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Monumento ao estudante deverá surgir em Coimbra

desafiado a reviver as suas memórias ou, se não as tiver, a entender melhor quem as tem”. A mostra ocupa quatro salas – duas delas divididas ao meio por um sistema de vitrines-espelho, que “duplica” os conteúdos expostos, criando a sensação de ampliação do espaço.

Coimbra deverá vir a ter um monumento ao estudante, ao fim de mais de sete séculos de existência da Universidade. Isso mesmo pode concluir-se pela forma com que o presidente da Câmara Municipal e o Reitor da Universidade responderam ao repto nesse sentido lançado pelo presidente da Associação dos Antigos Estudantes. Usando da palavra, ontem, na cerimónia de inauguração do novo Museu Académico, instalado no rés-do-chão do Colégio de Jesus (Praça Marquês de Pombal), Jorge Castilho sublinhou que apesar de Coimbra ser conhecida, em todo o Mundo, como a “Cidade dos Estudantes”, não tem um monumento condigno que celebre os que desde há 733 anos têm aprendido na sua Universidade.

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O presidente da Câmara Municipal respondeu ao repto, referindo que para já está projectada uma estátua a D. Afonso Henriques, primeiro Rei de Portugal, mas que depois se poderá avançar para o monumento ao estudante. Também o Reitor, Amílcar Falcão, considerou ser uma sugestão interessante.

Quanto ao novo Museu Académico, é fruto de um projecto de cooperação entre a Universidade e a Câmara Municipal de Coimbra (no âmbito de um projeto vencedor do Orçamento Participativo camarário de 2020), assumindo a designação de “Espaço Efe-Erre-Á”, alusiva ao tradicional grito académico.

Na exposição, como se lê à porta, “o visitante é

Na primeira, que dá acesso à sala seguinte por duas portas distintas (a da Cidade e a da Universidade), materializa-se a ligação indissociável entre Coimbra e a instituição de ensino superior mais antiga do País (e uma das mais antigas do Mundo, com 733 anos de história): ladeada por duas grandes telas com imagens-vídeo, encontra-se uma reprodução da Torre da Universidade, que guarda no interior um dos seus sinos originais (a famosa “Cabra”).

Seguindo pela porta da direita (a da Universidade), recorda-se o interior de uma antiga sala de aula, “coração da vida universitária”, e toda a memorabilia a ela associada – incluindo o traje académico e as insígnias doutorais de Polybio Serra e Silva, Professor Catedrático Jubilado da Faculdade de Medicina, falecido em 2022. E passa-se, depois, para a sala do Desporto, que guarda os troféus e os evoca os momentos mais emblemáticos da Associação Académica de Coimbra (AAC) enquanto uma das maiores entidades multidesportivas nacionais: em lugar de destaque figura – claro está – a primeira Taça de Portugal da história, conquistada pela equipa de futebol da AAC em 1939.

Do outro lado do espelho estão as salas das Repúblicas e da Queima das Fitas, às quais se acede pela porta da esquerda (a da Cidade). A primeira recria o interior de uma República, tipicamente uma casa arrendada por estudantes e “gerida nos ideais de coabitação democrática e gestão interna da vida coletiva”, palco da vida boémia estudantil, mas também de uma forte consciencialização cultural e política (visível na oposição ao Estado Novo nas décadas de 60 e 70 do século XX) – nas paredes estão gravados os marcos dessa história centenária.

CONTINUAÇÃO...

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