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ASSOCIAÇÃO OCEANOS ALERTA
Para Pl Stico E Lixo Marinho
Tiago Duarte sempre teve um gosto especial por caminhadas. Nas montanhas ou na praia, o importante era o contacto com a na- tureza. À medida que a frequência dos passeios aumentou, uma realidade foi-se tornando cada vez mais evidente: lixo. Muito lixo espalhado pelas praias e arribas portuguesas. Decidido a fazer alguma coisa para inverter a situação,
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Tiago desenvolveu o seu espírito crítico, participou em conferências e realizou as suas próprias acções de limpeza. Daí até criar a Associação Oceanos Sem Plásticos, - com um amigo -, foi só um passinho.
Fundada em 2018, a
Associação Oceanos Sem Plásticos tem como missão “limpar as praias de todos os concelhos de Portugal Continental e ilhas promovendo prácticas ecológicas e a diminuição do uso de plásticos pela população portuguesa, de modo a melhorar a sua qualidade de vida e dos nossos ecossistemas”. Desta forma, e através do desafio lançado a vários movimentos espalhados pelo país, a associação contabiliza, ao minuto, o número de toneladas de lixo retiradas das praias. Até ao momento, foram mais de 10 mil kg.
“É muito importante transmitir esta mensagem. Um movimento cada vez maior de sensibilização ajudará a mudar as atitudes de cidadãos de todo o mundo”, afirma Tiago Duarte, presidente da Associação Oceanos Sem Plásticos, em declarações ao “Campeão das Províncias”. A sua experiência no terreno leva-o a concluir que “a nossa visão é catastrófica. A temperatura do planeta vai subindo e cada vez se vê mais lixo nos nossos mares”. Uma realidade que é comprovada por um estudo recente da Organização das Nações Unidas (ONU) que revela que, em 2050, “o peso dos plásticos nos rios e oceanos será superior ao peso dos peixes”. Um panorama que, de acordo com Tiago Duarte, precisa de ser urgentemente alterado. “Se quisermos um planeta daqui a 3 ou 4 gerações temos de fazer mais e é já. Caso contrário, não haverá volta a dar e será dramático”, alerta.
Esperan A Est Nas Novas Gera Es
Anualmente, a Associação Oceanos sem Plásticos realiza cerca de 15 limpezas de praia. Contudo, o seu trabalho estende-se a outras actividades, nomeadamente, acções de sensibilização. É o caso do projecto “aCORDA PORTUGAL”, que resulta de acções de limpeza onde foram encontradas milhares de cordas de pesca e que, posteriormente, serviram para criar um novelo que esteve em exposição no Oceanário de Lisboa e no SEA LIFE Porto. O novelo
CAMPEÃO DAS PROVÍNCIAS www.campeaoprovincias.pt tem cerca de 1,70 metros de altura, pesa 1,3 toneladas e é feito com 17 km de cordas enviados de Norte a Sul de Portugal Continental, Açores e Madeira, incluindo as Ilhas desertas. A organização leva ainda o seu trabalho às escolas, estando a desenvolver a iniciativa “Microplásticos” junto de cinco concelhos: Torres Vedras, Peniche, Bombarral, Lourinhã, Cadaval e Caldas da Rainha. “É um projecto da Oceanos Sem Plásticos e Aspiring Geoparque Oeste que pretende sensibilizar sobre a problemática dos plásticos, em especial os microplásticos. Tem também o intuito de despertar o interesse das crianças para o contacto com a natureza e a sua preservação, enaltecendo o território do Aspiring Geoparque Oeste de onde serão as escolas do projecto”, explica Tiago Duarte.
Além disso, a associação destaca também as acções realizadas na Torre de Belém (onde constava lixo há décadas e foram encontrados objectos dos anos 60) e na Ria Formosa que, segundo o presidente da Oceanos Sem Plásticos, “era um paraíso transformado num pesadelo”.
Com uma forte aposta no voluntariado, a organização acredita que a maioria dos jovens está atenta às necessidades do planeta e assume um papel activo na sua preservação. “Os jovens são o futuro e eu tenho muita esperança que as próximas gerações sejam mais conscientes”, admite Tiago Duarte.
O mesmo responsável critica, contudo, a inactividade por parte das entidades governamentais. “Ainda é tudo muita teoria e pouca prática. Será muito difícil dar a volta a isto. Não vejo as autoridades, nomeadamente nos países mais civilizados, a fazer o que têm de fazer”. O presidente da Associação Oceanos Sem Plásticos remata, assim, com um apelo: “Espero que os políticos que venham no futuro sejam mais sérios, mais honestos e mais capazes de se preocuparem com as pessoas e o planeta. Porque, no fundo, sem planeta não há pessoas”.