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Arazede: uma vila que mantém viva a sua história e legado

Arazede celebrou no passado dia 19 de Abril mais um aniversário de elevação a vila. Localizada na parte Norte do concelho, a freguesia possui uma área de 53,4 Km2, sendo a maior e mais populosa do concelho. Do ponto de vista paisagístico, encontra-se numa zona de transição para a Gândara, onde os terrenos de cultivo se misturam com áreas de pinheiros e eucaliptos. Arazede está localizada a 18 Km da sede do concelho.

A actividade agrícola é de grande importância para o desenvolvimento da freguesia, sendo considerada um motor impulsionador do seu progresso. Ao longo dos anos, Arazede tem modernizado a sua ruralidade, apostando na produção de produtos de excelência.

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No campo cultural, destaca-se a Academia Musical Arazedense (AMA), fundada em 25 de Março de 1894, que tem promovido a música, a instrução e o recreio ao longo dos anos, com especial destaque para o trabalho e empenho de um dos seus maestros, Angelino Gomes Ferrão.

A origem de Arazede remonta a antes da formação da nacionalidade. A primeira referência documental é encontrada no testamento de D. Sisnando, conde de Tentúgal e primeiro governador de Coimbra, que ordenou a sua povoação e legou à igreja de S. Miguel de Milreus. Em 1112, Sandim Gonçalves, senhor de Arazede, doou a vila ao Mosteiro do

Lorvão. Em 1162, o couto era dividido, pertencendo parte ao Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra e parte ao território de Montemor-o-Velho.

No século XIII, Arazede era um couto da Universidade de Coimbra, e no século XIV, o Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra tornou-se o seu donatário. O foral concedido por D. Manuel I em 1514 ao Mosteiro de Santa Cruz menciona o couto de Arazede, assim como o foral manuelino de Montemor-o-Velho. Em 1747, Arazede continuava a ter dois donatários: a Universidade e o Bispado de Coimbra.

Em 1781, Arazede foi elevada a concelho, mas em 1832, passou a fazer parte da comarca da Figueira da Foz para efeitos judiciais. Em 1840, foi anexada ao concelho de Cadima e, com a extinção deste em 31 de Dezembro de 1853, a freguesia passou a pertencer definitivamente ao concelho de Montemor-o-Velho.

Por Decreto-Lei nº 46/88 de 19 de Abril, Arazede voltou a ser elevada à categoria de vila. Ainda na freguesia, merecem destaque, pela sua antiguidade e importância, os lugares de Vila Franca e Amieiro, sendo este último um reguengo da Casa de Aveiro, concedido por D. Manuel I em 1501 a D. Jorge, duque de Coimbra.

Em celebração ao mês de Abril, a junta de freguesia preparou algumas iniciativas.

No dia 22, pelas 15h00, realiza-se uma missa em homenagem aos ex-combatentes do Ultramar, na Igreja Matriz de Arazede. Pelas 21h00, também de dia 22, a Academia Musical Arazedense realiza o concerto de Primavera, no Largo Arminda Baía.

No dia 23, entre as 10h00 e as 16h00, decorre no Largo Arminda Baía o Mercadinho da Primavera, onde vai ser possível encontrar artigos de artesanato, velharias, alimentação, têxtil, entre outros.

Omonólogo de 42 palavras “Tears in Rain” do replicante/androide interpretado por Roy Batty em Blade Runner é um dos solilóquios mais comoventes da história do cinema. É tão mais interessante (e inquietante) pelo tema pensado e sentido por uma inteligência artificial (IA) ser o da morte. A inquietação face a esta expressão de consciência por uma IA, em tudo equiparável à humana, repete-se (em nós e nos personagens humanos) em filmes como Ex-machina; Homem bicentenário; Ela; Chappie ou AI. Se, nestes casos, a tónica é na relação e empatia com a IA, em muitos mais (e.g. 2001, Odisseia no Espaço; Matrix; Exterminador Implacável; Tron; I, Robot; Vingadores: a era de Ultron) é na apreensão e ameaça decorrente de uma potencial autonomização da IA, de perda da capacidade humana de a controlar e de um eventual domínio desta sobre os humanos. Os filmes e as obras de autores como Isaac Asimov, Philip K. Dick, ou Ray Bradbury modelaram este imaginário e as representações visuais mais comuns de IA.

O projeto Better Images of AI sugere que pesquisemos “AI images” e descubramos a prevalência de imagens antropomórficas e a escassez de outras representações mais realistas de aplicações atuais (e.g., sistemas de vigilância, assistentes virtuais, software de análise, de tradução, de termostato). Este elemento visual, fundamental na compreensão pública da ciência e tecnologia, terá de ser repensado para se comunicar e perceber melhor o progresso e os riscos da IA.

Este assunto ganhou novo fôlego após o lançamento e notícias subsequentes sobre o Chat GPT que culminou na carta aberta assinada por várias vozes de IA para suspender o desenvolvimento da tecnologia até se definirem padrões de segurança e éticos robustos. Mas como podemos estabelecer estes padrões se as equipas de ética de IA estão a ser demitidas massivamente?

Visões de futuro coletivamente apoiadas, institucionalmente estabilizadas e publicamente visíveis (definidas como “imaginários sociotécnicos”) são parte integrante do desenvolvimento científico e tecnológico. No entanto, e à semelhança de algumas questões subjacentes à falta de participação política, sabemos que o recurso a vocabulário tecnocrático (como tantas vezes acontece em comunicação política sobre tecnologia) limita a democratização do saber e, neste caso, o afastamento da necessária participação social. Como consequência, à data de hoje, para além das representações visuais que ainda bebem da ficção científica, não sabemos qual o imaginário de IA que se está a construir. Urge perceber o que cidadãos em geral e grupos específicos do tecido político, empresarial, e tecnológico sabem e entendem sobre IA, bem como o que imaginam para um futuro com ela.

A UE apela agora a uma reunião mundial para encetar ação política significativa com um projeto de lei que deverá contemplar diretrizes éticas e regulamentares. Ao invés de continuar a validar a narrativa dominante de que a ética limita o lucro, deveremos fazer um esforço coletivo para perceber e ter em conta os riscos da privacidade e da segurança pública. Que não estejamos à espera de um incidente devastador, impossível de reparar, e tudo acabe como no verso do Ruy Belo: “Eu vinha para a vida e dão-me dias.”.

Teresa Forte & Lia Neves

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