Revista 3 Poderes ed 34

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www.3poderesmt.com.br

Ano V | Edição 34 | 2019 | R$ 11,90

Mato Grosso

Força tarefa embarga quase 11 mil hectares por desmatamento ilegal Mauren Lazzaretti, secretária de Meio Ambiente, diz que Ação Integrada de Contenção de Desmatamentos e Queimadas terá tolerância zero

ENTREVISTA Manoel Netto Quem se ilude com likes não vende o seu peixe

RENDA PER CAPITA Agro evidencia seis municípios de Mato Grosso


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SUMÁRIO

CARTA DO EDITOR

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Mayke Toscano SecomMT

ANO V | AGOSTO | EDIÇÃO N° 34 | 2019

ARQUIVO

MT.GOV.BR MT.GOV.BR

M T. G O V. B R

EXPEDIENTE.

ANO XXII | EDIÇÃO Nº 281 Mato Grosso MARÇO/ABRIL 2019

Reação em cadeia

EXPEDIENTE.

ANO XXII | EDIÇÃO Nº 281 MARÇO/ABRIL 2019

ANO | EDIÇÃO Nº 34 AGOSTO 2019 DIRETOR DE REDAÇÃO

Estou perto de completar 48 anos de uma história muito ativa e produtiva em Mato Grosso, seja JÕAO PEDRO MARQUES DIRETOR DE REDAÇÃO: como publicitário, jornalista ou advogado. No enJOÃO PEDRO MARQUES tanto, em pleno século 21 ainda vejo antigas notíCOORDENAÇÃO DE JORNALISMO CARLA NINOS cias chegando como se fossem fatos novos. FelizCOORDENAÇÃO DE JORNALISMO mente, há boa vontade por parte dos governantes João Pedro Marques EDITOR e parlamentares atuais em resolvê-los. Algumas GLÁUCIO EDITOR: NOGUEIRA dessas pautas a Revista 3 Poderes de agosto retrata Rui Matos com profundidade. Diretor EDITOR João Pedro Marques O nosso destaque é para o problema de inva- Editorial. FOTO CAPA: SECOM/MT Rodolfo Perdigão | SecomMT sões de terras públicas, reservas ambientais e áreas indígenas. Isso gera outros FOTOGRAFIA: problemas que começam com os desmatamentos criminosos, queimadas e a FOTOGRAFIA: MAISLON PRADO, UNIMED CUIABÁ, CHARLES FONSECA consequente violência no campo com fortes reflexos nas cidades ao seu entorno. TJMT, SECOM/MT, TCHÉLO FIGUEIREDO - SECOM/MT, NELSON TORRES, SECOM/MT, LORRANA CARVALHO, RAFAELLA Um efeito cascata que gera demandas e clama por soluções imediatas por parte JR./SCO/STF, RODOLFO PERDIGÃO, ROTA DO OESTE, MARCOS ZANOL E JÚNIOR SILGUEIRO. OLIVEIRA/AGÊNCIA SENADO, LIGIANI SILVEIRA/CGE-MT, echando o primeiro A expectativa é que, diante de tantas de prefeitos e do Governo do Estado. trimestre de 2019, o dificuldades em articular sua base CHRISTIANO ANTONUCCI / SECOM, WALDEMIR BARRETO/ ânimo dos empresários, na primeira etapa da reforma da Na matéria de capa a secretária de Meio Ambiente (Sema), Mauren LazzaretDIAGRAMAÇÃO/ARTE: investidores e da previdência, o governo entenda de AGÊNCIA SENADO, MARCOS VERGUEIRO, GUSTAVO DUARTE, ISAC população se arrefeceu. uma vez por todas que, ainda que se ti, fala sobre a Força Tarefa que embargou quase 11 mil hectares por desmataCRIS NASCIMENTO | CRIS@CNJOB.COM.BR NOBREGA/PR, ROVENA ROSA/AGÊNCIA BRASIL, ROQUE DE SÁ/ Ainda que fosse esperada, respeite a separação e a independência a demora da classe política dos poderes, é preciso participar da mento ilegal em vários municípios em área de florestacomo amazônica. Os embargos AGÊNCIA SENADO, WILL SHUTTER/CÂMARA DOS DEPUTADOS, um todo em aprovar as tramitação das propostas no Legislativo. necessárias para a retomada Basta que o país avance nas REVISÃO: MICHEL JESUS/ CÂMARA DOS DEPUTADOS E KAREN MALAGOLI. impediram atividades econômicas sobre as áreas reformas desmatadas, mobilizando do desenvolvimento está passando do reformas necessáriasum para que o limite. otimismo, arrefecido com os recentes DORALICE JACOMAZI enorme contingente de agentes públicos. Só na gestão governador Mauro Essa lentidão do em promover as acontecimentos, volte a reinar e que os DIAGRAMAÇÃO/ARTE: mudanças esperadas pela população investimentos prometidos, esperados Mendes (DEM), a Sema já embargou 10.864 hectares pornasdesmatamento bioe manifestadas urnas, em outubro e necessáriosno ocorram e a retomada do FERNANDO TEXTO: INÁCIO do ano passado, tem preocupado as crescimento ocorra de fato. Nãodeixe deixe que o fogo coloque risco Não deixe que o fogo coloque em risco Não que o fogo coloque emem risco chamadas “vozes das ruas”, que temem ma amazônico. fidgs2@gmail.com CARLA NINOS, *MAILSON PRADO (*Com supervisão João Pedro Marques que tais transformações, por ocorrerem tarde demais ou de forma muito tímida, Em outra frente, o Instituto de Terras de Mato Grosso (Intermat) e o Instituto todo nosso potencial. Ao ver um foco todo potencial. Ao ver um foco todo nosso potencial. Ao ver um foco da coordenação nosso de jornalismo) não surtam os efeitos esperados. REVISÃO: Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) trataram, durante o mês de E LORENA LACERDA JACOMAZI incêndio, denuncie e ajude a preservar deDORALICE incêndio, denuncie e ajude a preservar dedeincêndio, denuncie e ajude a preservar João Pedro Marques agosto, da assinatura de um Termo de Cooperação Técnica em que as partes de4 REDAÇÃO: o que nosso estado tem de melhor. o que nosso estado tem de melhor. o que nosso estado tem de melhor. verão realizar ações para concluir a regularização fundiária por meio do PrograTEXTO: (65) 3623-1170 / 3622-2310 Carla Ninos, Rodrigo Meloni, Michelle ma Terra a Limpo. O objetivo é beneficiar mais de 70 mil famílias com ações de REDAÇÃO@REVISTARDM.COM.BR Cândido, ISA RAMOS, LIGIANI SILVEIRA E MARCELO regularização fundiária rural com o financiamento do Fundo Amazônia. Ações BRANDÃO – AGÊNCIA BRASIL. que, certamente, trarão benefícios futuros ao Estado e ao meio ambiente. REDAÇÃO: O publicitário Manoel Netto também está nessa edição e traz um tema bas(65) 3623-1170 / 3622-2310 tante atual: o emprego das redes sociais nas campanhas políticas. Manoel, que RDM redação@revistardm.com.br NÃO SE RESPONSABILIZA POR MATÉRIAS tem vasta experiência em marketing político e redes sociais, garante que quem E ARTIGOS ASSINADOS, QUE NÃO REFLETEM NECESSARIAMENTE A OPINIÃO DA REVISTA. AS se ilude com likes não vende o seu peixe. O recado é para políticos que compram 3 PODERES NÃO SE RESPONSABILIZA POR MATÉRIAS E MATÉRIAS ESPECIAIS PUBLICADAS NA RDM SÃO ARTIGOS ASSINADOS, QUE NÃO REFLETEM NECESSARIAMENTE curtidas e seguidores confiando terem feito um bom negócio. Na verdade, não é DE COLABORAÇÃO DE SEUS AUTORES E CEDIDAS A OPINIÃO DA REVISTA. AS MATÉRIAS ESPECIAIS PUBLICADAS bem assim. Páginas que conseguem muitos likes e seguidores através de patroESPONTANEAMENTE, SEM FINS LUCRATIVOS. NA RDM SÃO DE COLABORAÇÃO DE SEUS AUTORES E CEDIDAS cínio, em geral, tem percentual de alcance menor, alerta o publicitário. ESPONTANEAMENTE, SEM FINS LUCRATIVOS. Manoel Netto observa que a grande mudança em termos de cenário é a peechando o primeiro A expectativa é que, diante de tantas COMERCIAL/MÍDIA: netração cada vez maior das mídias sociais na sociedade. Professor em MarkeCOMERCIAL/MÍDIA: trimestre de Digital, 2019, opalestrante dificuldades em articular suae Markebase ARTUR DIAS DA FONSECA NETO ting Político e Eleitoral em Comunicação Eleitoral ARTUR DIAS DA FONSECA NETO (65) 3623-1170 ânimo dos empresários, na primeira etapa da reforma da ting Político, consultor em Pesquisa de Mercado e Opinião Pública Política, ele (65) 99682-1470 (65) 3623-1170 adiantainvestidores que as equipes edeverão de maneira muito mais técnica de nas da trabalhar previdência, o governo entenda (65) 9682-1470 midia@revistardm.com.br próximas eleições, se já que o engajamento contar que aque quantipopulação arrefeceu. umairá vez por muito todas mais que, do ainda se EVELIN DEIRANE comercial@revistardm.com.br dade de postagens. (65)99988-1317 Ainda que fosse esperada, respeite a separação e a independência Em meio a esse cenário em ebulição, Mato Grosso negocia a instalação de ADMINISTRATIVO CENTRAL mídia@revistardm.com.br demora de darepresentação classe política dos Há poderes, é preciso participar da umaescritório na China. dois anos, Mato Grosso vem desen(65) 3623-1170 comercial@revistardm.com.br como um em aprovar as tramitação propostas no Legislativo. volvendo umtodo trabalho de relacionamento entre das o governo do Estado, o governo distribuição/CIRCULAÇÃO: China e investidores para que fosseBasta de fato criada estrutura que também reformasdanecessárias para a retomada que uma o país avance nas ADMINISTRATIVO ADEMIR KUHNEN GALITZKICENTRAL: Período proibitivo para queimadas: 15/07 a 15/09. Período proibitivo para queimadas: 15/07 a Período 15/09. proibitivo para queimadas: 15/07 a 15/09. fosse uma esteira de exportação de produtos, não se restringindo às commodido desenvolvimento está passando do reformas necessárias para que o (65) 3623-1170 área urbana, queimada é ilegal o ano inteiro. Em área urbana, queimada é ilegal o ano inteiro. EmEm área urbana, queimada é ilegal o ano inteiro. ties tradicionais. TIRAGEM: limite. otimismo, arrefecido com os recentes 30 MIL EXEMPLARES Enfim, 3 Poderes está cheia de boas notícias e fatos relevantes ao desenvolviTiragem: 30 mil exemplares Essa mento lentidão em Grosso. promover acontecimentos, volte a reinar e que os de Mato Se vocêas curtir, aproveite e compartilhe nas redes sociais. A REVISTA 3poderes mudanças esperadas pela população investimentos prometidos, esperados Como alerta Manoel Netto, todo conteúdo relevante compartilhado contribui A REVISTA RDM MATO GROSSO É PUBLICAÇÃO DO MATO GROSSO É PUBLICAÇÃO DA para o crescimento orgânico de qualquer rede deocorram interaçãoe na Internet. Essa e manifestadas nas urnas, em outubro e necessários a retomada do foi feita você. do ano edição passado, tempara preocupado as crescimento ocorra de fato. Boa Leitura! DIRETOR DE REDAÇÃO JÕAO PEDRO MARQUES

COORDENAÇÃO DE JORNALISMO CARLA NINOS EDITOR GLÁUCIO NOGUEIRA

ALIMENTAR ALIMENTAR ALIMENTAR MUNDODÁ DÁ O MUNDO DÁ OOMUNDO ORGULHO. ORGULHO. ORGULHO. O tempo está FAZERQUEIMADAS QUEIMADAS FAZER QUEIMADAS FAZER acabando ILEGAISNÃO. NÃO. ILEGAIS NÃO. ILEGAIS EDITOR SECOM/MT

FOTOGRAFIA: MAISLON PRADO, UNIMED CUIABÁ, CHARLES FONSECA TORRES, SECOM/MT, LORRANA CARVALHO, RAFAELLA ZANOL E JÚNIOR SILGUEIRO. DIAGRAMAÇÃO/ARTE: CRIS NASCIMENTO | CRIS@CNJOB.COM.BR REVISÃO: DORALICE JACOMAZI

TEXTO: CARLA NINOS, *MAILSON PRADO (*Com supervisão da coordenação de jornalismo) E LORENA LACERDA

15 - Força tarefa embarga quase 11 mil hectares desmatados

12 - Quem se ilude com likes não vende o seu peixe

REDAÇÃO: (65) 3623-1170 / 3622-2310 REDAÇÃO@REVISTARDM.COM.BR

RDM NÃO SE RESPONSABILIZA POR MATÉRIAS E ARTIGOS ASSINADOS, QUE NÃO REFLETEM NECESSARIAMENTE A OPINIÃO DA REVISTA. AS MATÉRIAS ESPECIAIS PUBLICADAS NA RDM SÃO DE COLABORAÇÃO DE SEUS AUTORES E CEDIDAS ESPONTANEAMENTE, SEM FINS LUCRATIVOS.

Marcos Vergueiro SecomMT

DIVULGACÃO

COMERCIAL/MÍDIA:

Tiragem: 30 mil exemplares

A REVISTA RDM MATO GROSSO É PUBLICAÇÃO DO

Diretor

Editorial.

DIVULGACÃO

25 - Mato Grosso terá escritório de negócios na China

06 - EM FOCO 08 - ACONTECE NA BANCADA 10 - ACONTECE NOS PODERES 12 - ENTREVISTA 24 - MUNICÍPIOS ESTÃO DISTANTES DA REFORMA DA PREVIDÊNCIA 26 - OPINIÃO 4

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EVELIN DEIRANE (65)99988-1317

mídia@revistardm.com.br comercial@revistardm.com.br

ADMINISTRATIVO CENTRAL: (65) 3623-1170

20 - Seis municípios estão na lista dos maiores PIBs do país

18 - Legalidade bate à porta do homem do homem do campo

ARTUR DIAS DA FONSECA NETO (65) 3623-1170 (65) 9682-1470

Diretor Editorial

GALERIA 504 – RUA BRIGADEIRO EDUARDO GOMES, 504 BAIRRO POPULAR, CUIABÁ/MT CEP: 78045-300

O tempo está acabando

0800647 6477363 7363 0800 647 7363 0800

chamadas “vozes das ruas”, que temem que tais transformações, por ocorrerem tarde demais ou de forma muito tímida, SEMA GALERIA 504 – RUA BRIGADEIRO EDUARDO GOMES, 504 Secretaria não surtam os efeitos esperados. BAIRRO POPULAR, CUIABÁ/MT CEP: Estado 78045-300 de de

Meio Ambiente

João Pedro Marques Diretor Editorial

SEMA SEMA Secretaria Secretaria Estado dede Estado de de Meio Ambiente Meio Ambiente

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EM FOCO

Da Redação

CONFIANÇA TOTAL CÉU DE BRIGADEIRO

Enfim, foi assinado o contrato de concessão dos quatro aeroportos de Mato Grosso. Pelas cláusulas contratuais, o concessionário terá até 40 dias, a partir de 06 de agosto, para finalizar a entrega dos planos de Transição Operacional (PTO), de Exploração Aeroportuária (PEA) e de Gestão de Infraestrutura (PGI). A transferência total dos aeroportos virá com a homologação dos documentos pela Agência Nacional de Viação Civil (Anac). O aeroporto Marechal Rondon e os regionais de Sinop, Rondonópolis e Alta Floresta foram adquiridos pelo consórcio Aeroeste durante leilão realizado em abril, a Bolsa de Valores de São Paulo. O governador Mauro Mendes (DEM) disse que a concessão dos terminais é bastante positiva para o estado.

ESCOLA MODELO

O secretário de Educação Básica do Ministério da Educação (MEC), Janio Carlos Macedo, visitou a Escola Estadual Plena Professor Rafael Rueda, no bairro Pedra 90, em Cuiabá, para conhecer o projeto de educação em tempo integral nas escolas da rede estadual. Segundo Janio Macedo, o MEC pretende investir nas escolas de tempo integral, pois acredita que é um programa que pode mudar a vida dos estudantes, principalmente nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio. No país existem 21 mil escolas públicas que se dedicam ao ensino médio, desse total apenas 4,6 mil funcionam em tempo integral, como a Rafael Rueda.

REPASSES EM DIA

O Estado repassou R$ 75,7 milhões para a Secretaria de Saúde de Cuiabá em 2019, segundo levantamentos feitos junto ao Fiplan. “Referente ao ano de 2019, estamos rigorosamente com todos os pagamentos em dia. Não apenas com Cuiabá, mas com todos os 141 munícipios de Mato Grosso”, afirmou o secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo. A gestão do governador Mauro Mendes (DEM) herdou uma dívida no total de R$ 63 milhões referentes aos anos de 2016, 2017 e 2018. Porém, o secretário esclareceu que o Estado está realizando repasses e que parte da dívida já foi paga, restando, aproximadamente, R$ 39 milhões do passivo, de acordo com Gilberto Gomes.

EDUCAÇÃO NOTA DEZ Em Mato Grosso, a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) tem mantido esforços constantes para reduzir os índices de analfabetismo, implementando políticas públicas para a alfabetização, tanto na idade certa, como para jovens e adultos. Quem garante é a secretária de Estado de Educação Marioneide Kliemaschewsk. Segundo ela, na alfabetização de jovens e adultos, o 6

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projeto Muxirum da Alfabetização já bateu a meta de matrículas para este ano. São 2.850 adultos matriculados, 127 alunos a mais do que o esperado. “Em dois anos de trabalho, mais de 10 mil pessoas foram alfabetizadas e já conseguem ler e escrever, graças ao esforço dos coordenadores e alfabetizadores que atuam em mais de 30 municípios do estado”, disse.

O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), do mês de agosto, apurado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), divulgado pela Fecomércio-MT, revela uma melhora de 2,2% sobre o mês anterior e de 3,9% na comparação com agosto do ano passado, atingindo, assim, 128,8 pontos. Foi a segunda melhora consecutiva da pesquisa, depois de registrar quedas em meses anteriores e chegar a 125,1 pontos em junho, pior resultado do ano. Mesmo assim, a avaliação da Fecomércio-MT para a pesquisa é de melhora gradual no cenário de mais longo prazo, confirmando a percepção de otimismo pela classe empresarial.

SAIDÃO RADICAL

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Marcos Bargamasco

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EXCESSO DE MENSAGENS Dessa os proprietários de telefones vão gostar. É que multa para telefônicas por excesso de mensagens de cobrança está na pauta da Comissão de Ciência e Tecnologia (CCT) do Senado. De acordo com o texto, um novo aviso de cobrança só poderá ocorrer após 72 horas da primeira notificação. Caso a empresa descumpra o prazo, terá de pagar multa de até 100% do valor do débito não pago para cada mensagem enviada em descumprimento ao limite. Em caso de reincidência, o valor deve ser cobrado em dobro. Os senadores que integram a CCT também devem dar andamento à análise do projeto que põe fim às restrições de propriedade cruzada entre telefônicas, emissoras de radiodifusão e empresas que produzem conteúdo.

Sabe aquela história de detento deixar o presídio no famoso ‘saidão’ sem usar tornozeleira? Proposta que torna obrigatório o uso de equipamento de monitoramento eletrônico pelos condenados por crime hediondo ou violento durante as saídas temporárias está sendo analisada pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado. O autor do Projeto de Lei 120/2016, senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), justifica que hoje os beneficiados com o “saidão” — quando condenados deixam o presídio em datas comemorativas, não são submetidos a qualquer tipo de vigilância e aproveitam para cometer novos crimes, às vezes graves, como estupros. A intenção é radicalizar o saidão.

FALHA NA LEI

O estabelecimento comercial que aceita cartão bancário com senha como forma de pagamento, sem exigir documento de identificação do portador, não pode ser responsabilizado pelos prejuízos na hipótese de uso indevido do cartão por quem não seja seu verdadeiro proprietário. Isso porque não há lei federal que torne obrigatória a exigência de documento no caso de cartões com senha. O entendimento foi adotado pela Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) ao rejeitar recurso de um correntista que pretendia responsabilizar o estabelecimento comercial por não ter exigido a identificação do portador do cartão, permitindo assim que fossem feitas despesas indevidas em seu nome.

ÚLTIMA CHANCE

Quem tiver débito ambientais com a Secretaria de Meio Ambiente (Sema) poderá resolver o problema por meio do Programa Regularize. O prazo para adesão termina em 30 de dezembro. O programa prevê a renegociação de dívidas não tributárias com descontos de até 75% para o pagamento à vista. Os contribuintes também podem parcelar em até 60 vezes e com descontos de 15%. O contribuinte, seja pessoa física ou jurídica que possuir dívida ativa, deve se identificar como devedor por meio do Termo de Confissão e Parcelamento de Débito junto à Procuradoria Geral do Estado (PGE-MT) ou nos postos do Ganha Tempo. 3 PODERES |

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Acontece na Bancada

Por João Pedro Marques

Assessoria

CONSELHEIRA SE COMPLICA

PROCURADOR PRECAVIDO

Procurador-geral de Justiça (PGJ), José Antônio Borges, garante que aproveitará o máximo de documentos e informações que estavam nos autos dos processos que apuravam a participação de membros do Ministério Público do Estado (MPE) no esquema de interceptações telefônicas, conhecido como “Grampolândia Pantaneira”, além de outras infrações conexas ao caso. A declaração ocorre após a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que anulou todas as decisões proferidas pelo desembargador Orlando Perri. “Nós estamos tranquilos com o reestabelecimento da competência para investigarmos possíveis infrações cometidas por promotores de Justiça. Não vamos descartar o que já foi feito, disse. Divulgação

Assessoria

WELLINGTON ENGAJADO

O senador Wellington Fagundes (PR) foi um dos primeiros parlamentares de Mato Grosso a engajar na luta contra as queimadas usando as redes sociais. Em sua página no Instagram, Fagundes disse que “mais um ano que vemos nossas matas sendo queimadas e nosso ambiente ser poluído por conta do fogo. Inúmeras reportagens já alertam para o perigo que vem rondando Mato Grosso, em especial por conta do período de seca”. Segundo o senador, Mato Grosso foi um dos líderes em queimadas, somando 55% dos focos de incêndio registrados em todo o país. “E isso não pode voltar a acontecer! Por isso, devemos nos conscientizar com medidas simples para evitar incêndios florestais e colocar nossas casas, campos e animaizinhos em risco”.

Thiago Bergamasco TCEMT

A conselheira interina do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Jaqueline Jacobsen, é alvo de denúncia investigada pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de Mato Grosso, por suposto tráfico de influência para beneficiar sua irmã, Camila Salete Jacobsen e sua filha, Eveline Guerra da Silva. De acordo com denúncia, as irregularidades e supostos crimes ocorreria através da empresa Jacobsen Assessoria e Consultoria Ltda, que já teria firmado contratos com prefeituras, órgãos públicos que somam mais de R$ 500 mil. Entre os municípios que a empresa adquiriu contrato estão São Félix do Araguaia, Vila Rica, Água Boa e Ribeirão Cascalheiras.

PRÓ SANTA CASA

Após confirmar que trabalha para liberar R$ 10 milhões, via Ministério da Saúde, para atender as necessidades financeiras emergenciais da Santa Casa de Misericórdia de Rondonópolis, o deputado federal José Medeiros (Pode) iniciou a semana com foco na urgência da deliberação dos recursos, que serão oriundos de sua cota de emenda parlamentar, para evitar o fechamento da unidade de saúde. O deputado explica que o dinheiro será destinado, de maneira inicial, para a Prefeitura de Rondonópolis, como caminho legalmente exigido para destinar dinheiro público para a Santa Casa. Detalhou que se trata de uma verba de custeio que poderá ser empregada em qualquer valor referente aos débitos vencidos da instituição.

JUSTA HOMENAGEM

O casal Jayme Campos e Lucimar Sacre de Campos estão animados com a inauguração das obras do Complexo Esportivo “Júlio Domingos de Campos”, o Fiotão. Tanto o senador quanto a prefeita de Várzea Grande não escondem a felicidade em homenagear seo Fiote, pai de Jayme. A obra física do ginásio consumiu cerca de R$ 8,4 milhões e a revitalização no entorno, que foi uma exigência do Ministério Público cumprida pela administração municipal, outros R$ 1,6 milhão. Além da estrutura esportiva, o complexo conta com praça de lazer e áreas complementadas como a Biblioteca Municipal Farol do Saber, o Restaurante Municipal e a proteção da nascente do Córrego do Aeroporto que está sendo urbanizado pela administração.

DECISÃO POLÊMICA

Gerou polêmica a decisão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, que acolheu tese do Ministério Público e excluiu procuradores do Estado de foro privilegiado. A decisão foi do desembargador Gilberto Giraldelli. A questão foi suscitada pelo coordenador do NACO Criminal, procurador de Justiça Domingos Sávio de Barros Arruda, em Ação Penal na qual o ex-procurador-geral do Estado, João Virgílio do Nascimento Sobrinho, é acusado, juntamente a outros agentes públicos, de corrupção passiva, e a decisão do desembargador repercutirá em casos semelhantes, ou seja, retirando de qualquer membro da PGE o direito a foro privilegiado.

NA MORAL

GRADUAÇÃO FACILITADA

Teve vereador de oposição chiando, mas os servidores da Prefeitura de Cuiabá elogiaram a iniciativa do prefeito Emanuel Pinheiro em firmar parceria com faculdades que garantem até 50% de desconto à categoria. O benefício abrange cursos de graduação e pós-graduação da Universidade de Várzea Grande (Univag) e Faipe. A parceria de inciativa do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) contempla milhares de profissionais de cargos efetivos e comissionados, abrangendo também as áreas de pesquisa e extensão. A ação também beneficia os dependentes dos servidores. Nestes casos, o mesmo processo documental é exigido, além da necessidade de comprovação de grau de parentesco como a apresentação de carteira de identidade, certidão de nascimento ou de casamento.

Quem Está com a maior moral entre os oficiais da Polícia Militar de Mato Grosso é o deputado federal Nelson Barbudo (PSL). Ele vai receber a mais alta honraria da Polícia Militar do Estado, a medalha “Homens do Mato”. A cerimônia acontece no dia 5 de setembro, no Quartel do Comando Geral, em Cuiabá, em comemoração ao aniversário de 184 anos da corporação. Afiado no discurso, Barbudo adiantou um pouco da sua história de vida. “Nasci em São Paulo mais escolhi Mato Grosso para viver com minha família. Há mais de 30 anos convivo com a cultura e as tradições mato-grossenses e me sinto honrado por este reconhecimento. Quero ser merecedor dessa honraria não só hoje, mas, também no futuro”, disse.

Otmar de Oliveira

Thiago Bergamasco TCEMT

CÂMARA DOS DEPUTADOS | SENADO

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ACONTECE NOS PODERES

Por João Pedro Marques

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) aprovou a contratação de crédito externo, com a garantia da União, entre o governo do estado de Mato Grosso e o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird). Os recursos da operação de crédito, no valor de US$ 250 milhões, compreendem a rubrica “Empréstimo de Política de Desenvolvimento com Sustentabilidade Fiscal e Ambiental no Estado de Mato Grosso”, destinada à liquidação da dívida do estado com o Bank of America, no âmbito de um contrato firmado em 2012. Em Mato Grosso não se diz outra coisa: Tudo aconteceu nos conformes devido a atuação dos senadores Jayme Campos (DEM) e Wellington Fagundes (PR) em favor do contrato.

IMPRESSÃO CONSCIENTE

Se depender da presidência do Tribunal de Justiça de Mato Grosso todo o sistema terá que reduzir drasticamente o uso de papel. É que o TJMT imprimiu 47,6 milhões de páginas em 14 meses, o que equivale a dizer que 3.842 árvores foram utilizadas para produzir todo esse papel. Os dados fazem parte do relatório de consumo emitido pelo software PaperCut. O presidente do TJ, desembargador Carlos Alberto Alves da Rocha, tem a intenção de reduzir o consumo de recurso natural e quer embutir em cada magistrado e servidor a prática da impressão consciente por meio de portaria. “Queremos contribuir para um impacto positivo no planeta, além de evitar o desperdício e a utilização indevida do recurso de impressão”, pontuou.

CIDADÃO INDÍGENA Em setembro o Ministério Público Federal e o Governo de Mato Grosso vão atuar juntos em um mutirão de cidadania na aldeia Halataikwa, da etnia Enawenê-nawê, em Juina. “Nós iremos expedir ofícios aos Cartórios

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SecomMT

SecomMT

CONVIVÊNCIA AMIGÁVEL O Governo Estado, por meio da Secretaria de Educação, vai de vento em popa no relacionamento com o Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público (Sintep). Várias pautas estão sendo tratadas em conjunto, entre elas, o calendário escolar, matrículas de 2020, pagamento do corte de pontos, concurso público, programa profuncionário, concessão de licenças-prêmio e pagamento do 13º salário. A secretária de Educação, Marioneide Kliemaschewsk ressalta a importância da parceria com o sindicato para a construção das políticas públicas necessárias para a melhoria da qualidade de ensino. “Queremos estabelecer uma relação de discussões, sugestões e transparência com o Sintep”, observou.

para que procedam no auxílio do mutirão que será realizado, bem como à Corregedoria do Tribunal de Justiça de Mato Grosso para solicitar auxílio e eventual colaboração no evento”, enfatizou o procurador da República

TOLERÂNCIA ZERO

O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (DEM), já adiantou que não vai dar trégua às pessoas que promovem desmatamento ou queimadas ilegais. Ações integradas entre a secretaria de Meio Ambiente, Secretaria de Segurança Pública, Ibama e o Exército Brasileiro vão combater crimes ambientais na Amazônia Mato-grossense. De acordo com a gestora da Sema, Mauren Lazzaretti, a Ação Integrada de Contenção de Desmatamentos e Queimadas no Bioma Amazônia terá tolerância zero com os crimes ambientais que forem identificados. Ou seja, haverá multas, embargos de área e até prisões se necessárias. Quem estava acostumado com a impunidade é bom tomar cuidado de agora em diante.

Vinícius Alexandre Fortes de Barros. A previsão é que, durante o evento, sejam emitidos 395 Registros Gerais (RG), 400 CPFs, 73 Carteiras de Trabalho e Previdência Social, além de correções de certidão de nascimento.

BATATA QUENTE

GLIFOSATO NÃO

A questão da Cota Zero, projeto que proíbe a comercialização e o transporte de pesca amadora por cinco anos em Mato Grosso a partir do ano de 2020 está virando uma batata quente nas mãos das autoridades. Os ambientalistas aplaudiram, no entanto, a proposta do governo comprou briga com comunidades ribeirinhas, donos de peixarias e proprietários de pousadas no Pantanal e nas proximidades de rios como o Teles Pires, Aripuanã e Araguaia, principalmente. O pescador teria de soltar o animal de volta no rio na sequência ou consumi-lo no local da pesca. Outra questão colocada ao governador Mauro Mendes é que a proposta poderá aumentar o índice de desemprego no estado. Quem vai segurar essa batata?

O Ministério Público Federal se uniu ao Ministério Público do Trabalho e o Ministério Público Estadual para ajuizar ação civil pública para proibir que produtores rurais de Mato Grosso utilizem qualquer agrotóxico que contenha o princípio ativo glifosato. A ação, segundo o Ministério Público, procura resguardar a saúde da coletividade de trabalhadores rurais expostos aos agrotóxicos, com efeitos que se desdobram para resguardar, também, o meio ambiente natural e a saúde coletiva. A ação foi ajuizada sob a modalidade coletiva passiva, em que entidades representativas são colocadas no polo passivo para defender os interesses da coletividade demandada, que no caso é composta pelos produtores rurais de Mato Grosso.

MP ARTICULADO O Ministério Público Federal (MPF) em Mato Grosso, por meio do Ofício Ambiental, e o Instituto Mato-Grossense da Carne (Imac) irão firmar um Termo de Cooperação Técnica para viabilizar a reinserção de pecuaristas com pendências ambientais ao mercado da carne. A iniciativa foi apresentada pelo procurador da República e titular do Ofício Ambiental Erich Masson durante reunião extraordinária do Conselho Deliberativo do Imac. A expectativa é que, com a implantação de um sistema de monitoramento de áreas embargadas, cerca de oito mil pecuaristas mato-grossenses voltem ao banco de fornecedores dos frigoríficos que aderiram ao Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) da Carne. Thiago Bergamasco TCEMT

EMPRÉSTIMO GARANTIDO

Assessoria

Thiago Bergamasco TCEMT

EXECUTIVO | LEGISLATIVO | JUDICIÁRIO

TCE DE OLHO O Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE) está de olho na prestação de contas de Governo do Estado no exercício de 2019. A atenção especial se dará em cima da Reserva Extrativista Guariba-Roosevelt, localizada entre os municípios de Colniza e Aripuanã, única nessa categoria no estado. A área está sofre invasão para criação de gado, plantação de pastagem onde antes era floresta amazônica, construção de pontes ilegais para escoamento de madeira e desmatamento de cerca de 21 quilômetros quadrados somente este ano. O relator das contas de governo, conselheiro Guilherme Maluf, acenou que irá notificar o Estado para que apresente um Plano de Ação para regularização da unidade de conservação. 3 PODERES |

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Entrevista | Manoel Netto

Rui Matos, da reportagem

Divulgação

Quem se ilude com likes não vende o seu peixe

pessoal da produção de texto, áudio, vídeo e foto. O redator publicitário, diretor de arte, fotógrafo, editor, cinegrafista, web designer e jornalista. Tem a revisão, tem o profissional de programação em HTML, analista de relacionamento e de monitoramento. Não se consegue fazer tudo isso com o sobrinho CDF ou o menino de Internet. Precisa de organização e controle para funcionar e gerar bons resultados. Não há campo para aventureiros nesse jogo.

Páginas que conseguem muitos likes e seguidores através de patrocínio, em geral, tem percentual de alcance menor, alerta o publicitário Manoel Netto

J

á é visível a atuação de políticos com mandatos e possíveis candidatos usando e abusando dos recursos das mídias sociais com vista às eleições de 2020. Na sua grande maioria, com certa dose de amadorismo. O marketing político digital no próximo pleito terá papel importante nos resultados na medida em que os canais online ganham relevância no processo de comunicação. Para o publicitário Manoel Netto, nosso entrevistado do mês, a grande mudança em termos de cenário é a penetração cada vez maior das mídias sociais na sociedade. Professor em Marketing Político e Eleitoral Digital, palestrante em Comunicação Eleitoral e Marketing Político, consultor em Pesquisa de Mercado e Opinião Pública Política, ele adianta que as equipes deverão trabalhar de maneira muito mais técnica, já que o engajamento irá contar muito mais do que a quantidade de postagens. “Quem não sair do amadorismo ou se iludir com likes comprados não vai vender o seu peixe”. 12

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O marketing digital nas eleições de 2020 terá um papel importante. Há também os riscos, ou por excesso ou por negligência? Desde 2008 a Internet tem ocupado espaço considerável, ano após ano, nas ações de comunicação política e eleitoral. Antes da reforma eleitoral, que escasseou recursos provenientes de doações de investidores de campanha, existia o “Deus Marqueteiro”, profissional capaz de mudar a opinião pública por meio de suas receitas infalíveis, caras e repetitivas. Com medo de contrariá-lo, o candidato seguia à risca as ordens dessa divindade por mais absurdas que fossem. Assim aconteceu grandes vitórias e fracassos. Maluf, por exemplo, disse lá atrás: “Se Celso Pitta não for um bom prefeito, nunca mais votem em mim”. Com isso ficou provado que

Likes não dão votos, compartilhamento não é sinônimo de aceitação e conversão. É preciso mais que curtidas e compartilhamentos para um candidato converter seus seguidores em eleitores

arrependimento não mata. Com o surgimento de novos canais de comunicação o processo ganhou nova modelagem e campanha sem engajamento nos meios sociais não decolam, sejam na política ou no mercado. Sem envolvimento das personas não haverá encontros com o resultado vencedor.

ce por excesso ou por omissão e o perigo mora na forma e conteúdo oferecidos nas redes e plataformas. A Internet é um ótimo canal para construir reputação, mas, como diz o historiador Lenadro Karnal, “o que eu penso, não muda nada além do meu pensamento, o que eu faço a partir disso, muda tudo”.

Além desse envolvimento é fundamental abrir o leque de possibilidades? Sim. Para realizar um bom trabalho na área digital é preciso que a equipe tenha o formato basilar com gente capacitada na área de comunicação, tecnologia, política e jornalismo. Sem essa coordenação orquestrada não haverá KPI positivo (Key Performance Indicator), ou os famosos Indicadores-Chave de Desempenho esperados. É certo que há riscos e equívocos, isto aconte-

Não dá para apostar tudo naquele “sobrinho CDF” ou no “menino de Internet”? O sobrinho pode até compor o staff, mas tem que ter função e gerar resultado, caso contrário não ajudará e pode atrapalhar. Uma equipe de digital em campanha eleitoral tem várias funções. Tem o profissional da pesquisa que cuidará do levantamento de palavras-chave, temas, influenciadores e canais e ele será o analista de pesquisa. Também o estrategista e coordenador. Tem o

Comprar seguidores é positivo para quem está com mandato ou é candidato? Isso é negativo, principalmente numa pré-campanha, onde você tem que construir reputação. Comprar fãs é o mesmo que banhar-se em água quente para espantar o calor. Não refresca em nada. Logo vai perceber que não há engajamento e que a interação será zero. Além de ter pessoas de fora de sua área de atuação geográfica. Se nos anos 1960 a frase “Faça amor, não faça guerra” era o retrato de uma geração, “não compre fãs, faça impulsionamentos” pode ser a frase da geração Facebook. Para quem está com mandato ou é candidato não é bom, é fácil detectar estas ações, e, até mesmo “influencers” que fazem uso destes mecanismos perdem receita, respeito e credibilidade. Pode gerar notícia negativa e viralizar. Pode ser a deixa que o adversário quer para detonar uma crise. Para quem trabalha campanhas com mensagens que despertam emoção, crença e fé, é um tiro no pé. Pagar para ter mais likes não adianta nada. Terá

apenas uma etiqueta na página, o que é relevante, mas não conseguirá chegar aos seus fãs. Fundamental é interagir, participar e compartilhar em grupos similares, compartilhar com amigos, buscar o crescimento orgânico, entre outros. Apenas impulsionar sem uma estratégia que gere impacto também não trará resultados... Na política o que faz a diferença é a mensagem única e forte, que gere sentimentos espelhados da sociedade. Algo que seja empático, que motive e faça com que as pessoas se mobilizem em torno dos mesmos objetivos. Para impulsionar conteúdo é preciso segmentar os públicos e criar postagens diferentes para cada perfil. No digital a produção é diferente dos outros meios. É preciso falar de um para um. A TV e o Rádio conseguem atingir grande parte da população com seu conteúdo pronto e com suas programações em horários pré-determinados. Já a cultura “on demand”, que é própria da internet, cria e gera comunicação em tempo real sem marcar horário e sem programação encomendada. Este formato caiu como luva para a população e principalmente para os jovens, que preferem e querem informação instantânea em qualquer lugar e a qualquer hora. Ficar simplesmente publicando nas redes também não vai funcionar. O candidato terá que inovar sempre? A inovação é o nome da transformação dos recursos utilizados no passado. Esta transformação veio com a tecnologia e a Internet das coisas. Num primeiro momento causa estranheza e, logo após, a satisfação por facilitar as ações do dia a dia. Hoje, com criatividade e poucos recursos consegue-se fazer comunicação de qualidade e levar conteúdo e entretenimento para uma grande massa. Basta olhar para cases mais recentes, tanto na política quanto na economia. 3 PODERES |

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Divulgação

Rui Matos, da reportagem

Por outro lado, não adianta ter likes e compartilhamentos se o conteúdo não tiver relevância para seu posicionamento... Verdade! Likes não dão votos. Compartilhamento não é sinônimo de aceitação e conversão. É preciso mais que curtidas e compartilhamentos para um candidato converter seus seguidores em eleitores e transformá-los em embaixadores de sua mensagem, defensores de seu programa e ideias. Será preciso conhecer a composição macro do conteúdo político: informação, entretenimento, ideologia, direção e propósito. Calma, eu explico! A comunicação política eficiente fala com o coração, faz crer e provoca a fé. O que quer o eleitor conectado? O conteúdo tem que estimular o emocional dos internautas no sentido de sensibilizar, motivar e mobilizar. Sensibilizar criando empatia, motivar criando razões e motivos e mobilizar para fazer seu pedido de votos. Cada plataforma de mídia social tem sua própria característica e em todas as funções básicas são entretenimento e relacionamento. Não adianta gerar conteúdo sem relevância para o seu público. É preciso conhecer e saber com quem estamos falando. Posicionamento é a palavra de ordem. 14

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Engajamento conta muito mais do que a quantidade de postagens, de seguidores ou likes? Muito mais. Mas depende de como você irá tratar os dados. Uma das métricas consideradas como padrão dentro da análise de relatórios medidos em mídias sociais é a Taxa de Engajamento (TE) nos posts de Facebook. Ela é a ponderação entre o alcance e as interações: para calcular concorrentes ou fanpages sem acesso administrativo, o cálculo é baseado no volume de fãs. Tendo isso em vista, a questão é como adaptar essa métrica para outras redes. O Twitter, por exemplo, através do Twitter Analytics, conseguimos visualizar uma métrica chamada Taxa de Participação. Essa métrica é o equivalente à nossa Taxa de Engajamento, pois ela pondera as interações no tweet, curtidas, retweets, respostas, cliques e seguidores ganhos com o volume de impressões. Achar que a tecnologia vai substituir o ser humano numa campanha é um erro estratégico? Em campanha eleitoral o indivíduo é importante. Na medida em que as campanhas contarão com menos recursos, terão que investir em tecnologia sem desprezar as ações de rua. A internet como canal de relacionamento tem se mostrado insubstituível. Ela

Likes não dão votos, compartilhamento não é sinônimo de aceitação e conversão. É preciso mais que curtidas e compartilhamentos para um candidato converter seus seguidores em eleitores tem papel preponderante na regulação e segmentação de mensagem alvo. Na captação de fãs é uma grande fonte para a mídia, é rápida para mobilizar, ajuda na formação de conceito e é, talvez, a melhor forma de combater as fakenews. Mas nada substitui o volume de campanha nas ruas, o trabalho de cabos eleitorais, apoio físico de lideranças comunitárias e, principalmente, a mobilização in loco. A redução do tempo de campanha para 45 dias pode comprometer a pessoalidade do candidato? Não chega a ser um problema, já que a comunicação pode ser feita antecipadamente, só não pode pedir votos. É preciso usar bem o período de pré-campanha para que o sprint final tenha bons resultados. O maior ativo que os profissionais devam se preocupar nas atividades do marketing digital é o tempo que têm para construir reputação até o período permitido por lei para colocar a campanha física nas ruas. Com relação a massificação nas redes sociais é preciso muito cuidado: conteúdos relevantes são armas importantes, mas é preciso planejamento para não cair em armadilhas. A internet tem “time” próprio e controlar, medir e analisar formatos é muito importante. Exemplo: é dito que para comunicação nos meios sociais as mensagens devem ser curtas, que na internet menos é mais. Não é verdade, pois com a técnica de “storytellig” e “telling” é possível fazer mais e melhor. Não é a quantidade e sim o conteúdo das postagens que comprometem ou definem o resultado.

Capa

Da Reportagem

Força tarefa embarga quase 11 mil hectares por desmatamento ilegal Embargos impedem atividades econômicas sobre as áreas desmatadas sem autorização da Secretaria de Meio Ambiente FOTOS: Mayke Toscano SecomMT

Entrevista | Manoel Netto

Na gestão Mauro Mendes a Sema já embargou 10.864 hectares por desmatamento ilegal no bioma amazônico

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Governo de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, já embargou 10.864 hectares por desmatamento ilegal no bioma amazônico na gestão do governador Mauro Mendes (DEM). Com o embargo, os proprietários estão impedidos de desempenhar qualquer atividade econômica sobre as terras abertas de maneira ilegal. De acordo com a secretária de Meio Ambiente, Mauren Lazzaretti, a Ação Integrada de Contenção de Desmatamentos e Queimadas terá tolerância zero com os crimes ambientais. Em uma força integrada entre Sema, Secretaria de Segurança Pública (Sesp) e Ibama 16 equipes foram distribuídas

As multas pelos crimes ambientais que incluem desmatamento ilegal, uso irregular do fogo e transporte ilegal de madeira somam quase R$ 60 milhões de reais

novas queimadas e desmatamentos”, explica a secretaria. As multas pelos crimes ambientais que incluem desmatamento ilegal, uso irregular do fogo e transporte ilegal de madeira somam quase R$ 60 milhões de reais. Também foram apreendidos 13 tratores, 9 motosserras e seis pessoas foram presas em flagrante em Nova Bandeirantes.

em sete regiões no bioma amazônico. “Mato Grosso, dentre os Estados da Amazônia Legal, tem a melhor resposta a todos os eventos e vamos atuar com tolerância zero aos crimes ambientais. Nossa prioridade é o combate para cessar o desmatamento. Em muitos locais a presença do Estado evitou

Extremo Norte Os infratores foram encontrados realizando desmate ilegal e operando uma serraria móvel em plena área de floresta. Foram identificados mais de 4 mil hectares de área desmatada ilegalmente, sendo 3.500 apenas no município de Nova Bandeirantes. As 3 PODERES |

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Da Reportagem

áreas de alertas deter desmatamento (km²)

“A ação Integrada de Contenção de Desmatamentos e Queimadas terá tolerância zero com os crimes ambientais”

ações foram conduzidas pela Diretoria de Unidade Desconcentrada (DUD) da Sema, em Alta Floresta, em parceria com Batalhão de Polícia Militar de Proteção Ambiental (BPMPA) e 11º Batalhão de Polícia Militar As áreas identificadas em Nova Bandeirantes eram todas de difícil acesso. Na região, foram aplicados cerca de R$ 20 milhões em multas, pelos crimes de transporte ilegal de madeira, desmate em áreas de reserva legal e de manejo floresta, desenvolvimento de atividade potencialmente poluidora sem autorização e uso de fogo sem autorização e durante o período proibitivo. Durante a operação, a Polícia Judiciária Civil de Alta Floresta, com apoio da Sema, apreendeu um caminhão um caminhão com 49m³ de madeira ilegal. Também foram identi-

BAHIA DISTRITO FEDERAL GOIAS MARANHÃO MINAS GERAIS MATO GROSSO DOSUL MATO GROSSO PIAUÍ PARANÁ RONDÔNIA SÃO PAULO TOCANTINS TOTAL

ficados 113 hectares desmatados em Peixoto de Azevedo, com multa aplicada de R$ 500 mil. Araguaia Na Região do Araguaia, Leste do Estado, a Sema em parceria com a Polícia Militar atuou na fiscalização de sete pontos resultando na autuação de 5 mil hectares. Em uma das propriedades, localizada no município de Araguaiana, a equipe apreendeu cinco tratores de uma empreiteira de Minas Gerais. Os trabalhadores informaram às equipes que já haviam sido utilizadas 1.200 horas de trabalho das máquinas e ainda restavam 800 horas contratadas para finalização do desmatamento. No município de Canarana, as

Nas áreas de desmatamento no Cerrado, que somaram 401,9 km² no mês de março, alguns trechos foram destruídos pelo fogo em agosto

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Contribuição %

55,9 13,9% 0,2 0,0% 56,3 14,0% 16,2 4,0% 37,7 9,4% 22,4 5,6% 75,0 18,7% 43,2 10,7% 0,3 0,1% 0,0 0,0% 0,1 0,0% 94,6 23,5% 401,9 100%

infrações ambientais somaram R$ 26 milhões em multas. Outras regiões As equipes também estão atuando no Noroeste de Mato Grosso. Em Colniza e Aripuranã foram autuados 1.600 hectares, somando 8,3 milhões em multas. Equipes também foram distribuídas nos polos de Juara, Juína, Sorriso e Confresa. As equipes em campo enviam diariamente os resultados alcançados pela força tarefa para definição de novas ações estratégicas para contenção das queimadas e desmatamento ilegal. Em tempo real A Plataforma de Monitoramento com Imagens Satélite Planet, adquirida pelo programa REM, por meio do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO), com recursos da Alemanha e Reino Unido, está sendo utilizada pela Governo de Mato Grosso para identificação das áreas desmatadas. Com imagens de alta resolução espacial e geração de alertas ocasionados pelo monitoramento diário em tempo real, a plataforma é abastecida por imagens de mais de 120 satélites Planet, disponibilizadas com resolução espacial de 3 metros que cobrem todo o território do estado. O grande número de imagens diárias permite um eficiente monitoramento de áreas críticas e servirão de fundamento

As áreas de alerta de desmatamento no Bioma Cerrado somaram 401,9 km² no mês de março de 2019, segundo os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)

Desmatamentos ilegais e incêndios em área de floresta e cerrado causaram prejuízos ao meio ambiente e aos cofres públicos

para tomadas de decisões estratégicas. Mauren assegura que a plataforma trará resposta rápida não apenas do ponto de vista preventivo ou da autuação administrativa, mas também da responsabilização criminal e obrigação de reparar o dano. “O sistema vai inibir o avanço das ilegalidades contra o meio ambiente, como também permitir que estejamos no local a tempo de evitar que outras iniciativas ocorram. A percepção do alerta vai nos fazer focar estrategicamente em determinadas regiões”, afirmou. O serviço também fornecerá um painel dos alertas acessível ao público que permitirá verificar os índices de desmatamento por munícipios, bioma, unidades de conservação ou terras indígenas, podendo ser realizado cruzamentos entre os dados e verificação de áreas em que está ocorrendo uma degradação maior, dando uma transparência inédita para o Estado. Desmate no Cerrado As áreas de alerta de desmatamento no Bioma Cerrado somaram 401,9 km² no mês de março de 2019, segundo os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Os alertas são registrados pelo Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo (DETER), que é baseado em imagens de satélites de observação da Terra e destinado a orientar a fiscalização em

campo, feita pelos órgãos competentes. A distribuição das áreas de alertas por estado é mostrada na tabela a seguir. As áreas de desmatamento nos últimos três meses (janeiro, fevereiro e março/2019) acumulam o total de 1.219,3 km2. Já quando analisado o ano calendário do desmatamento agosto/2018 a março/2019 - o valor do DETER Cerrado aponta 3.511,2 km2. Em função da cobertura de nuvens variável de um mês para outro, e também da resolução dos satélites, o INPE recomenda que a comparação entre dados de diferentes meses e anos obtidos pelo sistema DETER seja feita com cautela. Sistema de alerta Realizado pela Coordenação de Observação da Terra em conjunto com o Centro Regional da Amazônia (CRA), o DETER é um serviço de alerta de desmatamento no Cerrado baseado em dados de satélite de alta frequência de revisita. Os alertas produzidos pelo DETER servem para orientar a fiscalização e garantir ações eficazes de controle da derrubada da vegetação nativa. Embora sejam divulgados relatórios que reúnem dados de um ou mais meses, os resultados do DETER são enviados quase que diariamente ao Ibama. Mudanças no CAR

Em janeiro de 2019, um Termo de Compromisso Ambiental (Tac) foi firmado entre o Ministério Público Estadual, o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), Secretaria de Segurança Pública, com participação da Polícia Civil via Dema. O objetivo é melhorar e destravar as análises do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e corrigir fragilidades detectadas, tanto no sistema tecnológico, quanto no gerencial. Mauren Lazzaretti enfatizou que a regularização ambiental é uma prioridade em Mato Grosso. “Seguiremos implementando melhorias e monitorando seus resultados para que sejamos precursores da execução da política ambiental no Estado. O CAR validado e a regularização dos passivos são nossos objetivos”, afirmou. O termo de compromisso ambiental propôs metas e prazos para o cumprimento. Entre os compromissos firmados estão a varredura periódica no Sistema de Cadastro Ambiental (SimCar), em busca de fragilidades no sistema para assegurar a atuação dos órgãos de controle externo. A competência do monitoramento está a cargo da Secretaria de Segurança Pública (Sesp). O TAC determina prazo de 12 meses para a Secretaria de Meio Ambiente (Sema) tornar mais eficiente o módulo Simcar Parceiros, garantindo acesso às informações sobre a gestão dos cadastros e analistas, desde a inscrição, incluindo a tramitação do registro, a validação; assinatura de termos de compromissos e monitoramento. 3 PODERES |

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REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA Marcos Vergueiro | SecomMT

Carla Ninos

título de posse da terra, devidamente registrado em cartório; a quarta fase visa o desenvolvimento econômico da família, através de políticas públicas que vão dar orientações sobre produtividade, créditos nos bancos, acesso a financiamentos, etc.”, esclarece o coordenador.

Meta é ter ações de regularizações efetivas em 88 municípios, 557 Glebas e Assentamentos

A origem do Programa Terra a Limpo vem de uma discussão nacional que visa melhorar a qualidade da gestão ambiental nos estados

Legalidade bate à porta do homem do homem do campo Programa Terra a Limpo vai regularizar terras em 88 municípios do Bioma Amazônico em Mato Grosso

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quipes do Instituto de Terras de Mato Grosso (Intermat) e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) trataram, durante o mês de agosto, da assinatura de um Termo de Cooperação Técnica em que as partes deverão realizar ações para concluir a regularização fundiária por meio do Programa Terra a Limpo. O Termo de Cooperação irá formalizar a concessão de atribuições ao Incra, dentro do plano de trabalho e de metas do programa, que tem como objetivo atingir mais de 70 mil famílias com ações de regularização fundiária rural com o financiamento do Fundo Amazônia. “O Incra e o Intermat, gover18

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nos federal e estadual, são grandes parceiros nessa implementação de ações de regularização e o Programa Terra a Limpo dá suporte para os dois órgãos nesse sentido. É importante ressaltar que, como as ações ocorrem nos municípios, então, nós contamos com o apoio dos governos municipais, que são agentes importantes para que se atinja a meta do Programa, que é ter ações de regularizações efetivas em 88 municípios do Bioma Amazônia, 557 Glebas e Assentamentos”, explica o coordenador do Programa Terra a Limpo, Benedito Nery Guarim Strobel. Ações como a implantação do sistema de gestão fundiária, a contratação do serviço de georreferen-

ciamento, deverão ser realizados em conjunto entre os órgãos. A cooperação será assinada pela Superintendência Regional do Incra, Incra nacional, Intermat e Casa Civil. “São quatro fases para a regularização fundiária, primeiro vem o georreferenciamento – que é o mapeamento de um imóvel rural referenciando os vértices de seu perímetro ao Sistema Geodésico Brasileiro, definindo sua área e sua posição geográfica –; a segunda fase social em que se identifica o beneficiário, isso ocorre através de entrevistas com as famílias para identificar renda, se estão aptos a participar do programa; o terceiro passo é a titularização, momento em que se entrega o

Assessoria

é tratado muito na ótica do Fundo Amazônia, o estado de Mato Grosso recebeu esse recurso – de R$ 72,9 milhões – para implementar ações que fortaleçam a governança fundiária e melhore o processo de regulaSecomMT

Objetivo é beneficiar mais de 70 mil famílias com ações de regularização fundiária rural

Entenda o Programa O programa Terra a Limpo se propõe a contribuir para reduzir os conflitos de terra e os desmatamentos ilegais, e fortalecer a agricultura familiar nos municípios da Amazônia mato-grossense, mediante a regularização fundiária de assentamentos e glebas públicas, estaduais e federais, e da modernização da gestão fundiária na esfera estadual, articulando-a com a da esfera federal. O coordenador do programa explica que o Terra a Limpo complementa o trabalho da Casa Civil, responsável pela regularização fundiária, e o Intermat conduz, na prática, essa política. Portanto, o programa vai impulsionar as ações de regularização que o Intermat já fazia, mas, que será fortalecido com a finalidade de melhorar a gestão fundiária e fortalecer a regularização em Mato Grosso. “A origem do Programa Terra a Limpo vem de uma discussão nacional que visa melhorar a qualidade da gestão ambiental nos estados. E essa gestão ambiental perpassa, historicamente, pela questão fundiária, para que seja possível implementar políticas públicas de desenvolvimento, de gestão ambiental e, nesse sentido, como a gestão ambiental

“Todos os títulos terão registro em cartório”, adianta o presidente do Intermat, Francisco Barros

rização”, pontua Benedito Nery. O Programa Terra a Limpo tem um prazo até 2023 para executar todas as suas ações previstas no investimento para várias frentes de atuação como melhorar a estrutura física, investir em tecnologia, melhorar a base de dados, ou seja, o processo passa a ser todo eletrônico e digital, melhorando o serviço prestado ao cidadão. “Esse projeto beneficia a todos, pois ganha o produtor, o assentado, o município, o estado, ganha a economia regional e nacional – ao trazer para a legalidade o produtor e introduzi-lo no sistema produtivo dá origem ao produto, dá segurança jurídica as famílias beneficiadas. Todos os títulos entregues através do Programa Terra a Limpo são registrados em cartório, para dar mais segurança ao beneficiário”, conclui o presidente do Intermat, Francisco Serafim de Barros. 3 PODERES |

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RENDA PER CAPITA Divulgação

Da Redação

seis municípios na lista dos maiores do país Puxados pelo agronegócio, seis dos 141 municípios mato-grossenses estão entre os 50 maiores PIB per capita do país

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uiabá, Várzea Grande e Rondonópolis são, de longe, as três maiores cidades de Mato Grosso. Juntas somam quase um terço dos três milhões de habitantes do estado. No entanto, não figuram entre as cidades com maior destaque no PIB (Produto Interno Bruto). No cobiçado ranking estão cinco cidades que fazem parte do seleto grupo das 50 no país com maior PIB Per Capita. A divulgação da lista animou setores da economia e até o governo do Estado. Pelas redes sociais, deputados, prefeitos e até o governador Mauro Mendes postaram elogiando o destaque. Via de regra, elas são localidades com população modesta, mas que concentram a exploração de atividades econômicas importantes, como o agronegócio. Na divisão do PIB por morador, a média fica alta. É o caso de Campos de Julio, que lidera a lista dos municípios mato-grossenses com maior renda por habitante. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2016, últimos divulgados pela instituição. Pelo ranking, o 20

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maior PIB per capita mato-grossense é Campos de Júlio, distante 526 quilômetros de Cuiabá no sentido Oeste. O município ocupa a oitava posição no ranking nacional, com R$ 202.309,42, valor superior 6,6 vezes à média nacional, de R$ 30.548,40, e 5,4 vezes à média estadual, de R$ 37.462,74. O primeiro do ranking nacional é o município paulista de Paulínia, com R$ 314.637,69. O segundo e terceiro colocados no ranking estadual estão localizados no Médio Norte mato-grossense. São Santa Rita do Trivelato, com R$ 167.966,16, e Nova Ubiratã, com R$ 115.474,99. Nacionalmente, ocupam a 18ª e 39ª posição. Pela ordem, Sapezal, na região Oeste, ocupa o 42º lugar no ranking nacional, com R$ 113.763,91; Alto Taquari, no Sudeste do Estado, com R$ 104.237,60, o 48º lugar; e Diamantino, no Centro-Sul, a 49ª posição, com R$ 104.092,58. Os seis municípios têm em comum o agronegócio como maior formador de seu PIB, cujo percentual varia de 41,8%, em Campos de Júlio, a 65,81%, em Nova Ubiratã. Os principais produtos cultivados são algodão (39,29% de toda

O resultado deve se ao bom desempenho do agronegócio e de políticas regionalizadas

A divulgação da lista animou setores da economia e até o governo. Pelas redes sociais, deputados, prefeitos e até o governador Mauro Mendes postaram elogiando o destaque a produção estadual de 2017, último ano divulgado pelo IBGE), milho (17,61%) e soja (15,31%). A soma de

seus PIB (R$ 8,999 bilhões) é equivalente a 7,27% do total estadual de R$ 123,834 bilhões. No quesito lavoura temporária, eles ainda produziram em 2017, porém em menor escala, feijão, arroz (exceto Alto Taquari), sorgo (exceto Nova Ubiratã), girassol (exceto Alto Taquari e Nova Ubiratã), cana-açúcar (Campos de Júlio, Alto Taquari e Diamantino), mandioca (Nova Ubiratã, Alto Taquari e Diamantino) e abacaxi (Nova Ubiratã e Diamantino). Em 2017, Diamantino produziu também amendoim, batata-doce, melancia e tomate.

Campos de Júlio Com 6.710 habitantes, população estimada em 2018 pelo IBGE, e densidade demográfica de menos de um habitante por quilômetro quadrado, Campos de Júlio tem um PIB total de R$ 1,281 bilhão, quase a metade (41,8%) oriunda do agronegócio. Mais da metade (56,81%) de seu território de 678.700 hectares (6.787 km2) é utilizado para o cultivo de algodão, arroz, cana-de-açúcar, feijão, girassol, milho, soja e sorgo. Seu rebanho bovino soma 45,9 mil cabeças. Em 2017, foi o quinto maior pro-

dutor estadual (e o sexto do país) de algodão em caroço, com 133,19 mil toneladas, cultivadas em 20,84 mil hectares, avaliadas em R$ 289,29 milhões. Na produção de milho ficou em oitavo lugar no Estado (e décimo-segundo do país), com 897.422 toneladas, cultivadas em 138.129 hectares, o que rendeu para seus produtores R$ 247,74 milhões. Quanto à soja, é o 15º maior produtor estadual (23º do país), com uma produção de 610, 8 mil toneladas, colhidas em 195,78 mil hectares e avaliada em R$ 538,1 milhões. Santa Rita do Trivelato Com população estimada em 3.330 habitantes (2018) e densidade demográfica 0,7 habitante por km², tem um PIB total de R$ 526,73 milhões, dos quais 58,99% são oriundos do agronegócio. Distante 354 km de Cuiabá no sentido norte, em mais da metade de seu território, de 473.400 hectares (4.734 km2) se cultiva algodão, arroz, feijão, girassol, milho e soja. Seu rebanho bovino é de 27.807 cabeças. Em 2017, ficou em 11º lugar no ranking estadual (18º em nível nacional) de produção de milho, com 698,54 mil toneladas, cultivadas em uma área de 110,84 mil hectares e avaliadas em R$ 117,69 milhões. Com relação à soja, foi o 24º maior produtor estadual e 40º nacional, com uma produção de 476,8 mil toneladas, em uma área de 144,49 mil hectares e avaliadas em R$ 401,15 milhões. Sua produção de algodão (43,37 mil toneladas em 10,51 mil hectares, no valor de R$ 87,289 milhões) é a 17ª maior de Mato Grosso e a 24ª do país. Nova Ubiratã Localizada no Médio Norte, com uma população de 11.694 habitantes e densidade demográfica 0,93 habitante por km2, tem um PIB de R$ 1,278 bilhão, dos quais R$ 841,1 milhões (65,81%) tem origem na agropecuária. Distante 477 km da Capital, quase a metade (48,6%) de 3 PODERES |

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RENDA PER CAPITA

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Campos de Júlio: PIB de R$ 1,281 bilhão e densidade demográfica de menos de um habitante por quilômetro quadrado

caroço do país, e de Mato Grosso, colheu 595,3 mil toneladas em 2017, avaliadas em R$ 1,283 bilhão, em uma área de 132,29 mil hectares. Sua produção tanto de milho quanto de soja ocupa a sexta posição estadual e nona nacional. Foram 1,16 milhão de toneladas de milho e 1,095 milhão de soja, avaliadas, respectivamente, em R$ 323,48 milhões e R$ 952,75 milhões.

Sapezal: Maior produtor de algodão em caroço do país, com uma produção avaliada, em 2017, em R$ 1,283 bilhão

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Alto Taquari Localizado no sudeste mato-grossense e distante 485 km de Cuiabá, tem uma população (estimativa de 2018) de 10.557 habitantes (densidade demográfica de 7,33 habitantes por km2, a maior entre os seis municípios mato-grossenses com maior PIB per capita registrado em 2016) e um PIB total de R$ 1,038 bilhão, dos quais 43,82% é oriundo da agropecuária, 22,34% do setor de serviços e 21,28% da indústria. Alto Taquari foi o primeiro município mato-grossense a receber um terminal da Ferronorte (atual ALL), antes de Alto Araguaia, Itiquira e Rondonópolis. É também, entre os seis municípios de MT situados entre os 50 maiores PIB per capita do país, o de menor território (1.440 km2 ou 144 mil hectares). Ao mesmo tempo, é

Alto Taquari: Com 7,33 habitantes por Km2 é, entre os seis municípios de Mato Grosso entre os 50 maiores PIB per capita do país, o de maior densidade demográfica

o segundo, entre os seis, a destinar maior percentual (73,05%) de seu território à produção agrícola (algodão, cana de açúcar, milho, feijão, soja e sorgo) embora pequena, se

comparada aos seis municípios. Com exceção da cana-de-açúcar, cultura em que é o segundo maior produtor de Mato Grosso e o 32º do país (o município conta com uma

usina de etanol), Alto Taquari ocupa posições mais modestas quando se trata de algodão (28º em Mato Grosso e 45º no país), soja (47º em MT e 141º no país) e milho (82º em MT e 748º no país). Diamantino Com uma população estimada em 21.904 habitantes (densidade demográfica de 2,67 habitantes por km2), possui um PIB total de R$ 2,2 bilhões, dos quais mais da metade (R$ 1,107 bilhão) vem da agropecuária. Distante 183 km de Cuiabá no sentido norte, é o município, entre os seis maiores PIB de Mato Grosso, com maior percentual (73,56%) de seu território destinado à produção agrícola (algodão, arroz, cana-de-açúcar, feijão, girassol, milho e soja). Seu rebanho bovino é de 101.642 cabeças. É o quarto maior produtor estadual de algodão em caroço (e quinto do país), com 180,12 mil toneladas colhidas, em 2017, numa área de 45,16 mil hectares e avaliadas em R$ 329,6 milhões. Ficou em sétimo no ranking estadual (10% em nível nacional) tanto na produção de soja quanto de milho. Foram 1,06 milhão de toneladas de soja e 1,04 milhão de toneladas de milho, avaliadas, respectivamente em R$ 963,67 milhões e R$ 210,83 milhões. Divulgação

Sapezal Distante 500 km no sentido Oeste de Cuiabá e com uma população de 25.054 habitantes (densidade demográfica de 1,83 habitante por km2), Sapezal tem um PIB total de R$ 2,672 bilhões, dos quais 52,47% (R$ 1,4 bilhão) têm origem na agropecuária. Mais da metade (50,7%) de sua área, de 1,362 milhão de hectares (13.624 km2), é utilizada na produção de algodão, arroz, feijão, girassol, milho, soja e sorgo. Seu rebanho bovino é de 100,9 mil cabeças. Maior produtor de algodão em Divulgação

Os seis municípios têm em comum o agronegócio como maior formador de seu PIB, cujo percentual varia de 41,8%, em Campos de Júlio, a 65,81%, em Nova Ubiratã

Divulgação

sua área de 1,25 milhão de hectares (12,5 mil km2) é utilizada no cultivo de algodão, arroz, feijão, milho e soja. Seu rebanho bovino somava, em 2017, 75,58 mil cabeças. Em 2017, segundo o IBGE, foi o quarto maior produtor de milho do Estado (6º no ranking nacional), com 1,456 milhão de toneladas cultivadas em 205,4 mil hectares e avaliadas em R$ 313,59 milhões. Sua produção de soja (1,242 milhão de toneladas, colhidas em 360 mil hectares e orçada em R$ 1,139 bilhão) foi a terceira maior do Estado e a quinta do país. Já a produção de algodão em caroço – 48,6 mil toneladas, em 12 mil hectares, no valor de R$ 88,6 milhões – ficou em 14º lugar na classificação estadual e em 20º no país.

Da Redação

Diamantino: Quase um quarto de seu território é destinado à produção agrícola (algodão, arroz, cana-de-açúcar, feijão, girassol, milho e soja)

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DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

COMÉRCIO INTERNACIONAL

Da redação

Da redação

DIVULGAÇÃO

JL Siqueira ALMT

Municípios estão distantes da reforma da Previdência Alguns estados podem até conseguir fazer suas reformas, mas os municípios não vão conseguir”, alerta o presidente da AMM, Neurilan Fraga

M

ais uma vez prefeitos de Mato Grosso foram a Brasília requisitar agilidade na execução de programas firmados com o Governo Federal. A comitiva desembarcou na manhã do dia 14 de agosto na Capital Federal e não perdeu tempo. Liderada pelo presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios, Neurilan Fraga, o primeiro compromisso foi na sede da Fundação Nacional de Saúde-Funasa, com o presidente, Ronaldo Nogueira de Oliveira. Os gestores buscaram respostas para o Programa de Abastecimento de Água, que não sai do papel. Já no Ministério da Agricultura, o assunto foi acerca dos processos fundiários de interesse dos municípios. À tarde, os compromissos continuaram com audiências no Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), onde os prefeitos solicitaram a realização de um encontro técnico do FNDE em Cuiabá, para debater as questões relacio24

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Mato Grosso terá escritório de negócios na China Neurilan Fraga: “As maiores dificuldades ocorrem pelo atraso na liberação de recursos”

nadas a gestão da Educação. O dia terminou com uma conversa entre prefeitos e o presidente nacional do Incra, João Carlos de Jesus Corrêa. O grupo tentou evitar a suspensão de convênios com 20 municípios, visando a garantia de infraestrutura para os assentamentos. O presidente da AMM, Neurilan Fraga, requereu do Incra a liberação dos recursos que foram conveniados na ordem de R$ 30 milhões. Na análise de Neurilan Fraga, além da situação dos recursos travados, a sede do órgão em Cuiabá deixa a desejar já que não oferece condições de trabalho aos servidores. Para o presidente da Associação dos Municípios, a situação crítica também chegou ao interior do estado, o que prejudica o desempenho e execução de projetos nos municípios. “Estão fechando três unidades por falta de recursos. Não há sequer condições de abastecimento dos veículos, e isso está atrapalhando as ações nos municípios”, disse ele.

Ainda em Brasília, os prefeitos discutiram com parlamentares as propostas do movimento municipalista para aperfeiçoar o texto da Reforma Tributária que tramita na Câmara. As propostas têm como objetivo evitar perdas aos municípios, compartilhar os impostos criados pelos entes, fortalecer os tributos como ITR, IPVA, IPTU e garantir a participação dos municípios no bolo tributário com uma maior fatia. Sob orientação da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), os prefeitos pediram a retomada do Comitê de Revisão da Dívida Previdenciária. O presidente da ANC, Glademir Aroldi, destacou a necessidade do encontro de contas, pois os municípios devem para a Previdência, mas também têm crédito. Segundo Glademir, é preciso separar dívidas de estados e de municípios. “Alguns estados podem até conseguir fazer suas reformas, mas dos 2.108 municípios nenhum vai conseguir”, garantiu.

Tratativas para viabilizar a implantação estão sendo discutidas entre Mato, China e Assembleia Legislativa

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ato Grosso deverá ter um escritório de representação na China para intermediar a comercialização de mercadorias produzidas no estado, assim como a captação de investimento chinês. As tratativas para a abertura estão em andamento, conforme informações da empresa estatal Desenvolve MT apresentadas durante reunião da Comissão de Indústria, Comércio e Turismo da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), em 29 de agosto. A reunião extraordinária foi realizada para debater a viabilidade e o andamento da implantação do escritório no país asiático. De acordo com o presidente da comissão, deputado Xuxu Dal Molin, o potencial de Mato Grosso é imensurável devido à grande produção. “Não é apenas buscar um escritório de representação na Ásia e no Oriente Médio, mas buscar aproximar com o mercado internacional para nos consolidar como grande exportador de alimen-

Para o deputado Carlos Avallone (PSDB), o escritório é importante para alavancar negócios entre pequenas e médias empresas

tos para o mundo”. Durante apresentação realizada na reunião, o diretor de projetos e prospecção da empresa Desenvolve MT, José Alexandre Gebara, explicou que o governo está em processo adiantado para a instalação de um escritório de representação na China para representar, sobretudo, os pequenos e médios empresários do estado. De acordo com o diretor, existem produtos como pão de queijo, croquete de peixe e leite em pó, produzidos em Mato Grosso, que atualmente são vendidos na China. “Há dois anos, Mato Grosso vem desenvolvendo um trabalho de relacionamento entre o governo do estado, o governo da China e investidores para que fosse de fato criada uma estrutura que também fosse uma esteira de exportação de produtos, não se restringindo às commodities tradicionais”, explicou o Alexandre Gebara. Ainda segundo Gebara, a conclusão depende somente de um trabalho

de alinhamento para concretizar a promoção do estado dentro da China. O deputado Carlos Avallone (PSDB) também defendeu os trabalhos para a concretização da abertura do escritório de representação e a importância para as pequenas e médias empresas que estão incrementando a produção para abastecer o mercado asiático. Ainda segundo o deputado, os debates terão continuidade dentro da comissão juntamente com os setores produtivos e o governo do estado. O secretário de Desenvolvimento Econômico, César Miranda, destacou a possibilidade da realização de parceria entre o governo e a iniciativa privada por meio das associações e federações como da indústria e da agropecuária. “As federações da indústria, do comércio e da agropecuária são entusiastas deste projeto e deverão ser parceiras para a instalação deste escritório, até porque possuem interesse em expandir os negócios”. 3 PODERES |

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Por Amor ao Centro Histórico!

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ivro “Odisseia” de Homero narra uma situação que Ulisses – que era rei da ilha de Ítaca e se juntou a outros gregos na guerra contra Troia – enfrentou até finalmente conseguir voltar pra casa, para seu reino e para sua esposa Penélope.

Na narrativa, Ulisses e seus homens navegavam próximos a ilha de Capri, uma ilha rochosa cheia de sereias. Sabedor do encanto das sereias, mas querendo escutar seu canto, pediu para ser amarrado no mastro da embarcação, e deu ordens que só fosse desatado quando tivessem concluído a passassem por aquela ilha. Antes, colocou cera nos ouvidos de seus homens para não serem seduzidos pelo canto das sereias, evitando assim que sua embarcação fosse destroçada nos rochedos. Então pergunto: o que esta história tem a ver com o “Centro Histórico de Cuiabá”? Ulisses não é um deus, semideus, nem uma figura mitológica, ele é apenas um ser humano que luta contra diversas forças para conseguir voltar para casa. Homero, entretanto, usa a mitologia grega para criar os cenários dos desafios que Ulisses encontrou. Muitos têm origens em forças que não entendemos ou temos domínio. Então, eu pergunto: Que “forças” são estas que não querem ver nosso Centro Histórico reurbanizado, revitalizado e restaurado? Quando cheguei a Cuiabá, no final da década de 80, me lembro de um lugar repleto de vida. Cerca de 30 anos depois fico imaginando se nós mesmos nos amarramos a um mastro, deixando tudo aquilo se destroçar em ruínas. 26

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O ambiente no Centro Histórico está chocante: à medida que penetramos por becos e vielas encontramos drogados, pedintes e moradores de rua, são edificações abandonadas e em ruínas. Uma poeira carregada de abandono cobre as ruas deste quadrilátero tombado pelo Iphan, coração do nosso Estado. Qual foi o “canto da sereia” que deixou os cuiabanos ofuscados? Será que foi a ilusão da “modernidade” e o repúdio a tudo que era “antigo”? Existe ainda outra miragem importante no entendimento do mito das sereias que tem a ver com nossa fragilidade mediante as nossas privações. Quando entendemos que as sereias são uma miragem, percebemos que existe um perigo destruidor em ver as coisas como queremos que elas sejam e não como elas realmente são. A sutil e paulatina erosão dos bens públicos tombados, como enfrentá-la? Um dos momentos mais fascinantes aconteceu quando um dos arquitetos imortais, na assembleia geral da AAU-MT, perguntou, onde está o drama? Qual a força emocional que precisamos para lidar com essa questão? Neste instante, meu pensamento se direcionou para a ativista climática sueca Greta Thunberg, a jovem adolescente corajosa que sozinha iniciou um movimento para contestar o “status quo” e a crença de que pouco podemos fazer. Assim, o que fazer? Claramente, a inovação e a engenhosidade humana são um recurso renovador que precisa ser colocado em ação. E no Centro Histórico de Cuiabá, precisamos criar um espaço funcional seguro para os negócios, os empresários, a cultura e a socie-

ARQUIVO

OPINIÃO

dade, com o intuito de criar valor não só econômico, mas, sobretudo, humano e cultural. Felizmente por meio da PAGE – Partnership for Action on Green Economy, uma parceria que envolve cinco agências da ONU, conseguimos recursos para um plano que pode nos levar até lá, a salvo das ruínas. Acordado por todos e cobrindo um arco-íris de esperança e necessidades básicas para o Centro Histórico de Cuiabá florescer e prosperar, os objetivos do Plano de Gestão são um símbolo de nossa diversidade e força no avanço para a sustentabilidade do lugar. É terrivelmente destrutivo para nossas vidas quando só vemos aquilo que queremos ver e deixamos de vislumbrar o futuro que queremos ter. A Academia de Arquitetura e Urbanismo, em parceria com a UFMT – Departamento de Arquitetura e Urbanismo, o Iphan e os Amigos do Centro Histórico de Cuiabá, entre outros, vislumbram um futuro para nossos filhos e netos terem no coração do nosso Estado! Eduardo Chiletto, arquiteto e urbanista, presidente da AAU-MT, academia.arquitetura@gmail.com, instagram.com/academiaarqurb/


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