Revista CANAL #2

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Lei 12.685 de 28/08/2007, Decreto 54.179 de 30/03/2009, Resolução SF - 34 de 07/05/2009.

sua nota fiscal VALE UMA VIDA DOE SUA NOTA FISCAL PARA

À LEITORA

O HOSPITAL DE CÂNCER DE BARRETOS. ELA PODE SALVAR VIDAS. SALV LVA LV VAR VIDAS A. AS

O Hospital de Câncer de Barretos: - atende, totalmente pelo SUS, 4000 pacientes por dia, vindos de 1655 municípios de TODOS os estados brasileiros; - possui 13 alojamentos com capacidade para 650 pessoas; - tem 5,5 milhões de déficit mensal.

simples assim

Deposite aqui sua nota fiscal, sem identificar seu CPF ou CNPJ, e ajude o Hospital de Câncer de Barretos. Os créditos de ICMS recolhidos serão revertidos na construção do instituto de ensino e pesquisa.

hcancerbarretos.com.br

ilustração: chiconando

Lazer ao ar livre, contato com a natureza, alimentação saudável, tempo disponível, menos artificialidade, mais naturalidade e pé no chão. Tudo isso tem a ver com os desejos de verão e, melhor ainda, com o zeitgeist dos tempos atuais. Sim, em meio a overinformação, overtecnologia, over-regras, over-hype, overostentação, overposts, é notável a vontade por menos, cada vez mais. A simplicidade, enfim, é tendência. Na era das redes sociais e do indivíduo, notase o crescente querer pelo real, pelo não virtual, pelo nosso e de todos, pelo coletivo não invasivo, pela valorização dos valores. Claro, não se trata de uma realidade de massa, mas de um movimento. E a Canal olha para essas manifestações porque, além do shape, da cor e da estampa da vez, moda é sobre desejos, tem a ver com vontades e ciclos, é comportamento. O exercício do estilista parte das perguntas “o que vestir bem e melhor?”, “como valorizar ainda mais a mulher?” e encontra respostas em uma colagem de hipóteses e referências embasada no mood da temporada, que nada mais é que

o humor da estação... e o humor atual é leve, fácil, guiado por esses movimentos. Os ventos apontam para o pós-aspiracional, indicam a expiração do “tem que”, da it girl, do it boy, do artificial, do encenado. Derrubam a realidade beta, aquela superidealizada, sempre em plano e por isso frustrante. Levam para o que já se chamou de “menos é mais”, para um lugar confortável, livre. E, antes que pareça uma nova ordem, é bom deixar claro que se trata apenas de uma sugestão, de um caminho. Imposições estão fora dessa rota, que é suave. Canal seguiu essa direção – que, sim, está nas passarelas internacionais, nos discursos, na arte, no cinema – e criou uma coleção descomplicada, superfeminina, leve, com o romantismo tão característico desse resgate. E, seguindo esses bons sopros, canal chegou a Jericoacoara, o cenário da nossa nova coleção. Um pedaço do Ceará, área de preservação ambiental, onde é verão o ano inteiro, todos os anos. Ali, tudo é natural e diverso, verdadeiramente bonito, nosso e de todos. Simples e assim.


sumário

web

canal.com.br

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fotos: franco amendola, divulgação e Muriel Maxwell, American Vogue, 1939 - © Condé Nast / Horst Estate - Victoria and Albert Museum

6 mood as inspirações da nova coleção CANAL 10 suave, sutil, so glam os códigos do novo glamour 22 mais frecor, por favor moda easy e colorida para dias de férias total 30 sem fronteira produções certeiras para o dia a dia 48 jericoacoara os encantos do cenário do verão 2015 da CANAL 66 antes do pôr do sol referências navy-resort para tardes de calor 76 blanc, blanco, branco, bianco o total white conquista, mais uma vez, seu lugar ao sol 88 movimentos as iniciativas e o comportamento que transformam a cena atual 114 shops as peças indispensáveis para a mala das férias 122 Hibri-cidade o resultado da fusão da veste esportiva com a urbana 134 beleza aprenda a fazer um make-up para o dia e outro para a noite 136 radar canal os registros dos eventos da CANAL pelo Brasil 144 making of o bastidor desta edição 147 lojas ache a CANAL mais próxima de você 148 next look um preview da coleção outono inverno para dar água na boca

foto: franco amendola

Dicas de estilo, de cultura, novidades da Canal e todo o universo da marca estão on-line, no site, no blog e em nossas mídias culturices

moda em movimento

O Instagram, o Facebook e o blog da Canal trazem dicas e programações culturais. A exposição “Horst: Photographer of Style” é um dos destaques. Em cartaz no Victoria and Albert Museum, de Londres, entre os meses de setembro e janeiro, a exibição é composta de trabalhos de Horst P. Horst (1906-99), pioneiro da fotografia de moda e estilo, junto a Irving Penn e Richard Avedon.

O blog da Canal apresenta os fashion movies da temporada, assinados pela Boutique de Imagens, que, desta vez, também usou seu olhar poético para registrar depoimentos de moradores de Jericoacoara, o destino do Verão 2015 da Canal.

looks

likes

No site da Canal, você encontra mais de 300 fotos de produções e looks para usar como referência na hora de se vestir ou ter novas ideias. Divirta-se!

O Instagram da Canal traz dicas de promoções, de estilo, de moda, de cultura pop e registros de quem veste a marca

casa carioca

@biaperotti

@camilacoelho

@lumicheletti

@moalfradique

@pat_maldonado

@yannalavigne

@fbbreal

@natalliarodrigues8

A CANAL desembarcou no Rio de Janeiro. A primeira loja carioca fica no Barra Shopping e apresenta o novo layout arquitetônico da marca: jovem, contemporâneo, superfeminino, assinado pelo escritório be.bo, de Bob Neri e Bel Lobo. Saiba mais sobre esse e outros novos endereços em nosso blog.

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escapismo

Canal convida você a conhecer as referências e motivações dos principais temas que fazem o mix de tendências da coleção verão 2015. São vontades coletivas prontas para você vestir na estação mais desejada de todas. Inspire-se! O verão é todo seu colagenS GIAN LUCCA AMOROSO

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colagens sobre obras: for love and lemon summer 2014, glamour frança (junho 2014), elle austrália (2014), kate spade, kinfolk magazine

MOOD

NEOLIRISMO CASUAL A desejada fuga frugal do caos da cidade embala a linha mais básica e dia a dia da temporada. E esse respiro fetiche é traduzido por estampas florais campestres, pelo caimento flow das calças flare e pelos detalhamentos de apelo étnico. São toques escapistas, que sugerem leveza. Uma rebeldia sutil aparece nas estampas rockers das camisetas. O romantismo e o twist folk dão suavidade à camisaria, a tops e a regatas espaçosas, sempre de toque macio. Enfim, looks de inspiração onírica para enfrentar a realidade numa boa. 7


IN NATURA A beleza e o encanto da natureza direcionam essa tendência, que traz suavidade e frescor para a moda. São estampas de flores tropicais e folhagens, formas orgânicas e fluidas, em uma cartela de cor que contempla tons de areia, das águas dos rios e dos mares, o dourado do sol e o colorido da flora. Nesse enredo, os tecidos ganham textura de palha, fios naturais como o algodão e o linho, além do toque de seda. A sofisticação natural é potencializada com brilhos sutis e pontuais. Para looks cheios de frescor e feminilidade. 8

urbano

colagem sobre obras: Marine Hugonnier (Art for Modern Architecture), tênis love life (celine), campanha verão 2014 isabel marant, SELF CONTAINED michael johansson

supernatural

colagem sobre obras: Gallant & Jones, cadeiras eames era

MOOD

ASFALTO QUENTE A alfaiataria encontra o sportwear e o resultado é uma tendência prática, com apelo minimalista. Os shapes ganham linhas arquitetônicas, recortes e decotes geométricos. O amarelo e o melancia são destaques da cartela de cor, que traz tons acesos e os neutros indispensáveis. As estampas são híbridas: com florais orgânicos e geometrismos artsy. Nesse passeio esportivo pela metrópole, o neoprene ganha status de ready-to-wear e tules vazados complementam a alfaiataria. Para looks supercontemporâneos, sem excessos. 9


o ready to wear há tempos é visto com vestes – e tecidos – esportivos por aí. O híbrido de estilos, estampas, texturas e desenhos é contemporâneo. Coeso a ponto de alcançar estética minimal, logo arrebatadora FOTOS franco amendola STYLING matheus pallos 11






assistentes de foto enzo amendola, renan vitorino beleza daniel lacerda (CAPA MGT) modelos bruna pellenz e bruna tiedt (FORD)


shops

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blusa 203902

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blusa 203898

FOTOS: eduardo svezia (still), franco amendola

short 154171

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Like a Rolling Stone: deixe as pedras rolarem nesta tend锚ncia despretensiosa e urbana 1 blusa rasgos 203891 2 colar pedras 024236 3 blusa p么ster 203908 4 pulseira pedras 024221 5 cinto losango 084288 6 short barra desfiada 154479 7 bolsa bordada com pedras 044264 8 short marmorizado 154505 23


shops

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blusa 033742

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FOTOS: eduardo svezia (still), rebeca perella

short 154067

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Tropicália: as folhagens migram para a moda e emprestam leveza para looks ultraverão 1 camisa folhagem 073783 2 clutch pedra 044262 3 blusa please 204538 4 pulseiras voltas menta 024253 5 pulseira bahia 024252 6 saia jeans com aplicações 144503 7 kit pulseiras pulseira color 024208 8 short floral 154074 25


shops

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colar 024255

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tricô 033620

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short 154009

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FOTOS: eduardo svezia (still), rebeca perella

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Early americans: referências tribais, folk e western compõem o étnico da temporada 1 camisa flores western 073724 2 bolsa étnica 044268 3 jaqueta safari color 103610 4 pulseira miçangas 024205 5 rasteira 063443 6 vestido étnico 164576 7 cinto zebra 084296 8 saia sarja 144078 27


shops

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jaqueta 154478

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blusa 033780

short 154478

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FOTOS: eduardo svezia (still), rebeca perella

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8 Dobradinha: o look total branco com brilhos é para todos os dias e noites (especiais) do verão 1 blusa detalhe renda 073747 2 colar texturizado 024244 3 regata detalhe trança 203746 4 cinto quadrados 084290 5 bolsa étnica bordada 044266 6 saia detalhe correntes 144049 7 pulseira esferas douradas 024230 8 saia bordada 144032 29


foto: divulgação/flo

VIDA AO AR LIVRE, O RESGATE DA NATUREZA, DO QUE É NATURAL, DA SIMPLICIDADE, DO QUE É FEITO COM PRAZER E VERDADE. O ZEITGEIST, AS INICIATIVAS E OS DESEJOS QUE GUIAM AS TENDÊNCIAS DA ESTAçÃO TãO OU MAIS QUE A COR, O SHAPE E A ESTAMPA DA VEZ


ESTILO Acessórios para a cabeça (como coroas, casquetes, tiaras e mais) são cada vez mais desejados abaixo da linha do equador e têm tudo a ver com as estações de temperaturas elevadas, tropicalientes. Porém os belos adornos não são novidade. Fernanda Guimarães, criadora das peças da Can Can, conta que “desde o período da arte sacra há registros de mulheres sendo coroadas com flores em momentos especiais e de celebração”. Essas imagens, aliás, estão entre as inspirações da criativa, que trabalhou como stylist e estilista antes de inaugurar sua marca de acessórios. “Minhas referências também vêm do trabalho de chapeleiros como o Philip Treacy e de formas da natureza”, completa. Sem exceção, todos os produtos da Can Can são feitos manualmente, um a um. Fernanda tem a ajuda de duas assistentes, tão talentosas quanto ela. “Nunca fiz um curso de artesanato. Minha família sempre trabalhou moda e artes, por isso desde pequena fazia trabalhos manuais. Quando comecei a montar acessórios as coisas foram acontecendo

naturalmente.” Sob encomenda, a marca oferece coroas de flores naturais. A maioria dos acessórios, no entanto, é feita com peças artificiais. “Acho que, de maneira geral, nós perdemos um pouco a conexão com a natureza e com tudo que é handmade. Então acredito que o trabalho da Can Can encanta por resgatar isso, e também pelas formas, pelos materiais que usamos e por não serem produzidos em grande escala.” Claro, o apelo “transforma look” superconta no balanço do sucesso da Can Can. “Sempre gostei muito de acessórios, acho que trazem mais identidade ao estilo de cada um. Para mim, são como minhas tatuagens, remetem a épocas da vida.” E tem a poesia, o ludismo, a feminilidade das flores. Inaugurado há seis anos no Rio de Janeiro, o ateliê da Can Can está há três em São Paulo e transborda o conceito da marca. Vendas também são feitas no site da label, com entregas em todo o Brasil e exterior. VISITE: loja.cancanacessorios.com.br SIGA: @cancanacessorios

“acessórios trazem mais identidade ao estilo de cada um”

moçA prendada A designer Fernanda Guimarães elabora as coroas, os pentes, os chapéus e as tiaras de sua Can Can em um charmoso ateliê em São Paulo. As peças são poéticas, handmade, superfemininas e remetem à natureza

ADORNISTA

Fernanda Guimarães, da Can Can, cria manualmente coroas de flores e acessórios ideais para fazer a cabeça na estação FOTOS deco cury

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fernanda veste canal 33 XX


música

musicalistas

O BARDO E O BANJO De 2012 para cá, das esquinas da avenida Paulista, o bluesgrass do quarteto foi tomando a cidade e atravessando as fronteiras paulistanas. Com repertório próprio e releituras de clássicos do rock e pop sempre em tessitura blues, o trabalho da banda conquista um público eclético: de crianças a senhores, de hipsters a tradicionalistas. O Bardo e o Banjo tem um par de CDs gravados: Synergy (2013) e Lakeside (2014), nos dois tiram bom som até de serrotes e colheres. Para comprar um disco, conferir o som e iluminar o dia, acesse: obardoeobanjo.com

Experimente a música de bandas independentes que preenchem as ruas de algumas capitais do país com ótimo som

Com shows gratuitos em espaços públicos e hits na web, essas bandas resgatam a forma mais roots de compor e apresentar música e potencializam seu alcance com a web. A soma é muito boa. O som idem. Feito com washboard, banjo, acordeão, baixo acústico, clarinete e mais belezuras sonoras. Para ouvir e dançar em dias de sol ou para ensolarar dias sem cor... BEACH COMBERS O power trio levou sua surf music instrumental para a orla e para os cruzamentos cariocas ainda em 2009. De lá para cá, “reverberou” em apresentações pela costa nacional, chegou à Argentina e excursionou pela Europa. Lançou três discos, dois em vinil – Beach Combers (2010), Na Brasa, volume I (2011) e Ninguém segura os Beach Combers (2012). A discografia traz releituras surfers de hits da jovem guarda e composições próprias, sempre produzidas e gravadas no estúdio da banda, o Coletivo Machina, na Lapa. Por lá estão criando novos temas para mais um vinil. Acompanhe e surfe no beachcombers.com.br

MUSTACHE E OS APACHES Inspirada nas Jug Bands americanas (que usavam instrumentos improvisados) e no circo Vaudeville (gigs populares cheias de improviso), a banda levou seu trabalho autoral para as ruas de Perdizes, São Paulo, há três anos. Expandiram tanto o mapa de atuação que, antes de lançar o primeiro disco homônimo, em 2013, apresentaram-se na Europa, em capitais como Praga, Bruxelas e Londres. Encantaram Jô Soares, participaram de novelas da Globo e criaram a trilha sonora da minissérie Lili a Ex, a ser exibida pelo canal GNT. O segundo disco estava em produção durante a feitura desta revista. Vá ao mustacheeosapaches.com e confira as novidades da banda.

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FOTOS: franco amendola

THE ORIGINAL WALLIES BAND Com três anos de existência a banda paulistana The Original Wallies Band faz versão jazz de clássicos do AC/DC (saiba que “Highway to Hell” pode ficar suave) e empresta sonoridade vintage pero contemporânea para canções do Beatles. Tudo com washboard, contrabaixo acústico, trompete, escaleta, guitarra e – vez ou outra – microfone, em locais abertos, públicos, festas em casas de amigos e por aí vai. Como costumam dizer, trata-se da música da forma mais antiga ainda sendo novidade. Por enquanto, o sexteto ainda não tem um disco físico, mas apresenta toda sua competência sonora em álbum digital e homônimo no theoriginalwalliesband.bandcamp.com

RAPHA MORAES No ano passado o cantor Rapha Moraes trocou a cena rock curitibana pela carreira solo, iniciada em espaços públicos com canções autorais – no melhor estilo fofolk – ritmadas por acordeão, cello, bateria e violão. Daí passou a se dividir entre Curitiba e São Paulo. Seu primeiro disco, La Buena Onda, foi produzido por meio de financiamento coletivo de fãs na internet (crowdfunding), os clipes fazem sucesso na web. Atualmente, Rapha roda o interior do Paraná e São Paulo com o projeto Diário de Viagem, em que compõe uma música e três vídeos em cada cidade visitada, sempre em espaços públicos, bem on the road. Para saber mais, siga para raphamoraesbrasil.com

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design

CRIATIVO CRIADOR CRIAÇÃo Cristhian Stange garimpa bicicletas antigas e sem uso e as transforma em objetos de desejo e de design. Ele mesmo pesquisa a matériaprima e transforma as peças

Old Body New Soul (OBNS) é o nome da marca curitibana de bicicletas feitas com quadros vintages recuperados e componentes novos e preciosíssimos. Lançada em 2014, após um par de anos de pesquisas e testes, a marca monta e comercializa um único modelo, a (linda) Pierre, que destaca o valor da reutilização e a intenção de incentivar uma rotina com mais contato com o meio, consciência corporal, social e ecológica. Conversamos com Cristhian Stange, criador da coisa toda e dirertor de criação em uma agência de publicidade.

O design e o conceito das bicicletas da OBNS é tão encantador quanto o desejo de somar mais ciclistas Às ruas

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FOTOS: DIVULGAçÃo

ciclista

Como sua relação com as bicicletas resultou na OBNS? A bicicleta é meu meio de transporte e eu já tinha um histórico de garimpar objetos antigos e restaurar. Juntei os dois. Além disso, redescobri a bicicleta com meus três filhos, que aprenderam a pedalar quando eu desenvolvia a marca, eles são pequenos cidadãos que se locomovem sobre duas rodas. A bicicleta é uma belíssima forma de descobrir o mundo, de ter contato com a cidade e com o próprio corpo. Sou envolvido, participei da organização do Terceiro Fórum Mundial da Bicicleta, com convidados de vários países que debateram

“a bicicleta é uma belíssima forma de descobrir o mundo” economia, saúde, urbanismo e arte. Como as bicicletas são feitas? Uso quadros da Peugeot – sem solda e unidos por cachimbos muito bem desenhados – produzidos no Brasil nos anos 70 e 80. É um grande trabalho de garimpo encontrá-los. Recupero os quadros, que ganham pintura especial. Daí, vêm outros componentes, todos novos e de primeira linha: pneu japonês, guidão de madeira feito artesanalmente no Canadá e outras peças minuciosamente escolhidas. Os bancos

são da marca inglesa Brooks, que faz modelos clássicos há mais de 100 anos. A Pierre tem quadro masculino, mas as mulheres a adoram, certo? Sim. Muitas querem o modelo masculino por hábito ou estética. Para as que preferem um quadro mais inclinado, vamos lançar a Brigitte, com cesta, para-lamas e outros detalhes, como um logo especial. VISITE: obns.com.br SIGA: @oldbodynewsoul 37


verde

SONHO E REALIZAÇãO Guil Blanche é um dos diretores do negócio social Movimento 90o, que já subiu um jardim vertical no Minhocão de São Paulo e pretende fazer ali um longo corredor verde (veja projeções abaixo)

Quem passa pelo Minhocão de São Paulo, vindo da avenida Sumaré, tem uma boa surpresa: um jardim vertical cobre a parede de um prédio, se destoa do cinza concreto abundante e faz sorrir. O jardim vertical é obra do Movimento 90º, “um negócio social”, como explica Guil Blanche, um dos diretores do projeto. “A estética dos jardins verticais e a proposta de resgatar a natureza cada vez mais rara nos centros urbanos são aspectos de grande importância, claro. Mas, além de deixar a cidade mais bonita, os jardins verticais colaboram para a diminuição da poluição sonora e do ar e para regular os índices térmicos (absorve o calor) e de umidade do ar”, explica Guil, interessado em tomar outras 20 empenas cegas (laterais de prédios sem janelas) do Minhocão, no que eles chamam de “corredor verde”. No entanto, a atuação extrapola o perímetro do Minhocão. “Realizamos uma empena no Rio de Janeiro e outras ações em São Paulo. Onde há cinza e oportunidade de melhoria, vamos.”

jardinista

O Movimento 90 transforma a cena e a vida urbana com jardins verticais. E capacita interessados a entrar na onda verde o

FOTOS: DIVULGAçÃo (projeções)

FOTOS mariana maltoni

“queremos disseminar conhecimento, o verde e suas vantagens” Para tanto, o Movimento 90º (formado por arquitetos, botânicos e paisagistas) conta com parceiros, busca por novos e por doações. Desenvolveu uma técnica própria, que impossibilita infiltrações e conta com sistema de irrigação inteligente. O grupo oferece workshops práticos e teóricos aos interessados em aprender a levantar um jardim vertical. Não precisa de conhecimento prévio de jardinagem para participar. “Queremos disseminar conhecimento, o verde e suas vantagens.” Projetos particulares (residências e empresas) remunerados também estão no radar da turma. “Precisamos de verba para viabilizar nossos projetos de bem-estar coletivo.” Pois sim, as ações sociais-urbanas do 90o não têm fins lucrativos. Dizem que a cor da esperança é verde, né?! VISITE: movimento90.com SIGA: @movimento90 39


verde

BOTANIQUISTAS

As fotos explicitam o conceito do Atelier Botânico FLO, do casal Carol Nóbrega e Antonio Jotta. Pergunto como devo chamá-los: paisagistas, jardineiros, floristas? “Não tenho uma resposta, a verdade é que somos apaixonados pela beleza e queremos levar o verde para dentro da casa”, diz Carol. E para a rua também. “Fizemos algumas edições do FLO itinerante em São Paulo e vamos fazer mais. É uma loja de flores pop-up. Somos encantados pela ideia de ver flores e plantas nas calçadas, em todo lugar. Queremos desmistificar o ato de dar flores. Não precisa ter uma data especial para se autopresentear ou presentear alguém.” Com vendas on-line e nas lojas Amoreira e B. Luxo, em São Paulo, além de

arranjos florais (plantados ou bouquets), o FLO cria terrários e jardins residenciais (incluindo varandas de apartamentos e áreas verdes internas) e, em esquema de assinatura, envia flores e plantas semanalmente para as casas de interessadas. “Criamos tudo em torno da simplicidade e do carinho que sentíamos falta.” A ideia do FLO surgiu durante a lua de mel do casal. A intimidade com flores e jardins já existia – “brinco que o Jotta é da roça, e ele é mesmo (risos)” – e foi enriquecida com o senso estético dos dois, que trabalhavam no mercado de moda e pesquisa de tendências. “Sair da frente do computador, colocar a mão na massa, entrar em contato com a natureza e realizar nossos sonhos dá uma sensação inacreditável. Pra melhorar, as pessoas gostam do resultado!”, diz Carol sobre as gratificações pessoais do projeto. Dá para imaginar ela sorrindo. A saber, o nome FLO vem do (lindo) filme francês For Lovers Only e isso diz muito. VISITE: atelierbotanico.com SIGA: @atelierbotanico

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FOTOS: DIVULGAÇÃO

A estética arrebatadora do AteliER Botânico FLO frisa os valores da simplicidade, da natureza e do cuidado

VERDES E PÉTALAS Antonio Jotta e Carol Nóbrega desenvolvem terrários, arranjos florais e espaços verdes. A ideia de criar o FLO surgiu durante a lua de mel do casal

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roteiro

supernatural

Dá para comer fruta diretamente tirada da Árvore e colher em Hortas sem sair de São Paulo. Saiba onde...

texto vini marson ilustração rafael cerveglieri São Paulo é uma cidade cheia de surpresas. Entre elas estão árvores frutíferas fartas e hortelões urbanos administrados e concebidos por uma turma dedicada a trazer mais vida, verde e oportunidades para a capital paulista. Imersa no clima de viver a cidade e resgatar o natural, a Revista Canal convidou Vini Marson para mapear esses tesouros. Diretor de arte e dedo verde (curioso e estudioso de jardinagem, botânica e mais), ele ainda faz cerveja e pães artesanais e (tenta) aproveitar a cidade como se fosse um grande parque ou fazenda pública. Muitas vezes consegue, como você verá nestas páginas. Sugestão? Vista um sapato ou tênis confortável, saia pelas ruas e siga os caminhos aqui propostos. Pode ser divertido, saboroso, interessante e é totalmente free.

HORTAS Os hortelões urbanos são públicos e renovam lugares ociosos da cidade com vegetais, legumes e frutos bem cuidados e saborosos 1. Horta Das Corujas Praça das Corujas – Vila Beatriz Pioneira no formato de gestão do espaço público, é administrada por voluntários e tem mutirões agendados pelo Facebook. Lá foram – e estão sendo – definidos os princípios que norteiam outras hortas públicas, tais como a intenção de ser “100% orgânica” e o conceito de não propriedade do que é plantado (todos podem colher o que quiserem, mesmo que não tenham plantado). Por lá você pode ver pé de bucha, aveia, milho crioulo, feijão gandu, provar azedinha na hora e o mais bacana: bater um dedinho de prosa com os hortelões, sempre amáveis e interessantíssimos. Há também uma composteira enorme e uma criação de abelhas jataí (sem ferrão). facebook.com/groups/hortadascorujas 2. Horta da Vila Anglo Rua Rifaina, 274 – Vila Anglo Moradores da região se esforçam para administrar esta horta e fazê-la sobreviver. Apesar dos percalços, dá para notar o resultado da dedicação nos pés de couve, salsinha e na profusão das folhas chamadas peixinhos (que ficam deliciosas à milanesa, com um sabor incrivelmente parecido com o de peixe frito!). 42

facebook.com/groups/HortadaVilaAnglo 3. Horta da Vila Pompeia Rua Francisco Bayardo – Vila Pompeia (entre as ruas TucuNA e Caraíbas) Moradores do bairro plantaram a charmosa horta em um pequeno pedaço de terreno que antes estava abandonado. Tem uma área de convivência, sob uma Bauhinia (árvore bem florida, também conhecida como pata-de-vaca) e até uma minibiblioteca de jardinagem escondida dentro de uma geladeira antiga e obviamente desativada. Lá você encontra morangos, mamão, rúcula, azedinha, manjericão e outras delícias facebook.com/groups/Horta-ComunitáriaDa-Vila-Pompéia 4. Horta do Centro Cultural São Paulo Rua Vergueiro, 1000 – Paraíso Visitar a horta abrigada no Centro Cultural São Paulo é um programa bem agradável e surpreendente. Ali, na beira da avenida 23 de Maio, há uma produção bem cuidada que tem de alface a milho, passando por abacaxi e manjericão. Não bastasse a boa excentricidade de uma horta vizinha a uma das vias mais movimentadas da capital paulista, há ainda espreguiçadeiras no local para os visitantes dispostos a se esticar, tomar um sol ou ler um livro. Muitos se rendem à proposta na hora. Estando ali, é impossível não pensar como São Paulo é diversa. Em um lugar assim, é inevitável ter a sensação de que mesmo quem vive na cidade nunca conhecerá tudo o que ela oferece. facebook.com/groups/hortaccsp 5. Horta do Ciclista Praça do Ciclista (altura do número 2275 da Avenida Paulista, entre as ruas Haddock Lobo e Consolação) Na avenida referência da cidade de São Paulo, essa hortinha é um autêntico exemplar da força de resistência da cultura hortelã. É como um pequeno oásis cuidado pelas pessoas que trabalham e vivem no entorno. Portanto, apesar da surpresa, tente agir com naturalidade caso encontre um engravatado molhando as plantas e tirando matinhos. Os mutirões de voluntários acontecem todo primeiro domingo do mês. As plantações mudam com frequência, mas é fácil colher uma saladinha de manjericão, salsinha, tomate e morango por lá. facebook.com/Horta-Da-Praça-Do-Ciclista 43


roteiro

frutas NÊSPERA, MANGA, CEREJA E ATÉ PIMENTA ROSA CHEIAS DE SABOR EM TRÊS BAIRROS DE SÃO PAULO 1. Grumixama (cereja brasileira) de Pinheiros – Rua Cônego Eugênio Leite Achar um pé de grumixama (cereja, “prima” das populares e mais corriqueiras pitangueiras) pelas ruas é um prêmio. Não só pela possibilidade mínima desse achado, mas também pelo sabor do seu fruto, que é mais doce que uma pitanga. É difícil, inclusive, encontrar grumixama em feiras e mercados (o fruto dura muito pouco e por isso não compensa comercialmente). Então, aproveite para colher um tanto e leve para casa para fazer uma compota ou suco, ou apenas se delicie no pé, provando os frutos direto da árvore. 2. Pomar dos taxistas Praça José Carlos Burle – Vila Madalena (altura do número 1130 da Rua Girassol) Já vai muito tempo (anos) que os taxistas do ponto da praça José Carlos Burle começaram a plantar pés de banana, pêssego, ameixa (que estão floridas e frutificam no inverno), abacate, manga, jabuticaba e até de toranja (sim, a afamada grapefruit, matéria-prima do drink Aperol). Em qualquer época do ano é possível provar alguma fruta por ali, e os taxistas sempre sabem indicar as mais docinhas da vez. 3. Limão-galego da Vila Madalena Praça João Ernesto Faggin – Vila Madalena (altura do número 1400 da Rua Girassol) Esse pequeno guerreiro se espreme para sobreviver entre as placas de concreto à beira da escadaria da praça João Ernesto Faggin. Todo inverno, frutifica dando limões perfeitos e suculentos – coisa muito rara na cidade, pois os cítricos sofrem muito por aqui. A curiosidade é que pelo fato de esse fruto ser pequenininho por natureza pouca gente colhe na época certa achando que não estão maduros. Ou seja, sempre sobra. Esse tipo de limão é perfeito para temperar saladas. 4. Pitangueira, abacateiro e goiabeira da Ciclovia – Avenida Sumaré No começo da primavera, um fenômeno acontece: ciclistas e pedestres se juntam debaixo das pitangueiras da ciclovia, no canteiro central da Sumaré, pra comer essas delícias que se espalham por toda a avenida. Logo abaixo do metrô Sumaré – e da rua Oscar Freire – há um imponente abacateiro. Mais: goiabeiras estão no caminho de quem sobe ou desce a avenida. 5. Aroeiras da Fradique Rua Fradique Coutinho – Pinheiros (na extensão entre as Ruas dos Pinheiros e Teodoro Sampaio) Aroeiras estão espalhadas entre os números 47 e 377 da rua de Pinheiros. As árvores foram plantadas durante a urbanização da região e de outras áreas de São

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Paulo. São árvores populares, mas nem todos sabem que as aroeiras são pés da famosa pimenta rosa, sucesso em mercados e feiras. Para colher as suas, vá à Fradique Coutinho entre o final do próximo outono e o começo do seguinte inverno. É nesse período que as árvores ficam carregadas da deliciosa pimenta. 6. Laranjeira da Mourato Rua Mourato Coelho, 589 Vila Madalena O pé de laranja-lima fica lindo e carregado durante o outono e o inverno. As frutas que ficam na altura dos pedestres são colhidas rapidamente – até porque são incrivelmente doces e suculentas. Caso você se atrase na colheita, vale a pena levar um varão (ou outro utensílio) para alcançar as frutas que ficam no alto. Mico seria não levar e perder a chance de provar uma fruta deliciosa. 7. Mangueira do Borogodó Rua Horácio Lane – Vila Madalena (altura do número 131) Na rua da famosa casa de samba Ó do Borogodó está uma mangueira lindíssima. Um abacateiro também ocupa a mesma via, porém está dentro... do cemitério. Sim, estranho. Estranhíssimo. E nem estamos propondo um passeio gótico frutífero, até porque as frutas caem pelo muro, na altura do número 153. Se preferir ficar com a manga, vamos superentender. Mesmo. 8. Nespereira Rodésia Rua Rodésia 110 – Vila Madalena Em frente à padaria Rodésia há uma nespereira que dá frutos todo outono e inverno. As nêsperas têm o sabor e a textura semelhantes aos de uma prunácea (família do pêssego) e são muito apreciadas pelos portugueses, que as trouxeram da China. A árvore se popularizou por aqui e se tornou muito comum em arborização urbana, mas pouca gente reconhece ou prova seu fruto, disputado em mercados e feiras bacanas. 9. Amoreira da Travessa Tim Maia Travessa Tim Maia – Vila Madalena (na altura do número 1202 da Rua Harmonia) O pé de amora é um velho conhecido, amigo antigo, dos moradores da área que anualmente assistem à poda estapafúrdia feita pela prefeitura em seus galhos e ramos. Apesar do trabalho malfeito, ainda bem, a árvore sobrevive e quando recuperada dá frutos deliciosos. As crianças adoram, a fruticação se dá nas partes mais baixas e elas podem colher as frutas sem a ajuda dos adultos. 10. Mangueira da Arthur Rua Arthur de Azevedo 782 – Pinheiros No pedaço em que a Arthur de Azevedo se encontra com a Henrique Schaumann há um elevado sobre uma ruela, a Paulo Contijo de Carvalho. E esse é o mapa da mina: nessa pequena via está uma mangueira fartíssima. Dá para colher as mangas de cima do viaduto. Pedestres costumam encher sacolas com o fruto. Nunca provei, mas o movimento denota sucesso sempre, né?! 45


roteiro O conceito From Farm To Table (da fazenda para a mesa) é celebrado nas áreas rurais de países europeus, nas cercanias das cidades de San Francisco, Portland e Boulder, nos Estados Unidos, e também no interior de São Paulo, em Morungaba, cerca de 100 km da capital. Ali, a fazenda de orgânicos Santa Adelaide recebe grupos (mínimo de seis, máximo de dez) de pessoas interessadas em passar um dia no campo, saber sobre o cultivo de orgânicos e depois saborear receitas elaboradas com ingredientes da colheita (feita in loco) em um almoço campestre. A refeição pode ser preparada pelo competente staff da fazenda ou por um chef convidado. Os pratos têm sabores potencializados em apresentações rústicas e a bacaneza de serem frescos e – de certa forma – criados coletivamente. As mesas são sombreadas por árvores. E o tempo parece atingir uma nova duração. “O programa começa com um café da manhã de boas-vindas. Depois visitamos as plantações, onde faço uma introdução do manejo orgânico aos interessados. Então, colhemos os ingredientes do almoço, que tem um cardápio predefinido pois só usamos o que é nosso e da estação”, explica David Ralitera, diretor da fazenda que, com seus orgânicos, abastece restaurantes paulistanos como Chou, Chez MIS, Arturito, Condessa, a marca de detox Urban Remedy e mais.

ORGÂNICo

A FAZENDA SANTA ADELAIDE RECEBE GRUPOS PARA COLHEITA, APRENDIZADO E ALMOÇO NO CAMPO. E TEM MAIS…

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FOTOS: DIVULGAçÃo

“nossa proposta é trazer o melhor da roça para a mesa”

“Toda nossa produção e processo tem certificação da Ecocert, e além do selo implantamos um manejo biodinâmico. Nossa proposta é trazer o melhor da roça para a mesa.” E isso inclui a mesa da sua casa. Isso porque a Santa Adelaide entrega cestas de produtos sob encomenda. “As colheitas são feitas toda segunda-feira, após o recebimento dos pedidos, e na véspera da entrega. Assim, tudo fica bem fresco. Enviamos algumas dicas de receitas junto com a cesta e temos a opção de uma assinatura mensal. Além disso, participamos da feira do Parque Ibirapuera aos sábados.” Francês, formado em economia, que já trabalhou no mercado publicitário do Brasil, David define-se como “produtor rural”. Vive na fazenda desde 2012, empenhado em disseminar a cultura orgânica e levar produtos de qualidade para a mesa de restaurantes, da sua casa ou em almoços na fazenda. É só escolher o formato.

da fazenda para a mesa A plantação de orgânicos da Fazenda Santa Adelaide; David Ralitera, o produtor rural; cena de um almoço no campo feito com ingredientes fresquíssimos e certificados. Tudo a pouco mais de 100 km de São Paulo

VISITE: facebook.com/ fazendasantaadelaideorganicos SIGA: @santa_adelaide_organicos 47


amor em potes A Food usa embalagens reutilizáveis ou de longa duração para abrigar seus produtos naturais, deliciosos e saudáveis. Tudo é handmade. Aqui, creme de maçã, barra proteica e granolas

comida

cozinheira

COM SABOROSOS COMES SAUDÁVEIS E ARTESANAIS, A NOVA MARCA FOOD SEGUE O LEMA ALIMENTO PARA A ALMA

helena veste canal

agradecimento: casa samambaia

FOTOS mariana maltoni

Ultimamente a bicicleta elétrica de Helena Sasseron tem novo uso: transportar a matéria-prima e as entregas das receitas de sua marca de alimentos, a FOOD, com dois corações nos lugares da letra “o”. A boa novidade é uma extensão do estilo de vida de Helena, ariana, inquieta, curiosa por alimentação saudável, pelo faire-trade, por sustentabilidade, pela magia das coisas simples... e por boa música, mas isso é assunto para outra matéria. Lançada em meados de 2014, a FOOD nasceu naturalmente na cozinha do apartamento da neocozinheira. “Sempre cozinhei por curiosidade e porque adoro dar conforto às pessoas que amo, por isso, recebo amigos com comidinhas gostosas ou as levo até eles. Fazia granola e presenteava-os, até que eles começaram a ficar viciados e a me pedir mais e mais. Foi aí que eu vi a oportunidade de unir o útil ao agradável e, por que não, levar esse carinho a mais pessoas. A partir daí comecei a experimentar mais, tentar novas receitas, substituir ingredientes”, conta Helena. Hoje a FOOD tem Julia Sasseron – virginiana apaixonada, adepta da cozinha funcional, responsável pelo planejamento e irmã da cozinheira criativa – como sócia, além de uma cozinha especial em endereço próprio. Ali, Helena faz suas desejadas granolas doces e salgadas, um incrível creme de avelã, deliciosas barras de proteína e uma creme de maçã onírico. Há mais produtos, claro. Mas não muitos, tudo depende da oferta de ingredientes da estação. Nada é industrializado. Açucar não tem e não faz a menor falta. “Existe a intenção de a FOOD ser 100% orgânica, porém há uma escassez de matéria-prima orgânica no Brasil.” Mas saiba que a FOOD é 100% saúde. “E a cozinha saudável é muito instigante porque é mais desafiadora, faz a gente testar coisas diferentes para obter resultados inesperados.”

“a cozinha saudável é muito instigante porque é mais desafiadora” Logo, experimentos são corriqueiros na FOOD, assim como pedidos de encomendas para festas e eventos (o bolo de cacau e frutas vermelhas está na categoria do creme de maçãs). E tem as embalagens. São ecológicas. Os potes utilizados são reaproveitados, esterilizados, lindos. A marca incentiva o retorno dos vasilhames com descontos em compras futuras – e assim colabora para menos lixo. O carinho é explícito. “Faço com amor porque não sei fazer de outro jeito”, encerra Helena. Impossível duvidar. VISITE: fooddalma.com SIGA: @food.dalma 49


Saúde Quer perder muitos quilos em poucos dias? Então, esta matéria não é para você. A naturologia, entre outros recursos, resgata teorias e práticas de medicinas antigas (indiana e chinesa), ignora o imediatismo, considera os campos mental e emocional para sugerir uma revisão global dos hábitos alimentares e de rotina focando em um estilo de vida mais saudável. Sim, claro, rende menos gordura no corpo. E, geralmente, também menos stress e ansiedade na mente. Ou seja, não “seca” o corpo uma semana antes do verão, mas o prepara para muitos verões com mais saúde, disposição e bem-estar. Convidamos a naturóloga Isadora Louza para um papo. Saiba mais sobre a dieta que não está na moda e tem tudo para virar um clássico. O que é naturologia? A naturologia é uma ciência da área da saúde que visa a prevenção, manutenção e recuperação da saúde e qualidade de vida de maneira ampla, integral. Está no campo das práticas integrativas complementares, inclusas até mesmo no SUS. Assim, a naturologia abrange desde os hábitos de alimentação até a prática esportiva e mais. Recorre a diversas práticas naturais para estimular as capacidades autocurativas do organismo. Utiliza hidroterapia, fitoterapia (plantas medicinais), aromaterapia (óleos essenciais), geoterapia (argilas), florais, entre outros recursos. A conscientização do indivíduo como agente ativo na conquista do seu bem-estar e qualidade de vida é de extrema importância

nesse processo. As pessoas normalmente querem pílulas mágicas, soluções rápidas, mas incentivamos o paciente a descobrir seu papel no aparecimento e na cura das queixas/enfermidades. Como o trabalho de uma naturóloga se distingue do de uma nutricionista? São muito diferentes. O nutricionista é especializado no estudo dos alimentos, dos seus nutrientes e da ação deles na construção e manutenção da saúde. O naturólogo vê a alimentação como um dos pilares fundamentais para um indivíduo saudável. Realizamos um trabalho interdisciplinar. Avaliamos a saúde em geral: hábitos alimentares, atividade física, sono, questões emocionais, sociais. Junto com o paciente seguimos um trajeto de busca na origem da doença. É como se tratássemos o terreno para depois plantar e colher. Qual a principal queixa e interesse dos pacientes? Grande parte dos pacientes chega à consulta diagnosticada por um médico especialista. São pessoas que já sentem as consequências de uma rotina desordenada, estressadas, ansiosas, interessadas em melhorar seu estilo de vida. Outra parte nos procura para cuidar da saúde preventivamente, transformar hábitos, sentir mais disposição e saúde. É uma minoria, mas acontece. VISITE: aynisaude.com

“A naturologia avalia hábitos alimentares, qualidade do sono, o emocional e mais” atitudes para uma rotina saudável

isadora veste canal

naturóloga

ISADORA LOUZA CONTA SOBRE NATUROLOGIA, SUA ESPECIALIDADE, E DÁ DICAS PARA QUEM NÃO QUER MAIS UMA DIETA DA MODA

FOTOS deco cury ilustração rafael cerveglieri 50

1. Encontre uma atividade física de que realmente goste. É importante que haja prazer para que se torne um hábito feliz. A atividade física resulta em benefícios físicos e também colabora para a saúde mental. Vivemos uma rotina pensante. A maior parte do nosso tempo é utilizado em atividades mentais/cerebrais. Movimentar os membros significa equilibrar parte da energia investida na cabeça com o restante do corpo.

2. Cuide da qualidade

e quantidade do seu sono. Dormir é tão importante para o organismo quanto se alimentar. É bom desligar computadores, smartphones, gadgets e televisão pelo menos uma hora antes de deitar, tomar um banho quente e um chá como o de maçã com maracujá.

3. Procure praticar a atenção plena: ficar

100% presente naquilo que está fazendo. Estamos acostumados a fazer várias coisas ao mesmo tempo, no piloto automático. Isso é uma das origens do stress. Para começar, recomendo escolher no dia uma atividade para estar completamente presente e atento. Pode ser até o banho ou idealmente uma refeição. O importante é voltar 100% da atenção para a atividade escolhida. Acredite: é gratificante e relaxante e no caso das refeições ajudará inclusive a comer menores quantidades.

4. Observe a

sua respiração. Respire com calma. Todas as nossas emoções a afetam. Medo, raiva, ansiedade aceleram e desestabilizam o seu ritmo. Equilibrar a respiração é equilibrar as emoções.

atitudes para uma alimentação saudável 1. Dê preferência

para alimentos de origem natural e orgânica. Sempre que possível, evite alimentos processados e industrializados. Os alimentos naturais são alimentos vivos, possuem muita vitalidade, que trará energia e disposição para o organismo.

2. Substitua carboidratos de farinha branca pelos de farinha integral. Os alimentos refinados (farinha branca) sofrem uma grande perda dos seus nutrientes. Os integrais são mais nutritivos e por possuírem fibras aumentam a saciedade. Importante lembrar que os carboidratos não são vilões. Pelo contrário, são grandes fontes de energia para o nosso corpo.

3. Inclua ervas naturais 4. Tenha cuidado na escolha dos nos alimentos para ajudar no processo de digestão. Pode ser gengibre, tomilho, alecrim, açafrão, ou especiarias como canela e cravo. Após as refeições experimente chás digestivos como os de hortelã, erva-doce e camomila.

itens que usa para cozinhar e com o armazenamento da comida. Panelas de inox, cerâmica ou vidro são mais recomendadas do que as de alumínio, que podem soltar metais pesados durante o preparo dos alimentos. Na geladeira, evite embalagens de plástico e o uso de insulfilme sobre os alimentos, pois eles podem transferir à comida substâncias tóxicas, associadas ao desenvolvimento de doenças. Recipientes de vidro são os mais indicados.

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social

O chavão “fazer o bem” ganhou extensão de significado e de tempo. Além de cooperar para a solução de problemas emergenciais, atualmente projetos sociais e ambientais estão focados na evolução e no desenvolvimento sustentável (leia-se independente) das benfeitorias oferecidas. A Fundação Toyota do Brasil segue e ecoa essa filosofia. No projeto (APA) Costa dos Corais 600 pessoas foram profissionalizadas para agir em prol da preservação e foi criado um fundo de investimento administrado pela SOS Mata Atlântica para que a iniciativa se torne autossustentável em dez anos. O apoio ao Projeto Arara Azul tirou a espécie da lista de animais sujeitos à extinção e abriu oportunidade para um novo tipo de turismo na região de Campo Grande. Ainda nas cercanias, a Expedição Pantanal mapeou localidades, povoados e hábitos de saúde. No interior de São Paulo (Indaiatuba) e do Rio Grande do Sul (Guaíba), ações socioculturais renderam economia aos cofres públicos e a disseminação do conhecimento. O senhor Luiz Carlos Andrade Jr., membro do Conselho Curador da Fundação Toyota do Brasil, comenta os bons resultados dos últimos cinco anos de dedicação a inciativas do tipo. Como é feita a curadoria de atuação da Fundação Toyota? Temos dois tipos de atuação. A promoção do desenvolvimento sustentável por meio de ações de preservação ambiental e o incentivo na formação do cidadão, estimulando a qualificação para o trabalho e o aprendizado. Na avaliação dos projetos julgamos o comprometimento dos proponentes, as metas e a consistência de resultados.

NEOFILANTROPIA

Ações sociais e ambientais focadas em desenvolvimento humano e sustentável estão no radar e nos resultados da Toyota

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fotos: divulgação

O caráter sustentável é presente em todas essas ações. Qual a importância e relevância dessa metodologia? Temos o compromisso de tornar os projetos que apoiamos autossustentáveis, completando um ciclo. O objetivo é que eles conquistem independência financeira e que tenham autonomia de atuação. Com isso, podemos apoiar novos e mais projetos, abraçar outras causas e ampliar a nossa contribuição social. A Fundação Toyota capacita profissionais para atuar no desenvolvimento dos projetos? Sim. Há cinco anos a cidade de Indaiatuba, interior de São Paulo, onde está a fábrica do Corolla, recebe o projeto Ambientação, que associa a formação de jovens cidadãos com a preservação do meio ambiente. Anualmente, alunos e representantes (diretores, coordenadores e professores) da rede pública de ensino são capa-

citados para desenvolverem um trabalho com o meio ambiente e a comunidade. Eles são desafiados a reduzir o consumo de recursos naturais (água e energia) e a implantar o gerenciamento de resíduos nas escolas em estudam. Em cinco anos, esse projeto reduziu 20% o consumo de energia e 30% o de água nas escolas. O senhor poderia citar resultados práticos dos projetos Arara Azul, Toyota APA Costa dos Corais e Expedição Pantanal? O apoio ao projeto Arara Azul tirou a espécie da lista de animais em risco de extinção e fez sua população crescer mais de 300%. Na década de 90, especialistas contabilizavam cerca de 1.500 indivíduos, atualmente há cerca de cinco mil aves, que vivem em 455 ninhos espalhados por 57 fazendas no Pantanal, todas monitoradas. Financiamos a construção do Centro de Sustentabilidade do Instituto Arara Azul, em Campo Grande. Além de ser sede, o local proporciona um novo tipo de turismo na região – o de informação e observação das araras na cidade e no Pantanal. O projeto Toyota APA Costa dos Corais é a nossa ação mais recente. Em menos de três anos cooperamos com a capacitação de 600 pessoas – entre professores e representantes da comunidade –, com a formação do conselho consultivo, com a criação do plano de manejo, com a melhoria de infraestrutura para fiscalizações e com a reforma do recinto de peixes-boi do Centro de Mamíferos Aquáticos (CMA), aumentando o número de reintrodução da espécie em seu habitat. Já a coleta de dados, realizada no Expedição Pantanal, orientou estratégias para a proteção ambiental e para o diagnóstico de problemas socioambientais, que resultaram em um guia de práticas sustentáveis, um documentário, uma rádio para o público pantaneiro, um livro fotográfico sobre a região e exposições em locais públicos. A inciativa percorreu, durante cinco meses, 14 mil quilômetros pelas regiões da Bacia do Alto do Paraguai e do Pantanal para mapear boas práticas de saúde, segurança e meio ambiente. Qual o reflexo desses resultados para a marca? O retorno positivo das nossas ações é perceptível desde a participação ativa da sociedade até o reconhecimento de entidades como a Ilumeo, instituto brasileiro, que nos coloca no topo das marcas mais preocupadas com o meio ambiente no país. O mesmo acontece com o relatório internacional Interbrand “Best Global Green Brands”, que classifica a Toyota como uma das marcas mais verdes do mundo. VISITE: fundacaotoyotadobrasil.org.br

instituto arara azul

apa costa dos corais

expedição pantanal

ambientação

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drinks

Talvez você já tenha experimentado receitas de algum Food Truck. Certamente conhece o conceito de oferecer refeições simples, a preços OK de maneira itinerante (em trailers) e ao ar livre. Mas o Los Mendozitos não é um Food Truck, e sim um Wine Truck, que simplifica o hábito de beber vinho – no caso os vindos de Mendoza, na Argentina (daí o nome) – e proporciona bebes de alta qualidade por preços amenos, com charme no lugar de afetação. A proposta contemporânea, além de levar os drinks para diferentes lugares, enfraquece a figura do enochato (enólogos e pseudoenólogos cheios de regras e rituais). E isso é tão legal quanto o visual, a intenção e a prestação de serviço do projeto. “No Brasil o consumo de vinho não é tão democratizado quanto

está em feiras e festivais gastronômicos, em São Paulo e no Rio de Janeiro, e em eventos fechados. “Iremos para o sul do país e interior de São Paulo no segundo semestre. Queremos chegar a todo o Brasil.” A ideia do LM surgiu há cerca de um ano, originalmente de Danilo, inspirado por um projeto semelhante de Londres. “Fiz viagens para pesquisas. O Ariel, que estava montando uma importadora de vinhos de Mendoza, fechou o time.” André é jornalista e produtor cultural. O mendocino Ariel é de uma família ligada à indústria vinícola e importação de vinhos, vive em São Paulo, onde trabalha em organizações que promovem o desenvolvimento sustentável. Danilo uniu seu talento como diretor de arte à paixão por vinhos para conceber o LM e sua identidade visual.

UM, DOIS, TRÊS Ariel Kogan, Danilo Janjacomo e André Fischer na fantástica enoteca móvel com adega especial. Registro dos Los Mendozitos em um festival gastronômico e o logo do superprojeto do trio

Ao ar livre, o trailer oferece vinhos para iniciantes e experts

trio comanda o BAR ITINERANTE – OU WINE TRUCK – que DEMOCRATIZA A CULTURA DO VINHO E RODA pelO BRASIL

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FOTOS: DIVULGAçÃo

mendozitos

é em outros países. Isso acabou criando uma espécie de elitização forçada, tornando o vinho algo difícil e ‘para poucos’. Em nossos trailers, todos sentem-se à vontade para dizer que não conhecem nada de vinhos mas gostariam de experimentar. E os entendidos ficam satisfeitos em encontrar bons rótulos em ambientes não convencionais”, explica André Fischer, sócio de Ariel Kogan e Danilo Janjacomo no Los Mendozitos. O primeiro evento aconteceu no mês de março, em Curitiba. Desde então, o LM

Os trailers servem vinhos brancos, vermelhos e rosés. A carta é atualizada constantemente e o charmoso trailer conta com uma adega superespecial. Após o uso, as garrafas são recicladas ou reaproveitadas. Os rótulos (as bebidas, vai) são de produtores familiares que realizam colheitas manuais, irrigada com águas dos Andes. Coisa fina sim. Melhor: naturalmente sofisticada. VISITE: facebook.com/losmendozitos SIGA: @losmendozitos 55


Cores cítricas energizam looks destinados a um verão cheio de liberdade e de acessórios arrebatadores. Alfaiataria, seda, tricô... esqueça as regras e mergulhe no refrescante colorido da estação FOTOS franco amendola STYLING franco pellegrino

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assistentes de foto enzo amendola, renan vitorino beleza vicente lujan (CAPA MGT) modelo angelica erthal (FORD)


FOTO: franco amendola

Os encantos de um dos destinos turísticos mais visitados do nordeste brasileiro, que é área de proteção ambiental, cenário da maioria dos editoriais de moda desta edição e o lugar perfeito para quem quer dias de sal, sol e vento fresco


Jericoacara, conta dona Isabel, nativa, 67 anos, já se chamou Serrote por causa dos morros que formam uma minisserra, ou seja, um serrote de frente para o mar. São dois os principais: um entre a praia da vila e a praia Malhada, outro entre a Malhada e a praia da Pedra Furada. “E daí vieram uns holandeses para mapear o pedaço todo. Naquela época, tinha uma tribo aqui, que morava em cima das árvores e se chamava Jeri. E tinha as gaivotas, que faziam um som... parecia que elas cantavam ‘coacaracoacara’. Então, os holandeses juntaram o nome da tribo com o ‘barulho’ feito pelas gaivotas e inventaram esse nome: Jericoacoara”, explica Dona Isabel. Quando foi isso? “Há muito tempo”, responde. E o tempo em Jeri é diferente, tem outro ritmo, nem vale a pena, nem faz sentido contabilizar.

FOTO: divulgação/vila kalango

turismo

Assim como não tem graça confirmar a história da origem do nome desta vila de pescadores, área de proteção ambiental, polo internacional de windsurf e kitesurf, composta de mangue seco, dunas, lagoas, praias. Até porque são muitas as versões para a invenção do nome Jericoacoara. Alguns dizem que é uma variação da frase “jacaré quara”, uma vez que vista do mar, bem distante da costa, a vila teria formato parecido com o de um jacaré “quarando (queimando) ao sol”. Outros acreditam que o nome sonoro é herança indígena, do tupi-guarani, e soma as palavras yuruco (buraco) com quara (tartaruga). É que Jeri é local de desova de tartarugas marinhas e de histórias de pessoas tão cativantes e inspiradoras quanto as paisagens ou as lendas do nome do local em que escolheram viver. Nas páginas a seguir, Canal apresenta alguns desses enredos, entre dicas de passeios na região. Afinal, viajar é conhecer. Não só o lugar, mas sua história e a narrativa das pessoas que fazem o local. Você é nossa convidada para esse roteiro de sal, sol e prosa, no destino em que o verão não tem fim...


turismo

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mauricio gusella e carol garreta QUEM: Mauricio Gusella e Carol Garreta, donos da Pousada Maurício, pais de Aline e Felipe. Ele veleja, ela pratica ioga. Casaram-se com um padre falso (um ator) em uma festa aberta para toda a comunidade de Jeri e região. Levam e buscam os filhos na escola todos os dias. Vão e voltam a pé, claro. Mauricio não conta, mas todo mundo comenta que ele ensinou windsurf para as crianças da vila, participando da formação de atletas. VISITE: pousadadomauricio.com Antes de Jeri? Carol: Eu sou de São Paulo, trabalhava como gerente de eventos em um hotel. Morei no Colorado, Estados Unidos, quando também trabalhei em um hotel. Mauricio: Eu sou italiano, da região de Bolonha, trabalhava em uma empresa de alimentos, de terno, gravata e gel. Morei em Mauí, no Havaí. FOTOS: Ariela Dorf, Beta Recoder (boutique de imagens) e divulgação

Entre histórias e cenários, Canal apresenta as pessoas e os passeios que fazem a região de Jericoacoara ser tão especial. Nas páginas a seguir, você encontrará dicas insiders, enredos apaixonados e paisagens apaixonantes. Jeri é assim...

Como e quando descobriram Jeri? Carol: Meus irmãos são velejadores e se mudaram para cá em 2000. Minha mãe veio em 2001. Eu vinha passar férias com eles por aqui. Mauricio: Sou velejador. Vim passar férias de seis meses em 2000, quando Jeri já era um lugar famoso entre os velejadores. Fiquei hospedado nessa mesma pousada. Há quanto tempo moram em Jeri? Carol: Eu mudei em 2005. Vim para ficar com a minha família – que hoje mora no Piauí – e acabei ficando com o Mauricio e formando a minha família (risos). Mauricio: Desde 2000. Em 2001, comprei essa pousada, onde eu estava hospedado. O turismo cresceu muito, fui ficando e estou aqui (risos).

Como Jeri transformou a vida de vocês? Carol: Eu era ansiosa. Aqui tudo é mais relaxado. Se eu precisar, posso trabalhar com meu filho no colo porque o ambiente é informal. As crianças têm uma infância muito livre. Temos tempo para a família. A rotina de trabalho é agitada, mas muito gostosa, é muito bom trabalhar com pessoas em férias, todo mundo está em paz, em um astral de felicidade. Mauricio: Minha vida mudou muito. Tenho tempo livre, tenho tempo para ficar com os meus filho, com a Carol, e isso é muito importante. Consigo velejar todos os dias. E não sei mais o que é usar paletó, camisa, gravata, gel. A última vez que vesti foi em um casamento aqui porque os noivos pediram. Fazia dez anos que eu não calçava um sapato. Trouxe as roupas da Itália, hoje o sapato virou brinquedo das crianças (risos).

DICAS PôR DO SOL nO MORRO DO SERROTE “Do topo do morro dá para ter uma visão 360o de Jeri. Ali, tem bem menos gente que na duna, é mais calmo, silencioso” PRAIA DA MALHADA NA MARÉ BAIXA “O cenário é lindo. Você vê as pedras todas, formam-se algumas piscinas naturais com peixes. É um passeio bem legal, simples, que apresenta outro visual da região” SUP NA PEDRA FURADA ou NO RIO DO MANGUE “De manhã cedo, com o vento mais fraco, é bacana remar até a Pedra Furada, a vista de dentro da água é bem bacana. O SUP no rio Guriu também é uma opção de passeio bonito e ativo, tem os cavalos marinhos, uma natureza total” praia da malhada

morro do serrote rio Guriu

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turismo

VISITE: facebook.com/na-casa-dela

Antes de Jeri? Sou de Natal, mas saí de lá em 1989. Trabalhava na Justiça do Trabalho e não era realizada, não fazia sentido continuar. Fui para Califórnia com minhas amigas, morei por seis meses em San Francisco. Conheci meu ex-namorado e viajamos o mundo, ficávamos três meses aqui, três meses acolá, eu trabalhava em restaurantes. mangue seco

Como e quando descobriu Jeri? Meu ex-namorado velejava, eu velejo, cheguei aqui por causa do windsurf, no final dos anos 90. Há quanto tempo mora em Jeri? Desde 2002, desta vez (risos). É que quando cheguei aqui, no final dos anos 90, com minha filha e meu ex-marido, não achei Jeri o máximo, achei legal, praias bonitas, coisa e tal. Morávamos na Lagoa do Paraíso, ficamos três anos por lá. Foram anos ótimos, e foi a primeira vez que morei em Jeri. Daí, em 2002, mais ou menos, eu me separei e voltei para Natal, com planos de ir para San Francisco. Vim passar um fim de semana em Jeri, na pousada da Renata, e acabei morando lá por três meses, até ir para uma casa que dividia com amigas. Foi aí que me apaixonei por Jeri e fiquei. Comecei a pensar como fazer dinheiro para sustentar a mim e a minha filha, então, aluguei uma casa para montar um sushi bar. Dividi com o Paulo, que era meu amigo e é meu namorado há 12 anos, apesar de sermos casados (risos). Comecei com um sushi bar, era lindo, tinha festa, mas não rendia. Daí, decidi montar o Na Casa Dela há oito anos. Como Jeri transformou a sua vida? Vejo o pôr do sol, ando de chinelo e velejo quase todos os dias. Cuido do meu restaurante, tenho tempo para criar. Faço amigos de todas as partes do mundo, visito eles quando tiro férias... das férias (risos). Passei por situações difíceis aqui, claro. Mas no geral é tudo muito bom. É show!

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BARRACA do CACAU NO MANGUE SECO “Conhecer a vila soterrada pelas areias das dunas e o visual do mangue-seco é um superprograma. Aproveite e experimente os caranguejos da barraca do Cacau, são maravilhosos. Na região também dá para ver os cavalos marinhos, a criançada adora”

AÇAí COM GRANOLA DO NATURALMENTE “É o melhor açaí e a melhor granola que já provei. A Letícia prepara tudo artesanalmente. O açaí não tem xarope, é cremoso. A granola não é industrializada, tem coco queimado, castanha seca no sol, mel. E o Naturalmente fica de frente para a praia de Jeri, o que deixa tudo ainda mais gostoso”

LAURA SQUERI

PÔR DO SOL NA DUNA DO... PÔR DO SOL “É dos programas mais típicos e imperdíveis de Jeri. Eu não me canso de subir a duna para assistir o Sol descendo. É lindo demais” ALMOÇO OU PERNOITE NA POUSADA DO PAULO NA LAGOA do PARAISO “Eu gosto de ir e almoçar na pousada do Paulo e da Fernanda na Lagoa do Paraíso. Fica em um lugar tranquilo, a comida é deliciosa e eles são ótimos anfitriões. Para quem gosta de fazer tudo com calma, o que é muito válido por aqui, recomendo dormir por lá. Assim aproveita-se mais o dia e a noite que é linda por ali”.

pousada do paulo

Quem: Laura Squeri, gerente do hotel butique Essenza. Casada com o artista plástico carioca Bruno Witeze. Gosta de acordar bem cedinho para caminhar na praia e começar o dia. VISITE: essenzahotel.com.br Antes de Jeri? Sou de Milão. Lá trabalhava com produção de desfiles e assessoria de imprensa de moda e fiz muitos amigos brasileiros como o Franco Amendola (fotógrafo da Canal). Em 2006, fiz um intercâmbio e estudei por seis meses na ESPM, em São Paulo. Voltei para Milão decidida a morar no Brasil.

FOTOS: mariana abreu sodré e divulgação

Quem: Mariella de Gregório, restauranteur, decoradora acidental e muito talentosa, showoman sem ensaios. Dona do charmosos e delicioso restaurante Na Casa Dela, que só abre depois do pôr do sol e fecha aos sábados.

DICAS

FOTOS: Ariela Dorf, Beta Recoder (boutique de imagens) e divulgação

mariella leitão de gregório

DICAS

Como e quando descobriu Jeri? Em 2008, fiz uma viagem com algumas amigas pela costa brasileira, entre São Luís e Natal. Uma das paradas foi em Jeri. Fomos ao beco doce porque elas queriam ir a um cabeleireiro. Fiquei do lado de fora, relaxando, esperando. Um menino veio conversar comigo, perguntou se eu queria conhecer o trabalho dele. Adorei ele e as obras de arte dele. Ficamos juntos por cinco dias e segui viagem com as meninas. Não aguentei e voltei para Jeri. Hoje sou casada com o tal menino de Jeri (risos). Há quanto tempo mora em Jeri? Antes de vir para cá, há cinco anos, morei por um ano em São Paulo trabalhando como freelancer para editoras como a Carta Editorial. Estou em Jeri desde 2009.

Como Jeri transformou a sua vida? Aqui eu me conheci melhor. É um processo natural, muito positivo, você tem tempo, começa a se questionar. Hoje respeito muito mais as diferenças, aprendi a não impor o meu jeito, a entender mais a maneira de viver e pensar dos outros. E, claro, trabalho de chinelo (risos) e vejo o pôr do sol. pousada rancho do peixe

naturalmente

RANCHO DO PEIXE NA PRAIA DO PREA e la pinguela “A praia do Prea fica bem perto daqui. Tem menos gente que Jeri, uma atmosfera mais calma e é um dos spots mais relevantes de kitesurf no mundo. As pessoas normalmente vão passar o dia por ali, eu gosto de ficar mais tempo, sem pressa. Daí, me hospedo na Pousada Rancho do Peixe, o paraíso do que já é um paraíso. O La Pinguela, um espaço de conceito eco segue a mesma linha paradisíaca, na Lagoa da Pinguela, só que é ainda mais exclusivo” RESTAURANTE GOUrMET ESSENZA “Não é só porque eu trabalho no Essenza... o menu degustação do restaurante Gourmet do hotel é excelente. Os sabores são incríveis e as apresentações muito bem elaboradas. Até porque tudo aqui é impecável, para atender aos gostos mais exigentes”

la pinguela 71


turismo

DELPHINE ESTEVENET

Antes de Jeri? Nasci na França e morava em Paris. Trabalhava como produtora freelancer para um canal de televisão. Como e quando descobriu Jeri? Em 2002 fiz uma viagem de seis meses pela América do Sul. No Brasil, passei pelo Rio de Janeiro, Amazônia, Pernambuco, Bahia e Ceará. A ideia era ficar três dias em Jeri, fiquei um mês.

Como Jeri transformou a sua vida? De muitas maneiras. A principal mudança acho que foi o resgate dos valores humanos mais básicos, fiquei mais pé no chão, vivo literalmente com o pé na terra. A natureza faz parte dessa transformação com certeza. A liberdade é encantadora. Eu não julgo ninguém nem condeno nenhum estilo de vida. Mas foi só aqui que pude perceber o quanto sou sensível. Eu sofria um pouco com os padrões do meu antigo modo de vida. kitesurf

pimenta verde 72

Quem: Sonia Cavalcante, dona do restaurante Pimenta Verde, que serve o bobó de camarão mais bem comentado e festejado do pedaço. Anfitriã nata, de fala calma e sorriso aberto.

DICAS DOWN IN PARA A PRAIA DE TATAJUBA “Down in é o nome que se dá para rotas feitas de kitesurf. O trajeto até a praia de Tatajuba é incrível, um dos meus preferidos. Sempre que o faço, aproveito para almoçar na barraca do João, em Tatajuba, que oferece peixes e frutos do mar recém-saídos da água” SAMBA DE SEXTA-FEIRA NO SOLAR DA MALHADA “É, sem dúvida, o melhor programa da noite de Jericoacoara. Acontece todas as sextas-feiras e todo mundo vai. É super!” RESTAURANTES PIMENTA VERDE E NA CASA DELA “São os meus restaurantes preferidos aqui. Os pratos são especiais e as donas também. No Na Casa Dela, adoro a lasanha de macaxeira, no Pimenta Verde, o camarão da casa, com catupiry”

samba no solar da malhada

pedra furada

VISITE: facebook.com/pimenta-verde-jeri Antes de Jeri? Sou de Acopiara, aqui no Ceará, morei em outros lugares, trabalhei como bancária em São Paulo.

FOTOS: Ariela Dorf, Beta Recoder (boutique de imagens) e divulgação

VISITE: lavilla-jeri.com

Há quanto tempo mora em Jeri? Quando voltei dessas férias, passei um ano em Paris com a cabeça em Jeri. Programei outras férias, em 2004, e conheci meu ex-marido no meu primeiro dia em Jeri. Ele é nativo, pescador. Nos casamos, montamos um restaurante, engravidei do Vinicius. Trouxe meus pais para cá. Comprei esse terreno e comecei uma pequena pousada. O negócio foi crescendo e segue em expansão. Cuido da região, devolvo o que a terra me oferece.

FOTOS: Ariela Dorf, Beta Recoder (boutique de imagens), mariana abreu sodré e divulgação

QUEM: Delphine Estevenet, dona da Pousada La Vila, mãe de Vinicius, 8 anos, falador de cearencês (que mistura o sotaque cearense com o francês), ninja, diretor de redação e único funcionário de um jornal sobre Jericoacoara, todo feito à mão.

sonia cavalcante

Como e quando descobriu Jeri? Quando estava em São Paulo, um israelita, amigo da minha irmã, escreveu o nome de Jericoacoara em um papelzinho e deu para mim. Disse que, se eu viesse, não voltaria. Tempos depois conheci meu ex-marido em Fortaleza e viemos para cá. Quando vi o Sol se pondo de um lado da duna e a Lua nascendo do outro, tive certeza que era aqui o meu lugar. Há quanto tempo mora em Jeri? Mudei para cá em 1988 e abri meu primeiro restaurante. Minhas filhas nasceram e foram criadas aqui. Como Jeri transformou a sua vida? Dando oportunidade de eu fazer a minha vida em um lugar lindo, acolhedor, positivo.

DICAS RESTAURANTE FREDYSSIMO NA LAGOA DO PARAíSO “É o melhor da região, com certeza. Tem pratos com tempero italiano e opções bem brasileiras também. Foi fundado por mim e pelo meu ex-marido, Fred, com quem cheguei aqui em Jeri” FAROL E PEDRA FURADA “Caminhar até o farol ou a Pedra furada são passeios essenciais”

lagoa do paraíso

FORRÓ DE SEXTA-FEIRA “É obrigatório” 73


turismo

DICAS

fernanda cury

Antes de Jeri? Sou do Rio de Janeiro, trabalhava como freelancer na área publicitária. Quando e como descobriu Jeri? Sempre gostei de passar férias em praias do Nordeste, então Jeri era constante nos meus planos de viagem. Cheguei aqui no dia 10 de março de 2010. Há quanto tempo mora em Jeri? Desde o segundo dia em que cheguei. Percebi logo que era o meu lugar e fui tendo certeza quando as coisas começaram a dar muito certo. Arrumei uma casa para ficar de cara, depois um emprego, fui ficando. Estava numa fase não muito bacana no Rio e Jeri era o oposto disso. Quando decidi que moraria aqui por mais tempo, depois de quase dois anos em uma temporada bem estendida (risos), veio o desejo de ter um negócio meu. Abri a pousada , que acabou de celebrar três anos. Comemoro com festa todos os anos, faço questão.

tortuga

DICAS COMER LAGOSTA NA PRAIA DA BARRINHA “É uma vila de pescadores de natureza intocada, com um ritmo bem desacelerado. É como Jeri no início. Barrinha também é um centro de energia heólica. Chegar até lá já é um passeio incrível. Na maré baixa dá para ir pela praia. O caminho pelas rocinhas é outra opção muito interessante. Ah... e tem lagostas fresquinhas, deliciosas”

Antes de Jeri? Sou francesa e morava em Paris.

TORTUGA “É o pub da turma daqui de Jeri. Uma delícia! A Robs, proprietária, é uma pessoa maravilhosa. O lugar é muito alto-astral, tem música ao vivo, um superserviço e doces deliciosos” CACHAÇARIA E TAMARINDO “Ficam na mesma rua, um de frente para o outro. A cachaçaria tem produtos de diversos locais do Brasil. O restaurante Tamarindo tem carnes deliciosas, peixes, tudo lá é bom”

tamarindo praia da barrinha

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Quem: Laura Benady, produtora de moda e comandante do espaço La Pinguela. Casada com um brasileiro, mãe de “dois capetinhas”, faz um bolo de chocolate très delícia e windsurf quase todo fim de tarde.

FOTOS: enzo amendola e divulgação – agradecimentos: LISIA SILVA E FREDERICA ARAXA

VISITE: pousadaacqua.com

Como Jeri transformou a sua vida? O curioso é que, apesar de eu gostar de férias na praia, sempre fui muito urbana. Eu costumava me imaginar morando em cidades como Nova York. Quando cheguei aqui o contato com a natureza, o apelo do natural, foi muito forte. Hoje não consigo ficar muito tempo na cidade. Em poucos dias percebo que o teatro não me faz falta, o cinema não me faz falta... o que me faz falta é a natureza mesmo.

FOTOS: mariana abreu sodré e divulgação

QUEM: Fernanda Cury, dona da Pousada Acqua, de dois gatos, de um cachorro e de um jardim belíssimo. Fala sorrindo e tem muito orgulho da linda floreira da entrada de sua pousada, plantada por ela.

laura benady

Como e quando descobriu Jeri? Há dez anos, pela internet. Sou windsurfista e coloquei no Google: melhor lugar para praticar windsurf (risos). Foram as melhores férias da minha vida, não demorou para eu me apaixonar por Jeri. Há quanto tempo mora em Jeri? Seis anos. Quando decidi vir para cá, tinha acabado de abrir a minha empresa (labelleproduction.com), de produção de fotos de moda e beleza. Mas sempre trabalhei a distância, usando a liberdade que o Skype, os e-mails e a internet propiciam. Então, deu tudo certo. Eu vou muito a Paris e realizo trabalhos em outros lugares do mundo.

Como Jeri transformou a sua vida? Em Paris as pessoas se reúnem para beber, comer e falar muito. Aqui a gente se encontra para velejar. Claro, tomamos umas cervejas depois, mas no dia seguinte estamos na praia cedinho com as crianças ou para andar a cavalo. Eu consumo bem menos também. Aqui não há necessidade de gastar com tudo, como em uma grande cidade. No final, o fato de morar mais perto da natureza faz você sempre relativizar tudo, pensando que a vida só passa. É só sair e olhar as dunas, sentir o vento para lembrar que a vida é movimento. Acho que nenhum lugar permite que você escape a você mesmo. Mas tem lugar que simplesmente combina com você. Jeri é assim para mim.

HURRICANE – PRAIA DA MALHADA “Este hotel fica na praia da malhada, o novo lugar para se estar. Tem uma piscina de areia dura que é a única desse tipo na região, excepcional para crianças. Aos sábados, depois do pôr do sol, tem um grupo de samba que toca no meio da piscina. O lugar é lindo e muito gostoso” RESTAURANTES: CARNAúBA – LAGOA TATAJUBA NINA – LAGOA do PARAISO “Os passeios das lagoas são muito tradicionais em Jeri. Na Tatajuba recomendo o restaurante Carnaúba, que fica afastado do buchicho e oferece os melhores sorvetes caseiros do mundo, na minha opinião, claro (risos). Também servem pratos bem originais, todos feitos com ingredientes locais de uma maneira especial, revisitada. Na Lagoa do Paraíso, sugiro o restaurante da Nina. É mais ou menos a mesma proposta: exclusivo, com pratos deliciosos”

lagoa do paraíso

hurricane

lagoa tatajuba 75


publi

A POUSADA VILA KALANGO ACOLHEU A EQUIPE CANAL E DEIXOU SAUDADES

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FOTOS: DIVULGAçÃo

nossa casa

Depois de quase 12 horas de viagem, entre aeroportos, estradas de terra, vilarejos e percursos na praia, chegamos ao paraíso: a Jericoacoara e à Vila Kalango. Abrigada sob a sombra de cajueiros e coqueiros, a pousada, é claro, faz jus ao nome, tem muitos calangos e remete a uma vila, feita de bangalôs, palafitas, apartamentos e áreas de uso comum com redes, sofás e muito charme. No sapê central há uma ótima seleção de livros e revistas, além de chás deliciosos, oferecidos em esquema self-service. No total, a Vila Kalango tem 24 acomodações, decoradas com artigos produzidos por artesões da região. Os detalhes são muitos e encantadores, simples e ao mesmo tempo sofisticados. Os ambientes são acolhedores, confortáveis e totalmente integrados com a natureza. Feitos de madeira de eucalipto, palha de carnaúba e tijolos de argila vermelha, quase se camuflam no verde, em mood rústico e sustentável. Todos contam com uma rede no lado externo. Alguns cômodos dão vista para a famosa duna do pôr do sol e para a praia de Jeri. A piscina (ampla, com 19 metros) e o restaurante proporcionam o mesmo visual. O café da manhã é farto, com destaque para as tapiocas feitas na hora, com recheio de mel, queijo, creme de avelã e mais. E tem os bolos (de coco, de cenoura, de limão) e as frutas regionais, mais saborosas que as da cidade. O cardápio do almoço e do jantar oferece entradas como ceviche, carpaccio e saladas, pratos com peixes, massas e carnes, além de sanduíches criativos e sucos cremosos. Todas as receitas são feitas com produtos locais, fresquíssimos. No Luma Espaço Relaxante há um menu de massagens revigorantes. Esportistas ou interessados em aprender kite e windsurf contam com a escola Tico Wind Jeri, onde também é possível alugar Stand Up Paddle e caiaques. A saber, a Vila Kalango pertence ao E-Group, rede de hotéis de charme que patrocina atletas brasileiros de kite e windsurf. Um deles é Ian Mouro, nativo de Jericoacoara e destaque na cena mundial do esporte como campeão brasileiro. Tudo na Vila Kalango parece ser autêntico, fundamentado. O serviço é impecável. Os funcionários são cuidadosos, eficientes, sempre dispostos. A maioria é nativa de Jeri, capacitada pelo hotel. Eles conhecem a cultura local, não deixam uma pergunta sem resposta e chamam os hóspedes pelo nome. A Vila Kalango é cheia de carinhos assim, que fazem a diferença. Eles começam a aparecer com a deliciosa cocada e o suco de boas-vindas, passam até pelo fecho das portas (acredite) e se encerram com o honesto aperto de mão de até logo, e não de tchau, na hora da partida. Dá mesmo vontade de voltar. A Vila Kalango deixa saudades. VISITE: vilakalango.com.br 77


perfil

veteranos da vila

Seu Zé Diogo e Dona Bilica “Fui pescador e jangadeiro como o meu pai, que chegou aqui quando ele tinha 14 anos e morreu com 118 anos. Conheço toda essa região e também o Piauí e o Maranhão. Mas (lugar) bonito como aqui não achei não. Olha, eu pescava até 12 quilos de lagosta em um dia. Eu e minha mulher (dona Bilica) vimos toda essa gente chegar aqui. Ela é uma mulher muito boa e fizemos amigos de todas as partes do mundo. Tem gente de São Paulo, de Ribeirão Preto, Sorocaba, de São Luís, de outros países, de todo lugar. Eu assava peixe na brasa e fazia goma de tapioca para todo mundo. Nasci em 1920, tenho 94 anos. Nesta vida, me arrependo de não ter aprendido a ler e de mais nada.”

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Dona Mocinha Fomos levadas até a linda casa da dona Mocinha pela Mariella, do restaurante Na Casa Dela. Faltavam poucos minutos para a nossa partida para São Paulo. “Vocês não podem ir embora sem ao menos dar um oi para ela”, disse Mariella. Dona Mocinha estava cozinhando para a família, nos recebeu com abraços, um sorrisão, nos ofereceu almoço (mas não dava tempo mesmo) e nos mostrou, orgulhosa, seu quarto, onde este retrato foi feito. Mariella tinha razão (ela parece sempre ter). Dona Mocinha é de uma energia rara. Dessas existências confortáveis, acolhedoras. E se tornou (mais um) ótimo pretexto para voltar a Jeri. Ou ir pela primeira vez.

FOTOS: Ariela Dorf, Beta Recoder (boutique de imagens) e mariana abreu sodré

Dona Bilica e Seu Zé Diogo, Dona Mocinha e Dona Isabel. Os nativos mais respeitados e queridos de Jericoacoara

Dona Isabel “Agora estou com 67 anos. Queria trabalhar mais, mas a minha coluna não deixa. Construí tudo sozinha porque fiquei viúva cedo. Tive pousada – que era onde é a pousada Izabel (vizinha à casa dela), que é muito boa, pode escrever isso – e restaurante, ali na praia. Tudo começou com um americano que apareceu aqui, um senhor de idade já. Ele nãp tinha onde dormir e pediu para ficar na minha casa. Ficou bastante tempo, até aprendeu a falar português. Quando ele ia embora, disse: ‘Isabela, preciso retribuir’. Ele me chamava de Isabela, sabe? E me deu dinheiro. Eu não pedi. Ele deu. Daí, usei para montar minhas coisas, para criar os meus meninos. Tive sete filhos, infelizmente dois morreram. Mas quatro estudaram em Fortaleza e em cidades aqui perto. Tenho sobrinho médico, uma família muito boa.”

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curiosidades

BORA LÁ?

Agora que já está por dentro de Jeri, Canal compartilha curiosidades, informações úteis (e até inúteis) para a sua viagem

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“She’s only happy in the sun”

ben harper

ilustração: rafaela mendonça

O paraíso está a cerca de 300 km de Fortaleza, no Ceará. O caminho até a vila – em que seu Zé Diogo é o nativo mais antigo – passa por ar, por estrada de asfalto sofrido e de terra batida e, ainda, pela areia da praia. No percurso, dá para avistar e se apaixonar pelos primeiros jeguinhos do pedaço. Chegando ao centrinho de ruas de areia, chamado de vila, alguém vai te dizer: “Sorria, você passou da Bahia”, porque os bairristas (quase sempre) têm bom humor. O dialeto fantasia cearencês (mistura de ‘cearense’ com francês) é outra particularidade do polo de windsurf e kite, que atrai esportistas dos quatro cantos do mundo. Até eles – e a turma do surf dos finais de tarde da praia da Malhada – se rendem ao forró de sexta-feira e ao samba de sábado, normalmente encerrados com um ‘pão prensado com chocolate’ na chapa da padaria que só abre as duas horas da manhã. No dia seguinte – e em todos os outros – vale praticar ou aprender um novo esporte aquático no mar ou em uma das lagoas das cercanias. Para refrescar, cai bem água de coco ou um suco de caju fresco, a fruta da região em que cabra macho toma cachaça engarrafada com cobra (sim, cobra) e mix de frutas para “ficar protegido”. Tratase de um drink tão criativo e corajoso quanto os servidos nas barraquinhas da rua principal. E tem a lenda da sereia que mora na Pedra Furada. E a turma que faz lual no topo da duna famosa por ser o hotspot para assistir o pôr do sol, que aparece todos os dias. Todos os dias mesmo. Até quando umas nuvens se desenham espaçadamente no céu e você ouve dizer “tá nublado hoje, né?!”. Pois é.


nesta temporada, o branco total ganha texturas, modelagens volumosas ou secas, alÉm de toques diversos para você usar na areia, no asfalto, em qualquer lugar em que seja verão FOTOS franco amendola STYLING franco pellegrino 83






assistentes de foto enzo amendola, renan vitorino beleza vicente lujan (CAPA MGT) modelo nathalie edenburg (FORD)


Estampas híbridas, tons de água, cores da fauna e da flora, roupas de toque suave, em shapes sedutores. O apelo é tropical-navy, ideal para aquelas tardes de verão FOTOS franco amendola STYLING franco pellegrino

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assistentes de foto enzo amendola, renan vitorino beleza vicente lujan (CAPA MGT) modeloS nathalie edenburg e angelica erthal (FORD) AGRADECIMENTO vila kalango


O novo glamour reluz mais do que brilha. Tem pedraria, aplicação, metalizados, texturas, transparência, recortes ousados e renda, claro. Mas principalmente equilíbrio e sutileza FOTOS franco amendola STYLING franco pellegrino 104






assistentes de foto enzo amendola, renan vitorino beleza vicente lujan (CAPA MGT) modelo nathalie edenburg (FORD)


Pode chamar de neogipsy, boho revival ou folk reloaded. A nomenclatura não importa. A moda casual da vez gravita em cenários distintos e reais. Tem origem diversa e a única intenção de vestir bem em qualquer ocasião FOTOS franco amendola STYLING franco pellegrino

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assistentes de foto enzo amendola, renan vitorino beleza vicente lujan (CAPA MGT) modelo angelica erthal (FORD)


beleza

pintura

1. Prepare a pele com água termal e primer (veja dicas no passo 1 da maquiagem ao lado). 2. Use dois tons de base HD: um mais claro no centro para iluminar, outro mais escuro no contorno para destacar as dimensões do rosto. 3. Disfarce as imperfeições (olheiras e marcas) com corretivo (Laura Mercier). 4. Aplique blush (Mate Bronze, MAC). 5. Use iluminador nas tempôras (Cream Color, na cor Shell, MAC) para ganhar efeito de “pele fresca”, com textura “quase molhada”. 6. Para os olhos, escolha pigmentos em vez de sombra para um esfumado leve e brilhante. 7. Na pálpebra móvel e no canto externo dos olhos, aplique um pigmento claro (Naked, MAC). 8. Nas raízes dos cílios inferiores e superiores e nos cantos externos dos olhos, aplique um pigmento mais escuro (Rose Gold, MAC). 9. Use muitas camadas de máscara para cílios e lápis preto na marca-d’água. 10. Finalize a maquiagem com um batom em tom mate (Velvet Teddy, MAC). 134

fotos: franco amendola e divulgação

Vicente Lujan dá o passo a passo para os looks da estação. O mood e o aspecto são naturais, o processo... nem tanto

1. Prepare a pele com água termal e primer. O primeiro equilibra o pH da pele e evita o excesso de oleosidade. O segundo hidrata a pele, disfarça os poros e ajuda na fixação da maquiagem. 2. Aplique uma fina camada da base Face and Body (MAC) e corretivo (Laura Mercier) para disfarçar as olheiras e possíveis marquinhas na pele. 3. Para afinar e dar mais dimensão ao rosto, use dois blushes: um bronze (Browzing Powder, MAC), outro com um leve toque de rosa queimado (Berry, NARS). 4. Marque a raiz dos cílios inferiores e superiores com uma sombra marrom, aplique muitas camadas de máscara para cílios. 5. Nos lábios, hidratante labial e batom cor de boca (Hug Me, MAC). vicente lujan @vilujan Maquiador e cabeleireiro (CAPA MGT), ele assina as belezas dos editoriais desta edição. 135


making of

Calma. Ninguém está dando as costas para você, querida leitora. Pelo contrário. É que essa turma aí da foto está muito concentrada, realizando um trabalho especialmente para você. E, como somos cuidadosos e queremos entregar o melhor resultado, ficamos assim, imersos, sem distração enquanto realizamos o nosso dever. Se você reparar bem na foto acima, todos olham para a modelo durante a feitura de um dos editoriais de moda desta edição. Todos observam e participam dos bastidores da cena com zelo. As imagens que você conferiu no decorrer desta revista comprovam que a dedicação valeu a pena. E isso – notar o empenho e a entrega da equipe – pode ser tão legal quanto ver o rosto de nossos colaboradores. Assim, Canal agradece todos os profissionais envolvidos na realização deste material – aos que (de certa maneira) aparecem na foto acima e aos muitos outros que estão ausentes no clique em questão mas igualmente presentes e importantes nas páginas desta revista, elaborada com carinho, só para você. Na página ao lado, estão registros que nosso diretor de arte Gian Lucca Amoroso, fez de Jeri. 136

Fotos: gian lucca amoroso

em ação

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radar canal

SÃO PAULO 2

Diversos eventos movimentam e agitam os endereços Canal pelo Brasil. Confira aqui os registros de lançamentos, festas e desfiles país adentro e acompanhe nossa agenda de celebrações em nosso blog. Esperamos por você no próximo happening. Vem!

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Michelli Provensi, estrela da campanha de Inverno da CANAL, autografou o seu livro, Preciso Rodar o Mundo – Aventuras Surreais de uma Modelo Real (editora Livros de Safra), em animada noite de coquetel no Shopping Center Norte. Confira quem passou pelo evento e saiu de lá com a obra assinada pela top. fotos: renata d’almeida

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1 Rafaela Pereira 2 Gi Rafik e Hannah Cecchetto 3 Flavia Sancho e Sheila Vicci 4 Carolina Gomes, Nelson Gomes e Michelli Provensi 5 Geanine Marques 6 Grace Tchakerian 7 Taty Betin 141


radar canal

palmas

São josé do rio preto 1

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4 Dona Silvia e Lorena Ribeiro prepararam um coquetel de lançamento na loja Canal do shopping Capim Dourado, em Palmas. Mãe e filha receberam a primeira-dama do estado do Tocantins, Marcela Cardoso, as jornalistas e stylists Patricia Fregonesi e Kassandra Valduga e muitas outras clientes especiais. A modelo Michelli Provensi também autografou seu livro na noite especial. Veja os cliques do evento aqui...

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Em plena expansão no interior de São Paulo, a Canal inaugurou endereço em São José do Rio Preto. Convidadas da marca e da relações-públicas Sinara de Mello Scandiuzi conferiram o novo espaço, com a neoarquitetura das lojas Canal.

fotos: guilherme baffi

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1 Patricia Fregonesi e Kassandra Valduga 2 Luana Ribeiro e Marcela Cardoso 3 João Sampaio, Luciana Moraes e Silvia Ribeiro 4 Aline Monteiro, Michelli Provensi e Lourenço Correa 5 Marcela Christie e Brisa Gabriela 6 Luciana Moraes, Lili Bezerra e Larissa Ribeiro

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fotos: jaciara barros

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1 Fernanda Marques e Ariane Cânovas Amaral 2 Catherine Rangel, Aline Baltar, Michelli Provensi, Ariane Cânovas Amaral e Fabiana Batista 3 Mercia Macagnani, Marina Badan, Fernanda Frazzato Macagnani e Aline Badan 4 Tuca Muanis e Amanda Muanis 5 Marcela Castelini, Poliana Castelini e Tatiane Versiani 6 Sinara de Mello Scandiuzi e Carol Olivieri 7 Barbara Brunca e sua filha Maria Sophia 8 Sandra Mussi e Elizabeth Kair 143


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DONNA FASHION

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Canal retornou em grande estilo ao line-up do evento de moda mais importante do sul do país, o Donna Fashion, no shopping Iguatemi, de Porto Alegre. Após o desfile, Octavio Scheibe recebeu clientes e amigos para celebrar na loja da marca.

Fotos: Luiz Meurer

1 Michelli Provensi 2 Elisa Gugel e Karen Dall Acqua 3 Octavio Scheibe, Elton Ughini, Rosangela Ughini e Rosane Scheibe 4 Daiane Bernardini, Michelli Provensi, Helena Vasconcelos e Vivian Daize de Vasconcelos 5 Detalhe do desfile 6 Rosiane Noronha, Gerusa Lima e Julia Hoppe 7 Ana Karina Roloff

A DJ Karine Larré assinou a trilha sonora da inauguração da terceira Canal de Porto Alegre. A nova loja apresenta a neoarquitetura Canal e fica no Barra Shopping Sul, onde Octavio Scheibe recepcionou convidadas em noite especial.

Fotos: Luiz Meurer

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1 Vista da loja 2 Claudia Michelle Bassegio e Andressa Silva 3 David Lasevitch, Octavio Scheibe, Eduardo Lasevitch, Rosane Machado e Regina Lasevitch 4 DJ Karine Larré 5 Andressa Silva, Gi Petrillo e Kamila Kolton 6 Valentina Frusciante, Maria Clara Frusciante e Adriana Frusciante 145


EXPEDIENTE

LOJAS São Paulo – SP São Paulo shopping anália franco – 11 2673-8020 shopping ibirapuera – 11 5531-0623 rua madre de deus 1.159 – 11 2606-0599 shopping center norte – 11 2252-2614 shopping pátio higienópolis – 11 3823-2813 r. padre joão manoel 41/43 – 11 3266-7599 r. oscar freire 987 – 11 3083-2511 shopping market place – 11 5181-3550 bourbon shopping – 11 3624-3368 shopping vila olímpia – São Paulo Grande São Paulo shopping granja vianna – 11 4613-6510 shopping iguatemi alphaville – 11 4209-1579 shopping abc – 11 4432-2043 Campinas shopping iguatemi campinas – 19 3259-1059 Itupeva outlet premium itupeva – 11 4496-7141 Sorocaba shopping iguatemi esplanada sorocaba – 15 3243-9532 Presidente Prudente prudenshopping – 18 3223-8730 Bauru boulevard shopping nações bauru – 14 3233-7473 Ribeirão Preto shopping iguatemi ribeirão preto – 16 3913-3729 São José do Rio Preto shopping iguatemi – 17 3201-8606 Rio de Janeiro - RJ Rio de Janeiro barra shopping – 21 3089-1148 Distrito Federal – DF Brasília shopping iguatemi brasília – 61 3468-3348 GOIÁS – GO Alexânia outlet premium brasília – 62 3336-6037 Goiânia flamboyant shopping center – 62 3095-3848 MATO GROSSO – MT Cuiabá goiabeiras shopping center – 65 3616-4622 MATO GROSSO DO SUL – MS Campo Grande shopping campo grande – 67 3326-7415 PARANÁ – PR Curitiba shopping mueller – 41 3222-6098 park shopping barigüi – 41 3373-1653 Londrina catuaí shopping londrina – 43 3029-1061 Maringá maringá park shopping center – 44 3023-0425

diretor geral luiz vaiano gerente de marketing luciana moraes projeto gráfico e direção de arte gian lucca amoroso editora mariana abreu sodré revisão daniela lima coordenadora de marketing giovana camargo assistente de marketing rebeca perella visual merchandising joão sampaio ASSISTENTEs DE VISUAL MERCHANDISING juli matheus, ligia bizarro coordenadora de estilo juliana cedola estilo aline foggi, carolina ribeiro, gilda mezoni, helena wen, hamilton nascimento, isabela gallucci, stephanie vaiano tratamento de imagem (MODA) ricardo montanha (image touch) colaboradores ariela dorf, beta recoder, daniel lacerda, daniela lorenzetti, deco cury, eduardo svezia, emanuel ferreira brandão, enzo amendola, fernando pinheiro guimarães, franco amendola, franco pellegrino, josé pereira dutra, mariana maltoni, matheus pallos, rafael cerveglieri, rafaela mendonça, renan vitorino, sandra souza, vicente lujan, vini marson impressão BURTI 146

ilustração: chiconando

RIO GRANDE DO SUL - RS Porto Alegre shopping iguatemi porto alegre – 51 3328-1082 moinhos shopping – 51 3312-1292 barra shopping sul – 51 3250-5249 TOCANTINS - TO Palmas shopping capim dourado – 63 3026-3445 EM BREVE rua Gaivota, 1176 - Moema – São Paulo (abertura 01/09) catarina fashion outlet – São Roque (abertura 27/09) _ SHOWROOM 11 3467-8115 / 11 3467-8116 r. leopoldo couto de magalhães jr, 490 – itaim bibi – são paulo 147


next look

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preview outono/ inverno

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ilustração: helena wen e hamilton nascimento

O verão ainda nem começou e aqui na Canal já estamos finalizando a coleção de outono/inverno. O mundo da moda é assim, vive em estações invertidas... e essa é apenas uma das graças deste universo. Tudo isso para dizer que, enquanto você pensa em que look vestir nesses dias de céu azul e altas temperaturas, estamos envolvidas com couros e lãs, já finalizando os desejos da próxima coleção. O outono/inverno da Canal terá como temas o lado mais místico do rock, a harmonia e as texturas da natureza, além de uma nova leitura para as vestes urbanas. Isso quer dizer: tee-shirts estampadas, florais em fundo negro ou de tons fechados, couros ecológicos e alfaiataria. Exatamente como aparece no desenho/croqui que apresentamos nesta página em primeira mão. Mais? As saias terão corte godê e as peças de lã terão pontos mais grossos. Para saber mais, no entanto, só na próxima edição, ok? Por enquanto, aproveite o verão!

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