Revista Mensal Paola Rhoden

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Poemas



Revista Mensal de ©Paola Rhoden Registro na BN 406.802 – Todos os poemas tem os direitos reservados Edição de Novembro/2015 Fotos de Paola Rhoden Circulação Mensal


Agora eu sei Hoje me veio um pensar Quando sozinha olhava o céu. Foi assim, como voltar, Num tempo que já foi meu. Amei, e achei ser amada Por pessoas que encontrei, No caminhar de uma estrada, Que no passado deixei. Tive momentos felizes, Distribuí o meu sorriso

A vida foi muito breve E me levou a esperança. Compreendi que não se deve Sonhar mais como criança. Porque agora eu sei, De eterno, nada existe. E os sonhos, foram, sumiram, Porque todas as pessoas Em quem eu mais confiei,

A todos que convivi.

Foram as que mais me traíram.

Pintei a dor com matizes

Tudo isso agora eu sei.

Porque assim foi preciso Em momentos que perdi. E a tal felicidade, Não encontrei, de verdade.


Águas e sonhos

Águas correm nas sarjetas Fluem rápidas Limpam ruas Espelham luas Não veem as borboletas Só as estrelas Posso vê-las Nas sarjetas Tantas coisas descem nelas Além das águas Até as mágoas Levam elas Folhas descem com leveza De árvores De papel Sem beleza

No entanto, quem diria! Esta enxurrada Destrambelhada Leva o sonho Que eu tive um dia.


Homenagem à amizade

Amigos que vem e que vão! Vazios que deixam, Presenças que preenchem. Mas a falta que fazem quando não voltam, isso dói e magoa o coração, quando a saudade corrói. Ah! Os amigos! Não sabem, que na solidão nos pertencem, as tristezas suportam, e as distâncias nos vencem. Amizades não deviam, Desaparecer com um balão.


Aos amigos que se foram

Se me esqueceram, eu os perdoo!

No lado esquerdo do peito,

Mas eu não os esqueci.

Acomodados com jeito

Se por acaso se foram,

Um a um enfileirados!

E eu fiquei por aqui, Foi porque da vida o revôo Fui eu mesma que perdi.

Mas, amigos do passado, Do presente e do futuro, Não sois menos amados. Mesmo sendo esquecida Seus roteiros não perdi, Porque na estrada da vida Achei vocês, bem aqui


A Arte da natureza

As folhas verdes entre esses galhos,

Com toda certeza, não se importa,

as flores colorindo o ar,

com o que possa acontecer.

um céu de fundo, aves voando,

Não imagina que o amanhã,

um arrebol, nuvens de fogo,

se continuar em seu afã,

e esse por certo é o jogo,

sem parar, para perceber,

de um Ser que está sempre nos dando,

que o que está fechando, é a porta,

poder escolher em parar,

para a Arte da Natureza.

em nossos atos mais que falhos. Pois quem não vê essa beleza


Um pranto que sara

Esse pranto que chorei Nem tanto por amor Mas porque precisei De a meu ser dar valor, Fez meus olhos sararem De um início de torpor E com alívio chegarem Ao lugar que procurei. Será que a lágrima lavou A febre que ficou De um amor que se foi? Nem sei mais, nem sei. Apenas a dor do depois Deixou de doer E eu parei de sofrer.


O índio e o rio Águas verdes lambem a margem De um escuro amarronzado

A água que lhe dá a vida E a comida pelo arco Da flecha bem dirigida.

Onde a canoa de lado Corre ligeira no encalço

Índio, canoa e flecha

Do peixe fugidio e enfezado.

Dá ao rio o movimento

O índio na mata nascido

Nas águas que o barco fecha

Criado cheirando o rio

Traz à família o sustento.

Aprendeu com o pai o brio De ser forte e destemido, Conduzindo o estreito barco Espadanando nos charcos


Caminho em construção Carisma de um ser pequeno, Sem foco nenhum na vida. Claro, não pode existir. Isso, só pode ser grande. Pois luz é coisa que brilha, Mesmo que sem um sorrir. Certo é focar um destino, Meta é seguir uma trilha, Mesmo que a hora vencida, No chegar seja um veneno.

Quem sabe o curso da estrada No futuro seja leve Não usando o coração No caminho em construção. Segue a essa luz que brilha, Não deixe o foco passar, Nunca deixe de sonhar. Segue em frente minha filha.


Cansaço faturando contra a sorte.

Cansei de ser a porta de entrada

As verdades sempre ditas

para os problemas dos outros,

em palavras cautelosas,

cansei de estar disponível,

soçobraram sob o peso

sempre visível,

das mentiras mais vultosas.

de fazer do meu canto o canto alheio.

Ninguém vence sem uma luta,

Cansei de por a mesa para tantos,

quando é muito árdua a labuta.

de orar só por receio, de chorar sozinha pelos cantos e sequer um sorriso veio. Cansei de remar com remo curto, em um caudal que me esgotou, num barco que ia tanta gente e essa gente, meu esforço nem lembrou. Cansei de ver a injustiça correr solta em toda parte, e os poderes poderosos

mas cansa, Aí vem o cansaço de ser ninguém, e da felicidade estar sempre além. Quero nascer de novo pra corrigir os erros que cometi, viver todas as coisas que deixei pra outros e eu mesma não vivi.


Coisas do passado

Abrir porta para a dama,

Hoje é muito diferente,

Mandar flor pra namorada,

Do que já foi no passado.

Dar vez, ao subir a escada, Sorrir para quem reclama. Bom papo até altas horas, Com vizinho ou companheiro, Sair o dia inteiro, Sem ter medo de bandido, De com balas ser ferido, Ou olhar janela a fora. De essas coisas ter lembrado, Saiu-me este repente.

Saudade chega então, Devagar e sorrateira, Tentativa derradeira, De acalmar o coração, Da poetisa que pensa, Ter ainda esperança, De voltar o que era seu, Quando ainda era criança, Viver o que já viveu.


Colheita da vida

Algumas vezes pensamos Outras nem isso podemos Depende do que levamos Das coisas que dependemos Plantamos sementes prontas Colhemos fruto esperado E deles nos damos conta Pois colhemos o plantado Mas às vezes acontece Cai semente sem querer E o que nasce dessa messe Traz tristeza e desprazer Qual de nós não se arrepende

Por fruto colhido ao acaso Que por acaso a semente Caiu sem querer no arado Nem sempre somos culpados Por essa semeadura Que vazou pela corrida Porque a corrida é dura Colhendo os frutos da vida.


da verdade ou do erro Conhecer-se

Conhecer-se não é olhar-se no espelho e ver a forma do ser

Caminhando talvez

mas é olhar-se por dentro

os passos o levem

e ver a forma da alma

a pensar no que fez

na maneira mais certa de ver.

E pensando possa ver

O tamanho da pessoa não é mostrado no reflexo da imagem mas pelo que faz e o que diz nos dias de viagem que por este mundo seguir E assim possa pensar no que é e no que quis Porque às vezes o fazer pode levar o homem no caminho

que fraudando o viver fez da vida um desviver Se os dez mandamentos fossem feitos hoje em dia por certo um deles seria e exigido juramento para o homem de bem guardar Deus lhe pediria não fraudar


De repente

Você chegou e chamou minha atenção, E seu sorriso disparou meu coração. Eu queria dominar os sentimentos Neste momento, mas não pude me conter. As coisas acontecem, quando tem que acontecer. E a mágica do amor que nasceu, quando olhei você no anoitecer.

e você me deixou. Parece que meu sorrir não quer mais viver. E a noite mais linda, que vivi com você, virou solidão. A gente acabou num abraço, não precisou nada mais. E o desejo adormeceu num cansaço, quando nada satisfaz.

Meu mundo mudou,

Mas você,

o tempo parou,

não foi apenas uma noite

você tomou conta do meu pensamento.

que acabou no amanhecer,

E foi tanto amor,

que se esgota num abraço

que meu sonho acordou de volta pra vida.

sorrindo no cansaço.

E o tempo passou,

Não foi só um encontro

Você foi dessas coisas que não dá mais pra esquecer.


Decepção de primavera

Hoje estou aqui olhando as luzes da rua Nevoeiro fino acolhe a noite sombria Nem a lua no céu, nem uma estrela nua Para dar algum brilho a esta noite fria Espero por luzes, na escuridão embora. Conheço bem a esta solidão intensa Que derruba o sonho e apaga a luz da alma Faz do meu olhar espada de um gume imenso No perder de vista desta impossível calma Eu esperava flores nos jardins lá fora.


Desejos

Eternos são alguns pensamentos, que me surgem, ao passar ao largo, perenes são, aqueles momentos, que alguma dor, deu sabor amargo.

Lúcidos são, os desejos fortes, atam a alma com muitos nós, trancam sorrisos, tirando a sorte,

mudam eus, em esquecidos vós. Falsos passos seguem outros passos, buscam um mundo inatingível, perseguem som, em um outro espaço, quimera essa, sempre falível.


[A Música do mar Naquele dia de sol Quando as águas refulgiam E então não mais se viam As cores do amanhecer. Vi ali o mar chorar. E nem pode mais se ver As gaivotas em seu vôo. Então junto ao mar entoo A música deste olhar De um menino solidão Que ouviu com o coração A música e os sons do mar. O menino que sonhou Sua vida mais faceira. No entanto a fogueira Do sol queimando seus sonhos Deixa o menino tristonho

Com o sonho, que ali deixou. ]


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