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Peritos vão indicar valor a pagar pela saída de Penacova de empresa intermunicipal
ACâmara de Penacova e a Empresa Intermunicipal de Ambiente do Pinhal Interior (APIN) vão indicar peritos para determinar se haverá indemnização e qual o seu valor pela saída do município daquela entidade, afirmou o presidente da autarquia.
“Na última sessão do tribunal arbitral foi determinado que as duas partes iriam indicar peritos e a perícia vai indicar o valor da indemnização a pagar pela saída da APIN pelo município de Penacova ou até se haverá indemnização”, afirmou o presidente da Câmara de Penacova, Álvaro Coimbra.
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A Câmara de Penacova (PSD) está em processo de saída da APIN, depois de a decisão ter sido aprovada por unanimidade em 2020, quer em reunião do executivo da Câmara Municipal, na altura liderado pelo PS, quer em Assembleia Municipal.
Segundo Álvaro Coimbra, os dois peritos indicados irão fazer uma perícia “conjunta” que dará su- porte a uma decisão do tribunal arbitral.
“O processo do tribunal arbitral encontra-se suspenso, aguardando a indicação dos peritos”, que no caso da Câmara de Penacova já foi feita, explicou.
Em Agosto de 2022, a APIN e o município decidiram abandonar a via negocial para a saída do município daquela concessionária de água intermunicipal, remetendo a decisão para a via judicial, neste caso, através de um tribunal arbitral.
Na altura, a vice-presidente da Câmara de Penacova, Magda Rodrigues, referiu que não foi possível chegar a acordo quanto ao valor de indemnização e às circunstâncias associadas à saída.
A APIN é constituída por capitais públicos e integra os municípios de Alvaiázere, Ansião, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Pedrógão Grande (distrito de Leiria) Góis, Lousã, Pampilhosa da Serra, Penacova, Penela e Vila Nova de Poiares (distrito de Coimbra).
Um projecto que visa o envelhecimento activo de idosos, através de componentes de realidade aumentada e virtual, começou com seis municípios e vai estender-se a 20, a maioria na região Centro, até 2024.
De acordo com dados divulgados em Montemor-o-Velho, distrito de Coimbra, a primeira fase do VirtuALL - Inovação, Envelhecimento, Qualidade de Vida - apresentado, em 2019, como um projecto pioneiro em Portugal e durou cerca de três anos - abrangeu mais de mil pessoas maiores de 65 anos daquele e dos municípios da Figueira da Foz, Cantanhede, Mira, Penacova e Mealhada.
Promovido pela Associação de Desenvolvimento Local da Bairrada e Mondego (Ad-elo), estende-se, agora, a outras três associações congéneres, abrangendo mais 14 municípios: Arganil, Oliveira do Hospital, Tábua e Góis (Adiber), Castelo Branco, Penamacor, Vila Velha de Ródão e Idanha-a-Nova (Adraces) e Arruda dos Vinhos, Sobral de Monte Agraço, Alenquer, Lourinhã, Cadaval e Torres Vedras
(Leader Oeste).
“A ideia é que no final do projecto, em 2024, possam ter participado mais de dois mil seniores”, disse Mário Fidalgo, secretário executivo da Ad-elo.
“Com a ajuda destas tecnologias, este é um envelhecimento que se quer activo e saudável” vincou aquele responsável, acrescentando que, nos últimos três anos, uma equipa de três técnicas (especialistas em psicologia, fisioterapia e geografia humana) trabalhou com idosos dos seis municípios originalmente envolvidos, numa fórmula rotativa por autarquia, em sessões de grupo de 10 pessoas, um dia por semana, ao longo de cinco semanas.
Com a constituição da Comunidade VirtuALL, hoje formalizada, e que envolve também a Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, serão quatro equipas técnicas, uma por cada associação de desenvolvimento local, a fazer esse trabalho junto dos seniores dos 20 municípios envolvidos, explicou Mário Fidalgo.
“Queremos desenvolver a ideia de que em qualquer idade é possível estar activo e dar experiências únicas às pessoas”, aduziu Mário Fidalgo, exemplificando com os jogos e exercícios colaborativos possíveis de ser realizados com tecnologia de realidade aumentada e óculos de realidade virtual.
O investimento no projecto, ainda segundo aquele responsável, cifra-se nos cerca de 650 mil euros, desde 2019 até ao final desta segunda fase, em 2024.
Intervindo na sessão, Emílio Torrão, presidente da Câmara de Montemor-o-Velho e também da Ad-elo, frisou que o projecto VirtuALL “era disruptivo à época [em 2019] e hoje quase que o assumimos com naturalidade”.
“Na altura não foi fácil, era algo à frente do seu tempo, o desafio de pôr alguém com mais de 65 anos à frente de uma consola a jogar um jogo. Mas quando experimentam não querem outra coisa”, garantiu o autarca.
Olhando para a assistência no auditório da Biblioteca Municipal de Montemor-o-Velho, Emílio Torrão vislumbrou alguns participantes da freguesia de Arazede “que já experimentaram e gostaram”, e outros, de Penamacor, um dos novos municípios aderentes “que estão curiosos”, notou.
“Em boa hora conseguimos alargar [o projecto]. Quem vê estes seniores a divertirem-se, a brincar com estas experiências digitais, percebe que ficam todos empolgados (…) Permite quebrar a solidão de alguns [na plateia houve quem acenasse com a cabeça a concordar], permite ganhos na qualidade de vida e fazer os seniores mais felizes”, observou Emílio Torrão.