UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ARQUITETURA E URBANISMO
Karen Aparecida Andrade Campos São Paulo 2019
UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ARQUITETURA E URBANISMO CAMPUS: NORTE
EDIFÍCIOS HÍBRIDOS DIVERSIDADE E SUSTENTABILIDADE URBANA
Monografia apresentada para obtenção do título em nível de Graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Paulista – UNIP, sob a orientação da Professora Regina Márcia Gomes de Oliveira.
TRABALHO DE CURSO KAREN APARECIDA ANDRADE CAMPOS SÃO PAULO – SP
2019
Dedico primeiramente a Deus, que com seu amor me sustenta. E aos meus pais, Renato e Edna, que nunca mediram esforços para realizar meus sonhos.
AGRADECIMENTOS Primeiramente agradeço a Deus pela força que me deste durante estes cinco anos. Em nenhum momento pensei em desistir, mesmo com as dificuldades sempre recomecei e segui adiante. Agradeço aos meus pais Renato e Edna Campos, que estiveram ao meu lado e tenho certeza que acreditaram na minha capacidade mais do que eu mesma. Sei que devo a eles tudo que sou hoje. Agradeço também ao meu irmão Guilherme Campos, que me ajudou inúmeras vezes, isso sem entender nada de arquitetura. Durante este último ano ouviu minhas reclamações e me acalmava e motivava ao dizer: “Calma! Está acabando.” As minhas amigas de curso, companheiras de surtos e madrugradas de projetos, Kananda Santos, Taiana Costa, Talita Caetano, Vitória Andrade, Simone Sanada e Mayara Silva, meu muito obrigada pela amizade que construímos, tenho certeza que serão excelentes profissionais e me orgulho da pessoa que são. Agradeço também aos demais colegas que, direta ou indiretamente contribuíram para minha formação pessoal e profissional. Aos professores, em especial a Letícia Lodi, e Fádia Lima que dividiram seu conhecimento, seu tempo e sua amizade. Por muitas vezes até improvisaram um atendimento psicológico, sempre nos motivando. E a minha orientadora Regina Márcia Gomes de Oliveira, muito obrigada por acreditar em mim e por me incentivar. Tenho certeza de que para você eu já era uma profissional capacitada, mesmo antes de me tornar arquiteta perante os demais professores e a universidade paulista.
“Poesia Também se faz com concreto, aço, madeira e tijolo.” Vilanova Artigas
SUMMARY
RESUMO Diversidades urbanísticas – edifícios de uso misto podem ser soluções para as cidades contemporâneas.
Urbanistic diversities - mixed-use buildings may be solutions for contemporary cities.
Partindo do ponto que o crescimento da cidade de São Paulo de forma
Starting from the point that the growth of the city of São Paulo in a
radio concêntrica além de gerar grandes deslocamentos com trânsito intenso, nos trouxe
concentric radium form, besides generating large displacements with intense traffic, has
problemas como poluição, segregações socioespaciais e a falta de convívio com a
brought us problems such as pollution, socio-spatial segregation and lack of conviviality with
vizinhança. O Jardim São Paulo por exemplo é um bairro da zona norte de uso residencial
the neighborhood. The Jardim São Paulo, for example, is a neighborhood of the northern
de baixa densidade, apesar de apresentar boa mobilidade com transporte coletivo de
zone of low density residential use, although it presents good mobility with collective mass
massa a ocupação do solo o faz um “dormitório”.
transport. The occupation of the ground makes it a "dormitory". In view of this, the proposal to implement a hybrid building with diversified
Diante disso, a proposta de implantar um edifício híbrido contendo usos diversificados como moradia, comércio e serviços impacta positivamente sobre a região, trazendo vitalidade, boa relação entre púbico e privado, melhor aproveitamento da estrutura de transporte ali existente e o desestímulo ao uso de automóveis já que as distâncias serão reduzidas. Assim defendemos adensamentos pontuais juntamente com a
uses such as housing, commerce and services has a positive impact on the region, bringing vitality, a good relationship between public and private, better utilization of the existing transport structure and discouragement of the use of automobiles as the distances will be reduced. Thus we advocate point densities together with the theory of compact and more sustainable cities.
teoria de cidades compactas e mais sustentáveis. Palavras Chaves: Edifício híbrido, uso misto, cidades compactas.
Keywords: Hybrid building, mixed use, compact cities.
LISTA DE FIGURAS Capas – Panorâmica da Cidade de São Paulo – Website Depositphotos.
Figura 28: Satélite sob a Av. Leôncio de Magalhães.
23
Capas – Ilustração de uma cidade “verde” – Website Designbuildexpo.
Figura 29: Av. Leôncio de Magalhães.
23
Figura 30: Teoria do uso misto e cidades compactas do arquiteto Richard Rogers.
25
Figura 31: Gabarito e sua relação com a densidade demográfica.
25
Figura 32: Sobrado do Brasil colonial – Múltiplo uso.
26
Figura 33: Fachadas do Brasil colonial – Múltiplo uso.
26
Figura 34: Atual cidade de Ouro Preto.
26
Figura 35: Edifício Martinelli.
26
Figura 36: Gráfico – crescimento dos Coworkings no Brasil.
27
Figura 37: Referências de Coworkings na Cidade de São Paulo.
27
Figura 38: Imagens do edifício Brascan Century Plaza.
29
Figura 39: Brascan acessos.
29
Figura 40: Implantação com pavimento térreo.
30
Figura 41: Planta do pavimento tipo setorizada.
30
Figura 42: Análises do programa arquitetônico a partir dos cortes.
31
Figura 43: Perspectiva do edifício Brascan.
31
Figura 44: Análises do programa arquitetônico a partir da fachada.
31
Figura 45: Lançamento estrutural.
32
Figura 46: Fachada – terre de escritórios.
32
Figura 47: Praça comercial do edifício Brascan.
32
Figura 48: Marquise de proteção.
32
Figura 49: Edifício Copan.
33
Figura 50: Análises de implantação.
33
Figura 51: Térreo comercial do edifício Copan.
34
Figura 52: Análises dos pavimentos comerciais do edifício Copan.
34
Figura 53: Pavimento tipo setorizado.
34
Figura 54: Terraço mirante do edifício Copan.
35
Figura 55: Térreo comercial.
35
Figura 56: Análises a partir da fachada.
35
Figura 57: Alterações no projeto original.
35
Figura 1: Tempo perdido no trânsito da Cidade de São Paulo.
09
Figura 2: Master Plan e enfoque no trecho 1 Jd. São Paulo.
13
Figura 3: Mirante Santana.
14
Figura 4: Tramway Cantareira.
14
Figura 5: Os demônios da garoa na antiga estação Jaçanã.
14
Figura 6: Gabarito de altura do bairro Jd. São Paulo.
15
Figura 7: Mapa de uso e ocupação do solo.
15
Figura 8: Terminal intermunicipal do Parada Inglesa.
16
Figura 9: Praça de acesso ao metrô Jardim São Paulo.
16
Figura 10: Mapa de mobilidade urbana.
16
Figura 11: Emei Arthur Etzel.
17
Figura 12: Sesc Santana.
17
Figura 13: Mapa de equipamentos urbanos.
17
Figura 14: Parque Domingo Luís.
18
Figura 15: Atividades para crianças e idosos.
18
Figura 16: Mapa de características físicas e ambientais.
18
Figura 17: Maquete topográfica - terreno e entorno.
18
Figura 18: Transformações urbanas – incentivos.
19
Figura 19: Mapa de legislações urbanísticas vigentes.
19
Figura 20: Parâmetros de ocupação.
19
Figura 21: Propostas para o bairro – Master Plan local.
20
Figura 22: Edifícios a serem removidos e sua relação com o entorno.
22
Figura 23: Edifícios a serem removidos.
22
Figura 24: Localização do terreno dentro do bairro
22
Figura 25: Identificação do lote.
22
Figura 26: Relação de tempo / Distância, do lote a estação do metrô.
23
Figura 27: Relação de tempo / Distância, do lote ao Sesc Santana.
23
Figura 58: Imagens do complexo FL4300.
36
Figura 90: Estudos de insolação e iluminação natural
52
Figura 59: Implantação do complexo.
36
Figura 91: Efeito Chaminé
53
Figura 60: Implantação com térreo do complexo.FL4300
37
Figura 92: Montagem da fachada ventilada
53
Figura 61: Planta do pavimento tipo setorizada.
37
Figura 93: Sistema em vidro.
53
Figura 62: Setorização a partir do corte.
38
Figura 94: Brises móveis de madeira.
54
Figura 63: Perspectiva do edifício Fl4300.
38
Figura 95: Projeto arquitetônico.
54
Figura 64: Áreas de lazer da torre habitacional - terraço.
38
Figura 96: Telhado Verde.
54
Figura 65: Fl4300.
39
Figura 97: Laje Stelldeck (Detalhes).
55
Figura 66: Térreo comercial.
39
Figura 98: Laje Nervurada Holedeck.
55
Figura 67: Edifício Riverlight.
40
Figura 99: Detalhamento estrutural torre 1.
55
Figura 68: Implantação e acessos.
40
Figura 100: Pré-dimensionamento torre1.
55
Figura 69: Orientação solar e disposição das torres.
40
Figura 101: Detalhamento estrutural torre 2.
56
Figura 70: Setorização do pavimento térreo.
41
Figura 102: Pré-dimensionamento estrutural torre2.
56
Figura 71: Pavimento tipo.
41
Figura 103: Reuso de águas em edifícios.
57
Figura 72: Variação de gabarito.
41
Figura 104: Geração de energia solar.
57
Figura 73: Maquete física.
42
Figura 105: Composição do painel fotovoltaico.
57
Figura 74: Estrutura das torres.
42
Figura 106: Pisos de pneus.
57
Figura 75: Jardins do complexo.
42
Figura 76: Vista do Rio Tâmisa da sacada do edifício.
42
Figura 77: Edifício Central Saint Giles.
43
Figura 78: Fruição do complexo.
43
Figura 79: Implantação com o térreo do complexo.
44
Figura 80: Setorização por torres.
44
Figura 81: Imagens da fachada do complexo St. Giles.
45
Figura 82: Comparativo dos programas
46
Figura 83: Programa arquitetônico – Área útil da edificação
48
Figura 84: Organograma de distribuição de setores
49
Figura 85: Fluxograma de ambientes
49
Figura 86: Plano de massas
50
Figuras 87: Mudança de Gabarito
51
Figura 88: Impacto Social
51
Figura 89: Croquis de direcionamento visual
51
SUMÁRIO CAPÍTULO 5. DESENVOLVIMENTO DO PROJETO
INTRODUÇÃO Justificativas
09
5.1 Programa arquitetônico
48
Objetivos
10
5.2 Organograma e fluxograma
49
Metodologia
11
5.3 Plano de massas
50
5.4 Impacto social e visual desejado
51
5.5 Estudo de insolação e iluminação natural
52
CAPÍTULO 1. LEITURA E INTERVENÇÕES URBANAS 1.1 Leitura urbana – Master Plan
13
5.6 Soluções de conforto ambiental
53
1.2 Histórico do Jardim São Paulo
14
5.7 Soluções estruturais
55
1.3 Uso e ocupação do solo
15
5.8 Soluções de sustentabilidade
57
1.4 Mobilidade urbana
16
5.9 Soluções paisagísticas
58
1.5 Equipamentos urbanos
17
1.6 Características físicas e qualidade ambiental
18
1.7 Legislação
19
6.1 Plantas
60
1.8 Master Plan do bairro
20
6.2 Cortes
67
6.3 Fachadas
70
6.4 Ilustrações – Planta Humanizada
75
6.5 Perspectivas
76
CAPÍTULO 6. PROJETO ARQUITETÔNICO
CAPÍTULO 2. ESCOLHA DO TERRENO 2.1 Localização do terreno e sua relação com o entorno.
22 .
CAPÍTULO 3. CONCEITO ARQUITETÕNICO E SUAS ABORDAGENS 3.1 Conceito
25
3.2 Multifunção não é novidade
26
3.3 Conceitos de trabalho
27
CAPÍTULO 4. REFERÊNCIAS PROJETUAIS 4.1 Edifício Brascan Century Plaza
29
4.2 Edifício Copan
33
4.3 Edifício FL4300
36
4.6 Edifício Central Saint Giles
40
4.5 Edifício Riverlight
43
4.6 Análises Gerais e Comparativas
46
. .
CONSIDERAÇÕES FINAIS
82
REFERÊNCIAS
83 .
INTRODUÇÃO Estudando sobre o plano diretor da Cidade de São Paulo para conhecer melhor sua legislação, um fato chama atenção, propor adensamento em uma cidade de 12,2 milhões de habitantes, dados do IBGE (2018). Essa proposta tem como intensão aproveitar a infraestrutura já existente em áreas centrais e bairros consolidados, propondo não apenas o adensamento construtivo, mas populacional. Segundo Nabil Bonduki, arquiteto e urbanista que coordenou a elaboração do Plano Diretor da cidade, o atual modelo que estimula a compra de automóveis resultam em espaços viários incompatíveis. “Para um novo modelo de cidade precisamos de mais mobilidade ativa”, disse em meio a uma palestra para o CAU – Goiás. Foi a partir dessa diretriz que surgiu a proposta de um edifício de uso misto, também conhecido como multifuncional ou “híbrido”, mesclando habitações, comércio e serviços e trazendo assim maior vitalidade com a circulação de pessoas em todos os períodos do dia. A área escolhida para implementar o complexo foi o bairro do Jardim São Paulo, zona norte da cidade, que segundo o novo zoneamento se encontra em trecho de ZEU (Eixo de Zona de Estruturação Urbana) estimulando o aumento demográfico através de usos diversificados justamente por sua localização, com proximidade a estação da linha 1 azul do metrô, Jardim São Paulo / Ayrton Senna. Além de ser um bairro com densidades demográficas baixas e predominância residencial, ou seja, com potenciais ainda não explorados.
8
➢ PERDA DE CONVÍVIO COM A VIZINHANÇA
JUSTIFICATIVAS ➢ DESLOCAMENTOS
Quando somamos todas as questões anteriores vemos o quanto ela influencia na maneira como vivemos. Falta “tempo” para as relações humanas, segurança e espaços
Segundo a pesquisa de mobilidade urbana feita pelo Ibope Inteligência
públicos de qualidade que sejam atrativos a população.
em setembro de 2018, cada paulistano gasta em média 2 horas e 43 minutos por dia no trânsito. Ela também levantou os dados de quê 44% da população já tiveram ou ainda tem problemas de saúde relacionados a poluição.
“Quando perguntadas sobre as cidades, provavelmente as pessoas vão falar de edifícios e carros em vez de falar de
Toda esta situação decorre de uma forma de planejamento expansivo e capitalista surgido em 1930 com o começo da industrialização e a criação do Plano de Avenidas de Prestes Maia, que foi intensificado entre 1950 a 1970 com o aumento das
ruas e praças. Se perguntadas sobre a vida na cidade falarão mais de distanciamento,
isolamento,
medo
cidades, o chamado êxodo rural. Com a valorização de áreas centrais, houve o aumento
beleza e prazer.” (Cidades para um pequeno planeta, pag. 08 a 09)
das periferias e as conurbações urbanas, resultando nos problemas de deslocamento e Figura 1: Tempo perdido no trânsito da Cidade de São Paulo
trânsito intenso que temos até os dias de hoje.
➢ ZONEAMENTO INCOMPATÍVEL (ZONING) as
cidades
em
usos
específicos,
apenas
residenciais, seja ele condomínios fechados ou conjuntos habitacionais isolados, áreas comerciais ou áreas industriais, também há falta de vitalidade destes espaços. Estamos criando bairros dormitórios, centros comerciais movimentados durante o dia e desertos durante a noite, o que traz a insegurança de andar pelas ruas. O bairro do Jardim São Paulo por exemplo, é predominantemente residencial e ainda dormitório de Santana e do centro da cidade. Segundo o Metrô/SP não há fluxo suficiente de pessoas para suprir os gastos da estação, Jardim São Paulo/Ayrton Senna da linha 1 – Azul, que possuí o menor número de passageiros deste trecho. São cerca de 20.000 pessoas em horários de pico, muito abaixo se comparado as estações Tucuruvi com 67.000 e Jabaquara com 89.000 pessoas.
9
ou
e poluição do que de comunidade, participação, animação,
Neste período ainda tivemos migrações em massa do campo para as
segregamos
violência
congestionamento
indústrias automobilísticas.
Quando
da
Fonte: Pesquisa do Datafolha – acessado em 02/03/2019
➢ OTIMIZAR
OBJETIVOS Este trabalho tem como objetivo proporcionar melhor qualidade de vida
Trazer Juntamente com o complexo de edifícios de escritórios e moradia
para população através de conceitos sustentáveis de arquitetura e urbanismo,
uma praça comercial e de convivência, criando um ponto de encontro e dando maior
transformando o bairro que hoje é dormitório em um local diversificado através da
segurança à população a partir da vitalidade do ambiente, com fluxo de pessoas em todos
implantação de um complexo de edifícios híbridos. Pretende –se empregar o uso misto
os períodos do dia. Nela teremos a fachada ativa e a fruição pública, proporcionando
com autonomia, já que cada empreendimento (habitações, comércio e serviços) podem
locais prazerosos junto as calçadas.
ser administrados separadamente.
➢ VIABILIZAR O CONCEITO DE SUSTENTABILIDADE Assim nos utilizamos do conceito de "cidade compacta" que traz o morar, estudar e trabalhar nas proximidades do bairro evitando os deslocamentos e quando necessária a locomoção, que ela seja feita com o transporte público de massa, potencializando o uso da estação da linha 1 azul do metrô, Jardim São Paulo / Ayrton Senna.
materiais que possam garantir baixa geração de resíduos e a eficiência energética.
➢ GARANTIR A ACESSIBILIDADE Através de rampas, elevadores e espaços adaptados para portadores de
➢ ADENSAR
deficiência e idosos, de modo que todos possam usufruir de áreas semipúblicas e
Para responder as propostas do Plano Diretor de São Paulo de adensamentos
Propor para as edificações soluções projetuais, métodos construtivos e
populacionais
e
construtivos,
pretende-se
implantar
unidades
habitacionais, destinando parte delas ao mercado popular, já que este tipo de empreendimento (multiuso) acaba estimulando a gentrificação (expulsão da população de renda familiar mais baixa).
privadas do complexo.
➢ GERAR CONFORTO E BELEZA Através de um bom projeto, trazer para o bairro um novo local, agradável e belo para que a população possa usufruir da melhor maneira possível.
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METODOLOGIA Para a realização do trabalho de conclusão de curso foram utilizados métodos como, pesquisa de campo conhecendo o trecho que vai do Jardim São Paulo ao Jaçanã, percurso do antigo Trem da Cantareira. Também, levantamentos de dados físicos e socioeconômicos através de gráficos, mapas e plantas fornecidos pelo IBGE e GEOSAMPA, além das legislações vigentes no Plano Diretor de São Paulo, zoneamento e código de obras. Na escala do edifício foram feitos estudos de caso de projetos arquitetônicos com propostas semelhantes, sendo eles nacionais e internacionais, analisando programas, setores, fluxos, soluções projetuais e estruturais, além do emprego de materiais, através de suas plantas, cortes e fachadas. No Capítulo primeiro deste livro é apresentado toda a leitura urbana feita, do macro para o micro, direcionando as pospostas urbanísticas e arquitetônicas. O Segundo contém informações na escala local referente ao terreno, assim como as justificativas de sua escolha e a implantação do projeto arquitetônico. O conceito e suas abordagens aparecem no capítulo três, onde entende-se a multifuncionalidade e seu impacto sobre a vida urbana. Também é dissertado sobre as novas maneiras de viver e trabalhar, como os trabalhos colaborativos em Coworkings. No capítulo quatro são expostas as referências projetuais e todas as análises e estudos de projetos semelhantes ao proposto. Inicia-se o desenvolvimento do projeto arquitetônico a partir do capítulo cinco, nele são expostos o programa arquitetônico, fluxos, croquis, estudos de volumetria, entre outras informações. No sexto e último capítulo são apresentados os resultados de todo esse processo de pesquisa e elaboração de projeto, contendo plantas, cortes entre outros desenhos arquitetônicos, técnicos e ilustrativos.
11
1.1 LEITURA URBANA – MASTER PLAN
Figura 2: Master Plan e enfoque no trecho 1 Jardim São Paulo.
JARDIM SÃO PAULO AO JAÇANÃ Localizado na Zona Norte de São Paulo, a área de leitura e intervenção se estende por parte do trajeto do antigo trem da Cantareira, que vai do bairro do Jardim São Paulo ao Jaçanã, em funcionamento de 1915 a 1965. Este foi dividido em seis áreas, para que em grupo pudéssemos mapear problemas e potenciais dando sugestões de intervenção urbanas e arquitetônicas. Os trechos 1, 2 e 3, (como demonstrado na figura 2), correspondestes ao
6. JAÇANÃ
Jardim São Paulo, Parada Inglesa e Tucuruvi são áreas já consolidadas, propícias a adensamentos construtivos e populacionais devido a proximidade as estações da linha 1
Cidade de São Paulo
azul do metrô. Por este motivo os grupos responsáveis propuseram o uso misto, trazendo fluxo de pessoas para a região juntamente com propostas de moradia, potencializando o
5. AV. BEIJAMIN PEREIRA
uso do transporte público de massa. Os grupos 4 - Av. Dr. Maria Laet e 5 - Av. Beijamin Pereira, trouxeram as habitações sociais como solução para áreas irregulares e de risco, onde os terrenos são
4. AV. DR. MARIA LAET
acidentados. E alargamento de vias para ampliar os corredores de ônibus, facilitando a chegada ao metrô Tucuruvi. Para o jaçanã, trecho 6, além de habitações e serviços de cunho social foi proposta a requalificação do córrego da Paciência, através de um parque linear. E para
3. TUCURUVI
facilitar a ligação entre São Paulo e Guarulhos, aproveitando a área de várzea, foi sugerido também o transporte em massa por VLT, (veículo leve sobre trilhos), além da integração com meios de transporte já existentes.
2. PARADA INGLESA
N 1 . JARDIM SÃO PAULO Fonte: Desenvolvido por grupo de alunos com base em dados do Geosampa. Fonte: Mapa da Cidade de São Paulo. Website Researchgate – acessado em 02/03/2019
13
CAPÍTULO 1. LEITURA E INTERVENÇÕES URBANAS
1.2 HISTÓRICO DO JARDIM SÃO PAULO Figura 4: Tramway Cantareira
CONTEXTO E CARACTERÍSTICAS SOCIO ESPACIAIS. O bairro Jardim São Paulo localizado na Zona Norte, pertence a subprefeitura Santana/Tucuruvi e nasceu de chácaras que foram sendo desmembradas ao longo dos anos. Seu crescimento decorreu da consolidação do bairro de Santana e das ampliações de eixos de transporte como o trem da Cantareira (1915-1965), e a expansão da linha 1 azul do metrô, antes Jabaquara – Santana para Jabaquara – Tucuruvi (1998). Acréscimo de mais três estações que refazem parte do trajeto do antigo Trem.
Caracterizado como um bairro residencial horizontal, ou seja, de baixa densidade e com poder aquisitivo de médio a alto, ainda hoje é considerado dormitório de Fonte: Planta da Tramway Cantareira Acervo do Museu USP
Santana e do centro da Cidade de São Paulo.
Acessado em 02/03/2019
Um marco histórico importante do bairro é a Praça Mirante de Santana, bem tombado onde ocorrem as medições meteorológicas da cidade.
Figura 3: Mirante Santana e Instituto Nacional de Meteorologia
Figura 5: Os Demônios da Garoa na antiga estação Jaçanã
(INMET).
Fonte: SPNorte – Acessado em 09/06/2019
Fonte: Website São Paulo Infoco – Acessado em 02/03/2019
CAPÍTULO 1. LEITURA E INTERVENÇÕES URBANAS
14
Figura 7: Mapa de uso e ocupação do solo
1.3 USO E OCUPAÇÃO DO SOLO Percebe –se que hoje o uso predominante é o residencial de baixa densidade demográfica, com habitações em sua maioria horizontais. O Comércio e serviço também são de pequeno porte concentrados nas AV. Leôncio de Magalhães e Av. Luís Dumont Villares.
GABARITOS Sobre o gabarito de altura é nítida a mudança que acontece nas avenidas Dr. Zuquin, Nova Cantareira e Av. Luís Dumont Villares, onde os edifícios são altos, chegando a mais de 30 metros. Já no interior do bairro são poucas as edificações que se sobressaem, em sua maioria são baixas, de dois a quatro pavimentos apenas. : Figura 6: Gabarito de Altura do bairro Jd. São Paulo
N
Fonte: Elaborado por autora com base nos mapas do geosampa e visitas ao local. LEGENDA Comercial Institucional Serviços Fonte: Elaborado por autora com base em visitas ao local e informações aproximadas do cadmapper. LEGENDA
Habitacional
M
Metrô Jd. São Paulo / Ayrton Senna Localização do terreno escolhido
Edifícios Altos – de 30 á 50 metros; Edifícios Médios á Altos – de 20 á 30 metros; Edifícios Médios – de 15 á 15 metros; Edifícios Baixos – de 03 á 12 metros;
15
CAPÍTULO 1. LEITURA E INTERVENÇÕES URBANAS
Figura 10: Mapa de mobilidade Urbana
1.4 MOBILIDADE URBANA A região não possui viário de caráter estrutural, são em sua maioria vias estreitas, de trânsito local. Entretanto, a Av. Leôncio de Magalhães apesar de não ser uma via coletora exerce esse papel, tendo o leito carroçado mais largo que as demais, ela recebe os corredores de ônibus vindos da Av. Nova Cantareira e os direciona até a Av. Luís Dumont Villares. É também onde se encontra as entradas do transporte público de massa, a estação da linha 1 azul do metrô, Jardim São Paulo / Ayrton Senna. Mesmo não estando dentro do limite do bairro, é importante dizer que há proximidade com o Terminal Intermunicipal do Parada Inglesa, que também facilita o acesso ao local. Para aprimorar a mobilidade do bairro sem grandes obras será preciso estimular o transporte público integrado, com a criação de novas linhas de micro-ônibus
N
levando a população de vias locais até as avenidas principais, e a estação do metrô. Segundo a Secretaria Municipal de Mobilidades e Transporte, a estação Jardim São Paulo / Ayrton Senna é a estação menos frequentada da linha 1 azul, ou seja, estimular o seu
Fonte: Elaborado por autora com base nos mapas
uso é um ponto chave para o desenvolvimento do bairro e o desestímulo ao uso do
do geosampa e visitas ao local.
automóvel. LEGENDA Figura 8: Termina Intermunicipal do Parada Inglesa
Principais linhas de ônibus concentradas nas avenidas Maior fluxo de automóveis
Figura 9: Praça de acesso ao metrô Jd. São Paulo
Estação da linha 1 azul do metrô – Jd. São Paulo Ayrton Senna Terminal de ônibus + Estação da linha 1 azul do metrô – Parada Inglesa Ciclofaixa (Apenas nos finais de semana) Localização do terreno escolhido
Fonte: Fotografias autorais – 14/07/2019 Fonte: Fotografias autorais – 14/07/2019
CAPÍTULO 1. LEITURA E INTERVENÇÕES URBANAS
16
Figura 13: Mapa de Equipamentos Urbanos
1.5 EQUIPAMENTOS URBANOS O bairro é bem servido de equipamentos urbanos, possuí redes de ensino que vão desde creches a escolas de ensino médio, tanto públicas quanto privadas. No quesito cultura temos dois teatros, o Teatro Jardim São Paulo e o auditório do Sesc Santana, que também oferece serviços de restaurante e muitas opções de lazer, principalmente esportivas, já que está bem próximo ao Centro Esportivo Alfredo Inácio Trindade. Sobre a área da saúde não temos UBS no interior do bairro, pois a unidade de Santana atende à demanda local. Próximo à estação do metrô temos, o hospital do servidor público e as instituições privadas de saúde no Alto de Santana, mas que também atendem ao Jardim São Paulo, dentre eles, o maior é o Hospital São Paolo.
N Figura 11: Emei Arthur Etzel
Fonte: Elaborado por autora com base nos mapas do geosampa e visitas ao local.
LEGENDA Sistema de ensino público e privado Figura 12: Sesc Santana Teatro Jardim São Paulo Sesc Santana (cultura, esporte e lazer para a família) Centro Esportivo Alfredo Inácio Trindade
Fonte: Fotografias autorais – 14/07/2019
Bares e Restaurantes Hospitais Bases da polícia militar
M
Metrô Jd. São Paulo / Ayrton Senna Localização do terreno escolhido
Fonte: CrazyKiwi – Acessado em 09/06/2019
17
CAPÍTULO 1. LEITURA E INTERVENÇÕES URBANAS
Figura 16: Mapa de características físicas e ambientais
1.6 CARACTERÍSTICAS FÍSICAS E QUALIDADE AMBIENTAL O Jardim São Paulo se encontra em área de Vale, por este motivo a região próxima ao Metrô se caracteriza como trecho de servidão e preservação do Córrego Piatã e Carandiru, garantindo a permeabilidade necessária e minimizando os alagamentos. Propositalmente é onde estão as áreas vegetadas, de convívio e lazer, como o Parque Domingos Luís. As poucas edificações existentes neste trecho são como já visto em mapeamentos anteriores, baixas e de carácter institucional, não afetando os cursos d’água. Um bom exemplo são as escolas que mantem parte dos seus lotes arborizado. Próximo a Av. Luís Dumont Villares existem também vegetação mantida nos taludes, para conter os desníveis existentes entre as vias locais e a avenida.
N Figura 14: Parque Domingo Luís
Fonte: Elaborado por autora com base nos mapas do geosampa e visitas ao local. LEGENDA
Figura 15: Atividades para crianças e idosos
Figura 17: Maquete topográfica do terreno e entorno
Praças significantes Usos institucionais
M
Fonte: Fotografias autorais – 14/07/2019
Metrô Jd. São Paulo / Ayrton Senna Localização do terreno escolhido
O
parque
ainda
oferece atividades para os cães, com a criação do parcão em dezembro de 2018. O Parque Domingos luís se encontra ao lado da praça da estação JD. São Paulo.
N Fonte: Fotografias autorais – 14/07/2019 Fonte: Elaborado por autora com base nos mapas do geosampa e visitas ao local.
CAPÍTULO 1. LEITURA E INTERVENÇÕES URBANAS
18
Figura 19: Mapa de legislações urbanísticas vigentes
1.7 LEGISLAÇÃO A estação Jardim São Paulo/Ayrton Senna é o perímetro que influência o plano diretor a classificar a área como ZEU (Zonas de eixo de estruturação da transformação urbana) pela lei nº 16.050/2014, permitindo altas densidades demográficas e construtivas pela proximidade ao transporte público de massa. No bairro também temos a ZEPAN (Zona espacial de proteção ambiental), são áreas que não podem ser construídas, ocupadas muitas vezes por parques. No caso do Jardim São Paulo corresponde ao trecho do Córrego Piatã e Carandiru, destinada apenas a drenagem das águas, o chamado eixo de servidão. Fonte 18: Transformações Urbanas - Incentivos
N
Fonte: Elaborado por autora com base nos mapas do geosampa. LEGENDA ZEU – Áreas destinadas a adensamentos construtivos e populacionais ZEPAN – Áreas preservadas (eixo de servidão)
M
Metrô Jd. São Paulo / Ayrton Senna Localização do terreno escolhido Figura 20: Parâmetros de ocupação
Fonte: Gestão Urbana – acessado em 12/03/2019
Fonte: Lei de Zoneamento – acessado em 12/03/2019
19
CAPÍTULO 1. LEITURA E INTERVENÇÕES URBANAS
Figura 21: Propostas para o bairro – Master Plan local
1.8 MASTER PLAN DO BAIRRO POTENCIAIS E PROBLEMÁTICAS A SEREM RESOLVIDAS ➢ Infraestrutura viária / transporte
➢ Falta de sinalização; ➢ Falta de iluminação pública;
em massa; ➢ Equipamentos de esporte e lazer;
➢ Calçadas deterioradas;
➢ 11 Hospitais (Privados) na região;
➢ Alagamentos Pontuais;
➢ Grande quantidade de escolas
➢ Falta de vitalidade nos espaços
sendo 4 públicas;
públicos;
De acordo com as análises feitas, foi desenvolvido em grupo o mapa de potencialidades do local, (verificar a figura 21). Para mudar o cenário de bairro dormitório o uso misto é essencial, estimulando atividades e transição de pessoas em todos os
N
períodos do dia. Como a densidade do bairro não é alta, é importante propor também o adensamento demográfico através de conjuntos habitacionais. Fonte: Elaborado por grupo de alunos, incluindo autora
Proporcionar o aumento na prestação de serviços e comércios de médio e grande porte próximo à estação do metrô e a Av. principal do bairro, a Leôncio de Magalhães. Ampliar as redes de saúde pública próxima as estações e requalificar as áreas verdes e praças.
LEGENDA Ampliar a prestação de serviços já existentes próximo a Av. Leôncio de Magalhães Incentivar o uso misto Estimular o comércio de médio e grande porte Trazer equipamentos de saúde para as proximidades das estações e terminais Requalificar áreas verdes, praças e parques
M
Metrô Jd. São Paulo / Ayrton Senna Localização do terreno escolhido
CAPÍTULO 1. LEITURA E INTERVENÇÕES URBANAS
20
2.1 LOCALIZAÇÃO DO TERRENO
Figura 24: Localização do terreno dentro do bairro.
A localidade do bairro escolhida para a implantação de um complexo multiuso foi a esquina da Av. Leôncio de Magalhães (AV. do Metrô JD. São Paulo, linha Azul) com a Rua Gaspar Soares. Será o remembramento de lotes que hoje abrigam um pequeno mercado e seu estacionamento, e outros três pequenos edifícios de quatro pavimentos que mesclam comércio no térreo e habitações nos pavimentos superiores, totalizando 3. 785,55 m². Um dos motivos para a escolha deste terreno se deu pela baixa ocupação dos lotes dessa quadra se comparado com as demais, ele possui muitos trechos subutilizados, ao escolhê-lo não seriam feitas tantas desapropriações. Figura 22: Edifícios a serem removidos e sua relação com o entorno.
1 4 3
N 2
Fonte: Elaborado por grupo de alunos, incluindo autora
N Fonte: Elaborado por autora Figura 25: Identificação do lote Figura 23: Edifícios a serem removidos
1 2
4
3
Fonte: Imagens de Satélite fornecidas pelo google maps – Fonte: Fotografias da autorais – 14/07/2019
22
acessado em 28/03/2019
CAPÍTULO 2. ESCOLHA DO TERRENO
. Outro ponto importante é sua proximidade com a estação Jardim São Paulo
Figura 28: Imagem de satélite sob a Av. Leôncio de Magalhães
/ Ayrton Senna e a própria Av. Leôncio de Magalhães, ou seja, um terreno de fácil acesso. Como o foco do projeto é estimular a criação de cidades compactas, temos a relação de tempo / distância percorridas por pedestres do terreno ao metrô JD. São Paulo e do mesmo ao Sesc Santana, na Av. Luís Dumont Villares.
. Figura 26: Relação de tempo/distância do lote a estação do metrô
Fonte: Imagens de Satélite fornecidas pelo google maps Fonte: Imagens de Satélite fornecidas pelo google maps
acessado em 28/03/2019
acessado em 28/03/2019
Além do metrô existem várias linhas de ônibus municipais e até Figura 27: Relação de tempo/distância do lote ao Sesc Santana
metropolitanas, como a linha 042 do município de Mairiporã que passam pela Av. Leôncio de Magalhães.
.
Figura 29: Av. Leôncio de Magalhães
Fonte: Imagens de Satélite fornecidas pelo google maps acessado em 28/03/2019
Fonte: Fotografias autorais – 14/07/2019
CAPÍTULO 2. ESCOLHA DO TERRENO
23
3.1 CONCEITO Segundo o DOTS (Desenvolvimento Orientado ao Transporte Sustentável), O complexo arquitetônico de uso misto que está sendo proposto para o
“Uma comunidade urbana sustentável deve prover uma densidade e uma variedade de
bairro do Jardim São Paulo, baseia-se no conceito de cidades compactas do arquiteto e
atividades não habitacionais que se complementem com a moradia e o espaço público,
urbanista italiano, naturalizado inglês, Richard Rogers, que traz a densidade planejada
ativado, e conexões com a rede de transporte coletivo”.
como uma aliada a sustentabilidade. Por muitos anos as grandes metrópoles foram vistas como vilãs, causadoras dos problemas ambientais e urbanos, entretanto eles estão mais ligados a planejamentos que não deram certo, do que ao tamanho e quantidade
O Jardim São Paulo possui infraestrutura e legislação que permite implantar o empreendimento. Ao propor duas torres, uma habitacional e outra de prestação de serviços conjunta a lajes corporativas, o adensamento construtivo e habitacional acontece sem a
populacional de uma cidade.
verticalização agressiva, é importante dizer, pois não é preciso uma cidade cheia de arranha O desenvolvimento da Cidade de São Paulo aconteceu durante a industrialização do país, com o grande número de indústrias automobilísticas investir em
– céus para se ter densidade demográfica, exatamente por isso a proposta do plano diretor visa alguns pontos de São Paulo e não toda a cidade.
vias e rodovias era e ainda é lucrativo para o governo. Com o Plano de Avenidas criado por Prestes Maia, a cidade expandiu e iniciou o processo de metropolização, por consequência, foram criados os deslocamentos entre as regiões periféricas carentes de
Um bom exemplo foi dado pelo site Archdaily quando comparou Paris a Manhattan, igualmente densas, entretanto a capital francesa possuía limite máximo de 12 pavimentos até o ano de 2008, hoje são permitidos edifícios maiores em cinco pontos da
infraestrutura e o centro valorizado.
cidade, semelhante a escolha da ZEU em São Paulo. Paris possuí 21,616 pessoas por Quando compactamos, nos utilizamos de vários polos de usos diversificados, otimizando os serviços públicos de saúde e educação, também a
quilômetro quadrado, já Manhattan com 27,812 pessoas por quilômetro quadrado e nenhuma restrição de altura, o que traz vistas panorâmicas bem diferentes.
distribuição de água e energia elétrica, pois conseguimos atender muito mais pessoas ao invés de ampliar as redes a longas distâncias. Segundo estudo do New Climate Economy de 2015, cidades dispersas custaram à economia americana, por exemplo, US$ 1 trilhão por ano. A intensão ao adensar e compactar, é desenvolver regiões autossuficientes, com
Figura 31: Gabarito e sua relação com a densidade demográfica
habitações, geração de emprego, comércios, saúde e lazer a curtas distâncias. Figura 30: Teoria de uso misto e cidade compacta do arquiteto Richard Rogers
Vista Panorâmica de Paris, França. Nota-se os polos verticalizados. Fonte: Vitruvius, adaptação do diagrama de Richard Rogers em Cidades Para um Pequeno Planeta, 2001. – acessado em 13/06/2019
25
Vista
Panorâmica
Manhattan, New York.
Fonte: Gettyimagens/Piseagrama – acessado em 13/06/2019
CAPÍTULO 3. CONCEITO ARQUITETÔNICO E SUAS ABORDAGENS
da
Ilha
de
Durante a década de 30 na revolução industrial brasileira, os edifícios
3.2 MULTIFUNÇÃO NÃO É NOVIDADE
multifuncionais continuavam a ser construídos na cidade de São Paulo. Segundo o A ideia de ter mais de um tipo de uso em um mesmo local não é nova, no Brasil colonial por exemplo, as cidades eram compostas por casas assobradadas e germinadas na vizinhança, as habitações ficavam nos pavimentos superiores e no térreo haviam pequenos comércios, sem recuos, as próprias edificações formavam o leito das vias.
trabalho acadêmico de Giselly Rodrigues e André Scabbia para o III SINGEP (Simpósio Internacional de Gestão de Projetos), o primeiro edifício multifunção de grande importância na capital paulista foi o edifício Martinelli de Giuseppe Martinelli em 1934. Localizado na Rua São Bento, centro da cidade, foi construído pelo arquiteto Húngaro William Fillinger para abrigar uma mescla de comércio e quartos de
Figura 32: Sobrado do Brasil colonial – Múltiplo uso
hotel, anos depois também abrigou a companhia de energia da Light e hoje se tornou um shopping center.
Figura 35: Edifício Martinelli - SP
Fonte: Website VivaDecora – acessado em 08/07/2019
Figura 33: Fachadas do Brasil colonial – Múltiplo uso
Figura 34: Atual Cidade de Ouro Preto - MG
Fonte: Website Pinterest – acessado em 27/07/2019
Hoje com a necessidade da sustentabilidade urbana, mobilidade e qualidade de vida que fomos perdendo no decorrer dos anos, os multifuncionais
voltaram a surgir, juntamente com um novo plano diretor (2005), destinando áreas para Fonte: Website Pinterest – acessado em 08/07/2019
transformações e requalificações urbanas que incentivam o uso misto. Fonte: Fotografias autorais
CAPÍTULO 3. CONCEITO ARQUITETÔNICO E SUAS ABORDAGENS
26
A alternativa
3.3 CONCEITOS DE TRABALHO
busca
oferecer
espaços
diferenciados
em
ambientes
estimulantes, com áreas descontraídas e de socialização onde temos trocas de experiencias Se queremos cidades diversificadas precisamos tomar o cuidado de não propor ambientes padronizados, apesar de sempre haver um público alvo. Todos nós
e ao mesmo tempo com baixo custo. Segundo a Deskmag, empresa especializada no ramo, o número de espaços colaborativos continua a crescer, são 13.800 locais em todo mundo.
temos necessidades diferentes, poder aquisitivo diferente, entre outros fatores, por esse Figura 37: Referências de Coworkings na Cidade de São Paulo
motivo os edifícios de escritórios atuais tentam ser flexíveis, atendendo diversos usos e variados layouts dispostos em diferentes metragens. As lajes corporativas por exemplo, podem pertencer a uma única empresa ou ser apenas um espaço colaborativos de trabalho, o chamado Coworking, com plantas totalmente livres onde as delimitações de ambientes são feitas pelo mobiliário atendendo
Coworking Casa Vermelha
também profissionais autônomos e freelancers com a possibilidade de alugar mesas.
Perdizes, São Paulo
Presentes no Brasil desde 2007, vem sendo uma forma de trabalho muito significativa. Segunda a pesquisa realizada pela Coworking Brasil 2018, censo que mede exatamente o crescimento deste tipo de investimento, a crescente iniciou-se em 2016 com 52% e continuou subindo principalmente na Cidade de São Paulo. Figura 36: Gráfico - crescimento dos Coworkings no Brasil.
Spaces Vila Madalena São Paulo
Plug Bkln - Brooklin São Paulo
Fonte: Censo da Coworking Brasil 2018 – acessado em 13/06/2019
27
Fonte: Coworking Brasil – acessado em 13/06/2019
CAPÍTULO 3. CONCEITO ARQUITETÔNICO E SUAS ABORDAGENS
Figura 39: Brascan - acessos
4.1 ESTUDOS DE CASO ➢ EDIFÍCIO BRASCAN CENTURY PLAZA •
Localização: Itaim Bibi, São Paulo
(Próximo á estação Vila Madalena do metrô, linha 2 – verde). •
Projeto: 2000 / 2003
•
Arquitetos: Jorge Königsberger e Gianfranco Vannucchi
•
Paisagismo: Benedito Abbud
•
Área do Terreno: 12.600 m²
•
Área do projeto: 93.920 m² construídos e 7.000 m² de praças e áreas públicas. Figura 38: Imagens do edifício Brascan Century Plaza
Fonte: Elaborado por autora com base no projeto original fornecido pela arcoweb / projeto e design – acessado em 20/03/2019 LEGENDA Acesso de automóveis Acesso de Pedestres
Localiza –se entre as ruas Tamandaré Toledo, Bandeira Paulista e Joaquim Floriano, vias de fácil acesso e com corredores de ônibus. Apesar de estar em uma região de trânsito intenso, a praça comercial é muito utilizada como permanência por todos os atrativos que oferece. O objetivo central do projeto era criar no bairro um complexo que gerasse uso todos os turnos do dia, trazendo segurança a partir da união de espaços privados e semipúblicos. Anteriormente o terreno abrigava a fábrica da Kopenhagem. A combinação de Jardins e espelhos d’água feitas na praça criam um
Fonte: Website Galeria da arquitetura – acessado em 20/03/2019
ambiente agradável e prazeroso, sua implantação é convidativa.
29
CAPÍTULO 4. REFERÊNCIAS PROJETUAIS
➢ EDIFÍCIO BRASCAN – PROGRAMA ARQUITETÔNICO Figura 41: Planta do pavimento tipo setorizada
Figura 40: Implantação com pavimento térreo
Fonte: Elaborado por autora com base no projeto original fornecido pela arcoweb / projeto e LEGENDA
design – acessado em 20/03/2019
Comercial (Lojas e Lajes Corporativas)
Segundo as informações fornecidas pelos próprios arquitetos para sites de arquitetura como o ArchDaily, são três torres mais o anexo comercial que contém seis salas de cinema, restaurantes, livrarias e lojas junto a praça fruída. A maior delas é a Habitacional, com 31 pavimentos de flats hoteleiros e 356 apartamentos, depois vem a
Habitacional – Flats Hoteleiros Prest. Serviços (Offices) Circulação Horizontal Circulação Vertical
segunda torre com 24 pavimentos e 364 salas de escritórios. A terceira que se distingue na forma possuí 15 pavimentos de lajes corporativas (2 sanitários por sala);
As vagas de estacionamento estão dispostas em subsolos distintos, são ao todo 1.200 vagas.
Fonte: Elaborado por autora com base no projeto original fornecido pela arcoweb / projeto e design – acessado em 20/03/2019
CAPÍTULO 4. REFERÊNCIAS PROJETUAIS
30
➢ EDIFÍCIO BRASCAN – PROGRAMA E FORMA
Figura 43: Perspectiva edifício Brascan
Foi utilizado em suas fachadas painéis pré-fabricados revestidos com agregado mineral e textura rústica, o que traz uma única leitura aos três blocos, mesmo o corporativo tendo adotado outra forma. Os vidros do hall, tanto do office quanto do habitacional são semi-reflexivos. Sobre a forma de sua implantação, sua disposição permite usar a esquina se enquadrando nos recuos exigidos, além de criar uma ligação visual e física através da praça. Figura 42: Análise do programa arquitetônico a partir dos cortes Corporativo
Offices Cinemas
Habitacional – Flats Hoteleiros Fonte: SlideShare / Jéssica Alves – acessado em 20/03/2019 Figura 44: Análise do programa arquitetônico a partir da fachada
Fonte: Elaborado por autora com base no projeto original fornecido pela arcoweb / projeto e design – acessado em 20/03/2019 LEGENDA Comercial (Lojas e Lajes Corporativas) Habitacional – Flats Hoteleiros Prest. Serviços (Offices) Fonte: Arcoweb / projeto e design – acessado em 20/03/2019
Subsolos de Estacionamento e Heliponto
31
CAPÍTULO 4. REFERÊNCIAS PROJETUAIS
No térreo comercial o pé direito é duplo, seis metros de altura e há uma
➢ EDIFÍCIO BRASCAN – ESTRUTURA E MATERIALIDADES
marquise por toda extensão das lojas protegendo os usuários das intempéries, ela é A estrutura das três edificações é modulada e convencional de concreto
composta de chapa de aço galvanizado e soldado com cobertura de vidros. Esse é mais um
com lajes protendidas, internamente a maioria das divisões são em gesso acartonado. Os
ponto positivo do Brascan, o conforto gerado para os usuários faz com que eles permaneçam
pilares expostos na fachada recebem revestimentos que simulam aço corten e os do
por mais tempo.
térreo comercial recebem o granito. Figura 47: Praça comercial do edifício Brascan Figura 45: Lançamento estrutural
Fonte: Website galeria da arquitetura – acessado em 21/03/2019 Figura 48: Marquise de proteção Fonte: SlideShare / Juliana Carvalho – acessado em 21/03/2019 Figura 46: Fachada – torre de escritórios
Fonte: Website galeria da arquitetura – acessado em 21/03/2019
Fonte: Website galeria da arquitetura – acessado em 21/03/2019
CAPÍTULO 4. REFERÊNCIAS PROJETUAIS
32
4.2 ESTUDOS DE CASO ➢ EDIFÍCIO COPAN
Figura 50: Análises de implantação
•
Localização: Av. Ipiranga, República São Paulo – SP
•
Projeto: Década de 50, concluído em 1971.
•
Arquiteto: Oscar Niemeyer.
•
Área do Terreno: 11.500 m²
•
Área Construída: 120.000 m²
Figura 49: Edifício Copan
Fonte: Edifício Copan: uma análise arquitetônica com inspiração na disciplina análise musical, dissertação de mestrado apresentada á FAU-USP por Carolina Silva Oukawa (2010). LEGENDA Fonte: ArchDaily clássicos da arquitetura – acessado em 25/03/2019
Acesso de veículos Acesso de Pedestres
O edifício Copan representa um marco da arquitetura moderna na
Um ponto positivo é que no pavimento térreo, destinado ao comércio, as
cidade de São Paulo, projetado para ser um empreendimento de uso misto e alta
galerias de lojas não possuem degraus, os desníveis da topografia da cidade foram sendo
densidade, com comércio e habitações fazendo parte da requalificação do centro na
dissolvidos pouco a pouco nos pavimentos superiores, formando um piso inclinado e
década de 60. Hoje residem no edifício aproximadamente 5.000 pessoas, fazendo com
acessível.
que ele possua até Cep próprio.
33
CAPÍTULO 4. REFERÊNCIAS PROJETUAIS
➢ EDIFÍCIO COPAN – PROGRAMA ARQUITETÔNICO Figura 53: Pavimento tipo setorizado Figura 51: Térreo comercial do edifício Copan
Entrada 1
Elevadores Bloco B Entrada 2 Elevadores Bloco A
Entrada 3
3 Dormitórios
1 Dormit. e Kitnets
Entrada 4 Elevadores Bloco C e D
1 Dormit. e Kitnets 2 Dormitórios
Entrada 5 Elevadores Bloco E e F Fonte: Elaborado por autora com base no projeto original. Plantas
3 Dormitórios
fornecidas pelo blog pro1 – acessado em 26/03/2019 Figura 52: Análises dos pavimentos comerciais do edifício Copan Fonte: Elaborado por autora com base no projeto original. Planta já editada fornecida pelo website researchgate – acessado em 26/03/2019 LEGENDA Comercial (Lojas e restaurantes) Habitacional Circulação Horizontal Fonte: Análises fornecidas pela nexo jornal – acessado em 25/07/2019
Circulação Vertical
O térreo é fruído, possuí cerca de 70 lojas dentro e fora do corpo do
Com 32 pavimentos, os blocos totalizam 1.160 apartamentos que variam
edifício, abrigando restaurantes, café e o antigo cinema, hoje desativado. O acesso aos
de kitnets com 26 m² a apartamentos com três dormitórios de 350 m², abrigando assim todos
apartamentos se dá por portarias independentes entre as lojas, já que a lâmina é
os tipos de público. No terraço temos um mirante para a cidade aberto a população.
composta por núcleos, são ao todo 6 blocos o que permite a variedade de tipologias. As vagas de estacionamentos são dispostas no subsolo.
CAPÍTULO 4. REFERÊNCIAS PROJETUAIS
34
➢ EDIFÍCIO COPAN – ESTRUTURA E MATERIALIDADES Figura 56: Análises a partir da fachada
Segundo as análises feitas por Carolina Silva Oukawa em sua tese de mestrado, na época da construção do edifício era o momento do concreto armado, foram cerca de 400 quilos por m³ construído em 115 metros de altura. Ela também menciona a posição dos pilares no térreo, que revela a forma em “S” dos pavimentos superiores, ajudando a dar estabilidade ao edifício, já que retilíneo com 32 pavimentos, as forças dos ventos sobre ele causariam maior impacto. Os pilares dos pavimentos tipo são esbeltos e em maiores quantidades, recebidos por um “pavimento de transição” logo acima do embasamento, no térreo eles diminuem e ficam robustos. Como o arquiteto Oscar Niemeyer não residia em São Paulo a obra foi
Fonte: Elaborado por autora com base na figura fornecida pelo website ArchDaily clássicos da arquitetura – acessado em 25/03/2019
administrada por outros profissionais que acabaram modificando um pouco do projeto original. Por exemplo, os blocos E e F abrigariam apenas uma unidade habitacional por
LEGENDA
pavimento, entretanto foram divididos em unidades de kitnets. Outra questão é a estrutura
Comercial (Lojas e restaurante)
que recebeu mais pilares que o necessário.
Habitacional
Os brises fixos de concreto no sentido horizontal são também característicos do edifício, em dois trechos de sua fachada eles são interrompidos por
Figura 57: Alterações no projeto original
pura estética. Nesses pavimentos as unidades habitacionais se utilizam da boa e velha cortina.
Figura 54: Terraço mirante do edifício Copan
Figura 55: Térreo comercial
Fonte: Gazeta do povo – acessado em
Fonte: TV Folha. Copan 50 anos – acessado
25/07/2019
em 25/07/2019
35
CAPÍTULO 4. REFERÊNCIAS PROJETUAIS
Fonte: Análises fornecidas pela nexo jornal – acessado em 25/07/2019
Figura 59: Implantação do complexo FL4300
4.3 ESTUDOS DE CASO ➢ EDIFÍCIO FL 4300 •
Localização: Av. Brg. Faria Lima, 4300 - Vila Olimpia, São Paulo – SP
•
Projeto: 2009
•
Arquitetos: Aflalo & Gasperini Arquitetos
•
Área do Terreno: 13.000 m²
•
Área do projeto: 30.000 m²
Figura 58: Imagens do complexo Fl4300
Fonte: Elaborado por autora com base no projeto original fornecido pelo website archdaily – acessado em 22/03/2019 LEGENDA Acesso de automóveis Acesso de Pedestres
O terreno do conjunto é aberto para três vias, sendo a mais importante a Av. Faria Lima, cada edifício possui três níveis de subsolo para estacionamentos. O espaço desenhado entre os volumes permitiu a criação de uma praça densamente arborizada com 1.280 m², a FL Square, garantindo um espaço de moradia, trabalho e convivência de forma harmônica. Fonte: Imagens retiradas do website arcoweb finestra – acessado em 22/03/2019
CAPÍTULO 4. REFERÊNCIAS PROJETUAIS
36
➢ EDIFÍCIO FL4300 – PROGRAMA ARQUITETÔNICO Figura 61: Planta do pavimento tipo setorizada
Figura 60: Implantação com térreo do complexo FL4300
2 2
5
1
2
2
4
2 3
6 6
6
1
3
5 2
Fonte: Elaborado por autora com base no projeto original fornecido pelo website archdaily –
Fonte: Elaborado por autora com base no projeto original fornecido pelo website archdaily –
acessado em 22/03/2019
acessado em 22/03/2019
LEGENDA
LEGENDA
1 - Restaurantes
Comercial (Restaurantes e Lajes Corporativas)
2 - Pilotis (Fruição)
Habitacional
3 - Espelhos d’ água
Prest. Serviços (Offices)
4 - Auditório do edifício corporativo
Circulação Horizontal Circulação Vertical
5 - Recepções do office / corporação 6 - Hall de acesso dos respectivos prédios
A praça foi pensada não só na população dos edifícios, mas na
A torre habitacional possuí 16 pavimentos, já a de escritórios contém 11
população do bairro, voltada integralmente para o comércio. Dessa forma as áreas de
pavimentos com 16 salas cada, 1 sanitário por sala. A corporativa, em frente a Faria Lima,
lazer do edifício residencial foram dispostas na cobertura da torre de escritórios, os dois
possuí 15 pavimentos, duas salas por laje e 2 sanitários cada.
são interligados por uma passarela que acontece no 11º pavimento habitacional.
37
CAPÍTULO 4. REFERÊNCIAS PROJETUAIS
Figura 63: Perspectiva do edifício FL4300
➢ EDIFÍCIO FL4300 – PROGRAMA E FORMA
Habitacional
Na setorização dos cortes é possível ver a cobertura do edifício de escritórios toda destinada para o lazer da torre habitacional. Os níveis de subsolo são
Passarela
independentes para cada uso tornando a praça do pedestre.
Figura 62: Setorização a partir do corte
Corporativo
Offices
Fonte: Website archdaily – acessado em 22/03/2019 Figura 64: Área de lazer da torre habitacional - terraço
Fonte: Elaborado por autora com base no projeto original retirado do website archdaily – acessado em 22/03/2019 LEGENDA Comercial (Restaurantes e Lajes Corporativas) Habitacional Prest. Serviços (Offices) Subsolos de Estacionamento
Fonte: Imagens retiradas do website archdaily – acessado em 22/03/2019
CAPÍTULO 4. REFERÊNCIAS PROJETUAIS
38
A praça possui grande parte da vegetação concentrada junto ao
➢ EDIFÍCIO FL4300 – ESTRUTURA E MATERIALIDADES
restaurante central, o piso neste trecho é poroso e permeável. O pergolado de estrutura Segundo informações fornecidas pelos próprios arquitetos, suas soluções estruturais são relativamente simples, trata-se de uma estrutura de concreto
metálica protege o pedestre e o encaminha da Rua Elvira Ferraz até as recepções do FL Office e FL Corporate.
convencional, com pilares dispostos de forma ortogonal. O projeto possui certificação LEED Gold, com planejamento eficiente e Sobre o exterior, cada edifício possuí materiais diferentes, como no FL
reuso de águas.
Corporate onde as fachadas são módulos de vidro. Os caixilhos são perfis de alumínio com vidro laminado de cor azul que controla a incidência da luz solar, também presente no FL Office. Para os demais edifícios, principalmente o habitacional, os brises promovem o sombreamento das fachadas com maior insolação. Os guarda corpos do terraço e das varandas são perfis tubulares de alumínio e vidros encaixilhados. Figura 66: Térreo comercial
Figura 65: FL4300
Fonte: Imagens retiradas do website arcoweb finestra – acessado em 22/03/2019
39
Fonte: Imagens retiradas do website arcoweb finestra – acessado em 22/03/2019
CAPÍTULO 4. REFERÊNCIAS PROJETUAIS
4.4 ESTUDOS DE CASO
Figura 68: Implantação e acessos
➢ EDIFÍCIO RIVERLIGHT •
Localização: Londres, área de antigas docas próxima ao Rio Tâmisa
•
Projeto: 2009 / 2016
•
Arquiteto: Richard Rogers
•
Terreno: 2,2 Hectares
•
Área liquida das unidades habitacionais: 98,00 m² Figura 67: Edifício Riverlight
Fonte: Elaborado por autora com base em plantas do edifício fornecidas pelo Rshp projects LEGENDA Acesso de automóveis pela Nine Elms Acesso de Pedestres Figura 69: Orientação solar e disposição das torres
Fonte: Rshp projects Riverlight – acessado em 30/03/2019
Trata-se da transformação de uma área industrial em Londres, próxima ao rio Tâmisa, em um espaço de uso misto com potenciais para lazer e convívio. Cerca de 60% do projeto foi destinado para espaços públicos e abertos. Anteriormente este local era composto por várias docas, que foram Fonte: Rshp projects Riverlight – acessado em 30/03/2019
substituídas ao longo do tempo por outros usos industriais, era um local degradado e pouco movimentado. Este projeto faz parte de uma ampla requalificação urbana e
Por estar em frente ao porto, o arquiteto se inspirou nas formas dos
ambiental proposta pelo governo londrino em 2001, visando despoluir o rio e dar á infraestrutura necessária para adensar essas áreas, como a construção de novas
barcos. Sua implantação tem relação direta com questões de conforto ambiental como a
estações de metrô.
direção dos ventos, insolação e a vista panorâmica do Rio.
CAPÍTULO 4. REFERÊNCIAS PROJETUAIS
40
➢ EDIFÍCIO RIVERLIGHT – PROGRAMA ARQUITETÔNICO
Segundo informações do projeto fornecidas pelo Figura 71: Pavimento Tipo
Figura 70: Setorização do pavimento térreo
arquiteto, o térreo mescla atividades comerciais e prestações de serviços bem variadas, por se tratar de um projeto do arquiteto Richard Rogers que incentiva as cidades compactas, toda essa diversificação de usos se justifica. A praça e o deck flutuante é dedicada integralmente ao pedestre, assim as vagas para automóveis ficam dispostas apenas no subsolo.
1
5
Os demais pavimentos dos seis blocos são habitacionais, ao todo 813 apartamentos que mesclam moradias e
2
flats hoteleiros. Divididos em módulos, as circulações horizontais se tornam menores e o aproveitamento da laje mais eficiente. 3 4
Como o terreno possui desnível e para se aproveitar da insolação, os edifícios variam sua altura de 12 a 20 pavimentos.
6
Figura 72: Variação no gabarito Fonte: Elaborado por autora com base em plantas do edifício fornecidas pelo Rshp projects
LEGENDA
LEGENDA
1 – Clube, academia, café e biblioteca.
Comercial (Lojas e restaurantes)
2 – Restaurantes.
Habitacional – Flats Hoteleiros
3 – Bar, restaurante.
Prest. Serviços
4 –Imobiliária e adm. do complexo.
Circulação Horizontal
5 – Cinemas e lojas.
Circulação Vertical
6 – Creche.
41
Fonte: Elaborado por autora
CAPÍTULO 4. REFERÊNCIAS PROJETUAIS
Fonte: Elaborado por autora com base em plantas do edifício fornecidas pelo Rshp projects Riverlight
➢ EDIFÍCIO RIVERLIGHT – ESTRUTURA E MATERIALIDADES
O projeto venceu o prêmio RIBA London 2018. Os organizadores disseram que o complexo oferece moradias acessíveis e tornou o lugar que antes eram subutilizados
A construção foi dividida em 3 zonas (topo/meio/base). As estruturas do
em um local agradável e bonito.
topo são mais leves com coberturas asas de gaivotas. No meio o piso é de concreto a cada dois andares e nos intermediários a estruturas é de aço. E a estrutura mais pesada,
Figura 75: Jardins do complexo
de concreto convencional fica para a base. Essa mescla diminui o peso da edificação. Como há muito vidro e estruturas metálicas é necessário o contravento que se integra a estética da edificação. Figura 73: Maquete física
Fonte: Rshp projects - acessado em 30/03/2019
Fonte: Rshp projects - acessado em 30/03/2019
Figura 76: Vista do Rio Tâmisa da sacadas do edifício Figura 74: Estrutura das torres
Fonte: Rshp projects - acessado em 30/03/2019 Fonte: Rshp projects - acessado em 30/03/2019
CAPÍTULO 4. REFERÊNCIAS PROJETUAIS
42
4.5 ESTUDOS DE CASO Figura 78: Fruição do complexo
➢ EDIFÍCIO CENTRAL SAINT GILES •
Localização: St Giles High Street, Centro de Londres.
•
Projeto: 2010
•
Arquiteto: Renzo Piano
•
Terreno: 64.000 m²
•
Área construída: 66.090 m²
Figura 77: Edifício Central Saint Giles
Fonte: Paredesescamoteaveis.blog – acessado em 06/06/2019 Acesso de Pedestres
Segundo seu próprio website, o Central Saint Giles Home, ele veio substituir um antigo prédio do governo, trata – se dá requalificação do centro de Londres a partir de um complexo multifuncional, com a intensão de trazer novamente o fluxo de pessoas em todos os períodos do dia, melhorando a qualidade do local que se encontrava repleto de moradores de rua e usuários de drogas. O St Giles foi um bairro conhecido por abrigar a pior favela de Londres, a Rookery.
Como no entorno existem vários edifícios com níveis de preservação o gabarito original foi reduzido, sua implantação ocupou toda a rua, segundo Piano era o “jeito Fonte: Paredesescamoteaveis.blog – acessado em 06/06/2019
londrino de projetar”, mas preocupou-se com o fruir, deixando cinco acessos em meio as lojas para a praça no centro do lote. No Subsolo do St. Giles existem apenas 33 vagas de automóveis, 28 motocicletas e 209 para bicicletas, o desejo do arquiteto era realmente desestimular o uso do automóvel.
43
CAPÍTULO 4. REFERÊNCIAS PROJETUAIS
➢ EDIFÍCIO ST. GILES – PROGRAMA ARQUITETÔNICO Figura 80: Setorização por torres
Figura 79: Implantação com térreo do complexo
Fonte: Elaborado por autora com base na planta do projeto original retirado de
Fonte: Paredesescamoteaveis.blog – acessado em 25/07/2019
paredesescamoteaveis.blog – acessado em 25/07/2019
Com plantas livres, o edifício de escritórios e lajes corporativas em forma
LEGENDA Comercial (Lojas e Lajes Corporativas)
de “U” possuí 11 pavimentos, são aproximadamente 52. 200 m² destinado a ele. No
Habitacional
residencial temos 109 apartamentos e destes 53 são destinados ao comércio popular para
Circulação Horizontal
evitar a expulsão das famílias de menor renda com a valorização do bairro.
Circulação Vertical
As duas torres possuem terraços em sua cobertura e a corporativa ainda conta com áreas livres em meio as lajes, nestes locais são feitas coletas da água da chuva para reuso, assim como na praça.
O térreo é todo voltado para o comercial, com diversas lojas, bares e restaurantes. Como suas fachadas são coloridas o interior da praça é neutro, para dar
A estrutura utilizada é a metálica, com a maioria das vedações em vidro e
espaço as logo marcas e ser visto através das transparências e pé direito duplo das
as chamativas fachadas coloridas em blocos cerâmicos. Elas exercem a função de fachada
vitrines. É por este motivo que o pavimento térreo não tem vedação de alvenaria, em
ventilada, permitindo que o ar passa pelos blocos e resfrie o edifício além de formar uma
planta o que vemos são núcleos de elevadores e escadas dos demais pavimentos.
capa térmica impedindo a incidência direta do sol. Assim, o edifício diminuí o uso de ar condicionado.
CAPÍTULO 4. REFERÊNCIAS PROJETUAIS
44
➢ EDIFÍCIO ST GILES – MATERIALIDADES E SUA RELAÇÃO COM O ENTORNO São seis cores de revestimento cerâmico que remetem a algo do entorno Por se tratar do centro medieval de Londres, o arquiteto através
compondo fachadas únicas, que contribuem também para o conforto
de contrastes, simula vários prédios, quando na verdade são
térmico do edifício, já que se trata de uma fachada dupla. Ao afastar a
apenas dois edifícios. Essa composição colorida evita a
segunda camada 20 cm da primeira vedação, cria-se uma troca de ar
imposição já que o complexo parece menor do que realmente é.
constante por efeito chaminé evitando assim o aquecimento da edificação.
Figura 81: Imagens da fachada do complexo St. Giles
Fonte: Imagens referentes a fachada fornecidas pelo website Central Saint Giles Home – acessado em 25/07/2019
Como o arquiteto mesmo diz, ele ocupou toda a testada da rua
O pé direito duplo e o recuo da entrada das lojas juntamente
por ser o modo Londrino de ocupar a cidade, mas alguns
com a transparência contrapõem com as cores, assim as
vazios foram criados para dar acesso ao interior da praça e
pessoas que caminham conseguem avistar a praça comercial.
manter a fruição.
45
CAPÍTULO 4. REFERÊNCIAS PROJETUAIS
Figura 82: Comparativo dos programas
4.6 ESTUDO DE CASO – ANÁLISES GERAIS E COMPARATIVAS Todos os cinco estudos aqui apresentados trazem edifícios multifuncionais ou “híbridos”, sendo três nacionais e dois internacionais, o que os diferencia fora o programa arquitetônico é o motivo de sua implantação e sua relação com o tempo e o espaço. Percebe-se que os estudos nacionais abordados foram implantados em áreas já consolidadas, aproveitando –se da estrutura local. O Edifício Copan foi inserido no Centro da Cidade de São Paulo, em um período onde não se tinha a preocupação com recuos ou gabaritos, ou seja, tudo foi aproveitado ao máximo; os edifícios Brascan e FL4.300, também foram dispostos em áreas que possuem infraestrutura além de estarem recebendo estímulos construtivos e de adensamento. Nos internacionais o intuito era de recuperar áreas degradadas, o edifício St Giles devolvendo a vitalidade do centro medieval de Londres, e o edifício Riverlight fazendo parte de um plano de requalificação ambiental e portuária as margens do Rio Tâmisa, também na capital inglesa. Para ambas as justificativas de se implantar um complexo multifuncional o adensamento é muito bem-vindo, seja ele para usufruir de locais bem-dotados ou cria-los
Fonte: Elaborado por autora com base nos programas arquitetônicos dos projetos.
Quando analisamos o urbano, os projetos internacionais são os que tiveram maior preocupação com a sustentabilidade e o entorno. Nos nacionais podemos
LEGENDA
dizer que o Copan com sua variedade tipológica se torna o mais democrático, abrigando
Habitacional
famílias de todas as rendas e estilos de vida, o edifício Brascan possuí as melhores áreas
Prest. Serviços
semipúblicas para lazer e permanência e o FL 4.300 apesar de possuir uma bela praça, dispõe de pouca variedade comercial. Além disso, é um empreendimento destinado a
Comercial Áreas semi públicas Estacionamentos
população de alto padrão, então não houve a preocupação de implantá-lo próximo a estações de metrô ou conter bicicletários.
Dos estudos foram utilizadas as informações do programa arquitetônico, semelhante aos
No quesito de aproveitamento construtivo, o Copan e o Riverlight foram os
edifícios FL 4.300, Brascan e ao St. Giles, o complexo proposto terá habitação, prestação
que melhor se utilizaram de suas lajes, quando há mais circulações verticais as perdas
de serviço e corporações em blocos independentes. Das praças, os pergolados que
em áreas de circulação horizontal são mínimas.
protegem os pedestres ao caminhar pelas lojas, e a variação de tipologias observadas no Edifício Copan.
CAPÍTULO 4. REFERÊNCIAS PROJETUAIS
46
5.1 PROGRAMA ARQUITETÔNICO Figura 83: Programa arquitetônico - Área útil da edificação
➢ COMPARTILHADOS Áreas técnicas da torre 1 (escritórios/Corp) e estacionamentos presentes no subsolo.
Fonte: Elaborado por autora com base nos estudos referenciais levantados
48
CAPÍTULO 5. DESENVOLVIMENTO DO PROJETO
5.2 ORGANOGRAMA E FLUXOGRAMA Figura 85: Fluxograma de ambientes
Uma das ideias principais do projeto é a sua organização em relação aos seus usos, de modo que eles sejam independentes, garantindo assim o melhor funcionamento e conforto aos usuários. Cada um terá seu acesso individualizado, as únicas áreas compartilhadas estarão presentes no subsolo da torre 1, que são as salas técnicas e de manutenção do edifício e estacionamentos, que servirão tanto ao uso de prestação de serviço, quanto as lajes corporativas.
Figura 84: Organograma de distribuição de setores pelo complexo
PAV. TÉRREO (IMPLANTAÇÃO)
PAV. TÉRREO
CONVÍVIO PRAÇA
COMERCIAL TORRE 1
CORPORAÇÃO
PAV. SUPERIORES
SERVIÇOS (offices)
COMERCIAL TORRE 2
HABITACIONAL
OBS – Nos apartamentos a variação entre 50 e 70m² será devido a quantidade de dormitórios. Fonte: Elaborado por autora Fonte: Elaborado por autora
CAPÍTULO 5. DESENVOLVIMENTO DO PROJETO
49
Figura 86: Plano de massas
5.3 PLANO DE MASSAS
LEGENDA
Habitacional Comercial (lojas e corporação).
Na primeira disposição dos volumes a praça se destaca, mas o
A terceira tentativa possuí fachada ativa e fruição entre as ruas, na
conceito de fachada ativa se perde, já que nenhum dos térreos comerciais estão
mesma direção da ventilação predominante (sudeste), o habitacional ao fundo sendo
diretamente nas ruas. A habitação aos fundos preserva os moradores da avenida
preservado recebe iluminação todo o dia, já que a torre de serviço terá menos níveis, não
principal.
bloqueando a insolação e iluminação. Entretanto a praça fica restrita ao interior do lote.
O segundo volume teria a fachada ativa com a Rua Gaspar Soares e
Foi escolhido para o projeto a quarta opção, preservando o habitacional
térreo comercial voltado para a praça, mas o acesso só se daria pela Av. Leôncio de
dos ruídos e ventos, e mantendo a praça comercial juntamente com a fachada ativa para a
Magalhães. Outro ponto é que a ventilação predominante (Sudeste) iria incidir
avenida principal. E ainda sim ter visibilidade da praça, tanto da Rua Gaspar Soares quanto
diretamente na torre habitacional, não sendo favorável por questões estruturais.
da esquina com a Av. Leôncio de Magalhães.
Fonte: Estudos elaborado pela autora
50
CAPÍTULO 5. DESENVOLVIMENTO DO PROJETO
Na escala do pedestre a disposição das torres do complexo e os elementos
5.4 IMPACTO SOCIAL E VISUAL DESEJADO
da fachada tendem a direcioná-los através de eixos visuais, os croquis da etapa de Como já mencionado anteriormente, este é um trecho de ZEU (Zona de
desenvolvimento do projeto exemplificaram este raciocínio.
eixo de estruturação da transformação urbana), que permite adensamentos construtivos e Figura 89: Croquis de direcionamento visual.
populacionais justamente para potencializar sua infraestrutura de transportes público de massa. Dessa forma, o complexo pretende impactar positivamente, trazendo fluxos de pessoas em todos os períodos do dia, além do impacto visual de um bairro dormitório de baixo gabarito para uma nova verticalização da Cidade de São Paulo. Figura 87: Mudança de gabarito
´COMÉRCIO MORADIA
TRABALHO
Fonte: Elaborado por autora Figura 88: Impacto Social
Fonte: Elaborado por autora (Projeto em andamento)
O acesso aos escritórios e lajes corporativas fica direcionado para a saída do metrô Jardim São Paulo / Ayrton Senna, na Av. Leôncio de Magalhães, como visto na primeira imagem, facilitando o reconhecimento e chegada da população ao edifício. Na segunda imagem o pedestre consegue ter maior visão da praça e da torre Fonte: Elaborado por autora
habitacional pela esquina da Rua Gaspar Soares com a Av. Leôncio de Magalhães.
CAPÍTULO 5. DESENVOLVIMENTO DO PROJETO
51
Percebe-se que tanto no verão quanto no inverno a fachada oeste da torre
5.5 ESTUDO DE INSOLAÇÃO E ILUMINAÇÃO NATURAL
habitacional recebe insolação direta e em grande quantidade, já que não há nenhum bloqueio Através do uso da maquete volumétrica física e com o auxílio do relógio de sol, é determinado as fachadas que precisam de um tratamento específico de conforto
em relação aos edifícios do entorno, todos de baixo gabarito. A praça e a diferença de níveis das torres também permitem boa insolação e iluminação a leste e norte.
térmico. Figura 90: Estudos de insolação.
Insolação recebida pelos edifícios em 22 de dezembro, solstício de verão, ás 6 horas da manhã.
Insolação recebida pelos edifícios em 22 de junho, solstício de inverno, ás 6 horas da manhã.
Insolação recebida pelos edifícios em 22 de dezembro, solstício de verão, ás 12 horas.
Insolação recebida pelos edifícios em 22 de junho, solstício de inverno, ás 12 horas. Fonte: Estudos elaborado pela autora
52
CAPÍTULO 5. DESENVOLVIMENTO DO PROJETO
Insolação recebida pelos edifícios em 22 de dezembro, solstício de verão, ás 18 horas.
Insolação recebida pelos edifícios em 22 de junho, solstício de inverno, ás 18 horas.
As placas serão cerâmicas com juntas abertas, não sofrendo perda por
5.6 SOLUÇÕES DE CONFORTO AMBIENTAL
dilatações, nem com as patologias provenientes de acúmulo de água, devido as trocas
RESPOSTAS AS ANÁLISES CLIMÁTICAS – TORRE 1 OFFICES E CORP.
constantes de ar. “Por se tratar de um sistema onde o revestimento fica separado da
Para a torre de prestações de serviço e corporação foi pensado a
parede externa através de uma câmara de ar ventilada, esse é capaz
utilização da fachada ventilada, semelhante a presente no projeto referencial Central Saint
de proporcionar mais conforto ambiental no interior do edifício,
Giles, do arquiteto Renzo Piano. Segundo a reportagem do site ArchDaily Brasil Materials,
diminuindo ou dispensando o uso de ar condicionado e calefação.” (O sistema de fachadas ventiladas: Análises e especificação. Pág 01)
elas são soluções construtivas sustentáveis que melhoram o conforto térmico da edificação, reduzindo de 30% a 50% o consumo de energia em aparelhos de ar
Para compor a estética do edifício mantendo alguns trechos envidraçados
condicionado, além de muitos dos seus materiais serem recicláveis.
será utilizado a fachada ventilada de vidro, essa vedação dupla diminui também os níveis de Elas funcionam como uma fachada dupla, fixadas em suportes de alumínio
ruído provenientes da avenida Leôncio de Magalhães. Os vidros utilizados são os chamados
ou aço inoxidável, mantendo uma distância de 15 a 20 cm das paredes de vedação, o que
Low-e (baixo emissivo) Temperado, controlando a insolação sem interferir na luminosidade,
cria um corredor de ar com trocas constantes por efeito chaminé. A implantação do
ou criar o efeito espelho que é prejudicial para o entorno.
VIDROS LOW-E Reflexão Externa: 8 a 10%
edifício também é favorável a solução, já que se encontra a sudeste, orientação da
Luminosidade: 70 a 80 %
ventilação predominante da Cidade de São Paulo.
Fonte: Abravidro. Figura 92: Montagem da fachada ventilada
Figura 91: Efeito chaminé
Figura 93: Sistema em vidro
Efeito chaminé é a troca de temperatura por variação de pressão, ou seja, o ar quente tende a subir por ser menos denso, empurrado pelo ar frio. Essa é uma estratégia muito utilizado por arquitetos para manter a qualidade e o conforto térmico das edificações. Fonte: Blog Márcia Senna – acessado em
Fonte: O sistema de fachadas ventiladas.
Fonte: O sistema de fachadas ventiladas.
09/08/2019
Análises e especificação. Pág 04
Análises e especificação. Pág 27
CAPÍTULO 5. DESENVOLVIMENTO DO PROJETO
53
RESPOSTAS AS ANÁLISES CLIMÁTICAS – TORRE 2 HABITACIONAL.
Na chegada do edifício onde se localiza o hall de elevadores e escadas temos um painel fixo semelhante aos brises, fazendo a função de elemento vazado,
Para o edifício habitacional levando em consideração o entorno de baixo gabarito, foi necessária a colocação de brises para minimizar a insolação da fachada oeste, que recebe muito sol no período da tarde aquecendo os ambientes e os tornando
ventilando e iluminando as circulações. Este vão possui uma esquadria com vidros de correr para que possam ser fechados quando necessário, ou seja, as soluções não são permanentes levando em consideração a mudança do clima nas estações do ano.
desconfortáveis. Eles foram dispostos nos dormitórios e salas de estar, ambientes de Para a cobertura foi destinado trechos de telhado verde, deixando a área
baixa permanência como área de serviço e banhos não necessitam desta proteção.
de lazer mais bela e minimizando a temperatura do edifício. Ele também contribui para o Em orientações leste e oeste são indicadas aletas na vertical, neste caso
conforto acústico do piso inferior.
foi utilizado bises levemente inclinados que remetem as janelas venezianas de madeira. Móveis, eles correm em trilhos de alumínio fixados na fachada, dando a opção de não
OUTRAS TÉCNICAS UTILIZADAS
serem utilizados no inverno paulistano. Outra solução foi a própria forma do edifício com seus recuos e varandas que criam proteções contra a insolação indesejada.
Nos dormitórios o piso vinílico minimiza os ruídos no apartamento inferior, também melhora o conforto térmico do ambiente. As Tinturas utilizadas não possuem composto orgânico volátil, prejudicial à saúde.
Figura 94: Brises Móveis de Madeira
Figura 95: Projeto Arquitetônico
Temos Iluminação e ventilação natural em praticamente todos os ambientes, apenas os banheiros da tipologia de 50m² possuem iluminação e ventilação forçada. Figura 96: Telhado Verde
Fonte: Azimute Solar – acessos em 26/10/2019
54
Fonte: Imagens Autorais
CAPÍTULO 5. DESENVOLVIMENTO DO PROJETO
Fonte: Pinterest Coberturas Verdes – acesso em 27/10/2019
Figura 99: Detalhamento estrutural torre 1
5.7 SOLUÇÕES ESTRUTURAIS Caixa d’ água acima do núcleo rígido (alvenaria estrutural).
TORRE 1 OFFICES E CORP. Como a pretensão era criar ambientes de trabalho flexíveis para as lajes
Laje Stelldeck (vence vãos de 4 metros) Vigas da Transição (Cruzeta para receber a stelldeck no vão de 4 metros). Pilar metálico (perfil H laminado)
Laje nervurada
corporativas e possibilitar diversos layouts, a estrutura escolhida foi a de pilares periféricos de concreto e laje nervurada, proporcionando grandes vãos. Assim no caso Viga metálica (perfil I laminado)
das salas de escritório por exemplo, a divisão dos ambientes ficará a cargo de paredes de gesso (Drywall). Segundo o engenheiro Yopanan Rebello, as lajes nervuradas conseguem
Pilar de Concreto
vencer grandes vãos com economia e menor espessura, se comparado a lajes
Vazio para ambiente descontraído
tradicionais apoiadas em vigas, isso porque suas nervuras funcionam como uma sequência de vigas “T”. Entre os vãos das nervuras passarão tubulações hidráulicas e elétricas, o acabamento para que elas não fiquem expostas será por forros de gesso.
Vazio com vista para recepção
Devido a forma e o vazio criado para a visualização da recepção e Figura 100: Pré-
ambientes de descontração, foi escolhido a laje Stelldeck e vigas metálicas perfil I para
dimensionamento Torre 1
este trecho. Assim como as estruturas, as vedações também serão pré-moldadas, diminuindo o tempo de construção da obra e minimizando a produção de resíduos dos canteiros. Figura 97: Laje Stelldeck (Detalhes)
Figura 98: Laje Nervurada Holedeck
Muro de arrimo Com 1 metro acima do nível da rua, o subsolo teve apenas 2 metros de escavação. Fonte: Manual do uso do aço – acessos em 26/10/2019
Fonte: Thorus Engenharia
CAPÍTULO 5. DESENVOLVIMENTO DO PROJETO
A laje se estende para cobrir o subsolo.
Fonte: Elaborado por autora
Fonte: Bases para projeto estrutural na arquitetura, pág 171 e 199.
55
Figura 101: Detalhamento estrutural torre 2
TORRE 2 HABITACIONAL. Para o edifício habitacional também temos a estrutura mista de concreto e
Viga I secundária
Laje Stelldeck
Contravento
metal. No subsolo e no térreo onde se localizam as lojas, foi utilizado laje nervurada e pilares de concreto. Já nos apartamentos, a estrutura metálica, resistente e com menores dimensões interferindo pouco nos layouts. O pilar escolhido foi o metálico H laminado, ele apresenta maior resistência que as vigas em perfil I por possuir largura de mesas igual as da alma, evitando assim a
Viga contínua
Pilar H
flambagem. No caso da viga, a escolha se deu pela economia de altura aliada com a resistência, utilizando o perfil I laminado. É bom ressaltar que elas são contínuas no sentido longitudinal (hiperestáticas) e bi apoiados no sentido transversal. Também temos algumas vigas secundárias, diminuindo os vãos para receber a laje Stelldeck. Por se tratar de um edifício alto, esbelto e contendo estruturas leves, foi
Muro de arrimo necessário seu contraventamento. Parte dele já era feito pelo núcleo rígido de escada e elevadores, mas foi necessário o reforço com paredes estruturais dispostas no maior
Pilar de Concreto
A laje se estende para cobrir o subsolo.
sentido da lâmina. As ligações entre as estruturas são a partir de cantoneiras associadas
Núcleo rígido
a soldagem que é o método de maior rigidez.
Viga I em balanço (1,30m) Figura 102: Pré- dimensionamento Torre 2
Para
OUTRAS PRECAUÇÕES:
o
pré-dimensionamento
da
estrutura foi utilizado os gráficos do Resistência ao fogo: quando deixados sem qualquer proteção perfis H e I podem resistir a apenas 15 minutos em altas temperaturas. Para pilares e vigas foi
engenheiro Yopanan Rebello. Eles apresentam o mínimo e máximo das
escolhido proteção por manta, alcançando até 240 minutos de resistência contra ao fogo. sessões estruturais, sendo o máximo utilizado
apenas
para
grandes
suportes de peso, como piscinas em coberturas.
Para
o
complexo
foi
adotado a sessão média. Fonte: Bases para projeto estrutural na arquitetura, pág 79,171 e 199.
56
CAPÍTULO 5. DESENVOLVIMENTO DO PROJETO
Para a torre de escritórios e corporação foi dimensionado painéis
5.8 SOLUÇÕES DE SUSTENTABILIDADE
fotovoltaicos em sua cobertura, colaborando para eficiência energética do edifício. Segundo
TORRE 1 OFFICES E CORP.
o portal solar, com durabilidade de mais de 25 anos, possui vidros temperados resistentes a
Além de soluções já mencionadas como a fachada ventilada, que ajuda
chuvas de granizo.
tanto na questão de conforto ambiental quanto na de sustentabilidade, ao diminuir o
Seu funcionamento é dado da seguinte forma, cada painel solar possuí as
consumo energético do edifício, e as vedações e estruturas pré-moldadas, que diminuem
células fotovoltaicas que captam os fótons (Luz solar) gerando a energia solar, mas antes de
os resíduos no canteiro de obras, também foram pensadas soluções como o reuso de
chegar aos nossos aparelhos é necessário o conversor, transformando energia solar em
águas cinzas.
energia elétrica. O excesso produzido e não utilizado vai para a rede elétrica e se torna Nas torres dos dois edifícios as águas de chuva serão captadas, assim
como os excedentes em lavatórios. Elas serão filtradas e armazenadas em cisternas
créditos que podem ser utilizados no período noturno, processo demonstrado na figura 92. Figura 105: Composição do painel fotovoltaico
Figura 104: Geração de energia solar
independentes da caixa d’água, sendo utilizado apenas para descargas nos banheiros e limpeza de áreas comuns das edificações. Na figura abaixo será exemplificado o processo de utilização das águas cinzas, já utilizadas, desde a captação até o reuso.
Figura 103: Reuso de águas em edifícios
Fonte: BlueSol – acesso em 16/11/2019
Fonte: BlueSol – acesso em 16/11/2019
Para a quadra esportiva, o playground e trajeto
Figura 106: Piso de Pneus
da praça foi utilizado pisos ecológicos de pneus triturados, 100% recicláveis, sendo preciso 5 pneus a cada 1m² segundo o fabricante, Psoleve.
Ele também possui as seguintes
vantagens: Ser drenante e de alta resistência, antiderrapante, amortece quedas e ameniza impacto, é atérmico e permite as diversas Fonte: Biociências – acesso em 16/11/2019
colorações.
Também
pode
ser
instalado
em
contrapisos, desde que tenha o devido escoamento da água, para que os acúmulos não danifiquem o piso.
CAPÍTULO 5. DESENVOLVIMENTO DO PROJETO
Fonte: Pisoleve – acesso em 16/11/2019
57
Para proteger os usuários de desníveis e delimitar o jardim comercial do
5.9 SOLUÇÕES PAISAGISTICAS
habitacional, foi utilizado a espécie arbustiva Clúsia Fluminensis. Incorporando o nome do bairro a praça, foi decido torná-la um Jardim. Foram escolhidas espécies brasileiras, em sua maioria presentes na mata atlântica, bioma da Cidade de São Paulo. As espécies de árvores que floram em épocas diferentes do ano
Clúsia fluminensis.
manterão o ambiente sempre bonito. São elas:
Pode receber poda decorativa, com altura que varia de 4 a 6 metros.
Ipê Roxo (Tabebuia). Floresce de junho a agosto. Chega até 10 metros de altura e não possui raízes que danifiquem as calçadas.
As demais vegetações, tanto da praça quanto da cobertura verde do edifício habitacional, não possuem folhagens coloridas. Foram mantidos os tons de verde para
Ipê Amarelo (Tabebuia). Floresce de agosto
deixar com que as árvores fossem os destaques do jardim, cada qual ao seu período de floração. Exemplos de demais espécies utilizadas.
a setembro. Chega até 10 metros de altura e não possui
Calateia.
raízes que danifiquem calçadas.
De pequeno porte, chegando a 50cm de altura apenas. Ipê
Branco
(Tabebuia).
Floresce
Foi utilizada em ambientes sombreados decorando a
de
setembro a outubro.
entrada das lojas.
Chega até 10 metros de altura e não possui
Palmeira Fênix
raízes que danifiquem calçadas.
De pequeno porte, de 2 a 4 metros de altura. Foi utilizada próxima a quadra esportiva do habitacional
Rosedá Rosa (Lagerstroemia). Floresce de
para disfarçar muros e paredões.
outubro a março. Sua altura varia de 3 a 6 metros e suas
Bromélia
raízes são rasas.
Escolhidas as de pequeno porte para compor junto com a fonte, o gramado e o deck de madeira.
Quaresmeira (Tibouchina). Floresce de abril a junho. Sua altura varia de 8 a 12 metros e suas raízes são rasas.
58
Fonte: Instituto Brasileiro de Florestas – acessado em 19/10/2019
CAPÍTULO 5. DESENVOLVIMENTO DO PROJETO
6.1 PLANTAS
CAPÍTULO 6. PROJETO ARQUITETÔNICO – PLANTA DE SITUAÇÃO 60
CAPÍTULO 6. PROJETO ARQUITETÔNICO – IMPLANTAÇÃO COM PAV. TÉRREO 61
CAPÍTULO 6. PROJETO ARQUITETÔNICO – PAV. TIPO 1 62
CAPÍTULO 6. PROJETO ARQUITETÔNICO – PAV. TIPO 2 63
CAPÍTULO 6. PROJETO ARQUITETÔNICO – PAV. TIPO 3 64
CAPÍTULO 6. PROJETO ARQUITETÔNICO – PLANTA TERRAÇO 65
66
CAPÍTULO 6. PROJETO ARQUITETÔNICO – PLANTA DO SUBSOLO
6.2 CORTES
CAPÍTULO 6. PROJETO ARQUITETÔNICO – CORTE A-A
67
68
CAPÍTULO 6. PROJETO ARQUITETÔNICO – CORTE B-B
CAPÍTULO 6. PROJETO ARQUITETÔNICO – CORTE C-C
69
6.3 FACHADAS
70
CAPÍTULO 6. PROJETO ARQUITETÔNICO – ELEVAÇÃO 1
CAPÍTULO 6. PROJETO ARQUITETÔNICO – ELEVAÇÃO 2
71
72
CAPÍTULO 6. PROJETO ARQUITETÔNICO – ELEVAÇÃO 3
CAPÍTULO 6. PROJETO ARQUITETÔNICO – ELEVAÇÃO 4
73
74
CAPÍTULO 6. PROJETO ARQUITETÔNICO – ELEVAÇÃO 5
6.4 ILUSTRAÇÕES - PLANTA HUMANIZADA
CAPÍTULO 6. PROJETO ARQUITETÔNICO – PALNTAS HUMANIZADAS
75
6.5 PERSPECTIVAS
VISTA FRONTAL DO EDIFÍCIO DE ESCRITÓRIOS E CORPORAÇÃO AV. LEÕNCIO DE MAGALHÃES
76
CAPÍTULO 6. PROJETO ARQUITETÔNICO - PERSPECTIVAS
VISTA LATERAL – RUA GASPAR SOARES
CAPÍTULO 6. PROJETO ARQUITETÔNICO - PERSPECTIVAS
77
VISTA LATERAL – RUA GASPAR SOARES
78
CAPÍTULO 6. PROJETO ARQUITETÔNICO - PERSPECTIVAS
VISTA POSTERIOR – EDIFÍCIO HABITACIONAL E SUAS ÁREAS DE
VISTAS DO PLAYGROUND E QUADRA.
LAZER.
Ambientes que compartilham os pisos de pneus reciclados mencionados na página 57 deste livro, destinada a sustentabilidade.
CAPÍTULO 6. PROJETO ARQUITETÔNICO - PERSPECTIVAS
79
VISTAS INTERNAS DA PRAÇA.
80
CAPÍTULO 6. PROJETO ARQUITETÔNICO - PERSPECTIVAS
VISTA SUPERIOR DA PRAÇA.
CAPÍTULO 6. PROJETO ARQUITETÔNICO - PERSPECTIVAS
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6.6 CONSIDERAÇÕES FINAIS O complexo de edifícios híbridos atende as necessidades locais e proporciona melhor qualidade de vida para a população do bairro, transformando o dormitório em uso misto, criando um polo comercial na zona norte da Cidade de São Paulo, potencializando o uso da estação Jardim São Paulo / Ayrton Senna (linha 1 – azul do metrô), que hoje possui a menor frequência de usuários deste trecho. Com os resultados obtidos é possível concluir que, projetos urbanos, arquitetônicos e paisagísticos caminham juntos, seja eles para resolver problemáticas ou acrescentar, ao local e a população. Para um projeto
arquitetônico
ser
bem-sucedido
enquanto
proposta,
precisa
compreender e atender ao entorno. Dessa forma, podemos afirmar que não existe arquitetura sem o urbanismo, muito menos urbanismo sem a arquitetura.
“Para mim, enfim, a qualidade de uma boa arquitetura não depende tanto do
talento, mas da formulação correta do problema a ser resolvido.” Arquiteto Alejandro Aravena. 82
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