COMEMORAÇÕES 47º ANIVERSÁRIO
MONTEMOR-O-NOVO 1974 - 2021
EVOCAÇÃO DA LIBERTAÇÃO DOS PRESOS POLÍTICOS
EVOCAÇÃO DA LIBERTAÇÃO DOS PRESOS POLÍTICOS O “abecedário da repressão”, podia esta evocação chamar-se assim, mas o título é o que menos importa, o que é mesmo necessário é lembrar – porque nunca é demais fazê-lo! – que em Portugal houve fascismo…
No forte de Caxias estavam 78 presos e no de Peniche 34, foram libertados quase em simultâneo nas primeiras horas da madrugada de dia 27; Ao mesmo tempo foram libertados 4 prisioneiros que se encontravam no hospital-prisão de Caxias e, igualmente, um preso de Peniche internado no hospital Miguel Bombarda.
Esta memória, para um município com a história de Montemor-o-Novo, membro fundador do Movimento dos Municípios pela Paz, esta evocação é uma exigência e uma missão que nos honra, não fosse este território, Levantado do Chão, terra também de Resistência que daria contributo para a madrugada libertadora do 25 de Abril de 1974.
Na manhã de 28 de abril seria a vez de um preso que se encontrava na Penitenciária de Lisboa a cumprir pena acusado de delito comum. Nas colónias o processo de libertação foi mais demorado. Só se iniciaria a 29 de abril, em Bissau (19 presos) e Luanda (85) e prosseguiu a 1 de maio no Tarrafal (68) e na Machava, Moçambique (554). A 3 de maio foram libertados 1.200 prisioneiros do campo de São Nicolau, Angola, muitos dos quais acompanhados por familiares cujo número foi estimado em 2.800. Outras 330 no dia 17, enquanto na Machava eram libertadas mais 420. Ainda em Moçambique, da ilha do Ibo foram libertados 600 combatentes em 21 de maio e alguns só a 1 de setembro conheceriam a liberdade.
A breve evocação que ora se faz procura não esquecer nenhum dos cárceres do fascismo, considerando toda a realidade, não só do território continental, e insular, mas também de todo o território colonial. Recorde-se que o regime deposto pelo 25 de Abril tinha, à altura, quase 4.400 prisioneiros políticos: 127 nos cárceres de Portugal e mais de 4.200 nas cadeias e campos de Angola, Cabo Verde, Guiné e Moçambique. Os primeiros presos libertados pelo 25 de Abril foram os 9 detidos na subdiretoria do Porto da P.I.D.E./D.G.S., pouco depois das 14 horas de 26 de abril. 2
LETRA A LETRA 3
A 1. ANTÓNIO MARIA CARDOSO, sede da Polícia Internacional de Segurança do Estado (PIDE), ao Chiado, em Lisboa, até ao 25 de Abril. 2. ALJUBE, em Lisboa, depósito temporário, antecâmara da António Maria Cardoso, onde os presos políticos do sexo masculino, esperavam ser conduzidos a interrogatório. Por lá terão passado cerca de 30 mil presos políticos, logo a partir de 1928, até ao “fechar de portas”, em 1965. Nos denominados “curros” ou “gavetos”, os presos eram sujeitos à tortura pelo isolamento, em espaços reduzidos, de dois metros por um metro, em absoluta penumbra. Aí funciona hoje o Museu do Aljube - Resistência e Liberdade; 3. ALJUBE DO PORTO, extensão do Aljube de Lisboa. Para lá seguiam os presos excedentários do Aljube de Lisboa. Hoje funciona como Museu Militar; 4. CAMPO DE AMBRIZETE, Angola; 5. CADEIA DE AIPELO e 6. CADEIA DE ATAÚRO, em Timor-Leste, esta última ilha prisão durante a época colonial a que os indonésios haveriam de dar o mesmo destino após terem ocupado Timor-Leste em 1975.
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FONTE: Presos Políticos no Regime Fascista II 19361939, Presidência do Conselho de Ministros, Comissão do Livro Negro sobre o Regime Fascista,pág.151 “Joaquim Manuel da Costa” - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq (arquivos.pt)
JOAQUIM MANOEL DA COSTA Naturalidade: Montemor-o-Novo Residência: Rua Pascoal de Melo, nº58 cv dto. Data de nascimento: 23/03/1899 Profissão: Carpinteiro Detido a 30/01/1937, foi encarcerado em Cadeia do Aljube, Fortaleza Militar de Peniche, e na Colónia Penal de Cabo Verde entre 05/06/1937 e 20/02/1945. Foi restituído à liberdade a 09/03/1945
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B 7. CADEIA DE BISSAU, na Ilha das Galinhas, na Guiné-Bissau, já antes do início da guerra colonial na Guiné, registava a detenção de muitos africanos aí torturados, designadamente em instalações militares e policiais; 8. CADEIA DA BEIRA, em Moçambique; 9. COLÓNIA PENAL DO BIÉ-CAPOLO, em Angola; 10. CAMPO DA BAÍA DOS TIGRES, também em Angola.
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FONTE: Biografia Prisional: Presos Políticos no Regime Fascista III 1940-1945, Presidência do Conselho de Ministros, Comissão do Livro Negro sobre o Regime Fascista,pág.277-279 Biografia: http://arquivo.cm-montemornovo.pt/ “João Joaquim Machado” - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq (arquivos.pt)
JOÃO JOAQUIM MACHADO “O MACHADINHO” Naturalidade: São Mateus. Montemor-o-Novo Residência: Monte do Machado. São Mateus. Montemor-o-Novo Data do nascimento:14/09/1921 Profissão: Trabalhador rural Filho de uma família de pequenos agricultores (seareiros), inicia a sua vida activa na agricultura, com 7 ou 8 anos, junto do seu pai e dos irmãos mais velhos. Aos 14 anos de idade já se manifestava contra a Guerra Civil de Espanha e contra o Regime Fascista em Portugal. Filia-se no Partido Comunista Português em 1943 com 22 anos de idade, iniciando dessa forma a sua actividade política. Foi preso pela primeira vez em 1945, depois de ter participado activamente nas Jornadas por melhores salários para os Trabalhadores Agrícolas, tendo sido levado para a prisão de Caxias. Em 1947, fruto das lutas por trabalho e contra a fome e miséria que se vivia nas famílias dos Trabalhadores Rurais, foi preso pela segunda vez e levado para o Aljube - Caxias. Em 1949 na sequência da Campanha Eleitoral, em que a Oposição Democrática apresentou o General Norton de Matos, volta a ser preso enquanto activista nesta campanha, passando pelas prisões do Aljube, Caxias, Peniche e Setúbal. É preso uma quarta vez, em 1958, quando participava numa manifestação de protesto pela Burla Eleitoral, que fez com que o General Humberto Delgado não fosse eleito e a Ditadura Fascista continuasse. Em 1961, quando participava activamente nas Jornadas pelas 8 Horas de Trabalho nos campos e quando a Guarda Nacional Republicana, acompanhada pela PIDE, o tentava prender, assaltando a sua casa e a do seu irmão, na madrugada de 5 de Maio, consegue fugir, passando um ano na clandestinidade. Volta a ser preso em 1962, em Vila Viçosa, tendo sido levado para o Aljube, Caxias e Peniche, onde permaneceu 6 anos. Ao longo da sua luta de resistência antifascista esteve preso durante cerca de 10 anos, tendo sido barbaramente torturado e passado 10 meses incomunicável. Em 1974 tornou-se funcionário do Partido Comunista Português. Em 1976 foi Candidato à Assembleia Constituinte. Fez parte desde o início da União dos Resistentes Antifascistas Portugueses, das Comissões de Base de Saúde e das Comissões de Moradores. Reformou-se em 1986 mas continuou sempre com a sua activida política. A 25 de Abril de 2000, o Município de Montemor-o-Novo atribuiu a João Joaquim Machado a Medalha de Honra “Liberdade, Progresso e Justiça Social”. 7
C 11. PRISÃO DO FORTE DE CAXIAS, Oeiras, arredores de Lisboa. O calabouço aceitava homens e mulheres. Nos anos 60 e seguintes do século passado tornou-se uma prisão de alta segurança, com um Reduto Norte e outro Reduto Sul, local de tortura e interrogatório violentos. O Cárcere célebre ficaria também pela memória de uma espetacular evasão de militantes comunistas, no início de dezembro de 1961, de lá fugidos num carro de Salazar. Um grupo de fuzileiros especiais e para-quedistas, para lá se dirigiram no dia 26 de abril DE 1974 prendendo, sem resistência, vários elementos da PIDE/DGS. Nove mulheres e setenta homens conheceriam a liberdade num processo demorado em que Spínola insistia na necessidade de considerar cada preso caso a caso, indagando dos que tivessem cometido crimes de sangue. O braço de ferro durou um par de horas. O MFA desempataria a favor da liberdade e os presos seriam todos libertados na noite do dia 26.
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FONTE: Presos Políticos no Regime Fascista V 19491951, Presidência do Conselho de Ministros, Comissão do Livro Negro sobre o Regime Fascista ,pág.53 e pág.54. “José Manuel Roque” - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq (arquivos.pt)
JOSÉ MANUEL ROQUE Naturalidade: São Mateus. Montemor-o-Novo Residência: Moinho da Ana – Moinho do Meio – São Mateus Montemor-o-Novo Data de nascimento: 28/08/1925 Profissão: Trabalhador Detido pela primeira vez a 16/06/1947 pela GNR de Montemor-o-Novo, por apelar às greves rurais, esteve detido na Cadeia do Aljube e de Caxias. Foi restituído à liberdade a 20/11/1947. Foi novamente preso a 04/08/1949 e passou novamente pelo Aljube e Caxias tendo sido libertado, após condenação, a 01/10/1956.
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E 13. “ESQUADRA DO MATADOURO” como era popularmente conhecida, junto à Praça José Fontana, em Lisboa, depósito de presos políticos nos primeiros tempos da ditadura.
F 14. CAMPO DA FOZ DO CUNENE, em Angola.
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FONTE: Presos Políticos no Regime Fascista V 19491951, Presidência do Conselho de Ministros, Comissão do Livro Negro sobre o Regime Fascista ,pág.55 e pág.56 “António Vicente Calção” - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq (arquivos.pt)
ANTÓNIO VICENTE CALÇÃO, “O CARA LAVADA” Naturalidade: São Romão. Montemor-o-Novo Residência: Monte da Aldeia, São Mateus Montemor-o-Novo Data de nascimento: 21/10/1923 Profissão: Trabalhador Rural Detido pela primeira vez a 14/06/1947 pela GNR de Montemor-o-Novo, por apelar às greves rurais, esteve detido nas Cadeias do Aljube e de Caxias. Foi restituído à liberdade a 20/11/1947.Foi novamente preso a 05/10 /1949 e passou novamente pelo Aljube e Caxias tendo sido libertado, após condenação, a 06/10/1956.
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FONTE: Presos Políticos no Regime Fascista V 19491951, Presidência do Conselho de Ministros, Comissão do Livro Negro sobre o Regime Fascista, pág.99 “José Marques Gouveia “ - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq (arquivos.pt)
JOSÉ MARQUES GOUVEIA “O MOTANEIRO” Naturalidade: Freguesia de Travanca Residência: Lugar de Cortiçadas de Lavre – morador na freguesia do Lavre Data de nascimento: 28/08/19899 Profissão: Motaneiro Detido a 29/09/1949 em Cortiçadas de Lavre, foi encarcerado na Cadeia de Caxias, Cadeia do Aljube e Cadeia da Fortaleza de Peniche. Foi restituído à liberdade a 27/01/1959.
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FONTE: Presos Políticos no Regime Fascista V 19491951, Presidência do Conselho de Ministros, Comissão do Livro Negro sobre o Regime Fascista ,pág.51, pág.52 “José Cabecinha” - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq (arquivos.pt)
JOSÉ CABECINHA Naturalidade: Quinta Velha, Freguesia de São Mateus, Montemor-o-Novo Residência: Quinta Velha, Freguesia de São Mateus, Montemor-o-Novo Data de nascimento: 23/11/1911 Profissão: Trabalhador Detido pela primeira vez a 14/06/1947 pela GNR de Montemor-o-Novo, por apelar às greves rurais. Esteve detido nas Cadeias do Aljube e de Caxias. Foi restituído à liberdade a 20/11/1947.Foi novamente preso a 01/08/1949 e passou novamente pelo Aljube e Caxias e pela Cadeia do Forte de Peniche. Restituído à liberdade a 26/11/1956.
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G 15. ILHA DAS GALINHAS, no arquipélago dos Bijagós, Guiné; 16. CADEIA DA PROVÍNCIA DE GAZA, em Angola; 17. GOVERNO CIVIL DE LISBOA, à Rua Ivens, por onde passavam “suspeitos” a conduzir à PIDE.
I 18. FORTALEZA DO IBO, em Moçambique; 19. CAMPO DE IONA, em Angola.
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FONTE: Presos Políticos no Regime Fascista VI 19521960, Presidência do Conselho de Ministros, Comissão do Livro Negro sobre o Regime Fascista, pág.544, pág.545 Biografia do Arquivo Municipal de Montemor-o-Novo “António Joaquim Gervásio” - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq (arquivos.pt)
ANTÓNIO GERVÁSIO Naturalidade: Nª. Sra. da Vila, São Mateus, Montemor-o-Novo Residência: Sem morada conhecida Data de nascimento: 25 de Fevereiro de 1927 (10/03/1927) Profissão: Trabalhador Rural Detido pela primeira vez a 14/06/1947 pela GNR de Montemor-o-Novo, por apelar às greves rurais, passou pela Cadeia do Aljube e de Caxias. Foi restituído à liberdade a 20/11/1947. Em 1960 foi novamente preso e colocado no Forte de Caxias, tendo sido um dos oito participantes da famosa fuga de Dezembro de 1961, passando então à clandestinidade. A 4 de Dezembro de 1961, em pleno dia, 10 da manhã, oito destacados militantes comunistas, rompendo a forte segurança policial, fogem com êxito do Forte de Caxias num velho «Mercedes» à prova de bala, oferecido por Hitler ao ditador Salazar. Cerca de 10 minutos depois, os oito fugitivos estavam em Lisboa. Cada um seguiu o seu rumo a abraçar as novas tarefas do Partido. O «Mercedes» ficou a descansar na rua Arco do Carvalhão até a Pide o ir buscar. Em 1971 foi condenado a catorze anos de prisão e encarcerado no Forte de Peniche tendo sido libertado em 27 de Abril de 1974, como parte da vaga de presos políticos soltos na sequência da Revolução dos Cravos ocorrida dois dias antes. Durante a ditadura passou igualmente pela Cadeia do Aljube, tendo estado preso, no total, durante cerca de cinco anos e meio. Foi vítima de violência física e torturado após as prisões de 1960 e 1971, tendo neste último caso sido impedido de dormir durante um período de dezoito dias e noites. Participou na organização de várias manifestações de trabalhadores no sul do país, por exemplo nas greves de Maio de 1962 dos trabalhadores agrícolas do Alentejo e Ribatejo, que levaram à introdução do regime das oito horas. 15
M 20. MACHAVA, Moçambique; 21. ILHA DA MADEIRA; Sítio de deportação em massa, normalmente com residência fixada para centenas de deportados, na sua maioria militares das revoltas republicanas contra a Ditadura, ocorridas entre 1927 e 1933; 22. CAMPO DE MISSOMBO (Cuando-Cubango), 23. CAMPO DE MOÇÂMEDES ambas em Angola; 24. CAMPO DE MABALANE, Moçambique; 25. CADEIA DA MACHAVA, MAPUTO, Moçambique 26. FORTE DE MAUBARA, Timor-Leste
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FONTE: Presos Políticos no Regime Fascista VI 1952-1960, Presidência do Conselho de Ministros, Comissão do Livro Negro sobre o Regime Fascista, pág.196, pág.197 “Salvador Joaquim do Pomar” - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq (arquivos.pt)
SALVADOR JOAQUIM DO POMAR Naturalidade: Santiago do Escoural, Montemor-o-Novo Residência: Pomar de Baixo, Monte do Castelo, Santiago do Escoural Data de nascimento: 13/02/1916 Profissão: Jornaleiro Preso pelo posto de Setúbal a 24/08/1956, esteve detido nas Cadeias do Aljube e de Caxias e cumpriu a pena na Cadeia do Forte de Peniche. Devolvido à liberdade a 09/12/1960.
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FONTE: Presos Políticos no Regime Fascista VI 1952-1960, Presidência do Conselho de Ministros, Comissão do Livro Negro sobre o Regime Fascista, pág.68, pág.69 “António Joaquim Dias” - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq (arquivos.pt)
ANTÓNIO JOAQUIM DIAS “CARA ROTA” Naturalidade: Vendas Novas Residência: Vendas Novas, Concelho de Montemor-o-Novo Data de nascimento: 25/03/1923 Profissão: Trabalhador Detido a 11/06/1952 pela GNR de Vendas Novas esteve detido nas Cadeias do Aljube e de Caxias e foi condenado a 9 anos de degredo, convertidos em 6 anos de prisão maior. Foram-lhe apreendidos um revolver, duas espingardas, cartuchos e uma machada. Entregue a 7/11/1952 nas Cadeia Civis Centrais de Lisboa. Devolvido à Liberdade a 09/12/1960.
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FONTE: https://www.museudoaljube.pt/doc/jose-adelino-dos-santos-2/ PT-TT-PIDE-E-010-82-16390_ m0383.tif - “José Adelino dos Santos” - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq (arquivos.pt)
JOSÉ ADELINO DOS SANTOS, “JOSÉ GAITAS” Naturalidade: Santiago do Escoural Residência: Quinta da Regadia, Montemor-o-Novo Data de nascimento: 23/10/1912 Profissão: Trabalhador Detido pela primeira vez a 31/05/1945, esteve encarcerado na Cadeia de Caxias. Foi restituído à liberdade a 29/08/1945.Foi novamente preso a 03/07/1949 e passou novamente pelo Aljube e Caxias, pela Cadeia da Comarca de Setúbal e pela Cadeia do Forte de Peniche. Restituído à liberdade a 02/08/1956.
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N 27. CADEIA DE NAMPULA, 28. CADEIA DE NICOADALA, ambas em Moçambique.
O 29. CAMPO DE CONCENTRAÇÃO DE OE-KUSSI (Timor).
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FONTE: https://www.museudoaljube.pt/doc/luis-antonio-firmino/
LUÍS ANTÓNIO FIRMINO Naturalidade: Lavre, Montemor-o-Novo Residência: Rua da Boavista, Vendas Novas Data de nascimento: 30/09/1917 (12/10/1917) Profissão: Serrador Detido pela primeira vez a 28/07/1949, esteve encarcerado na Cadeia de Caxias. Foi restituído à liberdade a 29/08/1945.Foi novamente preso a 03/07/1949 e passou novamente pelo Aljube e Caxias, e pela Cadeia do Forte de Peniche. Restituído à liberdade a 25/10/1956. Foi novamente preso a 7/11/1967. A 5/01/1968 foi enviado para o Hospital de São João de Deus, onde viria a falecer.
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P 30. CADEIA DO FORTE DE PENICHE. Prisão com alto nível de segurança, para onde eram enviados muito em especial os condenados a penas maiores e aqueles que cumpriam medidas de segurança. Num canto do forte, mesmo à beira da falésia, situavam-se as celas disciplinares – o redondo ou o segredo –, cubículos húmidos e sem luz, em que os presos eram mantidos a pão e água enquanto durasse o castigo. Em 1962 entrou em pleno funcionamento, constituída por “três blocos de cimento armado, totalmente isolados entre si e subdivididos em secções independentes por um complexo sistema de portas, grades e gradões”, com capacidade para 159 presos. Na madrugada de 27 de abril de 1974 foram libertados os últimos presos políticos que se encontravam em Peniche. 31. PENITENCIÁRIA DE LISBOA, que alojou centenas de presos políticos; 32. CAMPO DE PORTO ALEXANDRE Angola; 33. CADEIA DA PONTA MAHONE, 34. CADEIA DE PORTO AMÉLIA, Moçambique.
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FONTE: Rose Nery Nobre de Melo, Mulheres portuguesas na resistência, Lisboa, Seara Nova, 1974, p. 241-246. Biografia do Arquivo Municipal de Montemor-o-Novo “Maria Lourenço Calção Cabecinha” - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq (arquivos.pt)
MARIA LOURENÇA CABECINHA Naturalidade: São Romão Montemor-o-Novo Residência: Montemor-o-Novo Data de nascimento: 17/03/1937 Profissão: Camponesa Maria Lourença Cabecinha entrou para o Partido Comunista em 1948, quando tinha apenas 15 anos. Em 1952, passou à clandestinidade com o companheiro António Gervásio, vindo a ser presa em 1964. Cumprida a pena de quase cinco anos e meio, regressou temporariamente a Montemor onde permaneceu nove meses junto da família. Em Julho de 1970, reingressou na clandestinidade e aí se manteve até Abril de 1974. Passou o dia 25 de Abril de 1974 a policopiar propaganda do 1.º de Maio na casa clandestina da Damaia. Apenas abandonou aquela casa no dia 28 de Maio. Em liberdade, retomou a militância política e partidária de sempre. A 25 de Abril de 2000, o Município de Montemor-o-Novo atribuiu a Maria Lourença Calção Cabecinha, a Medalha de Honra “Liberdade Progresso e Justiça Social”. 23
FONTE: PT-TT-PIDE-E-010-98-19434_ m0071.tif - “António Joaquim Cabecinha” Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq (arquivos.pt)
ANTÓNIO JOAQUIM CABECINHA Naturalidade: Freguesia de São Mateus, Montemor-o-Novo Residência: Monte da Aldeia, Freguesia de São Romão, Montemor-o-Novo Data de nascimento: 23/12/1900 Profissão: Trabalhador Rural Detido pela primeira vez a 05/10/1949, esteve encarcerado na Cadeia de Caxias e Aljube. Foi restituído à liberdade a 26/07/1950.
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FONTE: PT-TT-PIDE-E-010-97-19338_ m0277.tif - “Manuel Joaquim Roque” - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq (arquivos.pt)
MANUEL JOAQUIM ROQUE Naturalidade: São Mateus, Montemor-o-Novo Residência: São Mateus, Montemor-o-Novo Data de nascimento: 16/05/1924 Profissão: Trabalhador Detido a 01/08/1949, esteve encarcerado na Cadeia de Caxias e do Aljube. Foi restituído à liberdade a 25/12/1950.
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Q 35. FORTE DE QUIBAXE, Angola 36. CADEIA DE QUELIMANE, Moçambique.
R 37. CASA DE RECLUSÃO DE LUANDA, Angola.
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FONTE: https://digitarq.arquivos. pt/viewer?id=4299897
SESINANDO MARQUES Naturalidade: Montemor-o-Novo Residência: Vale do Paço, Montemor-o-Novo Data de nascimento:22/09/1920 Profissão: Trabalhador rural Detido a 26/08/1949, cumpriu pena na Cadeia de Caxias, Aljube e na Cadeia da Fortaleza de Peniche.
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S 38. FORTALEZA DE SÃO JOÃO BAPTISTA, Angra do Heroísmo, local de depósito de presos políticos deportados, ponto de chegada dos que vinham do Continente e ponto de partida dos “mais perigosos” para as prisões e os depósitos de presos da Guiné, de São Tomé, de Angola, de Moçambique e de Timor, e para o campo de concentração do Tarrafal. 39. CAMPO DE CONCENTRAÇÃO DE S. NICOLAU, 40. FORTALEZA DE SÃO PEDRO DA BARRA (Luanda), ambas em Angola. 41. CADEIA DE S. PAULO, também em Angola, Luanda, onde aconteceu a primeira ação armada dos nacionalistas angolanos, precisamente, como objetivo da libertação dos presos políticos que aí se encontravam. 42. CADEIA DE SOMMERSCHILD, Moçambique.
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FONTE: “Manuel João “ - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq (arquivos.pt)
MANOEL JOÃO “O PASSÃO” Naturalidade: Montemor-o-Novo Residência: Monte do Olheiro, Montemor-o-Novo Data de nascimento: 30/01/1925 Profissão: Trabalhador Detido pela primeira vez a 30/07/1949 na Cadeia de Caxias. Foi restituído à liberdade a 29/08/1945. Foi novamente preso a 03/07/1949 e passou novamente pelo Aljube e Caxias.Restituído à liberdade a 22/02/1950.
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T 43. TARRAFAL Ilha de Santiago, Cabo Verde (Pelo seu carácter inóspito, todas as ilhas de Cabo Verde tiveram depósitos de presos ou presos políticos com “residência fixada”, o mesmo acontecendo na Guiné, em Angola e em Timor). Recebeu presos a partir de 29 de outubro de 1936. Entre 1936 a 1954 estiveram encarcerados no campo de concentração do Tarrafal 357 presos políticos e sociais e nele morreram 32 prisioneiros. Em 1961 voltou a reabrir portas, por determinação do ministro do Ultramar, agora para receber 227 nacionalistas de Angola, da Guiné-Bissau e de Cabo Verde, tendo 4 deles falecido. Uma centena de presos viria a ser deportada, ainda em 1962, para o Tarrafal. Os últimos presos foram libertados no dia 1.º de maio de 1974. 44. CADEIA DE TETE, Moçambique.
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FONTE: “João Domingos Serra” - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq (arquivos.pt)
JOÃO DOMINGOS SERRA Naturalidade: Lavre, Montemor-o-Novo Residência: Lavre, Montemor-o-Novo Data de nascimento: 09/02/1905 Profissão: Trabalhador Detido pela primeira vez a 06/07/1949 na Cadeia de Caxias. Foi restituído à liberdade a 29/08/1945. Foi novamente preso a 03/07/1949 e passou novamente pelo Aljube e Caxias. Restituído à liberdade a 23/11/1949.
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FONTE: https://digitarq.arquivos. pt/details?id=4296902
SILVESTRE ANTÓNIO CATARRO Naturalidade: São Geraldo, Montemor-o-Novo Residência: Monte dos Curtinhais, Freguesia de São Mateus, Montemor-o-Novo Data de nascimento:1 6/07/1910 Profissão: Trabalhador Detido pela primeira vez a 31/05/1945 na Cadeia de Caxias. Foi restituído à liberdade a 29/08/1945. Foi novamente preso a 28/11/1957 e passou novamente pelo Aljube e Caxias.Restituído à liberdade a 21/02/1958.
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FONTE: “Joaquim Augusto Badalinho” - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq (arquivos.pt)
JOAQUIM AUGUSTO BADALINHO Naturalidade: Montemor-o-Novo Residência: Rua de Lisboa, Montemor-o-Novo Data de nascimento: 10/10/1906 Profissão: Sapateiro Detido pela primeira vez a 04/06/1945 na Cadeia de Caxias. Foi restituído à liberdade a 22/05/1945. Foi novamente preso a 03/07/1949, tendo ficado encarcerado nas Cadeias de Caxias e do Aljube. Foi restituído à liberdade a 22/02/1950. Foi novamente preso a 28/11/1957,tendo ficado encarcerado na Cadeia do Aljube. Foi restituído à liberdade a 16/01/1958. Foi novamente detido a 24/06/1958 pela GNR de Montemor-o-Novo e foi encarcerado no Aljube. Foi restituído à liberdade a 02/10/1958.
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V 45. CADEIA DE VILA CLOTILDE, 46. CAMPO DE VIREI, 47. VILA NOVA DE SELES, todas em Angola 48. CADEIA DE VILA CABRAL, Moçambique, 49. «VILA ALGARVE», Delegação da PIDE em Lourenço Marques, Moçambique
X 50. ILHA DE XEFINA, Moçambique.
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FONTE: “António Manuel Malhão” - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq (arquivos.pt)
ANTÓNIO MANUEL MALHÃO “O GRANHA” Naturalidade: São Mateus, Montemor-o-Novo Residência: Monte das Casas de Dentro, Montemor-o-Novo Data de nascimento: 24/03/1921 Profissão: Trabalhador Detido a 03/07/1949 na Cadeia de Caxias e do Aljube e na Cadeia do Forte de Peniche. Foi restituído à liberdade a 12/10/1951.
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FONTE: “Ernesto Joaquim Gomes” - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq (arquivos.pt)
ERNESTO JOAQUIM GOMES, “O MORCELA” Naturalidade: Safira, Montemor-o-Novo Residência: Póvoa de Sta. Iria? Data de nascimento:17/07/1922 Profissão: Trabalhador Detido a 14/07/1947 na Cadeia de Caxias. Foi restituído à liberdade a 20/11/1947. Novamente detido a 13/09/1964 por ser membro do Partido Comunista Português, cumprindo pena na Cadeia do forte de Peniche. Restituído à liberdade em08/04/1969.
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HINO DE CAXIAS
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PODEM RASGAR MEU CORPO À CHICOTADA PODEM CALAR MEU GRITO ENROUQUECIDO QUE PARA VIVER DE ALMA AJOELHADA VALE BEM MAIS MORRER DE ROSTO ERGUIDO. VÁ CAMARADA MAIS UM PASSO QUE JÁ UMA ESTRELA SE LEVANTA CADA FIO DE VONTADE SÃO DOIS BRAÇOS E CADA BRAÇO UMA ALAVANCA.
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NOTA: O trabalho de investigação em que assenta esta publicação tem um carácter ilustrativo, sabendo à partida que não se mencionaram ainda todas as prisões da repressão nem todos os presos políticos da região de Montemor-o-Novo.
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