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APPACDM Coimbra vai comercializar jogos sérios de tabuleiro criados por utentes

destas pessoas com deficiência fazerem todo o processo”.

Para além do principal público a quem se destinam, os jogos já foram testados por diferentes públicos, entre os quais crianças em idade escolar, jovens que frequentam cursos técnico-profissionais e idosos, sendo as opiniões unânimes em considerarem que “os jogos são giros, úteis e divertidos”.

AAssociação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM) de Coimbra vai comercializar, a partir de Setembro, oito jogos sérios de tabuleiro, desenvolvidos por pessoas com deficiência intelectual, revelou hoje a instituição.

De acordo com a APPACDM de Coimbra, estes inovadores jogos educacionais destinam-se a ser jogados por pessoas com deficiência intelectual, “mas podem ser jogados por todas as pessoas”.

“Conhecemos alguns jogos que se destinam a desenvolver as capacidades das pessoas com deficiência intelectual, mas não temos conhecimento da existência de jogos para estas pessoas, pensados de raiz por estas mesmas pessoas. Penso que estamos perante uma inovação”, destacou a presidente da APPACDM de Coimbra, Helena Albuquerque. Helena Albuquerque congra- tulou-se com a capacidade de imaginar, criar e concretizar dos utentes que abraçaram este projecto, financiado pelo Prémio BPI La Caixa Capacitar.

O projecto demorou ano e meio a materializar, tendo arrancado inicialmente com 78 clientes da APPACDM de Coimbra.

O entusiasmo foi “tão grande” que acabaram por participar 113 dos mais de mil utentes da instituição, com idades entre os 20 e os 65 anos, com distribuição praticamente equitativa entre mulheres e homens.

A coordenadora do projecto, Ana Isabel Cruz, evidenciou a avaliação feita aos participantes por uma entidade independente, sendo evidente que “a empatia e o pensamento crítico aumentaram brutalmente”.

“A autonomia não aumentou de forma tão expressiva, mas mesmo assim subiu acima da média”, apontou a psicóloga, que sublinhou ainda “a importância

No que toca a fase de produção dos jogos, a APPACDM informou que esta já arrancou, nas suas oficinas da Tocha, estando a ser executada por pessoas com deficiência intelectual.

“Estas garantem a construção das peças em madeira, podendo as componentes em cartão vir a ser construídas através de uma impressora 3D”, acrescentou.

A instituição estima iniciar a venda dos jogos no próximo mês de Setembro, recorrendo a uma loja online, sendo os volumes de produção de cada um dos oito jogos adaptados aos níveis da procura.

Entre estes oito jogos figuram o “Cem Rótulos”, que permite afirmar os direitos e competências de quem tem deficiência, por intermédio de cartas com fotografias dessas pessoas a expressar-se através de mímica.

Já o “Ukeito” é um jogo de percepção visual, em que, a partir de linhas e formas e de um modelo base, os jogadores têm de procurar reconstruir a imagem e, escolhendo o nível de dificuldade, ganham pontos.

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