Revista RDM ed. 282

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ANO XXI EDIÇÃO Nº 282 R$ 8,90

www.rdmonline.com.br

MATO GROSSO

PARA ONDE VAI O VLT? Com obra parada há mais de 4 anos, futuro do modal é incerto

MULHERES DA TERRA História de agricultoras é contada nos palcos

MADEIRA NATIVA

Em busca do reconhecimento internacional


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SUMÁRIO.

CARTA DO EDITOR. ANO XXII | EDIÇÃO Nº 281 MARÇO/ABRIL 2019 DIRETOR DE REDAÇÃO JÕAO PEDRO MARQUES

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Ano xxI - Edição n. 282 MAIO/JUNHO 2019

Empreendedorismo pode ser a chave contra a crise

COORDENAÇÃO DE JORNALISMO CARLA NINOS

DIRETOR DE REDAÇÃO: JOÃO PEDRO MARQUES

EDITOR GLÁUCIO NOGUEIRA

COORDENAÇÃO DE JORNALISMO: CARLA NINOS

EDITOR SECOM/MT

EDITOR GERAL: GLÁUCIO NOGUEIRA

FOTOGRAFIA: MAISLON PRADO, UNIMED CUIABÁ, CHARLES FONSECA TORRES, SECOM/MT, LORRANA CARVALHO, RAFAELLA ZANOL E JÚNIOR SILGUEIRO.

FOTO CAPA: MAILSON PRADO FOTOGRAFIA: GOVERNO DA BOLÍVIA, PIXABAY, SECOM/MT, VICTOR OSTETTI, MICHELLE CÂNDIDO, LUIZ ALVES, DAVI VALLE, DANIEL MARENCO / AGÊNCIA O GLOBO, MARCOS VERGUEIRO / SECOM/MT, ANTÔNIO DE PICOLLI, APROSOJA, LUCAS LEITE, ROGÉRIO FLORENTINO / UNIMED CUIABÁ, FÁBIO MOTTA, MARCONDES ARAÚJO E AGÊNCIA PÚBLICA

Uma rara capacidade Editorial. de viver na crise O tempo está

História de agricultoras é contada nos palcos

P

RDM não se responsabiliza por matérias e artigos assinados, que não refletem necessariamente a opinião da revista. as matérias especiais publicadas na rdm são de colaboração de seus autores e cedidas espontaneamente, sem fins lucrativos.

ADMINISTRATIVO CENTRAL: (65) 3623-1170 DISTRIBUIÇÃO/CIRCULAÇÃO: ADEMIR KUHNEN GALITZKI TIRAGEM: 30 MIL EXEMPLARES

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A REVISTA RDM MATO GROSSO É PUBLICAÇÃO DO

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Sim para a cidadania e o respeito

João Pedro Marques

FOTOGRAFIA: MAISLON PRADO, UNIMED CUIABÁ, CHARLES FONSECA TORRES, SECOM/MT, LORRANA CARVALHO, RAFAELLA ZANOL E JÚNIOR SILGUEIRO.

REVISÃO: DORALICE JACOMAZI

acabando Editorial.

TEXTO: CARLA NINOS, *MAILSON PRADO (*Com supervisão da coordenação de jornalismo) E LORENA LACERDA REDAÇÃO: (65) 3623-1170 / 3622-2310 REDAÇÃO@REVISTARDM.COM.BR

Diretor

João Pedro Marques

oucos países no mundo passaram os últimos José Guilherme Barbosa Ribeiro, que dá detalhes do anos mergulhados em tantas crises econô-o primeiro crescimento eAdaexpectativa expansão deé um echando que,“Brasil dianteempreendede tantas COMERCIAL/MÍDIA: micas quanto o Brasil. Vivendo de suspiros dor”, deixando claro que empreender é a resposta mais trimestre de 2019, o dificuldades em articular sua base ARTUR DIAS DA FONSECA NETO RDM NÃO com SE RESPONSABILIZA POR MATÉRIAS de dide prosperidade longos períodos rápida que se pode dar em tempos de crise. na primeira etapa da reforma da E ARTIGOS ASSINADOS, QUE NÃO ânimo REFLETEM dos empresários, (65) 3623-1170 NECESSARIAMENTE A OPINIÃO DA REVISTA. com AS ficuldade, a população está até acostumada um e investidores da previdência, o governo entenda de MATÉRIAS ESPECIAIS PUBLICADAS NA RDM SÃO (65) 9682-1470 COLABORAÇÃO AUTORES E CEDIDAS cenário sombrio. E,DE como nãoDEéSEUS o mar calmo que faz Além disso, edição doisque, casosainda de muito ESPONTANEAMENTE, SEM FINS LUCRATIVOS. população se arrefeceu. umaa vez portraz todas que suse EVELIN DEIRANE um bom marinheiro, cada vez mais tem buscado forcesso de pessoas que decidiram apostar tudo em um (65)99988-1317 Ainda que fosse esperada, respeite a separação e a independência o primeiro A expectativa dianteuma de tantas mas de garantir seu sustento sem depender de forma negócioechando próprio. Uma delas, inclusive,é que, largou COMERCIAL/MÍDIA: mídia@revistardm.com.br a demora da classe política dosde poderes, é preciso em participar da base trimestre 2019, o dificuldades articular sua tão direta das discussõesARTUR políticas ou dos humores dos promissora carreira de modelo para seetapa dedicar à gasDIAS DA FONSECA NETO comercial@revistardm.com.br ânimo dos empresários, primeira no da reforma da como um todo em aprovar as tramitação das na propostas Legislativo. (65) 3623-1170 mercados. tronomia, seguindo seus sonhos. investidores e da previdência, o governo (65) 9682-1470 reformas necessárias para a retomada Basta que o país avance entenda nas de ADMINISTRATIVO CENTRAL: população se arrefeceu. uma vez por todas que, ainda que se EVELIN DEIRANE do desenvolvimento está passandoAAinda do necessárias para do o (65) 3623-1170 (65)99988-1317 quereformas fosse respeite a separação e aque independência Prova disso é o número de pessoas que, a despeinovela queesperada, se tornou a implantação Veículo mídia@revistardm.com.br a demora da classe política dos poderes, é preciso participar da limite. otimismo, arrefecido com os recentes to das elevadas taxas de comercial@revistardm.com.br desemprego, estão buscando Leve sobre Trilhos (VLT) também é abordada neste edicomo um todo em aprovar as tramitação das propostas no Legislativo. Tiragem: 30 mil exemplares Essa lentidão em que promover as traz acontecimentos, volte a reinar e que os nas empreender. Hoje, as micro e pequenas empresas, ção, que uma boa notícia: Cuiabá duas novas reformas necessárias para a retomada Basta que terá o país avance ADMINISTRATIVO CENTRAL: mudanças esperadas pela população investimentos prometidos, esperados A REVISTA RDM MATO GROSSO É PUBLICAÇÃO DO do desenvolvimento está passando do reformas necessárias para que o (65) 3623-1170 nascem justamente dessa necessidade da população obras de mobilidade. limite. otimismo, e arrefecido com osdo recentes eTiragem: manifestadas urnas, em outubro e necessários ocorram a retomada em se sustentar, já respondem porexemplares dois nas de cada três 30 mil Essa lentidão em promover as acontecimentos, volte a reinar e que os do oano as crescimento ocorra de fato. Boa leitura! empregos gerados em todo país.passado, tem preocupado mudanças esperadas pela população investimentos prometidos, esperados A REVISTA RDM MATO GROSSO É PUBLICAÇÃO DO chamadas “vozes das ruas”, que temem e manifestadas nas urnas, em outubro e necessários ocorram e a retomada do do ano passado, tem preocupado as crescimento ocorra de fato. João Pedro Marques que RDM tais transformações, por ocorrerem Nesta edição, a Revista traz uma entrevischamadas “vozes das ruas”, que temem ta com o superintendentetarde do Sebrae Grosso, Diretor Editorial demaisdeouMato de forma muito tímida, João Pedro Marques que tais transformações, por ocorrerem GALERIA 504 – RUA BRIGADEIRO EDUARDO GOMES, 504 não surtam os efeitos esperados. Diretor Editorial tarde demais ou de forma muito tímida,

midia@revistardm.com.br comercial@revistardm.com.br

Em busca do reconhecimento internacional

EDITOR SECOM/MT

RDM NÃO SE RESPONSABILIZA POR MATÉRIAS E ARTIGOS ASSINADOS, QUE NÃO REFLETEM NECESSARIAMENTE A OPINIÃO DA REVISTA. AS MATÉRIAS ESPECIAIS PUBLICADAS NA RDM SÃO DE COLABORAÇÃO DE SEUS AUTORES E CEDIDAS ESPONTANEAMENTE, SEM FINS LUCRATIVOS.

EVELIN DEIRANE (65) 99988-1317

18 22 30

Diretor

DIAGRAMAÇÃO/ARTE: CRIS NASCIMENTO | CRIS@CNJOB.COM.BR

COMERCIAL/MÍDIA: ARTUR DIAS DA FONSECA NETO (65) 3623-1170 (65) 99682-1470

Mato Grosso perto de reabrir mercado

EDITOR GLÁUCIO NOGUEIRA

REDAÇÃO: (65) 3623-1170 / 3622-2310 REDAÇÃO@REVISTARDM.COM.BR

REDAÇÃO: (65) 3623-1170 / 3622-2310 redação@revistardm.com.br

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COORDENAÇÃO DE JORNALISMO CARLA NINOS

TEXTO: CARLA NINOS, *MAILSON PRADO (*Com supervisão da coordenação de jornalismo) E LORENA LACERDA

TEXTO: MEL MENDES, MICHELLE CÂNDIDO, CARLA NINOS, DANIELA TOREZZAN, MAILSON PRADO, ARIANE VEIGA E LUCAS LEITE

Novela do VLT longe do final

DIRETOR DE REDAÇÃO JÕAO PEDRO MARQUES

REVISÃO: DORALICE JACOMAZI

REVISÃO: DORALICE JACOMAZI

Unimed Cuiabá inaugura novo espaço

ANO XXII | EDIÇÃO Nº 281 MARÇO/ABRIL 2019

DIAGRAMAÇÃO/ARTE: CRIS NASCIMENTO | CRIS@CNJOB.COM.BR

DIAGRAÇÃO/ARTE : FERNANDO INÁCIO fidgs2@gmail.com

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EXPEDIENTE.

BAIRRO POPULAR, CUIABÁ/MT CEP: 78045-300

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GALERIA 504 – RUA BRIGADEIRO EDUARDO GOMES, 504 BAIRRO POPULAR, CUIABÁ/MT CEP: 78045-300

O tempo está acabando

não surtam os efeitos esperados.

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EM FOCO.

Governo da Bolívia

Pixabay

DA REDAÇÃO

Carros em alta

Plano Real completa 25 anos

Considerado por muitos economistas como o ponto de mudança da economia brasileira, o Plano Real completa em julho 25 anos de sua implantação. Depois de mais uma década de hiperinflação e planos econômicos que naufragaram, a União, sob o comando do ex-presidente Itamar Franco, deu início a um forte programa que visava o ajuste fiscal e o controle da inflação. Dividido em três fases, a implantação do Real reduziu drasticamente a inflação e deu uma certa estabilidade á economia do Brasil.

Europeu

Um estudo vai comparar o Sistema de Comercialização e Transporte de Produtos Florestais (Sisflora) de Mato Grosso com os padrões internacionais de sustentabilidade de madeira nativa reconhecidos pelo mercado europeu. A proposta é analisar todos os aspectos dos protocolos de controles mato-grossense e europeu identificando semelhanças e diferenças, com avaliação crítica da eficiência de ambos e, ao final, recomendar os ajustes necessários para que o Sisflora atenda aos requisitos internacionais. O objetivo é criar um selo de sustentabilidade que atenda a legislação brasileira e o protocolo Europeu, conferindo garantias para a comercialização internacional de madeira nativa.

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Plano Safra Governo Federal anunciou que serão disponibilizados R$ 225,59 bilhões para o financiamento da safra 2019/2020. Dados do novo Plano Safra foram apresentados pela ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, no Palácio do Planalto, em Brasília. Outro destaque do Plano é a destinação de R$ 222,74 bilhões para crédito rural, sendo R$ 169,33 bilhões para custeio, comercialização e industrialização e R$ 53,41 bilhões para investimentos.

O governador Mauro Mendes (DEM) deverá intensificar as tratativas para um acordo comercial com a Bolívia. No último encontro, Mendes tratou do tema com o presidente do país andino, Evo Morales, e com o ministro de Hibrocarbonetos boliviano, Luis Alberto Sánchez Fernández. Além do gás, Mato Grosso pretende importar ureia - fertilizante usado nas plantações de soja, de cana de açúcar e que também serve para alimentar o gado.

Secom/MT

A venda de veículos automotores registrou alta de 13,45% no primeiro semestre de 2019 em comparação a igual período do ano anterior. Segundo dados divulgados pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), 1.919.047 unidades foram licenciadas de janeiro a junho de 2019, ante 1.691.532 unidades comercializadas no mesmo período do ano passado.

Gás da Bolívia

Bandeira amarela

A conta de luz estará mais cara a partir de julho, por causa da bandeira tarifária utilizada como referência nas contas ser a amarela. Com a medida, as cobranças terão um acréscimo de R$ 1,50 para cada 100 quilowatts-hora consumidos, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em comunicado divulgado.

Petróleo A produção nacional de petróleo no país em maio deste ano chegou a 2,731 milhões de barris por dia e superou o recorde anterior, de dezembro de 2016 (2,73 milhões). O dado foi divulgado pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O resultado é 4,9% a produção de abril e em 4,7% a produção de maio do ano passado.

Simplificado

A Secretaria de Fazenda (Sefaz) alterou a Portaria 005/2014, que dispõe sobre o Cadastro de Contribuintes do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), dispensando a necessidade de vistoria in loco no momento da abertura ou alteração da inscrição estadual (IE). Na prática, a medida gerará mais simpli-

ficação e agilidade para abrir uma empresa no Estado. Com a dispensa dos procedimentos de vistoria, as alterações cadastrais registradas na Junta Comercial de Mato Grosso (Jucemat) serão automaticamente atualizadas na inscrição estadual da empresa, o que facilita o processo e evita divergência cadastral.

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Fotos: Victor Ostetti

ENTREVISTA.

Empreendedorismo como chave para o fim da crise Para Diretor Superintendente do Sebrae em Mato Grosso, Poder Público precisa incentivar mais as micro e pequenas empresas para obter rápidas respostas contra o desemprego Mel Mendes – Especial para a Revista RDM

E

m entrevista à Revista RDM, o Diretor Superintendente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas em Mato Grosso (Sebrae-MT), José Guilherme Barbosa Ribeiro, fala sobre o setor das micro e pequenas empresas mato-grossenses e a importância do empreendedorismo para o desenvol-

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vimento social e econômico do país. Nascido no Rio de Janeiro, o administrador de empresas formado pela Universidade do Estado da Guanabara (atual UERJ) atuou em diversas multinacionais, como Volkswagen e Arthur Andersen, mudou-se para Mato Grosso em 1978 em busca de novos desafios profissionais e com a missão de colocar

seu conhecimento a serviço dos pequenos. Confira! RDM – De acordo com o IBGE, o primeiro trimestre de 2019 foi marcado pela alta taxa de desemprego. Chegamos a 13,4 milhões de desempregados e, com isso, tem aumentado o número de pessoas que buscam al-

Creio que por algum tempo, ainda, serão os micros e pequenos empresários que vão dar o suporte social e econômico ao país. Então tem que se pensar em estimular a formalização e o empreendedorismo ternativas e criam seus próprios negócios. Como isso se reflete em Mato Grosso? Os Microempreendedores Individuais (MEIs) são nosso grande público em Mato Grosso e o número de cadastros têm crescido, cada vez mais, por causa desse cenário de aumento do desemprego. Em 2018, o Sebrae-MT realizou mais de 225 mil cadastros de CNPJ, sendo 61% MEI e 33% Microempresas (ME). Em 2013, eram 62 mil MEIs no estado, em junho de 2019 já são mais de 150 mil cadastrados. Temos observado que o desemprego de forma generalizada no Brasil, que não começou agora, mas vem de um processo anterior, tem provocado uma migração em massa para esse modelo e, isso gerou resultados muito expressivos. Em 2017, o empreendedorismo foi responsável por 27% do PIB do Brasil, 1% das exportações e por 40% dos salários pagos, além de 52% do total de empregos formais.

sociedade devemos nos preparar enquanto sociedade para dar resposta à questão da empregabilidade, e a saída tem se mostrado sempre, pelos pequenos. No Brasil, pensa-se muito nas grandes empresas, mas os números nos mostram em todos os países em desenvolvimento, inclusive aqui, quem está, de fato, gerando mais emprego e renda são os micro e pequenos negócios. Isso significa que o poder público precisa dar mais atenção para esse segmento, que é quem está dando as respostas mais imediatas para o problema do desemprego. As grandes empresas investem sempre em soluções tecnológicas na busca pela diminuição dos custos e otimização da produção, mas esses avanços, invariavelmente, geram

desemprego. Isso faz parte da realidade do mercado para as grandes empresas se manterem competitivas. E quem absorve essa mão de obra livre são as pequenas empresas. O poder público tem que ficar atento a isso e criar condições para que esses pequenos possam prosperar. Creio que por algum tempo, ainda, serão os micro e pequenos empresários que vão dar o suporte social e econômico ao país. Então, tem que se pensar em estimular a formalização e o empreendedorismo. RDM – Por falar em formalização, sabemos que boa parte desses pequenos empreendedores, ainda, atua na informalidade. Como o senhor avalia essa questão em nosso estado? Mato Grosso está em 10º lugar entre os estados com maior número de formalização de Micro e Pequenas Empresas. Ainda assim, somente 28% dos donos de negócios, em Mato Grosso, possuem CNPJ, ou seja, 72% são informais. Então, a tendência a informalidade é uma situação generalizada. As pessoas precisam ganhar seu dinheiro honestamente, formalizados ou não. Nosso interesse, assim como do poder público,

RDM – Em Mato Grosso, qual a participação desses negócios na economia? Os pequenos negócios representam 99% das empresas em Mato Grosso. Essas micro e pequenas empresas são responsáveis por 66% dos empregos gerados no estado, cerca de 394 mil empregos e 60% dos salários pagos. RDM – Com base nesses dados, podemos dizer então que as Micro e Pequenas Empresas são as grandes geradoras de emprego e renda no Brasil no momento, correto? Essa situação não é de agora, ela vem de algum tempo. Nós, enquanto

José Guilherme afirma que dois em cada três empregos gerados em Mato Grosso são provenientes de micros e pequenas empresas

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Fotos: Victor Ostetti

ENTREVISTA.

Mostrando ao embaixador de Luxemburgo Carlo Krieger, painel que conta a história de Mato Grosso é de que se formalizem, mas para isso, existe uma série de variáveis que envolvem um ambiente de negócios atrativo. É preciso estimular a formalização, mas nem sempre isso acontece seja por falta de conhecimento das pessoas, ou porque, às vezes, não convém se formalizar. Quando digo que não convém, é porque a pessoa pode estar cheia de dúvidas sobre a viabilidade do novo negócio e aí vai buscar informação e encontra burocracia, impostos e outras complicações, por isso, acabam ficando na informalidade até se sentirem mais estáveis no seu negócio. RDM – Quais os caminhos para criar um ambiente de negócio mais favorável para os pequenos e para estimular esse setor? Primeiro, é preciso se ter em mente que um país forte é um país que tem uma iniciativa privada forte. O poder público não tem que ter o fim nele mes-

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mo. Ele tem que saber que está ali como um facilitador da iniciativa privada. Se quisermos um país forte, no âmbito econômico e social, temos que fortalecer a iniciativa privada, independente de ser grande empresa, pequena empresa ou sistema cooperativo. Acho que o que falta, às vezes, é dialogo entre poder público e setor privado para buscar, juntos, algumas soluções. Mas, o importante, que eu advogo, é que temos que ter essa visão: o que a iniciativa privada, independente do porte dela, precisa para se desenvolver e fortalecer? O poder público não se mantém por si só, não gera dinheiro, mas sobrevive da arrecadação. Então, se eu fortaleço a iniciativa privada, vai entrar mais dinheiro, vai aumentar a arrecadação de impostos, gerar mais empregos e, isso, vai gerar mais desenvolvimento e dar ao poder público mais condições de oferecer melhores serviços. A iniciativa privada tem que conhecer as dores

do poder público e o poder público tem que conhecer a situação real do setor privado, porque há uma interdependência fantástica entre eles. RDM – Por falar em esforço conjunto entre público e privado, recentemente, o Governo Federal, por meio do Ministério da Economia, anunciou uma parceria com o Sebrae Nacional visando o “estímulo da cultura empreendedora” no Brasil. Já existe alguma ação nesse sentido em Mato Grosso? A parceria com o Governo Federal é recente, ainda estão sendo ajustados os termos e eu não tenho como adiantar nada por agora. Mas, o fato é que são os pequenos que estão dando o suporte econômico e social ao país e o Governo Federal está atento a isso. A gente percebe que as pessoas buscam o empreendedorismo como última opção – quando estão sem trabalho. Mas

o ideal – e o que queremos ajudar a desenvolver na próxima geração brasileira – é o empreendedorismo nato. Empreender também é uma questão de cultura. Então, o Sebrae tem um projeto chamado “Educação Empreendedora” que atende crianças a partir dos anos iniciais do ensino básico até jovens da graduação. Em Mato Grosso, está ativo desde 2013. Nosso objetivo é estimular na próxima geração a cultura do empreendedorismo, para que desde pequenos eles saibam que podem ter seu próprio negócio. Ou seja, se seu tiver uma competência específica eu posso ser empreendedor. A cultura do empreendedorismo não surge num estalo de dedos, é uma construção. Esse projeto foi criado a partir de uma pesquisa muito grande, de coisas que já estão sendo feitas e dando certo em outros países. No ano passado, esse projeto capacitou mais de 46 mil jovens em Mato Grosso e visa preparar os jovens para os desafios do futuro. RDM – Como funciona esse projeto e quais os resultados que tem alcançado? O projeto é a coisa mais nobre que a gente do Sebrae tem feito, nesse momento, na minha opinião. Porque não estamos preparando gente para agora, mas para a vida, com o objetivo de criar um grande país empreendedor. O projeto estimula o empreendedorismo, já dentro de uma cultura digital e levando em consideração as diretrizes da sustentabilidade. Com o “Educação Empreendedora”, desenvolvemos comportamentos empreendedores em jovens e crianças, trabalhando em todos os níveis do ensino, incluindo o ensino técnico. O Sebrae fornece material didático específico do projeto e a qualificação dos professores para replicação em sala de aula. Trabalhamos com temas como sustentabilidade e cooperação, para que os empreendedores do futuro já tenham essa visão. O que tem acontecido muito é, que nesse processo, vários professores acabam se tornando empreendedores e seus familiares também, porque a informação é absorvida e repassada.

Superintendente do Sebrae em Mato Grosso, palestra durante o Ciclos 2019, evento voltado para a sustentabilidade dos pequenos negócios

Hoje, o projeto está presente em 68 municípios de Mato Grosso, sendo aplicado em 136 escolas. Em Sinop e Canarana, por exemplo, fechamos parceria com as secretarias municipais de Educação e o projeto é aplicado em todas as escolas do Ensino Básico. O que significa que, em médio prazo, a gente imagina que esses municípios terão uma alta dose de empreendedorismo e um grande fortalecimento da iniciativa privada. Em Cuiabá, temos parceria com a Univag, com inclusão da disciplina Empreendedorismo em todos os

cursos do ensino superior. Em 2018, qualificamos mais de 46 mil jovens e 2500 professores. É importante dizer que empreendedorismo não é só sobre abrir uma empresa, é uma cultura, uma mudança de atitude que pode ser aplicada em todas as áreas da nossa vida. Na escola, em casa, no trabalho. Empreendedorismo é para tudo. Desde a dona de casa, até o governante. A gente está pensando no futuro e, talvez, eu nem veja o resultado disso, mas a sociedade, com certeza, vai sentir.

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Mailson Prado

VLT.

Representantes do consórcio responsável pela obra negam que tenha havido qualquer irregularidade na contratação

Trens do VLT, que deveriam transportar diariamente milhares de pessoas, seguem parados em um pátio, na cidade de Várzea Grande

De novela à série e em nova temporada Impasse atual, que envolve aspectos jurídicos, econômicos e políticos, faz com que decisão sobre implantação do metrô de superfície fique ainda mais distante Michelle Cândido

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A

obra do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) passou de solução para os problemas de mobilidade das duas maiores cidades de Mato Grosso para um imbróglio judicial, que vai além do contrato firmado antes da Copa do Mundo de 2014. Em meio às tratativas por um eventual retorno da implantação do modal, o Ministério Público Federal apresentou indícios que apontam para uma série de irregularidades na contratação

do Consórcio VLT Cuiabá-Várzea Grande, o que motivou o rompimento do acordo, decisão mantida pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT). Diante da possibilidade de novos capítulos no âmbito do Poder Judiciário, o Governo do Estado ainda não definiu o futuro do metrô de superfície, tornando o que era uma novela em uma série, com novas e imprevisíveis temporadas. Os advogados do Consórcio refutam a tese de que existiu fraudes ou adulterações no contrato para a construção do modal e declararam que vão recorrer da decisão no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para tentar reformar a decisão. Com R$ 1 bilhão já investido – dos cofres públicos – a obra do VLT, que deveria ter ficado pronta para atender a demanda da Copa do Mundo em 2014, está parada há quase cinco anos. O orçamento inicial para a construção do VLT era de R$ 1,477 bilhão. Agora, a estimativa de investimento do Consórcio VLT Cuiabá-Várzea Grande para retomada das obras, em 2019, é de no mínimo outro R$ 1 bilhão dos cofres públicos. O governador Mauro Mendes (DEM) não tem se mostrado favorável em finalizar as obras e considera o VLT como um “grande problema”, porém, recentemente, fez declarações de que no mês de julho irá se pronunciar sobre qual será o destino do modal. O democrata diz querer tratar do assunto com responsabilidade, e não repetir chavões sem ter condições para concluir as obras. “Querer o VLT como alguns dizem, eu também quero. Agora me diga onde arrumar R$ 1 bilhão? Alguém está disposto a pagar mais imposto em Cuiabá e Várzea Grande? Será que o interior está disposto a pagar mais imposto para

pagar um VLT aqui (em Cuiabá)? Será que a iniciativa privada tem realmente interesse?”, questionou o governador. Mendes amenizou o tom durante uma conversa com jornalistas no dia 4 de julho, ao revelar que não tomará nenhuma decisão sobre a retomada das obras do VLT, pois está ouvindo órgãos de controle e governo federal e o assunto também foi repassado à Controladoria-Geral da União (CGU), ao Tribunal de Contas da União (TCU) e a outros atores. “Nós já fizemos três reuniões com a Secretaria Nacional de Mobilidade Urbana (Semob). Ontem (3/7) teve uma reunião lá em Brasília, estive lá por conta da Lei Complementar da renovação dos incentivos, mas o Rogério Gallo esteve lá, Marcelo Padeiro e outros técnicos. Já me reuni com TCU e CGU. Nós temos uma sequência de fatos, que devem ou podem acontecer, para que possamos construir essa solução”, explicou. A favor do VLT Com opinião totalmente contraria a do governador do estado, os prefeitos de Cuiabá e Várzea Grande, Emanuel Pinheiro (MDB) e Lucimar Campos (DEM), são defensores da conclusão da obra. O prefeito de Cuiabá declara ser totalmente favorável ao VLT, “para mim o VLT é um molde de desenvolvimento urbano, além da transformação no transporte coletivo, o VLT é um caminho sem volta e temos que promover o que há de melhor para a população da baixada cuiabana”, ponderou. Emanuel Pinheiro ressalta que a concessão do VLT tem que ser discutida com a prefeitura de Cuiabá e Várzea Grande, porque ele está mexendo com

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Vereadores de Cuiabá e Várzea Grande vistoriaram as obras do modal e defenderam a implantação do metrô de superfície a região metropolitana e afirma, ainda, que não tem como tomar nenhuma decisão sem ouvir as duas cidades. “O bom senso orienta quem se deve ouvir e fazer comum acordo com as duas prefeituras, até porque a obra não vai passar pelo estado, a obra vai passar por Várzea Grande e Cuiabá e essas duas cidades tem prefeitos”, frisou Pinheiro. A prefeita Lucimar Sacre de Campos, também defende abertamente a união de Cuiabá e Várzea Grande junto ao Governo do Estado para que as obras do VLT saiam, definitivamente, do papel e se torne uma realidade. Ela ainda sinalizou que Várzea Grande e sua população já pagaram uma conta alta de prejuízos por causa das obras não concluídas, por isso urge a necessidade de todos se unirem pela conclusão das mesmas.

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“Quanto mais se protela uma decisão em definitivo, mais complicado fica de se encontrar uma solução para os problemas que demandam de um novo sistema de transporte que, ao contrário do que muitos pensam e pregam, não irá inviabilizar os serviços que já atuam, mas irão sim ordenar e melhorar a oferta do transporte coletivo de massa que é pago pelos usuários”, disse Lucimar Campos. A prefeita aponta que a decisão de viabilizar o transporte que passa pelas duas principais cidades de Mato Grosso não deveria ser uma escolha de apenas um dos atores deste processo. “Quem escolheu foi o Governo do Estado, mas essa escolha deveria ter passado pelos municípios atingidos. Como isto não foi feito, resta agora apenas e tão somente concluir o VLT e planejar o que faremos para as próximas duas déca-

das”, disse a prefeita de Várzea Grande. Toma lá dá cá Os vereadores de Cuiabá e Várzea Grande realizaram no dia 28 de junho, uma vistoria nas obras paradas do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), a fim de fortalecer a luta para conclusão do modal. A vistoria constatou que os mais de 280 vagões estão em ótimo estado de preservação, mas os trilhos seriam o grande problema. Em Várzea Grande, eles estão abandonados e, em Cuiabá, a prefeitura já cobriu uma parte com grama para melhorar a paisagem da cidade. Em conversa com a imprensa, o governador Mauro Mendes alfinetou Pinheiro – que andou exigindo que o Governo converse com a Prefeitura antes de tomar qualquer decisão sobre o futuro do VLT – e disse que Emanuel também não conversou com o Execu-

Em Cuiabá, parte do canteiro por onde passariam os trilhos do VLT foi gramada pela Prefeitura de Cuiabá

Michelle Cândido

Mailson Prado

VLT.

tivo quando resolveu plantar Palmeiras e grama no canteiro central das avenidas, por onde deverá passar o modal de transporte, caso a obra seja retomada. “Eu quero saber se o prefeito Emanuel dialogou com o Governo quando ele resolveu entupir o buraco das obras do VLT? Eu era prefeito e não entupi buraco de obra”, disse o democrata. Em relação ao trabalho nos canteiros das avenidas, a prefeitura de Cuiabá afirma que o projeto paisagístico não interfere e não possui nenhum fator de inviabilidade na retomada das obras do Veículo Leve sobre Trilhos. Destaca que o trabalho foi iniciado ainda em 2018, na Avenida Fernando Corrêa da Costa, como forma de melhorar o visual da cidade, até que uma definição sobre a obra do VLT seja tomada. Agora, a atividade também é realizada nas avenidas Ten. Cel. Duarte (Prainha) e Historiador Rubens de Mendonça (Avenida do CPA). Na montagem do projeto foi dada a preferência para a utilização de plantas que possam ser reaproveitadas em outros espaços públicos, caso a opção pela sequência nas obras do modal seja a escolhida. Dessa forma, a Prefeitura tomou todas as precauções para evitar que o investimento seja desperdiçado. Além disso, todo o trabalho é executado por servidores da Secretaria de Serviços Urbanos, o que também colabora na preservação do orçamento público. VLT O Veículo Leve Trilhos (VLT) é um sistema de transporte que vai atender Cuiabá e Várzea Grande, no projeto do modal constam duas linhas (Aeroporto-CPA e Coxipó-Porto), com 22 km, 40 composições que terá capacidade para transportar 400 passageiros, sendo 72 sentados e mais 280 vagões. A previsão é que ainda terão mais 33 estações de embarque e desembarque, três terminais de integração e mais uma estação exclusiva que fará integração com ônibus.

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São investimentos que representam avanços na mobilidade urbana, mais conforto ao cidadão e que estão em sintonia com o nosso conceito de humanização no trânsito

Localizado na rotatória do Jardim Itália, novo viaduto homenageará o empresário Juca do Guaraná

Cuiabá ganha mais obras

O mesmo acontecerá na região Sul, onde ficará o viaduto Murilo Domingos – na Avenida Beira Rio –, que possui mais de 30 bairros e vai atender 145 mil pessoas. As análises feitas pela prefeitura de Cuiabá para implantação dos viadutos apontam que nos trechos dessas avenidas, o fluxo de veículos tem sido cada vez mais crescente, o que resulta em quilômetros de congestionamentos com espera de mais de 30 minutos, durante o horário de pico. Os elevados são apontados como grandes obras da gestão Emanuel Pinheiro no setor de infraestrutura urbana, ambos terão a estrutura de 200 me-

tros de extensão e 18 metros de largura, a estimativa é de duplicar a capacidade de veículos nos cruzamentos, dando mais agilidade, rapidez, além de uma moderna arquitetura da capital mato-grossense. Rotas alternativas O trabalho está na fase preliminar, no qual além da topografia e montagem do canteiro, discussões sobre rotas alternativas estão sendo realizadas. As interdições e divulgações das possíveis alternativas de desvios serão feitas conforme o avanço da obra, por meio de um trabalho em parceria entre as secretarias de Obras Públicas e Mo-

bilidade Urbana. Todas as intervenções serão comunicadas com antecedência, por meio do site da prefeitura de Cuiabá, folders, faixas e sinalização de indicação. Ainda assim, a prefeitura ressalta que é impossível executar obras desse porte sem interferir na rotina dos condutores. Homenageados As figuras políticas homenageadas pelo prefeito Emanuel Pinheiro, foram pessoas com grandes serviços prestados nos 300 anos de história de Cuiabá e contribuíram com o desenvolvimento econômico da capital. Os homenageados também possuem fortes ligações com as regiões nas quais os viadutos serão construídos. José Maria Barbosa, o Juca do Guaraná, passou grande parte da sua vida na região do Pedregal e Jardim Imperial. Já para a escolha de Murilo Domingos, além de ser um ponto de divisa entre Cuiabá e Várzea Grande, foi levada em consideração sua marcante luta pela preservação do Rio Cuiabá, por meio do projeto “Salve o peixe, Salve o Rio”. Davi Valle

Luiz Alves

MOBILIDADE.

Orçados em mais de R$ 30 milhões, dois novos viadutos vão desafogar dois gargalos existentes hoje, beneficiando mais de 230 mil pessoas Michelle Cândido

N

o mês de junho o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), assinou duas ordens de serviço para construção de dois viadutos nas principais rotatórias de da capital, visando melhorar a mobilidade do cuiabano e desafogar o tráfego. Serão feitos dois elevados, um no encontro da Avenida Érico Preza (Avenida Itália) com a Avenida Professora Edna Maria Albuquerque Affi (Avenida das Torres), que levará o nome do ex-vereador de Cuiabá, José Maria Barbosa, popularmente conhecido como Juca do Guaraná, falecido em julho de 2018. O outro elevado ficará na Ave-

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nida Beira Rio, no cruzamento com a ponte Sergio Mota, e receberá o nome do ex-prefeito de Várzea Grande e ex-deputado federal por Mato Grosso, Murilo Domingos, falecido em abril deste ano. As obras têm previsão de término de 360 dias, a partir do início dos trabalhos. A construtora Lutufo Engenharia e Construções e Rivoli do Brasil Spa é a responsável por realizar as construções, o consórcio venceu a licitação, feita no modelo de Regime Diferenciado de Contratação (RDC). As obras estão orçadas em R$ 30.333.656,42, a verba foi viabilizada

por meio de empréstimo junto ao Banco do Brasil, com carência de um ano e meio, juros de 5% ao ano, que será pago em um lapso temporal de 8 anos. Segundo o estudo de viabilidade feito durante a construção do projeto, na Avenida Beira Rio o fluxo é de cerca de 9 mil veículos hora/pico, já na Avenida das Torres o número é de aproximadamente 10 mil. A região Leste, onde será construído o viaduto Juca do Guaraná – na Avenida das Torres –, possui mais de 40 bairros e, aproximadamente, 90 mil habitantes que serão beneficiados direta ou indiretamente pela melhoria na mobilidade urbana.

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GÁS NATURAL.

Marcos Vergueiro /Secom-MT

Mato Grosso perto de reabrir mercado Daniel Marenco /Agência O Globo

Adesão a plano nacional beneficiará estado para ter acesso a linhas de crédito e subsídios para alavancar o setor

Governador Mauro Mendes e representantes da Bolívia podem firmar parceria para fornecimento de gás natural

Carla Ninos

O

Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou no dia 24 de junho uma resolução para abrir o mercado de transporte e distribuição de gás natural. O governo avalia que a medida pode reduzir o preço do gás. Entre outras medidas, a resolução prevê as seguintes recomendações: Ações para a Petrobras deixar de controlar a venda de gás natural; Adoção de incentivos para os estados abrirem mão do monopólio de distribuição. Com essa proposta, o governo federal, na pessoa do ministro da Economia

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Paulo Guedes, avalia que a medida pode reduzir em 40% no preço da energia – em até dois anos – e o preço do gás no país. “Um choque de energia barata é tudo que todos sonham (…), tem muita coisa boa quando se faz uma coisa como essa (…). Estamos super otimistas que isso vai fazer o Brasil crescer”, disse o ministro, em Brasília. De acordo com informações publicadas pelo Estadão, hoje, a indústria paga US$ 11 por milhão de BTU, mais que o dobro do valor pago nos EUA, de US$ 4 – dados adquiridos com a Associação

Brasileira de Grandes Consumidores de Energia (Abrace) –. Também de acordo com a entidade, preços competitivos podem adicionar 1% de crescimento anual ao PIB e gerar 12 milhões de empregos em dez anos. A resolução aprovada recomenda à União a adoção de incentivos para os estados abrirem mão, voluntariamente, do direito ao monopólio da distribuição de gás natural. A abertura do mercado de gás poderá ser usada, por exemplo, como contrapartida nos planos de equilíbrio fiscal dos estados quando houver empréstimos com garantias da União.

Em Mato Grosso Segundo o presidente da Companhia Mato-grossense de Gás (MT GÁS), Rafael Reis, Mato Grosso vai aderir ao Plano Nacional de Gás Natural e deverá ser beneficiado com várias linhas de incentivos, como a destinação de um valor maior do Fundo do Pré-Sal com o objetivo de incentivar a abertura do mercado de gás dentro do estado. “Nós estamos fazendo duas frentes de trabalho, no primeiro momento, nosso foco é ter um contrato firme – que dá credibilidade e segurança jurídica – com a Bolívia, para garantir o abastecimento de gás natural. Isso, pra gente começar a fazer os avanços em relação à abertura de mercado interno, em alinhamento com a União. Em um segundo momento, tendo em vista que a Bolívia tem muitos produtos que interessam ao Mato Grosso – como a Uréia de excelente qualidade; o GLP (gás de cozinha) e o GNL (Gás Natural Liquefeito) –; que a gente possa, gradativamente, firmar parcerias comerciais para esses produtos”, explica Reis.

A resolução aprovada recomenda à União a adoção de incentivos para os estados abrirem mão, voluntariamente, do direito ao monopólio da distribuição de gás natural. Possível sociedade com a Bolívia O governador Mauro Mendes (DEM) recebeu, no dia 27 de junho, representantes bolivianos para tratar sobre a possibilidade da construção de uma sociedade entre as empresas estatais Companhia Mato-Grossense de Gás (MT Gás) e Yacimientos Petroliferos Fiscales Bolivianos (YPFB), para fornecimento de gás natural. A reunião contou com a presença do ministro de Hidrocarburos, Luis Alberto Sánchez Fernández, e o presidente da estatal de

gás YPFB, Oscar Barriga Arteaga. As conversas iniciaram após a visita do governador à Bolívia, realizada no mês de maio, para tentar dar continuidade no fornecimento do gás. “Esse foi o grande problema que nós convivemos ao longo de mais de 15 anos, desde que foi inaugurada a termoelétrica em Cuiabá”, afirmou Mauro. A ideia é que a MT GÁS feche a parceira com o governo boliviano por meio da empresa YPFB. Com o fornecimento de gás contínuo, Mauro acredita que isso pode ser um marco para o desenvolvimento industrial de Cuiabá, a partir do restabelecimento da usina termoelétrica, que está com as atividades paralisadas na baixada cuiabana há quase uma década. “A Bolívia como é nosso país vizinho, nós temos um gasoduto chegando aqui, por isso, faz muito sentido pra eles e pra nós criarmos essa parceria, Porque mesmo que tenha abundância de gás em toda a região Sul e Sudeste dificilmente vai se construir outro gasoduto para vir de lá para chegar aqui então a única estrada, caminho, é o gás boliviano”, defendeu.

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Aprosoja

PLANO SAFRA.

Detalhes do programa foram apresentados pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL), durante solenidade em Brasília

Programa traz avanços, mas exige atenção com os juros

Antônio de Picolli

Lançado pelo Governo Federal, o plano foi elogiado por especialistas e entidades ligadas ao agronegócio Mel Mendes – Especial para a RDM

A

pós correr riscos de extinção por causa da demora do Congresso Nacional em votar a liberação do crédito suplementar solicitado pelo Governo Federal, entrou em vigor no dia 1º de julho o Plano Safra 20192020. Para o próximo ciclo, os produtores contarão com R$ 225,5 bilhões,

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sendo R$169,3 bi para o crédito rural, com aplicação em custeio, comercialização e industrialização; e R$ 53,4 bi para investimentos. O lançamento do plano antes da abertura do ano-safra animou o setor – que em 2018 teve a maior safra de grãos da história – com 328,9 milhões de toneladas produzidas e alavancou o Produto

Interno Bruto (PIB) brasileiro. O valor ofertado pelo Plano Safra este ano é o mesmo do ciclo passado, mas o programa passou por uma série de ajustes, alterando inclusive, a taxa de juros, fator que preocupa parte dos produtores. “Depois das ameaças ao crédito suplementar, a simples existência do Plano Safra, esse ano, já é uma vitória. O pla-

no atendeu várias das expectativas do setor, mas o aumento da taxa de juros deve ser o foco da atenção do produtor neste momento”, avalia o superintendente do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Daniel Latorraca. Em Mato Grosso, os juros subiram de 7% para 8%. Parece pouco, mas, segundo o especialista, o aumento pode fazer grande diferença no valor final do crédito para o produtor. Em nota divulgada após o lançamento do Plano Safra, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) afirmou que o programa contempla diversas propostas da entidade e beneficia os produtores rurais. Dentre as medidas estão o aumento do valor para a subvenção ao prêmio do seguro rural – que este ano será de R$ 1 bilhão – o que permitirá atender mais que o dobro de apólices de 2019; a permissão para segmentar a propriedade rural como garantia nos financiamentos agropecuários e a liberação de R$ 500 milhões para construção e reforma de imóveis no meio rural. “O incentivo para construção e reformas de imóveis rurais foi uma solicitação prioritária de Mato Grosso para a CNA e é uma vitória para nosso estado, principalmente, por viabilizar a construção de armazéns. O aumento da capacidade

de armazenamento de grãos é urgente e fundamental para o sucesso da safra”, comentou Latorraca. Segundo o Imea, Mato Grosso deve produzir 64 milhões de toneladas de soja e milho, mas a capacidade de armazenamento do estado é de apenas 34 toneladas. Outra novidade vista com bons olhos foi à incorporação do segmento de pesca e aquicultura ao Plano. “Em Mato Grosso temos um enorme potencial nesse setor, que precisava de investimentos e incentivos para ampliar sua produção”, completou Latorraca. Além disso, o programa prevê a ampliação das fontes de financiamento com a possibilidade de emissão de títulos no exterior para a captação de recursos de

Em Mato Grosso, os juros subiram de 7% para 8%. Parece pouco, mas, segundo o especialista, o aumento pode fazer grande diferença no valor do crédito ao produtor

fundos internacionais que estão dispostos a investir no agronegócio brasileiro. “Precisamos dessa diversificação das linhas de financiamento para investimentos na produção para tornar o estado de Mato Grosso cada vez mais competitivo. As novas medidas criam um ambiente de negócios melhor, com mais condições de captação de recursos. Então, no geral, a perspectiva é positiva, mas é necessário ter atenção em relação às taxas de juros”, concluiu o superintendente do Imea. Pequenos e médios produtores A agricultura familiar também será beneficiada pelo Plano Safra 2019-2020, que disponibilizou R$ 31,22 bilhões para custeio, comercialização e investimento na produção dos beneficiários do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Já os recursos para o Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) tiveram um aumento de mais de R$ 6 bilhões (32%), chegando aos R$ 26,49 bilhões este ano. Estão garantidos recursos de custeio para produção de alimentos básicos como arroz, feijão, mandioca, trigo, leite, frutas e hortaliças e para investimento na recuperação de áreas degradadas, cultivo protegido, armazenagem, tanques de resfriamento de leite e energia renovável.

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Divulgação

MADEIRA NATIVA.

Em busca do reconhecimento internacional

Com a parceria, serão desenvolvidas atividades para melhorar, continuamente, a cadeia de valor do setor florestal no estado

Protocolos mato-grossenses e europeus serão comparados. Ideia é que, com ajustes, controles estaduais atendam aos requisitos internacionais Daniela Torezzan – Especial para a RDM

C

om o objetivo de criar um selo de sustentabilidade internacional, conferindo garantias para a comercialização de madeira nativa, será realizado um estudo para comparar o Sistema de Comercialização e Transporte de Produtos Florestais (Sisflora) de Mato Grosso com os padrões internacionais de sustentabilidade de madeira nativa reconhecidos pelo mercado europeu. A proposta é analisar todos os aspectos dos protocolos de controles mato-grossense e europeu identificando semelhanças e diferenças, com avaliação crítica da eficiência de ambos e, ao final, recomendar os ajustes necessários para que o Sisflora atenda aos requisitos internacionais. Esse trabalho é a primeira etapa de uma parceria firmada, este ano, entre o Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira de Mato Grosso (Cipem) e a Iniciativa para o Desenvolvimento Sustentável (IDH), com ações para promover e valorizar o setor de base florestal de Mato Grosso. Com a parceria, serão desenvolvidas atividades para melhorar, continuamente, a cadeia de valor do setor flo-

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restal no estado. Além dessa atividade, estão previstas ações de suporte técnico e financeiro para criar um Sistema de Registro de Gestão Florestal Digital, realização de intercâmbios, visitas técnicas e eventos, além do desenvolvimento de estratégias de comunicação para melhorar a imagem do setor de base florestal e o acesso a novos mercados, tanto no Brasil quanto no exterior. As ações estão em consonância com a Estratégia Estadual Produzir, Conservar e Incluir (PCI), uma coalizão territorial de longo prazo para mitigar as questões relacionadas ao uso do solo e recursos naturais. Um dos objetivos da PCI é estabelecer mecanismos de transparência e governança para atrair investimentos que promovam o desenvolvimento sustentável do estado. O esforço do setor florestal é para acessar um mercado cada vez mais exigente e competitivo em relação à sustentabilidade e legalidade dos produtos. Para isso, tem buscado a modernização das operações, a melhoria da qualidade dos produtos e o estabelecimento de parcerias que apoiem uma imagem mais assertiva, tanto no mercado interno quanto no exterior.

O Cipem, que está prestes a completar 15 anos, é o representante do setor em Mato Grosso, reunindo os oito sindicatos patronais de base florestal. Entre as principais conquistas da instituição neste período, pode ser citada a abertura de diálogo com o governo no que tange as chamadas políticas públicas, permitindo avançar em questões essenciais para o desenvolvimento do setor “Estamos trabalhando” para que o setor florestal tenha o respaldo condizendo com a importância que representa. Para isso, debatemos e propomos ajustes na legislação no sentido de manter os princípios da conservação, mas permitir maior competitividade frente

a outros estados produtores”,explica o presidente do Cipem, Rafael Mason. O principal desafio segundo ele é alta carga tributária aplicada às atividades florestais, cujo estudo comparativo com outros estados produtores de madeira nativa, evidenciou ser em média, 30% maior. Com tudo isso, os números do setor ainda são expressivos: responsável pela quarta economia de Mato Grosso, gerador de noventa mil empregos diretos e indiretos que movimentam uma extensa cadeia de produção em 44 municípios do estado, mais de seis mil empreendimentos florestais, sendo, aproximadamente, 1.600 indústrias

e comércios. Em 2018, o setor movimentou, aproximadamente, R$ 2 bi em vendas, recolhendo aos cofres públicos estaduais mais de R$ 53 mi em Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e mais de R$ 23 mi oriundos do Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab), de acordo com registros da Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz-MT). A partir dessa perspectiva, o setor de base florestal se prepara para a indústria do futuro, chamada de 4.0 – a Quarta Revolução Industrial – cuja expressão se resume a englobar tecnologias para automação e troca de dados, com a utilização de conceitos de siste-

mas online de informação. Neste cenário, entram parcerias com a Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) que está desenvolvendo uma plataforma, online e gratuita, com diversos dados do setor, permitindo a visualização de toda a cadeia de custódia da madeira e o acesso a dados econômicos. Também é preciso citar a parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), na criação de uma disciplina optativa no curso de Arquitetura e Urbanismo destinada, especialmente, para falar sobre a madeira nativa na construção civil. Há ainda parcerias com a Embrapa Florestas para realizações de pesquisas científicas voltadas ao manejo florestal, entre outras de conteúdo mais técnico que servem de subsídio para a atuação. Internamente, para melhorar a gestão empresarial, a qualidade de processos e produtos, fomento e ampliação da participação das empresas no mercado, com o fortalecimento da governança dos sindicatos patronais do setor de base florestal, foi criado o Programa madeira 4.0, liberado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-MT). A participação em feiras e eventos internacionais também faz parte da estratégia de conseguir mais e melhor visibilidade.

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APÓS 19 ANOS.

Entre as diversas opções do cardápio, o campeão de pedidos é o X-Bagunça

Empresa de lanches investe em delivery

Fotos - Lucas Leite

Empreendimento que começou com um carrinho de lanches em frente a um dos colégios mais tradicionais da cidade se tornou a lanchonete mais conhecida de Cuiabá

rendido bons frutos e os clientes tem se interessado em usufruir da comodidade de receber o lanche direto em casa. Outra característica dos lanches é a maionese temperada, especialidade da casa –como acompanhamento – muito elogiada pelos clientes. Outro diferencial, que caiu no gosto da clientela, é a qualidade dos produtos. “Nosso público é misto, eles buscam de tudo um pouco, principalmente, a qualidade que particularmente, nós acreditamos ser nosso diferencial. É gostoso e tem qualida-

de, isso que torna os nossos lanches e hambúrgueres caseiros, satisfatórios’’, afirma Gustavo. Muito se engana quem acredita que não é possível ter qualidade aliada a preço acessível. Para se ter uma ideia, os lanches mais simples como o x-burguer custa R$ 9 reais. Já os mais elaborados e completos, como o x-tudo custa R$ 28. Já para os vegetarianos, o especial é feito a parte, mas com a mesma dedicação que os demais lanches, no valor de R$14,50. A família já tem planos para expan-

Outra característica dos lanches é a maionese temperada, especialidade da casa – como acompanhamento – muito elogiada pelos clientes dir novamente os negócios, segundo Gustavo, a ideia é levar o Belatto para pontos estratégicos da cidade e, ainda, investir em um food truck para rodar, principalmente, nas festas universitárias. A intenção é proporcionar aos cuiabanos uma experiência com os lanches do Belatto. O Belatto Lanches fica localizado na Avenida Presidente Getúlio Vargas nº 800. Funciona de segunda a quinta das 18h às 1h. Na sexta e sábado das 18h às 3h. E no domingo das 18h às 1h. MT.GOV.BR

JOÃO AMAVA AMAV AVA AV VA LUIZA.

QUE AMAV AV AV VA A CAR LA. AMAVA CARLA.

QUE AMAV AV AV VA A AN TÔNIO. AMAVA ANTÔNIO.

QUE AMAV AV AV VA A MARCOS. AMAVA

QUE SE AMAV AV AV VA. A. E SE CUI DAV AVA. AV VA. AMAVA. CUIDAVA.

Mailson Prado, com supervisão da editora-chefe

U

m carrinho em frente ao colégio Liceu Cuiabano. Assim Sandro Belatto iniciou sua jornada de trabalho com os lanches que levam seu nome. O que ele não sabia, é que quase 19 anos depois, o seu empreendimento se tornaria uma das lanchonetes mais conhecidas de Cuiabá. Em 2016, o empresário decidiu aprimorar o negócio e investiu em um ponto fixo, bem próximo onde ficava com carrinho. A ideia, vinda dos filhos, Gustavo e Vinícius, foi bem sucedida e aceita pelos clientes, já que o local é uma das lanchonetes mais movimentadas da capital. Por noite, são produzi-

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dos mais de 150 lanches, com grandes variedades de sabores e montagens. A dedicação do empresário rendeu à lanchonete, em 2018, o primeiro lugar no prêmio Veja Comer e Beber edição Cuiabá, como o melhor ‘’baguncinha’’ da cidade. O ponto chega a receber até 200 pedidos em um único dia. Um dos lanches mais produzidos é o x-bagunça montado com hambúrguer, salsicha, mussarela, presunto, ovo, bacon, alface e tomate. Segundo Gustavo – filho que hoje assumiu a responsabilidade pelo empreendimento – os lanches são pensados e produzidos com a mais dedicada qualidade, o cuidado vai dos ingredientes ao atendimento. Para ele, todas es-

sas conquistas, são frutos do trabalho árduo do pai. “Tudo que ele conquistou foi através desse esforço. Há 19 anos, ele começou carregando carrinho para cima e para baixo, com sol e chuva. Ele já fazia naquela época as compras dos alimentos frescos. Então, tem esse esforço resultou na lanchonete hoje’’, afirma o empresário. Além da loja física, a família também investiu em um serviço de Delivery para melhor atender os clientes. Lá, são mais de 150 pedidos diários. Fora os pedidos no fim de semana que, por conta da praticidade e rapidez, caem no gosto do público. A nova modalidade tem

As DSTs, agora, são conhecidas como ISTs: Infecções Sexualmente Transmissíveis.

A transmissão é pelo contato sexual. Previna-se: use preservativo. Se cuide. Se ame.

SES Secretaria de Estado de Saúde RDM | 2017 25


Ex-modelo dá guinada na carreira Diante da necessidade de adequar seu corpo para atingir um novo patamar na carreira, Evelyn Rubini optou por seguir seu sonho e hoje tem uma lanchonete de sucesso

Fábio Motta

Mailson Prado, com supervisão da editora-chefe

Evelyn Rubini, que chegou a ser uma das modelos mais requisitadas de Mato Grosso, decidiu apostar na gastronomia como uma forma de se reinventar

F

lashes, saltos, passarelas e milhões na conta bancária. Nada mais inspirador do que seguir os trilhos de grandes modelos internacionais e ser capa de revistas pelo mundo. São milhares de garotas brigando por uma vaga e pela oportunidade de fazer um book para campanhas e desfiles de moda. Em Mato Grosso, uma jovem viveu todo o glamour do mundo da moda e escolheu largar tudo. Evelyn Rubini, de

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25 anos, chegou a ser uma das modelos mais requisitadas do Estado para esses trabalhos. Eram campanhas de segunda a segunda, sem tempo até de respirar. Desde pequena, a goiana – que se mudou para Cuiabá com os pais – teve uma infância difícil, a começar pela sua altura que desde o ensino fundamental era motivo de chacota pelos colegas. ‘’O meu processo de crescimento foi muito rápido. Lembro que cresci e logo me vi com 1 metro e 85 de altura no

meio de várias outras crianças pequenas. Sofri muito bullying por ser mais alta, com apelidos maldosos que de alguma forma sempre me afetavam’’, afirma ela. Foi nessa época que foi sondada por olheiros que logo viram seu potencial para as passarelas. Segundo a ex-modelo, hoje, empresária, as propostas para gerenciar sua carreira, vinham de grandes empresas de São Paulo, que se propuseram a gerir sua vida na cidade por até um ano com tudo pago. Mas, como nem tudo eram flores, ela precisaria passar por uma mudança estrutural no corpo e perder centímetros de quadril para se enquadrar nas medidas indicadas pela agencia. Eis o dilema, continuar tendo uma vida sem restrições ou se enquadrar e entrar de vez no mercado fashion das passarelas. Para a jovem – então com 19 anos –, o correto a fazer era seguir seus sonhos, o que não incluía uma vida no mundo da moda.

Arquivo pessoal

EMPREENDEDORISMO.

Desde pequena, a goiana – que se mudou para Cuiabá com os pais – teve uma infância difícil, a começar pela sua altura que desde o ensino fundamental era motivo de chacota pelos colegas cançar o que desejava. No ano seguinte mudou de curso – por não se adaptar – e se encontrou em Arquitetura. Com o apoio do namorado, a jovem planejou a abertura de uma lanchonete. Na época, as condições financeiras não estavam favoráveis e o pai – serralheiro – ajudou a construir a estrutura física

Neste ano, a empresária mudou sua empresa para a Avenida das Torres e hoje conta com uma grande clientela

do lugar. A decoração rústica que a “Digoreste BBQ” tem, hoje, é um atrativo, além do cardápio que apresenta as barcas de churrasco, um método de venda inovador em Cuiabá, acompanhado dos lanches e um ambiente agradável. ‘’Tudo isso, além de ser um sonho, se deve pelo meu namorado, Alvino. Quando se tem uma pessoa que te incentiva, você sente segurança e corre atrás, mesmo que as dificuldades sejam maiores’’, afirmou. Em 2019, a “Digoreste BBQ” mudou de endereço – está na Avenida das Torres – com uma clientela cativa e satisfeita. Além de produzir o pão artesanal, Evelyn também faz bolos, doces e pães de acordo com as épocas do ano. Faz ovos trufados na Páscoa e panetones e chocotones no Natal. Nestas épocas, ela conta que a jornada de trabalho chega a 17 horas/dia fazendo o que gosta e afirma que “todas as mudanças na minha vida, hoje, significam a libertação das amarras ligadas a prisão de uma carreira da qual não se sentia dona de si”, finaliza.

Futuro O que para muitas pessoas poderia parecer uma garantia de vida, para Evelyn significava uma mudança definitiva. Então, desistiu de tudo e logo planejou seus primeiros passos como empresária. E não foi fácil, nada saia como ela queria. Em 2013, Evelyn começou a trabalhar com doces e a cursar Publicidade, mas ainda estava distante de al-

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ESPAÇO CUIDAR.

Unimed Cuiabá investe em novo modelo de atendimento

O prédio de sete andares possui 8.262 m² de área construída, com capacidade de atendimento de até 2 mil pessoas por dia.

Boas práticas desenvolvidas no epicentro da inovação do mundo corporativo são apresentadas a gestores e líderes mato-grossenses

também ganham, com um serviço ainda melhor, com o que há de mais moderno em estrutura e um acolhimento e cuidado cada vez mais humano e integral, tendo tudo o que precisam em um só lugar”, reforçou o médico.

Mel Mendes – Especial para a RDM

H

á alguns anos a Organização Mundial de Saúde (OMS) vem alertando a comunidade científica internacional sobre a necessidade de medidas para a redução dos índices das chamadas Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs). Segundo o órgão, 38 milhões de vidas foram perdidas em 2012, por exemplo, por causa de doenças do coração ou pulmonares, acidentes cerebrovasculares (AVCs), câncer e diabetes. Dessas, cerca de 16 milhões (42%) foram prematuras e, de acordo com os especialistas, evitáveis com a adoção de hábitos de vida mais saudáveis. Por conta disso, avança em todo mundo a ideia de que o modelo de assistência em saúde focada, principalmente, na doença, restrito ao quadro agudo, não atende totalmente às necessidades impostas pelo modo de vida moderno. Os países mais desenvolvidos têm apostado mais na prevenção e na promoção da qualidade de vida a fim de combater o adoecimento da população. Seguindo esta tendência mundial, a Unimed Cuiabá inaugurou no dia 2 de julho o Espaço Cuidar, uma moderna unidade de saúde com foco na medicina preventiva Com investimentos de R$ 38,9 milhões incorporados ao patri-

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mônio da Cooperativa, sendo R$ 19,2 milhões financiados pelo Financiamento do Centro-Oeste (FCO), o prédio de sete andares possui 8.262 m² de área construída, com capacidade de atendimento de até 2 mil pessoas por dia. Segundo o presidente da Unimed Cuiabá, o médico patologista Rubens Carlos de Oliveira Jr., a nova unidade representa um marco na saúde no estado e a concretização de novo conceito de atendimento ao cliente. “Passamos os últimos três anos em uma profunda mudança organizacional, incorporando em nosso jeito de atender a atenção personalizada e a ênfase na medicina preventiva. A nova estratégia de cuidados que o Espaço Cuidar traz valoriza o olho no olho, agregando, a isto, o estudo caso a caso, detalhado, para promover a saúde global do paciente e sua família, com as tecnologias mais inovadoras do setor. Temos uma estrutura de promoção de bem-estar e qualidade de vida e, ao mesmo tempo, continuamos dispondo do que há de melhor no tratamento de doenças, caso elas surjam ou sejam agravadas”, explicou. O prédio foi construído ao lado do Centro Assistencial Unimed Cuiabá, que abriga o Pronto Atendimento dentre outras unidades. Juntos, os dois

Fotos: Rogério Florentino / Unimed Cuiabá

blocos compõem o Complexo de Saúde Unimed Cuiabá – localizado na Rua Barão de Melgaço, 2057 – e reúnem todos os serviços próprios da cooperativa. A nova unidade abriga as Clínicas (psicologia, fonoaudiologia e nutrição), fisioterapia, os 12 programas de saúde do núcleo de medicina preventiva – Viver Bem, além de oferecer aos beneficiários uma academia com estrutura completa e cozinha experimental. Também funcionarão no prédio a Rede de Cuidados Continuados (RCC) e Cuidados Paliativos e o Núcleo de Saúde Ocupacional (NSO). “Nós, médicos cooperados, ganhamos em comodidade e segurança no atendimento; e todos os nossos clientes

Tecnologia e sustentabilidade dão o tom da nova unidade. Água da piscina, por exemplo, será aquecida com energia solar

Meio ambiente Além disso, a estrutura preza pela sustentabilidade. O Espaço Cuidar é equipado com sistema de captação de água da chuva para reuso em jardins e banheiros e uma Central Solar Fotovoltaica composta por 240 painéis solares instalados em parte da cobertura do novo estacionamento com 66 kw de potência instalada, capaz de gerar em média 8.225 kw por hora ao mês. Isso corresponde, inicialmente, a cerca de 14% do consumo total do prédio e uma economia anual de mais de R$ 58 mil, com previsão de ampliação. As piscinas aquecidas que serão utilizadas para a hidroterapia, serão aquecidas com energia solar. “Com o Espaço Cuidar a Unimed Cuiabá espera contribuir com o movimento de mudança de cultura em prol da prevenção em saúde e do cuidado de forma ampla, incluindo o cuidado com o meio ambiente saudável, no qual toda a sociedade ganha. Estamos fazendo nossa parte frente ao desafio de implantar um modelo assistencial que permita o acompanhamento contínuo, com orientações de educação em saúde e cuidados preventivos. Isso é investir no futuro”, concluiu o presidente da Cooperativa.

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História de agricultoras é contada nos palcos

Lucas Leite

MULHERES DA TERRA.

Marcondes Araújo

O encontro entre Aline Mialho, que inspirou uma das personagens, e a atriz Mariana Ferreira, que interpreta a personagem

Rico roteiro detalha atuação feminina em defesa da terra e na luta por justiça social. Obra é baseada em um livro lançado em 2010 Ariane Veiga, com supervisão da editora-chefe

A

s mulheres rurais são responsáveis por mais da metade da produção de alimentos do mundo. Em Mato Grosso, isso não é diferente. Durante décadas, as mulheres camponesas dedicaram suas vidas em defesa da terra e lutando por justiça social. Essa premissa inspirou a jornalista Sheilla Gumes, autora do livro “Dez Mulheres e Muitas Vidas” (2010), a contar a vida de resistência das mulheres do campo.

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O livro, por sua vez, inspirou o diretor Flávio Ferreira a adaptar para o teatro as histórias de Bete, Vera, Miguelina, Ivani, Germana, Leonora, Dorcina, Raimunda, Maria Ivanildes, Lindaura, Camila e Aline. O espetáculo “Mulheres da Terra” esteve em cartaz no Cine Teatro de Cuiabá, durante o mês de maio, emocionou o público.“Quando li o livro da Sheilla, logo surgiu a ideia de adaptar o texto para o teatro. Discutimos no elen-

co do grupo para descobrir como poderíamos mostrar essas histórias e, no mesmo ano (2017), optamos por viajar para algumas dessas comunidades com o propósito de conhecer essas mulheres e suas histórias”, conta o diretor. Duas das comunidades escolhidas pelo elenco ficam na cidade de Jangada e Acorizal. Tatyane Silva, atriz do grupo Cena Onze, interpreta as mulheres Ivani, Germana e Irmã Leonora. Segundo ela,

o processo de ir até essas comunidades, onde algumas de suas personagens viveram, foi de grande importância na adaptação e construção de cada cena. “Conhecer a Germana, ser recebida com muito carinho em sua casa; esse convívio me ajudou a captar as características dela para a personagem”, conta Tatyane. Irmã Leonora, mulher da vida real, se emociona ao ver a sua história contada no palco através da interpretação da Tatyane. “A equipe é incrível. Eles têm a expressão no que fala e emociona muito. Contar e mostrar não só a minha vida, mas de outras mulheres, nos faz sentir muito bem. Eu já pude assistir à peça e posso falar como é arrepiante a interpretação das atrizes.” Outra mulher, cuja vida inspirou uma personagem, é a assistente social Aline Mialho, nascida em Jangada. “Eu nasci e fui criada em uma zona rural chamada Mutum, no município de Jangada. Estudei minha infância toda em uma escola pública da zona rural e tive a oportunidade de vir pra Cuiabá fazer uma faculdade. Hoje, trabalho na Comissão Pastoral, com mulheres da bai-

xada cuiabana que lutam pelos direitos das mulheres rurais”, conta Mialho. A atriz Mariana Ferreira vive em cena as histórias de Aline, Maria Ivanildes e Lindaura; ela conta que interpretar essas mulheres é um aprendizado. “A dona Ivanildes, uma senhora, benzedeira e médium que trabalha com a espiritualidade para curar pessoas, que pra mim, é um lado muito importante

A Aline é a personagem que mais tive contato, pois ela esteve com o elenco nas viagens e ensaios, tenho um carinho muito grande por ela ser uma mulher jovem e que faz tanta diferença

da vida dela: cuidar das pessoas através de um dom que ela tem. Quando fiz a pesquisa e entrei em contato com ela, foi o que mais senti vindo dela. A Aline é a personagem que mais tive contato, pois ela esteve com o elenco nas viagens e durante os ensaios, tenho um carinho muito grande por ela ser uma mulher jovem e que faz tanta diferença”, conta Mariana. A violência doméstica, cujas ocorrências só aumentam no Brasil, também é retratada no espetáculo através da história de vida de Lindaura. “A Lindaura é mulher forte, apesar de tudo que passou. No espetáculo, enfatizamos a violência doméstica sofrida por ela. Por ser uma realidade latente hoje, isso mexe bastante com a gente. Ao mesmo tempo em que vemos as mulheres ganhando força como trabalhadoras, saindo de casa, ganhando seu dinheiro; o que no campo, para as mulheres, é muito novo, tem essa questão da violência dentro de casa. São maridos que não aceitam o fato delas trabalharem, usarem batom vermelho, salto”.

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CASAMENTO COMUNITÁRIO.

Sim para a idadania e o respeito

O casamento civil entre pessoas do mesmo sexo foi consolidado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) em outubro de 2011. Antes, pessoas do mesmo sexo só podiam firmar união estável no país

Exatamente 50 anos após o episódio que ficou conhecido como Stonewall, município é palco do primeiro casamento comunitário homoafetivo da cidade Lucas Leite, com supervisão da editora-chefe

D

oze casais homoafetivos disseram “sim” no dia 28 de junho, no primeiro casamento comunitário para gays, lésbicas, bissexuais, travestis, transexuais e intersexuais (LGBTI), realizado em Cuiabá. Os casais de homens e de mulheres participaram da cerimônia ecumênica realizada no Buffet Rose Capriata, em uma ação do Conselho Municipal de Atenção à Diversidade Sexual (CMADS). O casamento civil entre pessoas do mesmo sexo foi consolidado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) em outubro de 2011. Antes, pessoas do mesmo sexo só podiam firmar união estável no país. Mais tarde, o Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou que casais do mesmo sexo poderiam registrar o matrimônio e garantir direitos semelhantes aos daqueles formados por um homem e uma mulher. Com o apoio da Prefeitura de Cuiabá, o casamento foi uma jornada importante pela igualdade social para os casais. A produtora cultural Lu Mello, 56 anos, e a atriz Claudete Jaudy, 61 anos, juntas há 28 anos, tiveram a oportunidade de realizar esse sonho, que também teve o propósito de garantir a cidadania, resgatar a dignidade e ressaltar o combate a intolerância e ao preconceito.

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Evelyn Souza

“É uma emoção e uma realização casar neste dia histórico – em que se comemora os 50 anos de luta de Stonewall – de luta por nossos direitos; o amor não precisa de lei e não tem fronteiras”, afirma Claudete. Lu conta que elas se conheceram em 1991, através de um amigo em comum. O amor delas venceu todas as barreiras e ganhou o apoio das famílias. “Sempre foi aberto para todo mundo e nossas famílias nos respeitam muito. Essa é a base. Se eles estão do seu lado, você consegue enfrentar o resto”, afirma Lu. Para o casal, o casamento foi uma vitória. “O Brasil é uma sociedade machista e homofóbica e temos que acabar com isso. No século XXI, com celular e internet na nossa cara, não há porque mantermos essa mentalidade medieval”, declara Claudete. Valdomiro Arruda, presidente do CMADS, disse que as roupas dos noivos, os doces e a decoração são resultado de parcerias firmadas, especialmente, com empresários LGBTQI+. “A maioria dos profissionais que proporcionaram essa festa são gays, nos unimos pra que desse certo. Embora cada um tenha suas individualidades

e seus próprios grupos, na hora de se engajar para ajudar, a gente se une. E o resultado foi esse, uma festa linda, com tudo de primeira qualidade”, conclui. Stonewall Em 2019, se comemora os 50 anos da Revolta de Stonewall, um exemplo de que vitórias podem surgir a partir do sofrimento e da repressão. Na madrugada de 28 de junho de 1969, um grupo de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT) frequentadoras de um bar, o Stonewall Inn, em Nova York, nos Estados Unidos, resolveram, após uma batida policial, dar um basta às agressões, preconceitos, humilhações e perseguições que sofriam. Foram três dias de resistência e enfrentamento com a polícia. Naquela época, ter relações sexuais com pessoas do mesmo sexo era ilegal em todos os estados americanos. A revolta tornou-se o marco de uma série de protestos e reivindicações por direitos LGBT, que se espalharam pelo país e influenciaram outros movimentos LGBT pelo mundo. Um ano depois, em 28 de junho de 1970, em

Nova York, foi realizada a primeira Parada do Orgulho, em celebração à Revolta de Stonewall. Cerca de 10 mil pessoas participaram daquela marcha. No ano seguinte, Londres também faria sua primeira Parada, seguida por outras cidades pelo mundo, sucessivamente, até os dias de hoje.

Bar Stonewall Inn foi o berço do primeiro movimento de resistência contra a repressão a homossexuais nos Estados Unidos Aqui no Brasil, parte desses 50 anos de história pode ser contada pelas páginas do Lampião da Esquina, o primeiro jornal homossexual do país, que circulou entre 1978 e 1981. A publicação marca o início do movimento brasileiro que, poucos meses depois de lançado, funda o grupo Somos – Grupo de Afir-

mação Homossexual. O periódico discutia, de forma bem humorada, temas relacionados à homossexualidade masculina, mas também política, feminismo, questões raciais e outras minorias, indo na contramão da esquerda de então, que enxergava a causa homossexual como algo menor, sem importância.

MT.GOV.BR

JOÃO AMAV AMAVA AVA AV VA LUIZA.

QUE AMAV AV AV VA A CAR LA. AMAVA CARLA.

QUE AMAV AV AV VA A AN TÔNIO. AMAVA ANTÔNIO.

QUE AMAV AV AV VA A MARCOS. AMAVA

QUE SE AMAV AV AV VA. A. E SE CUI DAV AVA. AV VA. AMAVA. CUIDAVA.

As DSTs, agora, são conhecidas como ISTs: Infecções Sexualmente Transmissíveis.

A transmissão é pelo contato sexual. Previna-se: use preservativo. Se cuide. Se ame.

SES Secretaria de Estado de Saúde

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Arquivo

ARTIGO.

Carlos Avalone Deputado estadual

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Treze anos sem Dante

A

o longo dos últimos anos, escrevi muitos artigos destacando a trajetória política de Dante de Oliveira e as transformações que ele fez em Mato Grosso, preparando o estado para o futuro. Hoje resolvi escrever sobre o amigo Dante. Quanta falta ele faz. Conheci ele no início de 1993, logo depois da eleição para seu segundo mandato de prefeito de Cuiabá. Cumprindo compromisso de campanha, decidiu criar a secretaria de Indústria, Comércio e Turismo da Capital. Eu e Maria, minha esposa, estávamos nos preparando para fazer nossa primeira viagem internacional. Cancún era o destino e estávamos em Brasília para tirar os vistos. Nisso, recebi um telefonema da secretária dele, Vanda. “Bom dia, o prefeito Dante de Oliveira gostaria de tomar um café da manhã com o senhor aí em Brasília amanhã”. Desliguei o telefone na cara dela, achando que fosse um trote. Ela insistiu e, ainda desconfiado, aceitei o convite. Bom dia, o prefeito Dante de Oliveira gostaria de tomar um café da manhã com o senhor aí em Brasília amanhã Dante se hospedava no Hotel das Américas e bem cedo fui ao encontro do homem das Diretas. No café, ele foi objetivo: “vou criar a Secretaria de Indústria, Comércio e Turismo, e preciso de um nome jovem, um empresário que não tenha filiação partidária”. Eu era Presidente do Sinduscon, tinha 32 anos, havia sucedido o amigo Catonho e juntos começamos projetos sociais como os de alfabetização e atendimento médico em canteiros de obras, ações que tiveram grande repercussão. Dante me surpreendeu: “quero convidá-lo para ser o secretário”. Surpreso, argumentei que só o conhecia da mídia, e não acreditava que alguém que não participou da campanha, não ajudou, poderia ser secretário. A resposta dele: “serei candidato a governador na próxima eleição, a classe empresarial

me tem como de extrema esquerda, e preciso me aproximar, porém sem os vícios destes relacionamentos de políticos com empresários. Acredito que juntos podemos fazer esta aproximação”. Eu sempre fui eleitor de Rodrigues Palma, tinha e tenho um carinho muito grande por toda a família Garcia e disse ao prefeito: preciso ouvir minha esposa, minha família e alguns amigos, não posso deixar de viajar, senão posso perder a esposa. Ele riu, perguntou quantos dias ficaria fora, respondi 15 dias e ele me deu uma semana para responder ao convite. Liguei de Cancún aceitando a missão, sem imaginar que aquela decisão mudaria a minha vida. Três meses depois, Maria pegava o elevador da prefeitura para um encontro com Thelma de Oliveira e começava ali uma grande amizade. Quando as esposas são amigas, os maridos se aproximam. Foram 13 anos de muita convivência, respeito e admiração. Trabalhamos muito, viajamos e participamos dos sonhos de Dante, que passaram a ser nossos, de uma Cuiabá próspera e um Mato Grosso mais justo e melhor para todos. Quando Dante partiu, um mês depois de ter perdido meu pai, perdi o chão. Não havia perdido ninguém até então, fiquei 6 meses sem dormir direito. Só voltei a dormir bem depois que recebi uma mensagem do Dante através dos amigos espíritas, Marina e Ari. Nela, ele dizia que estavam bem, tanto ele quanto meu pai. Alguns poucos amigos que conhecem esta mensagem me perguntam: você acredita? Minha resposta é simples, a partir desta mensagem voltei a dormir bem. Dante foi meu amigo, meu ídolo, meu líder e um irmão. Tentei entender a sua morte, não consegui. Percebi que tinha que aceitar. E ser grato por ter conhecido a maior liderança política de todos os tempos em Mato Grosso, por ter trabalhado com ele e por ter sido um grande amigo.

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