Quando o percurso torna-se destino | TFG

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QUANDO O PERCURSO TORNA-SE DESTINO


TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO 2014 FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO | PUC CAMPINAS


ORIENTADOR

EQUIPE

ANTONIO FABIANO JUNIOR

BÁRBARA GHIRELLO CARLA VECHINI SPIRONELO ELISA DE FREITAS BROGLIO GIOVANA BOSSA BRAGIOLA GIOVANA REIS

ISABELA BREDARIOL ISABELA GODOY JÉSSICA MOTTA



APRESENTAÇÃO Para Paulo Mendes da Rocha, o arquiteto é alguém que examina problemas novos que são sempre o mesmo velho problema: o conhecimento da cidade (1). O trabalho presente concorda com o arquiteto e para tanto visa construir uma argumentação capaz de consolidar a relação sistêmica articulada entre espaço urbano e espaço rural como partes indissociáveis para a configuração da cidade além da estreita e necessária relação entre o território e as arquiteturas que as constituem. A escolha do extremo sul da cidade de São Paulo desenvolvida pelas equipes de TFG – Trabalho Final de Graduação – responsáveis pelo desenvolvimento das áreas denominadas Marsilac Norte e Marsilac Sul (2) se apresentou exemplar para tal estudo de caso. Depois do urbanismo moderno e das intervenções do pós-modernismo, um conjunto de discussões sobre novas formas de urbanidade têm emergido, mesmo que provavelmente haja apenas um único denominador comum compartilhado por elas: a cidade, objeto de pensamento e sítio de uma intervenção, sendo agora colocada como uma tentativa de se revelar, compreender, e transformar os vários estados de realidade que as limitações políticas, estilísticas, e tecnológicas foram incapazes de, se não propor, resolver. Se tais discussões gerarão melhores padrões de organização urbana é ainda um fato a ser discutido, mas cabe alentar que há a necessidade, ao menos, de se procurar novas possibilidades para a resolução do predicamento das cidades. E, mais uma vez, respeitando e levando em consideração suas condicionantes - de tempo e lugar -, fez-se o exercício de análise e produção da arquitetura que emana e compactua com o território. Território frágil, bruto e apartado que propiciou novos enfoques e novas representações e registros não só de práticas sociais, mas de memórias coletivas, apontando para arquiteturas de resistência capazes de costurar também novas relações com o espaço construído e natural. Entre o bom senso, o senso comum e o consenso reconhecido pela história, os estudos a seguir flertam com o estado da problemática da origem do homem e sua relação intrínseca de que ele em si é território. Antonio Fabiano Junior, professor. 1| SANTOS, Cecília Rodrigues. "Os lugares como páginas da dissertação de uma existência", revista Casa Vogue, edição 188, março 2001, p. 98-101. 2| Marsilac Sul desenvolvido pelas alunas Bruna Correia Piccoli, Clara Constantine Rosa, Daniele Petroni Alencar, Gabriela Mazon, Iara Maria Almeida Lima, Laís Resende, Maria Fernanda M. Favetta e Wládia Rocha Melo sob orientação da professora Doutora Vera Santana Luz.



AGRADECIMENTOS

Agradecemos ao nosso professor orientador Antônio Fabiano Jr. Que nos deu a oportunidade de

olharmos para um

território esquecido pela maior metrópole do Brasil. Que durante todo esse ano nos instigou a elaborar uma solução para valorizar e fazer com que este território fosse reconhecido pela cidade que o renega, indo além, sem perder a capacidade de sonhar e idealizar. Que nos tornou confiantes do que acreditamos, e que agora podemos sair da universidade seguras de que podemos enfrentar desafios

mantendo e defendendo

nossos princípios. Agradecemos também a professora Vera Luz pela ajuda na investigação deste território.



ÍNDICE

O que é Metrópolie 1. Contextualização 1.1. Os Limites de São Paulo 1.2. Extremo Sul, Metrópole sem infraestrutura 1.3. História 1.4. Características do Locus 1.4.1. Território 1.4.2. Sistema de Transporte 1.4.3. Aspectos Físicos 1.4.4. Equipamentos Urbanos 1.4.5. Infraestrutura 1.5. Análise do Território 1.5.1. Uso do Solo 1.5.2. Imagens de Registros e Impressões 2. Ações Projetuais 2.1. Diretrizes Metropolitanas 2.1.1. Transportes 2.1.2. Sistemas de Espaços Verdes 2.1.3. Produção de Alimento 2.2. Diretrizes Regionais 2.2.1. Energia 2.2.2. Diretrizes Nucleais 2.2.2.1. Parelheiros 2.2.2.2. Marsilac 2.3. Ações Projetuais na área de intervenção e abrangências – Área em foco 3. Recorte 4. Conclusão 5. Referências Bibliografia Anexo I Anexo II Anexo III Anexo IV

10 11 13 17 19 20 20 21 24 28 31 32 32 34 35 37 38 40 46 47 51 53 53 55 57 61 64 65 73 75 77 91 95



O QUE É METRÓPOLE?

Metrópole, da língua grega metropolis (μήτηρ, mētēr = mãe, ventre e πόλις, pólis = cidade), é o termo empregado para se designar as cidades centrais de áreas urbanas formadas por cidades ligadas entre si fisicamente (conurbadas) ou através de fluxos de pessoas e serviços ou que assumem importante posição (econômica, política, cultural, comercial, etc.) na rede urbana da qual fazem parte. (SENSAGENT, 2014)

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1. CONTEXTUALIZAÇÃO ‘’As metrópoles são o grande desafio estratégico do planeta nesse momento. Se elas adoecem o planeta fica insustentável’’ (LEITE, 2010)

A metrópole a ser discutida é São Paulo, com 11,25 milhões de habitantes e 1.521,10 km² (IBGE, 2010). Uma cidade com este porte evidentemente não será homogênea, e isso é fundamental para que ela sobreviva, uma vez que cada trecho desta complexa cidade assume diferentes funções. Os fluxos da cidade assumem uma posição importante na metrópole e fazem dela um todo, formado por partes distintas e interdependentes. A área do projeto de intervenção está localizada em um dos braços da represa Billings, um dos maiores e mais importantes reservatórios de água da Região Metropolitana de São Paulo, que à oeste faz

limite

com

a

bacia

hidrográfica

Guarapiranga, e à sul, com a Serra do Mar.

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de


MAPA DE USO DO SOLO . Fonte: <http://ww2.prefeitura.sp.gov.br/>

MAPA DE ZONAS DE PROTEÇÃO AMBIENTAL E AGRÍCOLA. Fonte: <http://ww2.prefeitura.sp.gov.br/>

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1.1. OS LIMITES DE SÃO PAULO

A pergunta que tentamos partir e responder é:

O primeiro limite foi o dos rios, um anel azul que

porque insistimos em almejar que São Paulo

definia a cidade que, aqui, era murada pelas águas.

tenha um limite? Historicamente percebemos

Ainda hoje é possível observar, nesse núcleo central,

que a configuração da cidade se deu através de

a maior concentração de infra estrutura e

desenhos radiais de limites, que evidentemente

equipamentos que oferecem mais qualidade de vida

definiram a metrópole que São Paulo é hoje.

(seja para morar, trabalhar, se divertir ou estudar)

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O segundo anel, o rodoanel,

está sendo

Qual é, então, o limite dessa cidade com milhões de

desenhado neste momento. Um conjunto de

habitantes?

rodovias que tem por princípio a função de

A natureza é a origem de qualquer cidade e, em São

desviar o caminho de cargas pesadas para ‘fora’

Paulo, percebemos também que é o seu fim. Sendo

da cidade.

assim, partimos da premissa que as serras da

O que este desenho limítrofe chama de ´fora’,

Cantareira e do Mar, que cercam a cidade, são seu

porém, ainda é São Paulo, ainda é cidade e é

limite físico real.

onde está localizado o recorte urbano alvo deste estudo numa situação onde a cidade negada, a

não-cidade de São Paulo.

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SERRA DA CANTAREIRA

Sテグ PAULO

SERRA DO MAR

Mapa Cidade de Sテ」o Paulo: Serra do Mar e Serra da Cantareira (Fonte: http://www.googlemaps.com.br/)

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Ă gua e Rodoanel: os primeiros limites de SĂŁo Paulo (Fonte: http://www.rodoaneloeste.com.br/)

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1.2. EXTREMO SUL, METRÓPOLE SEM INFRAESTRUTURA

A dinâmica de desenhos limítrofes que se impõe hoje não é correta, uma vez que renega partes da metrópole. Nosso primeiro recorte encontra-se em uma dessas áreas, podendo ser chamada e considerada como uma grande área de resistência. Do dicionário: 1.ação ou efeito de resistir. 2.causa que contraria a ação de uma força. (Michaelis, 2009)

Marsilac é metrópole sem infra estrutura, sem sistema de transporte público, sem equipamentos,

sem oportunidades. É o momento de pararmos para pensar em que cidade queremos viver. É preciso reconectar esses retalhos verdes. É preciso pedir passagem na cidade e criar outra dinâmica de desenhos limítrofes.

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GRAJAÚ

PARELHEIROS

MARSILAC

MAPA SISTEMA DE TRANSPORTE

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1.3. HISTÓRIA A subprefeitura de Parelheiros, abriga a APA

Os vilarejos abrigavam funcionários da linha e a

Capivari-Monos. Com área de 200,00 km2,

Mata Atlântica abundante na área servia para

população de quase 150 mil habitantes, sendo 8 mil

produzir o carvão que alimentava as locomotivas.

no distrito de Marsilac (SEADE, 2014) — que passou por muito tempo intocada e seus únicos habitantes

O crescimento da região durou pouco. Cessou

eram tribos indígenas - , o limite sul da cidade era a

em 1935, quando os trens passaram a ser

Vila de Santo Amaro, atual distrito de mesmo

movidos a diesel e surgiu o primeiro código

nome, até o momento em que o governo decidiu

florestal tornando o distrito área de proteção

expandir o povoamento para o sul, assentando

ambiental.

várias famílias imigrantes na região de Parelheiros

passageiros pela ferrovia entrou em decadência

e Marsilac, onde viviam principalmente da

e acabou sendo extinto na década de 1970. E, nos

agricultura, porém poucos se estabeleceram na

anos 90, a linha Mairinque-Santos passou a ser

região devido à dificuldade de acesso, que só

exclusiva de carga.

melhorou com chegada, da Estrada de Ferro Sorocabana à região na década de 1920. Marsilac, então cresceu no entorno das duas estações que ficavam ali.

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Além

disso,

o

transporte

de


1.4. CARACTERÍSTICAS DO LOCUS Foram realizados levantamentos do município de

É profundo o isolamento Marsilac-Metrópole,

São Paulo, e de maneira mais aprofundada no

embora a cidade dependa dela para trabalho e

Extremo Sul da cidade, com o objetivo de

produtos. Os índices são expressivos, Marsilac

interpolar relações do todo e da parte. Foram

possui o menor grau de escolaridade e renda do

abrangidos temas de Sistemas de Transporte,

município, 0,33% de coleta de esgotos e 0,95%

Sistema de Esgoto e Água, Aspectos Físicos,

de água tratada, também nota-se a sensação de

Equipamentos Públicos e Locais que serão

distância e não pertencimento ou cidadania

apresentados a seguir.

metropolitana em relação a população, mas apesar disso, é um distrito bastante aprazível por

1.4.1 TERRITÓRIO

estar as frondes da mata atlântica e conter laços de

vizinhança

e

lideranças

comunitárias

expressivas³, sendo abastecido de energia Vemos hoje, Parelheiros como um pequeno

elétrica e equipamentos essenciais — uma

centro regional, que abriga a maior parte de

escola, uma Unidade Básica de Saúde e um

infraestrutura da região. Ao longo das estradas

posto policial. Provido de comércio local mínimo.

vicinais, localizam-se ainda pequenos núcleos esparsos, chácaras de passeio e de pequenos

(Fonte: Por uma Relação Urbano x Rural x Ambiental na

produtores de hortaliças e plantas ornamentais.

Metrópole: O Caso de Marsilac ANEXO 2 )

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1.4.2. SISTEMA DE TRANSPORTE

RODOANEL

O RODOANEL adotado na proposta urbana é uma autoestrada de aproximadamente 180 quilômetros, que circunda a região central do município de São Paulo e está em fase de execução. O projeto do Estado de São Paulo tem como objetivo aliviar o intenso tráfego de caminhões que hoje cruzam o centro de São Paulo através das marginais Pinheiros e Tietê.

MAPA RODOANEL (Fonte: Folhapress)

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HIDROANEL

O HIDROANEL adotado na proposta urbana é de autoria do Grupo Metrópole Fluvial, pertence

programa de pesquisa da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo – FAU USP e encabeçado pelo professor Alexandre Delijaicov.

“O Hidroanel Metropolitano de São Paulo é uma rede de vias navegáveis composta pelos rios Tietê e Pinheiros, represas Billings e Taiaçupeba, além de um canal artificial ligando essas represas, totalizando 170km de hidrovias urbanas.” ‘’ Ele é o articulador do conjunto de sistemas integrados de infraestruturas metropolitanas ambiental,

saneamento

mobilidade

urbana,

e

transporte público – capaz de reverter

a condição dos rios: a retomada da navegação fluvial, em uma visão sistêmica, pode fazer com que a metrópole fique de frente para suas águas’’ (GRUPO METRÓPOLE FLUVIAL, 2014)

MAPA HIDROANEL (Fonte: Folhapress)

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FERROANEL

Um projeto de ligação ferroviária entre as principais ferrovias que cortam a Região metropolitana de São Paulo, tem como intenção primordial desafogar as rodovias, na tentativa de fazer uma conexão direta e uma modernização no transporte ferroviário, que sofre com o abandono de investimentos há meio

século. O projeto complementará ferrovias existes, o que somatiza apenas 44km a serem construídos, a fim de amenizar as intervenções ao meioambiente, principalmente na região sul da Grande São Paulo, a qual possui grande

reserva

nativa

de

Mata

Atlântica e mananciais importantes como

as

represas

Billings

e Guarapiranga. (FOLHA DE SÃO PAULO, 2014)

MAPA FEROANEL. Fonte: Mobilize-se, 2014

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1.4.3. ASPECTOS FÍSICOS

HIDROGRAFIA

A represa Billings é um dos maiores e mais importantes reservatórios de água da Região Metropolitana de São Paulo. A oeste, faz limite com a bacia hidrográfica da Guarapiranga e, ao sul, com a serra do Mar. A represa foi idealizada nas décadas de 1930 e 1940 pelo engenheiro Billings, um dos empregados da extinta concessionária de energia elétrica Light, daí o nome. Inicialmente, a represa tinha o objetivo de armazenar água para gerar energia elétrica para a usina hidrelétrica Henry Borden, em Cubatão. Em função do elevado crescimento populacional e industrial da Grande São Paulo ter ocorrido sem planejamento, principalmente ao longo das décadas de 1950 a 1970, a represa Billings possui grandes trechos poluídos com esgotos domésticos, industriais e metais pesados. Apenas os braços Taquecetuba e Riacho Grande são utilizados para abastecimento de água potável pela Sabesp, às cidades de São Paulo, São Bernardo, Diadema e Santo André. Vale citar que mais de um milhão de pessoas vivem ilegalmente as margens norte da represa Billings , o que contribui para essa poluição.

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ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL

APA CAPIVARI-MONOS

Com uma área de 251 km², equivalente a um

sexto do território da cidade, a primeira APA Municipal, localiza-se no extremo Sul de São Paulo capital, na área de Proteção aos Mananciais, abrangendo 75% do território da Subprefeitura de Parelheiros. Além disso, integra as Reservas da Biosfera da Mata

Atlântica e do Cinturão Verde da Cidade de São Paulo. A APA limita-se a Norte pelo divisor de águas do ribeirão Vermelho (bacia Guarapiranga) e pelo limite da Área Natural Tombada de Cratera de Colônia (bacia Billings), a Leste com o

município de São Bernardo do Campo, a Oeste com os municípios de Embú-Guaçu e Juquitiba e a Sul com o município de Itanhaém e São Vicente.

MAPA APA CAPIVARI-MONOS Fonte: Embrapa, 2014

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PARQUES

A

APA

Capivari-Monos

sobrepõe-se

parcialmente ao Parque Estadual da Serra do Mar (PESM), o mais extenso Parque do estado

de São Paulo e também do Domínio Mata Atlântica, com 315.390 hectares e abrangendo 39 municípios. A área sobreposta, enquadrada como Zona de Regime Legal Específico pelo zoneamento geoambiental

da

APA,

corresponde

a

aproximadamente 4.398 hectares. O Parque é administrativamente dividido em oito núcleos, sendo o Núcleo Curucutu o que se sobrepõe à APA. Sendo o Parque uma Unidade de Conservação de Proteção Integral, com o objetivo de

preservação integral da biota, nele são permitidos apenas a pesquisa científica, a educação ambiental e o turismo ecológico. No seu interior não são permitidos ocupantes, nem qualquer forma de uso direto dos recursos MAPA ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL.. Fonte: Prefeitura de São Paulo naturais.

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TERRAS INDÍGENAS

Existem na APA Capivari-Monos três Terras Indígenas homologadas, a TI Barragem, a TI Krukutu e a TI Rio Branco, todas do povo Guarani Mbya. A última está sobreposta ao Parque Estadual da Serra do Mar. A TI Barragem, homologada pelo Decreto Federal 94.223/87 tem 26,30 hectares, e nela vivem 282 famílias totalizando 958 pessoas. A TI Krukutu foi homologada pelo Decreto Federal 94.222/87 tem 26,88 hectares e nela vivem 63 famílias, totalizando 291 pessoas. A TI Rio Branco, com 2856 hectares, é uma TI Registrada. Compreende os municípios de Itanhaém, São Vicente e São Paulo. Nela vivem aproximadamente 64 familias, com cerca de 300 pessoas.

MAPA ALDEIAS INDÍGENAS (Fonte: Prefeitura de São Paulo)

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1.4.4. EQUIPAMENTOS URBANOS Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas-ABNT, equipamento urbano é “todos os bens públicos ou privados , de utilidade pública , destinados á prestação de serviços necessários ao funcionamento da cidade, implantados mediante autorização do poder público, em espaços públicos e privados”. Apesar de serem necessários, os equipamentos não estão implantados por todo o território, há uma concentração seguindo os limites de São Paulo citados

anteriormente.

Assim,

num

primeiro

momento há mais equipamentos entre os dois principais rios da cidade. E num segundo momento é possível observar a escassez de equipamentos fora do limite do Rodoanel, e deixando evidente o que é considerado cidade e o que não é. Além de poucos equipamentos, fora do limite do Rodoanel , a densidade também é baixa, pois é um grande território com uma pequena população que se concentra em determinados pontos.

MAPA – Distribuição de equipamentos urbanos (Mapa elaborado pelas autoras; Fonte das informações: Prefeitura de São Paulo)

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EDUCAÇÃO

SAÚDE

Há várias escolas nessa região, tanto estadual

Nessa região há apenas UBSs, sendo o hospital

quanto municipal e que vão desde que creches

mais próximo em Grajaú. Porem essas UBSs,

á alfabetização de jovens e adultos. Elas se

muitas vezes não disponibilizam de médicos ou

concentram em Parelheiros.

então disponibilizam num horário limitado. E faltam instrumentos básicos.

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LAZER Os equipamentos de lazer são muito escassos nessa região, contando apenas com

Centros

Esportivos que são poucos para a população e na parte da cultural com uma biblioteca.

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1.4.5. INFRAESTRUTURA

SISTEMA DE COMUNICAÇÃO

SISTEMA DE SANEAMENTO

Nessa região, apenas em Parelheiros há Rede de

O abastecimento de água não é disponível a toda

Telefonia Fixa, mas ela contempla apenas 34,1%

população, que então utiliza poços, que em sua

da área. Já em Marsilac, a população depende de

maioria, não são artesianos.

Telefonia Móvel, apesar de funcionar em apenas alguns pontos da região. A internet, assim como o

A rede de esgoto compreende apenas 17,2%

telefone não é de boa qualidade.

dessa região sendo mais crítica em Marsilac aonde a população acaba recorrendo a fossas

Em Marsilac, não há endereço regularizado, por tanto, não há CEP, assim há uma caixa de correio disponível para os moradores obterem suas correspondência.

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que não tem vedação total (fossas negras) que podem contaminar o lençol freático.


1.5. ANÁLISE DO TERRITÓRIO 1.5.1. USO DO SOLO Pela análise do mapa de uso do solo da cidade de São Paulo é possível perceber a divisão de três seguimentos. Na região Norte há presença da natureza (Serra da Cantareira) e uso misto que varia de habitações, comércios e industrial. Na região Central tem uma miscigenação de solo e

possui poucos resquícios de vegetação como por exemplo o Parque do Ibirapuera. A região Sul difere das regiões anteriores, pois a população não se concentra em uma única área e sim em pequenos núcleos urbanos ao longo do território. Em sua maioria a região Sul é de preservação ambiental

(Capivari-Monos), Serra do Mar e duas grandes represas: Guarapiranga e Billings. Possui unos produtores rurais de hortaliças e plantas ornamentais, chácaras de passeio.

MAPA – Mapa de Uso do Solo (Fonte: Prefeitura de São Paulo)

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Mapa – Uso do Solo na Área de Proteção Ambiental Capivari-Monos (Fonte: Prefeitura de São Paulo)

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1.5.2 IMAGENS DE REGISTROS E IMPRESSÕES

NATUREZA- VERDE/ÁGUA

COMUNIDADE

PRESERVAÇÃO

PRODUÇÃO

TRANSPORTE

INFRA-ESTRUTURA

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2. AÇÕES PROJETUAIS METRÓPOLE É TROCA

Visto o território, nos resta olhar para o homem que, para viver precisa de uma coisa: energia. Água é energia, comida é energia, luz é energia. Sem energia a gente não vive e sem gente a cidade não existe.

Com isso fazemos uma troca: a área renegada pelo desenho humano será a fornecedora dessas três ações energéticas para a sobrevivência urbana-humana. Seremos produtores de alimento, fornecedores de água e de energia limpa, enquanto a cidade ‘’dentro do rodoanel’’, será conectada a essa parte renegada da metrópole, levando suas potencialidades até ela. •

As ações foram divididas em:

2.1 DIRETRIZES METROPOLITANAS;

2.2 DIRETRIZES REGIONAIS;

2.3 AÇÕES PROJETUAIS NA ÁREA DE INTERVENÇÃO E ABRANGÊNCIAS – ÁREA EM FOCO.

EQUIPAMENTOS TRABALHO LAZER

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NÚCLEO CENTRAL

ENERGIA ALIMENTOS


MAPA – Ações projetuais (Fonte: Mapa elaborado pelas autoras)

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2.1. DIRETRIZES METROPOLITANAS

"Toda cidade tem seu próprio design. Mas para fazer acontecer, às vezes você tem de propor um cenário e uma ideia que todos, ou a grande maioria, irão ajudá-lo a fazer acontecer”. Para isso, é preciso pensar em toda a estrutura da cidade, torná-la mais conectada e menos segmentada. E para fazer com que as pessoas circulem por ela de forma eficiente e menos agressiva é preciso combinar todos os meios de transportes existentes em um modelo único, sem fazer com que eles briguem pelo mesmo espaço. – Jaime Lerner

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2.1.1. TRANSPORTES

O partido inicial foi criar uma conexão com o território negado pelo desenho dos limites da cidade. Para isso, foi desenhada uma rede de transportes intermodais integrada. Os projetos do hidroanel e ferroanel descritos anteriormente, foram adotados em nossa intervenção, com o objetivo de conectar a cidade com o que está alem de seu limite, levando a produção, assim como pessoas.

Esquema de transportes

Esquema hidroanel e ferroanel

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2.1.2. SISTEMA DE ESPAÇOS VERDES Assim como a necessidade de conectar o território com a infra-estrutura de transporte, consideramos a conexão da infra-estrutura verde necessária. Os corredores verdes urbanos nos interessam a fim de dar uma maior continuidade do arborizado de grande porte e o potencial de naturalização à estrutura urbana existente. Para tanto, a conexão do que chamamos de sistema verde - vegetação sendo ela de produção agrícola ou não - e sistema azul - dos

rios urbanos - se apresenta aqui. Estudando caso a caso, os rios serão destampados e, em suas margens serão criados pequenos verdes que não trabalharão somente como área de lazer mas como infraestrutura de redefinição de clima, águas pluviais e tratamento de esgoto por wet lands. A divisão, a nosso ver, de área rural e área urbana é um equívoco. A distinção entre essas duas áreas somente nos mostra a também distinção entre assentamentos com acesso à infraestrutura e benefícios como educação, saúde, trabalho, transporte e moradia, por exemplo e assentamentos que não tem

acesso a todas essas questões. No fim, percebe-se que áreas “mais conectadas” - urbanas – e áreas “desconectadas” – rurais - não podem continuar com essa configuração. Ambas são, inevitavelmente, indissociáveis e, trata-las como tal é nosso ponto de partida projetual.

Esquema Espaços Verdes – Sistema Atual/Sistema Proposto

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Outra importante característica dessa junção é potencializar a conectividade entre os grandes espaços verdes da cidade, tanto na superfície como na altura, onde se pode potenciar a existência, nidificação e conservação da avifauna. Como símbolo máximo foi proposta uma grande costura entre os limites naturais da cidade, um grande cadarço que apertaria as áreas verdes e reconectaria os parques urbanos entre eles. Para isso, um teleférico – que trabalharia aqui não só no âmbito simbólico mas como mais um ponto nodal de transporte -, ligaria os dois portões de entrada da cidade: o posto da guarda florestal – proposta do grupo – instalada na Serra da Cantareira ao posto da guarda florestal – também proposta do grupo – instalada no pé da Serra do Mar, passando pelos importantes pontos verdes da cidade como os parques Jardim da Luz, Trianon, Ibirapuera, Lina e Paulo Raia, Nabuco e o Guarapiranga. Em cima dessa infra- estrutura de teleférico, seria instalado um sistema de captação de energia eólica, criando um marco único nessa paisagem tão fragmentada. Se começamos discutindo o limite urbano desta cidade, aqui, entendemos que ele é dado pela compreensão e entendimento do que é a cidade de São Paulo. Ela não seria limitada a uma borda mas a um elemento de conexão entre partes desconexas. Ainda como ato de resistência da natureza, seria fornecido em suas paradas sementes para as pessoas que, ali passagem, jogassem na cidade, fazendo com que o verde, ato histórico do território primordial, retomasse, seu terreno a fim de criam uma nova conectividade com o homem.

Esquema Teleférico – Antonio Fabiano Junior

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42



Esquema da conexรฃo de espaรงos verdes

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2.1.3. PRODUÇÃO DE ALIMENTO

O Estado de São Paulo, um dos mais

cereais, leguminosas e oleaginosas sendo que 5,9%

desenvolvido do país, é responsável por mais de

dos consumidores residem na cidade de São Paulo.

33% do Produto Interno Bruto (PIB), algo

Isso significa que a cidade importa uma grande

próximo aos 550 bilhões de dólares. Sua

quantidade de alimentos da região.

economia

nas

Levando em conta o raciocínio de troca, a ideia é

indústrias, nos serviços e no comércio. Mas ainda

que essa região afastada do centro produza

há uma atenção especial para a agricultura. O

alimentos, não só para sustento local, mas para a

Estado é responsável pela maior produção de

cidade toda de São Paulo.

laranja e seu suco para consumo interno e

Preocupando-se ainda com a grande quantidade de

exportação, produz também cana-de-açúcar,

mata nativa da região, e querendo uma produção de

algodão e café para o mercado interno. Sendo

alimento

que a cana-de-açúcar é cultivada principalmente

cinturões verdes de cooperativas que produzam

para a produção de álcool, utilizado como

alimentos, sem desmatar a vegetação existente e

biocombustível. Mas em relação aos outros

que controlem o limite espacial das grandes

alimentos, São Paulo produz apenas 4.5% de

chácaras propostas.

se

baseia

principalmente

sustentável,

foram

desenvolvidos

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2.2. DIRETRIZES REGIONAIS

Foi constatado três polos de atuação: 1- Parelheiros como polo regional central; 2- Marsilac como polo de produção e exemplo; 3- Billins como polo porta de chegada e saída de produção; conhecimento e pessoas. Para as três áreas, foram produzidas quatro diretrizes gerais e três esquemas de atuação: 1.Conectar os cidadãos com transporte público. 2.Segurar a expansão urbana com a produção rural. 3.Transformar os pequenos núcleos em eco vilas, com tratamento de esgoto, energia, cooperativas de reciclagem e pesquisa de novas tecnologias para uma vida mais consciente. 4.Produzir a energia e dar possibilidade dessa energia produzida ser disponibilizada para a cidade

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Esquema de roteiro turístico:

Esquema transportes:

Cria um circuito, por onde o visitante pode ver aspectos da região associados a produção e natureza.

Mostra a conexão com a metrópole consolidada, assim como um circuito que liga todos os núcleos da área.

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Foram elencados inúmeros pequenos núcleos

diretrizes para divisão em pequenas chácaras de 5

urbanos. A proposta é conter o adensamento

a 10 mil metros quadrados, podendo 30% dessa

urbano e controlar a produção agrícola em um

área ser usada para produção e o restante seria

mesmo ato projetual. As pessoas que habitam

área de preservação da mata existente. No último

nesses núcleos afastados demoram, em média,

anel, foram definidas cooperativas de agricultores

três horas para chegar a seus locais de trabalho, no

que funcionam como uma barreira física limitando

centro urbano de São Paulo, ou seja, perdem seis

a expansão de cada núcleo. A área desse cinturão é

horas do dia apenas para locomoção. Frente a essa

exclusivamente para produção de alimentos e

problemática, foram propostos 3 anéis verdes para

preservação da mata nativa. Para tanto, optou-se

produção agrícola ao redor dos pequenos núcleos

por realizar a produção de alimentos em diversos

existentes. O limite desses núcleos foi previsto

pavimentos. Dependendo da necessidade de

considerando margem de crescimento urbano

produção, pode-se adicionar um pavimento nos

natural. O primeiro anel, adjacente ao núcleo, ,

edifícios de produção, sendo o limite máximo de 4

seria destinado a grandes chácaras de 40 a 60 mil

pavimentos . Com isso a agricultura, a mata e os

metros quadrados, com 30% dessa área disponível

núcleos urbanos trabalhariam conjuntamente sem

para produção. No segundo anel foram geradas

a destruição de nenhuma das três pernas constituintes da área.

MATA

MATA

MATA

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ANÉIS PRODUÇÃO

SEGUNDO ÚLTIMO ANEL ANEL

SEGUNDO ÚLTIMO ANEL ANEL

NÚCLEO

NÚCLEO

NÚCLEO

INÍCIO PREVISÃO 10 ANOS

PREVISÃO 20 ANOS


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2.2.1. ENERGIA

Como diretriz decidiu-se aplicar um modelo energético sustentável, tomamos como definição deste modelo, certos conceitos, como energia limpa e renovável, podendo estas serem providas de diversas fontes como sol, vento e água.

Adotamos também o Sistema de Compensação de Energia da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que permite a qualquer pessoa produzir sua própria energia em casa, utilizando métodos alternativos e que, em troca, ganhe créditos na conta de luz.

O consumidor que resolver aderir à medida terá que instalar o sistema de energia solar por conta própria, mas a manutenção e os custos de eventual substituição serão de responsabilidade das distribuidoras locais. O que for gerado poderá ser usado em todos os setores da casa e o que não for consumido será injetado no sistema da fornecedora de energia daquela cidade. O crédito será abatido no consumo dos meses seguintes e terá prazo de 36 meses.

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2.2.2 DIRETRIZES NUCLEAIS 2.2.2.1 PARELHEIROS Se afirma como centro regional, potencializando a área comercial, que é de grande importância para a área. Para isso, as ações são de conexão com o vlt chegando desde o Grajaú, e ligando com os outros pólos propostos e existentes. A rua que notamos maior força comercial, foi transformada em um grande calçadão, consolidando como o centro regional. Foram propostos os equipamentos de caráter regional como Hospital, Universidade, Escola Técnica, Espaço Cultural e Centro Esportivo.

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Croquis esquemรกticos sistema de transporte em Parelheiros

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2.2.2.2 MARSILAC

Se torna o núcleo exemplar e também o nosso último momento de cidade. É ai onde colocamos um fim na urbanização e deixamos a natureza como parte fundamental dessa metrópole. Como os outros núcleos, criamos acesso pelo anel de vlt, assim como a implantação de equipamentos básicos. É proposto para Marsilac o núcleo de estudo ambiental com laboratórios vinculados á Universidade.

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Croqui esquemรกtico sistema de transporte em Marsilac

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2.3 AÇÕES PROJETUAIS NA ÁREA DE INTERVENÇÃO E ABRANGÊNCIAS - ÁREA EM FOCO

A proposta urbana se concentra na área denominada como a área de escoamento, ou seja, tudo o que for produzido sairá por essa área, porém será também um porto de entrada e saída de pessoas e cultura. A ideia é criar uma área exemplar de produção sustentável, utilizando elementos de grande potencial como a água para tornar viável seu escoamento. Para isso foi recortado no território um eixo azul ligando diretamente o porto de produção com o porto de pessoas. A ligação terrestre entre estes dois equipamento é feita através de um parque linear que fica do lado em que estão as quadras híbridas, hortas verticais e wetlands e funciona como uma linha de transposição entre esta área e a represa. Ao longo deste eixo foram implantados os projetos que serão utilizados por todas as escalas – das metropolitanas às dos pequenos núcleos- estes, visam tanto atender as necessidades da população local, quanto atrair toda a metrópole oferendo algo que ela não tem, em troca de infraestrutura que será recebida.

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A fim de consolidar nossa proposta urbana, foram escolhidos os seguintes equipamentos a serem desenvolvidos individualmente:

-Terminal Intermodal – Jéssica Motta -Centro de Capacitação Agroecológico – Carla Vechini Spironelo -Centro Esportivo Aquático – Isabela Bredariol -Horta Vertical – Giovana Reis -Centro de Difusão Cultural Bárbara Guirello -Núcleo Verde – Elisa de Freitas Broglio

-Mercado – Giovana Bossa Bragiola -Porto Cultura – Isabela Godoy

No eixo azul, o porto de pessoas em um extremo, esta representado pelo terminal intermodal, já no extremo oposto encontram-se os portos de produção, tanto de alimentos , no mercado, como de cultura, no Porto Cultura. Entre estes elementos, estão implantados os outros equipamentos, que servem de

apoio e complemento para o programa do projeto urbano como um todo, estes equipamentos são essenciais para que o plano urbanístico seja colocado em pratica.

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3. RECORTE

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TERMINAL INTERMODAL CENTRO DE CAPACITAÇÃO AGROECOLÓGICO CENTRO ESPORTIVO AQUÁTICO HORTA VERTICAL CENTRO DE DIFUSÃO CULTURAL NÚCLEO VERDE MERCADO PORTO CULTURA

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4. CONCLUSÃO "E o que lhe dá especial sentido contemporâneo, já que há mais de um século, a cultura ocidental, e agora a mundial, globalizada, cessou em produzir cidades, e raramente produz alguma urbanidade. A especificidade urbana portuguesa, tão marcadamente distinta das radicais unificações - e tentativas de seus vizinhos, pode agora ensinar alguma coisa, em direção a novas possibilidades de sentido urbano que não necessitem reunificação, que aceitem o fragmento constituinte das novas ocupações. Mas que, mesmo assim, afirma a reconstrução dos sentidos de vida coletiva e de seus espaços”. Luiz Antônio Recamán Barros

Todo território merece um olhar. Ao olhar para o território e nos debruçarmos sobre ele, ele nos mostrou suas potencialidades, fragilidades e importância . Mesmo um local carente de muita infra-estrutura tem muito a oferecer, e Marsilac nos oferece mais do que pensávamos. Um território rico em natureza, produção e possibilidades. Que tem com o centro da cidade uma relação amistosa de troca pois vimos que centro é cidade. Marsilac é cidade. São Paulo é cidade. Urbano e rural é equilíbrio do sistema, da maior invenção do homem: a

cidade. (PIANO, Renzo)

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5. REFERÊNCIAS

METRÓPOLE FLUVIAL

O Grupo de Pesquisa em Projeto de Arquitetura de Infraestruturas Urbanas Fluviais – Grupo Metrópole Fluvial, pertence ao Laboratório de Projeto do Departamento de Projeto da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo – FAU USP e tem como coordenador o Prof. Alexandre Delijaicov. Este grupo desenvolve oficialmente desde 2010 o projeto do Hidroanel Metropolitano de São Paulo, que tem como conceitos norteadores: . reestabelecer os rios urbanos como principais eixos estruturadores das cidades, com parques, praças e bulevares fluviais às suas margens; . consolidar um território com qualidade ambiental urbana nas orlas fluviais, que comporte infraestrutura, equipamentos públicos e habitação social: . navegação fluvial urbana: portos de origem e destino inseridos na área urbana. . navegação fluvial em canais estreitos e rasos em águas restritas (confinadas entre barreiras artificiais). . transporte fluvial urbano de cargas públicas. . logística reversa: reinserção no mercado dos resíduos sólidos transformados em matéria prima.

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O projeto conta com 170 Km de Extensão, 20 Eclusas, 3 Subsistemas, 3 Tri-portos, 14 Trans-portos, 60 Ecoportos (sendo um destes desenvolvido por este Trabalho de Graduação) , 36 Draga-portos, 4 Lodo-portos, 24 Portos passageiros. A proposta apresentada neste memorial parte do pressuposto de que este projeto será implantado e estará em pleno funcionamento.

Fonte: http://www.ecodebate.com.br/2013/09/19/grupo-metropole-fluvial-da-fauusp-tem-projeto-para-hidroanel-na-grande-sao-paulo/

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BALÕES ENERGÉTICOS

Desenvolvido por um grupo de designers canadenses, os balões são geradores solares fotovoltaicos, compostos por uma membrana de resina orgânica e

forrados com células solares orgânicas transparentes (desenvolvidas pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts – MIT). Luzes LED estão fazem o

BALÃO DE GÁS HÉLIO MEMBRANA DE RESINA ORGÂNICA PAINÉIS SOLARES PAINÉIS DE LED

balão brilhar suavemente no meio da noite, um lembrete constante da energia gerada no local.

ABASTECIMENTO DE HÉLIO

O mastro de resina reforçada que ancora o balão ao solo por uma base de aço, é capaz de balançar suavemente ao vento, criando uma exibição poética

LUZ DE LED BATERIAS DA LUZ DE LED

de balões flutuantes. Cabos de alimentação e condutores de hélio estão localizados dentro do mastro para garantir tanto o transporte de energia

MASTRO DE RESINA COM ABASTECIMENTO DE HÉLIO E CABOS DE ENERGIA

eléctrica fotovoltaica a um transformador, quanto o fornecimento de hélio para aos balões, conforme necessário. Cálculos indicam que a área de superfície permite que

CABO DE ENERGIA CONVERSOR ABASTECIMENTO DE HÉLIO BARREIRA DE SEGURANÇA BASE DE AÇO AMARRAÇÃO

um balão de gere cerca de 150.000 kWh anualmente, sendo capaz de abastecer cerca de 30 famílias.

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Cidades da primeira e segunda eras, croquis. [PORTZAMPARC, Christian de. A terceira era da cidade]

Projeto ‘e(CO)stratégia’ de Sau Taller d’Arquitectura busca tecer fluxos biológicos e urbanos de Barcelona.

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fonte: http://www.um-smart.org/resources/enews/070111.php

Projeto de Restauração do Rio Cheonggyecheon, desenvolvido em Seul, na Coréia do Norte, despoluiu todo o canal do rio e criou diversos parques lineares, ampliando a quantidade de áreas verdes nas ruas da cidade.

fonte: http://marcosuassuna.com/site/projetos/urbanismo/aimportancia-da-quadra-urbana-hibrida-no-cotidiano-dos-bairros/

Modelos de Quadras híbridas por Marco Suassuna, estimula as fachadas ativas com comércios e serviços voltados para as calçadas, combinados com o uso residencial nos pavimentos superiores, podendo contribuir para a fruição urbana nos bairros e auxiliar à efervescência da economia local.

foto: Patrick Morin

Rio Guadalquivir – Sevilla, Espanha

foto: Peatones de Sevilla

Calle Asunción – Sevilla, Espanha

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Memory Wound - Jonas Dahlberg

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BIBLIOGRAFIA

QUANDO O PERCURSO TORNA-SE DESTINO, Disponível em <http://www.funarte.gov.br/artes-visuais/quando-o-percurso-torna-se-destinointeracao-com-a-natureza-e-encontros-e-experiencias-de-deslocamento/

MAPA USO DO SOLO, Disponível em <http://ww2.prefeitura.sp.gov.br/secretarias/desenvolvimentourbano/mapa/06_Us o_solo.jpg>. Acesso em: Set. 2014. MAPA ZONAS ESPECIAIS DE PROTEÇÃO AMBIENTAL E AGRÍCOLA, Disponível em <http://ww2.prefeitura.sp.gov.br/secretarias/desenvolvimentourbano/mapa/08_ze pam.jpg> CIDADE BIOFILICA, Disponível em http://www.archdaily.com.br/br/01-99393/o-que-e-uma-cidade-biofilica SISTEMA DE COMPENSAÇÃO ENERGÉTICA, Disponível em http://extra.globo.com/noticias/economia/100-dias-de-economia/consumidorespoderao-produzir-propria-energia-vender-excedente-para-concessionaria-local4926498.html QUADRA ABERTA, Disponível em http://vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/11.124/3819 QUADRA HÍBRIDA, Disponível em: http://marcosuassuna.com/site/projetos/urbanismo/a-importancia-da-quadraurbana-hibrida-no-cotidiano-dos-bairros/ Diretrizes de projeto para a ampliação da rede de metrô de São Paulo, PONTES, Fábio Martini, Disponível em <http://www.usp.br/fau/cursos/graduacao/arq_urbanismo/disciplinas/aup0272/klar a/TFG_FabioMartiniPontes.pdf> Acesso em: Abr. 2014 MAPA EQUIPAMENTOS DE EDUCAÇÃO, Fonte: MEC/INEP

MAPA EQUIPAMENTO DE SAÚDE, Fonte: Secretaria Municipal de Saúde MAPA EQUIPAMENTOS DE LAZER, Fonte Secretaria Municipal de Planejamento

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GRUPO METRÓPOLE FLUVIAL, Disponível http://metropolefluvial.fau.usp.br/index.php>. Acesso em: Mar. 2014.

em

LAND ART GENERATOR INICIATIVE, Disponível <http://landartgenerator.org/LAGI-2012/99009900/#>. Acesso em: Out. 2014

< em

HIDROGRAFIA REPRESA BILLINGS SOLIA, Mariângela; FARIA, Odair Marcos; ARAÚJO, Ricardo. Mananciais da região metropolitana de São Paulo. São Paulo: Sabesp, 2007 MAPA USO DO SOLO APA Capivari-Monos, Disponível em http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/meio_ambiente/publicacoes_sv ma/index.php?p=26341 http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/meio_ambiente/unid_de_conser vacao/apa_capivarimonos/index.php?p=41966 MAPA LOCALIZAÇÃO TERRA INDÍGENAS NA CIDADE DE SÃO PAULO, Disponível em <http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/saude/atencao_basica/index.ph p?p=29931>. Acesso em: Abr. 2014. MAPA AREAS VERDES CIDADE DE SAO PAULO , Disponível em <http://www.apacapivari.cnpm.embrapa.br/localiza.html>. Acesso em: Abr. 2014. MAPA PARQUES ESTADUAIS DA CIDADE DESAO PAULO , Disponível em < http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/desenvolvimento_urbano/legisla cao/planos_regionais/index.php?p=1902>. Acesso em: Abr. 2014. MAPA BACIA http://www.apacapivari.cnpm.embrapa.br/localiza.html Arquitetura e Urbanismo nº 197. Agosto 2010. SENSAGENT, Dicionário. <http://dicionario.sensagent.com/Metropole/pt-pt/>

LEITE,

HIDROGRÁFICA: Carlos, Revista

Disponível

em:

CASSIGOLI, Renzo. “A Responsabilidade do Arquiteto – Renzo Piano”. São paulo, Editora Bei, 2011. MAPA FERROANEL: http://www.mobilize.org.br/noticias/2892/novo-plano-dogoverno-amplia-o-ferroanel-de-sao-paulo.html

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ANEXO I

Eu penso em escola como um ambiente onde se é bom aprender. As escolas começaram com um homem, que não sabia que era professor, discutindo suas percepções debaixo de uma árvore com uns poucos que não sabiam que eram alunos. Os estudantes refletiram sobre a troca de conhecimentos e sobre como era bom estar na presença desse homem. Eles esperavam que seus filhos também o escutassem. Em pouco tempo, espaços foram erguidos e apareceram as primeiras escolas. O estabelecimento de escolas era inevitável, porque fazia parte do desejo do homem. Nosso amplo sistema de educação, hoje investido em instituições, é proveniente dessas pequenas escolas – o espírito do começo, porém, foi esquecido. As salas solicitadas por nossas instituições de ensino são estereotipadas e nada inspiradoras. As salas de aula uniformes, os armários alinhados nos corredores e outras áreas e dispositivos chamados funcionais, requisitados pelo instituto, são certamente ajeitados

em pacotes organizados pelo arquiteto, que acompanha com atenção as áreas e seus limites orçamentários de acordo com o que foi solicitado pelas autoridades escolares. As escolas são boas para olhar; no entanto, são vazias em arquitetura, porque elas não refletem o espírito do homem debaixo da árvore. Todo o sistema escolar que se seguiu, desde o início, não teria sido possível se a origem não estivesse em harmonia com a natureza do homem. Pode-se também dizer que o desejo de existência da escola estava lá mesmo antes do homem debaixo da árvore.

[Louis Kahn, 1960]

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Biblioteca Fausp, Ă lvaro Siza

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ANEXO II

Por uma Relação Urbano x Rural x Ambiental na Metrópole: O Caso de Marsilac Vera Santana Luz* Antonio Fabiano Junior** Resumo Exposição da metodologia do Trabalho Final de Graduação realizado na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da PUC de Campinas, cujo desenvolvimento - para os grupos de alunos dos módulos ministrado às 4as. feiras -, é aliado à busca de paradigmas de sustentabilidade na relação urbano x rural x ambiental, procurando estabelecer princípios para as estruturas urbanas e arquitetônicas coerentes às novas e necessárias relações Homem x Homem e Homem x Natureza. O intuito primeiro é revelar potencialidades dos sítios investigados sobre os quais se atuará em projeto, pondo em questão a noção de periferia excluída, na crença de que seja possível, através do desenho coerente e participativo, atuar no território - que compreende a natureza, as ações humanas sobre o lugar e os próprios homens - e fomentar pertencimento local e metropolitano, mobilidade, alianças rurais-urbanas e consciência ambiental, tendo como caso o distrito de Marsilac, extremo Sul da Região Metropolitana de São Paulo. Palavras-Chave: meio ambiente; meio rural; desenho urbano e arquitetônico; relação centro-periferia; identidade. * Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Pontifícia Universidade Católica de Campinas – Brasil. ** Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Pontifícia Universidade Católica de Campinas – Brasil.

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Introdução - Buscar Paradigmas

Todo ato é inaugural. Contudo toda ação inaugural é tributária de memória constitutiva. A metodologia do TFG - Trabalho Final de Graduação vem de longa tradição, na qual colaboraram inúmeros acadêmicos para sua formulação e se mantém em constante revisão . Esta metodologia parte do princípio da arquitetura e cidade como estruturas de uma mesma ordem indissociável, que preside a construção do habitat humano. Incluimos como pressupostos, nossa visão de que para a constituição do habitat - noção mais ampla que a funcionalmente humana -, há que se investigar novos paradigmas nas relações HOMEM x HOMEM e HOMEM x NATUREZA, e estreitar a articulação do tecido urbano ao sistema rural e ao ambiente natural. A realização de propostas concretas pressupõe a escolha oportuna da área de interesse, a revelar potencialidades e demandas propícias à discussão desses pressupostos fundamentais. Anteriores à experiência apresentada – no distrito de Marsilac - foram discutidos territórios sob impacto do Rodoanel Metropolitano de São Paulo coetaneamente à sua construção : trecho Sul, que envolve complicada questão de, em seu traçado, haver região de importantes mananciais de abastecimento Sul da Região Metropolitana de São Paulo - represas Guarapiranga-Billings -, pelas quais passa em viaduto e, paradoxalmente, conter problemática ocupação irregular de aproximadamente dois milhões de pessoas residindo sem infraestrutura qualquer, notadamente a de esgotamento sanitário, vertido in natura diretamente nas represas; trecho Leste, cujo trajeto cruza território remanescente do colar de chácaras agrícolas, constituído por propriedades tradicionais familiares ou cooperativadas de pequeno e médio porte, nos municípios de Suzano e Poá, vital suporte rural para a Região Metropolitana; trecho Norte, que ombreia a Serra da Cantareira – Área de Preservação Permanente –, se articula ao aeroporto internacional de Guarulhos e atinge áreas urbanizadas do município de São Paulo, onde perpassa bairros de urbanização consolidada . Nos deteremos no distrito de Marsilac, expondo a metodologia dos trabalhos acadêmicos ora realizados e alguns resultados alcançados nesse território – distrito ao extremo sul do município de São Paulo, às frondes da Serra do Mar – cujo ecossistema remanescente da Mata Atlântica, é presente de modo esparso ao longo de toda orla litorânea do país.

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A Dinâmica Macro

A RMSP - Região Metropolitana de São Paulo, maior do país, constitui-se por 39 municípios, 20.830.093 milhões de habitantes , 8.500,10 km2 e IDH 0.828. Instalada em grande parte na UGRHI-6 do Alto Tietê, porção expressiva desse território ocupa os mananciais da região sul, sistema Guarapiranga – Billings. Seu tecido fortemente espraiado origina vazios urbanos, dificuldade de prover infra-estrutura básica de transportes, saneamento, energia e equipamentos de uso social a grande parte da população. Sintoma dessa forma de crescimento é a dinâmica perversa centro x periferia onde qualidade de vida e oportunidades são diferenciadas. O município de São Paulo sede da região metropolitana, rege e polariza as relações territoriais, de modo que as demais cidades, a despeito de seu produto interno bruto, funcionam como cidades satélites, muitas reduzidas a IBGE – estimativa 2013. cidades-dormitório, cuja oportunidade de emprego e serviços depende de grandes deslocamentos diários. A geomorfologia dessa região também condicionou a morfologia urbana, tendo a norte a Serra da Cantareira e a sul a Serra do Mar, barreiras naturais, as quais são alvo de políticas de preservação ambiental e controle de ocupação urbana. Os vetores de urbanização conduziram-se ao longo dos rios Tietê, Pinheiros, Tamanduateí, Anhangabaú, Aricanduva e Jacu Pêssego, e pelo impulso das ferrovias a partir do fim do século XIX, derivando disso a ocupação industrial, as rotas de fluxo de cargas da produção rural no sentido interior–portos de Santos, Rio de Janeiro e Paranaguá – acentuando o caráter radioconcêntrico de São Paulo. As ferrovias foram sucateadas pelas rodoviarismo, a partir dos governos Vargas e Kubitschek, na política de boa vizinhança pós segunda guerra. Rodovias formam um sistema estelar a partir do centro histórico e as avenidas urbanas seguem o mesmo princípio, ocupando várzeas e fundos de vale, depauperando o sistema ambiental urbano. Rios foram retificados, canalizados ou tamponados e seus territórios ocupados por loteamentos. O Rodoanel confirma esse sistema embora tente refreá-lo por evitar que trajetos de carga de passagem atravessem o tecido urbano. Na dinâmica centro-periferia, a especulação imobiliária buscou terrenos cada vez mais distantes e, de forma complementar, ocupações irregulares ocorreram em áreas longínquas ambas não infraestruturadas, culminando com um diâmetro de por vezes 70 quilômetros de envergadura da RMSP. Disto decorre o esvaziamento do centro histórico, bairros sem mínima qualidade de vida e informalidade chegando a 40% do território. O município de São Paulo se caracteriza pelo incremento do terciário a se transformar em um grande polo empresarial globalizado. O êxodo das classes dominantes para habitação e instalação de grandes complexos de serviços segue o sentido sudoeste, atingindo grande densidade nos bairros anteriormente industriais como Vila Olímpia e Chácara Santo Antônio, ao longo do rio Pinheiros pressionando também a Lapa, lindeiro às principais linhas férreas, próximo à confluência entre os rios Tietê e Pinheiros, cujo valor da terra atinge índices altíssimos.

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Justificativa - O Território Regional Entendemos atualmente a região Sul de São Paulo como um território em tensão dado a dinâmica do capital terciário elege-la como vetor de crescimento, em vias de encontrar uma das mais problemáticas ocupações irregulares, a citada da região dos mananciais, com grande contingente de moradias em condições miseráveis à beira dos lagos, delineando sua orla em completo desacordo com a legislação ambiental e pondo em risco o abastecimento de grande parte dos municípios da RMSP. O atual Plano Diretor do Município de São Paulo, recém aprovado pela Câmara Municipal, formulado com caráter ampliado com respeito às questões ambientais, propõe, entretanto, um pacto de congelamento, autorizando urbanização, dotação de infraestrutura e legalização dessas ocupações. O Rodoanel intenta também outro acordo considerando a si mesmo como controle e contenção da urbanização nos territórios externos ao seu arco, discutível do nosso ponto de vista. Esforços de remoção desse contingente populacional - com laços de pertencimento questionáveis, pelas condições de precariedade e posto que soçobrado sobre as represas -, se configurariam em atitude exemplar do ponto de vista ambiental considerando sustentabilidade como economia-ambiente-equidade social . O mesmo fator que impulsiona esta população a ocupar os territórios periféricos é o que ocasiona os vazios urbanos centrais e esparsos na RMSP, passíveis de conter diversos núcleos com qualidade urbana, a receberem porções proporcionais dessa população, geradores de articulações sociais mais generosas, em tecido provido de transporte público, demais serviços e oportunidades . Ora, ao examinarmos a região Sul, fica evidente que o bairro de Parelheiros tem acesso em túnel sob o Rodoanel Sul, a despeito do predicado em sua teoria, e constitui uma centralidade importante para os distritos a ele relacionados, oferecendo expressivo comércio, equipamentos de educação, saúde, culto e lazer, bem como possibilidade de emprego. O espraiamento da RMSP tem em Parelheiros um tentáculo poderoso. Prova disso é a acalorada discussão que aponta a contrução de novo aeroporto nessa região, alvo de intensa pressão de determinados setores, até então não autorizada. Conforme triângulo de sustentabilidade: environment, economy, social equity, predicado na Eco-92, Cúpula da Terra, RJ promovido pela ONU. Projeto de arquitetura em realização pela aluna Iara Maria Lima-10S: habitações temporárias. .

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O Sul do Sul No quadro de espraiamento, relação perversa centro-periferia, ausência de infraestrutura, transporte e equipamentos, diferenciação de cidadania, pertencimento e identidade, dificuldade de mobilidade, suprimentos e estresse ambiental, o TFG definiu a área de interesse Marsilac, como caso exemplar de intervenção. Distrito de Parelheiros, no extremo sul do município de São Paulo, porta da Mata Atlântica, abriga a APA Capivari-Monos . Com aproximadamente 200,00 km2, população de 10.180,00 habitantes , sendo 4.000 no pequeno núcleo urbano Engenheiro Marsilac - o qual nasce da construção de um ramal da estrada de ferro Sorocabana, Mairinque – Santos, no primeiro quartel do século XX, que atravessa a Serra do Mar -, seus habitantes tem origem remota, 3 aldeias indígenas, descendentes de imigrantes europeus e de habitantes antiquíssimos; novos ocupantes vieram em busca de possível subsistência pela agricultura familiar. Entremeiam-se chácaras de passeio e, no setor a Norte, um colar de pequenos núcleos esparsos ao longo de estradas vicinais. É profundo o isolamento Marsilac-metrópole, embora dela dependa para trabalho e produtos. Os índices são expressivos, Marsilac possui o menor grau de escolaridade e renda do município, 0,33% de coleta de esgotos e 0,95% de água tratada , Notável é a sensação de distância e não pertencimento ou cidadania metropolitana contudo, paradoxalmente, é um distrito bastante aprazível por estar às frondes da mata atlântica e conter laços de vizinhança e lideranças comunitárias expressivas, sendo abastecido de . energia elétrica e equipamentos essenciais – uma escola, uma Unidade Básica de Saúde e um posto policial. Provido de comércio local mínimo, sinal sofrível de internet e apenas uma linha de ônibus, dista consideravelmente do último ponto da CPTM em Grajaú. APA Capivari-Monos: criação 2001, Plano de Manejo: 2011, participativo, realização: Divisão Técnica de Unidades de Conservação e Proteção da Biodiversidade e Herbário Municipal (DEPAVE-8), Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, conforme SNUC – Sistema Nacional de Unidades de Conservação. IBGE-Censo 2010. IBGE-2010.

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Conclusão - O Método no Sítio A metodologia do TFG, caracterizada pela paulatina aproximação ao território e gradual proposição de diretrizes culmina pelo desenho urbano – realizado em grupo de 8 alunos e projetos individuais de arquitetura articulados. A primeira fase – Levantamento: Diagnóstico, Prognóstico e Diretrizes, é já função projetual. Associam-se como sistema temas de pesquisa, visão crítica e proposição: geomorfologia: topografia, hidrografia e solo; vegetação: flora e fauna, matas, parques, praças; transportes: rodoviário, ferroviário, metroviário, de ônibus, veículos leves, cicloviário, pedestres e sistema viário; tecidos urbano e rural; marcos referenciais; população; infraestrutura; equipamentos; legislação; história e patrimônio. Examinada a realidade do território, parte-se das características, carências e potencialidades, para estabelecer um rol de diretrizes na possibilidade de instituir paradigmas desejáveis correspondentes do ponto de vista macrometropolitano, regional e local. Advém dessa determinação o desenho urbano cuja gênese se faz pela perimetrização circunstanciada de setores notáveis e graus de intervenção correspondentes: metropolitano: pertencimento, identidade, mobilidade e trocas; regional: Parelheiros e seu raio de influência e suprimento; definição de duas áreas de interesse de desenho urbano: Norte de Marsilac, contíguo a um braço da Represa Billings Sul: núcleo urbano originário Engenheiro Marsilac; perímetros de interesse indireto: colar de assentamentos espraiados em sequencia ao setor Norte e áreas rurais; APA Capivari-Monos e região de chácaras articuladas ao setor Norte e o Sul.

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As principais potencialidades e características geradoras de diretrizes tiveram consequencia como desenvolvimento em desenho urbano : Identidade, pertencimento e cidadania: Marsilac é um lugar único e ao mesmo tempo constitutivo da metrópole, contribuidor por suas características, a se beneficiar da condição metropolitana sem perder sua essencialidade; Particularidades inerentes ao lugar, universalizáveis como conhecimento e acentuáveis como próprias: potencialidades ambientais, rurais, de pesquisa, turismo; cultura e costumes locais; Funções metropolitanas: incrementa-se a potencialidade ambiental de equilíbrio climático, pesquisa, lazer, turismo, através de equipamentos-suporte e acessibilidade, incluindo a oficialização do sítio como pulmão verde e de controle climatológico metropolitano; predica-se critérios de densidade, coeficiente de aproveitamento, taxa de ocupação e permeabilidade, uso do solo urbano, rural e ambiental restrito, com maior rigor dos adotados pela legislação vigente, conformando uma setorização que potencializa preservação, congelamento dos núcleos urbanos e a possibilidade de novos paradigmas de produção rural; •Ligações: incrementar mobilidade e sistemas de transporte, a partir da infraestrutura existente, incluindo o hidroviário pela adoção das premissas construídas por Delijaicov; extensão de transporte sobre trilhos de . alta capacidade de Grajaú até Parelheiros; o ramal ferroviário de carga Mairinque-Marsilac, passa a ser modal de passageiros - Veículo Leve Sobre Trilhos até os dois principais núcleos urbanos no setores Norte e Sul e a Santos; instalação de teleférico de passeio desde a Cantareira com paradas nos principais parques urbanos atingindo o núcleo Curucutu - APA Capivari-Monos e deste até o litoral, via serra do Mar, energizado por suportes eólicos. Predica-se a execução de um Ferroanel ao longo do Rodoanel pelo seu lado externo, à exceção do trecho Norte, articulando as antigas ferrovias Sorocabana, Central do Brasil e Santos-Jundiaí, atuais CPTM; estabelece-se sistemas de ciclovias rurais e nos núcleos urbanos, trechos de via exclusiva de pedestres ao longo dos potenciais setores de convivência, comércio, lazer e serviços; •Desenvolvimento sustentável: instalação de instrumentos de produção e suprimento rural articulados aos de preservação permanente mediante setorização do território para atividades cooperativadas, familiares, de pesquisa exemplar, ligadas ao transporte fluvial;

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•Saneamento: instalação de tratamento de esgotos exemplar através de wetlands e cooperativas de reciclagem para lixo zero - orgâncio como substrato rural e demais por processamento em central em Parelheiros; •Autosuficiência de abastecimento: estabelecimento de coleta de águas pluviais e proteção dos sistemas hídricos urbanos por meio de matas e bosques, sistema de coleta e tratamento em escala local das águas superficiais e profundas; •Autosuficiência de energia: instalação de sistemas de energia limpa eólicos e solares; •Equipamentos: dotação de equipamentos sociais de uso educacional, saúde-profilaxia, lazer, esporte, turismo, pesquisa e cultura para provimento local e interface metropolitana; •Espaços públicos: potencialização das áreas de permeabilidade, cutivo de subsistência no tecido urbano, parques de rio e remanejamento de assentamentos precários no mesmo sítio com espaços livres comunitários; •Atividadel rural: incremento da produção para autosuficiência e fornecimento metropolitano potencializando as culturas locais de hortifrutigranjeiros, flores e pecuária. Cinturão vertical de cultivo e refreamento da expansão urbana em Marsilac Norte; . Ambiente: aplicação de índices urbanísticos restritivos superiores à Legislação, setorização funcional da área de interesse indireto como sistema articulado triangular Parelheiros- Marsilac Norte e Sul. Potencialização das águas e relação represa – cidade; Museu a céu aberto: constituição da APA Capivari-Monos como museu ambiental a céu aberto, a partir de dois polos coordenados – o posto avançado de pesquisa Núcleo Curucutu, no interior da mata e Jardim Botânico urbano ao largo de toda fronteira entre o tecido urbano de Engenheiro Marsilac e a mata lindeira, a partir dos fundos de vale hídricos determinantes de sua interface de limitação.

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Fig. 01 – Marsilac Norte

Fig. 02 – Marsilac Sul

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Decorrem das diretrizes e desenho urbano a definição das glebas, temas, programas e tecnologia dos projetos de arquitetura desenvolvidos: Temos em Marsilac Norte: Terminal Intermodal-13N Centro Esportivo Aquático-11N Centro de Capacitação Agroecológico-3N Porto Cultura-12N Mercado-8N Estufa-6N Balsa Cultura-1N Horta Vertical-9N Marsilac Sul contempla: Casa da Agricultura Ecológica-4S Centro de Saúde-15S Centro de Esporte e Lazer-14S CEU Rural - Centro de Educacional e Comunitário-2S Sistema de Habitação Temporária-10S Jardim Botânico Porta da Serra do Mar-16S Núcleo de Cidadania-7S Núcleo Curucutu: Proteção da Mata-5S

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Fig. 03 – Centro Esportivo Aquático – 11N

Fig. 04 – Núcleo Curucutu – 5S e Casa da Agricultura – 4S

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Fig. 05 – Habitação Temporária – 10S

Fig. 06 – Mercado – 8N

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Bibliografia CALDEIRA,Teresa P, Cidade de muros: Crime Segregação e Cidadania em São Paulo, Editora 34/EDUSP, São Paulo, 2000, 399pp. DELIJAIKOV, Alexandre, coord.: www.metropolefluvial.fau.usp.br , GEHL, Jan, Cidade para Pessoas, Trad. Anita di Marco, 1ª edição, Editora Perspectiva, São Paulo, 2013. 262pp. ISBN: 978-85-273-0980-6; HOLSTON, James, Cidadania Insurgente, Trad. Claudio Carina, , Companhia das Letras, São Paulo, 2013, 488pp. ISBN: 978-85-359-230-32; ROLNIK, Raquel, A Cidade e a Lei: Legislação, Política e Territórios na Cidade de São Paulo, StudioNobel, São Paulo, 2009.

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Destacamos docentes atualmente desligados desta atividade, que no pretérito trabalharam com questões metropolitanas de São Paulo: Abilio da Silva Guerra Neto, Luis Espallargas Gimenez, Olquídio Lopez Bardney, Mirtes Maria Luciani, Manoel da Silva Lemes Neto e Araken Martinho. Atualmente os autores realizam TFG em colaboração com os professores Fabio Boretti Netto de Araujo, Caio de Souza Ferreira e João Manuel Verde dos Santos. O TFG em Marsilac se realiza mediante orientação às alunas Barbara Ghirello-1N, Bruna Correia Piccoli-2S, Carla Spironelo-3N, Clara Constantine Rosa-4S, Daniele Petroni Alencar-5S, Elisa Broglio-6N, Gabriela Mazon7S, Giovana Bragiola-8N, Giovana Reis-9N, Iara Maria Almeida Lima-10S, Isabela Bredariol-11N, Isabela Godoy-12N, Jessica Motta-13N, Laís Resende-14S Maria Fernanda M. Favetta-15S, Wládia Rocha Melo-16S, cujo trabalho fundamental para a realização deste texto constitui fim último desta metodologia, fator pelo qual pode-se considerá-las todas co-autoras. (numeração correspondente à autoria dos projetos de arquitetura e setor). Governo do Estado de São Paulo/ DERSA – Desenvolvimento Rodoviário S.A., o Rodoanel circunscreve a RMSP, em trechos: Oeste, Sul, Leste e Norte, executados consecutivamente: trecho Sul foi alvo de intenso debate ambiental; trecho Leste discutido por impactar remanescentes do cinturão verde de abastecimento; trecho Norte, polêmico porque seu traçado definitivo tange a APP-Serra da Cantareira e corta o tecido urbano. Abandonada alternativa da construção em túnel, pelo custo. TFGs precedentes realizados em conjunto com os professores Mirtes Maria Luciani, Manoel da Silva Lemes Neto, Araken Martinho; mais recentemente o TFG Rodoanel Norte/ município de São Paulo, com os professores Fabio Boretti Netto de Araújo, Caio de Souza Ferreira, João Manuel Verde dos Santos, e estes autores. IBGE – estimativa 2013. Conforme triângulo de sustentabilidade: environment, economy, social equity, predicado na Eco-92, Cúpula da Terra, RJ promovido pela ONU. Projeto de arquitetura em realização pela aluna Iara Maria Lima-10S: habitações temporárias. APA Capivari-Monos: criação 2001, Plano de Manejo: 2011, participativo, realização: Divisão Técnica de Unidades de Conservação e Proteção da Biodiversidade e Herbário Municipal (DEPAVE-8), Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, conforme SNUC – Sistema Nacional de Unidades de Conservação. IBGE-Censo 2010. IBGE-2010.

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ANEXO III LEI Nº 15.953, DE 7 DE JANEIRO DE 2014 (Projeto de Lei nº 294/13, do Vereador Alfredinho - PT) Dispõe sobre a criação do Polo de Ecoturismo nos Distritos de Parelheiros e Marsilac até os limites da Área de Proteção Ambiental Bororé-Colônia, e dá outras providências. FERNANDO HADDAD, Prefeito do Município de São Paulo, no uso das atribuições que lhe são conferidas por lei, faz saber que a Câmara Municipal, em sessão de 5 de dezembro de 2013, decretou e eu promulgo a seguinte lei: Art. 1º Fica criado na Cidade de São Paulo o Polo de Ecoturismo nos Distritos de Parelheiros e Marsilac até os limites da Área de Proteção Ambiental Bororé-Colônia. Parágrafo único. Esta lei objetiva disciplinar e normatizar as atividades ecoturísticas desenvolvidas nos territórios administrativos das subprefeituras de Parelheiros e da Capela do Socorro, a fim de dar execução a um projeto gerador de recursos, negócios, renda, empregos e com total compromisso com o meio ambiente e as futuras gerações. Art. 2º Integram o Polo Ecoturístico criado por esta lei os seguintes distritos: Parelheiros, Marsilac e o território da APA Bororé-Colônia, denominado de Polo Ecoturismo Parelheiros/Marsilac/llha do Bororé. Parágrafo único. As Áreas de Proteção Ambiental Municipal Capivari-Monos e Bororé-Colônia, criadas pelas Leis Municipais nºs 13.136/2001 e 14.162/2006 integram, na totalidade do seu território, o Polo Ecoturístico. Art. 3º O Poder Executivo envidará esforços para que o Polo possa receber incentivo e benefícios fiscais destinados a estimular o desenvolvimento econômico e social das áreas atingidas, na forma prevista nesta lei, visando em especial às microempresas de hotelaria, pousada, artesanato, comércio, operadoras de turismo, agências receptivas, empresas de eventos, associações de guias e monitores, cooperativas, comércio e serviços voltados ao turismo em geral, instaladas ou que venham a se instalar nas localidades abrangidas por esta lei. Art. 4º Outros distritos ou/e bairro de interesses turísticos poderão compor e ampliar o polo de ecoturismo desta região. Art. 5º O Município poderá firmar convênio com os órgãos Estadual e Federal, objetivando estimular a implantação de projetos de desenvolvimento sustentável nesta região. Art. 6º Nos limites do Polo Ecoturismo Parelheiros/Marsilac/llha do Bororé ficam considerados e denominados “Bairro Turístico”, os seguintes:

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a) Bairro de Vargem Grande; b) Bairro da Colônia; c) Bairro da Barragem; d) Bairro Ilha do Bororé; e) Bairro de Parelheiros; f) Bairro de Embura; g) Bairro de Engenheiro Marsilac; h) Vila Evangelista de Souza; i) Bairro do Gramado; j) Jardim dos Eucaliptos; k) Bairro Embura do Alto; l) Bairro do Mambu; m) Bairro do Jaceguava; n) Bairro Nova América; o) Bairro da Chácara Santo Amaro. Art. 7º Ficam instituídos como AEIT (Área de Especial Interesse Turístico) os bairros citados no artigo anterior, visando à realização de intervenções necessárias ao desenvolvimento de atividades turísticas naturais, histórico-cultural, agroecológicas e gastronômicas. Art. 8º Na definição dos parâmetros a serem aplicados à Área de Especial Interesse Turístico - AEIT, bem como dos critérios para sua proteção e utilização serão levadas em consideração as seguintes ações: I - a melhoria das condições de limpeza urbana, segurança, transporte, estacionamento, informação, controle da ordem urbana e sinalização turística; II - a criação, recuperação e conservação dos centros de lazer, praças e parques; III - o incentivo à criação de meios de hospedagem de baixo custo e de outras empresas ligadas às atividades turísticas; IV - a criação de meios de combate à prostituição e exploração infantojuvenil. Art. 9º As intervenções nas Áreas de Especial Interesse Turístico - AEIT dos bairros mencionados dar-se-á conforme os parâmetros definidos no Plano Diretor da Cidade de São Paulo, Plano Diretor Regional de Parelheiros, Plano de Turismo Municipal, Legislação Estadual de Proteção aos Mananciais, Leis de criação de Zoneamento e Plano de Manejo das Unidades de Conservação Municipais e Estaduais incluindo suas zonas de amortecimento, bem como todos os parâmetros ambientais vigentes. Parágrafo único. O Poder Público, através das Subprefeituras que compõem o território do Polo de Ecoturismo, deve propor e incentivar, assim como facilitar a formação de um Conselho Gestor do Polo Ecoturismo Parelheiros/Marsilac/Ilha do Bororé, de forma participativa e democrática, composto por representantes do Poder Público e da sociedade civil, que atuará de forma inteirada e complementar aos demais Conselhos existentes na região.

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Art. 10. O Poder Público poderá fazer a implantação de ônibus turístico regular, a ser explorado por empresa via processo de concorrência/licitação, proporcionando, assim, uma demanda perene de visitação aos atrativos turísticos do Polo Ecoturismo Parelheiros/Marsilac/llha do Bororé. Art. 11. Ficam instituídos como Locais de Interesse Turístico as Estradas: Ponte Alta e Reserva, desde seu início, no bairro do Embura, até o seu fim, no limite do Núcleo Curucutu-PESM/Parque Estadual da Serra do Mar, ficando aqui consideradas e denominadas de Estrada Ecoturística. Parágrafo único. Ficam instituídos como Locais de Interesse Turístico os logradouros que estejam fora dos “bairros turísticos”, conforme art. 6º desta lei, mas que tenham instalados ou venham a ter empreendimentos turísticos e de eventos, principalmente na modalidade de casamento no campo, assim como atrativos turísticos naturais, histórico-cultural, religioso e agroecológico. Os arts. 8º e 9º desta lei se aplicam nos Locais de Interesse Turísticos. Art. 12. As despesas com a execução desta lei correrão por conta das dotações orçamentárias próprias, suplementadas se necessário. Art. 13. Esta lei entra em vigor na data da sua publicação, revogadas as disposições em contrário. PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, aos 7 de janeiro de 2014, 460º da fundação de São Paulo. FERNANDO HADDAD, PREFEITO ROBERTO NAMI GARIBE FILHO, Respondendo pelo cargo de Secretário do Governo Municipal Publicada na Secretaria do Governo Municipal, em 7 de janeiro de 2014.

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ANEXO IV

Plano Diretor Estratégico do Município de São Paulo LEI Nº 16.050, DE 31 DE JULHO DE 2014 (PROJETO DE LEI Nº 688/13, DO EXECUTIVO, APROVADO NA FORMA DE SUBSTITUTIVO DO LEGISLATIVO) Aprova a Política de Desenvolvimento Urbano e o Plano Diretor Estratégico do Município de São Paulo e revoga a Lei nº 13.430/2002. “Ao estabelecer a Zona Rural no extremo Sul do Município, o PDE assegura a proteção das áreas produtoras de água para a Região Metropolitana de São Paulo, estabelecendo um limite claro à expansão urbana e propondo para a região um polo de desenvolvimento rural sustentável, ancorado na agricultura orgânica e no ecoturismo como atividades estratégicas para a inclusão social produtiva. O reconhecimento desse território rural garante aos agricultores familiares o acesso a políticas públicas do Governo Federal e assegura a compra da sua produção para a alimentação escolar, e a todos os paulistanos a valorização do patrimônio ambiental e cultural da região.” FONTE: Carta Capital “Nova zona rural no extremo sul O projeto torna o distrito de Engenheiro Marsilac novamente uma zona rural. O objetivo é permitir que agricultores da região possam captar incentivos do governo federal só concedidos para quem mora nessas áreas.” FONTE: Estadão

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“Atividades sociais exigem presença de outras pessoas e incluem todas as formas de comunicação entre pessoas no espaço público. Se há vida e atividade no espaço urbano , então também existem muitas trocas sociais. Se o espaço da cidade for desolado e vazio, nada acontece”. Cidades para pessoas - Jan Gehl

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