Equipe editorial e jornalística da Cannabis World Journals
A Cannabis World Journals é uma publicação quinzenal que fala das últimas tendências da indústria da cannabis medicinal.
Gerenciamento de conteúdo:
Alibert Flores Anne Graham Escobar
Desenho e conceitualização gráfica:
Katerin Osuna Robles Jannina Mejía Diaz
Equipe de pesquisa, jornalística e de redação: CannaGrow: Daniela Montaña e William González CannaCountry: Sandra Loaiza. CannaLaw: Anne Marie Graham, Alibert Flores e Caterina Lomoro CannaTrade: Jennifer Simbaña, Lorena Díaz, Verónica Hernández e Rosangel Andrades . CannaMed:Jennifer Salguero CannaGraphics: Alibert Flores Tradução: Inglês: Nicole Gómez, Verónica Hernández e Andrés Sawyer Árabe: Menna Ghazal e Oraib Albashiti. Português: Marcia Lorenzen Italiano: Caterina Lomoro e Karen Bermudez. Colaboradores nesta edição: Llactacunga Cannábica Activismo Cannábico Chile Copa Cannábica del Plata Alpha Academy of Science
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EDITORIAL: - Sem medo pela causa canábica: Líderes e defensores Pág 4
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COLUNA DE OPINIÃO:
- Cannabis e Juventude Pág 5
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CANNAGRAPHICS: - Ativismo Canábico Chile. Pág 7 - Copa Canábica del Plata. Pág 7 - Alpha Academy of Science . Pág 7
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CANNAGROW - Mike Tyson: um líder no cultivo e negócio da cannabis Pág 8
Nossas revistas Canna Med Magazine e Canna Law Magazine, dedicadas à área terapêutica da cannabis e à regulamentação legal da cannabis, respectivamente, decidiram unir forças para trazer a você uma nova e mais abrangente revista quinzenal sobre cannabis: Cannabis World Journals. Canna Med Magazine e Canna Law Magazine se tornam seções da Cannabis World Journals, e junto a elas você poderá encontrar duas novas seções para oferecer uma visão global sobre a planta que você pode encontrar no mercado: estamos falando da CannaTrade, cujo objetivo será enfatizar o ritmo dos negócios que são estabelecidos em torno da cannabis; e CannaGrow, dedicada à botânica e ao cultivo da planta de cannabis. A Cannabis World Journals é a revista mais abrangente sobre cannabis para leitores exigentes como você. Sem mais delongas, lhe desejamos as boas-vindas.
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NA SALA DO ESPECIALISTA: - Raquel Peyraube. Pág 10
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CANNACOUNTRY: - Dinamarca. Pág 15
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CANNALAW - JustMary o primeiro e-commerce de cannabis legal na Itália Pág 17 - Alemanha: líder canábico na Europa. Pág 19 PERSONALIDADE DO MÊS -Tommy Chong. Pág 21
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CANNATRADE - Os produtos líderes na indústria. Pág 27 - Segmentos líderes na indústria. Pág 29 - Quando quebrar esquemas e pensar fora da caixa nos leva ao futuro da indústria da cannabis. Pág 31 - Guia básico para investir em cannabis. Pág 35
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CANNAMED - Cannahaler: A revolução dos inaladores canábicos Pág 38 - Cristina Sánchez: líder em investigação e educação canábica Pág 41
EDITORIAL
Sem medo pela causa canábica:
líderes e defensores Há situações na vida que nos fazem ver as coisas de maneiras diferentes ou com outra perspectiva, situações que nos fazem mudar o molde (como costumavam dizer nossos avós). Onde se põe de manifesto o antes e o agora. É por isso que antes existia uma falsa crença de que a cannabis só servia para uso adulto, que era apenas uma planta a mais, inclusive dava medo falar sobre o assunto. Agora, depois de anos de luta, de paciência, de demonstrar e falar das propriedades curativas e maravilhosas, é o momento de agir, de lutar, de aproveitar esta avalanche de sucessos da planta de cannabis e apresentá-la ao mundo, aos seus habitantes e à sua gente. Da mesma forma, não tenha medo, enfrente o mundo, coloque sua armadura canábica e defenda seu direito à vida. Levante sua voz e que sejam ouvidos ecos de esperança para apoiar e liberar a batalha pela legalização total da planta, portanto siga os exemplos de grandes líderes da indústria como Steve DeAngelo e Tommy Chong, os quais marcaram um antes e um depois para
que agora as novas gerações estabeleçam um novo caminho para a cannabis. Juntese destemidamente, com valentia a esta causa e sem que nada o impeça. Por outro lado, não deixe que nada perturbe sua decisão, mostre seu rosto e olhe aos olhos do mundo levando sua bandeira canábica e lute por sua planta, pois você sempre encontrará detratores e aqueles que são pobres em informação, mas sua arma para vencer é a razão de ser da planta de cannabis. Na mesma ordem, destrua com atos e palavras essa triste posição midiático-alienante de não ouvir raciocínios irrefutáveis. Siga o exemplo uruguaio, que, sem temores infundados por terceiros, legalizou a planta maravilhosa, demonstrando que embora seja um país pequeno, possui um coração enorme. Portanto, não deixe que nada o detenha, não tema. Não tenha medo de gritar " Sou um defensor da cannabis! Alibert Flores Membro Editorial da Cannabis World Journals
CANNABIS WORLD JOURNALS | EDIÇÃO NO. 22 |
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COLUNA DE OPINIÃO
Cannabis e Juventude Atualmente a sociedade se globalizou e digitalizou de forma tão rápida, que os jovens encontram informação com muita facilidade, precisamente nesta etapa da vida é quando experimentar e conhecer se torna parte da vida cotidiana. Há várias décadas temos observado em diferentes meios de comunicação como o mundo se abriu para a planta de Cannabis, seja no campo medicinal onde ainda estão sendo realizadas pesquisas para garantir e descobrir novas propriedades terapêuticas, ou na industrialização dos cultivos e o aproveitamento do cânhamo do qual podem ser obtidos dezenas de produtos inovadores, além de visualizar que muitos países regulamentaram o uso e o cultivo adulto da Cannabis o que fomentou uma cultura ou uma população com menos riscos de consumo e aquisição, sendo um fator determinante na guerra contra o tráfico de drogas.
Apesar destes importantíssimos avanços, a sociedade ao redor do mundo vive há quase 100 anos em desinformação e proibicionismo que não podem ser escondidos, pois ainda há países que não mudaram suas leis e regulamentações sobre a cannabis. Isto tem causado durante décadas uma atmosfera de medo e receio de usar a planta em qualquer forma (medicinal, industrial, uso adulto), gerando um
retrocesso em pesquisas e apoio por parte de instituições e empresas. É desta forma que muitos jovens têm mudado a visão errônea e generalizada que existia sobre a planta de ca|nnabis, e aproveitando esta mudança centraram-se em utilizar seus potenciais tanto educativos como recursos disponíveis para gerar idéias e objetivos que apontam para os projetos de cultivo e seu aproveitamento. Assim, promovendo CANNABIS WORLD JOURNALS | EDIÇÃO NO. 22 |
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COLUNA DE OPINIÃO
que países comumente considerados subdesenvolvidos também possam ser incluídos na lista de outras nações que já possuem agroindústrias bem definidas e que são uma referência em termos de criação de empregos e fontes lucrativas de economia, ainda que em meio a isso muitos desafios precisam ser enfrentados. A informação, capacitação e desmistificação deste tema para vários setores da sociedade tornaram-se ações infaltaveis e infalíveis para dar a conhecer os benefícios medicinais/terapêuticos, industriais que podem trazer os cultivos de cannabis e cânhamo juntamente com mudanças na legislação e regulamentação para evitar perseguições inconscientes e injustificadas, sem esquecer de promover o investimento e a investigação que é necessária para desenvolver genéticas estabilizadas em diferentes regiões e com muita agro
diversidade como a que possuem países Latinoamericanos, e isto desempenha um papel importante nesta área. Possível e certamente seja nossa geração a responsável por fazer as mudanças necessárias, enfrentando e assumindo competências dentro e fora da sociedade para que a indústria de cannabis possa se desenvolver em altos níveis de produção e exportação, Afinal, a planta acaba sendo auto-sustentável e eficiente.
Jeanpierre Romo - Ativista Canábico Membro da Llactacunga Cannábica
CANNABIS WORLD JOURNALS | EDIÇÃO NO. 22 |
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CannaGraphics
Ativismo Canábico Chile (ACC) É uma organização popular apartidária, mobilizada por uma regulamentação integral da cannabis e enteógenos, o respeito à soberania pessoal e os Direitos Humanos. Para contribuir com o conhecimento coletivo da cannabis, o ACC organiza várias oficinas (autocultivo, autocuidado, cannabis medicinal, sistema endocanabinóide, entre outros), reuniões de cidadãos e feiras de empreendedorismo. O ACC propõe a ação cidadã como um caminho necessário para impulsionar uma nova política de drogas, tal como a apresentação de uma Iniciativa Popular de Norma antes da Convenção Constitucional para proteger a soberania pessoal e a espiritualidade na nova Constituição do Chile.
A Copa Cannábica Del Plata Ela surgiu de reuniões entre amigos cultivadores que procuravam criar um espaço de conhecimento e aproximação com outros cultivadores, foi dado espaço a diferentes oficinas sobre técnicas de cultivo e palestras sobre aspectos legais. Em 2002 foi realizada a primeira copa, que de fato era muito pequena, mas com o decorrer dos anos expandiu-se em meio à paranóia e perseguição; era evidente que o evento era clandestino e ilegal. É destinada a cultivadores experientes. O prêmio mais apreciado da região, a Copa que todos querem ter em suas prateleiras sabendo que competiram contra os melhores. A próxima data é no dia 14 de Agosto e estarão celebrando a 20ª edição com a exposição, as palestras e as oficinas avançadas que caracterizam o evento, além de uma competição acirrada.
A Alpha Academy of Science lança em parceria com a Universidade Tecnológica de Bolívar (UTB) da Colômbia, um curso de extensão sobre inovação e empreendedorismo para formar líderes na indústria da cannabis. Atualmente, têm a disposição a II edição do curso de extensão que levará os empreendedores a outro nível. Este programa educacional trata sobre inovação e empreendedorismo da cannabis, focado em proporcionar aos estudantes diferentes estratégias de mercado e comercialização efetiva, para levar seu produto ou serviço a diferentes áreas geográficas e alcançar o sucesso na indústria. Este programa começa no dia 27 de maio e tem uma intensidade de 100 horas.
Informações e Inscrição:
https://www.utb.edu.co/curso-diplomadotall/diplomado-innovacion-emprendimiento-delcannabis/?fbclid=IwAR2Y84_HxWRzUyPbsvJACo WdStYIDAIfa0H8cME0v4soIcphFSlY04L6vmE
CANNABIS WORLD JOURNALS | EDICIÓN NO. 21 |
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CannaGrow
Mike Tyson:
Um líder no cultivo e negócio da cannabis Todos sabemos quem é Mike Tyson e para os que não sabem, ele é um dos mais renomados boxeadores e dominador de peso pesado durante os anos noventa. Nasceu nos Estados Unidos em 1966 e iniciou sua carreira como atleta aos 20 anos de idade, carreira que o levou à fama. Atualmente com 55 anos, ele é um empresário da indústria de cannabis, e iniciou construindo sua empresa chamada Tyson Ranch, uma fazenda com uma área de 40 hectares localizada no deserto de Mojave - Califórnia, estrategicamente localizada, pois nesse estado o uso de cannabis medicinal, industrial e de uso adulto é legalizado. Ele se inspirou no processo de sua carreira, pois usou a cannabis para aliviar diferentes dores causadas após suas lutas. Nas palavras de Tyson, "A cannabis sempre desempenhou um papel importante em minha vida. Me transformou para melhor, tanto mental quanto fisicamente, e quero compartilhar esse presente com outras pessoas que também estão em busca de alívio". Seu desempenho no negócio foi tão bom que, de acordo com as estatísticas da Cheat Sheet, o Tyson Ranch vende mais de 500.000 dólares de cannabis por mês. Hoje em dia, sua empresa oferece três linhas de flores: flores de estufa e cultivadas ao sol com potência ligeiramente mais baixa, flores de interior com
maior potência e a linha especial " Toad " de cepas premium inspirada nas experiências psicodélicas de Tyson de "lamber sapos". O empreendimento cresceu tanto que se expandiu para outros estados, como Nevada e Colorado, onde a cannabis também é legal. Nestes estados oferece variedades únicas de cannabis como: Desert Toad, West Coast Toad, Kronocain, The Toad, Sonoran, Toad, Southern Toad, Intergalactic Toad, West Coast Toad, Knockout OG, Lemonade, Billy White, Knockout OG, Haymaker, Blue Snow, Lemon Pie, Pineapple Punch, Pound for Pound e Purple Glove. Todas estas variedades podem ser encontradas em sua CANNABIS WORLD JOURNALS | EDIÇÃO NO. 22 |
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CannaGrow
página web (tyson20.com/) onde também mostra a localização para comprá-las. É importante reconhecer que ele colocou " a camisa 10" para fazer as coisas legalmente e crescer na indústria. Apesar de suas diferentes situações passadas onde teve muitos problemas e quase perdeu tudo, inclusive sendo acusado de vários delitos e ficando praticamente na rua, ele viu na planta da cannabis a oportunidade de melhorar como ser humano e de levar bem estar a diferentes pessoas. Sua empresa evoluiu e hoje a Tyson 2.0 está lançando produtos derivados da planta, seu mais recente trabalho são as gomas injetadas com CBD (canabidiol - um dos fitocanabinóides mais abundantes da cannabis e não psicoativos) com uma forma bem chamativa, "uma orelha mordida", que alude a uma de suas lutas com Holyfield em 1997, onde ele mordeu seu oponente e arrancou um pedaço de sua orelha. Verdadeiramente um grande líder na indústria que também impulsionou o uso da cannabis, ao mesmo tempo que combate o estigma na comunidade esportiva, onde foi tão complexo e difícil de aceitar seu uso. CANNABIS WORLD JOURNALS | EDIÇÃO. 22 |
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Raquel Peyraube foi assessora ad hoc da Secretaria Nacional de Drogas do Uruguai na reforma da política pública de drogas e do Instituto de Regulação e Controle da Cannabis. Além disso, é pesquisadora clínica e membro de equipes de pesquisa de monitoramento da lei no Uruguai. Integra vários comitês científicos internacionais e é membro ativo da IACM (International Association for Cannabinoid Medicines). CWJ: Muito obrigada Raquel por dar-nos este espaço para a Cannabis World Journals. Para começar, como chegou a Dra. Peyraube a ser assessora científica de formuladores de políticas em diferentes países latinoamericanos e europeus, especialmente naqueles que poderiam ser considerados difíceis?
Na sala do especialista: Entrevista com
Raquel Peyraube
Raquel Peyraube: Bem, são caminhos que vêm sendo percorridos. Na realidade, eu vinha trabalhando há muitos anos, insistindo na necessidade de legalizar pelo menos a Cannabis. Sou daqueles que querem legalizar todas as drogas, porque se são substâncias de risco, o melhor que pode acontecer é que sejam produzidas com controle de qualidade, sabendo o que é produzido, quanto é produzido e quem o produz. Mas a verdade é que em relação à cannabis, quase imediatamente quando comecei a trabalhar com pessoas que usam drogas, percebi que era necessário legalizá-la para separar os mercados e que, em algumas circunstâncias, mais do que uma droga de entrada para o problema das drogas, era uma droga de saída. Então trabalhei por muitos anos no que era e ainda é chamada de Hemp Reduction Policy, nas políticas de drogas, e insistia nesta questão da legalização. Quando o Uruguai legalizou, nem todos estavam muito convencidos de legalizar ou não. Mas quando o fizeram, eu fui uma das pessoas que assessorou a lei no Uruguai. Isso não significa que eles ouviram tudo o que eu pensava, mas foi uma lei suficientemente boa. Ser mulher hoje e estar em um lugar de liderança de alguma forma, acompanhando a liderança, acompanhando a liderança que o Uruguai teve nesta história, fez com que outros países começassem a me chamar. Ser o diretor acadêmico de alguma forma também o posiciona na visão onde vamos fazer política pública, mas com as bases que têm que ser criadas. Vamos legalizar, mas levando em conta uma informação rigorosa, não o fanatismo a favor ou contra, porque há fanatismos de ambos os lados e muitos mitos contra a cannabis que são totalmente absurdos. Mas também há outros muito perigosos que são a favor, como aquele que diz que é uma substância inócua. Não existe nada inócuo, nem água é inócua. É possível ter desidratação osmótica bebendo água da torneira em casa. Em sujeitos com arritmia, distúrbios de ritmo, dê-lhes THC e os veremos no pronto socorro. Precisamos de educação e é por isso que aproveito esta oportunidade para dizer àqueles que CANNABIS WORLD JOURNALS | EDIÇÃO NO. 22 |
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estão interessados, sejam eles profissionais de saúde ou químicos, bioquímicos, biólogos moleculares interessados em prescrever, em pesquisa ou em desenvolvimento de produção, que façam o curso de extensão porque é único. Falando isso pelos grandes do mundo, os nomes que todos amamos e admiramos, que são meus colegas, Lumir Hanus, Mahmud ElSohly, Suman Chandra, Manuel Guzman. Todos eles dizem que não há outra experiência educacional no mundo que seja tão integradora e consistente como esta, e a América Latina está fazendo isso. E essa é outra das visões que tenho, que é a de acabar com o colonialismo através da cannabis. Parece que tudo o que é Canadá e Estados Unidos é maravilhoso e não é verdade. Não são os melhores regulamentos nem necessariamente os mesmos produtos, mas a América Latina parece não estar ciente disso e tudo o que vier do primeiro mundo parece ser melhor. E na realidade, a América Latina é o continente que tem mais países legalizados e onde podemos ser uma tendência. Eu digo, prefiro ser a cabeça e não a cauda do animal. E a América Latina, através de um treinamento rigoroso, pode fazer isso e evitar esses colonialismos, onde depois nos venderão os produtos caros que eles produzem com a nossa cannabis. Por isso, sou muito duro sobre isso e muito a favor da liberdade da América Latina para poder pensar criticamente e não continuar repetindo muitas barbaridades que são ditas na cultura da cannabis. Quero que a cannabis venha para ficar e que possamos consolidar cada vez mais uma indústria a serviço das políticas públicas. Acredito que isto, a visão política, é parte do que faz com que eles nos convidem. CWJ: Mencionou anteriormente que existe uma grande diferença na legalização da cannabis entre a América Latina, o Canadá e os Estados Unidos. Qual seria a maior diferença entre essas partes do mundo? Raquel Peyraube: Excelente pergunta. Eu creio que basicamente o Canadá queria fazer um híbrido e não deu certo. Quando Trudeau disse que ia legalizar, disse que estaria longe dos Estados Unidos e perto do Uruguai, lembram-se? Porque o Uruguai já havia legalizado. No entanto, criou um modelo que era mais próximo ao dos Estados Unidos do que ao do Uruguai. Por quê?
Porque a indústria domina a cena. Não é a política pública que diz à indústria o lugar que ela vai ocupar, mas sim a indústria que diz à política o que ela quer fazer. Essa é a maior diferença entre os Estados Unidos e os países da América Latina. Na América Latina, nos acertos ou nos erros do caminho, predominou a visão da saúde pública, antes de tudo, e depois o lugar da indústria como negócio, como o braço executor da política, mas guiado pela visão política. Não a indústria dizendo à política o que deve fazer. E essa é a diferença. CWJ: Raquel, sempre trabalhas no desenvolvimento de novos modelos de regulamentação da cannabis medicinal, seja aconselhando sobre a política de drogas ou avaliando as regulamentações que poderiam legalizar a planta. Pergunto, isso é igual ou necessário em cada país que visita, seja como assessora ou como conferencista? Raquel Peyraube: Veja, eu acho que existem alguns eixos, que é o que o trabalho de David Nutt propõe e o que vários de nós temos dito. Há alguns eixos que têm de ser iguais, que têm de ser incluídos em todos os modelos regulamentares. A segurança: em segurança quero dizer separar o que é lícito do que é ilícito, começar a proteger os estados de serem controlados pelas máfias do narcotráfico. Isso é segurança. Reduzir a criminalidade ligada a isto, isto é segurança. A outra questão é o aspecto. Os pilares das leis que vão definir uma abordagem que tem a ver com a visão da saúde pública, respeitando os direitos humanos, que é o direito das pessoas escolherem sua conduta privada. E também o direito à saúde, do acesso à saúde. Portanto, estes três pilares são fundamentais para mim. A isto devemos acrescentar, como base para todos eles, que estejam apoiados por um desenvolvimento sustentável. Cuidando do meio ambiente. Porque todos falam sobre a cannabis, mas ninguém quer avaliar o impacto ambiental da produção descontrolada de cannabis, e ela tem um impacto. Tem um consumo de água muito alto. Tem desperdícios que não estão sendo devidamente canalizados. Portanto, também temos que verificar que seja um desenvolvimento sustentável, em outras palavras, que seja ecologicamente correto.
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CWJ: Já que falas sobre as propriedades da cannabis e como ela pode ser legalizada em todos os sentidos, há muitos países que infelizmente desconhecem essas propriedades e benefícios terapêuticos. Haveria alguma possibilidade, em algum momento, de que você pudesse visitá-los como conferencista ou como defensora da cannabis para abrir os olhos de seus habitantes, por assim dizer? Especialmente pessoas ligadas ao governo. Raquel Peyraube: De fato, fiz isso há muito tempo e sempre que for convidada ou sempre que houver uma proposta, irei. Por exemplo, com a Open Society Foundation eu visitei vários países da América Latina. Estou falando entre 2012, 2013 e 2014, até 2015, quando eles me apoiaram para ir de país em país, dando conferências desde vários pontos de vista. Em sua pergunta, está implícito que os políticos não legalizam porque não conhecem os benefícios da cannabis. É possível. A esta altura, acredito que há muita divulgação e algo intuem sobre isso. Mas curiosamente, continuam não legalizando, porque as razões para a legalização não são apenas científicas, são na verdade mais políticas do que científicas. Portanto, eu adoraria ter alguma instituição ou organização que me apoiasse, que me desse uma agenda para que eu pudesse conversar com diferentes políticos em diferentes países. Bem, eu falei com Podemos na Espanha, eu estava no Parlamento catalão e a Catalunha legalizou, efetivamente. Na Catalunha me disseram: "mas por que você diz coisas que todos aqueles que querem legalizar não dizem? Por que não nos disseram tudo isso antes?" E eu acredito que há uma dificuldade com o ativismo. O ativismo se concentra apenas em falar sobre os benefícios da cannabis. E uma coisa é certa, não acho que a cannabis deva ser legalizada só porque é boa. Antes de mais nada, como disse no início, não há nada de bom, idealmente. A razão mais importante para legalizar é a razão política, não a científica. CWJ: É aqui onde nós fazemos a pergunta, tendo em conta as evidências científicas e econômicas, tão latentes neste momento, de quão extraordinária é a cannabis, o que mais é preciso para que a cannabis seja legalizada globalmente? O que mais é preciso, depois de
tantos ativistas como você lutando para que isso aconteça, depois de tanta informação que existe em todo o mundo na internet, em tantos lugares? O que mais é preciso para que a cannabis tenha a voz que merece no mundo? Raquel Peyraube: A vontade política e a vocação de serviço para os políticos e também para os produtores. Vamos deixar claro que mais da metade dos produtores de cannabis na Califórnia não querem a legalização. Portanto, não se trata apenas de conhecer os benefícios, trata-se de vontade política e o serviço político à saúde pública e ao bem-estar geral. Quando você tem visão de política pública e vontade política, você vai legalizála sem dúvida, mais cedo ou mais tarde. Neste momento, a Espanha, por mais proibicionista que seja, chamou especialistas para começar a discutir o assunto. Eu fiz um relatório há dois anos, em março de 2020, para Podemos, a dois de seus projetos de lei. Portanto, é uma questão de vontade política. Os argumentos que têm a ver com os benefícios e a saúde, alguns políticos o consideram interessante. Outros dizem "não, porque meus conselheiros me dizem que isto prejudica o cérebro e se legalizarmos, os adolescentes vão se drogar". Não, isso vai depender de como for regulamentado. CWJ: Agora que estamos falando de legalização, como a senhora definiria o movimento do Uruguai no momento de legalizar a planta de cannabis? Como foi esse processo?
Raquel Peyraube: Quando se falava de legalização e dos modelos em 2013, 2014, 2015, falava-se de modelos top-bottom ou bottom-top, e se dizia que o modelo dos Estados Unidos tinha sido bottom-top, porque tinha sido a indústria e as pessoas que tinham votado e exigido e fizeram os projetos de lei para legalizar, e que no Uruguai tinha sido top-bottom. O presidente tinha dito "temos que legalizar" e tinha sido de cima para baixo. O fato é que o Presidente Mujica entendeu que era necessário legalizar porque havia, durante muitos anos, um movimento social diferente dos Estados Unidos, e também porque não estava centrado nos negócios. Nos Estados Unidos, a força era a indústria e os produtores que na época eram ilegais, que apelavam para a ilegalidade. No Uruguai, era o movimento da sociedade. CANNABIS WORLD JOURNALS | EDIÇÃO NO. 22 |
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CWJ: Tendo em conta que o Uruguai é o país pioneiro e já com os avanços que têm feito outros países da América Latina, considera que em breve, em todo o continente americano, a cannabis será legalizada ou ainda estamos muito longe de alcançar o objetivo? Raquel Peyraube: Note que a cada ano dois ou três países aderem. A Costa Rica aderiu em 2021 com suas observações e vetos, mas na prática eles estão lá. O efeito dominó que gerou o Uruguai na América Latina foi importante e eu creio que foi algo importante para que fossem caindo as barreiras e então aderiu a Colômbia, aderiu o Peru, Chile, México e assim por diante, e assim por diante. Inclusive México, com um projeto de lei para legalizar não somente o uso medicinal, mas também o uso adulto. Tem a ver com o fato de que o Uruguai não foi sancionado pelas Nações Unidas por legalizar. Todos disseram "não, você está fora das convenções". E não era verdade, porque os países que proíbem estão de fato infringindo a Convenção dos Direitos Humanos e as Convenções de Direitos Humanos são hierarquicamente superiores aos das drogas, o que foi um dos principais argumentos do Uruguai nas Nações Unidas. Se você, respeitando as leis sobre drogas, como acontece em países que encarceram e tudo isso, infringe os direitos humanos, você está infringindo as convenções de direitos humanos. Com o Uruguai esse foi o argumento e por ter dois modelos bem separados de legalização da cannabis, muito diferentes da cannabis para uso medicinal e da cannabis para uso adulto, não fomos sancionados. Não apenas não fomos sancionados, o Uruguai é um dos países que faz parte da comissão que discute cannabis, a legalização de cannabis, regulamentação de cannabis, ajuste das convenções de drogas. Ninguém nos sancionou e acho que isso foi uma prova para os governos mais temerosos, que não foi o caso do Uruguai, de que realmente poderíamos legalizar, que nada iria acontecer e especialmente se você fizesse tudo certo. Por exemplo, o Canadá está tendo observações das Nações Unidas por causa de seu modelo regulatório. Está tudo misturado, uso medicinal, uso adulto. Não há segurança de produção, há muita indústria em processos judiciais porque eles não cumprem as diretrizes de segurança dos produtos. Mas sobretudo porque o uso medicinal está entrelaçado com o uso adulto, como nos Estados Unidos. A nós não aconteceu. Ninguém veio até nós para se opor a
nada. Portanto, o modelo regulatório também é importante para evitar ter problemas com as autoridades reguladoras internacionais.
CWJ: Sendo assim, como você vê o futuro da cannabis a curto prazo? Você consideraria que estamos à beira de uma revolução verde? Raquel Peyraube: Sabe, a revolução verde já está acontecendo. Na medida em que isso foi assumido pelas populações em geral, que são as que votam, a revolução verde já está em andamento. É como me dizem "e quanto tempo vai levar para legalizar em todos os países?" e vai depender de quantos mais mortos e quantos mais prisioneiros e quantos mais doentes os políticos querem que exista. Mas é inexorável que isso venha a acontecer. Hoje não estamos mais discutindo se devemos legalizar ou não, o que estamos discutindo agora é como legalizar, não se devemos legalizar. Portanto, a revolução verde já está aqui. CWJ: Agora, para encerrar esta maravilhosa entrevista, que mensagem deseja deixar aos ativistas, aos médicos, aos pacientes, aos advogados, aos cultivadores, especialmente para as pessoas que infelizmente foram esquecidas nas prisões só por cultivarem a planta medicinal? Que mensagem tem para eles? Raquel Peyraube: Minha mensagem aos médicos é que a ignorância não é mais uma justificativa, que eles não devem esquecer que nosso mandato ético é estudar para melhor acompanhar os pacientes, e um dos mandatos éticos é buscar novas soluções para os pacientes. Quando os colegas me dizem "bem, eu não acredito nisto", eu sempre lhes digo que esta não é uma religião para acreditar ou não acreditar. Falta-lhe estudo. A resposta é esta. Vá e estude, ganhe um certificado, reúna-se com cientistas pesados como há em outras áreas da medicina, porque nesta área também há cientistas pesados. E aqui também há muita ciência e muito já avançado. Somente em 2021,com todos os cortes no orçamento e no meio da pandemia, houveram 4000 publicações científicas sobre a cannabis. É brutal. CANNABIS WORLD JOURNALS | EDIÇÃO NO. 22 |
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Então, sim, há produção científica, mas o que nos falta também? Falta-nos apoio, e é também com a indústria que precisamos conversar, não apenas com os pacientes. A indústria tem que nos dar apoio para aqueles que não podem pagar pela formação de um bom padrão acadêmico e para o desenvolvimento da pesquisa, pois acabam sendo os principais beneficiários. Aos pacientes digo que sejam pacientes ativos, não pacientes passivos, mas nem passivos dos médicos nem passivos dos produtores. Digo que respeitem seu direito de ser pacientes, que lutem e reclamem a seus políticos seu direito ao acesso a uma boa medicina. Aos produtores: Quem quer que esteja nisto, não por ganância ou por lucro, que pode ser legítimo, não por ganância, mas se quiserem ter um negócio, devem fazê-lo de forma responsável, pois estão impactando a saúde das pessoas. Os produtos devem ser feitos com consistência, estabilidade, composição conhecida e controle de qualidade para declarar certificados de análise. Quero uma indústria comprometida com responsabilidade. Muitas das pessoas que hoje têm uma indústria de cannabis foram ativistas e fizeram campanha contra a Big Pharma. Hoje, grande parte da indústria de cannabis se comporta com a mesma cobiça que a indústria farmacêutica, com uma diferença: a indústria farmacêutica tem a obrigação do controle de qualidade e os produtores e responsáveis não. Portanto, minhas mensagens são estas. Todos somos chamados a exercer o direito de produzir, o direito à saúde, o direito de praticar uma boa medicina. Mas vamos fazê-lo bem, vamos fazê-lo com respeito. Esta é, basicamente, minha mensagem. CWJ: Bem, Raquel, tem sido uma entrevista realmente enriquecedora, com uma mensagem e visão maravilhosas. Deve haver mais pessoas como você nesta luta e estou certa de que as novas gerações seguirão seu exemplo, o exemplo do Uruguai e o dos outros países que o seguirão. O importante é que nossa voz seja ouvida e que a cannabis tenha o lugar que merece no mundo. Agradecemos novamente em nome de nossa equipe da Cannabis World Journals por aceitar esta maravilhosa entrevista e por nos conceder um pouco do seu tempo. Muito obrigada. Raquel Peyraube: Obrigada a vocês. E bem, nada, obrigado por levar informação à população. CANNABIS WORLD JOURNALS | EDIÇÃO NO. 22 |
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CannaCountry
DINAMARCA Ser um líder não significa necessariamente ser o primeiro em algo, em muitas ocasiões está mais relacionado à busca e perpetuação de iniciativas que permitam o bem-estar de um grupo de pessoas, e isso é algo que o governo dinamarquês tem mais do que claro, e é por isso que permitiram a continuação de um de seus programas-piloto para o bem-estar da saúde de seu povo.
Fique conosco e aprenda um pouco mais sobre este belo país do norte europeu.
REGULAMENTAÇÃO
Como muitos países do mundo, na Dinamarca ainda se considera ilegal a cannabis para uso recreativo, porém o uso medicinal, assim como a compra e venda de sementes são permitidos. Se uma pessoa for encontrada com cannabis, a pena pode variar de multa até prisão, dependendo da quantidade encontrada, conforme a Lei Consolidada de Substâncias Controladas de 2016.
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CannaCountry
PROGRAMAS PIONEIROS
2018 foi um ano decisivo para a legalização da planta devido à criação do Programa de Cannabis Medicinal através da Agência Dinamarquesa de Medicamentos; um esquema piloto de quatro anos sob o qual 12 empresas receberam permissão para cultivar e distribuir cannabis medicinal no país. O objetivo deste estudo é especificamente destinado à planta de cannabis (material vegetal) e, portanto, é diferente dos medicamentos à base de canabinoides. Além disso, em meados do mesmo ano, foi feita a legalização da posse e venda de óleo de CBD com teor de THC igual ou inferior a 0,2%.
ATUALIDADES E PROJEÇÕES
O Ministério da Saúde da Dinamarca forneceu grandes novidades para aqueles que usam cannabis como parte do tratamento de suas diversas condições, anunciando que o programa de testes de cannabis medicinal se tornará permanente e não terminará após os 4 anos inicialmente programados para serem concluídos até o final de 2021, conforme declarado.
Devido a esta decisão, a partir de 2022, os médicos continuarão tendo a possibilidade de prescrever cannabis para seus pacientes. Ao mesmo tempo, graças a um acordo da maioria dos partidos parlamentares, as empresas autorizadas poderão continuar crescendo e distribuindo cannabis para uso medicinal. CANNABIS WORLD JOURNALS | EDIÇÃO NO. 22 |
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CannaLaw
A indústria da cannabis está em constante crescimento e progresso, graças a isso, cada vez mais empresas têm a oportunidade de se tornar protagonistas e líderes, devido à sua capacidade de inovar e conquistas mudanças significativas na forma que funciona o mercado. Uma empresa italiana que sem dúvida conseguiu isso é JustMary, fundada por dois jovens de Milão em 2018, que tinham como objetivo conquistar o mundo da entrega legal de canábis light, e de fato foram a primeira empresa italiana a se aventurar no mundo das vendas virtuais. A ideia foi bem recebida pelos consumidores, e foi isso que lhes permitiu entregar mais de 100.000 euros no mesmo ano de seu lançamento.
A pandemia da Covid-19 em 2020 afetou gravemente muitas empresas, mas para as do setor de entregas ao domicílio, representou um crescimento significativo. As pessoas estavam confinadas a suas casas e se viram forçadas a fazer a maior parte de suas compras on-line, incluindo suas compras de cannabis.
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Para estes consumidores, JustMary era a solução ideal, pois através de seu comércio eletrônico eles podiam comprar o que precisavam em relação à cannabis. Em muito pouco tempo JustMary passou de ter uma presença apenas em Milão, para poder oferecer seu serviço de entrega de cannabis para outras cidades da Itália como: Roma, Florença, Turim, Monza, Catânia e Bolonha, entre outras.
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A empresa não só tem seu próprio website, mas também seu próprio aplicativo móvel para que os usuários possam fazer seus pedidos onde for mais conveniente para eles. JustMary foi a primeira empresa italiana de cannabis a ter uma presença na App Store e na Play Store, mas conseguir isso não foi fácil, devido a todas as dificuldades que existem ao vender cannabis online. No início eles tiveram que lidar com o Google retirando seu aplicativo porque alegadamente "facilitava a venda e compra de drogas ilegais ou medicamentos prescritos".
A empresa contratou um advogado e enviou uma advertência ao Google, a qual acabou sendo retirada antes de ir ao tribunal. Uma vez esclarecida a situação e JustMary provou que a cannabis que oferece é completamente legal, seu aplicativo foi reinstituído e ainda está disponível atualmente. Não obstante, na Itália a questão da legalidade da cannabis não é completamente preto e branco, e é graças à lei italiana 242/16 que JustMary pode comercializar seus produtos e oferecer seus serviços de forma totalmente legal, desde que não excedam a porcentagem do princípio ativo do THC permitida nas inflorescências, que deve ser mínima e, portanto, deve estar entre 0,2% e 0,5%
(com uma tolerância de até 0,6%). Um fator chave que permitiu à JustMary tornar-se líder no mercado de entregas de cannabis é que ela oferece a seus clientes total anonimato ao fazer entregas, tanto que os motoristas de entregas não usam nada que os associe à marca ou à cannabis; eles fazem entregas em roupas civis. Este é um ponto chave, pois a população na Itália ainda é conservadora e tem suas reservas sobre o consumo da planta, e compreender esta realidade e ser capaz de se adaptar às necessidades destes consumidores é o que fez de JustMary o comércio eletrônico preferido no país quando se trata de comprar cannabis. É assim que novas empresas conseguem se posicionar e se expandir, graças à aprovação de novas leis que lhes permitem entrar legalmente neste setor.
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ALEMANHA: líder canábico
na Europa
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e a polícia significam uma redução na repressão de delitos relacionados à venda e compra de cannabis. Além disso, criaria 27.000 novos empregos.
É bem sabido que atualmente na Europa são vários os países que estão lutando pela legalização da cannabis, quer seja para uso medicinal ou para uso adulto. No entanto, um deles conseguiu fazer a diferença entre todos, abrindo caminho para muitos outros. Trata-se da Alemanha. É por isso que em 2021, os alemães testemunharam a negociação para legitimar a venda de cannabis para uso adulto, fazendo da nação européia o terceiro país do mundo a legalizar sua venda para este fim, seguindo o exemplo de países como Uruguai e Canadá, enquanto nos Estados Unidos só é autorizada em 18 de seus 50 estados (para uso adulto). Com a venda regularizada da planta medicinal pretendiase controlar sua qualidade, evitar que o produto contivesse substâncias impuras e proteger os menores. Por outro lado, deve-se observar que isto trará grandes resultados e benefícios, ou seja, mais de 4,7 bilhões de euros por ano serão pagos às finanças públicas alemãs. Isso inclui, não apenas os novos contratos de trabalho e taxas comerciais, mas também as economias que para a justiça
Perante isto, Finn Hänsel, diretor geral da Sanity Group, uma empresa de cannabis sediada em Berlim, comentou: "Os partidos do novo governo alemão já lançaram as bases, mas os detalhes ainda precisam ser trabalhados. É necessária uma legislação e regulamentação claras para definir, entre outras coisas, as condições de cultivo, processamento, logística e distribuição autorizada. Podemos aprender com a experiência do Canadá ou dos Estados Unidos. Somos claramente a favor de que as receitas de um possível imposto sobre a planta medicinal sejam destinadas à proteção dos jovens, bem como medidas educacionais específicas para cada grupo” Ao mesmo tempo, os sociais-democratas, verdes e liberais da Alemanha concordam que com a venda controlada da cannabis se eliminaria a criminalidade e o mercado negro.
Finn Hänsel, diretor geral da Sanity Group, uma empresa de cannabis em Berlim.
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Em entrevista
Tommy Chong
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Thomas B. Kin Chong é um ator, comediante, músico e ativista canadense. Ele é conhecido por seus álbuns de comédia sobre a cannabis e seus filmes com Cheech Marin, bem como por interpretar o personagem Leo em That '70s Show da Fox. Naturalizou-se como cidadão americano no final da década de 1980. Tommy Chong tornou-se um ativista da cannabis que apóia a legalização do uso da maconha. Ele também faz parte do conselho assessor da NORML (Organização Nacional para a Reforma das Leis sobre a Marijuana). Chong: Comecei a fumar quando eu tinha 17 anos. Foi um presente do proprietário de um clube de músicos de jazz em Calgary. Ele esteve em Los Angeles e me trouxe um presente, que foi um álbum de comédia de Lenny Bruce e um cigarro de Tommy Chong: Sim, o prazer é todo meu. Eu gosto cannabis. É claro, eu imediatamente coloquei o muito disso. Eu gosto muito deste método de cigarro no bolso e ele acendeu o dele. A primeira comunicação. vez que fumei foi no clube de jazz Raymond Mars, e isso mudou minha vida. Ouvi a música realmente Bem, com Cheech e Chong, acabamos de criar um pela primeira vez. Quando você está "high" e ouve cigarro de cânhamo, que não só é legal, como música, é como se nascesse de novo com ouvidos também é considerado uma medicina, portanto evita incríveis. Mas, falando sério, assim que fumei, os impostos. É um cigarro legal que não lhe fará mal. percebi que estava perdendo meu tempo na É feito de cânhamo, e tem traços de THC, mas escola. Porque a escola era para pessoas que insuficiente para torná-lo ilegal. Vamos ter queriam estar ali, desde cedo mostrei que a dispensários, como máquinas de venda automática matemática não era o meu ponto forte, que era de cigarros, máquinas de venda automática Cheech uma das minhas matérias complicadas. Eu era e Chong. perfeito para o jogo da picareta e pá, os operários. Portanto, no final eu acabei como operário, mas CWJ: Por que não nos conta um pouco sobre também como músico. Essa é uma das leis não aquele momento crucial em que decidiu se escritas de ser músico: se você vai ser músico, envolver com a cannabis? Já se passaram anos, você tem que ter pais ricos ou uma namorada mas houve algum momento decisivo? muito compreensiva, com sua própria casa, e um trabalho que você possa fazer quando não estiver tocando música, que é o que eu fiz até os meus 20 anos. CWJ: Meu nome é María José. Eu sou a diretora da empresa. Muito obrigada, Sr. Chong, por aceitar esta entrevista conosco. Como está hoje e que novidades tem?
CWJ: Sempre disseste estar interessado em dar uma plataforma às minorias, especialmente nos Estados Unidos, onde as leis são tão duras contra esses grupos, nos fale um pouco sobre isso. Tommy Chong: As minorias sempre são os bodes expiatórios dos problemas. Os ditadores, os imperadores ou os reis sempre precisam ter um inimigo para culpar de seus problemas. Nunca podem assumir a responsabilidade por seus próprios atos. Estive estudando as guerras durante este confinamento. Especialmente a Segunda Guerra Mundial, porque nasci justamente no início dela. CANNABIS WORLD JOURNALS | EDICIÓN NO. 22 | 22
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Sou pacifista, mas sei como se luta, e sei porque a violência não é a resposta à evolução; é parte do processo, porque não é possível construir nada a menos que se destrua o velho primeiro. Isso é o que estamos vivendo agora porque estamos descobrindo o que os chineses sabiam há milhares de anos, que a cannabis é uma medicina. O que descobrimos com a cannabis, é um presente de Deus que cresce em qualquer lugar, para qualquer pessoa, sob quase qualquer condição e isso diz muito sobre essa planta porque em qualquer lugar do mundo, uma versão da planta de cannabis pode ser encontrada. Agora, estamos percebendo, estamos acordando e estamos começando a ver as coisas boas que a cannabis pode fazer. CWJ: O senhor também teve seus problemas com a lei. Poderia nos falar sobre essa experiência e como mudou sua percepção ao longo dos anos? Tommy Chong: Sempre tive uma relação de amor e ódio com a lei, desde Vancouver, Canadá. Porque quando comecei no Canadá, nossa banda tentou ser lícita, com as casas noturnas. Mas foi só quando encontramos um local vazio, em uma parte agradável de Vancouver que conseguimos. O proprietário do prédio era um grande fã. Deixounos ficar com o clube sem pagar aluguel durante quase seis meses. Naquele tempo, construímos um lugar onde podíamos tocar música. O único problema era que não tínhamos condições de pagar uma licença para bebidas alcoólicas. Era um clube de garrafas, mas isso estava bem. Mesmo assim, ganhamos muito dinheiro. Logo, em vez de beber, as pessoas começaram a consumir cannabis. CWJ: Las leyes han cambiado hoy en día hasta el punto de que todo es legal, y todo es tan fácil de acceder. Pero, en algún momento, usted se vio afectado por estas leyes, y esto le afectó de alguna manera dentro del mundo del cannabis y de todo lo que ha hecho. ¿Crees que cuando la criminalización del cannabis te impactó, te hizo luchar más por la legalización? ¿O te impulsó a cambiar tus planes? Tommy Chong: Aprendi desde cedo a não lutar. Sou músico, e quando você toca a música que é o epítome do convívio com outra pessoa, você tem que ser muito sensível com as outras pessoas
da banda. Você tem que ser uma equipe coesa. O que aconteceu quando estive encarcerado, no início, foi engraçado para mim. Eles me colocaram na cadeia por um narguilé, por um cachimbo de água. Que uma equipe SWAT viesse à casa e a revistasse e fosse à nossa fábrica e literalmente destruísse todos os bongos que encontrassem, quebrando-os como se fossem o inimigo. Então todos esses aliados da lei que diziam que ganhávamos bilhões de dólares com a companhia de narguilé, e que dávamos dinheiro aos terroristas para atacar a América. Quando fui ao tribunal, eles até me condenaram pelo 11 de setembro, e realizaram o julgamento da sentença na grande sala do tribunal porque esperavam um grande protesto. Mas foi um grande fracasso por parte do governo porque, em vez de protestar, as pessoas estavam chateadas. Eu não estava criticando ninguém. Só era um comediante.
CWJ: Mas o senhor continua sendo uma grande voz para a indústria da cannabis. A mudança na retórica onde o usuário não é um criminoso, mas sim o protagonista. O senhor deu uma voz à cannabis. Tommy Chong: Foi por isso que me prenderam. Mas cometeram um grande erro, porque, como eu disse, sou um pacifista, mas sou um pacifista militante. Em outras palavras, eu tenho treinamento militar. Conheço o outro lado. Quando você entra lá pela primeira vez, te atacam porque você é gente nova. Mas, depois de estar ali um tempo, encontrei pessoas com quem me relacionar, que eram muito espirituais. Preparei um retiro espiritual, ao ponto de ter uma cabana de suor. Eu estava na cabana do suor o máximo que podia. Estava no jardim, em frente à prisão. Era segurança mínima. Como já era de idade, nunca tinha que trabalhar a menos que quisesse. Um amigo meu tinha uma horta, na área do jardim. Preparou tudo para que eu pudesse descer para o jardim todos os dias. Li todos os meus livros e fiz I-Ching e ajudei outros prisioneiros. Eu dei conselhos a muitas pessoas. Logo, da mesma prisão me chamaram uma vez e me disseram que, graças a você, nossa equipe de visitas estava sobrecarregada de trabalho. Fiz o I-Ching, e me disse " estiveste na cadeia por uma razão". Os presídios são instituições CANNABIS WORLD JOURNALS | EDIÇÃO NO. 22 |
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correcionais onde você vai para mudar seu comportamento. Meu comportamento era fazer o que estamos fazendo agora, e não era eu quem tinha que mudar seu comportamento, era a polícia. Mas tive que mudar minha atitude em relação à polícia porque estava tratando-os como se eles estivessem certos e eu estivesse errado, é o contrário. Eles estavam errados e eu estava certo. CWJ: Sr. Chong, o senhor estava falando de sua experiência na prisão, isto continua sendo um problema hoje em dia, muitas pessoas na prisão não vêm de lugares privilegiados e são as mais afetadas. Nos Estados Unidos, mesmo que seja legalizada em um estado, não liberta automaticamente as pessoas da prisão. No resto do mundo, o direito penal internacional funciona de tal forma que, se algo não for mais ilegal, eles são imediatamente liberados. Entretanto, este não é o caso nos Estados Unidos. Uma das coisas que queremos é uma indústria que favoreça as pessoas que passaram por momentos difíceis. Acredita que isso possa ser uma realidade em breve? Tommy Chong: Bem, é preciso lembrar que as leis americanas foram escritas por racistas. Havia muitas brechas que eles colocavam ali onde diziam: "Bem, a cannabis não é tão prejudicial quanto nós dissemos que era". Mas, até hoje, ainda é ilegal a nível federal. As leis federais não mudaram. Os prisioneiros de cannabis estão presos, especialmente se são pobres e negros. Quando estava em Taft, havia, eu diria, mais de 40 por cento, que não deveriam estar na prisão; e estão na prisão por um par de razões. São prisões privadas, são de propriedade de empresas privadas, e as tratam como hotéis. Em todas as prisões é possível obter lucros, simplesmente cobrando do governo muito dinheiro para alojar cada prisioneiro. É muito caro alojar um presidiário. Acho que são cerca de 50.000 dólares por ano. Portanto, os condenados por cannabis não vão sair tão facilmente. Não vão mudar até legalizarmos a planta a nível federal e a retirarmos desse absurdo da Lista 1. A Lista 1 diz que não tem nenhum uso médico. A única razão pela qual foi legalizada medicamente foi porque se demonstrou que funcionava. A propósito, quando eu ficar rico, coisa que vou conseguir porque agora temos cigarros de
cânhamo, que não te matam, não te prejudicam, e podem ser comprados em qualquer lugar. Isso me tornará rico. Quando eu ficar o mais rico possível, vou criar uma empresa cinematográfica, quero fazer uma série que dure 20 anos e vou contratar todos os que marcharam. Quero contratar todas as pessoas que marcharam da América do Sul para a América. Vou descobrir quem são. Vou contratá-los como atores, e vou trazê-los para a América com suas famílias, e vou ajudá-los e cuidar deles como atores. Se você é jovem, você deve ir à escola. Se estiver doente, deve ser tratado. Se tiver uma doença mental, deve ser tratado. Se tiver um problema, deverá ser atendido. Te hospedaremos, te alimentaremos e te vestiremos. Assim como o faz uma prisão. A única diferença é que você é um ator e trabalha para mim de uma forma ou de outra. Porque com a companhia cinematográfica, sempre há algo para todos. Ninguém fica sem trabalho porque se você não fizer nada, se tudo o que fizer é ficar como o corpo quente, lhe colocaremos para trabalhar com os figurantes, e o teremos pago até o próximo ano. Tenho um plano. Não estou apenas fumando cannabis e fabricando colares e suportes de cigarro como este aqui. Estou planejando como salvar o planeta com arte e como salvar o planeta com uma companhia cinematográfica e dar a todos um emprego e residência legal e fazer com que a Terra seja divertida. CWJ: Ao consumir a cannabis para fins recreativos, como ela se misturou em seu processo criativo? Foi algo que lhe ajudou em sua carreira? Porque tudo foi um sucesso. Tommy Chong: Isso é totalmente a cannabis. A cannabis conecta você com o seu verdadeiro "eu". Agora, quem é seu verdadeiro "eu"? Bem, somos seres eternos. Sempre estivemos aqui, de uma forma ou de outra. E a razão de estarmos aqui é para aprender. Vê nosso espírito; nossos espíritos são eternos. E se pensarmos nisso cientificamente, o corpo humano é composto por 90% de água. Os cientistas têm demonstrado que cada gota de água que há na Terra tem estado aqui desde a criação da Terra. É uma substância eterna, no mundo físico. Agora, nossos espíritos, residem tanto no mundo espiritual quanto no mundo físico. Este é nosso ser físico. Então, ao evoluir, evoluímos tanto física, quanto espiritualmente. O que devemos fazer como seres inteligentes que somos, é ajudar CANNABIS WORLD JOURNALS | EDIÇÃO NO. 22 |
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aqueles que pedem ajuda e deixar que aqueles que não pedem aprendam da maneira mais difícil, pois é a vez deles. Para mim, é como quando você recebe algo da Amazon, um brinquedo para sua casa, ou um computador novo ou algo parecido e tem que montar tudo. Há instruções que se você as ler e prestar atenção, terá tudo montado em questão de minutos. Mas a maioria de nós se recusa a ler as instruções. Muitas vezes não conseguimos porque não tínhamos lido as instruções. Foram escritos tantos livros espirituais desde o início dos tempos, desde o primeiro momento em que o homem se comunica com outros homens. Sempre houve essa busca pelo nosso propósito, por que estamos aqui? o que somos? por que é isso? por que é isso? E estamos aqui para aprender e à medida que aprendemos, evoluímos. A evolução não tem fim, porque se você ler os livros espirituais, especialmente a Bíblia do Rei James, no início, dizem que realmente não houve princípio. Há Alfa e Ômega, não há começo e nem fim. Estivemos sempre aqui. CWJ: Quando falamos de pessoas que começaram com a cannabis como consumidores recreativos e logo se dedicaram à comédia e ao cinema, parece que o caminho a seguir é criar produtos de cannabis. Como você chegou a isso? Como formou sua empresa? Tommy Chong: Por causa de minha reputação, meu ativismo e meu podcast. O fato de "Up in Smoke" ter aberto as portas para todo mundo. Abriu as portas para os latinos, para os chicanos, para os negros e para caras como eu, meio chineses; mas, para onde vamos agora,
estamos em uma boa posição, digamos assim. Com nossos produtos, estamos evoluindo, e enquanto fazemos isso, temos mais tempo livre. Estou muito feliz por estar neste lugar onde estamos agora. CWJ: Você tem algum plano concreto para 2022 dentro do setor? Tommy Chong: Vamos salvar o mundo com o cânhamo. Vejo tantas grandes oportunidades no horizonte. É como se estivesse sendo plantado. Todos os nossos problemas hoje são causados por aquelas pessoas que fizeram da cannabis uma lei racista, porque isso desencadeou todo esse assunto de ódio. CWJ: Tem alguma mensagem para nossos leitores que estão apenas começando no setor e procuram alguma orientação sobre o caminho a seguir? Tommy Chong: Quando as pessoas me perguntam, o que devo fazer? Devo fazê-lo? Digo: "Bem, você tem que fazer sua própria pesquisa". Eu não sei o que há de errado com você. Você me perguntou há algum tempo sobre como a cannabis ajudou a minha doença. O que a cannabis faz, é colocá-lo em um estado de espírito brilhante. E assim, qualquer coisa em que você se concentre, as respostas virão tão rápido que você não terá tempo de escrevê-las. O objetivo da cabana de suor em si era elevar a temperatura do seu corpo a altas temperaturas como uma febre. Qualquer coisa que lhe aflija desaparecerá, qualquer que seja seu problema. Assim, o suor e o ego CANNABIS WORLD JOURNALS | EDIÇÃO NO. 22 |
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são na realidade uma falsa sensação de quem você pensa que tem que ser para estar perto de quem quer que seja, perto de quem quer que ande com você. Elimine o lixo da sua vida. Isso lhe dará uma cabeça clara e uma cabeça clara o levará para onde você quiser ir. Porque o truque da nossa vida é nossa conexão com Deus. Até o dia de hoje, o que eu tento convencer as pessoas é de reconhecer que somos seres eternos com uma linha direta para chamar a Deus e Deus está apenas a um pensamento de distância. Se mantiver seus pensamentos em Deus, Se for a Deus primeiro. Quando disser, Deus, o que devo fazer? Imediatamente, receberá uma resposta. Tudo o que se precisa é de fé. A forma de se conectar com Deus é com a fé em seu coração.
Nada, nada em absoluto. Envelhecer é como a natureza diz a você para sentar, calar, relaxar e aproveitar sua vida.
Todo o mundo está aqui por uma razão. Quando entrar em contato comigo, por que quer falar com Tommy Chong? Direi o por quê, para ouvir exatamente o que estou dizendo, vou ensinar a todos. Isso foi o que eu fiz na prisão. Já sabem, tinha leituras de I-Ching para todos.
CWJ: Foi um prazer contar com o senhor. Gostamos muito e foi uma honra, obrigada pelo seu tempo.
Quando me prenderam, me levaram para o topo da montanha, e me disseram "continue fazendo o que está fazendo. Ajude quando puder e aproveite sua velhice". Não há motivo para se envergonhar por envelhecer.
Não vou discutir com ninguém. Quando disserem: "Oh, eu não acredito em Deus". Está bem, tchau, até logo". Porque não estão preparados. Porque, quando você faz isso, você se ilumina. Tenho uma regra: pergunte e lhe responderei. Se quiser saber alguma coisa, pergunte-me e eu lhe darei uma resposta honesta, pois não tenho outro incentivo senão dizer a verdade. Dizem que a verdade nos libertará. Se você encarar a verdade, pode ser difícil, mas pode ser muito gratificante. E isso é o que estamos descobrindo.
Tommy Chong: Quando quiser uma conversa de incentivo do Tommy Chong, já sabe. CWJ: Nós adoramos isso. Tommy Chong: Obrigado, lindas senhoritas.
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Os produtos líderes na indústria A diversidade de produtos na indústria é enriquecida a cada dia mais. A inovação tornou-se um dos requisitos fundamentais para poder posicionar um novo produto em indústrias como a dos Estados Unidos e Canadá, países onde a oferta é extremamente ampla e onde se destacar se tornou algo complexo, mas não impossível. Sem dúvida, as preferências do mercado de consumidores são bastante variadas e dependem do mercado, sua antiguidade, suas restrições legais e sua acessibilidade. Nos Estados Unidos, por exemplo, as flores e concentrados foram os produtos mais vendidos pelos dispensários em 2021. Em contraste, no Canadá, o tamanho do mercado de flores tem diminuído de forma constante nos últimos dois anos.
Novos produtos que lideram o mercado Comestíveis: Durante o ano passado, os alimentos ficaram em terceiro lugar entre os produtos mais vendidos nos Estados Unidos. Conforme os números dos anos anteriores, as vendas de produtos alimentícios mostram uma clara tendência ascendente. Este aumento nas vendas é provavelmente devido a uma melhoria nos processos de produção, bem como na distribuição e fornecimento em comparação com os anos anteriores.
Bebidas: Este setor da indústria, foi um dos mais rentáveis durante o ano de 2020 em meio à pandemia. Para este ano, as vendas de bebidas infundidas estão estimadas em 799,8 milhões de dólares, a análise relatada das vendas de bebidas durante 2021 e 2022 apresenta uma tendência de crescimento e estima-se que em 2026 atinja cerca de 2 mil milhões de dólares.
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Tinturas e sublinguais: Este método de consumo tem ganho maior aceitação e vendas no Canadá, pois à medida que a demanda por flores diminuiu, a demanda por outros métodos, como o sublingual, tem aumentado. Especificamente, as tiras sublinguais estão impulsionando um crescimento significativo na categoria de tinturas e sublinguais no Canadá.
Cuidados com a pele: Embora estes produtos não sejam novos no mercado, a oferta está crescendo, e o número de pessoas que optam por usar produtos de cannabis como parte de sua rotina diária também está aumentando. A popularidade destes produtos na mídia fez com que sua popularidade e vendas aumentassem exponencialmente durante o período 2021-2022. Na Europa, as flores ocuparam a maior quota de mercado durante 2019; no entanto, espera-se que o segmento de concentrados testemunhe o maior crescimento durante o período de 2020 a 2027. Enquanto isso, na América Latina, os produtos CBD continuam a liderar o mercado, com o consumo de outros derivados, como bebidas e comestíveis, que deverão tomar conta do mercado em 2022 e nos anos seguintes.
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Segmentos líderes na indústria
Atualmente, a indústria de cannabis tem segmentos muito bem definidos que experimentaram grande crescimento nos últimos anos, assim como diferentes regiões que marcaram uma mudança neste mercado, que passarão a ser considerados líderes, não apenas por causa de seu tamanho, mas também pelo impacto que tiveram em relação a esta questão. Estes dados são importantes para todos aqueles que desejam iniciar um negócio de cannabis, pois os ajudam a avaliar o sucesso em determinadas áreas, levando em conta os sucessos e erros, e, é claro, os resultados.
¿Que segmento lidera a indústria? Embora não haja dúvidas de que a cannabis recreativa é uma grande parte deste mercado, o segmento de cannabis medicinal é um jogador-chave no processo de expansão e crescimento. Não só tem sido favorecida por ações legais, mas também pela pesquisa científica que tem impulsionado o desenvolvimento, aprovação e venda de vários medicamentos. Entretanto, este não é o único setor que lidera a indústria. De acordo com o relatório da Fortune Business Insights, a cannabis medicinal é o segmento com maior aplicação, particularmente impulsionado pelas tendências de saúde e bem-estar influenciadas pelo início da pandemia da COVID-19. O CBD tem sido um líder neste crescimento e tem sido amplamente utilizado em uma variedade de formas de produtos que vão desde médico e terapêutico até cosmético.
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Agora, quais regiões se posicionaram como líderes de mercado? Muitos autores concordam que a América do Norte é o gigante desta indústria, cujo valor atingiu US$ 19,78 bilhões em 2020; com o crescimento mais rápido esta região inclui o Canadá, Estados Unidos e México. Em segundo lugar está a Europa, cujo mercado de cannabis atingiu um valor de $230 milhões em 2020. No entanto, permanecem presentes África e América do Sul, que representam um grande potencial e espera-se que nos próximos anos cresçam exponencialmente.
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Quando quebrar esquemas e pensar fora da caixa nos leva
ao futuro da indústria da cannabis
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Já se passaram dois anos desde o início da pandemia e a indústria da cannabis está começando a se recuperar. Lentamente, mas com certeza a indústria está voltando ao caminho certo. Os sinais são claros, pelo menos é assim que a empresa de análise BDSA o vê, onde 2021 viu um crescimento de 41% no faturamento global ( 31 mil milhões de dólares) e um crescimento de 38% a partir de 2020 nos Estados Unidos (24 mil milhões de dólares). A Cannabis não está mais limitada a um ou dois continentes. A legalização da fábrica tornou-se uma tendência global, especialmente com Malta, Alemanha e México entrando no mercado. Todo o mundo tem grandes expectativas em relação a quais países irão despenalizar a planta, ampliando a disponibilidade e as oportunidades para a indústria.
fornecimento e o crescimento das empresas que não tocam a planta diretamente são sinais claros de uma indústria robusta e em evolução. No entanto, uma indústria jovem com um futuro promissor precisa de direção e liderança. Quem irá moldá-la durante esta nova fase? Dada a história da planta, parece um pouco óbvio que aqueles que conduzirão a indústria para o futuro serão pessoas que irão se destacar da multidão, com modelos de negócios emergentes e idéias
disruptivas com a capacidade de levar a indústria a um novo nível.
O que esses novos líderes empresariais precisam considerar para situar o setor em uma posição vantajosa? Parece haver um consenso entre os atores da indústria sobre a importância da Diversidade em um contexto de mercado global.
Com este novo impulso do setor, uma indústria jovem está florescendo não apenas em seu núcleo. Todos os dias o comércio eletrônico, a automatização, a entrega e a venda direta ao consumidor tornam-se intrínsecos à experiência de compra. A profissionalização de mais elementos da cadeia de CANNABIS WORLD JOURNALS | EDIÇÃO NO. 22 |
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Todos devem ter um lugar à mesa em pé de igualdade. Isto gerará inovação, novas perspectivas e mais oportunidades de conexão para todos os envolvidos.
A lacuna entre legado e legal deve ser abordada através da unidade, permitindo que ambas as extremidades do espectro maximizem as oportunidades e gerem benefícios. O novo mercado deve abraçar o mercado herdado e permitir que as minorias possam prosperar. A filosofia que envolve a planta é de cooperação e conexão, é como a cannabis se expande e cresce. Portanto, não é tão estranho que empresas que abraçam o trabalho em rede com líderes que pensam da mesma forma resultem em uma cultura mais justa. Um relacionamento pessoal pode muitas vezes levar a novos negócios ou novos parceiros. Cabe aos envolvidos se aprofundarem na indústria através de fortes conexões.
Os novos líderes da indústria devem reconhecer como a cultura da cannabis mudou, o quanto a indústria evoluiu para uma sociedade mais convencional. Isto é essencial, pois os recém-chegados devem continuar a trabalhar na erradicação do estigma que envolve a cannabis.
"Queria comercializar para grandes consumidores de cannabis, e sabia que havia um grande mercado para nós", disse Walton.
Tre'Von Dorsey Fundador, CEED
Estes são alguns exemplos dos novos líderes do setor:
Dani Walton Co-fundadora da Nxtlvl Delivery e High Kitty
Dani Walton passou de budtender a assistente de Steve DeAngelo e gerente de operações de atacado e distribuição em Harborside. Sua experiência com as operações e a criação de redes de contatos comerciais lhe deu o conhecimento necessário para estabelecer efetivamente um negócio de transporte de cannabis é uma marca de flores premium na área da Baía de São Francisco.
Veterano do Corpo Marítimo dos Estados Unidos, Tre'Von Dorsey entrou na indústria legal de cannabis no final de 2017 como funcionário de um dispensário de cannabis medicinal em Maryland. Quando deixou o dispensário, Dorsey encontrou muitos empresários tentando entrar no setor. "Há muitas coisas necessárias para ter um negócio de cannabis". Você tem que construir uma equipe a partir do zero. Você tem que confiar neles". Ele projetou um aplicativo para ajudar outros empresários de cannabis on-line a obter as conexões necessárias para o crescimento de seus negócios.
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O aplicativo é chamado de Sociedade de Empresários Envolvidos no Desenvolvimento, ou CEED, pelas siglas em inglês. "Entrar na indústria e ver o que estava acontecendo - o que estava faltando, o que era bom, o que era ruim - foi fundamental para mim", disse Dorsey.
Victor Pinho Fundador e diretor geral da Emerald Farm Tours
Victor Pinho teve a oportunidade de fundir sua carreira com sua paixão pela cannabis em 2014, quando conseguiu um emprego como diretor de marketing no Berkeley Patients Group (BPG), um dispensário em Berkeley, Califórnia. Isso o levou a fundar sua própria empresa, Emerald Farm Tours, pouco antes do lançamento do mercado recreativo da Califórnia, em janeiro de 2018. Durante seu tempo na BPG, Pinho aprendeu a indústria " de ponta a ponta ": "Eu tive a oportunidade de fazer algumas coisas muito singulares com a BPG. Estas experiências lhe ensinaram a adaptar-se e fomentar conexões para Emerald
Farm Tours, um serviço que oferece visitas guiadas aos negócios de cannabis na Califórnia. Quando o negócio do turismo de cannabis parou em 2020, Pinho voltou ao varejo de cannabis: "Eu recorri àquelas habilidades que aprendi na BPG, para voltar à indústria.
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Guia básico para investir em cannabis Investimentos, brokers, traders, mercado, ações, são palavras que podem assustá-lo se você tiver pouca experiência no mercado de ações. Você não é o único!
Como funciona? Em termos gerais, uma ação é uma participação acionária em uma empresa, ou seja, se você compra uma ação, você está comprando uma pequena parte dela. Você como investidor compra com o propósito de aumentar o valor de suas ações ao longo do tempo, e a empresa vende com o propósito de arrecadar dinheiro para aumentar seus negócios. O mercado de ações é formado por bolsas de valores (como a de Nova York ou Nasdaq) onde as ações são negociadas e só podem ser compradas e vendidas através de intermediários autorizados, tais como corretores de bolsa ou brokes. Os corretores fornecem a plataforma e garantem o bom funcionamento do mercado, os traders são comerciantes que operam na plataforma dos brokers e analisam o mercado para determinar quando é um bom momento para comprar ou vender ações. Em outras palavras, as empresas públicas podem vender suas ações em bolsas de
valores, e para que você possa comprá-las, você deve fazê-lo através de intermediários autorizados, que são responsáveis por realizar as transações em seu nome..
Como se ganna? De 2 formas: 1. Quando o preço de uma ação que você comprou sobe durante o tempo que você a possui e posteriormente a vende por mais do que você pagou por ela. 2. Através de dividendos, que são pagos periodicamente aos acionistas. O que deve ficar claro é que não todas as ações pagam dividendos, mas aquelas que o fazem, normalmente o fazem a cada 3 meses.
Riscos Sejamos realistas, investir no mercado de ações acarreta riscos, mas que tipo de investimento não acarreta? Se não fosse rentável, ninguém investiria. Para uma pessoa comum, seu maior patrimônio é uma CANNABIS WORLD JOURNALS |EDIÇÃO NO. 22 |
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casa, para outras que decidiram correr riscos no mercado de ações, seu maior patrimônio são suas ações.
O risco é quando as empresas perdem seu valor ou fecham completamente, e é por isso que os especialistas recomendam que, se você vai comprar ações, você deve fazê-lo em empresas diferentes, e não se concentrar apenas em uma.
COMO A CANNABIS FAZ PARTE DO MERCADO DE AÇÕES?
Através de empresas dedicadas ao cultivo, desenvolvimento e fornecimento de cannabis.
Tipos de ações para investir em cannabis Há 3 tipos de empresas que fazem parte do mercado de ações.
Cultivadores e varejistas de cannabis: Cultivam, vendem e distribuem cannabis. Exemplos deste tipo de empresa são: Curaleaf Holdings (OTC: CURLF):
USD $ 9.8 bilhões
Canopy Growth Corporation (NASDAQ:CGC)
USD $ 8.6 bilhões
Green Thumb Industries (OTC:GTBIF)
USD $7.4 bilhões
Tilray (NASDAQ:TLRY)
USD $7.1 bilhões
Trulieve Cannabis (OTC:TCNNF)
USD $6.6 bilhões
HEXO (NASDAQ:HEXO) (TSX:HEXO)
USD $770 milhões
Charlotte's Web (OTC:CWBHF)
USD $472 milhões
Empresas de biotecnologia: Desenvolvimento de novos produtos, como produtos farmacêuticos, alimentos, bebidas, produtos industriais, etc. Exemplos deste tipo de empresa são: Jazz Pharmaceuticals (NASDAQ:JAZZ)
USD $11.2 bilhões
Cara Therapeutics (NASDAQ:CARA)
USD $704 milhões CANNABIS WORLD JOURNALS | EDIÇÃO NO. 22 |
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Fornecedores e serviços auxiliares: Apóiam a indústria através de produtos como sistemas de iluminação, fertilizantes, embalagens para distribuição, educação, informação, entre outros. Exemplos deste tipo de empresa são:
Scotts Miracle-Gro (NYSE:SMG)
USD $10.1 bilhões
Innovative Industrial Properties (NYSE:IIPR)
USD $4.9 bilhões
GrowGeneration (NASDAQ:GRWG)
USD $2.7 bilhões
Como investir em cannabis? 1. Identificar e selecionar um broker ou plataforma digital. Alguns exemplos são: TD Ameritrade: Um dos brokers mais reconhecidos nos mercados norte-americanos. Depósito mínimo de USD 400 Tradeking: Conhecido por ser um dos mais seguros. Depósito mínimo de USD 500 E-trade: É uma plataforma fácil de usar, especialmente para aqueles que estão começando no mundo dos investimentos. Depósito mínimo de USD 500. 2. Depois de ter selecionado um broker, vá ao site deles, verifique os diferentes tipos de conta que eles oferecem, escolha a que mais lhe convém (geralmente uma conta individual) e comece a abrir sua conta.
3. Para abrir uma conta, é necessário preencher o formulário, onde são solicitadas informações como nome e sobrenome (que deve ser escrito como aparece em seus documentos), país (você pode fazê-lo desde qualquer país), endereço, data de nascimento, informações financeiras. Além disso, alguns corretores podem solicitar que você anexe seus documentos e comprovante de residência. Você deve verificar se eles aceitam documentos em um idioma diferente do inglês. Nota: É importante que as informações sejam verdadeiras. Não há risco de rejeição se você não tiver o visto americano ou se as informações financeiras lhe parecerem muito baixas. 4. Depois de ter passado pelo processo de abertura de sua conta, pode demorar alguns dias para confirmar a abertura de sua conta. 5. Com sua conta aberta, a maioria dos brokers pedem que você faça uma transferência bancária. 6. Em seguida, você deve selecionar o mercado para negociar. 7. Confirme seu pedido comercial, compra ou venda. 8. Pronto. Como poderá observar, comprar ações não é tão complicado quanto parece, mas é importante fazer sua pesquisa e aprender a língua antes de fazer seu primeiro investimento. CANNABIS WORLD JOURNALS | EDIÇÃO NO. 22 |
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Cannahaler: A revolução dos inaladores canábicos
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om o passar dos anos, os avanços na pesquisa médica levaram a um aumento acelerado da vida média humana. Este marco histórico mudou o curso das sociedades modernas e nos permitiu viver mais tempo neste mundo. De fato, em 1930 a expectativa de vida era de 35 anos em média, enquanto em 2019 já era de cerca de 72 anos. Atualmente, parece incrível que as pessoas vivam uma vida tão curta e morram quando ainda jovens. Mas o que impulsionou este aumento da longevidade? Foi a capacidade de operar e curar que permitiu dobrar a expectativa de vida em menos de cem anos. Por causa disso, milhões de cirurgias são realizadas no mundo todo a cada ano e a maioria dos procedimentos cirúrgicos está associada a algum grau de dor pós-operatória. Esta dor intensa é sentida quando o corpo está em repouso e geralmente melhora nos primeiros 3 dias após o procedimento. Entretanto, em grandes cirurgias como a cirurgia do coração aberto ou a cura de fraturas, esta dor pode durar meses. Muitos dos medicamentos comumente usados para tratar estas condições são insuficientes quando administrados individualmente e são
freqüentemente usados em combinação, tais como opióides, paracetamol ou antiinflamatórios. Estas combinações causam efeitos colaterais indesejados e, por esta razão, produtos analgésicos estão sendo desenvolvidos com base em uma melhor compreensão dos sistemas neuroquímicos envolvidos no processamento da dor, incluindo o sistema endocanabinóide. Alguns estudos científicos demonstraram que os canabinóides suprimem a transmissão nociceptiva na medula espinhal, que é responsável pela produção de uma sensação de dor aguda no corpo. Neste contexto, as misturas de canabinóides como o tetrahidrocanabinol (THC) e o canabidiol (CBD) oferecem a possibilidade de tratamento da dor pós-operatória devido às suas qualidades analgésicas e antiinflamatórias, sem causar efeitos adversos como insuficiência renal e respiratória ou ulceração gastrointestinal. Com base nisso, na cidade de Haifa em Israel, o departamento cirúrgico do Rambam Health Care Campus quis desenvolver um
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inalador térmico inovador, pequeno e a pilhas, projetado para vaporizar até 80 doses de cannabis. O CannaHaler © é capaz de aquecer as flores de cannabis até 190°C a 200°C, vaporizar os canabinóides e assim evitar os riscos respiratórios do fumo.
exclusivamente psicoativo, mas que, pelo contrário, também tem muitas propriedades medicinais a oferecer. Entretanto, para medir um possível comprometimento mental após a inalação, foi realizado um teste cognitivo e foi determinado que o CannaHaler© produziu um comprometimento cognitivo mínimo que foi reversível e desbotou rapidamente, sem maiores complicações. Da mesma forma, não foram observadas alterações clinicamente significativas na pressão arterial, frequência cardíaca ou saturação de oxigênio no sangue. Em comparação com outros inaladores comercialmente disponíveis, o CannaHaler © produziu o maior aumento na concentração de THC no sangue (17 a 18 ng/ml de sangue), mesmo quando comparado ao Syqe Inhaler (12,3 ng/ml) e o vaporizador Volcano (3,9 a 9 ng/ml), produtos que também foram desenvolvidos pela indústria israelense.
Na primeira etapa de testes deste produto, foi realizado um estudo com 12 voluntários adultos saudáveis que consumiram o material vegetal evaporado da variedade de canábis Alasca. Esta variedade contém 20-22% de THC e 0% de CBD.
Neste estudo, eles também quiseram determinar a dose apropriada de fornecimento de cannabis, e testaram dosagens que variavam de 5 mg a 25 mg de flor seca. O uso do CannaHaler© para o consumo de cannabis medicinal vaporizada e dosada é uma terapia promissora que poderia ser testada em futuros ensaios clínicos em segunda fase para o tratamento de dor aguda pós-operatória em pacientes submetidos à cirurgia abdominal.
Os participantes tinham entre 30 e 70 anos e não deviam ter nenhum problema médico conhecido ou histórico de transtorno psicótico ou de ansiedade, histórico de dependência de drogas ou estar grávidas. Cada voluntário inalou uma única dose de cannabis por 3 segundos, e depois foram coletadas amostras de sangue para monitorar os níveis de THC no sangue. O disruptivo deste ensaio clínico é que ele usa uma variedade de cannabis que tem um teor de THC muito superior ao permitido pela maioria das leis em todos os países, quebrando assim o estigma de que este canabinóide é
CannaHaler© vs. Syqe Inhaler ® vs. Volcano ®.
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O CannaHaler© é a versão mais versátil de inaladores conhecida até agora no mercado e, se continuar avançando nas fases de prova e teste, poderá se posicionar como o melhor dispositivo de dosagem de cannabis medicinal, para que mais e mais pessoas possam ter acesso aos maravilhosos benefícios que esta planta traz, e para que a cannabis se torne um direito de todos, uma promessa médica que revolucionará a forma como processamos a dor após um tratamento cirúrgico invasivo.
Por: Natalia Cárdenas Barragán
Fontes: https://www.cannabeta.eu/es/2020/03/12/somministrazione-di-cannabis-medica-perviainalatoria-e-dispositivi-medici-per-la-vaporizzazione/. https://www.syqe.com/en/
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líder em investigação e educação canábica
Cristina Sánchez, co-autora do livro " Usos medicinais da cannabis: o que sabemos sobre suas propriedades curativas?", é professora titular de biologia molecular na Universidade Complutense de Madri e durante 22 anos concentrou seus esforços e estudos na análise dos canabinóides no metabolismo da energia celular e seu comportamento na eliminação das células cancerígenas, uma trajetória que lhe valeu uma apresentação na Sociedade de Clínicos de Canábis (SCC) em 2018. Durante seus estudos pré-clínicos, Cristina e sua equipe de pesquisadores conseguiram demonstrar que o uso de canabinóides como o THC (tetrahidrocanabinol) e o CBD (canabidiol) exercem um efeito antitumoral em modelos de câncer de mama, enquanto que os canabinóides sintéticos como o JWH133 retardam o crescimento de tumores. Estas moléculas químicas na cannabis reduzem a atividade proliferativa das células cancerosas, aumentando assim o número de células positivas dentro dos tumores e induzindo a morte destes corpos malignos.
A vascularização do câncer também é afetada pela administração de canabinóides, pois eles diminuem significativamente o número de vasos sanguíneos nos tumores e ajudam na redução de metástases em órgãos comprometidos pelo tumor cancerígeno, como os pulmões. Mas, como essas respostas nas células cancerígenas acontecem quando são usados canabinóides? Os seres humanos possuem um sistema endocannabinoide (SEC), que é composto por receptores, ligandos (canabinóides), enzimas degradativas e portadores de sinais biológicos. Cristina descobriu que o metabolito secundário THC, quando entra em contato com células cancerígenas, se liga aos receptores CB1 e CB2, causando irregularidades na sobrevivência celular à medida que seus níveis de proteína e atividades mudam, causando seu colapso e induzindo sua própria morte para evitar ser um grande problema para o resto do organismo.
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CannaMed Estas mudanças inativam uma proteína chamada AKT, que regula a sobrevivência celular e aciona um processo programado de morte celular chamado apoptose. O mecanismo de ação do THC reduz a formação e o crescimento dos vasos sanguíneos em tumores, bloqueando as proteínas HIF-1 e VEGF, evitando assim a migração e invasão desses corpos estranhos para outros órgãos do corpo, reduzindo a metástase em até 20%.
No caso da CDB, os cientistas identificaram que o processo de apoptose ocorre através da geração de espécies reativas de oxigênio e a inativação da enzima lipoxigenase, através da ligação do composto aos receptores canabinóides, que ativa a resposta ao estresse do retículo endoplasmático através da inibição da proteína AKT. Este composto impede a migração das células cancerígenas regulando o gene principal que controla a expressão das proteínas pró-migratórias e invasivas, portanto, ao reduzir os níveis destas proteínas, a capacidade do tumor de se espalhar e metástase para outros órgãos é dificultada.
Estes resultados sugerem que a Cannabis poderia ser usada como uma terapia alternativa para o controle e manejo do câncer de mama ou glioblastoma; entretanto, Cristina diz que também é possível usar canabinóides em outros tipos de tumores malignos:
medicinal é que a quimioterapia visa qualquer célula proliferante no corpo, enquanto o uso de canabinóides se concentra no ataque apenas às células tumorais.
"Trabalhamos no câncer de mama há muitos anos. Vimos que existem semelhanças entre câncer de mama e glioblastoma. Em particular, os canabinóides induzem a morte das células cancerosas e inibem a progressão do tumor. Isto é algo que muitos tipos de tumores compartilham, tais como tumores cerebrais, tumores mamários, tumores pancreáticos, em outras palavras, todas as classificações que temos sido capazes de analisar, não apenas nós mesmos, mas também outros grupos de pesquisa ao redor do mundo. Sabemos que os mecanismos de ação são diferentes, mas a mesma resposta com os canabinóides antitumorais", Cristina menciona, acrescentando que a principal diferença entre a quimioterapia e a terapia com cannabis CANNABIS WORLD JOURNALS | EDIÇÃO NO. 22 | 42
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Embora haja apenas evidências pré-clínicas, o pesquisador está quase certo de que poderia funcionar perfeitamente em humanos, pois os canabinóides têm funcionado muito bem em modelos baseados em cultivos celulares e modelos animais, portanto, espera-se apenas que o processo de legalização da cannabis continue a se desenvolver e que o pensamento discriminatório em relação aos compostos da planta seja posto de lado. "Na minha opinião, não há canabinóides ruins. Há bons e maus usos; quando falamos da aplicação terapêutica da cannabis, estamos falando de todas as moléculas. Como qualquer outra substância, você tem que estar ciente dos possíveis efeitos colaterais, mas isto é algo que se aplica a qualquer medicamento ou substância. Mesmo a água, por exemplo, se você beber muita água, você pode ter problemas. Se você usar muito THC em um
determinado momento, podem aparecer efeitos indesejados, embora em nenhum caso isso signifique que a cannabis não possa ter respostas terapêuticas para o controle de diferentes doenças", conclui Cristina Sánchez. Por: Vanessa Pachón. Fontes: 1. Sánchez, C. (2018). Phytocannabinoids as an antitumor tool. Biochem Pharmacol, 13-15. https://beyondthc.com/wpcontent/uploads/2019/06/San chez%E2%80%94Phytocannabinoids-vs-Cancer.pdf. 2. Velasco, G., Sánchez, C., Guzmán, M. (2015). Endocannabinoids and Cancer. Handb exp pharmacol, 231:449-72. https://doi.org/10.1007/978-3-319-208251_16 3. Diaz, B. (3 de junio de 2021). Entrevista a Cristina Sanchez. CANNABIS.es. https://www.cannabis.es/pw/2021/06/03/cristinasanchez-vamos-a-la-cabeza-en-investigacion-y-a-lacola-en-la-aplicacion-de-los-resultados-del-cannabisterapeutico/.
Doutora Cristina Sánchez Fonte: https://www.cannabis.es/pw/2021/06/03/cristina-sanchezvamos-a-la-cabeza-en-investigacion-y-a-la-cola-en-la-aplicacionde-los-resultados-del-cannabis-terapeutico/ CANNABIS WORLD JOURNALS | EDIÇÃO NO. 22 | 43
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