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Festival Cinema PLAY celebra 10 anos com programação especial

OFestival Internacional de Cinema Infantil e Juvenil de Lisboa (PLAY) decorre entre 25 de Fevereiro e 5 de Março. A edição deste ano marca também os 10 anos de existência do certame que, ano após ano, desenvolve toda a sua programação a pensar nos mais novos.

“Temos a preocupação de que os filmes se conectem, de alguma forma, com a realidade das crianças (...) Tentamos ainda que elas sonhem e vejam o cinema como um exemplo e uma forma de se divertirem, do qual podem retirar uma lição”, afirma Catarina Ramalho, uma das directoras do PLAY, em declarações ao “Campeão das Províncias”.

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A selecção cinematográfica é sempre adaptada à faixa etária da audiência, havendo filmes para crianças até aos 2 anos, 5 anos, 6-9 anos, 10-13 anos e, nesta 10.ª edição, será ainda inaugurada a secção +13. Catarina Ramalho explica esta acção com o facto do público do PLAY estar cada vez mais crescido e com a consequente intenção do festival acompanhar o desenvolvimento dos jovens. “Eu vejo o cinema como uma janela para o mundo. A identificação com o outro e a possibilidade de verem [jovens] sem serem vistos, possibilita que haja uma aprendizagem, nomeadamente, no que diz respeito à descoberta de novos mundos”, explica.

Programação com 150 filmes

O PLAY apresenta filmes que convidam os mais novos a reflectir sobre o mundo, bem como a descobrir algo mais sobre a sua realidade. Por isso, em 2023, - e como forma de assinalar uma década desde a sua criação -, o festival conta com uma programação especial. São mais de 150 filmes divididos em curtas e longas metragens de animação que exploram temas como acção climática, igualdade de género e inclusão. O destaque vai para o cinema português, que vai abrir o evento com “Águas de Pastaza”, de Inês T. Alves. O documentário fala na primeira pessoa sobre a ligação de uma comunidade de crianças com a natureza, assim como a relação com as novas tecnologias.

Além deste, também “SHABU”, de Shamira Raphaëla, promete fazer as delícias dos mais jovens. O filme será exibido na secção +13 e conta a história de Shabu, de 14 anos, um rapaz bondoso, criativo e esperto que vive num bairro social a sul de Roterdão. Quando, num passeio, destrói o carro da sua avó, a família fica furiosa. Shabu terá o verão para resolver a situação, antes que a avó regresse das férias no Suriname.

“Vamos ter também outras curtas-metragens portuguesas que estão a ter bastante divulgação por terem sido indicadas aos Óscares, nomeadamente, ‘Ice Merchants’, de João Gonzalez; ‘O Homem do Lixo’, de Laura Gonçalves; e ‘Casaco Rosa’, de Mónica Santos”, revela a directora do festival.

Certame nasce através de campanha de crowdfunding

O Festival PLAY deste ano ficará marcado por algumas recordações dos seus dez anos de actividade. O evento, fundado em 2013, partiu da vontade de três mulheres fazerem algo para alterar o panorama do cinema infantil, em Portugal. “Sentíamos que não havia nada especial feito a pensar nas crianças”, admite Catarina Ramalho.

Com a ideia de criar um festival completamente dedicado aos mais pequenos, as três amigas decidiram avançar com uma campanha de crowdfunding. O objectivo passava por angariar fundos para dar vida ao projecto, o que se veio a revelar um sucesso. Algum tempo mais tarde, o PLAY conseguiu também o apoio da Câmara Municipal de Lisboa e de alguns patrocinadores, contudo, a ambição de fazer mais e melhor continua. “Este ano, vamos trabalhar para que os realizadores portugueses se comecem a preocupar em fazer mais filmes para crianças e jovens”, sublinha a directora do certame.

A mesma responsável adianta ainda que “lançamos um concurso que incentiva à escrita em que damos um prémio a uma ideia para um filme”. O ‘Laboratório de Cinema Infantil’ é, assim, uma novidade desta 10.ª edição. As inscrições fecharam a 13 de Janeiro sendo que, em breve, serão seleccionados 10 finalistas que terão de defender a sua ideia numa sessão de pitching para um júri constituído por personalidades com carreira de referência na indústria cinematográfica.

O festival, que tem início a 25 de Fevereiro e termina a 5 de Março, é planeado para as famílias, ao fim de semana, e para sessões escolares, durante a semana. Segundo Catarina Ramalho, chegar às escolas “é o mais importante e é a forma mais eficaz de alcançar as crianças”. A directora salienta que, até ao momento, o feedback recebido tem sido “muito positivo”, sendo o que “nos dá força para continuar, visto que as escolas que marcam presença, costumam fazê-lo todos os anos”.

De recordar que, no dia 5 de Dezembro, abriram as inscrições para o Júri Júnior, o júri do Festival PLAY, composto por um grupo de 20 crianças, entre os 6 e 16 anos, convidado a eleger as melhores curtas-metragens do festival.

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