Revista Canção Nova de Abril de 2013

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Ano XII - N潞 148 - Abril de 2013 - Revista Mensal do S贸cio Evangelizador

clube.cancaonova.com

ISSN 1806-1494

palavra do fundador A Miseric贸rdia de Deus nos cura

r e v i s t a

A volta do

Filho Pr贸digo



carta ao leitor

A acolhida de Deus

FUNDADOR DA COMUNIDADE CANÇÃO NOVA: MONSENHOR JONAS ABIB PRESIDENTE DA FJPII: WELLINGTON SILVA JARDIM DIRETOR EXECUTIVO DA FJPII: FILIPE JARDIM JORNALISTA RESPONSÁVEL: OSVALDO LUIZ/MTB 23094 COORDENAÇÃO: THAÍS BRANT DA SILVA RAMOS ASSISTENTE DE COORDENAÇÃO: VANESSA GOTO E JOEL PRADO PRODUÇÃO E ASSESSORIA: ARIELI PRADO E ANA LUCÍLIA REVISÃO ORTOGRÁFICA: DYRCE ARAÚJO DIREÇÃO DE ARTE: AGÊNCIA DE PUBLICIDADE CANÇÃO NOVA PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO: NELI SESTARI DESIGNERS: NELI SESTARI, ARTUR SANTONI, CAMILA MOURA, E TIAGO PALMEIRA CAPA: NELI SESTARI FOTO: ANDRÉIA BRITTA

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Nossas Contas

Expediente

“Deus sempre nos espera!” O título do artigo de Luzia Santiago reflete bem a Misericórdia Divina. Apesar de nossas fraquezas e limitações, Deus sempre nos quer. Normalmente a gente pensa a relação com Deus a partir de nossa perspectiva e ficamos inseguros... Mas que bom saber que é Ele quem dá o primeiro passo, que corre para nos dar um “abraço”. Na matéria de Capa, em dois testemunhos, a acolhida deste Pai que é fonte inesgotável de bondade! A misericórdia de Deus é tão forte que nos cura. Monsenhor Jonas Abib atesta: “o Senhor é disposto e suficientemente poderoso para ressuscitar todo aquele que se joga na Sua infinita Misericórdia e se arrepende, quer perdão e vida nova”. Vale prestar atenção em dois preciosos artigos: “O que é a missão” de Dom Benedito Beni dos Santos, bispo de Lorena-SP, e o do Professor Felipe Aquino sobre o Pecado Original. Imperdíveis! Destaque também para o “+ Vida” sobre a Síndrome de Down e a mensagem do presidente da Fundação João Paulo II,

Wellington Silva Jardim, sobre as Mulheres na Bíblia, “corações cheios de amor e ternura pelo Mestre”. O mês de abril começa com uma data curiosa: o primeiro de abril. Brincadeira de criança (com versinho e pegadinhas) ou coisa séria? De qualquer forma, vale a pena refletir com o Adriano Gonçalves no artigo “Viver e não fingir que se vive”, analisando que usamos “inúmeros papéis, máscaras... que não nos “identificam” com o que somos”. No “A Bíblia foi escrita para você”, padre Fabrício ao meditar Jo 10, 27-30, sobre escutar a voz do Pastor, ensina: “onde falta o diálogo, a escuta atenta do que o outro diz sempre existirão maus entendidos e confusões”. Por fim, a Revista Canção Nova lhe presenteia com um belo testemunho do padre Wagner Ferreira sobre o Papa Emérito Bento XVI. Boa leitura! OSVALDO LUIZ Jornalista Responsável www.twitter.com/osvaldoluiz_

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testemunho “Nos hospitais a TV Canção Nova era minha companhia.” Em Governador Valadares, MG, conhecemos a história de Michele Jahel, uma professora primária que precisou lutar muito para continuar viva. “Aos trinta anos recebi a notícia que estava com câncer de mama. O tumor era muito agressivo, os médicos me deram poucas esperanças de vida. Tinha dois filhos pequenos e fiquei com medo de não vê-los crescer”. Assim que soube do diagnóstico a jovem se pôs em tratamento. “Fiz mastectomia nas duas mamas e ainda precisei esvaziar ambas axilas”. Depois da cirurgia, veio o longo e doloroso período de tratamento. “Eu fiz 16 sessões de quimioterapia e ainda várias radioterapias. Ficava internada no hospital, longe dos meus filhos, me sentindo só”. Nessa época foi a Canção Nova que lhe serviu de companhia. “Assim que eu saia das cirurgias ou das sessões de tratamento eu pedia para que as enfermeiras sintonizassem na TV Canção Nova. Aqueles eram os momentos em que eu podia rezar, me entregar nas mãos de Jesus e de minha mãe, Maria. Assistir aos terços e as orações me aliviava a dor física e emocional causada pelo câncer”. Com o tratamento encerrado e contrariando as possibilidades humanas, Michele sobreviveu. Hoje está curada e faz questão de proclamar que Deus fez o impossível acontecer. “Cada dia para mim é uma alegria, uma vitória. Eu consigo ver o quanto Jesus e Nossa Senhora cuidam de mim a cada momento”. Testemunho enviado por Michele Jahel e editado pela jornalista da TV Canção Nova Carolina Carvalho,

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palavra do fundador

A MISERICÓRDIA DE DEUS NOS CURA Andréia Britta

Na Bíblia, o livro de Isaías traz no capítulo 53 a passagem que para mim é uma verdade fundamental do Cristianismo: “Fomos curados graças às Suas chagas” (Is 53,4). O Senhor teria muitos meios para nos salvar, mas Ele optou por nos salvar pela cruz. Na verdade, o que está retratado nos crucifixos e nas imagens de Jesus crucificado não traz a dimensão real do que Ele sofreu. Essas imagens tocam nosso coração, mas Ele sofreu muito mais. Jesus tomou para si todos os nossos pecados e os levou para a cruz. Por Suas chagas, o Senhor quer que nós toquemos na Sua Misericórdia. Ele quer que entremos em Seu coração ressuscitado para experimentarmos também a ressurreição. Para tanto, precisamos reconhecer os nossos pecados, como São João retrata em sua primeira carta: “Se dissermos que não temos pecado, estamos enganando a nós mesmos e a verdade não está em nós. Se reconhecermos nossos pecados, então Deus se mostra fiel e justo, para nos perdoar os pecados e purificar de toda injustiça” (1Jo 1,8-9). É isso que Jesus está nos ensinando hoje, basta que você tenha a humildade de reconhecer. Meus irmãos, estamos vivendo no tempo da Misericórdia do Senhor, que se manifesta especialmente curando nosso coração. Mas Deus não faz isso apenas nos momentos de oração de cura interior. Ele cura continuamente em nossas orações, na busca pela Palavra, na Missa, no momento da Comunhão, na Adoração ao Santíssimo. Ele nos cura durante toda a nossa vida. O Senhor é disposto e suficientemente poderoso para ressuscitar todo aquele que se joga na Sua infinita Misericórdia e se arrepende, quer perdão e vida nova. Jesus tem o poder de ressuscitá-lo e Ele é a ressurreição. No entanto, entre Jesus nos ressuscitar e ficarmos de pé existe toda nossa luta. Somos ressuscitados, mas ainda existe todo nosso esforço, pois “o teu Deus, que te criou sem ti, não te salvará sem ti” (Santo Agostinho). É preciso esforço, luta, seja qual for sua situação. Cristo precisa ver sua lágrima, seu suor e sua luta. A misericórdia do Senhor está aí, mas isso não quer dizer cruzar os braços e deslizar nessa graça. Não! A misericórdia faz o que não podemos fazer. Ela nos dá vida e força, mas quem imprime a força e a vida é você. Do contrário você nunca sairá da sua situação. Confie! Hoje Jesus ressuscita o seu coração duro que não tinha a “confiança de confiar”. Receba o Espírito Santo de Deus e ressuscite agora! Saia dessa vida e deixe o passado na Misericórdia de Deus. Seu irmão.

MONSENHOR JONAS ABIB Fundador da Comunidade Canção Nova www.twitter.com/padrejonasabib www.padrejonas.com

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palavra da Igreja Ar

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O que é

a missão?

A missão é o anúncio de Jesus Cristo e do evangelho, acompanhado do compromisso com a promoção e a defesa da vida em todas as suas dimensões. O tema da Quinta Conferência do Episcopado Latino-Americano e Caribe expressa muito bem isso: “Discípulos e missionários de Jesus Cristo para que nele nossos povos tenham vida. Jesus Cristo, Caminho, Verdade e Vida”. A origem última da missão da Igreja é a própria Trindade. A missão da Igreja nasceu da missão do Filho e do Espírito, enviados pelo Pai ao mundo. Historicamente a missão começou na madrugada do domingo da Páscoa, quando Maria Madalena e a outra Maria foram ao túmulo e o encontraram vazio. Logo veio o anúncio querigmático que está na origem da nossa fé, na origem do cristianismo e de todo o Novo Testamento: “Ele ressuscitou!” A seguir, vem a missão: “Ide anunciar aos seus discípulos!” (Mc 16,17). As mulheres foram as primeiras missionárias. Em Pentecostes, iniciou-se a missão ad gentes, a todos os povos da terra. Essa missão continua até hoje. O mandato missionário de Cristo mostra não só a importância, mas também a necessidade da missão. Mostra que ela é uma obra divino-humana: “Toda autoridade sobre o céu e sobre a terra me foi entregue. Ide, portanto, e fazei que todas as nações se tornem discípulos, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do 06

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Espírito Santo e ensinando-as a observar tudo quanto vos ordenei. E eis que eu estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos!” (Mt 28,18-20). Na versão de Marcos, encontramos o acréscimo: “Aquele que crer e for batizado será salvo; o que não crer será condenado” (Mc 16.16). Os textos citados contêm os elementos essenciais da teologia da missão: o envio, o sujeito da missão que é a Igreja, na qual se ingressa pelo batismo, a dimensão divino-humana da missão e, sobretudo, a necessidade da missão. Os textos mostram que a missão está ligada ao dom universal da salvação que Deus oferece a todos os povos em seu Filho Jesus Cristo. Ela é, pois, a expressão do desígnio salvífico de Deus. É a realização pública da história da salvação. A necessidade da missão surge ainda do seguinte fato: existe, no coração humano, um anseio misterioso e profundo de encontrar alguém que seja, de fato, o caminho, a verdade e a vida. Este alguém só pode ser Jesus Cristo, o Verbo encarnado, o Filho de Deus feito homem. Por isso mesmo, Ele chama as pessoas para segui-Lo, pois a missão é fruto de uma vocação: chamado exterior precedido pela ação da graça no interior do ser humano: ”ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o atrair” (Jo 6,44). Esta afirmação é completada por outra: ”Ninguém vem ao Pai a não ser por mim” (Jo 14,7). O anúncio, pois, de Jesus Cristo e do seu evangelho não fere o valor de nenhuma cultura ou religião. Consiste apenas em apresentar resposta para uma busca. É isso que faz a missão. Finalmente, a necessidade da missão surge do fato que todos buscamos a vida em plenitude, que consiste na remissão dos pecados, na ressurreição e na vida eterna. Estas três coisas, a cultura, a organização política e econômica da sociedade não nos podem dar. Só Cristo pode conceder. DOM BENEDITO BENI DOS SANTOS Bispo da diocese de Lorena-SP


palavra em destaque Andréia Britta

DEUS SEMPRE NOS ESPERA! Este ano completam-se quarenta anos que livremente entreguei minha vida a Deus através do meu encontro pessoal com Cristo. A partir daí, nunca mais fui a mesma, pois a luz de Deus penetrou na minha alma, recebi a graça da efusão do Espírito Santo e, com essa graça, um grande ardor pela oração de intercessão e um anseio profundo em viver o dom da caridade. Ao longo desses anos, fui assistida espiritualmente por Mons. Jonas, que foi me dirigindo no caminho para Deus. Recordo-me de uma música que ele nos ensinava: “Da minha vida, quero fazer uma oração, da minha vida, quero fazer um só louvor; da minha vida, quero fazer um ato de amor, para louvar, amar e servir meu Senhor”. Essa melodia define os meus passos e o da Canção Nova, pois procuramos cultivar sinceramente a nossa relação com Deus através da oração pessoal e comunitária. Em nossos primeiros anos, ao nascer os nossos princípios de vida, Monsenhor nos definiu: “Jesus, que se entregou totalmente ao anúncio do Evangelho, orava sem cessar, buscando ocasiões para entrar em profunda intimidade com o Pai. Ele quer que façamos o mesmo: obedientes a Jesus, e a seu exemplo, queremos fazer da oração o centro e a fonte da nossa vida e do nosso trabalho” (N.E 26). A vida de oração é uma via íngreme, mas nos conduz à perfeição. Na Canção Nova, temos a Eucaristia como centro da nossa vida e a Palavra de Deus como luz para tudo o que realizamos. Ela nos forma, nos adestra para o combate e nos garante a vitória. Além dessas duas colunas espirituais,

há outras práticas de piedade que nos levam à intimidade com Deus: uma delas é a oração das 15 horas, onde lembramos que seguir Jesus é tomar a cada dia o caminho da cruz, por isto neste momento nos unimos pela oração a tantos irmãos que percorrem o seu caminho do sofrimento. O Monsenhor tem dito à Canção Nova: “O próprio Senhor quer infundir em nós a Sua Divina Misericórdia para termos os mesmos sentimentos do seu coração misericordioso. Assim, cada um de nós e todos formaremos um só corpo, e seremos o Grande Santuário da Divina Misericórdia, para acolher todos aqueles que o Senhor atrair. Levaremos sua Misericórdia a todas as pessoas e lugares onde ela precisa chegar”. Esta é a dimensão do abraço de Deus, o Pai das Misericórdias: Ele acolhe o filho pródigo em que circunstâncias forem, para fazer a obra nova no seu coração. Esse filho é cada um de nós, e da nossa parte basta: Pai, eu estava longe, mas voltei! LUZIA SANTIAGO Cofundadora da Comunidade Canção Nova www.twitter.com/luziasantiago www.luziasantiago.com

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administração e vida Andréia Britta

MODELO DE MULHER Meus amigos e amigas, Venho falar-lhes neste mês da fidelidade das mulheres da Bíblia. Das mulheres santas que não tiveram medo de acompanhar Jesus até a Sua morte. Fico imaginando que, com os corpos trêmulos e cobertos de preto, as fiéis mulheres, mesmo com suas imperfeições, foram até o fim com Jesus. Maria Madalena permaneceu até a última agonia, Maria Salomé, fidelidade a toda prova e Maria de Cléofas, todas elas com os corações cheios de amor e ternura pelo Mestre. Maria, chamada Madalena, de quem saíram sete demônios (Lc 8,2), chorava aos pés da cruz demonstrando o seu amor e a sua fidelidade a Jesus. Maria, esposa de Cléofas, mãe de Tiago, José e Judas Tadeu também se encontrava prostrada aos pés da cruz do Senhor – fiel até o fim! Maria Salomé, mulher de Zebedeu, uma das piedosas mulheres que tinha incorporado o ensino de Jesus e sempre o acompanhava, pediu para os seus dois filhos um lugar à sua direita e outro à sua esquerda (apesar da resposta conhecida do Redentor: “podeis beber do cálice que Eu vou beber?”). 08

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Outros exemplos de fidelidade, as irmãs de Lázaro; Marta, que não quis renunciar ao prazer de servir o Mestre e Maria, de Bethânia, considerada ‘a pecadora’, lava os pés de Jesus com suas lágrimas, enxuga-os com seus cabelos, beija-os e tira do frasco de alabastro o perfume para ungi-los. Mulheres com os corações como um oceano de amor, fiéis seguidoras do Cristo! Minhas irmãs mulheres, espero ter conseguido falar um pouco das mulheres santas que seguiam Jesus. Que digamos sempre: “Amo Jesus, só por ti Jesus, Jesus é tudo para mim!” Esta é a grande vitória que você poderá ter com Jesus. Sejam uma delas e cada vez mais se aproximem da luz de Cristo, mesmo com todas as falhas e imperfeições. Pois, Ele mesmo as iluminará e as purificará através da Sua luz! Deus te ama e eu também. WELLINGTON SILVA JARDIM Cofundador da Comunidade Canção Nova e administrador www.twitter.com/etocn blog.cancaonova.com/eto



matéria especial

A volta do

FILHO PRÓDIGO

Andréia Britta

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A minha missão neste texto é falar do amor do Pai pelo filho pródigo, a misericórdia do Pai. Comecei a pensar na minha história, nos relacionamentos entre pai e filho. Tenho a impressão de que minha geração de adolescentes e jovens, vivida entre 1970 e 1980, teve mais atenção dos pais que a atual. Meu pai faleceu aos 40 anos, quando eu iniciava minha adolescência, com 12. Mas cumpriu o seu dever. “... pai, me dá a parte da herança que me cabe. E o pai dividiu os bens entre eles.” (Lc 15,12) Deixou-me como herança a importância da honestidade com os outros. Lembrome de quando ele me deixava sentado no balcão de sua sapataria para atender os clientes, tirar a medida dos pés, prometer o sapato novo em uma semana e cumprir o prazo sem atraso. Deixou-me o gosto pela música. Era um garoto pequeno, quando meu pai pegava o violão e dedilhava aos pés da cama, para estimular meu sono. Cresci com esse presente no coração. Deixou-me o tesouro que se chama Igreja Católica Apostólica Romana. Aprendi com ele que domingo era dia de missa e nada podia impedir-nos de ir à igreja. Quando o Senhor o levou, em julho de 1978, comecei a revirar todos os arquivos do meu coração e, aos poucos, fui recordando e assumindo cada ensinamento deixado por ele em minha vida. Não tinha herança monetária para pedir a ele, não tive vontade de sair pelo mundo e gastar tudo. Afinal ele tinha deixado minha mãe e minha irmã, que assumi como minhas responsabilidades. Sentia-me o “chefe” da casa. Mas o que vemos na geração atual é que riquezas como honestidade no trabalho, sensibilidade e religiosidade estão sendo deixadas de lado e, consequentemente,


a falta de atenção, carinho e amor fazem com que muitos jovens reclamem sua herança. Além do dinheiro, querem a bebida, a libertinagem. Mas, no fundo, querem só a atenção que não recebem em casa. “O rapaz queria matar a fome com a lavagem que os porcos comiam, mas nem isso lhe davam.” (Lc 15,16). Tenho um amigo, chamado João Carlos, que, aos 18 anos, tinha um bar e recebeu a notícia que o pai tinha sido baleado no portão de sua casa. Avisado foi confirmar a tragédia. Ele correu até o local do crime e, abraçado ao pai, viu sua vida com ele passar como um filme. Aquelas lágrimas que brotavam dos olhos do jovem eram como cristais, garimpados na saudade do coração de quem amava seu pai, o tinha como o verdadeiro companheiro e amigo, que daquele dia em diante não conseguiria ver mais. Por causa da revolta com a perda inesperada, João Carlos achou que tinha todos os motivos do mundo para se entregar de vez à bebedeira e ao secularismo desse mundo. Teve até alguns incentivadores que todos os dias batiam na porta do bar dele para beberem juntos. Mas todo filho pródigo sabe o momento exato de voltar

Arquivo pessoal

João Carlos no estúdio da Rádio Canção Nova de Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro.

ao Pai dos pais. “Vou me levantar, e vou encontrar meu pai, e dizer a ele: - Pai, pequei contra Deus e contra ti, já não mereço que me chamem teu filho. Trata-me como um dos teus empregados. Então se levantou, e foi ao encontro do pai.” (Lc 15,18-20). E foi justamente o que João Carlos fez. Mudou o rumo, a rota de colisão que fatalmente o levaria ao fim e foi buscar essa mudança em Deus. Depois de cinco anos de bebedeira, João Carlos já estava casado com Vanessa quando sentiu que seu relacionamento esta-

va agonizando por causa do álcool. Chegava tarde em casa, não se importava com quase nada mais. A música no rádio era seu consolo no fim das noitadas, sem a esposa. E foi no girar do “dial” que sintonizou a rádio Canção Nova e encontrou um caminho muito diferente e cheio de riqueza. Descobriu que havia uma casa de missão em sua cidade, Campos dos Goytacazes (RJ) e não perdeu tempo. Ao visitá-la, foi acolhido com o amor e a atenção que todo o filho merece ter, mesmo quando esse filho faz escolhas erradas. “Depressa, tragam a melhor túnica para vestir meu filho, coloquem um anel no seu dedo e sandálias nos pés. Peguem o novilho gordo e o matem. Vamos fazer um banquete.” (Lc 15,22-23) Hoje ele veste a túnica de quem é missionário da comunidade Canção Nova, o anel da aliança com Deus e a sandália da sabedoria de quem lê a Sagrada Escritura todos os dias. Isso sem contar com o banquete que saboreia diariamente no altar com a Sagrada Eucaristia. E do pai assassinado, João Carlos guarda a certeza de que tem no céu um intercessor que roga pelo seu caminho, longe das coisas desse mundo e cada vez mais perto de Deus. Agora, em vez de controlar o estoque de bebidas num bar, João controla os manetes da mesa de áudio da Rádio Canção Nova em Campos dos Goytacazes. A mesma que um dia alcançou o coração desse jovem e mudou a sua história.

WALLACE ANDRADE Missionário da Com Canção Nova e editor-executivo do Canção Nova Notícias

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MAIS QUE VIAGENS... ENCONTROS COM DEUS!

PE. IVAN Próximas saídas 11/07

Pe. Hamilton | Terra Santa e Jordânia

11/08

Pe. Arlon e Káthia Simone | Terra Santa, Portugal e Itália

12/08

Pe. Fernando Santamaria | Portugal, Itália e Medjugorje

09/09

Pe. Aluísio, Nelsinho e Márcia | Itália, Suíça, Alemanha e França

28/09

Pe. Vagner Baia – Ana Lúcia | Santuários Marianos

13/12

Pe. Alexandre Paccioli, Ricardo Sá, Eliana e Du – Natal em Família | Terra Santa e Itália

Informações:

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+ vida Andréia Britta

O AMOR QUE VAI ALÉM DO PRECONCEITO Ser mãe nos dias de hoje certamente é um dos maiores desafios. E o que dizer quando se recebe a notícia de que o bebê que vai nascer, ou que nasceu, tem síndrome de Down? Na maioria das vezes, as mães e os familiares recebem essa notícia no susto, porém, existe uma forma de saber se o bebê tem síndrome de Down. Isso é possível, através de um ultrassom morfológico fetal. Ele pode sugerir a presença da síndrome, que só é confirmada pelos exames de amniocentese e amostra do velo corial. Após o nascimento, o diagnóstico clínico é comprovado pelo exame do cariótipo, que é o estudo dos cromossomos. Após essa constatação, o que fazer? O que se esperar dessa mãe? É válido salientar que síndrome de Down não é uma doença e sim uma alteração genética causada por um erro na divisão embrionária, portanto não existem culpados, pois a causa dessa alteração é desconhecida. Não podemos negar que, a partir do momento que a mãe recebe uma criança com síndrome de Down nos seus braços, são muitos os sentimentos que se passam no seu coração: susto, medo, negação e em seguida vem a aceitação. E agora, o que fazer? A intervenção precoce é essencial para diminuir os efeitos acarretados no desenvolvimento da criança pela síndrome, e este deve ser iniciado logo após o nascimento. Existem muitos serviços diversos e específicos para ajudar as mães e familiares como: fisioterapeuta, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, psicopedagogo, psicólogo, para iniciar e dar continuidade a esse trabalho de estimulação da criança durante todo o seu desenvolvimento. Após recorrer a todos os recursos da medicina, faz-se necessário deixar que o amor materno possa derrubar todos os preconceitos internalizados com o tempo acerca do desconhecido, pois são muitas as informações desencontradas da verdade que, ao longo do tempo, fomos escutando, e somente quando nos debruçamos para conhecer essa verdade é que somos capazes de deixar o nosso preconceito de lado e seguir a vida com as exigências próprias de que uma criança com a Síndrome de Down necessita. Escrevo especialmente para você que é mãe: lute, não desista, tenha fé, pois o amor não se dar por obrigação, e a maternidade é uma prova disso!

ANA PAULA SÁ ALCÂNTARA Pedagoga do Instituto Canção Nova Comunidade Canção Nova Facebook: anapaula.saalcantara

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Especial

Obrigado,

Papa Bento XVI!

19 de abril de 2005. Fumaça branca! Muitos acorrem à Praça de São Pedro, voltando sua atenção à porta da Basílica Vaticana, onde se anunciará a eleição do sucessor de S. Pedro. O cardeal protodiácono anuncia: “Habemus papam”, Joseph Ratzinger. Inicia-se um pontificado de quase oito anos. Além desses fatos, bem conhecidos por muitos, existem na memória de várias pessoas acontecimentos marcados pela alegria do encontro com o Santo Padre. E é isso que eu gostaria de compartilhar meus breves e marcantes encontros com um homem consagrado a Deus: o Papa Bento XVI. Como sucessor de S. Pedro e bispo de Roma, o Papa Bento XVI me marcou com o seu testemunho no encerramento do Ano Sacerdotal, em junho de 2010. Éramos milhares de padres oriundos dos quatro cantos da Terra; ali estávamos em comunhão com o Santo Padre para confessar nosso amor à Igreja, Povo de Deus e Corpo Místico de Cristo. As palavras do Papa Bento XVI, a adoração ao Santíssimo Sacramento e a grande concelebração eucarística na Solenidade do Sagrado Coração de Jesus – tudo isso regado pelo testemunho de S. João Maria Vianney, o Cura d’Ars –, inundaram o meu coração de alegria profunda por ser padre. Em um momento não pouco tenso que a Igreja vivia, o Santo Padre soube nos confirmar na fé e em nossa entrega total à Igreja de Jesus Cristo. O último encontro que gostaria de citar ocorreu no Palácio Apostólico, no dia seguinte ao encerramento do Ano Sacerdotal. Havia um grupo de bispos do Brasil em visita “Ad limina apostolorum”, e tal visita compreendia, dentre tantas atividades, um encontro de cada bispo com o Santo Padre. Por essa ocasião, tive a graça de acompanhar o então bispo da diocese mineira de Itabira – Coronel Fabriciano, Dom Odilon Guimarães. Ao entrar no escritório pontifício, saudei o Santo Padre e imediatamente ele me perguntou o porquê de me chamar Wagner. Depois de algumas rápidas explicações, fui questionado pelo Santo Padre sobre a possibilidade de ter parentes alemães. Respondi que não. Ele, porém, insistiu: “Padre Wagner, investigue bem, pois certamente o senhor tem raízes alemãs”. Após esse diálogo tão descontraído, mas rico de humanidade, ele me perguntou sobre minhas atividades como sacerdote e professor de teologia. Ao partilhar tais experiências, não o faço por me sentir privilegiado, mas para evidenciar o testemunho de um pastor que, em nome de Cristo, procurou doar-se como servidor da vinha do Senhor, nas grandes ocasiões da vida da Igreja, como também nas situações mais simples, mais corriqueiras, a ponto de dar a devida atenção às pessoas que dele se aproximavam. Tendo presente a conclusão de seu pontificado, manifesto em meu nome e de todos os cristãos um cordial agradecimento a este Romano Pontífice cujo testemunho de fé em Cristo Jesus não só marcará a história da Igreja Católica, como também a história de muitas pessoas. Obrigado, Papa Bento XVI! PADRE WAGNER FERREIRA DA SILVA Formador geral da Comunidade Canção Nova, diretor e professor do Instituto de Teologia Bento XVI (Diocese de Lorena/SP) e professor da Faculdade Canção Nova em Cachoeira Paulista/SP.

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ação jovem

Viver é realmente uma arte, não basta apenas nascer, crescer e morrer. Não basta namorar, noivar e casar. Não basta entrar no seminário, ser diácono e ser padre. Viver consiste em buscar ser o que somos. Como assim ser o que somos, por acaso não somos o que somos? Infelizmente, não! Muitas vezes não somos o que realmente somos e, quando levamos uma vida assim, não vivemos, fingimos que vivemos. Quantas vezes vamos, no decorrer da vida, assumindo inúmeros papéis, máscaras e personalidades que não nos identificam no que realmente somos no intimo? Quantas vezes cedemos às pressões sociais, às exi-

gências exteriores só para sermos aceitos? Tipo, quantos jovens vão para balada e lá se tornam tudo, menos o que são! Quantas vezes gastamos uma enorme força para sermos o outro, ou o que o outro quer que sejamos? Ao invés de darmos um “enter” em nossa verdade mais profunda e assim viver uma vida autêntica, escolhemos dar “CTRL C e CTRL V” em modelos, jeitos e ações de terceiros que nada revelam de nosso ser. Viver assim é fingir que se vive! Autenticidade é realmente a virtude de ser aquilo que se é e em todas as coisas. Nossos esforços do cotidiano são voltados para demonstrar em nossas ações exteriores o que somos em nosso interior e não o contrário.

Não precisamos copiar a roupa do artista, o jeito do colega, o carro do vizinho, nem pretender ser isso, aquilo, aquele, etc., porque seremos nós mesmos, moldados pelo interior e não pelas ideias do outro, confundindo assim nossa real identidade. Pense, se já custa tanto a gente ser o que somos, imagine passar a vida tentando ser outro? Pior que tem tanta gente assim... A autenticidade está ligada a duas palavras importantes: ao bem e à verdade! Ser autêntico então consiste em exteriorizarmos o que somos e não tudo que nos vem à cabeça, tantas vezes desordenada ou corrompida pela pressão de fora. Quando somos autênticos, vivemos um profundo autoconhecimento e também conhecemos melhor a Deus. Pois ele é simplesmente Aquele que É! Aquele que é todo o bem, toda beleza, é amor e é aquele que É. E aí eu lhe pergunto: você está vivendo ou fingindo que vive? Eu o convido a viver! Tamu junto ADRIANO GONÇALVES Comunidade Canção Nova twitter.com/adriano_rvj

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A Bíblia foi escrita para você

Escute o

SENHOR

Abril 2013

LITURGIA

Um princípio básico de toda boa comunicação está na necessidade da escuta como condição para que uma mensagem seja acolhida e assimilada. Só quem escuta bem pode dar uma resposta completa, ao contrário de quem escuta pela metade ou sem atenção, está sempre limitado a dar respostas incompletas ou erradas. Nossa reflexão este mês será do evangelho de João 10, 27-30, referente ao quarto Domingo da Páscoa. Leia o texto bíblico com muita atenção, escute Deus falando com você! Jesus está fazendo a identificação de quem são as suas ovelhas e o critério é justamente a capacidade de escutar a voz do Pastor e de segui-Lo. Eu e você devemos ser como as ovelhas do grande pastor Jesus Cristo. É através dessa intimidade que seremos reconhecidos por Ele e no seguimento de suas orientações jamais nos perderemos. É Jesus quem está garantindo que “ninguém vai arrancálas” de suas mãos. Entretanto, somos nós que, pela desobediência à voz do Pastor, nos colocamos em constante risco de nos perder e nos desviar do caminho certo. A ovelha que se afasta do rebanho e do pastor passa a correr sérios riscos e longe de todos já não poderá ser defendida. Jesus afirma; “eu e o Pai somos um”, para revelar a intimidade que existe entre eles, da qual somos chamados a participar com obediência a Jesus, o Bom Pastor. A

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escuta e a obediência geram a comunhão, a desobediência e a não escuta geram a divisão. Assim todos os relacionamentos devem ser construídos a partir dessa unidade. Onde falta o diálogo, a escuta atenta do que o outro diz sempre existirão maus entendidos e confusões. A partir do nosso relacionamento com Jesus, deixemos que esse modelo de intimidade alcance todos os nossos outros relacionamentos, para que a comunhão seja o vínculo de unidade, como ovelhas que seguem o mesmo Pastor: Jesus Cristo. Reeducar-nos para a escuta e o diálogo será necessário sempre que nossa escolha for crescer na intimidade com Deus e com os irmãos.

PE. FABRÍCIO ANDRADE Comunidade Canção Nova Twitter: pefabriciocn Facebook: Fabricio Andrade blog.cancaonova.com/padrefabricio

Dia 01 – SEGUNDA-FEIRA At 2,14.22-32 SI 15 (16) Mt 28,8-15

Dia 08 – SEGUNDA-FEIRA Is 7,10-14;8-10 SI 39(40) Hb 10,4-10 Lc 1,26-38

Dia 15 – SEGUNDA-FEIRA At 6,8-15 SI 118(119) Jo 6,22-29

Dia 22 – SEGUNDA-FEIRA At 11,1-18 Sl 41(42) Jo 10,1-10

Dia 29 – SEGUNDA-FEIRA At 14,5-18 SI 113b(115) Jo 14,21-26

Dia 02 – TERÇA-FEIRA At 2,36-41 SI 32 (33) Jo 20,11-18

Dia 09 – TERÇA-FEIRA At 4,32-37 SI 92(93) Jo 3,7b-15

Dia 16 – TERÇA-FEIRA At 7,51-8,1a SI 30(31) Jo 6,30-35

Dia 23 – TERÇA-FEIRA At 11,19-26 Sl 86(87) Jo 10,22-30

Dia 30 – TERÇA-FEIRA At 14,19-28 Sl 144(145) Jo 14,27-31a

Dia 03 – QUARTA-FEIRA At 3,1-10 Sl 104(105) Lc 24,13-35

Dia 10 – QUARTA-FEIRA At 5,17-26 SI 33(34) Jo 3,16-21

Dia 17 – QUARTA-FEIRA At 8,1b-8 SI 65(66) Jo 6,35-40

Dia 24 – QUARTA-FEIRA At 12,24-13,5a Sl 66(67) Jo 12,44-50

Dia 04 – QUINTA-FEIRA At 3,11-26 SI 8 Lc 24,35-48

Dia 11 – QUINTA-FEIRA At 5,27-33 SI 33(34) Jo 3,31-36

Dia 18 – QUINTA-FEIRA At 8,26-40 SI 65(66) Jo 6,44-51

Dia 25 – QUINTA-FEIRA 1Pd 5,5b-14 SI 88(89) Mc 16,15-20

Dia 05 – SEXTA-FEIRA At 4,1-12 SI 117(118) Jo 21, 1-14

Dia 12 – SEXTA-FEIRA At 5,34-42 SI 26 (27) Jo 6,1-15

Dia 19 – SEXTA-FEIRA At 9,1-20 SI 116(117) Jo 6,52-59

Dia 26 – SEXTA-FEIRA At 13,26-33 SI 2 Jo 14,1-6

Dia 06 – SÁBADO At 4,13-21 SI 117(118) Mc 16,9-15

Dia 13 – SÁBADO At 6,1-7 SI 32(33) Jo 6,16-21

Dia 20 – SÁBADO At 9,31-42 Sl 115(116B) Jo 6,60-69

Dia 27 – SÁBADO At 13,44-52 SI 97(98) Jo 14,7-14

Dia 07 – DOMINGO At 5,12-16 SI 117(118) Ap 1,9-11a.12-13.17-19 Jo 20,19-31

Dia 14 – DOMINGO At 5,27b-32.40b-41 SI 29(30) Ap 5,11-14 Jo 21,1-19

Dia 21 – DOMINGO At 13,14.43-52 Sl99(100) Ap 7,9.14b-17 Jo 10,27-30

Dia 28 – DOMINGO At 14,21b-27 SI 144(145) Ap 21,15a Jo 13,31-33ª.34-35

Revista Canção Nova ABRIL 2013

DATAS ESPECIAIS 07 - Dia Mundial da Saúde 08 - Anunciação do Senhor 21 - Tiradentes 26 - Nossa Senhora do Bom Conselho 27 - Dia do Sacerdote 1ª leitura

2ª leitura

Salmo

Evangelho


Série O Catecismo e a Nova Evangelização

formação

O PECADO ORIGINAL ACONTECEU MESMO? Andréia Britta

Alguns católicos - até mesmo certos teólogos modernos - colocam em dúvida a realidade e dogma do Pecado original. No entanto, o Catecismo da Igreja Católica é taxativo ao afirmar que o mesmo existiu e que é “um acontecimento primordial, um fato que ocorreu no início da história do homem” (§390); embora o relato da queda (Gn 3) tenha sido narrado com uma linguagem feita de imagens. O Catecismo diz que “O PECADO ORIGINAL É UMA VERDADE ESSENCIAL DA FÉ” (§388), e a Igreja reafirma que a “Revelação dá-nos a certeza de fé de que toda a história humana está marcada pelo pecado original cometido livremente por nossos primeiros pais” (§390). Portanto, nenhum católico pode colocar em dúvida a realidade desse Pecado. O Catecismo ensina que o homem foi tentado pelo Diabo e deixou morrer em seu coração a confiança em seu Criador e, abusando de sua liberdade, desobedeceu ao mandamento de Deus. Foi isto a essência do Pecado original (cf. §397). A Igreja liga diretamente o Pecado original com a Redenção obtida por Jesus Cristo com o preço de sua imolação na cruz. Adão é a fonte do pecado, enquanto Cristo é a fonte da graça; por isso é chamado de Novo Adão. Aquilo que Adão destruiu com a desobediência, Cristo resgatou com a obediência total à vontade de Deus. Como disse São João Batista, Jesus é o Cordeiro que tira o pecado do mundo (João 1, 29); desde o Pecado original. Logo, negar a realidade do pecado original é desprezar a Encarnação do Verbo e a Paixão de Cristo. A Igreja ensina que “A doutrina do pecado original é “o reverso” da Boa Notícia de que Jesus é o Salvador de todos os homens, de que todos têm ne-

cessidade da salvação e de que a salvação é oferecida a todos graças a Cristo”. E mais ainda, o Catecismo diz que “A Igreja, que tem o senso de Cristo, sabe perfeitamente que não se pode atentar contra a revelação do pecado original sem atentar contra o mistério de Cristo” (§389). Assim, quem despreza o pecado original, despreza Jesus Cristo e esvazia sua Missão como Redentor do homem. É por isso que a Igreja recomenda que os pais batizem as crianças tão logo sejam nascidas, porque o pecado original se transmite a cada ser pessoa com a natureza humana, e é eliminado pelo Batismo. A Igreja recebeu dos Apóstolos a necessidade do batismo para as crianças. Orígenes, bispo de Alexandria (184-285), disse que: “A Igreja recebeu dos Apóstolos a Tradição de dar o batismo também aos recém-nascidos”. (Ep. Ad. Rom.LV, 5,9). São Cipriano, bispo de Cartago (210-258) disse: “Do batismo e da graça não devemos afastar as crianças” (Carta a Fido). PROF. FELIPE AQUINO Escritor e apresentador na TV Canção Nova blog.cancaonova.com/felipeaquino

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