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ENSINO FUNDAMENTAL

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S O H N I M A C VIDA E D


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Índice


ETAPAS UNIDADES

ROTA

Partimos da realidade CI

Pág. 6

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Deus tem um plano Pág. 20

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Vocês serão meu povo Pág. 34

Não é verdade que você já se perguntou alguma vez: “Quem eu sou? ” ou “O que eu estou chamado a ser?”. Nesta primeira unidade veremos que as respostas são possíveis quando abrimos o coração a Deus e aos outros.

A descoberta da própria originalidade no encontro com o outro.

Descobrimos que Deus quis manifestar a nós a verdades sobre a origem, o sentido do mundo e do ser humano. E de que forma estas verdades de fé se complementam com aquelas que podemos alcançar com a razão.

A responsabilidade de criar vínculos sadios com os outros e com o mundo.

Porém Deus não somente nos transmite uma sabedoria, mas anseia por nossa amizade. Conhecemos como Deus intervém na história humana para que se cumpra este desígnio e convertendo-a em “história da Salvação”.

O verdadeiro mestre nos prepara e fortalece, pouco a pouco, para alcançarmos uma vida realizada.

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Nosso coração está inquieto

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Agora estudamos a etapa fundamental desta história de amor: a encarnação do Filho de Deus. Perceberemos como se cumpre em Jesus, de uma vez por todas, o plano salvador de Deus.

A necessidade que todos temos de ser salvos.

Um amor que liberta

Situamo-nos no centro da fé cristã: Jesus culmina o plano salvador por meio de sua paixão, morte e ressurreição. Tomamos consciência de que é em Jesus que encontramos a resposta plena para todas as perguntas mais profundas.

O amor mais autêntico é a capacidade de dar-se desinteressadamente aos outros.

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Descobrimos que Jesus convoca todos os seres humanos a fazer parte de sua família. Aprofundamos na missão deste Povo de Deus que é a Igreja.

A vocação da pessoa humana a fazer parte de uma comunidade e a desenvolver-se nela.

Constatamos a dimensão festiva da fé e de que forma, pela liturgia, Cristo continua a obra de nossa redenção em sua Igreja, com ela e por ela.

A festa como âmbito privilegiado de encontro. CC

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O amor tem nome Pág. 50

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Pág. 66

Deus conta conosco Pág. 82

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A festa da fé

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Pág. 96

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A revolução do amor Pág. 112

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Vejam como se amam Pág. 128

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Refletimos sobre o convite de Jesus a alcançar a felicidade plena e o caminho para consegui-la: o mandamento novo, plenitude da lei que o Criador inscreve em nosso coração e que nos revela no Decálogo.

O dever natural de gratidão é fonte de alegria e de melhora pessoal e social.

Consideramos o testemunho de vida dos primeiros cristãos e o dinamismo de sua fé. Os cristãos da primeira Igreja nos mostram o caminho que os discípulos de Jesus devem seguir.

O amor cristão dá um sentido pleno à vida humana.


ETAPAS As razões da fé

À luz da Palavra CL

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Discípulos e missionários

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AT. AT O livro da Sabedoria convida a procurar respostas. CM CS NT. O testemunho de São Paulo na praça de Atenas (Ágora). CI

1. Todo um desafio pela frente. 2. A busca de sentido na história.

AT. A origem e o sentido do cosmos e do ser humanos no Gênesis. CM CA NT. Jesus ensina o cuidado amoroso de Deus por todas as suas criaturas.

1. O que eu faço neste mundo? 2. O mistério da origem. 3. A Criação, a fé e a razão. CM

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Um exemplo a seguir Karyme Lozano Agora você A melhora pessoal através de hábitos. CD Um exemplo a seguir Sor Juana Ines de la Cruz CL Agora você Outro estilo de vida: o cuidado da Criação. CD CM

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CM CA

1. Um Deus que se compromete. 2. As etapas da história de Israel.

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Um exemplo a seguir São Martinho de Porres Agora você Conectado com Deus: a oração vocal.

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AT. Shemá, Israel. Deus quer que o homem se comprometa livremente com ele. CC NT. Jesus anuncia que nele se cumprem as Escrituras. CC

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AT. Isaias profetiza como será o Messias prometido. NT. A Anunciação do Anjo a Maria.

1. Jesus de Nazaré. 2. O país de Jesus. 3. O mistério da Encarnação. 4. Os nomes de Jesus. 5. Mãe de Deus e mãe nossa.

CD CC

CL

Um exemplo a seguir São João Bosco Agora você Não estou eu aqui que sou tua mãe? A piedade com Nossa Senhora. CD

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1. A Última Ceia. 2. A Paixão. 3. A ressurreição de Jesus. 4. O envio e a Ascensão. 5. Jesus anunciou a sua segunda. vinda gloriosa. CL CC

Um exemplo a seguir São Maximiliano Kolbe Agora você O símbolo mais importante: a cruz.

AT. O profeta Jeremias anuncia uma Nova Aliança. CS NT. Jesus nos convoca a ser seu Povo para estabelecer o Reino na Terra. CS

1. Sozinhos não podemos. 2. A Igreja de Jesus. 3. Mas o que é a Igreja? CL

Um exemplo a seguir São Francisco Xavier CL Agora você Para caminhar juntos. O respeito aos outros na vida diária.

AT. Israel celebrava a presença de Javé no meio da comunidade. CS CI NT. Os discípulos de Emaús descobrem Jesus na escuta da Palavra e na Eucaristia.

1. Um encontro de Deus com os homens. 2. Os Sacramentos da Igreja. 3. Os sete Sacramentos. 4. Os Sacramentos de iniciação. CL

AT. O Deuteronômio nos lembra que devemos guardar no coração os preceitos de Deus, proclamá-los e pô-los em prática. CS NT. Jesus conta a parábola do Bom Samaritano

1. Criados para o bem. 2. A revolução do amor. 3. O primeiro mandamento. 4. O segundo mandamento. 5. O terceiro mandamento. CL

AT. Israel canta um hino de louvor à grandeza e misericórdia de Deus. CS NT.

1. A vida dos primeiros cristãos. 2. Os traços essenciais da Igreja. 3. A expansão da Igreja. CD CS CC

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AT. Isaias profetizará o sofrimento do Messias. CA NT. Lucas e João nos contam a paixão, morte e ressurreição de Jesus.

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CD

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Um exemplo a seguir Cardeal Nguyen van Thuan Agora você Por que tenho que ir à missa aos domingos? Um exemplo a seguir Santa Teresa de Calcutá Agora você Um amigo é um tesouro.

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Um exemplo a seguir São Paulo CD Agora você Os santos: amigos de Deus e nossos amigos.

COMPETÊNCIAS CL CM CI CA

Linguística e comunicativa Conhecimento e interação com o mundo físico Autonomia e iniciativa pessoal Aprender a aprender

CS CD CC CT

Social e cidadã Processamento das informações e competência digital Cultural e artística Transcendente

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Vamos descobrir

Vamos ser capazes de

Que o ser humano sempre procurou um sentido último para a sua existência. Que o desenvolvimento da própria identidade é possível quando abrimos o coração a Deus e aos outros.

Valorizar criticamente a riqueza espiritual de diferentes tradições e culturas. Incorporar valores de outras culturas que nos movam a perceber a realidade como um dom e um presente.

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Que este desejo de se vincular a Deus se manifestou em todas as culturas, desde as origens da humanidade.

Fazer perguntas fundamentais sobre nossa própria existência para orientar nossa busca de sentido.

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Nosso coração está inquieto

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Partimos da realidade

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Momo sabia ouvir de tal maneira que as pessoas burras, de repente, tinham ideias muito inteligentes. […] Olhava para o outro com seus grandes olhos negros e o outro em questão imediatamente percebia de que forma lhe vinham pensamentos que ele nunca teria acreditado que estavam nele. Ela sabia ouvir de tal maneira que as pessoas perplexas ou indecisas sabiam muito bem, de repente, o que queriam. Ou os tímidos, de repente, se sentiam muito livres e corajosos. Ou os infelizes e oprimidos tornavam-se confiantes e alegres.

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E se alguém acreditasse que sua vida estava totalmente perdida e que era insignificante e que ele mesmo era apenas um entre milhões, e que nada importava e que poderia ser substituído com a mesma facilidade do que um pote quebrado, ia e contava tudo isso à pequena Momo, e ficava claro misteriosamente enquanto falava, que, tal como ele era, havia apenas um entre todos os homens e que, por isso, ele era importante à sua maneira, para o mundo.

Michael Ende, Momo

OBSERVE

Cada uma das pessoas que visita Momo tem necessidades diferentes. Descreva-as.

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No entanto, todas elas têm um mesmo desejo. Como você o descreveria?

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Repare no último parágrafo do texto. Procure frases e imagens que expressem a frustração pela inutilidade da própria vida.

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Que mensagem Momo transmitia àqueles que se sentiam assim?

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Momo sabia escutar: levava a sério cada pessoa. Que efeito esta atitude produzia?

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O templo maia de Kukulkán foi construído no século XII, na cidade pré-hispânica de Chichén Itzá, localizada na península de Yucatán.

AVALIE 6

Há muitas maneiras de “escutar”. Por que você acha que a atitude de escuta de Momo transforma as pessoas?

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Por quais pessoas você se sente escutado dessa forma? E você. A quem você escuta como se fosse a única pessoa do mundo?

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Todos nos sentimos únicos e insubstituíveis. E é verdade que somos assim. Mas, você sabe qual a razão disso?

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No entanto, algumas pessoas não sabem por que existem. Você acha que a vida de cada pessoa tem sentido, mesmo que não tenha descoberto ainda?

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Alguma vez você se perguntou quem é e para que existe? Por que você é único e insubstituível?

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À LUZ DA PALAVRA

No Antigo Testamento

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Sab 13, 2-6

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O Livro da Sabedoria convida a contemplar essas realidades com os olhos da fé. Deus está sempre no horizonte, tudo procede dele e vai para ele. Foi Javé que realizou a Criação e guia os acontecimentos da história, preparando a vinda de Cristo, palavra de Deus feita carne.

Tomaram o fogo, ou o vento, ou o ar agitável, ou a esfera estrelada, ou a água impetuosa, ou os astros dos céus, por deuses, regentes do mundo. Se tomaram essas coisas por deuses, encantados pela sua beleza, saibam, então, quanto seu Senhor prevalece sobre elas, porque é o criador da beleza que fez estas coisas. Se o que os impressionou é a sua força e o seu poder, que eles compreendam, por meio delas, que seu criador é mais forte; pois é a partir da grandeza e da beleza das criaturas que, por analogia, se conhece o seu autor. Contudo, estes só incorrem numa ligeira censura, porque, talvez, eles caíram no erro procurando Deus e querendo encontrá-lo.

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Ao longo de sua história, Israel entrou em contato com muitos povos —egípcios, assírios, babilônios, medos, persas, hititas, gregos e romanos— que divinizavam as forças da natureza e as estrelas, e as cultuavam.

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Visualize o texto e deixe-o ganhar vida

Descubra a riqueza escondida no texto

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Os primeiros seres humanos personificaram e divinizaram elementos da natureza. Quais são os mencionados nesta passagem bíblica? Em que condições viviam aqueles primeiros homens? Sua vida não consistiria em uma luta pela sobrevivência? Por que, então, ocupariam parte de seu tempo na busca de um sentido transcendente para sua vida? Use sua imaginação e coloque-se no lugar daqueles homens. Dedique uns momentos a admirar a grandeza e a beleza da natureza. Você entende por que aqueles homens se deixaram seduzir pela formosura de tudo o que foi criado?

O que a realidade proclama O texto bíblico nos lembra que a origem da realidade não pode se encontrar nela mesma – o fogo, o vento etc. –, mas mais além do mundo. Como sugere que é o autor de tudo o que foi criado?

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Procurando Deus a. As condições materiais da existência são importantes para dar dignidade à vida. Ora, é o mesmo “viver bem” que “dar certo na vida”? Você acha que Deus dá sentido à nossa vida? Por quê? b. Reflita sobre a última frase da passagem bíblica e faça um breve comentário pessoal.


1 No Novo Testamento São Paulo chega a Atenas, a capital da Grécia, o centro do helenismo pagão, com o propósito de pregar o Evangelho de Cristo. O conselho supremo da cidade o convida a ir à colina do Areópago, onde celebrava suas sessões, para discutir com ele. Contra o que se espera, o apóstolo não vem para discutir ideias, mas para testemunhar seu encontro com um Deus que se tornou homem, morreu e ressuscitou. "Paulo não diz aos atenienses: 'Esta é a enciclopédia da verdade. Estudem isso e terão a verdade, a verdade!". Não! A verdade não entra em uma enciclopédia. A verdade é um encontro; é um encontro com a Verdade Suprema: Jesus, a grande Verdade” (Francisco, 8 de maio de 2013).

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Paulo, em pé no meio do Areópago, disse: Homens de Atenas, em tudo vos vejo muitíssimo religiosos. Percorrendo a cidade e considerando os monumentos do vosso culto, encontrei também um altar com esta inscrição: A um Deus desconhecido. O que adorais sem o conhecer, eu vos anuncio! O Deus, que fez o mundo e tudo o que nele há, é o Senhor do céu e da terra, e não habita em templos feitos por mãos humanas. Nem é servido por mãos de homens, como se necessitasse de alguma coisa, porque é ele quem dá a todos a vida, a respiração e todas as coisas. Ele fez nascer de um só homem todo o gênero humano, para que habitasse sobre toda a face da terra. Fixou aos povos os tempos e os limites da sua habitação. Tudo isso para que procurem a Deus e se esforcem por encontrá-lo como que às apalpadelas, pois na verdade ele não está longe de cada um de nós. Porque é nele que temos a vida, o movimento e o ser, como até alguns dos vossos poetas disseram: Nós somos também de sua raça...Se, pois, somos da raça de Deus, não devemos pensar que a divindade é semelhante ao ouro, à prata ou à pedra lavrada por arte e gênio dos homens. Deus, porém, não levando em conta os tempos da ignorância, convida agora a todos os homens de todos os lugares a se arrependerem. Porquanto fixou o dia em que há de julgar o mundo com justiça, pelo ministério de um homem que para isso destinou. Para todos deu como garantia disso o fato de tê-lo ressuscitado dentre os mortos.

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At 17, 22-31

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Visualize o texto e deixe-o ganhar vida

Descubra a riqueza escondida no texto

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São Paulo era judeu e conhecia bem a Bíblia. Estudou em uma das escolas mais prestigiadas de Jerusalém. Mas, além disso, conhecia a cultura e os costumes gregos e romanos. Portanto, levou em conta quem eram seus ouvintes e como devia transmitir a Palavra de Deus para eles. O que São Paulo nos ensina sobre a necessidade de nos formarmos bem? E quanto à exigência de saber como transmitir corretamente o Evangelho?

O discurso de Paulo e o livro da Sabedoria a. Resuma numa frase a mensagem em que o texto do Antigo e do Novo Testamento coincidem. b. Que novidade apresentam as palavras de São Paulo? c. A que Paulo se refere quando afirma que já passaram “os tempos da ignorância” e que é necessário converter-se? É suficiente ser “religiosos”?

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Reflita sobre as palavras do Papa O que significa: “A verdade não entra em uma enciclopédia. A verdade é um encontro.”?

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AS RAZÕES DA FÉ

1. Todo um desafio pela frente 1.1. Sou o protagonista da minha vida

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Você acaba de iniciar um novo ano. Já percebeu que está crescendo. Sua infância parece algo do passado e você não gosta de ser tratado como se ainda fosse o menino ou menina que você deixou de ser. Você está em um momento privilegiado: começou a ser o protagonista de sua vida. Já pode experimentar o poder de sua liberdade para crescer e para melhorar o mundo. Provavelmente, você ainda não sabe o que fará de sua vida, não é verdade? Não se apresse, você tem tempo. Mas sabemos que você não ficará esperando para ver o que a vida vai lhe trazer, mas vai passar para a ação. Você deseja encontrar sua própria originalidade e fugir da mediocridade.

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Um poeta grego da Antiguidade aconselhava os participantes dos Jogos Olímpicos: "Torne-se quem você é". Agora diríamos: desenvolva todo o seu potencial. Para o ser humano não basta alcançar o sucesso em determinada tarefa. A tarefa crucial é chegar a ser plenamente o que se é.

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Agora você está em um momento de especial crescimento, não apenas em sua dimensão biológica, mas também na psicológica, afetiva, social... e na espiritual. Crescer de forma harmoniosa e saudável requer não descuidar nenhum aspecto de nossa personalidade.

1.2. Eu quero uma vida que valha a pena

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A consciência de nossas próprias limitações nos leva a procurar respostas. “Que é o homem, para pensardes nele? O que são os filhos de Adão, para que vos ocupeis com eles? Entretanto, vós o fizestes quase igual aos anjos, de glória e honra o coroastes” (Sal 8, 5-6).

Certamente você já experimentou que nem a satisfação de caprichos nem a posse de muitos bens apontam o caminho para a felicidade. Além disso, você descobriu o valor insubstituível da amizade, a alegria de tornar realidade um projeto difícil, a alegria de lutar para reparar uma injustiça etc. Sem dúvida, você quer viver uma vida que valha a pena, que tenha uma razão e um propósito que a tornem valiosa. Sem um horizonte, sem uma razão de ser, é muito difícil se levantar cada manhã, estudar ou comportar-se bem. O conhecimento científico e os avanços técnicos nos permitem colocar um satélite em órbita ou curar um câncer, e isso é maravilhoso. Mas eles não são suficientes para satisfazer esse desejo de plenitude: o ser humano sempre se faz mais perguntas, quer ir além, em busca de algo que dê um sentido profundo à sua vida.

1.3. Quero que minha vida seja uma aventura Isto é especialmente verdade na hora das grandes decisões, ou quando temos que enfrentar a dor, ou quando descobrimos nossas limitações. Essa consciência de nossa própria limitação nos leva a buscar certezas sobre nós mesmos e sobre a realidade que nos rodeia. Talvez você ainda não se tenha feito claramente perguntas do tipo: para que estou no mundo? Qual é o sentido da minha vida? O que deve guiar o meu comportamento? Mais cedo ou mais tarde você o fará, como todo o mundo. Mas certamente você já se surpreendeu contemplando a imensidão de um céu estrelado e isso fez você refletir sobre sua pequenez.

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1 Precisamente na experiência desta pequenez surgem as primeiras respostas: “Posso ser muito mais do que sou." Então, se o ser humano não se fechar sobre si mesmo, poderá descobrir quem ele é chamado a ser. Desta forma, pode entrar em um diálogo consigo mesmo e com os outros, estabelecer metas e agir livremente.

A vida cresce quando a damos, e se enfraquece no isolamento e na comodidade. De fato, os que mais desfrutam da vida são os que deixam a segurança da margem e se apaixonam pela missão de comunicar vida aos demais.(...) Aqui descobrimos outra profunda lei da realidade: que a vida se alcança e amadurece à medida que é entregue para dar vida aos outros” (Aparecida, n. 360).

ideias-chave

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A resposta definitiva para essa incrível capacidade humana de "sair de si" é o amor. E precisamente a busca do Amor, com letra maiúscula, é o que fundamenta a dimensão religiosa do ser humano. Por isso, o sentido da vida, o que a torna valiosa, inclui em primeiro lugar a conexão com Deus. Nele, que nos criou como somos, podemos encontrar a melhor versão de nós mesmos. Atingir este objetivo não é uma tarefa fácil nem instantânea: é uma aventura que dura uma vida inteira. Mas o esforço vale a pena.

Como alcançar a vida

O desejo de Deus está inscrito no coração do homem e somente nele encontrará a felicidade que não cessa de procurar (cf. CIC, n. 27).

O homem é convidado ao diálogo com Deus desde o seu nascimento e vive plenamente quando abre livremente seu coração ao amor (cf. CIC, n. 27).

Esta busca exige o esforço da inteligência, a retidão do coração e o testemunho de outros que nos mostrem o caminho (cf. CIC, n. 30).

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Atuem como filósofos. Vocês acabam de ler algumas das perguntas essenciais que toda pessoa faz a si mesma. Pensem quais delas são mais importantes para um jovem da sua idade e em suas circunstâncias e redija-as do seu jeito. Em seguida, comparem as perguntas entre os grupos. Agora não se trata de dar respostas, mas de fazer perguntas. CI

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CI CT Reflita sobre as seguintes afirmações e escreva o que elas lhe sugerem.

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Escreva uma pequena autobiografia.

a. Em primeiro lugar, descreva aqueles fatos, lugares e pessoas que tiveram importância na sua vida. Depois, reflita sobre as razões pelas quais elas ficaram gravadas no seu coração. Descubra os vínculos que uniram vocês a esses lugares e pessoas, e você começará a descobrir quem é. b. A seguir, pense no que você quer chegar a ser e aponte seus sonhos de futuro: o que você gostaria de fazer, como gostaria de ser, o que gostaria de mudar em você e no que está à sua volta.

a. “Se você quer conhecer uma pessoa não lhe pergunte o que pensa, mas o que ama”(S. Agostinho) b. “Quem ama a sua vida, perdê-la-á” (Jo 12,25). c. “Senhor Deus meu, tu és interior à minha mais profunda interioridade” (S. Agostinho). d. “O homem é o único ser que pode negar-se a ser o que é” (A.Camus).

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AS RAZÕES DA FÉ

2. A busca de sentido na história

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A busca de sentido orienta e valoriza nossas vidas e nossos esforços diários. De fato, em todos os tempos e em todas as culturas, o ser humano intuiu que sua existência não é caótica ou absurda, mas tem um sentido profundo. Você verá que, com maior ou menor sucesso, os primeiros homens e povos que habitaram a Terra procuraram encontrar respostas para seu desejo de transcendência.

2.1. A pré-história

Obviamente, é impossível conhecer exatamente o que eles pensavam ou sentiam, mas os restos arqueológicos de todos os continentes mostram evidências da crença em algum tipo de vida após a morte, e na influência de uma realidade superior na própria vida e na da comunidade. No Neolítico, quando o homem se tornou sedentário, e a agricultura e a pecuária tiveram seu início, essa crença foi orientada de diferentes formas para o culto à Mãe Terra, sustentadora da vida.

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Stonehenge (Wiltshire, Inglaterra) é um complexo megalítico do final do Neolítico. Restos humanos e animais encontrados aqui sugerem que era utilizado como um templo religiosos e cemitério.

O caráter mágico ou simbólico da arte rupestre, enterros rituais, os restos de cerimônias etc., tanto no Paleolítico como no Neolítico, indicam claramente a relação do homem pré-histórico com o sagrado. Ou seja, o ser humano procurava vincular-se a uma realidade transcendente que desse sentido à sua existência.

2.2. As primeiras civilizações

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Em torno do século XX a. C., nos vales férteis do Egito e da Mesopotâmia, nos atuais territórios do Iraque e da Síria, surgiram a escrita e as primeiras civilizações , cujas religiões foram politeístas*. Os povos que habitavam essas regiões misturavam religião com a prática da magia*, tentando controlar os poderes dos deuses através de rituais e amuletos. A religião da Mesopotâmia é provavelmente a mais antiga do mundo. Apesar de evoluir ao longo dos séculos, sempre foi uma religião celeste, ou seja, baseada na contemplação do universo. As divindades, representadas na forma humana, eram identificadas com os astros. E os eventos astronômicos se relacionavam com os acontecimentos da vida cotidiana: plantio, colheita, guerra...

Enûma Elish

Detalhe de um baixo-relevo do palácio das 100 colunas de Persépolis, capital do Império persa. Século VI a.C.

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Nas ruínas da biblioteca do rei assírio Asurbanipal, foram encontradas algumas tabuinhas, datadas em torno de 1200 a.C., que recolhem um relato babilônico sobre a origem do mundo. Enûma Elish são, em acadiano, suas primeiras palavras: “Quando, nas alturas, o céu não tinha recebido nome e, abaixo, a terra firme não recebera nome; nada, exceto o caos primordial, […] ainda havia se formado. Nenhum dos deuses tinha sido trazido ao ser, ninguém tinha um nome, seus destinos eram incertos; foi quando os deuses se formaram em seu seio”.


1 Os homens tinham o dever de satisfazer as necessidades dos deuses, diante dos quais sentiam um temor servil. Essa visão religiosa teve grande influência nas culturas posteriores do Oriente Médio.

2.3. O antigo Egito A civilização egípcia nasceu às margens do rio Nilo e durou mais de três mil anos. A religião foi um dos fatores básicos de sua identidade.

A mumificação do cadáver, os túmulos, os ritos funerários etc. demonstram a força da crença na vida após a morte. Seus textos também nos permitem conhecê-la melhor. No julgamento de Osíris, momento em que se decidia o destino da alma do defunto, o coração, simbolizando o espírito e as obras da pessoa, era colocado em uma balança para determinar o que aconteceria com ele. Alcançar a benevolência dos deuses e um destino favorável após a morte eram os fins que guiavam os ritos religiosos do antigo Egito .

vocabulário

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ideias-chave

Ao longo de toda a história, os homens expressaram sua busca por Deus através das suas crenças e seus comportamentos religiosos (cf. CIC, n. 28).

Apesar das ambiguidades que podem acarretar, essas formas de expressão são tão universais que o homem pode ser chamado de ser religioso (cf. CIC n. 28).

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No texto se fala de duas crenças que, segundo indícios, o homem pré-histórico possuía. Dessas abaixo, quais são elas?

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a. Existência de uma vida após a morte. b. Um só Deus, criador do universo. c. Deus é bom e misericordioso. d. Influência de uma realidade superior na própria vida e na vida da comunidade.

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O Livro dos Mortos é uma compilação de textos funerários escritos em papiros que foram depositados ao lado das múmias. Destinavam-se a facilitar o trânsito do falecido para a vida após a morte. O Papiro de Ani é uma de suas versões mais conhecidas e preservadas. Especialistas estimam que foi escrito cerca de 1300 a.C. Todos os seus capítulos, ricamente ilustrados, explicam passos a serem seguidos pelo falecido para alcançar a vida eterna.

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A vida dependia da fertilidade das terras que irrigavam o Nilo, dos fenômenos atmosféricos e da luz vivificante do sol. Por isso, os egípcios personificaram seus deuses em forças da natureza, e os representaram através de figuras humanas com cabeças de animais.

O Papiro de Ani

CT Reflita sobre estas duas crenças e responda a estas perguntas.

a. Somente ocorreu nos seres humanos da Pré-história? b. Continua assim na atualidade? c. Resumidamente, que resposta o cristianismo dá a estas duas intuições dos primeiros homens?

Religião politeísta: aquela que se baseia na crença em muitos deuses diferentes. Magia: conjunto de ritos e cerimônias através dos quais o homem pretende dominar as forças da divindade e os fenômenos da natureza para seu benefício.

Assinale as duas opções corretas. A religião da Mesopotâmia e a do antigo Egito são parecidas porque as duas... a. veneram muitos deuses. b. representam seus deuses com figura humana e cabeça de animal. c. identificam seus deuses com as forças da natureza. d. consideram a Mãe Terra como a divindade mais importante.

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CI CT Reflita e responda com suas palavras às seguintes questões.

a. Como era a relação do homem com a divindade nestas primeiras culturas? b. Como é esta relação segundo a religião cristã? c. Extraia um ensinamento pessoal do que você estudou neste ponto.

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AS RAZÕES DA FÉ 2.4. A cultura greco-romana Na Grécia antiga, a religião tinha um caráter oficial e público. Era politeísta e sem uma doutrina unificada: cada cidade tinha seus próprios deuses, aos quais eram atribuídos poderes diferentes.

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Os relatos da mitologia* grega contam as aventuras de deuses e heróis para explicar os fenômenos da natureza e ensinar sobre situações da vida como o amor, a morte, o bem, o mal etc. Transmitida pela primeira vez por tradição oral, foi posta por escrito por grandes poetas como Hesíodo (século VIII a.C.). Os gregos sentiam-se sujeitos aos caprichos de suas divindades, imortais, mas com características humanas, e lhes ofereciam orações, oferendas e sacrifícios*, para aplacar sua raiva e buscar sua proteção. Na Grécia clássica também surgiu a filosofia. Sócrates, Platão, Aristóteles e muitos outros começaram a refletir apenas com a razão sobre as causas últimas do cosmos, o sentido da vida humana, a perfeição moral etc. Esses primeiros filósofos se aprofundaram nas grandes questões, reconhecendo a limitação da razão humana. Sua influência no Ocidente continua até hoje.

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No século I a.C., Roma absorveu a herança cultural grega, tanto da mitologia quanto da filosofia. Os romanos adotaram a maioria dos deuses gregos, mas mostraram, além disso, uma especial veneração pelos deuses domésticos, protetores da família e da casa. Em sua expansão territorial, Roma difundiu sua religião oficial, mas, ao mesmo tempo, respeitou e assimilou as crenças dos povos conquistados. No entanto, com a passagem do tempo, o politeísmo de Roma foi se enfraquecendo pela influência das religiões do Oriente Médio, e principalmente devido ao crescimento do cristianismo, que, por sua vez tinha suas raízes no judaísmo.

2.5. As religiões orientais

Na Índia e no Extremo Oriente desenvolveram-se várias tradições religiosas que, até hoje, compõem a personalidade de seus povos.

O hinduísmo é a religião viva mais antiga (4000 a.C). Ensina a viver em harmonia com o dharma, uma lei universal que aponta para a ordem e equilíbrio de todas as coisas. Só assim é possível libertar-se de sucessivas reencarnações* e dissolver-se de novo no brahman, o absoluto, uma espécie de "alma universal" da qual cada ser é uma manifestação individual. Tem uma grande variedade de ritos (peregrinações, purificações etc.) e deuses, entre os quais se destacam Brahma, Vishnu e Shiva. O budismo (século VI a.C.) quis purificar o hinduísmo do excesso de ritos e divindades. É baseado na moderação e meditação para alcançar a eliminação do desejo até chegar à paz definitiva do Nirvana.

Laocoonte e seus filhos, anônimo grego. Século 1 a.C. A presença de temas religiosos na arte é constante e muitas das histórias que nos transmitem têm sua origem nos antigos mitos gregos.


1 Na China, o confucionismo propõe uma boa conduta familiar e social para viver em harmonia com o cosmos e venera os antepassados. Para o taoísmo, tudo faz parte de uma unidade absoluta, o Tao, e é necessário viver em harmonia com a natureza para fazê-lo plenamente. São, na verdade, filosofias de vida.

ideias-chave

Mitologia: narrações, por meio de histórias de heróis ou de deuses, sobre a relação da divindade com os homens. Sacrifício: oferenda a uma divindade como homenagem, adoração ou reparação pelas culpas. Reencarnação: doutrina que afirma que as almas ou espíritos das pessoas voltam a tomar forma corpórea depois de sua morte.

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O xintoísmo, a religião tradicional do Japão, não tem uma doutrina desenvolvida, mas venera os kami, divindades ou seres espirituais presentes na natureza. Promove valores práticos para viver em harmonia com eles e assim ter a sua proteção.

vocabulário

Deus pode ser conhecido com certeza por suas obras, graças à luz natural da razão humana. No entanto, esta é limitada e não pode esgotar seu mistério (cf. CIC, nn. 46 e 48).

O homem experimenta muitas dificuldades para conhecer a Deus somente com a razão. Por isso, Deus quis iluminá-lo com a sua Revelação. (cf. CIC, nn. 3 e 36).

od

A passagem para a outra vida no hinduísmo

M

A cremação é um rito de purificação pelo que um cadáver é reduzido a cinzas. O jornalista francês D. Lapierre narrou no livro A Cidade da Alegria sua experiência na Índia: "A cremação durou várias horas. Quando não havia mais do que um monte de cinzas fumegantes, um dos encarregados as regou com água do rio Ganges e então nos entregou em um pote de barro cozido. Todos juntos descemos ao rio para derramar as cinzas na água, a fim de que fossem levadas para a eternidade dos oceanos".

8

Leia as afirmações a seguir e corrija as erradas. a. A religião dos gregos era politeísta. b. Os romanos veneravam deuses domésticos. c. Os gregos adotaram a maioria dos deuses romanos. d. No Budismo, o Tao é o estado de realização espiritual pós a eliminação de todo desejo e sofrimento. e. No taoísmo, dharma é o absoluto ou a alma universal. f. O xintoísmo é a religião tradicional do Japão e da Índia. g. Os kami são divindades ou seres espirituais que se encontram na natureza.

9

CC Encontre o nome de cinco deuses gregos e aquele que assumiram ao serem adotados pela religião romana. Indique a principal característica de cada um deles.

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12

CC Procure informações sobre as duas obras mais importantes de Homero, escreva seus títulos, o tema central de cada uma e o nome de seus protagonistas. CC Relacione os seguintes nomes próprios com uma das religiões orientais e pesquise em que século viveu cada um: Lao Tse, Buda, Confúcio.

CS CT Dividam-se em pequenos grupos, pesquisem e respondam as seguintes perguntas:

a. Qual vocês acham que é a principal diferença entre essas crenças e o cristianismo? b. Que aspectos dessas culturas distantes vocês acham que poderíamos aprender?

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DISCÍPULOS E MISSIONÁRIOS

Um exemplo a seguir Karyme Lozano Desde pequena ela adorava cantar, dançar e atuar. Sonhava em ser atriz, ser famosa. E conseguiu. Karyme Lozano triunfou como protagonista de novelas, séries de televisão e filmes no México, onde é muito conhecida.

el o

Quando estava no auge de sua carreira artística, seu pai morreu de câncer. Essa experiência a submergiu na dor e a fez repensar sua vida. Entendeu que o que considerava valioso até então, a fama, o reconhecimento, o dinheiro, endureciam seu coração e a deixavam insatisfeita. Em meio ao sofrimento, Karyme conhece o amor de Deus. Quanto mais contemplamos a fraqueza do homem (o orgulho, o egoísmo, a ganância, a própria morte), melhor compreendemos o erro do pecado e a misericórdia do Pai. O Espírito que atua na natureza também fala ao coração da pessoa e lhe revela que o que o mundo oferece não pode satisfazer seu desejo de felicidade: somente a graça de Cristo e a alegria da santidade saciam a sede de infinito do ser humano.

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Foi isso que Karyme experimentou: “Deus trabalhou na minha vida. Não fui eu. Quando você permite que Deus entre na sua vida e no seu coração, os milagres começam a acontecer dentro de você, na sua carreira, na sua família, em toda a sua vida”.

M

.

O encontro com Deus transformou a existência de Karyme. Agora ela sente a necessidade de ajudar, de melhorar, de ser um exemplo para os outros. Encontrou um tesouro maravilhoso que deseja compartilhar com os outros: o mistério da Redenção, da bondade de um Deus Pai que quer que seus filhos sejam felizes.

1

CT

Reflita sobre a experiência de Karyme.

a. Que objetivo Karyme queria alcançar? b. Apesar de ter alcançado sucesso profissional, a atriz sentiu-se frustrada. Por quê? c. Karyme não desistiu de sua carreira, mas agora tudo que ela faz, seja interpretando um personagem ou gravando um álbum, tem uma mensagem cristã. Em que será diferente em relação a seu trabalho anterior?

2

Avalie a atitude de Karyme e reflita. a. CT Reflita sobre a resposta de Karyme ao chamado de Deus: “Eu me despojei, preparei-me para entregar tudo a ele. Eu só pedi em troca sua orientação e seu amor”. b. CI Pense em sua experiência como cristão: Em que eventos específicos de sua vida você descobriu a mão de Deus? Comente essa atitude de entrega.

3

16

CT Organizemos um debate em torno desta citação: ”Nós pertencemos a Deus” (1 Jo 4,6): Qual é o seu significado? Que implicações tem? É esperançoso? Por quê? Acabamos de iniciar o ano; a escrita embelezada desta citação servirá de capa para o nosso caderno de Religião. Vamos procurar uma imagem para acompanhá-la e comentar a escolha com nossos colegas.


1 Agora você 21 dias Você precisa superar obstáculos, crescer como pessoa e fazer o bem. Sem isso, a vida não seria uma aventura. É preciso treinar: o atleta sabe que sem esforço não há vitória. Uma ação repetida por 21 dias se torna um hábito. Atreva-se a experimentar!

Como conseguir?

el o

Por onde começo?

• Estudo: assista e preste atenção em todas as aulas, faça sempre sua lição de casa, prepare-se com tempo para os exames, trace um cronograma de estudos e cumpra-o. • Tarefas domésticas: faça-as conscientemente (não para "cumprir"), e antes que lhe peçam, mantenha suas coisas em ordem, deixe cada coisa em seu lugar. • Higiene: lave as mãos ao chegar em casa e antes das refeições, escove os dentes depois de comer, tome banho todos os dias. • Exercício: caminhe, corra, pedale, dance, brinque, nade…, mas não fique parado. Durma oito horas por dia: você precisa disso.

2. Peça ajuda a Deus e aos outros. A melhoria não é apenas uma questão de vontade. Ter a humildade de pedir ajuda já é uma grande vitória. Procure a pessoa que você acha que pode ajudá-lo mais para o objetivo que você se propôs a alcançar. Muitas vezes o diálogo com ela será suficiente.

3. Acompanhe seu progresso. Anote o resultado do seu esforço todos os dias: sim ou não.

od

• Comida: não reclame se não gostar de algo, termine o prato, coma tudo (frutas, verduras...), não apenas o que você gosta, não se deixe dominar pelos caprichos.

1. Defina um objetivo realista e dê a si mesmo um bom motivo. Detalhe o máximo possível o que você se propõe e anote. Pense em como essa melhoria beneficiará os outros: estudar, ser pontual etc. são meios para ser uma pessoa melhor e melhorar o mundo. Se você colocar amor, será mais fácil você alcançar seu objetivo.

4. Avalie-se aos 21 dias. Qualquer avanço, grande ou pequeno, é uma vitória. Se você conseguiu, parabéns! e vá para outro objetivo. Se não, continue lutando. Anime-se, você vai conseguir!

M

• Pontualidade: chegue com alguns minutos de antecedência aos seus compromissos, para não deixar os outros esperando.

1

CI CA Compre um pequeno caderno ou agenda onde você possa anotar suas reflexões e resoluções. Vamos usá-lo nesta seção ao longo do ano. É só para você, personalize como quiser. Para começar, escreva em seu caderno:

a. Seu horário: de segunda a sexta, bem definido; o fim de semana, aproximadamente. b. Escolha uma das metas que foram propostas nesta página. Concretize-a em sua agenda, tanto quanto possível. Tenha em mente os quatro pontos de "Como alcançá-lo" e comece!

2

CD CA Dividam-se em grupos de três pessoas. Escolham um dos pontos “Por onde eu começo?”, pensem em um lema no estilo publicitário e criem um anúncio da forma que vocês quiserem: música, pôster, vídeo, dramatização etc.


SÍNTESE

conhecer-se a si mesmo

o amor supremo e os outros seres humanos

para

para

alcançar a própria realização

el o

que precisa se encontrar com coração do homem

está inscrito no

DESEJO DE TRANSCENDÊNCIA

manifesta-se desde a

culto à Mãe Terra

a origem da história humana

od

Pré-história

Primeiras civilizações

Egito

M

Mesopotâmia

• Religião celeste • Prática da magia

• Personificação dos deuses • Crença no mais além

Antiguidade clássica

Grécia

• Mitologia • Filosofia: reflexão sobre o sentido da vida

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Roma

• Herança cultural grega • Culto público

Oriente

• Hinduísmo: dharma e reencarnação • Budismo: Nirvana • Taoismo: Tao • Xintoísmo: kami


ATIVIDADES DE AVALIAÇÃO

1

Escreva um bio-poema sobre você. Você somente terá que completar estes versos. Depois, se quiser, você pode compartilhá-lo. CI

CL

2

CA

Reflita sobre a atividade anterior.

a. O que você aprendeu com essa atividade? b. Que capacidades você acha que desenvolveu?

a. O dharma é a [...] universal que aponta a ordem e [...] de todas as coisas. b. O brahman é a [...] universal, o absoluto, em que nos voltamos a fundir depois das sucessivas [...]. c. Os deuses mais importantes do hinduísmo são [...], Visnú e [...]. d. O budismo quis purificar o hinduísmo do excesso de [...] e [...].

CC CA Escolha um dos seguintes personagens: Sócrates, Sidharta Gautama (Buda), Confúcio ou Lao Tse. Procure informação e elabore uma pequena ficha sobre ele, como se fosse um documento de identidade: nome, lugar de origem, época em que viveu, título que defina sua colaboração à humanidade, uma frase dita por ele que lhe pareça representativa de sua forma de pensar e uma imagem.

7

Nos países de tradição cristã existem muitas expressões na linguagem popular que fazem referência a Deus, tais como “graças a Deus”, “Deus me perdoe” ou “Se Deus quiser”. Este tipo de locuções, que manifestam uma forma religiosa de pensar e de ver o mundo, são também muito frequentes em outras culturas. Falam de um Deus bom e próximo a nós. Elabore uma lista o mais longa possível de expressões deste tipo. Depois, junto com o grupo todos podem compartilhar sua lista.

od

3

Complete as seguintes frases sobre as religiões orientais.

el o

1º verso: [Nome] / 2º verso: [quatro adjetivos que descrevam você] / 3º verso: Que ama... / 4º verso: Que sente... / 5º verso: Que tem medo de / 6º verso: Que gostaria de chegar a ser... / 7º verso: Que gostaria de mudar.../ 8º verso: [sobrenome ou apelido].

6

4

Ordene o seguinte texto do Youcat (n. 3).

natural buscar a Deus. / e o reclama absolutamente./uma busca daquilo que o sustenta absolutamente, / Todo o seu desejo de encontrar a verdade e a felicidade é, enfim, / o satisfaz absolutamente / Para o ser humano é Relacione cada uma destas culturas ou religiões com a característica que lhe corresponde.

M

5

a. Mesopotâmia. b. Egito. c. Grécia. d. Roma. e. Hinduísmo. f. Budismo. g. Xintoísmo. 1. Venerava os deuses do lar e da família. 2. Venera os kami, presentes na natureza. 3. Baseou sua religião na observação dos astros. 4. Procura na meditação a eliminação do desejo. 5. Desenvolveu muito a crença na via após a morte. 6. Seus deuses tinham paixões humanas, mas eram imortais. 7. Acredita nas sucessivas reencarnações da alma.

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Vamos descobrir

Vamos ser capazes de

Que ensinamentos sobre a Criação do mundo estão contidos nos relatos bíblicos. As consequências que eles têm para uma visão cristã do mundo e do ser humano.

Perceber nossa vida e nosso ambiente como um dom e, ao mesmo tempo, como um chamado.

Desenvolver a consciência do vínculo que nos une a todas as criaturas.

M

od

el

Por que eles são totalmente compatíveis com a explicação científica do mundo.

Interpretar o significado de alguns textos bíblicos.

o

2

Deus tem um plano


Partimos da realidade

CM

CS

CT

Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo…

el

o

Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos. Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante. Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável por tua rosa...

A. de Saint-Exupéry, O pequeno príncipe

OBSERVE

O que é a raposa para o pequeno príncipe no momento do seu encontro? E que o pequeno príncipe é para a raposa?

2

De que forma a raposa será única para o pequeno príncipe? E o pequeno príncipe para a raposa?

M

od

1

3

Que segredo a raposa revela ao pequeno príncipe?

4

Segundo a raposa, qual a verdade de que os homens se esqueceram?

5

Por que a raposa diz que o pequeno príncipe é responsável por sua rosa?

AVALIE 6 No texto, o que significa o verbo cativar? 7

Você concorda com a raposa quando ela diz que o essencial “é invisível aos olhos”? Justifique a sua resposta.

8

Por que, segundo a raposa, “perder o tempo” com a rosa é importante?

9

Como você aplicaria estas palavras à sua relação com as pessoas? E com o restante das coisas criadas?

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É possível se preocupar com o bem dos outros e se desentender do cuidado da natureza? Por quê?

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À LUZ DA PALAVRA

No Antigo Testamento

o

A leitura desta passagem produz uma emoção especial porque ilumina o sentido da vida humana: ensina-nos a compreender a relação do ser humano com Deus —seu Criador—, com o próximo e com todas as outras criaturas.

No princípio, Deus criou os céus e a terra. A terra estava informe e vazia [...]. Deus disse: "Faça-se a luz!" E a luz foi feita. Deus viu que a luz era boa [...]. Deus fez o firmamento e separou as águas que estavam debaixo do firmamento daquelas que estavam por cima. [...]Deus chamou ao elemento árido TERRA, e ao ajuntamento das águas MAR. E Deus viu que isso era bom. Deus disse: "Produza a terra plantas, ervas que contenham semente e árvores frutíferas que deem fruto segundo a sua espécie” [...] E Deus viu que isso era bom. Deus fez os dois grandes luzeiros: [...] e fez também as estrelas. Deus colocou-os no firmamento dos céus para [...]presidissem o dia e a noite.[...]. E Deus viu que isso era bom.[...] Deus disse: "Pululem as águas de uma multidão de seres vivos, e voem aves sobre a terra, debaixo do firmamento dos céus”. [...] E Deus viu que isso era bom. [...]Deus disse: "Produza a terra seres vivos segundo a sua espécie: animais domésticos, répteis e animais selvagens, segundo a sua espécie."[...] Então Deus disse: "Façamos o ser humano à nossa imagem e semelhança. Que ele reine sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos e sobre toda a terra, e sobre todos os répteis que se arrastem sobre a terra”[...]. Deus os abençoou: "Frutificai, disse ele, e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a. [...]E assim se fez. Deus contemplou toda a sua obra, e viu que tudo era muito bom.

el

O relato do Gênesis fala-nos da origem divina do universo: da Palavra de Deus nasce um mundo ordenado, onde cada criatura tem seu lugar e onde o ser humano, feito à semelhança de Deus, ocupa um lugar especial em um universo bom por natureza.

M

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Gên 1, 1-31

CL

CM

CT

Visualize o texto e deixe-o ganhar vida

Descubra a riqueza escondida no texto

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3

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Observe as obras da Criação: o céu, a terra, a luz, as águas, a grama, as estrelas, os seres vivos e o ser humano. Elas surgem ao mesmo tempo ou aparecem sucessivamente? Elas poderiam ser divididas em dois grupos: espaços e seres. Quais são criadas primeiro? Quais depois? Quem aparece por último? Fechemos os olhos e imaginemos toda a sequência com o máximo de detalhes possível. O texto tem um ritmo muito marcado que ajuda a fixá-lo na memória. Que sequências são repetidas? O texto foi pensado para ser proclamado; quem proclama compromete-se com o que diz e o celebra em comunidade. Revezemo-nos pronunciando as palavras da Criação.

A palavra de Deus nos chama à vida a. Deus dá um nome a cada um dos seres. O que isso pode significar? b. Quem foi que escolheu o seu nome?

4

O homem em busca de significado A revelação de Deus sobre a Criação é muito importante. Nela, ele nos responde a duas perguntas que o ser humano sempre se fez: "Qual é a nossa origem?" "Qual é o nosso fim?" a. Explique com suas próprias palavras por que é tão importante saber as respostas. b. Que diferença fundamental existe entre o chamado do ser humano à existência e o de outros seres?


2 No Novo Testamento Jesus nos ensina claramente o que já estava implícito no Antigo Testamento: Deus é um Pai misericordioso. Ele cuida de suas criaturas e principalmente do ser humano. “Se quisermos, de verdade, construir uma ecologia que nos permita reparar tudo o que temos destruído, então nenhum ramo das ciências e nenhuma forma de sabedoria pode ser negligenciada, nem sequer a sabedoria religiosa com a sua linguagem própria. [...] As convicções da fé oferecem aos cristãos motivações altas para cuidar da natureza e dos irmãos e irmãs mais frágeis”. (Francisco, Laudato si, nn. 63-64)

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Olhai as aves do céu: não semeiam nem ceifam, nem recolhem nos celeiros e vosso Pai celeste as alimenta. Não valeis vós muito mais que elas? Qual de vós, por mais que se esforce, pode acrescentar um só côvado à duração de sua vida? E por que vos inquietais com as vestes? Considerai como crescem os lírios do campo; não trabalham nem fiam. Entretanto, eu vos digo que o próprio Salomão no auge de sua glória não se vestiu como um deles. Se Deus veste assim a erva dos campos, que hoje cresce e amanhã será lançada ao fogo, quanto mais a vós, homens de pouca fé?[...]Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça e todas estas coisas vos serão dadas em acréscimo.

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Mt 6, 26-30.33

CL

CM

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Visualize o texto e deixe-o ganhar vida

Descubra a riqueza escondida no texto

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Jesus nos convida sobretudo a olhar: olhar os pássaros, olhar os lírios... Olhamos, com profunda atenção, a natureza e nosso próximo? Só assim nos sentiremos unidos a eles e poderemos respeitá-los, cuidar deles... Viver abertos ao que existe ao nosso redor. Você «olha» para a natureza ou apenas a vê? Você olha para o seu próximo ou apenas o vê? Você descobre a presença de Deus em tudo? Na sua opinião, o que impede muitas pessoas de ter esse olhar aberto e generoso? Deus cuida de suas criaturas. Jesus no Evangelho dá dois exemplos: o alimento dos pássaros do céu e a vestimenta dos lírios do campo. O que se diz sobre eles? O que quer nos ensinar?

Deus nos conhece por nosso nome a. Tente responder às perguntas que Jesus nos faz: Por que o ser humano é mais importante que o resto das criaturas? Faz sentido nos desesperarmos diante das dificuldades? Você encontrará a resposta nas palavras de Jesus. b. Qual é a relação entre esta passagem do Evangelho e o relato da Criação de Gênesis?

4

Reflita sobre as palavras do Papa Por que os dois enfoques – da ciência e da fé – são necessários para a formação de uma adequada consciência ecológica?

23


AS RAZÕES DA FÉ

1. O que estou fazendo neste mundo? A vida das pessoas é cercada de inseguranças: algumas vezes, a natureza parece jogar contra nós; outras vezes, a ação livre de nossos semelhantes interfere em nossas vidas; e, finalmente, prejudicamos a nós mesmos ao usar mal a nossa liberdade.

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Os seres humanos precisam de certezas sobre si mesmos e sobre a realidade para poder orientar suas vidas. Assim, nos perguntamos sobre a origem e o sentido da existência e da realidade que nos cerca: Como é que eu existo? Qual é o sentido da minha vida? Tudo termina com a morte?

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Anteriormente vimos que as respostas dos primeiros homens a essas questões foram os mitos: narrativas que descreviam uma visão global do mundo e que os guiavam na complexidade da existência. Nelas narram-se eventos remotos, protagonizados por deuses e heróis, ou personificam-se em forças divinas os fenômenos naturais que hoje explicamos com a ciência .

2. O mistério da origem 2.1. Deus vem em nosso socorro

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Desde o princípio, o ser humano intuiu que a origem e o fim de sua vida e da natureza que o cerca se encontra em uma realidade que vai além do puramente material. A explicação científica sobre como o mundo funciona não é suficiente para dar sentido à realidade. Essa capacidade de descobrir Deus na realidade que nos cerca se deve ao que chamamos de Revelação natural: Deus “se faz visível” para nós por meio de suas obras. No entanto, essa busca de Deus como sentido último nem sempre teve o sucesso desejado e o ser humano caminhava como se não tivesse uma bússola. Mas Deus veio em seu auxílio: pela fé, nós, cristãos, sabemos que Deus se deu a conhecer por meio de obras e palavras. Esta manifestação de Deus aos homens é chamada de Revelação sobrenatural. Deus quer que sejamos capazes de conhecê-lo e amá-lo além do que poderíamos fazer com nossas próprias forças. É por isso que ele nos revelou verdades que não podemos conhecer ou que conhecemos com dificuldade. A verdade sobre a origem do mundo é tão importante para nossas vidas que Deus quis nos revelar tudo o que precisamos conhecer sobre ela. Deste modo, Deus deu uma resposta definitiva a perguntas essenciais que o ser humano se coloca: De onde viemos? Por que vivemos? Para onde vamos? Qual é o nosso fim?

“Jesus não só se detinha a contemplar a formosura da natureza, mas também convidava seus discípulos a reconhecer a mensagem escondida nas coisas (cf. Lc 12,24-27; Jo 4,35)””. (Aparecida, n. 470)


2 2.2. O que significa que Deus criou o mundo? Os três primeiros capítulos de Gênesis tratam especialmente da Criação. Ao lê-los, é bom lembrar que a história da Bíblia não foi escrita de um ponto de vista científico. O autor, inspirado por Deus, quer nos transmitir uma série de verdades religiosas. Usando uma linguagem simples e poética, as páginas iniciais da Bíblia apresentam uma resposta a essas perguntas. Vamos ver quais são.

Nossa Senhora, completados seus dias na Terra, foi levada à glória do céu e coroada como Rainha e Senhora de toda a Criação. «Maria Santíssima, Virgem pura e imaculada, é para nós uma escola de fé destinada a guiar-nos e a fortalecer-nos no caminho que conduz ao encontro com o Criador do céu e da terra» (Aparecida, discurso inaugural).

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o

A Sagrada Escritura começa assim: “No princípio, Deus criou os céus e a terra” (Gên 1,1). Deus se apresenta como Criador e Senhor de tudo o que existe. Somente ele, que tem poder infinito, poderia dar a existência a todas as criaturas. Deus criou tudo pelo seu próprio poder, do nada. Pode-se afirmar, portanto, que o mundo não surgiu por acaso nem é eterno: teve um começo, antes do qual nada existia.

Maria, Rainha e Senhora do universo

Além disso, quando terminou sua obra então “Deus contemplou toda a sua obra, e viu que tudo era muito bom” (Gên 1,31). Deus, Bondade suprema e Bem supremo, criou um mundo ordenado e bom. Portanto, quando olhamos ao nosso redor, vemos refletida no mundo a beleza de seu Criador.

ideias-chave

Deus, na sua bondade e sabedoria, revela-se a si mesmo e o seu plano de salvação (cf. Compêndio CIC, n. 6).

Deus cria livremente "do nada" um mundo ordenado e bom, que ele transcende infinitamente (cf. Compêndio CIC, n. 54).

O mundo foi criado para a glória de Deus, que quis manifestar e comunicar a sua bondade, verdade e beleza (cf. Compêndio CIC, n. 53).

M

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1

2

O primeiro parágrafo do ponto 1 refere-se a três possíveis fontes de fraqueza para o ser humano: a natureza, o outros e ele mesmo. Em grupos de três ou quatro, anotem alguns exemplos de cada caso. Justifiquem brevemente sua proposta.

3

a. O Gênesis pretende transmitir um ensinamento [...] não científico. b. Deus criou todas as coisas do [...]. c. A Criação não é fruto do [...], mas responde a um projeto divino. d. O mundo é algo [...], reflexo da beleza e bondade de Deus.

Indique quais das seguintes frases se referem à Revelação natural e quais à Revelação sobrenatural. Justifique brevemente sua resposta. a. Oferece um conhecimento muito mais completo e real. b. Oferece um conhecimento incompleto de Deus, mas real. c. Recolhe-se por escrito nos livros da Bíblia. d. Consiste na manifestação de Deus nas obras da Criação. e. Permite conhecer a Deus mais além do que seríamos capazes sem ela. f. Todas as pessoas podem alcançá-la somente com sua razão.

Complete estas frases com as seguintes palavras: acaso, religioso, bom, nada.

4

Em um minuto de silêncio, tente aplicar as perguntas do segundo parágrafo do ponto 1 à sua vida real e concreta. A seguir, no mesmo grupo de antes, façam-se perguntas existenciais, das quais a resposta não está na ciência. Depois apresentem-nas ao grupo, respeitando sempre a opinião dos outros. Não se trata de dar respostas, mas somente de levantar perguntas interessantes e profundas. CT

25


AS RAZÕES DA FÉ

3. A Criação, a fé e a razão Hagiógrafo: autor humano que, inspirado pelo Espírito Santo, escreveu qualquer um dos livros da Bíblia. É uma palavra grega composta de hagios ('santo', 'sagrado') e graphos ('escritor').

Os autores humanos da Bíblia se expressaram com os estilos literários que consideraram apropriados, típicos de sua cultura: poemas, crônicas históricas, narrativas literárias, frases sábias etc. Ou seja, para a composição das Escrituras, Deus "se serviu de homens escolhidos, que usaram todas as suas faculdades e talentos" (Dei Verbum, n.11). Não é estranho, portanto, que a mensagem religiosa às vezes apareça sob uma roupagem literária. É o caso, por exemplo, de alguns esquemas numéricos como a descrição do ato criador em seis dias. Os hagiógrafos* usaram imagens e símbolos que os leitores de sua época podiam entender. Assim, a imagem da Criação em seis dias ensina que Deus quis criar um mundo ordenado e bom.

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Transcender: superar ou estar além dos limites de uma área específica. Deus transcende, ou seja, está além do universo que ele mesmo criou, vai além dele.

3.1. A narrativa bíblica é um mito?

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vocabulário

Por isso, não podemos chamar de mito o que são apenas formas de expressão próprias de uma época. Seria ridículo afirmar, por exemplo, que um autor do século VIII a.C. teria escrito textos de física ou astronomia típicos do século XXI.

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Em segundo lugar, devemos notar a novidade radical da mensagem revelada. Assim, por exemplo, enquanto nos mitos a origem do mundo é fruto de uma força cega, a Bíblia ensina que ele foi criado por um Deus pessoal, bom e sábio. Da mesma forma, para o hagiógrafo não há um caos primitivo anterior ao universo. Ao contrário dos mitos, o Gênesis afirma que Deus transcende* o mundo, o criou do nada e apresenta uma ordem que é fruto de sua bondade e sabedoria.

M

3.2. A Criação contradiz a ciência? A Bíblia usa uma linguagem que não é científica nem pretende ser, embora alguns assuntos que são narrados nela respondam a uma verdade objetiva. É o que acontece com a Criação do mundo a partir do nada por Deus. Não há oposição entre a ciência e a fé cristã. A ciência pode apresentar suas hipóteses sobre a origem do universo e, se forem verdadeiras, jamais serão contraditórias a fé. Por quê? Porque são dois tipos diferentes de conhecimento. Se você tentar imaginar o nada, vai perceber que é impossível! Quando pensamos, sempre pensamos em algo. Da mesma forma, a ciência sempre trata de coisas já existentes: estuda o universo físico. O ensinamento cristão sobre a Criação, por outro lado, trata do momento em que —porque Deus assim o quis— as coisas (a matéria, o espaço, o tempo...) começaram a ser. É um começo absoluto sobre o qual o cientista não pode saber nada como cientista, já que, na época, seu objeto de estudo não existia.

“A questão das origens do mundo e do homem tem sido objeto de numerosas pesquisas científicas que(...) nos convidam, cada vez mais, a admirar a grandeza do Criador e a dar-lhe graças por todas as suas obras”. (CIC n. 283)

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AS RAZÕES DA FÉ 2.3. A Criação, fruto da bondade de Deus Mas por que criar? Será que Deus tinha necessidade de algo? Não. Ele, perfeito e todo-poderoso, não precisa de nada e ainda assim quis que todas as criaturas participassem de sua sabedoria e bondade. A Criação, portanto, não é o resultado de um ato de Deus para mostrar seu poder. Ele não criou para aumentar sua glória, mas para manifestá-la e comunicá-la. Portanto, a Criação é um dom, um presente.

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Por sua bondade e seu poder, Deus deu existência às criaturas. Portanto, este "dar a existência" é, antes de tudo, um chamado a partilhar o seu amor. Para isso, Deus concede a todos os seres uma bondade, uma dignidade e uma missão próprias. Cada criatura tem um modo de ser determinado, graças ao qual ocupa seu próprio lugar em todo o cosmos.

el

Mas, além disso, devido à sua própria origem em Deus, todas as criaturas estão intimamente ligadas umas às outras. Desta forma, entre todos eles há uma ordem, uma hierarquia. Deus por sua providência* conduz suas criaturas e o cosmos como um todo à sua maior perfeição, à qual ele mesmo os chamou. Mas para isso ele quer usar a cooperação do ser humano.

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2.4. O início de uma história de amor

Nossa casa comum

M

“Junto com os povos originários da América, louvamos ao Senhor que criou o universo como espaço para a vida e a convivência de todos os seus filhos e filhas e o deixou para nós como sinal de sua bondade e de sua beleza. A Criação também é manifestação do amor providente de Deus; foi-nos entregue para que cuidemos dela e a transformemos em fonte de vida digna para todos” (Aparecida, n. 125).

vocabulário Providência: cuidado amoroso de Deus por todas as suas criaturas para que alcancem a perfeição para que foram criadas. Para isso conta também com a colaboração livre do ser humano.

26

O primeiro capítulo do Gênesis narra como no sexto dia, quando tudo estava pronto para recebê-lo, “disse Deus: façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança” (Gên 1,26). Que Deus nos tenha criado à sua imagem significa que somos a única criatura das que vivem na terra que Deus amou por si mesma. O que diferencia radicalmente o ser humano das outras criaturas é que Deus nos chama a participar de sua vida íntima. A Criação é um convite à amizade com Deus. Por isso, do coração humano brota uma e outra vez a preocupação de responder a esse convite. Quando o ser humano responde positivamente, sua vida é fonte de alegria e confiança, mesmo quando a dor e as dificuldades estão presentes.

2.5. Uma casa para o ser humano A chamada de Deus não é algo exclusivo da dimensão espiritual do ser humano. Fomos criados como uma unidade de corpo e alma, por isso também somos chamados a responder ao amor divino com nosso corpo. Portanto, devemos cuidar de nosso corpo, aceitando-o como o recebemos de Deus por meio de nossos pais, dormindo o suficiente, comendo de forma saudável, vestindo-o adequadamente etc. E tudo isso também em relação ao corpo dos outros. Deus cria o mundo porque nele vai colocar o único ser que amou por si mesmo. Por isso dizemos que o ser humano está no cume de toda a Criação. O mundo é a sua casa: nele vive, mas não é seu dono nem pode fazer dele o que quiser: deve cuidar dele e respeitá-lo como seu administrador. Deve salvaguardar sua integridade e respeitar as leis que Deus gravou nele.


2 Assim, por exemplo, a doutrina sobre a Criação não exclui a possibilidade de que alguns seres procedam de outros. “A evolução pressupõe que há algo que pode se desenvolver. Mas isso não diz nada sobre a origem desse ‘algo’’. Nem as questões sobre o ser, a dignidade, a missão, o sentido e o porquê do mundo e dos homens podem ser respondidas biologicamente” (Youcat, n. 41).

Darwin e a criação

el

o

Uma visão da realidade que, por exemplo, reduza o espiritual ao biológico vai além dos limites da ciência positiva (nem os pensamentos nem a alma podem ser observados através de um scanner). Uma fé que pretendesse explicar os processos naturais transpassaria os seus limites. Evitando reducionismos, podemos afirmar que ambos os saberes se complementam.

od

Charles Darwin (1809-1882), no parágrafo final de seu livro A Origem das Espécies, escreve: "Há grandeza nessa visão de que a vida, com suas várias faculdades, foi infundida originalmente pelo Criador em algumas formas ou em apenas uma; e que enquanto este planeta, de acordo com a determinada lei da gravidade, continuou a percorrer sua órbita, inúmeras formas belas e cheias de maravilhas se desenvolveram a partir de uma origem tão simples, e continuam sempre se desenvolvendo”.

ideias-chave

A Sagrada Escritura está inspirada por Deus e ensina sem erro as verdades necessárias para a nossa salvação (cf Compêndio CIC, n. 18).

A pesquisa em todas as disciplinas, se for realizada de um modo realmente científico, nunca estará realmente em oposição à fé (cf CIC, n. 159).

M

8

9

Os relatos da Criação na Bíblia têm um significado literal; por exemplo, ao dizer que Deus criou o mundo em seis dias? É importante que você saiba responder a essa pergunta com suas próprias palavras.

10 Qual

das seguintes afirmações é verdadeira? O conhecimento científico... a. pode responder a todos os enigmas que o ser humano se formula. b. permite grandes avanços no campo da técnica. c. contradiz o que a Bíblia ensina sobre a origem do mundo.

Relacione cada característica com o tipo de relato que corresponde a ela. a. A origem do mundo é fruto da bondade e sabedoria de um Deus pessoal. b. Havia um caos primitivo antes do universo. c. A origem do mundo é fruto do acaso ou da força cega. d. Deus criou um mundo bom e ordenado do nada. 1. Relato mítico. 2. Relato bíblico.

11

CA No ponto 3.1 há uma referência à Dei Verbum. Pesquise sobre este documento: quando foi escrito, do que trata e por que é importante.

12

CA O que você responderia diante da seguinte afirmação? "Não é possível aceitar a doutrina cristã sobre a Criação depois de conhecer o ensinamento científico sobre a evolução".

29


2 2.6. Um novo céu e uma nova terra O pecado original supôs o afastamento do homem de Deus e, como consequência, a ruptura da harmonia que reinava em toda a Criação. Mas, após a queda, Deus não abandonou as criaturas ao seu destino: ele prometeu a Adão e Eva um Salvador.

o

A promessa de salvação foi cumprida em Jesus, Deus e verdadeiro homem. Com a sua morte ele nos libertou do pecado e com a sua Ressurreição abriu a porta para compartilharmos a felicidade eterna de Deus com outros seres humanos.

el

No final dos tempos, o Reino de Deus que Jesus estabeleceu na Terra alcançará sua plenitude. Também o mundo, por sua íntima relação com o homem, está destinado à plenitude. Será uma segunda Criação, uma nova Terra na qual habitará a justiça.

Esta história que acabamos de descrever brevemente, e que começa com a Criação, é a história da Salvação.

ideias-chave

“A Criação leva a marca do Criador e deseja ser libertada e ‘participar da gloriosa liberdade dos filhos de Deus’ (Rom 8,21)”. (Aparecida, n. 27)

A Criação é o início da história da salvação e a primeira resposta às nossas questões fundamentais (cf. Compêndio CIC, n. 51).

A finalidade última da Criação é a glória de Deus, ou seja, a realização do seu desígnio de amor: fazer-nos seus filhos adotivos por meio de Jesus Cristo (cf. Compêndio CIC, nn. 53 e 294).

od

• O mandato de administrar a Criação implica o respeito pelas leis inscritas por Deus nas suas criaturas (cf. Compêndio CIC, nn. 63 e 64).

• A obra da Criação culmina na obra da Redenção de Cristo. Com isso

M

começa a nova Criação, na qual tudo encontrará sua plenitude (cf. Compêndio CIC, n. 65).

5

6

Assinale os finais corretos. Ter sido criado à imagem e semelhança de Deus significa que o ser humano... a. tem as mesmas qualidades que Deus. b. é chamado a responder ao amor divino. c. é convidado a viver na amizade com Deus. d. pode fazer milagres. e. é a única criatura que Deus amou por si mesma. CT Em sua opinião, como você acha que se pode notar no coração esse “convite à amizade com Deus” de que fala o texto? Volte a ler o ponto 2.4.

7

CM Repare em algo da natureza de que você gosta muito: uma determinada paisagem, a luz do amanhecer, um animal, a cor e o aroma de umas flores, o céu noturno..., o que você quiser. Quando puder, contemple-o em silêncio e na solidão. Não o analise, somente contemple-o sem pressa. Depois, procure descrever sua experiência e responda a estas perguntas: a. Com o que você acha que o ser humano contribui para o resto da Criação? b. E o resto das coisas criadas, com o que contribuem para o ser humano

27


DISCÍPULOS E MISSIONÁRIOS

Um exemplo a seguir Sor Juana Inês De La Cruz

el o

Juana Inés de Asbaje, mais conhecida como Sor Juana Inés de la Cruz (1651-1695), foi uma das mulheres mais cultas de seu tempo: aprendeu a ler aos três anos, aos dezessete fez um exame diante de quarenta especialistas em várias disciplinas e passou no teste com louvor, e mais tarde se tornou a maior figura das letras hispano-americanas do século XVII. De sua cela no convento de San Jerónimo, na Cidade do México, estudou febrilmente lógica, retórica, física, aritmética, geometria, arquitetura, história, direito, música e astronomia. "Lia e lia mais, estudava e estudava mais, sem outro professor além dos próprios livros." Sor Juana concluiu que o livro que inclui todos os livros, a ciência na qual estão incluídas todas as ciências, é a própria natureza, cuja contemplação nos diz muito sobre seu Criador. Deste ponto de vista, a natureza torna-se o Liber Dei, o livro de Deus, um livro que pode ser lido religiosamente, em seu significado espiritual: «Estudava em todas as coisas que Deus criou, que me serviam como letras, e como livro toda esta máquina universal".

od

Retrato de Sor Juana Inés de la Cruz, de Andrés de Islas. (Séc. XVIII)

Sor Juana nos aconselha a abrir nossa inteligência ao milagre da vida, à grandeza de Deus que se manifesta na admirável ordem das leis naturais, entendendo que em muitas ocasiões não poderemos compreender e, nessas circunstâncias, a coisa mais sábia a fazer é deixar-se guiar pela fé.

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M

Não é saber, saber fazer discursos sutis e vãos; o saber consiste apenas em escolher o mais saudável.

1 2

3

Reflita sobre a experiência de Sor Juana Inés. Quem foram seus primeiros professores? Quais disciplinas ela estudou? O que estava procurando? O que acabou descobrindo? CT Avalie sua atitude. Veja seus versos. Eles nos falam da verdadeira sabedoria. Você acha que isso necessariamente tem a ver com conhecimento? Por quê? Em que consiste então? Reflita sobre sua vida: Você procura o conhecimento? E a sabedoria? CL CA "Narram os céus a glória de Deus, e o firmamento anuncia a obra de suas mãos". Leia o Salmo 18,1-5 e responda as seguintes perguntas:

a. Que mensagem nos transmite? b. O que isso tem a ver com o conteúdo da unidade? c. E com o pensamento de Sor Juana Inés de la Cruz?

4 30

Escreva uma oração parecida com o salmo, de agradecimento pela Criação. CL


2 Agora você Outro estilo de vida

Reduza

el o

“A doação de si mesmo num compromisso ecológico só é possível a partir do cultivo de virtudes sólidas.(...) É muito nobre assumir o dever de cuidar da Criação com pequenas ações diárias (...) até dar forma a um estilo de vida”. (Laudato si, n. 211).

Reutilize

1. Consuma menos: você economizará dinheiro, energia e recursos naturais e criará menos resíduos.

1. Reutilize coisas que já foram usadas e ainda são úteis: recipientes de vidro ou plástico, roupas em bom estado, móveis, brinquedos, livros etc.

2. Consuma produtos locais e de comércio justo: economizam energia de transporte e conservação e respeitam o meio ambiente e os direitos humanos.

2. Cuide das coisas para que durem mais e não precisem ser substituídas antes do tempo.

3. Economize energia em sua casa: use apenas a luz, a refrigeração ou o aquecimento que for realmente necessário. 4. Reduza o consumo de água.

1. Separe os resíduos: papel e papelão, plástico e latas, vidro, matéria orgânica. Você tornará possível sua transformação em matéria-prima e reduzirá o desperdício.

od

5. Evite o uso de sacolas e recipientes plásticos e reduza o uso de papel.

Recicle

6. Economize combustível no transporte: caminhe, pedale, use transporte público ou compartilhe o carro com outras pessoas.

2. Use produtos feitos de material reciclado.

Papa Francisco @pontifex_br

M

Somos guardiões, não donos desta Terra, e cada um de nós tem uma responsabilidade pessoal na custódia da Criação, dom precioso de Deus.

1

CD CM Gravem em vídeo um anúncio propondo uma ação específica voltada ao cuidado com o meio ambiente. Incluirá imagens, música e voz. Durará no máximo 20 segundos. Decidam primeiro a que público da escola se destina.

Em seguida, façam a sua apresentação nas turmas para as quais foi produzido, compartilhem no site da escola etc. Podem organizar um sistema de votação para escolher o melhor vídeo.

2

Leia o tweet do Papa Francisco. Pense com calma nas ações concretas habituais em que você pode traduzir essa "responsabilidade pessoal" a que ele se refere. Anote duas ou três decisões em seu caderno pessoal.

CM

31


SÍNTESE

Deus nos criou para o amor e o serviço

A casa eterna do Pai aguarda por nós

Ser filhos adotivos de Deus em Cristo

De onde viemos?

Por que vivemos?

Para onde vamos?

Qual é nosso fim?

el o

A vida é um grande presente de Deus

explicando

Ciência

Universo físico

origem e sentido da existência

Absoluto

nos revela a

od

DEUS

dá-se a conhecer aos homens por meio

M

da Revelação natural

Deus se torna visível por meio de suas obras

da Revelação sobrenatural

Fatos

A Criação é boa, bela e verdadeira

A Criação é o começo da história da Salvação e a primeira resposta às nossas perguntas

Demonstra a natureza transcendente da realidade.

Ensina-nos a verdade última da existência humana.

Ambos os conhecimentos se complementam e confirmam mutuamente.

32

Palavras


2

ATIVIDADES DE AVALIAÇÃO

1

CA CM No ano de 1225, São Francisco de Assis compôs um belo poema: o Cântico das criaturas. Procurem-no na internet e façam a seguinte atividade em grupo.

2

el o

a. Depois de ler e refletir sobre este hino, façam uma colagem com imagens de todas as criaturas às quais o texto faz referência. Usem sua criatividade. b. Acompanhem a colagem com uma das frases do hino, aquela que melhor resuma a mensagem do conjunto. c. Redijam as atitudes pessoais para as quais a meditação deste hino deveria nos conduzir.

Como discípulos de Jesus, sentimo-nos convidados a dar graças pelo dom da criação, reflexo da sabedoria e beleza do Logos criador. No desígnio maravilhoso de Deus, o homem e a mulher são convocados a viver em comunhão com ele, em comunhão entre si e com toda, a criação. O Deus da vida confiou ao ser humano sua obra criadora para que “a cultivasse e a guardasse” (Gên 2,15). (Aparecida, n. 470)

5

Indiquem se estas frases sobre o conteúdo da unidade são verdadeiras ou falsas.

“Se nos aproximarmos da natureza e do meio ambiente sem esta abertura para a admiração e o encanto, se deixarmos de falar a língua da fraternidade e da beleza na nossa relação com o mundo, então as nossas atitudes serão as do dominador, do consumidor ou de um mero explorador dos recursos naturais, incapaz de pôr um limite aos seus interesses imediatos. Pelo contrário, se nos sentirmos intimamente unidos a tudo o que existe, então brotarão de modo espontâneo a sobriedade e a solicitude”.

od

a. O mundo que nos rodeia é fruto do acaso e do trabalho humano. b. Deus, além de dar o ser às coisas, as conserva na existência. c. Todos os seres criados são interdependentes e se complementam. d. O homem ocupa uma posição central no mundo por sua inteligência. e. Ter sido criado é um chamado para responder ao amor de Deus. f. O homem é um produto casual de processos biológicos. g. O mundo foi literalmente criado em seis dias, como se lê na Bíblia. h. A aceitação do processo natural da evolução não exclui a fé em Deus como a origem de tudo o que existe.

CM Leia o ponto n. 11 da encíclica Laudato si', do Papa Francisco, sobre o cuidado pela casa comum e explique a mensagem com suas próprias palavras e exemplos práticos.

3

CL Leia atentamente a seguinte citação bíblica e responda às perguntas.

Sua vida é um presente de Deus. Em um minuto de silêncio visualize razões concretas nas quais você reconhece a bênção de Deus.

CM

Ao fazer isso, procure gerar dentro de si uma profunda atitude de gratidão. Se você quiser, você pode compartilhar seus pensamentos.

M

"Porque amais tudo que existe, e não odiais nada do que fizestes, porquanto, se o odiásseis, não o teríeis feito de modo algum. Como poderia subsistir qualquer coisa, se não o tivésseis querido, e conservar a existência, se por vós não tivesse sido chamada? Mas poupais todos os seres, porque todos são vossos, ó Senhor, que amais a vida". (Sab 11,24-26)

6

a. Escreva uma frase que resuma a ideia principal deste texto. b. Que atributos de Deus se refletem nele? c. Que atitudes um cristão deveria ter diante de Deus Criador?

4

CC CM Formem grupos, leiam o texto a seguir e componham uma música e uma coreografia que expresse, com a letra e com o movimento, as ideias expressas nele. Se quiserem, podem começar com uma melodia familiar.

33


Vamos descobrir

Vamos ser capazes de

Os fatos e as palavras com que Deus intervém na história e se torna acessível à humanidade. Como Deus gradualmente prepara o povo de Israel para a vinda do Messias Salvador.

Valorizar o papel do povo de Israel na história da Salvação e sua contribuição para a cultura ocidental. Reconhecer a ação da misericórdia de Deus em nossa própria vida.

M

od

el

Que Deus chama determinadas pessoas para que cooperem livremente com seu plano de Salvação.

Situar no tempo e no espaço os principais eventos da história de Israel e localizá-los nos livros da Bíblia.

o

3

Vocês serão o meu povo


Partimos da realidade

CL

CS

CT

Pedro havia aprendido a apreciar o processo da vida. Quando estava na escola, sonhava em brincar lá fora. Enquanto brincava, sonhava com as férias de verão. Certa manhã, uma velha senhora apareceu ao seu lado. A mulher mostrou-lhe uma pequena bola mágica com um buraco no centro, e do buraco pendia um longo fio dourado. A velha senhora disse-lhe: “Pedro, este é o fio da sua vida. Se você o puxar um pouco, uma hora passará em questão de segundos. E se você o puxar com todas as suas forças, passarão meses ou até anos”.

o

No dia seguinte, na aula, Pedro sentiu-se entediado. De repente, lembrou-se de seu novo brinquedo. Puxando um pouco o fio dourado, ele se viu em casa brincando no jardim. Mas logo se cansou e decidiu ser adolescente. De repente, ele já era um adolescente... Mas Pedro não estava feliz. Então ele puxou o fio novamente, e muitos anos se passaram em um único instante. Ele tinha agora 90 anos.

el

Havia passado pela vida com pressa, sem parar para ver tudo de bom que estava no caminho. “Eu lhe concederei um último desejo”, disse-lhe a velha senhora. Pedro pensou um pouco e então respondeu: “Eu gostaria de voltar a ser uma criança e viver a vida outra Robin S. Sharma, Pedro e o fi o mágico. Texto adaptado

OBSERVE

Qual era o defeito de Pedro?

2

Qual é o poder do fio mágico?

3

Quantas etapas da vida Pedro adiantou na história?

4

Por que essa experiência o deixou triste?

M

od

1

AVALIE 5

Todos aprendemos pouco a pouco. Mas Pedro quis viver "tudo de uma vez". Por que você acha que paciência e calma são essenciais para nosso desenvolvimento pessoal e social?

6

Em nossa vida há avanços e retrocessos. Mas podemos realmente aprender com os nossos erros? Como?

7

A velha senhora ajuda Pedro a voltar à infância. Como você acha que ele tentou viver desde então?

8

Acha que ele ainda precisaria de ajuda para superar seu defeito?

9

Esse aprendizado é possível sem a orientação de um bom professor? Que qualidades você acha que esse educador deveria ter?

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À LUZ DA PALAVRA

No Antigo Testamento

o

Deut 6,4-9

M

od

Somos parte do povo de Deus. Ele é um Deus vivo, que se faz presente em nossas vidas e a quem podemos amar. E não o fazemos para cumprir um preceito, mas porque ele é a nossa razão de existir.

Ouve, ó Israel! O Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças. Os mandamentos que hoje te dou serão gravados no teu coração. Tu os inculcarás a teus filhos, e deles falarás, seja sentado em tua casa, seja andando pelo caminho, ao te deitares e ao te levantares. Atá-los-ás à tua mão como sinal, e os levarás como uma faixa frontal diante dos teus olhos. Tu os escreverás nos umbrais e nas portas de tua casa.

el

Shemá, Israel, "Ouve, ó Israel", é a principal oração do povo judeu. Nela, Deus se dá a conhecer como único Senhor, sempre presente na vida da comunidade por meio de gerações de fiéis que testemunham sua bondade.

CL

CT

Visualize o texto e deixe-o ganhar vida

Descubra a riqueza escondida no texto

1

4

A fé cristã tem sua raiz na Antiga Aliança: confessamos que há um só Deus a quem devemos amar. Como o texto diz que o nosso amor a Deus tem que ser? Como você expressaria a mesma ideia com suas palavras?

2

Releia a passagem pouco a pouco, em voz baixa, saboreando as palavras, e tente perceber o eco que elas deixam em seu interior ao pronunciá-las.

3

A alegria que brota de saber que somos filhos e filhas de Deus não pode ser escondida. Como esse fato se reflete no Shemá, Israel? Em nossa cultura, como a fé em Deus geralmente se manifesta externamente? Reflita pessoalmente sobre como você faz isso.

36

CC

O que a realidade proclama a. Reflita: Você acha que o homem moderno tem consciência de que Deus está ao seu lado em todos os momentos de sua vida? E aqueles, como nós, que dizemos que somos cristãos? b. O que se procura em nossa sociedade “com todo o coração, com toda a alma, com todas as forças”? Você acha que proporcionam a felicidade que prometem? Podem chegar a nos escravizar? Em que sentido?

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Amar a Deus é amar os outros a. Leia 1 Jo 4,19-20 e responda: Você concorda com essas palavras? O que significa que Deus "nos amou primeiro"? b. Como um cristão pode ser um sinal de Deus no mundo? Concretize-o em uma ação que você possa realizar.


3 No Novo Testamento Jesus Cristo retorna a Nazaré depois de passar quarenta dias rezando no deserto. No sábado ele vai à sinagoga. Um dos presentes deve ler e comentar uma passagem dos livros proféticos. Naquela tarde, a assembleia o entrega a Jesus. Todos estão esperando o que o filho de José, o carpinteiro, vai dizer, e ele toma a palavra.

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Dirigiu-se a Nazaré, onde se havia criado. Entrou na sinagoga em dia de sábado, segundo o seu costume, e levantou-se para ler. Foi-lhe dado o livro do profeta Isaías. Desenrolando o livro, escolheu a passagem onde está escrito (Is 61,1ss.): O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu; e enviou-me para anunciar a boa nova aos pobres, para sarar os contritos de coração, para anunciar aos cativos a redenção, aos cegos a restauração da vista, para pôr em liberdade os cativos, para publicar o ano da graça do Senhor. E enrolando o livro, deu-o ao ministro e sentou-se; todos quantos estavam na sinagoga tinham os olhos fixos nele. Ele começou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu esta profecia que vós acabais de ouvir.

“Jesus Cristo veio anunciar e realizar o tempo perene da graça do Senhor, levando a boa nova aos pobres, a liberdade aos prisioneiros, a vista aos cegos e a libertação aos oprimidos (cf. Lc 4, 18-19).(...) Vinde a Ele e não tenhais medo! Deixai-vos tocar pela sua misericórdia sem limites”. (Francisco, Mensagem do Santo Padre para a XXXI Jornada Mundial da Juventude, 2015)

M

od

el

Lc 4, 16-21

CL

CT

Visualize o texto e deixe-o ganhar vida

Descubra a riqueza escondida no texto

1

3

2

Descubra no Evangelho o que aconteceu na sinagoga depois das palavras de Jesus. Eles entenderam sua mensagem? Por quê?

Abrir o coração à Palavra a. Qual é a diferença entre ouvir e escutar? O que fizeram aqueles que estavam na sinagoga? Em que momento, especialmente, nós cristãos ouvimos a Palavra de Deus? O que você tem que fazer para escutá-la, além de ouvi-la? b. "Hoje se cumpriu esta profecia que vós acabais de ouvir". A que você acha que ele estava se referindo? Qual era a missão do Messias? É um anúncio esperançoso? Por quê?

Jesus Cristo passou quarenta dias no deserto, onde foi tentado pelo diabo. Leia Lc 4,1-13 e relacione as respostas de Jesus à reflexão que fizemos sobre o Shemá.

4

Reflita sobre as palavras do Papa Como podemos nos deixar “tocar” pela misericórdia sem limites de Jesus?

37


AS RAZÕES DA FÉ

1. Um Deus que se compromete

Deus entra assim na história humana e dá a conhecer, pouco a pouco, o seu plano.

o

No chamado Crescente Fértil, no arco formado pelas bacias dos rios Tigre, Eufrates e Nilo, surgiram a escrita e as primeiras civilizações. Nesse território, acontece toda a ação que lemos nas páginas da Bíblia: o povo de Israel e os grandes personagens de sua história percorreram seus caminhos.

Após o Dilúvio, que nos ensina como o pecado representa a causa da destruição da criação, Deus estabelece uma aliança eterna com a humanidade na pessoa de Noé. Graças a ela, mostra-nos que sua fidelidade é mais forte que o pecado e a morte (Gen 8,9-17).

el

O cenário da Bíblia

A comunhão do homem com Deus, a unidade da raça humana e a harmonia do cosmos tinham sido quebradas pelo pecado original. Mas Deus não abandonou o homem. Sua resposta foi a escolha de pessoas por meio das quais iria preparando a vinda do Salvador prometido.

1.1. Os Patriarcas* (séculos XIX-XVIII a.C.)

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Abraão e Isaac

Depois de um tempo, na Mesopotâmia, Deus escolheu Abraão e o tirou de sua terra para torná-lo pai de uma multidão de nações ( cf. Gên 12,2). Quando chegou à terra de Canaã, Deus lhe falou novamente: “Darei esta terra à tua descendência” (Gen 12,7). Deus lhe prometeu uma grande descendência (cf Gen 15,5). E assim foi: já idoso, teve um filho de Sara, Isaac, a quem educou como herdeiro da Aliança que Deus selou com ele. O Senhor testou a fé de Abraão e ordenou que ele sacrificasse seu filho. Quando Abraão estava prestes a obedecer, Deus o impediu. Abraão assim demonstrou sua fé até o extremo (Gên 22,17). Isaac casou-se com Rebeca e teve dois filhos: Esaú e Jacó.

A resposta de Abraão ao chamado divino é a fé. Ele sempre confiou em Deus. É por isso que o chamamos de “pai de todos os que acreditam”. O povo nascido de Abraão prepara a reunião de todos os filhos de Deus na Igreja. Jacó e Esaú Jacó, o irmão mais novo, herdou as promessas feitas a Abraão e Isaac, porque Esaú lhe vendeu o direito que tinha como irmão mais velho, e Isaac lhe deu a bênção. Jacó também recebeu a confirmação de Deus: "darei a ti e à tua descendência a terra em que estás deitado". (Gên 28,13). A vida de Jacob não foi fácil. Além disso, ele resistiu a aceitar a vontade divina. Mas, em seu relacionamento com Deus, foi purificando seu coração. Deus então renovou nele as suas promessas. E, um dia lhe mudou o nome; chamou-o de Israel ("Deus é forte"), dando assim nome a todos os seus descendentes (Gên 35,10-12).

38


3 José e seus irmãos

No Egito, José trabalhou fielmente para um grande senhor, mas, por uma falsa acusação, foi preso. Depois de um tempo, ele conseguiu sair da prisão porque interpretou alguns sonhos do faraó que, agradecido, o nomeou Primeiro-Ministro de todo o Egito.

o

Jacó morava em Canaã com seus doze filhos e tinha predileção por José, o mais novo. Seus irmãos o invejavam. Um dia, resolveram vendê-lo a alguns mercadores que iam para o Egito. Disseram a seu pai que uma fera o havia matado.

el

Em certa ocasião, os filhos de Jacó tiveram que ir ao Egito comprar trigo, porque seu país sofria uma grande seca. Eles não reconheceram seu irmão, mas ele se deu a conhecer. Eles ficaram com medo, mas José os abraçou emocionado. Então, José fez com que seu velho pai, Jacó, e as famílias de seus irmãos se mudassem para o Egito.

Itinerário de Abraão Itinerário de José e Jacó

od

José salvou o povo da fome, assim como o Messias prometido salvará do mal e do pecado. A vida de José mostra como, por caminhos que às vezes não podemos entender, Deus sempre cuida de seus filhos e os guia com sua Providência.

ideias-chave

Depois do primeiro pecado, Deus não abandona o seu plano de amor e promete um Salvador (cf. Compêndio CIC, n. 7).

Deus estabelece com Noé uma aliança que abrange todos os seres vivos (cf. Compêndio CIC, n. 7).

Deus novamente mostra sua fidelidade renovando suas promessas com os patriarcas. Com eles tem início a história do povo escolhido (cf. Compêndio CIC, n. 8).

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1

Assinale a melhor opção. Abraão é importante na história da Salvação porque... a. acreditou em Deus e respondeu com confiança ao seu chamado. b. teve uma grande descendência. c. com ele começa o povo de Israel. d. era um patriarca.

2

Coloque os seguintes eventos narrados no livro do Gênesis em ordem cronológica. a. Esaú perde a primogenitura. b. José é vendido por seus irmãos. c. Deus muda o nome de Jacó para Israel. d. Grande seca em Canaã. e. Jacó herda a Aliança.

3 4 5

vocabulário Patriarca: nome dado a alguns personagens do Antigo Testamento, que foram pais e chefes de uma descendência importante para a história da Salvação.

Encontre em Gen 35,23-26 o nome dos doze filhos de Jacó e anote-os. CA CL Pesquise sobre uma pessoa a quem Deus tenha pedido, como a Abraão, que abandonasse tudo. Escreva um pequeno texto com sua história. CI Escrevam situações atuais que suponham uma prova de fé, como no caso de Abraão. Como um cristão deveria reagir a essas provas?

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AS RAZÕES DA FÉ 1.2. O êxodo (século XIII a.C.) Os descendentes de Jacó cresceram e se tornaram um povo numeroso. No Egito ninguém se lembrava da origem daquele povo estrangeiro e o faraó os submeteu à escravidão. Moisés

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Moisés era um menino hebreu que, adotado pela filha de Faraó, cresceu como príncipe do Egito. Já mais velho, sofria ao ver como os hebreus eram maltratados. Um dia, por defender um israelita, ele matou um soldado egípcio e teve que fugir para terras distantes.

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el

Em sua nova vida de pastor, Deus saiu ao seu encontro através de uma sarça que queimava sem se consumir e lhe comunicou que precisava dele para uma missão: “Envio-te ao Faraó para tirar o meu povo do Egito” (Ex. 3, 10), e assegurou-lhe sua proteção. Moisés representa perfeitamente o homem escolhido por Deus. Ele parece o menos indicado para cumprir a missão que lhe foi confiada: acaba de perder o grande poder que tinha, é perseguido como assassino e traidor do Egito, gagueja... No entanto, sua dedicação confiante permite que as promessas de Deus comecem a se cumprir.

A Páscoa

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Moisés voltou ao Egito e se apresentou ao Faraó, que se recusou a deixar os hebreus em liberdade. Então Deus enviou terríveis infortúnios sobre o Egito, mas o coração de Faraó não cedia.

Certo dia, Deus ordenou a Moisés que os israelitas celebrassem a festa da Páscoa* e marcassem as portas de suas casas com o sangue de um cordeiro. Naquela noite, o infortúnio caiu sobre todas as casas do Egito, exceto aquelas que estavam marcadas. Finalmente, o faraó cedeu. Assim começava o êxodo* do povo judeu. Chegando ao Mar Vermelho, que bloqueava seu caminho, descobriram que o exército egípcio estava se aproximando por trás. Então, Moisés estendeu seu cajado e um vento muito forte separou as águas do mar até que um caminho seco se abrisse diante deles. Quando todo o povo passou para o outro lado, o mar se fechou e cobriu os egípcios. A Aliança do Sinai Os israelitas tinham um vasto deserto pela frente. "Conduziram-nos a este deserto, para matar de fome toda esta multidão" (Ex 16,3), queixavam-se. Mas Deus os alimentou com o maná: uma espécie de geada de farinha que cobria o acampamento a cada amanhecer. Além disso, bandos de codornas voaram sobre eles ao entardecer.

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3 Avançando pelo deserto, chegaram ao sopé do Monte Sinai. Lá, Deus transmitiu a Moisés os Dez Mandamentos e outras normas para organizar o povo e prestar culto a Deus. Se o povo cumprisse a Lei, Deus os guiaria e o protegeria: eles seriam o seu povo. “Faremos tudo o que o Senhor disse” (Ex 19,8), responderam. E eles ofereceram sacrifícios em um altar como selo da aliança de Deus com Israel.

Quando o povo de Israel estava no deserto, acampava ao redor da tenda do tabernáculo. Nela se guardava a Arca da Aliança. Recoberta de ouro e com a imagem de dois anjos com as asas estendidas, continha as tábuas da Lei, a vara de Moisés e o maná do deserto. Era um sinal da presença de Deus no meio de seu povo, e diante da arca da aliança Moisés falou com ele. Quando eles se deslocavam, a arca ia na frente pelo caminho.

o

O Senhor chamou Moisés de novo ao Sinai para entregar-lhe os Mandamentos. Os dias passaram e ele não voltava: as pessoas pensavam que ele tinha morrido e que Deus os havia abandonado. Então, eles derreteram com metal a figura de um bezerro e ofereceram sacrifícios a ele.

A arca da Aliança

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Quando Moisés voltou, ficou indignado porque o principal mandamento da Aliança era adorar exclusivamente a Deus. Como consequência de sua idolatria*, os israelitas teriam que permanecer quarenta anos no deserto e somente seus filhos entrariam em Canaã. Mesmo assim, Deus não abandonou o seu povo: alimentava-o, ensinava-o a cumprir as leis da Aliança e guiava-o através de Moisés.

od

A libertação de Israel antecipou a libertação de todos os seres humanos. Jesus Cristo, o Messias, rompeu as correntes do pecado e nos abriu as portas da autêntica Terra Prometida: a amizade com Deus já aqui no mundo e a comunhão perfeita com Ele no céu.

ideias-chave

Depois da etapa dos patriarcas, Deus constituiu Israel como seu povo, salvando-o da escravidão do Egito (cf. Compêndio do CIC, n. 8).

Deus estabeleceu a Aliança do Sinai com o seu povo, e lhe deu a sua Lei por meio de Moisés (cf. Compêndio do CIC, n. 8).

Deus escolheu Israel, seu povo, para servi-lo como único Deus e esperar o Salvador prometido (cf. CIC, n. 62).

M

6

Complete estas frases da história de Moisés.

9

a. Os israelitas vivam submetidos ao poder do [...]. b. Um dia, Deus falou a Moisés desde uma [...]. c. Os israelitas celebram a libertação da escravidão do Egito na festa da [...]. d. Deus demonstrou que protegia Moisés fazendo diversos [...].

7

Explique com suas palavras por que Moisés representa o homem eleito por Deus.

8

Assinale qual das frases seguintes podemos aplicar ao povo de Israel depois de sua libertação.

CL

a. Nunca duvidou da proteção de Deus. b. Caiu em cultos idólatras próprios do Egito. c. Estava dividido em dez tribos. d. Demorou quatro anos para chegar na Terra Prometida.

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vocabulário

Páscoa: festa judaica que celebra o fim da escravidão no Egito. Na nova Páscoa, os cristãos celebram que, por sua morte, Jesus Cristo nos liberta da escravidão do pecado e que por sua ressurreição nos abre o acesso a uma nova vida. Êxodo: palavra grega que significa “saída”. Livro da Bíblia que narra a saída dos judeus do Egito. Idolatria: reverência ou adoração de alguém ou alguma coisa com o culto que só é devido a Deus.

Responda às perguntas. a. Em qual livro da Bíblia é narrada a Aliança no Sinai? b. Com o que a Aliança foi selada? c. Esta Aliança era a imagem de outra que seria feita mais tarde. Qual? CA CT Encontre no livro de Êxodo a passagem em que Deus fala pela primeira vez com Moisés.

a. Escreva os nomes que o Senhor dá a si mesmo para se dar a conhecer. b. Por que Moisés cobriu o rosto quando Deus falou com ele? c. O que deu a Moisés forças para aceitar a missão que Deus lhe confiou? Reflita sobre o ensinamento desta passagem bíblica. d. Que atitudes são características do relacionamento de um cristão com Deus?

41


AS RAZÕES DA FÉ 1.3. Os Juízes (séculos XIII-XIX a.C.) Quarenta anos depois de deixar o Egito, Moisés conseguiu ver o país de Canaã de uma montanha, pouco antes de morrer. Os israelitas lamentaram muito sua morte. Josué

o

Josué sucedeu a Moisés na liderança de Israel e ordenou aos israelitas que cruzassem o rio Jordão para entrar em Canaã, precedidos pela Arca da Aliança. Assim que pisaram na Terra Prometida*, renovaram solenemente a Aliança.

el

A primeira cidade que conquistaram, com a ajuda de Deus, foi Jericó, cujas muralhas ruíram ao som de trombetas e gritos de soldados. Mais tarde, os israelitas ocuparam, uma após outra, as cidades de Canaã. E assim os descendentes de Abraão finalmente se estabeleceram na terra que Deus lhes havia prometido séculos atrás. As doze tribos de Israel

od

O povo de Israel se dividia em doze tribos. Cada uma era descendente de um dos filhos de Jacó e ocupava uma parte do país, sem que um único chefe governasse todas elas.

M

Mas os israelitas muitas vezes caíram na tentação de adorar os deuses cananeus, esquecendo o mandato principal da Aliança. Quando isso acontecia, os povos vizinhos os dominavam. Então, Deus escolhia alguém para defender as tribos. Um deles, Gideão, derrotou os madianitas com um pequeno exército. Outro, Sansão, conseguiu derrotar os filisteus com força e astúcia. Quando o Senhor os salvava, eles voltavam a adorá-lo e a viver em paz. Esses chefes eleitos pelo povo eram chamados de Juízes.

vocabulário

Deus se apresenta como protagonista desta etapa da história da salvação. Ele exige que seu povo seja fiel à Aliança; mas ao mesmo tempo é misericordioso com ele e o perdoa por suas infidelidades.

1.4. A monarquia (séculos XI a VI a.C.) Depois de um tempo, Israel queria ter um rei que o governasse, como outros povos tinham. Deus aceitou seu pedido.

Profeta: pessoa escolhida por Deus para falar em seu nome ao povo de Israel e anunciar o Messias Salvador.

Saul, Davi e Salomão Samuel, um profeta* de Deus, ungiu a cabeça de Saul com óleo, como sinal da escolha de Deus para ser o rei de seu povo. Saul foi um grande guerreiro, mas pouco a pouco seu coração se afastou de Deus.

Terra Prometida: a terra que Deus prometeu a Abraão e seus descendentes. Nela nasceu Jesus, o Salvador

Então Samuel ungiu o jovem Davi para sucedê-lo. Este foi colocado a serviço de Saul e ficou famoso ao derrotar Golias, um terrível guerreiro inimigo. Quando Saul morreu, Davi foi coroado rei de Israel.

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3 O rei Davi fez de Israel uma nação importante. Ele estabeleceu a capital em Jerusalém e fez com que a Arca da Aliança fosse levada para lá. Deus lhe prometeu que seus descendentes sempre reinariam em Israel e que seu reino seria eterno. Davi foi sucedido por seu filho Salomão, famoso por sua sabedoria. Ele construiu um grande templo em Jerusalém para abrigar a arca e oferecer sacrifícios a Deus. Era o lugar mais sagrado de Israel, um sinal da presença de Deus entre seu povo.

No tempo de Jesus, o templo de Jerusalém era uma extensão daquele que Salomão havia construído no mesmo lugar e com a mesma estrutura. Ficava numa esplanada, rodeada de pórticos com colunas, que recebia milhares de judeus e gentios, sobretudo nas grandes festas religiosas. Era o centro da vida religiosa em Israel porque representava a presença de Deus no meio do seu povo.

o

Os reinos de Israel e de Judá

O templo em Jerusalém

el

No final, Salomão se afastou de Deus e, com sua morte, o reino se dividiu: o reino de Israel ao norte e o reino de Judá ao sul. Os reis de Israel e Judá muitas vezes se distanciavam da Lei de Deus e arrastavam o povo com seu exemplo. Para denunciar as injustiças e levar Israel à fidelidade à Aliança, Deus enviava profetas que falassem em seu nome. Desta época são os profetas Elias, Eliseu e Isaías.

od

A missão dos reis era o serviço a Deus e ao povo. Deus não os escolhia por suas qualidades pessoais, mas por sua pureza de coração. Eles eram os primeiros que deviam mostrar fidelidade a Deus. Quando isso não acontecia, as desgraças caíam sobre a cidade. Quando eles se arrependiam, Deus mostrava sua misericórdia. Diante das infidelidades dos homens, o Senhor fazia surgir intermediários para que seu desígnio se cumprisse.

ideias-chave

Os patriarcas, profetas e outros personagens do Antigo Testamento são venerados como santos na Igreja (cf. CIC, n. 61).

Israel é o povo a quem Deus falou primeiro, o povo dos nossos “irmãos mais velhos” na fé (cf. CIC, n. 63).

M

11

CL

Descreva a missão de cada personagem.

14

Qual é a reação de Deus quando os israelitas pedem que um rei os governe? Leia 1 Sam, 8 e resuma o que ele diz sobre isso.

15

Qual foi o significado da unção dos reis de Israel? Você sabe em quais Sacramentos da Igreja a unção é usada nesse mesmo sentido?

16

Leia em 1Sam 16,1-13 a unção de Davi como rei de Israel. Por que foi difícil para Samuel descobrir o candidato entre os filhos de Jessé? Que lição dessa cena você poderia aplicar à sua vida?

a. Josué. b. Juízes. c. Samuel. d. Profetas.

12

Coloque eventos ou personagens em ordem cronológica.

a. A travessia do Jordão. b. Sansão. c. A construção do Templo. d. A conquista de Jericó. e. Gideão. f. A unção de Davi. g. A unção de Saul.

13

Leia 2 Sam 7,1-17 e responda às questões. a. Qual era a preocupação de Davi? b. O que o Senhor quer ensinar com sua resposta? c. A que fases da história de Israel suas palavras se referem?

Detalhe de uma maquete do Segundo Templo de Jerusalém.

CL

CA

CI

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AS RAZÕES DA FÉ 1.5. O exílio na Babilônia (século VI a.C) vocabulário

No século VIII a.C. o reino do Norte, que incluía dez tribos, foi invadido pelos assírios e a população se dispersou em várias regiões vizinhas. O reino de Judá, governado pelos descendentes de Davi e Salomão, durou mais tempo.

Desterrar: fazer sair, como castigo, alguém de sua terra natal ou de domicílio; exilar(-se), expatriar(-se).

A destruição de Jerusalém

el o

Apesar de algumas tentativas de reformar os costumes, Judá continuou a viver de costas para a Aliança, sem dar ouvidos à voz dos profetas, principalmente de Jeremias. Em 587 a.C., Nabucodonosor, rei da Babilônia, destruiu Jerusalém e seu templo. O rei e a maioria da população foram desterrados* para a cidade de Babilônia, na Mesopotâmia. Babilônia

A desgraça foi total: o Povo de Deus ficou sem terra, sem templo, sem liberdade... Mas na Babilônia os israelitas refletiram seriamente sobre sua história: Deus os tinha escolhido, ele os salvou do Egito e os levou para a Terra Prometida... e, em troca, eles não foram fiéis à Aliança. Encorajados pelo profeta Ezequiel, expressaram seu arrependimento e começaram a honrar a Deus.

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Trôade

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A cidade da Babilônia

A cidade de Babilônia, junto ao rio Eufrates, alcançou um grande desenvolvimento cultural. O rei Hamurabi fez a primeira recopilação de leis da humanidade. Famosa por seus palácios, construiu templos escalonados de até setenta metros de altura, os zigurates. Observando as estrelas, seus sábios promoveram o desenvolvimento da astronomia.

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Novo Império Babilônico - séc.: VI a.C. Reino do Egito - séc.: VI a.C.

Também recolheram as histórias que foram passadas de pai para filho desde o tempo de Abraão. Muitos livros da Bíblia foram escritos na Babilônia durante esses anos.

O retorno Cinquenta anos se passaram e os persas conquistaram a Babilônia. Seu rei, Ciro, permitiu que os israelitas voltassem a Jerusalém e reconstruíssem o templo e a cidade. Quando terminaram, renovaram a Aliança do Sinai.

1.6. O Judaísmo (século VI a.C - século I d.C) Agora os israelitas — também chamados judeus, porque uma das tribos descendia de Judá — levavam uma vida mais pura e religiosa. A maioria vivia de acordo com a Lei do Senhor e adorava no templo, apesar de estarem sujeitos à Pérsia. A resistência Os anos se passaram e os persas foram derrotados por Alexandre Magno, que respeitava as religiões locais. Seu sucessor, Antíoco, queria impor sua cultura e seus deuses, e forçou os judeus a desobedecer aos mandamentos de Deus. Muitos foram fiéis ao Senhor até a morte. Judas Macabeu e seus irmãos derrotaram o exército inimigo e, assim, os judeus recuperaram sua liberdade e puderam restaurar o culto no templo.


3 Esperando o Messias Mas a independência durou pouco: o exército romano logo chegou à terra que chamaram de Palestina e a converteu em província de seu grande império. Os romanos nomearam um rei estrangeiro, Herodes, que, para agradar os judeus, reconstruiu e ampliou o templo em Jerusalém.

Sob o domínio de Roma, Jesus nasceu em Belém e Deus enviou João Batista — o último dos profetas — para anunciar a chegada iminente do Messias e chamar todos à conversão.

ideias-chave

Deus enviou os profetas para que o povo mantivesse a esperança numa nova e eterna Aliança que ficará gravada nos corações (cf. CIC, n. 64).

Os profetas anunciavam a salvação definitiva do povo. Uma salvação que abraçará todas as nações. Do povo de Israel, da linhagem do Rei David, nascerá o Messias: Jesus (cf. Compêndio do CIC, n. 8).

od

18

19

Detalhe do relevo do arco de Tito, situado em Roma, em que se representa a repressão da revolta dos judeus no ano 67.

Qual dos seguintes fatos históricos ou personagens não pertence à sequência?

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Complete a frase a seguir. O exílio na Babilônia foi uma desgraça, mas...

a. A queda do reino do Norte. b. Nabucodonosor. c. A deportação a Babilônia. d. O profeta Elias. e. A reconstrução do templo.

21

A quem se referem quando Ezequiel menciona o pastor, em Ez 34,23-24? Justifique sua resposta.

22

Escreva, em ordem, os sucessivos impérios que dominaram a terra de Canaã, desde o tempo da monarquia.

23

Explique o que é afirmado nas seguintes profecias, em quem e como elas se cumpriram: Miq 5,1; Is 35,4-6; Sal 21.

M

17

O ano 70 d.C. o templo e a cidade de Jerusalém foram destruídos pelas legiões romanas do futuro imperador Tito, após um cerco prolongado. A cidade havia sido ocupada no ano 66 pela resistência judaica. A guerra, descrita em detalhes pelo historiador judeu Flavio Josefo, foi muito violenta e causou mais de um milhão de mortes.

el o

Os profetas tinham falado da futura chegada de um Messias, um descendente de Davi que libertaria Israel de seus inimigos e estabeleceria definitivamente o Reino de Deus: uma Nova Aliança na qual caberiam todos os povos.

O cerco de Jerusalém

Agrupe por pares estes seis nomes próprios formando uma frase (não há uma resposta única): Ciro, Babilônia, Nabucodonosor, Ezequiel, Jerusalém e Jeremias. CC

Assinale as afirmações corretas. a. Judas Macabeu reconstruiu o templo de Jerusalém. b. Os romanos nomearam Herodes como rei. c. Alexandre Magno impôs os deuses gregos aos judeus. d. João Batista foi o último profeta antes da chegada de Jesus.

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CT Reflita sobre a história de Israel como um todo. Que paralelos podem ser traçados entre essa história e a história de qualquer pessoa?

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DISCÍPULOS E MISSIONÁRIOS

Um exemplo a seguir São Martinho de Porres São Martinho de Porres Velásquez (1579-1639), "Frei Vassoura", "O Moreninho", "São Martinzinho dos pobres", "Martinho, o bom", "Martinho, o caridoso", foi o primeiro santo negro da América do Sul.

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Aos quinze anos, ingressou no convento dominicano de Nuestra Señora del Rosario, em Lima. Naquela época, o fato de ser mulato o impedia de receber o hábito, então ele entrou como "oblato", ou seja, entregou-se à Ordem para servir aos irmãos dentro do convento, sem esperança de ser ordenado frade (demoraria nove anos para conseguir). Nenhuma tarefa lhe parecia pequena: cuidar do jardim, varrer o chão, trabalhar como barbeiro, tocar os sinos e assim por diante.

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São Martinho é um santo do povo, o santo dos mais humildes. Ele não procurava ser grande ou importante aos olhos dos homens, mas aos olhos de Deus. "Não há prazer maior do que doar aos pobres", costumava dizer. "Mas o que você pode oferecer aos outros quando você mesmo é pobre? O tesouro mais precioso: o Reino". Recebia os necessitados na portaria do convento, distribuía comida, dava roupa e atendia os doentes, hospedando-os em sua própria cela. Tal era sua ânsia de ajudar os outros que chegaram a vê-lo em dois lugares ao mesmo tempo, um dom milagroso conhecido como bilocação.

.

Dizem que um dia quando São Martinho de Porres estava varrendo, um irmão se aproximou dele e perguntou: “Irmão Martinho, o que você faria se Nosso Senhor Jesus Cristo voltasse hoje?”. Frei Vassoura respondeu: "Eu continuaria varrendo".

M

Glorificação de São Martinho de Porres, de F. Conti. Século XX.

1 2

CT Refletimos sobre as virtudes de São Martinho de Porres: fé, esperança e caridade. Como elas se manifestaram em sua vida? Como ele levou o Reino de Deus aos homens? CI CT Nosso santo destacou-se por sua humildade e disposição para servir a Deus e aos homens. Voltamos ao episódio de Frei Vassoura para interpretar sua resposta. O que ele quis dizer?

Agora reflita sobre sua vida diária. As coisas que você faz são em seu próprio benefício ou também ajudam os outros? Procure exemplos concretos. Considere: você pretende ser grande diante dos outros ou diante de Deus?

3

CA

Leia o texto a seguir e responda.

"Todos os homens dotados de alma racional e criados à imagem de Deus, todos têm a mesma natureza e origem; e, remidos por Cristo, todos têm a mesma vocação e destino divinos". (Gaudium et spes, nº 29) a. Que mensagem essas palavras nos transmitem? b. O que elas têm a ver com o tema da unidade? E com o exemplo de São Martinho de Porres?

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3 Agora você Conectados com Deus: a oração vocal

Micro orações Uma jaculatória é uma oração muito curta, apenas uma frase, para expressar ao céu um sentimento de amor, gratidão, súplica, louvor, reparação etc. Você mesmo pode inventá-la, ou pegar emprestada da Bíblia, como verá nas atividades, ou da tradição cristã: "Jesus, eu confio em Vós", "Santa Maria, rogai por nós" etc.

el o

Não é possível ser cristão sem oração. Uma maneira de rezar é repetir em voz alta ou silenciosamente as orações que aprendemos. Facilita dirigir-se a Deus em qualquer situação. Somos corpo e espírito: precisamos expressar externamente nosso sentimento interior.

Como rezar bem uma oração?

Papa Francisco @pontifex_br Nunca abandonemos a oração, mesmo quando nos pareça inútil rezar.

od

1. Sem pressa, saboreando as palavras. Se você rezar com outros, tente fazê-lo no mesmo ritmo. 2. Conscientemente, pensando no que você diz, a quem você diz e por que diz. 3. Evitando a monotonia, de um jeito diferente a cada dia. 4. Não tem problema se você se distrair, o Senhor entende e vê a intenção do seu coração.

As duas orações mais importantes

Orações que vale a pena conhecer

Sinal da Cruz, Glória, Ângelus, Salve Rainha, Lembrai-vos, Bendita seja a tua pureza, Oração ao Anjo da Guarda, Ato de contrição, Consagração a Nossa Senhora, Comunhão Espiritual, Bênção da mesa etc.

M

1. O Pai-nosso, porque foi Jesus que nos ensinou em resposta ao pedido dos seus discípulos: "ensina-nos a orar". (Lc 11,1) 2. A Ave-Maria, porque cumprimentamos Nossa Senhora com as palavras do anjo e de Isabel, recordando a Encarnação de Cristo.

1

2

CT Que orações vocais você sabe de cor? Há alguma de que você particularmente goste? Aprenda alguma que você não sabe e que mova o seu coração. Você pode fazer o propósito de rezar uma oração no início e no final do dia, e outras em outros momentos: a caminho da escola, ao voltar para casa, ao começar a estudar, antes ou depois de comer etc. Ao falar com Deus, lembre-se das necessidades de seus pais, irmãos, amigos e, sobretudo, as dos mais desfavorecidos. CA Formem grupos de três ou quatro pessoas. As seguintes citações bíblicas contêm alguma frase que pode ser usada como uma jaculatória. Leiam-nas e façam os exercícios.

Mc 10,47 / Lc 1,46 / Lc 5,12 / Lc 10,21 / Lc 18,13 / Lc 23,34 / Lc 23,46 / Jo 6,67-68 / Jo 20,28 / Jo 21,17 / Atos 22,10 a. Escreva as frases no caderno. b. Contextualize: quem diz essas palavras, para quem e em que situação. c. Escolham a que mais agrade a vocês e façam um cartaz simples, mas atraente. Podem expor os cartazes na parede da sala de aula.


SÍNTESE

a comunhão do homem com Deus

a unidade do gênero humano

a harmonia do cosmos

el o

reparando a restauração dos vínculos rompidos pelo pecado original

revela seu desígnio amoroso:

DEUS

od

estabelece

na pessoa de Noé depois do dilúvio

uma Aliança com a humanidade

e a prepara para a vinda do Messias

pela qual

na plenitude dos tempos se manifesta a

intervém primeiro na

M

história do povo de Israel

revelando-se aos poucos aos

toda a humanidade Profetas

Reis

em

Juízes

Moisés

Patriarcas

• Abraão • Isaac • Jacó • José

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• Êxodo • Deserto • Sinai • Canaã

• Gedeão • Sansão

• Saul • Davi • Salomão

• Elias • Eliseu • Isaías • Jeremias • Ezequiel

Jesus de Nazaré que é

Filho de Deus


3

ATIVIDADES DE AVALIAÇÃO

1

Esta atividade consiste em fazer uma representação panorâmica da história de Israel em uma linha do tempo. Vocês podem distribuir o trabalho em diversos grupos.

CA CC

Formem grupos de duas ou três pessoas. Escolham um dos personagens da história de Israel que apareceram na unidade. Imaginem que, voltando no tempo, vocês têm que entrevistá-lo para uma revista do colégio.

CA CL

a. A partir de suas perguntas, ele mesmo deve explicar ,os acontecimentos exteriores, suas atitudes interiores e como era sua relação com Deus. b. Antes de responder às perguntas, façam uma breve apresentação do personagem aos leitores.

el o

a. Recortem uma tira de cartolina, do comprimento que quiserem, que represente uma duração de vinte séculos. Vocês também podem representar cada século com uma tira de cartolina e colocá-las todas em fila. b. Coloquem o século correspondente em cada espaço: do século XIX a.C. ao século I d.C. Escrevam nas divisões verticais entre os séculos o ano da virada do século: 1900, 1800, 1700, 1600, etc. Desde a etapa da monarquia, as datas históricas são muito mais precisas do que em épocas anteriores. Tenham em mente que o fim da etapa do judaísmo está localizado no ano 70 d. C., com a destruição do templo de Jerusalém. Coloquem os anos da vida de Jesus entre 4 a.C. e 30 d. C. c. Representem cada etapa da história de Israel com uma cor diferente (os séculos que passam entre os patriarcas e o êxodo não correspondem propriamente a nenhuma etapa) e escrevam o nome de cada época no local correspondente. d. Escrevam, abaixo da linha, frases sintéticas sobre os acontecimentos e os principais protagonistas de cada etapa. Por exemplo: "Deus chama Abraão", "Deus promete a Abraão uma grande descendência e a terra de Canaã", "Saída do Egito", etc. Devem colocar as frases de forma que a passagem de tempo entre os eventos seja visível. e. Ao lado do texto podem colocar representações gráficas de alguns fatos ou personagens, mapas, frases bíblicas etc. Usem sua criatividade para enriquecer essa linha do tempo. f. Por fim, acrescentem em cada etapa o nome dos livros da Bíblia que narram os acontecimentos. Podem escrever o nome do livro ao lado do desenho de um rolo da Bíblia. Patriarcas: Gênesis. Êxodo, Números, Deuteronômio. Juízes: Josué, Juízes, 1 Samuel. Monarquia: 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis, 1 e 2 Crônicas. Exílio: 2 Reis, 2 Crônicas. Judaísmo: Esdras, Neemias, 1 e 2 Macabeus, Evangelhos.

3

4

CC CL

5

CC CL

Encontre três obras de arte que se refiram a uma das passagens da história de Israel mencionadas nesta unidade. Anote seu título, seu autor, seu estilo e se, em sua opinião, reflete adequadamente a história bíblica correspondente.

od

Escreva um breve enunciado para situar cada um desses personagens da história universal na história de Israel. a. Nabucodonosor. b. Ciro, o Grande. c. Alexandre Magno. d. Antíoco IV Epifânio. e. Herodes, o Grande. A quem se refere cada afirmação?

a. Ungiu os primeiros reis de Israel. b. Engrandeceu o reino de Israel. c. Deus lhe deu uma grande sabedoria. d. Liderou a revolta contra a tirania grega. e. Foi o último profeta de Israel.

M

6

2

CC Elaborem um mapa do Oriente Médio (o Crescente Fértil) e marquem nele Canaã, Egito, Mesopotâmia, Pérsia, Jerusalém e Babilônia. Vocês podem encontrar modelos na internet, em atlas bíblicos. Coloquem o mapa junto da linha do tempo.

49


4

O amor tem nome

Vamos descobrir

Vamos ser capazes de Mergulhar no mistério de Jesus a fim de ter um encontro sincero com ele.

Que Jesus de Nazaré é o Filho Unigênito de Deus feito homem.

Apreciar que Maria é verdadeiramente a Mãe de Deus, nossa mãe e o modelo perfeito de discípulo.

M

od

el

A situação geográfica, sociopolítica e religiosa em que Jesus viveu.

o

Que, por amor, Deus se revelou plenamente enviando seu próprio Filho.


Partimos da realidade

CT

CI

CS

A polícia o prendeu novamente. Levaram-no à presença da juíza, que, depois de ler seu histórico, lhe fez uma pergunta surpreendente: o que desejava fazer na vida. Esse interesse o comoveu. Foi a primeira vez que alguém com autoridade o tratava pelo que ele era: uma pessoa.

o

A juíza olhou para ele em silêncio e, após alguns minutos de reflexão, propôs: "Gostaria de ser escultor?". Tim não sabia o significado da palavra. A juíza explicou e, sem pensar muito, ele concordou. Gostava de desenhar. Não deveria ser tão difícil. A juíza pegou o telefone, discou um número e pronunciou uma frase que supôs um antes e um depois na vida de Tim: “Tenho aqui um moço bom, muito motivado. Você poderia aceitá-lo como aprendiz?"

el

Obteve um diploma que o certificava como pedreiro escultor. Ele ainda não tinha dezoito anos e já era um operário qualificado. Foi correndo entregar o diploma para a juíza: "É para a senhora! Eu lhe disse que ia conseguir." "Não, não, é seu", respondeu a juíza. "Consegui-o graças à senhora. É seu”, respondeu Tim. A juíza murmurou um "obrigada", emocionada. Foi a primeira vitória de Tim sobre seus demônios interiores, sobre as injustiças e humilhações de sua vida. J. M. Cejas, 8 histórias sem vergonha

OBSERVE

Tim é um menino rebelde, a quem os outros sempre trataram com dureza e indiferença. Você acha que a juíza se preocupa por ele? Por quê?

2

"A juíza olhou para ele em silêncio". Seria um olhar compreensivo ou de censura?

3

A juíza pede um favor para ajudar Tim. Em que consiste?

4

Por que Tim corre para dar seu diploma para a juíza?

M

od

1

AVALIE 5

Por que Tim se comoveu? Dê alguns exemplos do que significa tratar os outros como pessoas.

6

A juíza diz sobre Tim que ele é "um moço bom, muito motivado". Por que você acha que essa frase "supôs um antes e um depois na vida de Tim"?

7

Graças à ajuda da juíza, Tim consegue sua "primeira vitória" contra o rancor e a raiva que o consumiam. Ele poderia ter feito isso sozinho?

8

Você acha que qualquer pessoa poderia ter salvado Tim de uma vida marcada pela desgraça? Por quê?

9

Desde o momento em que nascemos até a morte, todos precisamos de ajuda. Você acha que essa ajuda nos torna fracos ou fortes? Justifique sua resposta.

Fotograma do filme Natividade, dirigido por C. Hardwicke (2006).

51


À LUZ DA PALAVRA

No Antigo Testamento

Is 7,14

o

"O povo que andava nas trevas viu uma grande luz; sobre aqueles que habitavam uma região tenebrosa resplandeceu uma luz. Vós suscitais um grande regozijo, provocais uma imensa alegria (...)" porque um menino nos nasceu, um filho nos foi dado; a soberania repousa sobre seus ombros, e ele se chama: Conselheiro admirável, Deus forte, Pai eterno, Príncipe da paz. Seu império será grande e a paz sem fim sobre o trono de Davi e em seu reino. Ele o firmará e o manterá pelo direito e pela justiça, desde agora e para sempre. Eis o que fará o zelo do Senhor dos exércitos." Is 9,1-2.5-7

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Isaías convida-nos a colocar nossa confiança e fé somente no Senhor, partindo do reconhecimento de nossa própria fraqueza. Com as profecias de Isaías, Deus reafirma —apesar da infidelidade do povo— sua fidelidade à Aliança e anuncia como será o Messias prometido.

"Por isso, o próprio Senhor vos dará um sinal: uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e o chamará ‘Deus Conos¬co’ [Emanuel]."

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Isaías foi um profeta que viveu no século VIII a.C. Foram tempos difíceis. O Povo de Israel estava dividido e via-se ameaçado por seus inimigos, mas também pelos vícios aos quais sucumbiu: a avareza, a hipocrisia e a injustiça social.

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Em que etapa da história do povo de Israel viveu Isaías? Para qual missão Deus o escolheu?

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Isaías profetiza que o "sinal" de Deus será um filho nascido de uma jovem, a quem chamará de "Emanuel". Você se lembra o que essa palavra hebraica significa?

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O povo de Israel esperava um grande guerreiro que dominaria seus inimigos. No entanto, como será o Rei que Isaías anuncia? Como ele diz que seu reino será?

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Como isso será possível? Na última frase do texto você encontrará o motivo.

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Reflita sobre o símbolo da luz a. A que o profeta se refere com a expressão “o povo que andava nas trevas”? b. O símbolo da luz é usado com frequência na Bíblia. Que sentido você acha que tem no texto de Isaías? Que sentimento está associado ao aparecimento da "luz"?

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Reflita sobre a profecia de Isaías Durante o tempo do Advento, a Igreja utiliza na liturgia textos do livro de Isaías. Por que você acha que ela os selecionou para este tempo? Por que a meditação de suas profecias ajuda a descobrir atitudes cristãs: de espera em Deus, de conversão, de entusiasmo e alegria?


4 No Novo Testamento Em Nazaré, uma pequena aldeia que não parecia predestinada a grandes acontecimentos, ocorre um acontecimento que marcará a história da humanidade. O anjo anuncia a Maria que ela conceberá o Filho de Deus em seu ventre. Maria diz livremente “sim” ao projeto divino.

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"No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um homem que se chamava José, da casa de Davi e o nome da virgem era Maria. Entrando, o anjo disse-lhe: “Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo”. Perturbou-se ela com essas palavras e pôs-se a pensar no que significaria seme¬lhante saudação. O anjo disse-lhe: “Não temas, Maria, pois encontraste graça diante de Deus. Eis que conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus. (...) " "Maria perguntou ao anjo: “Como se fará isso, pois não conheço homem?” 35.Respondeu-lhe o anjo: “O Espírito Santo descerá sobre ti, e a força do Altíssimo te envolverá com a sua sombra. Por isso, o ente santo que nascer de ti será chamado Filho de Deus. (...)"Então disse Maria: “Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra”. E o anjo afastou-se dela."

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Lc 4, 16-21

"No 'sim' de Maria está o 'sim' de toda a história da Salvação, e ali começa o último 'sim' do homem e de Deus. Perguntemo-nos eu sou homem ou mulher do 'sim' ou sou homem ou mulher do 'não'? Sou homem ou mulher que olho para o outro lado, para não responder?".(Francisco, 4 de abril de 2016, dia da Anunciação)

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Reflita sobre a maneira como Deus age. É o anjo que entra na casa de Maria. Em seguida, realiza-se um encontro pessoal no qual é possível um diálogo. Deus toma a iniciativa, mas espera uma resposta livre. São Lucas não especifica as circunstâncias do momento da Anunciação, mas destaca o conteúdo do diálogo. Mostra como a Virgem escuta, reflete e aceita. O que esta atitude de Maria lhe sugere?

CT

Nasceu para nós um menino a. Encontrar no texto profético de Isaías o fragmento que corresponde a cada um dos seguintes textos do evangelho: "José, da casa de Davi"; "A virgem se chamava Maria"; "Darás à luz um filho"; "Aquele que vai nascer será chamado santo, Filho de Deus.". b. Por que a resposta de Maria está ligada ao futuro da humanidade?

4

Reflita sobre as palavras do Papa a. Explique com suas próprias palavras o que significa que Maria era uma "mulher do sim". b. Como você responderia à pergunta feita pelo Papa?

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AS RAZÕES DA FÉ

1. Jesus de Nazaré “Cremos e confessamos que Jesus de Nazaré, nascido judeu de uma filha de Israel, em Belém, […] é o Filho eterno de Deus feito homem”. (CIC, n. 423)

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Certamente, a afirmação sobre a humanidade e divindade de Jesus – que ele é, ao mesmo tempo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem – parece ousada. Existem dados que apoiam esta afirmação? Os primeiros documentos sobre Jesus são os Evangelhos. Esses textos não pretendem oferecer apenas informações históricas sobre ele, mas sim despertar a fé no Messias. Por isso, uma interpretação simplista deles só leva à dúvida e à perplexidade.

Durante a segunda metade do século XX, o desenvolvimento da arqueologia e dos estudos sobre os Evangelhos permitiu aprofundar a realidade histórica das coisas que neles se narram. Ao mesmo tempo, o conhecimento da literatura judaica e cristã daqueles primeiros séculos cresceu enormemente.

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Deus está conosco

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Não faltaram tentativas de conhecer a vida e os ensinamentos de Jesus com a razão, sem contar com a fé. Por isso, alguns críticos se esforçaram por reduzir sua figura à de um simples homem. Mas, para que isso fosse possível, ignoraram tudo de sobrenatural que aparece nos textos: só aceitam os dados que condizem com seus preconceitos. O resultado é que eles constroem um Jesus na medida deles.

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"Hoje gostaria de meditar convosco sobre o Natal de Jesus, festa da confiança e da esperança (...) E a razão da nossa esperança é a seguinte: Deus está ao nosso lado, Deus ainda confia em nós! Mas pensai bem nisto: Deus está ao nosso lado, Deus ainda confia em nós! Este Deus Pai é generoso! Ele vem habitar com os homens, escolhe a terra como a sua morada para estar ao lado do homem e para se encontrar lá onde o homem transcorre os seus dias na alegria ou na dor". (Francisco, audiência de 18 de dezembro de 2013).

Evidentemente, uma demonstração completamente científica da divindade de Jesus não pode ser alcançada: a fé é necessária para conhecê-lo e segui-lo. Nesta unidade e nas seguintes, você descobrirá que é razoável acreditar na divindade de Jesus.

2. O país de Jesus 2.1. Situação geográfica

Os evangelhos são uma narração detalhada de fatos reais que ocorreram em um tempo e lugar perfeitamente localizáveis na história da humanidade: a Terra Santa, durante a primeira metade do século I. O Mar Mediterrâneo é limitado a oeste pela Espanha e a leste, justo do outro lado, pela Terra Santa, território no qual hoje se localiza principalmente o Estado de Israel. Esta região recebeu muitos nomes ao longo da história: Judéia, Canaã, Israel, Palestina... É uma faixa de terra limitada a oeste pelo mar Mediterrâneo, conforme indicado, e a leste pelo rio Jordão. O Jordão corre de norte a sul, paralelo à costa, e deságua no Mar Morto.

"Conhecer a Jesus é o melhor presente que qualquer pessoa pode receber; tê-lo encontrado foi o melhor que ocorreu em nossas vidas, e fazê-lo conhecido com nossa palavra e obras é nossa alegria"(Aparecida, n. 29).

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A Galileia tem um clima frio e úmido. Nesta região está Nazaré, uma pequena aldeia rústica e isolada onde Jesus viveu a maior parte de sua vida. Em seu centro estava o Mar da Galileia, também chamado de Lago de Tiberíades ou Lago de Genesaré, que fornecia peixes para cidades próximas. A maioria dos apóstolos veio desta região.

Mar da Galileia

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A Judéia é uma área acidentada e montanhosa, rica em oliveiras, videiras e figueiras. Belém ficava nesta região e, muito perto, ficava a capital, Jerusalém, onde se concentravam os poderes religioso, cultural e político do povo judeu, bem como as prestigiosas escolas dos fariseus e o Sinédrio. Mas Jerusalém era, acima de tudo, a cidade do templo.

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Samaria está situada entre a Galileia e a Judéia. A aversão entre judeus e samaritanos era grande e muito antiga, por motivos religiosos e políticos. Um judeu piedoso jamais fazia negócios com um samaritano e se considerava impuro apenas por tocá-lo, mesmo que acidentalmente.

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Mar Mediterrâneo

Mar Morto

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AS RAZÕES DA FÉ

2.2. Situação religiosa Jerusalém era o centro religioso para o qual os judeus de todo o mundo dirigiam seu olhar, onde o Sinédrio tinha sua sede e onde viviam os mais famosos doutores da Lei*. Mas, acima de tudo, era o lugar onde se erguia o templo.

Os dois grupos religiosos mais influentes dentro do judaísmo eram:

• Os fariseus. Eram um grande grupo formado por pessoas de classe média e artesãos. Ensinavam uma interpretação rígida da Lei de Moisés, à qual acrescentavam uma longa lista de preceitos. Davam grande valor à mera obediência externa das regras. Consideravam-se defensores da religião e das tradições judaicas. Muitos deles eram membros do Sinédrio*. • Os saduceus. Constituíam a aristocracia sacerdotal, composta por linhagens muito antigas e de classe alta que ocupavam cargos importantes no templo. Só aceitavam a Lei escrita (Torá ou Pentateuco), e rejeitavam a tradição. Sua prática da Lei era pouco estrita e não hesitavam em colaborar com os que não eram judeus, os gentios, para manter sua posição social. A maioria dos grandes sacerdotes e anciãos pertencia a este grupo. No tempo de Jesus eles tinham perdido muita influência sobre as pessoas.

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Embora não sejam mencionados nos Evangelhos, naquela época havia também um terceiro grupo religioso. Vários historiadores nos falam sobre isso e, principalmente, os Manuscritos do Mar Morto, descobertos em 1947. Os essênios eram poucos em número e viviam em comunidades independentes. Praticavam a pobreza, o ascetismo e a penitência. Eles acreditavam que pertenciam à última das gerações que viveria antes da vinda do Messias.

Todos os anos, milhares de judeus de todos os cantos do Império viajavam por terra e mar a Jerusalém para celebrar a festa da Páscoa, comemorando sua libertação da escravidão no Egito.

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Os essênios

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O templo de Jerusalém era um lugar sagrado do povo judeu. Por razões históricas, os judeus estavam espalhados por todo o mundo romano e havia sinagogas em muitas cidades do Império.

Nesse ambiente, o religioso se misturava ao político, e muitos judeus pensavam que o Messias prometido seria um líder político que poria fim ao domínio de Roma e colocaria Israel à frente das nações.

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2.3. Situação sociopolítica Na época de Jesus, Israel não era um Estado independente, mas uma província sob o poder do imperador romano, que era Augusto (63 a.C-14 d.C) quando Jesus nasceu e Tibério (42 a.C- 37 d.C) quando ele foi crucificado. Tinha a reputação de ser uma província problemática e difícil de governar. A Judéia era uma província do Império Romano governada por um rei vassalo de Roma chamado Herodes, o Grande. Quando ele morreu, logo após o nascimento de Jesus, a província foi dividida entre seus filhos. A Galileia ficou sob o poder de Herodes Antipas e a capital, Jerusalém, foi concedida a outro filho, que logo foi destituído por Augusto, que colocou em seu lugar um prefeito*, o romano Pôncio Pilatos.

Durante as orações, os judeus usam um quipá na cabeça, como sinal de respeito a Deus e, nos ombros, o talit. As listras azuis deste manto representam as doze tribos de Israel e os cordões, a sujeição aos dez mandamentos.

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4 Os judeus desprezavam tantos os filhos de Herodes como Pilatos: eram estrangeiros ou cúmplices deles. O motivo dessa animosidade era fundamentalmente religioso, pois os romanos, embora respeitando a religião judaica, adoravam muitos deuses. Os judeus consideravam uma humilhação que o destino de Jerusalém, a cidade santa, estivesse em mãos pagãs. As revoltas aconteciam frequentemente naquele recanto do império.

Prefeito: funcionário que governava qualquer uma das províncias ou departamentos em que o Império Romano foi dividido.

Em tempos do rei Herodes e do imperador Augusto, Deus cumpriu as promessas feitas a Abraão e seus descendentes enviando seu Filho Jesus Cristo, nascido de mulher, para nos resgatar do pecado (cf. Compêndio CIC, n. 79).

od

Sinédrio: conselho formado por anciãos da aristocracia sacerdotal judaica. Foi-lhe atribuída a missão de interpretar e aplicar a Torá e representava o povo judeu perante a autoridade romana.

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ideias-chave

Doutor da Lei ou escriba: guia espiritual da comunidade judaica, encarregado de interpretar as Sagradas Escrituras.

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Os judeus só reconheciam como seu representante legítimo ao Grande Sinédrio, tribunal supremo da nação hebraica, composto por 71 membros, incluindo juízes, mestres e aristocratas. O presidente do Sinédrio era o sumo sacerdote, que governava sob a supervisão de Roma. Na época de Jesus Anás e Caifás foram sumos sacerdotes. Tanto o Sinédrio quanto Herodes Antipas e Pilatos foram decisivos na paixão do Senhor.

vocabulário

Busto de Augusto usando a coroa cívica. Anônimo. "Naqueles tempos, apareceu um decreto de César Augusto, ordenando o recenseamento de toda a terra. Esse recenseamento foi feito antes do governo de Quirino, na Síria. Todos iam alistar-se, cada um na sua cidade. Também José subiu da Galileia, da cidade de Nazaré, à Judeia, à Cidade de Davi, chamada Belém, porque era da casa e família de Davi, para se alistar com a sua esposa, Maria, que estava grávida." (Luc 2,1-5).

Complete o seguinte texto bíblico (Gal 4, 4-5).

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1

Mas quando [...] a plenitude dos tempos, [...] enviou seu Filho, que nasceu de [...], e nasceu submetido a uma Lei, para resgatar-nos do domínio da Lei afim de que recebêssemos a condição de [...] adotivos de Deus..

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Relacione os seguintes elementos.

a. Pôncio Pilatos. b. Caifás. c. Herodes Antipas. d. Grande Sinédrio 1. Sumo Sacerdote. 2. Conselho do povo judeu. 3. Governador da Galileia. 4. Procurador romano da Judéia.

Indique quais das seguintes afirmações são verdadeiras e corrija as falsas. =6.,>& ?@1#")& "& A,2.";B9& C/)& ,6,& ;,<61-"' =

5 CT Reflita: Por que o cristão deve amar especiala. A autoridade judaica estava subordinada à de mente esta região do mundo? Roma. b. Os sumos sacerdotes apenas exerciam & poder espiritual sobre os judeus. c. Herodes, o em Mt 23,1-12, reflita e 6 CI Leia as palavras de Jesus Grande, nunca aceitou o poder dos conquistadores responda. = romanos. d. O povo judeu se sentia humilhado pela a. A=que grupo religioso o texto se refere? b. Quais dominação=6.,&!"#$>&?C,'&A,2.";&,&#,'&*,')EB9&*1)), romana. & são as razões da indignação de Jesus? c. Como você aplicaria esse ensinamento de Jesus em sua Leia Lc 3,1-2. Que autoridades são mencionadas? vida? Que posição ocupavam?

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AS RAZÕES DA FÉ

3. O mistério da Encarnação Em Nazaré, uma pequena aldeia da Galileia, uma jovem chamada Maria – noiva de um artesão, José – recebeu, enquanto rezava, a visita de um anjo. São Lucas relata que o arcanjo Gabriel lhe disse, para seu espanto, que ela havia sido escolhida para ser a Mãe do Messias.

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Maria aceitou: "Faça-se em mim segundo a tua palavra”. (Lc 1,38). Naquele instante, o Filho de Deus se fez homem em seu seio virginal. Este grande acontecimento é conhecido como o mistério da Encarnação.

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Este evento, embora tenha passado despercebido pelos grandes do mundo, mudou o curso da história universal. Nada nunca mais foi o mesmo: a segunda Pessoa da Santíssima Trindade, o Filho de Deus, tornou-se homem sem deixar de ser Deus. Por isso, a Virgem Maria é verdadeiramente a Mãe de Deus. Naquela época, o imperador Augusto ordenou que todos os habitantes do Império fossem registrados em suas cidades de origem. José, que era descendente do rei Davi, foi com Maria, que estava grávida, à cidade de seus antepassados: Belém, na Judéia, perto de Jerusalém. Ali nasceu o Filho de Deus (Lc 2,1-7). José, obedecendo ao que um anjo lhe ordenara, deu ao menino o nome de Jesus, que significa “Deus conosco” (Mt 1,21).

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Logo após o nascimento, a Sagrada Família fugiu para o Egito devido à perseguição ordenada pelo rei Herodes, o Grande. Passado o perigo, voltou para Nazaré. Daquele momento até o início da vida pública do Senhor, transcorre-se um período de cerca de trinta anos que é conhecido como "a vida oculta de Jesus".

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Em que ano Jesus nasceu?

"Graças à ternura e misericórdia de nosso Deus, que nos vai trazer do alto a visita do Sol nascente, que há de iluminar os que jazem nas trevas e na sombra da morte e dirigir os nossos passos no caminho da paz.”. (Lc 1, 78-79)

No século VI, um monge nascido na atual Romênia calculou o ano em que Jesus nasceu. Seu nome era Dionísio, o Magro, e infelizmente ele se enganou. Os historiadores discordam sobre o ano exato, embora o primeiro Natal pareça ter ocorrido por volta de 5 a.C. Felizmente para Dionísio, percebemos o erro centenas de anos depois.

4. Os nomes de Jesus Sabemos onde e como Jesus nasceu. Mas quem é ele realmente? No Novo Testamento ele recebe vários nomes: Jesus é o nome mais usado; é aquele que o anjo Gabriel comunicou a Maria e José. Em hebraico significa “Deus salva” e expressa, ao mesmo tempo, sua identidade (Deus) e sua missão (Salvador) "porque vai salvar o seu povo dos pecados" (Mt 1,21).

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4 Messias (Cristo em grego) significa “ungido”. No Antigo Testamento, reis e sacerdotes eram ungidos com óleo como sinal de sua eleição. Jesus Cristo é “o Ungido” por Deus Pai com o Espírito Santo. Jesus é o Rei messiânico que oferece liberdade e salvação aos pobres e pecadores. Ele traz para todos eles o Reino de Deus e funda a Igreja, sua nova família.

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Filho de Deus refere-se ao fato de que Jesus é a segunda Pessoa da Santíssima Trindade. Jesus, ao se referir ao Pai, disse “meu Pai” ou “vosso Pai”, mas nunca “nosso Pai”. Com esta distinção mostrou que a maneira pela qual ele era o Filho de Deus não é a mesma em que somos todos filhos de Deus. Senhor (em grego Kyrios, em hebraico Elohim ou Adonai) é a palavra usada pelos judeus para evitar pronunciar o nome de Deus (Javé) em voz alta, por respeito. Chamar Jesus de Senhor é uma forma de reconhecer sua divindade. Tomé, vendo Jesus depois da Ressurreição, exclamou: "Meu Senhor e meu Deus!" (Jo 20,28).

ideias-chave

A Encarnação é o fato milagroso pelo qual a segunda Pessoa da Santíssima Trindade se fez homem no seio da Virgem Maria, sem deixar de ser Deus (cf. Compêndio CIC, nn. 86 e 87).

A anunciação - Murillo, 1660.

"O anjo disse-lhe: “Não temas, Maria, pois encontraste graça diante de Deus. Eis que conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus. Ele será grande e será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi". (Lc 1, 30-32)

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Por isso, a Igreja confessa que Jesus é inseparavelmente verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Ele é o Filho de Deus que se fez homem, sem deixar de ser Deus.

Os principais nomes que Jesus Cristo recebe são Jesus, que significa “Deus salva”; Cristo e Messias, que o identificam como o Salvador prometido por Deus; e Filho de Deus e Senhor, porque é Deus, como o Pai (cf. Compêndio CIC, nn. 81-84).

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Complete o texto com os seguintes termos: cristã, união, Pessoa divina, natureza humana, Encarnação.

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a. Jesus tem muitos nomes porque é impossível saber quem ele realmente é. b. Cada um dos nomes de Jesus nos permite conhecer mais sobre ele. c. O arcanjo disse a Maria por quais nomes seu Filho seria conhecido. d. Os nomes Messias e Cristo referem-se a Jesus como rei e sacerdote por excelência.

A Igreja chama […] ao mistério da […] admirável da natureza divina e a […] de Jesus na única […] do Verbo. A fé na Encarnação é um sinal distintivo da fé […].

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Procure nos evangelhos dois fatos que demonstrem que Jesus é verdadeiro homem e outros dois que demonstrem que Ele é o verdadeiro Deus.

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Quem é descrito em cada caso? a. Concebeu o Filho eterno em seu ventre pelo poder do Espírito Santo. b. Anunciou a uma jovem que ela havia sido escolhida para ser a Mãe do Messias. c. Segunda Pessoa da Santíssima Trindade. d. Deu ao menino o nome de Jesus, conforme lhe havia sido indicado.

Indique quais destas afirmações são verdadeiras e corrija as falsas.

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Pesquise e responda, referindo-se aos textos evangélicos: O que as respostas de Maria e José têm em comum com os anúncios que recebem? CA

CI O que podemos aprender e que consequências práticas uma pessoa da sua idade pode tirar do fato de Jesus ter tido tantos anos de vida familiar e de trabalho em Nazaré?

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AS RAZÕES DA FÉ

5. Mãe de Deus e nossa mãe 5.1. Maria, modelo de quem acredita

Embora não haja muitas referências à Virgem Maria nos Evangelhos, sabemos que ela esteve com o filho durante toda sua vida em Nazaré e em sua vida pública, desde o primeiro milagre nas bodas de Caná até a Crucificação no Calvário. No momento da Crucificação, quando quase todos o haviam abandonado, Jesus deu a sua mãe como mãe de cada discípulo e de toda a Igreja: "Mulher, eis aí teu filho". Então disse ao discípulo João: "Eis aí tua mãe" (Jo 19,26-27). A Virgem Maria ajudou a Igreja primitiva a manter a fé e a coragem nos momentos difíceis que se seguiram à morte de Jesus, quando tudo parecia perdido. Parece razoável pensar que Pedro e os outros Apóstolos se deixaram guiar por sua sabedoria e por seu exemplo, quando a Igreja era tão pequena que todos os seus membros cabiam em uma única sala.

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Nossa Senhora do Rosário: A devoção a Nossa Senhora do Rosário é uma das mais antigas na história da Igreja Católica e há registros de que a primeira aparição da santa teria sido registrada em 1208, a São Domingos de Gusmão, fundador da Ordem dos Dominicanos. A festa em honra à santa é sempre comemorada em todo o mundo no dia 7 de outubro. Nossa Senhora teria aconselhado São Domingos a rezar o rosário como forma de conversão da humanidade. A data escolhida para celebrar Nossa Senhora do Rosário remete à Batalha de Lepanto, ocorrida em 1571, quando uma esquadra de navios da Liga Santa derrotou o Império Otomano, no largo de Lepanto, na Grécia. Naquele dia, cristãos recitavam o rosário e, através da intercessão de Maria, alcançaram a vitória.

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Imagem de Nossa Senhora do Rosário

É possível que Jesus se pareça fisicamente com sua mãe. Com toda a probabilidade, ele teria gestos e modos de se expressar que eram característicos dela. E se, como vimos, a vida do cristão consiste em conhecer, imitar e amar a Cristo..., quem melhor do que Nossa Senhora para nos servir de modelo e exemplo? Quem conhece e quem ama alguém mais do que sua própria mãe?

Ainda hoje Maria continua a ser para os cristãos uma mãe amorosa que dirige os nossos passos para o seu Filho. Ela representa o modelo perfeito de todas as virtudes cristãs: amor à cruz, humildade, oração e docilidade à vontade de Deus.

5.2. As graças e privilégios de Maria Por seus méritos e pelo tamanho infinito de sua missão, Deus concedeu a Nossa Senhora graças e privilégios únicos. Ao longo dos séculos, a Igreja os tem reconhecido e proclamado como dogmas* de fé. São os seguintes: • A maternidade divina. Este dogma foi proclamado pelo Concílio de Éfeso no ano 431. Nossa Senhora é a Mãe de Deus porque concebeu e deu à luz à segunda Pessoa da Santíssima Trindade como homem. A palavra grega que foi usada durante o Concílio para denominar este fato é Theotokos, Mãe de Deus. • A virgindade de Maria. No ano de 649, durante o primeiro Concílio de Latrão, a Igreja proclamou o dogma da virgindade perpétua de Maria. Como ele ensina, a Virgem concebeu Jesus por ação milagrosa do Espírito Santo, sem a intervenção de um homem.

A Visão de São Domingos, Bernardo Cavallino , 1640.

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4 • A Imaculada Conceição. Em 1854, o Papa Pio IX proclamou este dogma, que produziu grande alegria em toda a Igreja. Ensina que a Virgem Maria, em atenção à sua maternidade divina, nasceu livre do pecado original e de qualquer inclinação para o mal: ela nunca cometeu nenhum pecado. • A assunção de Maria ao céu. Este dogma, proclamado pelo Papa Pio XII em 1950, estabelece que Nossa Senhora, uma vez completados os dias de sua vida na Terra, foi levada ao céu de corpo e alma.

ideias-chave

A Virgem Maria é verdadeiramente a Mãe de Deus porque é a Mãe de Jesus, o Filho eterno de Deus Pai (cf. Compêndio CIC, n. 95).

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• •

A maternidade espiritual de Maria estende-se a todos os homens, sendo para todos um modelo de fé e caridade, exercendo uma influência salvífica (cf. Compêndio CIC, nn. 100 e 197).

CL Relembre as palavras de Jesus em Jo 19,26-27 e escolha a afirmação que melhor se ajuste ao seu significado.

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“Como vive José a sua vocação de guardião de Maria, de Jesus, da Igreja? Numa constante atenção a Deus, aberto aos seus sinais, disponível ao Seu projeto [...] E José é ‘guardião’, porque sabe ouvir a Deus, deixa-se guiar pela sua vontade e, por isso mesmo, se mostra ainda mais sensível com as pessoas que lhe estão confiadas [...] Nele, vemos como se responde à vocação de Deus: com disponibilidade e prontidão; mas vemos também qual é o centro da vocação cristã: Cristo". (Francisco, 19 de março de 2013)

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Não está determinado como se deu a Assunção de Nossa Senhora ao céu, mas a Igreja ensina que seu corpo não permaneceu nesta terra, sujeito à, corrupção, mas que, juntamente com sua alma, foi elevado ao céu e glorificado.

A Vocação de José

a. Jesus queria demonstrar-lhes seu afeto. b. Jesus deu a Virgem como mãe da Igreja e de todos os cristãos. c. Jesus queria que João cuidasse da sua mãe.

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De que a Virgem Maria pode servir de modelo para os cristãos? Justifique a sua resposta.

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Relacione cada graça ou privilégio da Virgem Maria com sua descrição.

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vocabulário

Dogma: doutrina revelada que a Igreja define como verdade de fé em que todos os católicos devem crer.

Assinale o privilégio de Maria do qual dependem todos os outros. a. Maternidade divina. b. Virgindade. c. Imaculada Conceição. d. Assunção aos céus.

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Pesquise e responda:

a. Que oração os cristãos rezam para recordar a Anunciação e a Encarnação. Quando se reza? b. Por que estes atos de piedade são tão importantes na vida diária de quem acredita.

a. Maternidade divina. b. Virgindade. c. Imaculada Conceição. d. Assunção aos céus. 1. Está livre do pecado original e de todas as más inclinações. 2. Concebeu e deu à luz a segunda Pessoa da Santíssima Trindade como homem. 3. Seu corpo não permaneceu nesta Terra, sujeito à corrupção. 4. Concebeu Jesus por ação milagrosa do Espírito Santo.

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DISCÍPULOS E MISSIONÁRIOS

Um exemplo a seguir São João Bosco

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São João Bosco (1815-1888) é o santo da juventude. Nasceu no norte da Itália, em uma família pobre e humilde. Aos nove anos, teve um sonho que inspiraria sua vocação. Ele viu alguns jovens brigando e gritando; colocou-se entre eles para acabar com a briga também usando a força, mas naquele momento um homem vestido com um manto branco o chamou pelo nome e pediu que ele não se impusesse àqueles meninos pela força, mas com mansidão e caridade. Em seguida, uma mulher majestosa mostrou a ele um grupo de animais ferozes que, instantaneamente, se transformaram em mansos cordeiros. Uma lição valiosa: “Deus não gosta que as coisas sejam feitas à força. Sendo o Deus do amor, ele quer que tudo seja feito por amor». Aos vinte e seis anos, foi ordenado sacerdote. Eram tempos difíceis, de miséria. Muitos meninos viviam nas ruas, jovens rebeldes, marginalizados, sem dinheiro e sem esperança. São João Bosco aproximou-se deles para lhes oferecer um lar e uma educação. Assim nasceram os Salesianos e as Filhas de Maria Auxiliadora, congregações que levaram seu carisma pedagógico e evangelizador a todos os continentes. "Santos educadores de santos", este é o espírito de São João Bosco; procurar os mais humildes para educá-los com amor e acompanhá-los no caminho da fé.

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"Vocês querem fazer uma coisa boa? Eduquem a juventude. Vocês querem fazer uma coisa santa? Eduquem a juventude. Vocês querem fazer uma coisa santíssima? Eduquem a juventude. Mais ainda, entre as coisas divinas, esta é a mais divina.”

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A figura de São João Bosco também nos desafia como estudantes. Qual é a nossa atitude em relação ao estudo? Como nos comportamos com nossos colegas? Como são nossas brincadeiras e jogos? Que atitude mostramos nos esportes? Vivemos com alegria? CI

CT Leia Jo 13,13-15 e reflita. Os cristãos não seguem um ensinamento ou uma pregação, nós seguimos uma pessoa: Jesus. O que essa realidade significa na vida de cada cristão? Meditemos sobre esta ideia e apresentemos uma oração a Deus pedindo-lhe que nos ajude a trazer o exemplo de Jesus para nossas vidas.


4 Agora você Não estou aqui, eu que sou sua mãe?

Advocações

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"[Maria], da mesma forma como deu à luz o Salvador do mundo, trouxe o Evangelho à nossa América. No acontecimento em Guadalupe, presidiu, junto com o humilde João Diego, o Pentecostes que nos abriu aos dons do Espírito. Os diversos títulos e os santuários espalhados por todo o continente testemunham a presença próxima de Maria às pessoas, e ao mesmo tempo manifestam a fé e a confiança que os devotos sentem por ela". (Aparecida, n. 269)

Aparecida, Guadalupe, Luján, Fátima, Lourdes, Nazaré, Chiquinquirá, … são formas diferentes de chamar a mesma Mãe. O mesmo acontece quando a invocamos como Imaculada, Maria Auxiliadora, Mãe do Amor Formoso, Nossa Senhora do Carmo, do Brasil, da Paz ou do Rosário. Referem-se a lugares, a qualidades da Virgem ou a momentos de sua vida.

Devoções

Há muitas maneiras de manifestar o amor a Maria e a confiança nela: rezando o Terço, o Ângelus ou outras orações marianas, usando o escapulário de Nossa Senhora do Carmo, fazendo uma peregrinação a um santuário, trazendo flores, beijando ou saudando uma imagem de Maria, participando de uma procissão, fazendo uma novena, etc.

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Papa Francisco @pontifex_br

A piedade da Igreja para com a Santíssima Virgem é um elemento importante do culto cristão. É por isso que a honramos com um culto especial de veneração, embora muito diferente do culto de adoração que prestamos a Deus.

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O Terço é a oração que sempre acompanha a minha vida; é também a oração dos simples e dos santos... é a oração do meu coração.

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2

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CT CI Você tem uma imagem de Nossa Senhora? Se não tem, procure uma de que você goste e lembre-se de que ela está sempre ao seu lado para ajudá-lo em seu caminho como discípulo de seu Filho e socorrê-lo em suas necessidades. Se quiser, cole uma foto da Virgem em seu caderno pessoal.

Pense em como você poderia concretizar sua devoção à Virgem: que oração ou orações você poderia rezar para ela todos os dias, o que você poderia oferecer a ela regularmente, em que igreja você poderia visitá-la de vez em quando, etc. Se quiser, você pode pedir conselho sobre o que é melhor fazer. Registre o resultado de suas reflexões em seu caderno pessoal. CT CI

CI CD Preparem em grupos de cinco ou seis pessoas um guia para rezar o Terço. a. Cada mistério deve incluir, além do título, uma breve explicação de seu significado, uma imagem da cena e uma citação bíblica correspondente. Deve começar com um gráfico explicativo sobre como o Terço é rezado. Podem incluir qualquer outro elemento que considerem apropriado. b. Cada grupo decide o formato do material (folheto, apresentação, vídeo etc.), a idade dos destinatários (crianças, jovens ou adultos) e a distribuição das tarefas. c. Vocês podem sugerir rezar um dia o Terço com sua família usando o guia que elaboraram em seu grupo.

CA

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SÍNTESE

segunda Pessoa da Trindade

el o

éa

verdadeiro Deus é

o Messias prometido por Deus

o Redentor do pecado e da morte

JESUS DE NAZARÉ

od

é

verdadeiro Homem

é

nasceu

Provincia romana

• Fariseus • Saduceus • Essênios

Grupos religiosos

M

• Herodes • Pôncio Pilatos • Sinédrio

• Judeia • Galileia • Samaria

na

de

Terra Santa

Santa Maria

Imaculada Mãe de Deus

é

Virgem

é Assunta ao céu

é Nossa Mãe

Territórios principais

e modelo de

oração

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é

entrega confiada

humildade

amor à cruz


ATIVIDADES DE AVALIAÇÃO

2

Dividam-se em grupos. Cada um fará um grande mapa da Palestina, como um mural. O mapa da página 57 servirá de modelo. Em seguida, situem essas cenas nos lugares correspondentes. a. A Anunciação. b. O nascimento de Jesus. c. A vida oculta. d. A cura do servo de um centurião. e. A Última Ceia. f. Cidade em que o templo foi construído. g. Primeiro milagre de Jesus. h. João Batista batiza Jesus. i. Zaqueu convida Jesus para comer. j. Ressurreição do filho da viúva de Naim. CC CA

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CL Leia este texto e marque a afirmação que melhor resume seu significado.

“O Filho de Deus trabalhou com mãos humanas, pensou com inteligência humana, agiu com vontade humana, amou com coração humano. Nascido da Virgem Maria, tornou-se verdadeiramente um de nós, como nós em tudo, menos no pecado.”

el o

1

CC Você já sabe que, infelizmente, a terra por onde Jesus andou é palco de sérios conflitos há anos. Atualmente, na Palestina existe o Estado de Israel, onde vivem judeus e palestinos, a maioria dos quais professa a religião islâmica.

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Leia este trecho da Anunciação no Evangelho: Lc 1, 26-38. Transcreva as palavras do diálogo entre o arcanjo Gabriel e Maria, como se fosse um roteiro.

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Em todas essas cenas do Evangelho a Virgem Maria está presente. Leia-as e explique brevemente o que acontece em cada um.

CL

CC CA

od

a. Imprima um mapa em branco desta região, consulte um atlas e escreva o nome dos países que fazem fronteira com o Estado de Israel. b. Pesquise no site oficial do Estado de Israel e descubra quais são suas principais cidades. Em seguida, coloque-as no mapa. c. Descubra desde que ano existe o atual Estado de Israel, que órgão decidiu criá-lo e qual a relação que tem com a Segunda Guerra Mundial. d. Quem são os palestinos? Qual é a sua religião? Que territórios eles ocupam? e. Por que existem tantos conflitos entre judeus e palestinos?

a. O Filho de Deus se fez homem. b. Através da Encarnação, Jesus é verdadeiro Deus e verdadeiro homem. c. Jesus, o Filho de Deus, deixou de ser Filho para se tornar homem, como nós.

8

CA Encontre três exemplos específicos no Evangelho que mostram como a vida de Maria é um modelo para um cristão do século XXI. Explique suas escolhas.

Reflitam em grupo sobre a seguinte afirmação e façam uma lista de dez razões que expliquem por que é tão importante descobrir quem Jesus realmente é, onde ele viveu na Terra, sua cultura etc. CT CA

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3

a. Lc 1,39-56. b. Lc 2:1-7. c. Lc 2,41-51. d. Jo 2,1-12. e. Jo 19,25-28. f. Atos 1,12-14.

«É do conhecimento amoroso de Jesus que nasce o desejo de anunciá-lo e, ao mesmo tempo, de onde surge a necessidade de conhecê-lo melhor».

4

CL Leiam o prólogo do Evangelho de São João (Jo 1,1-18), reflitam sobre ele e respondam às seguintes questões.

a. Por meio de quais declarações é possível afirmar a divindade de Jesus? b. E sua verdadeira humanidade? c. O que significa a frase no versículo 11? d. E a frase do versículo 12?

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Vamos descobrir

Vamos ser capazes de

O contexto sociopolítico e religioso da Palestina no momento da paixão, morte e ressurreição do Senhor. As circunstâncias e fatos que cercam o mistério pascal de Jesus e seu significado salvífico.

Apreciar a riqueza da entrega de si mesmo aos outros quando é fruto do amor.

Refletir sobre os fatos sociais e históricos relacionados com a paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo.

M

od

el

O papel corredentor de Nossa Senhora na história da Salvação.

Valorizar o convite de Jesus para participarmos de seu sacrifício redentor.

o

5

Um amor que liberta


Partimos da realidade

CI

CS

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Há muitos anos, quando eu era voluntário em um hospital de Stanford, conheci uma menina chamada Liz que sofria de uma doença grave. Sua única chance de recuperação parecia ser uma transfusão de sangue de seu irmão de cinco anos, […] que havia desenvolvido os anticorpos necessários para combater [a mesma doença]. O médico explicou a situação ao menino, perguntando se ele estaria disposto a doar sangue para sua irmã. Eu o vi hesitar por um momento antes de respirar fundo e dizer: "Sim, eu farei isso, se é isso o que vai salvar a Liz."

o

Durante a transfusão, ele estava deitado em uma cama ao lado da irmã e sorriu, como todos nós, ao ver a cor voltando às bochechas da menina. Então o rosto do menino ficou pálido e seu sorriso desapareceu. Olhou para o médico e perguntou com a voz trêmula: "Vou começar a morrer agora?" O menino não havia entendido o médico; pensava que tinha que dar todo o seu sangue à sua irmã para salvá-la .

el

D. Millman. Citada em J. Canfield, M. V. Hansen y A. Unkovich em Chicken Soup for the Soul in the Classroom

OBSERVE

Você sabe o que é uma transfusão de sangue e para que serve?

2

O que o médico pergunta ao irmão de Liz? O que ele entende?

3

Por que o menino sorri durante a transfusão?

4

E por que ele fica triste de repente ?

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1

AVALIE 5

O irmão de Liz está disposto a dar a vida para salvar sua irmã. Pense em outras situações semelhantes em que pode haver uma oportunidade de fazer esse sacrifício.

6

Qual você acha que foi o motivo que levou o irmão de Liz a doar seu sangue?

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O amor é apenas um sentimento? Explique o que esta frase significa: "Amar é fazer o bem".

8

Qual é o maior bem pelo qual vale a pena entregar-se desinteressadamente aos outros?

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Como o médico avaliaria a ação da criança? Que atitude Liz mostraria diante do sacrifício de seu irmão?

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Como é possível que um sacrifício que parece algo negativo se transforme em vida e esperança? Explique isso a partir da história de Liz e seu irmão.

Fotograma do filme A Paixão de Cristo, dirigido por M. Gibson (2004).

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À LUZ DA PALAVRA

No Antigo Testamento

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Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas, seguíamos cada qual nosso caminho; o Senhor fazia recair sobre ele o castigo das faltas de todos nós. Foi maltratado e resignou-se; não abriu a boca, como um cordeiro que se conduz ao matadouro, e uma ovelha muda nas mãos do tosquiador. Ele não abriu a boca. Por um iníquo julgamento foi arrebatado. Quem pensou em defender sua causa, quando foi suprimido da terra dos vivos, morto pelo pecado de meu povo?* Foi-lhe dada sepultura ao lado de facínoras e ao morrer achava-se entre malfeitores, se bem que não haja cometido injustiça alguma, e em sua boca nunca tenha havido mentira. Mas aprouve ao Senhor esmagá-lo pelo sofrimento; se ele oferecer sua vida em sacrifício expiatório, terá uma posteridade duradoura, prolongará seus dias, e a vontade do Senhor será por ele realizada. Após suportar em sua pessoa os tormentos, ele se alegrará de conhecê-lo até o enlevo. O Justo, meu Servo, justificará muitos homens, e tomará sobre si suas iniquidades."

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Isaías profetiza que o servo de Javé sofrerá com seu povo, sofrerá humilhações e conhecerá a morte. Mas, graças ao seu sacrifício, um acontecimento pascal, terá lugar a revelação definitiva de Deus e a salvação de toda a humanidade.

"Não tinha graça nem beleza para atrair nossos olhares, e seu aspecto não podia seduzir-nos. Era desprezado, era a escória da humanidade, homem das dores, experimentado nos sofrimentos; como aqueles, diante dos quais se cobre o rosto, era amaldiçoado e não fazíamos caso dele. Em verdade, ele tomou sobre si nossas enfermidades, e carregou os nossos sofrimentos: e nós o reputávamos como um castigado, ferido por Deus e humilhado. Mas ele foi castigado por nossos crimes, e esmagado por nossas iniquidades; o castigo que nos salva pesou sobre ele; fomos curados graças às suas chagas.

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O profeta Isaías é testemunha da queda de Jerusalém, da destruição do templo e da deportação dos judeus para a Babilônia. A partir daí, o povo de Deus aguarda a chegada de um Messias que acabe com a opressão e restaure o trono do rei Davi. No entanto, os planos de Deus são diferentes.

Is 53, 2-11

CL

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Visualize o texto e deixe-o ganhar vida

Descubra a riqueza escondida no texto

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O templo de Jerusalém era o orgulho de Israel: tinha um altar de ouro para ofertas e nele estava guardada a Arca da Aliança com as tábuas dos Dez Mandamentos. O rei Nabucodonosor arrasa Jerusalém, destrói o templo e leva os judeus cativos para a Babilônia. Agora o povo de Israel sofre. Você se lembra qual é a causa desses males do povo? Como ele reagiu? Que tipo de Messias estavam esperando? Compare o Messias que os judeus esperavam com o servo de Javé que o profeta Isaías anunciou. A Bíblia se refere a ele como um "homem de dores". Por quê? Qual é o significado de seu sofrimento? Como Isaías anuncia que será a sua missão salvadora?

A experiência da misericórdia divina a. Com seu sofrimento, o servo de Javé suporta os crimes do povo. O que essa profecia ensina sobre a gravidade da ofensa do homem a Deus? b. O que isso nos ensina sobre o amor misericordioso de Deus?

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O Sacrifício Pascal A Páscoa judaica é a passagem da escravidão para a liberdade. Na noite de sua partida do Egito, o povo hebreu sacrificou um cordeiro e marcou com seu sangue as casas em que morava, fechando assim uma Aliança com Deus. Quem se sacrifica pelo povo no texto de Isaías? Que mensagem de esperança transmite?


5 No Novo Testamento “Verdadeiramente, não encontramos muitas explicações para a Paixão de Jesus. [...] Pensemos muito na dor de Jesus e digamos: isso é por mim. Ainda que eu fosse a única pessoa no mundo, ele tê-lo-ia feito. [...] Quando tudo parece perdido [...] é então que Deus intervém com o poder da ressurreição. [...] Jesus, que quis passar por este caminho, cha- ma-nos a segui-lo na sua vereda de humilhação. Quando, em certos momentos da vida, não encontramos saída alguma para as nossas dificuldades.[...] É precisamente então, naquele momento [...], que [devemos] abrir-nos confiantes à esperança em Deus". (Francisco, Catequese de 16 de abril de 2014)

o

Pilatos mandou então flagelar Jesus. Os soldados teceram de espinhos uma coroa e puseram-lha sobre a cabeça [...]. E davam-lhe bofetadas. Pilatos saiu outra vez e disse-lhes: “Eis que vo-lo trago fora, para que saibais que não acho nele nenhum motivo de acusação.” [...] Quando os pontífices e os guardas o viram, gritaram: “Crucifica-o! Crucifica-o.” [...] Entregou-o então a eles para que fosse crucificado. [...] Ele próprio carregava a sua cruz para fora da cidade, em direção ao lugar chamado Calvário, em hebraico Gólgota. Ali o crucificaram, e com ele outros dois. Jo 19, 1-19

el

"No primeiro dia da semana, muito cedo, dirigiram-se ao se¬pulcro [...] quando apareceram em frente delas dois personagens com vestes resplandecentes [...] disseram-lhes eles: ‘Por que buscais entre os mortos aquele que está vivo?’ Não está aqui, mas ressuscitou.”

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Lc 24, 1-5

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Visualize o texto e deixe-o ganhar vida

Descubra a riqueza escondida no texto

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Assim estava escrito: O Messias deve sofrer e ressuscitar dos mortos no terceiro dia a. Comparamos o sofrimento do servo de Javé com a Paixão de Cristo. O que queremos dizer quando nos referimos a Cristo como o "Cordeiro de Deus"? b. Lemos Jo 2,19 e relacionamos a citação com a história de Israel. A que templo Jesus estava se referindo? Quando se cumpre essa promessa?

3

Reflita sobre as palavras do Papa

Jesus de Nazaré foi julgado e condenado à morte, açoitado, obrigado a usar uma coroa de espinhos e a carregar a cruz em que ia morrer, pregado no madeiro e infligido com uma lança no lado. Contemplamos o sofrimento do Filho de Deus.

Em que se baseia a esperança do cristão?

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AS RAZÕES DA FÉ

1. A Última Ceia

o

Quando a ceia começou, Jesus lavou os pés de seus Apóstolos. Eles não conseguiam entender o gesto do Senhor, típico do mais simples dos servos. Ele mesmo explicou: “Dei-vos o exemplo, para que façais a mesma coisa que eu fiz” (Jo 13,15). Assim, nos mostrou o valor da humildade e do serviço aos outros. Em seguida, quis recordar-lhes o sinal que distingue os cristãos: “Dou-vos um novo mandamento: Amai-vos uns aos outros. Como eu vos tenho amado, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (Jo 13,34-35). Mas o momento culminante da Última Ceia foi a instituição da Eucaristia: "A seguir, tomou o pão, deu graças, partiu-o e lhes deu, dizendo: 'Isto é o meu corpo, que é dado por vós'[...]. Depois da ceia, fez o mesmo com o cálice, dizendo: 'Este cálice é a nova aliança no meu sangue, que é derramado por vós'". (Lc 22,19-20). Com estas palavras, Jesus instituiu o sacramento da Eucaristia como presença real entre nós, como a renovação do seu sacrifício na cruz e como alimento que nos dá a vida divina. Da mesma forma, deu aos Apóstolos o poder sacerdotal para renovar este sacramento e o sacrifício da cruz: “Fazei isto em memória de mim” (Lc 22,19).

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Muitas das ações e palavras de Jesus foram um "sinal de contradição" (Lc 2,34) para as autoridades religiosas de Jerusalém. Jesus não hesitou em denunciar duramente a hipocrisia e a decadência moral dos fariseus e saduceus, nem em se apresentar como o Messias anunciado pelos profetas. Isso fez com que esses dois grupos se unissem e "decidiram matar Jesus." (Jo 11,53). Os quatro evangelhos narram em detalhes o processo ao qual ele foi submetido.

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Sinal de contradição

Na Quinta-feira Santa, Jesus Cristo celebrou a Páscoa com os doze Apóstolos. Eram as últimas horas, antes de sua paixão e morte. Jesus, que sabia disso, quis mostrar-nos a até onde chega o seu amor pelos seres humanos.

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Última Ceia, de G. Raffaelli (séculos XVIII-XIX). Durante a Última Ceia, Jesus estabeleceu uma Nova Aliança com a humanidade, que seria selada com seu sangue derramado na cruz.

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Durante a ceia, Jesus anunciou também que um deles iria traí-lo: "Asseguro-vos que um de vós me vai trair". Os Apóstolos "começaram a olhar uns para os outros, perguntando-se a quem ele poderia se referir" (Jo 13,21-22). Ele sabia quem seria, mas só indicou a João. Ele queria dar ao traidor uma última chance. Mas Judas endureceu o coração e ao cair da noite (Jo 13,30) deixou o cenáculo para revelar o lugar onde os inimigos de Jesus poderiam prendê-lo.


5 2. A Paixão "Convém que um homem morra"

2.1. O processo contra Jesus

Caifás aconselhou os judeus a matarem Jesus, argumentando que “é conveniente que um só homem morra pelo povo”. (Jo 18,14). Ele queria dar a entender que, com sua morte, a nação de Israel seria salva e que os romanos não destruiriam o templo. No entanto, São João afirma: "Caifás não falou isso por si mesmo. Sendo sumo sacerdote naquele ano, profetizou que Jesus iria morrer pela nação; e não só pela nação judia, mas também para reunir os filhos de Deus dispersos" (Jo 11, 51-52).

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Após a Última Ceia, Jesus foi com os Apóstolos a um jardim chamado Getsêmani (que, em aramaico, significa "lagar de azeite"), localizado aos pés do Monte das Oliveiras. Uma vez lá, ele se retirou para rezar. Judas, então, tomando uma coorte e alguns guardas dos principais sacerdotes e dos fariseus, foi àquele lugar para prendê-lo. Eles o amarraram e o levaram para a casa de Anás, sogro de Caifás, que era sumo sacerdote naquele ano.

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Jesus foi julgado naquela noite pelo Sinédrio. Os evangelistas dizem que foram feitas falsas acusações contra ele: de agir contra a Lei, contra o templo em Jerusalém e contra os interesses de César. Mas nem mesmo as testemunhas que se apresentaram contra ele concordaram. Quando Jesus declarou que era o Messias, o Filho de Deus, foi condenado à morte por blasfêmia.

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Na manhã seguinte, Jesus foi levado diante de Pôncio Pilatos, pois somente ele poderia proferir a sentença de morte. Depois de interrogá-lo, Pilatos percebeu que ele era inocente e tentou várias vezes libertá-lo sem sucesso. Os judeus, encorajados por seus líderes, insistiam: “Fora! Fora! Crucifica-o!” (Jo 19,15). Para não criar inimizade com os judeus, Pilatos ordenou a flagelação e depois a crucificação, forma de execução reservada aos escravos.

ideias-chave

Na Última Ceia, Jesus antecipou a livre entrega de si mesmo na cruz e, ao mesmo tempo, instituiu a Eucaristia (cf. Compêndio doCIC, n. 120).

Jesus foi condenado sob falsas acusações, e especialmente de blasfêmia, porque se proclamava Filho de Deus (cf. Compêndio do CIC, n. 113).

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1

Complete o enunciado. Ao lavar os pés de seus discípulos, Jesus ensinou que amar é…

2

Relacione os seguintes elementos.

3

a. Jesus. b. Pôncio Pilatos. c. Herodes Antipas. d. Mulheres de Jerusalém. e. Magistrados. f. Os dois ladrões. g. Soldados. h. Centurião Romano. i. José de Arimateia. j. Mulheres da Galileia.

a. Sinédrio. b. Pôncio Pilatos. c.. Judas. d. Testemunhas. e. Líderes judeus. 1. Julgou Jesus na noite de quinta-feira. 2. Jesus foi apresentado diante dele na sexta-feira de manhã. 3. Não se punham de acordo com suas falsas acusa- = ções. 4. Condenou Jesus à morte por blasfêmia. 5. Entregou Jesus aos guardas enviados pelos líderes judeus. 6. Considerou Jesus inocente, mas ordenou sua morte por medo. 7. Encorajaram o povo para que exigisse a morte de Jesus.

CL Formem grupos de duas ou três pessoas, leiam Lc 23, observem a atitude dos seguintes personagens e descrevam-na em poucas palavras.

4

CI Reflita: Com qual personagem você mais se identifica? Qual você acha que seria sua atitude se você estivesse lá fisicamente?

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AS RAZÕES DA FÉ 2.2. O sacrifício de Jesus na cruz No dia que chamamos de Sexta-feira Santa, Jesus foi levado para fora dos muros, para uma pequena colina de rocha branca chamada Gólgota, palavra aramaica que significa 'lugar da caveira'; ali o crucificaram.

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Eles não o crucificaram sozinho. Dois outros condenados compartilharam sua provação. Um deles zombou do Senhor, mas o outro o defendeu e, quando estava para morrer, pediu-lhe que se lembrasse dele. Jesus lhe anunciou: “Em verdade te digo: hoje estarás comigo no Paraíso”. (Lc 23,43).

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Jesus Cristo sofreu muitos padecimentos cruéis em todo o seu corpo. Às dores físicas somava-se o sofrimento de seu espírito, sobretudo devido à infidelidade de seus discípulos e ao ódio de seus inimigos. Alguns sacerdotes e escribas o atacavam e riram dele. Jesus disse: “Pai, perdoa-lhes! Eles não sabem o que fazem!” (Lc 23,34). Todos os seus discípulos, exceto São João, o abandonaram. Nossa Senhora e algumas outras mulheres permaneceram fiéis ao lado da cruz. Jesus, vendo a sua mãe e o discípulo que tanto amava, disse-lhe: “Mulher, eis aí o teu filho!”. Depois disse ao discípulo: “Eis aí a tua mãe!” (Jo 19,26-27).

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Por fim, e Jesus deu um forte grito: “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito. Dizendo isto, expirou". (Lc 23,46). Eram três da tarde e o céu escureceu. Um terremoto sacudiu violentamente a cidade. Ao pôr do sol, um homem rico de Arimateia chamado José pediu o corpo de Jesus. Envolveu-o em um lençol e o colocou em uma sepultura nova .

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Maria, colaboradora na Salvação

Pietá, de Michelangelo. Século XV.

Sua figura de mulher livre e forte, emerge do Evangelho conscientemente orientada para o verdadeiro seguimento de Cristo. Ela viveu completamente toda a peregrinação da fé como mãe de Cristo e depois dos discípulos, sem estar livre da incompreensão e da busca constante do projeto do Pai. Alcançou, dessa forma, o fato de estar ao pé da cruz em comunhão profunda, para entrar plenamente no mistério da Aliança. (Aparecida, n. 266)

2.3. O sentido da Paixão de Jesus Vimos o que aconteceu durante a Paixão do Senhor. Mas resta responder a pergunta fundamental: por quê? Por que o Filho de Deus, a segunda Pessoa da Santíssima Trindade, teve que fazer-se homem e sofrer até a morte? Devemos ter em mente que, começando pelo pecado original, os pecados pessoais de todos os tempos acumulam uma enorme quantidade de mal. Violência, ódio, soberba... invadem o mundo inteiro. Deus tinha criado o mundo para inundá-lo com amor infinito. E, depois do pecado, essa paixão divina de amor o levou a desenvolver um plano de salvação. Por isso, o povo de Israel esperava a intervenção do Deus fiel e misericordioso que vencesse tanto mal e tanta injustiça.

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5 E o Filho de Deus se fez homem e tomou sobre si os nossos sofrimentos e pecados. Cristo nos traz, especialmente com seu sofrimento na cruz, aquele amor sem medida de Deus que alcança a vitória sobre o pecado, a dor e a morte. Em suma, a morte de Jesus não foi inútil, não foi um acidente, não foi simplesmente o resultado necessário de circunstâncias históricas. Jesus ofereceu livremente a sua vida pela humanidade e por cada um de nós.

No Santuário de Torreciudad, em Huesca, na Espanha, há uma imagem de Cristo Crucificado na capela do Santíssimo. Foi encomendado por São Josemaria Escrivá. Trata-se de um crucifixo de 1,80 m de altura que representa Jesus antes de morrer, sem a lançada no lado, e que nos olha. O Cristo está vivo, sereno, com os olhos abertos, sofrendo, interrogando quem o observa. Parece ser de ouro, mas não é, é de bronze dourado ao fogo, e por isso brilha tanto. Todos os anos, milhares de pessoas visitam esse Cristo quando visitam o santuário de Torreciudad. Desde o primeiro momento, a bela imagem de Cristo, foi objeto de amor e devoção dos habitantes da região e peregrinos que dela recebem consolo e bênção.

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Desta forma, ele também abriu o caminho para voltarmos à casa de nosso Pai Deus , participando da graça do Espírito Santo, de uma maneira ainda melhor do que antes.

O Cristo de Torreciudad

ideias-chave

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A partir da ressurreição do Senhor e da vinda do Espírito Santo, somos feitos filhos adotivos de Deus unidos a Jesus, capazes de viver a sua vida na nossa e a nossa na dele. Algo maravilhoso e fascinante! E isto chega para cada um de nós através do Batismo.

Todo pecador é causa da paixão e morte de Jesus; e os mais culpados são aqueles que mais caem no pecado, especialmente se forem cristãos (cf. Compêndio do CIC, n. 117).

Deus tomou a amorosa iniciativa de enviar seu Filho para se entregar à morte pelos pecadores (cf. Compêndio do CIC, n. 118).

O sacrifício de Cristo na cruz abre o caminho para a comunhão com Deus (cf. Compêndio do CIC, n. 122).

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Coloque os seguintes eventos da Paixão de Cristo em ordem cronológica. a. Flagelação. b. Jesus é conduzido ao Gólgota. c. Colocam seu corpo no túmulo. d. Crucificação. e. Ele nos dá Nossa Senhora por mãe. f. Jesus diz a um condenado que estará com ele no paraíso.

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Complete esta passagem do Credo dos Apóstolos. Creio em Deus […], Criador do céu e da terra. E em = Jesus Cristo, seu único […], Nosso Senhor que foi concebido pelo poder do […] Nasceu da […], padeceu sob […], foi […], morto e […].

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Consulte Atos 2,23 e explique com suas próprias palavras a afirmação de São Paulo.

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Reflita sobre o texto de Jo 19,25-27 e responda as perguntas. a. Maria teve um papel passivo na cruz de Jesus? Por quê? b. Em que sentido podemos dizer que Maria é corredentora?

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CL Leia a Paixão no Evangelho de São João, anote todas as frases que Jesus pronunciou enquanto estava pregado na cruz e explique o significado de cada uma delas.

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CI Podemos "contemplar" a Paixão e a morte de Jesus como meros espectadores? Destaque três atitudes que um cristão deve manifestar diante desses fatos.

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AS RAZÕES DA FÉ

3. A ressurreição de Jesus 3.1. O fato da ressurreição

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Jesus também anunciou sua ressurreição aos fariseus e aos escribas: "Destruí vós este templo, e eu o reerguerei em três dias" (Jo 2,19). Seus inimigos não esqueceram essas palavras e pediram a Pôncio Pilatos que guardas armados guardassem o túmulo, para evitar o roubo do cadáver e a falsa divulgação de sua ressurreição. Durante o sábado, conforme exigido pela lei judaica, ninguém saiu de casa. No domingo, algumas discípulas foram embalsamar o corpo de Jesus. Quando chegaram, notaram que a pedra que cobria a entrada do túmulo estava fora do lugar. Um anjo que estava lá lhes disse: “Não tenham medo. Procuram Jesus de Nazaré, o crucificado. Ele ressuscitou; não está aqui. Olhem o lugar onde o puseram” (Mc 16,6). Elas voltaram para a cidade e contaram o que tinham visto aos discípulos, que estavam escondidos no Cenáculo.

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O Santo Sudário é um pano de linho de 4,4 m de comprimento por 1,1 m de largura no qual pode ser vista a imagem de um homem que sofreu as feridas que acompanham uma crucificação. É venerado na capela de São João Batista na catedral de Turim. Uma tradição de muitos séculos assegura que é o pano que envolvia o corpo de Cristo. Atualmente, após muitos estudos, a ciência ainda não consegue explicar como tal imagem poderia ter sido formada.

Jesus predisse a seus discípulos que ressuscitaria no terceiro dia após sua morte: "Eis que subimos a Jerusalém, e o Filho do Homem será entregue aos prínci¬pes dos sacerdotes e aos escribas. Eles o condenarão à morte. E o entregarão aos pagãos para ser exposto às suas zombarias, açoitado e crucificado; mas ao terceiro dia ressuscitará" (Mt 20,18-19).

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O Santo Sudário

Pedro e João, surpresos com a notícia, correram para o túmulo. Uma vez lá dentro, viram os panos que cobriam o corpo do Senhor no chão e entenderam que a Ressurreição anunciada por Jesus havia se cumprido.

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3.2. As aparições de Jesus ressuscitado

Durante os quarenta dias que se seguiram à sua ressurreição, o Senhor apareceu aos seus discípulos em muitas ocasiões, tanto em Jerusalém como na Galileia. Entre eles, podemos destacar a aparição a Maria Madalena (Jo 20,11-18), o primeiro encontro do Senhor com os Apóstolos no cenáculo (Lc 24,36-43) e sua posterior conversa com o incrédulo Tomé (Jo 20,24-29). Também é encantador o encontro de Jesus com dois discípulos que caminhavam desolados em direção a Emaús, como dialoga com eles como mais um caminhante e, um pouco mais tarde, durante o jantar, como reconhecem que é ele quando parte o pão (Lc 24,13-35). São Paulo nos diz na Primeira Carta aos Coríntios que, em certa ocasião, o Senhor apareceu a nada menos que quinhentos discípulos ao mesmo tempo. A simplicidade com que os evangelhos descrevem os fatos comprova a historicidade da morte e ressurreição de Jesus Cristo. Com efeito, a narrativa não esconde a covardia e a falta de fé dos seus seguidores, pelo que não se pode dizer que a Ressurreição seja fruto da sua credulidade. Não foi fácil para eles aceitar um milagre tão extraordinário. De fato, Jesus teve que aparecer muitas vezes e a muitas pessoas para convencê-los.

"Ele é o único Libertador e Salvador que, com sua morte e ressurreição, rompeu as cadeias opressivas do pecado e da morte."(Aparecida, n. 6)

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5 3.3. A verdade culminante da nossa fé Com a Ressurreição, cumpre-se de uma vez por todas o plano salvífico de Deus: que o ser humano possa participar da sua vida divina. Por isso dizemos que a ressurreição de Cristo é a culminação do mistério pascal (isto é, de sua morte e ressurreição, de sua "Páscoa" ou passagem ao Pai) e a verdade culminante de nossa fé.

o

A Ressurreição supõe também uma mudança fundamental na forma como os Apóstolos compreendiam Jesus. Até então, eles o chamavam de Rabi, que significa 'Mestre'. Sabiam que ele era o Messias anunciado pelos antigos profetas, o rei que libertaria o povo escolhido, mas achavam difícil acreditar que Jesus fosse Deus. A Ressurreição abriu os seus olhos. Assim Tomé, quando viu Jesus ressuscitado com seus próprios olhos, exclamou: "Meu Senhor e meu Deus!" (Jo 20,28).

el

ideias-chave

Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. Vitral da Igreja St. Pierre (S. Pedro), em Bretoncelles, França.

Jesus Cristo realmente ressuscitou, como testemunham os discípulos a quem ele apareceu e que não puderam mentir, pois o próprio Jesus repreendeu a sua incredulidade (cf. Compêndio do CIC, n. 127).

A Ressurreição confirma que Cristo é Deus e que tudo o que fez e ensinou é verdade (cf. Compêndio CIC, n. 131).

Jesus disse a Tomé: “Põe o teu dedo aqui e olha as minhas mãos. Estende a tua mão e coloca-a no meu lado e não sejas incrédulo, mas crê!” Tomé respondeu: “Meu Senhor e meu Deus!” (Jo 20,27-28)

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A Ressurreição de Jesus é a verdade culminante da nossa fé (cf. Compêndio do CIC, n. 126).

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Indique quais das seguintes afirmações são verdadeiras e quais são falsas.

M

a. Jesus tinha anunciado aos Apóstolos que ressuscitaria. b. Os escribas e fariseus não sabiam que Jesus ressuscitaria dos mortos. c. João e Pedro foram os primeiros a ver o túmulo vazio. d. Pilatos ordenou que fossem colocados alguns guardas no túmulo para que ninguém roubasse o corpo de Jesus. =

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Faça um breve comentário sobre as palavras de São Paulo: "E se Cristo não ressuscitou, a nossa pregação é sem fundamento, e sem fundamento também é a vossa fé." (1 Cor 15, 14).

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Que argumentos você pode dar para mostrar que Jesus é mais do que um homem extraordinário?

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CC CA

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CA

Complete a frase. O fato de Jesus ter censurado os apóstolos por sua incredulidade não acreditando naqueles que o viram ressuscitado confirma que...

13 Combine o início de cada frase com o seu final. a. A morte na cruz é a prova… b. A Ressurreição é a prova… c. A Ressurreição é a garantia… d. Sua morte e ressurreição provam… 1. suprema de seu amor pelos seres humanos. 2. que o ensinamento de Jesus é verdadeiro. 3. que o bem vence o mal. 4. máxima para demonstrar a divindade de Cristo.

CL

CA

Faça um comentário sobre uma obra de arte que se refira a uma das passagens do Mistério Pascal de Jesus. Peça ao seu professor o texto que se encontra nos recursos didáticos, que apresenta os elementos que um bom comentário deve conter. Forme grupos, escolham uma das aparições de Jesus e mergulhem no texto através das seguintes perguntas. CI

a. Qual é a atitude dos personagens na presença de Jesus Ressuscitado? b. Qual é a atitude de Jesus? c. Como cada um de vocês reagiria diante de Jesus ressuscitado? d. Como vocês poderiam hoje em seu contexto ser testemunhas da Ressurreição?

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AS RAZÕES DA FÉ

4. O envio e a Ascensão Espírito Santo: terceira Pessoa da Santíssima Trindade, que é Deus como Pai e o Filho. Ele é advogado e santificador porque anima e santifica a Igreja, e nos dá fortaleza para sermos testemunhas de Cristo no mundo.

Quarenta dias depois da Ressurreição, o Senhor reuniu os Apóstolos e foi com eles ao Monte das Oliveiras, perto de Jerusalém. Ali lhes transmitiu solenemente esta missão: "Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo”. (Mt 28,19-20).

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vocabulário

Dizendo isso, abençoou-os com as mãos e elevou-se diante deles, até que uma nuvem o escondeu. E apareceram dois homens vestidos de branco e disseram-lhes: "Homens da Galileia, por que ficais aí a olhar para o céu? Esse Jesus que acaba de vos ser arrebatado para o céu voltará do mesmo modo que o vistes subir para o céu” (Atos 1,11). Jesus partiu. Eles não o veriam mais fisicamente na Terra. E, no entanto, São Lucas nos diz que os discípulos voltaram para Jerusalém com grande alegria. Como era possível? Como eles poderiam estar contentes depois de uma separação como essa? Porque eles eram conscientes de que Jesus havia prometido estar com eles até o fim dos tempos. Ele não os deixou desamparados neste mundo.

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Além disso, Jesus havia dito a eles que era melhor que ele fosse: “Se eu não for, o Defensor não virá a vós. Mas, se eu for, eu o enviarei a vós". (Jo 16,7). Dez dias depois da Ascensão, dia em que se celebrava a festa judaica de Pentecostes, cumpriu-se esta promessa.

M

"Queremos ser continuadores da missão de Jesus, visto que essa é a razão de ser da Igreja e que define sua identidade mais profunda". (Aparecida, n. 373)

Os discípulos estavam reunidos no cenáculo ao lado da Virgem Maria. De repente, eles ouviram um vento forte e surgiram línguas de fogo que pousaram sobre a cabeça de todos eles. Imediatamente ficaram cheios do Espírito Santo*. O medo que levou os Apóstolos a esconderem-se depois da morte de Jesus transformou-se então num impulso missionário: os discípulos deram a vida para que a Boa Nova se espalhasse a todos os povos e nações do mundo. Todo cristão deve difundir as boas novas de Jesus. Basta que viva seus compromissos familiares, de amizade e de cidadania. Seu testemunho de vida e as suas palavras aproximarão os outros da fé, dos Sacramentos, da vida cristã.

Ir “à outra margem” "O mundo espera de nossa Igreja latino-americana e caribenha um compromisso mais significativo com a missão universal em todos os Continentes. Para não cairmos na armadilha de nos fecharmos em nós mesmos, devemos formar-nos como discípulos missionários sem fronteiras, dispostos a ir “à outra margem”, àquela onde Cristo ainda não é reconhecido como Deus e Senhor, e a Igreja não está presente" (Aparecida, n. 376).

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5 5. Jesus anunciou sua segunda vinda gloriosa

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Assim como tinha avisado sobre sua morte e ressurreição, Jesus anunciou profeticamente aos seus discípulos que, no fim dos tempos, ele retornaria novamente para estabelecer definitivamente seu Reino: "Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem. [...]e verão o Filho do Homem vir sobre as nuvens do céu cercado de glória e de majestade" (Mt 24,30). É interessante comprovar o contraste entre as palavras com que Jesus descreve sua segunda vinda e o relato humilde de sua "primeira vinda" em Belém, na qual ele se apresenta como um bebê recém-nascido deitado em uma manjedoura. Na primeira aparição ele veio para salvar; na segunda virá, com toda majestade, para julgar.

O Senhor não revelou quando todos esses eventos ocorreriam. A Igreja ensina os cristãos a estarem vigilantes e preparados para a volta de Nosso Senhor: “Anunciamos Senhor a vossa morte, e proclamamos a vossa ressurreição. Vinde, Senhor Jesus!”

ideias-chave

A Ascensão significa que Jesus, quarenta dias depois de sua ressurreição, subiu ao céu e está sentado à direita de Deus Pai (cf. Compêndio do CIC, n. 132).

Desde então o Senhor reina, envia-nos o seu Espírito e dá-nos a esperança de chegar um dia junto a ele (cf. Compêndio do CIC, n. 132).

No final dos tempos, Jesus voltará triunfante para julgar os vivos e os mortos. O Reino de Deus chegará então à sua plenitude (cf. Compêndio do CIC, n. 134).

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M

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Complete o texto com os seguintes termos: Criação, Jesus, Evangelho, mundo e onze.

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Naquele tempo, [...] apareceu aos […] e disse-lhes: Ide a todo […] e proclamai o […] a toda a […].

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Coloque em ordem cronológica esses eventos do dia da Ascensão. Consulte o seu Evangelho, se necessário. a. Uma nuvem esconde o corpo de Jesus. b. Os discípulos voltam para Jerusalém. c. Ascensão do Senhor. d. Subida ao Monte das Oliveiras. e. Bênção de Jesus. f. Missão apostólica. g. Aparição de dois homens com vestes brancas.

CA Nesta unidade você aprendeu em detalhes os fatos e o significado da Paixão, morte, ressurreição e ascensão de Cristo. A Igreja revive a vida de Cristo ao longo do "ano litúrgico". =

a. Descubra a data exata do próximo domingo de Páscoa. Você vai encontrá-la marcada em um calendário. b. A partir dessa data você pode calcular todas essas outras datas, com tudo o que você estudou: Pentecostes, Domingo de Ramos, Quinta-feira Santa, Sexta-feira Santa, Páscoa, Ascensão.

Ascensão, por J. Singelton Copley. Século XVIII. Cristo subiu aos céus e sentou-se à direita de Deus Pai. De lá ele intercede diante do Senhor em nosso favor e nos envia o Espírito Santo.

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CT O cristão é um peregrino que caminha em direção ao céu. Reflita e responda.

a. Quais são as virtudes próprias do peregrino? b. Como você imagina o céu? Você tem desejos de eternidade? c. Explique como um cristão deve viver a relação entre o compromisso neste mundo e a esperança de plena felicidade no céu.

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DISCÍPULOS E MISSIONÁRIOS

Um exemplo a seguir São Maximiliano Kolbe

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Raimundo Kolbe nasceu em 7 de janeiro de 1894, em Zduńska-Wola, filho de operários cristãos fervorosos. Em 1910, entrou para a Ordem dos Frades Menores Conventuais, onde recebeu o nome de Maximiliano; sendo enviado primeiro a Cracóvia e, depois, para Roma, lá permaneceu seis anos, estudou Filosofia, na Pontifícia Universidade Gregoriana, e Teologia no Colégio Seráfico. Foi ordenado sacerdote em 28 de abril de 1918. Bem jovem, teve tuberculose, uma doença que o acompanhou pelo resto da sua vida. Com amigos franciscanos, fundou a "Milícia da Imaculada", uma Associação religiosa, cujo objetivo era buscar a conversão de todos os homens, por meio de Maria.

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Voltou a Cracóvia, dedicou-se à promoção da "Milícia da Imaculada". Passado um tempo, com o ardente desejo de expandir seu movimento mariano para além das fronteiras da Polônia, Maximiliano Kolbe partiu para o Japão, onde fundou a "Cidade de Maria" em Nagasaki. Ali, após a explosão da primeira bomba atômica, os órfãos de Nagasaki encontraram abrigo. Padre Maximiliano colaborou com judeus, protestantes e budistas, certo de que Deus lança a semente da verdade em todas as religiões. Enfim, abriu ainda uma Casa em Ernakulam, no litoral oeste da Índia. Deixou esse trabalho fecundo no Oriente para assumir a direção de "Niepokalanów" ou "Cidade de Maria" que se tornou um grande convento franciscano, na Polônia. Após a invasão da Polônia, em 1° de setembro de 1939, os nazistas mandaram abandonar o convento. Em 1941 foi preso e levado para Auschwitz. Sua dignidade de sacerdote encorajava os outros prisioneiros. Uma testemunha recorda: "Kolbe era um príncipe para nós". No final de julho, o padre foi transferido para o Bloco 14, onde os prisioneiros trabalhavam na lavoura. Mas, um deles conseguiu fugir. E diante da fuga de um prisioneiro, dez pagavam com a morte no “bunker da fome”, onde ficariam trancados, até morrer de fome. Um dos escolhidos, desesperadamente, caiu em prantos: “Minha mulher, meus filhinhos! Não os tornarei a ver!”. Então, Padre Kolbe ofereceu-se para morrer no lugar dele. O desespero dos condenados transformou-se em oração comum, guiada pelo sacerdote. Após 14 dias, apenas quatro ficaram vivos, inclusive o Padre Maximiliano. Então, os guardas decidiram abreviar sua agonia com uma injeção letal de ácido fênico. Padre Maximiliano Kolbe estendeu seu braço, recitando a "Ave Maria"! Estas foram suas últimas palavras. Era o dia 14 de agosto de 1941.

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CT Refletimos sobre o significado cristão do sacrifício praticado pelo Frei Kolbe: a celebração da Eucaristia (o sacrifício por excelência), as obras de caridade e misericórdia, a penitência, oração etc. O verdadeiro sacrifício é dar-se aos outros. Como se cumpriu na vida do santo? CI CT Avalie sua atitude. Que fruto teve o sacrifício de São Maximiliano Kolbe? Se para o cristão o sacrifício não tem nada a ver com a morte, mas com a vida, como essa realidade se manifesta na vida desse santo? Como um cristão da sua idade e nas suas circunstâncias pode aplicar esse exemplo? CT Meditamos o seguinte trecho evangélico à luz do testemunho do santo e daquilo que aprendemos nesta unidade.

“Em verdade, em verdade, vos digo: se o grão de trigo caído na terra não morrer, fica só; se morrer, produz muito fruto. Quem ama a sua vida, irá perdê-la; mas quem odeia a sua vida neste mundo, irá conservá-la para a vida eterna» (Jo 12:24-25).

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5 Agora você O símbolo mais importante Papa Francisco @pontifex_br

A cruz

A Cruz de Jesus é a Palavra com a qual Deus respondeu ao mal do mundo.

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• Está presente em todas as igrejas e lares cristãos. • Há sempre um crucifixo no altar onde se celebra a Eucaristia. • Fazemos o sinal da cruz nas celebrações litúrgicas e em muitos outros momentos. • Somos ungidos com o sinal da cruz no Batismo. • Nos dias 3 de maio e 14 de setembro, celebra-se a festa da Santa Cruz. • Na Sexta-feira Santa venera-se de modo especial a cruz.

Um gesto muito antigo

“Em todas as nossas viagens e movimentos, em todas as nossas idas e vindas, ao calçarmos os sapatos, no banho, à mesa, ao acender velas, ao ir para a cama, ao sentar-nos para qualquer tarefa em que estejamos empenhados, marcamos nossas testas com o sinal da cruz.” (Tertuliano, século III)

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Quando você contemplar Jesus crucificado...

• Agradeça-lhe por tê-lo amado, a ponto de dar sua vida sem reservas. • Peça-lhe perdão pelos seus pecados e pelos de toda a humanidade: ele morreu na cruz para nos libertar deles. • Peça-lhe para ajudá-lo a lidar com a doença e para confortar as pessoas que sofrem – como ele na Cruz – por causa da doença, da pobreza, da violência etc. • Oferece-lhe o esforço do seu estudo, do seu serviço aos outros e as pequenas contrariedades desse dia.

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• Diga-lhe para ampliar o seu coração para que você saiba amar e perdoar, como ele, inclusive os inimigos.

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CT Você tem o "seu" crucifixo? Um a que você tem um carinho especial, que te ajude nos momentos difíceis. Se não, tente conseguir um de que você goste. Quando você o tiver, peça ao padre para benzê-lo para você. Você pode colocá-lo na mesa de cabeceira, na escrivaninha, no bolso, pendurado no pescoço... onde quiser. Olhe para ele e beije-o quando se sentir frágil, quando estiver cansado ou em momentos de fraqueza.

Leitura dialogada da Paixão segundo São Marcos: Mc 14,12-15,47. Esta atividade permitirá "participar" de forma mais intensa da Paixão de Jesus. Possivelmente, novas reflexões e sentimentos surgirão em você durante a leitura. Aproveite para anotá-los em seu caderno pessoal. Lembre-se das dicas a seguir: CL

• Projetem a voz para seus colegas, não no papel. • Não leiam rápido e tentem controlar a respiração. • Regulem o volume de sua voz de acordo com seu personagem. • Entoem as palavras corretamente, marcando as sílabas tônicas. • Respeitem as pausas indicadas pelos sinais de pontuação. • Modulem sua voz para evitar a monotonia.

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SÍNTESE

O MISTÉRIO PASCAL DE CRISTO

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é o centro da Boa Nova de Jesus

celebra a Última Ceia

na qual

• Lava os pés dos Apóstolos • Dá-nos o novo Mandamento • Institui a Eucaristia • Institui o sacerdócio ministerial

com os Apóstolos reza no Getsemani

onde

• Aceita seu sacrifício das mãos do Pai • É preso pelos guardas dos sumos sacerdotes

e com ela

• Realiza a redenção definitiva dos homens • Ama-nos até o extremo • Abre-nos caminho à comunhão com Deus

confirmando que

Cristo é Deus, e tudo o que ensinou é verdade

od

QUINTA-FEIRA SANTA

que na véspera de sua Paixão

na cruz

é sepultado e, no terceiro dia

DOMINGO DA RESSURREIÇÃO

M

SEXTA-FEIRA SANTA

é processado e morre

ressuscita

fazendo possível

e depois de quarenta dias

aparece aos Apóstolos

sobe aos céus

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nossa futura ressurreição

• Confirma seu ministério e os envia a evangelizar • Anuncia sua segunda vinda gloriosa


ATIVIDADES DE AVALIAÇÃO

CA Em todas as igrejas católicas costuma haver catorze cruzes na parede, formando um percurso. São as catorze cenas - ou estações- da Via Sacra: catorze momentos do caminho de Jesus ao Calvário. Em muitos casos, elas estão lindamente representadas com imagens que tocam o nosso coração.

a. Encontre informações sobre cada uma dessas “estações”. b. Desenhem uma via-sacra com quatorze espaços iguais e escreva o título de cada cena. Vocês também podem ilustrá-lo com imagens de artistas clássicos. c. Pesquise quais cenas vêm dos relatos dos Evangelhos e quais procedem da tradição.

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4

A quem ou a que cada descrição se refere? a. Supremo Tribunal dos Judeus. b. Rei hebreu submetido a Roma que morreu logo após o nascimento de Jesus. c. Prefeito romano da Judéia na época de Jesus. d. Rei da Galileia na época de Jesus.

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1

CL CS Reflita sobre o trecho a seguir do Documento Conclusivo de Aparecida. Ao falar da piedade popular que caracteriza os povos da América, ele se refere à difundida devoção a Jesus crucificado.

a. Qual é o valor da Santa Missa? b. Por que devemos nos alegrar? 1. Atualiza o sacrifício de Cristo e sua ressurreição. 2. Cristo se faz verdadeiramente presente. 3. Deus ficou conosco e por meio da comunhão nos faz crescer como filhos de Deus em seu Filho. 4. Antecipa a glória que nos espera no Céu.

6

Coloque esses eventos em ordem cronológica. a. Juízo final. b. Ressurreição. c. Paixão. d. Parusia. e. Ascensão.

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“Nossos povos se identificam particularmente com o Cristo sofredor, olham-no, beijam-no ou tocam seus pés machucados, como se dissessem: Este é 'o que me amou e se entregou por mim' [...]. Com sua religiosidade característica se agarram no imenso amor que Deus tem por eles e que lhes recorda permanentemente sua própria dignidade". (Aparecida, n. 265)

Relacione cada pergunta com suas respostas.

CA Igreja celebra liturgicamente a Ressurreição de Jesus todos os domingos e, sobretudo, durante a Vigília Pascal. Encontre informações sobre esta cerimônia e responda às perguntas.

a. Quando acontece esta celebração? b. Quais são os sinais usados durante a vigília? c. O que é a proclamação da Páscoa? O que ela transmite? d. O que chamou sua atenção nesta celebração?

M

a. Por que a imagem de Cristo sofredor é um sinal do amor de Deus por nós? b. Por que é um lembrete de nossa dignidade? c. Com certeza na sua paróquia, na escola ou em algum santuário que você conhece há uma imagem de Cristo na cruz. Lembre-se das expressões feitas por algumas pessoas dessa devoção. d. O texto fala do Cristo de Torreciudad, na Espanha. Você conhece algum outro Cristo ao qual se tenha muita devoção?

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CL CC Faça uma redação em que apareçam os nomes dessas pessoas e explique o papel que tiveram na vida política da Palestina.

Herodes o Grande, Herodes Antipas, Pôncio Pilatos, César Augusto.

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Vamos descobrir

Vamos ser capazes de

Como Deus preparou pouco a pouco o nascimento da Igreja na Antiga Aliança. Como Jesus Cristo fundou a Igreja e qual é a missão que lhe confiou.

Compreender que a Igreja é uma realidade na qual o humano e o divino estão unidos. Conscientizar-nos da responsabilidade dos batizados como membros da Igreja.

M

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el

Algumas comparações que nos ajudarão a entender o que é a Igreja.

Identificar e valorizar textos do Novo Testamento relacionados às origens da Igreja.

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Deus conta conosco


Partimos da realidade

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Você tinha sido abandonado... Pouco sabia sobre carícias, brincadeiras e "eu amo você", pouco sobre regras de convivência e muito menos sobre regras de ortografia ou mesmo ler e escrever. O que você sabia eram regras de sobrevivência, muito mais do que uma criança de dez anos deveria saber. Precisava se defender de ser esquecido no fundo de uma sala de aula e de seus medos e fantasmas. Hoje você tem o presente que sonhou... uma nova família. Embora às vezes os fantasmas do passado ainda nos visitem, somos um rebanho preparado para afugentá-los, sobretudo com misericórdia e até, às vezes, com perdão e memória. [...]

o

Lembrei que na sua idade imaginava que meus pais me olhavam com orgulho. Olhei para a porta e vi você me olhando com orgulho. E de repente, você tocou minha alma. Seus olhos encontraram os meus e nos curamos um pouco mais.

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Parabéns, Luis, estamos profundamente orgulhosos de você. Deste rebanho. Vamos lá, pois ainda há muitas aventuras para descobrir! Palavras de Gabriela ao filho adotivo. Fonte: www.serfamiliaporadopcion.org

OBSERVE

Com que idade Luis foi adotado?

2

Como era sua vida antes de encontrar sua nova família?

3

A que Gabriela poderia se referir ao mencionar os “medos” e “fantasmas” de Luis?

4

Que palavra ela usa para se referir à família?

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Como o “rebanho” supera medos e fantasmas?

6

O que acontece quando os olhos do menino e da mãe se encontram?

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AVALIE 7 Explique por que é tão importante para o Luis fazer parte de uma família.

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Ele poderia afastar seus medos e fantasmas sozinho?

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Por que você acha que a mãe usa a palavra “rebanho” para se referir à família?

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Os remédios que possibilitam a cura de Luís são a misericórdia, o perdão e a memória. Qual é a relação entre esses "remédios" e a família?

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O olhar de Luis também cura a mãe. Você pode explicar por quê?

12

Que motivos Gabriela tem para incentivar o filho a enfrentar a vida como uma aventura?

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À LUZ DA PALAVRA

No Antigo Testamento

o

Jer 31, 31-33

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Jeremias profetiza que Deus não abandonará Israel: ele levantará um rei da descendência de Davi. Ele estabelecerá uma Nova Aliança que será baseada na presença de Deus nos corações dos seres humanos.

"Dias virão – oráculo do Senhor – em que firmarei nova aliança com as casas de Israel e de Judá. Será diferente da que concluí com seus pais no dia em que pela mão os tomei para tirá-los do Egito, aliança que violaram embora eu fosse o esposo deles. Eis a aliança que, então, farei com a casa de Israel – oráculo do Senhor: Eu lhe incutirei a minha Lei; eu a gravarei em seu coração. Serei o seu Deus e Israel será o meu povo."

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Desde o tempo de Moisés, o povo hebreu serviu a Javé. Mas com o tempo, ritos e preceitos vieram substituir seu relacionamento com o Deus vivo, e a Antiga Aliança foi quebrada. O povo caiu na idolatria e na injustiça. Por isso será castigado com a destruição de Jerusalém e cativeiro na Babilônia.

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Descubra a riqueza escondida no texto

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Jeremias vive numa época em que os judeus são deportados e o antigo Israel desaparece. Parece que Javé esqueceu a Aliança que selou com seus pais. Imagine a desolação do povo de Deus. Pense também no profeta: suas palavras devem servir de consolo. Como você se sentiria diante desta missão?

Quero misericórdia e não sacrifícios a. Deus é fiel ao seu povo, mas ele o abandonou. Qual é a resposta do Senhor? b. A Nova Aliança implica uma comunhão pessoal com o Senhor. Israel havia se limitado aos preceitos. Em que sentido deve mudar seu comportamento?

3

Meu povo, vocês são o povo de Deus a. Deus nos convoca e nos faz seus filhos adotivos. Como se comporta um filho de Deus? b. Deus procura a amizade com o homem. Você acha que isso é limitado somente a alguns ou que ele vai ao encontro de todo e qualquer ser humano?

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6 No Novo Testamento Ao amanhecer, ele saiu e retirou-se para um lugar afastado. As multidões o procuravam e foram até onde ele estava e queriam detê-lo, para que não as deixasse. Mas ele disse-lhes: “É necessário que eu anuncie a Boa-Nova do Reino de Deus também às outras cidades, pois essa é a minha missão”. Lc 4, 42-43

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Depois disso, Jesus andava pelas cidades e aldeias anunciando a Boa-Nova do Reino de Deus. Os Doze estavam com ele, como também algumas mulheres.

“Jesus envia-vos a todas as nações, a todos os povos. E, neste ‘todos’ de há dois mil anos, estávamos incluídos também nós. Jesus não dá uma lista seletiva com aqueles a quem se deve ir e a quem não ir, com aqueles que são dignos, ou não, de receber a sua mensagem e a sua presença. Pelo contrário, abraçou sempre a vida tal qual lhe aparecia: com cara de tristeza, fome, doença, pecado [...] A todos – disse Jesus – a todos, ide e anunciai; a toda esta vida, tal como é e não como gostaríamos que fosse: ide e abraçai no meu nome.[...] Ide anunciar o abraço misericordioso do Pai”. (Francisco, 23 de setembro de 2015)

Lc 8,1-2

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Por fim, apareceu aos Onze, [...] E disse-lhes: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura."

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Mc 16, 14-1

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Imagine Jesus percorrendo as aldeias da Palestina. Preste atenção em seu estilo de vida. Ele não fica muito tempo no mesmo lugar. Ele não se esconde, mas prega nas ruas e praças. Ele se aproxima dos pobres, doentes e pecadores. Você acha que o ministério dele cumpre o que o profeta Jeremias proclamou? Explique. Voltemo-nos agora para os discípulos. Após a morte de Cristo, eles tentaram passar despercebidos. Por quê? Você se lembra do que aconteceu no dia de Pentecostes em Jerusalém?

Eu faço tudo novo a. O objetivo da evangelização é renovar toda a humanidade, toda a Criação. Como essa ideia é expressa nas citações do Evangelho? b. Agora, não há nova humanidade sem novos homens. Portanto, o objetivo da evangelização é a transformação da pessoa. Em que sentido?

4

Reflita sobre as palavras do Papa a. Como o Papa diz que a Igreja deve anunciar o Evangelho? b. O que você pode fazer para oferecer aos outros “o abraço misericordioso do Pai”?

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AS RAZÕES DA FÉ

1. Sozinhos não podemos Para muitos de nós, a primeira e mais intensa experiência que temos é o calor e o abraço amoroso de nossos pais. Devemos a eles muito do que somos. Com o passar dos anos, descobrimos que para crescer “para dentro” também precisamos estabelecer laços de amizade e amor com outras pessoas.

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Não basta termos colegas; procuramos a proximidade de amigos com quem partilhamos gostos e vivemos as mesmas experiências. Com eles, sentimos que nossa vida se enriquece.

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Descobrimos esta realidade também no campo da fé: precisamos dos outros e os outros precisam de nós. Não podemos nos salvar sozinhos. Desde a origem do mundo, Deus quer salvar os homens, não individualmente, mas formando uma grande família.

A família universal de Deus

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"O que nos dá a fé nesse Deus? A primeira resposta é: dá-nos uma família, a família universal de Deus na Igreja Católica. A fé nos liberta do isolamento do eu, porque nos leva à comunhão: o encontro com Deus é, em si mesmo e como tal, encontro com os irmãos, um ato de convocação, de unificação, de responsabilidade para com o outro e para com os demais" (Aparecida, Discurso inaugural).

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1.1. Da Antiga à Nova Aliança

"O primeiro convite que Jesus faz a cada pessoa que viveu encontro com Ele, é ser seu discípulo, colocar seus passos em suas pegadas e se tornar parte de sua comunidade. (Aparecida, Mensagem Final)

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Por meio de uma aliança, duas ou mais pessoas se comprometem e unem forças por um interesse comum. Em uma aliança de amor, esse compromisso vem do coração e compromete a pessoa como um todo. A verdadeira amizade, por exemplo, é uma aliança de amor que nos faz sair de nós mesmos para querer o bem do outro e fazer do seu mundo o nosso. Deus queria que Adão e Eva, representando toda a humanidade, fossem seus amigos. Ele os chamou à existência para que pudessem desfrutar de sua intimidade. Mas ele, que anseia por filhos e não por escravos, quis contar com seu livre arbítrio. No entanto, nossos primeiros pais rejeitaram livremente essa aliança de amor com Deus. Após aquela ruptura, o Senhor teve pena da humanidade e prometeu um Salvador. Fiel à sua palavra, propôs aos homens uma Aliança para reunir seus filhos afastados de seu amor. Assim, Deus escolheu Abraão para torná-lo "pai de uma multidão de povos" (Gn 17, 5). Dos descendentes de Abraão foi constituído o povo de Israel, a quem deu sua Lei para que o reconhecesse como o único Deus vivo e verdadeiro. Por meio dos profetas, ele preparou os corações de seu povo para que pudessem acolher o Messias prometido. De fato, o povo de Israel era a raiz da qual brotaria a Nova Aliança, estabelecida pela morte e ressurreição de Jesus Cristo. Com ele seria estabelecido o Reino de Deus anunciado pelos profetas.


6 1.2. O anúncio do Reino Jesus começou sua vida pública com o anúncio de uma Boa Nova: a chegada do Reino de Deus que os profetas anunciaram. Deus assim convocava todos os homens e mulheres ao redor de Jesus para formar a grande família dos filhos de Deus. Esta família, início do Reino na Terra, é a Igreja.

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Logicamente, o dom da salvação não se destinava apenas às pessoas que, encontraram Jesus na Palestina há dois mil anos; tinha que chegar em todos os lugares e em todos os momentos para fazer do plano divino uma realidade.

ideias-chave

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E esta é precisamente a missão que Jesus deu à sua Igreja: fazer chegar “a todos os povos” (Mt 28,19) a salvação que ele tinha realizado. Assim como foi prometido aos nossos primeiros pais.

A Igreja tem a sua origem e realização no plano eterno de Deus (cf. Compêndio do CIC, n. 149).

Foi preparada na Antiga Aliança com a eleição do povo de Israel, início da futura reunião de todas as nações (cf. Compêndio do CIC, n. 149).

Jesus Cristo instituiu a Nova Aliança e deu início à sua Igreja, o Reino de Deus na Terra (cf. Compêndio do CIC, n. 149).

Deus quis salvar os seres humanos não isoladamente, mas constituindo-os como um só povo (cf. Compêndio do CIC, n. 153).

od

Encontre uma definição do termo aliança e dê exemplos de alianças entre seres humanos. Em seguida, defina com suas próprias palavras “aliança de amor” e explique o que isso acrescenta a uma simples aliança. Que exemplos você daria de alianças de amor? Justifique sua resposta.

4

Reflita e responda às questões a seguir.

5

CS

M

1

2

a. Como Deus quer salvar os seres humanos? b. Em sua aliança com eles, o que Deus pede aos homens? c. Que momento da história da Salvação sela a Nova Aliança de Deus com a humanidade?

3

Marque a melhor resposta. A Nova Aliança se distingue da Antiga Aliança em que... a. implica mais exigências para o homem. b. é posterior no tempo. c. todos os povos cabem nela, não apenas Israel. d. sua essência é a obediência cega a Deus.

Fotograma do filme Rei dos Reis, dirigido por N. Ray (1961). "Todos os seres humanos são convidados ao Povo de Deus, para que, em Cristo, os seres humanos constituam uma única família e um único Povo de Deus" (CIC, n. 804).

Coloque esses eventos em ordem cronológica. a. Pecado original. b. Criação de Adão e Eva. c. Promessa do Salvador. d. Início do Povo de Deus com Abraão. e. Missão da Igreja na história. f. Envio dos Apóstolos para evangelizar. g. Aliança do Sinai. CS CT CL Você acabou de ler uma longa história, que começa com a criação de nossos primeiros pais e chega até nós. Reflita pessoalmente em silêncio.

a. Que iniciativas Deus tomou para que você se tornasse um filho de Deus? b. É possível ser filho de Deus e não viver a fraternidade com nossos semelhantes? c. Tente tirar conclusões pessoais e explicá-las corretamente em seu caderno.

87


AS RAZÕES DA FÉ

2. A Igreja de Jesus 2.1. Como nasceu a Igreja?

o

Jesus não pregou apenas uma doutrina espiritual. Ele queria expressamente que aqueles que se unissem à sua pessoa formassem uma comunidade visível e organizada: a Igreja. Isso se deduz de muitos gestos e palavras de Jesus ao longo de sua vida:

od

el

• Jesus iniciou sua vida pública com o anúncio do Reino: “Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo; fazei penitência e crede no Evangelho" (Mc 1,15). Com isso, inaugurou o Reino dos Céus na Terra. Imediatamente Ele reuniu ao seu redor aqueles que aceitaram ser seus discípulos (cf. Mc 1, 16-20). • Entre esses discípulos, Jesus escolheu doze deles para ficar com ele e para enviá-los a pregar. (cf. Mc 3,14-16). Estes serão os doze Apóstolos, aos quais dará poderes especiais (cf. Mt 18,18) e transmitirá a sua própria missão (cf. Mt 28,18-20). Assim, quando instituiu a Eucaristia, concedeu aos seus Apóstolos o poder de atualizar o sacrifício da Cruz: “Fazei isto em memória de mim” (cf. Lc 22,19; 1Cor 11,24-25). Ele também lhes deu o poder de perdoar os pecados: “A quem perdoar os pecados, Deus os perdoará” (cf. Jo 20,23).

Cristo Dando as Chaves a São Pedro Pietro Perugino (c. 1448-1523)

M

"Jesus subiu a montanha e chamou os que ele quis; e foram a ele. Ele constituiu então doze, para que ficassem com ele e para que os enviasse a anunciar a Boa Nova". (Mc 3,13-14)

• Jesus escolheu Pedro como cabeça dos Apóstolos e pastor da sua Igreja: "Tu és Pedro, sobre esta pedra edificarei a minha Igreja" (Mt 16,18). Depois de ressuscitar, Jesus lhe disse: “Apascenta meus cordeiros. [...] Apascenta as minhas ovelhas” (Jo 21,15-17). • Ao morrer na cruz e ressuscitando, Jesus realizou a redenção dos homens e assim deu aos Sacramentos o poder salvífico como meio de santificação e Salvação (cf. Mt 28,20). • Com a descida do Espírito Santo no Pentecostes (cf. At 2,1ss.), a Igreja de Jesus Cristo iniciou publicamente sua missão a serviço de todas as nações.

2.2. A missão da Igreja A Igreja continua a obra de Jesus Cristo. Ele fundou a Igreja para espalhar o Reino de Cristo por toda a Terra, para que todos os homens pudessem participar da Salvação e, por meio deles, toda a Criação. Nesta tarefa evangelizadora descobre-se uma tripla finalidade: • Anunciar a fé, ou seja, a Boa Nova de que o Reino de Deus veio ao mundo com Jesus Cristo. • Celebrar os Sacramentos, pois são os meios pelos quais Jesus queria comunicar-nos os frutos da Redenção. • Servir aos outros e ao mundo através do amor (caridade).

88


6

ideias-chave

Maria, Mãe da igreja "Perseverando junto aos apóstolos à espera do Espírito (cf. At 1,13-14), ela cooperou com o nascimento da Igreja missionária, imprimindo-lhe um selo mariano que a identifica profundamente. Como mãe de tantos, fortalece os vínculos fraternos entre todos, estimula a reconciliação e o perdão e ajuda os discípulos de Jesus Cristo a se experimentarem como família, a família de Deus. Em Maria, encontramo-nos com Cristo, com o Pai e com o Espírito Santo, e da mesma forma com os irmãos" (Aparecida, n. 267).

el

• Responde a todas as dimensões da pessoa: da própria missão religiosa da Igreja emanam tarefas, luzes e energias que servem para construir uma sociedade justa e solidária. Por isso, a Igreja também atende, desde o início, às necessidades materiais do ser humano. • Garante a fé e a esperança de todos os cristãos: graças a ela, temos a certeza de que a fé que professamos hoje é a mesma que os Apóstolos ensinaram e viveram, segundo o que receberam de Jesus.

o

No quadro desses fins principais, do ponto de vista humano podemos notar outras características na missão da Igreja:

A Igreja foi fundada por Jesus Cristo, sobretudo por meio de sua morte e ressurreição redentora. E se manifestou pela efusão do Espírito Santo no Pentecostes (cf. Compêndio do CIC, n. 149).

A missão da Igreja é anunciar o Evangelho do Reino a todos os povos da Terra (cf. Compêndio do CIC, n. 150).

Esta missão compreende três tarefas: o anúncio da Palavra de Deus (que suscita a fé), a celebração dos Sacramentos e o serviço da caridade (cf. Deus caritas est, n. 25).

M

od

6

Relacione as seguintes cenas bíblicas com os marcos da fundação da Igreja.

8

Para que finalidade você acha que Jesus Cristo fundou a Igreja?

a. Mt 4,17. b. Lc 4:43-44. c. Lc 6:12-16. d. Lc 9,1-2. e. Lc 23, 44-47. f. Jo 19:33-34. g. Atos 1.15. h. Atos 2,14. i. Atos 2.41. j. Atos 5,16.

9

Relacione estas palavras com a missão da Igreja. "Da nossa fé em Cristo que se fez pobre, sempre próximo dos pobres e excluídos, brota a preocupação pelos mais abandonados da sociedade". (Francisco)

1. Anúncio do Reino. 2. Escolha dos Doze. 3. Primado de Pedro. 4. Redenção. 5. Início da atividade da Igreja com o Espírito Santo.

7

Marque as frases corretas e corrija as erradas. a. Jesus fundou a Igreja para difundir o judaísmo em todos os cantos da Terra. b. Na prática, a Igreja foi fundada por São Paulo. c. O povo da Antiga Aliança era uma prefiguração da Igreja. d. Jesus Cristo fundou sua Igreja para que todos os cristãos fossem salvos.

10

CS

11

CS

Em pequenos grupos, reflitam e dialoguem sobre a seguinte questão: É possível ser cristão individualmente, ou seja, fora da Igreja? Cada grupo apresentará suas conclusões. Para sua reflexão pessoal: A que paróquia ou comunidade cristã você pertence? Como você poderia participar mais ativamente nela? CI

89


AS RAZÕES DA FÉ

3. Mas o que é a Igreja? Jesus sempre se referiu ao Reino de Deus. Para nos ajudar a entender o significado dessa expressão, ele usou parábolas: comparações com realidades próximas que ajudariam seus ouvintes a compreender realidades mais profundas.

o

É por isso que Jesus costumava usar imagens tiradas da pesca, da agricultura ou da pecuária. A Igreja, por exemplo, é como um rebanho cujo pastor é o próprio Deus (Jo 10,14). Ou Cristo é como uma videira que comunica a seiva aos ramos: isto é, pela Igreja os fiéis estão vitalmente unidos a Ele (Jo 15,5).

el

A Igreja é um mistério de fé como outros que confessamos no Credo. Dizer que é um “mistério” significa que vai além dos sinais visíveis (a questão dos Sacramentos como a água, o azeite, o pão e o vinho, e as ações das pessoas), a Igreja é uma profunda comunhão de vida com Deus e uns com os outros.

A Igreja é comunhão A Igreja se manifesta como o lar de Deus. • Todos que acreditam fazem parte da mesma família, são filhos do mesmo Pai e estão unidos pela mesma fé, pelos mesmos pastores (o Papa e os bispos) e pelos mesmos Sacramentos. • Como família, a Igreja de Cristo tem a comunhão (comum-união) como eixo de sua vida. O fundamento desta comunhão é a caridade que impele os fiéis a pôr tudo em comum (Atos 4,32), até os próprios bens materiais, ao serviço dos mais pobres. • Dentro da Igreja existem diferentes caminhos ou carismas*, mas todos eles são dirigidos para o bem comum.

M

od

A Igreja é o Povo de Deus O novo Povo de Deus está destinado a todos os seres humanos. Suas características são: • A incorporação a este povo se dá pelo nascimento “da água e do Espírito” (Jo 3,5), ou seja, pela fé em Cristo e pelo Batismo. • Sua “cabeça” é Jesus Cristo, e sua fonte de vida e unidade é o Espírito Santo. • Sua dignidade é a liberdade dos filhos de Deus. • Sua Lei é o mandamento do Amor. • Sua missão é ser “sal e luz do mundo” (Mt 5,13-16). • Seu destino é o Reino de Deus, que deve se estender até que Jesus o leve à perfeição.

90

Nossa Senhora da Evangelização A tradição peruana conta que a imagem de Nossa Senhora da Evangelização é venerada na capital, Lima, desde 1540. A então recém-criada diocese de Lima recebeu a imagem doada pelo Imperador Carlos V da Espanha. Isso faz da imagem uma das mais antigas que recebem culto na América Latina. Em 1985 o Papa João Paulo II, ao visitar o Peru pela primeira vez, coroou solenemente a imagem de Nossa Senhora da Evangelização e, após três anos, concedeu a ela a Rosa de Ouro, uma honra extraordinária. Com o braço esquerdo ela sustenta o Menino Jesus e contempla com olhos de benevolência a esfera do mundo enfeitada com uma cruz que o Menino sustém com a mão esquerda, abençoando-a com a direita.


6 A Igreja é o Templo do Espírito Santo

• A Igreja não está apenas reunida “ao redor” de Jesus, como um grupo de discípulos ao redor de seu mestre. Os fiéis formam um único corpo com Cristo, assim como todos os membros do corpo humano constituem um único organismo. • Os cristãos unem-se a Cristo e uns aos outros através do Batismo e dos demais Sacramentos, especialmente a Eucaristia. • Como membros de um mesmo corpo, pastores, leigos e consagrados realizam tarefas diferentes, mas unidos na mesma missão (cf 1 Cor 12,12-27).

• A Igreja também pode ser comparada a um edifício em que a pedra angular é Cristo. E nesse templo habita o Espírito Santo (Ef 2,20-22). • Assim como a alma é o princípio invisível que dá vida ao corpo, o Espírito Santo vivifica e promove a edificação da Igreja. • Ele é a fonte de graça e carismas, e guia os cristãos no caminho da santidade.

el

ideias-chave

o

A Igreja é o Corpo de Cristo

A Igreja é o Povo de Deus. Chega-se a ser membro deste povo por meio da fé em Cristo e no Batismo. Seu destino é o Reino de Deus, já iniciado na Terra (cf. Compêndio do CIC, n. 154).

A Igreja é o Corpo de Cristo porque os que creem estão unidos a ele, sobretudo na Eucaristia, e se unem entre si na caridade (cf. Compêndio do CIC, n. 156).

A Igreja é Templo do Espírito Santo porque este é o princípio de sua vida, de sua unidade, da riqueza de seus dons e carismas (cf. Compêndio do CIC, n. 159)

M

od

12

Assinale a melhor opção. O centro da pregação de Jesus Cristo é...

15

14

Explique por que dizemos que a Igreja é uma família cujo eixo de vida é a comunhão.

Relacione cada imagem com sua descrição.

1. Ele é a força que vivifica e impulsiona a Igreja. 2. Temos a mesma vocação e os mesmos Sacramentos. 3. Cristo e seus membros formam um único organismo. 4. A incorporação se faz pela fé em Cristo e pelo Batismo.

Complete os seguintes enunciados. a. A dignidade do povo de Deus consiste em [...]. b. A Lei pela qual se rege o Povo de Deus é [...]. c. A Igreja tem por missão [...]. d. O destino da Igreja é [...].

Carisma: dom que o Espírito Santo concede a certas pessoas para o bem dos seres humanos, para as necessidades do mundo e, em particular, para a edificação da Igreja.

a. Corpo de Cristo. b. Templo do Espírito Santo. c. Povo de Deus d. Mistério de comunhão.

a. o anúncio do estabelecimento do Reino de Deus na Terra. b. o sentido da vida presente. c. a harmonia do ser humano consigo mesmo. d. a luta contra os poderosos.

13

vocabulário

16

CS CI Leia Jo 15,4-7. Em seguida, reflita sobre as palavras de Jesus. Que meios tem um cristão para viver esse ensinamento de forma coerente? Em silêncio, pense em como você poderia aplicá-los à sua vida.

91


DISCÍPULOS E MISSIONÁRIOS

Um exemplo a seguir São Francisco Xavier

el o

São Francisco Xavier (1506-1552) é o santo padroeiro das missões. Filho de uma família nobre e rica, estudou Filosofia em Paris. No entanto, a amizade com Inácio de Loyola mudou sua vida; com ele fundou a Companhia de Jesus. Ordenado sacerdote, ele queria difundir a fé cristã em todo o mundo. Em 1541, partiu numa viagem que o levou à Índia, depois para o Ceilão e às Ilhas Molucas, e finalmente para o Japão. Francisco Xavier tornou-se o apóstolo das Índias Orientais: "Há tanta multidão de convertidos à fé nesta terra onde ando, que muitas vezes me parece que meus braços ficam cansados de batizar, e tenho pena de tantas vezes não poder dizer o Credo, os mandamentos e outras orações em sua língua". Francisco Xavier soube adaptar a verdade do Evangelho a uma cultura muito diferente da ocidental, respeitando as suas gentes, a sua língua e os seus costumes, combinando a catequese - na qual utilizou canções que depois foram cantadas nas ruas, nos campos e oficinas-, com a prática da caridade com os pobres, os doentes ou os escravos. Promoveu o clero indígena, a educação e a justiça, denunciando os abusos cometidos contra os nativos.

od

"A minha vontade é conquistar o mundo inteiro para Jesus Cristo; o fruto é certo, as alegrias espirituais são as maiores e melhores”. Morreu na costa da China quando se preparava para evangelizar aquele grande país.

M

.

1

CT São Francisco Xavier é o modelo do missionário. O que o torna tão especial? Suas conquistas são impressionantes. De onde tiraria forças para realizar sua obra de evangelização? Sua confiança em Deus e sua alegria chamam a atenção. Comentemos esses dois aspectos de sua vocação.

2

CT CI O adjetivo católico significa “universal”. O que isso diz sobre nós como Igreja? Qual deveria ser nossa atitude como cristãos no mundo? Deus não gosta de espaços fechados. O que podemos fazer para que Jesus Cristo se faça presente em nosso ambiente?

3

CL

CI

Leia o texto a seguir e responda às perguntas propostas.

"Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo”. (Mt 28,19-20) a. Que missão nos confia o final do Evangelho de São Mateus? b. Que promessa nos é feita? c. Partimos desta palavra para apresentar uma breve oração de agradecimento pelo dom da fé e pedir a Deus que nos ajude a dar testemunho no mundo.

92


6 Agora você Para caminhar juntos A importância da afetividade equilibrada Não estamos sozinhos no mundo. E todos somos únicos e originais: cada um tem seu caráter, sua história, seus interesses. Temos que aprender a amar e viver com os outros como eles são. Sem eles, nos empobrecemos.

Não se esqueça de

el o

As normas básicas da educação, praticadas com bom senso, são antes de tudo demonstrações de respeito às pessoas por sua dignidade. A porta de entrada para o coração dos outros é o respeito.

od

• Agradecer, de verdade: com atitude de gratidão pelo bem que fizeram a você. • Pedir desculpas, também de verdade: porque você sente muito ter incomodado alguém. • Pedir as coisas por favor: porque você não considera o outro um criado e nem você é digno de um serviço. • Falar bem, evitar grosserias, gritos e, claro, insultos ou desprezos: ninguém merece ser ofendido. • Não usar o celular à mesa ou durante uma conversa: para poder ouvir com atenção e olhar nos olhos, porque o outro é importante para nós. • Nunca compartilhar imagens ou comentários ofensivos nas redes sociais. • Adiantar-se no serviço aos outros, sem esperar que lhe peçam.

Papa Francisco@pontifex_br Para viver felizes é necessário abandonar o rancor, a raiva, a violência e a vingança.

M

Lembre-se da regra de ouro de Jesus: "Assim como desejais que os outros vos tratem, tratai-os do mesmo modo” (Lc 6, 31).

1

CI CS Pense em silêncio sobre seus colegas de classe, um por um. Nos que você gosta e nos que você não gosta tanto. Você também pode pensar em outras pessoas com quem se relaciona regularmente: professores, pessoal de serviço etc.

a. Com os olhos fechados, imagine seus rostos, um por um. Ao fazer isso, concentre-se em uma ideia: Deus quer que ele exista, Deus o ama, ele é meu irmão, ela é minha irmã. Você também pode dizê-lo por dentro, silenciosamente. b. Escreva uma nota sobre esta reflexão em seu caderno pessoal.

2

CI CS Continuem em seu caderno a lista de demonstrações de respeito pelos outros que mais tenham a ver com as suas circunstâncias.

3

CA CS Releiam a regra de ouro de Jesus. Em grupo, façam outra lista, desta vez de coisas que um cristão deve evitar em seu relacionamento com os outros.

4

CI CS Pensem e escrevam sobre as situações que geram os sentimentos mencionados no tweet do Papa e como evitá-los.

93


SÍNTESE

A IGREJA

el o

é

a grande família de Deus que se realiza gradualmente segundo

os desígnios de Deus Pai

que convoca a todos os homens desde

que a preparou na

e foi

od

a origem do mundo

Antiga Aliança

instituída por Jesus

continua sua obra na Terra

é um

M

• Anunciando a Boa Nova do Reino • Transmitindo os meios de Salvação • Guiando segundo os valores evangélicos

94

por meio de ações e palavras

• Escolhe 12 Apóstolos e lhes dá poderes especiais • Escolhe Pedro como líder e pastor • Inicia-se publicamente em Pentecostes

Mistério de fé que nos é revelado como

Povo de Deus

Comunhão

Corpo de Cristo

Incorporamo-nos pela fé e o Batismo

Para o serviço, especialmente dos mais pobres

Unido pela caridade e a Eucaristia

Templo do Espírito Santo

Fonte de graça e carismas


ATIVIDADES DE AVALIAÇÃO

1

Organize a seguinte definição de Igreja.

7

CA Em duplas, procurem nos seis primeiros capítulos dos Atos dos Apóstolos algumas passagens que mostrem como Pedro ocupou um lugar especial entre eles desde o início. Escreva uma frase que dê título à cena e cite os versículos em que ela aparece.

8

Indique qual das seguintes citações do Evangelho se refere à missão universal da Igreja. Em seguida, copie em seu caderno.

A Igreja é / caminha para / que, com Cristo ressuscitado / o Povo de Deus / e guiado pelo Espírito Santo, / Deus Pai Coloque ordem cronológica os momentos da fundação da Igreja.

seguintes

el o

2

a. Escolha de Pedro como líder dos apóstolos. b. Vinda do Espírito Santo em Pentecostes. c. Escolha dos doze apóstolos. d. Ressurreição do Senhor. e. Instituição da Eucaristia.

3

Leia o relato da vinda do Espírito Santo no dia de Pentecostes, no início do livro dos Atos dos Apóstolos, e realize as atividades.

CC CA

9

CL Leia este fragmento do Documento de Aparecida e responda às questões.

"O discípulo, à medida que conhece e ama o seu Senhor, experimenta a necessidade de compartilhar com outros a sua alegria de ser enviado, de ir ao mundo para anunciar Jesus Cristo, morto e ressuscitado" (Aparecida, n. 278).

od

a. Selecione na Internet três pinturas diferentes que representem a cena de Pentecostes e coloque a data de cada uma delas. b.Faça uma descrição do que você vê nas fotos, destacando o que todas elas têm em comum. c. Selecione a frase exata mais apropriada para descrever essas representações artísticas. d.Faça uma composição com uma das imagens e com a frase que você selecionou.

a. Jo 3,3-5. b. Mt 28,18-20. c. Mt 16,18. d. Mc 1, 14-15.

4

Observe a atividade da Igreja ao seu redor, em sua paróquia ou no ambiente em que você vive, ou pesquise sobre isso.

CA

Faça uma lista de ações, o mais concreta possível, que mostre esses três aspectos:

a. A missão de anunciar Jesus Cristo pertence apenas aos bispos, sacerdotes e pessoas consagradas? Então de quem é? b. De acordo com o texto, a “necessidade” de anunciar Jesus Cristo é consequência do quê? c. Que característica deve ter esse anúncio, também de acordo com o texto? d. Escreva algumas expressões equivalentes a "anunciar Jesus Cristo".

M

a. A proclamação da Palavra. b.A administração dos Sacramentos. c. O testemunho da caridade.

5

6

Em duplas, escolham uma das quatro imagens da Igreja que se apresentaram na unidade e elaborem um trabalho gráfico (uma foto, colagem de fotos, um desenho, um esquema, um mapa mental) que expresse o melhor possível o seu significado. Aproveitem ao máximo sua criatividade. Exponham seus trabalhos em sala de aula.

CA

CL Que imagens da Igreja você encontra neste texto de Santo Agostinho? Justifique sua resposta.

“O que nosso espírito, isto é, nossa alma, é para nossos membros, é o que o Espírito Santo é para os membros de Cristo, para o Corpo de Cristo, que é a Igreja”.

94


Vamos descobrir

Vamos ser capazes de

Que na liturgia acontece o encontro entre Deus e os homens. A semelhança que existe entre as etapas da vida natural e as da vida espiritual.

Valorizar os sacramentos da iniciação cristã como o itinerário que se deve seguir para incorporar-se plenamente à fé e à vida da Igreja.

M

od

el

Que os fiéis renascemos no Batismo, nos fortalecemos com a Confirmação e somos alimentados na Eucaristia.

Interiorizar a importância da liturgia como celebração festiva da fé e fonte da qual emana a força vital da Igreja.

o

7

A festa da fé


Partimos da realidade

CI

CS

CT

Recebi o endereço de um homem que sofria da síndrome de Diógenes. Como se sabe, essa síndrome é um distúrbio comportamental que leva a uma grande negligência com a higiene pessoal e ao isolamento na própria casa. Cheguei à casa dele. Ele morava sozinho, com uma cachorra, Josefina, em meio a um fedor insuportável. Estava muito sujo e sua primeira reação, depois de abrir a porta, foi de rejeição.

o

Trocamos algumas palavras e, dias depois, fomos dar uma volta. A certa altura, não sei por que, espontaneamente coloquei minhas mãos em seus ombros para incentivá-lo a continuar falando. Ele ficou surpreso e, após alguns segundos de silêncio, me disse, olhando para minhas mãos: “Faz muitos anos que ninguém ousava me tocar. Todo mundo diz que eu sou um porco". Vendo que este pequeno gesto o comoveu, propus-lhe, sem lhe dar muito tempo para responder: "E porque não nos damos um abraço?".

el

Agora, com o passar dos anos, percebo que aquele abraço foi decisivo na vida dele. Começamos a conversar, ficamos amigos e ele concordou em receber os cuidados médicos de que precisava. J. M. Cejas, 8 historias sin vergüenza

OBSERVE

Qual o nome da síndrome que o idoso tinha? Que manifestações ela apresenta?

2

Como reage o idoso depois de abrir a porta? Por que você acha que ele agiu assim?

3

O narrador põe as mãos nos ombros do idoso. Por que esse gesto o surpreende?

4

Identifique no texto outro gesto que expressa o afeto do voluntário.

5

Em que se transformou aquilo que, a princípio, era apenas uma ação de ajuda? Que relação foi estabelecida entre essas duas pessoas? Explique como isso foi possível.

M

od

1

AVALIE 6 Por que você acha que um gesto, o abraço, foi tão

decisivo na vida do idoso? Somente algumas palavras teriam sido suficientes?

7

Pense em outros gestos materiais que humanizem e tornem amável a nossa vida e a dos outros. Explique com suas próprias palavras por que eles são tão importantes.

8

Lembre-se de uma festa familiar por ocasião de um aniversário. Por que precisamos comemorar e celebrar alguns acontecimentos?

9

Que detalhes e gestos materiais tornaram essa celebração especial? Sem eles teria sido possível expressar nossa alegria?

10

Pense em um momento importante e feliz em sua vida. Você comemorou sozinho? Quem estava com você?

97


À LUZ DA PALAVRA

No Antigo Testamento

o

Ex 20, 22-24

M

od

Por isso, o culto de Israel celebrava a presença de Javé no meio da comunidade; isto é, agradeceu ao Deus da Aliança por sua obra em favor do povo e renovou a esperança na ação salvífica de Deus.

O Senhor disse a Moisés: “Eis o que dirás aos israelitas: Vistes que vos falei do céu. Não fareis deuses de prata, nem deuses de ouro para pôr ao meu lado. Tu me levantarás um altar de terra, sobre o qual oferecerás teus holocaustos e teus sacrifícios pacíficos, tuas ovelhas e teus bois. Em todo lugar onde eu fizer recordar o meu nome, virei a ti para te abençoar.

el

Os povos cananeus adoravam ídolos que representavam as forças da natureza ou da fertilidade. Israel, por outro lado, adora um Deus que se faz presente em sua história. Javé é um Deus que fala, que dialoga com Abraão, com Moisés... um Deus que se preocupa com o homem e, por isso, é invocado tanto na alegria como na dor.

CL

CA

CT

Visualize o texto e deixe-o ganhar vida

Descubra a riqueza escondida no texto

1

4

O culto pagão tinha aspectos positivos: reconhecia que é preciso dar graças à divindade, agradecia seus dons etc. Então, por que não foi suficiente para o povo de Israel?

2

Observe o texto bíblico. O que querem os holocaustos e os sacrifícios que Javé pede?

3

Para entender melhor a passagem, convém saber que o sangue da vítima (símbolo da vida) era derramado ao redor do altar, parte de sua carne era queimada como oferenda a Deus e a outra parte era consumida pelo povo em um banquete sagrado. Explique com suas próprias palavras por que esse modo de proceder simboliza a comunhão de Deus e seu povo.

98

Deus procura o encontro a. Nos ritos pagãos, os participantes se retiram do mundo para entrar em contato com seus deuses. Javé, pelo contrário, santifica o mundo com sua presença. Que consequências essa realidade tem em nossas vidas? b. Deus promete abençoar a vida daqueles que o amam. Como essa esperança afeta a vida de quem acredita?

5

O encontro dá sentido ao sacrifício Quando alguém é convidado para jantar em casa, por que o fazem? É uma festa? Como nos preparamos para ir a uma festa? Transfira essa experiência para a esfera religiosa. O que significa celebrar um banquete com Deus?


7 No Novo Testamento Os discípulos estão tristes. Jesus se aproxima deles, mas eles não conseguem reconhecê-lo. No entanto, sentem que seus corações queimam novamente. A presença de Jesus, primeiro com as palavras e depois com o gesto de partir o pão, permite que os discípulos o reconheçam. Esta passagem mostra dois "lugares" privilegiados em que podemos encontrar Jesus: na escuta da Palavra e na Eucaristia.

el

o

"Nesse mesmo dia, dois discípulos caminhavam para uma aldeia chamada Emaús, distante de Jerusalém sessenta estádios. Iam falando um com o outro de tudo o que se tinha passado. Enquanto iam conversando e discorrendo entre si, o mesmo Jesus aproximou-se deles e caminhava com eles. Mas os olhos estavam-lhes como que vendados e não o reconheceram. [...] E começando por Moisés, percorrendo todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava dito em todas as Escrituras. Aproximaram-se da aldeia para onde iam e ele fez como se quisesse passar adiante. Mas eles forçaram-no a parar: “Fica conosco, já é tarde e já declina o dia”. Entrou então com eles. Aconteceu que, estando sentado conjuntamente à mesa, ele tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e serviu-lho. Então, se lhes abriram os olhos e o reconheceram... mas ele desapareceu. Diziam então um para o outro: “Não se nos abrasava o coração, quando ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?”."

“Deus não só nos fala, mas também se faz presente no meio do seu povo, no meio da sua Igreja. [...] Isto é o que acontece durante a celebração litúrgica”.

M

od

Lc 24, 13-16. 27-32

CL

CA

CT

CD

Visualize o texto e deixe-o ganhar vida

Descubra a riqueza escondida no texto

1

Por que os discípulos de Emaús estavam tristes? Por que eles perderam o ideal que parecia ter transformado suas vidas? Por que eles não podiam reconhecê-lo depois de segui-lo por três anos?

4

2

É Jesus quem se aproxima dos discípulos, mas, chegando a Emaús, não quer impor-lhes a sua presença e faz um gesto para continuar o seu caminho. Por que você acha que ele age assim?

O Senhor nos convida à sua mesa a. O que atualmente impede muitas pessoas de reconhecer Jesus? b. Cristo chama os cristãos à comunhão em seu Corpo e Sangue. Refletimos sobre o modo como vivemos este mistério na Eucaristia, centrando-nos em três aspectos: a escuta da Palavra, a fração do pão e a reunião dos cristãos.

3

Leia Lc 24,31-35 e você descobrirá como termina este episódio. Em seguida, explique com suas próprias palavras o que significa a expressão “os olhos deles se abriram” e quais consequências isso teve na vida desses discípulos.

5

Reflita sobre as palavras do Papa Por que as celebrações litúrgicas são tão importantes para um cristão?

99


AS RAZÕES DA FÉ

1. Um encontro de Deus com os homens Jesus Cristo, ao longo de sua vida na Terra, curou os doentes, consolou os tristes, perdoou os pecadores... Jesus é Deus feito homem que nos traz o amor misericordioso de Deus.

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Este amor sem medida levou-o a dar a sua vida pela nossa Salvação. Ele veio ao mundo para restaurar nossa amizade com Deus: mais ainda, para nos tornar filhos de Deus. Toda essa graça, todo esse transbordamento do amor de Deus, não se dirigia apenas aos seus contemporâneos: tinha que perdurar ao longo do tempo.

Uma celebração festiva

Em cada sacramento, e sobretudo na Eucaristia, o próprio Cristo sai ao encontro do homem para lhe comunicar os seus bens. Este é exatamente o objeto dos Sacramentos. Para que somos batizados? Com que finalidade confessamos nossos pecados? Para que comungamos? Para encher-nos da vida sobrenatural que Deus nos infunde em cada um dos Sacramentos; para nos unirmos a ele. Além disso, com as celebrações litúrgicas o cristão pode oferecer a Deus o culto de adoração, louvor e ação de graças que lhe deve. Assim, o culto cristão não é um conjunto de ritos nascidos da religiosidade natural do homem, mas o próprio Deus o entregou à Igreja por meio de seu Filho.

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A liturgia é uma celebração festiva da fé. Deus é amor; Ele quer nos abençoar e que participemos da alegria do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Portanto, os atos de adoração devem ser celebrações cheias de beleza e energia. Além das dádivas da Terra —o pão, o vinho ou o azeite—, a música, a luz, o perfume, as cores… tudo contribui para a beleza e a dignidade da festa.

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Esta é precisamente a missão da Igreja: levar a todos os seres humanos os frutos da Redenção. Através da liturgia, através da celebração dos Sacramentos, realiza-se este encontro entre Deus e os homens.

Além disso, graças às celebrações litúrgicas, podemos transformar toda a nossa vida em adoração a Deus (lembrando dele durante o dia, dedicando alguns momentos para rezar, vivendo de acordo com a nossa fé nas relações com os outros e com nosso ambiente).

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2. Os Sacramentos da Igreja

“A liturgia é o tempo de Deus e o espaço de Deus, e devemos entrar ali, no tempo de Deus, no espaço de Deus”. (Francisco)

Os Sacramentos são sinais sensíveis Um beijo, um aperto de mão ou um abraço são sinais que usamos para expressar sentimentos de afeto. Um golpe no peito pode manifestar um sentimento de culpa; mãos unidas, um pedido... há muitos mais gestos. Algo semelhante acontece com os Sacramentos: a água do Batismo significa a purificação da alma, o pão simboliza o alimento, a imposição das mãos representa a transmissão do poder etc. São signos porque representam algo, e são sensíveis porque podem ser vistos, tocados e ouvidos.

Os Sacramentos são sinais eficazes de graça A característica dos sinais sacramentais é que eles são eficazes, pois o que eles representam realmente acontece: o sinal da água limpa e vivifica; o pão (que depois da oração eucarística já é o corpo de Cristo que nos é dado sob a aparência de pão, isto é, sacramentalmente) alimenta a alma; a imposição das mãos transmite um poder espiritual...

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7 Por isso dizemos que os Sacramentos realizam aquilo que significam: através do sinal de cada sacramento, Deus envia sua graça à alma de cada pessoa e a transforma espiritualmente.

A Igreja administra os sacramentos

Os Sacramentos existem para a Igreja porque ela é nutrida e aperfeiçoada pelos Sacramentos. E existem por causa da Igreja, porque é ela quem pode transmiti-los.

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A liturgia é a fonte de onde emana a força vital da Igreja. Através dela, Cristo continua na sua Igreja a obra da nossa redenção (cf. Compêndio do CIC, n. 219).

Os Sacramentos são sinais sensíveis e eficazes da graça, instituídos por Cristo e confiados à Igreja, mediante os quais nos é concedida a vida divina (cf. Compêndio do CIC, n. 224).

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1

Indique as frases verdadeiras e corrija as falsas.

a. Através das celebrações litúrgicas, damos graças, louvamos e adoramos a Deus. b. Cristo encontra o homem de maneira especial na Eucaristia. c. Os Sacramentos nos enchem de sabedoria humana. d. A missão da Igreja consiste em levar a todos os homens os frutos da civilização.

2

É importante notar a diferença entre um rito mágico e um sacramento. Os primeiros recorrem, por meio de ações ou palavras, a seres imaginários para produzir resultados contrários às leis naturais. Por outro lado, a liturgia não é uma arte oculta, mas uma ação pública na qual intervêm Deus (certamente, de maneira invisível) e a Igreja. Não se recorre a seres imaginários, mas ao único Deus verdadeiro ou à intercessão dos santos. E não pretendem produzir resultados contrários às leis naturais, mas sim frutos que excedem as leis naturais, mas que não as contradizem ou violam, de modo que as assumam, as curem e as elevem ao nível da vida divina.

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Jesus confiou a transmissão de suas palavras e sinais não a uma massa anônima, mas aos Apóstolos e seus sucessores. Podemos dizer que ele não colocou seus presentes na web com acesso gratuito, mas os hospedou em seu próprio domínio.

ideias-chave

Os Sacramentos não são ritos mágicos

o

Os Sacramentos são eficazes por si mesmos, pois não dependem da santidade de quem os administra, mas da ação de Cristo. Seu maior ou menor fruto na alma depende das disposições interiores de quem os recebe. Todos os Sacramentos são um encontro com Cristo, mas cada um tem um sentido específico.

Corrija a afirmação. A Igreja instituiu os Sacramentos para cumprir a missão que Cristo lhe confiou.

3

Marque as opções corretas. Os sacramentos... a. são sinais eficazes da graça divina. b. foram instituídos pelos Apóstolos. c. realizam o que eles significam.

4

CT Leia as palavras do Papa Francisco e responda às perguntas: «O sacramento não é um rito mágico: é um encontro com Jesus Cristo [...] É Ele que está ao nosso lado e nos acompanha».

a. Qual é a diferença entre um rito mágico e um rito sacramental? b. Por que a liturgia é uma celebração festiva da fé? c. Com que aparência e atitudes um fiel deve se preparar para este encontro festivo?

101


AS RAZÕES DA FÉ

3. Os sete Sacramentos A ação de Cristo e do Espírito Santo dá vida e edifica a Igreja. Graças aos Sacramentos, os membros da Igreja fortalecem, nutrem e expressam sua fé. Há uma certa semelhança entre as etapas da vida natural e os da vida sobrenatural.

o

"Através dos Sacramentos, Cristo comunica o seu Espírito aos membros do seu Corpo, e a graça de Deus, que dá frutos de vida nova, segundo o Espírito". (Compêndio do CIC n. 146) Sacramentos de iniciação

Comparáveis à origem, crescimento e manutenção da vida, eles nos vão incorporando à vida sobrenatural.

Nascemos para uma nova vida em Cristo, que nos torna filhos de Deus e membros da igreja.

Confirmação

Fortalece a vida sobrenatural iniciada no Batismo, pela ação do Espírito Santo.

Eucaristia

Recebemos o "alimento", o Corpo e Sangue de Cristo, para que a vida da graça se desenvolva, amadureça e dê frutos.

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Batismo

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Sacramentos da cura

A vida nova de filhos de Deus que recebemos no Batismo pode enfraquecer-se ou, inclusive, perder-se por causa do pecado. Estes sacramentos têm o poder de curar ou reconfortar a alma.

Reconciliação (Confissão)

Perdoa os pecados pela misericórdia de Deus e nos reconcilia com a Igreja.

Unção dos enfermos

Os fiéis gravemente doentes ou idosos são reconfortados pela graça. Sacramentos de serviço à comunidade

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Conferem uma missão para um serviço particular dentro da Igreja.

Ordem

Os fiéis ordenados continuam a missão que os Apóstolos receberam de Cristo e transmitiram a seus sucessores.

Matrimônio

Os fiéis unidos pelo matrimônio são fortalecidos para santificar sua união e seus deveres familiares.

Jesus Cristo instituiu sete Sacramentos Você já sabe que os Sacramentos da Igreja são sete. São estes e não outros: ninguém pode eliminar um ou acrescentar um novo, porque não são uma invenção humana; Jesus Cristo os instituiu em certos momentos de sua vida. Assim os Apóstolos ensinaram, assim está escrito nos Evangelhos e assim a Igreja nos transmitiu. Jesus vive e age por eles, e a Igreja tem a missão de dispensá-los e protegê-los.

Detalhe de O Retorno do Filho Pródigo, por B. E. Murillo. Século XVII.

Cristo, Salvador, de Juan de Juanes. Século XVI.

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7 4. Os sacramentos da iniciação 4.1. O Sacramento do Batismo

A necessidade do Batismo

o

"Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações, batizai-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo." (Mt 28,19). Estas são as últimas palavras de Jesus, registradas no Evangelho de São Mateus. E nos Atos dos Apóstolos podemos ler que eles batizaram aqueles que creram em Cristo depois de ouvir sua pregação.

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O Batismo é o acesso à Igreja e aos outros Sacramentos; é o início da comunhão com Deus. Dado que a Salvação de Jesus Cristo nos chega pelo Batismo, este Sacramento é necessário para salvar-se. Naturalmente, quem não conheceu Cristo nem a Igreja também podem se salvar se procuram Deus com sinceridade e vivem segundo o que dita a sua consciência, porque Cristo morreu por todos.

Pode receber o batismo qualquer pessoa não batizada que tenha manifestado pessoalmente sua fé, ou por meio de seus pais e da Igreja, no caso das crianças. O rito do Batismo

• Perdoa o pecado original, todos os pecados pessoais que cometemos e todas as penalidades que são devidas a eles.

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Embora a cerimônia do Batismo tenha várias partes e elementos, o essencial é mergulhar o candidato na água ou derramar água sobre sua cabeça invocando o nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.

Efeitos do Batismo

• Infunde a graça santificante, que converte o batizado em filho de Deus e o incorpora a Cristo e à sua Igreja.

Os pais cristãos devem batizar seus filhos o quanto antes, porque o Batismo é o meio ordinário mais importante para a Salvação, e Deus quer que o maior número possível de pessoas forme parte da Igreja.

• Concede as virtudes teologais (fé, esperança e caridade) e os dons do Espírito Santo.

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• O batizado é marcado pelo chamado caráter sacramental: pertence a Cristo para sempre.

5

6

CA Explique por que dizemos que os Sacramentos correspondem a todas as etapas e a todos os momentos importantes da vida do cristão. CA Podemos afirmar, portanto, que há certa semelhança entre as etapas da vida natural e as etapas da vida espiritual? Justifique sua resposta.

7

Justifique a necessidade do Batismo e explique seus efeitos.

8

CT CL Faça um registro do seu batismo em seu caderno: nome, data, paróquia, nome dos padrinhos, nome do padre que o batizou etc. Pergunte aos seus pais como foi a celebração e quem compareceu. Em seguida, reflita e escreva um breve texto sobre o que esse sacramento significou em sua vida.

ideias-chave

Para os que creem em Cristo, os Sacramentos, embora nem todos sejam dados a cada um dos fiéis, são necessários para a Salvação (cf. Compêndio do CIC, n. 230).

A iniciação cristã realiza-se através dos Sacramentos que são o fundamento da vida cristã: os fiéis, renascidos no Batismo, são fortalecidos pela Confirmação e alimentados na Eucaristia (cf. Compêndio do CIC, n. 251).

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AS RAZÕES DA FÉ 4.2. O Sacramento da Confirmação “Mas descerá sobre vós o Espírito Santo e vos dará força; e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria e até os confins do mundo” (Atos 1,8). Jesus cumpriu sua promessa no dia de Pentecostes. Naquele dia, os Apóstolos foram confirmados e fortalecidos em sua fé ao receber com força especial o dom do Espírito Santo.

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A partir desse dia, os Apóstolos começaram a batizar e administrar o sacramento da Confirmação, por imposição das mãos, como lemos nos Atos dos Apóstolos (Atos 8,14-17). O ministro ordinário da Confirmação, portanto, é o bispo. Este fato expressa também a ligação do confirmado com a Igreja, já que o bispo é sucessor dos Apóstolos. A necessidade do Batismo

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A recepção deste sacramento é necessária para alcançar a plenitude da graça que foi infundida no Batismo. A Confirmação une mais intimamente o batizado com a Igreja e lhe outorga uma fortaleza especial do Espírito Santo para comportar-se como uma autêntica testemunha de Jesus Cristo. Quem pode receber este sacramento

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Qualquer pessoa que ainda não se tenha confirmado pode receber a confirmação. Para recebê-la com fruto é necessário estar em graça de Deus, sem consciência de pecado grave. E somente se pode receber uma vez, devido ao caráter definitivo que imprime na alma.

Pelas graças que concede o sacramento da Confirmação, se costuma dizer que o batizado adquire a condição de adulto na Igreja e se converte em apóstolo de Cristo.

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Efeitos da Confirmação

• Infunde o Espírito Santo na alma para reforçar a graça do Batismo e imprime nela o selo indelével do caráter sacramental. • Comunica aos fiéis a filiação divina mais profundamente e os une com firmeza a Cristo e à Igreja. • Infunde em quem crê a força necessária para comportar-se como verdadeira testemunha de Cristo no mundo.

Cristo age em nossa vida "A Confirmação não é obra dos homens, mas de Deus, que cuida da nossa vida, de maneira a plasmar-nos à imagem do seu Filho, para nos tornar capazes de amar como Ele infundindo em nós o seu Espírito Santo [...]Quando acolhemos o Espírito Santo no nosso coração é o próprio Cristo que se torna presente em nós e adquire forma na nossa vida, o próprio Cristo, que rezará, perdoará, infundirá esperança e consolação, servirá os irmãos, estará próximo dos necessitados, criará comunhão e semeará paz. É o próprio Cristo que vem para fazer tudo isto!


7 O rito da Confirmação • Apresentação dos confirmandos. • Renovação das promessas do Batismo. • Rito sacramental:

Que é o "caráter" sacramental? É um selo espiritual, conferido pelos sacramentos do Batismo, da Confirmação e da Ordem. Este selo é promessa e garantia da proteção divina. Em virtude de tal selo, o cristão é configurado a Cristo, participa de diversos modos no seu sacerdócio, e faz parte da Igreja segundo estados e funções diversas, sendo, pois, consagrado ao culto divino e ao serviço da Igreja. Dado que o carácter é indelével, os sacramentos que o imprimem recebem-se uma só vez na vida. (Compêndio do CIC, n. 227)

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- O bispo impõe as mãos e reza com elas estendidas sobre quem vai ser confirmado. - Unge a fronte do candidato com o santo Crisma* enquanto diz: [Nome], recebe por este sinal o dom do Espírito Santo. ,

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A imposição de mãos é sinal de bênção e envio à missão de dar testemunho de Jesus Cristo. A unção com o óleo perfumado tem um duplo significado: é sinal de vigor, pelo azeite que se usava para o combate, e é sinal de bom aroma, pelas boas obras que o cristão deve praticar. A Confirmação reforça a vocação à santidade que se recebe com o Batismo. É um chamado a viver na prática a fé que professamos. Em algumas ocasiões, exercer a fé cristã requer o heroísmo dos mártires, mas na maioria das vezes teremos que dar testemunho de nossa fé, também heroicamente, na vida diária.

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ideias-chave

A confirmação aperfeiçoa a graça batismal e dá o Espírito Santo para nos unir mais firmemente a Cristo, fortalecer o vínculo com a Igreja e nos ajudar a dar testemunho da fé cristã (cf. Compêndio do CIC, n. 1.316).

• A Confirmação, como o Batismo, imprime na alma do cristão um sinal

vocabulário Crisma: azeite de oliva mesclado com perfumes consagrado por um bispo.

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espiritual ou caráter indelével (cf. Compêndio do CIC n. 1.317).

9

10

Indique quais dessas afirmações são verdadeiras e corrija as falsas.

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Quais são os efeitos próprios do sacramento da Confirmação?

a. Os Apóstolos foram confirmados na fé no dia da Última Ceia. b. No dia de Pentecostes, os Apóstolos receberam plenamente o dom da graça. c. Os diáconos confirmaram aqueles que receberam o Batismo pela imposição das mãos. d. O Evangelho Segundo São Marcos relata como os Apóstolos administraram a Confirmação.

12

Explique o significado desses sinais no rito da Confirmação.

Termine estas frases inacabadas. a. Pode receber a confirmação, qualquer pessoa batizada não[…]. b. Para receber a Confirmação com fruto, é necessário […]. c. A confirmação só pode ser recebida uma vez, porque […]. d. Com a Confirmação, recebe-se plenamente o dom do […].

a. imposição de mãos. b. Unção com óleo perfumado.

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CD CI Procure na internet uma música composta com o hino ao Espírito Santo «Vem, Espírito Criador». Depois, ouça, copie uma ou duas passagens que atraiam especialmente a sua atenção e reflita sobre elas. A seguir, pesquise por que era uma oração especialmente querida por São João Paulo II.

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AS RAZÕES DA FÉ 4.3. O Sacramento da Eucaristia

A Instituição da Eucaristia Jesus já havia anunciado a Eucaristia no chamado “discurso do pão da vida” que está registrado no Evangelho de São João: “Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem comer este pão viverá para sempre. E o pão que eu darei é a minha carne. Eu a dou pela vida do mundo" (Jo 6,51). Essas incríveis palavras se tornaram realidade no dia anterior à sua paixão. Na Última Ceia, "Durante a refeição, Jesus tomou o pão, benzeu-o, partiu-o e o deu aos discípulos, dizendo: Tomai e comei, isto é meu corpo. Tomou depois o cálice, rendeu graças e deu-o, dizendo: Bebei dele todos, porque isto é meu sangue, o sangue da Nova Aliança, derramado por muitos homens em remissão dos pecados” (Mt 26,26-28).

Memorial da Páscoa de Cristo

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O feriado de Corpus Christi – celebrado 60 dias após a Páscoa – é uma data importante e cheia de significado para os católicos. O dia, cujo nome vem do latim significa “Corpo de Cristo”, celebra o mistério da Eucaristia, o Sacramento do Corpo e do Sangue de Jesus Cristo. A celebração surgiu na cidade de Liége, na Bélgica, em 1243, quando uma freira teria tido visões de Jesus Cristo, demonstrando a ela seu desejo de que o mistério da Eucaristia fosse celebrado com destaque. Anos depois, em 1264, o Papa Urbano IV estendeu a festa para toda a Igreja, pedindo a São Tomás de Aquino que preparasse as leituras e textos litúrgicos que, até hoje, são usados durante a celebração. Nesta mesma época o Corpus Christi passou a contar com uma procissão, como uma forma de demonstração pública e comunitária de fé na Eucaristia. O costume de produzir tapetes coloridos, no caminho por onde passa a procissão, começou em Portugal. Esta tradição chegou ao Brasil com os colonizadores e é realizada pelos fiéis até hoje. Os desenhos reproduzidos nos tapetes representam cenas bíblicas, objetos e outros símbolos que retratam a fé e a figura de Jesus Cristo. Normalmente, os tapetes são feitos com serragem, sal, flores, areia e outros materiais coloridos, confeccionados por fiéis de diversas paróquias, geralmente na noite anterior a festa de Corpus Christi. O comprimento de cada tapete pode variar, mas os desenhos costumam decorar as ruas por onde passa a procissão.

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Celebração de Corpus Christi

A Eucaristia não é uma simples memória de Jesus. Na Eucaristia, ele está verdadeiramente presente: o que nossos olhos veem como pão e vinho é, na realidade, o Corpo e Sangue de Jesus Cristo vivo, real e verdadeiro. Por isso, a Igreja sempre considerou que a Eucaristia é o seu maior tesouro: o próprio Jesus Cristo. E a considera a fonte e o ápice de toda a vida cristã.

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E, além disso, transmitiu aos Apóstolos e a seus sucessores a missão de fazer o mesmo que ele havia feito: "Fazei isto em memória de mim" (Lc 22,19). Cristo acabava de entregar à sua Igreja o memorial da sua vida, da sua morte e sua ressurreição, a forma de participar e ter sempre presente o sacrifício que no dia seguinte iria oferecer na cruz para nossa Salvação. Com efeito, no dia seguinte, Cristo ofereceu ao Pai o sacrifício da sua vida no Calvário: deu o seu corpo e derramou o seu sangue na cruz pela nossa salvação. Foi um sacrifício de valor infinito pelo valor infinito da vítima oferecida. Pois bem, aquele sacrifício do Filho de Deus, oferecido em Jerusalém há dois mil anos, torna-se presente e atual cada vez que se celebra a Eucaristia. Ou seja, a Eucaristia não é uma simples lembrança da morte e ressurreição de Cristo, mas uma ação na qual se torna presente e atual a páscoa de Cristo: sua morte e ressurreição.

A participação no sacrifício eucarístico Na cruz, o Filho de Deus se ofereceu de maneira cruenta e na Eucaristia o faz de maneira incruenta, sem sofrimento nem derramamento de sangue. E o faz por meio do sacerdote, que nesse momento atua como Cristo. É por isso que ele diz “este é o meu Corpo”, não “este é o Corpo de Cristo”. Mas, além disso, os fiéis não só assistem à Eucaristia, mas também participam desse sacrifício. A Igreja e os que creem incluem-se a si próprios, unindo os seus louvores, os seus sofrimentos, as suas obras, as suas orações, toda a sua vida, aos de Cristo; desta forma, dá-lhes eficácia e valor extraordinários.


7 Banquete pascal Jesus Cristo, por meio da Eucaristia, além de nos dar a oportunidade de participar de seu sacrifício redentor para usufruir dele, também nos oferece seu Corpo e Sangue como alimento espiritual (Jo 6,55-56).

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Neste sentido, chamamos a Eucaristia de banquete pascal, porque Cristo nos dá o seu Corpo e Sangue, oferecidos como comida e bebida, para nos unirmos intimamente com ele entre nós. Disposições para receber a Eucaristia • Estar plenamente incorporado à Igreja católica.

• Achar-se em graça de Deus, isto é, sem consciência de ter cometido pecado mortal. Em caso contrário, é necessário receber antes o sacramento da Penitência como também estimular um espírito de recolhimento e de oração para ter consciência do que se está fazendo. • Em sinal de respeito a Cristo, é preciso guardar o jejum eucarístico (não comer desde uma hora antes), aproximar-se com uma atitude adequada e vestidos dignamente.

ideias-chave

A ação santificadora de Deus sobre nós e nosso culto a ele alcançam seu ápice na Eucaristia (cf. Compêndio do CIC, n. 274).

•A

Efeitos da comunhão eucarística

• Aumenta a nossa união com Cristo e com sua Igreja.

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• Conserva e renova a vida da graça, recebida no batismo e na Confirmação. • Aumenta a caridade pelo próximo.

• Perdoa os pecados veniais e preserva dos mortais.

• Jesus Cristo, sob as espécies

de pão e vinho, está presente na Eucaristia de modo verdadeiro, real e substancial: com seu Corpo e com seu Sangue, com sua alma e sua divindade (cf. Compêndio do CIC, n. 282).

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A Eucaristia não é um sacramento absolutamente necessário para a Salvação, como o Batismo, mas para um cristão é indispensável (Jo 6,53-54). Por isso, a Igreja aconselha a Comunhão frequente, com as devidas disposições. Assim, estabelece como preceito mínimo fazê-lo uma vez por ano, na época

Eucaristia faz presente e atual o sacrifício que Cristo ofereceu ao Pai, uma vez para sempre, sobre a Cruz, em favor da humanidade (cf. Compêndio do CIC, n. 280).

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Reflita sobre estas palavras de São João Crisóstomo e explique-as com suas próprias palavras: “Você provou o Sangue do Senhor e não reconhece seu irmão. [...] Deus te libertou de todos os pecados e te convidou para sua mesa. E tu, mesmo assim, não se tornou mais misericordioso”.

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Explique a diferença entre as palavras assistir e participar.

14

Quando Jesus Cristo instituiu a Eucaristia?

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Como Jesus está presente na Eucaristia?

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Explique a relação entre a Eucaristia e a paixão e morte de Jesus. Enuncie os efeitos da comunhão eucarística.

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Complete a seguinte passagem do Evangelho de Mt 26, 26-28. “Tomai e comei, isto é meu [...]". Tomou depois o cálice, rendeu graças e o deu, dizendo: Bebei dele todos, porque isto é meu [...], o sangue da [...], derramado por muitos homens em remissão dos pecados”.

CT CL

CT CL

a. Jesus nos convida a assistir ou a participar da Eucaristia? b. Que atitudes e disposições um fiel deve ter diante da Eucaristia? Justifique sua resposta.

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DISCÍPULOS E MISSIONÁRIOS

Um exemplo a seguir Cardeal Nguyen van Thuan O Cardeal Nguyen van Thuan (1928-2002) viveu um dos momentos mais convulsos da história de seu país, o Vietnã. Em 1975, o governo ordenou sua prisão. Passou treze anos na cadeia.

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Durante o tempo em que esteve preso, a Eucaristia tornou-se o centro da sua vida. Seus amigos conseguiram enviar-lhe uma garrafa de vinho e algumas hóstias clandestinamente. Os prisioneiros dormiam em uma sala comum. Todos os dias, quando as luzes se apagavam, ele celebrava a missa de cor, consagrando três gotas de vinho e uma gota de água na palma da mão e distribuindo secretamente a comunhão no escuro. Em circunstâncias extraordinariamente duras, ele e os católicos presos se alimentaram do pão da vida e o cálice da salvação, sabendo que Jesus Sacramentado estava no meio deles.

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A prisão se transformou em uma escola catequética. Reunindo pequenos pedaços de papel, ele fez uma minúscula Bíblia, na qual transcreveu mais de 300 frases do Evangelho. Recortou um pedaço de madeira em forma de cruz e fez uma correntinha para o crucifixo com pedaços de arame; foi o crucifixo que ele usou pelo resto de sua vida.

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.

Pouco a pouco foram nascendo pequenas comunidades cristãs na prisão que se reuniam para rezar e celebrar a Eucaristia e, quando era possível, organizavam noites de adoração diante do Santíssimo Sacramento. Seu testemunho de serviço e amor impressionou profundamente os outros prisioneiros; muitos se converteram e foram batizados, inclusive seus próprios carcereiros.

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CT Reflitamos sobre a experiência do Cardeal Nguyen van Thuan na prisão. O que a Eucaristia significava para ele? Como a presença de Jesus no Santíssimo Sacramento influenciou as pessoas ao seu redor? CI CT Quando o Cardeal Nguyen van Thuan foi preso, ele decidiu que não se sentaria e esperaria o momento de sua libertação, mas viveria cada momento cheio de amor.

“Nossa vida é feita de milhões de minutos. Para fazer uma bela reta você tem que fazer milhares de pontos e, se fizermos bem cada ponto, teremos uma bela reta. Nossa vida é feita de milhões de minutos; se vivermos bem cada minuto temos uma vida santa". Comentemos esta atitude do Cardeal van Thuan: Corresponde ao nosso modo de viver a fé? Sabemos pedir a graça de Deus para trabalhar e seguir em frente nos momentos de dificuldade?

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CI CT Os batizados «perseveravam na doutrina dos apóstolos, na reunião em comum, na fração do pão e nas orações.» (At 2,42). Este era o estilo de vida das primeiras comunidades cristãs. Combina com o nosso? Por que faz sentido que os cristãos participem regularmente da Eucaristia?


7 Agora você Por que tenho que ir à missa aos domingos? O "preceito dominical"

• Você é “transportado” aos pés da cruz: no altar se realiza o sacrifício de Jesus, fonte de salvação pessoal e do mundo. • Você recebe o maior presente possível: Deus se entrega como um dom para você. • Você oferece a Deus o melhor ato de louvor possível: o sacrifício de seu Filho. • Você se alimenta com a Palavra que Deus lhe dirige naquele dia. • Você se alimenta com o Corpo e Sangue de Cristo, que o transforma interiormente. • Você se une à comunidade cristã à qual pertence.

Na Santa Missa que se celebra todos os domingos nos encontramos, não só com Deus em sentido genérico, mas concretamente com Jesus, nosso Salvador e Redentor. Jesus une-nos aos cristãos na sua família, para nos tornar capazes de ser melhores, de ser mais felizes, de levar a verdadeira vida às nossas famílias, aos nossos amigos, ao mundo: a vida de comunhão que vem do Deus único e trino que em Cristo se dá a nós.

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Na celebração da Eucaristia

5. Irei somente quando tiver vontade; já fui muitas vezes quando era pequeno. 6. Não gosto de como o padre fala. 7. Cometi tantos pecados que não me atrevo a entrar na igreja. 8. Há pessoas que vão à missa e depois se comportam mal: são uns hipócritas. 9. Está fora de moda. Não é moderno ir à igreja. 10. Não entendo nada do que dizem: eles usam palavras muito estranhas.

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Dez falsas razões para não ir à missa

M

1. Não tenho tempo: no domingo tenho muitas coisas para fazer. 2. A Missa me aborrece, é sempre a mesma coisa: se fosse, eu seria um hipócrita. 3. Não quero ser forçado, prefiro falar com Deus de outras maneiras. 4. Meus amigos não vão à igreja; se eu for, eles vão zombar de mim.

1

CA CT Preparem, em grupos, um material para compreender e acompanhar a celebração da Eucaristia: suas várias partes e momentos, significados e atitudes próprias de cada um, gestos e respostas, objetos utilizados etc.

• Cada grupo decide: a. O formato do material: uma apresentação, um vídeo, uma linha do tempo, um tríptico, um guia para acompanhar a celebração, um jogo, etc. b. A idade dos destinatários: crianças, jovens ou adultos. c. Se o material será usado durante a celebração ou para explicá-lo antes, na catequese. • O material deve ser muito gráfico: desenhos, imagens, cores, formas, etc., com textos breves e essenciais que mostrem o que é mais importante. • Decidam onde e como vocês vão implementar o material para avaliar seu desempenho.

2

CI CT Ir à missa no domingo, é fácil ou difícil? São dificuldades objetivas? Liste-as para si mesmo e pense em como você pode resolvê-las: com quem você pode falar, o que você precisa mudar etc. A decisão de cumprir o preceito dominical deve ser livre e responsável. Você pode escrever suas conclusões em seu caderno pessoal.

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SÍNTESE

louvor

ação de graças

el o

adoração

no qual se rende culto de

Celebração festiva do

Fonte de onde emana a força vital da Igreja

Continuação da obra redentora de Cristo

LITURGIA

od

Nela recebemos os

sinais sensíveis

são

Sacramentos

são

sinais eficazes da graça

Jesus confiou-os à Igreja

M

Iniciação

Batismo

Confirmação

Eucaristia

Água

Crisma

Pão e vinho

• Perdoa o pecado original • Faz-nos filhos de Deus e membros da Igreja.

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• Infunde o Espírito Santo • Aumenta a graça para ser testemunhas de Cristo

• Memorial da Páscoa • Une os fiéis com Cristo, que se faz presente sob ambas as espécies.

Serviço

Cura

Ordem sacerdotal

Penitência

Matrimônio

Unção dos enfermos


ATIVIDADES DE AVALIAÇÃO

1

Faça uma apresentação sobre os sacramentos do Batismo, a Confirmação e a Eucaristia. Você deve usar imagens, música e texto. Devem referir-se:

CD CA

5

Mt 26,26-29 / Mc 14,22-25 / Lc 22,19-20 1 Cor 11,23-25 • Escreva com uma cor diferente as palavras com que Jesus consagra o pão e o vinho. • Escreva abaixo do quadro as palavras da consagração na Missa. • Escreva algumas conclusões sobre o que você fez.

el o

• À cena evangélica da instituição do sacramento. • Ao sinal sacramental. • Aos efeitos do sacramento.

2

Leia estas cenas dos Atos dos Apóstolos, nas quais são narrados alguns batismos. Em seguida, faça as atividades.

CL CA

Atos 8,5-13 / Atos 8,26-39 / Atos 9,10-22 Atos 10,24-48 / Atos 16,13-15 / Atos 16,23-34

a. Quem são os batizados (sujeitos)? b. Quem os batiza (ministro)? c. Escreva uma frase precisa que descreva o momento do Batismo.

3

CA Faça uma tabela em cujas colunas apareçam os quatro relatos da instituição da Eucaristia que o Novo Testamento recolhe.

Leia Atos 8,14-17 e responda às questões.

7

Pense e responda a esta pergunta: Por que o sacerdote diz "este é o meu Corpo" e não "este é o Corpo de Cristo"? CT Responda às seguintes perguntas sobre a Comunhão Eucarística.

a. Qual é a frequência mínima determinada pela Igreja para receber a Comunhão? Qual é recomendada? b. De que depende o maior ou menor aproveitamento pessoal da comunhão eucarística?

od

a. Podemos afirmar que a distinção entre Batismo e Confirmação já existia na Igreja primitiva? b. Que efeito da Confirmação se destaca mais neste relato bíblico? c. Das mãos de quem os habitantes de Samaria receberam o batismo? (Leia os versículos anteriores). d. Você pode relacionar esta história com o fato de que o ministro da Confirmação seja o bispo? Explique.

6

Pense nos efeitos da Confirmação e responda às as perguntas.

a. Por que você acha que geralmente esse sacramento é recebido nos primeiros anos da juventude? b. Com que idade geralmente é recebido em sua diocese? c. Por que é necessário um tempo de preparação ou catequese?

M

4

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Vamos descobrir

Vamos ser capazes de

A relação entre a lei natural e o Decálogo. Que o Decálogo deve ser interpretado à luz do mandamento do Amor.

Descobrir que é possível viver as obras de misericórdia e experimentar a felicidade de se doar aos outros.

Valorizar a importância de cuidar e alimentar a fé e a confiança em Deus.

M

od

el

Que a verdadeira felicidade não reside na riqueza ou no poder, mas somente em Deus, a fonte de todo bem e de todo amor.

Identificar nas passagens evangélicas a relação radical entre o amor a Deus e amor aos outros.

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A revolução do amor


Partimos da realidade

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Outro dia eu estava em Nova York e peguei um táxi com um amigo. Ao descermos, meu amigo disse ao taxista: "Obrigado pela corrida. Você dirigiu maravilhosamente". Por um momento, o taxista ficou surpreso. "Você está sendo engraçadinho ou o quê?", ele perguntou. “Não, meu caro amigo, não estou brincando com você. Admiro a forma como você fica calmo nesse trânsito pesado”, respondeu meu amigo. "Muito obrigado", disse o taxista e partiu.

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o

"O que isso significa?", perguntei ao meu amigo. "Estou tratando de trazer o amor de volta para Nova York", respondeu. "Acho que é a única coisa que pode salvar esta cidade". Olhei para ele incrédulo: "como apenas um homem pode salvar Nova York?" "Não é apenas um homem. Acho que alegrei o dia daquele taxista. Suponha que ele faça vinte viagens. Será amável com esses vinte passageiros porque alguém foi amável com ele. Esses passageiros, por sua vez, serão mais atenciosos com seus funcionários ou com os vendedores ou garçons, ou mesmo com seus próprios familiares. Finalmente, a boa vontade pode se espalhar para pelo menos mil pessoas. Nada mal, não acha?".

A. Buchwald. Citado em J. Miller y H. Alber, The New Heart at Work

OBSERVE

O amigo do narrador agradece ao taxista pela forma como dirigiu. Do que ele gostou na sua maneira de dirigir?

2

A princípio, o taxista pensa que estão zombando dele. Você acha que ele está acostumado a que as pessoas sejam amáveis com ele?

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O amigo quer que "o amor volte para Nova York", pois assim - diz- "salvará" essa cidade. Do que você acha que ela deve ser "salva"?

4

Como é sua escola, sua cidade...? Como você gostaria que fossem? Do que você acha que deveriam ser "salvos"?

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AVALIE 5

Se muitas pessoas aderissem à corrente de gestos amáveis, você acha que Nova York seria mais feliz? Por quê?

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Como você se sente quando alguém é legal com você? Você acha que os outros também se sentem assim?

7

Você agradece ou elogia o trabalho e o bom atuar dos outros? Por que essa atitude de gratidão é tão importante?

8

É possível mudar o mundo apenas com regras ou "boa vontade" ou precisamos colocar nosso "coração" nisso?

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À LUZ DA PALAVRA

No Antigo Testamento

o

"O mandamento que hoje te dou não está acima de tuas forças, nem fora de teu alcance. Ele não está nos céus, para que digas: ‘Quem subirá ao céu para no-lo buscar e no-lo fazer ouvir para que o observemos?’. Não está tampouco do outro lado do mar, para que digas: ‘Quem atravessará o mar para no-lo buscar e no-lo fazer ouvir para que o observemos?’. Mas essa palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração, para que possas cumprir."

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Deut 30,11-14

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O Deuteronômio é o livro da aliança de Javé com seu povo. O ponto de partida é a experiência que Israel teve da bondade de Deus e de sua palavra transmitida por Moisés. A Lei que o povo hebreu recebeu no Sinai é cheia de ternura e misericórdia, seu propósito é ajudá-lo a não se desviar do caminho seguro que conduz à Salvação. Por isso ele insiste que seus preceitos, escritos em tábuas de pedra, não são estranhos ao homem: ele deve guardá-los em seu coração, proclamá-los com sua boca e pô-los em prática em sua vida.

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Visualize o texto e deixe-o ganhar vida

Descubra a riqueza escondida no texto

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Pouco antes de pronunciar as palavras do texto, Moisés lembrou ao povo a misericórdia de Deus: como os libertou da escravidão no Egito e cuidou deles no deserto. Mas, como o povo tinha entendido a Lei? Como uma imposição ou como resposta natural ao amor que Deus lhe mostrava?

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Moisés dirige-se ao povo no limiar da Terra Prometida para pedir-lhes que observem o preceito do Senhor. Ele também lhe diz que não tem desculpa para não cumpri-lo. Que razões ele dá?

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Mas a que preceito se refere? Veja Deut 10,12-13. E quais mandamentos contém? Você os encontrará em Deut 5,6-21.

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A Lei do Senhor busca o bem mais humano a. O que nos torna verdadeiramente humanos em nosso relacionamento com Deus e com os outros? Qual é a resposta do livro de Deuteronômio a esta pergunta? b. O "desumano" é "impiedoso", por isso o ser humano deve ser "piedoso". A piedade tem três dimensões: brota do coração, celebra-se em voz alta e proclama-se com o testemunho da própria vida. Explique com suas próprias palavras essas três manifestações de piedade.

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Cumprir a vontade do Pai Deus nos lembra da necessidade de sermos fiéis à sua Lei para alcançar a felicidade. Poderíamos chamá-lo de “Pai” se não nos ensinasse a viver esse dever de justiça? Justifique sua resposta.


8 No Novo Testamento Um mestre da Lei pergunta a Jesus para testá-lo. Não pergunta porque tem amor à verdade. O preceito está em sua cabeça, mas não em seu coração ou em sua vida. Acreditando-se justo, vive muito longe do Reino.

o

Levantou-se um doutor da Lei e, para pô-lo à prova, perguntou: “Mestre, que devo fazer para possuir a vida eterna?”. Disse-lhe Jesus: “Que está escrito na Lei? Como é que lês?”. Respondeu ele: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu pensamento (Dt 6,5); e a teu próximo como a ti mesmo” (Lv 19,18). Falou-lhe Jesus: “Respondeste bem; faze isto e viverás”. Mas ele, querendo justificar-se, perguntou a Jesus: “E quem é o meu próximo?” Jesus então contou: “Um homem descia de Jerusalém a Jericó, e caiu nas mãos de ladrões, que o despojaram; e depois de o terem maltratado com muitos ferimentos, retiraram-se, deixando-o meio morto. Por acaso desceu pelo mesmo caminho um sacerdote, viu-o e passou adiante. Igualmente um levita, chegando àquele lugar, viu-o e passou também adiante. Mas um samaritano que viajava, chegando àquele lugar, viu-o e moveu-se de compaixão. Aproximando-se, atou-lhe as feridas, deitando nelas azeite e vinho; colocou-o sobre a sua própria montaria e levou-o a uma hospedaria e tratou dele. No dia seguinte, tirou dois denários e deu-os ao hospedeiro, dizendo-lhe: Trata dele e, quanto gastares a mais, na volta to pagarei. Qual desses três parece ter sido o próximo daquele que caiu nas mãos dos ladrões?”. Respondeu o doutor: “Aquele que usou de misericórdia para com ele”. Então, Jesus lhe disse: “Vai, e faze tu o mesmo”.

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Lc 10, 25-37

"Não existe culto autêntico se ele não se traduzir em serviço ao próximo. Nunca podemos esquecer: diante do sofrimento de tantas pessoas extenuadas pela fome, pela violência e pelas injustiças, não podemos permanecer espectadores. O que significa ignorar o sofrimento do homem? Significa ignorar Deus!" (Francisco, catequese do dia 27 de abril de 2016).

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Visualize o texto e deixe-o ganhar vida

Descubra a riqueza escondida no texto

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Pesquisem sobre os escribas e doutores da Lei no tempo de Jesus. Na parábola, eles são coerentes com a fé que professam? Exponham um exemplo concreto da vida de um jovem da sua idade em que a coerência entre fé e as obras possa ser demonstrada. Os samaritanos eram judeus, mas eram considerados hereges, impuros. Por que Jesus escolheu um samaritano como protagonista de sua parábola? Qual é a primeira reação do samaritano ao homem ferido? Explique com suas próprias palavras a mensagem transmitida pela parábola.

A seiva da Lei a. Qual é a relação entre a mensagem desta parábola e o texto do livro do Deuteronômio? b. Que qualidade faz com que o samaritano aja de forma diferente do sacerdote e do levita? c. Se nós podemos distinguir o que é certo do que não é, por que às vezes o nosso comportamento é semelhante ao do sacerdote e do levita?

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Reflita sobre as palavras do Papa a. O que o Papa diz sobre o verdadeiro culto a Deus? b. Quando acolhemos os outros, quem estamos acolhendo? Reflitamos sobre isso.

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AS RAZÕES DA FÉ

1. Criados para o bem 1.1. Não gosto que mintam para mim

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"Todas as autênticas transformações fráguam e se forjam no coração das pessoas e se irradiam em todas as dimensões de sua existência e convivência. Não há novas estruturas se não há homens novos e mulheres novas que mobilizem e façam convergir nos povos ideais e poderosas energias morais e religiosas". (Aparecida, n. 538)

Os seres humanos têm uma certa maneira de ser. Somos inteligentes e livres, por isso somos feitos para amar a verdade e o bem... Mas isso é certo? Não descobrimos muitas pessoas que mentem? Não vemos nós mesmos a conveniência de mentir (para não ficar mal, por interesse ou por maldade)? Na verdade, é assim que acontece. No entanto, também não é verdade que não gostamos de ser enganados? Se o nosso melhor amigo nos engana, não nos sentimos super desapontados? A convivência seria impossível se tivéssemos que verificar repetidamente a honestidade daqueles que nos rodeiam. A noção de lei natural* responde a essa experiência. Com ela, faz-se referência a alguns princípios gravados no mais íntimo de cada pessoa, que reconhecemos sem muita dificuldade e que nos servem de critério de ação.

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Homens e mulheres novos

Assim, por exemplo, todos nós entendemos que a vida deve ser defendida e que não devemos matar, ou que a inveja pelo bem dos outros é uma atitude que nos empobrece. Esses princípios foram resumidos assim: "Faça o bem e evite o mal ou faça o bem, aja!". Esta última fórmula permite-nos destacar duas ideias importantes:

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• A pessoa moral é aquela que se compromete a melhorar os outros, o mundo e e a crescer no amor. A consequência desse compromisso é a alegria. A vida moral não consiste, portanto, em ter medo do mal (do castigo ou do proibido) ou na busca individualista da própria perfeição. • A pessoa moral é quem torna este compromisso uma realidade em sua vida diária. Nela é onde ele adere ao bem e o promove. Não se contenta com a mediocridade do “não faço mal a ninguém”.

M

1.2. Por que faço o mal que não quero? Podemos responder à pergunta: o que devo fazer?, seguindo as respostas fornecidas pela lei natural. Assim, embora ninguém nos proíba, todos sabemos naturalmente que matar ou roubar é errado. Por esta razão, uma voz interior – a consciência – nos diz: “Isto é bom; faça-o” ou “Isso é mau; não o faça". No entanto, nossa vontade e o nosso entendimento estão enfraquecidos. É difícil para a vontade fazer o bem que a inteligência nos propõe, e muitas vezes é difícil para a inteligência distinguir o bem do mal. São Paulo o expressa quando diz que "não faço o bem que quero, mas o mal que odeio" (Rom 7,19). Esta é uma consequência do pecado original.

"Sei que vocês, jovens, não querem viver na ilusão de uma liberdade que se deixa levar pela moda do momento, que almejam alto. É isso mesmo ou estou enganado?“ (Francisco)

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8 1.3. Caminhos de vida e liberdade Mas Deus quis tornar mais fácil para nós conhecermos e seguirmos a lei natural. Foi o que fez quando entregou o Decálogo a Moisés (Êx 20,2-17; Deut 5,6-21). Nele ele nos revelou os preceitos morais essenciais para a humanidade.

o

Os Mandamentos não são uma restrição à liberdade humana. Ao contrário, garantem que a vida de cada pessoa e de toda a sociedade seja digna de sua condição humana. Portanto, não há oposição entre os Mandamentos revelados e os princípios que nossa razão dita. Na verdade, o autor de ambos é Deus.

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É por isso que eles são válidos para todos e em todos os momentos: ninguém está isento de sua conformidade. Sendo a maneira mais consistente de viver de acordo com a nossa natureza, eles são um caminho seguro para alcançar a libertação da escravidão do pecado.

“Vamos redescobrir e viver as Dez Palavras de Deus! Digamos sim a estes dez caminhos de amor, aperfeiçoados por Cristo, para defender o homem e guiá-lo à verdadeira liberdade". (Francisco)

ideias-chave

od

A lei natural, inscrita por Deus no coração de cada homem, permite-nos distinguir, pela razão, o bem do mal (cf. Compêndio do CIC, n. 416). Por causa do pecado, nem todos são sempre capazes de perceber imediatamente e com igual clareza a lei natural (cf. Compêndio do CIC, n. 417).

O Decálogo, ao apresentar os mandamentos do amor a Deus e ao próximo, traça o caminho de uma vida liberta da escravidão do pecado (cf. Compêndio do CIC, n.436).

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1

Se não houvesse proibição expressa, saberíamos que matar ou roubar são más ações? Justifique sua resposta.

2

Indique qual das seguintes afirmações sobre a lei natural são verdadeiras e quais são falsas. a. Está gravada no mais íntimo do nosso ser. b. Por causa do pecado, nem sempre e nem todos são capazes de perceber claramente a lei natural. c. Não obriga todos os seres humanos de todas os tempos e de todos os lugares. d. Permite aos homens distinguir, pela razão, o bem do mal.

3

vocabulário

Lei natural: conjunto de inclinações naturais inscritas no coração do homem que expressam seus deveres fundamentais para com Deus, para consigo mesmo e para com o próximo. Estas inclinações são universais e imutáveis: obrigam a todos os seres humanos de todas as épocas e de todos os lugares.

Complete as frases com estas palavras: pessoa, alegrar-se, amor a Deus, moral, compromete, querer o bem. a. A […] consiste em […], […] por ele e promovê-lo na nossa vida e na vida dos outros. b. A […] moral é aquela que se […] com o aperfeiçoamento dos outros, do mundo e com o crescimento no […].

4

Dividam-se em grupos e elaborem um história em quadrinhos que narre a parábola do bom samaritano, mas atualizada a uma situação e com personagens atuais. Em seguida intercambiem sua história com a de outro grupo e avaliem se transmite adequadamente a mensagem evangélica. Analisem, além disso, de que forma se mostra na história o que vocês estudaram sobre a lei natural.

CL CA

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AS RAZÕES DA FÉ

2. A revolução do amor 2.1. O que Jesus Cristo acrescenta à Lei mosaica? Como o fariseu que perguntou a Jesus qual é o principal mandamento da Lei, às vezes também nos perguntamos qual é a chave que pode dar sentido à nossa vida.

o

Esta foi a preocupação de um jovem rico que se aproximou de Jesus e lhe perguntou: “Mestre, que devo fazer de bom para ter a vida eterna?” Ele respondeu: “Por que me perguntas sobre o que é bom? Um só é bom. Se queres entrar na vida, observa os ”Mandamentos".

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O jovem rico, ouvindo a resposta de Jesus, não ficou feliz. Ele sentiu que algo estava faltando, talvez ele sentisse falta da coisa mais importante. E ele estava certo. Jesus revelou-lhe então o caminho da perfeição: “Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens, dá o dinheiro aos pobres, e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me” (Mt 19,21).

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O que Jesus responde é que nem a busca da perfeição nem o cumprimento de certas normas são suficientes. Os atos mais humanos brotam de um coração que se abre sem reservas ao amor pelos outros por Deus. Desta forma, Jesus revela o poder oculto do Decálogo. Ele mesmo nos diz: “Não penseis que vim abolir a Lei e os profetas. Não vim para abolir, mas para cumprir" (Mt 5,17).

2.2. Como eu os amei...

M

Esta é a chave da existência cristã: a imitação de Jesus na adesão incondicional ao mandamento do Amor: “Amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros” (Jo 13,34). Esta é a revolução do amor.

"As Bem-aventuranças retratam o rosto de Jesus Cristo e descrevem-nos a sua caridade: exprimem a vocação dos fiéis associados à glória da sua paixão e ressurreição; definem os atos e atitudes características da vida cristã". (CIC n. 1717)

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Cristo nos revela o modo mais humano de viver. Não se trata de admirar outro líder ou se deslumbrar com um refrão. A razão é simples: Jesus é homem verdadeiro e homem perfeito. As palavras e ações de Jesus são uma lição constante sobre como devemos ser. Ele, que deu a própria vida por amor à humanidade, é a medida do nosso amor pelos outros. Desde o início, os cristãos sabiam que crer em Jesus e receber o Batismo significava para eles uma existência muito elevada e exigente.

2.3. Amai-vos também uns aos outros No Sermão da Montanha, Jesus proclama as Bem-aventuranças* e depois comenta os Mandamentos: "Ouvistes o que foi dito... Pois bem, eu vos digo...". Não diz que o Decálogo não é mais válido, mas que sua perfeição se encontra na entrega de si mesmo aos outros por amor. Assim, o chamado de Jesus é uma aventura fascinante, que implica uma missão em relação a Deus, aos outros e ao mundo. As Bem-aventuranças descrevem esta vocação cristã de paz, solidariedade e fraternidade entre os seres humanos.


8 Jesus ensinou que a atitude de cada um para com o próximo mostrará a aceitação ou rejeição do amor de Deus: "Em verdade, vos digo: todas as vezes que fizestes isso a um destes mais pequenos, que são meus irmãos, foi a mim que o fizestes! " (Mt 25, 40).

O ideal do amor é tão exigente que excede a força humana. Mas o Espírito Santo nos ajuda com sua graça para que purifiquemos nossos corações e busquemos o amor de Deus acima de tudo.

Corporais

Espirituais

1. Ensinar quem não sabe. 2. Dar bom conselho ao que o necessite. 3. Corrigir aquele que erra. 4. Perdoar as injúrias. 5. Consolar quem está triste. 6. Sofrer com paciência os defeitos do próximo. 7. Rezar pelos vivos e falecidos.

od

1. Dar de comer ao faminto. 2. Dar de beber ao sedento. 3. Dar pousada ao peregrino 4. Vestir os nus. 5. Visitar e cuidar os doentes. 6. Redimir o cativo. 7. Enterrar os mortos.

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Indique quais das seguintes afirmações são verdadeiras e quais são falsas. a. Os ensinamentos de Jesus invalidam o Decálogo. b. Jesus nos pede para segui-lo e imitá-lo na adesão incondicional ao mandamento do Amor. c. Cristo nos ensina o modo sobre-humano de viver. d. Embora Jesus tenha entregado sua própria vida por amor à humanidade, essa não deve ser a medida de nosso amor pelos outros.

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A Lei de Cristo é a plenitude da lei natural e do Decálogo. Resume-se no amor a Deus e ao próximo, como Cristo nos amou (cf. Compêndio do CIC, n. 420).

A graça do Espírito Santo torna este amor possível (cf. Compêndio do CIC, n. 420).

As obras de misericórdia testemunham o amor preferencial pelos pobres que caracteriza os discípulos de Jesus (cf. Compêndio do CIC, n. 520).

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Obras de misericórdia

o

As obras de misericórdia são a manifestação concreta desta aceitação do amor de Deus. Por isso, Jesus revelou que o julgamento final se concentrará nelas. São João da Cruz expressou-o em uma frase curta: "À tarde serás examinado no Amor".

ideias-chave

Complete a frase com os seguintes termos: felicidade, meta, desejo, eterna, Bem-aventuranças. As […] respondem ao […] natural de […] e descobrem a […] da nossa existência: a bem-aventurança [...].

vocabulário

Bem-aventurança: felicidade plena que só pode ser encontrada em Deus. As oito Bem-aventuranças que Jesus ensinou apresentam ao cristão o caminho que conduz à felicidade terrena e eterna.

7

Uma pessoa pode alcançar o amor que Jesus nos pede com suas próprias forças? Justifiquem a resposta.

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Formem grupos, leiam a passagem do evangelho Mt. 25,31-46 e respondam às seguintes questões. Ao final, compartilhem com os outros grupos. a. No exame do Juízo final, que qualidade de nosso coração Deus irá avaliar? b. Se Deus nos examina sobre a prática das obras de misericórdia, por que é necessário cumprir os Mandamentos do Decálogo? c. Podemos colocar limites ou condições ao amor cristão? d. Especifiquem algumas ações que vocês podem realizar diante de situações ao seu redor, de acordo com o espírito das obras de misericórdia.

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AS RAZÕES DA FÉ

3. O primeiro mandamento 3.1. A fonte de todo bem e de todo amor

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"A oração pessoal e comunitária é o lugar onde o discípulo, alimentado pela Palavra e pela Eucaristia, cultiva uma relação de profunda amizade com Jesus Cristo e procura assumir a vontade do Pai. A oração diária é sinal do primado da graça no caminho do discípulo missionário".(Aparecida, n. 255)

• O amor a Deus é um dever de justiça. Deus é o ser infinito que ama e chama o homem, um ser finito, à comunhão com ele. A vida e a morte de Jesus, Filho de Deus, são a maior demonstração desse amor. Ele nos amou primeiro. • O amor a Deus inclui o amor a quem Deus ama: aos outros e a si mesmo, de modo que o próprio interesse nunca esteja acima da vontade de Deus ou do bem dos outros.

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A oração

Jesus recorda-nos o mandamento principal: "Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todo o teu entendimento!’[...] E o teu próximo como a ti mesmo" (Mt 22,37-39). Com estas palavras, Jesus nos ensina o significado pleno do primeiro mandamento do Decálogo:

Os Mandamentos expressam a resposta de amor a Deus, que todos somos chamados a dar. Por isso, cada um dos mandamentos só adquire o seu pleno sentido à luz deste amor, que chamamos caridade.

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• O Decálogo forma uma unidade, pois todos os Mandamentos se baseiam na caridade, pela qual buscamos o bem do próximo e de nós mesmos por amor a Deus. Consequentemente, quem transgride um deles viola todos os outros.

3.2. Receber e adorar Deus Todo ser humano é chamado a colocar Deus no centro de sua vida. Esta vocação implica crer nele, esperar nele e amá-lo para corresponder ao seu amor infinito.

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"Em suma, quer comais, quer bebais, quer façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus". (1 Cor 10,31)

• Pela fé, o homem concorda com Deus, reconhece sua verdade e se une pessoalmente a ele. Aquele que acredita verdadeiramente em Deus o demonstra não apenas com palavras, mas através de seus atos de amor. • Pela esperança, o homem confia, com fortaleza e constância, em poder viver em comunhão com Deus nesta vida e na próxima, pois nele se encontra a nossa felicidade. • Pela caridade (o amor), o homem pode entregar-se a Deus e aceitar os outros por amor a ele. A caridade é a seiva que anima as outras virtudes e as enche de vida divina. A fé, a esperança e a caridade são virtudes teologais. Nós as chamamos assim porque são dons que Deus concede gratuitamente ao ser humano para que possa responder ao seu chamado amoroso. Claro, isso requer sua livre aceitação: • Escolhendo Deus como fim último de tudo o que fazemos: "Quer comais, quer bebais, quer façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus". (1 Cor 10,31). • Retribuindo seu amor por meio: da adoração*, da ação de graças e da petição. O primeiro mandamento nos leva a dar a Deus o culto e a honra que lhe devemos como Criador (Mt 4,10); tanto com as nossas palavras como com as nossas obras: “Nem todo aquele que me diz: ‘Senhor! Senhor!’, entrará no Reino dos Céus, mas só aquele que põe em prática a vontade de meu Pai que está nos céus" (Mt 7,21).

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8 3.3. Os pecados contra o primeiro mandamento O homem pode virar as costas para Deus e negar-lhe a devida adoração. Uma forma é a idolatria, que consiste em divinizar algo que não é Deus: uma pessoa, um objeto, o dinheiro etc. Outra é o ateísmo, que é a negação da existência de Deus.

Adoração: ação de reverenciar e honrar a Deus com o culto que lhe é devido como Criador, princípio e fim de todas as coisas. Ateísmo prático: posição que, embora não negue a existência de Deus, leva o ser humano na prática a viver como se não existisse.

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Também o agnosticismo, a superstição e o sacrilégio são formas de negar a Deus o devido reconhecimento por parte do homem. O agnosticismo consiste em afirmar que, embora Deus exista, é impossível ao homem saber , algo sobre ele. Tende a levar o indivíduo ao ateísmo prático*.

vocabulário

ideias-chave

Profanação: o ato de tratar algo divino (ou algo de grande valor) sem o devido respeito ou de forma ofensiva.

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Superstição é confiar a vida do homem a seres ou objetos que não são Deus (magia, espiritismo ou feitiçaria são exemplos de superstições). Finalmente, um sacrilégio consiste na profanação* de pessoas ou coisas sagradas (especialmente a Eucaristia).

Jesus ensina-nos a interpretar o Decálogo à luz do mandamento do Amor: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo (cf. Compêndio do CIC, n. 435).

O primeiro mandamento implica guardar e pôr em prática as três virtudes teologais e evitar os pecados que se opõem a elas (cf. Compêndio do CIC, n. 442).

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As palavras “Adorarás o Senhor teu Deus, e a ële só servirás" (Lc 4,8) implicam adorar a Deus como Senhor de tudo o que existe (cf. Compêndio do CIC, n. 443).

Complete as frases com as seguintes palavras: unidade, outros, justiça, caridade, Deus, si mesmo.

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a. O amor a Deus é um dever de […]. b. O amor a […] inclui o amor àqueles a quem Deus ama: o amor aos […] e o amor a […]. c. A […], pela qual buscamos o bem do próximo e de nós mesmos, faz com que o Decálogo forme uma […].

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Relacione cada afirmação com uma virtude teologal. a. Por meio dela, o homem pode se entregar a Deus e aceitar os outros por amor a ele. b. Por meio dela, o homem confia em poder viver em comunhão com Deus nesta vida e na próxima. c. Por meio dela, o homem assente a Deus, reconhece sua verdade e se une pessoalmente a ele.

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Defina os seguintes conceitos.

a. Idolatria. b. Ateísmo. c. Superstição. d. Sacrilégio.

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Ao final da narração da parábola do bom samaritano (Lc 10,25-37), Jesus muda a pergunta inicial do mestre da Lei: “Quem é o meu próximo?” para “quem se comportou como próximo?”.

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a. Explique com suas próprias palavras a diferença entre as duas perguntas. b. Você encontra alguma relação entre o mandato “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” e o comportamento como próximo que Jesus propõe? c. O que significa viver o primeiro mandamento? Explique com exemplos concretos próprios de um cristão da sua idade.

Os seres humanos podem viver as virtudes teologais? Justifique a resposta.

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AS RAZÕES DA FÉ

4. O segundo mandamento 4.1. A santidade do nome de Deus Para o povo judeu, o nome de Deus era a expressão da própria santidade e majestade divinas, e deveria ser tratado com respeito. É a isso que se refere o segundo mandamento do Decálogo.

el o

O segundo mandamento, como todos os outros preceitos do Decálogo, tem uma formulação negativa e outra positiva: • A negativa proíbe o abuso do nome de Deus: “Não tomarás o nome do Senhor em vão” (Êx 20,7). • O positivo manda-nos louvar, respeitar, glorificar e honrar o seu nome: “Como é bom dar graças ao Senhor e cantar o teu nome, ó Altíssimo!” (Sal 96,2). Honramos o nome de Deus quando o louvamos na liturgia, quando lhe agradecemos por tudo o que nos concede, quando pedimos sua ajuda e proteção, e quando fazemos um juramento* somente com piedade, justiça e verdade.

4.2. Os desrespeitos ao nome de Deus

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Devemos evitar qualquer desrespeito ao nome de Deus, como a blasfêmia. Uma blasfêmia é qualquer palavra, ação ou gesto injurioso contra Deus ou, por causa de sua estreita relação com ele, contra Nossa Senhora, os santos ou a Igreja. Se feito conscientemente, é um pecado grave.

M

O perjúrio é outra falta de respeito. Consiste em fazer uma promessa, sob juramento (isto é, invocando o nome de Deus), com a intenção de não a cumprir, ou violar a promessa feita sob juramento. Da mesma forma, também é um pecado contra o segundo mandamento quebrar as promessas feitas a Deus, quer sejam públicas ou privadas.

"Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e tudo o que existe em mim bendiga o seu santo nome. Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e jamais te esqueças de todos os seus benefícios". (Sal 102,1-2)

Também é errado o uso irreverente e desnecessário do nome de Deus, ou seja, invocar seu nome com pouco respeito ou sem uma causa importante. Por isso que um juramento não deve ser feito sem uma causa suficiente ou justa. Um juramento é lícito se for feito com verdade e boa intenção, mas sempre por uma causa justa e quando houver verdadeira necessidade.

5. O terceiro mandamento 5.1. O dia do Senhor: dia especial da semana A maneira pela qual o homem se relaciona com Deus é chamada culto. O culto é a resposta do homem à perfeição suprema de Deus e ao seu amor. O dever de dar culto a Deus está por trás do terceiro mandamento: santificar as festas (Êx 20,8-10). No Antigo Testamento, o dia do Senhor (o dia mais especial da semana) é o sábado: Deus havia declarado este dia santo para comemorar seu descanso após o fim da Criação. Para os cristãos, o sábado foi substituído pelo domingo, porque este é o dia da ressurreição de Cristo: a nova criação. Por isso, o cristão tem o dever de descansar e oferecer a Deus um culto especial no domingo. O terceiro mandamento nos lembra desses deveres.

122


8 5.2. Como se santifica o domingo? Por tudo o que o domingo representa, a Igreja impõe o preceito de assistir à Eucaristia aos domingos e outros dias especiais (dias de preceito).

Além disso, no domingo devemos evitar qualquer atividade que nos impossibilite de dar culto a Deus, nos impeça de gozar da alegria deste dia ou do descanso necessário para a alma ou o corpo. Se, por motivos inevitáveis, tenhamos que trabalhar tentaremos garantir que essa atividade não dificulte nosso culto a Deus, através da assistência à Missa.

ideias-chave

Respeita-se a santidade do nome de Deus invocando-o, bendizendo-o, louvando-o e glorificando-o (cf. Compêndio do CIC, n. 447).

Deve-se evitar todo abuso ao apelar o nome de Deus, bem como seu uso impróprio (cf. Compêndio do CIC, n. 447).

O domingo e os dias santos de guarda são santificados participando na Eucaristia e abstendo-se de tudo o que impeça o culto a Deus, a alegria cristã ou o descanso (cf. Compêndio do CIC, n. 453).

od

CL Explique com suas próprias palavras as seguintes maneiras pelas quais se desonra o nome de Deus. a. Blasfêmia. b. Perjúrio. c. Uso irreverente do nome de Deus.

M

14

15

• A glória de Deus, porque nos outros dias da semana é mais difícil. • O bem da própria alma e a saúde do corpo, pois devemos cultivar a alma e renovar as forças do corpo. • A vida familiar e com a comunidade, cujos membros ficam frequentemente separados durante a semana devido ao trabalho. • O bem da sociedade, que deve dedicar algum tempo ao culto público a Deus para honrá-lo e atrair suas bênçãos.

el o

A Santa Missa renova a obra salvífica de Deus por meio de Jesus. É um sinal incomparável do amor de Deus pelo homem. Por isso, a Igreja considera que assistir à Eucaristia é a melhor forma de o cristão adorar a Deus. Se um fiel cristão não for à Missa em dia santo de preceito sem uma causa importante e grave, cometerá um pecado grave. ,

Fatores que exigem que descansemos aos domingos

Distribua os seguintes termos indicando se sua celebração corresponde a sábado ou ao domingo. a. Ressurreição de Jesus. b. Eucaristia. c. Dia de repouso para os judeus. d. Primeiro dia da semana cristã. e.. Dia do Senhor no Antigo Testamento.

17

vocabulário Juramento: afirmar ou negar algo pondo Deus como testemunha e como garantia.

CI Formem grupos e façam os seguintes exercícios.

CL

a. O nome de Deus pode ser invocado para justificar atos de violência? Justifique sua resposta. b. Descreva três situações em que o nome de Deus muitas vezes não é respeitado em seu ambiente. c. Como um jovem da mesma idade que vocês pode santificar o domingo? Deem exemplos concretos. d. O que você diria a um amigo que diz que acha chato ir à Eucaristia aos domingos? Não se limitem a fazer considerações teóricas.

1. Sábado. 2. Domingo.

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Enumere as razões que exigem o descanso dominical.

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DISCÍPULOS E MISSIONÁRIOS

Um exemplo a seguir Santa Teresa de Calcutá Madre Teresa (1910-1997) fundou as Missionárias da Caridade em Calcutá em 1950. A partir de então dedicou sua vida a cuidar dos pobres, doentes, órfãos e moribundos da Índia.

el o

Conta-se que, depois de visitar os barracões onde a religiosa trabalhava, alguém lhe disse: "Isso que a senhora está fazendo, eu não faria por todo o ouro do mundo". E ela respondeu: "Por todo o ouro do mundo, nem eu". O que levou uma mulher simples e de aparência frágil a se entregar aos mais desfavorecidos com um amor incondicional e sempre com um sorriso nos lábios? Santa Teresa de Calcutá contemplava no rosto dos mais necessitados o próprio Cristo crucificado que lhe dizia: “Tenho sede”. Este é o segredo da sua força e da sua alegria. Seu serviço aos pobres não era um mero gesto de solidariedade, nem atuava para aliviar sua consciência ou converter-se numa figura heroica, nem mesmo para alcançar a Salvação. O seu trabalho tinha uma dimensão divina, vivia com a consciência de ser uma privilegiada, porque cada vez que estendia suas mãos para abraçar alguém abandonado, tocava o próprio Cristo.

od

Hoje, a congregação de Madre Teresa conta com mais de 4.500 irmãs e está presente em 133 países, muitos dos quais, orgulhosos de suas tradições e práticas religiosas, estavam fechados à mensagem cristã até a sua chegada. Seu exemplo deve nos fazer entender que quando pregamos o Evangelho devemos usar a linguagem da caridade, um idioma universal, comum a todos os homens, independentemente de raça e cultura.

M

.

1

CT Madre Teresa tornou-se um ícone do século XX, uma personalidade célebre com grande influência. Por quê? O que a caracterizava? Por que esses valores atraem tanta atenção no mundo de hoje?

2

CS Refletimos sobre as palavras de Madre Teresa: Estamos dispostos a acolher aqueles que precisam de nossa companhia, nosso consolo, nosso conselho? “Nunca esqueço quando visitei um lar de idosos. Eles tinham tudo, coisas bonitas, mas olhavam para a porta. Eu via um sorriso triste em seus rostos. Virei-me para a irmã e perguntei: como pode ser? Eles estão esperando que um filho ou filha venha visitá-los. Eles estão feridos porque são esquecidos. É nisso que se demonstra o amor ".

3

CL CA Madre Teresa recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 11 de dezembro de 1979. Você sabe como seu discurso de agradecimento começou? Convidando os presentes a rezar juntos a oração de São Francisco de Assis: "Senhor, fazei de mim um instrumento da vossa paz".

a. Escreva esta frase em um cartaz, decore-o e cole-o em local visível da sala de aula. b. Como você pode fazer sua esta oração? c. O que isso tem a ver com o carisma da santa? E com o tema desta unidade?

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8 Agora você Um amigo é um tesouro

el o

"Um amigo fiel é uma poderosa proteção: quem o achou, descobriu um tesouro. Nada é comparável a um amigo fiel, o ouro e a prata não merecem ser postos em paralelo com a sinceridade de sua fé. Um amigo fiel é um remédio de vida e imortalidade; quem teme ao Senhor, achará esse amigo"(Eclo 6, 14-16).

Eu sou um bom amigo se...

M

od

• Compartilho o tempo com ele: atividades, hobbies, diversão. • Ouço-o com interesse e me interesso por suas coisas pessoais. • Converso com ele sobre o que me preocupa: sobre minhas alegrias e minhas tristezas. • Tenho espirito de serviço e, quando está com problemas, eu o ajudo. • Tenho em mente o que ele gosta e o que ele não gosta e ajo de acordo. • Quando tem uma alegria, grande ou pequena, eu me alegro com ele. • Quando tem uma tristeza, grande ou pequena, eu a sinto como minha. • Sempre o trato com respeito: não minto para ele, não faço brincadeiras feias. • Corrijo-o quando ele está errado: nunca falo mal dele pelas costas. • Perdoo-o quando me sinto ofendido. • Rezo a Deus por ele.

1

2

CI Pense em silêncio sobre quem você pode realmente considerar seus amigos e nas manifestações de amizade sobre as quais você leu acima. Descubra seus pontos fortes e seus pontos fracos. Decida qual aspecto específico você precisa melhorar com cada um e como você pode fazê-lo. Anote o que você decidir em seu caderno pessoal. CS CA Formem grupos de quatro ou cinco pessoas. O professor entregará a cada grupo um pacote de cinco envelopes, um para cada participante. Os envelopes serão abertos quando o professor indicar. Cada envelope contém peças de cartão, que podem ser montadas como um quebra-cabeça.

• Cada grupo deve formar cinco quadrados iguais com as peças. • Durante o jogo é proibido falar ou se comunicar de qualquer outra forma. • As peças não podem ser retiradas de outra pessoa, mas podem ser dadas voluntariamente. • Quando um grupo terminar, pode observar silenciosamente o desempenho dos outros grupos. • No final, compartilhem: Como vocês se sentiram ao abrir os envelopes? Como chegaram à solução? O que aprenderam com este jogo? Que conclusões podem ser aplicadas à vida real?

125


SÍNTESE

Amar a Deus sobre todas as coisas

2º mandamento Dar-lhe glória invocando seu nome para bendizê-lo e louvá-lo

3º mandamento Render culto de adoração, ação de graças e petição

el o

1º mandamento Corresponder a seu amor cultivando a fé, a esperança e a caridade

Amar ao próximo como a si mesmo

deveres do homem com Deus é fundamento dos

outorga

O MANDAMENTO DO AMOR

concretiza-se em

od

sentido à vida

obras de misericórdia

dá plenitude à

Cristo nos descobre a maneira mais humana de viver

M

Bem-aventuranças

lei natural (Decálogo)

Saúde do corpo

Princípios de atuação universais e imutáveis

Espirituais

permite-nos distinguir

Saúde da alma o bem

o mal

procurar

evitar

animam-nos a

126

Corporais


ATIVIDADES DE AVALIAÇÃO

1

Quais das seguintes características não são próprias da lei natural?

2 3 4

8

Quais são as virtudes teologais? Por que são chamadas de “teologais”?

9

CI O segundo mandamento tem uma formulação negativa e outra positiva. Qual é a negativa e qual é a positiva? Pense em algo concreto que lhe permita viver melhor este mandamento.

10

CS A idolatria pode concretizar-se de diferentes maneiras, em cada época. Pense nos jovens de hoje e cite alguns dos falsos deuses que eles idolatram.

CA Por que precisamos dos Dez Mandamentos se já temos a lei natural? Justifique a resposta.

Quais são os Mandamentos da Lei de Deus? Enuncie-os.

CS O cumprimento dos Dez Mandamentos pode deixar de ser obrigatório em determinada época ou cultura? Justifique a resposta.

5

Qual é a ligação entre os Mandamentos e as obras de misericórdia?

6

CT Dividam a classe em três grupos. Cada um deles deve encontrar um projeto ou instituição, de inspiração católica ou pertencente à Igreja, cujo objetivo seja ajudar os desfavorecidos. Podem escolher instituições que realizem a sua atividade em sua cidade ou em qualquer parte do mundo. Entrevistem alguns dos responsáveis pelo projeto e coletem as seguintes informações:

od

CA

CC CL À luz de Mc 3,1-3, explique o que significa que o sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado.

el o

a. É proclamada por um legislador democraticamente eleito. b. Está gravada no mais íntimo do nosso interior. c. É comum a todos os homens. d. Seus princípios dependem da avaliação social de cada período histórico. e. Permite orientar nossas ações de forma racional e livre.

7

M

a. Qual é o objetivo do projeto ou instituição? A quem se dirige sua ação? Ela tem fins lucrativos? b. Quem a realiza? c. Qual foi a origem histórica da instituição ou projeto? Quem foi seu iniciador ou fundador? d. Como se explicita a dimensão cristã do projeto? e. Quantas pessoas se dedicam ao projeto como atividade principal? Quantos são voluntários? f. Quantas pessoas sua ajuda alcança atualmente? g. Que desenvolvimento se espera no futuro? h. Que obras de misericórdia põe em prática? i. Por que, desde o início, a Igreja deu tanta importância a esses trabalhos? Quando tiverem coletado todas as informações, cada grupo apresentará aos outros dois o que averiguaram.

127


Vamos descobrir

Seremos capazes de

Como, no dia de Pentecostes, a redenção de Cristo se completa com o envio do Espírito Santo sobre a Igreja. Em que consiste o seguimento de Jesus a partir do testemunho de vida dos primeiros cristãos.

Identificar as características essenciais da Igreja Católica na Igreja local.

Valorizar e assumir as próprias convicções, celebrando e vivendo a fé em Jesus.

M

od

el

As características essenciais da Igreja e da missão que Jesus lhe confiou.

Obter ensinamentos do testemunho de vida dos primeiros cristãos.

o

9

Vejam como se amam


Partimos da realidade

CI

CS

CT

Os cristãos não se distinguem dos outros homens nem pelo lugar onde vivem, nem por sua língua, nem por seus costumes. Na verdade, eles não têm suas próprias cidades, nem usam uma linguagem incomum, nem levam um tipo de vida diferente. [...] Vivem em cidades gregas e bárbaras, seguem os costumes do país tanto no vestuário como em todo o seu estilo de vida e, no entanto, dão sinais de uma vida admirável e, na opinião de todos, incrível. [...]

el

o

Eles vivem na Terra, mas sua cidadania está no Céu. Eles obedecem às leis estabelecidas, e com seu modo de viver superam essas leis. São pobres e enriquecem muitos. Eles amam todos, e todos os perseguem. Eles são condenados sem conhecê-los. São amaldiçoados e abençoam.

Carta a Diogneto, século II.

OBSERVE

Em que lugares os primeiros cristãos viviam?

2

Em que eles são iguais aos pagãos e gentios? Qual a diferença entre eles?

3

Onde está a cidadania desses cristãos?

4

Como tratam aqueles que os perseguem ou falam mal deles?

5

Qual é a razão para que os persigam?

M

od

1

AVALIE

6

Por que os pagãos caracterizam a vida dos primeiros cristãos como "incrível"?

7

Como você definiria o amor vivido pelos primeiros cristãos?

8

Por que se afirma no texto que eles obedeciam às leis estabelecidas, mas com seu modo de viver eles as superavam?

9

Uma vida como a descrita no texto pode surgir de uma doutrina inventada pelos homens?

10

De onde viria a força desses cristãos diante de tanta incompreensão e perseguição?

Vista exterior do Coliseu (Roma, Itália). Século I.

129


À LUZ DA PALAVRA

No Antigo Testamento

o

Sal 33, 1-5.13-20.21

M

od

A fé de Israel é baseada na experiência de um Deus que salva. Javé anuncia a descendência a Abraão, a libertação da escravidão a Moisés e um reino a Davi, e cumpre todas as suas promessas uma por uma. Por isso, a Palavra do Senhor acende uma chama de esperança que ilumina as trevas do coração humano.

Exultai no Senhor, ó justos, pois aos retos convém o louvor. Celebrai o Senhor com a cítara, entoai-lhe hinos na harpa de dez cordas. Cantai-lhe um cântico novo, acompanhado de instrumentos de música, porque a palavra do Senhor é reta, em todas as suas obras resplandece a fidelidade: ele ama a justiça e o direito, da bondade do Senhor está cheia a terra.[...] O Senhor olha dos céus, vê todos os filhos dos homens[...]. Nossa alma espera no Senhor, porque ele é nosso amparo e nosso escudo. Nele, pois, se alegra o nosso coração, em seu santo nome confiamos.

el

Israel canta um hino de louvor à grandeza e à providência de Deus: o Senhor não é apenas justo, mas também misericordioso, acompanha o homem todos os dias de sua vida, enchendo seu coração de alegria e sustentando-o na tribulação.

CL

CS

CI

Visualize o texto e deixe-o ganhar vida

Descubra a riqueza escondida no texto

1

3

2

Durante a celebração da Páscoa, o povo hebreu recorda a presença de Javé ao longo de sua história: libertou-o da escravidão no Egito, libertou-o de seus ídolos, abriu-lhe um caminho no deserto, alimentou-o com o pão da vida, deu-lhe sua Aliança no Monte Sinai, o fez entrar na Terra Prometida e construiu para ele um Templo sagrado para o perdão de seus pecados. Revise mentalmente cada um desses episódios. Você acha que Israel tem motivos para confiar na misericórdia de Deus? Relemos o Salmo relacionando seu conteúdo com a experiência de fé de Israel. Quais são as razões pelas quais o salmista bendiz o Senhor?

130

CT

Senhor, tu és o meu Deus. Eu te exaltarei e louvarei o teu nome a. Como Deus é definido no Salmo? E a assembleia? b. Para o povo hebreu, a palavra justo é equivalente a “santo”. Israel é um povo santo, porque Deus o guia e o chama para a conversão. Louva-se Deus com a palavra, mas também com o coração e com a vida. De que forma?

4

Sei em quem confiei e estou seguro. a. Deus conhece o coração humano melhor do que ninguém e nos ama em nossa fraqueza. Copie os versículos do Salmo que contêm este pensamento. b. Javé se preocupa com o destino de cada homem, ele é um Deus pessoal. Como é o relacionamento com ele por parte daqueles que creem?


9 No Novo Testamento O fragmento descreve a vida de fé das primeiras comunidades cristãs: as conversões, a catequese, a celebração da liturgia, a vida em comunhão com Deus e com os irmãos e os sinais com que deram testemunho de Cristo ressuscitado.

o

Perseveravam eles na doutrina dos apóstolos, na reunião em comum, na fração do pão e nas orações. De todos eles se apoderou o temor, pois pelos apóstolos foram feitos também muitos prodígios e milagres em Jerusalém e o temor estava em todos os corações. Todos os fiéis viviam unidos e tinham tudo em comum. Vendiam as suas propriedades e os seus bens, e dividiam-nos por todos, segundo a necessidade de cada um. Unidos de coração frequentavam todos os dias o templo. Partiam o pão nas casas e tomavam a comida com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e cativando a simpatia de todo o povo. E o Senhor cada dia lhes ajuntava outros que estavam a caminho da salvação.

“Devemos nos perguntar como é a atitude dos cristãos. Nessa comunidade, há lutas entre eles pelo poder? Brigas de inveja? Existe fofoca? […] Qual é a sua atitude ou a atitude desta comunidade em relação aos pobres? […] Esta comunidade é pobre? Pobre de coração, pobre de espírito? Ou põe sua confiança nas riquezas? No poder?". (Francisco, Homilia, 8-V- 2013)

M

od

el

At 2, 42-47

CL

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CT

Visualize o texto e deixe-o ganhar vida

Descubra a riqueza escondida no texto

1

2

A pregação de Pedro e dos Apóstolos no dia de Pentecostes provoca uma autêntica revolução em Jerusalém. Situe-se lá. Você é hebreu, veio à cidade para celebrar a festa da colheita. Por alguns dias, Jerusalém passa de ter cinquenta mil habitantes para receber um milhão de pessoas de todas as origens. Como não há lugar para ficar, levantam-se cabanas fora das muralhas. Você está andando pelo centro da cidade e de repente ouve um estrondo. Uma multidão se reuniu ao redor de uma casa. Pedro e os Apóstolos proclamam a ressurreição de Cristo e convidam à conversão. Muitos acreditam em sua palavra e uma primeira comunidade de fiéis é formada. O que foi capaz de tocar o coração dessas pessoas para que da noite para o dia mudassem suas vidas?

Cidadãos da terra e do céu Reflitamos sobre os aspectos fundamentais da vida dos primeiros cristãos. Eles levam à plenitude a conversão do coração e o ideal de santidade já anunciado no Salmo 33? Você acha que a vida deles é um sinal do Reino de Deus que Jesus inaugurou na Terra? Explique com suas palavras.

3

Reflita sobre as palavras do Papa A Igreja, santa como o seu fundador, acolhe os pecadores no seu seio. Às vezes, seus membros e comunidades se afastam do espírito do Evangelho. Pensemos nas questões levantadas pelo Papa.

131


AS RAZÕES DA FÉ

1. A vida dos primeiros cristãos 1.1. Servidores e administradores dos mistérios de Deus

o

Entre as várias Igrejas locais, foi dado um tratamento especial a cinco que tinham origem apostólica e eram conhecidas como patriarcados: além da de Roma, fundada por São Pedro, pertenciam a este grupo a de Antioquia, fundada por São Paulo, a de Alexandria, fundada por São Marcos, a de Jerusalém, fundada por Tiago o Menor e, posteriormente, o de Constantinopla.

Guiados e impelidos pelo Espírito Santo, os Apóstolos pregaram os ensinamentos e os atos de Jesus. O Grande Sinédrio, a corte suprema da nação hebraica, queria proibi-los de falar de Jesus Cristo, mas eles responderam: "Importa obedecer antes a Deus do que aos homens". (At 5,29). Fiéis à sua missão de "operários de Cristo e administradores dos mistérios de Deus" (1 Cor 4,1), os Apóstolos tiveram o cuidado de instruir os seus sucessores. Judas Iscariotes foi substituído por outro discípulo, Matias, que a partir de então passou a fazer parte do grupo dos Doze. Além disso, os Apóstolos administraram o sacramento da Ordem a outros homens provados para que colaborassem com eles (os presbíteros) ou os sucedessem nesse ministério (os bispos). Desta forma, o sacramento da Ordem foi transmitido aos seus sucessores, até os dias de hoje.

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Os cinco patriarcados da Antiguidade

Jesus fundou a Igreja sobre o fundamento dos Apóstolos (Ef 2,20). Para isso, deu-lhes —com Pedro à frente— uma missão que duraria até o fim do mundo: "Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo” (Mt 28,19-20).

od

Os cristãos se organizaram em torno a seus pastores, os Apóstolos e seus sucessores, que fundaram comunidades cristãs em cidades de todo o mundo. Cada comunidade era presidida por um bispo, de quem dependiam os sacerdotes e fiéis de seu território. As várias Igrejas locais relacionavam-se entre si de forma colegiada, presididas pelo Papa, sucessor de São Pedro.

M

1.2. Um só coração, uma só alma A vida da primeira comunidade cristã é descrita no livro dos Atos dos Apóstolos. Depois da vinda do Espírito Santo no dia de Pentecostes, "a multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma. ".(At 4,32). A certeza e a proximidade da vida, morte e ressurreição de Cristo marcaram a existência dos primeiros cristãos, discípulos diretos do próprio Jesus ou dos Apóstolos. A vida do cristão começava com a escuta da Palavra de Deus, seguida de uma conversão interior e da recepção do sacramento do Batismo. O cristão levava sua fé para todas as áreas de sua vida: para sua casa, para o trabalho, para os foros etc. Todos aqueles que se tornaram parte da Igreja começaram a viver uma nova vida de fé em Deus: "Perseveravam eles na doutrina dos apóstolos, na reunião em comum, na fração do pão [eucaristia] e nas orações» (At 2,42), e viviam unidos pela caridade. Assim, os que possuíam bens os vendiam e davam sua quantia aos Apóstolos, para que os distribuíssem de acordo com as necessidades de cada um (At 4,32-35). Os judeus e os gentios diziam quando os viram: "Vejam como eles se amam". A caridade uniu ricos e pobres, escravos e livres, pessoas de todos os povos e raças. Cada cristão se sentia um membro ativo na sua Igreja local e a sua vida estava marcada pela celebração dos Sacramentos, especialmente da Eucaristia.

São Pedro, de Giuseppe de Fabris. Século XIX.

132


9 1.3. O dia do Senhor No primeiro dia da semana, domingo, toda a comunidade se reuniu para celebrar o dia do Senhor. Eles compartilhavam uma ceia ritual, após o qual o presbítero (sacerdote) consagrava o pão e o vinho como Corpo e Sangue de Cristo, cumprindo fielmente o mandato do Salvador na Última Ceia (Lc 22,14-20 e 1 Cor 11, 23-29 ).

ideias-chave

el

o

Os discípulos do Senhor reviveram na celebração da Eucaristia o mistério pascal de Jesus Cristo, com a certeza de que ele lhes dava o mesmo Corpo, que entregou por nós na cruz e o mesmo Sangue "porque isto é meu sangue, o sangue da Nova Aliança, derramado por muitos homens em remissão dos pecados" (Mt 26,28). Toda a celebração estava orientada para a sua parte essencial: a consagração do pão e do vinho e a comunhão com o Corpo e Sangue do Senhor.

A missão apostólica foi transmitida dos Apóstolos aos seus sucessores, os bispos, e aos sacerdotes através do sacramento da Ordem (cf. Compêndio do CIC, nn. 322 e 326). A fé da Igreja está fundamentada nos ensinamentos dos Apóstolos, acredita-se na caridade e se nutre da Eucaristia (cf. CIC, n. 2624).

O centro da vida dos primeiros cristãos era a Eucaristia. Reuniam-se no domingo, dia da Ressurreição de Jesus, para o partir do pão (cf. CIC, n. 1343).

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1

Complete o texto com estes termos: palavras, bispos, vivo, Evangelho, Apóstolos, Espírito Santo.

M

Os [...], com suas pregações, seus exemplos e suas instituições, transmitiram o que aprenderam das obras e das [...] de Cristo, e o que o [...] lhes ensinou. Para que o [...] se conservasse sempre [...] e íntegro na Igreja, os Apóstolos nomearam os [...] como sucessores.

2

Leia Atos 1,12-26 e responda às questões. a. Quem formou a primeira comunidade cristã em Jerusalém? b. Quem exercia nela um primado singular? c. Por que Pedro propôs que alguém ocupasse o lugar deixado por Judas?

3

4

Felipe batiza o eunuco antíope, anônimo. Século XVI. "Felipe tomou a palavra e, a partir desta passagem da escritura, anunciou-lhe a boa notícia de Jesus [...] Então o etíope disse: "Aqui tem água. Há algum impedimento para que me batizes?" (Atos 8,35-37)

Organize o texto. se caracterizava pela profunda unidade / A vida da Igreja primitiva / e estavam unidos / aos mesmos pastores, os Apóstolos, / pelo amor fraterno em torno da mesma Eucaristia. / de todos os que acreditavam: professavam a mesma fé, obedeciam

5

CL Leia as passagens Lc 22,14-20 e 1 Cor 11,23-29. Depois, responda às perguntas.

a. Qual é a doutrina da fé que elas nos transmitem? b. Como os dois textos se complementam? c. Como os cristãos de hoje vivem esses ensinamentos?

Por que a vida dos primeiros cristãos atraia a atenção de seus contemporâneos?

133


AS RAZÕES DA FÉ

2. As características essenciais da Igreja É impressionante que as pessoas escolhidas por Jesus para difundir a Igreja não fossem homens sábios ou líderes notáveis. A maioria dos doze Apóstolos eram pescadores. De acordo com os critérios humanos da época, eles eram, realmente, pouca coisa.

o

Será que se destacavam por sua fé no Senhor? De acordo com o que lemos nos evangelhos, parece que não, porque os mesmos relatos evangélicos os mostram discutindo sobre quem entre eles seria o maior no Reino pregado por Jesus.

el

Assim eram os Apóstolos escolhidos pelo Senhor; assim eles se mostram antes de que, pela descida do Espírito Santo, se tornem as "colunas da Igreja". É necessário, portanto, notar que a Igreja é uma realidade viva, divina e humana ao mesmo tempo. Portanto, somente a partir da fé é possível compreendê-la. Dela confessamos no Credo que é una, santa, católica e apostólica. Estas são suas características essenciais:

od

• A Igreja é una. São Cipriano, no século III, comparou a Igreja ao Sol: “Tem muitos raios, mas a sua luz é única”, já que é única sua cabeça e única a sua origem: o seu fundador, Jesus Cristo, uniu todos os países e culturas num único Povo de Deus. Portanto, todos os homens são filhos do mesmo Pai. Esta comunhão dos fiéis em Cristo realiza-se graças ao Espírito Santo, que governa a Igreja. Daí o fato de que todos os católicos professem a mesma fé, celebrem os mesmos ritos e mantenham a sucessão apostólica no sacramento da Ordem.

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Na Eucaristia alcançamos a unidade entre todos os católicos do presente, do passado e do futuro, porque, por meio dela, nós que comungamos recebemos o mesmo Senhor e nos tornamos um só com ele. • A Igreja é santa porque Jesus a institui e a enche com a graça do Espírito. Deposita nela a plenitude dos meios de santificação. Portanto, o católico encontra a santidade na Igreja. A santidade perfeita não é dada aos seus membros enquanto vivem neste mundo: somos chamados à santidade porque ainda não somos santos. Além disso, embora Cristo seja santo, a Igreja é feita de pecadores: o joio é misturado com o trigo (Mt 13,24-30). • A Igreja é católica porque Jesus a destinou para a salvação de todas as pessoas. Onde Cristo está presente, aí está a sua Igreja. Não está, portanto, fechada a uma única cidade ou comunidade.

"Os bispos, como sucessores dos apóstolos, juntos com o Sumo Pontífice e sob sua autoridade [...] somos conscientes de termos sido chamados a viver o amor a Jesus Cristo e à Igreja na intimidade da oração e da doação de nós mesmos aos irmãos e irmãs, a quem presidimos na caridade". (Aparecida, n. 186)

134


9 Cada Igreja particular (cada diocese) é católica na medida em que está em comunhão com a Igreja de Roma. É por isso que existem diferentes ritos dentro do catolicismo (latino, oriental, bizantino, grego ...) ou diferentes expressões dentro da mesma liturgia: toda a humanidade cabe no catolicismo desde que o essencial seja preservado (o mesmo Credo, a mesma moral e os sacramentos).

A unidade da Igreja acolhe a diversidade de caminhos, carismas e dons que enriquecem a sua vida: há um chamado universal à santidade, mas muitas maneiras de responder a ela. "A grande riqueza desta diversidade não se opõe à unidade da Igreja. No entanto, o pecado e o peso das suas consequências ameaçam constantemente o dom da unidade. Também o Apóstolo se viu na necessidade de exortar a que se guardasse «a unidade do Espírito pelo vínculo da paz» (Ef 4, 3)". (CIC, n. 814).

o

• A Igreja é apostólica porque Jesus quer que a sua missão se realize através dos Apóstolos, dos seus sucessores e dos discípulos que ele escolhe em todos os tempos e lugares: "Ide, pois, e ensinai a todas as nações" (Mt 28,19). Cristo governa a Igreja por meio de Pedro e dos demais Apóstolos, presentes em seus sucessores, o Papa e o colégio dos bispos. Por isso, permanece infalivelmente na verdade.

Conservem a unidade

el

A Igreja é fundada por Jesus Cristo sobre o fundamento dos Apóstolos e transmite os ensinamentos que deles receberam e aprenderam do Espírito Santo. Até a nova chegada de Cristo, seus sucessores a guiam. Isso faz com que a Igreja permaneça unida ao longo do tempo e permaneça firme em suas raízes.

od

Significa também que, essencialmente, não há espaço para novidades na Igreja: ninguém pode inventar uma doutrina que não esteja presente no ensinamento apostólico, pois foram os Apóstolos que ouviram em primeira mão a mensagem de Jesus.

ideias-chave

A única Igreja de Cristo é una, santa, católica e apostólica. Estes quatro atributos indicam características essenciais da Igreja e da sua missão (cf. CIC, n. 811).

Ela não os tem por si mesma; é Cristo, que, pelo Espírito Santo, os dá à Igreja (cf. CIC, n. 811).

M

6

Organize o seguinte texto do Compêndio do CIC (n. 162).

9

a. Todos os homens são convidados para o Povo de Deus. b. Onde está Cristo Jesus, está a Igreja Católica. c. Todos os cristãos são chamados, cada um pelo seu próprio caminho, à perfeição, cujo modelo é o próprio Jesus Cristo. d. A Igreja é apostólica enquanto permanece, por meio dos sucessores dos Apóstolos, em comunhão de fé e de vida.

e organizada no mundo, / em comunhão com ele / subsiste na Igreja Católica, / A única Igreja de Cristo, como sociedade constituída / governada pelo sucessor de Pedro e pelos bispos

7

Aponte a característica que não pode ser aplicada à Igreja. a. Anuncia a totalidade da fé. b. Anuncia a integridade da fé. c. É formada apenas por sociedades cristãs. d. Administra os meios de Salvação.

8

CT

Justifique racionalmente a seguinte afirmação:

“A Igreja é santa, embora haja pecadores dentro dela”.

Relacione cada afirmação com uma das características essenciais da Igreja.

1. Una. 2. Santa. 3. Católica. 4. Apostólica.

10

CT Identifique as características essenciais da Igreja na sua paróquia e escreva dois ou três exemplos de cada uma delas. Para isso, você pode consultar o seu pároco.

135


AS RAZÕES DA FÉ

3. A expansão da Igreja 3.1. A primeira expansão da Igreja

o

A vinda do Espírito Santo no dia de Pentecostes foi um acontecimento chave para a Igreja (Atos 2,1-13). Sob sua influência, os Apóstolos compreenderam o significado profundo de tudo o que viram e ouviram durante os três anos em que acompanharam Jesus. Naquele mesmo dia, o apóstolo Pedro pregou diante de uma multidão de pessoas, das quais cerca de três mil creram e foram batizadas (Atos 2, 41).

As epístolas de São Paulo

A morte de Santo Estêvão marcou o início de uma violenta perseguição sofrida pela Igreja. Os cristãos se dispersaram por toda a Judéia e Samaria, e o cristianismo foi se difundindo, primeiro para a Palestina e depois para outros países. Dois acontecimentos de particular importância se destacam nessa expansão: as conversões de Cornélio e de Saulo de Tarso. Cornélio era um centurião romano, gentio*, mas piedoso e temente a Deus (Atos 10,1-2). Um anjo apareceu a ele e lhe disse para procurar Pedro. Quando Cornélio e sua família estavam ouvindo Pedro, o Espírito Santo desceu sobre eles e Pedro os batizou. A partir desse momento, os Apóstolos começaram a pregar o Evangelho aos gentios.

od

Paulo fundou numerosas comunidades cristãs. Ele escreveu cartas (conhecidas como epístolas) a muitas delas para estimular a sua fidelidade ao Evangelho e explicar o conteúdo da fé. O Novo Testamento contém treze epístolas paulinas. O grande tema de suas cartas é o mistério de Cristo e da Igreja e seu reflexo na vida dos cristãos.

el

O número de fiéis aumentava, de modo que os Apóstolos não eram suficientes para atender às necessidades da Igreja. Por isso, escolheram sete homens com espírito de sabedoria para o serviço da caridade (At 6,1-6): os diáconos. Um deles, Santo Estêvão, acusado por alguns judeus de pregar contra a Lei de Moisés e o templo, foi martirizado.

M

Saulo—judeu de nascimento e de religião—foi um terrível perseguidor dos cristãos. Um dia, a caminho de Damasco, Jesus apareceu a ele e disse: "Saulo, Saulo, por que você me persegue? Saulo lhe perguntou: "Quem és, Senhor?", e Jesus respondeu: "Eu sou Jesus, a quem tu persegues" (At 9,1-7). Saulo foi batizado, parou de perseguir os cristãos e se tornou o apóstolo Paulo.

Filadél�ia Colossos Hierapolis

Comunidades cristãs no século I d.C.

136


9 3.2. Paulo, o apóstolo dos gentios Paulo, imediatamente, começou a pregar nas sinagogas que Jesus era o verdadeiro Messias. Mas, estando em Jerusalém, teve uma visão em que o Senhor lhe pedia que deixasse aquela cidade e fosse evangelizar os gentios (Atos 22,21). Assim começaram as viagens missionárias de São Paulo.

ideias-chave

• Viagem do cativeiro. São Paulo fez uma última viagem a caminho de Roma (Atos 27 e 28). E em Roma morreu mártir, decapitado durante a perseguição do imperador Nero, por volta do ano 67, enquanto São Pedro morria crucificado.

el

• Segunda viagem (anos 49 a 52). Após cruzar a Ásia Menor por terra, Paulo tem uma visão e chega pela primeira vez à Europa (Atos 16,9-10). Anuncia o Evangelho na Macedônia e na Grécia e entra em contato com a cultura greco-romana. Permanece em Corinto por um ano e meio, escreve algumas de suas epístolas e prega com grande sucesso.

• Terceira viagem (anos 53 a 57). Paulo anuncia o Evangelho em Éfeso, onde mora por mais de dois anos (Atos 18:23-19:22). De lá, escreve várias epístolas. Mais tarde, volta a percorrer Macedônia, Grécia e a costa da Ásia Menor, para fortalecer as comunidades já fundadas. Ao retornar a Jerusalém, ele é preso. Aí começa seu longo cativeiro, que terminará em Roma.

o

• Primeira viagem (anos 46 a 48). Paulo evangeliza Chipre e várias cidades da Ásia Menor (Atos 13,1-14, 28). Além disso, organiza as comunidades de fiéis: "Em cada igreja instituíram anciãos e, após orações com jejuns, encomendaram-nos ao Senhor, em quem tinham confiado" (At 14,23).

A ação do Espírito Santo sobre os Apóstolos permite que eles compreendam os ensinamentos de Jesus e os encoraja a difundi-las (cf. Compêndio do CIC, nn. 144 e 145).

Desde os primórdios do cristianismo, a evangelização é dirigida a todas as pessoas, tanto a judeus como a gentios (cf. Compêndio do CIC, nn. 80 e 172)

M

od

11

Leia Atos 5,12-16 e descreva os efeitos da ação do Espírito Santo sobre a primeira Igreja.

12

Leia Atos 10,24-48 e realize as atividades.

14

Relacione cada passagem da vida de São Paulo com a viagem que ele realizou.

1. Primeira viagem. 2. Segunda viagem. 3. Terceira viagem. 4. Viagem do cativeiro.

Complete o texto a seguir. Os […] dos Apóstolos narram que Saulo de […] estava a caminho de […] para capturar os […] de Jesus. Contra toda lógica, […], por uma intervenção milagrosa de Jesus Cristo, tornou-se o principal […] do cristianismo no século […].

Gentio: termo com que os judeus se referiam a todos aqueles que não pertenciam ao povo de Israel.

a. É feito prisioneiro em Jerusalém. b. Chega pela primeira vez à Europa. c. Evangeliza em Chipre e em várias cidades da Ásia Menor. d. Entra em contato com a cultura greco-romana. e. Escreve algumas de suas epístolas aos Coríntios. f. Morre decapitado em Roma.

a. Por que os primeiros cristãos só evangelizavam outros judeus? b. Comente a atitude de Cornélio em relação à visita de Pedro. c. Explique a atitude de Pedro em relação à vontade divina.

13

vocabulário

15

Copie Jo 14,25-26 em seu caderno e explique a relação entre o que Jesus disse e a atitude dos Apóstolos depois de Pentecostes. Nós cristãos temos essa atitude atualmente? Justifique sua resposta. CI

CS

137


AS RAZÕES DA FÉ 3.3. A implantação da Igreja vocabulário

Limites do Império Romano no século IV

Édito: pronunciamento de magistrados e imperadores romanos para questões jurídicas essenciais.

Regiões cristianizadas Regiões não cristianizadas Sedes de patriarcados

o

Concílio Ecumênico: assembleia para a qual são convocados todos os bispos da Igreja (Colégio Episcopal), convocado, presidido e confirmado pelo seu líder, o Papa.

Regiões escassamente cristianizadas

el

Heresia: doutrina que o batizado mantém obstinadamente, contrário ao que a Igreja ensina em matéria de fé, ou dúvida persistente sobre as verdades por ela ensinadas.

Regiões intensamente cristianizadas

od

A expansão do cristianismo provocou confrontos com as autoridades romanas, o que foi a causa de novas perseguições. Estas foram cruéis e resultaram em numerosos mártires. Ao mesmo tempo, ajudaram a fortalecer a fé dos cristãos, mantiveram a unidade da doutrina e contribuíram para a observância da pureza dos costumes. No ano 300, o imperador Diocleciano decretou a mais terrível perseguição aos cristãos no Império Romano. No entanto, apesar dos obstáculos, o cristianismo se difundiu rapidamente entre pessoas de todas as classes sociais (cidadãos, estrangeiros, escravos, militares ou senadores).

M

Em 313, apenas alguns anos após a grande perseguição, foi publicado o Édito* de Milão, concedendo à Igreja liberdade para praticar sua fé publicamente. Os batismos então se multiplicaram e, pouco a pouco, a sociedade romana foi se cristianizando a partir de dentro. O imperador Constantino incluiu o cristianismo em seu próprio ideal de governo. Sua nova capital, Constantinopla, nasceu como uma cidade cristã. No pensamento de Constantino, essa religião tornou-se a espinha dorsal da nova sociedade romana que ele queria construir. Finalmente, o imperador Teodósio proclamou o cristianismo como religião oficial do Império no Édito de Tessalônica (380).

Viver a comunhão "Não pode existir vida cristã fora da comunidade: nas famílias, nas paróquias, nas comunidades [...] e movimentos. Como os primeiros cristãos, que se reuniam em comunidade, o discípulo participa na vida da Igreja e no encontro com os irmãos, vivendo o amor de Cristo na vida fraterna solidária". (Aparecida, n. 278)

138


9 3.4. Crescendo na fé Os primeiros cristãos recebiam sua formação cristã das próprias testemunhas da vida, morte e ressurreição de Jesus. Sua pregação e exemplo de vida serão a base da fé de todos os batizados e a origem da Tradição Apostólica.

o

O primeiro desafio que a evangelização de todos os povos encontrou foi manter intacto o tesouro da Revelação divina, que alcança sua plenitude com os ensinamentos de Jesus Cristo. Por isso, seus Apóstolos ou seus discípulos elaboraram, inspirados pelo Espírito Santo, os livros que compõem o Novo Testamento. No processo de expansão do cristianismo, é lógico que surgissem várias interpretações sobre o conteúdo da fé. Em algumas ocasiões, essas diferenças de opinião causaram divisão na Igreja, dando origem a heresias*.

ideias-chave

el

Para buscar uma solução para essas disputas, a Igreja se reuniu em concílios ecumênicos* presididos pelo Papa e nos quais os bispos estavam presentes. Os primeiros concílios definiram o Símbolo da fé, ou seja, o resumo da fé que o cristão professa. Também é chamado de "Credo", pois sua primeira palavra é normalmente "Creio".

Os mártires são as testemunhas supremas da verdade da fé. Ajudam a fortalecer a fé dos cristãos, a manter a sua unidade e a favorecer a coerência da sua vida (cf. CIC, n. 2473).

A transmissão da fé cristã começa com a pregação e testemunho dos que presenciaram a vida, morte e ressurreição de Jesus (cf. Compêndio do CIC, n. 12).

Desde as suas origens, a Igreja expressou e transmitiu a fé para todos os fiéis através do Símbolo da Fé (cf. Compêndio do CIC, n. 33).

M

od

16

CC Relacione cada imperador com o fato histórico correspondente.

19

CI Os mártires cristãos dos primeiros séculos eram muito diferentes dos jovens cristãos de hoje? Justifiquem a resposta.

20

Averigue onde as principais perseguições aos cristãos estão ocorrendo atualmente. Leia abaixo o seguinte texto do Papa Francisco e escreva uma breve oração pelas pessoas que morrem hoje por sua fé.

a. Teodósio. b. Constantino. c. Diocleciano. 1. O cristianismo torna-se a religião oficial do Império. 2. O cristianismo abandona a clandestinidade. 3. Os cristãos sofrem grande perseguição.

17

CC

Corrija as seguintes afirmações.

a. Teodósio proclamou o Edito de Milão em 380. b. A pregação e o exemplo dos evangelistas são a origem da Tradição Apostólica. c. Hoje a Igreja expressa e transmite a fé através do Símbolo da Fé.

18

CT Explique por que a Igreja se fortalecia a cada perseguição, em vez de se enfraquecer, durante os primeiros séculos do cristianismo.

São João Evangelista, de P.Legros, Século XVII, "O que temos ouvido, o que temos visto com os nossos olhos, o que temos contemplado e as nossas mãos têm apalpado no tocante ao Verbo da vida. [...]vos anunciamos, para que também vós tenhais comunhão conosco. [...] Escrevemos-vos estas coisas para que a vossa alegria seja completa.

CS CD CL

"Hoje há mais mártires na Igreja do que nos primeiros séculos. [...] Pensemos em nossos irmãos que vivem perseguidos, que sofrem e que com seu sangue fazem crescer a semente de muitas Igrejas pequenas que nascem. Rezemos por eles e também por nós". (Homilia, 30 de junho de 2014)

139


DISCÍPULOS E MISSIONÁRIOS

Um exemplo a seguir São Paulo

el o

Saulo de Tarso cresceu em um ambiente de hostilidade para com os cristãos e com o tempo se tornou seu pior perseguidor. Sabendo que muitos deles haviam se estabelecido em Damasco, ele decidiu ir até lá para levá-los prisioneiros para Jerusalém. No caminho, uma luz do céu o cercou, caiu do cavalo e ouviu uma voz que lhe dizia: "Saulo, Saulo, por que me persegues?" Levantando-se, percebeu que havia perdido a visão. Entrou na cidade e pediu ajuda a Ananias, que o curou da cegueira impondo-lhe as mãos. Lá mesmo Saulo foi batizado e adotou o nome de Pablo. Então procurou os Apóstolos em Jerusalém, encontrou Pedro e Tiago e recebeu uma forte catequese. Quem havia sido o pior flagelo da Igreja tornou-se desde então o seu primeiro missionário. São Paulo é conhecido como o apóstolo dos gentios. Por um lado, ele era judeu e conhecia bem as Sagradas Escrituras; por outro, falava grego e conhecia a cultura helênica e latina. Fixou-se em Antioquia e de lá fez três viagens pregando o Evangelho nas principais cidades da Ásia Menor e Grécia. Para orientar a fé das comunidades que estavam nascendo (Corinto, Éfeso, Filipos, Tessalônica, Roma), ele escreveu catorze cartas que estão incluídas no Novo Testamento como textos inspirados.

od

No ano 58 foi preso em Jerusalém por ordem dos fariseus. O cônsul romano o condenou à morte. Paulo, que era cidadão romano, apelou para César, então foi transferido para Roma. Lá converteu os soldados que o guardavam e espalhou o Evangelho por toda a cidade por dois anos. Finalmente, Nero, o imperador que decretou a primeira perseguição contra os cristãos, ordenou sua execução. O santo foi decapitado com uma espada do lado de fora da cidade, a caminho de Ostia, onde hoje se encontra a Basílica de São Paulo.

M

. A conversão de São Paulo, de Parmigianino. Século XVI.

1

CC Observamos a pintura de Parmigianino que serve de ilustração. Que episódio da vida de São Paulo ela reflete? O que simbolizam a luz, a queda do cavalo e a cegueira? Realizemos um pequeno trabalho de pesquisa sobre o apóstolo enfocando dois aspectos: suas viagens e suas cartas. Utilizaremos cartolina para traçar um mapa do itinerário de cada uma de suas viagens e listar as epístolas que escreveu indicando a mensagem central de cada uma delas.

2

CI Reflita sobre as seguintes palavras de São Paulo e responda às perguntas: "Tornai-vos os meus imitadores, como eu o sou de Cristo" (1 Cor 11,1).

a. Em que a vida de Paulo se parece com a de Cristo? b. Em que nossa vida se parece à de Paulo?

3

140

CT Paulo nos ensina a rezar. "Porque não sabemos o que devemos pedir, nem orar como convém, mas o Espírito mesmo intercede por nós com gemidos inefáveis" (Rom 8,26). Quando rezamos, estamos abertos à ação do Espírito? Apresentemos uma oração de agradecimento pelo curso que está terminando e outra de súplica para que o Espírito nos ensine a crescer na fé.


9 Agora você Amigos de Deus, nossos amigos Papa Francisco_@Pontifex_pt

As características dos santos

el o

Os santos não são super-homens nem nasceram perfeitos. Quando conheceram o amor de Deus, seguiram-no, a serviço dos outros.

Um santo não é um amuleto que veneramos para nos proteger. A verdadeira devoção consiste em: • Recorrer à sua intercessão: pedimos-lhe que rogue a Deus pelas nossas necessidades porque está perto dele (só Deus é a fonte da graça). • Imitar o seu exemplo: ser melhores discípulos de Jesus e melhores servidores dos nossos irmãos. • Mostrar-lhe veneração: canções, procissões, velas etc. são mostras de veneração, nunca de adoração.

M

od

• Eram homens e mulheres de carne e osso, como você. • Tinham qualidades e defeitos, como você. • Viveram nas circunstâncias de seu tempo e lugar, como você vive nas suas. • Lutaram heroicamente para amar a Deus e ao próximo, cada um na sua situação. • Foram dóceis à graça de Deus para superar seus defeitos e limitações. • Desfrutam da felicidade eterna de ver Deus face a face no céu. • Intercedem diante de Deus por aqueles de nós que ainda estão a caminho. • A Igreja os propõe como exemplo de vida cristã.

Devoção, não superstição

1

CA CD Em grupos, preparem uma página dupla de revista dedicada a um santo ou a uma santa. Todos podem fazer uma lista de santos no quadro e depois fazer um sorteio, ou decidir por outro método.

• Elementos possíveis: título jornalístico, subtítulo(s), um perfil biográfico, uma ou mais imagens, iconografia (como ele é representado nas imagens), uma oração dirigida a ele, uma entrevista imaginária com alguém relacionado ou com ele mesmo, link para um site , etc. Usem sua criatividade. • Imprimam seu trabalho e exibam-no em um mural. • No final, escrevam individualmente o que vocês aprenderam com esta atividade. Se quiserem, podem compartilhá-lo com todo o grupo.

2

CA CT Escolham um santo do nosso tempo e pesquise na Internet os destaques de sua vida, virtudes e apostolado. De que forma é um exemplo para os garotos e garotas de hoje? Preparem um relatório (se possível, incluindo elementos gráficos) para apresentar na sala de aula.

141


SÍNTESE

caridade

• No ensinamento dos Apóstolos • Na Eucaristia • Na oração

sua nova vida começava com

viviam unidos pela

perseveravam

el o

• A escuta da Palavra de Deus • A conversão • A recepção do Batismo

primeiros cristãos

testemunhada pelos

Una

é

é

A IGREJA

Apostólica

guiada pelo

od

Santa

Católica

Espírito Santo

começa

M

sua expansão

• Eleição de diáconos • Perseguições e mártires • Conversões de Cornélio (primeiro gentio) e de Saulo (Paulo) • Viagens missionárias de São Paulo

Implantação

Édito de Milão: liberdade para praticar a fé publicamente. Édito de Tessalônica: o cristianismo se converte na religião oficial do Império.

142

seu crescimento na fé por meio

Tradição Apostólica

Sucessão apostólica

• É composto o Novo testamento • Sacramentos são celebrados • Define-se o Símbolo da fé

Colégio episcopal e seu líder, o Papa

• Presbíteros • Diáconos


ATIVIDADES DE AVALIAÇÃO

1

7

Complete as afirmações.

2

a. Concílio Ecumênico. b. Diácono. c. Bispo. d. Gentio. e. Mártir.

8

CT CS CD Dividam a classe em grupos de duas ou três pessoas e estudem um trabalho pastoral concreto da Igreja e outro, caritativo.

el o

a. Graças às viagens de São Paulo pelo Mediterrâneo, o cristianismo foi aberto à [...]. b. Desde o primeiro momento, a [...] esteve acompanhado pela incompreensão do mundo. c. A Igreja é apostólica porque é fundada por [...] sobre o fundamento dos [...] e transmite os ensinamentos que eles receberam dele e aprendido do [...]. d. Na celebração da [...], os discípulos do Senhor reviviam o mistério [...] de Jesus Cristo.

Defina com suas próprias palavras os seguintes termos. CL

CL Pegue com seu professor o mapa da Europa e Ásia que está disponível nos recursos didáticos e complete a atividade a seguir.

9

Reflitam sobre as seguintes questões e apresentem suas conclusões aos colegas.

a. A grande riqueza da diversidade dentro da Igreja não se opõe à sua unidade. (CIC, n. 814) b. Só através da Igreja Católica a plenitude total dos meios de Salvação pode ser alcançada. (Unitatis redintegratio, n. 3)

od

Indique nele os lugares de origem das primeiras comunidades cristãs. A seguir, explique o que caracterizava a vida desses primeiros cristãos. Não se esqueça de consultar os versículos dos Atos dos Apóstolos nos quais cada um deles se reflita.

Vocês podem ir à sua paróquia para obter orientação. Em seguida, façam uma apresentação mostrando como a universalidade e a apostolicidade da Igreja se refletem nesses esforços.

3

Encontre em sua Bíblia a passagem dos Atos dos Apóstolos em que São Pedro batiza o centurião Cornélio e resuma seu conteúdo.

4

Leia a epístola de São Paulo a Filemón e o texto que segue. Então responda às perguntas.

CA CL

CT CS

M

“Os cristãos, se há um escravo ou um pobre que deva ser ajudado, jejuam dois ou três dias, e enviam o alimento que tinham preparado para si, considerando que ele também tem que desfrutar, pois foi chamado, como eles, à felicidades". (Aristides, Apologia, século II) a. Qual era a postura dos primeiros cristãos diante da escravidão e da pobreza? b. Por que você acha que a Igreja nunca deixou de se importar sofrimento humano? c. Você conhece manifestações atuais de preocupação da Igreja com os necessitados?

5

6

10

CA Pesquise sobre o Símbolo da Fé e responda às perguntas.

a. Por que, quase desde o início, a Igreja quis recolher o essencial de sua fé em resumos ou sínteses? b. Por que esses resumos de fé também são chamados de "profissões de fé"? c. Quando um cristão faz sua primeira “profissão de fé”? d. Quais são as três partes fundamentais em que se divide o Símbolo da Fé? e. Entre todos os símbolos da fé, dois ocupam um lugar muito especial na vida da Igreja. Quais são eles?

Consulte o ponto 821 do Catecismo da Igreja e descreva brevemente as exigências do chamado do Espírito para que se restabeleça a unidade de todos os cristãos. CA

CT Você acha que existem mártires da Igreja hoje? Se sua resposta for afirmativa, procure exemplos que a justifiquem.

143


CAMINHOS DE VIDA ENSINO FUNDAMENTAL - 7º ano

Título original: Caminos de Vida - ESO 1 Coordenação editorial: M. Sáez, N. Billottii Autores: J. Aranguren Echevarría; R. Bravo de la Varga; L. Fabregat Torrens e G.Mirecki Quintero;

el o

Publicado pela primeira vez em espanhol por © Editorial Casals, SA Casp 79-08013 Barcelona Tel .: 902 107 007 Fax: 93 265 68 95 editorialcasals.com ecasals.net Adaptado ao português por Solar Colégios© Coordenadores da edição brasileira Vera Anderson e Bruno Milano Tradução: Mônica Diez Revisão: Élcio Carillo Diagramação: Carla Ninomiya 1ª edição - janeiro de 2023

od

ISBN:

Esta coleção está desenvolvida de acordo com as competências da BNCC.

As atividades deste livro são propostas como modelos de exercícios que cada aluno deve resolver em seu caderno pessoal e não no próprio livro. Imagens: Freepik, Pixabay, pxhere e Wikimedia Commons.

As reproduções foram feitas de acordo com o artigo 32 da Lei de Propriedade Intelectual. Todo esforço foi feito para localizar os detentores de copyright das obras de arte reproduzidas neste volume. Caso exista alguma comissão involuntária, a editora Casals estará disposta a adotar as medidas necessárias no menor tempo possível.

M

Não é permitida a reprodução total ou parcial deste livro, nem seu tratamento informático ou sua transmissão sob qualquer conceito ou por qualquer meio (eletrônico, mecânico, fotocópia, gravação ou outros meios), sem a permissão por escrito dos detentores do copyright.

O emprego das formas masculinas neste livro pretende facilitar de um modo simples a leitura do texto evitando desta forma a constante referência a ambos os gêneros. Não reflete, assim, qualquer preconceito de gênero.

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