Livro 2 relações publicas cronicas 2013

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2013 Relações Públicas: oportunidades e desafios a vencer

CARISSIMI, João relações-públicas, Conrerprs n. 969.

Porto Alegre/RS


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João Carissimi relações-públicas - conrerprs n. 969 jocaribr@yahoo.com.br (Autor e Organizador)

Relações Públicas: oportunidades e desafios a vencer

Porto Alegre, 2 de Dezembro de 2013


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Sumário Apresentação...............................................................................................................4 Relações Públicas?.....................................................................................................5 Dia Nacional das Relações Públicas...........................................................................6 Relações Públicas e comunicação organizacional na contemporaneidade.................9 Administração em Relações Públicas........................................................................11 Que dia é hoje?...........................................................................................................13 Conselho Regional de Relações Públicas do Rio Grande do Sul e Santa Catarina....14 A vida é uma oportunidade de ousar e, sempre um desafio a vencer.........................16 Relações Públicas é destaque na comunicação corporativa........................................17 Agora tudo é evento....................................................................................................18 Qual o assunto devo pesquisar?...................................................................................20 Dez anos de Relações Públicas na Univali..................................................................22 Sônia Bandeira (1965-1999)........................................................................................23 Relações Públicas, perspectivas e desafios..................................................................26 Gestor de Comunicação Organizacional atua e muda esse cenário.............................27 Doze anos de Relações Públicas na Univali................................................................28


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Apresentação “Crônica não quer abafar ninguém, só quer mostrar que faz literatura também.” SANTOS, Joaquim Ferreira dos. Introdução. In: As Cem Melhores Crônicas Brasileiras, 2007. p. 15.

Os textos feitos para compor a coleção Relações Públicas: oportunidades e desafios a vencer são resultado do enfrentamento do cotidiano de um tempo e espaço percorrido em salas de aula, bate-papo com os estudantes e colegas de trabalho, impressões divulgadas na mídia e a certeza de que a oportunidade e o desafio a vencer do relações-públicas tiveram início na regulamentação dos Conselhos Nacionais e Regionais de Relações Públicas (1967). Entretanto, desde 2000, na cidade de Itajaí/SC, por causa da atuação como professor universitário no curso de Relações Públicas da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI), surgiram muitas oportunidades e desafios – primeiro, apresentar a teoria-prática da atividade; segundo, desbravar um mercado desconhecido e até certo ponto “ignorante” por parte da sociedade em relação aos benefícios quando da contratação do profissional; terceiro, construir um conceito e legitimar uma identidade, e, por fim, levar aos estudantes uma promessa de emprego, muitas vezes não confirmada, e negada até pelos próprios formandos, uma vez que não se reconhecem na sua própria categoria profissional, e com isso mais uma vez portas são fechadas. Diante de inúmeros desafios a vencer, destaco a primeira campanha institucional “O profissional que gerencia a imagem da sua organização” – realizada em 2009, no Estado de Santa Catarina para homenagear o Dia Nacional das Relações Públicas (2 dezembro), coordenada pelo núcleo de Relações Públicas, sob a minha responsabilidade na Agência IN, agência experimental de comunicação (Univali), que entre várias ações estratégicas de divulgação (artigo de opinião, anúncio, outdoor, adesivo, cartão de mensagem, cartaz, banner, cartão, Spot, release, chaveiro, e-mail, entrevistas), contou também com a charge do Nicanor sobre Relações Públicas, publicada na Tira do Nicanor no jornal Diarinho, a qual escolhi para ser a capa da coleção. Desta forma, pretendo retratar quanto devemos ousar para tentar expor, falar, explicar, negociar, e até ser compreendido pelos públicos de interesse. Aqui está uma oportunidade a vencer, por meio da divulgação, por exemplo, quando de uma data comemorativa. Aqui apresento um breve olhar sobre Relações Públicas. Inesgotável é o assunto, pois, diante da complexidade dos fenômenos, processos, fluxos, estratégias, tecnologias, práticas – em beneficio do indivíduo e das organizações públicas, privadas e da sociedade civil organizada, podemos evidenciar uma transformação na relação organização-público – público-organização, a partir da compreensão mútua estabelecida nos princípios da ética e da estética. É uma utopia? Sim! Relações Públicas é poder. Relações Públicas é uma função política (Simões). Relações Públicas é a gestão da administração da comunicação organizacional. Relações Públicas são oportunidades e desafios a vencer. Então, ouse compreender, aplicar, viver as Relações Públicas no seu dia a dia. Boa leitura!

João Carissimi relações-públicas, conrerprs n. 969


5 Relações Públicas? A mãe, empresária de um pequeno negócio, perguntou ao filho: – Filho, o que é ser um Relações Públicas? – Bem, mãe, na verdade, foram horas de longos debates acerca do que é ser um relaçõespúblicas. Noites em que os professores, profissionais convidados e até a galera ficava perplexa com a complexidade da profissão, da atividade, do cargo, do exercício de um relações-públicas em empresas, órgãos governamentais e em organizações da sociedade civil. Mãe, o assunto é complicado, o espaço é curto, mas o momento de diálogo é oportuno, pois, talvez, não seja a primeira vez que você me questiona sobre isso. Digo que, em primeiro lugar, fiz a escolha certa, em segundo, nunca vou me arrepender, e, em terceiro, que quero trabalhar muito. Desejo me dedicar aos processos de comunicação (o emissor, o receptor, e as tecnologias-mídia). Para simplificar, considere que todos eles estão presentes no dia a dia da sua empresa. Por exemplo, quando você negocia uma compra com o fornecedor, quando lança as suas metas, quando diz como quer atingir os objetivos de venda, ou até mesmo quando você tem que demitir ou contratar um funcionário. A sua empresa passa por constantes mudanças, todas elas relacionadas ao mercado, ao lucro, ao vender produtos e serviços, ao pagar os impostos e honorários, no relacionamento com os seus diversos públicos, e em projetos de responsabilidade socioambiental. Deste modo, a identidade da empresa gera uma imagem e, por conseguinte, uma reputação [empresarial e pessoal]. Tudo o que você e o relações-públicas fazem transformam a vida de cada cidadão envolvido com a sua empresa, direta ou indiretamente, sempre por meio de mudança de atitudes, conceitos e de opiniões. Isso acontece porque o meio correto de fazer relações públicas é praticar uma gestão estratégica da comunicação. E você sabe o quanto é difícil lidar com definição de preço, distribuição, entrega dos produtos, prestação do serviço... Ah! Imagina então falar de comunicação, questão de vida ou morte. Pois é, mãe, tudo é comunicação, e isto me disseram no primeiro dia de aula. E continua. Tudo é comunicação. E para que tudo dê certo é preciso de início colocar o funcionário em primeiro lugar, para que se possa atender aos desejos do cliente e superar todas as suas expectativas. Também ouvir a opinião dos clientes, funcionários, fornecedores, sócios e da mídia para melhor compreender o que acontece no mercado. Com isso, criam-se oportunidades e um diferencial sobre a concorrência, pois fazer relações públicas é uma questão de sobrevivência empresarial. Assim, quando perguntarem a você em que o seu filho é formado, fale em bom-tom: Relações Públicas. Quem faz não precisa explicar. Entendeu, mãe? – respondeu o filho.


6 Dia Nacional das Relações Públicas Um olhar sobre o dia, livros, cursos, Conselho, personalidades, e filmes

1 Que dia é hoje? Dia Nacional das Relações Públicas. O dia 2 dezembro é o Dia Nacional das Relações Públicas, instituído e sancionado pelo Decreto-Lei nº 7.197, de 14 de junho de 1984. Essa data foi declarada em função do Patrono Nacional das Relações Públicas, Eduardo Pinheiro Lobo, nascido em Penedo, Estado de Alagoas, em 2 dezembro de 1876, e falecido em São Paulo, 15 de fevereiro de 1933.

2 Eduardo Pinheiro Lobo, o “pai das Relações Públicas”, ficou assim conhecido por ter sido o primeiro no Brasil, em 1914, a criar e gerenciar um departamento de Relações Públicas na The São Paulo Tramway and Power Co. Limited, a Companhia Paulista de Energia Elétrica Ligth.

3 Pinheiro Lobo publicou em 30 de janeiro de 1914 o “Aviso Geral”, que criava o Departamento de Relações Públicas da empresa, setor especializado para cuidar do relacionamento com os órgãos da imprensa e com os poderes concedentes. Redigiu o aviso em inglês, como era usual na época e por se tratar de uma companhia canadense, mas destaca-se que “Relações Públicas” foi escrito em português, e talvez também tenha sido essa a primeira vez que a palavra foi escrita em português no Brasil. O documento pode ser considerado como a “certidão de nascimento das Relações Públicas no Brasil”, e foi assinado por W. G. MacConnel, o então assistente do Superintendente Geral daquela companhia.

4 O que é Relações Públicas? Para Entender Relações Públicas leia o primeiro livro sobre o assunto, publicado em 12 de setembro de 1962, em São Paulo, por Cândido Teobaldo de Souza Andrade. Mas o primeiro livro que comprei e nele grifei frases importantes, foi Relações Públicas no Modo de Produção Capitalista, de Cicília Peruzzo. O segundo de Roberto Porto Simões, Relações Públicas: Função Política, e, claro, na leitura e na biblioteca não poderia faltar a bíblia do RP: Relações Públicas [RP]: Princípios, Casos e Problemas, de Bertrand R. Canfield, volumes 1 e 2.

5 O primeiro curso de Relações Públicas no Brasil foi implantado na Escola de Comunicações e Arte da Universidade de São Paulo (ECA/USP), em 15 de junho de 1966. A divulgação do Decreto n° 63.283, em 26 de setembro de 1968, regulamentou a Lei n° 5.377/1967, de 11 dezembro de 1967, que definiu a criação dos Conselhos Federais (CONFERP) e Regionais de Relações Públicas (CONRERP).


7 6 O ensino de Relações Públicas no Rio Grande do Sul teve início na década de 1970 com a criação do Curso de Comunicação Social na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em Porto Alegre, no qual RP era ensinada simultaneamente com Publicidade e Propaganda. Também no ano de 1970 foi criado o curso de Relações Públicas na Federação de Estabelecimento de Ensino Superior, hoje Universidade Feevale, localizada em Novo Hamburgo. O primeiro curso de Comunicação Social com habilitação em específica em Relações Públicas, no Estado de Santa Catarina, foi o da Universidade do Vale do Itajaí, Campus Itajaí, em agosto de 1997.

7 O Guia do Estudante – Profissões Vestibular 2013 – “Os Melhores Cursos de Relações Públicas”, divulgou no dia 7 de outubro uma lista de 22 faculdades que participaram da pesquisa e classificadas por estrelas. Aqui destaco alguns dados significativos. Já em relação às 22 Instituições de Ensino Superior (IES), 9 (40,9%) são de caráter público, tanto federais como estaduais. Primeiro, o Estado do Rio Grande do Sul concentra o maior número de faculdades com o curso de Relações Públicas, 7 (31,8%) ao todo, localizadas em Caxias do Sul, Novo Hamburgo, Porto Alegre (2), Santa Cruz do Sul, Santa Maria e São Leopoldo. Segundo, o Estado de São Paulo conta com 4 (18,1%) cursos nas cidades de São Paulo (2), Campinas e Bauru. Terceiro, destaque para o Estado da Bahia, em Salvador há 2 (9%) cursos de Relações Públicas. Por fim, com um curso participante estão as cidades de Belo Horizonte (MG), Maceió (AL), Manaus (AM), Goiânia (GO), João Pessoa (PB), Londrina (PR), Recife (PE) e Itajaí (SC).

8 Porém, no Sindicato dos Profissionais Liberais de Relações Públicas no Estado de São Paulo (SINPRORP), segundo cadastro disponível no site da entidade, constatou-se o registro de 82 cursos de Relações Públicas espraiados pelo Brasil. Quantos estão em funcionamento? Todos os cursos são difundidos por Faculdades, Institutos, Fundações, Centros Universitários e Universidades, sejam em entidades públicas ou privadas, registrados no SINPRORP. São Paulo conta com 26 (37,7%) cursos de Relações Públicas espalhados pela capital (12), Bauru (2), Santos (2), São José do Rio Preto (2), com um curso as cidades de Campinas, Campo Limpo Paulista, Itapetininga, Lorena, São Bernardo do Campo, São Miguel Paulista, Cruzeiro do Sul e Taubaté. O Rio Grande do Sul está cadastrado com 12 (14,6%), sendo Porto Alegre (2), depois um curso nas respectivas cidades de Canoas, São Leopoldo, Caxias do Sul, Novo Hamburgo, Cruz Alta, Ijuí, Taquara, Santa Maria, Pelotas e Santa Cruz do Sul. No Estado do Paraná estão registrados 8 (9,7%), distribuídos em Curitiba (5), Londrina (2) e União da Vitória. O Estado de Minas Gerais tem 7 (8,5%) cursos, sendo (6) em Belo Horizonte e um em Caratinga. A cidade maravilhosa, Rio de Janeiro, conta com 5 (6%) cursos e um em Barra Funda. Santa Catarina com 4 (4,87%), sendo um curso em cada uma das cidades: Florianópolis, Indaial, Itajaí e Lages. A terra de todos os santos, Bahia (3), dispõe todos em Salvador 3,6%. Agrupados, os Estados que contam com 2 cursos de Relações Públicas e representam 10 (12,1%) são: Alagoas – Maceió, Espírito Santo – Vitória e Vila Velha, Goiás – Goiânia, Pernambuco – Recife, Rio Grande do Norte – Natal. Os Estados que contam com um curso correspondem a 8,5%, são eles: Sergipe – Aracaju, Maranhão – São Luiz, Distrito Federal – Brasília, Mato Grosso do Sul – Campo Grande, Paraíba – João Pessoa, Pará – Belém e Piauí – Teresina.


8 9 Quem somos? O Conselho Regional de Profissionais de Relações Públicas (CONRERP) 4ª Região, fundado em 19 de maio de 1972, é uma autarquia federal e integra o Sistema CONFERP – Conselho Federal de Profissionais de Relações Públicas, atuando nos Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina com o objetivo de regular, zelar, fiscalizar, garantir e proteger o exercício da profissão no mercado de todos aqueles que exercem o cargo e as funções de Relações Públicas, devidamente diplomados e registrados no Conselho. O Conselho tem como missão “Buscar o reconhecimento, respeito e valorização do profissional, a partir da educação do exercício da atividade de Relações Públicas e do envolvimento da categoria, por meio da execução da função principal do Conselho que é coordenar, fiscalizar e disciplina o exercício da profissão”.

10 Segundo informações disponíveis no portal do Conselho de Profissionais de Relações Públicas CONRERP 4 Região-RS/SC, em 19 de novembro os dados eram os seguintes: Pessoa Jurídica (62), Ativos (1.089), Registro provisório (7), Baixa temporária (1.418) e aposentados (165). Então, 2.672 representam os profissionais registrados, entre ativos (40,9%), baixa temporária (53%) e aposentados (6,1%).

11 O Prêmio Relações Públicas do Brasil foi instituído pela Coordenação Nacional de Valorização da Profissão de Relações Públicas, em setembro de 2006, por ocasião da realização do evento da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (INTERCOM). Cabe ao “Portal rp-bahia” planejar, pesquisar e executar o evento “Prêmio Relações Públicas do Brasil”. Durante o Congresso da INTERCOM acontece a cerimônia de premiação por categorias: Professor(a) Pesquisador(a), Profissional de Mercado, Profissional Revelação, Estudantil e Contribuição Histórica (in memoriam). De 2007 a 2013 foram premiados com o primeiro lugar na categoria Professor(a) Pesquisador(a) os ilustres educadores: Roberto Porto Simões, Margarida Kunsch, Fábio França, Rudimar Baldissera, Maria Aparecida Ferrari, Luis Alberto de Farias e Cicília Peruzzo. Por forte atuação no mercado, os profissionais premiados foram: Gisele Lorenzetti, Newton Garcia, Marco Rossi, Maria Lúcia Bettega, Carolina Terra, Eliezer Cruz e Manoel Marcondes Neto. Os apontados em primeiro lugar na categoria revelação foram: Eliezar Cruz, Michele Fernandes, Ana Paula Garcia, Robson Ferreira, Daiana Stasiak, Marcos da Cruz e Ana Clarissa Cavalcante. Na categoria Estudantil, edições 2010, 2011, 2013, os estudantes premiados foram: Jones Machado, Jaqueline Cabral e Florilson Santos Santana. E, por fim, na categoria contribuição histórica (in memoriam) as personalidades lembradas com destaque foram: Candido Teobaldo de Souza Andrade, Vera Giagrande, Maria Stella Thomazzi, Waldyr Gutierrez Fortes, Francisco Higino Barbosa Lima, Eduardo Judas Barros e Eduardo Pinheiro Lobo.

12 Uma boa pedida para comemorar o dia nacional das Relações Públicas, quem sabe, é assistir alguns filmes que tratam direta ou indiretamente da profissão, o profissional, a atividade, o cargo, a função, a identidade e a imagem do relações-públicas, como, por exemplo: Mera Coincidência (1997), Os Queridinhos da América (2001), O Articulador (2002), Por um Fio (2002), Obrigado por Fumar (2006), Hancock (2008), entre outros. Dicas para curtir. Ótima sessão!

13 A comemoração dessa data pode ser expressa por várias ações de divulgação, pois é importante socializar e legitimar a profissão, dar visibilidade às atividades e credibilidade à profissão de Relações Públicas.


9 Relações públicas e comunicação organizacional na contemporaneidade Os fundamentos teóricos de Relações Públicas, desde 1906, ou seja, cem anos de história das Relações Públicas no mundo e aproximadamente sessenta anos no Brasil, a partir da reflexão dos teóricos (internacionais e nacionais) têm promovido no ambiente acadêmico, bem como no mercado, uma forte leitura (aprofundamento científico) do tempo e espaço das Relações Públicas. Esse movimento teórico das Relações Públicas, com uma forte premissa em pesquisa, estabelece na contemporaneidade um novo olhar sobre as questões ciência e/ou arte; função e/ou técnica; ferramenta de apoio e/ou gestão estratégica, entre outras maneiras de olhar o objeto, organização e seus públicos. O ensino da atividade de Relações Públicas, em especial no Brasil, tem mostrado nas publicações/teses, artigos, trabalhos de conclusão, entre outros, uma nova perspectiva. Perspectiva esta que aponta para um debate exaustivo acerca da profissão e seu papel na sociedade. Território marcado pelo avanço da atividade acadêmica e pela nova posição no mercado, este globalizado, atuando em redes, na diversidade, na solução de questões sociais, na inclusão do cidadão, etc. A partir da década de 1990, em especial no Brasil, a academia, por meio dos seus pesquisadores Kunsch, Simões, Pinho, Bueno, Baldissera, Webber, Cesca, Peruzzo, tem promovido uma revisão da teoria, dos fundamentos de Relações Públicas. Este novo olhar caracterizado pela luta da categoria de Relações Públicas, pelos sinais do mercado, pelas pesquisas acadêmicas e contribuição do conhecimento, de certa forma está transformando a visão de que Relações Públicas era um fazer/organizar/tarefa, para propor uma complexidade, já que a contemporaneidade, as organizações e seus públicos participam de um tempo e espaço de multiculturas. A promoção da discussão sobre a atividade de Relações Públicas, a partir do olhar como arte e/ou ciência, tem sido benéfica no sentido da valorização da profissão. Acredito que sendo uma ciência, como afirma Simões – controla e prevê questões “Issues” – possíveis crises no âmbito das organizações. Nesse sentido, assumindo que Relações Públicas está fundamentada em seu objeto de estudo: organização – públicos e requer do profissional de Relações Públicas uma nova postura, ou seja, admitir que RP é uma ciência. Dessa forma, os processos e estratégias de Relações Públicas devem ser/estar baseados na função administrativa. Entende-se por função administrativa ação de comunicação organizacional. Articulando no sentido que as organizações contemporâneas atuam em redes – dessa forma visam a políticas e estratégias de relacionamento. As tecnologias disponíveis na atualidade para Relações Públicas contribuem no sentido de que o profissional de Relações Públicas e de Comunicação Organizacional seja um agente de transformação social. O fazer da atividade de Relações Públicas, a partir da pesquisa, planejamento, organização, execução e avaliação deve ser com os públicos e não mais para os públicos. Dessa forma, o RP atuará participativamente, envolvendo nas suas atividades as redes internas, externas e mistas, na construção de uma política institucional, interna, administrativa e mercadológica. Ao posicionar Relações Públicas e Comunicação Organizacional na década de 1990, ficou claro que a atividade do profissional de Relações Públicas recebia um caráter de gestão (gestor) da comunicação organizacional. Assume assim o papel de articulador, negociador entre as organizações privadas, públicas e ou da sociedade civil e seus públicos, não mais entendidos como interno, externo e misto. Públicos agentes de influência, uma vez que fazem parte de uma rede (internet, por exemplo, em que assumem vários papéis na sociedade, sendo considerado público interno pela teoria “antiga”, que agora pode ser misto, “acionistas” e/ou externo “consumidor de produtos”, líder de opinião na comunidade da qual faz parte. Olhamos o futuro da profissão de Relações Públicas como um campo de “disputa de sentidos”, uma vez que a formação fragmentada da área de comunicação, as especializações, mestrado e doutorado, têm permitido um diálogo com profissionais das mais diversas áreas do conhecimento. Nesse sentido, a atividade de Relações Públicas agrega novos valores, bem como promove nessas áreas de conhecimento, entre elas: jornalismo, publicidade e


10 propaganda, marketing, design, turismo, administração, entre outras, uma aceitação e reconhecimento da atividade como função de gestão da comunicação organizacional. Para atender a esta mudança, o novo paradigma, ou seja, que quando estamos falando de comunicação organizacional, comunicação empresarial, comunicação institucional, comunicação administrativa, comunicação interna, comunicação mercadológica, comunicação governamental, comunicação corporativa, entre outras tantas nomenclaturas, estejamos apresentando os fundamentos teóricos de Relações Públicas. Sendo as Relações Públicas uma função política, pois alteram a vida dos sujeitos envolvidos, faz-se necessário que academia/ensino, por meio da pesquisa, eventos, debate, sala de aula, possa estabelecer a trajetória, o território das Relações Públicas e da Comunicação Organizacional. Nesse sentido, os profissionais, acadêmicos, pesquisadores devem estar atentos aos sinais emitidos pelo mercado, mas sempre ter como base a teoria = prática e teoria. Os sinais que percebemos e podemos apontar: - Responsabilidade social – que traz a volta da Comunicação Social; - Ética e legislação da comunicação; - Avaliação da comunicação organizacional, o impacto na sociedade, o “empowerment”; - Os públicos em rede – relacionamento; - A diversidade (produtos, serviços) em especial – o cidadão inserido no contexto; - A parceria e a negociação; - Atividade com os públicos – processo participativo de construção. Na concepção de que a matéria-prima da atividade de Relações Públicas/Comunicação Organizacional é a informação, percebe-se o quanto a função é política, pois sendo um ato de comunicar de forma institucional, em que as práticas organizacionais devem estar associadas à filosofia administrativa e de comunicação organizacional. A missão, visão e valores são compromissos estabelecidos com a comunidade/sociedade, com redes de relacionamento que organização comunica, divulga, promove, executa e avalia. Na contemporaneidade, podemos afirmar que, muitas vezes, a atividade de Relações Públicas atua em utopia, divulgando idéias, valores, crenças em contrapartida com a realidade do mercado neoliberal. Desta forma as Relações Públicas são necessária na conjuntura atual que promove a exclusa de comunidades, sociedade, redes, sujeitos – permitindo assim que o cidadão possa participar na construção de uma sociedade civil justa, igualitária, fraterna e participativa. Um novo tempo-espaço, ou seja, qual será o território da atividade de Relações Públicas e Comunicação Organizacional? A discussão promove uma reflexão acerca da função de RP e Comunicação Organizacional. Longe estamos de apontar qual seja o caminho correto, uma vez que entendemos que o conjunto da sociedade, representando pelos professores, profissionais, alunos e pesquisadores, deve apontar em seus estudos indicativos, interpretações, teorias e modelos, assim estabelecendo um diálogo com o existente (teoria atual) e com a contemporaneidade, complexa, mas não mais estática, sujeita a mudanças repentinas e corriqueiras. Nesse sentido, o profissional de Relações Públicas e de Comunicação Organizacional deve estar apto, preparado, a aceitar as tendências, mas muito mais refutá-las e pensar de forma a construir novos propósitos, modelos, fundamentos. Atendendo, assim, o “território das tecnologias”, mas respeitando o “sujeito” envolvido no processo estratégico organizacional. Voltando aos teóricos, pesquisadores que já estão discutindo a teoria de Relações Públicas sob novos olhares, em que fortemente temos pesquisa sobre o ensino (Moura), públicos (Cesca e França), Planejamento (Kunsch), políticas de comunicação (Weber) entre outros temas, percebemos, assim, um movimento de reflexão que, com certeza, trará fundamentos teóricos sobre área. Uma vez que rompe com os marcos já estabelecidos quando afirmavam que fazer Relações Públicas era somente atender bem, sorrir, promover festinhas etc.Com certeza os profissionais de Relações Públicas, no âmbito de sua atuação: ensino e mercado, devem caracterizar a sua performance como gestores/administradores da comunicação organizacional.


11 Administração em Relações Públicas: Um olhar estratégico na elaboração do plano de comunicação organizacional

Pensar sobre administração em relações públicas remete inicialmente às Teorias de Administração e a seus principais teóricos. Destacam-se, entre eles: Taylor e Fayol (Teoria Clássica), Maslow (Teoria do Comportamento); Morin (Teoria da Complexidade), entre outros. Os principais estudos em administração foram pautados nas características: planejar, organizar, controlar e avaliar – processos produtivos e de desempenho do empregado. Desta forma, o conhecimento em Teorias de Administração por parte do profissional de relações públicas (RP) permite um “olhar” estratégico quando da elaboração do Plano de Comunicação Organizacional e Relações Públicas, bem como de sua gestão. Importa destacar que a Teoria da Complexidade (Morin) e a Complexidade da Comunicação (Baldissera) demonstram ser grandes norteadores, por exemplo, na elaboração e execução do diagnóstico organizacional. O diagnóstico é o primeiro desafio do RP que, diante da complexidade da sociedade e de todas as variáveis sociais, políticas, econômicas, culturais, legais, tecnológicas, ambientais pelas quais são impactadas as organizações e os públicos. Assim, talvez a Teoria da Complexidade atenda os princípios de pensar em um planejamento estratégico e, consequentemente, a administração em relações públicas de forma dialógica, participativa e reflexiva. Assim, os públicos: funcionários, clientes/beneficiários/usuários/fregueses, fornecedores, acionistas, parceiros, imprensa, líderes de opinião, governantes, políticos, empresários, estudantes e, voluntários, por exemplo, são considerados sujeitos, atores sociais e cidadãos. Esse público tem a capacidade de reagir diante de um malfeitor no relacionamento organização-público. Por isso, a Teoria da Complexidade provoca o RP para olhar de forma flexível as mudanças na sociedade e não aceitar como definitivos alguns conceitos, comportamentos, atitudes institucionalizados em uma prática antidemocrática e não participativa. Assim, desconstruir-construir seu próprio planejamento em comunicação organizacional e de RP, sob a responsabilidade de uma área, realizado com alguém e não para alguém. Todo planejamento e a administração/gestão em relações públicas da comunicação deve não só atender às demandas da organização como também as da sociedade, dos sujeitos-públicos, com responsabilidade e não apenas como um dever, uma obrigação de atingir metas econômicas, por exemplo. Nesse sentido, ao planejar o RP faz uso de algumas técnicas de pesquisa, por exemplo, importantes na fase do diagnóstico organizacional, em especial da comunicação: auditoria de imagem (Kunsch), análise de conteúdo (Bardin), análise de relações públicas na mídia (Simões), pesquisa na internet (Recuero, Fragoso, Amaral), avaliação e mensuração de resultados (Yanaze), pesquisa de opinião, de satisfação, de grau de entendimento (Fortes), entre outras. Tudo isso permite conhecer, compreender, analisar, fenômenos – os cenários internos e externos de uma organização, seja pública, privada ou da sociedade civil organizada.


12 O diagnóstico é importante para dele se extraírem dados e informações que ajudem a divulgar para os públicos participantes do processo de elaboração um plano, com programas e projetos. Isso ajuda a entender melhor a realidade, a cultura, a estrutura, a identidade, a imagem e a reputação da organização e, também, da concorrência, bem como avaliar a situação – o posicionamento e suas diferenças organizacionais frente aos desafios da globalização, da sustentabilidade, da responsabilidade socioambiental, da reputação, da ética (transparência) e do senso de responsabilidade na sociedade que toda organização deve ter como princípio básico. Entretanto, para dar início ao processo de planejamento e administração em relações públicas faz-se necessário pesquisar até de que forma a organização faz análise, avaliação e mensuração (investimento em comunicação), de suas estratégias, objetivos, metas, em especial da comunicação e marketing. Organizar esses dados permite que se traduzam um plano, programa e projetos – sempre de caráter estratégico, tático ou operacional, os quais, entende-se, devem ser apontados de forma tangível já no objetivo/meta, o que indica a criação de métricas, comparação e uma avaliação e mensuração de resultados, posteriormente. Desta forma será possível no instrumento de controle se estabelecer critérios de análise, de avaliação e de mensuração. Essa tendência foi muito apresentada nos últimos anos, mais especificamente a partir de 1996, nos estudos de alguns professores como Galerani, Terra e Yanaze. Por que mensurar a comunicação? No passado, talvez tivessem uma visão míope de que em comunicação/relações públicas não era possível se avaliar e mensurar os investimentos/resultados em comunicação organizacional. Aqui não se está referindo apenas à financeira, em curto prazo, e sim um novo pensar/agir em longo prazo. É certo afirmar que são necessárias algumas técnicas/instrumentos/modelos para avaliar e mensurar. Os autores citados apontam para algumas dessas, entre as quais: análise de conteúdo de notícias, blogs, Twitter, e-mails, redes sociais – conteúdo – não só sob olhar de estatísticas, que, por exemplo, com todas as tecnologias disponíveis hoje um blog, por exemplo, permite visualizar acessos dia, semana, mês, geral, e/ou por público, postagem, origem, etc. e tal. O qualitativo possibilita compreender melhor o que dizem os líderes de opinião, jornalistas, sujeitos-público, concorrentes, fornecedores, funcionários, e assim poder atuar diante de críticas, elogios, sugestões, e/ou possíveis crises de comunicação. Outras técnicas de avaliação sobre eventos, patrocínio, publicidade, imagem/marca, apoio cultural, projetos de relações públicas, projetos de responsabilidade socioambiental, projetos de educação/treinamento, podem demonstrar resultados positivos ou não diante das métricas estabelecidas em números, conceitos, códigos, depoimentos, prêmios, muitas vezes demonstrados em relatórios e no próprio balanço social. E, por fim, não existe organização, administração em comunicação e relações públicas sem comunicação. Entende-se haver convergência das teorias da administração e da comunicação na elaboração do planejamento em relações públicas, diante da complexidade que permite um pensar e/ou agir crítico-reflexivo, em que sujeitos-públicos participam do planejamento de forma colaborativa (até no controle e avaliação), uma vez que a organização adota uma postura de transparência em tudo o que faz e diz. Nesse sentido, pode-se sonhar e acreditar numa perspectiva de um mundo melhor (ético-estético) nas relações entre organizações e públicos, públicos e público, e organizações-organizações, que atendam demandas e necessidades dos cidadãos.


13 Que dia é hoje? Dia Nacional das Relações Públicas Que dia é hoje? Hoje é dia 2 de dezembro. No calendário geral de datas comemorativas verifica-se que no dia 2 celebra-se o dia Internacional para Abolição da Escravidão (ONU) (1949); do Advogado Criminalista, da Astronomia, da Pátria dos Emirados Árabes Unidos (1971), Nacional do Samba, do Sambista, do Pan-Americano da Saúde, do Cronista Esportivo, do Serviço de Saúde da Aeronáutica, da Santa Viviana, de São Cromácio, do nascimento de D. Pedro II (1825), e, em especial, no dia 2 dezembro é o Dia Nacional das Relações Públicas. Por que eleger o dia 2 dezembro? Qual teria sido a origem dessa data? Teria sido por causa do primeiro curso de Relações Públicas no Brasil? Teria sido pela regulamentação da profissão? Ou, ainda, teria sido em virtude do primeiro livro brasileiro sobre relações públicas? Até poderia ser. Mas o primeiro curso de Relações Públicas no Brasil foi implantado na Escola de Comunicações e Arte da Universidade de São Paulo (ECA/USP) em 15 de junho de 1966. A divulgação do Decreto n° 63.283, em 26 de setembro de 1968, regulamentou a Lei n° 5.377/67, de 11 dezembro de 1967, que regulamentou a criação dos Conselhos Federais e Regionais de Relações Públicas. Já o primeiro livro foi publicado em 12 de setembro de 1962, em São Paulo, por Cândido Teobaldo de Souza Andrade, com o título “Para Entender Relações Públicas”. A escolha de uma data é sempre representativa em relação a uma categoria profissional, a um fato marcante na vida de um país, de um Estado, até mesmo um acontecimento que lembre um momento histórico, por exemplo. O dia 2 dezembro, é o Dia Nacional das Relações Públicas, instituído e sancionado pelo Decreto-Lei nº 7.197, de 14 de junho de 1984. O autor do Projeto de Lei da Câmara n° 75, de 1980, foi o deputado e sócio da Associação Brasileira de Relações Públicas (ABRP), Divaldo Suruagy. Essa data estabelecida é declarada em função do Patrono Nacional das Relações Públicas, Eduardo Pinheiro Lobo, nascido em Penedo, Estado de Alagoas, em 2 dezembro de 1876, e falecido em São Paulo, 15 de fevereiro de 1933. Lobo ficou conhecido como o “pai das relações públicas” por ter sido o primeiro no Brasil, em 1914, a criar e gerenciar um departamento de Relações Públicas na The São Paulo Tramway and Power Co. Limited, a Companhia Paulista de Energia Elétrica Ligth. Publicou em 30 de janeiro de 1914 o “Aviso Geral” que criava o Departamento de Relações Públicas da empresa, setor especializado para cuidar do relacionamento com os órgãos da imprensa e com os poderes concedentes. Redigiu o aviso em inglês, como era usual na época e por se tratar de uma companhia canadense, mas destaca-se que Relações Públicas foi escrito em português, e talvez também tenha sido essa a primeira vez que a palavra foi escrita em português no Brasil. O documento pode ser considerado como a “certidão de nascimento das Relações Públicas no Brasil” e foi assinado por W.G. MacConnel, o então assistente do Superintendente Geral daquela companhia. Há 25 anos o “Dia Nacional das Relações Públicas” faz parte das comemorações de entidades de classe, professores, acadêmicos e profissionais. O curso de Relações Públicas da Universidade do Vale do Itajaí, pioneiro no Estado de Santa Catarina, criado em 1997, expressa por várias ações de divulgação a comemoração dessa data, pois considera importante legitimar a profissão e solenizar a data. Mas, o mais formidável, é que nesse dia, em todo o território nacional, profissionais se abraçam, cumprimentam e parabenizam-se com objetivo de legitimar e dar visibilidade e credibilidade à profissão de Relações Públicas.


14 Conselho Regional de Relações Públicas do Rio Grande do Sul e Santa Catarina Qual é a missão das entidades quem representam os profissionais de relações-públicas? O Conselho Federal de Relações Públicas (Conferp) e os Conselhos Regionais da categoria profissional de Relações Públicas – são autarquias representativas dos registrados e formados em Comunicação Social – habilitação em Relações Públicas. A considerar a minha atuação, desde 2000, como professor universitário em Santa Catarina e por ser registrado no Conselho Regional de Relações Públicas Rio Grande do Sul e Santa Catarina (Conrerprssc) sob o número 969, desde 1987, e pelo desafio que os alunos em várias disciplinas, no corredor, por e-mail, bem como contatos com egressos do curso de Relações Públicas da Instituição de Ensino Superior a qual leciono, no sentido de que pedem uma explicação de qual seria o papel do Conferp e Conrerprssc? Diante, da situação, em que muitas vezes, temos ficar por horas em um dialogo, me propus a escrever a propósito do assunto, no sentido de refletir sobre o objeto de estudo conselho. Primeiro, tentar esclarecer o porque que nem todos os formados em Bacharel em Comunicação Social – habilitação em Relações Públicas, são registrados no conselho, sendo essa opção uma responsabilidade do egresso, mas uma obrigatoriedade quando do exercício da atividade, cargo de Relações Públicas, não importa se for em uma organização pública, privada ou da sociedade civil organizada. Então, muitos, mas muitos não o fazem. Questões individuais porque não fazem os registros, bem como respostas individuais seriam importantes para que assim o conselho pudesse conhecer melhor o seu público – bacharéis. Poderíamos, aqui tentar elucidar e contextualizar o problema. Melhor, então, levantar algumas questões norteadoras. Entre elas destacamos: O alto valor da anuidade? O desconhecimento das vantagens de em se fazer parte do conselho? Quais são os benefícios? A ausência do conselho no dia-a-dia do aluno e depois, quando profissional? Por nunca ter falado com um representante do conselho? Por ter entrado em contato com conselho e não ter obtido uma resposta? Pela “burocracia” no processo de registro? Pelo excesso de entidades, associações relacionadas à área comunicação e marketing? Em relação aos outros o conselho dos profissionais de relações-públicas é muito fraco? Nunca participei de um encontro, palestra ou reunião promovida pelo conselho? Desconheço o conselho? Nunca recebi uma mensagem institucional, promocional, ou convite para um evento do conselho, a divulgação de uma oferta de emprego? Nem quando estudante, tão pouco depois de formado. Pelo fato de que não tem visibilidade, credibilidade, notoriedade, ou ainda por não ser o conselho uma “celebridade”, como ocorre com outras entidades representativas? Pelo luxo de seus prédios, pelo destaque de seu presidente no campo empresarial, pela forte presença na mídia, pela representatividade de seus registrados, entre outros fatores. Poderíamos ficar por aqui, ou continuar listando enumeras questões, todas de cunho intuitivo ou com base em pesquisa. Resumindo: Qual é então, o papel, a missão do Conferp ou dos Conrerprssc? Muitas vezes, levantadas por alunos, professores, egressos do curso, profissionais da área de Relações Públicas e afins. Mas, não é esse o propósito. Não poucas vezes escuto professores, profissionais, egressos, acadêmicos formados ou não em Comunicação Social – em Relações públicas, no âmbito local, falar com certo desprezo, ou desdenhar dos conselhos, o qual são ou não registrados. E para piorar sempre lembram da questão valor, quando se tem que pagar a anuidade – e dizem como sendo muito expendioso, é um absurdo? Afinal, os outros profissionais também pagam anuidade. Então, me faz em tom de ironia dizer ele ou ela fosse um psicólogo, professor, publicitário, engenheiro, jornalista, dentista, nutricionista, assistente social, entre outras tantas profissionais, pagaria também uma anuidade? Vale lembrar que algumas profissões não tem conselhos, mas sindicatos, entidades de classe, associações, grupos de pesquisadores, que muitas vezes são do campo jurídico, onde somente empresas participam e também pagam uma anuidade.


15 Então. Somos sempre pagantes de uma mensalidade ou anuidade, até naquele clube social, esportivo, cultural. Mas, porque os egressos, profissionais não registrados, ou até registrados no conselho reclamam do valor da anuidade? O que faz com que futuros profissionais formados em Relações Públicas, não querem fazer o registro no conselho, e ter em mãos uma identidade, valida em todo o território nacional, que possibilita entre outras vantagens participar de concursos públicos. Algumas hipóteses podem lançar. Como trabalhamos com identidade, poderíamos afirmar que a Identidade dos conselhos é fraca, negativa, não representativa. Que temos opiniões sobre a imagem do conselho distorcidas, ofuscadas por relatos, experiências negativas vivenciadas por nós ou por outros colegas. Incompreendido, como a profissão de Relações Públicas pelo mercado, pessoas, mídia, profissionais, autoridades, empresários, formadores de opinião, entre outros públicos, Assim, uma imagem negativa. Quem sabe até a sua reputação esteja perante os públicos, nos dias atuais, com uma conceituação antiética e antiestética. A discussão, não se esgota, e não se tem essa pretensão, mas sim provocar um ato de reflexão, que levaria uma ação, depois, novamente uma ação-reflexão por parte do Conferp e dos Conrerprssc, bem como de todos os públicos vinculados ou não aos conselhos. Nesse sentido, primeiro, que percebamos os nossos deveres, ainda quando somos estudantes, depois profissionais relações-públicas, não importa se atuamos na iniciativa privada, na área pública ou na sociedade civil organizada, nem mesmo devemos nos preocupar a denominação que vão dar ao cargo que ocupamos, até porque nomenclaturas, nomes de cargos, mudam, em tempo e espaço, em função muitas mais de modismo, uso de palavras estrangeiras, pelo “ineditismo”, por burlar as leis trabalhistas e os conselhos, entre outras variáveis. Depois, de registrados no conselho, podemos pensar nos direitos. Nesse sentido precisamos aproximar as pessoas, que diretamente, no caso estudantes, professores, profissionais registrados dos conselhos. Desta forma, melhor poderíamos conhecer, compreender o papel, dialogar com as pessoas que o representam, participar efetivamente, e de forma pró-ativa, fiscalizar, divulgar, e em especial deixar de falar mal da entidade que somos filiados. Para isso, ler a lei que oficializou o conselho, conhecer sua história e memória, os seus dirigentes, a sua missão, visão e valores – princípios norteadores, será possível em se pensar em exigir do conselho uma atitude, um novo olhar, e que cumpra o papel ao qual foi instituído, e não aquele que imaginamos, sonhamos, ou que atende somente as nossas necessidades, desta forma beneficiando somente o “eu”, quando na verdade ele atua para uma categoria profissional. Um conselho só é forte, inovador, ativo, quando percebemos que somos parte integrante do negócio, que em primeira instancia fazer cumprir a Lei e fiscalizar. Então, não adianta, às vezes, ficar questionando a atuação do conselho, se não formos primeiro registrado, para se ter o direito de votar, ser candidato – representar o conselho.

Vamos interagir com conselho. Acesse o sítio, faça pesquisa, leia artigos sobre o assunto, conheça o cenário dos conselhos – que é por exemplo, onde muitos registrados estão em situação de afastados, inadimplentes, com baixa temporário e ficam metendo “o pau” a todo momento. Resultado, ás vezes de brigas internas, com colegas, ou melhor disputa de poder. Acredito, que devemos fazer a nossa parte – primeiro se registrando no conselho da tua região, a qual você fez a tua formação superior, depois é claro pagar anualmente a mensalidade. Para dar um dado significativo, importante, na Instituição de Ensino a qual leciono, formou-se até o presente momento mais de 240 acadêmicos, todos com título de Bacharel em comunicação social – habilitação em Relações Públicas, desde 2001. Efetivamente, registrados no conrerprssc, que tenho conhecimento, não passa de 30 profissionais. Então são mais de 200 que por várias razões não efetivaram o seu registro seja eles pelo fator econômico, por não atuar na área, por estar em atuando em outra profissão, no exercício ilegal da profissão, entre tantas razões. Como pode ser forte um conselho com essa representatividade? Fica o desafio para pesquisas acadêmicas.


16 A vida é uma oportunidade de ousar e, sempre um desafio a vencer A comunicação permite repartir as conquistas Estimados Professores, Srs. Pais, Familiares, “caríssimos” formandos. Afilhados! A formatura é um momento inesquecível. Considerem a comunicação e seus meios como importantes recursos para LEMBRAR a realização de um sonho com IMPRESSÃO de vitória. Foi o que fiz horas antes. Assisti a minha formatura que aconteceu em 1986. Vocês não podem imaginar o quão FELIZ FIQUEI ao observar como a comunicação INFLUENCIA a moda, os hábitos, os costumes, e até a cerimônia de formatura. Sim! O sentido de beleza foi transformado porque a comunicação valoriza as suas criaturas. Aqui na Universidade do Vale do Itajaí, em setembro de 2005, estréie como Paraninfo das turmas de Comunicação Social, com habilitação em Publicidade e Propaganda e Relações Públicas. Ao aceitar o desafio, MINUTOS DEPOIS percebi a responsabilidade de falar sobre a comunicação social. Confesso que senti medo. É o mesmo compromisso que se faz no juramento. “Prometo exercer a profissão de publicitário e relações-públicas com responsabilidade social e ética”.Sim! É o que juramos. Imaginem: se não cumpríssemos isso? A comunicação social implica profunda relação com o cidadão. O que preferimos? Participar, Interagir, Manifestar opiniões ou a negligência que cala??? Unindo nossas forças (jornalistas, publicitários e relações-públicas) tornamos compreensível a política, a cultura, a economia e a educação. Essa força resulta no mérito. Como foi a campanha de combate ao câncer; o projeto de captação de recursos de pessoas físicas; a reportagem de denúncia de exploração de mão-de-obra infantil; o acontecimento do centenário da Bunge, o audiovisual que mostra a recuperação da mata atlântica... Participe, interaja e manifeste a sua opinião. Una-se a outras áreas. Dê mais força ao seu trabalho. Com este trabalho multidisciplinar é que mudamos atitudes, opiniões, uma marca e agregamos valor aos produtos e serviços. Amanhã, muitos de vocês atuarão como empresários e funcionários em organizações privadas, públicas e do terceiro setor. Espero eu que tenham competência para transformar as questões públicas e de interesse das organizações e do cidadão em possibilidades de construção de um mundo melhor para todos. A Comunicação Integrada Organizacional tem a responsabilidade socioambiental corporativa como premissas: - o aumento da qualidade de vida; - a valorização do ser humano; - o respeito ao meio ambiente; - a transparência das ações comerciais, tanto das empresas quanto dos indivíduos. Vocês, como gestores da comunicação, devem respeitar as visões econômica, legal, ética e filantrópica. É uma tarefa árdua. Mas, como agentes de mudança, devemos adotar a postura e conduta ética no fazer, socialmente, a comunicação. Mas como? Como fazer isso? Respeitando os objetivos e valores corporativos; dialogando com a comunidade; tornando as decisões participativas; incluindo todos os sujeitos no processo; preservando a imagem e a reputação empresarial; e contribuindo para melhorar a qualidade de vida do cidadão. A comunicação permite repartir as conquistas. Estou convencido disso – já que os movimentos sociais são capazes de se manifestar mudando o rumo – a cara do Brasil. Convido você para a ação. Tenho certeza de que cada um fará o que lhe cabe na tarefa de construir o futuro do país. Lembre-se que nunca estarão sozinhos. Procure-nos. A vida é uma oportunidade de ousar. Invente um mundo diferente. Participe, manifeste. Dê a sua opinião. Mas não esqueça da Ética. Obrigado!


17 Relações Públicas é destaque na comunicação corporativa O retrato e a mudança do perfil dos profissionais em comunicação corporativa O trabalho de Relações Públicas está em alta e o perfil do profissional atuante na área de comunicação corporativa apresenta mudanças. Pelo menos, esses são os indicativos de pesquisas realizadas pelo IBOPE Inteligência (2008) e pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje, 2006). Além disso, análise feita pela Associação Brasileira de Comunicação (Abracom, 2003) aponta para um pleno crescimento na comunicação corporativa. O otimismo no Brasil também pode ser notado com a divulgação de pesquisas sobre o segmento comunicação corporativa, marketing e relações públicas. Nos resultados apresentados pelo IBOPE Inteligência, pela Aberje e pela Abracom, os empresários assinalam como positivos itens relacionados a investimento, contratação de pessoal e reconhecimento estratégico da comunicação corporativa. Os investimentos das empresas na comunicação aumentaram 35,4%, comparando-se 2005 e 2006, enquanto na contratação de profissionais de comunicação o índice se eleva em 10%, comparando-se 2005 a 2004. Vale destacar que as empresas, segundo IBOPE, continuarão investindo principalmente em estratégias de crescimento, tais como exploração de mercados, desenvolvimento de produtos e serviços e canais de vendas. Para que tudo isso dê certo, sem dúvida, será necessário um investimento considerável na comunicação corporativa. Há também uma supremacia de RP na comunicação corporativa das empresas entrevistadas em 2007. Quanto às ferramentas de marketing e comunicação mais utilizadas, os eventos ficaram em primeiro lugar (72%), seguidos por meios de comunicação dirigida, como e-mail marketing ou mala-direta eletrônica (68%), e, em terceiro lugar, a assessoria de imprensa e Relações Públicas (46%). Na gestão da comunicação integrada de marketing, percebe-se que planejamento de eventos, políticas de comunicação dirigida, ações de intercâmbio com a imprensa, e relacionamento com os diversos públicos são os principais instrumentos da área de RP. Os entrevistados afirmam também que, em 2008, a comunicação dirigida fica em primeiro lugar (62%), eventos (55%) e assessoria de imprensa e RP (40%). As ferramentas menos utilizadas, em 2007, foram comunicação de massa (40%), promoções, (29%) e merchandising (17%). Talvez o fato de o RP estar em alta esteja diretamente relacionado à pesquisa da Aberje, assinalando um crescimento de 15,4% no número de profissionais de Relações Públicas em cargos estratégicos nas organizações, em 2005, e de 22% em 2007. Participaram “164 empresas que, juntas, faturaram no ano de 2006 cerca de US$ 360 bilhões ou 33,7% do PIB brasileiro”. A presença do profissional de Relações Públicas nas organizações tem a ver com a mudança do perfil dos profissionais na comunicação corporativa, pois as organizações entendem que a comunicação interna é estratégica, e assim acabam criando uma diretoria específica para a área. Outro ponto de destaque na pesquisa é que as diretorias de comunicação interna (53%) estão sob a responsabilidade da comunicação e relações públicas. Já em relação ao perfil dos profissionais, 76,2% são mulheres, embora os homens sejam maioria nos cargos de diretoria. Em relação à mudança de paradigma, as mulheres ocupam cargos de executivas em várias organizações, tendência que pode se acentuar no futuro. Essa mudança no mercado resulta, na verdade, na formação desses profissionais. O Curso de Relações Públicas, da Universidade do Vale do Itajaí, por exemplo, enfatiza planejamento estratégico, comunicação interna, comunicação institucional e comunicação mercadológica. Tanto que o Plano de Relações Públicas desenvolvido pelo acadêmico apresenta, em seus projetos, estratégias de comunicação dirigida, eventos, relacionamento com clientes, internet, pesquisa, assessoria e consultoria, responsabilidade sócio-ambiental, relacionamento com a mídia e fortalecimento da marca. Elas atendem à comunicação interna com boletim informativo, mural, intranet, email, sondagens de opinião, datas comemorativas, lançamentos de produtos, manual do funcionário, código de ética, mensagens institucionais, entre outros. De outra parte, as empresas constroem redes de relacionamentos (networking) e/ou one to one com seus stakeholders, com o objetivo de manter e ampliar seus resultados no cenário cada vez mais competitivo. Daí a importância de um profissional de comunicação social. Apesar de recursos escassos, o RP pode atuar de forma a interpretar, prever, controlar e mensurar a comunicação, pois o consumidor também passa por diversas mudanças. Ele tem hoje uma atitude pró-ativa e busca informações não apenas sobre produtos e serviços. Não se preocupa somente com o que consome, mas sim com a postura ética de seus executivos, funcionários, acionistas, fornecedores, parceiros, beneficiários e terceirizados.


18 Agora tudo é evento Eventos aproximam, dão visibilidade, vendem, socializam, promovem, ajudam - organizações e as pessoas no seu dia-a-dia Desde 1986, quando me formei em Comunicação Social com habilitação em Relações Públicas, tenho ouvido falar sobre a importância dos eventos. Olha, naquele tempo poucos falavam ou atuavam na área de eventos. Hoje, ficou tão amplo esse espaço, que muitas pessoas, organizações privadas, públicas ou da sociedade civil organizada promovem quase que diariamente um evento. Mas o que é evento? Evento é um acontecimento, um fato – e o que vou tratar aqui são eventos criados, a partir de um planejamento, mesmo que seja até um simples rabisco onde se apresenta objetivo, metas, estratégias, investimento, formas de controle e de avaliação. Não vou falar de eventos do tipo catástrofe, escândalos – gerados pela natureza ou pela ação do homem, ou até mesmo de equipamentos tecnológicos. Pretendo falar de eventos, que podem talvez ser considerados simples, como por exemplo, o nascimento do primogênito, o casamento do filho mais moço, a inauguração de uma nova filial, o lançamento de um produto, a comemoração de 5 anos de inauguração da empresa, a vitória do time no campeonato municipal, a rifa para captar recursos para associação de moradores do bairro, a festa junina de Pernambuco, a festa rave da galera, o lançamento do DVD de Pedro Henrique e João Henrique, o novo site da confeitaria Doces Anita, entre outros. Ou até os mais conhecidos, como o Natal em família, o Reveion em Balneário Camboriú, o carnaval em Porto Alegre, a Páscoa em Antônio Prado, 7 de setembro em Brasília, entre outros, que fazem parte do calendário tradicional de eventos. E, agora como Eventos se transformou em uma ação estratégica de celebridades, empresas, políticos, empresários, artistas, ou seja todos querem um certa visilibidade entre os seus públicos, que não mais só a “velha” mídia – rádio, TV, Jornal. Hoje muitas são as medias que passam a ser utilizadas por organizadores de eventos, até porque quem organiza eventos hoje são publicitários, jornalistas, relações-públicas, marqueteiros, cerimonialistas, DJs, turismologos, celebridades, promoters, e tantos outros profissionais que com talento e competência mostram os seus resultados em tudo o que fazem. O território para eventos ficou pequeno, diante do calendário anual de eventos, onde no mesmo tempo e espaço acontece diariamente vários eventos, de caráter singular ou ate de múltiplas escolhas. Hoje um evento mistura tudo, musica, jogos, saúde, beleza, esporte, decoração, socialização de informações, lazer, alimentação, e tudo o que você pode imaginar. Foi-se o tempo onde a avo, a mãe, a madrinha, o padre, a vizinha, a responsável pela organização pensava, organiza o evento. Hoje, o ritual de passagem por exemplo, a formatura, e comercializada por um empresa privada, dois anos antes da formatura, onde o futuro formando começa pagar um carne, vende rifas, promove festas tudo para arrecadar dinheiro para pagar a sua formatura. Lembro, que no passado, a própria Universidade fornecia aos formandos os recursos mínimos necessários para a solenidade de formatura,. Mas, hoje, a busca de ser a melhor, a diferente, a inovadora, faz com que se busque no mercado uma empresa especializada em formatura, que vai pensar em tudo – nos convites, nas fotografias, no DVD, no ambiente, na decoração, na musica, nas redes sociais - enfim, planejar, pesquisar, organizar e vender o seu produto e serviço – a formatura, o evento, o acontecimento: a colação de grau.


19 Então, a festa em que a nona preparava tudo, os doces, organizava a mesa, escolhia a musica, dizia quem seria convidado, e em torno do bolo fazia a homenagem, hoje ficou sob a responsabilidade de um organizador do evento, que pensa em estratégias e ações que possam fazer do evento – aniversário, um acontecimento inesquecível para todos, e ao mesmo tempo também inesperado em sua prática, que pode provocar no aniversariante e convidados, um momento de alegria, descontração e até participação no processo dialógico. O mercado, hoje pede profissionais que saibam fazer um diferencial na hora de organizar um evento, não importa a dimensão, pode ser o lançamento de uma marca, a promoção de um serviço, a comemoração de uma data festiva, a campanha educativa ou de arrecadação de recursos, a comercialização de um novo produto, a ação social - tudo é evento. E para ser um evento comentado, procurado, almejado e desejado, precisa de ações de comunicação, desde o tradicional o convite impresso ou online, o banner, o outdoor, o flayer, o spot, a campanha institucional, o anúncio institucional, email marketing, o cartaz, a camiseta, o brinde, a promoção, a mala direta, o telemarketing, o Orkut, o twitter..... Será, então que eventos é um modismo? Ou será uma tendência que as organizações e as pessoas encontraram para fazer do seu acontecimento uma media de sucesso em público, divulgação boca a boca, em prestigio da marca, em envolvimento em campanhas sociais, na comercialização de produtos e serviços, na conquista da simpatia pela empresa, na formação de uma opinião pública favorável, no estreitamento dos relacionamentos, na divulgação nas medias, na conquista de novos públicos, na visibilidade que gera uma imagem positiva, ou no simples fato de fazer parte da vida de milhões de brasileiros. O certo é que tudo agora é evento. Eventos acontecem a cada minuto, e previamente já marcados no calendário, muitos tentam conquistar o público de forma inovadora, com qualidade na prestação de serviços e em seus produtos comercializados. Evento, de certa forma envolve um baixo custo, se considerarmos o seu efeito junto ao público-alvo, e talvez por isso tenha se tornado uma tendência – em função também da queda da propaganda. Evento, traz audiência, e cada vez mais os veículos de comunicação promovem, apóiam, organizam eventos, pois o seu público-alvo esta presente no evento, ou ouvindo, vendo e lendo no dia seguinte. Evento, é um gerador de emprego direto e indireto, que proporciona de imediato um resultado financeiro, seja para quem organiza, expõe, comercializa, para quem trabalha na execução, para quem vende espaços nas medias – a economia gera uma riqueza com a realização de eventos, e com certeza move uma indústria do lazer – como exemplo: Copa do Mundo, onde grandes patrocinadores investem alto, para chegar e se fixar na mente do seu público consumidor. Evento sempre será uma forma de relacionamento. Diante de tantas redes de relacionamento mediáticas, o evento promove o face a face, o aperto de mão, o olhar profundo, a conversa que rola, a foto que marca, a música que toca e todos cantam, o aplauso que provoca emoções. Evento é estar presente – compartilhar. Evento, é fazer parte da vida do outro, é estar no mundo das coisas, e viver o mundo da vida. Agora, e sempre Evento..


20 Qual o assunto devo pesquisar? Tenho dificuldade em escolher um tema

Todo o dia, por e-mail ou pessoalmente, sou procurado em especial por alunos do curso de Comunicação Social – habilitação em Relações Públicas, da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), que me trazem suas grandes dúvidas e/ou têm uma vaga idéia sobre o que pesquisar. Qual deve ser o meu assunto? O que é inédito hoje? Perguntas recorrentes para professores e alunos, em função de tudo o que já foi publicado, seja impresso ou on-line, e apresentado em congressos, seminários, encontros da área de conhecimento. Talvez essa falta de clareza sobre o que pesquisar pode estar relacionada a vários fatores, entre eles: falta de leitura, falta de pesquisa bibliográfica, a falta de conhecimento sobre pesquisas já realizadas, ou até mesmo o não pensar, refletir sobre o assunto – que se tornaria mais confortável, caso fosse definido pelo futuro professor orientador, ou por mestre do curso. Talvez devêssemos levar os alunos à iniciação científica já nas primeiras disciplinas do curso, quando o iniciante, a partir de questionamentos básicos, levanta suas dúvidas, questões problemas, hipóteses, faz pesquisa bibliográfica – e coloca no papel o que pesquisar. Para que será útil a minha pesquisa? Como vou pesquisar? A quem interessa o resultado da pesquisa? Quais são os temas mais atuais a serem pesquisados? Que resultados eu já conheço do que pretendo investigar? É preciso “inventar a roda” ou inovar ao fazer a pesquisa? Outros itens podem ser norteadores na escolha do tema. O que já é domínio público? O que ainda precisa ser comprovado? Que fenômenos precisam ser mais bem compreendidos? Aí, a dificuldade se apresenta, pois temos muita informação, dados de pesquisas, entrevistas, relatório de pesquisa, artigos, resenhas, livros, cases, enfim, assuntos talvez já exaustivamente debatidos e esgotados no contexto da comunicação organizacional e de relações públicas. E assim surgem os dilemas. O que pesquisar? O que é diferente na atual conjuntura da comunicação organizacional no mundo ou no Brasil? Como ser original na escolha do tema? Qual será o objeto de estudo? Qual a contribuição para conhecimento da área pesquisada? Alguns cenários sinalizam para várias possibilidades, como por exemplo: quais são as linhas de pesquisa1 do curso e seus objetivos? O que eu conheço sobre a área a ser investigada? Qual o meu grau de conhecimento e domínio sobre o assunto? O que já foi dito e pesquisado? O que foi publicado? Que outras pesquisas já foram feitas e apontam para novos estudos sobre o tema? Qual o retrato da pesquisa sobre comunicação organizacional e relações públicas nos programas lato e stricto senso? Quais fatores marcaram o ensino, a pesquisa e a extensão na área de conhecimento e ou áreas afins? O que está acontecendo ou acontecerá nos próximos anos nos cenários mundial, nacional, estadual ou local? Onde eu pretendo trabalhar? Qual será a minha trajetória de vida acadêmica enquanto pesquisador? Poderíamos listar várias razões, para se iniciar uma pesquisa sobre o que fazer, qual assunto pesquisar. 1

O Grupo de Pesquisa Redes de Comunicação (GPRC) do Curso de Comunicação Social - Relações Públicas da Univali foi reconhecido em 2003 e tem como área de concentração: comunicação organizacional e relações públicas. São nove linhas de pesquisa: Processo e gestão da comunicação organizacional; Teoria, história e identidade das relações públicas em Santa Catarina; Ensino das relações públicas em Santa Catarina; Cultura organizacional, identidade, imagem e reputação; Eventos organizacionais; Comunicação comunitária, terceiro setor e responsabilidade social; Comunicação política, pública e governamental; Comunicação mediática e inovações tecnológicas nas organizações e Gestão de relacionamento, opinião pública e públicos nas organizações.


21 E, aí cabe uma criteriosa seleção das informações. Podemos iniciar, então, por uma pesquisa bibliográfica, simples, do tipo: quais são os livros, sites pesquisados ou materiais disponíveis em minha casa, na biblioteca da Univali, nas livrarias – isso já pode, a princípio, na primeira pesquisa, indicar algumas demandas necessárias no que diz respeito à viabilidade técnica da pesquisa e se tenho ou não material disponível para a pesquisa. Assim poderei identificar objetos de estudos novos, ou aqueles a serem novamente questionados em âmbito local ou estadual, por exemplo. Os questionamentos dos alunos sem uma clareza e dispersos levaram-me a pesquisar, primeiramente, sobre o que está sendo produzido na Univali, em especial no curso de Relações Públicas, na disciplina por mim lecionada, de Monografia – modalidade artigo científico. Essa pesquisa permitirá encaminhar futuramente um projeto de pesquisa sobre o assunto e gerar um artigo científico que trará algo de novo e de interesse para as organizações envolvidas. Ao buscar o banco de dados organizado por mim, dos 56 trabalhos apresentados e aprovados em banca pública, propus, a partir de um olhar rápido sobre os títulos, identificar e descrever os assuntos, temas abordados de forma qualitativa e não quantitivamente, nesse primeiro momento. Isso posto, já se pode demonstrar aos alunos que uma pesquisa bibliográfica, documental, pode ser objeto de estudo, e ser original em conteúdo e enfoque, na Univali, no curso, em Santa Catarina e no Brasil. Assim, acredita-se que ao apresentar o resultado da pesquisa sobre os temas já escolhidos e investigados no curso de Relações Públicas da Univali, de uma forma abrangente se possa a partir dos títulos proporcionar aos alunos uma visão geral e subsídios quando da escolha do seu tema/assunto. Tema ou assunto, que a princípio deverá ser amplo no projeto, mas delimitado, para depois identificar o objeto de estudo que será o elemento norteador da pesquisa acadêmica. Assim sendo, quais foram, de uma forma geral, os assuntos já pesquisados pelos alunos, e devidamente, comprovados? Destacam-se que muitos temas estão imbricados nas pesquisas, não são fatores isolados. Administração da comunicação, Assessoria de imprensa, Avaliação da comunicação, Clima organizacional, Comunicação administrativa, Comunicação e moda, Comunicação governamental, Comunicação institucional, Comunicação integrada, Comunicação interna, Comunicação mercadológica, Comunicação social, Comunicação virtual, Crise em comunicação, Cultura organizacional, Empreendedorismo em relações públicas, Endomarketing, Estratégias de comunicação, Ética, Eventos, Identidade, Imagem, Inclusão digital, Inclusão social, Indústria cultural, Internet, Liderança, Marketing, Motivação, Mudança organizacional, Organizações [privadas, públicas e da sociedade civil], Okurt, Pesquisa em relações públicas, Públicos em relações públicas, Relacionamento com os públicos, Relações públicas educacionais, Relações públicas, Relações públicas comunitárias, Reputação, Responsabilidade social e Responsabilidade socioambiental. Espera-se que apresentação desses assuntos possa suscitar nos acadêmicos uma preocupação quanto ao fazer pesquisa, já no início da proposta que a escolha do assunto a ser investigado.


22 Dez anos de Relações Públicas na Univali

O surgimento das primeiras escolas de Comunicação no Brasil ocorreu no final da década de 1940, em São Paulo, e o primeiro currículo mínimo de Comunicação no Brasil foi implantado em 1962, quando só existia a habilitação de Jornalismo. O curso de Comunicação Social, com habilitação em Relações Públicas, da Universidade do Vale do Itajaí, Campus Itajaí, foi implantado em agosto de 1997, sendo o pioneiro no Estado de Santa Catarina. Os dez anos percorridos pelo curso de Relações Públicas, com seu reconhecimento em 2002, apontam para um o ensino de qualidade, baseado na proposta pedagógica de formar cidadãos com habilidades e competências, de forma que possam observar, perceber, refletir e expressar as políticas de comunicação organizacional e de relações públicas, que tem o desafio técnico, ético e estético. Para atender às necessidades e demandas do aluno do curso de Relações Públicas, a Univali buscou a formação de seus professores com graduação na área de comunicação, oferece laboratórios de ensino e aprendizagem profissional, e procura inserir o aluno na comunidade por meio de ações educativas de Relações Públicas comunitárias, bem como iniciar o aluno na pesquisa científica, por meio de projetos de pesquisa, elaboração de artigos científicos e na expressão da socialização dos resultados das pesquisas junto à comunidade acadêmica e geral. Dessa forma, o curso de Relações Públicas atua no ensino, na extensão e na pesquisa, formando gestores da comunicação organizacional e de relações públicas, fundamentados na teoria e na prática estabelecida no convívio em sala de aula e no mercado. Para marcar os dez anos do curso de Relações Públicas da Univali, foi programada a 3ª Semana de Relações Públicas, que acontecerá no período de 28 a 30 de agosto, no campus Itajaí. A programação conta com profissionais de comunicação que atuam em organizações no Estado de Santa Catarina, onde serão apresentados e debatidos temas contemporâneos da comunicação empresarial. Comemore com a gente. Participe! Informações: www.univali.br/rp


23 SÔNIA BANDEIRA (1965-1999): a relações-públicas estrela guia na Univali

A trajetória de vida da relações-públicas e professora universitária Sônia Regina Cardoso Villela Bandeira, vivenciada no período entre 1996 e 1999, na Universidade do Vale do Itajaí, foi marcada pela sua ética, eficácia, audácia, criatividade, coragem, e determinação na implantação do Curso de Comunicação Social com habilitação em Relações Públicas. Sônia contribuiu muito para a sociedade e a comunidade acadêmica do Vale do Itajaí, especialmente, ao balizar na vida de acadêmicos, professores, amigos e empresários, o sentido de que superar desafios e alcançar objetivos é possível. Sônia Regina Cardoso Villela, filha única de Moacir Villela e Geni Cardoso Villela, nasceu em 4 de fevereiro de 1965, na cidade de Pedro Osório, situada à margem direita do Rio Piratini, região sul do Rio Grande do Sul. Sônia passou a infância e a adolescência nesse município, onde freqüentou o Ensino Fundamental e o Ensino Médio no colégio Nossa Senhora das Graças. Paralelamente aos estudos, trabalhou com o pai, na empresa Rainha Transportadora. Após concluir o Ensino Médio, mudou-se para Pelotas, cidade gaúcha distante 46 quilômetros de Pedro Osório. Com 19 anos, Sônia passou a dividir um apartamento, no primeiro andar, com outras quatro estudantes. Eventualmente, amigas e ela, freqüentavam o bar defronte ao prédio. Namoro. Em 1988, Sônia conheceu Clândio Bandeira, freqüentador assíduo do bar. Após vários encontros, começaram a namorar. Faculdade. Sônia freqüentou o curso de Biologia, depois Tecnólogo – e ainda Secretariado Bilíngüe; não concluindo nenhum. Ingressou no curso de Comunicação Social, habilitação em Relações Públicas na Universidade Católica de Pelotas – UCPEL, em 1990. Casamento. No mesmo ano, Sônia e Clândio casaram-se na Associação dos Funcionários da Universidade Católica de Pelotas, e Sônia Villela passou a se chamar Sônia Regina Villela Nova Cruz Bandeira. Nessa época, ambos trabalhavam na Universidade Católica de Pelotas – UCPEL. Filha. Em 1992, nasceu em Pelotas a primeira e única filha do casal: Marina Villela Nova Cruz Bandeira. Na opinião do marido, Sônia sempre foi uma mãe carinhosa e dedicada à família. Cuidava das tarefas de casa, apoiada por uma empregada e uma babá, Sônia continuou na UCPEL. Clândio destacou uma vida social calma, com poucos bailes e festas. Ela realmente gostava de passeios ecológicos e viagens. Nas horas vagas, lia e estudava. Seu hobby era o trabalho. Formação. Em 1993, graduou-se em Bacharel em Comunicação Social – habilitação Relações Públicas, pela UCPEL, com o registro nº 1531 no Conselho Regional de Relações Públicas – CONRERP/RS-SC – 4ª região (Rio Grande do Sul e Santa Catarina). No período de 1993 a 1994, concluiu a primeira especialização em Multimeios Educativos na UCPEL. Ainda em 1997, pela Universidade Regional de Blumenau, terminou a especialização em Turismo e Hotelaria. Santa Catarina. Sônia e Clândio vieram para Blumenau, em 1994, para participar de um Congresso. Na cidade, ela encontrou uma amiga de infância, casada com o gerente de um banco de Blumenau. Após as apresentações, o gerente falou que um amigo empresário precisava de um profissional de jornalismo para atuar em Assessoria de Imprensa. Após duas semanas de tratativas, Sônia e Clândio mudaram-se para Blumenau.


24 Univali. Em 1996, a professora Sônia tomou a iniciativa de prestar assessoria na Universidade do Vale do Itajaí – Univali, bem como lecionar no curso de Jornalismo. Por intermédio dos professores Ediene do Amaral Ferreira (colega na UCPEL e atual coordenadora do curso de Comunicação Social - Relações Públicas), Alcina Maria de Lara Cardoso e Alberto César Russi tomou conhecimento do projeto de implantação do curso de Comunicação Social, habilitação em Relações Públicas. Decidiu, então, participar ativamente do processo. Curso de Relações Públicas. O primeiro curso de Comunicação Social com habilitação em Relações Públicas do Estado de Santa Catarina foi oferecido a partir de julho de 1997, na Univali, Campus I – na cidade de Itajaí. Teve reconhecimento em 18 de junho de 2002, e a primeira turma do Estado formou-se em 21 de dezembro de 2001. Sônia na AGERP – Agência Experimental de Relações Públicas. Durante a trajetória da professora Sônia Bandeira no curso de Comunicação Social, ocorreram fatos marcantes. Nesse período, ela planejou, organizou, coordenou, executou e avaliou várias atividades de Relações Públicas. Entre elas, destaca-se a criação e implantação no curso de Relações Públicas da Agência Experimental de Relações Públicas – AGERP, no dia 28 de outubro de 1998, em conjunto com a professora Ediene do Amaral Ferreira. Coordenação da AGERP. A professora Sônia planejou e coordenou vários eventos, tais como: lançamentos de livros, palestras, programas de integração entre os veteranos e calouros dos cursos de Comunicação Social, envio de mensagens institucionais, homenagens em datas comemorativas, cerimonial e protocolo etc. Destacaram-se as publicações do Informativo bimestral da Agência Experimental de Relações Públicas – AGERPINHO, e o Fascículo de Relações Públicas, publicação mensal, ambos com tiragem de 600 exemplares, dirigidos aos alunos de Comunicação Social da Univali. Eventos. Por ocasião do III Fórum Ibero-Americano, organizado pelo Conselho Regional de Relações Públicas, 4ª região, 24 a 27 de outubro de 1999, em Porto Alegre, a professora Ediene (representando a Professora Sônia que, por motivos de saúde, não pode comparecer) apresentou o trabalho elaborado pelas professoras Sônia e Ediene, que tratava da importância de uma Agência Experimental de Relações Públicas no curso na Univali. Uninvento. No curso de Jornalismo, na disciplina Planejamento em Comunicação, Sônia idealizou e coordenou as quatro edições do evento Uninvento, festival de premiação de trabalhos acadêmicos do curso de Comunicação Social. Publicações. Em relação à produção de publicações, a professora Sônia foi a idealizadora e responsável pelas duas edições da revista-laboratório Talentos da Comunicação, em 1997, produzidas pelos acadêmicos do 4º período de Jornalismo, na disciplina Planejamento em Comunicação. Contém um resumo dos Projetos Experimentais (TCCs) realizados pelos alunos no 9º período do curso de Comunicação Social – habilitação em Jornalismo. Prêmio Opinião Pública. Entre os vários prêmios que a professora Sônia Regina Vilella Nova Cruz Bandeira recebeu, figura o Prêmio Opinião Pública – POP, criado em 1980 pelo Conselho Regional de Profissionais de Relações Públicas; 2ª Regional – São Paulo-Paraná, conquistado em 1997, com o trabalho Comunicação Integrada na Universidade de Blumenau – FURB.


25 Ensino. A professora Sônia Bandeira no curso de Comunicação Social – habilitação em Jornalismo, lecionou no quarto período a disciplina Planejamento de Comunicação. No curso de Relações Públicas, as disciplinas Fundamentos em Relações Públicas, Planejamento em Relações Públicas, Redação em Relações Públicas, entre outras. Na opinião de alunos e professores Sônia era uma pessoa dinâmica, tanto na vida pessoal quanto profissional. Era exigente e estimulava os alunos a se apaixonarem pela atividade e profissão de Relações Públicas. Criou projetos inovadores, que permanecem até os dias atuais nas instituições de ensino FURB e Univali. Perfil. Sônia prezava pela ética profissional e demonstrava espírito de liderança, que contagiava os alunos. Era metódica e peculiar na maneira de trabalhar, planejava e executava tudo com perfeição, constituindo-se uma relações-públicas guerreira em Santa Catarina, também pela sua luta contra a doença. A doença. Ao realizar o exame de mamografia de rotina, em 1995, foi detectado um nódulo no seio esquerdo. Inicialmente diagnosticado como displasia mamária, o tratamento que Sônia recebeu não apresentou melhoras. Tempos depois, ao refazer o exame, veio então a confirmação: câncer. Mulher aguerrida. Sônia lutou e procurou outros médicos especialistas em São Paulo, no Rio Grande do Sul e no Paraná, fazendo vários tratamentos com radio e quimioterapia. Para conter o avanço do câncer, foi realizada uma mastectomia. No entanto, novos exames constataram um nódulo também no pulmão. Durante o período do tratamento, os nódulos surgiam e desapareciam. Houve, então, a necessidade de um transplante de medula óssea. Após o transplante, o câncer afetou os ossos. Mesmo doente não deixou de trabalhar e acompanhar as atividades desenvolvidas na Agência Experimental de Relações Públicas da Univali. Morte. Sônia Bandeira, morreu no dia 18 de dezembro de 1999, com 34 anos. Homenagem. Em 13 de novembro de 2000, Sônia recebeu uma homenagem póstuma sob a responsabilidade do professor João Carissimi, coordenador da Agência Experimental de Relações Públicas – AGERP, e a coordenadora do curso, professora Alcina de Lara Cardoso. A solenidade contou com a participação de alunos, professores, estagiários, familiares e autoridades. Na ocasião, rebatizaram a AGERP para “Agência Experimental de Relações Públicas Sônia Bandeira – AGERPSB” e inauguraram a galeria de fotos dos ex-coordenadores.


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Relações Públicas, perspectivas e desafios

O curso de Relações Públicas da Univali foi pioneiro em Santa Catarina e desde 1997 forma profissionais em comunicação organizacional, conscientes das perspectivas de mercado do Brasil e, em especial, de Santa Catarina. Nesse sentido, lança sempre aos seus acadêmicos o desafio do exercício das funções do profissional de Relações Públicas: planejar, pesquisar, organizar, executar e avaliar a comunicação de organizações privadas, governamentais e da sociedade civil. O cenário promissor do profissional de Relações Públicas é reconhecido pelas inúmeras pesquisas que destacam a profissão, tanto local como nacionalmente. Isso também pode ser comprovado pelos egressos do curso de Relações Públicas da Univali que atuam em organizações de pequeno, médio e grande portes. Esses profissionais destacam-se por atuarem em áreas estratégicas das organizações, seja na administração direta, na comunicação institucional ou interna, na gestão de pessoas, no sistema de informação, no relacionamento com stakeholders, eventos estratégicos, na responsabilidade social, no marketing, entre outros setores. O curso de Relações Públicas na perspectivas de formar cidadãos – agentes de mudanças, por meio da pesquisa, extensão e ensino, faz com que o acadêmico tenha ao longo da sua formação desafios no ensino aprendizagem, que traduzem sua prática no mercado. Diante disso, o profissional de relações públicas formado pela Univali está certo de que ao atuar no cenário competitivo, onde organizações fazem uso de tecnologias de informação e conhecimento, podem, a partir de objetivos, metas e estratégias traçadas, alcançar o sucesso organizacional. Perspectivas e desafios, para você, acadêmico de Relações Públicas, o curso proporciona. Ao obter o título de Bacharel em Comunicação Social – habilitação em Relações Públicas, temos a certeza de que você estará preparado para ingressar no mercado de trabalho de forma competitiva.


27 O Gestor de Comunicação Organizacional atua e muda o cenário

Não faz muito tempo que organizações privadas, públicas ou da sociedade civil organizada, atuavam em um espaço de irresponsabilidade social, impunemente, agrediam o meio ambiente, ofertavam produtos e serviços duvidosos, desrespeitavam os direitos dos seus funcionários, exploravam seus fornecedores, improvisavam acordos ilícitos com órgãos públicos; tudo faziam sem dar uma satisfação à sociedade. No contexto atual, os direitos humanos, a responsabilidade sócio-ambiental, as redes de relacionamento, o código de defesa do consumidor, os canais de comunicação de mão dupla, a justiça social, a educação, e o conceito de ética – tem demonstrado que o cidadão está atento as ações que envolvem políticos, celebridades, empresários, diretores, coordenadores e líderes de opinião. O público agente de mudança, fiscalizador e denunciador, promovem no cenário cada vez mais competitivo um efeito cascata – onde todos perante o cidadão são julgados, absolvidos ou condenados. E isso, muda tudo. Nesse sentido o Gestor de Comunicação Organizacional [relações-públicas] atua e muda esse cenário. Assim fazem pesquisas de comunicação e de marketing; prestam assessoria e consultoria; fazem análise de swot; elaboram os norteadores estratégicos, definem conceitos e políticas de comunicação/marketing, analisam e mensuram investimentos em comunicação, buscam estreitar o relacionamento da organização com seus públicos stakeholders; estudam e prevem fenômenos organizacionais, com objetivo de amenizar possíveis crises; elaboram planos, programas e projetos em Comunicação/Marketing com objetivos e metas; entre outras ações. Assim, buscam a sobrevivências das organizações – sempre pautado pela ética e responsabilidade sócio-ambiental [sustentabilidade] com transparência e participação dos públicos de interesse. Diante disso, o profissional de Relações Públicas ao refletir e praticar os processos de comunicação, numa visão participativa, promovem o dialogo entre a organização se seus públicos, com uso de tecnologias de informação e conhecimento, consecutivamente com ética e responsabilidade. Usa estratégias de comunicação sempre preocupado e atento ao olhar do cidadão. Esta é a base de sustentabilidade das organizações.


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Doze anos de Relações Públicas na Univali

O surgimento das primeiras escolas de Comunicação no Brasil ocorreu no final da década de 1940, em São Paulo, e o primeiro currículo mínimo de Comunicação Social no Brasil foi executado em 1962, quando só existia a habilitação de Jornalismo. O primeiro curso em Jornalismo foi introduzido 1979 pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, já o curso de publicidade e propaganda foi estabelecido em 1991 na Universidade Regional de Blumenau (FURB). O curso de Comunicação Social, com habilitação em Relações Públicas, da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI), Campus Itajaí, foi implantado em agosto de 1997, sendo o pioneiro no Estado de Santa Catarina. Os doze anos percorridos pelo curso de Relações Públicas da Univali, com seu reconhecimento em 2002 e 2007, apontam para um o ensino de qualidade, baseado na proposta pedagógica de formar relações-públicas com habilidades e competências, que possam observar, perceber, refletir e expressar as políticas de comunicação organizacional e de relações públicas, que tem o desafio técnico, ético e estético. Nesses 12 anos, destaca-se a proposta pedagógica de formar cidadãos humanistas e críticos, a formação de seus professores com graduação na área de comunicação – com habilitação em Relações Públicas, laboratórios de ensino e aprendizagem profissional e o reconhecimento dos mais 250 egressos, formados pelo curso já atuando nos mercados local, regional, estadual, federal, bem como no cenário internacional. Outra concepção do curso de Relações Públicas é a forte atuação junto à comunidade, que vai do planejamento à execução de ações de extensão, essas baseadas na teoria das Relações Públicas Comunitárias/Comunidade que, na prática, promovem a transformação do cidadão em um novo pensar e agir sobre o seu contexto socioeconômico e cultural. Ainda, a pesquisa se faz presente ao longo da trajetória do acadêmico, por meio de projetos de pesquisa, como por exemplo, Artigo 170, e na disciplina monografia – modalidade artigo científico, que tem como objeto de estudo a organização e seus públicos. A iniciação científica é expressa por meio da socialização dos trabalhos em eventos científicos e publicações que apresentam os resultados das pesquisas junto à comunidade acadêmica e geral. Dessa forma, o curso de Relações Públicas atua no ensino, na extensão e na pesquisa, formando gestores da comunicação organizacional e de relações públicas, fundamentados na teoria e na prática estabelecida no convívio em sala de aula e no mercado. O planejamento estratégico de comunicação organizacional e relações públicas inicia a partir da pesquisa – o diagnóstico organizacional. Depois é organizado em programas e projetos. Para a sua execução definiram-se sempre objetivos, metas, cronograma, orçamento e controles de avaliação e mensuração. Desta forma o acadêmico presta uma assessoria junto a organizações privadas, públicas e/ou da sociedade civil organizada (Terceiro Setor), quando realiza o seu estágio na disciplina Projeto Experimental. João Carissimi relações-públicas, Conrerprs n. 969


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