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ENSINO FUNDAMENTAL
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S O H N I M A C VIDA E D
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Índice
ETAPAS UNIDADES
ROTA
Partimos da realidade CI
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Buscando a Deus Pág. 6
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Perguntamos sobre o desejo de Deus que o homem expressa através da religião. Descobriremos assim o vínculo que une a religião cristã com outras crenças e a atitude fraternal que devemos mostrar em relação a elas.
O coração humano nunca deixa de procurar uma realidade que a transcende e que sustenta a sua existência. CS
Consideremos agora a sabedoria e a bondade de Deus: como foi preparando o homem para a vinda de Jesus Cristo e como quis que a sua Palavra fosse preservada e transmitida a todas as gerações.
A interiorização pessoal de uma tradição e uma cultura torna possível o nosso próprio desenvolvimento e amadurecimento como membros de uma comunidade. CL
Nós, cristãos, cremos que em Jesus se cumpre a promessa de um Salvador. Mas realmente conhecemos a sua vida e a sua mensagem? Ele foi algo mais que um homem extraordinário?
A necessidade de mediação na melhora pessoal e social. CL
Jesus nos revelou a identidade de Deus. Aprofundaremos neste primeiro mistério da fé: Deus não é solidão, mas comunhão. Descobriremos que esta Revelação mostra algo essencial sobre nós mesmos.
O mais radical da pessoa é a sua capacidade de acolher os outros e dar-se a si mesma. CL
Explicaremos que a Igreja tem sua origem na Trindade: nasce do coração de Deus Pai, é instituída por Jesus Cristo e manifestada pelo Espírito Santo. Meditaremos sobre o espírito da família dos filhos de Deus, descrito nas Bem-Aventuranças.
A pessoa humana somente encontra uma vida plena na convivência com os outros. CS
Refletimos sobre a pessoa humana – corpo e alma – e a complementaridade entre o homem e a mulher, iguais em dignidade. Notaremos que Cristo, Deus e homem, ensina-nos a ser plenamente humanos.
A pessoa humana tem uma dignidade absoluta. CS
Aprofundamos no exemplo de Jesus, modelo de vida. Observaremos que o cristianismo não pode ser reduzido a uma moral. O cristão não se contenta em ser "bom".
O ser humano tem a capacidade de sair de si mesmo e, portanto, de se superar e voar mais alto.
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Deus nos fala como um amigo
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Pág. 24
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Deus tem um rosto Pág. 40
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Deus não está sozinho Pág. 54
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Um lar para todos Pág. 70
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Criados para amar Pág. 84
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A arte de viver
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Pág. 98
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Saber amar Pág. 114
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Proteger um tesouro Pág. 128
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Analisamos a afetividade e a sexualidade como partes integrantes da vocação ao amor. Notaremos que o ser humano atinge sua plenitude na entrega pessoal, e que a prática da castidade é possível e cheia de alegria.
O amor humano, que abraça o corpo e a alma, atinge sua máxima expressão na entrega plena do homem e da mulher. CS
Refletimos sobre os dramas atuais em torno do direito à vida. Tudo o que foi estudado até agora nos permitirá entender por que a vida humana é inviolável e requer um cuidado ativo.
Qualquer vida humana tem um valor sagrado que não depende de nenhuma circunstância, nenhuma condição.
ETAPAS As razões da fé
À luz da Palavra CL
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Discípulos e missionários
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AT. Jeremias profetiza a libertação da tirania de falsos ídolos. NT. Quem busca a verdade com sinceridade não está longe do Reino de Deus.
1. Além daquilo que vemos 2. As religiões monoteístas
AT. O povo de Israel ouve emocionado a Lei do Senhor. NT. Os Apóstolos dão testemunho da verdade e anunciam o Evangelho.
1. Um convite muito especial CL 2. Uma mensagem de voz e texto CL CS 3. Um livro da parte de Deus CD CL CC
AT. Deus revela seu nome a Moisés. NT. Jesus questiona seus discípulos: “E vocês, quem dizem que eu sou?”
1. Conhecemos a vida de Jesus? 2. Jesus Cristo, verdadeiro Deus 3. Jesus, verdadeiro homem
CL
Um exemplo a seguir Sharon Lee Giganti Agora você A hora do compromisso. Por que me crismo? CA Um exemplo a seguir São Filipe de Jesus Agora você Deixe Deus falar ao seu coração. Como ler a Bíblia? CA
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CD CS CL CC
CT
Um exemplo a seguir Santa Narcisa de Jesus CS Agora você Viver a vida de Cristo. O ano litúrgico.
CD
CA
CC
AT. Deus sai ao encontro de Isaías. NT. O batismo de Jesus.
1. Deus se dá a conhecer CS CL 2. Um Deus próximo CC 3. Deus é Amor 4. A Trindade na vida cristã CL
Um exemplo a seguir Santa Isabel da Trindade Agora você Linha direta com Deus: oração mental.
AT. O Senhor convoca seu povo para fazer com Ele uma aliança eterna. NT. Jesus envia os Apóstolos para pregar o Evangelho e batizar.
1. Jesus inicia sua vida pública 2. Um novo estilo de vida CS 3. O Reino de Deus e a Igreja C
Um exemplo a seguir Santa Catarina de Sena CD CS Agora você Sete presentes para o dia da sua Confirmação. Devoção ao Espírito Santo. CD CC
CL
1. À imagem e semelhança de Deus CS 2. Cristo, plenitude da humanidade CL
Um exemplo a seguir Mário Saint Francis CS Agora você Viajando à nossa intimidade. Cultivar a inteligência emocional. CA
AT. Jeremias denuncia aqueles que afirmam cumprir a Lei, mas têm um coração vazio. NT. Mateus fala-nos sobre a abertura do coração a Deus.
1. O sentido da vida 2. O homem é um ser livre 3. A moralidade dos atos humanos 4. Compromisso com o bem CL
Um exemplo a seguir Santo Agostinho CA Agora você Abraço de Deus. Reconciliação com Deus. CL CC
AT. A criação do homem e da mulher no Gênesis. NT. São Paulo recorda o valor sagrado do corpo humano.
1. Tenham os sentimentos próprios de Cristo CS CL 2. Amor e afetividade 3. Amor e sexualidade CS CL 4. Somos Templos do Espírito Santo
Um exemplo a seguir Eduardo Verástegui CL CD Agora você Onde está o seu tesouro, está o seu coração. A virtude da temperança. CA CS
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AT. Israel canta a beleza do amor humano, reflexo do divino. NT. São Paulo descreve o ideal cristão do amor.
AT. Caim mata seu irmão. NT. Jesus repreende os fariseus por sua hipocrisia.
1. “Sou o guardião do meu irmão?” CS 2. Acolher a vida 3. Salvaguardar a própria vida CS CL 4. Proteger a vida dos demais CS CC
CS
CL
Um exemplo a seguir Patrícia Sandoval CS Agora você Bem-aventurados os que trabalham pela paz. CS CA CC
COMPETÊNCIAS CL CM CI CA
Linguística e comunicativa Conhecimento e interação com o mundo físico Autonomia e iniciativa pessoal Aprender a aprender
CS CD CC CT
Social e cidadã Processamento das informações e competência digital Cultural e artística Transcendente
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Buscando a Deus
Vamos descobrir
Vamos ser capazes de Entender o que é característico do cristianismo em comparação às outras religiões monoteístas.
A origem e as principais características das três grandes religiões monoteístas que existem hoje: Judaísmo, Islamismo e Cristianismo.
Desenvolver uma atitude de escuta e respeito em relação às crenças de outras tradições religiosas.
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A razão da existência das religiões no mundo e o que a maioria delas tem em comum.
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O valor que o cristianismo reconhece em outras religiões.
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Expor as próprias convicções religiosas de forma respeitosa para com os que professam outras crenças.
Partimos da realidade
CT
CS
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Quando surgiu a ideia de ir para Bariloche, eu me ofereci para ajudar. Assumi a responsabilidade pelas refeições e excursões. Isso me forçou a confiar em outras pessoas. Foi uma grande surpresa. Fiquei maravilhada com o envolvimento delas e o carinho com que me ajudaram, e disse a mim mesmo “não é normal encontrar tanta beleza”.
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Lembro-me especialmente das excursões. Juliano nos disse que “sem fadiga não há beleza” porque sempre há um momento em que, embora você queira chegar lá, parece que não pode mais. Mas, depois do esforço, resta apenas o deslumbramento no cume e não o cansaço. O deslumbramento de uma Beleza, com B maiúsculo. Então, o cansaço é esquecido e o caminho percorrido é iluminado com uma nova luz.
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Também descobri que não teria conseguido chegar à meta sem a companhia de outras pessoas. Elas me ajudaram a manter os olhos no horizonte. Elas me repetiram: “Vale a pena”... e realmente valeu a pena. No alto, a paisagem se movia, imensa e infinita. Lá cantamos e nossos corações se abriram. Ficamos felizes e eu me perguntei: “De onde vem esta alegria?”. Testemunho de Viviana S. H. www.revistahuellas.org
OBSERVE 1
O que surpreendeu Viviana ao realizar suas tarefas de organização?
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O que Juliano disse sobre as excursões? Explique o que ele queria dizer.
3
Por que Viviana se lembrava especialmente das excursões?
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Quais são os dois tipos de beleza que descobriu em sua viagem a Bariloche?
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O que ela e seus amigos vivenciaram quando, já no alto, cantaram juntos diante da imensidão da paisagem?
AVALIE 6
Que anseios comuns a todo coração humano mostra o depoimento de Viviana?
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Quais são as duas lições importantes que você aprendeu com a experiência dela em Bariloche?
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Por que ela diz que, quando chega ao topo, o caminho percorrido foi “iluminado” com uma nova luz?
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Em que sentido o depoimento de Viviana reflete a experiência de vida de cada ser humano?
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Reflita e tente responder à pergunta de Viviana. De onde veio a alegria dela?
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À LUZ DA PALAVRA
No Antigo Testamento “Assim diz o Senhor: Não imiteis o procedimento dos pagãos; nem temais os sinais celestes, como os temem os pagãos. [...] Nenhum se assemelha a vós, Senhor, que sois grande. E por causa de vosso poder, grande é também vosso nome. [...] O Senhor, ao contrário, é verdadeiramente Deus, Deus vivo, eterno rei. Treme a terra ante a sua cólera, e os povos pagãos não podem suportar sua ira. Vós lhes direis, portanto: os deuses que não fizeram o céu e a terra desaparecerão da terra e de sob os céus.”
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Jeremias não quer que o povo de Israel seja escravo do medo, não quer que viva com a angústia de quem só acredita na força cega do destino ou em deuses caprichosos. Limitado em sua natureza, mas infinito em seus desejos, nosso coração tem o valor daquilo que ama. Portanto, quem quer ter vida deve buscar a Javé: Deus verdadeiro, Deus vivo, rei eterno.
Jer 10,2.6-8.11
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O principal, no anúncio de Jeremias, é a promessa de que seremos libertados da tirania dos ídolos fictícios, das falsas crenças que nos afastam da verdadeira felicidade a que Deus nos chama e que nosso coração anseia.
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Visualize o texto e deixe-o ganhar vida
Descubra a riqueza escondida no texto
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Israel vive um momento difícil: Jerusalém será destruída pelo rei Nabucodonosor, que levará os hebreus cativos para a Babilônia. Ele foi fiel a Deus? Havia motivos para desespero?
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Em uma situação crítica, pode-se negar a Deus e confiar na própria força, acreditar nas promessas de certos ídolos ou voltar o coração para o Senhor e confiar Nele. Você se lembra qual foi a atitude de Israel em seu exílio na Babilônia?
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Os babilônios usavam magia e recorreram à adivinhação para alcançar o sucesso. Em que baseiam, portanto, sua religiosidade? Em reconhecimento da grandeza e bondade de Deus ou em interesse próprio?
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Um Deus vivo e verdadeiro a. Como Deus é descrito nesta passagem? Que mensagem o texto transmite? b. Deus se revela ao seu povo, mas eles se esqueceram Dele. Você acha que o mesmo está acontecendo hoje? Alguns negam, outros se lembram e muitos preferem ignorá-lo para não mudar seu estilo de vida. Como essa atitude se reflete no texto?
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Unidos à fonte da vida De acordo com Jeremias, o Senhor destruirá os falsos deuses e Ele dará a conhecer a sua justiça a todas as nações. Ainda estamos adorando falsos deuses? Quais são as consequências de esquecer o Deus vivo?
1 No Novo Testamento São Paulo recorda que a Salvação não procede da Lei, mas de Cristo. Por isso, aqueles que o buscam com sinceridade não estão longe do Reino de Deus. “Configurando-se como caminho, a fé tem a ver também com a vida dos homens que, apesar de não acreditar, desejam-no fazer e não cessam de procurar. Na medida em que se abrem, de coração sincero, ao amor e se põem a caminho com a luz que conseguem captar, já vivem, sem o saber, no caminho para a fé: procuram agir como se Deus existisse, seja porque reconhecem a sua importância para [...] a vida comum, seja porque sentem o desejo de luz no meio da escuridão, seja ainda porque, notando como é grande e bela a vida, intuem que a presença de Deus ainda a tornaria maior”. (Francisco, Lumen fi dei, n. 35)
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Porque diante de Deus não são justos os que ouvem a lei, mas serão tidos por justos os que praticam a lei. Os pagãos, que não têm a Lei, fazendo naturalmente as coisas que são da Lei, embora não tenham a lei, a si mesmos servem de lei; eles mostram que o objeto da lei está gravado nos seus corações, dando-lhes testemunho a sua consciência, bem como os seus raciocínios, com os quais se acusam ou se escusam mutuamente. Isso aparecerá claramente no dia em que, segundo o meu Evangelho, Deus julgar as ações secretas dos homens, por Jesus Cristo.
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Rom 2,13-16
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Descubra a riqueza escondida no texto
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A palavra lei refere-se à Lei mosaica que continha regulamentos e ritos que Deus deu ao povo para lhe prestar culto. São Paulo perseguia os cristãos em defesa desta Lei. Mas, depois do encontro com Jesus, sabe que esses ritos e normas não são mais necessários.
a. Cristo derrubou o “muro” que separava judeus e gentios. Com isto, o Deus vivo de Israel tornou-se o Deus de todos os povos. Todos os seres humanos são chamados ao amor de Cristo. Como diz São Paulo que Deus chama aqueles que não conhecem Jesus? b. Segundo São Paulo, que critérios Deus usará para nos julgar? Explique com suas palavras.
A Lei mosaica já está contida no mandamento do Amor. Por isso, nos lembra que o que santifica é o amor com as obras e não a simples observância de preceitos. Explique agora com suas próprias palavras qual é o verdadeiro cumprimento da Lei de Deus e escreva em seu caderno pessoal.
Deus revela sua justiça às nações
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Reflita sobre as palavras do Papa Leia o texto da Lumen fi dei e responda. Como você explicaria a um amigo o caminho que leva à fé?
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AS RAZÕES DA FÉ
1. Além do que vemos 1.1. Uma íntima inquietação
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A biologia, a neurociência, a psicologia, etc., falam do ser humano, cada uma do seu ponto de vista, mas calam-se diante das questões íntimas e existenciais do coração humano. De onde venho? Qual é o sentido da minha vida? Por que o mal e a injustiça existem? Como devo viver? O que vai acontecer comigo depois da morte?
A busca da verdade
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“Deus colocou em nossos corações o desejo de buscá-lo e encontrá-lo. Santo Agostinho diz: ‘Tu nos fizeste, Senhor, para Ti e nosso coração está inquieto até que descanse em Ti.’ Este desejo e busca por Deus chamamos de ‘religião’. É natural que os seres humanos busquem a Deus. Toda a sua busca pela verdade e felicidade é, em última análise, uma busca por aquilo que absolutamente o sustenta, absolutamente o satisfaz e absolutamente o reivindica. O homem só é plenamente ele mesmo quando encontra Deus”. (Youcat, n. 3)
Todos nós admiramos a extraordinária beleza da natureza. Tantas coisas que não se fizeram a si mesmas e que nenhuma técnica é capaz de fabricar. Quem já não se perguntou em algum momento, observando o espetáculo de uma noite estrelada, sobre o autor de tal maravilha? Estas e outras perguntas são feitas pela pessoa humana desde os tempos mais remotos e a perseguem por onde quer que vá. Refletidas intimamente, elas a levam a buscar e experimentar algo, uma realidade diferente, além da existência material. Não é capaz de defini-la, mas sabe que ela existe, que a supera absolutamente e que de alguma forma a sustenta na existência. Esta inquietação está inscrita no coração de cada ser humano, porque fomos criados por Deus e para Deus. Cada pessoa, dependendo de suas circunstâncias e de sua liberdade, responde a esse anseio íntimo de maneiras diferentes. O homem pode até esquecê-lo ou rejeitá-lo, mas Deus nunca deixa de chamá-lo para encontrar o caminho da felicidade.
Com efeito, esta necessidade de transcendência*, presente em todas as épocas, deu origem a várias religiões. A palavra religião vem do latim religio ou religare (“religar”, “vincular”). Por meio dela, o ser humano se relaciona com a divindade. A religião estabelece pontes para louvar a Deus, implorar sua proteção, agradecer seus dons, etc.
1.2. As religiões são tão diferentes?
Embora pareçam muito diferentes, em todas as religiões se descobrem alguns elementos comuns: • Reconhecimento de uma realidade suprema. Aceitam a existência de algo ou alguém que está acima de tudo e de quem tudo depende. Nas religiões primitivas, seriam as forças da natureza; na tradição hindu, o Brahma ou alma universal; nas religiões orientais, o absoluto ou o Tao; nas religiões monoteístas, um Deus pessoal que se manifestou aos homens. • Atitude religiosa. Quem crê reconhece sua dependência em relação àquele ser supremo a quem deve sua existência. nele confia e dele espera a salvação ou a libertação definitiva do mal e dos seus próprios limites. Pretende honrar a divindade através de seu modo de vida e de seus atos de culto.
“A pessoa sempre busca a verdade de seu ser, pois é esta verdade que ilumina a realidade de tal maneira que ela possa se desenvolver nela com liberdade e alegria, com alegria e esperança”. (Aparecida, n. 42)
1 • Manifestações da divindade. Descobrem sinais ou manifestações dessa realidade ou divindade suprema. Muitos a reconhecem nos elementos da natureza; outros, nos acontecimentos e personagens da história e nos textos sagrados, como nas três grandes religiões monoteístas, bem como nos acontecimentos da vida.
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• Expressões da atitude de quem crê. A atitude religiosa interior também se manifesta externamente. Em todas as religiões existem orientações morais, ritos e cerimônias, lugares e objetos de culto, dias e horários dedicados à divindade, pessoas consagradas ao seu serviço. A partir destas características comuns, podemos definir religião como a expressão, por parte da pessoa ou da sociedade, de uma atitude de reconhecimento de sua absoluta dependência de uma realidade suprema.
ideias-chave
•
Desde a Antiguidade e até aos nossos dias, os povos intuíram a existência de uma força misteriosa que está presente em todas as coisas e na própria vida humana, reconhecendo por vezes Deus nela (cf. Nostra aetate, n. 2).
Inti Raymi (em quíchua, “festa do sol”) era uma cerimônia inca celebrada em homenagem ao deus Sol.
vocabulário
Transcendência: transcender, ir além. Refere-se a tudo o que está acima dos limites puramente naturais.
1
CI CT Em grupos de três, perguntem uns aos outros questões que não podem ser respondidas por nenhuma ciência humana. Depois, elas podem ser feitas em comum, descobrindo-se coincidências. Por que atualmente muitas pessoas não costumam se fazer estes tipos de perguntas?
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•
Os seres humanos esperam das religiões a resposta aos seus anseios mais profundos que, hoje como ontem, movem intimamente o seu coração (cf. Nostra aetate, n. 1).
2
Assinale se estas afirmações sobre religiões são verdadeiras ou falsas e corrija as falsas, se houver. a. O elemento fundamental de qualquer religião é a realidade suprema com a qual se relaciona. b. O comportamento ético é o aspecto mais importante da atitude religiosa. c. Expressões autênticas de religiosidade manifestam externamente a atitude interior do fiel. d. Todas as religiões identificam as forças da natureza com a realidade última. e. A atitude religiosa é baseada na confiança e na esperança de salvação.
3
CL Magia, idolatria e superstição são falsas manifestações de religiosidade, embora externamente possam parecer verdadeiras. Identifique qual definição corresponde a cada uma delas.
a. Em vez de confiar na divindade, há medo de seu poder e atitudes destinadas a garantir o favor divino. b. Tentar forçar a divindade a satisfazer a própria vontade através de ritos ou invocações. c. Atitude de dependência de valores ou realidades criadas e elevadas à categoria de realidade suprema.
4
Reflita pessoalmente, em silêncio, sem necessidade de escrever. No que eu creio? Por que eu creio? Se recebi a fé em minha família, assumi-a livremente como algo meu? Ter dúvidas é normal: a fé é uma graça que Deus nos dá. Que atitudes devo ter diante das dúvidas que surjam sobre a minha fé? CT
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Cristianismo
Sintoísmo Xintoísmo
Judaísmo
Hinduismo
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Taoísmo
Islamismo
Sikhismo Sijismo
MILHÕES DE PESSOAS
Cristianismo Cristianismo Islamismo Islamismo Ateísmo Ateísmo Hinduísmo Hinduísmo Budismo Budismo Religiões Chinae eJapão Japão Religiões dada China Religiões animistas Religiões animistas
Bahismo Bahaísmo
Outras Outrasreligiões religiões Judaísmo Judaísmo Religiõesnovas novas Religiões
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RELIGIÕES DO MUNDO (PORCENTAGENS)
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AS RAZÕES DA FÉ
2. As religiões monoteístas 2.1. O judaísmo
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O judaísmo é a religião do povo de Israel; e é também a cultura, as instituições e as tradições deste povo, formado a partir dos descendentes de Abraão e na Aliança do Sinai. A fé judaica e sua proposta religiosa baseiam-se na revelação de Deus a Israel, coletada nos livros do Tanach, a bíblia hebraica, que corresponde ao Antigo Testamento cristão. Israel, o povo eleito, sente a responsabilidade de dar testemunho do único Deus diante das outras nações. A maneira de fazer isso é observar os preceitos que o próprio Yahvé* lhes deu. Estes são reunidos na Torá, os primeiros cinco livros da Bíblia, e no Talmud, uma compilação de ensinamentos da tradição oral. O verdadeiro judeu é aquele que aceita e cumpre a Lei de Moisés, cujo fundamento é o monoteísmo: “O Senhor é o nosso Deus, o Senhor é um só” (Dt 6,4).
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A forma atual de judaísmo foi definida entre o século VI a.C. — retorno do exílio na Babilônia —, os primeiros séculos do Império Romano — destruição do templo em Jerusalém (70 d.C.) — e o exílio dos judeus (135 d.C.). Neste último período, o cristianismo, nascido no contexto judaico, iniciou sua expansão. Nesse período, as sinagogas e uma liturgia renovada substituíram o culto e os sacrifícios anteriormente realizados no templo de Jerusalém. Durante a Idade Média e a Idade Moderna, os judeus foram expulsos de várias nações. Com esses movimentos, o culto variou e se enriqueceu, embora sempre tenha mantido uma importante homogeneidade. Na Idade Contemporânea, na Europa, o antissemitismo se intensificou, chegando ao seu ápice no execrável Holocausto nazista.
Doutrina
1. Monoteísmo absoluto: Deus, Yahvé em hebraico, ‘Aquele que é’. 2. O mundo é criação de Deus. 3. O ser humano rompeu com Deus por causa do pecado de Adão e Eva no paraíso. A Revelação foi interrompida por este pecado. 4. Os israelitas são descendentes do patriarca Abraão, escolhido por Deus. 5. Deus propõe uma Aliança a Israel, por meio de Moisés, no Monte Sinai, e entrega a Torá: os ensinamentos e mandatos divinos, a chamada Lei Mosaica. 6. Aguardam a chegada de um Messias que os redimirá, como afirmaram os profetas. 7. Com a chegada do Messias, haverá um Juízo universal em que Deus recompensará cada um de acordo com suas obras.
Hoje existem cerca de 18 milhões de judeus espalhados entre o Estado de Israel e um grande número de nações.
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1 Princípios morais e adoração
Nossos irmãos mais velhos
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1. Adorar a Deus em todas as ocasiões e rezar o Shemá Israel três vezes ao dia. 2. Cumprir fielmente a Torá. 3. Levar uma vida laboriosa, justa, honrada e familiar. 4. Dedicar a Deus o descanso do sábado (sabáth) e reunir-se na sinagoga para orar e ouvir a Palavra de Deus. 5. Celebrar festas religiosas que comemoram a proteção de Deus a Israel.
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“Reconhecemos com gratidão os laços que nos ligam ao povo judeu, ao qual estamos unidos pela fé no único Deus e em sua Palavra revelada no Antigo Testamento. Eles são nossos ‘irmãos mais velhos’ na fé de Abraão, Isaac e Jacó. Dói-nos a história de mal-entendidos que sofreram, também em nossos países. Existem muitas causas comuns que atualmente exigem maior colaboração e apreciação mútua”. (Aparecida, n. 235)
ideias-chave
•
Deus escolheu o povo judeu, antes de qualquer outro, para aceitar sua Palavra.Cristo procede dele segundo a carne (cf. Compêndio do CIC, n. 169).
•
Ao contrário de outras religiões não-cristãs, a fé judaica já é uma resposta à revelação de Deus na Antiga Aliança (cf. Compêndio CIC, n. 169).
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Assinale se essas afirmações são verdadeiras ou falsas.
a. O judaísmo foi fundado por Moisés. b. Israel é o povo escolhido por Deus para se revelar a todas as nações. c. O cumprimento da Lei judaica é a maneira de dar testemunho do único Deus. Para o judaísmo conta apenas o que está literalmente escrito na Torá. d. No judaísmo, após a destruição do templo de Jerusalém, os sacrifícios de animais não são mais oferecidos.
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A que essas definições se referem?
a. Lugar da aliança de Yahvé com os descendentes de Abraão. b. Compilação escrita da tradição oral dos judeus. c. A Bíblia hebraica. d. Os primeiros cinco livros da Bíblia hebraica. e. Nome de Deus revelado a Moisés.
vocabulário Yahvé: nome pelo qual os judeus do Antigo Testamento se referem a Deus. O próprio Deus é assim chamado em Ex 3:14. Seu significado original é: “Eu sou Aquele que é e Aquele que estará contigo”. Eles o consideravam o nome mais sagrado e mostra a consciência que o povo de Israel tem da proximidade e cuidado de Deus para com eles.
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Pode-se falar de um fundador do judaísmo? Neste caso, quem foi? Justifique bem suas respostas.
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Em pequenos grupos, pesquisem as seguintes festas do calendário judaico e escrevam uma breve explicação: o que se celebra, quando, como, etc. Em seguida, compartilhem as explicações com os vários grupos e tentem encontrar uma síntese comum. CA CD
a. Ano novo (Rosh-Hashanah). b. Expiação (Yom Kippur). c. Tabernáculos (Sucot). d. Páscoa (Pessach). e. Pentecostes (Shavuot).
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AS RAZÕES DA FÉ 2.2. O Cristianismo A intervenção de Deus na história de Israel para se dar a conhecer e levar a Salvação “a todas as nações da terra” (Gn 12,3) atingiu sua plenitude e culminou com a encarnação do Filho de Deus: “Muitas vezes e de muitas maneiras Deus falou aos nossos antepassados por meio dos profetas no passado, agora, neste estágio final, ele nos falou pelo Filho” (Hb 1,1-2).
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A missão de Jesus Cristo, morto e ressuscitado, foi continuada pela Igreja (seus Apóstolos e discípulos) que Ele mesmo enviou para anunciar o Evangelho: a boa nova da Salvação para todos os que aderem a Jesus Cristo, pela fé e pelo Batismo. Em menos de 400 anos, o Evangelho alcançou quase todos os cantos do Império Romano (Europa, Oriente Médio e Norte da África). Séculos depois, a unidade inicial do cristianismo, desejada por Jesus, foi quebrada. Do Cisma do Oriente (1054) surgiram as Igrejas Ortodoxas, separadas da Católica. Da Reforma Protestante (século XVI) veio o luteranismo, o calvinismo, a Igreja Anglicana e outros grupos posteriores. Nas últimas décadas, procura-se restaurar a unidade mediante o ecumenismo*.
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Atualmente, cerca de 1,8 bilhão de pessoas, reunidas em diversas confissões, professam o cristianismo: a Igreja Católica (mais de 1 bilhão), as Igrejas Ortodoxas (300 milhões), as comunidades protestantes (360 milhões), a Igreja Anglicana (75 milhões) e outras comunidades menores.
A fé católica implica a plena adesão às verdades reveladas contidas no Credo ou Símbolo da fé. Mas esta fé é, acima de tudo, o chamado de Jesus Cristo para segui-lo.
Doutrina
1. Como no judaísmo, Deus se revelou aos homens na história. Esta Revelação alcança sua plenitude em Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem. 2. Jesus Cristo revelou que Deus é Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo. Este aspecto é o que mais distingue o cristianismo de outras religiões. 3. A Encarnação do Filho de Deus tem como finalidade a redenção do homem: libertação das consequências do pecado original e dos seus pecados pessoais; de modo definitivo, só depois desta vida. 4. Pela morte e ressurreição de Jesus, obtém-se o dom do Espírito Santo, que confere aos batizados a condição de filhos de Deus. 5. Jesus Cristo permanece na sua Igreja nos Sacramentos (especialmente na Eucaristia), Palavra de Deus, autoridade e caridade. 6. Jesus Cristo retornará no final dos tempos. Em seguida, ocorrerá um Juízo universal onde seremos julgados de acordo com nossas obras.
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1 ideias-chave
Princípios morais e adoração
•
O mistério central da fé e da vida cristã encontra-se na Santíssima Trindade. Os cristãos são batizados em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo (cf. Compêndio CIC, n. 44).
•
Para realizar nossa salvação, o Filho de Deus fez-se carne, fazendo-se verdadeiramente homem. A fé na Encarnação é um sinal distintivo da fé cristã (cf. Compêndio CIC, n. 86).
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1. Deus chama todos para a santidade: para alcançar a Bem-aventurança eterna. 2. O mandamento do Amor e o estilo de vida das Bem-aventuranças são a essência da moral cristã, que segue o modelo de Jesus Cristo. 3. Pela fé e pelas boas obras, recebe-se a graça do Espírito Santo, que comunica livremente (sem depender de nenhuma virtude humana), os méritos infinitos que Jesus Cristo obteve para a redenção da humanidade. 4. Os fiéis recebem a ajuda de Deus na Igreja através da Palavra de Deus e dos Sacramentos, que comunicam a graça. 5. O cristão é enviado ao mundo para transformá-lo segundo o espírito do Evangelho. 6. O domingo, dia do Senhor, é dedicado a louvar a Deus e descansar em sua honra, bem como cuidar da família e fomentar o sentimento de pertença à Igreja, sobretudo participando na Eucaristia.
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Ecumenismo: movimento de inspiração religiosa que busca promover a unidade entre os cristãos (isto é, entre a Igreja Católica e outras Igrejas cristãs e comunidades eclesiais que dela se separaram).
Um convite do Papa
“Convido todo o cristão, que se encontre em qualquer lugar e situação, a renovar hoje mesmo o seu encontro pessoal com Jesus Cristo ou, pelo menos, a tomar a decisão de se deixar encontrar por Ele, de O procurar dia a dia sem cessar. Não há motivo para alguém poder pensar que este convite não lhe diz respeito, já que da alegria trazida pelo Senhor ninguém é excluído. Quem arrisca, o Senhor não o engana; e, quando alguém dá um pequeno passo em direção a Jesus, descobre que Ele já aguardava de braços abertos a sua chegada. (Francisco, Evangelii gaudium, n. 3)
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Assinale se essas afirmações são verdadeiras ou falsas. a. Judeus e cristãos compartilham a fé no mistério da Santíssima Trindade. b. A moral cristã propõe viver segundo os Dez Mandamentos. c. Jesus Cristo está presente nos Sacramentos, especialmente na Eucaristia. d. O cristão ama a Deus e ao próximo.
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CL
A que se refere cada uma dessas definições?
a. Plenitude da revelação de Deus iniciada no povo de Israel. b. Comunidade dos discípulos de Cristo. c. Igreja nascida do Cisma Oriental, em 1054. d. Iniciador da reforma protestante no século XVI. e. Mistério central da fé cristã.
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CA CD
Leia as palavras de Jesus e responda.
“Para que todos sejam um, assim como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, para que também eles estejam em nós e o mundo creia que tu me enviaste.” (Jo 17,21). a. Quando Jesus fez esta oração? b. Extraia desta citação uma expressão que resuma o seu desejo. c. Por que a divisão dos cristãos prejudica a evangelização do mundo? d. Por que você acha que ocorreram divisões na Igreja? e. Pesquise sobre o que é e quando se celebra a semana de oração pela unidade dos cristãos. f. Ver Compêndio CIC, n. 164. Que meios se propõem para se comprometer em favor da unidade? Quais estão mais ao seu alcance?
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AS RAZÕES DA FÉ 2.3. O Islamismo A palavra islã significa “submissão a Deus”. O islamismo é a religião iniciada por Maomé, nascido em Meca (Arábia) no ano de 570 d.C. Como ele mesmo disse, por volta dos 40 anos teve aparições do arcanjo Gabriel, enviado do céu, que lhe leu o Alcorão.
el o
Maomé foi perseguido em Meca e fugiu para Medina por volta do ano 622. Isto é conhecido como hégira*. Lá ele estabeleceu a nova religião e um estado teocrático, e fez o mesmo depois de retornar a Meca. Viveu no ambiente das tribos da Arábia, de crenças politeístas, e conheceu alguns núcleos judaicos e cristãos. A religião que ele fundou é uma amálgama de doutrinas inspiradas nas crenças tradicionais da Arábia, Judaísmo e Cristianismo. Os ensinamentos de Maomé estão reunidos no Alcorão, o livro sagrado do islamismo, e sua proposta religiosa está resumida nos “cinco pilares” ou preceitos do Islã. Quando Maomé morreu, e pouco depois de iniciar sua rápida expansão, o islamismo teve sua primeira divisão por motivos políticos e religiosos. Surgiram os dois principais ramos que chegaram até os dias atuais: o sunismo, a maioria, seguido por 90% dos muçulmanos, e o xiismo. Mais tarde, surgiu o sufismo, uma prática religiosa mais mística, compartilhada por fiéis de ambos os grupos. Atualmente, existem pouco mais de 1 bilhão de muçulmanos, nome dado aos seguidores do Islã. O islamismo é difundido no Oriente Médio, Ásia Central, grande parte da África e Sudeste Asiático. Existem também numerosas comunidades muçulmanas na Europa e nos Estados Unidos.
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O Alcorão O Islam considera o Alcorão como a própria palavra de Deus revelada a Maomé. Foi escrito anos depois, a partir das anotações feitas por seus seguidores. Significa ‘recitação’: na verdade, é lido em forma de versos rimados, o que facilita a memorização e lhe confere grande beleza literária. É recitado apenas em árabe, a língua em que foi escrito, embora existam inúmeras traduções. Dividido em 114 capítulos ou suras, cada sura é dividida em versículos ou aleyas. Os capítulos não são classificados de acordo com a ordem das ideias, mas de maior para menor extensão, o que dificulta a leitura.
Os recentes grupos extremistas islâmicos, absolutamente minoritários, usam o nome de Deus e a violência para seus fins políticos.
Doutrina
1. Existe apenas um Deus, Alá em árabe. Ele é o Criador, soberano do mundo e recompensador. 2. Maomé foi precedido por outros profetas como Abraão, Moisés e Jesus Cristo. Maomé é superior a todos eles. 3. A alma é imortal e será julgada por Deus após a morte, recebendo um prêmio ou um castigo. Os fiéis a Deus irão para o paraíso, que é como um jardim exuberante cheio de delícias. Os pecadores e os hipócritas irão para o inferno. 4. Em relação às demais religiões monoteístas, o islamismo venera Abraão, por ser o primeiro monoteísta. Por outro lado, considera que a religião cristã é contrária ao verdadeiro monoteísmo, por causa de sua doutrina da Trindade e da encarnação do Filho.
“Nosso Deus é um Deus, não há Deus senão Alá, o Misericordioso, o Compassivo.” (Alcorão 5:72)
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1 ideias-chave
Princípios morais e culto
O olhar da Igreja
M od Assinale se estas afirmações são verdadeiras e corrija as falsas.
a. O Islã nasceu no século IV a.C. b. Maomé explicou que o arcanjo Gabriel lhe transmitiu a Torá. c. O sufismo é uma prática religiosa de caráter místico dentro do islamismo. d. Os xiitas constituem a grande maioria do islamismo. e. Maomé foi inspirado por elementos do judaísmo, mas não do cristianismo.
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A Igreja reconhece que tudo de bom e verdadeiro que se encontra nas outras religiões vem de Deus, é reflexo da sua verdade e ajuda a preparar a recepção do Evangelho (cf. Compêndio do CIC, n. 170).
•A
CL A que se refere cada uma das seguintes definições?
a. Cidade onde Maomé e seus seguidores se refugiaram. b. Principal centro de peregrinação para os muçulmanos. c. Livro sagrado do Islã. d. Capítulos do Alcorão. e. Mês de jejum para os fiéis do Islã.
Igreja exorta a todos, esquecendo as divergências que surgiram no passado entre cristãos e muçulmanos, a trabalhar juntos pela justiça social, pelos bens morais, pela paz e pela liberdade de todos os homens (cf. Nostra aetate, n. 3).
vocabulário
“A Igreja também olha com apreço para os muçulmanos que adoram o único Deus, vivo e subsistente, misericordioso e todo-poderoso, criador do céu e da terra. [...] Eles veneram Jesus como profeta, embora não o reconheçam como Deus; eles honram Maria, sua Mãe virginal, e às vezes também a invocam devotamente. Eles também aguardam o dia do juízo, quando Deus recompensará todos os homens ressuscitados. [...] Portanto, valorizam a vida moral e honram a Deus sobretudo com a oração, a esmola e o jejum.” (Nostra aetate, n. 3)
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•
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1. A proclamação diária da fé islâmica: “Não há Deus senão Alá e Maomé é seu profeta.” 2. A oração cinco vezes ao dia: de adoração e louvor a Deus. Reza-se em posição de prostração e voltado para Meca. Nas mesquitas, realiza-se solenemente às sextas-feiras, o dia sagrado do Islã. 3. A esmola para contribuir com a causa do Islã e cuidar dos pobres. 4. O jejum durante o mês do Ramadã: não se come nem se bebe durante o dia. 5. A peregrinação a Meca, a cidade sagrada, pelo menos uma vez na vida.
Hégira: viagem de Maomé e seus seguidores de Meca a Medina no ano 622 d.C. Eles fugiram de seus adversários. Marca o início do calendário islâmico.
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Há pessoas que confundem a palavra “árabe” com a palavra “muçulmano”. Construa uma frase e explique claramente a diferença entre os dois.
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CC
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Leia os seguintes versículos do Alcorão.
“Nosso Deus é um Deus único, não há Deus senão Alá, o Misericordioso, o Compassivo”. (5,72) / “Dize: Ele é Deus, a única divindade. Alá é o absoluto de quem todos precisam, e ele não precisa de ninguém. Ele não gerou, nem foi gerado. Não há nada e ninguém que se assemelhe a ele.” (112,1-4) / “Alá é o único Deus. Deus disse: “Não temas dois deuses! Ele é um só Deus! Então teme-me, e só a mim!’”. (16,51-53) a. A que se referem os números após cada citação? b. Quais são os dois aspectos de Deus mais enfatizados nessas passagens?
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DISCÍPULOS E MISSIONÁRIOS
Um exemplo a seguir Sharon Lee Giganti
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Em nosso tempo, o interesse por vários tipos de espiritualidade e o apelo de certos rituais esotéricos dão origem a um negócio florescente. Alguns se aproveitam do legítimo desejo espiritual do ser humano. A atriz Sharon Lee Giganti abandonou sua carreira em Hollywood convencida de que esses ensinamentos a ajudariam a realizar seus sonhos, mas acabaram destruindo sua vida e a vida de seus entes queridos. Sharon alcançou sucesso profissional no mundo do cinema e da televisão. Mas ela aspirava a se tornar uma estrela mundialmente famosa e estava frustrada por não ter conseguido. Um amigo lhe contou sobre o New Age. Sharon abraçou essa doutrina e passou dez anos divulgando-a. Em vez de enfrentar problemas, ela decidiu confiar na força interior e na energia cósmica. O resultado foi desastroso: tanto para sua família mais próxima quanto para muitos jovens que seguiram seus cursos e tiveram desfechos trágicos. Esses acontecimentos despertaram a consciência de Sharon, que começou a ler a Bíblia e, com a graça de Deus, converteu-se ao catolicismo.
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Hoje ela trabalha para difundir a mensagem do Evangelho. Quando as pessoas se voltam para Jesus, o Mestre, e lhe perguntam o que devem fazer, a resposta é sempre a mesma: sair ao encontro dos outros, anunciar a Boa Nova aos pobres, alívio aos aflitos, liberdade aos oprimidos e o consolo aos tristes. Quando paramos de competir com os outros e reconhecemos no outro um irmão, encontramos Cristo. Fazendo da vida de Jesus também a nossa vida, descobrimos que Deus habita entre nós e que o seu Espírito está presente na Igreja.
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Refletimos sobre a história de Sharon. a. Ela havia alcançado o objetivo que havia estabelecido para si mesma na vida? b. O que a faz duvidar? c. Quem lhe oferece ajuda? Por que essa mensagem é tão atraente? Que consequências teve? d. Qual foi o motivo de Sharon se converter ao catolicismo? O que ela descobriu na Igreja?
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CI CT Compare as experiências de Sharon com sua experiência como cristão. Jesus é a única luz, o único conselheiro. Ouvimos a sua Palavra? Imitamos o seu estilo de vida? Temos que procurar Deus onde ele realmente está: no amor. Mas o amor cristão não é apenas um amor sentimental, mas também um amor comprometido. Em que obras concretas podemos manifestá-lo?
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CI CT “Que milagre fazes tu, para que o vejamos e creiamos em ti? Qual é a tua obra?” (Jo 6,30). Peçamos ao Espírito Santo, agora que preparamos a nossa Confirmação, que nos ilumine para que as nossas obras sejam testemunhas de Cristo ressuscitado onde quer que nos encontremos: com a nossa família, nas aulas, no nosso círculo de amigos, com quem se cruza nosso caminho.
1 Agora você A hora do compromisso
Papa Francisco@Pontifex A Confirmação é importante para o cristão; dá-nos força para defender a fé e anunciar o Evangelho com entusiasmo.
Por que me crismo?
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Em breve você receberá o sacramento da Confirmação. Anos atrás, seus pais o levaram para ser batizado. Desde então, você tem Deus como Pai e pertence a uma família estendida por toda a terra. Mas agora você está mais velho, e é hora de dizer sim, livre e conscientemente, à fé que você recebeu. Ser confirmado implica adquirir a maturidade da fé, comprometendo-se a ser testemunha de Jesus. Não é fácil. É por isso que você precisa da força do Espírito Santo, como os Apóstolos precisavam no dia de Pentecostes. Você a receberá das mãos do bispo.
1. Confie em seus catequistas e se esforce para colocar em prática seus ensinamentos. Você encontrará as propostas úteis em cada unidade do livro.
2. Participe todos os domingos da Eucaristia e vá frequentemente confessar os seus pecados para se renovar. 3. Reze todos os dias ao despertar e ao deitar-se, sem descuidar do Pai Nosso e da Ave Maria.
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No dia da sua Confirmação, o Espírito Santo agirá em sua alma. Certo! Mas você aproveitará melhor sua graça se chegar com uma boa preparação interior: você pode buscar água na fonte com um copo ou com um tambor.
Um plano de treinamento
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4. Sirva aos que estão ao seu redor, imitando Jesus Cristo, que não veio “para ser servido, mas para servir” (Mt 20,28).
CA CI Prepare um caderno pessoal que acompanhará você nos próximos meses. Nele você vai anotar ideias que chamam sua atenção, decisões pessoais, citações bíblicas, orações, etc. Dê-lhe o título que quiser. CI CT Para responder a essas perguntas, você precisará de um pouco de isolamento e silêncio. Faça-o devagar. Encontre a hora e o lugar certos. Você pode pedir a ajuda de um catequista, sacerdote ou outra pessoa de confiança que seja coerente com sua fé.
Você quer se crismar? Por quê? Você está disposto a se preparar para aproveitar o dom que o Pai lhe oferece para fortalecê-lo em sua condição de Filho dele? Que obstáculos estarão no seu caminho de preparação? Você está disposto a ouvir o que o Espírito Santo, seu “treinador”, vai lhe dizer? Faça uma pequena oração ao Espírito Santo para repetir até o momento da sua Confirmação.
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CI Anote em seu caderno pessoal o plano de treinamento exposto acima. É exigente, mas o que vale a pena exige esforço. E concretize como você vai aplicá-lo. CI CT Leia a cena de Pentecostes contida nos Atos dos Apóstolos. Que mudança o Espírito Santo produziu neles? Que mudanças você espera que ele realize em você?
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SÍNTESE
o reconhecimento de uma realidade suprema
a atitude religiosa
as manifestações da divindade
as expressões da atitude de quem crê
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que se caracteriza pela religião por meio de
O SER HUMANO BUSCA A DEUS
Atualmente, as principais religiões monoteístas são
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cristianismo
crê
• Em que Cristo, Deus e Homem, é o Messias prometido • Na Santíssima Trindade • No seu livro sagrado: a Bíblia • No Juízo e na recompensa eterna
judaísmo crê
• Na eleição do povo de Israel • Na revelação de Deus: a Torá • Na chegada de um Messias • No Juízo e na recompensa eterna
e expressa sua fé
e expressa sua fé
• Identificando-se com Cristo • Vivendo o mandamento do Amor • Recebendo a graça de Deus na Igreja mediante os Sacramentos • Celebrando a Missa aos domingos
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• Cumprindo a Torá • Indo à sinagoga aos sábados • Rezando três vezes ao dia • Guardando as festas religiosas
islamismo
foi
• Foi fundado por Maomé • Influenciado pelo judaísmo e pelo cristianismo crê • Na existência de um só Deus, Alá • Na imortalidade da alma e na recompensa eterna e expressa sua fé • Confessando diariamente a sua fé • Orando diariamente • Dando esmola legal • Jejuando no mês do ramadã • Peregrinando a Meca
ATIVIDADES DE AVALIAÇÃO
2
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Em grupos de três, escolham uma das religiões monoteístas e criem um vídeo de um minuto usando imagens religiosas e músicas dessa tradição. Criem um título e um subtítulo originais que expressem a essência dessa crença. Procurem um pequeno texto do Magistério da Igreja sobre a religião escolhida e incluam-no em seu vídeo. CC CD
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a. Que elementos as três religiões monoteístas têm em comum? b. Que visão de Deus cada uma delas apresenta? E da existência humana?
6
Escreva um texto, de no máximo uma página, explicando a situação religiosa em seu país, de acordo com sua percepção. É um exercício de observação do ambiente. Em seguida, em grupos de três, comparem seus escritos e enriqueçam suas observações com as de outros colegas. CL CC
Em grupos de três, vamos encenar o diálogo inter-religioso. Um será judeu, outro cristão e outro muçulmano. Os três, crentes e praticantes.
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– Redenção – Hégira – Torá – Sábado – Profetas – Alá – Sufismo – Sacramentos – Espírito Santo – Medina – Sexta-feira – Aliança – Sunitas – Eucaristia – Talmude – Mesquita – Monte Sinai – Muçulmano
CL CS
a. Cada um, por sua vez, explica aos outros dois a doutrina de sua religião, com o objetivo de se fazer entender. Os demais, desde sua concepção religiosa, ouvem com respeito e interesse. E, quando termina, fazem uma pergunta para esclarecer melhor alguma ideia. b. Em seguida, cada um faz uma pergunta aos outros dois sobre seus princípios morais e sua maneira de honrar a Deus, e ouve as respostas com a mesma atitude.
Classifique essas palavras em três colunas, uma para cada religião monoteísta. Cada coluna deve ter o mesmo número de palavras.
– Sinagoga – Exílio – Evangelhos – Trindade – Meca – Apóstolos – Ramadã – Shemá –Bem-aventuranças – Ressurreição – Alcorão – Domingo – Xiitas – Nazaré – Moisés – Javé – Encarnação – Abraão
Após estudar na unidade, responda resumidamente.
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CA Agora reflitam sobre a atividade anterior e comentem sobre a experiência. O que sentiram? O que aprenderam? O que acham que trouxe para vocês?
Agora, em duplas, classifique as mesmas palavras nas seguintes categorias. a. Lugares (sagrados, históricos, de culto). b. Acontecimentos históricos. c. Textos religiosos. d. Pessoas. e. Nomes de Deus. f. Dias ou tempos dedicados a Deus. g. Conceitos religiosos.
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2
Deus nos fala como um amigo
Vamos descobrir
Valorizar e venerar a transmissão oral e escrita da Palavra de Deus como fonte de vida e crescimento da Igreja.
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Que Deus se manifestou à humanidade para que possamos conhecê-lo e tratá-lo como Pai.
Vamos ser capazes de
Por que e como Deus queria que sua Palavra fosse transmitida até o fim dos tempos.
M
Que a Igreja e os fiéis podem sempre aprofundar e viver mais plenamente a Revelação divina.
Descobrir a grande importância das Sagradas Escrituras na vida da Igreja e dos cristãos.
Conhecer melhor Jesus, ouvindo-o e sendo seus . amigos na leitura orante das Sagradas Escrituras.
Partimos da realidade
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Quando uma mulher de uma determinada tribo da África descobre que está grávida, ela vai para a selva com outras mulheres e juntas rezam até que apareça “a canção da criança”. Eles sabem que cada alma tem sua própria vibração que expressa sua particularidade e sua missão. As mulheres encontram a música, voltam para a tribo e a ensinam a todos os outros.
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Quando a criança nasce, a comunidade se reúne e canta sua canção para ela. Depois, quando a criança começa sua educação, a cidade se reúne e canta sua canção para ela. Quando se inicia como adulto, todos se reúnem novamente e cantam. Quando esta pessoa se casa, ouve a sua música. Finalmente, quando a alma vai deixar este mundo, eles cantam sua canção para acompanhá-la na jornada.
M
Nesta tribo, há mais uma ocasião em que os aldeões cantam a canção. Se em algum momento de sua vida a pessoa comete um crime ou um ato indigno, ela é levada para o centro da aldeia e todas as pessoas da comunidade formam um círculo ao seu redor. Então eles cantam sua canção. Não é um castigo, mas um detalhe de amor para que ele se lembre de sua verdadeira identidade e de sua missão. Lenda atribuída ao poeta africano Tolba Phanem
OBSERVE 1
Em que momento a “canção da criança” começa a tomar forma?
2
O que essa canção revela a cada criança?
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O que as mulheres fazem quando descobrem a canção?
4
Quantas vezes a tribo se reúne na vida das pessoas para cantar sua canção para elas?
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Por que sua canção é importante na vida de cada pessoa da tribo?
AVALIE 6
Por que você acha que todos nós devemos conhecer nossa “particularidade e missão” no caminho da vida? Você sabe qual é a sua “canção”? Quem pode ajudar você a descobrir?
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É possível compreender de imediato quem somos e o que somos chamados a ser ou, pelo contrário, precisamos “ouvir nossa canção” repetidas vezes para descobrir pouco a pouco sua mensagem? Justifique sua resposta.
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As crianças aprendem sua música dentro de uma comunidade que tem sua própria tradição. Pense em alguns costumes que você herdou de sua família.
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Quando alguém se comporta mal, a tribo dá a ele sua compreensão, lembrando-o de sua canção. Onde nós cristãos encontramos nossa canção e quem nos lembra dela?
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À LUZ DA PALAVRA
No Antigo Testamento Todo o povo se reuniu então, como um só homem, na praça que ficava diante da porta da Água e pediu a Esdras, o escriba, que trouxesse o Livro da Lei de Moisés, que o Senhor tinha prescrito a Israel. O sacerdote Esdras trouxe o Livro da Lei diante da assembleia de homens, mulheres e de todas (as crianças) que fossem capazes de compreender. Era o primeiro dia do sétimo mês. Esdras fez então a leitura da Lei, na praça que ficava diante da Porta da Água, desde a manhã até o meio-dia, na presença dos homens, das mulheres e das (crianças) capazes de compreender. Todos escutavam atentamente a leitura. [...] Esdras abriu o Livro à vista de todo o povo, pois estava em lugar mais elevado do que a multidão. Quando o escriba abriu o Livro, todo o povo se levantou. Esdras bendisse o Senhor, o grande Deus; ao que todo o povo respondeu, levantando as mãos: “Amém! Amém!”. Depois inclinaram-se e prostraram-se diante do Senhor com a face por terra. [...] Liam distintamente no Livro da Lei de Deus e explicavam o sentido, de maneira que se pudesse compreender a leitura.
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Deus se revela progressivamente na história de Israel falando a Noé, Abraão, Moisés... e confirma sua Palavra com obras: a Aliança, a descendência prometida e a libertação do Egito.
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Israel, por sua infidelidade ao amor de Deus, teve que presenciar a destruição de Jerusalém e, por quase cinquenta anos, suportou o exílio e o cativeiro na Babilônia. Naquela época, o Senhor enviou profetas que mantiveram viva a esperança de retornar à cidade santa para reconstruí-la e restaurar o templo. Quando isso acontece, inaugura-se uma nova era na qual os hebreus voltam seus corações a Deus, e colocam a Lei como regra de vida e manifestação da fidelidade e misericórdia de Deus.
Ne 8,1-3.5.8
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Descubra a riqueza escondida no texto
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Desterrados, tudo parecia perdido. No entanto, o rei Ciro permite que os judeus retornem a Jerusalém. Os muros se erguem novamente, as ruas e praças recuperam sua atividade, a alegria reina nas casas. Que mudança de atitude ocorreu no Povo de Deus? Quem abrandou seu coração? E o de Ciro? Começa um novo ano e a cidade celebra uma festa que reúne toda a cidade na esplanada da Porta da Água, aos pés do templo. Esdras, o sacerdote que trouxe os judeus de volta a Jerusalém, pega o Livro da Lei e começa a ler. O que celebram? O que os israelitas pedem? O que Esdras faz no final da leitura?
Bem-aventurados os que ouvem a Palavra de Deus... a. Esdras pega o livro da Lei e começa a ler. Todos eles o ouvem. Com que atitude o fazem? Por quê? b. Qual é a reação do povo quando Esdras abre o livro e mostra para eles? O que significa este gesto? É repetido em nossas igrejas na leitura do Evangelho?
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E eles a guardam a. A Palavra de Deus salva. Você sabe como podemos ouvir a Deus para ser seus amigos? b. Reflita. Ouve a Palavra de Deus quem não a põe na prática?
2 No Novo Testamento Em Cristo a revelação de Deus é consumada. Já não é um profeta que fala, mas o Filho de Deus feito homem que dá a conhecer à humanidade o amor do Pai. Com o poder do Espírito, os Apóstolos dão testemunho da verdade e anunciam o Evangelho a todas as nações. Os sucessores dos Apóstolos, o Papa e os Bispos, continuam esta missão até que o Senhor volte.
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O que era desde o princípio, o que temos ouvido, o que temos visto com os nossos olhos, o que temos contemplado e as nossas mãos têm apalpado no tocante ao Verbo da vida. Porque a vida se manifestou, e nós a temos visto; damos testemunho e vos anunciamos a vida eterna, que estava no Pai e que se nos manifestou –, o que vimos e ouvimos nós vos anunciamos, para que também vós tenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com o seu Filho Jesus Cristo. Escrevemos-vos estas coisas para que a vossa alegria seja completa. 1 Jo 1,1-4
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“Nunca agradeceremos o suficiente a Deus pelo dom de sua Palavra, que se faz presente nas Escrituras. [...] É aí que nos damos conta de que a nossa esperança não se baseia nas nossas capacidades e nas nossas forças, mas no apoio de Deus e na fidelidade do seu amor”. (Francisco, 22 de março de 2017)
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Os judeus testemunharam o cumprimento das promessas feitas por Deus a Israel por meio dos profetas. Os discípulos de Jesus são testemunhas de um prodígio ainda maior: sua ressurreição. Com ela, todas as promessas de Deus foram cumpridas definitivamente. Relacionamos esta passagem com a do Antigo Testamento. São João comunica a experiência que teve de um Deus feito carne, que triunfou sobre a morte. Coloque-se no lugar dele. Que sentimentos se agitariam em seu peito? Quais seriam suas preocupações? Ele precisou da força do Espírito Santo para cumprir fielmente sua missão apostólica?
Quem viu isso dá testemunho a. Para seguir a Cristo é preciso ter uma experiência semelhante à de João, que ouviu suas palavras, viu-o com seus próprios olhos e tocou-o com as mãos. Isso é possível hoje? Como? b. Esta experiência só pode ocorrer na Igreja. Como o apóstolo expressa essa ideia no texto?
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Reflita sobre as palavras do Papa Quando nos aproximamos das Escrituras, entramos em diálogo com Deus. O que o fato de receber sua Palavra nos traz? Como deve ser nossa atitude perante ela?
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AS RAZÕES DA FÉ
1. Um convite muito especial 1.1. Atos e palavras que nos falam de Deus
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Escuta, meu Povo
Conhecemos realmente uma pessoa e só alcançamos sua amizade quando ela nos abre seu coração. Deus, criador de todas as coisas, quis dar testemunho de si mesmo através das realidades criadas. No entanto, estes são apenas um pálido reflexo da perfeição divina. Além disso, a própria limitação da inteligência humana torna impossível para nós alcançarmos a intimidade divina por conta própria.
“Povo meu, escute o meu ensino; incline os ouvidos para o que eu tenho a dizer. Em parábolas abrirei a minha boca, proferirei enigmas do passado; o que ouvimos e aprendemos, o que nossos pais nos contaram. Não os esconderemos dos nossos filhos; contaremos à próxima geração os louváveis feitos do Senhor, o seu poder e as maravilhas que fez”. (Sl 78,1-4)
Somente se Deus abrisse nossos olhos poderíamos conhecê-lo facilmente e sem erro. E assim foi: ele, movido pelo seu amor sem limites, deu-se a conhecer a nós. Deus se dirige ao ser humano e fala com ele para que, como amigo, ele se torne parte de sua intimidade. Através da sua revelação*, Deus estendeu livremente a sua mão ao homem e mostrou-lhe o desígnio amoroso que, desde a eternidade, lhe destinou. Para tanto, manifestou verdades que o ser humano não poderia conhecer (como o mistério da Santíssima Trindade) ou que conhece com dificuldade (como a lei moral natural). Deus não pretende impor sua vontade, mas se aproxima do ser humano para estabelecer uma amizade profunda que satisfaça seu desejo de felicidade. Assim, a Revelação não é apenas a transmissão de algumas verdades que devemos conhecer, mas fundamentalmente é um convite pessoal de Deus para vivermos em comunhão com Ele.
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A Revelação é feita por atos e palavras que estão intimamente ligados entre si: as obras que Deus realiza confirmam a verdade de Deus, e as palavras proclamam as obras e explicam seu significado. Esta Revelação sobrenatural distingue-se assim da Revelação natural pela qual Deus se manifesta através de suas criaturas. Essa comunicação direta de Deus com o ser humano não foi instantânea, mas um processo histórico pelo qual a mensagem divina se foi completando pouco a pouco.
1.2. Um longo caminho até Jesus Desde o início, Deus se manifestou a Adão e Eva, e os convidou a uma íntima comunhão com ele. Depois do pecado original, Deus não abandonou o ser humano e prometeu que enviaria um Salvador (Gên 3,15). E, muito tempo depois, estabeleceu com Noé uma Aliança que atinge todos os seres vivos. Este processo de Revelação progressiva ou história da Salvação continua com Abraão e seus descendentes. Deus formou um povo, Israel, com quem estabeleceu uma Aliança. Pouco a pouco, ensinou-lhes quem Ele era e outras verdades, como a criação do mundo ou a existência da vida eterna.
Moisés e as Leis - José de Ribera (1591-1652).
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Ele também os instruiu sobre como orar e adorar, e sobre os princípios básicos do comportamento humano na família e na sociedade. Era a Lei que deveria reger a sua relação com Deus e com os outros, que se resume no Decálogo dado a Moisés.
2 Os profetas lembraram a Israel da promessa de uma Salvação “que abrangeria todas as nações em uma nova e eterna Aliança. Do povo de Israel, da linhagem do rei Davi, nascerá o Messias: Jesus” (Compêndio CIC, n. 8).
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Com efeito, em Jesus Cristo se cumpre tudo o que foi predito e anunciado. “Muitas vezes e de muitas maneiras Deus falou nos tempos antigos aos nossos ancestrais por meio dos profetas. Agora, neste último momento, ele nos falou pelo Filho” (Hb 1, 1-2). As obras que Deus realizou no povo de Israel, assim como as palavras dos profetas e sábios de Israel, encontram seu pleno cumprimento na pessoa de Cristo. Ele, por meio de todas as suas obras, palavras, sinais e milagres, mas sobretudo por meio de sua paixão, morte e ressurreição, completa toda a Revelação.
Jesus nos convoca em sua Igreja, o novo Povo de Deus, com o anúncio desta Boa Nova, ou seja, da chegada do Reino de Deus prometido há séculos nas Escrituras.
ideias-chave
vocabulário
•
A revelação divina é a comunicação que Deus fez de si mesmo aos homens, por obras e palavras, para nos tornar participantes da vida divina (cf. Compêndio do CIC, n. 6).
•
Deus realizou a Revelação plena e definitiva em seu Filho, Jesus Cristo. Com a sua vinda e o dom do Espírito Santo, a Revelação cumpriu-se plenamente (cf. Compêndio CIC, n. 9).
CT De acordo com sua experiência, que realidades naturais o levam a intuir a existência do Criador, quando você as contempla em silêncio? O que elas lhe dizem sobre Deus? Sempre que tiver oportunidade, fique sozinho e em silêncio diante da natureza (uma montanha, o mar, um rio, uma floresta...), e deixe Deus falar ao seu coração através de suas criaturas, sem pressa. Não é uma atividade para crianças, é para os sábios. Escreva o resultado desta meditação em seu caderno pessoal.
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CL O que significa a palavra revelar? O que é, então, a Revelação divina? Escreva uma definição com suas próprias palavras. CA Reflita sobre o trabalho realizado nas duas atividades anteriores e indique os caminhos pelos quais Deus quis se dar a conhecer ao homem. Classifique-os e indique brevemente a diferença essencial entre os dois.
Deus, livremente, se revelou e se entregou ao ser humano.
Revelação: comunicação gradual que Deus faz de si ao homem, por meio de sinais e palavras, para torná-lo capaz de amá-lo, e que culmina na Pessoa e missão do Verbo encarnado, Jesus Cristo.
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Das seguintes afirmações sobre a Revelação, indique quais são verdadeiras e corrija as falsas. a. Seu propósito é convidar o homem à comunhão com Deus. b. É instantânea e, ao mesmo tempo, se dirige a todos os seres humanos. c. Mesmo que ele não tivesse se revelado, ainda poderíamos conhecer a Deus, apenas com a inteligência. d. A Revelação é tão evidente que o homem não tem escolha a não ser aceitá-la.
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Coloque em ordem cronológica os seguintes eventos da revelação de Deus. a. Aliança com Noé. b. Pecado original e promessa de um Salvador. c. Eleição de Abraão e promessas aos seus descendentes. d. Convite a Adão e Eva para a amizade com Deus. e. Pregação e milagres de Jesus. f. Aliança com o povo de Israel e entrega da Lei. g. Vinda do Espírito Santo sobre os Apóstolos. h. Morte, ressurreição e ascensão de Jesus Cristo. i. Os profetas anunciam uma Nova Aliança.
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AS RAZÕES DA FÉ
2. Uma mensagem de voz e texto vocabulário
Mais tarde, durante a monarquia e, sobretudo após o exílio na Babilônia (século VI aC e seguintes), todo aquele tesouro de fé e sabedoria foi compilado por escrito, sob inspiração* do Espírito Santo. O conjunto desses escritos forma o Antigo Testamento.
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Inspiração: influência sobrenatural com a qual Deus ilumina o entendimento do autor sagrado e move sua vontade para escrever a verdade que o Senhor quer transmitir. Portanto, o principal autor da Bíblia é Deus.
O povo de Israel transmitiu sua fé de pais para filhos oralmente, com vários métodos: narrativas que mostravam a ação de Deus com seu povo, fórmulas de fé, leis e costumes, cânticos, provérbios, orações, etc.
Tradição Apostólica: transmissão da mensagem de Cristo realizada pelos Apóstolos e seus sucessores, através da pregação, testemunho, instituições, culto e escritos inspirados.
Mais tarde, Jesus enviou os Apóstolos para pregar o Evangelho em todo o mundo. Estes o transmitiram de duas maneiras: oralmente – com seu exemplo, sua pregação e suas instituições – e por escrito. Os textos dos Apóstolos e seus colaboradores que contêm a revelação de Deus constituem o Novo Testamento. Mas o desejo de Deus é que tudo o que ele revelou para a Salvação dos povos Explicação seja preservado e alcance todos os homens e mulheres em sua totalidade. Como isso é possível? A mensagem da Revelação, anunciada desde o Antigo Testamento e cumprida em Jesus Cristo, chega até nós em todo o seu frescor e pureza graças à Tradição Apostólica*. Isso, de acordo com o mandato de Jesus, é realizado através da: • Tradição ou transmissão viva da Palavra de Deus. A Igreja, por meio dos bispos, sucessores dos Apóstolos, continua a transmissão fiel e completa da Revelação, com a ajuda do Espírito Santo. • Sagrada Escritura ou a Palavra de Deus escrita por inspiração do Espírito Santo. É formado pelo Antigo e Novo Testamento.
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A Tradição e a Sagrada Escritura estão intimamente ligadas e entrelaçadas, porque ambas surgem da mesma fonte divina e tornam Cristo presente na sua Igreja.
3. Um livro da parte de Deus 3.1. Quem escreveu a Bíblia? Um livro inspirado por Deus é uma obra cuja autoria não é meramente humana, como qualquer outra obra literária. Não é que a Bíblia seja um livro entregue diretamente por Deus, como se tivesse caído do céu. Pelo contrário, é uma obra com dupla autoria: divina e humana. Seus livros foram escritos por autores humanos (hagiógrafos) de várias épocas, sob inspiração do Espírito Santo. Não é que Deus tenha anulado sua vontade: cada autor escreveu de acordo com seu estilo, suas experiências pessoais, a cultura de seu tempo, suas intenções etc. Mas Deus usou tudo isso para que escrevessem apenas o que ele queria. O Espírito Santo usou as circunstâncias humanas para transmitir sua Palavra. São Marcos, de J. Leonardo. Século XVIII. Os Apóstolos transmitiram, com as suas palavras e com o exemplo da sua vida, o que aprenderam de Cristo e receberam do Espírito Santo.
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2 Como Deus inspirou os livros, eles não apresentam contradições entre si. Além disso, os diversos livros que compõem a Bíblia possuem uma íntima unidade, apesar da diversidade de gêneros e estilos literários que apresentam. Da mesma forma que é una, também é santa, pois Deus é santo.
“Encontramos Jesus na Sagrada Escritura, lida na Igreja. A Sagrada Escritura, a Palavra de Deus escrita por inspiração do Espírito Santo, é, com a Tradição, fonte de vida para a Igreja e alma de sua ação evangelizadora. Não conhecer a Escritura é não conhecer Jesus Cristo e desistir de proclamá-lo. […] No início desta nova etapa da Igreja missionária da América Latina e do Caribe, um conhecimento profundo e experiencial da Palavra de Deus é condição indispensável”. (Aparecida, n. 247)
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Dizemos que a Bíblia é verdadeira, pois nela não há erros, ou seja, seu conteúdo é fiel à Palavra de Deus. Essa propriedade é chamada de inerrância. Seus livros ensinam, sem erro, a verdade que Deus inspirou para ser registrada por eles para nossa salvação. A Bíblia não procura, portanto, ser um livro de história ou ciência no mesmo sentido que o de um historiador ou cientista de nosso tempo. Sua finalidade é única e exclusivamente religiosa: ensinar e transmitir a Palavra de Deus.
Conhecer as Escrituras para conhecer a Cristo
Para os cristãos, a Bíblia também é como uma longa carta que Deus dirige a cada um. Por isso, o fiel deve aceitar as Sagradas Escrituras com grande amor e reverência (cf. Youcat, n. 16).
ideias-chave
•
Segundo o seu próprio mandato, Cristo é anunciado a todos os povos através da Tradição Apostólica, isto é, Tradição e Sagrada Escritura (cf. Compêndio do CIC, nn. 11 e 13).
•
Deus é o autor da Sagrada Escritura porque inspira os seus autores humanos: age neles e por meio deles (cf. CIC, n. 136).
•
Por isso temos a certeza de que ensina sem erro a verdade que Deus quis transmitir-nos para a nossa salvação (cf. CIC, n. 136).
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Certamente em sua família você já ouviu a história de um antepassado seu. Se não, peça a alguém para lhe contar algumas histórias. Em seguida, coloque-os brevemente por escrito. CL
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CS Compartilhe essa experiência com seus colegas. A seguir, reflitam e comentem quais semelhanças e diferenças tem com o que o texto explica sobre a transmissão da Revelação divina.
Assinale se essas declarações sobre perpetradores humanos da Bíblia são verdadeiras ou falsas. a. Estavam coordenados entre eles. b. Eles escreveram em estado de transe. c. Eles escreveram de acordo com seu estilo e circunstâncias. d. Eles não sabiam o que estavam escrevendo. e. Eles escreveram movidos por Deus. f. Eles inventaram o que escreveram.
Em duplas, procurem as seguintes passagens da Bíblia. Indiquem para cada um: a. De quem está sendo falado. b. O que essa pessoa (ou pessoas) faz(em). c. O que todos eles têm em comum? d. Que expressões se referem à transmissão do Evangelho. e. Qual lição podemos aprender com essa sequência. 1. At 4,33; 2. At 8,4; 3. At 8,5; At 9,19-20; 5. At 13,4-5; 6. At 14,3; 7. At 14,21; 8. At 19,8; 9. At 28,30-31.
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CL Relacione cada conceito ao seu significado: unidade, santidade, inerrância.
a. A Bíblia tem um valor sagrado porque seu conteúdo procede de Deus. b. Os livros da Bíblia ensinam sem erro o que Deus quis que ensinassem. c. Os vários livros que compõem a Bíblia transmitem o mesmo ensinamento, sem contradições.
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AS RAZÕES DA FÉ 3.2. Interpretação das Escrituras vocabulário
Na Bíblia, Deus fala aos homens à maneira dos homens. Portanto, para fazer uma correta interpretação da Sagrada Escritura, é necessário prestar atenção ao que os autores humanos realmente queriam dizer; isto é, o que Deus queria nos mostrar através de suas palavras.
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Magistério: ofício de ensino da fé, exercido pelos bispos – como sucessores dos Apóstolos – em comunhão com o Papa, sucessor de Pedro e Bispo de Roma.
O estudo da Bíblia nem sempre é fácil: algumas passagens são difíceis de interpretar. É necessário ter conhecimentos e ferramentas altamente especializados: conhecer as línguas antigas (aramaico, grego, latim ou hebraico), técnicas de crítica textual, a história de cada período, etc.
A tarefa de interpretar autenticamente a Escritura pertence ao Magistério* da Igreja. Tal interpretação é sempre realizada sob a orientação do Espírito Santo e em nome de Jesus Cristo. Esta interpretação é colocada a serviço do povo cristão para que todos sejam enriquecidos pelos frutos da Palavra de Deus. A Igreja aponta três critérios para uma correta interpretação das Escrituras:
• Estar atentos ao conteúdo e à unidade de toda a Escritura, não apenas ao fragmento específico, porque a Escritura é uma, em virtude da unidade do plano amoroso de Deus. • Ler as Escrituras dentro da Tradição viva da Igreja. Já vimos a unidade entre Tradição e Sagrada Escritura. Por isso, quando a lemos, tornamo-nos participantes da grande Tradição da Igreja. • Prestar atenção à analogia da fé. Isso significa que as verdades da fé estão intimamente ligadas entre si e com o desígnio total da Revelação divina.
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3.3. Do Antigo ao Novo Testamento
Como sabemos, no Antigo Testamento Deus nos mostra todo o seu amor. Nas primeiras páginas da Bíblia revela-se um pai bom e previdente. Mais tarde, aparece como guia do povo de Israel, com quem estabelece uma aliança de amor e conduz à Terra Prometida. Ao longo do caminho, também o descobrimos como um Deus misericordioso, capaz de perdoar os pecados dos israelitas que, muitas vezes, esqueceram a Aliança que fizeram com ele. Esses eventos e essas palavras também são importantes para nós. Tudo o que o Antigo Testamento explica é uma preparação para o que acontecerá no Novo: a vinda do Messias. Podemos dizer que o propósito do Antigo Testamento era preparar e anunciar a vinda de Cristo – Redentor e Salvador universal – e de seu Reino. O próprio Jesus reconhecia o valor da Escritura e todos os sábados, segundo o costume judaico, ia à sinagoga para ouvir a Palavra de Deus ou rezar as orações litúrgicas. Além disso, nos Evangelhos aparece como Jesus às vezes explicava as Escrituras na sinagoga.
Com a ajuda do Espírito Santo e os ensinamentos da Igreja, todos os fiéis católicos conhecem a verdadeira interpretação das Sagradas Escrituras.
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2 O Antigo e o Novo Testamento formam uma bela unidade. Deus é o autor que inspira ambos os testamentos, de tal forma que o Novo está “escondido” no Velho, e o Novo explica e ilumina o Velho. Para compreender a história de Jesus, é necessário conhecer também a história e a fé de seu povo. É por isso que nós cristãos lemos o Antigo Testamento à luz do Novo. Já os primeiros crentes descobriram referências à pessoa de Cristo em passagens do Antigo Testamento.
É a parte mais importante da Bíblia hebraica e o fundamento do judaísmo, porque constitui o núcleo da revelação divina a Israel. É composto pelos cinco primeiros livros da Bíblia, também conhecidos como os livros de Moisés ou escritos mosaicos: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Narra as origens de Israel, o caminho para a Terra Prometida e todos os preceitos da Lei Judaica. Além da Lei (a Torá), a Bíblia hebraica é composta dos Profetas e dos Escritos. A Torá aparece com destaque na sinagoga e em muitas cerimônias religiosas judaicas.
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ideias-chave
A Torá
•
A unidade dos dois testamentos nasce da unidade do plano de Deus. O Antigo Testamento prepara o Novo, enquanto este cumpre o Antigo; os dois iluminam-se mutuamente (cf. CIC, n. 140).
•
A interpretação da Sagrada Escritura deve sobretudo estar atenta ao que Deus quer revelar através dos autores sagrados para a nossa salvação (cf. CIC, n. 137).
• A sua interpretação autêntica corresponde apenas ao Magistério vivo da Igreja, isto é, ao Papa e aos bispos em comunhão com ele (cf. Compêndio do CIC, n. 16).
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Marque as afirmações verdadeiras e corrija as falsas.
a. Agora que todos sabem ler, a Igreja não precisa interpretar as Escrituras. b. O Magistério da Igreja atua guiado pelo Espírito Santo. c. Membros isolados da Igreja podem cometer erros e cometer faltas graves. d. Para nós cristãos, basta o Novo Testamento. Assinale quais dos seguintes critérios são válidos para ler a Escritura.
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a. Considerar a passagem particular dentro de todo o ensino bíblico. b. Considerar apenas a literalidade do texto específico que lemos. c. Lê-la em comunhão com toda a Igreja. d. Lê-la e interpretá-la com o mesmo Espírito com que foi escrita.
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Relacione as situações do Antigo Testamento ao evento na vida de Cristo que elas prefiguram. a. Isaac, que carregava a lenha nos ombros para ser oferecida em sacrifício (Gên 22:6). b. José, que foi vendido por seus irmãos e acabou salvando-os da fome (Gên 37,28). c. A Arca da Aliança, sinal da presença de Deus no meio do seu povo (Êx 25:10). d. A serpente de bronze, levantada no deserto; aqueles que olhavam para ela saravam (Nm 21,9). e. O profeta Jonas, que permaneceu três dias e três noites no ventre da baleia (Jn 2,1). 1. Jesus ressuscitou no terceiro dia após sua morte. 2. Jesus foi entregue pelas autoridades de seu povo. 3. Jesus carregou a cruz até o Calvário. 4. Jesus foi crucificado para nossa salvação. 5. Jesus, Deus feito homem, habitou entre nós.
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AS RAZÕES DA FÉ 3.4. Muitos livros em um só livro A lista de livros que a Igreja reconhece como inspirados por Deus e que compõem a Bíblia ficou estabelecida no século IV. É chamado de cânon bíblico e foi reiterado no Concílio de Trento (1545).
Características
Livros
Pentateuco
A Torá. Refere-se à Criação, às origens de Israel (os patriarcas e a saída do Egito), e às suas leis e preceitos.
Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.
Históricos
Eles narram a história de Israel (a) e de alguns personagens específicos (b). Sua intenção não é apenas a narração de fatos, mas também a reflexão sobre esses fatos a partir da fé.
a) Josué, Juízes, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis, 1 e 2 Crônicas, e 1 e 2 Macabeus. b) Rute, Esdras, Neemias, Tobias, Judite e Ester.
Didáticos
Transmitem uma mensagem religiosa e moral em forma poética (a), e sabedoria ou forma didática (b).
a) Salmos e Cântico dos Cânticos. b) Jó, Provérbios, Qohélet (ou Eclesiastes), Sabedoria e Sirácida (ou Eclesiástico).
Recolhem os ensinamentos dos profetas de Israel com um duplo propósito: denunciar o afastamento de Deus e promover a esperança na vinda do Messias. Distinguem os quatro profetas “maiores” (a) e os doze profetas “menores” (b).
a) Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel, mais Lamentações e Baruc. b) Oséias, Joel, Amós, Abdias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias.
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Grupo
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O Antigo Testamento É composto por 46 livros, escritos principalmente em hebraico e, em menor grau, em aramaico e grego. Eles são classificados em quatro grupos.
Proféticos
A Bíblia protestante
O número de livros na Bíblia católica é diferente do de uma Bíblia protestante. Os livros do Novo Testamento são os mesmos. Mas o Antigo Testamento, na Bíblia protestante, não inclui os sete livros da Bíblia judaica que foram originalmente escritos em grego: Tobias, Judite, Macabeus 1 e 2, Sabedoria, Eclesiástico e Baruc. Esses livros, incluídos na tradução da Bíblia para o latim feita por São Jerônimo no século IV, são reconhecidos por católicos e ortodoxos. No entanto, Lutero não os incluiu em sua tradução alemã da Bíblia em 1534.
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2 O Novo Testamento É composto por 27 livros, escritos em grego e agrupados nos seguintes blocos, de acordo com seu gênero literário. Entre eles, os quatro evangelhos têm um valor especial.
Os evangelhos. Segundo São Mateus (apóstolo), São Marcos (discípulo de São Pedro), São Lucas (discípulo de Paulo) e São João (apóstolo). Eles são o núcleo do Novo Testamento, relatando a vida e os ensinamentos de Jesus, sua paixão, morte, ressurreição e ascensão ao céu. Atos dos Apóstolos. Eles narram os primeiros passos da atividade da Igreja, sob o impulso do Espírito Santo. Seu autor é São Lucas.
Gênero epistolar
São epístolas de alguns apóstolos dirigidas às primeiras comunidades cristãs:
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Gênero histórico
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• Cartas de São Paulo. Ordenadas da de maior para a de menor extensão: primeiro, as dirigidas às comunidades; depois. as destinadas a pessoas específicas. São treze: aos romanos, aos coríntios (2), aos gálatas, aos efésios, aos filipenses, aos colossenses, aos tessalonicenses (2), a Timóteo (2), a Tito e a Filemom. • Carta aos Hebreus. De autor desconhecido, mas muito próximo a São Paulo. • Cartas católicas. Estas são sete cartas de outros apóstolos. Não são dirigidas a uma comunidade específica. Uma de Santiago, duas de São Pedro, três de São João e uma de São Judas.
Gênero apocalíptico
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Apocalipse (ou Revelação) de São João. Último livro da Bíblia. Seu propósito é encorajar os cristãos nos tempos difíceis da Igreja, a serem fiéis até a vinda gloriosa de Jesus Cristo, no fim dos tempos. Utiliza imagens e símbolos abundantes.
CA CI Organizamos uma exposição bíblica em sala de aula. Cada um levará pelo menos um exemplar. Devem conseguir edições diferentes. Deixarão cada exemplar aberto em uma passagem significativa para quem a levou. Cada um estará exposto juntamente com uma breve explicação do trecho selecionado e do livro ao qual pertence.
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Descubra que expressão têm em comum os seguintes versículos do Novo Testamento: Mt 5,17; Mt 7,12; Mt 22,40; Lc 16,16; Rm 3,21. O que você acha que isto significa?
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Indique a que grupo de livros cada afirmação se refere e se pertencem ao Antigo ou ao Novo Testamento. a. Recolhem os ensinamentos dos profetas de Israel. b. Explica a história dos patriarcas e a saída do Egito. c. Narram a vida e os ensinamentos de Jesus. d. Narra os grandes acontecimentos da história de Israel. e. Recolhem a sabedoria religiosa e moral de Israel. f. São cartas dos Apóstolos que não se dirigem a uma comunidade específica. g. Encoraja nos tempos difíceis da Igreja. Ele usa imagens e símbolos abundantes.
Ordene as frases para formar um texto coerente.
de todos os escritos que a Tradição Apostólica / e vinte e sete do Novo. / Compreende quarenta e seis escritos / fez a Igreja discernir como sagrado. / É o elenco completo / do Antigo Testamento
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Faça um mapa mental sobre os livros da Bíblia que faça referência às suas duas partes, ao número de livros, às línguas e aos grupos que a compõem. Não é necessário incluir os títulos dos livros. CD
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CA Pesquise e explique o que é a Bíblia dos Setenta. De que época é? Por que és importante?
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DISCÍPULOS E MISSIONÁRIOS
Um exemplo a seguir São Felipe de Jesus
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Felipe de las Casas Martínez (1572-1597) é o primeiro santo mexicano. Em sua juventude, foi um menino ambicioso. Aos 18 anos, abandonou seu país para viajar para as Filipinas em busca de fortuna. A Ásia forneceu especiarias e seda ao mercado norte-americano e a América fornecia prata aos países asiáticos. O porto de Manila, devido à sua localização geográfica, era o intermediário entre Cantão e Acapulco. Dessa forma, Felipe está imerso em um ambiente dominado pelo materialismo. A sua experiência é muito semelhante à do filho pródigo: vive despreocupadamente até perder todo o seu dinheiro e os amigos o abandonam. Então sente o chamado do Senhor. Felipe ingressa na ordem franciscana e sua vida toma um rumo radical. A partir de então, dedicou-se ao estudo do Evangelho e ao cuidado dos pobres e doentes. Três anos depois, seus superiores o mandam de volta ao México para ser ordenado sacerdote. Uma tempestade faz com que o galeão por onde viaja com outros irmãos se desvie de sua rota e encalhe na costa do Japão.
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Os jesuítas estavam evangelizando o país há cinquenta anos e mais de 60.000 japoneses se converteram ao cristianismo. A aristocracia sente que a nova religião põe em risco seus interesses e decreta a expulsão dos missionários. Felipe e os seus companheiros recusam-se a partir, estão dispostos a “oferecer a sua vida a Nosso Senhor em vez de abandonar aquela cristandade”. O missionário está preso com outros vinte e cinco católicos, incluindo três crianças. Eles são transferidos de Kyoto para Nagasaki, uma marcha de um mês no auge do inverno, e lá, na colina Nishizaka, são içados em cruzes e lanceados diante da multidão.
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Reflita sobre a conversão de São Felipe de Jesus. Em sua juventude, ele ganhava a vida como ourives, mas decide deixar sua casa e seu país para fazer fortuna e negociar com prata. Consegue? Encontra a felicidade? O que descobre então? O que se decide a fazer?
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CI Avalie sua atitude. Deus ama cada um de nós incondicionalmente, com a ternura de um pai. Reflita sobre sua experiência. Você sente a ternura de Deus em sua vida? Você confia no amor dele por você? Você compartilha essa alegria com os outros? Quando?
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CT “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo por nos conceder esta misericórdia de sofrer com alegria por seu amor”. Estas são as palavras dos mártires de Nagasaki que, como os Apóstolos, não desistem de pregar mesmo com risco para suas vidas. Lemos Atos 5,27-33 e meditamos em silêncio, pedindo ao Senhor que nos ajude a ser testemunhas do Evangelho apesar das dificuldades.
2 Agora você Deixe Deus falar ao seu coração A Bíblia é o livro mais lido de todos os tempos: um verdadeiro best-seller. Qual é o segredo do seu sucesso? Simples: muda a vida de seus leitores. “Quando você lê, Deus fala com você”, disse Santo Agostinho. Você não está curioso para saber o que ele vai lhe dizer hoje?
Como ler a Bíblia?
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Se você vai receber a Confirmação este ano, por que não considera ler a Bíblia regularmente, como um cristão maduro?
• Reserve um momento diário para ter este encontro com Jesus. Antes de iniciar sua leitura, coloque-se na presença de Deus com uma breve oração, aquela que você deseja, mas que vem do seu coração. • Leia a passagem com atenção, ela não precisa ser longa.
• Guie-se por este itinerário, chamado lectio divina, seguido na Igreja há séculos: 1. Medite: O que exatamente o texto diz? Tente descobrir sua mensagem de fé.
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2. Reze: O que isso diz para mim, para nós, hoje e agora? Mergulhe, com a ajuda do Espírito Santo, em sua própria vida. 3. Contemple: Deixe uma oração sincera brotar do seu coração: agradecimento, pedido, louvor...
4. Comprometa-se: Que conversão de mente e coração o Espírito Santo encoraja em sua vida? Coloque a Palavra de Deus em prática para se tornar um dom para os outros. Você verá como, pouco a pouco, está transformando sua vida e a de seu ambiente.
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Você tem uma Bíblia ou um Novo Testamento próprio, para seu uso? Se não, consiga um e encape-o se necessário, para que se conserve melhor. Aproveite a leitura das Escrituras. Comece com o Evangelho de Marcos, o mais curto. Escreva o itinerário em seu caderno pessoal para segui-lo facilmente. Você também pode escrever frases e ideias que chamem sua atenção.
CA
3
CI CT A leitura da Bíblia deve ser feita a partir da fé, e deve ser litúrgica, ou seja, com vontade de celebrar essa Palavra e deixar-se transformar por ela. Você se lembra do que é dito na celebração da Eucaristia depois proclamar as leituras? E o gesto do sacerdote antes e depois de anunciar o Evangelho? O que você acha que esses sinais querem expressar? Reflita pessoalmente sobre qual é a sua atitude interior e exterior quando ouve as leituras na Eucaristia.
4
Com o tempo, os cristãos sabem de cor muitas passagens das Escrituras. Que frase ressoou ou ressoa mais fortemente em sua vida? Copie-a em seu caderno pessoal. CI
CT
SÍNTESE
resposta definitiva ao significado e propósito da vida humana
resposta livre e pessoal, conhecendo-o e amando-o
de maneira que dê
e lhe pede para que dê
el o
pessoa e missão de seu Filho Jesus Cristo até sua revelação plena na
revelar-se a Si mesmo
prepará-lo pouco a pouco
para
atos e palavras
para
comunicándose mediante
DEUS SE DÁ AO HOMEM
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e quer que
Cristo seja anunciado a todos os homens por meio da
Tradição Apostólica
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composta pela
composta pela
Sagrada Escritura
Tradição
que o Espírito Santo inspirou aos
que, por mandato de Jesus, se realiza no
hagiógrafos
ensinamento, vida e culto da Igreja
pelo que é
cuja interpretação é realizada pelo
una, santa e não contém erro
Magisterio
e compreende o
assim como define
Antigo e o Novo Testamento
o cânon das Escrituras
2
ATIVIDADES DE AVALIAÇÃO
2
Em pequenos grupos, criem uma apresentação de slides intitulada História da Revelação. Para os textos, devem basear-se nos números 7, 8 e 9 do Compêndio do Catecismo da Igreja. Para as imagens, devem utilizar obras da história da arte que representem as cenas. Os textos podem ser adaptados. Para isso, podem consultar os números equivalentes do CIC ou do Youcat. CD CI
CC
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CI Elaborem uma biblioteca em miniatura dos livros da Bíblia. Vocês podem fazer esta atividade com toda a turma ou em grupos.
a. Façam um sorteio para nomear três alunos para coordenar os próximos passos. b. Distribuam os livros da Bíblia entre todos os membros, da classe: que cada livro tenha um responsável. c. Juntem 63 caixas de fósforos ou similares, uma para cada livro da Bíblia. d. Envolvam cada caixa-livro com papel ou cartolina de cor diferente, dependendo do grupo de livros a que pertence. e. Escrevam o título na lombada da caixa-livro. f. Dentro de cada caixa, insiram um pequeno pedaço de papel enrolado com informações muito breves sobre o livro: autor (se conhecido), época em que foi escrito e do que trata. g. Com uma caixa de papelão, construa uma pequena estante para classificar os livros. h. Escreva um pequeno cartaz para identificar cada grupo de livros.
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Complete as seguintes afirmações.
a. Deus revela-se através de […] e […]. b. A revelação de Deus foi se completando […], por etapas. c. O cume da Revelação é […]. d. O […] é uma preparação para a vinda de Jesus Cristo.
Leia Mt 18,19-20 e Atos 4,18-20. Explique que relação você vê entre os dois textos. Em seguida, localize outra passagem nos Atos dos Apóstolos que mostra como a Igreja primitiva colocou em prática o mandato missionário de Jesus.
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Assinale se essas declarações sobre a transmissão das Revelação são verdadeiras ou falsas.
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a. A revelação de Deus vem a nós somente através da Sagrada Escritura. b. Os autores do Antigo Testamento são os profetas, e os do Novo, os evangelistas. c. Deus é o autor da Bíblia porque inspirou todos os seus autores humanos. d. Os hagiógrafos escreviam de acordo com sua experiência e a cultura de seu tempo. e. A Bíblia contém erros sobre Deus porque seus autores humanos podem ter se equivocado. f. O Espírito Santo guia a Igreja na interpretação das Escrituras.
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Relacione essas expressões com o Antigo ou o Novo Testamento, ou com ambos. a. Os quatro evangelhos. b. Cartas dos Apóstolos. c. Reúne antigas tradições orais. d. Relatos da vida dos primeiros cristãos. e. Livros escritos antes de Cristo. f. Seus autores escreveram inspirados por Deus. g. Eles contêm a Palavra de Deus.
Em grupos de três, façam um jogo de passatempo de sua escolha: palavras cruzadas, caça-palavras, etc., com os nomes dos livros da Bíblia.
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Deus tem um rosto
Vamos descobrir
Vamos ser capazes de Verificar que o que define a fé cristã é uma pessoa, Jesus de Nazaré.
Que os relatos evangélicos e outros testemunhos confirmam que Jesus é Deus e verdadeiro homem.
Descobrir as manifestações da divindade e humanidade de Jesus Cristo nos textos bíblicos.
Como, ao longo do ano litúrgico, lembramos e revivemos os mistérios da vida de Jesus Cristo.
Contemplar o mistério do Filho de Deus que nos ama a ponto de se tornar um de nós.
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Que as narrativas contidas nos Evangelhos correspondem à realidade da vida de Jesus.
Partimos da realidade
CL
CS
CT
Dois irmãos moravam em fazendas vizinhas. Um dia eles tiveram um mal-entendido que explodiu em um confronto amargo. Certa manhã, alguém bateu na porta do irmão mais velho. “Estou procurando trabalho”. O agricultor respondeu: “Olhe para aquela fazenda: meu irmão mora lá. Na semana passada havia um prado entre nós, mas ele desviou o riacho para me isolar. Construa uma cerca de dois metros de altura: não quero vê-lo nunca mais.” “Não se preocupe. Meu trabalho vai satisfazê-lo”, respondeu o carpinteiro.
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Perto do pôr do sol, quando o fazendeiro voltou, ele não podia acreditar em seus olhos. Não havia cerca de dois metros! Em seu lugar havia uma ponte ligando as duas fazendas do outro lado do riacho! Nesse momento, seu irmão veio de sua fazenda, abraçou-o e disse: “Olha, construir essa ponte linda depois do que eu fiz e disse!”
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Os dois irmãos estavam se reconciliando quando viram o homem se afastar. “Não espere! exclamou o irmão mais velho: “Tenho trabalho para você”. “Eu gostaria de ficar”, respondeu ele, "mas tenho muitas pontes para construir”.
L. Benítez Grande-Caballero, Os Contos do Peregrino
OBSERVE 1
O que aconteceu entre os dois irmãos? Descreva as fases de aborrecimento entre eles.
2
O que o irmão mais novo faz para separar as fazendas? E o que o mais velho propõe?
3
O que realmente os separa e os confronta?
4
Qual é o papel do carpinteiro nesta história?
5
A ponte do carpinteiro consegue fazer ligação entre os irmãos. Que mudança interior provoca neles?
AVALIE 6
A cerca e a ponte simbolizam duas formas diferentes de se relacionar com os outros. Você saberia explicar as diferenças entre uma e outra?
7
O carpinteiro diz ao irmão mais velho que ele fará “um trabalho que o deixará satisfeito". Você acha que os dois irmãos desejavam continuar em desacordo? Justifique sua resposta.
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A que você atribui a reconciliação entre os irmãos?
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O reencontro teria sido fácil sem a mediação do carpinteiro?
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Você já precisou de ajuda para reconciliar com alguém com quem você estava com raiva ou chateado?
Fotograma do filme Natividade, dirigido por C. Hardwicke (2006).
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À LUZ DA PALAVRA
No Antigo Testamento Moisés perguntou: “Quando eu chegar diante dos israelitas e lhes disser: O Deus dos seus antepassados me enviou a vocês, e eles me perguntarem: ‘Qual é o nome dele?’ Que lhes direi?” Disse Deus a Moisés: “Eu Sou o que Sou. É isto que você dirá aos israelitas: Eu Sou me enviou a vocês”. Disse também Deus a Moisés: “Diga aos israelitas: O Senhor, o Deus dos seus antepassados, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, o Deus de Jacó, enviou-me a vocês. Esse é o meu nome para sempre, nome pelo qual serei lembrado de geração em geração.”
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Deus sofre com a opressão de seu povo no Egito e toma a iniciativa novamente. Ele sai ao encontro de Moisés, diz-lhe seu nome e o envia ao Faraó. Deus se revela a Moisés como o Deus vivo: ele é o Deus de seus pais. Ele não é um ser anônimo e inacessível.
Ex 3,13-15
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O misterioso nome de Deus (“Eu sou”) mostra um Deus fiel que está sempre com seu povo e tem uma promessa de libertação, não apenas do cativeiro no Egito, mas também do pecado e da morte. O chamado de Moisés consiste em ser o mediador entre o povo e o Deus vivo disposto a perdoar.
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No início do livro de Êxodo, conta-se o que Deus fez para tirar seu povo do Egito. Deus escolhe Moisés para guiá-lo e, principalmente, para mediar entre ele e o povo. Você se lembra de uma ocasião em que esse patriarca intercedeu diante do Senhor por seu povo? Qual foi a resposta de Deus? Leia Ex 32,7-14. Moisés não se considera capaz de cumprir a missão que Deus lhe confia. Mas Deus lhe diz que não se preocupe pois estará com ele. Ou seja, quem importa não é Moisés, mas aquele que o enviou. Então Moisés pergunta seu nome. Por que é tão importante para ele conhecer o nome de Deus?
Eu sou o Senhor a. “Assim dirás aos israelitas”. Deus quer ser ouvido. Deseja estabelecer um relacionamento individual com o homem? Espera uma resposta? b. “Eu sou”, eu sou aquele que está sempre presente. Deus quer fazer parte da vida do homem. Por quê?
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Eu estou sempre com vocês a. Deus usa mediadores, como Moisés, os profetas ou os juízes. Mas você sabe quem é o mediador final entre Deus e os seres humanos? b. O povo de Israel sabe que o amor de Deus é eterno. Somos conscientes de sua presença amorosa entre nós?
3 No Novo Testamento Na plenitude dos tempos, Deus se manifesta em Jesus Cristo, o único Filho do Pai. Nele vemos realmente quem e como é Deus. Suas palavras e ações nos desafiam: Quem as pessoas dizem que eu sou? E você, quem diz que eu sou? “Esta pergunta ‘E de acordo com você, quem sou eu?’ Só se compreende junto com um caminho, um caminho de graça e pecado, um caminho de discipulado. Jesus não disse a Pedro e seus discípulos: ‘Conhece-me!’, mas disse: ‘Segue-me!’. E neste seguimento de Jesus faz-nos conhecê-lo. Segui-Lo com nossas virtudes e com nossos pecados, mas sempre segui-Lo. Não é um estudo das coisas, que é necessário, mas uma vida de discípulo”. (Francisco, 20 de fevereiro de 2014)
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Chegando Jesus à região de Cesareia de Filipe, perguntou aos seus discípulos: “Quem os homens dizem que o Filho do homem é?” Eles responderam: “Alguns dizem que é João Batista; outros, Elias; e, ainda outros, Jeremias ou um dos profetas”. “E vocês?”, perguntou ele. “Quem vocês dizem que eu sou?” Simão Pedro respondeu: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”. Respondeu Jesus: “Feliz é você, Simão, filho de Jonas! Porque isto não lhe foi revelado por carne ou sangue, mas por meu Pai que está nos céus”.
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Mt 16,13-17
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Cesareia de Filipe é um dos mais belos cenários da Galileia, junto ao monte Hermom, onde nasce o rio Jordão: nascentes de água doce, campos de trigo... Jesus conversa com seus discípulos... Imagine a cena. A pregação e os milagres de Jesus atraíram muita atenção. No entanto, poucos são os que se juntam ao seu grupo de discípulos. É um teste difícil para os apóstolos. Eles se sentem abatidos. Por quê? As pessoas contemplam Jesus com os olhos da carne, não com os do espírito. A mesma coisa acontece com os discípulos? Quem revela a Pedro a identidade de Jesus?
Quem é Jesus? a. O que as pessoas pensavam de Jesus? Chegaram a conhecê-lo realmente? O que nos atrai nele? b. O que Cristo diz sobre si mesmo? Jesus diz que ele é “Pão da Vida”, a “Luz do mundo”, o “Bom Pastor”... Lembra-se de outros atributos ou nomes que ele atribui a si mesmo? Você consegue estabelecer alguma relação entre eles?
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Reflita sobre as palavras do Papa a. Explique com suas próprias palavras por que a única maneira de conhecer Jesus é segui-lo. b. Reflita. Que palavras e obras de Jesus são diretamente um desafio para você?
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AS RAZÕES DA FÉ
1. Conhecemos a vida de Jesus? As principais fontes cristãs são os escritos do Novo Testamento, embora existam muitas outras obras cristãs com abundantes dados sobre a vida de Jesus. No entanto, devido à sua importância, é necessário analisar o valor e a credibilidade dos evangelhos.
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Ao ler uma obra escrita há tanto tempo, podemos nos fazer estas perguntas: • Quem o escreveu e quando o fez? Essa questão diz respeito à historicidade do texto. • O que lemos é o mesmo que o autor escreveu ou foi alterado? Está pergunta levanta a questão de sua autenticidade. • E, finalmente, aquilo que nos conta realmente aconteceu? Esta terceira questão centra-se na sua veracidade.
1.1. A historicidade dos evangelhos
Manuscrito do Evangelho de São João em um papiro de fins do século II
Obra
Original
Manuscrito mais antigo
Horácio
Século I a.C.
Século VII d.C.
Júlio César
Século I a.C.
Século X d.C.
Platão
Séculos V-IV a.C.
895 d.C.
Evangelho de São João
98-100 d.C.
Um fragmento por volta de 125 d.C.
Novo Testamento
50-100 d.C.
Princípios do século III d.C.
Os primeiros documentos cristãos afirmam que os autores foram Mateus, Marcos, Lucas e João. Dois deles, Mateus e João, eram apóstolos, ou seja, testemunhas diretas da vida de Jesus. Marcos era companheiro de Pedro; Lucas de Paulo. Sabemos com certeza que todos os evangelistas escreveram os textos próximos à vida de Jesus, quando muitas das pessoas que testemunharam os eventos ainda estavam vivas. Os historiadores modernos apontam que os três Evangelhos Sinópticos* (Mateus, Marcos e Lucas) foram escritos entre os anos 45 e 70. A composição do Evangelho de São João costuma situar-se no final do século I.
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Podemos afirmar, portanto, que os evangelhos são livros históricos, pois conhecemos sua autoria e a data aproximada de sua escrita, poucas décadas após a morte e ressurreição de Jesus Cristo.
1.2. A autenticidade dos evangelhos É evidente que não temos a “primeira edição” dos evangelhos para verificar se os textos foram modificados. Se você olhar a tabela na margem, verá que a mesma coisa acontece com muitos livros da Antiguidade. No entanto, cópias muito antigas do Novo Testamento chegaram até nós, muito próximas da época de sua escrita original. Cerca de 6.000 cópias em grego e mais de 40.000 manuscritos antigos em várias línguas orientais (sírio, copta, armênio, etc.) são preservados. Essas cópias manuscritas, genericamente chamadas de “códices”, foram comparadas por numerosos especialistas cristãos e não cristãos, que puderam verificar que, exceto por pequenas variações, todos dizem a mesma coisa. Podemos afirmar, portanto, que os evangelhos que conhecemos são livros autênticos. São Mateus Evangelista, de C. Rusconi. Século XVIII.
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3 1.3. A veracidade dos evangelhos Os autores do evangelho “Assim, Mateus, entre os hebreus, escreveu o evangelho em sua língua. […] Depois da morte de Pedro e Paulo, Marcos, discípulo e intérprete de Pedro, comunicou-nos por escrito as coisas anunciadas por Pedro. E Lucas, companheiro de Pablo, pôs por escrito o evangelho que este pregava. Mais tarde, João, um discípulo do Senhor, que se apoiou em seu peito, escreveu o evangelho enquanto residia em Éfeso, na Ásia”. (Santo Irineu, Contra os Hereges. Século II d.C.)
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Os evangelhos dizem a verdade? Partimos do fato de que dois de seus autores foram testemunhas diretas da vida pública de Jesus (Mateus e João); os outros dois (Marcos e Lucas) escreveram o que ouviram Pedro e Paulo pregar, respectivamente. Esses documentos são relatos de alguns homens, os evangelistas, que expuseram a vida e os ensinamentos de Jesus a comunidades de diferentes condições e que conheciam as características e necessidades de seus leitores. Eles foram testemunhas tão verdadeiras que sofreram o martírio por confirmar a veracidade de seu testemunho. Assim, é possível afirmar que os autores do Novo Testamento contam a verdade que conheciam e que seus relatos são verdadeiros. As diferenças entre os quatro evangelhos não são um obstáculo à sua veracidade. Pelo contrário, o estranho seria que, em anos diferentes, em lugares diferentes e dirigindo-se a leitores diferentes, quatro autores escrevessem exatamente a mesma coisa. Todos os quatro são testemunhas do mesmo evento, a vida de Jesus Cristo, mas o relatam de maneiras diferentes.
ideias-chave
•
•
Os quatro evangelhos têm origem apostólica. Os hagiógrafos transmitiram por escrito, sob a inspiração do Espírito Santo, o testemunho daqueles que conheceram Jesus (cf. Dei Verbum, n. 18). Os quatro evangelhos comunicam fielmente o que Jesus, Filho de Deus, fez e ensinou durante sua vida na terra para nossa salvação (cf. Dei Verbum, n. 19).
Associe cada característica da credibilidade histórica de um texto com a descrição que lhe corresponde.
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a. Historicidade. b. Autenticidade. c. Veracidade. 1. O que é dito é verdade. 2. É conhecido o seu autor e a data da sua composição. 3. Não foram introduzidas alterações.
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Faça um cálculo sobre o tempo decorrido entre a composição dos evangelhos e os eventos que eles relatam. A seguir, explique o que nos permite corroborar esses dados sobre eles.
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Leia Lc 1,1-3 e aponte quais sinais o autor nos oferece sobre a veracidade do seu relato.
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vocabulário
Sinóptico: aplica-se aos Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas porque relatam os acontecimentos da vida do Senhor seguindo um esquema muito semelhante (esquema = sinopse).
CC Calcule e anote os anos desde a data de cada original até a data do exemplar mais antigo dos seguintes livros. Que conclusões você tira? a. Evangelho de São João. b. Novo Testamento. c. Obras de Horácio. d. Obras de Júlio César. e. Obras de Platão.
CT CI Você já prestou atenção no gesto do sacerdote quando termina o anúncio do Evangelho na Missa? O que você acha que expressa? Pense em silêncio sobre seu relacionamento com o livro dos Evangelhos. Você tem um? Você valoriza o que isso significa para você como discípulo de Jesus? Você o lê com frequência? Agradeça a Deus por ter colocado em nossas mãos este meio de conhecer Jesus.
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AS RAZÕES DA FÉ
2. Jesus Cristo, verdadeiro Deus Muitos aceitam Jesus Cristo como um homem extraordinário, uma figura histórica. No entanto, nós cristãos acreditamos que, na unidade de sua pessoa divina, Jesus é ao mesmo tempo verdadeiro homem e verdadeiro Deus.
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Se nos aproximarmos da figura histórica de Jesus, observamos que suas obras e suas palavras não são apenas obras e palavras humanas. Seus discursos e milagres têm um objetivo claro: mostrar que ele é o Messias prometido no Antigo Testamento. Jesus se apresenta como o Filho de Deus, o Messias, o Salvador anunciado pelos profetas e prometido por Deus ao seu povo.
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Toda a vida pública de Jesus, desde o Batismo no rio Jordão até a Ascensão ao céu, é uma manifestação contínua de sua divindade. Vamos ver isso: • É afirmado pela voz de Deus Pai e pela presença do Espírito Santo em dois momentos especialmente solenes: o batismo de Jesus (Mt 3,17) e a transfiguração de Cristo no monte Tabor (Mt 17,5). Em ambos os casos, Deus Pai diz: “Este é o meu Filho amado”. • O próprio Jesus o afirma com suas palavras: “Quem crê [em Mim] não será condenado” (Jo 3,15-16). Ou ainda: “Quem crer [em Mim] e for batizado será salvo” (Mc 16,16). Apresenta-se como igual a Deus Pai: “Quem me vê, vê o Pai” (Jo 14,9). E consegue fazer esta afirmação inédita: “Eu e o Pai somos um” (Jo 10,30). • As obras de Jesus mostram que Ele é Deus. Quando alguns de seus ouvintes encontram resistência para crer, Jesus lhes diz: “As obras que eu faço por ordem de meu Pai dão testemunho de mim” (Jo 10,25). E ele realiza numerosos milagres, com os quais confirma sua divindade. • Os Apóstolos confessam que ele é o Messias, o Filho de Deus igual ao Pai. Um dia ele lhes pergunta: “E para vós, quem sou eu?” Pedro, em nome dos Doze, confessa: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo” (Mt 16,13-16). E o apóstolo Tomé, primeiro incrédulo, depois confessa, vendo Jesus ressuscitado: “Meu Senhor e meu Deus!” (Jo 20,26-29). • Jesus se mostrou como Deus mesmo diante de seus inimigos. E assim eles entenderam claramente; por isso o rejeitaram, porque se fez igual a Deus (Jo 5,18). • A ressurreição de Jesus Cristo é a prova definitiva de sua divindade. De fato, Ele mostra sua condição divina no fato de ter ressuscitado da sepultura. A morte não é o mal definitivo se depois vem a Ressurreição. Pela obra do Redentor, a morte deixa de ser um mal definitivo, pois está submetida ao poder da vida.
“Eu e o Pai somos um”
Noli me tangere, de J. Cósida. Século XVI
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E Jesus andava passeando no templo, no alpendre de Salomão. Rodearam-no, pois, os judeus, e disseram-lhe: Até quando terás a nossa alma suspensa? Se tu és o Cristo, dize-no-lo abertamente. Respondeu-lhes Jesus: Já vo-lo tenho dito, e não o credes. As obras que eu faço, em nome de meu Pai, essas testificam de mim. [...] Eu e o Pai somos um. Os judeus pegaram então outra vez em pedras para o apedrejar. (Jo 10,23-31)
3 O Filho de Deus encarnou para que pudéssemos participar do amor divino. Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, preencheu a distância que nos separava de Deus, curando nossa natureza ferida pelo pecado. Ele é o único Mediador entre Deus e os homens.
“A devoção mariana presente no continente americano, com sua multiplicidade de expressões culturais, nos diz que o Evangelho foi inculturado nas feições indígenas, crioulas, negras e mestiças com as quais se representa a Virgem, revelando nele o rosto compassivo e maternal de Deus para com o seu povo” (Síntese das contribuições recebidas para a V Conferência do CELAM, n. 187).
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A fé em Cristo como Deus e Senhor (igual ao Pai e ao Espírito Santo) foi a força motriz para os primeiros cristãos anunciarem seu nome e espalharem o cristianismo por todo o mundo conhecido. E, por confessar esse santo nome, milhões de cristãos de todos os tempos arriscaram a vida e, em muitas ocasiões, chegaram ao martírio.
O rosto materno de Deus
ideias-chave
•
Jesus é, ao mesmo tempo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, porque as suas duas naturezas (divina e humana) estão unidas na sua pessoa divina (cf. Compêndio CIC, nn. 87 e 89).
•
Deus Pai e o Espírito Santo confirmam a divindade de Jesus no batismo e na Transfiguração (cf. Compêndio do CIC, nn. 105 e 110).
•
Jesus manifesta sua divindade através de suas obras e suas palavras. A Ressurreição é a prova definitiva da sua divindade (cf. Compêndio do CIC, nn. 108 e 131).
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Relacione. A divindade de Jesus Cristo é declarada ...
a. pela voz do Pai Eterno. b. pelas palavras do próprio Jesus. c. por suas próprias obras (milagres). d. pelos Apóstolos. e. por seus próprios inimigos. 1. Jo 14,9; 2. Mt 16,16; 3. João 10,33; 4. Lc 9,35; 5. Mc 8,22-26.
Qual milagre é a prova definitiva da divindade de Jesus? Por quê?
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Relacione cada afirmação com as citações correspondentes. Jesus por ser Deus...
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a. tem um relacionamento especial e íntimo com Deus Pai. b. conhece plenamente os desígnios eternos que veio revelar. c. conhecia os pensamentos secretos dos corações dos homens.
Representação da venerada e milagrosa imagem de Nossa Senhora de “El Viejo”, padroeira da Nicarágua.
1. Mc 14,36; 2. Mc 8,31; 3. Mt 11,27; 4. Mc 2.8; 5. Jo 2,25; 6. João 1,18; 7. Mc 9,31; 8. Jo 6,61; 9. Mc 10,33-34.
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Faça uma leitura orante dos seguintes textos evangélicos (lembre-se dos “passos” da lectio divina que foram expostos na unidade anterior). Seu professor pode lhe entregar o texto “A lectio divina em Aparecida”, que está disponível nos recursos didáticos, para ajudá-lo nesta atividade. CT
a. Nicodemos e seu anseio pela vida eterna: Jo 3,1-21. b. A mulher samaritana e seu desejo de adoração verdadeira: Jo 4,1-42. c. O cego de nascença e seu desejo de luz interior: Jo 9. d. Zaqueu e seu desejo de ser diferente: Lc 19,1-10.
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AS RAZÕES DA FÉ
3. Jesus, verdadeiro homem
“Filho do Homem”
Na vida oculta A encarnação do Filho de Deus, fato que mudou o rumo da humanidade, aconteceu em uma pequena cidade perdida e desconhecida dos grandes do mundo (Jo 1,14). Já em Belém se vislumbra a grandeza do pequeno e do humilde aos olhos de Deus.
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Jesus muitas vezes usa a expressão “Filho do homem” para se referir a si mesmo. Já aparece no livro de Daniel das Escrituras aludindo a um mediador entre Deus e a Terra, que reina sobre o mundo com poder e está próximo de Deus (Dn 7,13-14). Jesus, ao chamar-se assim, apresenta-se não apenas como um verdadeiro ser humano, mas como o modelo autêntico da plena realização do humano.
Numerosos episódios são narrados nos Evangelhos em que Jesus é mostrado como um verdadeiro homem. Como proclama São Paulo, Jesus Cristo "foi provado em tudo como nós, exceto no pecado" (Hb 4,15).
"Estando eles ali, completaram-se os dias dela. E deu à luz seu filho primogênito, e, envolvendo-o em faixas, reclinou-o num presépio; porque não havia lugar para eles na hospedaria" ( Lc 2, 6-7). Embora saibamos pouco sobre os trinta anos da vida oculta de Jesus, encontramos detalhes significativos nos Evangelhos. Em primeiro lugar, o Filho de Deus, tornando-se homem, quis experimentar as mudanças características do processo natural de crescimento e amadurecimento de cada ser humano: Jesus "crescia em estatura, em sabedoria e graça, diante de Deus e dos homens" (Lc 2,52). No relato do menino Jesus no templo com os doutores da Lei, descobrimos que ele tinha uma relação próxima com Deus Pai. Por isso, quando Maria e José encontraram Jesus no templo depois de três dias procurando por ele, ele simplesmente respondeu: “Por que me procuráveis? Não sabíeis que devo ocupar-me das coisas de meu Pai?” (Lc 2,49). No entanto, depois deste episódio, o Menino “desceu com eles a Nazaré, e lhe era submisso” (Lc 2,51). Jesus ensina-nos o valor sagrado da família como ambiente de amor e escola de humanidade, bem como o valor divino da vida quotidiana, do trabalho bem feito e em benefício dos outros.
Na vida pública Como adulto, podemos ver como Jesus experimentou fome, sede e cansaço. Depois de ser batizado por João, retirou-se para o deserto e, depois de quarenta dias de jejum, "sentiu fome" (Mt 4,2). Em outra ocasião, cansado da estrada, parou em um poço para descansar. Uma mulher veio tirar água e Jesus disse-lhe: "Dá-me de beber" (Jo 4,7). Da mesma forma, ele sofreu como só um verdadeiro homem pode sofrer. Seu corpo foi submetido a torturas da flagelação, da coroação de espinhos e da crucificação. Nos últimos momentos de sua agonia, Jesus disse: "Tenho sede" (Jo 19,28). Muitas testemunhas confirmaram que Jesus realmente morreu. Assim, um dos soldados, aproximando-se de Jesus crucificado, abriu-lhe o lado com a lança "e imediatamente, saiu sangue e água" (Jo 19,34). José de Arimatéia e Nicodemos baixaram seu corpo e o levaram para o túmulo de José.
"O Filho de Deus, me amou e se entregou por mim" (Gl 2,20).
3 Uma vez ressuscitado, como os discípulos se recusaram a acreditar que era ele, pediu-lhes algo comer, ele tomou o que foi oferecido “e comeu à vista deles” (Lc 24,43).
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O Filho de Deus, com sua encarnação, tornou-se verdadeiramente homem, em tudo semelhante a nós, exceto no pecado (cf. Compêndio do CIC, n. 88).
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Trabalhou com mãos de homem, pensou com inteligência de homem, agiu com vontade de homem, amou com coração de homem (cf. Gaudium et spes, n. 22).
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Jesus amou com um coração humano. Ele estava perto de seus discípulos: vivia com eles, comiam juntos e realizavam ações que eram surpreendentes para seus próprios seguidores, como a limpeza dos pés da Última Ceia (Jo 13,14). Tinha pena da dor dos outros e mostrava predileção pelos pequeninos, pelos indefesos, pelos pobres: “Deixai vir a mim as criancinhas. [...] Jesus os abraçou e os abençoou impondo-lhes as mãos” (Mc 10,14-16).
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É importante notar que este lado visível de Jesus nos ajuda a entrar no invisível. “Uma vez que Jesus entra no mistério de Deus, não pode ser compreendido se excluirmos a realidade divina invisível” (Youcat, n. 78).
Jesus aparece aos seus discípulos
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Ele se pôs no meio deles e disse-lhes: “A paz esteja convosco!” Perturbados e espantados, pensaram estar vendo um espírito. Mas ele lhes disse: “Por que estais perturbados, e por que essas dúvidas nos vossos corações? Vede minhas mãos e meus pés, sou eu mesmo; apalpai e vede: um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que tenho”. E, dizendo isso, mostrou-lhes as mãos e os pés. Mas, vacilando eles ainda e estando transportados de alegria, perguntou: “Tendes aqui alguma coisa para comer?”. Então, ofereceram-lhe um pedaço de peixe assado. Ele tomou e comeu à vista deles" (Lc 24,36-43).
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Assinale quais das seguintes afirmações são verdadeiras. Jesus é verdadeiro homem porque... a. tem uma alma como qualquer ser humano que cresce em graça diante de Deus. b..seu conhecimento é ilimitado, então ele não precisa aumentar em sabedoria. c. seu corpo, como o de todo ser humano, cresceu e se desenvolveu. d. não precisava dormir, comer ou descansar, como nós. e. sua vontade humana obedece à vontade divina sem resistir ou se opor, pois sempre cumpre a vontade do Pai. f. seu coração é humano, mas não sofre como o nosso quando é traído por seus amigos.
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Pesquise os evangelhos e faça uma lista de comportamentos de Jesus que mostram que ele é um verdadeiro homem. Reproduza o texto bíblico ao lado de cada um. CA
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Encontre as seguintes citações evangélicas e indique, para cada uma delas, em que se concretiza o coração misericordioso de Jesus: no perdão, no acolhimento ou no serviço.
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a. Jo 8,1-11. b. Mt 20,20-28. c. Jo 6:1-11.
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Reflita sobre as questões a seguir, tire algumas conclusões específicas e anote-as em seu caderno pessoal. a. Que lições você pode aprender dos trinta anos da vida oculta de Jesus? b. Que valor você dá ao silêncio no seu dia a dia e a um trabalho bem feito? c. A vida familiar é para você um ambiente de comunhão, amor e serviço ao próximo? CT
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DISCÍPULOS E MISSIONÁRIOS
Um exemplo a seguir Santa Narcisa de Jesus
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A santa equatoriana Narcisa de Jesús (1832-1869) nasceu em uma família de agricultores que teve nove filhos. Sua mãe morreu quando ele tinha 6 anos, então foi ela quem cuidou e educou seus dois irmãos mais novos. Passou a juventude entregue à família, dedicando-se aos afazeres domésticos e, a partir dos 15 anos, à costura, ofício que exerceu ao longo de toda a vida. Ele tinha um carisma especial para as crianças, talento para cantar e talento para tocar violão, habilidades que pôs a serviço dos outros, tornando-se catequista e recebendo meninas órfãs e abandonadas na Casa de las Recogidas, a quem ensinou a costurar. Sempre se destacou por sua caridade, sua alegria, seu grande amor pela oração e pela grande importância que deu ao encontro com Jesus na Eucaristia. Levava uma vida simples e sacrificada, que procurava santificar seguindo os conselhos dos sacerdotes a quem buscava para receber orientação espiritual.
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Santa Narcisa de Jesus viveu em contínua união com Jesus Cristo.
Em setembro de 1869, uma febre a colocou na cama. Ela suportou pacientemente sua doença, oferecendo seus sofrimentos pelos frutos do Concílio Vaticano I, inaugurado precisamente em 8 de dezembro daquele mesmo ano, festa da Imaculada Conceição, dia em que Santa Narcisa deixou este mundo depois de ter recebido a Comunhão.
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A vida de Santa Narcisa de Jesus chama a atenção por sua humanidade e simplicidade. É um exemplo de santificação na vida cotidiana. Reflita sobre sua vida e responda. a. O que ela fazia para favorecer o encontro com o Senhor? Como foi a inspiração do Espírito em sua vida? b. Nesta unidade contemplamos Jesus como verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Que dimensão humana e que dimensão sobrenatural teve a vida de Santa Narcisa de Jesus?
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Quais são as principais aspirações da nossa sociedade neste momento? Coincidem com o estilo de vida de Santa Narcisa de Jesus? Qual a diferença entre eles?
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Todos nós queremos tirar o máximo proveito da vida; São Paulo nos diz como fazê-lo em Rm 12,1-21. Lemos o texto e o discutimos em grupos. Você acha que Santa Narcisa de Jesus aproveitou bem a sua vida? Vamos na mesma direção? Partilhemos as nossas conclusões.
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3 Agora você Viva a vida de Cristo Ao longo do ano litúrgico celebramos o mistério de Cristo. Ele está estruturado em torno do Natal e da Páscoa, que são precedidos por dois tempos de preparação, Advento e Quaresma, respectivamente. Entre eles está o Tempo Comum. Significado para a vida cristã
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Tempo litúrgico
Tempo de esperança e preparação para a vinda de Jesus (advento). Acompanhamos Nossa Senhora com a oração e preparamos com ela os nossos corações para receber Jesus.
Natal: desde a noite de Natal até a festa do batismo do Senhor.
Celebração da vinda de Jesus ao mundo. Acompanhamos a Sagrada Família e recebemos o Menino Jesus através da leitura orante dos textos evangélicos. Meditamos em virtudes como alegria, sobriedade e obediência.
Tempo Comum: desde o final do Natal até a Quarta-feira de Cinzas.
É tempo de conhecer Jesus, caminho, verdade e vida, através da oração e das leituras bíblicas de cada domingo.
Quaresma: quarenta dias, desde a Quarta-feira de Cinzas até a noite da Quinta-feira Santa.
Lembre-se dos quarenta dias de jejum de Jesus no deserto e dos quarenta anos do povo de Israel no deserto, a caminho da Terra Prometida. Preparamos a Páscoa através da conversão e da penitência. A Igreja nos convida a praticar a esmola, a oração e o jejum.
Semana Santa: uma semana, desde o Domingo de Ramos até o Domingo da Ressurreição.
Na Semana Santa revivemos o "mistério pascal" do Senhor, nossa redenção. Podemos viver estes dias acompanhando Jesus e a Virgem através da oração com os textos evangélicos correspondentes e participando das celebrações litúrgicas da Santa Ceia e da Paixão e Morte do Senhor.
Páscoa: sete semanas, desde o Domingo de Páscoa até a festa de Pentecoste
O tempo pascal (passagem) celebra a ressurreição do Senhor. Neste tempo de alegria damos graças pela Salvação que Jesus obteve para nós e preparamos nossos corações para receber o Espírito Santo, como os Apóstolos no dia de Pentecostes. Meditamos sobre a vocação ao apostolado a que Jesus nos chama.
Tempo Comum: 33 ou 34 semanas, de Pentecostes à festa de Jesus Cristo, Rei do Universo.
Neste tempo podemos aprofundar nosso conhecimento da Igreja através do estudo do Catecismo da Igreja Católica e considerar qual é a nossa contribuição para a construção do Reino de Deus.
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Advento: quatro semanas anteriores ao dia de Natal.
1
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CC Numa cartolina, desenhe um círculo para representar o ciclo litúrgico. Divida-o em setores proporcionais à duração dos tempos litúrgicos do ano. Escreva no setor correspondente os nomes dos feriados cristãos mais importantes.
Em seu caderno pessoal, você pode anotar cada data importante do calendário litúrgico quando chegar a hora. E você pode escrever uma oração curta, uma aspiração, referindo-se ao que celebramos naquele dia, para repeti-la ao longo do dia.
CA CT
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SÍNTESE
• Proclamado pelo Pai e pelo Espírito Santo • Revelado pelo próprio Cristo • Confirmado por seus milagres • Confessado pelos Apóstolos • Ratificado com sua ressurreição
Verdadeiro Deus
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como foi
• Processo natural de crescimento e maturidade • Obediência a Maria e a José • Fome, sede e cansaço •Paixão e morte • Amor e sentimentos humanos
até sua revelação plena na
Verdadeiro homem
mediador entre Deus e os homens Messias prometido
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JESUS DE NAZARÉ
a principal fonte que comprova sua existência, vida e mensagem são os
Evangelhos
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histórico
que são
verdadeiros
já que os evangelistas
autênticos
já que os evangelistas
• Conheceram Jesus ou pessoas que moravam com ele. • Escrevem os evangelhos sinóticos, entre os anos 45 e 70, e o de São João, no final do século I.
como afirma a
• Contam a verdade.... • Confirmaram com seu martírio a verdade daquilo que escreveram • Não narram exatamente o mesmo, porém suas diferenças não apresentam contradição
conservação de muitos exemplares muito antigos que, quando comparados, mostram que não foram modificados
3
ATIVIDADES DE AVALIAÇÃO
1
Assinale a resposta correta. Os principais testemunhos cristãos sobre a vida de Jesus são encontrados...
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a. nas epístolas de São Paulo. b. no Talmude. c. nos quatro evangelhos. d. no Antigo Testamento.
“E os magos se alegraram na entrada da caverna. E, avistando o menino na manjedoura , dos animais, prostraram-se diante dele e de todo o resto da multidão que compunha seu numeroso exército. […] Em primeiro lugar, adiantou-se Gaspar, rei da Índia, levando nardo, cinamomo, canela, incenso e outras essências perfumadas e aromáticas, que espalhavam na gruta um perfume de imortalidade. Mais tarde, Baltasar, rei da Arábia, abrindo o baú de seus opulentos tesouros, tirou dele, para oferecê-los ao menino, ouro, prata, pedras preciosas, pérolas finas e safiras de grande valor. Por sua vez, Belchior, rei da Pérsia, apresentou mirra, aloés, musselina, púrpura e fitas de linho".
el o
2
Complete a seguinte afirmação.
Os evangelhos são uma fonte histórica porque conhecemos seus[…] e sua […] de composição; porque as cópias são fiéis ao original sem […] ou variantes, e porque seus autores nos contam a […], já que eram […] do que narram.
3
Por que os milagres são sinais da divindade de Jesus Cristo? Qual é o fundamental? Justifique suas respostas.
4
Qual é a explicação para as diferenças entre os relatos dos quatro evangelistas?
a. Compare esta narração com Mt 2,7-11 e observe as diferenças. b. O evangelho do qual este fragmento foi extraído não viola os ensinamentos da Igreja. No entanto, a Igreja não o reconheceu. Você pode indicar a principal diferença entre os evangelhos apócrifos e canônicos? c. Prepare uma explanação na sala de aula, com a duração de cerca de três minutos, na qual explique a seguinte afirmação de Orígenes (século III d.C.): “A Igreja tem quatro evangelhos; os hereges, muitíssimos”.
Indique quais afirmações são verdadeiras e quais são falsas.
M od
5
Leia o seguinte fragmento do evangelho apócrifo armênio sobre a infância de Jesus, supostamente escrito pelo apóstolo Tiago, e faça as atividades. CA CL
a. Os nomes dos evangelistas são Marcos, João, Mateus e Paulo. b. Os quatro Evangelhos foram escritos no século I. c. Os Evangelhos Sinóticos foram escritos entre os anos 45 e 70. d. O Evangelho de São João foi o primeiro a ser escrito. e. Um livro é verdadeiro quando o autor conta o que realmente aconteceu. f. Os evangelhos foram escritos quando as testemunhas dos eventos que narram ainda estavam vivas.
6
Leia 1 Jo 1,1-3 e procure no Evangelho de São João algumas passagens em que o autor aparece como testemunha ocular.
7
CA Encontre as seguintes citações e combine cada uma com o tipo de testemunho sobre a divindade de Jesus que representa.
CA
10
Procure o termo sinótico no vocabulário. Em seguida, compare a mesma passagem ou fato da vida de Jesus nos Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas e anote as concordâncias. CL
a. Jo 14,9; b. Mt 16,13-16; c. Jo 11,38-44; d. Mc 14,61-64; e. Mt 17,22-27.
1. Jesus Cristo afirmou ser Deus. 2. Jesus Cristo mostrou sua divindade com suas obras. 3. Os Apóstolos confessaram que Jesus era Deus. 4. Eles condenaram Jesus por se declarar igual a Deus. 5. Sua ressurreição confirmou suas obras e suas palavras.
8
Jesus realizou numerosos milagres, sinais de sua divindade. Encontre um nos evangelhos e reescreva-o com suas próprias palavras. CL
53
4
Deus não está só
Vamos descobrir
Vamos ser capazes de Entender que a explicação que fazemos de Deus será limitada pela capacidade de compreensão humana.
Que ele é um só Deus em uma comunhão de três Pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo.
Observar que a fé em Deus nos leva a nos comprometermos com a doação generosa de nós mesmos.
od el o
Como Deus tem revelado progressivamente seu segredo mais íntimo: ele é amor.
M
Que consequências tem para a nossa vida a fé o mistério da Santíssima Trindade
Apreciar a importância da fé na Trindade, na vida da Igreja e todo cristão fiel.
Partimos da realidade
CT
CI
CS
od el o
Não consigo dormir. Eu estou apaixonado, e quando você está apaixonado, o mínimo que pode acontecer com você é não dormir. [...] Tantas coisas se acumulam na sua cabeça que você quer pensar todas de uma vez e seu coração não consegue se acalmar. E também é estranho porque tudo parece bonito para você. Você leva a mesma vida todos os dias, com as mesmas coisas e o mesmo tédio. E então você se apaixona e essa vida se torna grande e diferente. Você sabe que vive no mesmo mundo que Beatrice e então o que importa se o seu exame der errado ou se furar um pneu da scooter. Não importa para você, porque você sabe que essas coisas são transitórias. O amor, por outro lado, não. Sua estrela vermelha sempre brilha. Beatrice está lá, seu amor está dentro do seu coração e é grande, faz você sonhar e ninguém pode tirar de você porque está em um lugar que ninguém pode alcançar.
M
Foi assim que adormeci, graças a esta esperança no meu coração. Basta Beatrice para que a vida seja nova a cada dia. O amor é o que torna a vida nova. Que grande verdade é o que acabei de dizer: tenho que me lembrar disso.
A. D'Avenia, Branca como a neve, vermelha como o sangue
OBSERVE 1
Leo é o protagonista desta história. Como ele vê a realidade quando se apaixona? No entanto, ele faz algo diferente em sua vida?
2
Como ele define o amor?
3
O seu encontro com o amor é superficial ou permeia tudo o que ele é? Em quais frases do texto ele expressa essa ideia?
4
Leo descobriu que, com amor, sua “estrela vermelha sempre brilha”. - O que quer dizer esta expressão?
5
O que torna a vida de Leo nova? Você pode explicar isso?
AVALIE 6 Por que você acha que o amor transforma e enriquece a vida de Leo? Justifique sua resposta procurando exemplos no texto.
7
Que “tipos” de amor você conhece? Todos eles tornam a vida das pessoas “nova”?
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Que características do amor verdadeiro Leo destaca? Quais você acrescentaria?
9
É possível uma vida plena e fecunda sem amor?
Detalhe do portal da caridade (fachada da glória). Basílica da Sagrada Família, de A. Gaudí. Século XX.
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À LUZ DA PALAVRA
No Antigo Testamento No ano da morte do rei Ozias, eu vi o Senhor sentado num trono muito elevado; as franjas de seu manto enchiam o templo. Os serafins se mantinham junto dele. Cada um deles tinha seis asas; com um par de asas velavam a face; com outro cobriam os pés; e, com o terceiro, voavam. Suas vozes se revezavam e diziam: “Santo, santo, santo é o Senhor Deus do universo! A terra inteira proclama a sua glória!”. A este brado as portas estremeceram em seus gonzos e a casa encheu-se de fumo. “Ai de mim” – gritava eu –. “Estou perdido porque sou um homem de lábios impuros, e habito com um povo (também) de lábios impuros e, entretanto, meus olhos viram o rei, o Senhor dos exércitos!”
M
od el o
O fragmento narra a vocação do profeta Isaías, a quem Deus se dá a conhecer através de uma visão. O Deus de Isaías é um Deus três vezes santo, fonte de toda santidade, Rei e Senhor do céu e da terra. Diante dele, até os serafins cobrem seus corpos e rostos. No entanto, este Deus todo-poderoso toma a iniciativa, aproxima-se do homem e estabelece um diálogo com ele. Como Isaías, ao revelar-se, Deus quer tornar os seres humanos capazes de responder a ele, conhecê-lo e amá-lo.
Isaías 6,1-7
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Descubra a riqueza escondida no texto
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É o ano de 739 a.C. e Ozias, rei de Judá, acaba de falecer. Sob o seu reinado, a cidade prosperou mas, após a sua morte, o jovem Isaías teme pelo seu futuro. Ele entra no templo e lá Deus sai ao seu encontro. A cena que ele testemunha é chocante. O que mais chama sua atenção do que vê e ouve? Serafins são seres angélicos elevados. Eles servem a Deus e proclamam sua glória. Como eles são descritos? Por que o corpo e o rosto são cobertos? A salvação vem do alto e é derramada sobre a terra. Com que símbolos essa ideia é expressada? Comentamos a função do trono e do manto do Senhor.
Gritem alegres... a. O templo está cheio de fumaça, mas a glória de Deus enche a terra. Deus está presente apenas no templo? b. A visão de Deus faz Isaías reconhecer sua impureza. Como ele reage a esse fato? Certamente, não é digno de estar na presença do Senhor. Qual, porém, é a reação de Deus?
5
...porque o Santo de Israel é grande a. Você acha que a escolha de Isaías por parte de Deus se deve aos seus méritos? b. Deus é três vezes Santo. Com que mistério, revelado por Jesus, o relacionamos?
4 No Novo Testamento “Jesus veio precisamente para fazer a ponte entre o homem e Deus: se ele está totalmente do lado de Deus, também está totalmente do lado do homem. […] No momento em que Jesus, batizado por João, emerge das águas do rio Jordão, ouve-se do alto a voz de Deus Pai: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo”. E ao mesmo tempo o Espírito Santo, em forma de pomba, repousa sobre Jesus, que inicia publicamente sua missão de Salvação; missão caracterizada por um estilo, o estilo do servo humilde e dócil, dotado apenas da força da verdade, como Isaías havia profetizado”. (Francisco, Angelus, 8 de janeiro de 2017)
od el o
Naqueles dias, apareceu João Batista, pregando no deserto da Judeia. Dizia ele: “Fazei penitência porque está próximo o Reino dos Céus.” [...] Pessoas de Jerusalém, de toda a Judeia e de toda a circunvizinhança do Jordão vinham a ele. Confessavam seus pecados e eram batizadas por ele nas águas do Jordão." [E ele lhes disse:] "Eu vos batizo com água, em sinal de penitência, mas aquele que virá depois de mim é mais poderoso do que eu e nem sou digno de carregar seus calçados. Ele vos batizará no Espírito Santo e em fogo." . Então Jesus veio da Galileia ao Jordão e se apresentou a João para ser batizado. Mas João tentou impedi-lo dizendo: “Eu devo ser batizado por ti e tu vens a mim!". Mas Jesus lhe respondeu: “Deixa por agora, pois convém que cumpramos a justiça completa”. Então, João cedeu. Depois que Jesus foi batizado, saiu logo da água. Eis que os céus se abriram e viu descer sobre ele, em forma de pomba, o Espírito de Deus. E do céu baixou uma voz: “Eis meu Filho muito amado em quem ponho minha afeição”.
M
Mt 3,1.2.5.11-17
CL
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Visualize o texto e deixe-o ganhar vida
Descubra a riqueza escondida no texto
1
Antes de iniciar sua vida pública, Jesus vai ao rio Jordão para ser batizado. Ele tem 30 anos e até então mora em Nazaré. Como tem sido sua vida até esse ponto? O que vai mudar a partir de agora, quando começar sua missão?
4
2
Após o batismo, o céu se abre, a voz do Pai é ouvida e o Espírito Santo desce sobre Jesus. Como Deus se manifesta nesta cena?
3
Epifania é uma palavra grega que significa ‘manifestação’. Poderíamos dizer que o batismo de Jesus é uma epifania? A quem se manifesta? Por quê?
O amor se manifestou a. A missão de Isaías e João era preparar a vinda do Messias. Que atitude João pede para ser adotada? Qual foi a atitude de Isaías em seu encontro com Deus? b. João resiste a batizar Jesus. Por quê? O que Jesus responde? Imagine a cena. c. O que significa a imagem do fogo usada por São João? Esta imagem também aparece no texto de Isaías. Tem um significado semelhante? Com que sacramento São João a associa?
5
Reflita sobre as palavras do Papa O que significa dizer que Jesus faz a ponte entre o homem e Deus?
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AS RAZÕES DA FÉ
1. Deus se dá a conhecer 1.1. O desejo de Deus
od el o
Sabemos que o ser humano é um ser religioso. Não nos contentamos com as limitações deste mundo ou com nossas próprias limitações. As experiências religiosas surgem da intuição desse mistério e captam a necessidade de sair de si mesmo e se conectar com um ser superior. Essa intuição é possível porque Deus está presente na Criação, de modo semelhante como a obra de arte reflete e é expressão do gênio do artista. No entanto, este conhecimento de Deus é insuficiente. Mais cedo ou mais tarde, percebemos que a resposta última não está em um conceito ou intuição – mesmo que seja a de um ser sublime e majestoso. O coração nos impele a buscar um Deus vivo, com rosto, a quem possamos tratar face a face. No entanto, como Isaías, nos perguntamos: como ousamos, em nossa pequenez, olhar face a face o Rei e Senhor do universo?
1.2. Deus se deu a conhecer
O ser humano não pode alcançar o mistério do Deus vivo por sua própria força. Mas ele, em sua sabedoria e bondade, quis que o conhecêssemos e o amássemos. Mas não de qualquer forma. Deus Todo-Poderoso poderia ter mantido a distância entre suas criaturas e ele mesmo, o Criador. Ou ter imposto – como os deuses das mitologias antigas – alguns deveres para que o servíssemos e admirássemos sua grandeza. O desígnio de Deus, porém, ultrapassa toda a imaginação: quer comunicar-nos a sua própria vida divina. ele anseia por um encontro pessoal com cada ser humano, de “coração a coração”.
M
Para tornar possível este desígnio, Deus entrou na história humana, entrou em diálogo com o homem e revelou-lhe, pouco a pouco, a sua identidade. Desta forma, ele se deu a conhecer ao povo de Israel.
Moisés e os Dez Mandamentos, anônimo, século XIX.
58
E o que Deus manifestou sobre si mesmo na Antiga Aliança? A princípio, o elemento central da fé de Israel era o monoteísmo: há apenas um Deus. No entanto, no trato com esse Deus único, o povo escolhido descobre que ele é alguém próximo que quer ser amado com todo o coração, com toda a alma, com todas as forças (Dt 6,4-5).
4 1.3. Deus revela seu nome Quando Moisés foi chamado por Deus para libertar seu povo, ele ouviu estas palavras: “Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó” (Êx 3,6). Mas ‘Moisés insistiu: “E se me perguntarem qual é -o seu nome, o que responderei?”. Deus lhe disse: “Eu sou o que sou” (Ex 3,13-14). Em hebraico YHWH (Yahvé, “aquele que é”).
od el o
Quando comunicamos nosso nome, deixamos de ser “mais um”. De certa forma, junto com nosso nome revelamos nossa identidade e, ao mesmo, tempo, convidamos a nos conhecerem mais intimamente.
Ao revelar seu nome, Deus se fez acessível: revelou que é alguém, não uma força anônima e distante. O nome divino “Eu sou” exprime também a fidelidade de Deus que é para sempre e sempre, válida para o passado – “Eu sou o Deus de teu pai” (Ex 3,6) –, quanto para o futuro – “Eu estarei convosco” (Êx 3,12). Deus é misericordioso (Sl 103,8). Israel percebe que Deus sempre age com amor gratuito: escolhe-o, protege-o, perdoa-o uma e outra vez... Os profetas comparam o amor, a compaixão e a fidelidade de Deus a Israel com o amor de um pai e de uma mãe ao filho ou do marido para sua esposa amada.
ideias-chave
É absolutamente necessário que o ser supremo seja único, ou seja, sem igual. Se Deus não é único, não é Deus (cf. CIC, n. 228).
•
O Deus da nossa fé revelou o seu nome: “Eu sou o que sou”; deu-se a conhecer como rico em amor e fidelidade (cf. CIC, n. 231).
M
•
1
2
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Assinale quais dos seguintes atributos pertencem ao Deus de Israel. a. Cumpre suas promessas. b. É indiferente às infidelidades de seu povo. c. Perdoa as infidelidades de seu povo. d. Pretende que suas criaturas se submetam à sua grandeza. Além de ser único, que outras características Deus revela sobre si mesmo no Antigo Testamento? Enumere e explique pelo menos três. Reflita. O que todas elas têm em comum? CA Consulte Is 49,14-15 e Is 62,4-5 e explique com o que o povo de Israel comparou Deus e por que eles fizeram isso.
4
Fotograma do filme Abraham, dirigido por J. Sargent (1994). Deus se comunica gradualmente ao homem, preparando-o por etapas para receber a Revelação que ele faz de si mesmo e que culminará em seu Filho amado, Jesus Cristo (cf. CIC, n. 53).
Assinale as afirmações verdadeiras e corrija as falsas. a. Deus se revelou aos homens por amor. b. O povo de Israel buscou a Deus. c. O Deus cristão não se envolve em assuntos humanos porque respeita nossa liberdade. d. Deus fala ao coração humano.
5
CI CT Desde muito pequeno você ouve falar de Deus e até fala com Deus. Você tem a experiência de se sentir amado por Ele, como Israel no Antigo Testamento? Reflita em silêncio: ao longo da minha vida, como Deus me mostrou o amor que tem por mim? As pessoas que o amam, mesmo sem saber, são instrumentos do amor de Deus por você. Se quiser, anote algumas ideias em seu caderno pessoal para sua reflexão.
59
AS RAZÕES DA FÉ
2. Um Deus próximo 2.1. Somos pessoas Como aconteceu com Leo, experimentamos que o encontro com o amor vivifica a nossa vida cotidiana, transforma-a e instala-a, de certa forma, na eternidade.
M
od el o
Precisamente, com o termo pessoa designamos aquele ser de natureza espiritual que é capaz de conhecer e amar. Se você ler com atenção o que se segue, começará a entender por que o que Deus revelou sobre si mesmo a Israel é tão importante. Quando queremos conhecer um objeto nos perguntamos o que é, quais são as características que o definem. No entanto, diante de uma pessoa não nos ocorreria perguntar o que ela é, mas quem ela é. Se perguntarmos a um estranho “quem é você?”, ele não responderá “sou um ser humano”. Porque ele não é simplesmente um “indivíduo” da espécie humana. Ele é uma pessoa, alguém único e irrepetível. Por isso, ele primeiro nos dará seu próprio nome, o que reflete o fato de que ele é um ser humano diferente de qualquer outro. Poderíamos continuar perguntando a esse estranho onde ele nasceu, quem são seus pais, quais são seus hobbies... e, com todas essas informações, ainda não saberíamos quem ele é. Somente através do relacionamento confiante, fazendo nossas as suas tristezas e alegrias, poderemos conquistar a sua identidade mais profunda. Três características podem ser destacadas que nos permitem aprofundar o significado de ser uma pessoa: • A intimidade. A pessoa tem um mundo interior que só ela pode acessar. É o núcleo mais profundo e dinâmico do qual brota sua originalidade. Graças à sua intimidade, a pessoa tem uma liberdade interior que ninguém pode destruir. Mesmo acorrentado em uma cela, a pessoa pode continuar sendo dona de si mesma, e só livremente permitir o acesso à sua privacidade. • Abertura aos outros. A pessoa exige que outras pessoas a conheçam e a aceitem. É por isso que sentimos a necessidade de comunicar e compartilhar o que temos dentro de nós. Por que estamos felizes e confortáveis com nossos amigos? Porque com eles partilhamos brincadeiras, conversas, confidências, alegrias e tristezas. E esse encontro profundo nos faz felizes. Algo semelhante acontece muitas vezes na família. Porque nossos entes queridos nos aceitam como somos. • O amor. A chave definitiva da pessoa é sua capacidade de receber os outros e de se dar, ou seja, amar e ser amado. O amor é a fonte da vida e da beleza; é o laço ou vínculo que une as pessoas intensamente. Ora, o que caracteriza o amor mais profundo é a doação mútua do maior bem que uma pessoa possui: a intimidade. A pessoa, então, entrega, não o que tem, mas o que é. Por isso, aquele que ama quer o bem do outro como se fosse seu. Esse amor enriquece. Ao contrário, o isolamento e a solidão limitam e empobrecem. “A pessoa humana, a única criatura terrena que Deus amou por si mesma, não pode encontrar sua plena realização se não for no dom sincero de si mesmo aos outros”. (Compêndio da DSI n. 34)
4 2.2. Deus é uma pessoa
ideias-chave
O povo de Israel descobriu que Deus é fiel, justo, misericordioso, clemente... Desta forma, ele mostra ao seu povo que não é “algo” – um ser distante e inacessível –mas “alguém”. Deus se revelou assim como um ser pessoal: tem intimidade, dialoga com o ser humano e busca um vínculo profundo com ele.
Deus revela no Antigo Testamento uma nova imagem de si mesmo: o único Deus em quem Israel acredita e ama pessoalmente (cf. Deus caritas est, n. 9).
• Deus
ensina que o amor supremo consiste na libertação de si através da entrega pessoal e da procura do bem do outro (cf. Deus caritas est, n. 6).
od el o
Devemos ter em mente que o que sabemos sobre o que significa ser uma pessoa vem de nossa própria experiência. Mas somos pessoas finitas, imagens de Deus, refletindo vagamente as qualidades que ele possui no mais alto grau.
•
Por isso, Deus quis revelar-nos, pouco a pouco, o seu mundo interior para que nos acostumássemos à sua grandeza, pudéssemos olhá-lo sem medo, face a face e, conhecendo-o, respondêssemos livremente ao seu chamado de Amor. Foi com Jesus Cristo que Deus nos revelou o seu segredo mais íntimo.
O Deus com rosto humano
M
•
A prova definitiva de que o seu amor não tem limites é que entregou o seu Filho único para a nossa salvação (Jo 3,16). “Deus é a realidade fundante, não um Deus só pensado ou hipotético, mas o Deus com rosto humano; Ele é o Deus-conosco, o Deus de amor até a cruz. Quando o discípulo chega à compreensão deste amor de Cristo ‘até o extremo’, não pode deixar de responder a este amor se não for com um amor semelhante: ‘Senhor, seguir-te-ei para onde quer que fores’ (Lc 9,57)” (Aparecida, discurso de abertura).
6
7 8
Assinale as afirmações verdadeiras e corrija as falsas.
9
a. O amor abrange toda a existência em todas as suas dimensões. b. O amor de Deus por nós não ensina nada sobre quem Ele é. c. Primeiro eu tenho que amar a mim mesmo para depois amar os outros.
10
CT Reflita. O que acrescentamos com o termo de pessoa ao conceito de “ser humano”?
Leia Jo 3,16 e explique por que, quando chega o Novo Testamento, o amor de Deus atinge sua expressão máxima.
Explique com suas próprias palavras a seguinte 11 CS CI Anote em seu caderno pessoal, os nomes afirmação. “A fé cristã, colocando o amor no centro, das pessoas – familiares & e amigos – com as quais =6.,>& ?@1#")& "& A,2.";B9& C/)& ,6,& ;,<61-"' = assumiu o que era o núcleo da fé de Israel”. você mais se sente vinculado. Procure três adjetivos para cada um deles que= reflitam o que as torna Coloque as frases, do parágrafo a seguir, em ordem. únicas e insubstituíveis para você. Em seguida, entre todos os povos / como seu povo: / Israel pôde pense em como elas enriquecem sua vida. Pense descobrir / que Deus teve apenas uma razão / Ao que o verdadeiro amor é dado e recebido. O que longo de sua história, / para se revelar e escolhê-lo / você dá de si mesmo para cada uma delas? = seu amor gratuito. =6.,&!"#$>&?C,'&A,2.";&,&#,'&*,')EB9&*1)), & CL
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AS RAZÕES DA FÉ
3. Deus é Amor 3.1. Deus não é solidão, é comunhão
od el o
O que se explica a seguir não é fácil, pois excede nossa capacidade de compreensão. Se pudéssemos explicar completamente Deus, nós o tornaríamos pequeno. De fato, Deus não revelou plenamente o mistério de sua vida íntima até a vinda de seu Filho, Jesus Cristo. Como se quisesse evitar que Israel caísse, como seus vizinhos, no politeísmo. Se no Antigo Testamento se manifesta o amor infinito de Deus por todos os seres humanos, no Novo nos é revelado que Deus é Amor em si mesmo. Desta forma, ensina-nos que Deus é Uno, mas não no sentido de uniformidade, solidão ou isolamento. Deus é Uno no sentido de comunicação, diálogo, relacionamento. Com tal intensidade, que constitui uma única natureza: Deus. De fato, sua natureza é ser uma eterna comunhão de Pessoas. Se Deus não pudesse dizer “nós”, se pudesse dizer apenas “eu”, seria como uma limitação do seu ser.
3.2. Deus se revela em Jesus Cristo
M
A Trindade, de El Greco. Século XVIII. «O mistério da Santíssima Trindade é o mistério central da fé e da vida cristã. É o mistério de Deus em si mesmo” (Catecismo, n. 234).
vocabulário Natureza: designa o ser de uma coisa (por exemplo, Mateus é um homem: ele tem uma natureza humana; o Pai é Deus: ele tem uma natureza divina). Responde à pergunta “o que é?” Pessoa: designa o sujeito que é e atua (por exemplo, Mateus trabalha, Deus Pai criou o mundo, Deus Filho nos redimiu, o Espírito Santo nos santifica). Responde à pergunta “quem é?”
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O mistério da Santíssima Trindade é o próprio mistério de Deus e é, portanto, o centro da fé e da vida cristã, e a fonte de todos os outros mistérios da fé. Toda a vida de Jesus é uma revelação do Deus Uno e Trino. Assim, encontramos no Novo Testamento ocasiões em que a Santíssima Trindade se manifesta: na Anunciação a Maria (Lc 1,35), no batismo de Jesus (Mt 3,16-17) ou na Transfiguração (Mt 17,1-5). Jesus revela também o mistério trinitário na sua pregação: fala-nos do seu Pai – dirige-se a ele chamando-o “Abba”, papai (Mc 14,36) –, apresenta-se como o Filho – “Quem me vê, vê o Pai” (Jo 14,9) –, fala do Espírito Santo – “O Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome” (Jo 14,26). Finalmente, antes de subir ao céu, Cristo envia os Apóstolos para pregar o Evangelho e batizar “para consagrá-los ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo” (Mt 28,19).
3.3. O mistério da Santíssima Trindade Jesus nos revelou que Deus é Um e Trino. É Um porque a natureza* divina só pode ser única: se houvesse vários deuses, não seria mais Deus. E é Trino, porque há três Pessoas* diferentes: Pai, Filho e Espírito Santo. As três Pessoas são um Deus, porque cada uma delas é inteiramente Deus (não em parte). Ou seja: não são três deuses, nem são três partes de um único Deus. Deus é Pai. Jesus nos revela que Deus é Pai em um novo sentido: ele é seu Pai. É eternamente Pai em relação a ele, que é seu Filho, que também é Filho unicamente em relação a seu Pai (Mt 11,27). Deus é Filho. O Filho é Deus, como o Pai e, portanto, é eterno como ele. Tudo o que pode ser dito do Pai pode ser dito do Filho, exceto uma coisa: que ele procede do Pai. A única coisa que os diferencia é o relacionamento. Jesus Cristo é o Filho de Deus feito homem. Ou seja: como Deus, existia desde a eternidade; como homem, veio à existência quando se encarnou na Virgem Maria.
4 Deus é Espírito Santo. O amor que existe entre o Pai e o Filho, sendo Deus, é tão perfeito que esse amor é outra Pessoa divina: o Espírito Santo. O Espírito Santo é Deus, como o Pai e como o Filho, e, portanto, é eterno como eles. Tudo o que pode ser dito sobre o Pai e o Filho pode ser dito sobre o Espírito Santo, exceto uma coisa: que Ele procede do Pai e do Filho. A única coisa que os diferencia é o relacionamento.
od el o
O Espírito Santo é o Amor do Pai e do Filho. Como Deus, ele existia desde a eternidade; mas como fruto da entrega redentora de Cristo, ele foi enviado pelo Pai sobre a Igreja, como Jesus havia prometido: “O poder do Espírito Santo virá sobre vós para serdes minhas testemunhas" (At 1,8).
ideias-chave
•
Sabemos que Deus, na intimidade do seu ser, é uma comunicação eterna de Amor. O Filho, enviado pelo Pai, assim o revelou (cf. Compêndio do CIC, n. 45).
•
Na natureza divina existem três Pessoas distintas: uma é o Pai, outra o Filho e outra o Espírito Santo (cf. Compêndio do CIC, n. 48).
•
Cada uma das três Pessoas divinas é plenamente Deus, uno e indivisível. Por isso são um só Deus (cf. Compêndio do CIC, n. 48).
"Pai Nosso…"
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Jesus fala sempre de “meu Pai” e “seu Pai”. Porque ele não é nosso Pai no mesmo sentido em que é de Jesus: não compartilhamos de sua natureza divina; Jesus, sim. Mas Deus quer que sejamos seus filhos “adotivos”. Por isso, Jesus nos ensina a dizer “Pai nosso...” (Mt 6,9). Com esta oração filial, Ele nos dá também o Espírito Santo. De fato, podemos chamar Deus de “Pai” porque Ele “enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho, clamando: ‘Abba, isto é, Pai!’” (Gal 4,6) (cf. CIC, n. 2.766).
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Identifique a afirmação verdadeira e corrija as falsas. a. Somente o Pai é Deus; o Filho e o Espírito Santo apenas são enviados por Deus. b. O mistério da Trindade pode ser explicado com absoluta exatidão e precisão. c. A coisa mais importante sobre o mistério da Trindade é que Deus não é solidão, mas comunhão. d. As três Pessoas divinas são um Deus porque cada uma é uma parte de Deus. e. Deus pode dizer “nós” porque nele são três deuses.
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Explique com suas próprias palavras por que o mistério da Trindade é profundo, mas não absurdo.
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A Trindade, de N. Semitecolo, século XIV.
Complete as frases a seguir. a. Deus é a plenitude do […] e toda a perfeição. b. Jesus revela que […]é seu Pai. c. O Filho é […], como o Pai. d. Jesus Cristo é o […] feito homem. e. O Espírito Santo é […], como o Pai e o Filho. f. O Espírito Santo […] do Pai e do Filho.
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CC CA Observem as imagens da Trindade que ilustram esta seção. Refletem o que o texto diz? Como representam que a Redenção é uma obra comum das três Pessoas divinas? Procurem outras formas de como o mistério de Deus, Uno e Trino, geralmente é representado.
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AS RAZÕES DA FÉ
4. A Trindade na vida cristã A dinâmica do amor Tudo o que estudamos sobre a Trindade não é algo puramente teórico, para especialistas. Jesus Cristo, ao nos revelar a intimidade de Deus, também nos mostra algo essencial sobre nós mesmos.
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A Criação é obra da Trindade. Deus não precisava de nada, mas queria comunicar seu amor e bondade a todas as criaturas. Mas entre todas elas, o ser humano ocupa um lugar especial (Gên 1,27). Como imagem de Deus, e ao contrário de outras criaturas, a pessoa humana tem a capacidade de comunicar e partilhar a sua intimidade: dar-se, tanto a Deus como aos outros.
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Existimos porque somos amados por Deus (seu amor nos fez existir). Nascemos para amar e ser amados. Nisto, sobretudo, consiste a dignidade da pessoa humana. Por isso, o homem, imagem de Deus, é chamado a refletir o amor do Pai, do Filho e do Espírito Santo e a participar dele. Por isso, no ensinamento de Jesus, o amor a Deus e o amor ao próximo são inseparáveis (Mc 12,28-32). De fato, o amor ao próximo é o caminho para amar a Deus (1 Jo 4,20-21). Deus, movido pelo seu amor, “deu o seu Filho único, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,16). Quando o Pai envia seu Filho, envia também seu Espírito para que nos unamos a ele e vivamos nele. E essa é a missão que deu à Igreja: acolher todos os homens em torno de Cristo. Aqueles que recebem o dom da fé e o Batismo constituem uma comunidade de irmãos. À imagem da Trindade, eles são transformados de um “eu” em um “nós”. Eles formam um único corpo em Cristo na comunhão da Igreja.
Trindade e compromisso social “O próprio mistério da Trindade nos lembra que fomos feitos à imagem daquela comunhão divina, pelo que não podemos nos realizar ou nos salvar sozinhos. Do coração do Evangelho reconhecemos a íntima ligação que existe entre evangelização e promoção humana. [...] A aceitação do primeiro anúncio, que nos convida a deixar-nos amar por Deus e a amá-lo com o amor que ele mesmo nos comunica, provoca na vida da pessoa e nas suas ações uma primeira reação fundamental: desejar, buscar e cuidar do bem dos outros”. (Evangelii Gaudium, n. 178)
Em nome do Pai... O Batismo é recebido em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, e nos torna filhos de Deus, irmãos de Cristo e membros da Igreja. O Espírito Santo começa a viver em nós como em um templo. É Deus em nós, desde que não o rejeitemos pelo pecado e vivamos em sua graça.
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4 Todas as celebrações cristãs giram em torno do mistério da Trindade. As orações começam em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e terminam com “Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo”. Em todos os Sacramentos estão presentes a graça do Deus Trinitário e sua ação santificadora. Por exemplo, o sacerdote absolve os pecados no sacramento da Reconciliação em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
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A Santa Missa, ato de culto mais importante na Igreja, começa com a saudação inicial e termina com a bênção do sacerdote, dizendo: “Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. Toda a Missa está repleta de referências à, Trindade. E aos domingos é recitado o Símbolo dos Apóstolos ou Credo, que é precisamente uma confissão de fé na Trindade.
Além disso, a Igreja afirma que a Virgem Maria é verdadeiramente a Mãe de Deus. Com sua dedicação total ao Senhor e à obra de seu Filho, Maria tornou possível que a segunda Pessoa da Santíssima Trindade se tornasse homem em seu seio virginal para nos salvar do pecado e da morte eterna. Maria foi exaltada por Deus a uma dignidade incomparável. A Virgem Maria está acima de todos os anjos e de todos os santos: é a Mãe do Filho de Deus; portanto, é a filha predileta do Pai e o Templo do Espírito Santo. Por isso, a Igreja lhe rende culto com especial veneração.
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ideias-chave
A coroação da Virgem Maria, de J. de Ribera. Século XVIII. Na liturgia da Igreja, Deus Pai é abençoado e adorado como a fonte de todos os dons, com os quais nos abençoou em seu Filho Jesus Cristo para nos dar o Espírito de seus filhos adotivos (cf. CIC, n. 1.110).
•
O ser humano, imagem de Deus, tem a dignidade de pessoa e é chamado à comunhão com Deus e com os outros (cf. Compêndio do CIC, n. 66).
•
A Igreja é o povo reunido em virtude da unidade do Pai e do Filho e do Espírito Santo para a salvação de todos os homens (cf. Lumen gentium, n. 4).
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CL Leia o seguinte tweet do Papa no dia da festa da Trindade e responda às perguntas.
“A festa da Santíssima Trindade renova para nós a missão de viver a comunhão com Deus e uns com os outros segundo o modelo da comunhão divina”.
a. Por que somos chamados a viver “segundo o modelo da comunhão divina”?
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b. O que significa “viver em comunhão com Deus”? Como podemos expressá-la? c. O que significa “viver a comunhão entre nós”? Como podemos expressá-la? d. Escreva uma resposta a esse tweet (não esqueça de que não pode exceder 140 caracteres).
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CL O amor a Deus e o amor ao próximo são inseparáveis. Invente uma história muito breve que exemplifique a verdade das palavras do apóstolo João em 1 Jo 4,20. CL CA Em grupos de dois ou três, busquem o texto do Ordinário da Missa (a parte fixa que se repete todos os dias). Leiam-no com atenção e localizem e anotem todas as referências à Trindade.
Depois de estudar esta unidade você pode estar mais consciente da importância da Trindade na vida cristã. Se você é cristão, muitas vezes usará a invocação “Em nome do Pai, do Filho…”. Se quiser, você pode fazer o propósito de dizê-la sempre com a máxima atenção, evitando a rotina.
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DISCÍPULOS E MISSIONÁRIOS
Um exemplo a seguir Santa Isabel da Trindade
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Isabel Catez (1880-1906) era filha de uma família rica. Seu pai, um oficial do exército francês, morreu quando ela tinha sete anos. Sua mãe cuidou muito de sua educação: aulas particulares, cursos de piano, etc. Queria fazer dela uma jovem culta. Mas o verdadeiro desejo de Isabel era consagrar-se a Deus. E, enquanto esperava o momento, ensinava catecismo, cantava no coro e ajudava os pobres e doentes ao seu redor. Aos 21 anos, ela pôde entrar no convento das carmelitas descalças em Dijon, cidade localizada no leste da França, perto de sua casa, sob o nome de Irmã Isabel da Trindade. Os seus escritos evidenciam a intensidade da sua vida espiritual e, sobretudo, a sua intimidade com a Trindade: “A Trindade: aqui está a nossa morada, o nosso lar, a casa paterna da qual nunca devemos sair...”. “Quando te aconselho a oração, não se trata de impor uma série de orações vocais para rezar diariamente. Falo, antes, daquela elevação da alma a Deus através de todas as coisas que nos constituem numa espécie de comunhão ininterrupta com a Santíssima Trindade, agindo com simplicidade à luz do seu olhar”.
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Em poucos anos, ele contraiu uma doença grave. Abandonou-se à vontade de Deus e continuou sua intensa vida de oração. Nessa época, compôs uma oração à Trindade, muito difundida. Estas foram suas últimas palavras antes de morrer, aos 25 anos: “Vou para a luz, para o amor, para a vida”. Foi canonizada pelo Papa Francisco em 2016.
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Isabel poderia ter se tornado uma dama da alta sociedade francesa. No entanto, ela se consagrou à vida religiosa. O que você acha que a levou a fazer isso? Seu desejo de viver em intimidade com Deus fez com que se esquecesse dos outros? Que frase dela faz você pensar que ela era uma mulher feliz? Como foi sua vida a partir do momento em que soube que ia morrer jovem? O que você acha que suas últimas palavras significam?
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CI CT Como Teresa de Jesus, João da Cruz ou Teresa de Lisieux, também carmelitas, Isabel da Trindade foi uma mística, alguém com uma elevada relação espiritual com Deus. A palavra vem do grego myein, que significa 'fechar os olhos'. Quem fecha os olhos sai do mundo para encontrar Deus dentro de si. O silêncio e a solidão para se unir a Deus são algo exclusivo das pessoas consagradas? Como alguém em sua situação pode cultivar essa experiência de comunhão com o Senhor?
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CT CI Vamos fechar os olhos e os ouvidos. Peçamos ao Espírito Santo que desperte em nós o amor do silêncio e da solidão para encontrar Deus dentro de nós e ouvir suas inspirações.
4 Agora você Linha direta com Deus Através da oração dialogamos diretamente com Deus, individualmente ou em comunidade.
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Por que rezar? Quem ama procura a companhia da pessoa amada. Ao rezar, a pessoa sai de si mesma e experimenta um encontro com Deus. A oração é fonte de serenidade, alegria e força na fraqueza. É um dos atos mais solidários, porque nele apoiamos os outros e nos apoiamos neles. Liberta-nos do egoísmo de centrar a vida em nós mesmos. Como aprender a rezar? Você não pode aprender a rezar como aprende uma técnica. A oração é um dom que se recebe através da própria oração. Jesus nos ensinou que esta deve ser simples (Mt 6,7-8), humilde (Lc 18,13-14), confiante (Mt 7,7), filial (Mc 14,36) e deve buscar o bem dos outros (Jo 2,3-5; Jo 17,15).
Uma pequena escola de oração
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1. Decida-se. O amor requer passos e ações concretas que o tornem realidade. 2. Comece com pequenos momentos de oração e seja fiel a Deus neles. 3. Encontre um momento em que você possa ficar tranquilo. 4. Encontre um lugar no qual possa rezar bem. 5. Dê à sua oração uma ordem que, com flexibilidade, o ajude. Por exemplo: primeiro coloque-se na presença de Deus, depois medite em algum texto bíblico e finalize agradecendo a Deus. 6. Reze com todo o seu ser. Rezamos com palavras e com silêncio; com o corpo (juntamos ou estendemos as mãos, ajoelhamos, etc.) e com os sentimentos. 7. Reze de maneiras diferentes. Existem várias formas de oração: adoração, petição, intercessão, ação de graças, louvor... 8. Aproveite as oportunidades. Cada evento do dia, cada encontro, pode ser um “tema” para a sua oração. 9. Deixe Deus falar. Aprenda a ouvir a Palavra de Deus que ressoa em seu coração. 10. Reze com a Igreja. A oração pessoal aperfeiçoa-se quando se une à oração de toda a Igreja, especialmente na Eucaristia.
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CT CI Você está se preparando para receber o Crisma e logo será um cristão adulto. É impossível adquirir maturidade cristã sem oração. Em silêncio, avalie como está sua oração este ano. CT CI Anote no seu caderno pessoal as ideias que mais lhe agradam desta “pequena escola” e possíveis temas e esquemas para a sua oração. Se quiser, pode consultar o sacerdote ou o seu catequista. Não se esqueça que é imprescindível para o seu crescimento interior: "É a oração que mantém a fé, sem oração a fé vacila!" (Francisco, 25 de maio de 2016).
Fonte: Youcat Confirmação, n. 8.3
SÍNTESE
DEUS
primeiro na
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revelou que ele é Amor
e de forma definitiva em
Jesus Cristo
Antiga Aliança
ao revelar a
onde revela que ele
Santísima Trindade
• É um só Deus • É um ser pessoal: alguém próximo que quer ser amado • Tem um nome: “Eu sou o que sou”
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quer dizer, que ele é
pelo que sua
• Fidelidade é eterna • Misericórdia não tem limites
assim descobre para nós a
identidade mais profunda do ser humano chamado a
• Comunicar e compartilhar sua intimidade • Amar a Deus amando aos outros e a converter-se em
filho de Deus Pai, irmão de Cristo e membro da Igreja, graças ao dom do Espírito Santo
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um só Deus em três Pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo de maneira que
• o Pai gera o Filho • o Filho é gerado pelo Pai • o Espírito Santo procede do Pai e do Filho
ATIVIDADES DE AVALIAÇÃO
1
Complete as frases a seguir com a opção correta.
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a. A revelação da verdade sobre Deus começa… 1. na Anunciação e culmina no Pentecostes. 2. no Antigo Testamento. 3. no Pai e culmina no Espírito Santo.
c. Na história de Israel, Deus atua sempre... 1. com justiça implacável. 2. apenas como Pai. 3. com um amor gratuito.
2
a. Só existe um Deus verdadeiro. b. Deus é misericordioso. c. Deus é amor. d. Deus é todo-poderoso.
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Em que consistiria uma interpretação politeísta da Trindade? Onde estaria seu erro?
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Relacione cada afirmação com uma das Pessoas divinas. Em seguida, indique quais delas pertencem ao Credo e quais não.
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b. Que Deus manifeste seu nome significa que... 1. é Pai, Filho e Espírito Santo. 2. foi alguém que o colocou. 3. é alguém com quem podemos nos relacionar, não uma força abstrata.
Que verdade de fé você acha que está mais relacionada com o mistério da Trindade? Justifique sua resposta.
a. Procede do Pai e do Filho. b. Foi crucificado, morto e sepultado. c. Todo-Poderoso. d. Gerado, não criado. e. Ilumina o nosso entendimento. f. Nascido do Pai antes de todos os séculos. g. Criador do céu e da terra. h. Ressuscitou ao terceiro dia, segundo as escrituras. i. E habitou entre nós. j. Falou por meio dos profetas. k. Concebido por obra e graça do Espírito Santo. l. Conduz-nos à santidade. m. Está sentado à direita do Pai. n. Voltará para julgar os vivos e os mortos.
Complete este texto usando os seguintes termos: distintas, Pai, verdadeiro, Trindade, Deus, comunhão, Espírito Santo, vida.
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A Santíssima […] é o mistério da […] íntima de […]. Deus é […], Filho e […]; três Pessoas […] e um só Deus […]. Em suma, Deus é uma […] de amor.
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Escolha a resposta correta. As três Pessoas divinas se distinguem... a. porque cada uma tem uma natureza diferente. b. porque cada uma é uma parte de Deus. c. pelas relações que existem entre elas. d. pelo fato de que o Pai é a Pessoa mais importante da Trindade.
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Pesquise na Internet o quadro - A Anunciação, de Fra Angélico, observe a imagem detalhadamente e responda.
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O fato de Deus ter se revelado como comunhão de Pessoas tem alguma implicação na vida do cristão? Justifique sua resposta. CL Leia Jo 14,8-9 e explique com suas próprias palavras o que Jesus quis dizer com sua resposta a Filipe.
a. Como o Pai, o Filho e o Espírito Santo são representados? b. Qual é o nome do anjo que fala com Maria? c. Por que você acha que aparece a cena da expulsão do paraíso? O que isso tem a ver com a Anunciação? d. O que o fato de Maria ter um livro no colo pode representar?
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Combine cada letra com o número correspondente.
a. Enviado por Deus Pai. b. Espírito Santo. c. Primeira Pessoa da Trindade. d. Vínculo que existe entre as três Pessoas divinas. 1. Amor. 2. Procede do Pai e do Filho. 3. Deus Pai. 4. Deus Filho.
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Um lar para todos
Vamos descobrir
Vamos ser capazes de Deixarmo-nos impregnar pelos valores do Reino proclamados por Jesus nas bem-aventuranças.
As características do Reino que Jesus Cristo veio estabelecer e o novo estilo de vida dos que a ele pertencem.
Compreender que através da Igreja, apesar dos erros de seus membros, vem a salvação de Jesus.
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Como, em seu batismo, Jesus aceita a missão que o Pai lhe confia, e inaugura o Reino dos céus na terra.
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Que o Reino comece neste mundo através da Igreja e que alcance sua plenitude na vida futura.
Assumir a responsabilidade, como batizados, de trabalhar na construção do Reino de Deus no mundo.
Partimos da realidade
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Eden é uma menina de nove anos com síndrome de Down. Ele faz as coisas devagar. No portão de sua casa, espera o ônibus que vai para a escola. Seu pai, Eric, e sua mãe, Elisa, a ajudam a chegar a tempo. Mas ela está entretida. “Mãe, hoje faz um dia lindo, não é mesmo?”. Algumas semanas atrás, eles quase chegaram ao ônibus a tempo. Mas Eden descobriu um pedaço de papel na rua. E, muito naturalmente, o pegou e o levou para uma lixeira. “Vamos lá, o que acha? Vou colocar você aqui antes de ir para a escola”, disse ela ao papel. Seus pais estão orgulhosos dela. “Talvez crianças como Eden – as lentas – contribuam para uma revolução silenciosa contra nossas vidas ocupadas”, escreve Elisa.
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Às vezes, Eden pede à mãe para ficar com ela. Mas Elisa quer terminar de lavar a louça. Eden insiste. E Elisa deixa o que está fazendo e se senta ao lado dela. “Sorrimos uma para a outra. Conversamos sobre o iogurte que ela está tomando. Somos lentas, juntas.”
E. Fryling Stanford, What Slowing Down Teaches You That Rushing Never Will
OBSERVE 1
Na família de Eden ninguém está sozinho: eles não entenderiam suas vidas sem a presença das pessoas que amam. Como os pais ajudam Eden?
2
E como Eden enriquece a vida de seus pais?
3
Pelo que é narrado no texto, você acha que a Eden é feliz? E os pais dela? Justifique sua resposta.
4
Eden é capaz de apreciar a riqueza das pessoas e a realidade que a cerca. Em que detalhes da história é percebido esse traço de sua personalidade?
AVALIE 5
Procure um adjetivo que caracterize aquele olhar peculiar de Eden sobre a realidade.
6
Você acha que ela ou seus pais poderiam conceber sua vida sem a relação que existe entre eles? Por quê?
7
Onde você acha que está a raiz última da felicidade deles?
8
Uma vida que não é capaz de se dar a outros é realmente valiosa?
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Com base em tudo o que refletimos até agora, o que você acha que dá verdadeiro valor às pessoas?
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À LUZ DA PALAVRA
No Antigo Testamento "Haverá, com efeito, nação tão grande, cujos deuses estejam tão próximos de si como está de nós o Senhor, nosso Deus, cada vez que o invocamos? Qual é a grande nação que tem mandamentos e preceitos tão justos como esta lei que vos apresento hoje?" "Lembra-te do dia em que te apresentaste diante do Senhor, teu Deus, em Horeb, quando o Senhor me falou, dizendo: ‘Ajunta-me o povo, para que ouçam as minhas palavras, e aprendam a temer-me ao longo de toda a sua vida e o ensinem aos seus filhos’. Aproximastes-vos então e estivestes ao pé do monte; e o monte ardia em fogo, cujas chamas subiam até as profundezas do céu, onde havia trevas, nuvens e escuridão." "Quanto a vós, o Senhor vos escolheu e vos retirou da fornalha de ferro que era o Egito, para serdes o seu povo, o povo de sua herança, como o sois hoje."
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O Senhor convoca o seu povo, dirige-o, protege-o e fecha com ele uma Aliança de amizade eterna. Israel se distingue do resto das nações da terra. Ela foi escolhida pessoalmente por Deus, que lhe promete um mundo novo. Os profetas anunciam aquele novo e definitivo Israel – ao qual todos os povos são convocados –, e que será sobretudo um reino de paz, justiça e santidade. Esse novo e definitivo Israel é a Igreja: continuação do Povo da Aliança, mas “novo” porque nele vive Cristo Ressuscitado. Com ele e nele podemos estender o amor de Deus, o único capaz de transformar o mundo.
Dt 4,7-8,10-11,20
"Ouvi-me, vós que seguis a justiça, e que buscais o Senhor! Olhai a rocha de que fostes talhados, a pedreira de onde vos tiraram: considerai Abraão, vosso pai, e Sara, que vos pôs no mundo. Ele estava só, quando o chamei, mas eu o abençoei e o multipliquei," "Povos, escutai bem! Nações, prestai-me atenção! Pois é de mim que emanará a doutrina e a verdadeira religião que será a luz dos povos."
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Is 51,1-2,4
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Visualize o texto e deixe-o ganhar vida
Descubra a riqueza escondida no texto
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Este fragmento de Deuteronômio é parte de um discurso de Moisés. Nele, o patriarca exorta o povo a agradecer a Deus pelos dons recebidos e pelas obras que ele fez para os ajudar. Você se lembra de alguns desses dons e feitos?
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No monte Horeb, no deserto do Sinai, Javé pede a Moisés que reúna seu povo. O texto diz que o convoca para quê?
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Deus libertou os judeus do Egito para serem “seu próprio povo”. A libertação da escravidão foi apenas material ou foi um sinal de outra libertação espiritual?
Um povo consagrado a Deus a. Israel é o povo que surge da promessa de Deus a Abraão. Você lembra qual era? Consulte Gên 17,3-7. b. A eleição de Israel não foi um privilégio, mas implicou uma missão. Em que consistia? Nele todas as nações serão abençoadas a. No texto de Isaías, Deus recorda ao seu povo que o fez seu para preparar a Salvação definitiva. Apenas de um povo ou a de todos os seres humanos? b. Você sabe o que significa o termo igreja e por que os primeiros cristãos o usavam?
5 No Novo Testamento Mas Jesus, aproximando-se, lhes disse: “Toda autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo”.
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Mt 28,18-20
A presença invisível de Deus na Antiga Aliança torna-se a presença pessoal, amorosa e próxima de Cristo. Envia os Apóstolos a todo o mundo para pregar o Evangelho, fazer discípulos e batizar. Promete-lhes que estará presente entre eles até o fim dos séculos.
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“A lógica que orienta a missão de Jesus e a missão da Igreja é ir em busca de homens e mulheres para restituir a todos a sua plena dignidade e liberdade, através do perdão dos pecados. Esta é a essência do cristianismo: difundir o amor regenerador e gratuito de Deus, com atitude de acolhimento e misericórdia para com todos, para que cada um encontre a ternura de Deus e tenha plenitude de vida”. (Francisco, 7 de fevereiro de 2016)
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Visualize o texto e deixe-o ganhar vida
Descubra a riqueza escondida no texto
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Jesus dá suas últimas instruções aos discípulos. Mas alguns deles ainda duvidam. A presença e as palavras de Jesus reafirmam sua fé. Como seria a atitude deles quando Jesus não fosse mais visível para eles? Coloque-se no lugar deles e então descubra como foi em At 1,12-14.
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O Monte das Oliveiras, de onde Jesus ascende ao céu, fica a cerca de dois quilômetros de Jerusalém. Imagine o caminho de volta dos apóstolos à cidade santa. O que mudou? Que missão Jesus lhes confiou? Ele os deixou sozinhos? Descubra a última promessa de Jesus em At 1,8.
Jesus está presente entre nós a. O que Jesus diz sobre si mesmo? O que o Senhor pede aos seus discípulos? Sua missão é especificada em duas tarefas. Quais são? b. Por que o Batismo é tão importante? De qual escravidão nos liberta? c. Com que promessa se encerra a passagem? Você se lembra de como Jesus está presente entre nós?
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Reflita sobre as palavras do Papa Qual é a nossa missão como discípulos de Jesus?
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AS RAZÕES DA FÉ
1. Jesus inicia sua vida pública vocabulário Milagre: ação extraordinária que não pode ser explicada pela razão ou pela ciência porque vai além das leis da natureza, e que encontra sua causa na intervenção divina.
A maior parte da vida de Jesus foi passada em Nazaré, uma pequena vila na região da Galileia. A vida familiar, o trabalho, a prática religiosa, a vida social, etc., constituíam seus anos de vida oculta, cheios de normalidade. De Nazaré, Jesus percorreu cerca de 100 quilômetros ao sul, até o lugar onde João Batista pregava a conversão e batizava, às margens do rio Jordão: “Convertei-vos, porque vem o Reino dos Céus” (Mt 3,2). Com estas palavras, anunciava a chegada iminente do Messias esperado por Israel.
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Parábola: história sobre um evento cotidiano que exemplifica um ensinamento mais profundo e espiritual.
1.1. Na fila dos pecadores
Ungir: untar a cabeça com óleo, como sinal de eleição ou investidura para uma missão. As palavras Cristo e messias significam “ungido de Deus”.
Jesus se aproximou de João para ser batizado. Embora não tivesse pecado, quis ensinar com seu exemplo a necessidade da conversão e do batismo, para obter o perdão dos pecados e nascer na condição de filhos de Deus. Ao sair da água, os céus se abriram e a voz do Pai foi ouvida: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (Mt 3,17). Ao mesmo tempo, o Espírito Santo, em forma de pomba, pousou sobre ele. Jesus foi ungido* pelo Espírito Santo para a missão que estava prestes a começar. Esta missão é o anúncio e o estabelecimento do Reino dos Céus: “Para isso fui enviado” (Lc 4,43). O texto do Evangelho conta que Jesus então se retirou para o deserto da Judéia por quarenta dias para se preparar para sua missão através da oração e do jejum. Ali o diabo o tentou. Mas ele, fiel à sua missão, rejeitou as tentações: “Vai-te, Satanás” (Mt 4,10). Depois das tentações e depois da prisão de João, “Jesus foi para a Galileia, anunciando as boas novas de Deus. Dizia: ‘Cumpriu-se o tempo. O Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no Evangelho’” (Mc 1,15).
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1.2. Jesus torna o Reino presente
O povo de Israel estava esperando há séculos pelo estabelecimento do Reino dos Céus, e agora essa promessa estava se tornando realidade. Naquele tempo, muitos acreditavam que o Messias viria para fundar um Reino terreno, poderoso e livre do jugo dos romanos. Um Messias triunfante à frente do povo de Israel. No entanto, os planos de Deus eram muito diferentes: “O meu Reino não é deste mundo” (Jo 18,36). O reino de Deus na terra é inaugurado com os ensinamentos e obras de Cristo e, principalmente, com sua morte na cruz e sua ressurreição: “E eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim” (Jo 12,32). Jesus ensinou, pouco a pouco, ao longo de sua vida as características do Reino:
Através de seu batismo, Jesus “se tornou semelhante aos homens” (Flp 2,7).
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• É o Reino de Deus. Jesus nos revelou que esse Deus é Pai. Ele mesmo o chama “Abba” e nas parábolas* mostra-o atento às necessidades e sofrimentos dos seres humanos. Deus é um Pai misericordioso que perdoa e concede gratuitamente os seus dons.
5 João Batista Ele é uma figura chave na história da Salvação. Encontra-se entre o Antigo e o Novo Testamento. Era filho de Zacarias e Isabel, parente da Virgem Maria. Ele levou uma vida de extrema austeridade e corajosamente pregou a conversão do coração antes da chegada iminente do Messias. Os Evangelhos e o historiador judeu Flávio Josefo nos contam que Herodes Antipas mandou decapitá-lo na fortaleza de Maquero, na atual Jordânia. Jesus o louvou de modo incomparável: “Em verdade vos digo que, entre os filhos de mulheres, não surgiu outro maior do que ele” (Mt 11,11).
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• Destina-se a todos os seres humanos (Mt 8,11). É Deus quem chama todos os homens e mulheres ao seu redor para fazer parte de sua família. Jesus chama a entrar no Reino através das parábolas, mas para compreendê-las é preciso receber a sua palavra com fé e humildade e juntar-se ao seu rebanho (Lc 12,32). • Pertence aos humildes que aceitam a Palavra de Deus e a ele convertem seus corações. O Reino cresce na medida em que cada pessoa recorre a Deus como Pai na oração (Mt 7,21) e se esforça para cumprir a sua vontade (Lc 11,2). • Os pobres têm um lugar de preferência. Jesus se aproxima especialmente dos pobres (material, cultural ou espiritualmente necessitados) e de todos os oprimidos pelo pecado (Lc 4,18). Com Ele, experimentam o acolhimento amoroso e o perdão de Deus. Os milagres* (curas, exorcismos, ressurreições, etc.) de Jesus são “sinais” de libertação do pecado. Ao mesmo tempo que cura, Jesus convida à conversão do coração (Lc 5,24). Os milagres são também o anúncio da vida eterna.
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Em seu batismo, Jesus aceita a vontade de seu Pai: sua morte e ressurreição para o perdão dos pecados; e manifesta-se ungido pelo Espírito Santo no início da sua missão (cf. CIC, n. 536).
•
Cristo inaugurou o Reino de Deus na terra para que os seres humanos pudessem participar da vida divina (cf. CIC, n. 541).
•
Jesus convida todos os homens a entrar no Reino. O Reino pertence aos pobres e aos pequeninos, isto é, àqueles que o recebem com coração humilde (cf. CIC, n. 544).
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Como você resumiria a mensagem central da pregação de João Batista? Por que você acha que ele insistiu tanto na necessidade de se converter? Consulte as seguintes citações bíblicas e enuncie os sinais de uma verdadeira conversão. a. Mt 5,23-24; b. Mt 5,44-45; c. Mt 6,6; d. Mt 6,14-15.
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Complete as seguintes afirmações. a. O batismo de Jesus aconteceu no […]. b. Jesus foi batizado por […]. c. O Espírito Santo se manifestou naquele momento na forma de […]. d. Após o batismo de Jesus, a voz de Deus Pai foi ouvida dizendo [...].
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CI CT Todos nós necessitamos de conversão, = mesmo que seja em algo pequeno. Reflita sobre o que significa para você, agora, a palavra conversão. Que decisão você poderia tomar hoje, por menor que seja, que faria de você uma pessoa melhor?
CA Em grupos de dois ou três, leiam as seguintes parábolas do Reino e resumam seus ensinamentos. Ao final, façam um compartilhamento.
a. O grão de mostarda (Lc 13,18-19). b. O semeador (Mc 4,3-8). c. O trigo e o joio (Mt 13,24-30). d. O tesouro e a pérola (Mt 13,44-46).
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Enuncie as características do Reino de Jesus.
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AS RAZÕES DA FÉ
2. Um novo estilo de vida O Reino já está presente no mundo, mas se manifesta pouco a pouco na história. Estabelece-se no mundo quando nós, seres humanos, aprendemos a amar, a perdoar e a servir uns aos outros. Por isso, o Reino promove um novo estilo de vida que transforma as relações humanas. A sua Lei é o mandamento novo que Jesus nos deu: “Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei” (Jo 15,12).
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Para tornar possível esta comunhão de todos os seres humanos entre si e com Deus, Jesus deixou-nos um programa fascinante: as Bem-aventuranças. Quem as compreende e se esforça por praticá-las descobre que elas respondem aos desejos mais profundos do ser humano e nelas encontra a verdadeira felicidade. • Bem-aventurados os que choram, isto é, os que sofrem física, psíquica ou moralmente. A pessoa que confia em Deus descobre no sofrimento uma energia especial que a aproxima de Cristo. E, a exemplo de Jesus sofredor, carrega a cruz dos aflitos e descobre neles um tesouro para a sua vida. • Bem-aventurados os limpos de coração, isto é, “os que têm um coração simples, puro, sem sujeira: um coração que sabe amar com tão bela pureza” (Francisco). Os homens de alma limpa são capazes de amar esquecendo-se de seus interesses mesquinhos e egoístas. Eles se afastam de tudo que destrói seu tesouro mais valioso (drogas, violência, mentiras...). Caminham para Deus quer no matrimónio cristão, quer na dedicação própria da vocação sacerdotal ou religiosa.
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• Bem-aventurados os misericordiosos. A misericórdia é a face do amor. A pessoa misericordiosa não se limita a ter pena de quem sofre, mas mostra-se ativamente solidária com todos os necessitados. O prêmio dos misericordiosos é a alegria e a paz. • Bem-aventurados os pacificadores. O cristão anseia por uma sociedade mais justa e solidária. Ele também sabe que não pode derrotar a injustiça através do ódio ou da violência. Pelo contrário, procura a conversão dos corações que assegura aquela mudança de estruturas que torna possível um mundo melhor. • Bem-aventurados os mansos, isto é, os que têm coragem de viver em Deus. Eles são capazes de vencer o mal e o egoísmo do mundo com bondade e simpatia. Buscam o que une e não o que divide para possibilitar a construção da civilização do amor. • Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça. São aqueles que, libertos do egoísmo, fazem a vontade de Deus. Buscam a verdade e não justificam com mentiras ou meias verdades o mal que eles ou outros cometem. O cristão reconhece suas responsabilidades e “não despreza a súplica do órfão, nem as queixas da viúva” (Eclesiastes 35,14). • Bem-aventurados os pobres de espírito. Pobres de espírito são aqueles que sabem que receberam tudo gratuitamente de Deus. Não vivem apegados aos bens materiais e compartilham desinteressadamente o que têm, principalmente com os mais desfavorecidos. O cristão descobre nos pobres e nos doentes o próprio Cristo.
O bom samaritano, de V. van Gogh. Século XIX. “As Bem-aventuranças são, de certa forma, a carteira de identidade do cristão, que o identifica como seguidor de Jesus” (Francisco).
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5 “Mas os pobres – recorda o Papa Francisco – não são apenas pessoas a quem podemos dar algo. Eles também têm algo a nos ensinar. Ensinam-nos que uma pessoa não é valiosa pelo que tem. [...] Os pobres também podem nos ensinar muito sobre humildade e confiança em Deus”.
“Se realmente deixarem emergir as aspirações mais profundas do seu coração, perceberão que em vocês existe um desejo inesgotável de felicidade, e isso permitirá desmascarar e rejeitar tantas ofertas ‘baratas’ que se encontram ao seu redor. Quando buscamos o sucesso, o prazer, o possuir egoisticamente e os transformamos em ídolos, também podemos experimentar momentos de embriaguez, uma falsa sensação de satisfação, mas no final nos tornamos escravos, nunca estamos satisfeitos, e sentimos a necessidade de buscar cada vez mais. É muito triste ver uma juventude ‘farta’, mas débil”. (Francisco, Jornada Mundial da Juventude, 2014)
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A chave para compreender e viver as Bem-aventuranças é ter a firme decisão de amar a Deus e ao próximo, inclusive aos inimigos, em todas as circunstâncias. Para vivê-las não são necessárias qualidades extraordinárias, mas é preciso esforçar-se, com a ajuda do Espírito Santo, para viver segundo os ensinamentos e o exemplo do Senhor.
Recusem as ofertas “baratas”
ideias-chave
•
Na escola de Jesus aprendemos uma nova vida dinamizada pelo Espírito Santo e refletida nos valores do Reino (cf. Aparecida, mensagem final, n. 2).
•
Como discípulos-missionários, somos chamados a abrir caminhos de vida e esperança para nossos povos que sofrem com o pecado e toda sorte de injustiças (cf. Aparecida, mensagem final, n. 2).
7
Você aceita essa sugestão do Papa Francisco? “Hoje, se tiverem um tempinho em casa, peguem o evangelho de Mateus, capítulo quinto, no início estão as Bem-aventuranças. E no capítulo 25, há as outras palavras de Jesus. Vai lhes fazer bem ler uma, duas, três vezes este programa de santidade”.
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Reflita e responda.
CI
CT
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a. Onde se inspira o amor da Igreja e dos cristãos pelos pobres? b. Por que a fé cristã exige compromisso com a construção de uma sociedade mais justa? c. O novo estilo de vida que Jesus pede é exigente. Ele pode realmente ser vivido? Justifique sua resposta.
9
CS CT
Formem pequenos grupos e reflita.
a. Enunciem os “valores” que expressam os estilos de vida generalizados na nossa sociedade. b. Comparem com as Bem-aventuranças do Reino de Deus e tirem conclusões. c. Pense em ações concretas com as quais você pode transformar seu ambiente à luz dos valores do Reino.
10
CS CT
Localizem esta citação bíblica: Mt 25,31-46.
a. Em grupos de quatro, façam uma leitura dialogada desse trecho. b. Depois, individualmente, consulte e escreva a lista das “obras de misericórdia”. Têm sua origem neste texto. c. Além disso, individualmente, pense sobre qual obra de misericórdia você pode realizar de forma concreta esta semana. Decida-se a colocá-la em prática.
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AS RAZÕES DA FÉ
3. O Reino de Deus e a Igreja 3.1. A comunidade dos discípulos
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Enquanto viajava pelas cidades da Galileia, Jesus formou um grupo de discípulos ao seu redor. Eram homens e mulheres que aderiam aos seus ensinamentos, o reconheciam como Mestre e o seguiam com mais ou menos regularidade. Um dia, Jesus os reuniu e escolheu doze Apóstolos “para que estivessem com ele e os enviasse a pregar” (Mc 3,14). Desde então, conviveram com o Mestre, o ajudaram em sua atividade e foram formados particularmente. Ele os preparou para que, após a Ressurreição, divulgassem sua mensagem e orientassem a comunidade dos discípulos. Essas ações mostram a vontade de Jesus de formar uma comunidade estruturada, como uma família, que constitua o novo Povo de Deus: a Igreja*, à qual podem se unir todos aqueles que, ao longo da história, creem nele.
“Os Apóstolos [agem] como pastores da Igreja, de modo que, quem os ouve, ouve a Cristo, e quem os despreza, despreza a Cristo e aquele que o enviou”. (Lumen gentium, n. 20)
Com efeito, os Doze – expressão que encontraremos com frequência nos Evangelhos – constituíam um grupo bem definido em torno do qual se organizaria toda a comunidade cristã. Eles seriam o fundamento sobre o qual a Igreja cresceria. “Os bispos, como sucessores dos Apóstolos, [...] servem o Povo de Deus segundo o coração de Cristo Bom Pastor” (Aparecida, n. 186). Além disso, Jesus deu a Pedro um papel especial dentro do grupo: “Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja. […] Eu te darei as chaves do Reino dos Céus; tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus” (Mt 16,18-19).
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Aproximando-se a hora de sua partida, Jesus foi dando aos Apóstolos os poderes necessários para cumprir sua missão: ensinar em seu nome, perdoar pecados, celebrar a Eucaristia... E, ressuscitado, disse-lhes: “Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio a vós” (Jo 20,21).
3.2. O mistério da Igreja
Jesus queria que seus discípulos formassem a comunidade da Igreja, não apenas para se sentirem acompanhados, mas também para estabelecer o Reino de Deus no mundo: “Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo” (Mt 28,19-20). Como prometido, no dia de Pentecostes Jesus enviou o Espírito Santo sobre os discípulos para que eles entendessem seus ensinamentos e tivessem forças para anunciar o Evangelho (At 2,2-3).
vocabulário
Deste modo, a Igreja cumpre a missão que lhe foi confiada: que a Salvação que Cristo veio trazer – o reino de Deus nos corações e na sociedade – chegue a homens e mulheres de todos os tempos e lugares.
Igreja: do grego ekklesia (”assembléia”, “convocação”). Povo de Deus que, com Jesus Cristo ressuscitado e guiado pelo Espírito Santo, caminha para Deus Pai.
A plena realização do Reino de Deus virá no fim dos tempos com a segunda vinda de Cristo. Portanto, a Igreja alcançará sua perfeição na glória do Céu. A missão da Igreja é trabalhar neste mundo até que se torne realidade.
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5 Não é possível entender o que é a Igreja, nem distingui-la de uma ONG, um país ou uma organização internacional, sem levar em conta duas dimensões que estão sempre presentes nela: • É uma comunidade visível. Para atuar no mundo, Jesus fundou uma sociedade humana, com diversidade de membros, funções e carismas, composta por pessoas de carne e osso e, portanto, com defeitos e limitações. É impossível que a Igreja seja perfeita em sua dimensão humana.
A Virgem Maria atua como mãe da Igreja e é um farol de esperança e consolação para nossos povos. Em Luján (Argentina), venera-se uma pequena imagem da Virgem, encomendada por um português, para uma capela que mandou construir em Santiago del Estero. Ao chegar a Luján, os bois que puxavam a carroça recusaram-se a continuar a marcha e a imagem ali permaneceu. Anos depois, foi construída uma capela para venerar a Virgem. Hoje, a imagem de Nossa Senhora de Luján é centro de peregrinações e alegria para os fiéis.
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• É uma comunidade espiritual. O que a Igreja transmite não é apenas uma doutrina, mas, sobretudo, a Salvação obtida por Cristo. Jesus está presente em sua Igreja no anúncio da Palavra (doutrina e testemunho cristãos), nos Sacramentos (no culto), especialmente na Eucaristia, e na caridade fraterna (que é o fundamento da moral cristã). É, portanto, uma realidade divina, sobrenatural.
Nossa Senhora de Lujan
ideias-chave
•
Jesus escolhe os Apóstolos para participar de sua missão e sua autoridade para ensinar, edificar e governar a Igreja (cf. Compêndio CIC, n. 109).
•
A missão da Igreja é anunciar e estabelecer entre todos os povos o Reino de Deus inaugurado por Jesus Cristo (cf. Compêndio do CIC, n. 150).
•
A Igreja é Mistério porque na sua realidade visível torna-se presente e operante uma realidade espiritual e divina, que se percebe com os olhos da fé (cf. Compêndio do CIC, n. 151).
Observe estas citações do Evangelho e explique como a vontade de Jesus de formar uma comunidade é mostrada em cada uma delas. a. Mc 3,14; b. Mt 16,18-19; c. Lc 22,14-20; d. Jo 20,19-23; e. Mt 28,19-20.
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Explique com suas próprias palavras por que a Igreja não pode ser equiparada a uma associação, um país ou uma ONG.
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Peça ao seu professor o texto de Aparecida, que está disponível nos recursos didáticos, leia-o e responda as seguintes perguntas. a. Quem Jesus está chamando atualmente para colaborar em seu Reino? b. Quando esta chamada ocorre? c. De acordo com o texto, qual é o caminho para “confirmar, renovar e revitalizar a novidade do Evangelho”? d. Faça uma lista de formas concretas que você conhece que favorecem este encontro com Jesus Cristo.
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CI CT Depois de ler o texto de Aparecida da atividade anterior, pense em como você poderia responder em sua situação atual ao chamado de nossos pastores para ser “homens e mulheres novos” a serviço do Reino de Deus na Igreja.
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DISCÍPULOS E MISSIONÁRIOS
Um exemplo a seguir Santa Catarina de Sena
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Catarina (1347-1380) nasceu em uma família modesta na cidade de Siena (Itália). Depois de entrar na ordem dominicana aos 18 anos, ela se retirou do mundo para viver em oração por três anos inteiros, falando apenas com seu confessor. Passado este tempo, decidiu sair da cela e ir para o meio do mundo: “Chega de silêncio! Gritem com cem mil línguas porque, por ter ficado calado, o mundo está podre”. Naquela época, cidades italianas como Veneza, Florença, Gênova ou Milão enriqueceram com o comércio, mas o dinheiro não trazia prosperidade; ao contrário, a ganância provocou rivalidades e confrontos em todos os níveis. Catarina levantou a voz para pregar o Evangelho. Suas palavras tocam a alma dos habitantes de Siena, Pisa, Florença, que anseiam por paz e reconciliação. Em 1374, uma grande epidemia de peste é declarada. Catarina assiste aos doentes, enterra os que morrem e conforta as suas famílias. Sua generosa dedicação origina muitas conversões, é sinal da ação do Espírito Santo e penhor da Salvação que Deus promete a quem nele crê.
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Seu carisma chamou a atenção do Papa Gregório XI. A França e a Inglaterra pressionaram seu antecessor a se mudar de Roma para a cidade de Avignon, no sul da França. O cristianismo ansiava pelo retorno do Papa à sua sede romana, mas o Pontífice hesitou em dar o passo, embora tivesse prometido fazê-lo. Catarina lhe disse: “Cumpra o que prometeu a Deus”. O Papa, surpreso por não ter compartilhado essa promessa com ninguém, voltou a Roma em 1376. Após a morte do Papa Gregório, Catarina continuaria a encorajar seu sucessor, Urbano VI, a fortalecer a unidade da Igreja e sua vocação missionária.
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Estigmatização de santa Catarina de Sena, de E. Rosales Gallinas, século XIX
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Santa Catarina de Sena se retira do mundo por três anos. Para quê? Quais são os frutos deste retiro? O Papa Francisco disse em mais de uma ocasião que a origem de todo mal é a ganância. Era assim no tempo de Santa Catarina? Qual foi sua resposta? CD Pesquise na internet e aprofunde sobre a vida de Santa Catarina. Explique com exemplos concretos como viveu as Bem-aventuranças. CS CT Todos nós queremos paz. O que nos impede de obtê-la? "Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz. Não vo-la dou como o mundo a dá" (Jo 14,27). Animada pelo Espírito Santo, a Igreja é o lugar privilegiado do encontro com Cristo. Refletimos sobre a unidade de nossa comunidade cristã (escola, paróquia, etc.) e sua atitude acolhedora para com os outros.
5 Agora você Sete presentes para o dia da sua Confirmação
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Antes de subir ao céu, Jesus prometeu a seus discípulos que não os deixaria sozinhos. No dia de Pentecostes, o Espírito Santo transformou aqueles homens temerosos em corajosas testemunhas do Cristo ressuscitado.
Os dons do Espírito Santo são como o vento que impulsiona um veleiro, facilitando a navegação na vida cristã. Cada um concede uma habilidade específica: • Sabedoria: conhecer a fundo e apreciar as coisas de Deus.
• Entendimento: compreender e saber comunicar as verdades da fé. • Conselho: entender e querer a coisa certa em cada situação. • Fortaleza: superar os obstáculos na fé no exercício do bem. • Ciência: descobrir a marca de Deus nas coisas criadas.
• Piedade: amar a Deus como Pai e servi-lo com espírito filial.
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• Temor de Deus: desejo de agradar a Deus e evitar ofendê-lo.
A mais antiga oração ao Espírito Santo
Venha, Espírito Divino, envie sua luz do céu. Pai amoroso dos pobres; dom, em seus esplêndidos dons; luz que penetra nas almas; fonte de maior consolo. Venha, doce hóspede da alma, descanso de nosso esforço, trégua no trabalho duro, brisa nas horas de fogo, alegria que enxuga as lágrimas e reconforta nas dores. [...]
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Dividam a classe em sete grupos. Cada um pesquisará sobre um dom do Espírito Santo e fará uma breve apresentação para explicar aos outros o que esse dom nos dá. Fará também um breve resumo, quase uma única frase, para que toda a classe possa escrevê-la. CD CL
CT CI Assim como ocorreu com os Apóstolos, no dia da Confirmação você receberá a plenitude do Espírito Santo; será o seu Pentecostes. Uma maneira eficaz de se preparar é pedir a ele que o encha com seus dons. Anote-os em seu caderno pessoal junto com as estrofes que faltam na oração que você pode encontrar na internet: “Vem, Espírito Divino! para que possas preparar a sua chegada no dia da sua Confirmação”. CC Em grupos, podem elaborar um cartaz ou um móbile com o material que quiserem. Cada elemento pendurado terá um dom do Espírito Santo escrito nele. Vocês podem usar as formas que quiserem: uma chama de fogo, uma pomba, etc. Apresentem-no em sala de aula.
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SÍNTESE
O REINO DE DEUS
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foi anunciado na
Antiga Aliança
e se faz presente nas
que nos convida por meio de
pelas quais chama a
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• Parábolas • Milagres, prodígios e sinais
palavras e ações de Jesus Cristo
mediante as quais constitui uma
comunidade visível e invisível
união de todos os seres humanos com Ele
que é
para cumprir a
a Igreja
vontade do Pai
à qual deu uma estrutura com a
a acolher o Reino com
coração humilde
pois pertence aos
que é a
pobres e humildes
segundo o espírito expresso pelas
Bem-Aventuranças
que tornam possível a
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elevação dos homens à vida divina
eo
advento pleno do Reino na glória do céu
eleição dos Doze, tendo Pedro como cabeça que é
manifestada e dirigida pelo Espírito Santo até o
ATIVIDADES DE AVALIAÇÃO
1
Complete as seguintes afirmações. a. A maior parte da vida oculta de Jesus transcorreu em […]. b. Jesus inaugurou sua vida pública com seu […]. c. O batismo de Jesus deu-se em […]. d. Em […] começou a anunciar a chegada do Reino de Deus. Pesquise no Novo Testamento quais são os evangelistas que narram a cena do batismo de Jesus. Anote as referências bíblicas. Os vários relatos são muito diferentes?
3
Assinale se as seguintes afirmações são verdadeiras ou falsas, corrigindo estas últimas.
a. Passamos a fazer parte da Igreja pela fé e pelo Batismo. b. O Reino estabelecido por Jesus Cristo buscava uma nova ordem política na Antiguidade. c. O Reino de Deus atinge sua plenitude neste mundo. d. O germe e início do Reino de Deus é a Igreja.
Explique estas palavras do Papa Francisco dirigidas aos marginalizados e a todos os que sofrem: “Vocês não são um peso. São a riqueza sem a qual são vãs as nossas tentativas de descobrir o rosto do Senhor”. CL
Assinale as opções corretas. O Reino de Deus significa...
9
CL CT O texto a seguir é um fragmento de uma carta de São Francisco de Borja. Descreve dois tipos possíveis de relacionamentos do homem com Deus. Explique em um pequeno texto o que são e qual deles responde à Boa Nova anunciada por Jesus. “Pena e muita compaixão me dão e gostaria de gritar para aqueles que têm Deus como se fosse uma Lei, que julga e pune e não lhes dá força para cumpri-la, e é por isso que o servem como escravos, por medo. E essa é a causa pela qual eles não sabem que Deus é Amor e os leva, às vezes, à separação de Deus, quando muito pelo contrário, Nosso Senhor é a verdadeira vida e a felicidade muito realizada e seu fardo é leve, pois ele se uniu a nosso jugo e compartilha conosco o mesmo fardo. Jamais nos castigará: nós nos castigamos quando nos separamos dele e o perdemos. Ele está batendo à nossa porta, pois sempre quer o nosso bem”.
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CC CL Formem pequenos grupos e criem um slogan e uma imagem publicitária que expresse o espírito das Bem-aventuranças. Lembrem-se de que a finalidade é incentivar as pessoas da sua idade a pensar.
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a. o reinado de Deus na Terra. b. o poder de Jesus sobre todos os povos. c. a salvação que o Filho de Deus nos traz do Pai. d. um Reino de natureza espiritual.
5
CL Leia a seguinte parábola de Jesus e depois responda às perguntas. “Disse-lhes, por fim, esta outra parábola: ‘O Reino dos Céus é comparado ao fermento que uma mulher toma e mistura em três medidas de farinha e que faz fermentar toda a massa.’" (Mt 13,33) a. Qual é o papel do fermento na panificação? Se não sabe, pode pesquisar. b. O que significa dizer que o Reino de Deus é como fermento no pão? c. Quando começa o Reino de Deus no coração do cristão? Explique com suas próprias palavras.
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CL Leia atentamente a parábola que encontrará em Mt 22,1-14 e responda às questões.
a. A que Jesus compara o Reino dos céus? b. A quem está aberto o Reino dos Céus, segundo esta parábola? É obrigatório entrar? c. Há condições necessárias para entrar? d. Para você, o que o traje de festa simboliza?
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Criados para amar
Vamos descobrir
Vamos ser capazes de Identificar os traços de nossa natureza que mais refletem a imagem do Criador.
Que Jesus Cristo é o modelo e o caminho para recuperar a comunhão com Deus, turvada por causa do pecado.
Descobrir os meios para nos transformarmos, pela graça do Espírito Santo, em novas pessoas em Cristo.
De onde vem a dignidade da pessoa humana, que deve ser respeitada sem exceção.
Perceber que, seguindo Jesus Cristo, contribuímos para a construção de um mundo novo.
M
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O que significa e quais são as consequências de ter sido criado à imagem de Deus.
Partimos da realidade
CT
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Lomong é um dos “meninos perdidos do Sudão”. Ele foi sequestrado pelos guerrilheiros quando tinha seis anos. Os soldados tratavam os pequeninos com grande crueldade para transformá-los em máquinas de matar sem medo ou sentimentos.
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Uma noite, ele e três outros companheiros conseguiram escapar por um buraco no arame farpado de sua prisão. Eles caminharam por três dias até chegarem a um campo de refugiados no Quênia. Ele sobreviveu lá por nove longos anos. Um dia ele viu, pela televisão, Michael Johnson correr na final olímpica dos 400 metros rasos. A partir desse dia, começou a correr todas as manhãs: “As pessoas diziam que eu era louco. Mas continuei treinando”, explica.
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Aos 16 anos, foi adotado por uma família americana. “No começo não confiava em nós. Nós lhe dizíamos que era a casa dele, mas nada...”, recordam os seus pais adotivos. Mas o amor curou as feridas. Naquela época, Lomong começou a se destacar como atleta. Conseguiu se classificar para as Olimpíadas de Pequim e Londres. Atualmente, luta para que nenhuma criança sofra o terrível drama que viveu. Fonte: www.lopezlomong.com
OBSERVE 1
Atualmente, existem milhares de “crianças perdidas” no mundo devido às guerras. Por que você acha que eles são chamados assim?
2
Por que você acha que as crianças são recrutadas como soldados?
3
Com que propósito os captores torturaram as crianças?
4
Eles conseguiram dobrar a vontade de Lomong e eliminar seus sentimentos?
5
Por que foi difícil para ele adaptar-se à nova vida nos Estados Unidos?
AVALIE 6
Você sabe quais direitos fundamentais estão sendo negados a essas crianças-soldados?
7
Por que os ataques à dignidade humana narrados neste texto são especialmente graves?
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Como Lomong demonstrou que os seres humanos são capazes de se superar mesmo em condições adversas?
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As feridas e sequelas dessas crianças perdidas são fáceis de curar? Por quê?
10
Por que foi possível curar as feridas de Lomong?
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À LUZ DA PALAVRA
No Antigo Testamento “Põe-me como um selo sobre o teu coração, como um selo sobre os teus braços; porque o amor é forte como a morte, a paixão é violenta como o Sheol. Suas centelhas são centelhas de fogo, uma chama divina. As torrentes não poderiam extinguir o amor, nem os rios o poderiam submergir. Se alguém desse toda a riqueza de sua casa em troca do amor, só obteria desprezo.” Cant 8, 6-7
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O Cântico dos Cânticos, atribuído ao Rei Salomão, é um poema de amor, uma canção nupcial que celebra o encontro da mulher e do homem, os esposos, com uma linguagem poética que realça os seus sentimentos e virtudes, dá, e anuncia as dádivas que abençoará sua união: alegria e fertilidade. A beleza que irradia deste amor entre marido e mulher revela-nos uma verdade profunda: o ser humano encontra a sua plena realização na doação amorosa de si mesmo. O amor ativo e desinteressado deve ser o protagonista na vida dos indivíduos e dos povos.
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Visualize o texto e deixe-o ganhar vida
Descubra a riqueza escondida no texto
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A pessoa que ama de verdade não fica paralisada, mas celebra essa plenitude de vida com festas e canções. Isso explica o título deste livro da Bíblia?
2
O que significa para uma pessoa que outra a ame? Precisamos nos sentirmos amados? Como esse sentimento transforma nossas vidas e nosso mundo?
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O amor tem duas qualidades que o tornam muito especial. a. Em primeiro lugar, baseia-se num compromisso. Que papel desempenha a liberdade em um compromisso? b. Em segundo lugar, ele é chamado para ser eterno. Por quê? Identificamos essas características no texto.
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Eu vi em seu rosto o rosto de Deus a. O que a amada pede ao seu amado? O que você acha que significam as palavras dela? Para poder responder, tenha em mente que o coração é um símbolo do interior da pessoa, e que o braço com o qual agimos é um símbolo de nossas obras. b. Como a força do amor é descrita? O amor é comparado ao fogo. Por quê? Este fogo vem de Deus. Como essa ideia é expressa no texto?
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A liberdade do amor O amor é um dom que se entrega de forma livre e gratuita. Pode ser comprado? O que acontece se se desvirtuar?
6 No Novo Testamento Estas palavras de São Paulo expressam o ideal cristão de amor, cujo modelo é a entrega total e desinteressada de Jesus aos seres humanos em união e obediência à vontade do Pai. “Na sociedade de consumo [...] tudo deve ser comprado, possuído ou consumido; também pessoas. A ternura, por outro lado, é uma manifestação desse amor que se liberta do desejo de posse egoísta. [...] Porque somos feitos para amar, sabemos que não há maior alegria do que um bem partilhado: ‘Dá e recebe, e justifica a tua alma.’ (Eclesiástico 14,16). As alegrias mais intensas da vida surgem quando você pode provocar a felicidade dos outros, em uma antecipação do céu”. (Amoris laetitia, nn. 127 e 129)
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"Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver caridade, sou como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine. Mesmo que eu tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência; mesmo que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, não sou nada. Ainda que distribuísse todos os meus bens em sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tiver caridade, de nada valeria! A caridade é paciente, a caridade é bondosa. Não tem inveja. A caridade não é orgulhosa. Não é arrogante. Nem escandalosa. Não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta."
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Descubra a riqueza escondida no texto
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Corinto era a capital da província romana da Acaia e um importante porto comercial. O desejo de enriquecer, a imoralidade e os costumes pagãos caracterizavam seu modo de vida. A proclamação do Evangelho seria fácil? Paulo chega a Corinto no ano 50 e fica mais de dezoito meses. Em sua partida, ele deixa uma florescente comunidade cristã. Mas alguns cristãos são incapazes de abandonar o modo de vida pagão. Por quê? Algo semelhante acontece hoje? São Paulo lhes escreve para reafirmá-los na fé. Por que é tão importante o que lhes lembra com essas palavras em sua carta?
Não há nada mais perfeito do que o amor a. Na comunidade de Corinto havia tensões entre judeus e gentios, entre escravos e livres, entre ricos e pobres. Qual seria a raiz desse mal? b. Reflita sobre o texto. O que isso nos ensina sobre nós mesmos e o significado de nossas vidas?
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Reflita sobre as palavras do Papa a. Pense em algum evento específico da sua vida, mesmo que pareça pequeno, no qual você tenha experimentado “que não há maior alegria do que um bem compartilhado”. b. Ser cristão consiste em ser uma boa pessoa ou em mais alguma coisa? Explique.
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AS RAZÕES DA FÉ
1. À imagem e semelhança de Deus O capítulo primeiro do Gênesis narra, em linguagem didática e poética, a criação de todas as coisas por Deus ao longo de seis dias. No sexto dia, quando tudo estava pronto para recebê-lo “disse Deus: ‘Façamos o homem à nossa imagem e semelhança’” (Gn 1,26). Mas de que maneira o homem é imagem e semelhança de Deus?
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Nas unidades anteriores vimos que Deus se revelou como um ser pessoal e refletimos sobre o que significa ser pessoa. Assim, uma primeira resposta a esta pergunta foi que, na medida em que é a imagem de Deus, o ser humano é pessoa. Vamos ver um pouco mais devagar o que essa afirmação significa.
Corpo e alma
"O Senhor Deus formou, pois, o homem do barro da terra, e inspirou-lhe nas narinas o sopro da vida e o homem se tornou um ser vivente" (Gn 2,7). Dessa forma, Deus criou o homem dotando-o de uma dimensão material – o pó da terra – e outra espiritual – o sopro da vida. Corpo e alma formam uma unidade profunda e completa: a pessoa humana. • O corpo do ser humano participa da imagem de Deus. O corpo, que herdamos de nossos pais, é animado por um princípio espiritual. Este princípio espiritual, que chamamos de “alma”, é diretamente infundido por Deus e é imortal. • A imagem de Deus no homem se reflete em sua inteligência e em sua liberdade. Comparado a qualquer outra criatura, o ser humano tem uma vida interior – um “eu pessoal” – capaz de se abrir à verdade, à bondade e à beleza.
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• A pessoa humana é capaz de conhecer e amar livremente o seu Criador. Só o ser humano pode estabelecer com ele uma relação pessoal e íntima. Ele é a única criatura na Terra a quem Deus destinou para a Bem-aventurança eterna.
A beleza do corpo O corpo humano é dotado de grande beleza e harmonia. Basta observar, por exemplo, que ele tem um rosto capaz de se expressar e se iluminar com um sorriso; mãos para trabalhar, escrever e humanizar o mundo; membros com os quais ele pode andar, correr e dançar; e órgãos sexuais para gerar seres humanos destinados à eternidade. Somos os seres mais perfeitos que saíram do amor e do poder de Deus.
Homem e mulher O ser humano não foi feito para estar sozinho no mundo. Deus queria que houvesse duas maneiras de ser “humano”: "Deus criou o homem à sua imagem; criou-o à imagem de Deus, criou o homem e a mulher" (Gn 1,27). Deus não só criou o ser humano por amor, mas também para o amor.
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6 O homem e a mulher foram criados diretamente por ele para viver em comunhão e transmitir a vida humana: “Crescei e multiplicai-vos” (Gn 1,28). Deus dá ao gênero humano a capacidade de cooperar na Criação de uma maneira única: transmitir a vida a outro ser humano e cuidar dela, como resultado da generosa doação mútua – de amor – entre homem e mulher.
“Quando as mulheres têm a possibilidade de transmitir plenamente os seus dons a toda a comunidade, muda positivamente a própria forma como a sociedade é compreendida e organizada. […] As mulheres têm pleno direito de serem inseridas ativamente em todas as esferas públicas e seu direito deve ser afirmado e protegido, inclusive por meio de instrumentos legais onde se considere necessário”. (São João Paulo II, Mensagem para o XXVIII Dia Mundial da Paz, n. 9)
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A diferença e a complementaridade entre o homem e a mulher, e a sua capacidade de amarem-se, manifestam de modo especial a imagem de Deus, que “é amor” (1 Jo 4,8). Portanto, o homem e a mulher precisam um do outro, para alcançar a realização. Ambos são, com a mesma dignidade*, a imagem de Deus.
A dignidade da mulher
ideias-chave
•
A pessoa humana, criada à imagem de Deus, é uma unidade de corpo e alma. A alma, espiritual e imortal, é criada imediatamente por Deus (cf. CIC, n. 382).
•
Sendo imagem de Deus, o homem tem a capacidade de conhecer e amar livremente o seu Criador (cf. CIC, n. 356).
•
Deus não criou o homem sozinho: desde o princípio os criou homem e mulher, iguais em dignidade, para uma comunhão de pessoas (cf. CIC, n. 383).
Ordene o seguinte texto. a vida humana e a ser / Deus quis o homem / e a mulher um para o outro/ eles também são chamados a transmitir/ administradores da Criação visível. /para uma comunhão de pessoas. Juntos,
2
Indique quais das seguintes afirmações são verdadeiras e quais são falsas.
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1
a. Mente e corpo são duas dimensões independentes do ser humano. b. Para crescer, o espírito humano deve libertar-se de seu corpo. c. Meu corpo é humano graças ao espírito que o anima. d. Deus infunde a alma no corpo concebido pelos pais.
3
Justifique a veracidade ou falsidade das seguintes afirmações. a. Deus modelou o homem do barro da terra e então infundiu a vida nele. b. Deus criou o ser humano como coroação de toda a sua obra. c. A afirmação de que o homem é a imagem de Deus é apenas uma figura poética. d. O homem e a mulher precisam um do outro para alcançar a plenitude.
4
vocabulário Dignidade: qualidade distintiva da pessoa para a qual nunca pode ser considerada como meio, mas sempre como um fim em si mesmo.
Reflita. Que valor se costuma dar ao corpo humano na televisão, no cinema e na publicidade? É apresentado como algo sagrado, digno de respeito, como parte da unidade da pessoa? Ou aparece como um objeto que pode ser usado para a satisfação de interesses enganosos? Como você vê isso na sua vida? Tire uma conclusão pessoal. CI
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AS RAZÕES DA FÉ Pessoa e comunidade A pessoa humana é chamada a relacionar-se, a partilhar, a cuidar dos outros e a se ajudar mutuamente: a estabelecer vínculos de comunhão com os seus semelhantes. O ser humano é, portanto, um ser social que só pode se realizar como tal no seio de uma comunidade familiar, profissional, civil, etc.
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Neste sentido, a comunidade humana como um todo é também a imagem de Deus, que não é um ser solitário, mas uma comunhão de pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo. A unidade da família humana, querida por Deus, já existe de certa forma, embora deva ser alcançada pouco a pouco na história. Sabemos pela fé que esta unidade do gênero humano, já presente na Igreja de maneira misteriosa, será plenamente realizada no fim dos tempos.
Administradores do mundo criado
Deus oferece ao ser humano a Criação: “Frutificai – disse ele – e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a. Dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra”. (Gn 1,28). E também: “O Senhor Deus tomou o homem e o colocou no jardim do Éden para cultivar o solo e o guardar” (Gn 2,15). Estas palavras são um apelo à responsabilidade, a aplicar a inteligência para fazer uso da Criação e protegê-la, não abusar dela. Não significam um direito para a humanidade fazer o que quiser com a Terra.
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O uso adequado dos bens materiais inclui sobretudo a preocupação com aqueles que carecem das condições necessárias para levar uma vida digna. A pobreza afeta a dignidade de nossos semelhantes e, portanto, também a nossa. É missão de todos – e, sobretudo, dos discípulos de Jesus – responder a este clamor: “Somos instrumentos de Deus para ouvir os pobres” (Evangelii gaudium, n. 187).
Chamados ao trabalho Para cada pessoa, o trabalho é uma realidade fundamental, pois permite: • Satisfazer as próprias necessidades materiais e as da família. • Contribuir para o bem comum, multiplicando os bens da terra para que cheguem a mais pessoas. • Cultivar os talentos recebidos para se realizar como pessoa e cumprir sua missão de vida. • Dar glória a Deus, refletindo sua sabedoria e bondade.
A dignidade da pessoa humana Vimos como Deus criou o homem à sua imagem, dotando-o de corpo e alma. Graças à nossa alma espiritual, somos inteligentes e livres. Temos a capacidade de fazer o bem, atuando de acordo com o projeto de Deus para o homem ou, ao contrário, opondo-nos a ele.
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6 Deus nos destinou para a felicidade eterna, mas quer que caminhemos juntos para ela com liberdade e responsabilidade, porque “onde está o espírito do Senhor há liberdade” (2 Cor 3,17). Este chamado a participar livremente da vida de Deus não é apenas o nosso destino, mas também, precisamente, a razão fundamental da nossa dignidade de pessoas.
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É por isso que podemos afirmar que a vida de um único ser humano vale tanto quanto a de toda a humanidade. Ao falar de dignidade humana, está afirmando que cada pessoa tem um valor sagrado e não relativo a uma circunstância. Assim, todo ser humano, pelo simples fato de ser humano, exige respeito absoluto. Não somos “algo”, mas “alguém”. A capacidade de se apaixonar, alegria, tristeza, medo, etc., os anseios profundos que brotam de nossos corações, manifestam essa realidade. Mas nossa origem em Deus não é apenas a raiz de nossa dignidade de pessoas, mas, ao mesmo tempo, a razão pela qual todo o gênero humano forma uma unidade; isto é, que somos todos irmãos, filhos do mesmo Deus, Criador de tudo.
“Com a alegria da fé somos missionários para anunciar o Evangelho [...] e a boa nova da dignidade humana, da vida, da família, do trabalho, da ciência e da solidariedade da Criação”. (Aparecida, n. 103)
ideias-chave
Deus quis que o ser humano amadurecesse e realizasse a sua vocação na relação com os outros, através do serviço recíproco e do diálogo fraterno (cf. CIC, n. 1.879).
•
Devemos esforçar-nos por ordenar os bens deste mundo a Deus e aos outros, especialmente aos mais desfavorecidos (cf. CIC, n. 2.402).
•
A dignidade da pessoa humana baseia-se na sua criação à imagem e semelhança de Deus (cf. CIC, n. 1.700).
M
•
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6
CS CI Nossa natureza social é uma das características da imagem divina em nós. a. Faça uma lista das pessoas com quem você se relaciona por vários motivos. Agrupe-as como quiser: família, escola, amigos, vizinhos, etc. b. Procure representar graficamente, como se fosse uma constelação ao seu redor, essas relações. c. Em silêncio, tente visualizar seu relacionamento com eles. Enquanto isso, agradeça a Deus por tê-los colocado ao seu lado para cuidar de você e para que você cuide deles.
7
a. Quem é o rei de que o texto fala? b. O que significam as palavras: “o [que] fizeram a um destes meus irmãos menores, eles fizeram a mim”? c. Como esse texto se relaciona com o que você leu nesta página?
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Justifique a veracidade ou falsidade da seguinte afirmação: “O trabalho é uma das mais altas expressões da dignidade do ser humano”.
Leia Mt 25,34-46 e responda às questões.
9
Justifique a veracidade ou falsidade dessas afirmações. a. Servir-se dos recursos naturais contradiz o desígnio do Criador. b. A relação do homem com o meio ambiente deve ser pautada pelo princípio da utilidade. Que profissão você gostaria de ter no futuro? Escreva a função que este trabalho tem na sociedade e qual pode ser a sua contribuição ao se dedicar a ele.
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AS RAZÕES DA FÉ
2. Cristo, plenitude da humanidade A imagem de Deus em nós torna-nos capazes de viver em comunhão com ele, com os outros e com o meio ambiente. Mas podemos abusar de nossa liberdade e nos afastarmos do bem supremo para buscar apenas bens aparentes. E é precisamente nisso que consiste o pecado: dar as costas ao chamado à união com Deus e com os outros.
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Com o pecado original, o ser humano perdeu a amizade com Deus, a harmonia na relação consigo mesmo, com seus semelhantes e com o mundo. Basta abrir os olhos para perceber esta realidade. O pecado obscurece a imagem de Deus no homem. Mas esta situação não é irreversível. Jesus Cristo veio para restaurar a imagem de Deus no gênero humano.
2.1. Cristo, modelo de vida
Jesus Cristo é Deus feito homem. Ele é um homem real: de corpo e alma, com inteligência, vontade e liberdade. Como qualquer um de nós, mas sem pecado, porque ele também é Deus. Jesus é o modelo perfeito para o ser humano. Na medida em que nos tornamos mais semelhantes a ele, melhor refletiremos a imagem original de Deus em nossa natureza e seremos mais plenamente humanos. Portanto, se observarmos o comportamento humano de Jesus, descobriremos o comportamento ideal para nós.
Detalhe de um fotograma do filme Jesus de Nazaré, dirigido por F. Zeffirelli (1977).
Jesus mostra que o que há de mais profundo em uma pessoa é a capacidade de se doar. Ele representa a total obediência ao Pai e a atitude de serviço que deve caracterizar nossa existência. Ele não se esquivou da pobreza ou da dor por causa de seu amor infinito.
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2.2. O novo Homem e a nova Terra
Mas Jesus não é apenas um ideal a ser imitado. Ele também nos fornece os meios para alcançá-lo. Com sua morte e ressurreição, Jesus obtém a graça que nos liberta do pecado e nos capacita para o amor autêntico, para uma nova vida em Deus. O Espírito Santo, que Deus Pai e Jesus Cristo enviam à Terra como fruto da entrega de nosso Senhor, atua silenciosamente em nossos corações. Sua missão é modelar ou reproduzir em nós a imagem de Cristo. E como Ele faz isso? Em primeiro lugar, com o Batismo, com o qual o Espírito Santo nos une a Jesus Cristo de tal maneira que nos tornamos verdadeiramente filhos de Deus. Inicia-se em nós uma nova vida, transformando-nos em “homens novos” e incorporando-nos na família de Deus, à Igreja. Nossa união com Jesus é reforçada pelo sacramento da Confirmação, no qual o Espírito Santo nos dá força especial para cumprir nossa missão de cristãos no mundo.
Depois, nos outros Sacramentos e, de modo especial, na Eucaristia. Por meio dela, o Espírito torna presente Jesus Cristo ressuscitado, para nossa “comunhão” com Deus. A graça do Espírito Santo torna cada cristão – se ele corresponde ao seu impulso – cada vez mais parecido com Jesus. Se pecarmos gravemente, o sacramento da Penitência nos dá a graça de voltar a viver com ele.
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6 Assemelhar-se a Jesus – a santidade – exige um constante combate espiritual conosco mesmos que nos impele a colaborar, desde já, na transformação do mundo e na realização do Reino de Deus. Na verdade, não somos nós que alcançamos a santidade, mas a graça do Espírito Santo.
“As Bem-aventuranças são o caminho que Deus indica em resposta ao desejo de felicidade inerente ao homem. Estamos acostumados a aprender os Dez Mandamentos, mas não estamos acostumados a repetir as Bem-aventuranças. [...] Nestas palavras está toda a novidade trazida por Cristo. Com efeito, as Bem-aventuranças são o retrato de Jesus, o seu modo de vida; e são o caminho da verdadeira felicidade, que também nós podemos percorrer com a graça que Jesus nos dá”. (Francisco, 6 de agosto de 2014)
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No final dos tempos, o Reino chegará à sua plenitude, e os justos reinarão em corpo e alma para sempre com Cristo. O universo se renovará e se realizará a unidade definitiva do gênero humano, tal como foi querido por Deus desde a Criação.
O retrato de Jesus
ideias-chave
•
O homem, ferido na sua natureza pelo pecado original, está sujeito ao erro e inclinado ao mal no exercício da sua liberdade (cf. CIC, n. 1.714).
•
Cristo revela ao ser humano quem é verdadeiramente e a grandeza da sua vocação (cf. CIC, n. 1710).
•
Jesus nos mereceu a nova vida no Espírito Santo. Sua graça restaura em nós o que o pecado havia danificado (cf. CIC, n. 1.708).
CL CI Selecione um trecho do Evangelho, aquele que você deseja, no qual Jesus é visto agindo ou falando. Transcreva-o e depois escreva um comentário sobre o que podemos aprender com ele nessa cena. Deve ser algo aplicável à sua vida real. Depois, se desejar, você pode ler seu texto em sala de aula.
11
Leia as palavras do Papa Francisco e explique em que sentido as Bem-aventuranças são um “retrato” de Jesus e, ao mesmo tempo, um “caminho” para nós.
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CL Associem as frases a seguir com os tipos de conflitos em que os seres humanos se encontram. Em seguida, discutam as causas principais desses conflitos e como o novo homem em Cristo lidaria com eles.
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a. Eu não vou perdoar a pessoa que se comportou assim comigo. b. Que pena! Ontem o pai da minha amiga morreu. c. Meus pais não me entendem, me tratam como criança. d. Eu queria estudar, mas no final não estudei. e. Não suporto esse colega. f. Minha tia está doente e com muita dor. g. A infiltração de produtos químicos deteriorou as terras agrícolas.
O Sermão da Montanha, de I. Makarov. Século XIX.
1. Consigo mesmo. 2. Com seus pares. 3. Em sua existência física. 4. Na sua relação com o mundo.
13
CT Agora, pensem nisso. Podemos nós, homens, realmente resolver os males que nos oprimem e transformar o mundo? Justifique sua resposta.
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DISCÍPULOS E MISSIONÁRIOS
Um exemplo a seguir Mário Saint Francis
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Mário nasceu em uma família católica de origem colombiana. Aos 20 anos, trabalhando como modelo, triunfou nas passarelas, nas capas de revistas e nas badaladas casas noturnas de Nova York e Miami. Levava uma vida superficial, onde só a vaidade, as festas e o dinheiro importavam. Até que ele percebeu que tudo aquilo era apenas aparência e falsidade. Ele descobriu que aqueles ao seu redor o amavam não por quem ele era, mas pelo que ele era: um ganhador de dinheiro, uma imagem ou um solteiro popular. Sentia-se um objeto e muito insatisfeito. Graças à namorada, também modelo, conheceu uma igreja protestante e começou a se aproximar de Deus. Então alguém recomendou que ele fosse ouvir um padre católico. Chegou à igreja e sentou-se no último banco, cheio de dúvidas e preconceitos. Para sua surpresa, aquele padre não lhe falou sobre pecado ou castigo, mas sobre a misericórdia de Deus e a Redenção. Aquele encontro com o Senhor transformou-o interiormente e devolveu-lhe a alegria: “Que Deus queira que sejamos melhores não significa que não nos queira como somos”.
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A partir de então ele vive sua fé com paixão, espalhando seu entusiasmo para aqueles que se aproximam dele. Acostumado a circular na mídia, mudou seu nome para Mário Saint Francis (converteu-se na mesma idade de São Francisco de Assis) e decidiu difundir a mensagem do Evangelho com linguagem atual, através da televisão, redes sociais e palestras ao redor do mundo. Alguns o chamam de “tecno-missionário”. Ele garante que só tenta se aproximar das pessoas para elevá-las a Deus, como fez Jesus Cristo quando se tornou homem.
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. Mário desejava sempre mais. Até que encontrou Cristo. Então seus desejos foram realizados.
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1
Desde muito jovem, Mário trabalhou como modelo. Vamos dar uma olhada neste detalhe. Um modelo é um exemplo a seguir ou imitar. Todos o admiravam por aparecer nas capas das revistas e nas festas mais exclusivas. Eles tinham motivos para isso? Por quê? O que Mário descobriu ao longo do tempo?
2
CS Agora Mário Saint Francis segue Jesus. Você acha que Jesus e a Igreja são um modelo popular entre os jovens? Por quê? É o seu caso? E seus amigos e conhecidos? O que o “tecno-missionário” se propôs a fazer para mudar essa situação? O que você poderia fazer?
3
Em silêncio, peçamos ao Espírito Santo que nos ajude a descobrir a felicidade onde ela realmente está. E que, com a graça da Confirmação que vamos receber em breve, também nós tenhamos a coragem de anunciar sem medo o amor de Deus.
6 Agora você Viajando à nossa intimidade A importância da afetividade equilibrada • Sentimentos e emoções nos permitem descobrir como realmente somos. Os estados de ânimo, por exemplo, manifestam nossa harmonia ou discórdia com as pessoas e coisas ao nosso redor.
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• Sentimentos e emoções influem nos atos de outras faculdades humanas como atenção, memória, raciocínio... Por isso, uma pessoa madura e equilibrada é capaz de integrar harmoniosamente sua afetividade em suas ações como um todo.
Papa Francisco_@Pontifex_es
• Toda vivência afetiva, em maior ou menor grau, deixa uma marca em nossa personalidade. Daí a importância de nos conhecermos cada vez melhor e de buscarmos bons guias nesse aprendizado emocional.
Tenhamos a coragem de purificar nossos corações removendo as pedras e os espinhos que sufocam a Palavra de Deus.
Três passos para cultivar a inteligência emocional
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1. Reconhecer e valorizar positivamente os sentimentos. A felicidade está em reconhecer e abraçar as forças que se encontram na raiz de quem somos, como o desejo instintivo de dar e receber amor e o desejo de superar obstáculos.
2. Esclarecer e canalizar sentimentos. Devemos descobrir o significado das emoções que experimentamos. Por exemplo, se sentimos afeto por alguém, devemos avaliar se esse sentimento é ordenado e como canalizá-lo e desenvolvê-lo. 3. Eliminar sentimentos ruins. Quem nunca sentiu ciúmes, raiva, antipatia...? Esses sentimentos não são bons nem maus em si mesmos. Mas, se deixarmos que eles nos dominem, nos predispomos a seguir o caminho errado. Fonte: es.aleteia.org
1
Formem grupos de três ou quatro colegas e reflitam sobre as características que uma pessoa emocionalmente inteligente deve ter. Em seguida, façam uma lista com base nas conclusões de sua reflexão. Compartilhem as listas dos grupos e pensem em várias ações que permitam trabalhar a inteligência emocional nas relações entre jovens da sua mesma idade. CA
CI
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SÍNTESE
que restitui
Jesus Cristo, plenitude da humanidade e modelo de vida
o Espírito Santo nos transforma em homens novos
el o
a imagem de Deus em nós
e graças a que
até a redenção de
perdeu a harmonia consigo mesma, com Deus, com seus semelhantes e com o mundo
pelo pecado
a imagem de Deus em sua natureza ficou borrada
A PESSOA HUMANA
M od
foi criada à
Imagem e semelhança de Deus
como
está composta por uma
um ser social
unidade profunda e completa de alma e corpo
homem e mulher
na qual
cuja diferença e complementariedade mostram que
• O corpo, animado pela alma, participa da imagem de Deus • A alma é infundida diretamente por Deus e é imortal
• São a imagem de Deus, que é Amor • Têm a mesma dignidade
para
pelo que é capaz de
e estão chamados a
Ordenar todos os bens a Deus e aos demais, especialmente aos mais desfavorecidos
• Abrir-se à verdade, ao bem e à beleza • Conhecer e amar livremente seu Criador • Alcançar a Bem-aventurança Eterna
• Viver em comunhão • Transmitir a vida humana
que está chamado a
• Estabelecer vínculos de comunhão • Administrar o mundo criado
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como
ATIVIDADES DE AVALIAÇÃO
1
Leia esses versículos de Gênesis e relacione-os com as declarações a seguir. a. Gn 1,26. b. Gn 1,27. c. Gn 1,28. d. Gn 1,31. e. Gn 2,7. f. Gn 2,15. g. Gn 2,18.
Podem utilizar um acompanhamento musical, cartazes com palavras ou imagens, mas sem falar. O tempo máximo de atuação será de um minuto e meio.
Complete as frases com as seguintes palavras: entrega, irmãos, unidade, abertura, Deus, origem, pecado. a. Todos os seres humanos formam uma […] pela nossa […] comum em Deus. b. A pessoa humana realiza-se plenamente na […] aos outros e na […] de si mesma. c. O ser humano é chamado a viver em comunhão com […] e com os […]. d. O […] inclina o ser humano a fechar-se em si mesmo.
7
CS Leia o seguinte texto do Papa Francisco e comente-o com base nas perguntas que seguem.
“Precisamos voltar a sentir que precisamos uns dos outros, que temos uma responsabilidade pelos outros e pelo mundo, que vale a pena sermos bons e honestos. Já tivemos muito tempo de degradação moral, zombando da ética, da bondade, da fé, da honestidade. […] Esta destruição de todos os fundamentos da vida social acaba por nos colocar uns contra os outros para preservar nossos próprios interesses, faz surgir novas formas de violência e crueldade e impede o desenvolvimento de uma verdadeira cultura de cuidado com o meio ambiente”. (Laudato si', n. 229) a. Pense em dois ou três exemplos que mostram a degradação da convivência social denunciada pelo Papa. b. Por que todos nós temos essa “responsabilidade pelos outros e pelo mundo”? De onde isso vem? c. Você acha que existe alguma relação entre cuidar dos outros e do meio ambiente? Explique. d. Pense em como, da forma mais concreta possível, você poderia aplicar essa “responsabilidade pelos outros” e “ser bom e honesto” em sua sala de aula nesta mesma semana.
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2
CI CC Em grupos, elaborem uma coreografia que expresse que Jesus é o modelo para viver uma vida plenamente humana, e que nos dá os meios para nos unirmos a Ele e vivermos de acordo com seu exemplo e ensinamentos. Revisem antes o conteúdo do ponto 2.
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1. O ser humano é uma unidade de corpo e alma, material e espiritual. 2. O ser humano é criado como homem ou mulher, com a mesma dignidade. 3. Homens e mulheres, iguais como pessoas, são chamados a ajudar-se mutuamente. 4. O homem é capaz de conhecer e amar livremente o seu Criador. 5. O ser humano ocupa um lugar único na Criação. 6. O ser humano contribui com Deus no cuidado da Criação. 7. Tudo o que foi criado traz a marca da bondade de seu Criador.
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3
Identifique e corrija a palavra errada em cada uma dessas frases para que sejam verdadeiras.
a. A Eucaristia é o nascimento para uma nova vida, a de filhos de Deus e irmãos de Jesus Cristo. b. O Espírito Santo atua em nossa alma por meio dos Mandamentos. c. O Espírito Santo torna Jesus Cristo presente no pão e no vinho do Batismo. d. A Eucaristia nos coloca em comunhão com o Espírito ressuscitado e, portanto, com Deus. e. Identificar-se consigo mesmo requer a graça do Espírito Santo e o esforço humano.
4
Leia estes trechos do Evangelho e relacione cada um com a atitude que Jesus mostra: serviço, amizade, compaixão, misericórdia... a. Mt 20,20-28. b. Mt 20,30-34. c. Mc 6,31-34. d. Mc 6,35-43. e. Mc 10,13-16. f. Lc 5,20. g. Lc 23,8-9. h. Lc 22,41-44. i. Jo 2,1-10. j. Jo 2,13-17. k. Jo 11,28-36. I. Jo 13,3-9. m. Jo 8,1-11.
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CL CI Você se lembra do título desta unidade? No texto é feita uma dupla afirmação: que fomos criados pelo amor e que fomos criados para o amor. Em grupos de três, preparem uma breve explicação sobre o significado de cada frase, levando em consideração o que foi estudado na unidade. Depois, reúnam todas as explicações e escolham a que mais gostou.
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A arte de viver
Vamos descobrir
Valorizar a moralidade como algo que aumenta nossa liberdade e protege nossa dignidade.
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Que a moral cristã consiste em agir movido pelo amor e, portanto, não se reduz a cumprir certos preceitos.
Vamos ser capazes de
O que é consciência moral, quais são suas classes e a importância de sua formação.
M
Que Jesus nos chama à plenitude da vida cristã e à perfeição do amor.
Aprofundar o conhecimento de nós mesmos e nossas possibilidades de ação e serviço.
Apreciar o valor do compromisso e do arrependimento para si mesmo, e seu relacionamento com Deus e com os outros.
Partimos da realidade
CT
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Um rei recebeu dois filhotes de falcão como presente e os deu ao mestre de falcoaria para treinamento. Depois de alguns meses, este lhe comunicou que um dos falcões havia aprendido a voar e caçar, mas que não sabia o que estava acontecendo com o outro: ele não saia de um galho, e eles tinham até que levar sua comida para lá.
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O rei mandou chamar muitos mestres, mas nenhum conseguiu fazer o pássaro voar. Confiou então a missão a vários membros da corte, mas nada mudou; pela janela de seus aposentos o monarca viu que o pássaro ainda estava imóvel. Por fim, publicou um apelo a seus súditos pedindo ajuda e, na manhã seguinte, viu o falcão voar agilmente pelos jardins. “Traga o autor deste milagre”, disse ele à sua comitiva. Pouco depois, ele foi apresentado a um camponês.
M
“Você fez o falcão voar? Como você fez isso?” O homenzinho explicou: “Não foi difícil, Alteza: eu apenas cortei o galho. O pássaro percebeu que tinha asas e voou”.
Anônimo, Os dois falcões
OBSERVE 1
Por que você acha que o autor da história escolheu um falcão para sua parábola?
2
Quem tenta “curar” o falcão? No entanto, entre eles, quem é o único que consegue fazê-lo voar?
3 4
O falcão estava livre para voar ou algo o impedia?
Que outras consequências acarretava para ele o fato de não voar?
AVALIE 5
Um dos falcões logo descobre que nasceu para voar e caçar. O que você acha que pode simbolizar a imobilidade do outro?
6
Você encontra algum paralelismo com o que às vezes acontece conosco, seres humanos?
7
O falcão parece ter o que é necessário para uma vida satisfatória: eles cuidam dele, eles o alimentam... Mas será que é mesmo assim?
8
O que ele precisou para voar para o céu e viver plenamente como um falcão? Por que foi difícil no começo? E depois?
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Como você aplicaria esse ensinamento à vida de uma pessoa?
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À LUZ DA PALAVRA
No Antigo Testamento “Assim diz o Senhor: Que injustiça acharam vossos pais em mim, para se afastarem de mim, indo após a vaidade, e tornando-se levianos? E não disseram: Onde está o Senhor, que nos fez subir da terra do Egito, que nos guiou através do deserto, por uma terra árida, e de covas, por uma terra de sequidão e sombra de morte, por uma terra pela qual ninguém transitava, e na qual não morava homem algum? E eu vos introduzi numa terra fértil, para comerdes o seu fruto e o seu bem; mas quando nela entrastes contaminastes a minha terra, e da minha herança fizestes uma abominação. Os sacerdotes não disseram: Onde está o Senhor? E os que tratavam da lei não me conheciam, e os pastores prevaricavam contra mim, e os profetas profetizavam por Baal, e andaram após o que é de nenhum proveito. Mas isto lhes ordenei, dizendo: Dai ouvidos à minha voz, e eu serei o vosso Deus, e vós sereis o meu povo; e andai em todo o caminho que eu vos mandar, para que vos vá bem. Mas não ouviram, nem inclinaram os seus ouvidos, mas andaram nos seus próprios conselhos, no propósito do seu coração malvado; e andaram para trás, e não para diante.”
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Israel está em um momento de decomposição moral e religiosa. Deus se comportou bem, mas o povo o abandonou novamente, confiando em falsos deuses e ídolos. O profeta Jeremias denuncia a hipocrisia daqueles que desfiguram a Lei para que ela sirva aos seus interesses. Eles são especialistas em leis e preceitos, mas seus corações estão longe de Deus, a “fonte de água viva”. Seus corações estão vazios; são “cisternas rachadas, que não retêm água”. Deus, fiel e compassivo, mostra o caminho que conduz o homem à felicidade. Está nas suas mãos deixar-se guiar e não virar as costas ao Senhor.
Jer 2,5.8.13; 7,23-24
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Visualize o texto e deixe-o ganhar vida
Descubra a riqueza escondida no texto
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Jeremias repreende o povo por sua hipocrisia, que confessa com a boca que Javé é seu Deus, mas para os assuntos da vida eles se voltam para Baal, o deus cananeu das tempestades e da fertilidade. A quem a cidade realmente serve? Que dupla maldade o povo cometeu? O texto bíblico explica isso usando duas metáforas muito expressivas: as cisternas rachadas e a fonte de água viva. Explique-os com suas próprias palavras. A adoração de Israel a Yahvé é vazia. Por quê? Em que consiste o verdadeiro cumprimento da Lei de Deus? Esta Lei é externa ao próprio homem?
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É a mim que eles ofendem? a. Jeremias nos lembra que a fonte do pecado é encontrada dentro do homem. Por isso adverte que é necessária uma mudança de “coração”. Que tipo de compromisso Deus quer do ser humano? b. Deus precisa do homem? Então, o que Deus quer ao se aproximar de nós? Qual frase do texto responde a essa pergunta?
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Não será a eles mesmos? Devemos ouvir a voz de Deus e retornar a ele. Como ouvimos a voz de Deus? O que acontece quando um homem segue “as inclinações de seu coração endurecido”?
7 No Novo Testamento Todo fiel é chamado a testemunhar o amor de Deus, a acolher e amar os outros, sendo uma janela através da qual brilha a luz de Cristo nas trevas do mundo. “Tal como para os fariseus, também para nós existe o perigo de nos considerarmos bons ou melhores do que os outros pelo simples fato de observar certas regras e costumes, ainda que não amemos o nosso próximo, e sejamos duros de coração e orgulhosos. A observância literal dos preceitos é algo estéril se o coração não for mudado, se não se traduzirem em atitudes concretas: abrir-se ao encontro de Deus e de sua palavra, buscar a justiça e a paz, ajudar os pobres, os fracos e os oprimidos”. (Francisco, Ângelus, 30 de agosto de 2015).
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"Alguns fariseus e escribas de Jerusalém vieram um dia ter com Jesus e lhe disseram: “Por que transgridem teus discípulos a tradição dos antigos? Nem mesmo lavam as mãos antes de comer”. Jesus respondeu-lhes: “E vós, por que violais os preceitos de Deus, por causa de vossa tradição? Deus disse: Honra teu pai e tua mãe; aquele que amaldiçoar seu pai ou sua mãe será castigado de morte (Ex 20,12; 21,17). Mas vós dizeis: Aquele que disser a seu pai ou a sua mãe: ‘aquilo com que eu vos poderia assistir já ofereci a Deus’, esse já não é obrigado a socorrer de outro modo a seus pais. Assim, por causa de vossa tradição, anulais a Palavra de Deus. Hipócritas... Não compreendeis que tudo o que entra pela boca vai ao ventre e depois é lançado num lugar secreto? Ao contrário, aquilo que sai da boca provém do coração, e é isso o que mancha o homem. Porque é do coração que provêm os maus pensamentos, os homicídios, os adultérios, as impurezas, os furtos, os falsos testemunhos, as calúnias. Eis o que mancha o homem. "
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Mt 15,1-7.10-11.18-19
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Descubra a riqueza escondida no texto
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Os fariseus levavam a Lei muito a sério: levavam uma vida austera, davam esmolas, faziam penitência... No que, então Jesus lhes censura?
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Preste atenção na atitude de Jesus. Ele costumava se comportar assim quando os pecadores vinham até ele? Dê um exemplo. Que conclusão você tira desse fato?
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Com a desculpa de oferecer a Deus os bens que deveriam destinar aos cuidados de seus pais, esses fariseus evitavam o sagrado dever de honrá-los. Você acha que é uma atitude justificada? Fundamente sua resposta.
Adorar a Deus em espírito e em verdade a. O que Jesus diz que corrompe o homem? Como suas palavras sobre pureza de coração devem ter soado aos ouvidos daqueles fariseus? b. Você encontra alguma relação entre a mensagem de Jesus e a do profeta Jeremias?
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Reflita sobre as palavras do Papa a. Nós, cristãos, não nos distinguimos por seguir uma série de preceitos. Então, o que nos diferencia? b. Podemos transformar nossos corações como Jesus nos pede ou é uma ilusão?
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AS RAZÕES DA FÉ
1. O sentido da vida Nascemos para ser felizes, ou seja, para viver uma vida valiosa. Mas como sabemos se uma vida é valiosa? Provavelmente, se considerarmos que faz parte de uma história que nos atrai.
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Quando assistimos a um filme, imaginamos que estamos na mesma situação do herói e gostaríamos de agir como ele: bravamente, sempre do lado da justiça. Sabemos que o protagonista nunca atinge seu objetivo na primeira vez. Porém o fracasso não o derruba, mas o leva a melhorar a si mesmo. Somos os heróis da nossa própria história. Todos nós encontramos obstáculos no caminho e, às vezes, encruzilhadas aparecem diante de nós que nos fazem repensar o rumo de nossas vidas. Às vezes são dilemas meramente biográficos, mas importantes: O que vou estudar? Para qual universidade irei? Outras vezes, somos apresentados a dilemas mais profundos: estou mentindo? Defendo aquele colega que é maltratado, etc? Responder adequadamente depende de algumas perguntas anteriores. Qual é o sentido último da minha vida? O que a torna realmente valiosa? Nossa felicidade não pode depender da conquista de bens (riqueza, poder, sabedoria, saúde, prazer...) cuja posse nos deixa insatisfeitos. Temos um desejo de infinito que não se satisfaz com esses bens parciais. De todos os bens que atraem nossa vontade, apenas o bem mais perfeito merece ser desejado por si mesmo. Este deve ser um bem completo, capaz de satisfazer todos os desejos do coração humano; e um bem duradouro, que não depende das circunstâncias e que exclua todo mal. Os demais bens são meios – às vezes necessários – para atingir esse fim último do ser humano. Conhecer esse bem supremo é possível, mas para isso o homem deve olhar para dentro de si mesmo. Lá ele descobre que seu profundo desejo de conhecer e amar só pode encontrar descanso no conhecimento e no amor de Deus, bem infinito.
A bem-aventurança cristã Deus colocou o homem no mundo para que ele o conheça, o sirva e o ame, e assim vá para o céu. A graça de Deus – se não a impedirmos pelo pecado mortal – faz-nos participar, desde já, da natureza divina (cf. 2 P 1,4) e da vida eterna (cf. Jo 17,3). Tal Bem-aventurança supera a força humana e é fruto de um dom gratuito de Deus. Por isso chamamos de “sobrenatural”, assim como chamamos de “sobrenatural” a graça que nos dispõe a entrar na vida trinitária. A Bem-aventurança prometida nos ensina que a verdadeira felicidade não está na riqueza ou no bem-estar, nem na glória ou poder humano, nem em qualquer trabalho humano, por mais útil que seja, como as ciências, as técnicas e as artes, nem em nenhuma criatura, mas apenas em Deus, fonte de todo bem e de todo amor (cf. CIC, nn.1.720-1.722).
7 2. O homem é um ser livre 2.1. Liberdade e responsabilidade
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A vida dos animais compreende uma sucessão de atos que visam a sua sobrevivência. Assim, o instinto leva a leoa a caçar a gazela e devorá-la. Nós, no entanto, não necessariamente agimos instintivamente. Diante de várias opções, podemos refletir sobre o que é mais conveniente em um determinado momento e tomar uma decisão. É verdade que existem ações que não realizamos livre e conscientemente. Por exemplo, a atividade mental que ocorre quando sonhamos não depende de nossa vontade. Mas as ações mais típicas do ser humano são aquelas que ele realiza com inteligência e vontade. Essa capacidade de agir livre e conscientemente é o que torna o homem responsável por suas ações, ou seja, um ser moral. Em outras palavras, a liberdade humana não consiste apenas em poder escolher (liberdade “de”), mas também em saber escolher o que nos aproxima da verdade, do bem e da beleza (liberdade “para”) e tudo isso de acordo com a responsabilidade que temos para com os outros (liberdade “com”).
Na medida em que escolhemos fazer o bem, nos tornamos mais livres.
ideias-chave
O fim último da pessoa humana é a felicidade plena ou Bem-aventurança eterna que se realiza na comunhão com Deus (cf. CIC, n. 1.711).
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A liberdade, característica dos atos propriamente humanos, é o poder dado por Deus ao homem para agir com inteligência e vontade (cf. CIC, n. 1.730).
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A liberdade torna o homem responsável pelas suas ações, na medida em que são voluntárias (cf. CIC, n. 1.734).
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Explique a diferença essencial entre o comportamento humano e o de outras espécies. Dê três exemplos.
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Alguns pensam que é impossível viver como cristão e ser feliz neste mundo. Onde você acha que está o erro dessa maneira de pensar? Que relação existe entre a felicidade e o sentido último da vida?
CT CA Formem grupos de três ou quatro alunos e discutam os diferentes ideais ou objetivos que movem as pessoas em nossa sociedade. Em seguida, classifiquem-nos e expliquem qual ou quais podem satisfazer verdadeiramente os seres humanos e por quê.
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AS RAZÕES DA FÉ 2.2. O sentido e a finalidade da liberdade A liberdade moral Graças à liberdade*, diante de várias possibilidades, podemos escolher uma delas ou até mesmo nenhuma. Mas, se refletirmos, percebemos que a liberdade autêntica – a liberdade moral – é exercida quando nos comprometemos com o bem.
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No entanto, sabemos por experiência que às vezes o bem que buscamos não é autêntico. A razão é porque existem diferentes tipos de bens e alguns deles o são apenas na aparência. Como posso distinguir os verdadeiros bens daqueles que são apenas aparentes? E, o que é mais importante, na minha ação concreta? Qual, dos vários bens que me são apresentados, é o que melhor corresponde à minha dignidade de ser humano? Devemos, portanto, discernir quais bens são verdadeiros – são meios para atingir o fim último – e quais não são, ainda que pareçam. Assim, a vontade poderá dirigir-se aos primeiros e deixar de lado os segundos, que na verdade são males.
A moralidade é a capacidade do homem de realizar livremente o bem ou o mal. Por exemplo, se descemos a rua e vemos uma pessoa ferida, podemos ajudá-la ou ignorá-la. No primeiro caso, teremos realizado uma ação moralmente boa e, no segundo, uma ação moralmente má. Em todo caso, a moralidade não é algo que nos é imposto de fora, mas sim um talento ou germe interior que devemos desenvolver.
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Chamamos de ética ou moral o conhecimento que nos ajuda a distinguir aquelas coisas que nos permitem direcionar nossas vidas para o bem mais humano. Se nossas ações forem governadas por ele, seremos bons amigos, bons filhos, bons alunos... e, em última análise, boas pessoas. A moral não é uma lista de códigos de conduta semelhante a um código de trânsito, cuja violação acarreta multa. O cristianismo tem uma visão muito mais atraente da existência. Quando falamos de vida moral, nos referimos à nossa capacidade de apostar no que nos torna pessoas melhores e ajudar os outros a sê-lo. É uma tarefa exigente que requer treinamento e perseverança. O melhor corredor de longa distância não se deve apenas às suas condições naturais, mas também porque treinou intensamente por muito tempo. Fez isto porque tinha um objetivo ambicioso em mente.
Espírito esportivo “Os caminhos do Senhor – disse São João Paulo II nas primeiras Jornadas Mundiais da Juventude – não são confortáveis, mas também não fomos criados para o conforto, mas para amar, fazer grandes coisas, fazer o bem”. E explicou-o com uma metáfora esportiva: “Será que o Detalhe de facilitar, O Retorno do aFilho Pródigo, por B. E. atleta quer um treinador que, para lhe baixe barra, impedindo-o Murillo. Século XVII. de bater qualquer recorde?”.
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7 Uma lei impressa no coração do homem O homem pode escolher... mas não é garantido que ele esteja certo; na verdade, muitas vezes ele está errado. Como estabelecer uma série de princípios morais que permitam distinguir o bem do mal?
Os cristãos devem também atender àquela luz da razão que proclama o bem. Mas, além disso, devem ser guiados pela vontade de Deus para eles: ter presente que o seu fim último (a felicidade segundo a nossa dignidade humana) está incluído na sua vocação à santidade e na sua missão cristã de transmitir a fé aos outros. Consequentemente, deve-se entender o Decálogo à luz das Bem-aventuranças. Elas são os “mandamentos de Jesus”, que não anulam os mandamentos da lei natural, mas assumem-nos e aperfeiçoam-nos.
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Se analisarmos cuidadosamente o modo de ser do homem, podemos deduzir os princípios que nos devem guiar em nosso comportamento para nos desenvolvermos de forma plenamente humana. Esse conjunto de princípios ou regras, por estar fundamentado no estudo da natureza humana, é chamado de lei natural*.
Perfeição humana e santidade
Esta lei, impressa no coração do homem por Deus, permite o desdobramento das capacidades de nossa natureza. É uma lei interna que está especificada em vários preceitos e regulamentos. Sabemos, por exemplo, que devemos respeitar a vida humana, honrar e obedecer aos nossos pais, e assim por diante. A lei natural não é algo imposto de fora que impede a liberdade humana, mas sim a luz da razão que proclama o bem que é mais típico do ser humano e o mal que ele deve evitar se quiser alcançar a felicidade. Todo homem, usando cuidadosamente sua razão, pode vir a saber o que é certo e o que é errado. No entanto, também é verdade que nossa razão não é infalível... Por isso, visto que o que está em jogo é tão grande, Deus quis manifestar o conteúdo da lei natural. Ele o fez quando deu a Moisés a antiga Lei, resumida no Decálogo (Ex 20,1-17). Como diz Santo Agostinho: “Aquilo que os homens já não liam em seus corações foi escrito nas tábuas”.
ideias-chave
vocabulário
A liberdade faz do homem um sujeito moral. Atos humanos são qualificáveis moralmente: são bons ou maus (cf. CIC, n. 1.749).
•
A lei natural, inscrita pelo Criador no coração de cada homem, mostra-lhe o caminho que deve seguir para praticar o bem e atingir a sua meta (cf. CIC, n. 1.955).
•
Os principais preceitos da lei moral natural são expostos no Decálogo. A Lei do Evangelho purifica-os e leva-os à perfeição (cf. CIC, nn. 1.955 e 1.967).
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Justifique a veracidade ou falsidade destes enunciados.
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a. O homem é um ser moral porque age livre e conscientemente. b. A lei moral natural é externa ao ser humano. c. O pecado viola a dignidade do homem.
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Leiam este texto de Aristóteles e respondam à pergunta: “O homem, quando atinge a sua perfeição, é o melhor dos animais; mas também é o pior de todos quando se afasta da lei e da justiça”. Por que ele diz que o homem é o melhor ou o pior dos animais?
Lei natural: ordenação das tendências e faculdades do ser humano para os seus próprios bens e destes para o bem último do homem. Liberdade: autodomínio graças ao qual a pessoa é dona de suas ações. Falamos de liberdade moral quando esse autocontrole é direcionado à aquisição do bem humano.
Complete o texto com as seguintes palavras: mau, ato, responsável, necessária. A liberdade é […] para que um […] humano seja bom ou […]. Sem liberdade, a pessoa não seria [...] de suas ações.
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CI Encontre três notícias em um jornal que mostrem situações em que a lei natural não é respeitada. Se fosse possível, como você agiria nestas situações para que a dignidade humana seja respeitada? Que mandamento do Decálogo defende esse direito ou recorda esse dever?
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AS RAZÕES DA FÉ
3. A moralidade dos atos humanos 3.1. A consciência moral A consciência* é a capacidade que nós, seres humanos, temos de distinguir o bem do mal. É a voz de Deus falando em nossos corações. É a coisa mais sagrada na alma humana, porque é nela que cada um de nós se relaciona com a vontade de Deus.
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A capacidade de avaliar ações concretas é chamada de juízo de consciência. Assim, se encontro uma carteira com dinheiro, minha consciência emite um juízo prático baseado em duas leis gerais: não roubar e dar a cada um o seu; estas leis surgem em meu interior e das características próprias da situação em que me encontro. Pela consciência, cada um julga as ações que: a) vai fazer (e, por exemplo, decide evitar); b) está fazendo (certo ou errado, e o que pode ser corrigido); e c) já fez (e diante do qual sente culpa, dor ou alegria). A consciência julga, mas não determina o que é certo ou errado. Roubar será sempre um atentado contra a justiça, qualquer que seja o ditame da nossa consciência. A consciência é dita verdadeira se o que ela julga coincide com o bem e a verdade da coisa; será errônea se acreditar que é bom algo que não o seja. Há ignorância (e erro) culpável na consciência quando a devida diligência não foi exercida em formá-la bem. No caso de haver ignorância depois de ter empregado os meios para formar a consciência adequadamente, essa ignorância não seria culpável e eliminaria a responsabilidade moral. Quando se tem uma consciência duvidosa sobre se algo está certo ou errado (diante de decisões de certa importância), não se deve agir sem pedir conselhos para tirar a dúvida e, assim, tomar a decisão certa.
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3.2. Os elementos da moralidade
Na prática, nem sempre é fácil determinar a bondade ou maldade de um ato. Para julgar corretamente, a consciência deve medir as três fontes de onde brota a ação humana: o objeto ou comportamento livremente escolhido, o fim ou intenção que a pessoa procura ao agir e as circunstâncias que cercam o ato.
A formação da consciência A formação da consciência é uma tarefa fundamental para todo cristão. Todos nós temos o dever de providenciar os meios para isso: o estudo da fé e da moral católica, pedir conselho a quem tem conhecimento e autoridade para dá-lo, e buscar o sacramento da Penitência. A prática da oração e o exame de consciência também são muito úteis (cf. Compêndio do CIC, nn. 374 e 376).
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7 • Existem ações boas que, em si mesmas, são perfeitas (rezar, perdoar); há ações que, em si mesmas, são ruins e nos desumanizam (blasfemar, roubar). Conhecemos a bondade ou maldade dessas ações pela lei natural, pelo Evangelho e pelos ensinamentos da Igreja.
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• A intenção é um elemento importante na qualificação moral de um ato. Uma boa intenção (ajudar os outros) não torna bom um objeto que, por si só, é ruim (mentir). A partir do que se expôs, deduz-se que algumas máximas não podem ser aceitas, como a de que o fim justifica os meios ou que tudo depende da intenção com que se age. Ao contrário, uma má intenção (vanglória) transforma, em mau um ato que, por si só, pode ser bom (dar esmolas).
• Quanto às circunstâncias, alguns aumentam ou diminuem a bondade ou malícia de um ato (fazer algo com alegria e generosidade, no primeiro caso; agredir um familiar, no segundo). Também podem atenuar ou aumentar a responsabilidade de quem age (como agir por medo da morte). Mas as circunstâncias não podem por si mesmas modificar a qualificação moral dos atos; não podem tornar boa nem justa uma ação que em si mesma é má. O ato moralmente bom é aquele cujo objeto, propósito e circunstâncias são bons. Portanto, é preciso ter em mente que se o objeto ou finalidade é ruim, não se pode falar de um ato moral bom. As circunstâncias geralmente aumentam ou diminuem sua bondade apenas de maneira acidental.
ideias-chave
•
A consciência moral é um juízo da razão que nos permite perceber a moralidade dos atos e nos levar a fazer o bem e evitar o mal (cf. CIC, n. 1.778).
Quando agimos deliberadamente, somos donos de nossas ações.
• A moralidade dos atos humanos depende do objeto escolhido, da intenção do sujeito atuante e das circunstâncias da ação (cf. CIC, n.1.757).
• Um ato é moralmente bom quando pressupõe, ao mesmo tempo, a
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bondade do objeto, do fim e das circunstâncias (cf. CIC, n. 1.760).
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a. A moralidade de um ato depende apenas do objeto. b. Nenhum fim bom justifica meios ruins. c. As circunstâncias sempre determinam a moralidade de uma ação.
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c. Roubar um lápis de um colega de classe. d. Tomar para si dinheiro da arrecadação de fundos para os necessitados.
Justifique a veracidade ou falsidade das seguintes afirmações.
Avalie a moralidade dessas ações levando em consideração as três fontes de onde surge a ação humana.
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Reflita e aplique em sua vida.
a. Quais são os atos mais frequentes sobre os quais uma pessoa de sua idade e em suas circunstâncias tem que fazer um julgamento consciente? b. Como você pode formar bem a sua consciência?
a. Mentir para meu pai para que ele não me castigue. b. Criticar uma falha do meu irmão na frente de alguns amigos.
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AS RAZÕES DA FÉ
4. O compromisso com o bem 4.1. As virtudes humanas Agimos e mudamos o mundo. Mas também nos transformamos. Ao repetir nossas ações, com frequência, geram-se hábitos —virtudes* e vícios—, e o conjunto deles nos molda.
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Assim como os vícios nos escravizam, as virtudes nos fortalecem. Fortalecem o “músculo” da nossa vontade, favorecendo o exercício da nossa liberdade. Entre as virtudes humanas, há quatro, também chamadas de virtudes cardeais, que estão na base de todas as outras. • Prudência. Permite discernir o que é correto em cada momento, aplicando os princípios gerais da moralidade às situações da vida real. Uma pessoa prudente sabe como fazer um julgamento preciso sobre o que é preciso fazer e como fazê-lo. • Justiça. É a disposição de dar a cada um o que é seu. Sem esta virtude é difícil que a harmonia reine nas relações humanas. • Fortaleza. É a virtude que nos ajuda a superar as dificuldades de fazer o bem. Graças a ela podemos ser fiéis às nossas próprias convicções.
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• Temperança. Facilita o controle da vontade sobre os instintos ou tendências naturais, colocando-os a serviço de nossa plenitude. A temperança dispõe o uso dos bens criados e os prazeres da comida, da bebida e da sexualidade, ao autêntico bem do homem. A ferida do pecado original e as causadas pelos nossos pecados pessoais dificultam a perseverança nas virtudes. Mas Cristo nos ajuda com a graça*. O cristão deve pedir esta graça, recorrer aos Sacramentos e seguir os convites do Espírito Santo para amar o bem.
4.2. Muito mais que uma moral A aquisição de virtudes morais não é o que nos torna pessoas plenas, porque uma moralidade puramente humana (por mais perfeita que seja) não é o objetivo da vida. Essa é uma caricatura do plano que Deus tem para cada um de nós. Por isso, o jovem rico que aparece no Evangelho de São Marcos (Mt 19,20), ao ouvir a resposta de Jesus que aponta os Mandamentos como caminho de plenitude, não fica tranquilo. Sente que lhe falta algo, talvez o mais importante; e Jesus mostra-lhe o caminho para alcançar a perfeição.
Sentinelas do amanhã
Fotograma do filme O Hobbit: Uma Jornada Inesperada, dirigido por P. Jackson (2012).
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“[Os jovens] são chamados a ser ‘sentinelas do amanhã’, empenhando-se na renovação do mundo à luz do desígnio de Deus. Eles não temem o sacrifício ou a doação de suas próprias vidas, mas temem uma vida sem sentido. Por sua generosidade, eles são chamados a servir seus irmãos, especialmente os mais necessitados, com todo seu tempo e vida. Eles têm a capacidade de se opor às falsas ilusões de felicidade e aos paraísos enganosos das drogas, do prazer, do álcool e de todas as formas de violência”. (Aparecida, n. 443)
7 De fato, Deus não nos criou para sermos “bonzinhos”; Ele quer muito mais para nós, quer que sejamos santos. A santidade é um atributo de Deus e o estado de plena felicidade que o ser humano persegue. Mas em que consiste a santidade?
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O próprio Jesus nos diz: “Sede perfeitos, assim como o vosso Pai celestial é perfeito” (Mt 5,48). Se lermos com atenção um pouco antes deste versículo, descobriremos em que contexto ele pronuncia essas palavras: ele está falando de amor aos inimigos. Mas como isso é possível? Só é possível em união com Jesus, tornando-nos um com ele pelo amor, a ponto de participar do seu próprio Amor (que o une a Deus Pai no Espírito Santo). Deus infunde algumas virtudes sobrenaturais que nos tornam capazes de agir como seus filhos e dispõem o cristão a viver em relação com a Santíssima Trindade. Essas virtudes, chamadas teologais, são a garantia de que o Espírito Santo está presente e atua no ser humano. São três: pela fé cremos em Deus, pela esperança confiamos nele e pela caridade crescemos no amor por ele e pelos outros.
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A Lei nova de Cristo, a plenitude da antiga Lei, está contida no mandamento do Amor. Ele amou todos os homens ao extremo (Jo 13,1) e nos pede para imitá-lo em nosso amor recíproco. O amor cristão deve chegar a amar os inimigos. E é um amor preferencial pelas crianças, pelos pobres e pelos desfavorecidos.
vocabulário
ideias-chave
•
As virtudes humanas são perfeições estáveis de entendimento e vontade, que ordenam nossas paixões e orientam nossa conduta (cf. CIC, n. 1.834).
• Deus infunde no homem as virtudes teologais pela graça e o capacita a viver em relação com a Santíssima Trindade (cf. CIC, n. 1.840).
• Jesus
cumpre perfeitamente a Lei de Amor contida no Decálogo, revela seu pleno sentido e afirma a sua perenidade (cf. CIC, n. 1.984).
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Corrija as afirmações falsas.
a. As virtudes humanas são um dom que Deus infunde na alma. b. A virtudes teologais são três: fé, justiça e caridade. c. A caridade é a mais sublime das virtudes. d. As virtudes humanas ordenam nossas paixões e orientam nosso comportamento segundo a razão e a fé.
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Reflita sobre três atos que você faz com certa frequência (comer, praticar esportes, fazer compras, usar a internet...) e relacione-os com a virtude da temperança. O que você pode fazer para viver melhor essa virtude em cada um desses três atos?
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“É o próprio Deus que, habitando em nossos corações, se faz próximo daqueles que encontramos todos os dias em nosso caminho, começando pelos mais necessitados”. (Francisco)
Graça: dom gratuito do Espírito Santo que torna o ser humano participante da vida divina e capaz de agir por amor a Deus. Virtude: disposição habitual e firme de fazer o bem e evitar o mal. Existem virtudes naturais e sobrenaturais. Estas últimas, chamadas teologais, são infundidas por Deus na alma dos batizados, para torná-los capazes de agir como seus filhos.
Pesquise. Qual é a relação entre a oração e a santidade cristãs? Escreva um texto de cerca de dez linhas. CA CL
CS CI
Leiam 1 Cor 13,4-7 e respondam às questões.
a. Expliquem como a caridade cristã difere de outros valores como a solidariedade. b. Elaborem uma definição de caridade com base nas características mencionadas no texto. c. Reflitam e declarem cinco atitudes concretas através das quais um jovem da sua idade pode aplicar essa virtude em sua vida diária. Dê exemplos concretos.
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DISCÍPULOS E MISSIONÁRIOS
Um exemplo a seguir Santo Agostinho
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Santo Agostinho (354-430), filho de mãe cristã (Santa Mônica) e pai pagão, viveu uma juventude desordenada. Como ele mesmo disse, “ardia em desejos de me fartar das coisas mais baixas e cheguei a rebaixar-me até os mais diversos e obscuros amores”. Ele era escravo de suas paixões, mas embora quisesse sair daquela situação, sentia-se incapaz e sofria por isso. Buscando a verdade, passou de professor em professor e se tornou um grande intelectual, mas esse conhecimento também não lhe trouxe felicidade. Sua conversão começou uma tarde, quando ele estava dormindo debaixo de uma figueira no jardim de sua casa e ouviu uma voz de criança que lhe disse: "Pegue e leia". Tomando a Escritura, ele encontrou a passagem onde o apóstolo Paulo exorta a abandonar as obras da carne e nos revestirmos de Cristo (Rm 13,13-14). Essas palavras tocaram tanto seu coração que ele decidiu mudar de vida: foi batizado e se retirou para o norte da África, onde fundou um pequeno mosteiro e se dedicou à oração e ao estudo das Escrituras.
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No entanto, seu processo de conversão teve que continuar. Seu encontro com Cristo devia ser confirmado no serviço aos seus irmãos. Por isso, três anos depois, abandonou o seu retiro e foi ordenado sacerdote na comunidade de Hipona.
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Santo Agostinho e sua mãe, Santa Mônica, por A. Scheffer. Século XIX.
A última etapa da conversão do santo nos fala de humildade e necessidade de perdão. Em sua maturidade, vinte anos depois de sua ordenação sacerdotal, Agostinho se convenceu de que não é o homem, mas Deus, que nos santifica.
1
Agustinho queria mudar de vida, mas não tinha forças para isso. Por quê? Você sabe qual foi o papel importante que sua mãe, Santa Mônica, desempenhou em sua conversão? Pesquise isso.
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É importante notar que é Deus quem sai ao seu encontro. Como? Qual é a resposta do santo? Em sua maturidade, Santo Agostinho está consciente da fraqueza do homem e deposita sua fé na misericórdia de Deus. Do que ele se convenceu?
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Deus nos chama à conversão. Qual deve ser a resposta de um cristão? Quais você acha que são os defeitos mais frequentes entre os jovens de sua idade que impedem sua felicidade? Que virtude você acha que deve ser exercitada para superá-los?
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CT
Lendo Santo Agostinho aprendemos que alcançar a santidade é um processo para toda a vida. Peça ao seu professor o texto Meios para alcançar a santidade, que está disponível nos recursos didáticos.
CA CT
7 Agora você O abraço de Deus “Toda vez que nos confessamos, Deus nos abraça, faz festa”
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“Pode-se dizer: ‘Confesso-me só a Deus’. Sim, você pode dizer ‘Deus, me perdoe’, você pode contar a ele seus pecados, mas nossos pecados também são contra nossos irmãos, contra a Igreja. E para isso é necessário pedir desculpas à Igreja e aos irmãos na pessoa do sacerdote. ‘Mas padre, sinto vergonha.’ A vergonha também é boa. Porque quando uma pessoa não tem vergonha no meu país dizemos que é um ’sem-vergonha’. [...] Não tenham medo da Confissão! Quando a Confissão termina, você sai livre, grande, lindo, perdoado, branco, feliz. Esta é a beleza da Confissão!” Francisco, 19 de fevereiro de 2014
Para fazer uma boa Confissão, são necessários cinco passos:
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• O exame de consciência para descobrir como ofendemos a Deus, aos outros e a nós mesmos e para poder pedir perdão por isso. • O arrependimento sincero, que nos separa do pecado e nos devolve ao caminho que conduz à Salvação. • O propósito de não pecar novamente, ou seja, a firme determinação para seguir fielmente a Cristo como membros de sua Igreja. • Dizer os pecados ao confessor, declarando todos os pecados mortais de que tenha conhecimento. Depois, escutar atentamente o conselho do sacerdote, a penitência que ele nos impõe e a absolvição. • Reparar o dano causado ao próximo, na medida do possível, e cumprir a penitência proposta pelo sacerdote. Além disso, as penas temporais que o pecado implica podem ser remediadas por meio de obras de misericórdia, oração e práticas de penitência.
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CI CC CL Na parábola do filho pródigo (Lc 15) podem ser reconhecidos os cinco passos da Confissão. Em grupos, façam uma história em quadrinhos em cujas vinhetas a história bíblica será combinada com a prática da Reconciliação. Para fazer isso, sigam o processo abaixo. a. Releiam a parábola e identifiquem os versículos correspondentes a cada passo. b. Elaborem um pequeno roteiro para as cenas e as distribuam em vinhetas. Deverão especificar o desenho que irá em cada uma e seu diálogo correspondente. c. Desenhem as vinhetas. Lembrem-se que devem deixar espaços para colocar tantos balões quantos forem as frases de diálogo em cada um. d. Por último, escrevam o diálogo nos balões. CT O exame de consciência não é um exame “judicial” em que se deve se sentar no banco dos réus antes de cada confissão, mas também não é um exercício de auto-observação. Leia atentamente o texto que seu professor encontrará no recurso didático e descubra as chaves para um bom exame de consciência. Sintetize-os em seu caderno pessoal.
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SÍNTESE
dá sentido à
el o
A VOCAÇÃO DO CRISTÃO
encontra-se em
questão decisiva da própria biografia: qual é o fim da minha existência?
Deus, princípio e fim último de ser humano
plena felicidade que o coração humano deseja
e por isso o ser humano deve então orientar a ele sua vida e todas as suas ações
M od
já que é um
da qual depende o alcance da
ser moral: livre e responsável
guiado pela
lei moral natural
que se resume no
que
e por isso deve
Decálogo
comprometer-se com o bem mediante a aquisição das
e é levada à sua plenitude pela
Lei evangélica de Jesus
virtudes humanas e sobrenaturais
que abre a porta para
• Está impressa no coração do homem • Concretiza-se em deveres e direitos
aplicada mediante a
consciência moral
que permitem Bem-aventurança eterna identificar-se com Jesus Cristo
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e alcançar a
ATIVIDADES DE AVALIAÇÃO
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CA Leia o seguinte texto de São Paulo e responda às questões. "Os pagãos, que não têm a Lei, fazendo naturalmente as coisas que são da Lei, embora não tenham a lei, a si mesmos servem de lei; 15.eles mostram que o objeto da lei está gravado nos seus corações, dando-lhes testemunho a sua consciência, bem como os seus raciocínios, com os quais se acusam ou se escusam mutuamente." (Rm 2,14-15) a. Quem são os pagãos? b. Que Lei os pagãos escreveram em seus corações? c. Explique por que São Paulo diz que os pagãos são a lei para si mesmos. d. Como a existência dessa Lei é atestada em seu coração?
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Leia Mt 5,43-48 e responda às questões.
a. Juízo prático da razão formado pela pessoa sobre a bondade ou maldade de suas ações. b. Lei universal e imutável inscrita no coração do ser humano. c. Plenitude da lei natural e revelada que se resume no mandamento do Amor.
8
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a. Que lei ordena amar o próximo? b. Que novidade Cristo acrescenta a este preceito? c. Quem é o nosso modelo para cumprir a nova Lei?
3
Há quem pense que é impossível viver como cristão e ser feliz neste mundo. Onde você acha que está o erro dessa maneira de pensar? Releia o trecho evangélico do jovem rico (Mt 19,16-29); ela irá ajudá-lo a obter sua resposta certa.
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Escreva os dez Mandamentos da Lei de Deus e o mandamento do Amor.
5
CS CI
CI Pense em duas virtudes humanas que lhe causam uma admiração especial. Justifique sua escolha e explique com exemplos como uma pessoa da sua idade pode crescer nessas virtudes.
CL Leia o seguinte texto do santo italiano Afonso Maria de Liguorio e faça as atividades. “Para fazer o bem nesta vida, para exercitar-nos na virtude, para observar plenamente os Mandamentos de Deus, não bastam as graças recebidas nem as considerações e propósitos que fizemos. Acima de tudo, é necessária a ajuda presente de Deus e esta é concedida pelo Senhor àqueles que rezam e perseveram na oração”. (O grande meio da oração) a. Lembrem-se da oração do Pai-nosso e apontem onde pedimos ajuda a Deus para lutar contra nossa inclinação ao pecado. b. Escolham uma das seguintes passagens do Evangelho e expliquem sua relação com o que o santo diz neste texto: Jo 15,5; Mt 7,7-11 ou Mc 10,46-52.
M od
CA
CL Indique a qual conceito cada definição se refere.
el o
1
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Dividam a classe em grupos de três ou quatro pessoas. Cada um elaborará uma lista de valores que surgem a partir da virtude da caridade, tanto para a vida pessoal quanto para a sociedade em geral (por exemplo, a solidariedade). Em seguida, cada grupo irá compartilhá-la com o resto da classe. Complete o seguinte enunciado do n. 372 do Compêndio do CIC.
“A consciência […], presente no […] da pessoa, é uma […] da razão que, no momento certo, leva o homem a fazer o […] e evitar o […]. Graças a ela, a pessoa humana percebe a qualidade […] de um ato”.
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CL Complete o seguinte enunciado com estes termos: trinitária, trabalhar, gratuito, graça. A [...] é um dom [...] de Deus, pelo qual nos torna participantes de sua vida [...] e capazes de [...] por amor a ele.
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CA Encontre as seguintes citações em sua Bíblia e, com base nelas, explique o que é próprio da ação moral do cristão: Mt 5,44; Mc 9, 37 e Mt 25, 40,45.
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8
Saber amar
Vamos descobrir
Vamos ser capazes de Valorizar o importante papel dos afetos na busca de uma vida plenamente humana.
Que o corpo humano é sagrado, faz parte da pessoa e que, portanto, sua dignidade deve ser respeitada.
Descobrir que viver a castidade é possível e que permite canalizar a força pessoal para o bem.
Que a sexualidade é um dom de Deus e a mais profunda e bela expressão do amor humano.
Apreciar que a virtude da temperança está na raiz de toda boa vida.
M
od el o
Que Jesus nos ama com um coração humano e nos chama a ter seus mesmos sentimentos.
Partimos da realidade
CT
CS
Ela tinha sido uma mulher independente e agora se sentia condenada. Ela tinha ficado cega. Marcos, seu marido, a ajudava em tudo, mas sabia que ela precisava ser independente novamente. Com o tempo, Susana sentiu-se pronta para voltar ao trabalho. Marcos a levava ao trabalho. Mas um dia ele sugeriu que ela fosse sozinha no ônibus. Ela reagiu gritando: “Estou cega! Você quer me deixar!”. Mas ele prometeu a ela que entraria no ônibus com ela, até que ela conseguisse sozinha.
M
od el o
Fizeram isso até que uma manhã ela olhou para Marcos, beijou-o e, pela primeira vez, saíram por caminhos diferentes. Segunda-feira, terça-feira, quarta-feira, quinta-feira…. Estava fazendo isso sozinha! Ela nunca se sentira melhor. Na sexta-feira, o motorista disse a ela: “Você deve se sentir muito amada”. Ela perguntou a ele: “Por que você diz isso?” Ele respondeu: “Todas as manhãs um cavalheiro fica na esquina. Ele garante que você atravesse a rua com segurança e a observa até entrar no prédio onde trabalha. Então, ele manda um beijo e vai embora”. A felicidade tomou conta de Susana. Mesmo que ela não pudesse vê-lo fisicamente, ela sempre sentia a presença de Marcos.
Anônimo, Uma verdadeira história de amor
OBSERVE 1
Como Susana se sente depois de perder a visão? Que atitude ela tem em relação à sua nova situação?
2
Marcos sabe que ela precisa se sentir independente novamente para ser feliz. Você pode explicar por quê?
3
O que ele sugere para que ela comece a ganhar autoconfiança? Como ela reage?
4
Descreva como seria um dia na vida de Marcos, de acordo com a história. Não se esqueça dos detalhes.
AVALIE 5
No início, Susana não aceita sua nova situação de dependência. Sofre e faz o marido sofrer. Como Marcos mostra que ele realmente a ama?
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O fato de Susana aprender a ir trabalhar sozinha exige mais esforço e preocupação para Marcos. Por que você acha, então, que ele o propõe?
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Susana fica muito satisfeita quando consegue ir trabalhar sozinha. No entanto, a felicidade a inunda quando ela descobre o cuidado amoroso de Marcos. Qual é a diferença entre ambos os sentimentos?
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Que características do amor verdadeiro você descobre nesta história? Onde você acha que está a beleza do amor a que o homem e a mulher são chamados?
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À LUZ DA PALAVRA
No Antigo Testamento "O Senhor Deus formou, pois, o homem do barro da terra, e inspirou-lhe nas narinas o sopro da vida e o homem se tornou um ser vivente. O Senhor Deus disse: ‘Não é bom que o homem esteja só. Vou dar-lhe uma auxiliar que lhe seja adequada.’ Então, o Senhor Deus mandou ao homem um profundo sono; e enquanto ele dormia, tomou-lhe uma costela e fechou com carne o seu lugar. E da costela que tinha tomado do homem, o Senhor Deus fez uma mulher, e levou-a para junto do homem. ‘Eis agora aqui – disse o homem – o osso de meus ossos e a carne de minha carne; ela se chamará mulher, porque foi tomada do homem.’ Por isso, o homem deixa o seu pai e a sua mãe para se unir à sua mulher; e já não são mais que uma só carne. O homem e a mulher estavam nus, e não se envergonhavam."
M
od el o
A presença de Eva desperta em Adão um grito de admiração e alegria: “Este é osso dos meus ossos e carne da minha carne”. O homem descobre outro "eu" na mulher. O homem e a mulher, criados por Deus em perfeita igualdade como pessoas, foram chamados a complementar-se no amor e na comunhão. Feitos um para o outro, Deus os cria para se tornarem "um", para transmitir a vida humana e fazer da Terra seu lar.
Gen 2,7.18.21-25
CT
CS
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Descubra a riqueza escondida no texto
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Reflita sobre a imagem do texto bíblico: Deus não criou a mulher da terra, mas de um lado de Adão. O que significa que homem e mulher formam uma só carne?
2
É importante perceber que Adão não é nomeado, “homem”, até conhecer Eva, a “mulher”. Como devemos interpretar esse detalhe?
3
Apesar de estarem nus, Adão e sua mulher não se envergonham. Seu olhar é limpo, anterior à desordem que o pecado introduziu no próprio ser humano e no mundo. Imaginemos como teria sido a vida deles no Jardim do Éden se não quisessem ser os donos absolutos de si mesmos e do resto da Criação.
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Não é bom que o homem esteja só a. Explique a alegria que Adão sente quando conhece Eva. O que isso diz sobre nossa natureza? E sobre o amor de Deus? b. A forma como a criação de Eva é descrita expressa a igualdade entre o homem e a mulher. Em que sentido? O próprio Adão reconhece isso. Com que palavras?
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Uma só carne Deus criou o homem e a mulher um para o outro, abençoou sua união e colocou a vida humana e tudo o que foi criado em suas mãos. O que isso nos diz sobre o caráter indissolúvel do casamento? Que tipo de fidelidade exige esta comunhão entre os esposos?
8 No Novo Testamento O ser humano, criado à imagem e semelhança de Deus, tem valor infinito. O corpo, sem o qual não seríamos nós mesmos, participa plenamente dessa dignidade e, portanto, não pode ser violado rebaixando-o à condição de objeto.
od el o
"Os alimentos são para o estômago e o estômago para os alimentos: Deus destruirá tanto aqueles como este. O corpo, porém, não é para a impureza, mas para o Senhor e o Senhor para o corpo: Deus, que ressuscitou o Senhor, também nos ressuscitará a nós pelo seu poder. Não sabeis que vossos corpos são membros de Cristo? Tomarei, então, os membros de Cristo e os farei membros de uma prostituta? De modo algum! [...] Fugi da fornicação. Qualquer outro pecado que o homem comete é fora do corpo, mas o impuro peca contra o seu próprio corpo. Ou não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo, que habita em vós, o qual recebestes de Deus e que, por isso mesmo, já não vos pertenceis? Porque fostes comprados por um grande preço. Glorificai, pois, a Deus no vosso corpo."
M
1 Cor 6,13-15,18-20
“Ao mesmo tempo em que os convido a descobrir a beleza da vocação humana ao amor, peço-lhes que se rebelem contra essa tendência generalizada de banalização do amor, especialmente quando se tenta reduzi-lo apenas ao aspecto sexual, privando-o assim das suas características essenciais de beleza, comunhão, fidelidade e responsabilidade”. (Francisco, Jornada Mundial da Juventude, 31 de janeiro de 2015)
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Descubra a riqueza escondida no texto
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No primeiro século, a cidade de Corinto se destacou por sua riqueza e cultura. Mas também por causa da atmosfera de imoralidade em que viviam. Alguns cristãos desta comunidade foram contagiados pelos males que os cercavam. Que mal Paulo combate nesta passagem? Para a cultura greco-romana, a alma e o corpo eram substâncias separadas. Enquanto o primeiro era imortal, o segundo era puramente material e destinado a desaparecer. Portanto, não era importante e poderia ser usado como um objeto. Em vez disso, o que lembra São Paulo sobre o valor do corpo e sua dignidade? Podemos, portanto, abusar dele?
Somos Templos do Espírito Santo A nova vida que Jesus nos traz exige uma mudança na maneira de pensar e agir. A sexualidade não é algo que afeta apenas o corpo. É por isso que São Paulo afirma que o corpo é um templo onde Deus habita. Reflita sobre o significado deste termo: um templo é um recinto sagrado e, como tal, merece um respeito especial.
4
Reflita sobre as palavras do Papa Como o amor é banalizado na sociedade atual? A sexualidade pode perder seu significado mais humano?
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AS RAZÕES DA FÉ
1. Tenham os mesmos sentimentos de Cristo Pessoas com coração
od el o
Experiências como a dor ou o amor nos revelam o mistério e a profundidade de nossa própria identidade. De fato, como temos o uso da razão, cada um de nós experimenta essa riqueza interior de si mesmo e dos outros. Como sabemos, esse centro interior é o que caracteriza a pessoa e a torna única e insubstituível. Chamamos também esse núcleo interno de coração, pois nele reside e dele flui a vida espiritual, intelectual e afetiva da pessoa. Ter um coração capaz de amar, um coração que busca a felicidade, que conhece o sofrimento e que se comove com a aflição dos outros, é o mais próprio e característico do nosso ser. Por isso, dizemos que o coração se mostra como a dimensão mais digna e nobre da natureza humana. O corpo humano não é algo estranho a esse núcleo pessoal, mas faz parte dele. Por isso afirmamos que o corpo não é uma prisão para a alma. É verdade que notamos cansaço, sede... mas ao mesmo tempo, sem isso não poderíamos amar nem conhecer. O amor e o conhecimento humano começam pelos sentidos: precisamos ver, ouvir, tocar, etc. Além disso, o corpo nos permite relacionar e interagir com o mundo. Diante de uma cultura que considera o corpo como objeto, é necessário reivindicar a dignidade pessoal do corpo humano. Esta dignidade é especialmente destacada no cristianismo, que ensina que o ser humano é “imagem de Deus”, e que o corpo e a alma do cristão, graças ao Batismo, são Templos do Espírito Santo (1 Cor 6, 19): ele vive em cada batizado enquanto não for expulso pelo pecado mortal.
M
Além disso, nossos corpos estão destinados à Ressurreição para que possamos viver eternamente na glória junto com Jesus ressuscitado e glorioso.
O pudor está fora de moda? Parece que o pudor é algo típico de tempos passados. É preciso, porém, reivindicar o valor, sempre atual, desta virtude. Bem entendido, o pudor é a manifestação e a defesa da privacidade: não sou um objeto que pode ser exposto a todos os olhos. A frivolidade que leva a revelar a sua intimidade fere a dignidade da pessoa humana. O pudor inspira um modo de vida que permite resistir à pressão da moda e das ideologias dominantes.
O grande segredo de Jesus A grandeza da pessoa humana torna-se evidente em Jesus Cristo. Ele, o Filho de Deus, tornou-se “carne” para nossa salvação. O corpo de Jesus não é uma casca exterior usada por sua “alma”. A segunda Pessoa da Santíssima Trindade se fez carne assumindo uma verdadeira humanidade.
118
8 Para destacar a atitude constante de Jesus, os Evangelhos usam um verbo que significa “ser movido pelo coração”. Jesus comove-se com os doentes, com uma viúva que chora a morte de seu filho, com a morte de seu amigo Lázaro... Ele ama com coração humano: este é o grande segredo. Nos gestos, ações e palavras de Jesus descobrimos os valores que iluminam toda a vida humana: pobreza de espírito, mansidão, dor ou sede de justiça, misericórdia, pureza de coração ou trabalho pela paz.
Em uma das aparições da Virgem de Guadalupe a São Juan Diego, em 1531, ele mostrou sua preocupação com o tio que estava gravemente doente e queria avisar um padre. Nossa Senhora o tranquilizou com estas belas palavras: “Não estou aqui, eu que sou sua mãe?”. Uma das manifestações do amor de Deus por nós é a proteção da Virgem. As numerosas invocações marianas expressam a confiança do povo cristão na sua Mãe Celeste.
od el o
Jesus Cristo é um homem pleno, com inteligência e vontade humanas, e com um coração que abriga uma profunda sensibilidade: “O Filho de Deus que me amou e se entregou por mim” (Gl 2,20). O paradigma de humanidade que Jesus nos propõe é muito diferente do que normalmente se apresenta como uma vida bem-sucedida: ter êxitos, satisfações egoístas, viver sem problemas...
Eu não estou aqui, eu que sou sua mãe?
A pessoa que transforma seu coração à imagem do coração de Cristo torna-se uma nova criatura; abandona o velho e começa uma nova vida (2 Cor 5,17). Com a graça do Espírito Santo, Jesus eleva-nos a uma dignidade inesperada: a de filhos e filhas de Deus (Rm 8,16).
ideias-chave
O coração simboliza o núcleo mais íntimo da pessoa em sua unidade de corpo e alma; tudo o que é bom e mau nasce dele e depois se torna realidade na ação do ser humano (cf. CIC, n. 2.517).
•
Jesus trabalhou com mãos humanas, pensou com inteligência humana, agiu com vontade humana, amou com coração humano (cf. Gaudium et spes, n. 22).
•
Todos os fiéis, independentemente do estado de vida, são chamados à perfeição, unindo o coração ao de Cristo (cf. CIC, nn. 478 e 2013).
M
•
1
Indique quais das seguintes afirmações são verdadeiras e corrija as falsas.
a. Mente e corpo são duas dimensões independentes do ser humano. b. Para crescer, o espírito humano deve libertar-se de seu corpo. c. Meu corpo é humano graças ao espírito que o anima. d. Meu corpo é meu, então posso usá-lo como quiser. e. O corpo e a alma formam a pessoa humana numa unidade íntima e profunda.
2
A que razões a favor da dignidade do corpo humano referem-se as seguintes citações?
3
Explique com suas próprias palavras a seguinte declaração da encíclica Gaudium et spes (n. 22). CL
“Cristo [...] manifesta plenamente o homem a si mesmo e lhe revela a sublimidade de sua vocação”.
4
CI Encontre as seguintes citações do Evangelho e comente sobre a atitude de Jesus em cada uma delas. Reflita e tire uma conclusão pessoal sobre a nova vida para a qual Jesus nos chama.
CT
a. Mc 1,41. b. Mt 14,14. c. Mc 6,34. d. Mt 20,34. e. Jo 11,35.
a. 1 Coríntios 6,9-10. b. 1 Co 15,20-23.
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AS RAZÕES DA FÉ
2. Amor e afetividade O ser humano caracteriza-se por sua inteligência e sua vontade. Ao mesmo tempo, experimentamos outros tipos de inclinações – como instintos, emoções e desejos – que acompanham mais diretamente a dimensão corporal do homem. Essas tendências fazem parte de seus afetos.
od el o
Todos nós percebemos como, às vezes, nosso corpo se altera com esses impulsos: os batimentos cardíacos aceleram, os movimentos respiratórios variam... Essa realidade mostra que não é possível compreender a riqueza do homem se seus afetos não forem levados em conta. As paixões e emoções têm sua origem no coração humano: em si mesmas não são nem boas nem más no sentido moral. Elas serão boas se o que ele ama for um bem verdadeiro, ou más se o bem amado for apenas aparente. A harmonia dos impulsos e sentimentos com o que a razão entende como verdadeiramente bom possibilita o equilíbrio interno da pessoa. Sua desordem, ao contrário, perturba o bom uso da razão e, consequentemente, nos desumaniza. Assim, uma paixão será julgada como positiva se facilitar, por exemplo, o esforço para fazer um trabalho honesto. No entanto, será negativa se se transformar em raiva que provoca vingança. Neste último caso, a pessoa é dominada pela afetividade desordenada. Quando nosso centro interior – o coração – dirige nossas emoções, ascendemos a uma liberdade superior na qual a pessoa vive em harmonia consigo mesma e com os outros.
3. Amor e sexualidade
M
Deus, que é Amor, inscreveu no homem e na mulher a atração mútua de viver juntos em comunhão formando uma família. Por isso, a sexualidade é um dom de Deus, nobre e puro, que se orienta para o bem dos esposos no matrimônio e, nele, para a transmissão da vida humana. Tem três aspectos ou dimensões principais:
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• Corporal. A configuração diferente do corpo masculino e feminino nos mostra que ambos são complementares. Deus os criou um para o outro. • Afetiva. A sexualidade humana não se manifesta apenas em sua aparência corporal, mas deve integrar o afeto mútuo entre os esposos. Assim vivida, a união sexual entre eles fortalece sua união espiritual e fomenta o amor mútuo. • Transcendente. A entrega recíproca do homem e da mulher baseia-se num amor desinteressado, alegre e generoso. Este amor permite que cada cônjuge descubra no outro a imagem divina. Além disso, o amor conjugal está destinado a colaborar com Deus Criador no nascimento de uma nova pessoa humana.
8 A moral católica sobre a sexualidade pode ser formulada nestes três princípios:
O celibato apostólico A escolha do celibato apostólico não significa ignorância ou desprezo pelo amor humano. Pelo contrário, pressupõe um amor que, como o amor conjugal, é dirigido, em última instância, a Deus (por quem o cristão ama todas as pessoas); mas, no caso do celibato, é um amor sem mediação humana, com maior dedicação e maior disponibilidade para acompanhar os outros até Deus.
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• Valor positivo da sexualidade. A sexualidade do homem e da mulher é criação de Deus e, portanto, é algo bom (Gn 2:24). O encontro sexual entre homem e mulher é a mais profunda e bela expressão do amor humano e um reflexo do amor de Deus pelo homem. Além disso, para os cristãos, o sacramento do Matrimônio faz do amor entre o homem e a mulher um sinal do amor entre Cristo e a Igreja (cf. Ef 5,25). • A sexualidade requer autodomínio. A sexualidade humana deve ser guiada pela razão e sujeita à vontade. Isso significa que é necessário o autodomínio sobre a própria sexualidade. Caso contrário, acabaria sendo uma paixão instintiva, como acontece nos animais. • A sexualidade tende à procriação. Segundo o desígnio de Deus, o exercício da sexualidade humana entre homem e mulher deve ser aberto à vida (Gn 1,28). Por isso, o uso lícito da sexualidade ocorre exclusivamente no casamento, pois este é o ambiente próprio para a geração e educação dos filhos.
ideias-chave
As paixões não são boas ou más em si; são boas, quando contribuem para uma boa ação; são más, caso contrário (cf. CIC, n. 1.767).
•
A sexualidade abrange todos os aspectos da vida da pessoa humana. Diz respeito particularmente à afetividade, da capacidade de amar e de procriar (cf. CIC, n. 2.332).
•
A complementaridade entre homens e mulheres se manifesta de várias maneiras na vida social. Nos que estão unidos pelo matrimónio, orienta-se para o bem dos cônjuges e da vida familiar (cf. CIC, nn. 2.331-2.333).
M
•
5
Justifique as afirmações a seguir.
7
a. A afetividade tem um valor positivo. b. Não é possível compreender o ser humano se sua afetividade não for levada em conta. c. A perfeição da vida moral consiste em o homem ser movido para o bem não apenas por sua vontade, mas também por seu “coração”. d. As paixões e emoções não são em si boas ou más no sentido moral.
6
Combine cada característica da sexualidade humana com a dimensão a que se refere. a. Deve integrar o amor entre marido e mulher. b. Constitui a pessoa como homem ou mulher. c. Seu exercício deve ser aberto à vida. 1. Transcendente. 2. Afetiva. 3. Corporal.
Justifique se as sentenças a seguir são verdadeiras ou falsas. a. O cristão tem um conceito negativo de sexualidade. b. O uso lícito da sexualidade ocorre exclusivamente no casamento. c. A atração entre homem e mulher é querida por Deus.
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Complete o texto (CIC, n. 2.332) com os seguintes termos: pessoa, amar, todos, comunhão, corpo. A sexualidade abrange […] os aspectos da […] humana, na unidade do seu […] e da sua alma. Refere-se particularmente à afetividade, à capacidade de […] e de procriar e, de forma mais geral, à capacidade de estabelecer vínculos de […] com outro.
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AS RAZÕES DA FÉ
4. Somos Templos do Espírito Santo 4.1. A virtude da castidade
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Jesus ensinou que são bem-aventurados “os limpos de coração, porque eles verão a Deus” (Mt 5:8). Ser limpo de coração significa ter um coração livre de interesses egoístas, de modo que haja espaço nele para Deus e para os outros. Por isso, Jesus Cristo insistiu que todos os pecados nascem no coração do homem (Mc 7,21). O limpo de coração sabe que seu corpo é o Templo do Espírito Santo e, portanto, está firme no desejo de consagrá-lo ao amor de Deus e do próximo. A castidade é a virtude pela qual o ser humano ordena as tendências sexuais segundo o plano de Deus para o amor humano. Esta virtude não tenta reprimir as tendências afetivas ou sexuais, mas assegurar o controle do próprio corpo, para que seja capaz de evitar o egoísmo e se doar aos outros. A pessoa casta tem o poder de canalizar todo o seu potencial pessoal para a busca da verdade, do bem e do amor. Tal domínio é um sinal da inteligência e do livre arbítrio do ser humano. Nisto difere dos animais irracionais, que seguem cegamente a lei de seu instinto. A castidade é uma virtude que será vivida de diversas maneiras pelos esposos no matrimônio, pelos solteiros e por aqueles que foram chamados por Deus a viver o celibato* “para o Reino dos céus” (Mt 19,12).
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A Imaculada Conceição
Como reflexo do amor pela virtude da castidade, podemos destacar a grande devoção à Imaculada Conceição em toda a América, evidente desde a grande Basílica Nacional da Imaculada Conceição, em Washington, como padroeira dos Estados Unidos, ao Castelo da Imaculada Conceição, em Río San Juan, Nicarágua, declarada Patrimônio da Humanidade pela UNESCO e inaugurada com grande fervor mariano em 1675.
4.2. As ofensas contra a castidade A virtude da castidade é muitas vezes desprezada e ridicularizada em nossa sociedade, argumentando que os homens e mulheres de hoje se libertaram de laços e normas. No entanto, é fácil ver que hoje os seres humanos são muitas vezes escravos de suas paixões e instintos. Por isso é importante lembrar que aqueles que contradizem com seu comportamento os preceitos da lei natural ou da Lei divina (o Decálogo e os ensinamentos da Lei evangélica) pecam contra a castidade; mais concretamente:
vocabulário Celibato: estado de vida em que, por livre escolha, se permanece solteiro.
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• Aqueles que têm relações sexuais antes do casamento ou cônjuges que quebram seu compromisso de fidelidade e mantêm relações sexuais fora do casamento (adultério). Também os cônjuges que impedem a concepção recorrendo a meios artificiais.
8 • Aqueles que, no uso da sexualidade, buscam prazer com pessoas do mesmo sexo. • Aqueles que buscam o prazer sexual solitário (masturbação), consentem voluntariamente em pensamentos e desejos impuros ou, por meio de imagens pornográficas ou conversas impuras, vivem em um clima moral no qual o uso correto da sexualidade é desprezado.
4.3. Viver a castidade é possível
od el o
,
O sexto e o nono mandamentos nos advertem contra a desordem ou concupiscência da carne. E, certamente, é muito difícil viver bem a castidade sem a ajuda da graça de Deus. Também é difícil controlar o temperamento ou o amor próprio, em se interessar pelo trabalho ou sempre dizer a verdade.
Lutar para viver a castidade é sinal da presença do Espírito Santo no cristão. É também o caminho para o amadurecimento da pessoa e para uma boa preparação para o matrimônio cristão ou para a dedicação total a Deus ao serviço dos outros. O cristão sabe que, com a ajuda do Espírito Santo, é possível viver com um amor limpo e puro. Meios para se viver a virtude da castidade
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• Através da oração, pedir ao Senhor que nos conceda este dom do Espírito Santo. • A frequência dos Sacramentos, principalmente da Penitência e da Eucaristia. • A corajosa rejeição de ocasiões de pecado, como certas conversas, shows, leituras, algumas páginas da internet, uso indevido das redes sociais... • A virtude da humildade para pedir perdão ao Senhor e levantar-se sempre depois das quedas. • Uma devoção sincera à Virgem Maria, Mãe do Amor Formoso.
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•
A castidade é a integração positiva da sexualidade na pessoa. É uma virtude moral, um dom de Deus, uma graça e um fruto dado pelo Espírito (cf. Compêndio CIC, n. 488).
•
A virtude da castidade pressupõe a aquisição do domínio de si como verdadeira expressão da liberdade humana destinada ao dom de si (cf. Compêndio do CIC, n. 489).
• Todos nós, seguindo Cristo
como modelo de castidade, somos chamados a levar uma vida casta segundo o próprio estado de vida (cf. Compêndio do CIC, n. 491).
a. Agir sem ser influenciado por regras ou leis externas. b. Reprimir suas próprias paixões. c. Ter a capacidade de amar verdadeiramente e de se doar aos outros. d. Manter uma conduta sexual adequada.
Escreva o sexto e o nono mandamentos. Explique por que as afirmações a seguir estão erradas. Você pode consultar os pontos 2.350, 2.352 e 2.380-2.383 do CIC.
CA
a. Para mim, as relações sexuais antes do casamento não são um pecado, pois nascem do amor e do acordo mútuo. b. A masturbação é lícita, porque com ela não se faz mal a ninguém. c. É retrógrado condenar relacionamentos adúlteros quando são mantidos por amor. d. A sexualidade é algo natural, por isso é normal que o cinema e a publicidade exibam a intimidade dos protagonistas.
ideias-chave
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Que meios humanos e espirituais um jovem como você pode usar para viver a virtude da castidade? CI
Que argumentos você daria a um amigo para explicar que a virtude da castidade não saiu de moda e que faz crescer como pessoa quem a vive?
CL
CI
Escolha a melhor opção. Ser puro de coração significa...
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DISCÍPULOS E MISSIONÁRIOS
Um exemplo a seguir Eduardo Verástegui
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Aos 28 anos, o cantor e ator mexicano Eduardo Verástegui decidiu que sua vida tinha que tomar outro rumo: tinha sucesso na carreira e tinha um padrão de vida elevado, mas se sentia vazio; precisava de algo mais profundo que desse sentido à sua existência. Seus pais lhe transmitiram a fé, mas ele se deixou levar pelo ambiente. A professora com quem aperfeiçoou seu inglês despertou sua consciência. Aprofundou o estudo de sua fé, rezou, confessou e converteu sua vida a Jesus Cristo. A partir de então, deu à sua profissão um significado humano e divino. Em vez de olhar para o seu trabalho como uma forma de enriquecer, de alcançar a fama, ele o transformou em um meio de santificação. Fundou uma produtora, Metanoia Films, para fazer filmes com uma mensagem de esperança inspirada na verdade do Evangelho. Verástegui também mudou sua mentalidade em relação ao corpo e aos sentimentos. Sempre pensei que o verdadeiro homem era o amante latino, o mulherengo, o playboy, mas depois “compreendi que o sexo é sagrado, é um dom de Deus, tem que cuidar, tem que preservar, para compartilhá-lo com a pessoa mais importante da sua vida, no meu caso, a mãe dos meus filhos”.
od
A sua conversão ao amor verdadeiro levou-o a envolver-se na cooperação para o desenvolvimento através da construção de casas, poços de água, envio de alimentos, roupas, assistência médica e material educativo. Também colabora muito ativamente com associações em defesa da vida que assistem mulheres grávidas em situação difícil, para que possam dar à luz seus filhos e encontrar a esperança que tantas vezes lhes é negada.
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1 2 3
Com muito esforço, Eduardo começou a ter sucesso na profissão. Mas cada vez mais ele se sentia vazio e sozinho. Por que você acha que ele tinha esses sentimentos? Este ator e realizador afirma que “não se pode amar e servir o que não se conhece”. Explique o significado de sua frase e enuncie os meios que ele usou para se reconciliar com Deus e ser coerente com sua fé. CD CI CL Eduardo Verástegui não abandonou o mundo do cinema após sua conversão. Mas a sua vida tomou um novo rumo: “Cinema, televisão, rádio, internet, revistas, jornais… quem trabalha nisso tem uma grande responsabilidade. Responsabilidade que, por exemplo, não assumi. [...] Graças a Deus percebi que não era esse o caminho. Prometi a Deus que nunca mais trabalharia em um projeto que ofendesse minha fé, minha família ou minha comunidade latina".
Pesquise em seu site oficial o rumo que sua carreira tomou. Faça um breve resumo em seu caderno e explique como um cristão de sua idade pode aplicar esse testemunho de vida.
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8 Agora você Onde está o teu tesouro, aí está o teu coração
el o
Graças à virtude da temperança nos tornamos senhores de nós mesmos. A pessoa moderada dirige seus apetites sensíveis para o bem mais humano e busca o equilíbrio no uso dos bens naturais. Livra da escravidão, e é fonte de paz e alegria.
Requisitos para a sobriedade
1. Conhecer e viver os valores que nos permitem olhar para cima, para o que perdura, para o céu. Portanto, é preciso procurá-los. Devemos descobrir o que vale a pena na vida.
2. No entanto, não basta encontrar esses valores. Também é necessário usar a inteligência e exercitar a vontade. Fonte: www.aciprensa.com
“Reflitamos bem sobre isso, e em particular os jovens. [...] Lembremos que o homem deve ser, acima de tudo, belo por dentro. Sem essa beleza, todos os esforços direcionados apenas ao corpo não farão – nem dele nem dela – uma pessoa verdadeiramente bela”. São João Paulo II, catequese, 25 de outubro de 1978
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Alguns dos inimigos da sobriedade
• Sociedade de consumo. Basta assistir TV: “Compre este produto e você será feliz!”. A pessoa sóbria sabe distinguir entre o necessário e o supérfluo. • A busca do prazer. Se o tesouro de uma pessoa está no desejo imoderado de posse, fama ou prazer, ela não pode ter uma vida espiritual. • Egoísmo. É a raiz de toda desordem. Se eu sou o centro do mundo, a preocupação da minha vida será agradar a mim mesmo.
1
2
CA CT Se você ler com atenção as Bem-aventuranças, perceberá que a maioria delas está relacionada à virtude da temperança. Leia-as devagar (Mt 5,3-12) e explique como se vincula concretamente a cada uma delas. Por fim, tire uma conclusão pessoal sobre a importância de viver essa virtude. CI CM Formem grupos de três ou quatro pessoas e façam uma lista de “indicadores” que ajudem a avaliar como se vive esta virtude e a descobrir em que coisas concretas se pode lutar para crescer nela. Podem dividir a lista em três áreas: em casa, na escola e na vida social e de entretenimento. Assim, por exemplo, os indicadores no âmbito doméstico podem ser: o número de bens usados e o tempo que gastamos com eles (celulares, computadores, televisores...), as roupas que usamos (seu preço, quantidade, cuidados, o que fazemos com elas quando já não as usamos mais...), horário e uso do tempo, etc. Selecione bem os indicadores para que a lista não seja muito longa e, portanto, ineficaz.
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SÍNTESE
ama com um coração humano
• O bem e o mal nascem do coração • O verdadeiro amor é dar-se sem condições • O corpo humano participa da dignidade da pessoa
ensinando que
a plenitude da humanidade
já que ele é
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que
encontro com Cristo
é possível no
O VERDADEIRO AMOR
M od
implica em ter os
mesmos sentimentos de Cristo
defender o amor que ele depositou em nós
o que requer
mediante a
purificação do coração
que concernem a
toda a pessoa: alma e corpo e permite alcançar a
harmonia dos afetos com a razão e a vontade
seguindo o espírito das
atendendo ao nosso
Bem-aventuranças e alcançar a
ser homem ou mulher ea
pureza de coração mediante a
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virtude da castidade e o dom da graça divina
mediante a
integração das dimensões da sexualidade: corporal, afetiva e transcendente
ATIVIDADES DE AVALIAÇÃO
1
Comentem, em classe, a seguinte situação com base nas questões apresentadas abaixo.
CL Ordene as seguintes citações bíblicas. Em seguida, explique-as com suas próprias palavras.
a. Todos esses males vêm de dentro / é isso que mancha o homem. / Porque é do coração dos homens, de onde eles vêm / O que sai do homem, / maus pensamentos, fornicação, roubo, homicídio, adultério, cobiça, perversidade, fraude, libertinagem, inveja, injúria, orgulho e loucura. / e mancham o homem. (Mc 7,20-23) b. como corresponde à ação do Espírito do Senhor. / refletindo a glória do Senhor como em um espelho, / com nossos rostos descobertos, / vamos nos transformando nessa mesma imagem, cada vez mais gloriosa, (2 Cor 3,18)
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Valéria e Joaquim namoram há muito tempo. Eles se conheceram na casa de um amigo. Valéria é uma garota doce e romântica: muitas vezes pensa em como seria o futuro com Joaquim e o que significaria formar uma família juntos. No entanto, é claro que não quer simplesmente se entregar. Para ela é importante esperar o casamento para ter relação sexual. Joaquim, bonito e cavalheiresco, respeitou Valéria durante seu tempo juntos. Mas ele começa a se irritar com a atitude da namorada. Ele diz que não entende por que é preciso esperar, passar pelo altar para poder fazer o que é natural e próprio para duas pessoas que se amam. Além disso, se ela aceitasse, estaria dando a ele uma prova de seu amor. Por isso, está cada vez mais nervoso, começa a acreditar que a namorada é “puritana” e se distrai pensando em outras garotas. Valéria admite que ama Joaquim e que se sente fisicamente atraída por ele, mas tem medo de se tornar apenas um objeto de prazer para ele. Segundo ela, a virgindade é um tesouro que ela dará a quem souber esperar e quiser compartilhar o resto de sua vida.
4
5
Explique por que precisamos da ajuda do Espírito Santo para viver a castidade.
6
Relacione os seguintes conceitos.
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a. Virgem Maria. b. Oração. c. Ocasiões de pecado. d. Humildade. e. Penitência e Eucaristia.
1. Frequentar os Sacramentos. 2. Pedir a ajuda do Espírito Santo. 3. “Fugir” com valentia. 4. Pedir perdão a Deus e confessar-se. 5. Mãe do Amor Formoso.
a. CA Discutam com argumentos as seguintes situações e indique qual corresponde mais ao coração do ser humano.
1. Os amigos pressionam Valéria. Ela está determinada a ser virgem até o casamento e pede a Deus que assim o faça, mas não é fácil para ela se manter firme em um ambiente adverso, mesmo entre seus amigos. 2. Joaquim diz que não se importa com todas essas coisas da namorada; que Valéria não é só sua amiga, é algo mais, e que a espera nada mais é do que o preconceito de padres e freiras. 3. Valéria explica a Joaquim que a castidade não está em desacordo com o afeto ou a atração, mas que o instinto sexual é função de algo maior que ela quer respeitar. b. CL Que argumentos você daria a um amigo para explicar que a atitude de Valéria corresponde ao verdadeiro significado do amor?
2
CL CI Explique a função da afetividade no ser humano. A seguir, dê exemplos de diferentes formas de vivê-la e indique aquela que lhe parece mais humana. Argumente sua resposta.
3
Enuncie os três princípios em que a moral católica sobre a sexualidade pode ser formulada.
7
Relacione cada pecado contra a castidade com a definição correspondente. a. Adultério. b. Fornicação. c. Masturbação. d. Pornografia. 1. Uso de imagens obscenas no cinema, literatura, imprensa, etc. 2. Relação sexual entre uma pessoa casada e outra pessoa que não seja seu cônjuge. 3. Estimulação dos órgãos genitais com a finalidade de obter prazer sexual. 4. Realizar o ato sexual fora do casamento.
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9
Proteger um tesouro
Vamos descobrir
Ser conscientes de que nossa realização pessoal se encontra no relacionamento com os outros e no cuidado deles.
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Por que temos o dever de respeitar e proteger a vida humana e de onde vem seu valor sagrado.
Seremos capazes de
Até que ponto a ciência pode intervir na origem e no final da vida das pessoas.
M
Que o caminho para evitar todas as formas de violência é construir uma sociedade baseada na justiça e na fraternidade.
Compreender as pessoas que se encontram em situações difíceis relacionadas com a vida.
Assumir a responsabilidade pela promoção da paz, . justiça e fraternidade em nosso meio.
Partimos da realidade
CL
CT
CI
Sua primeira conquista foi viajar sozinho de ônibus. Tinha 17 anos. Naquele dia se sentiu realmente independente. [...] Sua segunda conquista foi na noite de quarta-feira, quando ouviu seu nome em meio a aplausos. “Eu, formado? Eu? Ainda não acredito”, disse em tom afetuoso. Seu nome é Bryan R. M., que agora tem 22 anos e sofre de síndrome de Down. Os cinco últimos foram dedicados a mostrar que não é diferente. Ingressou na Universidade Santo Inácio de Loyola convencido de que seria jornalista. “Foi minha própria decisão, sou apaixonado por escrever”, afirma.
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“Bryan sempre foi destemido e persistente”, diz sua mãe. Por isso, quando alguns a chamavam de “louca” por acreditar que seu filho iria para a faculdade, Gladys os ignorava. Quando Bryan nasceu, a própria médica lhes disse que ele nunca andaria. “Eu o vejo agora, com sua toga, aplaudido por todos e sinto uma felicidade imensa”, diz.
M
Bryan já está pensando em qual caminho seguir a partir de agora. A primeira coisa será procurar um emprego e estudar para um mestrado. Fonte: www.elcomercio.pe
OBSERVE 1
Você sabe o que é síndrome de Down? Quais são suas características?
2
Por que a primeira conquista de Bryan é tão importante? E a segunda?
3
O que o médico disse à mãe dele no dia em que ele nasceu?
4
Como você descreveria os sentimentos de Gladys por seu filho?
5
O que você destacaria na personalidade de Bryan?
AVALIE 6
Bryan e seus pais tiveram que enfrentar não apenas a condição desta síndrome, mas também os preconceitos de algumas pessoas. Todos esses aparentes obstáculos e limitações lhes impediram de ser felizes?
7
Qual a contribuição de Bryan para a sua família? E para a sociedade?
8
O fato de Bryan ter nascido com uma anomalia congênita para a qual não há cura, significa que sua vida é menos valiosa?
9
Então, as pessoas têm um valor em si mesmas ou isso depende de alguma circunstância como sexo, inteligência, idade, saúde...?
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À LUZ DA PALAVRA
No Antigo Testamento "Adão conheceu Eva, sua mulher, e ela concebeu e deu à luz Caim [...] E deu em seguida à luz Abel, irmão de Caim. Abel tornou-se pastor de ovelhas e Caim, lavrador. Passado algum tempo, ofereceu Caim frutos da terra em oblação ao Senhor. Abel, de seu lado, ofereceu dos primogênitos do seu rebanho e das gorduras dele; e o Senhor olhou com agrado para Abel e para sua oblação, mas não olhou para Caim, nem para os seus dons. Caim ficou extremamente irritado com isso, e o seu semblante tornou-se abatido. O Senhor disse-lhe: ‘Por que estás irado? E por que está abatido o teu semblante? Se praticares o bem, sem dúvida alguma poderás reabilitar-te. Mas se procederes mal, o pecado estará à tua porta, espreitando-te; mas, tu deverás dominá-lo’. Caim disse então a Abel, seu irmão: ‘Vamos ao campo’. Logo que chegaram ao campo, Caim atirou-se sobre seu irmão e o matou. O Senhor disse a Caim: ‘Onde está teu irmão Abel?’. Caim respondeu: ‘Não sei! Sou porventura eu o guarda de meu irmão?’. O Senhor disse-lhe: ‘Que fizeste! Eis que a voz do sangue do teu irmão clama por mim desde a terra’.”
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od el o
O primeiro homem nascido também se torna o primeiro assassino ao matar seu próprio irmão. A influência que o pecado exerce sobre Caim tem como fruto a morte. O ódio e a inveja parecem ter se instalado na Terra. No entanto, as raízes do mal são ainda mais profundas; não bastava respeitar a vida de Abel; o preceito que proíbe matar não pode ofuscar a essência do mandamento: Caim era o guardião de seu irmão. É por isso que o sangue derramado exige justiça de Deus desde a terra.
Gn 4,1-10
CL
CS
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Descubra a riqueza escondida no texto
1
4
Deus acha agradável a oferta de Abel, mas não a de Caim. Por quê? Como se sente este último? Examina a sua consciência ou prefere culpar o irmão pelo que aconteceu?
2
Caim se lança contra seu irmão e tira sua vida. Que sentimento leva Caim a matar seu irmão?
3
A primeira coisa que Caim faz depois de seu pecado é esconder-se de Deus. Quando este pergunta sobre seu irmão, o que ele responde? Que resposta você daria à pergunta que Caim faz? O que o Senhor responde então? O que significa que o sangue de Abel clama a Deus desde a terra?
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CT
Afaste-se do mal e faça o bem a. Quando o homem é egoísta e não cuida de seus semelhantes, acaba sendo escravo do ódio. Isso acontece com Caim? Ele encontra a felicidade assim? b. A vida é um bem pessoal, um bem comunitário e um bem de Deus. Reflitamos sobre o pecado de Caim em cada um desses três aspectos.
5
Quem recorre a ele não será condenado O sangue de Abel clama a Deus. O que a justiça exigiria? Pode um ser humano reparar por si mesmo este pecado? Quem pode perdoá-lo e restaurar a justiça?
9 No Novo Testamento Jesus nos lembra que a Lei deve ser cumprida, mas também ensina que isso é insuficiente. Ele vem para cumprir a Lei e os profetas. “A casa comum de todos os homens deve continuar a ser construída sobre a correta compreensão da fraternidade universal e sobre o respeito pela sacralidade de cada vida humana, de cada homem e de cada mulher; dos pobres, dos idosos, das crianças, dos doentes, dos nascituros, dos desempregados, dos abandonados, dos que são julgados descartáveis porque não passam de números de uma ou outra estatística”. (Francisco, discurso perante a ONU, 2015)
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“Não julgueis que vim abolir a Lei ou os profetas. Não vim para os abolir, mas sim para levá-los à perfeição. Ouvistes o que foi dito aos antigos: Não matarás, mas quem matar será castigado pelo juízo do tribunal. Mas eu vos digo: todo aquele que se irar contra seu irmão será castigado pelos juízes. Aquele que disser a seu irmão: imbecil, será castigado pelo Grande Conselho. Aquele que lhe disser: Louco, será condenado ao fogo da geena. Se estás, portanto, para fazer a tua oferta diante do altar e te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa lá a tua oferta diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; só então vem fazer a tua oferta.”
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Mt 5,17.21-24
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Escribas e fariseus murmuram contra Jesus, acusando-o de não respeitar a Lei de Deus e conspiram para matá-lo. Qual é a raiz do seu ódio? Assemelha-se à de Caim? No entanto, Jesus deixa claro que o que ele quer não é abolir a Lei, mas sim dar-lhe pleno cumprimento. Para qual dos mandamentos chama a atenção? O que ele exigia do povo judeu? O que ele exige de seus discípulos? O que Jesus diz sobre ofertas a Deus? Tem algo a ver com a história de Caim e Abel? E com a sociedade em que Jesus viveu? A mesma coisa acontece em nosso mundo atual? Explique.
A vida flui do coração a. Jesus condena a ira e a soberba. Com que palavras? Que exemplos ele dá? Por que esses dois pecados são inimigos diretos da vida? b. Quem despreza seu irmão despreza a Deus. Por quê? É esta a razão pela qual seus sacrifícios não são aceitos?
5
Reflita sobre as palavras do Papa a. Você acha que quanto mais frágil e indefesa é uma pessoa, de mais cuidados necessita? Justifique sua resposta. b. Que ações concretas para cuidar da vida humana poderíamos realizar em nosso ambiente?
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AS RAZÕES DA FÉ
1. “Por acaso eu sou o guardião do meu irmão?” 1.1. Companheiros de viagem
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Vimos como o primeiro atentado contra a vida de outro ser humano é narrado no Gênesis. Caim, além de matar o próprio irmão, esqueceu a essência de sua vocação: “Por acaso eu sou o guardião do meu irmão?’ (Gn 4,9). Porque esta é precisamente a tarefa essencial do ser humano: salvaguardar a dignidade dos outros. Tendo sido criado por Deus, existe um profundo vínculo de fraternidade entre toda a raça humana. Somos todos companheiros de viagem: com a mesma origem e o mesmo fim. É lógico, então, que as necessidades dos outros nos desafiem. Que, além do eu, importe também o nós. O homem nasce e sobrevive graças ao cuidado dos outros. À medida que ele se desenvolve, contribui com seu caráter e qualidades para aqueles que estão ao seu redor. Ele transmite suas conquistas, e até mesmo sua vida, para as gerações subsequentes. Como sabemos, o aspecto mais radical da pessoa, o que a define, é a sua capacidade de doação. No entanto, com sua natureza ferida pelo pecado, o homem tende a se colocar no centro de tudo. Em vez de se abrir para os outros, ele se tranca em um egoísmo autossuficiente. Vemos continuamente como, para muitos, os outros nada mais são do que objetos a serem aproveitados ou obstáculos a serem superados e até eliminados. Agindo assim, o ser humano arruína sua própria essência e a fonte de sua plenitude: ser para os outros.
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1.2. O valor sagrado da vida humana
Todo ser humano tem valor em si mesmo. Não é um número, nem um objeto, algo para usar e jogar fora. Nem é meramente um ser vivo, ainda que todos os seres vivos mereçam respeito. Um ser humano é muito mais: é uma pessoa, é alguém absolutamente irrepetível; capaz de estabelecer um diálogo face a face com Deus.
O primeiro direito humano Em 1948, a Organização das Nações Unidas aprovou a Declaração Universal dos Direitos Humanos. O artigo 1º afirma: “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos e, dotados como são de razão e consciência, devem comportar-se uns para com os outros com espírito de fraternidade”. E no artigo 3º proclama-se solenemente o primeiro dos direitos: “Todo o indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança da sua pessoa”. Todos os países têm o dever de proteger esse direito por meio de suas leis. E a sua defesa e promoção é da responsabilidade de todos.
Sabemos que o valor de uma pessoa não depende de sua inteligência, maturidade ou condição social. Mas, na prática, é isso o que acontece?
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9 Devido a esta dignidade especial, cada pessoa humana tem direitos inquestionáveis que devem ser sempre respeitados e defendidos. Atualmente, ninguém duvida do direito de todos à alimentação, à educação, ao trabalho, a se expressar livremente ou a acreditar no que dita sua consciência. Embora nem sempre se respeite.
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O primeiro direito, aquele que fundamenta todos os outros, é o direito à vida. Porque a vida é algo muito valioso. O mais valioso. Se o direito de viver não é respeitado, qual é o sentido de todos os outros direitos? Tirar a vida é a coisa mais séria que se pode fazer a alguém, apesar da frequência com que, infeliz-, mente, vemos ser feito. Nós cristãos conhecemos, tanto pela razão como pela fé, o valor sagrado da vida humana. A Bíblia confirma o que a razão nos propõe. E vice-versa. A vida do homem é sagrada porque tem sua origem e seu fim em Deus. Não há ninguém no mundo que não tenha sido expressamente desejado por Deus. Ninguém. Deus nos lembrou deste dever: “Não condene à morte o inocente e o justo” (Êx 23,7). Jesus Cristo confirmou este quinto mandamento do Decálogo no Sermão da Montanha e levou o respeito à vida à sua plenitude com o mandamento do Amor: devemos amar a todos, até aos nossos inimigos.
ideias-chave
•
Toda o gênero humano forma uma unidade por sua origem comum em Deus. Todos os seus membros foram salvos por Cristo e são chamados à felicidade eterna com Deus (cf. Compêndio CIC, n. 68).
•
A vida humana deve ser respeitada porque é sagrada: é fruto da ação criadora de Deus e mantém uma relação especial com o Criador (cf. Compêndio CIC, n. 466).
CI CS Em silêncio e anotando seus nomes, de forma privada, pense nas pessoas que cuidaram de você, durante os primeiros dias, meses e anos de sua vida. E nas pessoas que ajudaram você a crescer, que lhe ensinaram coisas importantes, cujo exemplo lhe influenciou etc. Em silêncio, expresse interiormente a Deus a sua gratidão por eles. Depois, se quiserem, podem compartilhar o que sentiram com este exercício interior e suas conclusões pessoais.
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1
2
3
Selecione duas notícias recentes: uma que reflita o cuidado do ser humano com a vida de seus semelhantes e outra, sobre o contrário: usar ou fazer pouco caso da vida alheia. Escreva uma reflexão pessoal sobre o contraste. Na sua opinião, qual atitude é mais frequente?
4
a. Mt 5,21-24. b. Mt 5,38-48.
5
Assinale quais são as afirmações corretas e corrija as falsas. a. A vida humana é sagrada. b. O ser humano é senhor de seu destino e, portanto, do início e do fim de sua vida. c. A defesa da vida humana é uma questão puramente religiosa. d. Qualquer vida humana é inviolável, independentemente da idade ou das condições em que se desenvolva.
CL CS
Argumente sobre a dignidade especial do ser humano em relação aos demais seres vivos.
Sintetize a ideia central que Jesus transmite em cada texto.
6
CL Organizem-se em duplas e copiem as seguintes citações da Escritura. Em seguida, escrevam uma conclusão sobre o ensinamento de cada uma e sua relação com o tema da unidade. a. Ex 20,13. b. Ex 23,7. c. Sal 5.7. d. Jer 22,17. e. Mt 5,22. f. 1 Jo 3, 15. g. Jo 13,34.
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AS RAZÕES DA FÉ
2. Abrace a vida Direito de ter um filho?
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O esposo e esposa, ao se doarem mutuamente, podem transmitir o dom da vida e, portanto, podem conceber filhos. O fato de poderem gerar filhos não significa que tenham adquirido um “direito de propriedade” sobre a vida e possam exigir “ter um filho” a qualquer preço (como se se tratasse de um objeto). Uma criança é um presente que se recebe, uma pessoa que merece ser cuidada e protegida.
A procriação artificial
Alguns casais querem ter filhos, mas não conseguem concebê-los. Em muitos casos, a ciência médica dispõe de recursos para os ajudar a resolver o problema e conseguir a fecundação de forma natural, ou seja, fruto da união amorosa entre os esposos Trata-se de uma assistência médica à procriação natural.
vocabulário
Aborto provocado: ação dirigida voluntária e diretamente para tirar a vida de um ser humano durante o período de gestação no útero.
Uma situação bem distinta é aquela em que a concepção é realizada pela técnica de inseminação artificial ou fertilização in vitro. Neste caso, trata-se de uma fertilização realizada artificialmente. Nela, rompe-se o vínculo entre a transmissão da vida (dimensão procriativa) e a doação mútua de um homem e uma mulher no âmbito de uma aliança de amor (dimensão unitiva). Com esses procedimentos, estabelece-se um predomínio da técnica não somente sobre a origem da vida do ser humano, mas também sobre o seu destino uma vez que o embrião humano assim obtido pode ser descartado ou utilizado para outros fins.
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A manipulação de embriões humanos
Tecnicamente é possível congelar, armazenar e manipular embriões humanos para fins de pesquisa, porém todos esses procedimentos são moralmente inaceitáveis. Igualmente, se forem realizados com a finalidade de selecionar embriões (sexo, características físicas, saúde etc.) com vistas à procriação artificial. Neste último caso, estamos diante de uma seleção biológica: vários embriões são gestados e aqueles que não atendem às condições desejadas são descartados. Por mais nobre que seja o progresso técnico e científico, a vida humana não deveria ser equiparada à vida animal ou vegetal, nem um embrião – ou milhares – a um conjunto de células. Trata-se de um ser humano, dotado de alma espiritual, vivo e em desenvolvimento inicial.
A manipulação da base genética da vida humana é muitas vezes justificada em nome do progresso que esquece o valor único de cada vida humana.
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9 Aborto provocado* Às vezes sabe-se que o feto pode nascer ou nascerá com algum defeito físico. É uma situação muito difícil para os pais. Outras vezes, outras circunstâncias tornam difícil esse nascimento: os pais têm poucos recursos, a mãe é muito jovem, a família não aceita, etc. Em todos os casos, é preciso apoiar a mãe, ou a mãe e o pai, e ajudá-los com todos os meios. É isto que a Igreja faz.
A Igreja mostra toda a sua compreensão, proximidade e misericórdia para com as pessoas que – em circunstâncias muito difíceis – foram obrigadas a tomar a decisão de abortar e as ajuda a superar suas feridas morais: “Quero enfatizar com todas as minhas forças que o aborto é um pecado grave, porque põe fim a uma vida humana inocente. Com a mesma força, porém, posso e devo afirmar que não há pecado que a misericórdia de Deus não possa alcançar e destruir, onde quer que se encontre um coração arrependido que peça a reconciliação com o Pai”. (Francisco, Misericordia et misera, n. 12).
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Mas em nenhum caso a solução é o aborto provocado. Por quê? Porque, a partir do momento da união de um óvulo e um espermatozoide, o embrião é um ser humano e, portanto, sua vida deve ser respeitada. Além disso, realizar um aborto deixa profundas feridas psicológicas na mulher que decide fazê-lo.
Bem-aventurados os misericordiosos
A defesa da vida – do início ao fim – não se baseia apenas em motivos religiosos. Não é necessário ter fé para defender a vida do nascituro. Ao descartar através do aborto aqueles que não são interessantes, a sociedade se desumaniza. Também por isso, a Igreja considera pecado grave participar deste processo.
ideias-chave
O filho é dom de Deus e tem o direito, como pessoa, de ser fruto do ato conjugal dos pais (cf. CIC, n. 2.378).
•
A inseminação e a fertilização artificial são moralmente ilícitas, pois separam a procriação do ato conjugal (cf. Compêndio do CIC, n. 499).
•
O aborto voluntário é gravemente contrário à lei moral, porque ameaça a vida de um ser humano inocente e indefeso (cf. CIC, n. 2.322).
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•
7
8
Complete o texto com os seguintes termos: amor, intervenção, objeto, pais, entrega.
9
Por que este tipo de fertilização é moralmente inaceitável? Justifique sua resposta.
“A origem de uma pessoa humana é, na realidade, o resultado de uma [...]. A pessoa concebida será fruto do [...] de seus [...]. Não pode ser desejado ou concebido como produto de uma [...] técnica médica e biológica: isso equivaleria a reduzi-lo a ser um [...] de uma tecnologia científica”. (Donum vitae, n. 4).
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Justifique a veracidade ou falsidade dessas frases. a. O feto pode ser eliminado porque não é uma pessoa. b. O direito das mulheres de decidir sobre seus corpos deve ser respeitado. c. A pesquisa científica justifica o uso de vidas humanas, se estiver em sua fase embrionária. d. Às vezes, um aborto é necessário para preservar a saúde da mãe. e. Não é necessário ter fé para defender a vida do não nascido.
A que tipo de fertilização esta definição se refere? “Não se realiza por ato conjugal normal, mas por procedimento técnico”.
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AS RAZÕES DA FÉ
3. Custodiar a própria vida vocabulário Cuidado paliativo: tratamento que visa aliviar a dor e aumentar a serenidade do paciente que sofre de uma doença com risco de vida a curto prazo.
A eutanásia* A falta de realismo que nossa cultura possui diante de situações cotidianas como o sofrimento, a doença e a morte dificulta a que as integremos em nossas vidas e as enfrentemos de forma positiva. Parece que o único sentido da vida é o prazer e a ausência de dor. No entanto, essa visão pobre da realidade esquece que o sofrimento e a morte são processos naturais e que, como tais, estão presentes na vida de todo ser humano.
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Obstinação terapêutica: uso de meios desproporcionais para prolongar a vida além dos devidos limites.
Recebemos gratuitamente o dom da vida e, portanto, somos administradores dela, não proprietários. A administração de nossa própria vida implica que a guardemos com responsabilidade.
Eutanásia: morte provocada, a fim de evitar sofrimento físico, psicológico ou moral.
Mas como enfrentar o sofrimento com dignidade? Em primeiro lugar, a dor humana nos move a assistir com amor quem sofre. Não se trata de uma aceitação passiva e resignada, mas de cuidar do paciente com o carinho que ele merece e empregar cuidados paliativos* que reduzem a dor e permitem uma morte digna, caso aconteça. Por isso é necessário rejeitar a obstinação terapêutica*, pois o ser humano tem o direito fundamental de nascer e morrer com dignidade.
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A eutanásia é exatamente o oposto: envolve a negação radical do valor da vida humana. Embora pareça um ato de liberdade e independência, na verdade significa conceder a outra pessoa o direito de propriedade sobre nossas vidas. Uma sociedade que admite a eutanásia considera certos modos de vida – como o dos doentes, deficientes ou idosos – como algo indigno e desprezível.
“A eutanásia direta consiste em pôr fim à vida de pessoas deficientes, doentes ou moribundos. É moralmente inaceitável." (CIC n. 2277)
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O sofrimento, a doença e a morte fazem parte da vida humana e, portanto, nossa atitude em relação a eles promoverá ou interromperá o processo de aperfeiçoamento pessoal ao qual somos chamados. Nós cristãos também sabemos que o mistério da dor e da morte só se esclarece à luz de Cristo que, sendo inocente, assume a dor e a morte para nos salvar.
Dependência de drogas e alcoolismo O uso injustificado de substâncias que alteram a mente – como álcool e drogas – é um ataque à vida saudável. O uso dessas substâncias, legais ou não, cria uma dependência perigosa: uma escravidão que destrói a pessoa e traz sofrimento para si e para os outros. A busca por diversão, a pressão do grupo etc. podem nos aproximar delas. A única maneira de escapar é dizer não ao seu consumo desde o início.
9 O suicídio A vida é um dom recebido de Deus, por isso não podemos descartá-la à nossa vontade. Tirar a própria vida também contradiz a inclinação natural de preservá-la e ameaça o justo amor a si mesmo e aos outros, que é gravemente afetado. Às vezes, um transtorno mental, um medo invencível etc., podem atenuar a responsabilidade pelo suicídio.
A eugenia consiste em eliminar o que alguns chamam de “vidas humanas sem valor” (bebês que vão nascer com malformações, deficientes intelectuais, idosos etc.). A eugenia é aplicada, de fato, em casos de aborto (por exemplo, devido ao diagnóstico pré-natal de síndrome de Down). Mas quem tem o direito de decidir que vida não vale a pena ser vivida? “Estamos perante um dos sintomas mais alarmantes da ‘cultura da morte’ [...] caracterizada por uma mentalidade de “eficiência” que apresenta o crescente número de idosos e debilitados como algo demasiado pesado e insuportável” (Evangelium vitae, n. 64).
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A legítima defesa
A eugenia
Quando somos vítimas de uma agressão injusta que visa acabar com nossa vida, temos o direito de usar meios de defesa proporcionais, mesmo que levem à morte do agressor injusto. Quem é responsável pela vida alheia tem não só o direito, mas também o grave dever de defendê-la.
ideias-chave
•
A vida é um dom gratuito recebido de Deus. Somos administradores e temos o dever de a salvaguardar (cf. Compêndio do CIC, n. 466).
•
O suicídio e a eutanásia são atos gravemente imorais, pois não somos senhores da vida (cf. Compêndio do CIC, n. 470).
•
A legítima defesa com meios proporcionais é um dever, porque visa defender a própria vida ou a dos outros (cf. Compêndio do CIC, n. 467).
Procure explicar com suas próprias palavras o significado desta afirmação: “O suicídio atenta gravemente contra Deus, contra si mesmo e contra o próximo”.
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CS Leia Mt 25,36. O que Jesus quer dizer com essa frase? Pense se há uma pessoa doente, idosa ou triste ao seu redor e reflita. O que posso fazer por ela? Lembre-se que às vezes apenas um sorriso ou uma carícia já é um grande conforto.
Fundamente a veracidade ou falsidade dos seguintes enunciados. a. Perante uma doença terminal, é permitido renunciar a tratamentos que apenas proporcionariam um prolongamento precário da vida. b. A eutanásia é não fazer nada para evitar a morte de uma pessoa em estado terminal. c. Se a morte assistida for solicitada pelo próprio paciente, esse direito não pode ser negado.
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CL CA Em grupos de três, procurem informação sobre um dos seguintes temas e preparem uma breve explicação oral para toda a turma: um centro de cuidados paliativos no nosso país, uma instituição da Igreja que trabalha no serviço de doentes ou idosos, ou um santo que dedicou sua vida a este fim.
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AS RAZÕES DA FÉ
4. Proteger a vida dos outros A violência em nossa sociedade A fraternidade humana, que deriva da nossa origem comum no amor de Deus, traz consigo a chamada a proteger a vida dos outros. Esta vocação implica a construção de uma sociedade que respeite os direitos de todos, não apenas os de alguns.
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A ira (desejo de vingança) e o ódio (desejo de prejudicar os outros) surgem do coração humano. Quando consentidos, são a causa de tantos atos de violência que perturbam a paz e a convivência humana. Violência doméstica, abuso sexual, bullying, homofobia, atitudes racistas, falta de respeito aos povos indígenas, etc., são atentados contra a vida e a dignidade humana.
O homicídio
A fé cristã considera que só Deus tem direito sobre a duração da vida dos seres que criou: "Eu dou a vida e a morte" (Dt 32,39). Por esta razão, nenhum ser humano tem um direito legítimo sobre a vida de outro. Homicídio voluntário é a eliminação intencional da vida de outra pessoa. É moralmente injustificável, pois a vida humana é um bem supremo e não pode ser trocada honestamente por nada. Homicídio involuntário é aquele que causa a morte de alguém sem a intenção de fazê-lo, como em um acidente fortuito. Pode haver responsabilidade devido às circunstâncias; por exemplo, dirigir de forma imprudente, enquanto embriagado.
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A construção da paz
“Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus!" (Mt 5,9). A paz no mundo começa com a paz no ambiente imediato. Quando tratamos os que nos rodeiam sabendo que são filhos de Deus e nossos irmãos, sem exceção, o faremos com justiça e respeito, com delicadeza e vontade de servir; enfim, com amor. É a consequência de saber que todos temos a mesma dignidade.
A pena de morte O ensinamento tradicional da Igreja não exclui o recurso à pena de morte pela justiça, se não houvesse outro meio, para reprimir o crime. Mas se existem outros meios, a autoridade deve limitar-se a eles porque são adequados ao bem comum e à dignidade da pessoa humana. Atualmente, em consequência das possibilidades de que dispõe o Estado, é praticamente impossível que surjam circunstâncias que justifiquem a pena de morte como meio de proteção da sociedade (cf. CIC, n.. 2.267).
Fotograma do filme Pena de Morte, dirigido por T. Robbins (1995).
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9 A paz não é a simples ausência de guerra ou o equilíbrio de forças opostas, mas sim a harmonia social, fruto da justiça e da caridade. Com efeito: se não há justiça, não pode haver fraternidade nem paz. A promoção da paz é responsabilidade dos governantes, mas também de cada um dos cidadãos.
Em 1682 alguns mercadores encontraram uma caixa à beira-mar. Como não puderam abri-la, transportaram-na no lombo de um burro para a cidade de San Miguel, em El Salvador. Passando em frente à igreja, o burro parou. Então, para sua surpresa, conseguiram abrir a caixa sem dificuldade e descobriram que continha uma imagem da Virgem com o Menino nos braços. A notícia se espalhou rapidamente e fez com que os habitantes da região decidissem pôr fim às lutas fratricidas em que se enfrentavam. Daí o nome de Nossa Senhora da Paz. A ela também se atribui a salvação da cidade durante a erupção do vulcão Chaparrastique em 1787. Em memória desse fato, a imagem leva uma palma de ouro na mão direita. Ela é a padroeira do país.
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Os povos – assim como os indivíduos – também têm direito à autodefesa quando são atacados. No entanto, devido às gravíssimas consequências de um conflito armado, o uso da força militar só seria moralmente justificado em situações muito extremas e somente depois de esgotadas as vias de diálogo pacífico.
Nossa Senhora da Paz
Também na guerra existem alguns princípios éticos segundo os quais nem tudo é lícito, como o ataque a civis, o uso de armas químicas, etc. Aqueles que se recusam a usar armas por razões de consciência, prisioneiros e feridos de ambos os lados, devem ser respeitados.
ideias-chave
•
A violência de qualquer tipo é um atentado contra a relação fraterna dos seres humanos e, portanto, contra a dignidade humana (cf. Compêndio do CIC, n. 480).
•
O homicídio voluntário é contrário à lei moral, porque ninguém tem direito à vida de outro ser humano (cf. Compêndio do CIC, n. 470).
•
A paz no mundo não é simplesmente ausência de guerra, mas é fruto da justiça e efeito da caridade (cf. Compêndio do CIC, n. 481).
CS CC Localize o n. 78 do documento de Aparecida onde são apontadas as causas da violência em nossos países. Dê exemplos de cada um deles.
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Explique a diferença entre homicídio voluntário e involuntário. Proponha dois exemplos de possíveis homicídios involuntários, mas com responsabilidade moral da causa da morte. Por que a responsabilidade pode ser exigida nesses casos?
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Coloque em ordem as frases no parágrafo a seguir.
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Trabalhar pela paz engloba tarefas / convivência pacífica / em vários campos de sua vida. / e deveres muito amplos, que vão desde o dever dos governantes/de esgotar todos os meios para evitar as guerras, / ao dever de cada cristão de promover uma
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Atualmente, o uso da pena de morte é justificável?
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CI CT Reflita. Existe alguém que eu deveria perdoar do fundo do meu coração? Existe alguém a quem eu deveria pedir perdão sinceramente? Não é fácil perdoar ou pedir perdão, mas quando o fazemos, nos libertamos internamente e melhoramos nosso relacionamento com os outros.
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DISCÍPULOS E MISSIONÁRIOS
Um exemplo a seguir Patrícia Sandoval
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Patrícia acreditava que, como mulher, poderia fazer o que quisesse com seu corpo. “Tudo começa com a ignorância. Venho de uma família cheia de amor, mas na qual valores ou sexualidade não eram discutidos. Na escola, falaram-me de anticoncepcionais, de sexo seguro…”. Aos 19 anos, ela engravidou. Uma amiga a convenceu a fazer um aborto. A história se repetiu em outras duas ocasiões. Então, ela decidiu começar do zero, deixou o companheiro e mudou-se para outra cidade, onde procurou emprego em uma clínica de aborto pensando que poderia ajudar outras mulheres de lá. No primeiro aborto que fez, ao ver o “material” extraído, percebeu que era uma criança perfeitamente formada. Então ele pensou em seus três filhos. Ele caiu em depressão e começou a usar drogas.
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Um dia, uma jovem garçonete a encontrou deitada na rua, sentiu pena dela e a levou de volta para a casa de seu pai. Patrícia pediu-lhe desculpas e ele a acolheu. Aos poucos, ela recuperou a saúde. Então veio sua conversão. Em um retiro organizado por uma associação em defesa da vida, ela pediu perdão a Deus. Ela conta que chegou ao retiro com o remorso de ter matado seus três filhos e saiu sabendo que era mãe de três bebês que Jesus e Maria cuidam enquanto a esperam para se encontrarem com ela, um dia, no céu. Ela agora trabalha para defender os nascituros, incentivando as jovens a respeitar e valorizar o dom da vida.
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CI CS Reflita cuidadosamente sobre o problema subjacente que desencadeou a crise de Patrícia.
a. O que acontece quando separamos a sexualidade do amor? Anticoncepcionais, “sexo seguro”, são garantia de liberdade? Por quê? b. A amiga de Patrícia a aconselha a abortar. Por quê? Como ela se sentiu após a intervenção? O que descobriu na clínica de aborto? Que motivações poderiam estar por trás dessas práticas?
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CI CS Observemos a atitude das pessoas que acolheram Patrícia. Pensemos depois em como poderíamos agir seguindo seu exemplo.
a. Que personagem de uma parábola evangélica nos lembra a garçonete? b. Seu pai não a julga nem a condena. Por quê? c. As pessoas da associação em defesa da vida dão uma dimensão religiosa à sua dor. Como a misericórdia de Deus se manifesta no caso dela?
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Meditemos sobre a necessidade de rezar pelas mães grávidas, pelos bebês que nascem e pela conversão daqueles que destroem o dom da vida. CT
9 Agora você Bem-aventurados os que trabalham pela paz A convivência harmoniosa e pacífica na vida social está se deteriorando seriamente em muitos países da América Latina e do Caribe devido ao crescimento da violência. Assim é descrita a situação em Aparecida, n. 78:
Roubos, assaltos, sequestros, estupros, assassinatos, que destroem vidas humanas todos os dias e enchem de dor as famílias e a sociedade como um todo.
Formas e agentes
Causas
Crime organizado, narcotráfico, grupos paramilitares, crime nas periferias das grandes cidades, violência de grupos juvenis, violência doméstica.
Idolatria pelo dinheiro, avanço do individualismo e do utilitarismo, desrespeito pela dignidade de cada pessoa, deterioração do tecido social, corrupção, falta de equidade social.
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Manifestações
Papa Francisco_@Pontifex_pt
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Temos muita necessidade de oração e de penitência para implorar a graça da conversão e o fim das guerras no mundo.
Cada um de nós, como membro vivo do Corpo de Cristo, é chamado a promover a unidade e a paz.
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CS CA CD Organizem uma Jornada de Oração pela Paz. Tenham em conta as seguintes indicações.
Em grupos de seis pessoas, escolham dois conflitos atuais, nacionais ou internacionais, que lhes causem preocupação. Escrevam todos os tópicos sugeridos no quadro. Façam uma votação para escolher três dos temas apresentados. Eles serão o objeto da Jornada de Oração. Em grupos, preparem uma apresentação de slides sobre cada conflito. Incluirá textos (do Evangelho, do Papa, de outros autores, testemunhos, dados estatísticos, etc.), imagens evocativas do conflito e músicas que ajudem a rezar.
turnos de oração diante do Santíssimo Sacramento, na recitação do Rosário diante de uma imagem da Virgem Maria, no silêncio, etc. Todas as ideias serão bem-vindas. O importante é que a oração tenha como intenção os conflitos anteriormente trabalhados.
Escolham o dia, hora, local e destinatários da Jornada de Oração, com a ajuda do professor. Pode consistir em uma Eucaristia após a projeção dos slides, em
Organizem tudo para que seja muito digno e ajudem os participantes a se responsabilizarem na construção da paz e da convivência.
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SÍNTESE
• A fecundação artificial • A manipulação de embriões • O aborto provocado
proíbe
• A eutanásia • A dependência de drogas e o alcoolismo • O suicídio
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quinto mandamento pelo o qual o
acolher que deve
valor sagrado
preservar
que deve
que fundamenta o seu
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origem e fim em Deus
tem a sua
A VIDA HUMANA
cria um vínculo de
proclama a sua
fraternidade universal
dignidade inalienável
que exige a
convivência social
construção da paz
que evite
a ira, a violência e o homicídio
a guerra, a injustiça e a falta de caridade mediante o respeito aos
direitos fundamentais do ser humano
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ATIVIDADES DE AVALIAÇÃO
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Papa Francisco fala da “cultura do descartável” que prevalece em nossa sociedade. O que você acha que ele quer dizer com essa expressão? Refere-se apenas à vida humana? Como você avalia isso? O que se pretende com ela?
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Depois de ler o texto sobre Eluana Englaro e a encíclica Evangelium vitae, que seu professor encontrará nos recursos didáticos, realizem as seguintes atividades:
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Questões éticas relacionadas com a vida (bioética), são apenas uma questão religiosa? Pondere e, se não é assim, explique por que a Igreja está tão envolvida neles. CA Em grupos, elaborem um mural com imagens que contraponham as atitudes que propuseram na atividade anterior com as da “cultura do descartável”.
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CL CS Em grupos de três, preparem um canto-oração dirigido a Deus por intercessão da Virgem Maria, pedindo sua bênção para as pessoas afetadas pelos temas abordados nesta unidade sobre o respeito à vida e à saúde humana.
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a. Discutam em classe por que a decisão de alguém que quer morrer ou ser morto deve ser respeitada ou não. b. À luz do que foi estudado na unidade, argumente por que a eutanásia contraria os desejos do homem. c. Escreva uma carta ao pai de Eluana Englaro. Nela devem expor e sintetizar, com argumentos fundamentados. É importante que a carta parta de uma proposta amorosa, não de uma condenação por delito, e que contenha um convite para uma grande vida.
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Explique brevemente a diferença entre fertilização assistida e fertilização artificial e por que a avaliação moral de cada uma é diferente.
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Qual é o final correto?
a. Homens e mulheres... 1. devem aceitar as crianças como um presente. 2. podem ter filhos por meios artificiais 3. têm o direito de ter filhos. b. A manipulação de embriões ....1. é moralmente aceitável para garantir resultados de pesquisa. 2. é moralmente inaceitável porque trata-se de manipular um ser humano dotado de corpo e alma . 3. é aceito pelos doadores. c. Manipulação de embriões... 1. não tem nada a ver com seleção biológica. 2. geralmente elimina as sobras. 3. é feito apenas para melhorar a fertilização in vitro.
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Escreva uma carta para uma jovem (invente suas circunstâncias e seu relacionamento com ela) que está grávida e planeja fazer um aborto. Junto com a clareza nas ideias, você deve levar em conta o sofrimento dela. CL
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CAMINHOS DE VIDA ENSINO FUNDAMENTAL - 8.º ano
Título original: Caminos de Vida - ESO 2 Coordenação editorial – . Sáez, N. Billottii Autores: J. Aranguren; R. Bravo de la Varga; L. Fabregat Publicado pela primeira vez em espanhol por © Editorial Casals, SA Casp 79-08013 Barcelona Tel .: 902 107 007 Fax: 93 265 68 95 editorialcasals.com ecasals.net Adaptado ao português por Solar Colégios© Coordenadores da edição brasileira Vera Anderson e Bruno Milano Tradução: Eleni Kronka Revisão: Élcio Carillo Diagramação: Carla Ninomiya 1ª edição - janeiro de 2023 ISBN: Esta coleção está desenvolvida de acordo com as competências da BNCC. As atividades deste livro são propostas como modelos de exercícios que cada aluno deve resolver em seu caderno pessoal e não no próprio livro. Imagens: Freepik, Pixabay, pxhere e Wikimedia Commons. As reproduções foram feitas de acordo com o artigo 32 da Lei de Propriedade Intelectual. Todo esforço foi feito para localizar os detentores de copyright das obras de arte reproduzidas neste volume. Caso exista alguma comissão involuntária, a editora Casals estará disposta a adotar as medidas necessárias no menor tempo possível. Não é permitida a reprodução total ou parcial deste livro, nem seu tratamento informático ou sua transmissão sob qualquer conceito ou por qualquer meio (eletrônico, mecânico, fotocópia, gravação ou outros meios), sem a permissão por escrito dos detentores do copyright.
O emprego das formas masculinas neste livro pretende facilitar de um modo simples a leitura do texto evitando desta forma a constante referência a ambos os gêneros. Não reflete, assim, qualquer preconceito de gênero.
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