio Serviço Vazio Institucional Terreno
74
Fig: 86 - Fonte: Prefeitura de Sertãozinho
uso do solo A área tem predominantemente o uso residencial, como foi dito anteriormente. Há a presença de pequenos pontos de comércio e serviços ao longo das Av. Aléssio Mazer e Antônio Vanzella, como mecânicos, loja de roupas, padarias e etc. Internamente aos lotes também notamos alguns usos residenciais adaptados para uso comercial, como na figura X.
N
Fig: 87 - Fonte: Prefeitura de Sertãozinho
gabarito 1 a 2 pav. 3 pav. ou mais Vazios Área verde Terreno
Há uma forte horizontalidade na área de estudo; a predominância é de residências térreas, e pontualmente vemos algumas residências com dois pavimentos. A verticalidade aparece somente na área dos edifícios residenciais Maria Francisca Aranega Aragão II e Residencial São José.
75
hierarquia viária
funcional
física N
A hierarquia Viária Física e funcional apresenta as características que condizem ao seu tamanho e funcionalidade: as vias arteriais recebem o maior fluxo; as vias coletoras o fluxo médio e as vias locais baixo fluxo. 76
Arterial Coletora Local Terreno
N
Devido a configuração mais residencial da área, o fluxo é grande apenas nos horários de pico, das 6 as 7 da manhã, e das 17 as 18 da tarde, quando os moderadores estão saindo do trabalho.
Baixo Fluxo Médio Fluxo Alto Fluxo Terreno
As vias que circundam o terreno escolhido são vias coletoras de médio fluxo/baixo fluxo com 8 metros de largura, o que facilitará o embarque e desembarque dos alunos e de suprimentos.
legislação vigente O área onde está localizado o terreno é caracterizada segundo o mapa de Macrozoneamento de Sertãozinho, como ZM3 – Zona Mista 3. Abaixo, os coefcicientes referentes a macrozona na qual a área pertence. Já segundo o código de obras do município, deverão ser admitidas as seguintes normativas: Art. 138 - As áreas de acesso e circulação deverão, sem prejuízo das normas relativas à segurança prevista neste Código, atender às seguintes condições: I. Os locais de entrada e saída serão dimensionados de acordo com o cálculo de lotação das edificações e terão largura mínima de 1,50m (um metro e cinquenta centímetros); II. Os espaços de acesso e circulação de pessoas de uso comum ou coletivo, terão largura mínima de 1,50 m (um metro e cinquenta centímetros), quando houver salas apenas de um lado e de 2,00 m (dois metros) quando houver salas de ambos os lados; III. As escadas de uso comum ou coletivo terão largura mínima igual às larguras dos seus acessos, sendo que o dimensionamento dos degraus obedecerá à relação de 0,63m 2e + p 0,64m, não podendo apresentar trechos em leque; IV. As rampas de uso comum ou coletivo terão largura mínima igual às larguras dos seus acessos e declividade máxima de 8% (oito por cento); Art. 140 - As salas de aulas não poderão ter comprimento superior a 2 (duas) vezes a largura. Art. 141 - Os vãos deverão ser protegidos por dispositivos que corrijam o excesso de iluminação Art. 142 - A distância de qualquer sala de aula, trabalho, leitura, es- porte ou recreação até a instalação sanitária mais próxima deverá ser superior a 60 m (sessenta metros). Artigo 139. IV: É obrigatória a existência de instalações sanitárias nas áreas de recreação, na proporção mínima de 1 (uma) bacia sanitária e um mictório para cada 200 (duzentos) alunos; uma bacia sanitária para cada 100 (cem) alunos e um lavatório para cada 200 (duzentos) alunos ou alunas.
C. de Ocupação Máximo 80% Afastamentos Mín.: C. de Aproveitamento Máximo 1,5 Frente: 2m Permeabilidade Mínimo 3% Fundo: 0m Lateral: 3m de cada lado
O projeto também conta como uma legislação específica para Educação Infantil e, quanto a escolha do terreno e implantação pontua: “De acordo com a Portaria nº 321de 26 de Maio de 1988, são ditados as seguintes requisitos referentes ao terreno: a. localização em função de maior concentração de crianças carentes desse recurso de atendimento: b. adequação entre a área disponível e o número de crianças a serem atendidas; c. disponibilidade do terreno, considerando as necessidades da construção e da previsão de áreas para solário e recreio descoberto; d. implantação, sempre em pavimento térreo, de modo a possibilitar a integração do ambiente com o exterior, facilitando às crianças o contato com a natureza. Não será permitida a implantação de creches em subsolos ou pavimentos superiores, tendo em vista os perigos à segurança em casos que exijam uma rápida evacuação do local.” 77
78 0 x2,1
0,80 ,10
0x2
0,8
,10
0x2
0,8
,10 0x2 0,8
7% mpa Ra
NÍVEL 0,8
9
,10
0x2
0,8
0x2
NÍVEL
,10 0
x2,1
0,80
0,8 0x2 ,10
0
x2,1
0,80
0
x2,1
0,80
8
NÍVEL 0
x2,1
0,80
,10
0x2
a 7%
0,8
21
Ramp
Rampa 4%
x2,1
0
NÍVEL
30
NÍVEL
4
NÍVEL
O PROJETO
0,80
2,10
0,70x
x2,10
0,70
x2,10
0,80
x2,10
0,70
29
22
33 0,70x2
,10
0 0,70x2,1
0,80x2
0,80x2,10
,10
34
PROGRAMA DE NECESSIDADES Abaixo temos o plano de necessidade, onde podemos ver as áreas setorizadas nas categorias: Serviço, Áreas Coletivas, Creche, Jardim de Infância, Berçário, Administrativo e Circulação.
O programa de necessidades foi desenvolvido com base na demanda da região escolhida, sendo 120 crianças de 0 a 2 anos e 210 crianças de 3 à 4 anos no bairro Jardim Santa Clara, em Sertãozinho. 1.360m²
Contemplativo
2.380m²
Elevação 1
Área doada à população 220m²
Elevação 1
Pátios
288m²
Aministrativo
190m²
Serviço
315m²
Beçário
150m² 140m²
Jardim Creche
80m² 140m² 68m²
Aministrativo Pedagogia Saúde
650m²
Atividades
261m²
Áreas de apoio
Aprendizagem 650m² Elevação 1
1.068m²
Acessos/Estacionamento
631m² 1..619m²
Áreas Coletivas 988m² Lazer
Elevação 1
620m²
Circulação e Alvenaria
Área Construída
79
Estudos: oRganograma Evolução do orgonograma para produção do zoneamento, com as metragens quadradas previstas anteriormente. Primeiros estudos
Foram feitos vários estudos para investigar a melhor distribuição do programa e plano de massas. Num primeiro momento, os usos do programa foram distribuídos, essencialmente, ao redor do pátio central. Seguido pelas áreas de ensino, bem como o berçário, ao fundo, junto as áreas coletivas. As áreas administrativas e serviço à frente, junto a maior parte de jardins e áreas contemplativas. Nos últimos estudos, foram criados pátios privativos, ligados ás áreas destinadas às crianças e a ampliação do acesso e áreas contemplativas. Estudo final de Plano de Massas
Acesso/Estacionamento Pátios Berçário Serviços Contemplação/Jardins Circulação Jardim Creche Áreas coletivas 80
Estudos: zoneamento
Soleira
Acesso Principal
Acesso Estacionamento
Em um estudo preliminar, foram estudadas as relações do programa com o terreno, acessos, circulações e localização. Já havia necessidade de um centro articulador, a idéia de soleira e blocos independentes entre si, posicionados de maneira a criar “surpresas” e pequenos intervalos de percurso. Porém este estudo não se mostrou satisfatório, devido ao centro sem conexão, ao programa muito fragmentado e a ausência de conexão com o terreno. A partir desse estudo, foi possível produzir um zoneamento e um plano de massas mais coeso e mais conectado ao terreno, além de um programa melhor distribuído.
Neste outro zoneamento, podemos ver uma melhor distribuição do programa, uma melhor área de recepção das crianças e uma maior conexão entre as áreas de creche/jardim de infância e berçário,e as demais áreas, através de uma circulação em função do pátio central, além das áreas livres mais reservadas as referentes fases de aprendizagem, através de pátios “privativos” entre as salas de aula e berçários.
Acesso/Estacionamento Pátios Berçário Serviços Contemplação/Jardins Circulação Jardim Creche Áreas coletivas
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diagramas: Partido projetual O partido projetual foi delimitado através do pátio como o articulador da experiência. É a partir dele que são distribuídos usos, as áreas coletivas; seja de contemplação, brincadeira ou convívio, o pátio é o lugar de experienciar a arquitetura, o lugar, a aprendizagem, o outro. E é ele que distribui toda a circulação do edifício, através de um percurso agradável e permeável.
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A dissolução entre o pessoal e o coletivo, público e privado também foi um ponto, através da soleira no acesso principal, que convida o espectador a entrar e descobrir o que há dentro, reforçando a participação da comunidade -que é sempre bem-vinda-, sem tirar a segurança e a privacidade das crianças e dos professores.
O objeto está todo articulado em blocos, com alturas diferentes, de acordo com o seu uso. Como por exemplo o auditório, com 5m de pé direito, devido a sua configuração de lugar para apresentações, peças de teatro, dança e etc, ou os lugares de aprendizado e atividades, como berçário, creche e jardim, com 4m de pé direito para ampliação das aberturas para favorecer o contato com as áreas externas As inflexões feitas têm por objetivo a formação de pátios de uso direcionado exclusivamente as crianças, como ocorre nas áreas
do jardim e da creche, no qual o edifício se abre para as áreas. externas visando incorporá-las, mesmo que indiretamente, ao lugar de aprendizado, formando vazios qualificados. No berçário, isso também ocorre, porém com mais um objetivo, o de assegurar a segurança e o bem-estar dos bebês, no momento de banho de sol e atividades ao ar livre. Outra razão para tal são a as “surpresas”, pequenos intervalos, que se pode ter ao longo do percurso onde, na medida que se caminha, vão sendo revelados diferentes alturas, materiais, paisagens.
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Por experiência e percurso, temos um jardim sensorial do olfato logo no acesso a escola. Com espécies diferentes, que florescem em diferentes épocas do ano, temos diferentes sensações, em diferentes estações, que marcam a chegada e a saída, dando início a experiência que está por vir, criando uma sensação de lugar, uma memória olfativa, somente de passar em frente a escola.
O Pátio como articulador da experiência Circulação livre; Ampliação de vazios qualificados; Aberturas possibilitando diversas vistas; Distribuição dos acessos aos blocos; Percurso “surpresa”; 84
Pátios privados a cada faixa etária; Lugares de convívio, aprendizagem e brincadeira interligados; Soleira promovendo a dissolução entre público e privado, pessoal e coletivo
Continuando o percurso, vamos seguindo ao redor do pátio com uma bela área verde ao centro, que nos conduz as áreas coletivas ao fundo, como a horta, o playground e o espelho d’água, com diferentes vistas e diferentes sensações que marcam cada lugar do edifício.
áreas coletivas Os planos externos são extensões das áreas internas e são qualificados diferentemente. A área brinquedos lúdicos, estimulando mais uma vez a criatividade das crianças, com brinquedos que podem ser usados para todas as idades. Na área molhada, temos esguichos no piso e bebedouros interativos, para brincadeiras em dias quentes, possibilitado por piso drenante para facilitar o escoamento.
Horta Espelho d’água
Nos blocos de sala de aula, temos painéis sensoriais, integrados ao playground que estimulam a visão e o tato, importante nessa faixa etária, auxiliando o aprendizado na área externa do edifício. Além disso, temos o espelho d’água, com áreas secas para as crianças brincarem e aproveitar ao máximo o lugar de encontro que é o mesmo. Há também a horta e o pomar, incorporados nas
Área molhada de brincar Solário
Pátio das salas de atividade Pátio central
áreas coletivas, que auxiliam na educação ambiental das crianças desde os primeiros anos de vida, ensinando respeito e apreço pela natureza e pelo alimento que ela provém. Além disso, reforça a sensação de pertencimento e ideia de lugar, visto que os alimentos colhidos são servidos nas refeições das crianças, gerando também o estímulo a independência, no momento do plantio e da coleta das frutas e hortaliças. Caixa de areia
Playground Murais Sensoriais: Tato e visão
Jardim sensorial olfato Jardim sensorial paladar: Pomar
Horta Comunitária
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cobertura e sistemas hidráulicos
Materialidade e Estrutura
Na laje de cobertura que une os blocos, foi adotada a inclinação de 5% com ralo de grelha no piso, para escoamento das águas pluviais. Já nos blocos, foi adotada telha sanduíche com inclinação de 10% e laje forro convencional, com calha embutida, pingadeira e platibanda, respeitando a inclinação. A água do edifício será reaproveitada, através de cisternas subterrâneas, e será utilizada nos banheiros, jardins e espelho d’água.
O sistema estrutural é feito através de viga e pilares de concreto. A laje dos blocos é laje-forro, enquanto a laje de cobertura que liga os blocos é plana impermeabilizada. Os materiais escolhidos foram, basicamente: vidro, madeira e concreto. Como controle de luz e elemento estético, temos painéis de muxarabi de madeira que, com o vidro, formam a composição das fachadas, que são plurais e mudam de acordo com a posição do observador. Com isso, há mudanças na fachada, mas mantendo a identidade e a harmonia desta. Outra variação de elemento vazado, temos o cobogó composto apenas por blocos de concreto, proporcionanto permeabilidade e ainda sim proteção e seguraça das crianças. O piso interno da escola é o piso vinílico, que possui fácil instalação e manutenção, fácil limpeza e alta durabilidade, além de excelente custo benefício; e o piso das áreas externos é de concreto intertravado, pela sua durabilidade, fácil manutenção e boa drenagem, que para as áreas externas é uma grande vantagem.
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aberturas As aberturas do edifício foram pensadas como planos transparentes, através de rasgos nos planos opacos de alvenaria. Elas permitem a ventilação cruzada e iluminação natural nos locais de maior permanência como salas de aula, refeitório, berçário, etc. Nas salas de aula, as saídas para as áreas coletivas receberam grandes aberturas, que vão do piso ao pé direito, onde o controle da luz pode ser feito através de cortinas. Por receberem o sol da tarde, receberam um “beiral” largo, para favorecer o conforto térmico. Além disso, temos painéis de madeira como fechamento, que possibilita a colocação de trabalhos, lousa ou outros. Do lado oposto às áreas externas, temos aberturas mais transparentes, a um metro do piso até a laje, com janelas basculantes favorecendo a ventilação cruzada No berçário, de um lado temos muxarabi e o vidro, para controle de luz, no lugar de descanso dos bebês. Fechamento vidro + muxarabi do berçário, para controle de luz
No lado oposto, temos portas pivotantes com abertura suficiente para passagem dos berços até o solário, no caso de bebês muito pequenos que tenha necessidade de tomar sol dentro dos mesmos. A mesma coisa ocorre no refeitório, com a possibilidade de abertura através de portas pivotantes no muxarabi, que permite que as crianças façam suas refeições na área externa, no jardim. Nos demais lugares, foram implementadas aberturas através de janelas basculantes, além de muxarabis para controle de luz, caso necessário. Todas as esquadrias são de sistema blindex, com pequenos perfis metálicos nas laterais, e são compostas de vidro temperado. O sistema foi escolhido devido a grande possibilidade de transparencia, e um maior contato com a área externa. Aberturas da área da saúde, favorecendo a ventilação cruzada
Fechamentos e aberturas da sala de aula, proporcionando ventilação cruzada e constante contato com área externa
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PAISAGISMO As árvores para o projeto foram distribuídas em três subcategorias distintas:: pouca floração, constante floração e árvores frutíferas. As árvores de pouca floração estão localizadas ao longo do playground, no pátio e na área de contemplação em frente ao berçário, para contribuir com o conforto térmico, através de um bom sombreamento., principalmente nas áreas externas coletivas de permanência. As árvores frutíferas estão localizadas no pomar, dentro da escola,
para educação ambiental das crianças, além da possibilidade de servir as frutas orgânicas colhidas e cultivadas pelas crianças como lanche. E por fim, as árvores com constante floração contribuem com fator estético para o acesso principal da escola, mas principalmente como um marco de experiência sensorial olfativa, que marca o acesso e a saída, transformando o acesso à escola em uma ótima experiência.
Árvores de pouca floração Árvores frutíferas Árvores com constante floração N
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espĂŠcies utilizadas
Aroeira
Pitangueira
Jangada-do-campo
Eritrina verde e amarela
Magueira
Pau-Fava
Amoreira Preta
Quaresmeira
Jabuticabeira
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render de pรกgina inteira
90
91
planta de cobertura implantação
Elevação 2
C
D B
10
00.00
2 00.00
-1.00
5
%
a7
mp
Ra
00.00
1 Calha
-1.00
00.00
8
9 6
Platibanda
00.00
11
A
Elevação 4
Elevação 3
B
00.00
00.00 00.00
4
+1.00
-1.00
00.00
3 00.00
-1.00
A a 7%
p
Ram
7
92 -1.00 00.00
Rampa 4%
+1.00
13 -1.00
12
C
1 - Playground 2- Horta 3- Horta Comunitária 4- Pátio Central 5- Área molhada 6- Solário 7- Soleira 8- Espelho d’água 9- Pátio privativo das salas de aula 10- Caixa de areia 11- Pomar 12- Estacionamento 13- Acesso
00.00
Implantação e Planta de Cobertura Escala 1:250
N D
Elevação 1
Planta sem layout
Elevação 2
00.00
13 22 00.00
12
00.00
21
00.00
-1.00
25 m Ralo co
13
grelha
20
11
00.00
2 10 00.00
Elevação 4
Elevação 3
9 8
00.00
13
+1.00
7 -1.00 00.00
23
2
1 14
00.00
-1.00
16
17
18
19
2º pavimento 5 93
15 -1.00
00.00 Rampa 4%
+1.00
+1.00
-1.00
N
Elevação 1
Planta sem layout Escala 1:250
24
1 - Sala dos professores 2- Banheiro dos funcionários 3- Sala de reuniões 4- Diretoria 5- Secretaria 6- Coordenadoria 7- Sala de observação 8- Ambulatório 9- Consultoório 10- Sala de amamentação 11-Creche 12- Jardim
6
4
3
13- Banheiro crianças 14- Refeitório 15- Auditório 16- Cozinha 17- Dispensa 18- Lavanderia 19- Recepção 20- Berçário 21- Fraldário 22- Lactário 23-Depósito 24- Arquivo morto 25- Sala de Artes e ciências
Planta com layout
C
A
2
2 2
1
23 10 A
9
A
Térreo
6 5
4
8
3
A
24
7 A
A
1º Pavimento
Planta com layout:: Saúde Escala 1:200
Planta com layout:: Pedagogia e Administração Escala 1:200 1 - Sala dos professores 2- Banheiro dos funcionários 3- Sala de reuniões 4- Diretoria 5- Secretaria 6- Coordenadoria 94
C
7- Sala de observação 8- Ambulatório 9- Consultório 10- Sala de amamentação 23- Depósito 24- Arquivo morto
Planta com layout
D
13
13
12
B
13 11 B
13
Planta com layout:: Creche e Jardim Escala 1:200
11-Creche 12- Jardim 13- Banheiro crianรงas
D
95
Planta com layout
14 A
A
19 16
15 Planta com layout:: Áreas de apoio e refeitório Escala 1:200
96
14- Refeitório 15- Auditório 16- Cozinha 17- Dispensa 18- Lavanderia 19- Recepção
17
18
Planta com layout
B
C
22 21
20
B
C
Planta com layout:: Berçário Escala 1:200
20- Berçário 21- Fraldário 22- Lactário 25- Sala de Artes e Ciências
97
elevações
Elevação 1 Elevação 1
Elevação 2
98
Escala 1:250
Escala 1:250
Elevação 3
Escala 1:250
Elevação 4
Escala 1:250
cortes
Telha Sanduiche
Platibanda
Talude
EZISX Y
Corte AA
Escala 1:250
Corte BB
Escala 1:250
Platibanda
Viga Invertida
Telha Sanduiche
Platibanda Viga Invertida
99
Corte CC
Escala 1:250
Corte DD
Escala 1:250
Corte CC
100
Render do berçário e espelho d’água 101
Render do acesso principal da esocla
102
103
Render das áreas de brincar, horta e área molhada, além dos blocos das salas de aula
104
105
Render do pรกtio central
106
107
108
Render do pomar, รกrea externa para refeitรณrio e fechamentos em muxarabi 109
Render da horta comunitรกria
110
111
CONSIDERAÇÕES FINAIS
112
5
As relações criança e lugar e desenvolvimento infantil e arquitetura, foram estudadas, visando um maior aproveitamento do ambiente escolar, não só como lugar de aprendizagem, mas como produtor de relações sociais e direito a qualidade de ensino. O projeto teve como premissa a experiência, buscando em cada ambiente, um caráter lúdico e de brincadeira, transformando o aprender em algo leve e instintivo, onde a criança aprende brincando, através de materiais de qualidade, distribuição adequada de usos e insentivo a aprendizagem. O presente trabalho explana como se dá o desenvolvimento intantil, levando em conta as necessidades e a participação das mesmas neste estudo, dada a importância que a primeira infancia tem no que diz respeito à formação do indivivíduo e seu papel na sociedade em que vive. Através da arquitetura, foi assegurado um lugar que recebe todos com equidade e respeito, promovendo a interação entre as crianças, através do aconlhimento delas e de suas famílias no lugar escola. Este tema é importante, dada sua relevância social no que cerne a formação acadêmica e pessoal de cada criança, para que a cada dia, seja garantido o direito a educação e ambiente escoolar de qualidade a todos.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
114
6
Livros: TUAN, Yi-Fu, 1930. Espaço e Lugar, a perspectiva da experiência. Pallasmaa, Juhani, 2011. Os olhos da pele: A arquitetura e os sentidos. KOWATOWISK, Doris, C. 2011 - Arquitetura Escolar: O projeto do ambiente de ensino LIMA, Mayumi Souza, sem data. A criança e a percepção do espaço. NEVES, Juliana Duarte. Arquitetura Sensorial: A ARTE DE PROJETAR PARA TODOS OS SENTIDOS, 2017. HERTZBERGER, Herman, 1991. Lições de Arquitetura – São Paulo.
Teses: CASTILHO, Ela Wiecko V., SEM DATA. O papel da escola para a educação inclusiva. MELO, Larissa, 2012. Arquitetura escolar e suas relações com a aprendizagem. Rio de Janeiro.
Artigos: MARIN, Andréia Aparecida e KASPER, Kátia Maria. 2009. A natureza e o lugar habitado como âmbitos da experiência estética: novos entendimentos da relação ser humano – ambiente. Educação em Revista, Belo Horizonte. Volume 25. N. 02. P. 267-282. Agosto, 2009.
Creche D.S / HIBINOSEKKEI + Youji no Shiro. Disponível em: < https://www.a rchdaily.com.br/br/760933/creche-ds-hibinosekkei-plus-youji-no-shiro > Acesso em março de 2018. Taka Tuka Land / Baupiloten. Disponível em: < https://www.a rchdaily. com/519/taka-tuka-land-baupiloten > Acesso em abril de 2018. Escola Básica Nossa Senhora da Cruz do Sul / Baldasso Cortese Architects. Disponível em: < https://www.a rchdaily.com.br/br/778049/escola-basica-nossa-senhora-da-cruz-do-sul-baldasso-cortese-architects > Acesso em abril de 2018 JARDIM DE INFANCIA FUJI– TAKAHARU TEZUKA. Disponível em: < https://www.a rchdaily.com.br/br/office/tezuka-architects > Acesso em maio de 2018. CRECHE SHICHIGAHAMA TOHYAMA -TAKAHASHI IPPEI OFFICE. Disponível em: < https://www.a rchdaily.com.br/br/765477/creche-shichigahama-tohyama-takahashi-ippei-office > Imagens das leituras projetuais. Disponíveis em: < https://br.pinterest.com/ >. Acesso em abril de 2018. Projetos Takahashi Ippei Office. Disponível em: < http://www.takahashiippei. com/ > Acesso em março de 2018. Projetos Baldasso Cortese Architects. Disponível em: < https://www.bcarch. net/ > Acesso em abril de 2018.
Sites: SILVA, Yuri Mariano de Oliveira. Estudo comparativo entre lajes “bubbledeck” e lajes lisas. 2011. Trabalho de Graduação apresentado ao Curso de Engenharia Civil da Escola Politécnica. Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2011.
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