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VIVER DE TROCAS FOI “UMA AVENTURA SAUDÁVEL” PARA ANDRESA SALGUEIRO

Fernanda Pa

Já imaginou como seria viver de trocas? Andresa Salgueiro, criadora do projecto “Believe in Portugal”, sim: propôs-se viver um ano, 11 dias, 11 horas e um minuto, com 1.111 euros, sempre a trocar tudo de que precisava.

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“O objectivo desta iniciativa era, sobretudo, tornar-me mais sustentável, económica, saudável e feliz. E eu alcancei esses resultados”, contou Andresa ao “Campeão” e à Rádio Regional do Centro.

Esta aventura, que teve início em 2011 e prolongou-se até o fim de 2012, não foi apenas bem sucedida, como também superou as expectativas, já que Andresa utilizou uma quantia menor do que a estipulada (900 euros de 1.111).

A “Menina das Trocas”, como é conhecida, gostou tanto deste estilo de vida que decidiu mantê-lo por mais três anos, até 2015. Então, “resolvi voltar a trabalhar e fi-lo por sete anos [até 2022], porque, com o ´Believe in Portugal`, eu não tinha férias, era muito cansativo”.

No entanto, como a empresa de eventos em que estava a trabalhar fechou, por conta da Covid-19, Andresa está desempregada, por isso decidiu voltar a fazer trocas.

“Neste momento, gostaria de dar palestras pagas, para ter algum dinheiro, e tudo o resto a trocar, para ter um pouco dos dois mundos, que é o que gosto. Mas continuo à procura de trabalho”, explica.

E, afinal, o que foi feito nos quatro anos (20112015) em que adoptou este estilo de vida? A Menina das Trocas alimentou-se das sobras de um colégio e, em troca, ajudou crianças a estudar, trabalhou num mercado biológico por comida, trocou roupas e calçados em lojas específicas para tal, actuou na parte administrativa de uma associação em troca de ração para os seus animais e trabalhou na CP (Comboios de Portugal) por um passe para transporte.

“Embora hoje em dia esteja mais difícil fazer trocas, quando comecei o projecto foi fácil e muito divertido. Tornei-me uma pessoa mais feliz e muito mais despojada de tudo. O que fica é que as pessoas gostam muito de ajudar, têm dificuldade em pedir, porque sentem-se um bocado inferiorizadas, mas gostam muito de contribuir”.

Em relação à saúde, Andresa criou um site em troca de uma consulta no dentista e, sobre alojamento, possui casa própria, mas ofereceu

REUNIÃO PÚBLICA AGENDADA PARA 24 DE MAIO um quarto a uma pessoa, que teria apenas de pagar as despesas de água, luz e gás, em vez de uma renda. No entanto, conta que a maior parte dos 900 euros foram gastos neste sector.

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