NOÇÕES DE DESIGN
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SUMÁRIO 1 Aula 01 - O que é Design.....................................................1 1.1 O que é Design?............................................................................................2 1.2 O que não é Design?.....................................................................................3 1.3 Design é arte?...............................................................................................4 1.4 Qual a diferença entre Design e Designer?...................................................5 1.5 Qual a diferença entre Design Gráfico, De Produtos e Web?.......................6 1.6 O que faz o Designer?...................................................................................7 1.7 Designer precisa saber desenhar?................................................................8 1.8 Então, o que é Design?.................................................................................9 1.9 Atividades aula 01........................................................................................10
2 Aula 02 - História da Comunicação.................................... 11 2.1 Surgimento da arte......................................................................................11 2.2 Surgimento da Escrita.................................................................................13 2.3 Surgimento do Tipo Móvel...........................................................................17 2.4 Revolução Industrial e Movimentos Artísticos.............................................18 2.5 Atividades aula 02........................................................................................20
3 Aula 03 - Elementos do Design..........................................21 3.1 A linha..........................................................................................................22 3.2 A forma.........................................................................................................23 3.3 A cor.............................................................................................................24 3.4 Textura........................................................................................................25 3.5 A MASSA.....................................................................................................26 3.6 O espaço.....................................................................................................27 3.7 Atividades aula 03.......................................................................................28
4 Aula 04 - Principios do Design............................................29 4.1 Alinhamento.................................................................................................30 4.2 Balanço........................................................................................................31 4.3 Contraste.....................................................................................................32 4.4 Proximidade.................................................................................................33 4.5 Repetição e consistencia.............................................................................34 4.6 Atividades aula 04........................................................................................35
5 Aula 05 - Teoria das Cores.................................................36 5.1 Psicologia das cores....................................................................................37 5.2 As cores no marketing.................................................................................39 5.3 Atividades aula 05........................................................................................40
6 Aula - 06 Avaliação.............................................................41
AULA 01
O QUE É DESIGN?
O
design é uma profissão desafiadora, complexa, deliciosa e maravilhosa. Diariamente, o designer é apresentado com problemas que ele precisa resolver visualmente. Ao contrário do que muitos pensam, design não é apenas criar logotipos, flyers ou arte; é muito mais que isto. Nesta primeira aula, vamos primeiro procurar entender um pouco o que é (e o que não é) o design. Em seguida, vamos aprender o que o designer realmente faz.
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O que é design?
S
e fossemos apenas usar a definição mais simples que encontrassemos seria a de Alexandre Wollner, um dos fundadores do design no Brasil: “Design é projeto” (“Alexandre Wollner e a formação do design moderno no Brasil” - NAIFY, Cosac ). Simples, mas vago, não? Então vamos tentar algo um pouco mais complexo, usando a definição do autor do livro “Design, Uma Introdução”, Beat Schneider: “(Design é) a visualização criativa e sistemática dos processos de interação e das mensagens de diferentes atores sociais.” Agora ficou mais difícil de entender? Quando pedirem para definir o que é design, dizemos que é uma forma de comunicar uma ideia ou conceito, usando processos, elementos e princípios do design. Mais perguntas surgem: quais seriam os processos, elementos e princípios do design? No final desta aula vamos voltar a esta pergunta que ficará mais fácil de responder.
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O que não é design?
É
engraçado como esta pergunta é mais fácil de responder. Muitas pessoas começam no design com alguns pré-conceitos do que o designer faz, e acabam se decepcionando quando notam quanta teoria existe. Então vamos separar o joio do trigo de início para não dar falsas esperanças a ninguém. Design não é saber utilizar o Photoshop, Illustrator, Blender, Gimp ou o Paint do Windows. Pra aprender design, não é necessário desenhar como o Leonardo da Vinci, pintar como Rembrandt ou esculpir como Michelangelo. O designer não necessariamente fica horas na frente do computador e, idealmente, ele só precisa usar o computador na etapa final do seu trabalho. Mesmo assim, existem designers que não utilizam o computador (exceto para escanear seu trabalho pronto para fazer cópias). Se você criar um logo para uma empresa sem pesquisar e projetar antes, significa que você não passou pelo processo de design. O design tem que ter significado e comunicar algo. Quem faz “cake design” e “hair design” não está fazendo design no significado correto da palavra, pois não está comunicando nada, não tem projeto, não tem motivo. Design precisa comunicar uma mensagem. Não comunica nada? Então é arte. O que nos leva para a próxima pergunta: Página
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Design é arte?
A
resposta mais simples é: não. Vou expandir: arte é interpretativa, o design não. O que isto significa? Quando você vê uma pintura, ela invoca alguma emoção, um sentimento ou uma imagem. Uma pintura que me passa ansiedade pode te passar enjoo. Cada um interpreta a arte como melhor quiser, mas o design precisa ser interpretado da mesma maneira por todo mundo. Isto não quer dizer que o design não pode ser arte! Design pode ser sim arte, basta ver os equipamentos projetados por Dieter Rams para a Braun; são verdadeiras obras de arte, pois invocam alguns sentimentos específicos - mas acima de tudo, ele tem uma finalidade que é compreendida, e não interpretada. Arte é beleza, design é estética - e mais pra frente, vamos conhecer a diferença entre os dois. Objetos criados por Dieter Rams
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Qual a diferença entre design e designer?
É
triste quando um colega profissional lança seu portfólio e erra o nome da própria profissão. Toda a credibilidade vai por água abaixo, então aprenda de uma vez por todas: Design é o nome que se dá a profissão. Designer é o nome que se dá ao profissional. Do mesmo jeito que alguém não “faz médico” para se tornar “medicina”, ou é “direito” pois “estudou advogado”, você não pode “ser design” e você não aprendeu “designer”. Se você ainda tiver dificuldade, esse infográfico simples pode te ajudar:
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Qual a diferença entre design, design gráfico, design de produto e web design?
O
design é uma profissão bem abrangente e tem vários ramos. Entre os mais populares, temos o design gráfico, design de produto e web design. Ainda existe também o design de moda, o design de interface, o design de experiência e muitos outros. Em termos simples, o designer gráfico vai criar elementos impressos (como logos, cartazes, folders, etc). O designer de produto cria elementos físicos (como mesas, cadeiras, camas, eletrônicos, etc) e o web designer vai trabalhar com o design digital online, desenvolvendo sites para a internet. Várias universidades que fornecem cursos de design em mais de uma de suas vertentes (gráfico e produto sendo o mais comum) geralmente ensinam a mesma matérias para ambas as salas durante os primeiros semestres pois
o design teórico se aplica a todas as vertentes - o que muda é o que é produzido no final do processo. O design gráfico e design de produto também possui nomes diferenciados em algumas faculdades, “programação visual” e “projeto de produto” respectivamente. É uma questão de grafia apenas - a profissão é a mesma.
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O que faz o designer?
O
designer vai pegar um problema e chegar em uma solução visual através do projeto. Um exemplo simples: uma empresa quer alterar a imagem que ela passa, que atualmente é focado no público mais adulto (30 anos ou mais) para um público mais adolescente e de jovens adultos (16 a 29 anos). O designer vai ficar encarregado de alterar a forma como a empresa vai se comunicar com seu público, atualizando a identidade visual para refletir essa nova posição. O designer vai idealizar, configurar, criar, fazer a concepção, desenvolver, fazer a elaboração e especificação da solução para o problema. Ele vai pegar o problema, pesquisar por que ele existe, estudar alternativas para resolver, criar protótipos, desenvol-
ver essas idéias, testar com uma amostra do público-alvo (muitas vezes, refazer) e finalizar para a entrega. O designer precisa ter sede de conhecimento, saber estudar e correr atrás de informações. O design é uma profissão multi-disciplinar, pois você não vai se limitar apenas a criar um logotipo, por exemplo. Muitas vezes, você vai precisar se tornar seu cliente ou se tornar o público-alvo dele para poder visualizar o problema por outro ângulo. Além disto, se manter constantemente atualizado é de suma importância; mesmo que o básico da profissão não mude, sempre existem novidades surgindo no mercado e você precisa ficar por dentro delas. Página
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Designer precisa saber desenhar?
C
omo falado, não é necessário desenhar como um Leonardo da Vinci dos tempos modernos. Mas é necessário saber poder transmitir seu conceito usando apenas lápis e papel. Eu não consigo desenhar um corpo humano, mas consigo rascunhar idéias. Existem vários sites que ensinam o básico do desenho, então sugiro dar uma pesquisada. Outra maneira de se acostumar a rascunhar com confiança é fazer isto constantemente. Carregue sempre um caderno e um lápis consigo e sempre que tiver um tempo, desenhe. Desenhe qualquer coisa: itens na sua mesa, idéias, logos...vale tudo! Além disto, conseguir rascunhar idéias facilita muito na criação. É mais fácil desenhar alternativas de um logo no papel do que diretamente no computador, por exemplo.
Esboço de um logo tipo
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Então, o que é design?
C
om tudo que aprendemos aqui, ficou mais fácil de entender o que é design. Design é comunicar uma mensagem usando de formas, linhas, cores e texturas. Esta mensagem precisa resolver um problema, e pra isto o designer precisa criar um projeto. O que é este projeto? Vamos aprender nas próximas aulas. Vamos a um exemplo prático do que faz o designer: Como o designer pode ajudar uma rede de restaurantes? Pode projetar um logo ou identidade visual do restaurante, pode cuidar da comunicação visual dos cardápios criando uma linguagem entendível ao público-alvo, pode tratar do design de interiores para que a experiência do usuário seja igual em todos os restaurantes da rede e assim por diante. Design é uma profissão complexa, mas não é muito difícil de entender.
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ATIVIDADES AULA1
1) Comente o que é Design? 2) Comente o que faz um DESIGNER? 3) CrIe um esboço de um logo tipo para uma empresa de transporte (use a mesa digitalizadora) DICA Pesquisar e buscar inspiração. Designers costumam se transformar em pessoas bastante cultas ao longo da carreira, pois para cada trabalho é necessário adquirir conhecimentos sobre os diferentes segmentos de empresas, o público alvo, os logos existentes e assim por diante.
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AULA 02
HISTÓRIA DA COMUNICAÇÃO Surgimento da arte
A
arte surgiu nas culturas pré-literárias e pré-históricas, entre 100 mil a 50 mil anos atrás. Os primeiros exemplos de arte pintada são as pinturas rupestres em cavernas por tribos nômades. Eram realizadas em policromia (várias cores) com objetivo de imitar a natureza com realismo, baseado em observações feitas durante as caçadas.
Existe discórdia entre o motivo das pinturas: alguns estudiosos defendem que eram parte de rituais mágicos para garantir sucesso na caça, outros defendem que era para transmitir conhecimento ou meramente produzir arte.
Entre as pinturas rupestres mais famosas, temos as cavernas de Lascaux na França e Altamira na Espanha. Também temos manifestações de pinturas em cavernas no Brasil, com destaque para Naspolini em Santa Catarina e Toca da Esperança na Bahia.
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Cavernas de Lascaux na Franรงa
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Surgimento da escrita
A
escrita foi um avanço na tecnologia humana vital para a formação do mundo como conhecemos hoje e para entender sobre o design, precisamos entender como surgiu essa primeira forma de comunicação. A arte como forma de comunicar através da escrita surgiu apenas em 3.500 a.C - recentemente, levando em conta a história do ser humano.
Os sumérios são considerados a civilização mais antiga da humanidade, localizado na região sul da Mesopotâmia, atual Iraque. Eles que criaram a escrita cuneiforme (em forme de cunha). Essa escrita começou como um sistema pictográfico, onde cada elemento representava uma ideia ou objeto. Com o tempo, os sumérios passaram a escrever em tábuas de argila usando um caniço afiado chamado estilete. Os pictogramas foram simplificados para diminuir o tempo gasto para produzir os textos, já que entalhar em argila não é um processo muito fácil. Os textos produzidos variam entre cartas pessoais, de negócios, transações comerciais, receitas, vocabulários, Página
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leis, hinos, rezas, magias, observações astronômicas e medicina.
Na China, durante a dinastia Chang, existem registros de escrita que pesquisadores acreditam ter mais de 8.600 anos de existência que a tornaria mais antiga que a escrita cuneiforme. Mas como a data exata do surgimento destas provas não é concreta, não sabemos a veracidade desta informação.
No Egito antigo (por volta de 3.200 a.C.) a escrita era em forma de pictogramas, conhecidos como hieróglifos. Destaque para a Pedra de Roseta, uma pedra de granito descoberta em 1799 por tropas napoleônicas em uma expedição francesa ao Egito. O bloco traz o decreto do Rei Ptolomeu V escrito em 196 a.C. O que torna este bloco tão importante, é que ele foi escrito em 3 línguas: hieróglifos, demótico (variante do egípcio tardio) e grego. Até então, acreditava-se que os hieróglifos eram puramente simbólicos e sem qualquer valor fonético pois não havia quem conseguisse traPágina
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duzi-los. Em 1822, Jean François Champollion anunciou a decifração dos hieróglifos egípcios, usando da Pedra de Roseta. É na Fenícia, atual Líbano (em 1.100 a.C.), que surge o primeiro alfabeto com letras individuais em vez de imagens usadas para representar algo. Baseado em pictogramas egípcios, o alfabeto fenício de 22 letras não tinha símbolos para representar sons de vogais e era escrito da direita para a esquerda. Os gregos adotaram este alfabeto em 800 a.C., adicionando as vogais. Os gregos escreviam apenas usando letras maiúsculas (caixa-alta) e os textos eram lidos linha-a-linha de forma alternada; da esquerda pra direita na primeira linha, e da direita pra esquerda na próxima. De início, as letras gregas eram desenhadas a mão livre, sem o uso de compasso ou régua mas em linhas retas e sem serifa. Com o passar do tempo, as letras ficaram mais grossas, curvas, e serifas começaram a aparecer.
Foram os romanos que passaram a adicionar espaço entre as palavras, moldando o alfabeto grego para o modelo latino, que é o que usamos hoje. Eles também são os responsáveis pelo embelezamento das letras e consequentemente o surgimento da tipografia. Página
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ALFABETO ROMANO
P
or volta do século IV d.C., as letras romanas tinham se tornado ainda mais arredondadas, as formas curvadas sendo mais fáceis de serem escritas. Chamamos esse tipo de caligrafia de “caligrafia uncial” - a úncia sendo a medida romana para uma polegada, tamanho das letras daquela época.
A semi-uncial, que surgiu por volta do século VI, era escrito entre quatro linhas horizontais permitindo o surgimento de ascendentes e descendentes. Página
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Enquanto as semi-unciais romanas eram escritas em um eixo mais confortável e clássico, em outras regiões a caligrafia ganhou aspectos diferenciados. Destaque para a semi-uncial irlandesa, escrito com uma caneta em posição quase perpendicular ao papel que apareceu entre os séculos VII a IX. Já na Inglaterra, a semi-uncial evoluiu de outra maneira, sendo mais condensado e de outro ângulo. Entre os séculos XII a XIV, surgiu a tipografia gótica que culminou como expressão artística da idade média. O termo “gótico” foi dado pelos italianos, usado para descrever as culturas barbáricas ao norte dos alpes italianos. De acordo com alguns historiadores, a caligrafia gótica não era relacionada ao povo gótico, mas sim um estilo influenciado por vários fatores e grupos culturais, inclusive a arte saracênica - influência islâmica, resultado das Cruzadas. Esse estilo tomou conta da atual França, Alemanha e Inglaterra. Durante esse período gótico, aumentou a quantidade de igrejas e universidades, aumentando a demanda por livros que eram escritos ainda por escribas utilizando essa tipografia.
Surgimento do tipo móvel
A
prensa já existia na China, Coréia e Japão desde o século I, e a impressão com blocos de madeira esculpidos já existia na Europa desde aproximadamente 1300. Foi só em 1450 que a prensa com tipos móveis foi desenvolvida, um dos marcos mais importantes na história da humanidade pois permitiu trabalhar com a comunicação em massa com maior facilidade e a um custo reduzido.
O desenvolvimento da prensa de tipos móveis é tipicamente atribuída Página
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ao alemão Johannes Gensfleisch Gutenberg, mas existem estudiosos que defendem o holandês Laurens Janszoon Coster como o verdadeiro pai da prensa moderna.
PRENSA DE GUTENBERG
Revolução Industrial e movimentos artísticos Página
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O
utro marco na história do design foi a Revolução Industrial, iniciada no Reino Unido em meados do século XVIII. Com o surgimento da máquina a vapor, o sistema artesanal de produção foi substituído pela produção em massa e em tempo reduzido, gerando produtos baratos e com qualidade inferior. O papel, por exemplo, passou a ser produzido da polpa de madeira criando um papel mais áspero e mais propenso ao envelhecimento. A encadernação também foi mecanizada e barateada, gerando uma perda de qualidade nos livros, impressão e qualidade da tipografia. Por causa disto surgiu o movimento Arts & Crafts, um movimento internacional do design contra a produção em massa que resultava em design de baixa qualidade e péssimas condições de trabalho. O movimento surgiu na Inglaterra em 1860 e se estendeu até os Estados Unidos no século XX. Liderado pelo escritor William Morris e inspirado pelas escritas de John Ruskin e Augustus Pugin, idealisticamente o movimento Arts & Crafts tentou juntar a arte e a indústria produtora. Os objetos do movimento eram simples em forma com decorações supérfluas, além de dar ênfase no material usado. Geralmente possuíam padrões inspirados pela flora e fauna britânica.
EXEMPLO DE
Arts & Crafts
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ATIVIDADES AULA 2
1) Comente como se iniciou a arte?
ASSISTA AO VIDEO Lascaux, a Pré-História da Arte
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AULA 03 ELEMENTOS DO DESIGN
O
designer gráfico possui várias tarefas que incluem criar elementos visuais para a web e para impressos, como sites, flyers, folders ou campanhas publicitárias.
Autores diferentes classificam diferentes elementos do design: enquanto alguns defendem que existem apenas seis, outros vão contar sete. Para esta aula, vamos levar em conta seis elementos que englobam os mesmos elementos de outro autores. Caso tenha interesse, você pode conferir os elementos da forma de acordo com Wucius Wong (“Princípios de forma e desenho”) explicado em dois artigos: ponto, linha, plano e volume e formato, tamanho e textura.
Os seis elementos aos quais vamos tratar são: linha, forma, cor, textura, massa e espaço. Vamos tratar de cada um individualmente.
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A linha
L
inhas podem ser curtas, longas, curvadas ou retas. Podem ser verticais, horizontais ou diagonais. Podem até criar padrões. As linhas no design podem ser sólidas, traçadas, grossas ou finas. As linhas podem ser usadas para delimitar diferentes seções no design ou para direcionar o olhar do usuário em uma direção específica pois geram uma sensação de movimento. Dependendo do estilo da linha, este movimento pode ser simples ou mais complexo; uma linha cheia de curvas vai levar o olhar do usuário pra lá e pra cá. Já uma linha tracejada pode incitar pausas no
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A forma
A
forma é o segundo elemento mais usado no design. É nada mais que um agregado de linhas combinando para formar um novo elemento.
Estas podem ser círculos, quadrados, retângulos ou qualquer tipo de objeto abstrato. O design minimalista utiliza bastante as formas simples, como círculos e quadrados. E não pense que a forma precisa ser óbvia: blocos de textos geram uma forma, afinal são várias linhas horizontais que ao se juntar formam um “bloco”.
Assim como a linha, formas também são associadas na nossa mente com diferentes movimentos. Círculos são associadas com o movimento e natureza, enquanto quadrados e triângulos podem ser vistas como design básico de estrutura. Do mesmo jeito que a cor, estilo, fundo ou textura da linha, o mesmo pode alterar a percepção do usuário em relação a forma.
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A Cor
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rovavelmente um dos elementos mais importantes do design, a cor encontra-se em todo lugar - sim, inclusive branco e preto são cores. A cor pode ser sutil ou chamativa, pode invocar calma, raiva ou até mesmo fome mesmo se você não notar isto (acredite: seu cérebro nota).
Estudos mostram que pessoas que vivem em ambientes com predominância da cor vermelha tinham uma pressão e batimento cardíaco maiores do que alguém morando em um ambiento azul. A cor pode ser um fator determinante para separar um bom design de um design fantástico. Cores geram contraste, chamam a atenção, dão aspecto de profundidade, podem dar ênfase e podem mudar a maneira com a qual nos relacionamos com um objeto. A teoria da cor é um assunto inteiro no design - outro que iremos ver apenas no curso de Design Intermediário, de tão importante que é.
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Textura
N
ão se engane: textura não serve apenas para impressos - o termo se refere a características de uma superfície que pode ser tanto tátil quanto visual. Textura de tecido, pedra, madeira...a lista é infinita.
A textura pode se relacionar com o contexto no qual é inserida, reforçando ou complementando uma mensagem. Texturas com elementos maiores geralmente são mais agressivas, enquanto texturas de grão mais fino são mais delicadas (mas é claro que isso não se aplica a todas as texturas).
Na maioria dos casos, a textura age como agente secundário, agindo como suporte e reforço à imagem principal reforçando o conceito visual do trabalho. Se for mal empregada a textura vai atrapalhar o olho, agindo apenas como um ruído visual desnecessário à composição.
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A Massa
M
assa é o tamanho físico ou visual. O tamanho pode ser relativo: um simples ponto pode ser pequeno comparado ao tamanho do mundo, mas pode ser enorme comparado com um átomo e isto influencia o design.
Um folder grande pode parecer ser mais leve se texto e gráficos forem pouco usados, assim como um cartão de visitas pode aparentar ser mais pesado se recheado de elementos visuais.
Texto longo com um bom espaçamento entre-linhas pode ser mais fácil de ser lido por ter uma massa aparente menor. Já uma frase escrita em letras grossas e grandes podem dar um impacto maior por parecer mais pesado (e, consequentemente, chamar mais a atenção se for pareado com elementos mais “leves”).
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O Espaço
O
espaço é também crucial no design. Recentemente, o “espaço em branco” tem tido um papel maior no design por dar a impressão de leveza e direcionar o olhar para os elementos mais importantes. Veja a página inicial do Google, por exemplo: existe muito espaço em branco e o olhar naturalmente se foca naquilo que realmente importa para o usuário - a busca.
O “espaço em branco” não precisa necessariamente ser da cor branca; seria apenas um espaço sem nenhum elemento gráfico. Texturas podem ser usadas para representar o espaço em branco. Além disto, o espaço é muito popular no Minimalismo por diminuir a quantia de elementos no design. Já a falta de espaço pode dar um ar de desorganização ou peso excessivo a um projeto visual, gerando confusão e fazendo com que a mensagem principal se perca. Página
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ATIVIDADES AULA 3
1) Descreva os seis elementos básicos que compõe o design?
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AULA 04 PRINCÍPIOS DO DESIGN
A
lém das palavras ou imagens usadas, o design possui certos princípios utilizados para comunicar uma mensagem. O modo como usamos estes princípios no design determina a estrutura do nosso trabalho e afeta a legibilidade da mensagem que estamos tentando comunicar.
Todos os princípios do design podem ser aplicados a qualquer projeto, e a maneira como eles são utilizados determinam a eficácia da mensagem e quão atraente o design é. Não existe uma única maneira correta de aplicar cada princípio. Nesta parte do curso vamos ver quais são estes princípios Alinhamento Balanço Contraste Proximidade Repetição / Consistência
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Alinhamento
O
alinhamento traz ordem ao caos, ajuda a organizar itens similares, cria grupos e conexões visuais. Bom alinhamento deve passar despercebido pelo observador, já um mal alinhamento faz o erro (intencional ou não) muito visível. A falta de alinhamento cria um visual desleixado e desorganizado, assim como misturar vários alinhamentos diferentes. No entanto, não é errado quebrar o alinhamento de propósito afim de criar tensão ou chamar a atenção para algum elemento específico na página.
NÃO INDICADO
INDICADO
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Balanço
D
o mesmo jeito que é bom balancear uma alimentação saudável com o ocasional chocolate, o balanço no design é igualmente importante. No geral, nossos olhos ficam mais confortáveis com layouts balanceados onde os gráficos não subjugam o texto e a página não tende a parecer desequilibrada. De início, existem três tipos de balanço no design que trataremos melhor num curso futuro:
Simétrico Assimétrico Radial Basta dizer que todo elemento gráfico tem um peso e cabe ao designer saber balancear ele. Veja no exemplo abaixo como a falta de balanço faz o documento puxar para um lado:
NÃO INDICADO
INDICADO
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Contraste
V
ocê já notou como em um jogo de basquete profissional, todos os jogadores parecem iguais uns aos outros? Mas se você colocar um deles ao lado de uma pessoa comum, vai notar que ele é muito mais alto. Isto é contraste. No design, elementos grandes e pequenos, texto preto e branco, quadrados e círculos podem criar contraste no design.
te do designer. Os métodos mais comuns de contraste são criar diferenças em tamanho, valor, cor e tipo.
NÃO INDICADO
INDICADO
O contraste ocorre quando dois elementos são diferentes, e quanto maior a diferença maior o contraste. A dica mais importante é fazer com que a diferença seja óbvia - pouca diferença pode dar a aparência de ser um erro por par-
Utilizamos o contraste no design para dar ênfase ao que é mais importante ou para direcionar o olhar do observador. Em uma página sem contraste ou pouco contraste, o leitor não sabe por onde começar. Mas cuidado: é possível exagerar no contraste, então você deve usá-lo com cuidado. Se todos os elementos gerarem contraste, o observador não vai saber por onde começar.
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Proximidade
Q
uando um observador encontra vários elementos em uma página, o cérebro dele automaticamente vai tentar associar conexões a eles. O designer pode utilizar isto a seu favor, arranjando objetos (textos e/ou imagens) em grupos para ajudar a criar um significado e melhor disseminar a mensagem. Isto chama-se proximidade. A proximidade cria um vínculo entre os elementos de uma página. Objetos próximos uns dos outros sugerem algum tipo de relacionamento, já se estiverem mais longe um dos outros pode sugerir diferença. Um exemplo disto seriam parágrafos de um texto: frases em um mesmo parágrafo simbolizam que fazem parte da mesma linha de pensamento, e em outro parágrafo sugere uma mudança desta linha. A proximidade, como já diz o nome, é manter elementos próximos um do outro. Mas quando um objeto está distante de outro, é possível fazer fazer uma vinculação através de um terceiro. Por exemplo: uma flecha que conecta um texto com um objeto no meio de um mapa embora o texto e o meio do mapa estejam distantes, a flecha aproxima os dois similares.
NÃO INDICADO
INDICADO
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Repetição / Consistência
J
á vi designer reclamar de repetição, mas não existe nada de errado com isto. Imagine se a Coca Cola tivesse uma diferente identidade visual em cada país? Imagine se o “M” dourado da McDonalds fosse mais reto em alguns dos restaurantes, ou se fosse trocado por um “D” em outras? Repetição e consistência é tudo no design.
Pegue qualquer revista. Você vai ver como o layout se repete muitas vezes, seguindo um certo padrão. Algumas páginas tem o mesmo número de colunas, as fotos ficam na mesma posição ou diferem um pouco, elementos visuais (como o número das páginas ou o assunto daquela coluna) se repetem em todas as páginas. Manter uma consistência visual quando um texto se expande por várias páginas ajuda a aumentar a legibilidade. Repetir elementos gráficos ou até mesmo um layout inteiro ajuda a manter uma experiência consistente em todos os seus trabalhos.
NÃO INDICADO
INDICADO
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ATIVIDADES AULA 4
1) Descreva os cinco princípios do design.
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AULA 05 Teoria das cores
A
Teoria das Cores afirma que a cor é um fenômeno físico relacionado a existência da luz, ou seja, se a luz não existisse, não existiriam cores. O preto é percebido quando algo absorve praticamente toda a luz que o atinge. Já o branco é percebido em algo que reflete praticamente todas as faixas de luz. Pode-se dizer que o branco e o preto não são cores propriamente, e sim a presença ou ausência da luz. Isaac Newton foi o primeiro a associar que a luz do Sol tinha forte relação com a existência das cores, quando dissociou a luz solar nas cores do arco-íris através de um prisma.Surgia ali o primeiro esboço do que posteriormente viria a ser chamada de Teoria das Cores.
Newton estudando a refração da luz
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Psicologia das cores
A
cor é assimilada pelo ser humano através do sentido da visão. A visão é dos cinco sentidos o que mais rapidamente conduz a informação até ao cérebro. Dessa forma os olhos são os sensores e o cérebro é o processador. Quando escolhemos uma cor para elaborarmos nossos trabalhos devemos ter em mente que estamos lidando com um elemento de estímulo imediato, e que essa cor escolhida provocará diversas reações em seus observadores, positivas ou negativas. A subjetividade do artista, com sua sensibilidade e memória cromática condiciona totalmente a harmonia obtida entre as cores de seu trabalho. Da mesma forma como condicionam a interpretação do espectador da obra observada. As cores influenciam o estado psicológico dos seres humanos de várias maneiras, e são mais ligadas à emoção. As pessoas se lembrarão mais facilmente das cores do que de formas.
No ocidente, as cores surtem diferentes efeitos psicológicos sobre as pessoas, como sugere a lista
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Branco - purificador, perfeição, pureza, neutralidade, humildade, limpeza, claridade, frieza e esterilidade, pureza, inocência, reverência, paz, simplicidade, esterilidade, rendição, união; Preto - luto, elegância, solidez, poder, modernidade, sofisticação, formalidade, morte, medo, anonimato, raiva, mistério, azar; Cinza - elegância, humildade, respeito, reverência, sutileza; Amarelo - concentração, disciplina, comunicação, ativa o intelecto, positividade, boa sorte; Vermelho - paixão, entusiasmo, impacto, agressividade, força, energia, amor, liderança, masculinidade, perigo, fogo, raiva, revolução, “pare”; Rosa - Amor, carinho, suavidade, acolhimento, romantismo; Azul - harmonia, confidência, conservadorismo, austeridade, monotonia, dependência, tecnologia, liberdade, saúde, purificação, amabilidade, paciência, serenidade; Ciano - tranquilidade, paz, sossego, limpeza, frescor; Verde - esperança, cura, natureza, paz, natureza, primavera, fertilidade, juventude, desenvolvimento, riqueza, dinheiro, boa sorte, ciúmes, ganância, esperança; Lilás - influencia emoções e humores, intuição e espiritualidade; Roxo - velocidade, concentração, otimismo, alegria, felicidade, idealismo, riqueza (ouro), fraqueza, dinheiro; Magenta - luxúria, sofisticação, sensualidade, feminilidade, desejo; Violeta - espiritualidade, criatividade, realeza, sabedoria, resplandecência, dor; Laranja - equilíbrio, generosidade, entusiasmo, alegria, aconchegante, energia, criatividade, equilíbrio, entusiasmo, ludismo; Castanho - sólido, seguro, calmo, natureza, rústico, estabilidade, estagnação, peso, aspereza. Página
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As Cores no Marketing
Segue abaixo um guia resumido sobre a influĂŞncia psicolĂłgica das cores sobre as marcas mais conhecidas no mundo do marketing e da publicidade.
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ATIVIDADES AULA 5
ASSISTA AO VIDEO Isaac Newton
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AULA 06 Avaliação Noções de Design
clique no botão ACIMA para fazer a AVALIAÇÃO
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