Margens, limites e fronteiras: Mulheres e suas guerrilhas urbanas

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Margens, limites e fronteiras: Mulheres e suas guerrilhas urbanas

Faculdade de Arquitetura e Urbanismo - UFRJ - 2019.1 Trabalho Final de Graduação I Cândida Zigoni de Oliveira Landeiro | Orientadora: Adriana Sansão


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CÂNDIDA ZIGONI DE OLIVEIRA LANDEIRO Orientadora: ADRIANA SANSÃO FONTES

Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU-UFRJ) Trabalho Final de Graduação I _ 2019.1 02


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SUMÁRIO:

INTRODUÇÃO.......................................................05-08 FUNDAMENTAÇÃO................................................09-20 Situação atual no Brasil Situação atual no Rio de Janeiro Suportes de amparo à mulher Lugar da mulher na cidade Guerrilhas urbanas METODOLOGIA.....................................................21-42 Identificação Cartografias Categorias Ação de Guerrilha GUIA (por uma análise urbana com perspectiva de gênero).....43-46 MANUAL (por uma autonomia da mulher na cidade).............47-50 BIBLIOGRAFIA.....................................................51-54

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INTRODUÇÃO

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INTRODUÇÃO

O objetivo principal do desenvolvimento dessa metodologia é visibilizar a mulher como agente na construção de cidade; elucidar as problemáticas experienciadas por elas e trazer informações acessíveis que possam contribuir para o conhecimento da mulher sobre o seu lugar e papel na cidade, assim como a garantia do seu direito à cidade. A mulher se encontra dentro de um espectro observador, mas também de sujeito que sofre as consequências das decisões do poder público na construção de cidade, esse, majoritariamente composto por homens. Há, ainda hoje, uma ausência de representatividade feminina na vida pública e produção acadêmica, sendo assim possível notar que uma das consequências é a invisibilização das problemáticas segundo gênero no campo da arquitetura e urbanismo. A relação entre homens e mulheres, segundo Simone de Beauvoir, seria de submissão e dominação, pois existe uma objetificação das mulheres. Dessa maneira, a mulher não é definida em si mesma, mas em relação ao homem, através do olhar do homem. A filósofa francesa afirma que a mulher foi constituída como o Outro, o que a impede de ser um “para si”, e por essa razão, o mundo não é apresentado para as

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mulheres com todas as possibilidades, há uma imposição a elas desse lugar de Outro. (RIBEIRO, 2019, p 37) Com o objetivo de subverter essa lógica estrutural, nesse trabalho, procura-se compreender como a categoria de gênero precisa ser inerente aos estudos da construção e análise da cidade. É preciso ressaltar que a visão universalista não contribui na construção desse pensamento presente, pois é preciso enfrentar o vácuo da discussão do lugar da mulher negra na cidade. (KILOMBA, 2012, p 56) A visão homogênea de homens e mulheres permite com que nuances e especificidades fiquem implícitas, e como consequência, tem-se a elaboração superficial de políticas públicas. Compreender o feminismo como interseccional é fundamental para o desenvolvimento desse estudo, pois permite que o espectro do observador seja ampliado e ainda mais profundo, sendo possível, assim, visibilizar todos os tipos de luta das mulheres. (RIBEIRO, 2019, p 42) Entende-se que a interseccionalidade deve estar comprometida em enfrentar todas as formas de opressão às mulheres. Dessa maneira, o feminismo negro assume um grande papel em elucidar as suas lutas, uma vez que tem como principal eixo articulador o racismo, sendo esse um determi-

nante na própria hierarquia de gênero em nossas sociedades. (CARNEIRO, 2003, p 50-51) Os movimentos feministas precisam pensar em maneiras factíveis de combater essa opressão e, para isso, há de acontecer uma troca interseccional nas lutas pela conquista do lugar e reconhecimento da mulher como agente que constrói cidade. (RIBEIRO, 2019, p 49) A proposta desse estudo é provocar a subversão da invisibilidade estrutural das mulheres e para isso o Guia da Mulher Guerrilheira pretende tornar acessível um mapeamento de espaços de oportunidade para um empoderamento feminino. Busca-se entender a complexidade das lutas diárias das mulheres em um panorama da cidade do Rio de Janeiro, assim como os seus suportes específicos de amparo, como a Delegacia da Mulher, as Redes de atendimento à mulher, a Defensoria Pública, e os coletivos feministas. O objetivo é de se inserir entre: as ações de guerrilha, que podem ser iniciativas militantes e ativistas (apesar de serem temporárias, produzem marcas permanentes), reverberam em transformações urbanas e possibilitam, assim, um diálogo com o poder público, de maneira a contribuir no desenvolvimento e aprimoramento de polí-

ticas públicas; que tiveram na sua origem, uma intervenção feita por mulheres, agora sujeitos observadores e agentes da cidade. As inquietações se espacializaram em uma pesquisa mais preocupada em entender a situação atual das mulheres no contexto do país e em seguida na metrópole do Rio de Janeiro. Os dados reunidos elucidaram como a desvalorização da mulher, segundo um domínio patriarcal tem como uma das suas consequências a violência doméstica e urbana. Há de se observar os recortes de raça e classe, uma vez tais índices espacializados geograficamente pela cidade. Sendo essas problemáticas chamadas nesse estudo de vácuos existenciais. As mulheres continuam a margem da cidade e excluídas do seu planejamento, e perdem a vida devido a essa invisibilização. A sua sobrevivência na cidade deve ser considerada uma ferramenta de análise da qualidade do espaço, e entende-se que o olhar da mulher precisa ultrapassar algumas fronteiras com o objetivo de produzir conhecimento coletivo e tornar visível as necessidades e problemáticas da cidade.

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FUNDAMENTAÇÃO

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FUNDAMENTAÇÃO

SITUAÇÃO ATUAL NO BRASIL: No primeiro gráfico, os indicadores econômicos e socio-culturais registram que apesar das mulheres trabalharem mais e ainda serem responsáveis por afazeres domésticos e cuidados de pessoas, recebem cerca de menos 23% do salário dos homens. No segundo levantamento, agora em relação à educação, as mulheres são as mais escolarizadas, mas é importante ressaltar a diferença segundo um recorte de raça, onde a taxa, tanto a dos homens quanto a das mulheres negras, caem aproximadamente pela metade. Quando se trata da vida pública e representatividade, os índices são ainda mais preocupantes, o que nos leva a perceber como a questão discriminatória segundo o gênero influencia na construção da equidade tanto de políticas públicas, quanto no desenvolvimento socio-cultural e econômico das mulheres; são elas as mais escolarizadas, que trabalham mais, possuem uma jornada dupla/tripla, entretanto, a estrutura patriarcal em todas as camadas as impedem de projetarem as suas vozes e serem expressivamente agentes na cidade. BRASIL, IBGE - Estatística de Gênero: Indicadores Sociais das mulheres no Brasil, 2018. Estudos e Pesquisas: Informação Demográfica e Socioeconômica nº38. IBGE, 2018. Disponível em: < https://www.ibge.gov.br>. Acesso em: 01 mai. 2019.

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Econômico Participação em atividades


Educação:

Vida pública:

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FUNDAMENTAÇÃO

SITUAÇÃO ATUAL NO RIO DE JANEIRO: Violência contra a mulher

DESVALORIZAÇÃO DAS MULHERES DOMÍNIO PATRIARCAL VIOLÊNCIA DOMÉSTICA VIOLÊNCIA URBANA

MONTEIRO, Juliana. Violência Contra a Mulher x Remoções. Rio on watch. Disponível em: < http://rioonwatch.org.br/?tag=serie-violencia-contra-a-mulher-x-remocoes>. Acesso em: 01 mai. 2019.

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SUPORTES DE AMPARO À MULHER: BR A vontade de compreender os suportes de amparo às mulheres guiou uma cartografia de espacialização tanto dos suportes públicos como dos coletivos feministas no país. É possível perceber os vazios nas regiões afastadas do litoral, bem como a negação cultural de alguns povos, sendo essa relação mais expressiva na região norte. Todas as mulheres brasileiras importam e apesar de estarem inseridas em contextos diferentes e a invisilibilidade aparecer em diferentes graus, a luta pela representatividade permanece inerente em diferentes regiões do Brasil, cada qual com a sua especificidade. Sendo assim, o preocupação por fazer um diálogo entre suportes públicos e organizações ativistas desenvolve um papel importante na transversalidade das camadas e demandas locais. Mapa do Acolhimento. Disponível em: <https:// www.mapadoacolhimento.org>. Acesso em: 10 mai. 2019 MAMU - Mapa de Coletivos de Mulheres. Disponível em: <http://www.mamu.net.br>. Acesso em: 10 mai. 2019

suportes públicos: delegacia da mulher

suporte públicos: rede de atendimento à mulher

suportes públicos: defensoria pública

suportes públicos e coletivos feministas: síntese

suportes ativistas: coletivos feministas

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FUNDAMENTAÇÃO

SUPORTES DE AMPARO À MULHER: RJ Aqui o mapeamento ganha uma escala mais aproximada da metrópole do Rio de Janeiro e a espacialização dos suportes também encontra questões de raça e classe, onde expressa com clareza a ausência de amparo às mulheres da zona norte e oeste da cidade, bem como nos municípios vizinhos. A construção dessas camadas serão posteriormente parte da estrutura de um diagnóstico de gênero da cidade do Rio de Janeiro.

Delegacia da Mulher

Rede de atendimento à mulher

Defensoria Pública

Coletivos feministas

Mapa do Acolhimento. Disponível em: <https://www. mapadoacolhimento.org>. Acesso em: 10 mai. 2019 MAMU - Mapa de Coletivos de Mulheres. Disponível em: <http://www.mamu.net.br>. Acesso em: 10 mai. 2019

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FUNDAMENTAÇÃO

LUGAR DA MULHER NA CIDADE: Qual é o lugar da mulher na cidade?

MULHER BRECHAS DESTINOS FRONTEIRAS LIMITES

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O diagrama ao lado pretende ilustrar, não somente segundo uma perspectiva física, mas abstrata, os conceitos de margem, limite e fronteira, percepções essas que se apresentam na cidade também de maneira subjetiva aos corpos das mulheres e aos seus imaginários urbanos. As mulheres estão em constante deslocamento pela cidade e a mobilidade urbana é um assunto muito urgente na relação de cidade e gênero, afinal as mulheres possuem trajetos mais multifacetados durante as suas rotinas diárias. Entretanto, durante essa dinâmica, há de se enfrentar alguns limites, onde os quais reverberam em fronteiras e trazem dificuldades e obstáculos sensíveis ao gênero. Dessa maneira, ainda assim as mulheres sobrevivem nesse contexto de um espaço que não lhes é dado, o que resulta em aparecimentos de oportunidades nos deslocamentos, chamados aqui de brechas. SARMENTO, D.P.G., BRANDÃO, L., Lugares das mulheres: A percepção das mulheres sobre o seu direito à cidade. In: MUNDOS DE MULHERES & FAZENDO GÊNERO, 11.,2017, Florianópolis, Anais Eletrônicos, ISSN 2179-510X.


Esse trabalho se estrutura nesses precedentes apresentados durante a etapa de fundamentação, onde o levantamento de dados e a apreensão de conceitos subjetivos às mulheres nos leva a espessura de camadas interseccionais e necessárias de serem expostas, com o objetivo de visibilizar as questões de cidade e gênero. Segundo o IBGE em 2010, a população brasileira se constituiu em sua maioria de mulheres e houve um aumento de 38,6% de famílias onde a mulher é responsável pelo sustento. É de acordo com tais índices que a arquitetura e urbanismo precisa desempenhar o seu papel social e político na busca por alternativas de equidade no desenvolvimento urbano e modos de construção participativa para uma construção de cidade integrada e real.

Mulheres à margem das prioridades do investimento público. Limites que reforçam o vínculo da mulher com o espaço privado. Fronteiras invisíveis inerentes ao imaginário urbano das mulheres.

“O olhar da experiência da mulher sobre a cidade construída tende a uma adequação do entorno construído a fim de melhorar a igualdade de oportunidades no uso e no aproveitamento. [...] isso implica tornar visível as necessidades de todos aqueles que não são levados em consideração pelo pensamento dominante. (MONTANER; MUXI, 2014,p.207) 18


FUNDAMENTAÇÃO

GUERRILHAS URBANAS: Mulheres e suas guerrilhas urbanas

As imagens a seguir buscam representar as diferentes guerrilhas urbanas e como tal conceito pode ser relacionado às mulheres do Brasil. A primeira pretende ilustrar a guerrilha no sentido de luta e sobrevivência na cidade, onde, no exemplo, a implementação do vagão feminino escancara a realidade da visão da mulher como o “Outro”, conceito desenvolvido por Simone de Beauvoir, o que significa que a mulher é impedida de ser um “para sí”. O vagão rosa foi uma proposta dita temporária e de caráter emergencial para a solução dos assédios dentro do metrô, situação essa que afirma a objetificação das mulheres como o “Outro”, através da perspectiva do homem. Entrentanto, tal medida pode ser compreendida como um isolamento urbano das mulheres e nessa perspectiva a lógica de sobrevivência da mulher na 19

cidade só se agrava. A segunda imagem pretende representar a guerrilha no sentido de luta e subversão dos conceitos de margem, limite e fronteira, onde a intervenção temporária produz marcas físicas na cidade afim de buscar o rompimento dessas barreiras causadas pela assimetria do acesso à cidade. Por fim, a última imagem aparece para ilustrar o conceito de estratégia de intervenção na cidade, em um exemplo de aplicação do urbanismo tático em Fortaleza. O conceito de urbanismo tático ou urbanismo de guerrilha tem como objetivo integrar os saberes da cidade próprios dos seus usuários, de maneira que a aproximação com a escala do corpo possa trazer ideias, possibilidades e projetos mais sensíveis à condição humana.

Busca-se então uma ação no desenvolvimento da metodologia, a ser apresentada posteriormente, que compreende as necessidades das mulheres na cidade, e para isso a intervenção de guerrilha se mostra como um caminho para a construção de uma cidade segundo projetos bottom-up experimentais e de baixo custo, com o objetivo de produzir análises e conhecimentos segundo às vivências das mulheres na cidade. “A cidade deve se mover também, e principalmente, através de muitos pequenos projetos, porque são estes os mais passíveis de engajar a sociedade” (Duany, 2015, p. XI).


Vagão feminino no metrô de Brasília Fo n t e h t t p : / / a g e n c i a b ra s i l . e b c . c o m . b r / g e ra l / n o t i cia/2014-04/vagao-feminino-do-metro-da-seguranca-mas-e-resolve-o-machismo

Rio+ Pedestre (Intervenção no entorno da estação de metrô São Francisco Xavier, Tijuca - RJ) Fonte:http://intervencoestemporarias.com.br/en/rio-pedestre/

Intervenção de urbanismo tático em Fortaleza Fonte:https://thecityfixbrasil.com/2018/05/14/o-poder-de-transformacao-do-urbanismo-tatico/

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METODOLOGIA

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METODOLOGIA

REFERÊNCIAS O Col·lectiu Punt 6 desenvolveu um manual para realizar um acompanhamento de qualidade urbana segunda a perspectiva de gênero e para isso a metodologia se organizou em três eixos principais, sendo o primeiro chamado de Diagnóstico Urbano Participativo, onde se desenvolveu ferramentas qualitativas sensíveis ao gênero, com o objetivo de obter dados necessários para a análise do espaço, e isso inclui as experiências das pessoas, observações participativas e compartilhadas em dinâmicas e entrevistas. O segundo eixo chama-se Avaliação do Espaço Urbano e um sistema de indicadores de tipos de espaços, sendo esses avaliados segundo qualidades urbanas. Por fim, o terceiro trata-se da Avaliação da Gestão Urbana e o desenvolvimento de indicadores que servirão para uma construção de análise transversal de camadas de gênero em determinado contexto socioespacial.

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Espaços para a vida cotidiana

Diagnóstico Urbano Participativo

Auditoria de Qualidade Urbana com perspectiva de gênero (Adriana Ciocoletto y Col·lectiu Punt 6) Urbanismo para a vida cotidiana. Ferramentas de análises e avaliação urbana na escala de bairro segundo a perspectiva de gênero

Avaliação do Espaço Urbano

(Pilar Garcia Almirall y Zaida Muxí Martínez) UPC-ETSAB - 2017 Avaliação da Gestão Urbana


O guia tem como objetivo principal visibilizar as mulheres em sua diversidade e também como agentes na construção de cidade. O Col.lectiu Punt 6 possui um desejo de disponibilizar o guia para que, de maneira acessível, as mulheres possam exercer uma autonomia no sentido de transformar, fazer melhorias em seus bairros e cidades aonde vivem. A metodologia de construção desse material é participativa, uma vez que a construção do mesmo é realizada por meio dos dados, experiências e visões das mulheres, afinal elas estão trabalhando, como explicita o título. O guia é uma valiosa ferramenta de empoderamento da cidade segundo o gênero, onde a partir das análises e produções de conhecimento compartilhadas, as mulheres são incentivadas a possuir uma autonomia incomum ao seu cotidiano, mas que resultará em expressivas transformações na qualidade de vida na cidade. Há também uma divisão atividades, que serão apresentadas a seguir:

Informação

Descrição e Análise

Mulheres trabalhando Guia de reconhecimento urbano com a perspectiva de gênero (Col·lectiu Punt 6) Compartilhamento de experiências

Continuação do trabalho realizado (memória e análise)

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METODOLOGIA

GUIA DA MULHER GUERRILHEIRA (por uma análise urbana com a perspectiva de gênero)

A metodologia se dividiu em 4 fases: IDENTIFICAÇÃO

CARTOGRAFIA

CATEGORIAS

AÇÃO DE GUERRILHA

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IDENTIFICAÇÃO Como a primeira fase da metodologia, entende-se que a proposta de incluir mulheres no processo de pesquisa é uma decisão projetual que compreende a importância de outros saberes, experiências e recortes, onde a subjetivação dos corpos também se mostra fundamental na construção de diagnósticos qualitativos em relação à cidade, garantindo assim, uma metodologia segundo a perspectiva de gênero. A identificação se dividiu em 3 etapas: 1) Difusão 2) Inscrição 3) Registros Sendo a primeira resumida em um ato de convocatória nas redes sociais e a criação de um perfil no Instagram, a segunda se desenvolveu por meio de uma ficha de inscrição online, criando, assim, um banco de dados das #mulherescolaboradoras, sendo essas informadas a partir de um compartilhamento em nuvem de instruções e recomendações ilustradas sobre a última fase, os registros. Os Registros Cotidianos, assim chamados

por serem fotos registradas durante os trajetos diários das #mulherescolaboradoras, foram resultados de uma proposta que buscou sensibilizar as mulheres sobre os seus percursos, onde apenas com um aparelho fotográfico fosse possível denunciar situações, antes já naturalizadas pelo cotidiano. A ideia inicial foi registrar pontos positivos e negativos, entretanto, os olhares foram majoritariamente para os pontos problemáticos da cidade. A atividade dos registros dialoga com toda a intenção de construção participativa, onde a coleta dos diferentes olhares gerou material, não somente, para divulgação da pesquisa nas redes sociais, mas para análise urbana, onde foi possível identificar as problemáticas das mulheres na cidade, essas, a serem melhor compreendidas durante a pesquisa.

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METODOLOGIA

IDENTIFICAÇÃO Difusão

Inscrição

@sororidadeurbana

#FICHA

#NOME Nome: Idade: Email: Profissão: Estado civil: Endereço (residência): Endereço (estudo / trabalho): Trajetos diários:

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#INSTRUÇÕES

#RECOMENDAÇÕES

Amanda Ana Lucia Aline Anna Flavia Ariane Bianca Carolina Caroline Djuanne Fabianna Fernanda Gabriela Isabela Jessica Joanna Julia Lara Leticia Ligia Luiza Maria Isaura Maria Mariana Mayara Melissa Natália Nicolle Nailde Tayná Thais Thalita inscrições (...) 46 08/06/2019 28


METODOLOGIA

CARTOGRAFIA Com o objetivo de alertar as mulheres sobre o direito à narrativa, ou oportunidades de empoderar-se dos seus caminhos e assumir um papel de agente na construção de cidade, surgiu uma preocupação sobre como representar, organizar e fazer diagnósticos das informações coletadas. Assume-se que o papel de pesquisadora mulher não é suficiente para a captação das experiências, por essa razão, decidiu-se por construir uma pesquisa colaborativa e por isso a convocação das #mulherescolaboradoras. Existe uma necessidade de ampliar o campo de visão das experiências e saberes subjetivos. Sendo assim, busca-se, então, a construção de um método que possa reunir de maneira transversal uma espessura de dados, onde se pretende tornar acessível os diagnósticos da cidade do Rio de Janeiro segundo a perspectiva de gênero. Durante o desenvolvimento da pesquisa, a cartografia se mostrou como uma ferramenta de projeto, onde foi possível atingir certa transversalidade com os dados e registros coletados. É importante compreender que “Pesquisas quantitativas e qualitativas podem

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constituir práticas cartográficas, desde que se proponham ao acompanhamento de processos. Para além da distinção quantitativa-qualitativa restam em aberto impasses relativos à adequação entre a natureza do problema investigado e as exigências do método. A questão é como investigar processos sem deixá-los escapar por entre os dedos. (Pistas do método da cartografia: Pesquisa e produção de subjetividade, 2015. p 08)

A cartografia se desenvolve como um produto dinâmico, passivo de mudanças, uma vez que precisa acompanhar os processos. Dessa maneira, entende-se que a cartografia se apresenta como uma ferramenta projetual, pois é por meio da sua expressão gráfica que se constrói diagnósticos, e os quais influenciam diretamente nas tomadas de decisões projetuais. Essa ferramenta possui um papel de caminho para o método, sendo assim uma reversão metodológica, que transforma o metá-hódos (método) em hódos-metá, onde o caminho aponta para um método. (Pistas do método da cartografia: Pesquisa e produção de subjetividade, 2015. p 08)

É exatamente o que esse trabalho propõe: uma direção para que as mulheres possam

se reconhecer na cidade e desenvolver autonomia sob os seus corpos. A cartografia se apresenta não somente com um papel de denúncia onde mostra as problemáticas de uma cidade que exclui mulheres em seu planejamento urbano, mas procura também espaços de oportunidades. O mapeamento da violência contra a mulher, os suportes públicos de amparo às mulheres, as iniciativas ativistas, coletivos e os olhares das #mulherescolaboradas constroem uma base tátil para o desenvolvimento do Guia da Mulher Guerrilheira. A intenção é apontar para algumas direções e tornar acessível essa caminhada para garantir o nosso direito à cidade. “Eis, então, o sentido da cartografia: acompanhamento de percursos, implicação em processos de produção, conexão de redes ou rizomas. É assim que Deleuze e Guattari designam sua Introdução: Rizoma. A cartografia surge como um princípio do rizoma que atesta, no pensamento, sua força performática, sua pragmática: princípio “inteiramente voltado para uma experimentação ancorada no real” (Deleuze e Guattari, 1995, p. 21). (Pistas do método da cartografia: Pesquisa e produção de subjetividade, 2015. p 10)


Suportes Vácuos existenciais

Sobrevivências

Violência contra à mulher

Suportes de amparo à mulher

delegacia da mulher rede de atendimento à mulher

Região metropolitana e os seus suportes de amparo à mulher

defensoria pública coletivo feminista

MONTEIRO, Juliana. Violência Contra a Mulher x Remoções. Rio on watch. Disponível em: < http://rioonwatch.org.br/?tag=serie-violencia-contra-a-mulher-x-remocoes>. Acesso em: 01 mai. 2019.

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METODOLOGIA

CARTOGRAFIA A atividade dos #registroscotidianos compôs mais uma camada de estrutura para o diagnóstico, onde a cartografia apresenta, na morfologia da cidade do Rio de Janeiro, as denúncias mais alarmantes em resumo. As #mulherescolaboradoras registraram os seus caminhos de acordo com a proposta de desnaturalizar as problemáticas e insatisfações nos seus trajetos diários. Esse exercício não só propõe um processo participativo na construção da metodologia, mas se preocupa com a inserção da escala do corpo da mulher em seu caminhar/deslocamento pela cidade. Seguindo o objetivo de encontrar espaços de oportunidade para o empoderamento feminino, os pontos de maior destaque serão analisados posteriormente segundo uma cartografia onde as espessuras de dados serão sintetizadas, para assim haver, por meio de uma ampliação da escala, uma intervenção de guerrilha.

Imagem: Produzida pela autora

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deslocamento das mulheres colaboradoras


METODOLOGIA

CARTOGRAFIA #registroscotidianos

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METODOLOGIA

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METODOLOGIA

Suportes

CARTOGRAFIA

Vácuos existenciais

Nessa etapa, é possível perceber a construção da narrativa cartográfica e os seus diagnósticos. A camada das sobrevivências apresenta os pontos com maior índice de violência contra a mulher e a existência de suportes nesse contexto. Já a camada de denúncias faz uma provocação ao mostrar a resistência diária dasmulheres que habitam e transitam nesses espaços que não lhes é dado. Por fim, as oportunidades são encontradas, não somente como espaços de subversão das problemáticas, mas também como pontos estratégicos de intervenção, uma vez que se inserem em um contexto de suportes de amparo. A intenção é propor intervenções onde se há graus alarmantes de violência, mas que ainda assim possam ser estruturados com o apoio dos suportes já existentes. A conscientização das mulheres é fundamental para que elas resistam e entendam o seu papel de agente que constrói a cidade. Dessa maneira, as oportunidades surgem como um espaço a ser construído por mulheres.

Oportunidades

Denúncias

Sobrevivências

Imagem: Produzida pela autora

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OPORTUNIDADE 01

OPORTUNIDADE 02

trem delegacia da mulher rede de atendimento à mulher

OPORTUNIDADE 03

OPORTUNIDADE 04

defensoria pública coletivo feminista

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METODOLOGIA

CATEGORIAS A intenção desse trabalho sempre foi buscar uma interseccionalidade em detrimento de uma visão universalista e simplista, e para tal análise e espessura de dados, adota-se atividades colaborativas para o desenvolvimento da pesquisa e a construção de um pensamento a partir de camadas sobrepostas. As pesquisas científicas e quantitativas fornecem a base e definem problemáticas pontuais na cidade do Rio de Janeiro, enquanto a proposta de participação das #mulherescolaboradoras durante a atividade #registroscotidianos, agrega na sobreposição de uma análise qualitativa segundo as vivências dessas mulheres. A metodologia compreende a categorização como uma etapa chave ao entender que, apesar das denúncias das mulheres apresentarem diferentes graus nos seus deslocamentos pela cidade, há a comprovação de um caráter de recorrência. Portanto, define-se aqui a característica de constante problemática em trânsito, uma vez que a cidade reage aos corpos das mulheres de maneira análoga, embora haja diferentes graus de urgências.

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As categorias surgem como uma ferramenta de leitura da cidade segundo à perspectiva de gênero e contribui para a construção do Guia da Mulher Guerrilheira que visa apresentar espaços de oportunidades. Sendo assim, a intenção é dar uma base para que as mulheres possam reagir e subverter a maneira hegemônica e naturalizada de um projeto de cidade pensado segundo uma lógica de hierarquias. São as categorias: PERMEABILIDADE A categoria analisa os limites visíveis e invisíveis (construídos ou não construídos) durante o caminhar da mulher e o grau de desconforto durante o percurso e o nível de insegurança por meio de um estreitamento de passagens entre barreiras. Quanto mais permeável o espaço/percurso for, mais agradável e seguro será para as mulheres. PREVISIBILIDADE A categoria analisa o campo de visão do pedestre, os obstáculos durante o caminhar e a morfologia das esquinas. Quanto maior previsibilidade durante a caminhada,

mais agradável será esse espaço/percurso. VITALIDADE A categoria analisa a diversidade em equilíbrio de atividades em um espaço/ percurso. Entende que a vitalidade de um ambiente funciona como catalisador de pessoas e referência de sensação de segurança. Analisa também a relação de térreo dos edifícios com as calçadas. Mas vale ressaltar que foi constatado que o tumulto não exprime segurança às mulheres. Quanto maior a vitalidade, mais seguro e confiável será esse espaço/percurso. AUTONOMIA A categoria analisa a infraestrutura dos suportes públicos e equipamentos urbanos como influenciador nas tomadas de decisões das mulheres durante o caminhar. Quanto mais estruturada a cidade, mais autônoma a mulher se sente. REPRESENTATIVIDADE A categoria analisa a identificação e associação da mulher em relação aos espaços/ percursos e as atividades presentes. A di-


-versidade de pessoas e a maior representatividade de semelhantes exprime segurança e conforto ao caminhar e vivenciar o espaço. RELACIONALIDADE A categoria analisa a interação das mulheres com o espaço e suas atividades. Quanto maior for a diversidade de possibilidades de relações, tem-se uma maior potência do espaço como ponto de encontro de referência e permanência. Após a leitura do espaço segundo as categorias, com o objetivo de materializá-las para o desenvolvimento de uma intervenção na cidade, pretende-se propor diferentes utensílios a serem usados como ferramentas de ação de guerrilha. A utilização desse material será exemplificada na realização da ação e no momento pós evento, durante a construção do Manual, pretende-se imprimir graficamente a realização da ação e os seus resultados. A metodologia é construida de maneira participativa e para isso se fez necessário uma consulta às mulheres colaboradoras,

onde elas puderam opinar e dar sugestões sobre as ferramentas, sendo essas traduzidas a seguir: - guarda chuva - tinta - estêncil - lanterna - pisca-pisca - fita refletora - barbante - balão amarelo - giz p/ quadro - tule 2 cores - fita vermelha - placa para indicar suportes de amparo segundo um raio de 20 min (coletivos feministas, delegacia, redes...) - apito com cordinha - adesivo com frases - adesivos sem frases - caneta permanente

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METODOLOGIA

AÇÃO DE GUERRILHA

(urbanismo tático como estratégia de empoderamento dos espaços segundo a perspectiva de gênero)

Esse trabalho não somente pretende escancarar a cidade para as mulheres, mas tem como uma das suas etapas o caráter tático, no sentido de estratégia do urbanismo tático. Dessa maneira, a ação de guerrilha se apresenta como um meio para a realização in loco de propostas pensadas e feitas por mulheres. Após a atividade de cartografia, lê-se como uma ferramenta colaborativa, portanto, dinâmica em construção, propõe-se agir sobre um contexto problemático da cidade do Rio de Janeiro e busca se desenvolver segundo iniciativas, à priori, efêmeras, como intervenções temporárias. Segundo uma lógica de efemeridade das intervenções urbanas, há um conceito a ser colocado durante a proposição da ação de guerrilha, a amabilidade urbana. Adriana Sansão (2012) discorre sobre o conceito segundo um contexto de resultado das intervenções temporárias, além de considerar o caráter de evento das intervenções, essas com diferentes graus de duração.

“A possibilidade da amabilidade se transforma em uma situação real quando ocorre sobre um espaço potencialmente atraente uma intervenção temporária bem-sucedida, tornando-o um espaço amável. O espaço deixa de ser um objeto quando ocorre algo

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que o transforma em um espaço habitado, que passa a fazer parte da memória coletiva do lugar.” (FONTES, 2012, p.72)

Seguindo o raciocínio de potencialidades, entende-se que o lugar é a oportunidade do evento (Milton Santos, 2005) e ao se tornar espaço, apesar de manter as suas marcas de origem, ganha características locais. Entende-se, então, a estratégia da ação de guerrilha como provocativa e questionadora de lugares, uma vez que a cartografia apresenta espaços inseguros para mulheres, sendo, portanto, renegados às vivências desse grupo social. As categorias de análise anteriormente apresentadas são sintetizadas em ferramentas para a intervenção, o evento. Dessa maneira, a construção em conjunto com as #mulherescolaboradoras definiu um dispositivo de ação de guerrilha que compõe a metodologia proposta. “O evento é, ao mesmo tempo, deformante e deformado” (Santos, 2008, p. 163). Portanto, a amabilidade se manifesta durante essa deformação, onde o espaço físico se transforma em espaço social durante a intervenção. (FONTES, 2012, p.72) A experiência temporária de um evento

feito por mulheres e pensado por mulheres imprime legitimidade na análise segundo a perspectiva de gênero, já que apresenta uma espessura de camadas de dados qualitativos, saberes empíricos e percepções de mulheres. É como provocar um desencadeamento de ideias para empoderar os caminhos cotidianos das mulheres. As participantes da ação serão voluntárias mediante inscrições, para uma melhor organização e distribuição de ferramentas de intervenção. É importante destacar que a ideia da intervenção tem também como objetivo acompanhar as reverberações das marcas geradas pós evento. O urbanismo tático, segundo Lydon & Garcia em Tactical Urbanism, 2015, compreende um sistema de ações bottom up, onde espera-se investir em pequena escala e com baixo custo para atingir propósitos maiores. Sendo assim, o Guia e Manual pretende contribuir tanto no campo experimental da ação de guerrilha, como tática de empoderamento feminino na cidade, mas também como uma iniciativa que possa fomentar a resolução de desafios de planejamento urbano local.


DISPOSITIVO: A bolsa, como um objeto comum aos corpos das mulheres, surge na proposta da ação de guerrilha como um dispositivo dotado de potenciais ferramentas de denúncia e intervenção no espaço público.

Referência: Rua Fulana de Tal

Imagem: Produzida pela autora

RESPECT is Changing Perceptions. Disponível em:<http://designingpolitics.org/designing-respect/galeria/rua-fulana-de-tal/>Acesso em: 04 mai. 2019

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GUIA

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GUIA

GUIA DA MULHER GUERRILHEIRA (por uma análise urbana com perspectiva de gênero) O Guia surge com o propósito de informar e elucidar as questões da cidade segundo a perspectiva da mulher: as problemáticas, as denúncias, os suportes e as oportunidades; é importante destacar que as camadas estão em constante desenvolvimento, podendo haver a necessidade de acréscimos ou não. O objetivo é desenvolver uma base de dados física e tátil na versão impressa do Guia e incentivar o compartilhamento de informações em um mapa colaborativo disponível em QR code. Entende-se aqui o caráter colaborativo também quando se propõe a reunião de dados em uma cartografia virtualmente disponível. A cidade é apresentada para as mulheres e as suas possibilidades e interpretações são apropriadas por elas. O Guia físico pretende conter uma cartografia com camadas a serem dispostas uma a uma, de modo a gerar uma base de diagnóstico, além disso, contará com a metodologia desenvolvida com todos os seus faseamentos experimentados. A organização será dada em 3 capítulos gerais:

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FUNDAMENTAÇÃO

METODOLOGIA

CARTOGRAFIA


Imagem: Produzida pela autora

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MANUAL

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MANUAL

MANUAL DA GUERRILHEIRA URBANA (por uma autonomia da mulher na cidade) O manual é compreendido como uma complementação do Guia, onde a partir de um entendimento e compartilhamento de dados e experiências a mulher se sinta autônoma e agente na construção de cidade. Entende-se que a ideia do urbanismo tático de intervir no espaço com ferramentas de baixo custo apresenta possibilidades ao profissional da arquitetura de pensar os espaços como um bricoleur e utilizar o que está ao alcance das mãos, o contexto e as pessoas, e experimentar soluções sensíveis a tais precedentes. (LÉVI-STRAUSS,

1970, p. 39).

A ideia é, a partir da cartografia de oportunidades, propor projetos sensíveis às categorias desenvolvidas no Guia. O Manual apresentará estudos de caso na cidade do Rio de Janeiro utilizando a metodologia desenvolvida anteriormente. É importante ressaltar o caráter experimental e provocativo dessa pesquisa, onde a conclusão é permeável no sentido das contribuições das mulheres do Rio de Janeiro. Entende-se assim que os estudos de caso possam representar possíveis soluções em devir. A organização será dada em 3 capítulos gerais:

CARTOGRAFIA

POTÊNCIAS

ESTUDO DE CASO

Imagem: Produzida pela autora

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Imagem: Produzida pela autora

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BIBLIOGRAFIA

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BIBLIOGRAFIA Atlas Ambulante / Organizadores: Renata Marquez e Wellington Cançado. - Belo Horizonte (MG): Instituto Cidades Criativas, 2011. CIOCOLETTO, Adriana. Urbanismo para la vida cotidiana. Herramientas de análisis y evaluación urbana a escala de barrio desde la perspectiva de género. Tesis Doctoral. Directoras: Pilar Garcia Almirall y Zaida Muxí Martínez. Universitat Politècnica de Catalunya (UPC), Escola Tècnica Superior d’Arquitectura de Barcelona (UPC-ETSAB), 2014. Disponível em:<http://www.tdx.cat/browse?value=Ciocoletto%2C+Adriana&type=author>. Acesso em: 02 mai. 2019. FERREIRA K., DA SILVA, G.R. Urbanismo Feminista. In: ENANPUR, XVII, 2017, São Paulo. Anais, Sessão temática 9: Novos movimentos e estratégias de luta urbana e regional. Anpur, 2017. FONTES, Adriana Sansão. Intervenções temporárias, marcas permanentes: apropriações, arte e festa na cidade contemporânea ; Rio de Janeiro: Casa da Palavra: Faperj, 2013 FONTES, Adriana Sansão. Amabilidade urbana: marcas das intervenções temporárias na cidade contemporânea. URBS. Revista de Estudios Urbanos y Ciencias Sociales, 1(2), 69-93. 2012. Disponível em: <http://www2.ual.es/urbs/index.php/urbs/article/ view/fontes>. Acesso em: 29 mai. 2019 INGOLD, T. Estar Vivo: Ensaios sobre movimento, conhecimento e descrição. Petrópolis: Editora Vozes, 2015.p.49-69 MIGUEL, L. F., BIROLI, F. Feminismo e Política: Uma introdução. São Paulo: Boitempo, 2014. MONTEIRO, Juliana. Violência Contra a Mulher x Remoções. Rio on watch. Disponível em: < http://rioonwatch.org.br/?tag=serie-violencia-contra-a-mulher-x-remocoes>. Acesso em: 01 mai. 2019. MUXÍ, Zaida. Mujeres, casas y ciudades. Más allá del umbral. Barcelona: dpt-barcelona, 2018 Mujeres Trabajando. Guia de reconocimiento urbano con perpectiva de género. Col.lectiu Punt 6 . Orgs : Roser Casanovas, Adriana Ciocoletto, Marta Fonseca Salinas, Blanca Gutiérez Valdívia, Zaida Muxí Martinez y Sara Ortiz Escalante. Barcelona, 2014. Disponível em: < http://www.punt6.org/wp-content/uploads/2016/08/PDF-mujeres-baja-con-portada.pdf >. Acesso em: 02 mai. 2019 53


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