Revista RDM ed. 285

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www.rdmonline.com.br ANO XXI EDIÇÃO Nº 285 R$ 8,90

MATO GROSSO

NOTA MT

Programa inibe a sonegação de imposto e premia o consumidor ECONOMIA

Setor atacadista é um dos que menos sofre em períodos de crise

BOUTIQUE DE CARNES Carnes nobres estão mudando o churrasco



SUMÁRIO.

CARTA DO EDITOR.

ANO XXII | EDIÇÃO Nº 281 MARÇO/ABRIL 2019 DIRETOR DE REDAÇÃO JÕAO PEDRO MARQUES COORDENAÇÃO DE JORNALISMO ANO XXII | EDIÇÃO Nº 285 SETEMBRO/2019 CARLA NINOS

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DIRETOR EDITOR DE REDAÇÃO JOÃO PEDRONOGUEIRA MARQUES GLÁUCIO

EM FOCO

COORDENAÇÃOEDITOR DE JORNALISMO CARLA NINOS SECOM/MT

Nota MT: Programa inibe a sonegação de imposto e premia o consumidor

EDITOR GERAL FOTOGRAFIA: CARLA NINOS MAISLON PRADO, UNIMED CUIABÁ, CHARLES FONSECA TORRES, SECOM/MT, LORRANA CARVALHO, RAFAELLA FOTO CAPA ZANOL E JÚNIOR SILGUEIRO. MONEY RADAR

Comunicação eficiente: Publicidade que impulsiona e dá resultado

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DIAGRAMAÇÃO/ARTE: FOTOGRAFIA: JOSÉ MEDEIROS, CRIS NASCIMENTO | CRIS@CNJOB.COM.BR LUCAS NINNO, JOÃO PEDRO COELHO, AGÊNCIA O GLOBO, MARCELLO CASAL/ REVISÃO: AGENCIA BRASIL, ARQUIVO AMPA, DORALICE JACOMAZI SINFRA/MT, SEFAZ/MT, SECOM/MT, CHRISTIANO ANTONUCCI, MAYKE TOSCANO, ARQUIVO TEXTO:SECOM-MT, ACRIMAT, CARLAFLÁVIO NINOS,COSTA/SEFAZ-MT, *MAILSON PRADO (*Com supervisão TMG/DIVULGAÇÃO, NINOS da coordenação CARLA de jornalismo) E LORENA LACERDA DIAGRAÇÃO/ARTE FERNANDO INÁCIO REDAÇÃO:

Setor atacadista é um dos que menos sofre em períodos de crise econômica

(65) 3623-1170 / 3622-2310 REVISÃO REDAÇÃO@REVISTARDM.COM.BR DORALICE JACOMAZI

TEXTO RODRIGO MELONI, VIVIANE PETROLI, RDM MICHELLE NÃO SE CÂNDIDO, RESPONSABILIZA POR MATÉRIAS CARLA NINOS E ARTIGOS ASSINADOS, QUE NÃO REFLETEM NECESSARIAMENTEREDAÇÃO A OPINIÃO DA REVISTA. AS MATÉRIAS(65)ESPECIAIS 3623-1170PUBLICADAS / 3622-2310 NA RDM SÃO DE COLABORAÇÃO DE SEUS AUTORES E CEDIDAS redação@revistardm.com.br ESPONTANEAMENTE, SEM FINS LUCRATIVOS. RDM NÃO SE RESPONSABILIZA POR MATÉRIAS E ARTIGOS ASSINADOS, QUE NÃO REFLETEM NECESSARIAMENTE COMERCIAL/MÍDIA: A OPINIÃO DA REVISTA. AS MATÉRIAS ARTUR DIAS DA ESPECIAIS PUBLICADASFONSECA NA RDM NETO SÃO (65) 3623-1170 DE COLABORAÇÃO DE SEUS AUTORES E CEDIDAS ESPONTANEAMENTE, (65) 9682-1470 SEM FINS LUCRATIVOS.

EVELIN DEIRANE

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(65)99988-1317 COMERCIAL/MÍDIA ARTUR DIAS DA FONSECA NETO mídia@revistardm.com.br (65) 3623-1170 comercial@revistardm.com.br (65) 99682-1470

AGRONEGÓCIO: Rebanho acima da média, MT fechou 2018 com o maior rebanho do país, o que representa 13,9% do rebanho brasileiro

ADMINISTRATIVO CENTRAL:

midia@revistardm.com.br (65) 3623-1170 comercial@revistardm.com.br

Tiragem: 30 milCENTRAL exemplares ADMINISTRATIVO (65) 3623-1170 A REVISTA RDM MATO GROSSO É PUBLICAÇÃO DO DISTRIBUIÇÃO/CIRCULAÇÃO ADEMIR KUHNEN GALITZKI TIRAGEM: 30 MIL EXEMPLARES

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Carnes nobres estão mudando o churrasco, além do corte a procedência e o cuidado com o gado confere qualidade à carne

A REVISTA RDM MATO GROSSO É PUBLICAÇÃO DO

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GALERIA 504 – RUA BRIGADEIRO EDUARDO GOMES, 504 BAIRRO POPULAR, CUIABÁ/MT CEP: 78045-300

Discos de vinil voltam com força em Cuiabá

Bons ventos!

A so.

EXPEDIENTE.

primavera trás o desabrochar das flores, um clima mais romântico, mas, também, bons ares para a economia do estado. Percebemos que, aos poucos, a casa está ficando arrumada, os compromissos firmados sendo cumpridos e um líderANO firme à frente de Mato GrosXXII | EDIÇÃO Nº 281 MARÇO/ABRIL 2019

DIRETOR DE REDAÇÃO JÕAO PEDRO MARQUES

Esta edição da Revista RDM trás na capa o COORDENAÇÃO Programa Nota MT que, como DE JORNALISMO CARLA NINOS bem explica o secretário de Estado de Fazenda, Rogério Gallo, cada vez mais EDITOR conquista a população pela seriedade e as vantagens de poder ganhar prêmios GLÁUCIO NOGUEIRA em dinheiro. Na reportagem, vamos mostrar a importância de pedir o CPF na EDITOR nota e de o consumidor guardar o cupom fiscal, principalmente, em casos de SECOM/MT Marques produtos avariados ou em situações em João que oPedro mesmo produto é encontrado FOTOGRAFIA: MAISLON PRADO, UNIMED CUIABÁ, CHARLES FONSECA com preços diferentes, saber identificar cobrança abusiva faz parte TORRES, SECOM/MT, LORRANA CARVALHO, RAFAELLA da educaZANOL E JÚNIOR SILGUEIRO. ção fiscal, incentivada pelo programa.

Diretor

Editorial.

O tempo está acabando

DIAGRAMAÇÃO/ARTE: CRIS NASCIMENTO | CRIS@CNJOB.COM.BR

Destacamos também a eficiência da Secretaria Estadual da Casa Civil, por REVISÃO: DORALICE JACOMAZI meio da adjunta de Comunicação (Secom), em reduzir o quadro de servidores comissionados e a realizar uma comunicação eficienteTEXTO: com poucos recursos e CARLA NINOS, *MAILSON PRADO (*Com supervisão Diretor muita criatividade. da coordenação de jornalismo) E LORENA LACERDA

Editorial.

Nesta edição, você verá que o setor atacadista é REDAÇÃO: um dos que menos sofre (65) 3623-1170 / 3622-2310 REDAÇÃO@REVISTARDM.COM.BR em períodos de crise econômica porque o consumidor consegue substituir os produtos de primeira linha por outros baratos. é que, diante de tantas echando o primeiro A mais expectativa RDM NÃO SE RESPONSABILIZA POR MATÉRIAS trimestre de 2019, o dificuldades em articular sua base E ARTIGOS ASSINADOS, QUE NÃO REFLETEM Além disso, a edição traz um caderno sobre o Agronegócio comAS umada reNECESSARIAMENTE A OPINIÃO DA REVISTA. ânimo dos empresários, na primeira etapa da reforma MATÉRIAS ESPECIAIS PUBLICADAS NA RDM SÃO portagem especial sobre o uso da pesquisa da tecnologia no Braço DE e COLABORAÇÃO DE SEUS AUTORES Ecampo. CEDIDAS investidores e da previdência, o governo entenda de ESPONTANEAMENTE, SEM FINS LUCRATIVOS. tecnológico da AMPA, o IMAmt busca diminuir custose de população se arrefeceu. uma em vezsuas porpesquisas todas que, aindao que echando o primeiro produção e manter a sustentabilidade do negócio, melhorar a qualidade da fibra Ainda que fosse esperada, respeite a separação e a independência COMERCIAL/MÍDIA: trimestre de 2019, o e buscar novos mercados. ARTUR DIAS DA FONSECA NETO a demora da classe política dos poderes, é(65)preciso participar da ânimo dos empresários, 3623-1170 investidores e da (65) 9682-1470 no Legislativo. como um todo em aprovar as tramitação das propostas população se arrefeceu. E ainda, nos últimos anos, a procura pelos discos deDEIRANE vinil voltou a crescer EVELIN reformas necessárias para a retomada Basta que (65)99988-1317 o país avance nas Ainda que fosse esperada, entre os colecionadores novos, antigos e até os curiosos que apreciam as famomídia@revistardm.com.br a demora da classe política do desenvolvimento está passando do reformas necessárias para quede dar o sas “bolachas”. Nessa pegada, o sebo Tchá porcomercial@revistardm.com.br Discos, têm um acervo como um todo em aprovar as limite. arrefecido comOsoscriadores recentes reformas inveja, com 2 mil vinis catalogadosotimismo, e 6 mil discos a catalogar. do necessárias para a retomada ADMINISTRATIVO CENTRAL: está passando do (65) 3623-1170 Essa lentidão emde apaixonados promover pelos as vinis, acontecimentos, volte a reinar eculturais quedoosdesenvolvimento sebo, além ainda promovem encontros e limite. mudanças feiras esperadas pelaospopulação investimentos prometidos, 30 mil exemplares esperados para reunir amantes de uma boa vitrola.Tiragem: Essa lentidão em promover as e manifestadas nas urnas, em outubro e necessários ocorram a retomada do mudanças esperadas pela população A REVISTA RDM MATO GROSSOe É PUBLICAÇÃO DO e manifestadas nas urnas, em outubro do ano passado, tem preocupado as crescimento ocorra de fato. Boa leitura! do ano passado, tem preocupado as chamadas “vozes das ruas”, que temem chamadas “vozes das ruas”, que temem que tais transformações, por ocorrerem João Pedro Marques que tais transformações, por ocorrerem tarde demais ou de forma muito tímida, Diretor Editorial tarde demais ou de forma muito tímida, GALERIA 504 – RUA BRIGADEIRO EDUARDO GOMES, 504 não surtam os efeitos esperados. BAIRRO POPULAR, CUIABÁ/MT CEP: 78045-300 não surtam os efeitos esperados.

João Pedro Marques

O tempo está acabando

A expectativa é que, diante de tantas dificuldades em articular sua base na primeira etapa da reforma da previdência, o governo entenda de uma vez por todas que, ainda que se respeite a separação e a independência dos poderes, é preciso participar da tramitação das propostas no Legislativo. Basta que o país avance nas reformas necessárias para que o otimismo, arrefecido com os recentes acontecimentos, volte a reinar e que os investimentos prometidos, esperados e necessários ocorram e a retomada do crescimento ocorra de fato.

João Pedro Marques

Diretor Editorial

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EM FOCO.

Banco Central

Sefaz/MT

Agência o Globo

DA REDAÇÃO

A liberação do dinheiro do FGTS e do PIS/Pasep, associada à expectativa de aceleração das vendas nos próximos meses, surtiu efeito positivo na pesquisa que mede a Intenção de Consumo das Famílias (ICF), em Cuiabá, atingindo no mês de setembro 86 pontos, aumento de 4,4% sobre o mês anterior e 19,4% na comparação com setembro do ano passado. A pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e divulgada pela Fecomércio-MT, atingiu o segundo melhor resultado no ano. Com a expectativa de injetar mais de R$ 800 milhões na economia mato-grossense, por meio dos recursos do FGTS/PIS/ Pasep, segundo dados da própria Caixa Econômica Federal, o componente da pesquisa “Nível de Consumo Atual” apresentou a maior alta no mês, de 10,4%, contabilizando 69 pontos. Para as famílias que recebem até 10 salários mínimos, o percentual foi maior (12%), alcançando 66,2 pontos.

Marcello Casal/Agencia Brasil

Sinfra/MT

O Banco Central (BC) baixou de 6,5% para 5,7% a previsão de crescimento do crédito bancário neste ano. A informação consta no relatório de inflação, documento divulgado no dia 26 de setembro. Essa foi a segunda redução seguida da expectativa de alta do crédito, que estava em 7,2% no começo deste ano. Em 2018, após dois anos de queda, o crédito bancário voltou a crescer. O volume total (estoque) atingiu R$ 3,26 trilhões, alta de 5,5%. O BC informou que, em 12 meses até agosto, o crédito bancário cresceu 5,1%, para R$ 3,32 trilhões. Para 2020, a instituição projetou aceleração no ritmo de alta do crédito bancário – com a previsão de alta de 8,1% no período.

Empresas Simples de Crédito

Nos últimos cinco meses, 350 empresas simples de crédito (ESCs) foram criadas no país, uma média de duas por dia. O novo modelo de pessoa jurídica, espécie de microfinanceiras locais, autorizado por lei desde, possibilita aos proprietários de micro e pequenas empresas obter crédito com juros mais baixos e menos burocracia. Os dados são do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Segundo a Frente Parlamentar Mista das Micro e Pequenas Empresas, o novo modelo deve injetar cerca de R$ 20 bilhões por ano nos pequenos negócios e na economia do país. O balanço apresentado pelo Sebrae mostra que apenas dois estados ainda não possuem esse novo modelo de negócio: Acre e Rondônia ainda não contam com nenhuma ESC. 6 - RDM | 2019

Secom/MT

Fethab

A arrecadação do novo Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab) destinado à área de infraestrutura, em Mato Grosso, atingiu a cifra de R$ 291,88 milhões de janeiro a agosto desse ano. O número representa um crescimento de 19,24% frente ao montante acumulado nos 12 meses de 2018. Do volume total do Fundo, R$ 150,90 milhões foram aplicados pela Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra) na retomada de mais de 100 obras de pavimentação, restauração e pontes, perfazendo 258 quilômetros de rodovias construídas e recuperadas em todo Estado.

Turismo

Em tempos de mecanização dos sistemas com o avanço da tecnologia, um setor continua empregando e se apresentando como alternativa para pessoas que se viram fora do mercado de trabalho: o Turismo. Dados da Organização Mundial do Turismo (OMT) apontam que o setor chega a gerar 20 vezes mais oportunidades de emprego por Real investido do que os setores tradicionais da economia. Em 2018, o número global de turistas internacionais aumentou para 1,4 bilhão de pessoas, conforme a OMT. Em Mato Grosso, o Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares (SHRBS) promoveu uma programação em comemoração ao Dia Mundial do Turismo de 2019 –27 de setembro. Produtos que Mato Grosso tem a oferecer aos turistas foram expostos na Praça Alencastro, centro de Cuiabá.

Consumo das Famílias

Educação Fiscal

Três moradores de Cuiabá e dois do interior – Sinop e Tangará da Serra foram contemplados no sorteio de agosto do Programa Nota MT com valores de R$ 10 mil, cada. O sorteio foi realizado no dia 13 de setembro, com base nos resultados da Loteria Federal, e premiou outras 991 pessoas com prêmios de R$ 500. Dos premiados cerca de 60% são moradores da capital Cuiabá. Os demais estão distribuídos em 57 cidades do interior, com destaque para Várzea Grande, que teve 107 moradores contemplados no sorteio de agosto. Sinop, Rondonópolis e Tangará da Serra seguem na lista de municípios com mais de 20 ganhadores em cada cidade. O município de Guarantã do Norte, na divisa com o Estado de Pará, teve 11 ganhadores no sorteio. No primeiro sorteio, realizado no dia 08 de agosto, Guarantã do Norte teve 7 bilhetes premiados, no comércio local e nas cidades vizinhas, sendo um deles com R$ 10 mil.

Responsabilidade Social Reequilíbrio Financeiro

Com investimento na casa do milhão de reais, o Sistema S do Comércio em Mato Grosso, por meio da Fecomércio, Sesc e Senac, lançou o projeto “Movimenta”, que visa levar todos os serviços possíveis nas áreas de saúde, educação, cultura, assistência e lazer à população carente em quatro municípios do estado, promovendo assim, um dia de cidadania e mobilização social. Com o apoio de entidades parceiras, o projeto atenderá a população em bairros de regiões periféricas de Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis e Sinop. O ponto de partida do projeto aconteceu no dia 21 de setembro, em Cuiabá, na Praça Ana Martinha, no bairro Pedra 90. Foram nove horas de atividades com espaços destinados à saúde e cidadania, com prestação de serviços orientativos na área financeira, contábil, jurídica e profissional, além da realização de consultas ao SPC e Serasa.

O Governo do Estado quitou, no dia 10 de setembro, a dívida com o Bank of America, contraída em 2012. O dinheiro foi depositado pela Secretaria de Fazenda junto à sede do Bank of América, em Nova Iorque, e atingiu a soma de US$ 248.883.034. Caso não tivesse quitado a dívida, o Governo de Mato Grosso teria que desembolsar cerca de R$ 150 milhões para quitar a parcela que venceria nesta quarta-feira. O pagamento foi feito após a assinatura do empréstimo junto ao Banco Mundial, no dia 06 de setembro, em Brasília. A quitação da dívida com o Bank of America, segundo o secretário de Fazenda, Rogério Gallo, ajudará no reequilíbrio fiscal de Mato Grosso. O prazo de pagamento do novo empréstimo será de 20 anos, com juros de 3,5% ao ano. 2019 | RDM - 7


COMUINCAÇÃO EFICIÊNTE.

Christiano Antonucci e Mayke Toscano Secom-MT

Passamos a tratar a Comunicação de maneira técnica, qualificada e focada em resultados, não em acomodação de pessoas. Houve um enxugamento considerável de pessoal. Hoje, quem está na secretaria são as pessoas que realmente trabalham, se empenham e possuem capacidade para fazer uma Comunicação que atenda à seriedade, importância e envergadura do Governo Mauro Mendes Os dois Mauros: Mauro Carvalho, secretário chefe da Casa Civil (camisa branca) e Mauro Camargo, secretário adjunto de Comunicação. Pequeno orçamento e uma equipe unida fazendo milagres em épocas de vacas magras

Publicidade que impulsiona e dá resultado Sob o comando da Casa Civil e a coordenação da Secom, com poucos recursos e muita criatividade, Mato Grosso vai voltando à cena Rodrigo Meloni - Especial para a Revista RDM

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artindo da premissa de que ser eficiente é fazer mais com menos, a Secretaria Estadual da Casa Civil, por meio da adjunta de Comunicação (Secom), implementou uma série de ajustes na pasta para se adequar ao momento de crise econômica que enfrenta o governo. Ao contrário do que se é esperado em ações como estas, a redução no quadro de servidores comissionados e a realização de promoções com poucos recursos apresentou resultados positivos. Um exemplo é a campanha criada para o programa Nota MT, que até o momento conta com 109 estabelecimentos cadastrados no programa, que podem ser escolhidas pelos

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consumidores para receber 20% do valor do prêmio. O secretário chefe da Casa Civil, Mauro Carvalho, fala com exclusividade para a Revista RDM sobre os rumos da atual gestão. “Desde que iniciamos a gestão, temos feito um esforço diário para organizar e dar à Secretaria Adjunta de Comunicação um status de secretaria eficiente. É sabido que havia uma fama ruim dessa unidade, a antiga Gcom, que muitos até diziam se tratar de um ‘cabidão’ de empregos. Tinha gente em excesso e pouco trabalho, pouco resultado, exatamente pela falta de organização de processos e rotinas. Passamos a

tratar a Comunicação de maneira técnica, qualificada e focada em resultados, não em acomodação de pessoas. Houve um enxugamento considerável de pessoal. Hoje, quem está na secretaria são as pessoas que realmente trabalham, se empenham e possuem capacidade para fazer uma Comunicação que atenda à seriedade, importância e envergadura do Governo Mauro Mendes. Uma Comunicação transparente, verdadeira, criativa e que consegue falar com o cidadão. Um exemplo desse comprometimento foi à decisão de não criar nova identidade visual. Com isso, conseguimos garantir uma economia de no mínimo R$ 68 milhões aos cofres do

Estado, poupando o bolso do contribuinte de despesas que não são necessárias. Adaptamos a identidade visual já existente para uma que garanta a impessoalidade e enviamos o projeto à Assembleia Legislativa para regulamentar isso, de forma a impedir que a Comunicação seja usada para fins pessoais dos agentes públicos que, temporariamente, ocupam ou venham a ocupar cargos no Estado. No campo da Publicidade, estamos conseguindo regularizar as mídias publicitárias e garantindo a isonomia na distribuição dos recursos destinados às campanhas institucionais. Não é correto que o dinheiro público seja investido onde não há resultado e, por isso, os recursos, que não são muitos, passaram a ser aplicados de forma efetiva para que a informação chegue até o cidadão. Nossa preocupação é de que as campanhas de interesse público de fato, alcancem toda a sociedade. Que o senhor João, lá de Cotriguaçu ou de Porto Alegre do Norte, possa saber o que o Governo está fazendo por ele, quais são os serviços públicos que ele pode usufruir, em que pé está a estrada que o Governo está recuperando

perto da sua casa, se foi repassado o dinheiro para o hospital regional que ele ou algum familiar utiliza. Ainda não estamos com todas as campanhas liberadas, por conta de restrições judiciais ocorridas em gestões anteriores, mas temos feito um esforço gigante para garantir a veiculação eficiente das campanhas emergenciais, que estamos autorizados a conduzir. Este mesmo avanço também ocorreu no Jornalismo que temos produzido. Hoje, fazemos matérias em larga escala, focadas naquilo que importa ao cidadão. Abolimos o expediente da personalização dos conteúdos, daquela publicidade pessoal disfarçada de matéria, com conteúdos recheados de elogios e informações irrelevantes. Falamos menos de pessoas e mais de serviços, de resultados, de decisões, de medidas concretas. A linguagem do Jornalismo da Secom deixou de ser técnica, rebuscada, setorial e incompreensível para a maioria das pessoas. Passamos a falar de forma franca, transparente, honesta e, principalmente, simples. Tanto que nossos conteúdos estão com alto índice de aproveitamento nos veículos de comunicação e, boa parte deles os utiliza de forma integral, uma vez que a Secom tem feito um Jornalismo direto, com informações completas e didáticas. E isso só está sendo possível porque a equipe, hoje, trabalha de forma integrada, fala a mesma língua, atua com planejamento antecipado de conteúdo e envolve todos os servidores para a construção das melhores ideias. Fizemos um forte trabalho de organização, construímos uma Política de Comunicação para consolidar e regulamentar a rotina de trabalho e boas práticas. Elaboramos o Manual de Relacionamento com a Imprensa e distribuímos em todas as secretarias – de modo a aprimorar e facilitar essa interlocução Governo-Mídia-Sociedade –, além de várias outras medidas que têm fortalecido a unidade e dado mais visibilidade, transparência e eficácia ao trabalho desenvolvido pelo Governo do Estado”.


Palácio Paiaguás

Desde 2015 a economia brasileira tem forçado gestores a adotar a prática do ‘fazer mais com menos’, e os planos de comunicação e marketing não tomam caminho diferente, dada as condições de crise que estamos vivendo. Contudo, por mais que os administradores estejam habituados a acreditar que direcionar investimentos para marketing e comunicação em momentos de crise é um erro, o governo estadual enxergou nesta área uma realidade que preconiza o contrário. Se o impacto da crise no setor público deixa secretários e governadores apreensivos diante do contexto de dificuldade, muitos veem nesse cenário, onde os cortes de gastos começam a se tornar rotina, a melhor hora para investir em marketing, tendo sempre em mente a necessidade de cautela e cuidado na análise destes investimentos. E é aí que entra a relação entre liderança e a eficiência, pois é neste momento que o líder de uma equipe tem que fazer com que todos acreditem num projeto maior, voltado para a população, onde a maioria deve contribuir para que a máquina pública volte a prestar serviços de qualidade para o cidadão e, isso, 10 - RDM | 2019

passa pelo entendimento de que é preciso economizar, de que é preciso fazer mais com menos. Para atingir tal objetivo, o gestor deve defender, junto a sua equipe, a aplicação de uma postura eficaz em outros aspectos da vida moderna, como a comunicação interpessoal, que evita uma série de problemas. Aqui, uma comunicação eficiente evita gastos desnecessários em áreas do marketing, o famoso retrabalho. “Se você não consegue passar uma mensagem com eficiência para a população, como por exemplo, uma campanha de vacinação, vai ter que refazer sua campanha e, isso, gera mais custos ao erário”, diz o estudioso em Comunicação Institucional, Alex Gonçalves. Alguns especialistas destacam que uma combinação específica entre a permanente revolução midiática e a crise econômica no país provocou o setor de comunicação a encontrar uma nova forma de atuação. As demandas geradas pela população, que busca por rapidez quando o assunto é comunicação, geraram uma nova equação funcional para a atividade: ter de fazer mais, de forma

mais complexa, eficaz e por menos. O cenário econômico e tecnológico forçou, ainda, uma reformulação acelerada na relação comunicacional entre estado e população, que demanda por informações em tempo real. E como atender essa demanda sem investimentos, sem aportar mais erário nesta área? Superando a crise com inovação e mais trabalho. “É preciso conviver com ela e saber aproveitar-se de determinadas situações”, diz o empreendedor Guilherme Chaves, que atua em diversas áreas, dentre elas a de marketing voltada para a indústria 4.0. “A crise econômica obrigou todos, empresários do setor privado e gestores do setor público a fazer mais com menos, e tivemos de avançar rápido na comunicação digital e na tecnologia dos serviços, porque se radicalizou a exigência das empresas e da população por eficácia na comunicação”, acresce Chaves. Ex-publicitário, Ettore Scaponi, 55 anos, hoje, trabalha a frente de uma pousada, e mesmo tendo mudado de área de atuação, o empresário vê na comunicação um ponto crucial para o sucesso de seu negócio. “Comecei a encarar essa nova empreitada aproveitando o conhecimento que trouxe da época em que trabalhei com marketing, e mesmo nestes períodos que se mostram tão incertos, investir em comunicação é essencial. Mas como investir quando o dinheiro é escasso? O segredo está em fazer mais com menos, e eu fiz isso focando mais em redes sociais, que tem um custo menor de investimentos e o retorno é satisfatório”. Para o empresário, em tempos de crise financeira é preciso aumentar os esforços, e aplicar esse princípio na comunicação gera resultados favoráveis. “Devemos manter a excelência de nossa produção, mesmo com um quadro reduzido de funcionários, mas que tenham expertise no que fazem”, afirma Scaponi. “Ampliamos muito nosso conhecimento e saímos engrandecidos. Este projeto é uma iniciativa de Governo, do governador e toda sua equipe econômica, para garantir que o objetivo do emprego e renda e do desenvolvimento seja alcançado”, finalizou Mauro Carvalho.

Turismo como gerador de emprego e renda

M

ovimentando anualmente mais de 10% de toda riqueza gerada no mundo, o Turismo é atualmente uma das formas mais promissoras para a geração de emprego e renda. Só para se ter uma ideia, a atividade turística gera 1 de cada 5 empregos no mundo e o setor cresce a índices superiores aos serviços financeiros, construção e agricultura. Com recursos naturais inigualáveis em comparação a qualquer outro país, o Brasil precisa imediatamente avançar para criar condições que atraiam cada vez mais visitantes. Falando de Mato Grosso, contamos com uma localização invejável. Temos, em nossas terras, três biomas diferentes, a Amazônia, o Cerrado e o Pantanal, um ecossistema único no mundo, repleto de belezas que o tornaram patrimônio da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Enquanto pessoas de toda parte do planeta sonham com uma viagem para conhecer o Pantanal, as cidades que estão localizadas neste bioma sofrem com a falta de recursos e oportunidades. Há, neste ponto, um encontro claro entre a demanda existente, que são os visitantes, e a oferta de uma experiência única. Isso, por si só, deveria ser um motivo mais do que suficiente para que o poder público investisse na região. A falta de um trabalho sério, sustentável e eficiente faz com que uma região tão riquíssima, cuja beleza precisa e pode ser explorada sem nenhum dano ao meio ambiente, acabe esquecida, até mesmo para quem nasceu no

Arquivo pessoal

ARTIGO.

Arquivo Secom-MT

COMUINCAÇÃO EFICIÊNTE.

Brasil. Dados recentes do Ministério do Turismo apontam que apenas 4% dos brasileiros que pretendem viajar pelo país pensam no Centro-Oeste, onde se localiza o nosso Pantanal, como opção. E mais do que lamentar, o resultado da pesquisa mostra o tamanho do descuido do Poder Público com a região. Um dos maiores símbolos deste descaso é a Rodovia Transpantaneira. Até o momento, a sonhada obra, que ligaria Poconé a Corumbá (MS), duas das principais cidades pantaneiras, não foi concluída. Este mesmo levantamento aponta que, hoje, 60 milhões de brasileiros viajam pelo País, mas ainda há mais 70 milhões de pessoas prontas a começarem com suas viagens. Se houvesse uma boa infraestrutura, quantos recursos estes turistas injetariam na economia das cidades pantaneiras e, consequentemente, de Mato Grosso? Por enquanto ficaremos apenas imaginando. É preciso que o Poder Público se empenhe mais do que tem feito. Não bastam estudos que demonstrem o potencial, não bastam levantamentos que estimem os ganhos auferidos. É preciso ação e esta ação significa investir em infraestrutura e dar condições para que as pessoas que queiram viver do turismo possam fazer os seus investimentos, em melhores acomodações, qualificação de funcionários e divulgação. Só assim teremos condições de trazer para nós o desenvolvimento almejado. Fábio de Oliveira é advogado, contador e mestre em Ciências Contábeis

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EDUCAÇÃO FISCAL.

Gastão, personagem da Disney

Sefaz/MT

Nota MT: Programa inibe a sonegação de imposto e premia o consumidor O CPF na nota dá segurança para o consumidor, caso o produto adquirido apresente alguma irregularidade

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Michelle Cândido

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soas, como é o caso das entidades filantrópicas”, afirma o secretario de Estado de Fazenda, Rogério Gallo. Para o presidente do Instituto de Defesa do Consumidor (IBEDEC), Antônio Carlos Tavares de Mello, o CPF na nota da segurança para o consumidor, caso o produto adquirido apresente alguma irregularidade, ele terá garantia em relação à compra e possíveis indenizações. “Tem um caso de um cidadão que comprou um leite de caixa e ao ingerir percebeu que tinha algo semelhante a uma víscera de peixe dentro, ele tirou fotos e foi até a delegacia registrar um boletim de ocorrências. E a primeira coisa que o policial solicitou foi à nota fiscal para comprovar a compra no determinado estabelecimento, neste caso, a pessoa não tinha guardado o cupom fiscal e por conta disso a polícia ficou impossibilitada de tomar qualquer providência, seja de interditar o lote do leite ou responsabilizar criminalmente o responsável, por isso eu enfatizo a importância de guardar a nota fiscal, pois ela é uma proteção para o consumidor”, alerta. Antônio Carlos também orienta o consumidor a guardar a nota fiscal por, no mínimo, três meses para mercadoria não durável e para os produtos duráveis guardar o tempo da garantia, para se resguardar nessas eventualidades.

Educação Fiscal De acordo com o presidente do IBEDEC, é crime o estabelecimento se negar a fornecer nota fiscal, pois pode incorrer no crime de sonegação tributária e, segundo o código de defesa do Consumidor, em inflação no preço do produto. “Se o consumidor pagou no cartão ele tem esse indício de prova, caso seja no dinheiro sugiro que ele use o celular para registrar onde foi realizada a compra do produto, a testemunha também serve, mas o registro do momento é mais recomendável”, orienta. Além disso, vender uma mercadoria sem nota fiscal é passível de indenização para o consumidor, mas ele tem que ter pelo menos um indício de prova para o juiz conceder o direito. No caso da compra com valor abusivo, Antônio Tavares recomenda fotografar o preço do produto na gôndola, gravar a recusa da nota fiscal e apresentar no Procon, que o proprietário vai ser enquadrado no crime de evasão fiscal podendo pagar indenização ao consumidor. “A recusa do estabelecimento em fornecer a nota fiscal é para acobertar uma venda abusiva. Com a denúncia o consumidor vai evitar que uma prática ilegal se perpetue. A denúncia tem que ser feita para evitar que outras pessoas passem pela mesma situação, o consumidor tem que dar sua contribuição para a sociedade”, esclarece Antonio.

Eu não esperava, foi uma grande surpresa, fiquei muito animado porque eu estava precisando do dinheiro para pagar a faculdade. As pessoas têm que acreditar porque é verdade, têm que participar fazer o cadastro e pedir o CPF na nota, todos tem que apoiar essa causa

Gastão de MT O primo sortudo do Donald, o Gastão, é apresentado como “o pato mais sortudo do mundo” nas revistas em quadrinho da Disney. Em Mato Grosso, o auxiliar administrativo, Heitor Fernandez Neto, 20 anos, já pode se considerar sortudo, pois foi premiado em dois sorteios da Nota MT. No primeiro, Heitor ganhou R$ 500 e no segundo sorteio, com o cupom fiscal da compra de duas casquinhas faturou R$ 10 mil reais. “Eu não esperava, foi uma grande surpresa, fiquei muito animado porque eu estava precisando do dinheiro para pagar a faculdade, esse prêmio veio numa hora muito boa. As pessoas têm que acreditar porque é verdade, têm que participar fazer o cadastro e pedir o CPF na nota, todos tem que apoiar essa causa”, afirma. Heitor ressalta a importância de se pedir o CPF no cupom fiscal. “Com a crise que o governo está passando, se cada um fizer sua parte pedindo a nota fiscal que é um direito de todo consumidor, isso pode ajudar na tributação e aumentar a

arrecadação para o estado sair dessa crise, cada cidadão tem que fazer sua parte para ajudar, porque se o estado ganha todo mundo ganha”.

Sefaz/MT

J

á virou rotina o consumidor chegar a um estabelecimento comercial e se deparar com a pergunta: “deseja CPF na nota?” O consumidor deve se perguntar qual a necessidade dessa prática. Saiba que além de exercer a cidadania e educação fiscal, ao pedir o a nota fiscal com o CPF, o cidadão também concorre a prêmios que variam de R$ 500 a R$ 50 mil reais. A Nota MT possibilita ao usuário acumular bilhetes para participar dos sorteios que são realizados eletronicamente, com base nos resultados da Loteria Federal, em dois grupos, os mensais e os especiais que acontecerão em datas comemorativas. O resultado dessa ação beneficia a todos, o Estado que combate a sonegação fiscal e assegura o aumento da arrecadação, que acaba voltando para a população com o aperfeiçoamento dos serviços públicos; o cidadão por ter a chance de ganhar um dinheiro extra e armazenar as informações fiscais de suas compras; e o comerciante que impede a concorrência desleal. “A população mato-grossense está percebendo a seriedade do programa e as vantagens de pedir para colocar o CPF nas notas de compras. Pedir a nota fiscal é um exercício de cidadania fiscal. É um programa que ajuda a muitos. Ajuda, inclusive, a quem ajuda as pes-

Antônio Tavares ainda explica os critérios usados para medir as diferenças de valor de um mesmo produto. “Como, por exemplo, com a economia a de nível de mercado, uma água de um vendedor de rua pode custar R$ 2 e uma água em um restaurante requintado pode custar R$ 8, porque oferece serviço de qualidade e um ambiente aconchegante, ou seja, tem um atendimento diferenciado. Os oito reais no ambiente luxuoso é um valor consi-

derado adequado ao serviço oferecido, mas se for cobrado R$ 8 no mercadinho do bairro é considerado abusivo, porque nada justifica essa diferença de preço”.

Rogério Gallo, secretário de Estado de Fazendo de Mato Grosso

O Programa A Sefaz informou que já ultrapassou a marca dos 150 mil contribuintes cadastrados, chegando a 151.028. O número de participantes aumentou em quase 50% em um mês, em agosto o programa tinha 101.915 consumidores registrados. Em dois meses do Programa Nota MT o governo já premiou moradores de 58 cidades, no primeiro sorteio 983 pessoas foram contempladas e no segundo, 966 consumidores com prêmios de R$ 500 e R$ 10 mil. De acordo com a Sefaz num futuro bem próximo eles irão assinar um Termo de Cooperação com os secretários municipais de Finanças, para que os municípios tenham aumento na emissão de notas fiscais com o CPF do consumidor. “É importante que os consumidores continuem fazendo seus cadastros para participar do Programa Nota MT e peçam que seus CPF’s sejam colocados nas notas fiscais de compras. Ainda há muitos consumidores que fazem seus cadastros, mas não pedem para que o CPF seja inserido. Isso impede que participem dos sorteios”, finaliza Rogério Gallo. Serviço Caso o estabelecimento se negue a fornecer a nota fiscal o consumidor deverá fazer a denúncia no site da Sefaz http://www5.sefaz.mt.gov.br/ ou na ouvidoria (65) 3617-2749, se preferir pode ser uma queixa anônima. 2019 | RDM - 13


TECNOLOGIA | PESQUISA | PECUÁRIA | CONSUMO

Melhoramento genético do algodão e controle biológico, os caminhos para a sustentabilidade econômica e ambiental Braço tecnológico da AMPA, o IMAmt busca em suas pesquisas diminuir o custo de produção e manter a sustentabilidade do negócio, melhorar a qualidade da fibra e buscar novos mercados

Lucas Ninno

Viviane Petroli – Especial para a Revista RDM


TECNOLOGIA

O IMAmt busca levar o que há de melhor ao produtor, seja em pesquisa e/ou em novas variedades que vem desenvolvendo, visando redução do custo de produção e informações que auxiliem a evitar prejuízos

José Medeiros

pesquisa, desenvolvimento e difusão de novas tecnologias para os produtores. Alguns trabalhos, inclusive, são realizados em parceria com especialistas nacionais e internacionais.

O

Colheita da safra de algodão

tendo a China como sua principal cliente. Tecnologia de ponta investida no Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt), braço tecnológico da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (AMPA), tem auxiliado produtores de Mato Grosso e diversas regiões produtoras do Brasil e, até mesmo do exterior, a melhorar a qualidade da fibra e, principalmente, no controle biológico de pragas e doenças. O Instituto conta, hoje, com cinco centros tecnológicos (Rondonópolis, Campo Verde, Sorriso, Campo Novo do Parecis e Sapezal), um campo experimental e com a Comdeagro. O Instituto foi criado em 2007 com o intuito de atender às demandas dos associados da AMPA, realizando Arquivo AMPA

emprego de pesquisas em melhoramento genético no ambiente de cultivo de Mato Grosso, juntamente com o controle biológico, tem proporcionado ganhos em redução do uso de agroquímicos com consequente redução de custos de produção e menor exposição de agentes tóxicos às pessoas que atuam na atividade e ao meio ambiente. Tudo isso, sem descuidar da melhoria da qualidade da fibra a cada safra, agradando, principalmente, os consumidores do mercado externo. O estado é responsável por cerca de 65% do algodão em pluma produzido no Brasil e, aproximadamente, 60% das exportações nacionais da commoditie,

Campo Experimental do IMAmt. Ao lado, o laboratório molecular 16 - RDM | 2019

Rafael Galbieri, especialista do IMAmt. Ao lado, um dos experimentos do IMAmt

Segundo o presidente da AMPA, Alexandre Pedro Schenkel, o IMAmt busca levar aos produtores rurais de algodão todo apoio da pesquisa e da tecnologia. Ele lembra que a realização de dias técnicos do algodão, inclusive, auxilia na disseminação de informações. “O IMAmt busca levar o que há de melhor ao produtor, seja em pesquisa e/ou em novas variedades que vem desenvolvendo, visando redução do custo de produção e informações que auxiliem a evitar prejuízos”. Um dos focos do IMAmt é o Programa de Melhoramento Genético de Algodão, que visa desenvolver variedades produtivas, com bom rendimento e

qualidade de fibra, com ênfase na resistência/tolerância às principais doenças e os nematoides que incidem na cultura do algodão. Além disso, estudos acerca do controle biológico são realizados visando minimizar a incidência de pragas e doenças e os custos de produção. Hoje, nas lavouras de algodão de Mato Grosso as pragas que mais preocupam são a lagarta do gênero Spodopterassp, nematoides, mosca branca, bicudo-do-algodoeiro e percevejo marrom. O diretor-executivo do IMAmt, Álvaro Salles, comenta que a resistência de tais pragas pode estar ocorrendo por

vários problemas, como a repetição do uso de alguns princípios ativos e que, por isso, o Instituto intensifica seus trabalhos em soluções de controle e que reduzam os custos para o produtor. Para a safra 2019/2020, de acordo com levantamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA), o custo total de produção está em R$ 9.647,39, aproximadamente, por hectare. O valor supera a média de R$ 9.110,36 verificados no ciclo 2018/2019. “Como nós estamos vendo que o uso de químicos está cada vez mais caro, o IMAmt lançou um progra-

ma muito forte para controle biológico. Vamos ter no mercado produtos já utilizados por outros, mas temos um grande trabalho de prospecção para procurarmos microrganismos presentes em Mato Grosso que sejam efetivos para cada uma destas pragas”, afirma Álvaro Salles. Salles comenta, ainda, que o trabalho de prospecção teve início há cerca de dois anos, inicialmente com nematoides, uma vez que o estado já possuía um banco de solos. “Nós tínhamos um banco de solos. Diante disso, começamos nele a prospectar fungos e isso deu origem a um banco com mais de 500 cepas diferentes de fungos isolados de Trichoderma, Pochonia e Paecilomycese mais de mil cepas de Bacillus Thuringiensis”. O diretor-executivo do IMAmt explica que há uma grande prospecção em andamento na parte de bactérias e outros microorganismos conhecidos como potenciais agentes de controle natural, com foco em bicudo, em Spodopterae outras pragas potenciais da cultura. Álvaro Salles salienta que se tem investido na parte de prospecção e produção de agentes virais que ocorre naturalmente nas populações de insetos nas principais culturas cultivadas em Mato Grosso. A expectativa do IMAmt é que em 10 anos se consiga reduzir entre 30% e 50% a carga de químicos para o controle de insetos no algodão com esse trabalho de prospecção juntamente com o melhoramento genético.

Centros Tecnológicos do IMAmt em Sapezal

João Pedro Coelho

Arquivo AMPA

Centro Tecnológico IMAmt Campo Verde

Lucas Ninno

TECNOLOGIA

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TECNOLOGIA NO CAMPO Dhiony Costa e Silva

TECNOLOGIA NO CAMPO

Soja HB4® tolerante à seca ajudará produtores a enfrentar desafios Uso comercial de novo trait no Brasil foi aprovado, neste ano, pela CTNBio Da Redação

A

soja transgênica tolerante à seca com tecnologia HB4® está aprovada para uso comercial no Brasil, perante a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). O processo de desregulamentação envolve as empresas Tropical Melhoramento e Genética S.A. (TMG) e Verdeca, joint venture entre a Arcadia Biosciences e Bioceres Crop Solutions Corp. Com a aprovação comercial, estão permitidos o plantio e a colheita de variedades de soja com esse evento no país. Além da característica HB4® sozinha, outro evento combinando HB4® com tolerância ao herbicida Glifosato também foi aprovado. Esse empilhamento do evento HB4® com o já conhecido evento “RR1” é o novo produto da Verdeca para beneficiar produtores de soja por meio de melhorias de qualidade, mitigação de estresse e práticas de manejo. De acordo com a TMG, o lançamento comercial da característica HB4®, no Brasil, ainda depende

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de aprovações dos principais países importadores de grãos de soja, que estão em andamento, e de processos de registro de variedades. O evento transgênico HB4® já foi aprovado na Argentina e pelo FDA (Food & Drug Administration) nos EUA. Atualmente, as submissões regulatórias estão sendo avaliadas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), bem como pela China, Paraguai, Bolívia e Uruguai. Mais de 34 milhões dos hectares de soja do mundo são cultivados no Brasil. Nas duas últimas safras, principalmente, diversas regiões da América do Sul enfrentaram condições significativas de estresse hídrico, e a tecnologia HB4® teria evitado significativamente as perdas de rendimento de grãos que tiveram os produtores de soja, principalmente da Argentina e do Sul do Brasil. O uso contínuo dessa tecnologia também reduziria o risco de perdas devido a condições de seca locais ou regionais, que ocorrem a cada safra.

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Acrimat

LÍDER ABSOLUTO FOTOS: TMG/divulgação

TECNOLOGIA NO CAMPO

Diferença visual de parcela de ensaio com soja tolerante à seca com tecnologia HB4® (à esquerda)

“Esse novo evento permitirá aos produtores de soja proteger os rendimentos sob condições de estresses climáticos. A desregulamentação dessa tecnologia no Brasil é outro passo significativo para o sucesso da comercialização da HB4® na América do Sul”, manifesta Martin Mariani Ventura, gerente geral da Verdeca. Francisco Soares Neto, presidente da TMG, destaca que HB4® é a primeira característica transgênica, em soja, que vai além dos pacotes de tolerância a herbicidas e resistência a insetos oferecidos até o momento. “A

Esse novo evento permitirá aos produtores de soja proteger os rendimentos sob condições de estresses climáticos. A desregulamentação dessa tecnologia no Brasil é outro passo significativo para o sucesso da comercialização da HB4® na América do Sul tecnologia vai proporcionar estabilidade de produção em diversos ambientes e os agricultores irão ver um benefício

direto do uso da tecnologia”. Alexandre Garcia, gestor de Pesquisa da TMG, comenta que a aprovação comercial da característica HB4® permitirá testes maiores para melhoramento genético, registro de cultivares de soja e produção de sementes em território brasileiro. “A TMG, como uma empresa brasileira, tem orgulho de fazer parte deste projeto em colaboração com a Verdeca e de ter concluído o marco regulatório no Brasil. É muito importante que as empresas sul-americanas tragam inovação para os agricultores sul-americanos”, finaliza.

Rebanho acima da média MT fechou 2018, com o maior rebanho do país, o que representa 13,9% do rebanho brasileiro. Nos últimos 10 anos, a atividade teve crescimento de 16,2% Michelle Cândido

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BOUTIQUE DE CARNES Reprodução

FOTOS: Acrimat

LÍDER ABSOLUTO

A Acrimat carrega essa responsabilidade de entregar ao consumidor carne e o leite de qualidade, cuidar do bem-estar e sanidade dos animais e, ainda, garantir a rentabilidade da fazenda

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soja transgênica tolerante à seca com tecnologia HB4® está aprovada para uso comercial no Brasil, perante a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). O processo de desregulamentação envolve as empresas Tropical Melhoramento e Genética S.A. (TMG) e Verdeca, joint venture entre a Arcadia Biosciences e Bioceres Crop Solutions Corp. Com a aprovação comercial, estão permitidos o plantio e a colheita de variedades de soja com esse evento no país. Além da característica HB4® sozinha, outro evento combinando HB4® com tolerância ao herbicida Glifosato também foi aprovado. Esse empilhamento do evento HB4® com o já conhecido evento “RR1” é o novo

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produto da Verdeca para beneficiar produtores de soja por meio de melhorias de qualidade, mitigação de estresse e práticas de manejo. De acordo com a TMG, o lançamento comercial da característica

HB4®, no Brasil, ainda depende de aprovações dos principais países importadores de grãos de soja, que estão em andamento, e de processos de registro de variedades. O evento transgênico HB4® já foi aprovado na Argentina e pelo FDA (Food & Drug Administration) nos EUA. Atualmente, as submissões regulatórias estão sendo avaliadas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), bem como pela China, Paraguai, Bolívia e Uruguai. Mais de 34 milhões dos hectares de soja do mundo são cultivados no Brasil. Nas duas últimas safras, principalmente, diversas regiões da América do Sul enfrentaram condições significativas de estresse hídrico, e a tecnologia HB4® teria evitado significativamente as perdas de rendimento de grãos que tiveram os produtores de soja, principalmente da Argentina e do Sul do Brasil. O uso contínuo dessa tecnologia também reduziria o risco de perdas devido a condições de seca locais ou regionais, que ocorrem a cada safra.

Carnes nobres estão mudando o churrasco

Uma carne de qualidade vai além da definição do corte. Está na procedência da raça e nos cuidados alimentares do gado até o momento do abate

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Rodrigo Meloni – Especial para a Revista RDM

m junho deste ano, o empresário Jean Clini inaugurava o Urus Steakhouse, uma casa especializada em cortes nobres e exclusivos, juntamente com o Butcher Shop, um açougue também com carnes premium e, claro, com cortes do dia a dia. Quem olha de fora não imagina, no entanto, que o projeto de Clini demorou 12 anos para sair do papel e ser, de fato, aberto ao público. O processo para uns pode ser visto como “lento”, mas para ele significou muito planejamento, estudo de mercado e busca pelos melhores parceiros. E, claro, Jean Clini

acredita, também, que tudo casou com um novo momento na política mato-grossense. “Nós, empresários, precisamos de políticas públicas sérias, duradouras e estáveis para que isso gere um ambiente favorável ao empreendedorismo. Políticas nas quais possamos ter um respaldo financeiro e, inclusive, jurídico para empreender. Assim, por meio das políticas públicas após as eleições 2018, bem como com a implantação de medidas estruturais essenciais promovidas pelo Governo do Estado de Mato Grosso, esse ambiente que precisávamos está ocorrendo”, afirma.

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BOUTIQUE DE CARNES

BOUTIQUE DE CARNES

Para se ter uma ideia, o reflexo deste momento econômico atual é a geração de mais 80 empregos diretos e mais de 140 indiretos por meio da expansão do grupo econômico de Jean Clini, que ainda agrega a Bubblekill, que são bebidas com uma tecnologia diferenciada, e também o Espaço Curumim, que está sendo construído no Shopping 3 Américas e é focado no público infantil. “Estamos abrindo frentes em tamanhos diferenciados do comércio. O Urus se destaca, claro, mas em breve, lançaremos o Curumim, que é considerada a maior franquia do País no ramo e proporcionará um ambiente não só de clube de entretenimento infantil, mas também de desenvolvimento intelectual que estará disponível no 3 Américas. No local será possível que os pais deixem seus filhos com conforto e segurança para realizar suas compras, bem como realizar seu lazer com amigos, inclusive desfrutar do parceiro Urus , que está literalmente em frente”, completa Jean Clini. Açougue 154 Lamonnyel Vieira de Moraes é sócio proprietário do Açougue 154, abriu a empresa em 2016. Formado em Administração, decidiu unir o conhecimento que obteve enquanto trabalhou como consultor empresarial a sua paixão pela gastronomia. “Iniciei minha história nessa área fazendo um curso de cozinheiro no Senac; e em São Paulo tive a oportunidade de fazer vários cursos de churrasqueiro, foi quando me apaixonei pela profissão e decidi que era isso que queria fazer”, diz Lamonnyel. Segundo o proprietário do Açougue 154, o intuito de entrar no segmento de cortes especiais, de carne Premium, direcionou o empresário a tentar entender como funciona toda a cadeia de produção e o mercado, e como preparar uma carne de qualidade. “O quão especial esse tipo de carne é e o quanto de atenção ela demanda. Para isso, buscamos muitas referências no Brasil e fora do Brasil, para aplicar aqui as

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FOTOS: Reprodução

Raça Angus é sucesso no Brasil

melhores técnicas de cocção, que é a ato na qual os alimentos sofrem a ação do calor e são mais facilmente digeridos e melhor incorporados a outros”, explica o especialista. As técnicas de parrila - churrasqueira criada na Argentina e que, segundo ele, imprime na carne um sabor mais suculento -, defumação, fogo de chão, são usadas para transformar essa proteína em algo mais especial e isso é proporcionado pelo conhecimento que os donos do Açougue sempre buscaram a acerca do assunto, conhecimento este que lhes dá ferramentas para fazer o ‘churrasco especial’. O conhecimento da família na pecuária também ajudou o empresário a entrar no mercado de carnes nobres. “Trabalhamos com cortes das raças Angus e Hereford, da Europa, e Wagyu, do Japão, que apresentam uma maciez que é seu diferencial, desde o acabamento até o marmoreio, aquela gordura que fica entremeada na carne. Aproveitamos 100% da carne do ani-

mal; e nos que temos experiência sempre falamos que não existe carne de segunda, se o boi é de primeira. Antes acreditavam que o acém só servia para moer, ou fazer carne de panela, hoje a gente tem um acém na grelha, que é melhor que a maioria das picanhas que muitos já comeram, então o conhecimento aqui é aplicado de forma direta, e o resultado é o cliente feliz”. Lamonnyel explica que a maior parte dos seus eventos tem foco nas carnes do dianteiro do animal. “Faço um ombro, mais como shoulder (na tradução para o inglês), com textura de filé mignon, mas tem muito mais sabor. O short rib, que seria um acém com osso, é outro corte que faz muito sucesso entre os clientes. A costela de tira, uma costela do dianteiro do animal e que é feita em apenas seis minutos na churrasqueira, também tem grande aceitação. O negócio é saber fazer e, isso, conseguimos estudando, o mercado exige que você esteja sempre se qualificando”, destaca.

Mercado Aquecido O mercado de carnes nobres e a sua expansão no Brasil são recentes, mas em mercados como o dos Estados Unidos já existe desde 1978, quando a associação de criadores de Angus americana criou uma marca de carne,

Nós, empresários, precisamos de políticas públicas sérias, duradouras e estáveis para que isso gere um ambiente favorável ao empreendedorismo. Políticas nas quais possamos ter um respaldo financeiro e, inclusive, jurídico para empreender a Certified Angus Beef, principal marca de carne bovina daquele país, o que acabou por inspirar vários outros projetos de marcas de carne bovina de outras raças e de outros produtores. O crescimento do mercado de carne Premium tem relação direta entre renda pessoal e consumo de proteína animal, e este mercado tem sido alçado, especialmente, por raças bovinas britânicas, carré de cordeiro e picanha suína. De acordo com dados

da Associação Brasileira de Criadores de Angus, o abate de animais da raça cresceu 21% na comparação de 2017 e 2018. Isso mostra uma forte tendência de crescimento do mercado, mesmo em um momento de crise. Mesmo considerando todas as carnes do mercado, o consumo médio per capita no Brasil, em 2018, foi de 94 quilos. As informações são da consultoria em agronegócios Informa Economics FNP. O volume consumido é o segundo maior do mundo, atrás somente dos EUA, com margem de 103 quilos por pessoa. A carne, em um futuro bem próximo, deixará de ser uma commodity para ser classificada conforme a carcaça, índice de marmoreio, idade do animal e marca do produto. Mercado de carnes e certificação A valorização do mercado de carnes ocorre com a ajuda de programas de certificação de raças, que asseguram a qualidade e a procedência de produtos normalmente embalados a vácuo. Uma das iniciativas, da raça Angus, teve início no Rio Grande do Sul há uma década – com abate de 20 mil animais, e se espalhou pelo Brasil. Em Mato Grosso – estado que tem o maior rebanho bovino do país – com 29,2 milhões de animais, a criação de dispositivos como o Instituto Mato-grossense da Carne (IMAC), promove a carne bovina, que passa a contar com um selo que vai atestar a qualidade do produto. MT é o primeiro estado brasileiro a ter este tipo de instituto. Entre os objetivos do IMAC está o desenvolvimento de pesquisas e tecnologias para padronização de carcaças e melhoria na qualidade da carne, além de garantir um controle rigoroso na pesagem das carcaças e rastreabilidade da carne. Este tipo de trabalho confere a carne garantia de que o produto atende às especificações de qualidade preestabelecidas e reconhecidas, e que os consumidores de carne bovina podem acreditar na atribuição de um valor extra ao produto, de mais qualidade ao sabor, e que estão dispostos a pagar mais por alimentos que tenham certificados de garantia de qualidade e produção.

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*Não incluso atividades náuticas, passeios turísticos, bicicletas e SPA.

Além dos bares e restaurantes, dos 3.000m2 de piscinas, das diversas opções de lazer e esporte, o Malai também inclui na sua hospedagem a natureza exuberante da Chapada dos Guimarães e do Lago do Manso, que fica a poucos quilômetros de Nobres e do Pantanal. Descubra o destino perfeito. Descubra o primeiro resort com o conceito all nature inclusive do Brasil.

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FOTOS: Carla Ninos

O VELHO É NOVIDADE.

Os discos de vinil voltam com força em Cuiabá Nos últimos anos, a procura pelos discos de vinil voltou a crescer entre os colecionadores novos, antigos e até os curiosos que apreciam as famosas “bolachas” Carla Ninos

E

les foram dados como mortos com a popularização dos CDs, nos anos 1990, mas acabaram ressurgindo das cinzas nos últimos anos. São os discos de vinil (ou LPs), atuais ‘queridinhos’ tanto de quem sente saudades das nuances sonoras dos “bolachões” quanto de uma turma mais nova que acabou se apaixonando por esse tipo de mídia, seja pela capa icônica ou pelo arranjo que você não encontra no Spotify, o fato é que os discos de vinil voltam com força total à cena musical e ganham posto de item desejável. A moda vintage, que utiliza peças feitas em outras gerações, foi abraçada pelo casal Priscilla Levanti, autônoma com 31 anos, e Max Amorim, administrador com 37 anos, que até realizam encontros para a turma interessada nes-

sa que foi uma das primeiras formas de se reproduzir uma música gravada. A paixão do casal pelos ‘bolachões’ levou ao surgimento do sebo Tchá por Discos, cujo carro-chefe é os vinis, mas que também conta com brinquedos e objetos antigos, livros, quadros, fotografias, etc. No total, a Tchá por Discos tem 2 mil vinis catalogados e 6 mil discos a catalogar. “Em 2017, um parente se desfez de um lote grande de vinis, nós já éramos fãs e resolvemos selecionar os que queríamos para nossa coleção pessoal e resolvemos vender o restante. Assim surgiu a Tchá por Discos e nossos principais apoiadores são família e amigos, que sempre divulgam no boca a boca”, conta Priscilla. Seja por questões nostálgicas ou não, o ressurgimento do vinil é quase que uma resposta filosófica à pratici-

dade oferecida pelos meios digitais; a busca por algo mais palpável. “O intuito da Tchá por Discos é promover a recirculação de um material rico em qualidade artística, histórica e cultural que poderia ser jogado no lixo e poluir o meio ambiente”, afirma Max. E o tradicional som chiado por trás das músicas é uma característica marcante que faz com que tantas pessoas retomem o interesse pelos vinis. Priscilla ressalta que seu interesse pelos

Os discos contam uma parte da história da música e nós acreditamos que os jovens merecem conhecer essa história. E a missão da Tchá por Discos é preservar essa memória para que outras pessoas possam ter acesso

Max Amorim seleciona algumas capas icônicas do acervo

discos foi despertado pela história intrínseca a essa mídia. “O vinil, tirando o fator nostálgico, é apaixonante pra mim não só pelo som e estilo, mas também pela história e luta do artista por trás da música e da gravação”,

conta. Max acredita que a história desses objetos é patrimônio cultural e não pode ir para o lixo. Por isso, a proposta da Tchá por Discos é colocar os objetos em movimento e a dinâmica do sebo é adquirir, trocar ou vender o vinil.

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O VELHO É NOVIDADE.

Max Amorim e Priscilla Levanti em meio ao acervo da Tchá por Discos

A capivara é a mascote da Tchá por Discos

“Os discos contam uma parte da história da música e nós acreditamos que os jovens merecem conhecer essa história. E a missão da Tchá por Discos é preservar essa memória para que outras pessoas possam ter acesso”, afirma Amorim. Feira do Vinil Ponto de encontro de colecionadores de LPs e vitrine de bandas locais, a Feira do Vinil, idealizada por Max Amorim e Priscilla Levanti, chega à sua 20ª edição no dia 19 de outubro, na Casa Cuiabana. Serão 30 expositores que irão promover a troca e compra de discos de vinil entre os colecionadores, vai ter sebo de discos de vinil, sebo de livros usa-

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dos, livros de autores regionais serão expostos por uma editora independente, além de brechós, confecção de rock tshirts, moda afro, calçados, semijóias, acessórios handmade, dentre outros. O público vai poder apreciar, ainda, os ateliês de artesanatos regionais, artesanato macramê, produtos aromatizantes, harmonizadores de ambiente, decoração, ateliê de pets, artigos indígenas, produtos a partir de reaproveitamento de descartes e produtos cosméticos naturais dermatológicos.

A gastronomia oferecerá opções para todos os gostos, desde cervejas artesanais, sucos a partir de frutas típicas, comidas regionais, doces gourmet, charcutaria artesanal, hambúrguer artesanal, kibes de peixe, produtos e cereais de empórios regionais. “O apaixonante no vinil é poder descobrir novos artistas e novos sons. Cada disco tem uma história diferente e uma grande rede de conexão de pessoas que foi formada para chegar ao produto ponto na nossa mão”, conclui Max Amorim. Max Amorim e Priscilla Levanti


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